ESPECIAL TECNOLOGIA: CADA PESSOA, UM COMPUTADOR - 14/08/2013

6
Especial Tecnologia Cada pessoa, UM COMPUTADOR. Pesquisa revela que em 2016 haverá um computador para cada brasileiro. Conheça também as principais tecnologias que estão revolucionando as empresas, trazendo agilidade, confiabilidade e redução de custos Marcos Mendes/Luz Meirelles: continua chamando a atenção a maturidade do processo de informatização e estabilidade dos principais indicadores. Carlos Ossamu Jornal do empreendedor São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2013 118 milhões é o número de micros que estão em operação no Brasil, o que significa dizer que há 3 computadores para cada 5 habitantes. V irou uma tradição. Todos os anos, há 24 anos consecutivos, o professor Fernando Meierelles, da Escola de Admi- nistração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Var- gas (FGV-EAESP), convoca a imprensa para divulgar a Pes- quisa Anual do Uso de TI, um amplo retrato do uso da Tecno- logia da Informação nas empre- sas. "Entre os destaques desta edição, a nossa previsão é que até 2016 vamos ter um compu- tador por habitante – estamos considerando tablet como um computador, ao contrário de outras pesquisas, então, as vendas de computadores não estão caindo", afirma Meirelles. Segundo ele, as empresas es- tão investindo 7,2% da receita em TI, um crescimento de 0,2% em comparação ao ano passa- do. "Parece pouco, mas é muito significativo, pois o valor tripli- cou nos últimos 18 anos", ob- serva. "Continua chamando a atenção a maturidade do pro- cesso de informatização e a es- tabilidade dos principais indica- dores. Em suma, a pesquisa mostra um crescimento, positi- vo e consistente". Inteligência analítica Segundo dados da pesqui- sa, hoje existem 118 milhões de microcomputadores em uso no Brasil (corporativo e doméstico), ou 60% per capi- ta, o que significa dizer que es- tão em operação 3 computa- dores para cada 5 habitantes – este número dobrou em qua- tro anos. Para 2013, as estima- tivas apontam vendas de 22,6 milhões de unidades, o equi- valente a um computador vendido a cada segundo. Um indicativo da maturidade do uso de TI em uma empresa está no uso dos Sistemas Inte- grados de Gestão Empresarial, conhecido pela sigla ERP (En- terprise Resource Planning). Eles integram todos os dados e processos de uma organização em um único sistema. Dessa forma, os diversos sistemas de- partamentais (financeiro, con- tabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras etc) estão integrados e conversam entre si, evitando trabalhos manuais, retraba- lhos e agilizando os processos. De acordo com levantamen- to da FGV-EAESP, as fabrican- tes TOTVS, SAP e Oracle detêm 81% do mercado de ERPs. A TOTVS lidera com 52% das em- presas menