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ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS MARIANA BARONE LAZARINI THAÍS JUNKO NAKANO LUDICIDADE: UMA FORMA DIFERENCIADA DE ENSINO E APRENDIZAGEM Londrina 2012

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ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

MARIANA BARONE LAZARINI

THAÍS JUNKO NAKANO

LUDICIDADE: UMA FORMA DIFERENCIADA DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Londrina

2012

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MARIANA BARONE LAZARINI

THAÍS JUNKO NAKANO

LUDICIDADE: UMA FORMA DIFERENCIADA DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia, Especialização em Educação Infantil e Anos Iniciais do Centro Universitário Filadélfia como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista Orientador(a): Prof. Vânia Darlene Rampazzo Bachega Oliveira

Londrina

2012

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MARIANA BARONE LAZARINI

THAÍS JUNKO NAKANO

LUDICIDADE: UMA FORMA DIFERENCIADA DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia, Especialização em Educação Infantil e Anos Iniciais do Centro Universitário Filadélfia como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista

Aprovada em : ______/______/______

. _______________________________________________________

Eliana Guidetti do Nascimento

UniFil

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus pela realização da Pós Graduação e pela conclusão

desse trabalho.

Aos nossos professores do curso e a nossa orientadora, professora Vânia,

pelo apoio necessário para a realização da monografia.

Aos nossos pais e amigos, pela confiança e dedicação e por nos apoiarem

durante todo o curso.

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“Brincar com crianças, não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escolas, mas triste ainda é vê-los sentados sem ar, com exercícios estéreis sem valor para a formação do homem.”

Carlos Drummond de Andrade

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RESUMO

Para as crianças, os momentos de brincadeira são tão importantes quanto qualquer outro e propiciam grande desenvolvimento, tanto cognitivo, quanto físico, neste contexto, o Lúdico é uma forma de ensino que se faz presente em todas as etapas da vida escolar. Diante desta afirmativa o objetivo do presente trabalho é chamar a atenção de todos os envolvidos com a área da Educação sobre a importância e o papel dos jogos e das brincadeiras no desenvolvimento dos estudantes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem no Ensino Fundamental de nove anos. A metodologia desenvolvida no trabalho baseou-se em uma revisão bibliográfica, remetendo-se inicialmente a um recorte histórico sobre a História do Ensino Fundamental no Brasil, a importância da ludicidade durante toda a infância, e o papel dos jogos nas salas de aulas, como uma forma de auxiliar alunos e professores. Pode-se perceber no decorrer do trabalho, que o Lúdico tem grande e fundamental importância para um maior desenvolvimento das potencialidades das crianças, além de ser uma forma prazerosa de Ensino e Aprendizagem para professores e alunos,sem contar que por meio da leitura a fundamentação teórica do trabalho, este oferece um rico material avaliativo para os educadores constatarem que por meio das brincadeiras, pode-se conhecer melhor seus alunos, e consequentemente, ampliar a interação professor/alunos e certamente superar as possíveis dificuldades.

Palavras chave: Ensino Fundamental; Ludicidade; Ensino; Aprendizagem; Desenvolvimento; Dificuldades.

ABSTRACT For children, the moments where they can play are as important as any other one and are responsible for the global development of children, in this context, playfulness is a form of teaching present in all steps of school life. On this statement, the goal of this academic work is to call attention of all the involves at the educational area about the importance of games and plays at the development of students inserted at Elementary school. The methodology used in this work was based in a bibliografic reaserch, first referring to the History of Elementary school in Brazil, the importance of playfulness during all childhood and the importance of games at class, as a way of help children and teachers. Was notable, durring this work, that playfulness is very important for the development os the children’s potencialities, besides, is a pleasure way of teaching and learning, for teacher and students, With the literature, the theoretical part of this work offers a rich suport where educators can find out that, by games, we can know better our students and help the interection teacher/ students, overcoming possible difficulties. Keywords: Elementary school; Playfulness; Teaching; Learning; Development; Difficulties

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.. ........................................................................................................ 7

1. UM BREVE PROCEDIMENTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL ...... 9

2. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO E

APRENDIZAGEM.................................. ................................................................... 18

3. O LÚDICO NO ENSINO FUNDAMENTAL: APRENDENDO COM JOGOS ......... 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................34

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como assunto principal a importância da ludicidade no

ensino fundamental, trazendo como discussão central o papel e a importância das

brincadeiras e dos jogos no desenvolvimento integral e no processo de

aprendizagem das crianças.

Para as crianças, os momentos de brincadeira são tão importantes quanto

qualquer outro e propiciam grande desenvolvimento, tanto cognitivo quanto físico, e

também grandes aprendizagens, como o respeito ao próximo, às regras

estabelecidas e facilidade de criar estratégias para completar os desafios propostos.

Quando brinca, a criança se depara com diferentes situações problemas e

deve buscar soluções para esses conflitos, fazendo com que a brincadeira passe a

ser um momento de obtenção de informações e respostas por meio da

experimentação, da busca de novos caminhos, da convivência com o diferente e

com o novo, do raciocínio e da descoberta.

Oportunizar momentos em que as crianças possam brincar nas escolas, e não somente durante os intervalos de aula e apenas no pátio da escola, é importante para o seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional. [...] Sendo esta modalidade uma importante forma de a criança se relacionar e conhecer o mundo, além de lhe propiciar prazer, também é fundamental para o seu desenvolvimento já que é através das brincadeiras que as crianças representam papéis, imitam, comunicam-se, desenvolvem a atenção e a imaginação. (BELONI, 2005, p.2)

O objetivo desse trabalho é mostrar aos educadores a importância que os

jogos e as brincadeiras exercem no processo de desenvolvimento e aprendizagem

das crianças do ensino fundamental, entendendo que os jogos são um importante

recurso para o desenvolvimento do raciocínio lógico, da concentração, da atenção e

também da socialização.

Para a construção deste trabalho a metodologia utilizada foi a realização de

uma pesquisa na forma de revisão bibliográfica sobre a história do ensino

fundamental no Brasil (recorte), a importância do lúdico na infância e o seu

desenvolvimento e aplicação em sala de aula. O primeiro capítulo trata-se de um

recorte histórico da história do Ensino Fundamental no Brasil, chamando a atenção e

destacando as principais mudanças que ocorreram neste período de educação no

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país. O segundo capítulo analisa qual é a importância das brincadeiras em toda a

infância, ou seja, tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental agora

com nove anos de duração. Apresenta o brincar como garantia para o

desenvolvimento integral da criança e para o conhecimento das suas

potencialidades, sendo um direito de todas as crianças que deve ser respeitado por

pais e educadores.

No terceiro capítulo tem-se a discussão da importância das brincadeiras e dos

jogos no ensino fundamental. A discussão é sobre o papel do lúdico no

desenvolvimento e na aprendizagem das crianças e mostrando como os jogos

podem ser aproveitados pelos educadores para que a criança exercite e descubra

suas potencialidades, se desenvolva socialmente e cognitivamente, aprendendo a

resolver problemas e a conviver com o outro. Neste contexto, o presente trabalho de

monografia aponta que os jogos são uns dos mais ricos recursos pedagógicos que

certamente auxiliam os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem a se

superarem, pois proporcionam que as crianças pensem nas suas ações e encontrem

as respostas esperadas, além de ajudar os educadores a diagnosticar as

dificuldades apresentadas pelos alunos para superá-las e assim, intervir.

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1. UM BREVE PROCEDIMENTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL.

O Ensino Fundamental é considerado a segunda etapa da Educação Básica

no Brasil, sendo obrigatório para crianças a partir dos seis anos de idade, com a

finalidade de desenvolver os aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais dos

alunos. Sua oferta deve ser garantida pelo governo a todos, inclusive, para aqueles

que não tiveram acesso na idade apropriada.

É responsabilidade dos pais ou responsáveis matricularem seus filhos em

escolas de Ensino Fundamental quando estes completam a idade exigida, bem

como é de responsabilidade do Estado e do Município a garantia de vagas nas

escolas públicas.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), 1996, o Ensino Fundamental tem

como objetivos principais:

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;II - a compreensão do ambiente natural e social, dosistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (BRASIL, 1996)

No Brasil, esta etapa da educação se originou a partir do chamado Ensino de

Primeiro Grau, formado pelo curso primário (com quatro a cinco anos de duração) e

pelo curso ginasial (com quatro anos de duração) e considerado, até 1971, ensino

secundário.

O Ensino de Primeiro Grau tinha como objetivos principais:

Art. 1º - O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto-realização, preparação para o trabalho e para o exercício consciente da cidadania. [...] Art. 4º - Os currículos do ensino de 1º e 2º graus terão um núcleo comum, obrigatório em âmbito nacional, e uma parte diversificada para atender, conforme as necessidades e possibilidades concretas, às peculiaridades locais, aos planos dos estabelecimentos de ensino e às diferenças individuais dos alunos. (BRASIL, 1982)

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Foi a partir da fusão entre esses dois cursos (primário e ginasial) que se

originou o então chamado Ensino Fundamental I (primeira à quarta série) e Ensino

Fundamental II (quinta à oitava série). Essa estrutura de oito anos ficou em vigor no

Brasil até o ano de 2006, quando se passa a ter no país o chamado Ensino

Fundamental de nove anos (EF9), dividido entre anos iniciais (primeiro ao quinto

ano) e anos finais (sexto ao nono ano). O EF9 trouxe mudanças significativas no

cenário educacional brasileiro, como será visto mais adiante.

De acordo com o art. 208.§ 1º, da Constituição Federal, 1988: "O acesso ao

ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.” O não oferecimento é de

responsabilidade da autoridade competente. A exclusão das crianças em fase de

escolarização das instituições de ensino, tanto por parte do governo, quanto por

parte da família, é considerada uma forma de exclusão social, pois nega o direito à

cidadania, que se reproduz em pobreza e marginalidade.

Porém, sabe-se que na maioria dos casos ocorridos no país, o fato de ainda

existir crianças entre sete e catorze anos fora da escola se deve à precariedade do

ensino e às condições de exclusão e marginalidade que vive parte da sociedade.

Portanto, não é suficiente apenas abrir vagas nas escolas, é preciso também dar

assistência às famílias para que as crianças possam permanecer estudando.

Assim, visando a melhoria da qualidade do ensino no país, diferentes

documentos foram criados com o objetivo de ajudar o trabalho dos profissionais

envolvidos com a educação no Brasil. Esses documentos são norteadores do

processo de ensino até hoje.

Entre 1995 e 1997 foram criados no Brasil os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN), organizados para auxiliar o professor de Ensino Fundamental a

fazer com que os alunos dominem os conteúdos fundamentais para crescerem de

maneira plena e consciente de seu papel enquanto cidadãos.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), alguns dos objetivos

gerais do Ensino Fundamental são:

Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais,

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adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País; conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais; conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva; utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação; saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. (BRASIL, 1997, p. 66)

Os objetivos, segundo o documento, devem ser definidos dentro das

capacidades cognitivas, afetivas, físicas, de relação interpessoal e inserção social,

tendo em vista a formação ampla do aluno.

O papel do professor nesse processo é, portanto, crucial, pois a ele cabe apresentar os conteúdos e atividades de aprendizagem de forma que os alunos compreendam o porquê e o para que do que aprendem, e assim desenvolvam expectativas positivas em relação à aprendizagem e sintam-se motivados para o trabalho escolar. Para tanto, é preciso considerar que nem todas as pessoas têm os mesmos interesses ou habilidades, nem aprendem da mesma maneira, o que muitas vezes exige uma atenção especial por parte do professor a um ou outro aluno, para que todos possam se integrar no processo de aprender. (BRASIL, 1997, p. 45)

Nesta visão, é papel da escola selecionar os conteúdos que serão

trabalhados em sala de aula de modo a auxiliar os alunos, considerando as

capacidades que eles já possuem e levando em consideração as dificuldades no

desenvolvimento de outras.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) propõem um conteúdo que seja

visto como um meio para desenvolver nos alunos as capacidades necessárias para

que eles possam desfrutar dos bens econômicos, sociais e culturais da sociedade

em que estão envolvidos.

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O projeto educacional expresso nos Parâmetros Curriculares Nacionais demanda uma reflexão sobre a seleção de conteúdos, como também exige uma ressignificação, em que a noção de conteúdo escolar se amplia para além de fatos e conceitos, passando a incluir procedimentos, valores, normas e atitudes. Ao tomar como objeto de aprendizagem escolar conteúdos de diferentes naturezas, reafirma-se a responsabilidade da escola com a formação ampla do aluno e a necessidade de intervenções conscientes e planejadas nessa direção. (BRASIL, 1997, p. 48)

No que diz respeito à avaliação que deve ser realizada no Ensino

Fundamental, os Parâmetros Curriculares Nacionais vão além da visão tradicional.

Ela passa a ser compreendida como parte integrante do processo educacional,

sendo vista como uma possibilidade de o professor conhecer o quanto o aluno se

aproximou da expectativa de aprendizagem.

A avaliação deve auxiliar o professor em sua prática docente, sendo uma

forma de reflexão sobre sua própria atuação. Para o aluno, ela deve servir como um

“instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e

possibilidades” (BRASIL, 1997, p. 52) e para a escola, ela deve possibilitar a

definição de prioridades. Segundo a proposta do documento, a avaliação feita nas

escolas não deve ser vista apenas como atribuidora de notas aos alunos, ela deve

ser um instrumento de verificação de aprendizagem e também avaliadora do

processo de ensino que está sendo utilizado pelo professor.

Outro documento que se refere ao Ensino Fundamental do país é o Plano

Nacional de Educação (PNE), que foi aprovado no ano de 2000 pelo Governo

Federal e visa tratar da educação em todo o Brasil, nos seus diferentes níveis e

modalidades. O PNE

tem como objetivos: a elevação global do nível de escolaridade da população, a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis, a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública e democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (PEREIRA; FERREIRA, p. 2)

Ainda temos também no país o Plano de Desenvolvimento da Educação

(PDE), documento que é de responsabilidade do Ministério da Educação e possui

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como objetivo efetivar a redução das desigualdades sociais e regionais do país,

equalizando oportunidades de acesso a uma educação de qualidade. O documento

prevê algumas ações que tem como objetivo identificar e resolver os problemas que

afetam a educação brasileira. Ele inclui em sua proposta ações de combate aos

problemas sociais que dificultam o ensino e aprendizado de qualidade. Essas ações

devem ser desenvolvidas em conjunto (União, estados e municípios) Algumas

destas ações são: provinha Brasil, transporte escolar, Brasil alfabetizado, formação

de professores, dentre outros.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), outro documento utilizado no

Brasil, afirma, no artigo 32º que é necessário aos alunos do Ensino Fundamental:

I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (PACIEVITCH, 2008, p.1)

O estado do Paraná não segue os Parâmetros Curriculares Nacionais no seu

sistema educacional. O documento que rege o Ensino Fundamental no Paraná são

as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). Os conteúdos escolares propostos pelo

Ministério da Educação (MEC) tem seu norte estabelecido pelas Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (DCN). Essas Diretrizes trazem

em seu documento a seguinte afirmação:

Assim, a Educação Fundamental, segunda etapa da Educação Básica, além de coparticipar desta dinâmica é indispensável para a nação. E o é de tal maneira que o direito a ela, do qual todos são titulares (direito subjetivo), é um dever, um dever de Estado (direito público). Daí porque o Poder Público é investido de autoridade para impô-la como obrigatória a todos e a cada um. (grifo do autor) (BRASIL, 1998, p.1)

Quando pensamos em Ensino Fundamental no Brasil, um ponto importante

deve ser levado em consideração: a retenção.

Segundo pesquisas, o aluno retido tem uma queda tanto em sua auto estima

quanto em seu rendimento e aprendizagem. A retenção faz com que o número de

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alunos por sala fique maior, força alunos mais novos a conviverem com crianças

mais velhas e traz gastos para a escola e para o governo.

Há uma vasta literatura mostrando que expectativas, competência percebida e autoestima são fatores fundamentais no processo educacional. Convença um menino de que ele é incapaz e ele o será. Convença-o de que a Matemática ou a leitura estão além do seu alcance, e elas estarão. Reprove-o, sinalizando que sua única alternativa é a escolha entre trabalho braçal e diversos tipos de marginalidade, e ele, principalmente se é pobre e vive cercado de pessoas cujas vidas foram definidas dessa forma, acreditará. (NUNES, 2010, p.2)

Segundo ARAÚJO, 2010, acesso em 06/03/2012, é fundamental que se

regularize o fluxo educacional no Brasil, para que, dessa forma, se possa combater

o desperdício de recursos com a retenção e também com a falta de aprendizado no

país. O quadro de deficiência da educação básica pode perdurar se não houver um

combate efetivo da retenção também e do abandono.

Ao aluno que foi retido, deve-se oferecer um trabalho pedagógico

diferenciado, visando um melhor aprendizado para que ele tenha melhores

condições de seguir em frente com os estudos. Isso se dá através de aulas de

reforço e recuperação e também de estudos para os professores, salas de reforço e/

ou sala de apoio e capacitação de professores respectivamente. Desta forma, a

avaliação destes alunos deve ser constante e ressaltar todos os avanços

apresentados.

O aluno não deve ser o único culpado por sua retenção, é importante levar

em consideração todas as dificuldades apresentadas por ele durante o processo de

aprendizagem bem como as condições da escola para oferecer um aprendizado

capaz de promover seus alunos, e claro, a formação e domínio de conteúdo do

professor.

A gestão das escolas é outro ponto que deve ser considerado, isto porque

deve ser eficiente para que consiga manter um aprendizado adequado entre os

alunos. “O objetivo central de toda a gestão educacional deve ser o de promover os

alunos com ganhos sucessivos de conhecimento e autonomia.” (ARAÚJO, 2010,

acesso em 06/03/2012).

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Melhorar a qualidade da educação é a forma de se regularizar o fluxo

educacional no Brasil.

Continuando a história do ensino fundamental no Brasil, e claro, visando uma

melhoria no processo de educação do país, por meio de uma nova organização

curricular, desde 2005 o Brasil adotou a ampliação do Ensino Fundamental para

nove anos de duração (EF9).

No que compete a implantação do Ensino Fundamental de 9 anos, passamos a repensar o seu conjunto, pois surge uma nova e ousada oportunidade que segue para uma nova práxis dos educadores, com reflexões sobre o homem, a sociedade e a escola e seus determinantes para o trabalho pedagógico e transformador. (GUSSO, [et al.], 2010, p. 6)

Neste mesmo ano de 2005 foi promulgada a lei nº 11.114/05, primeira lei

específica do Ensino Fundamental de nove anos e que torna obrigatória a matrícula

da criança no Ensino Fundamental aos seis anos de idade. “Mais que uma

determinação legal, o Ensino Fundamental de nove anos configura-se comoa

efetivação de um direito, especialmente às crianças que não tiveram acesso anterior

às instituições educacionais.” (GUSSO, et.al., 2010, p. 9)

Conforme o PNE, a determinação legal (Lei nº 10.172/2001, meta 2 do Ensino Fundamental) de implantar progressivamente o Ensino Fundamental de nove anos, pela inclusão das crianças de seis anos de idade, tem duas intenções: “oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças

prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade”. ((BRASIL, 2004, p. 14)

Ainda conforme o Plano Nacional de Educação (PNE), a determinação legal

(Lei nº 10.172/2001, meta 2 do Ensino Fundamental) de implantar progressivamente

o Ensino Fundamental de nove anos, pela inclusão das crianças de seis anos de

idade, tem duas intenções: “oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no

período da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no

sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de

escolaridade”. (BRASIL, 2004, p. 14)

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O maior objetivo da ampliação do Ensino Fundamental para nove anos é

garantir às crianças um maior tempo dentro da escola, maiores oportunidades de

aprendizado e também uma aprendizagem mais ampla.

No Paraná, as crianças devem ser matriculadas no primeiro ano do Ensino

Fundamental se completam 6 anos até o dia 31 de dezembro. No Estado, desde

2007 é possível a matricula de alunos no 1º ano mesmo que ainda não tenham seis

anos completos, isso se deu após decisões judiciais.

Em Curitiba, desde 2008 o novo sistema de ensino já está em vigor nas

escolas. Em 2011 os dois sistemas se igualaram e somente o sistema de nove anos

passou a funcionar. Uma questão que causou grande polêmica com a aprovação

desse novo sistema de ensino foi o fato de a matrícula só poder se efetuada se os

alunos tiverem seis anos completos no início do ano letivo. Nem todas as crianças

serão contempladas com essa nova lei. (Acesso em 26/05/2012)

Para que se garanta a aprendizagem dos alunos, é fundamental que a escola

realize um trabalho de qualidade, propiciando diferentes momentos de

aprendizagem e aquisição de conhecimento, respeitando as especificidades de cada

idade. É necessário que se tenha conhecimento sobre as características etárias,

sociais, psicológicas e cognitivas. O respeito e a atenção ao processo de

desenvolvimento e aprendizagem das crianças são fundamentais.

Para uma implementação qualitativa do Ensino Fundamental de nove anos, é importante compreender que o conceito de infância sofreu transformações historicamente, o que se evidencia tanto na literatura pedagógica, quanto na legislação e nos debates educacionais, em especial a partir da década de 1980, no Brasil. GUSSO, Angela Mari, [et al.], 2010, p. 10)

A concepção que se tem sobre infância é que orientará os conceitos sobre

ensino, aprendizagem e desenvolvimento, bem como a seleção dos conteúdos que

serão trabalhados, a metodologia e o tipo de avaliações que serão aplicadas e a

organização dos espaços e tempos.

Incluir crianças de seis anos no Ensino Fundamental levanta vários debates

envolvendo todo o processo de ensino aprendizagem:

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Para recebê-las, ela necessita reorganizar a sua estrutura, as formas de gestão, os ambientes, os espaços, os tempos, os materiais, os conteúdos, as metodologias, os objetivos, o planejamento e a avaliação, de sorte que as crianças se sintam inseridas e acolhidas num ambiente prazeroso e propício à aprendizagem. É necessário assegurar que a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental ocorra da forma mais natural possível, não provocando nas crianças rupturas e impactos negativos no seu processo de escolarização. (BRASIL, 2004, p. 22)

É fundamental que os professores tenham conhecimento do que é relativo

aos cuidados e e à educação dos alunos do ensino fundamental, nas diversas

dimensões que os constituem (física, cognitiva, linguistica, emocional, social e

afetiva). Para que isto ocorra, é importante garantir à estes professores uma

formação continuada, visando o aperfeiçoamento profissional, a melhoria da

qualidade do trabalho pedagógico e a aprendizagem dos alunos.

É importante que os profissionais tenham em mente qua a aprendizagem não

ocorre somente dentro das salas de aula. Ela acontece também nos momentos de

trocas entre as crianças, na hora do intervalo, nas aulas de educação física, nos

trabalhos em grupo e também nos momentos de brincadeiras. O lúdico é um

momento rico em aprendizagem e desenvolvimento e não pode ser esquecido

quando se chega ao ensino fundamental.

Proporcionar momentos de jogos e brincadeiras aos alunos, além de ser

prazeroso para as crianças, auxilia significativamente no processo de aprendizagem

e socialização.

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2. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO E

APRENDIZAGEM.

Estudos realizados sobre a história da infância nos mostram que a criança vê

o mundo através dos brinquedos. Através da história da infância vemos que o jeito

de lidar, organizar, propor, respeitar e valorizar as brincadeiras demonstram o

entendimento que se tem de criança. (AMBROZIM, 2006, p.1)

Desta forma, a criança se expressa através da ludicidade, que é definida,

segundo ALMEIDA (1994) como “algo natural na criança e por não ser uma

atividade sistematizada e estruturada, acaba sendo a própria expressão de vida da

criança.”

Rizzi e Haydt, 1987, p.14 afirmam que: “O brincar corresponde a um impulso

da criança, e este sentido, satisfaz uma necessidade interior, pois, o ser humano

apresenta uma tendência lúdica.”

Certamente, as brincadeiras renovam a cultura infantil, desenvolvendo formas

de convivência social, modificando-se e recebendo novos e diferentes conteúdos, se

modificando a cada geração. É através do ato de brincar e de repetir as brincadeiras

que as crianças saboreiam a aquisição de um novo saber fazer, e o passa a

incorporar a cada ato de brincar.

É nestes momentos de brincadeiras que as crianças se desenvolvem física,

emocional, cognitiva e socialmente. O lúdico é uma das principais formas da criança

se relacionar e conhecer o outro e o mundo, sendo uma forma de proporcionar

prazer o que é de grande importância para o seu desenvolvimento, pois, é através

das brincadeiras que as crianças imitam, representam papéis, comunicam-se e

desenvolvem a atenção e a imaginação. O brincar é uma forma de linguagem que a

criança usa para compreender e interagir consigo, com o outro, com o mundo.

(KAERCHER; CRAIDY, 2001, p. 104)

"Brincar é fundamental na infância por ser uma das linguagens expressivas do

ser humano. Proporciona a comunicação, a descoberta do mundo, a socialização e

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o desenvolvimento integral". FRIEDMANN apud AZAREDO, 2011, acesso em

29/05/2012

É pelo jogo e pelo brinquedo que a criança começa a se constituir como

sujeito e passando a se organizar. A criança parte primeiro das brincadeiras com o

corpo para depois, aos poucos, ir diferenciando os objetos ao redor. É pelas

brincadeiras que as crianças pequenas começam a experimentar e a fazer

interações com os objetos e com as pessoas ao seu redor.

De acordo com Adriana Friedmann, o "brincar" é composto por vários

elementos: uma estrutura (começo, meio e fim), os meios (como brincar), os fins (por

que brincar), o conteúdo (a temática da brincadeira), as regras, o espaço, o tempo,

os brinquedos, os parceiros e um comportamento lúdico (ações e reações daqueles

que brincam). (AZAREDO, 2011, acesso em 29/05/2012) A mesma autora ainda

afirma que

Historicamente o homem sempre brincou, através dos diversos povos e culturas e no decorrer da história, sem distinção, nas ruas, praças, feiras, rios, praias, campos. Mas, ao longo do tempo, as formas de brincar, os espaços e tempos de brincar, os objetos de brincar e os brincantes foram se transformando.

À medida que a criança cresce e amplia suas experiências as brincadeiras

vão tomando uma dimensão mais socializadora, onde os participantes possuem uma

atividade em comum e aprendem a coexistência com o que lhes possibilita aprender

como por exemplo partilhar os brinquedos e lidar com o respeito.

Aos poucos, os jogos e as brincadeiras vão possibilitando a experiência de

buscar coerência e lógica nas suas ações. Elas passam a pensar sobre os fatos,

não só para que os outros a compreendam, mas também para que continuem

participando das atividades lúdicas. (BATESON apud BROUGÈRE, 1995, p.98)

Então, pode se considerar que a brincadeira é um processo de relações

interindividuais, de cultura. Ela pressupõe uma aprendizagem social, aprende-se a

brincar, aprende-se a compreender, dominar e produzir uma situação específica,

diferente de outras situações. (BATESON apud BROUGÈRE, 1995, p.99)

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“A brincadeira só é possível se os seres que a ela se dedicam forem capazes

de um certo grau de metacomunicação, ou seja, se forem capazes de trocar sinais

que veiculem a mensagem: isto é uma brincadeira.” (BATESON apud BROUGÈRE,

1995, p.99).

De forma geral e precisa as brincadeiras supõem a capacidade de considerar

uma ação de maneira diferenciada, para que isso ocorra, é preciso que haja acordo

e compreensão de determinados sinais. Essa metacomunicação, na concepção do

mesmo autor acima, transforma os valores de certos atos, que passar a ter sentidos

diferentes daqueles que poderíamos supor à primeira vista.

É importante reforçar que os momentos de brincadeiras favorecem o

processo de socialização da criança. Ao brincar com o outro, ela tem a chance de

trocar experiências, dividir, criar vínculos e aprender a respeitar os outros e as

regras estabelecidas.Com isso, proporcionar momentos em que as crianças possam

brincar nas salas de aula é importante para seu desenvolvimento cognitivo, social e

emocional. Nos dias de hoje, o tempo e o espaço reservados para o brincar nas

escolas está cada vez menor. Isto pode ser comprovado pela nossa vivencia em

nosso trabalho, enquanto profissionais da educação.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI),

documento que possui objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os

profissionais que atuam com a educação infantil no Brasil, apresenta como um dos

princípios essenciais para que a criança possa exercer a cidadania de maneira plena

o direito ao brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e

comunicação infantil. “O Referencial (grifo do autor) pretende apontar metas de

qualidade que contribuam para que as crianças tenham um desenvolvimento integral

de suas identidades, capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos à infância

são reconhecidos” (BRASIL, 1998, p.8)

O Ministério da Educação (MEC) entende que, através das brincadeiras, o

professor tem a “oportunidade de não só observar o comportamento infantil, mas de

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conhecer a história de vida das crianças em conjunto e de cada uma em particular,

registrando seus hábitos, costumes, valores e crenças.” (PASCHOAL; ZAMBERIAN,

2005, p. 33)

Desta forma a brincadeira é uma atividade fundamental para o

desenvolvimento da criança. Ela ajuda na construção de sua identidade, autonomia,

criatividade e relações sociais, por meio da interação, representação de papéis e

experimentação de regras. Brincar e aprender são atividades intimamente

relacionadas.

“No ato de brincar ocorrem trocas, as crianças convivem com suas diferenças,

se dá o desenvolvimento da imaginação e da linguagem, da compreensão e a

apropriação de conhecimentos e sentimentos, do exercício da iniciativa e da

decisão.” (ABRAMOWICZ; WAVSKOP, 1995, p. 59).

Os jogos e as brincadeiras, como já dito, são de extrema importância para o

processo de ensino e aprendizagem, e também no processo de socialização, mas,

não podem ser deixados de lado nas práticas educativas, pois são partes

importantes e significativas do processo de desenvolvimento infantil. A idade pré

escolar constitui um período importante para a aquisição de repertórios

considerados básicos para futuras aquisições acadêmicas. Muitas dessas

habilidades podem ser formadas através do contexto dos jogos.

De acordo com MIRANDA (apud PASCHOAL; ZAMBERIAN, 2005, p. 48) a

escola dos dias de hoje não é considerada uma instituição social que possibilita o

contato com o conhecimento tanto individual quanto coletivo. O espaço escolar pode

ser o local privilegiado para as vivências socializadoras promovidas pelas

brincadeiras. As atividades com jogos promovem o desenvolvimento das dimensões

socializadoras, levando o aluno ao sucesso acadêmico. É importante, portanto, que

o lúdico seja introduzido na prática educativa, para que a aprendizagem ocorra de

maneira prazerosa e diferenciada.

O lúdico, dentro e fora da sala de aula, é um meio de possibilitar aos alunos

uma condição motivadora e agradável ao desenvolvimento de habilidades

cognitivas, psicolinguísticas e sócio afetivas. Através das brincadeiras e dos jogos a

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criança experimenta, descobre, imagina, cria e aprende, transformando o mundo ao

seu redor.

Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando entender regras e conseguir uma participação satisfatória. No jogo, a lei não deriva do poder ou da autoridade, mas das regras, portanto, do jogo em si.(CUNHA apud PASCHOAL; ZAMBERIAN, 2005, p.52)

Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), a criança deve percorrer todas

as etapas de desenvolvimento humano, e a ludicidade é fundamental para isso. Nas

brincadeiras a criança passa a fazer comparações, análises, cálculos, classificações

e deduções, que ajudam e são fundamentais para o crescimento e a aprendizagem.

Pelo fato de simular relações sociais, o brinquedo possui um papel de grande

importância no desenvolvimento das crianças. Quando brinca, a criança constrói

conceitos a partir do que já foi vivido por ela.

Os brinquedos de faz de conta funcionam como elementos introdutórios e de apoio à fantasia; facilitam o processo de simbolização e propiciam experiências que além de aumentarem o repertório de conhecimento da criança, favorecem a compreensão de atribuições e papéis. Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando entender regras e conseguir uma participação satisfatória. (CUNHA apud PASCHOAL; ZAMBERIAN, 2005, p.52)

Até pouco tempo atrás o brincar era considerado algo sem importância no

processo de aprendizagem e de desenvolvimento. Foi através da realização de

estudos que se desenvolveram por inúmeros e renomados teóricos neste campo

que o ato de brincar passou a ser valorizado como algo fundamental ao

desenvolvimento da criança e que faz parte da natureza humana.

Ao brincar, as crianças exploram e refletem sobre a realidade, a cultura na qual vivem incorporando e, ao mesmo tempo, questionando regras e papéis sociais. Podemos dizer que nas brincadeiras as crianças podem ultrapassar a realidade, transformando-a através da imaginação. Pela brincadeira expressam o que teriam dificuldades de colocar em palavras. (BELONI, 2005, p.4).

Ao brincar, as crianças passam a construir diferentes conceitos. Sua

imaginação passa a ser reproduzida através da brincadeira, fazendo com que ela

vivencie esse momento como se fosse sua realidade.

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A brincadeira realizada na escola é diferente daquela que acontece em

outros locais. Normalmente, as brincadeiras e os jogos têm uma função, uma

intenção, que são determinadas, dependem de onde acontecem. As brincadeiras

ocorridas na escola devem estar de acordo com o objetivo central do momento, seja

para a alfabetização, seja para a socialização, ou com quaisquer outros fins

educativos, até mesmo o ‘brincar por brincar’. “A escola é primordial quando envolve

atividades lúdicas no processo de ensino, pois atribui outros valores às brincadeiras,

mostra outros caminhos e outras possibilidades de “pensar” sobre o brinquedo”

(KAHL, 2008, p.2)

A ideia de brincar e de brincadeira deve ser pensada como uma qualidade

da relação que um indivíduo estabelece com os objetos do mundo externo. Trata-se

da “precariedade inerente ao brincar”. A brincadeira é uma atividade à qual o sujeito

se entrega, deixando-se levar pela própria “precariedade da brincadeira que consiste

em estar a meio caminho entre a magia e a realidade.” (ROSA, Sanny S. 1998, p.58)

Assim, o brincar da criança inclui também o modo como um adulto pode se

relacionar com os objetos de seu interesse. O brincar deve ser tratado como

“possibilidade de abertura de um campo onde os aspectos da subjetividade se

encontram com os elementos da realidade externa para possibilitar uma experiência

criativa com o conhecimento.” (ROSA, Sanny S. 1998, p.21)

O valor da brincadeira como atividade pedagógica específica (jogos

simbólicos ou de regras) foi considerado, há muito tempo, como uma interessante e

produtiva estratégia de ensino. A escola é um lugar onde também se pode brincar,

porém, muitos professores não se permitem brincar. Muitos pensam que a

“desordem” própria das brincadeiras se opõe à “ordem” necessária ao aprender e

ensinar.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) propõe

que os jogos e brincadeiras sejam priorizados nos conteúdos trabalhados, nas áreas

de conhecimento. As brincadeiras podem ser planejadas de acordo com os eixos

trabalhados, levando em consideração os conhecimentos prévios das crianças.

Segundo BRENELLI apud PASCHOAL; ZAMBERLAN, 2005:

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O jogo é considerado um recurso valioso para estimular a atividade construtiva da criança. Desta maneira, a utilização de jogos no contexto escolar é viável para despertar o interesse e a motivação por parte da criança na construção de novas aprendizagens.

Segundo a autora, utilizar jogos como uma estratégia de intervenção

pedagógica é interessante, especialmente para as crianças que apresentam

dificuldades na aprendizagem. O principal objetivo da intervenção é o de possibilitar

trocas que desafiem o “raciocínio de um sujeito que é construtor de seu próprio

saber”.

“A construção de jogos didático-pedagógicos, além de ser uma opção

divertida e instrutiva para os alunos entrarem em contato com o objeto de estudo,

facilita o trabalho do educador, possibilitando-lhe maneiras de trabalhar em sala e de

atingir todos os alunos.” (KAHL, 2008, p. 1)

A brincadeira auxilia no processo de aprendizagem e deixa de ser uma prática

que deve ser exercida somente na educação infantil, podendo ser utilizada durante

todos os níveis de ensino. Podemos dizer que a utilização do lúdico na escola, como

recurso pedagógico, é muito rico, pois, o brinquedo desperta interesse e curiosidade,

aspectos que contribuem na aprendizagem. Através das brincadeiras exploramos a

criatividade, os movimentos, o cumprimento de regras, a solidariedade, o ‘saber

perder’, o desenvolvimento cultural e a assimilação de novos conhecimentos.

Os jogos e as atividades lúdicas deixam os conteúdos mais divertidos e

prazerosos, mais fáceis de serem entendidos, pois lidam co situações cotidianas dos

alunos. As crianças sentem vontade de buscar, de aprender e de entender o que o

professor está transmitindo. Citaremos a seguir algumas brincadeiras indicadas para

cada faixa etária: (AZAREDO, 2011, acesso em 29/05/2012)

De zero a três anos: Nesta faixa etária, as crianças gostam de levar os

objetos à boca, se interessam por objetos e brinquedos coloridos e que produzem

sons. Jogos de encaixe, jogos pedagógicos que desenvolvam a coordenação

motora, instrumentos musicais, bonecas, bolas e brincadeiras em parques e pátios

são aconselháveis para as crianças. Nesta idade, o desenvolvimento da

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coordenação motora, da lateralidade e dos movimentos é importante, por isso,

devemos dar prioridade para brincadeiras ao ar livre como correr, pular, saltar, subir

e descer.

De três a sete anos: Jogos com regras (jogo da memória, dominó) já podem

começar a fazer parte da rotina das crianças aos três anos. Conforme a idade

indica-se introduzir jogos que estimulem a alfabetização e o raciocino lógico

matemático (bingo, bingo de letras, ludo, damas). Brincadeiras que desenvolvam a

coordenação motora são importantes para as crianças. Bolas, bonecas e carrinhos

são brinquedos que estimulam a coordenação e a imaginação da criança. Aos três

anos, o faz de conta começa a se fazer presente na brincadeira das crianças.

De sete a dez anos: Jogos de tabuleiros e jogos pedagógicos que ajudam na

assimilação e na aprendizagem de conteúdos ajudam no desenvolvimento das

crianças. Esportes em geral também devem fazer parte da vida das crianças, pois

ajudam na concentração, no respeito às regras e ao próximo, além de ser uma

prática saudável. As brincadeiras de faz de conta com bonecas, carrinhos e outros

brinquedos também estão presentes nessa faixa etária.

De dez a doze anos: Jogos de tabuleiros e jogos pedagógicos são

importantes para o desenvolvimento de habilidades e para o aprendizado de

conteúdos. Esportes em geral devem ser praticados, pois auxiliam o crescimento

dentro e fora da sala de aula.

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3. O LÚDICO NO ENSINO FUNDAMENTAL: APRENDENDO COM OS JOGOS

Ao contrário do que se pensa a relevância do lúdico não se restringe somente

à Educação Infantil. Quando pequenas, as crianças estão aprendendo a brincar,

conhecendo os objetos, seus limites e possibilidades, estão começando a se

socializar, conhecendo o outro e lidando com as diferenças, estão aprendendo a

respeitar regras e a dividir com os outros.

Quando crescem, as brincadeiras não deixam de ter valor na vida das

crianças, elas continuam aprendendo e se desenvolvendo com jogos e brincadeiras,

esse momento ainda é prazeroso, e continua sendo mesmo na fase adulta.

Um grande erro das escolas é deixar de lado a ludicidade quando se chega

ao ensino fundamental. Toda a criança, independente da idade precisa brincar.

Brincando ela desenvolve a coordenação motora, convive com outros da mesma

faixa etária ou de faixa etária diferentes, ampliando sua socialização, aprende a

respeitar regras, conhece mais sobre a cultura do local onde vive e de outros

lugares, aprende a respeitar o próximo, reproduz vivências cotidianas e tudo isso é

válido em qualquer idade, faz parte do crescimento do ser humano.

O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser visto como uma forma de o

educador importantes momentos de aprendizagem aos alunos em vários aspectos.

O educador, através do lúdico, desenvolve nas crianças novas habilidades e

potencialidades criativas.

A atividade lúdica se caracteriza por uma articulação muito frouxa entre o fim e os meios. Isso não quer dizer que as crianças não tendam a um objetivo quando jogam e que não executem certos meios para atingi-lo, mas é frequente que modifiquem seus objetivos durante o percurso para se adaptar a novos meios ou vice-versa [...], portanto, o jogo não é somente um meio de exploração, mas também de invenção (BROUGÈRE apud SANTOS, 2010, p. 2).

Os jogos no ensino fundamental passam a ter também o objetivo de ajudar no

processo de aprendizagem de conteúdos, principalmente para as crianças que

possuem alguma dificuldade de aprendizagem. Os jogos nos dão informações sobre

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como a criança pensa e nos ajudam a criar meios de solucionar possíveis problemas

que o aluno possa apresentar.

Quando joga, a criança deve pensar e agir de maneira consciente e essa

atitude ela leva para outros âmbitos como, por exemplo, a realização de tarefas

escolares.

Sabe-se que certas atitudes como ser atento, organizado e coordenar diferentes pontos de vista são fundamentais para obter um bom desempenho ao jogar e também podem favorecer a aprendizagem na medida em que a criança passa a ser mais participativa, cooperativa e melhor observadora. Além disso, a ação de jogar exige, por exemplo, realizar interpretações, classificar e operar informações, aspectos que tem uma relação direta com as demandas relativas às situações escolares. (COLL, apud MACEDO; PETTY; PASSOS, 2000, p. 14)

No jogo e na brincadeira, o confronto com diferentes pontos de vista está

sempre presente e este é um aspecto fundamental para o desenvolvimento lógico.

Isso torna o jogo um momento rico para o estímulo da vida social e para a atividade

construtiva da criança. Os jogos oferecem oportunidades para os alunos vivenciarem

situações problemas e permitem o desenvolvimento da lógica e do raciocínio.

“Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa e

interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras do jogo e

ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a

convivência em grupo.” (FRIEDMAN apud SANTOS, 2000, p. 3)

Oferecendo jogos às crianças, o educador estará fazendo com que ela sinta

vontade de pensar. O aluno pode não se interessar por determinada disciplina ou

conteúdo, mas, a partir de atividades lúdicas, o educador pode reverter esse quadro.

A preparação da criança para a escola passa pelo desenvolvimento de competências emocionais – inteligência emocional – designadamente confiança, curiosidade, intencionalidade, autocontrole, capacidades de relacionamento, de comunicação e de cooperação. (GOLEMAN, apud SANTOS, 2000, p. 4)

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O desafio que as situações de jogos e brincadeiras oferecem às crianças

provoca o pensamento das mesmas e as leva a alcançarem outros níveis de

desenvolvimento. A criança se esforça, age, descobre e realiza, sentindo-se capaz

de aprender e confiante em si mesma. (SOUZA, 2002, p. 46)

A brincadeira faz parte da vida social da criança e precisam ser mais

consideradas nas escolas, levando em conta sua importância.

...no brinquedo existe necessariamente participação e engajamento, o brinquedo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade de engajar- se, de manter-se ativo e participante. A criança que brinca bastante será um adulto trabalhador. A criança que sempre participou de jogos e brincadeiras grupais saberá trabalhar em grupo; por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá também respeitar as normas grupais e sociais. É brincando bastante que a criança vai aprendendo a ser um adulto consciente, capaz de participar e engajar-se na vida de sua comunidade. (CUNHA apud SOUZA, 2002, p. 46)

É pela brincadeira que a criança passa a construir suas aprendizagens. Os

jogos são uma parte desta atividade da criança. Eles, por sua estrutura, representam

situações onde a criança tem que enfrentar limites, tanto das regras estabelecidas

quanto seus próprios limites, para que consiga seus objetivos. Eles também

permitem que as crianças criem e modifiquem as regras, entrando em acordo com

os outros jogadores, o que propicia o desenvolvimento de sua autonomia moral.

(BERTOLDI, 2003, acesso em 05/06/2012)

Os jogos possibilitam à criança aprender de forma prazerosa, num contexto desvinculado da situação de aprendizagem formal. [...] Através da aprendizagem do próprio jogo, do domínio das habilidades e raciocínios utilizados, a criança tem a possibilidade de redimensionar sua relação com as situações de aprendizagem, com seu desejo de buscar novos conhecimentos. Tem também a oportunidade de lidar com a frustração do não saber, com a alternância entre vitórias e derrotas. Estas mudanças na percepção de si mesmo e do objeto de conhecimento podem ser estendidas às situações de aprendizagem formal, na medida em que se restabelecem o desejo e a confiança da criança na sua capacidade de aprender. (BERTOLDI, 2003, acesso em 05/06/2012)

A escolha dos jogos pode ser definida pelas dificuldades específicas de cada

criança, e é neste momento que os educadores podem lidar com as mesmas.

Existem jogos que trabalham a linguagem, outros trabalham com números ou trazem

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informações sobre diversos temas. A variedade de jogos que exigem estratégia,

domínio espacial, verificação de hipóteses, tomadas de decisões é enorme.

Os jogos e as brincadeiras devem ser escolhidos pelos educadores levando

em consideração as habilidades das crianças, portanto, é importante que se observe

se há a necessidade de jogos desenvolvidos para determinada criança em especial.

Porém, na grande maioria dos casos, basta somente ter a preocupação de escolher

os melhores recursos, adaptando as regras e as formas de utilização.

A criança que tem seus primeiros contatos com a aprendizagem de forma lúdica, provavelmente vai ter a chance de desenvolver um vínculo mais positivo com a educação formal, vai estar mais fortalecida para lidar com os medos e frustrações inerentes ao processo de aprender. Mas, para que os jogos cumpram seu papel dentro da escola, o professor deve realizar as intervenções necessárias para fazer deste jogo uma aprendizagem. (BERTOLDI, 2003, acesso em 05/06/2012)

Os jogos são ótimas ferramentas para nos ajudar a entender como o aluno

pensa, e o momento dos jogos é favorável para a criação de situações que

apresentam problemas que devem ser solucionados, fazendo com que a criança

coloque seu pensamento em prática.

O aluno, ao jogar, deve ter uma atuação o mais consciente e intencional

possível, produzindo assim, um resultado favorável, ou então, que ele aprenda a

analisar os diferentes aspectos que o levaram a não atingir tal resultado. (LEPRE,

2007, acesso em 06/06/2012)

O ato de brincar e de jogar torna a criança capaz de pensar, imaginar,

interpretar e criar. Isso proporciona na criança uma maior autonomia, iniciativa,

desenvolve a concentração e análise crítica para levantar hipóteses acerca dos

fatos. “O jogo pode ser visto como o resultado de um sistema linguístico que

funciona dentro de um contexto social, com um conjunto de regras e um objeto.”

(LUNA, 2012, acesso em 07/06/2012)

Por meio do lúdico, a criança passa a formar diferentes conceitos, selecionar

ideias, faz relações lógicas e também se socializa.

O lúdico proporciona compreender os limites e as possibilidades da assimilação de novos conhecimentos pela criança, visto que,

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mediante o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem, o indivíduo conhece e interpreta os fenômenos à sua volta, trabalhando com os limites existentes entre o imaginário e o concreto. (LUNA, 2012, acesso em 07/06/2012)

As atividades lúdicas trazem consigo um interesse próprio do indivíduo, que

deposita suas energias para cumprir com o objetivo proposto. Elas promovem a

espontaneidade, fazendo com que a criança sinta-se à vontade para explorar o

ambiente e enfrentar os desafios para alcançar os resultados. A partir disto, o

educador pode perceber as diferenças entre os alunos ativos, participativos e

confiantes e aqueles que possuem receio em arriscar por medo de errarem. O

educador deve ter claros os objetivos em relação ao desenvolvimento e à

aprendizagem.

MORATORI apud LUNA, 2012, acesso em 07/06/2012 coloca que o professor

deve “propor as regras, mas permitir que os alunos criem os limites a fim de motivá-

los quanto à agilidade, iniciativa e autonomia.”

Para tanto, o educador deve repensar sua prática pedagógica, visando inserir atitudes que prezem pela reconstrução do pensamento e da maneira de perceber e compreender o conhecimento, cabendo ao profissional, o compromisso de modificação e transformação por meio da interação com os alunos. A partir do momento que a escola valoriza as atividades lúdicas, auxilia na criação de um bom conceito de mundo, em que a afetividade é acolhida, a criatividade estimulada e os direitos dos indivíduos respeitados. (LUNA, 2012, acesso em 07/06/2012)

O jogo desenvolve na criança a observação, a capacidade analítica, lógica,

criativa e intelectual. Com os jogos os educadores conseguem fazer diagnósticos

importantes sobre os alunos. Os professores devem assumir o papel de

facilitadores, para promoverem a habilidade de pensar e aprender por meio da

atividade lúdica.

O lúdico auxilia o professor a diagnosticar dificuldades de aprendizagem e

também de socialização. Com isso, o educador tem a oportunidade de utilizar os

jogos para ajudar os alunos a entenderem e respeitarem as regras, a respeitar o

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outro jogador e a conviver em grupo. Com relação ás dificuldades de aprendizagem,

os jogos ajudam o educador a intervir no problema da criança de maneira que ela

consiga desenvolver seu raciocínio.

Segundo MELO apud LUNA, 2012, acesso em 07/06/2012 o lúdico é uma

ferramenta pedagógica que estimula o desenvolvimento do raciocínio numérico,

verbal, abstrato e visual, além de estimular o respeito às pessoas. As brincadeiras

devem fazer parte do contexto escolar, pois desencadeiam prazer, satisfação e

interesse.

Para que ocorra a aprendizagem, nota-se necessário estimular o interesse do

educando.

Ainda de acordo com MELO apud LUNA, 2012, acesso em 07/06/2012 o

lúdico auxilia na aprendizagem na medida em que desenvolve os aspectos pessoais,

sociais e culturais, facilitando na construção do conhecimento. Através da

brincadeira, a criança passa a se adequar à realidade, atribuindo significado a

mesma.

As atividades lúdicas resgatam o gosto pelo aprender, pois ocasionam momentos de afetividade entre o indivíduo e o aprender, tornando a aprendizagem formal mais prazerosa. O lúdico permite a exploração do indivíduo entre seu corpo e espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidade e cria condições mentais para resolver problemáticas mais complexas (TEZANI apud LUNA, 2012, acesso em 07/06/2012)

A ludicidade é uma forma de conhecimento do mundo e de si mesmo,

contribui para o desenvolvimento cognitivo e afetivo, auxiliando na tomada de

decisões, na criatividade e no raciocínio. (PEDROZA apud LUNA, 2012, acesso em

07/06/2012) Os alunos devem ser estimulados a se tornarem criativos, pensantes,

críticos e motivados a enfrentar desafios. Essas características podem ser

alcançadas através da ludicidade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ludicidade é muito importante na vida das crianças. Ela deve ser valorizada

em todas as fases da infância, pois contribui para o desenvolvimento global de toda

criança. Nas escolas, o espaço para os jogos e brincadeiras deve ter seu valor tanto

na educação infantil quanto no ensino fundamental.

As brincadeiras proporcionam momentos de prazer, desenvolvimento e

aprendizagem nas crianças de todas as faixas etárias. Através delas a criança

aprende a conviver socialmente, respeitando o outro e as regras impostas, estimula

sua imaginação e criatividade, reproduz vivências, cria e transforma o mundo à sua

volta. Esse momento de prazer que a ludicidade proporciona para as crianças não

pode ser deixado de lado em nenhuma fase da infância, para cada faixa etária, a

brincadeira representa um desenvolvimento tanto social quanto cognitivo.

A utilização de jogos e brincadeiras no processo de ensino aprendizagem de

crianças do ensino fundamental é de grande importância para o desenvolvimento

social, emocional e intelectual dos alunos. Jogando, a criança é capaz de ir além de

seus próprios limites e dificuldades.

As situações problemas contidas nos jogos, faz com que o aluno cresça, pois

procura diferentes soluções e alternativas para os problemas propostos pelo jogo ou

pela brincadeira. Além disso, o aluno melhora sua concentração, atenção,

imaginação, seu raciocínio lógico, a aceitação de regras e a sua socialização. Como

consequência de tudo isso, o aluno fica mais calmo em sala de aula, aprende a

pensar antes de agir, estimulando, dessa forma, sua inteligência. A ludicidade

proporciona uma aprendizagem prazerosa para as crianças, deixando de lado a

monotonia das salas de aula.

Os jogos e as brincadeiras também têm a sua importância para os

educadores. Por meio deles é possível perceber como a criança pensa e age frente

a determinadas situações problemas. Com isso, é possível intervir nos casos de

crianças que possuem dificuldades de aprendizagem e até mesmo de socialização.

O jogo dá suporte para que o educador encontre as soluções que precisa para

determinados casos específicos.

Os educadores tem a oportunidade de utilizar os jogos com os alunos que

possuem dificuldades de socialização para que eles aprendam a respeitar as regras

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impostas, a obedecer as ordens do jogo, a respeitar os outros jogadores e também

para que eles melhorem sua comunicação com o restante do grupo.

As crianças que possuem dificuldades de aprendizagem devem utilizar os

jogos para melhorarem sua concentração, seu raciocínio lógico, sua atenção e para

aprenderem, de forma prazerosa, como encontrar as soluções para os desafios e

problemas encontrados.

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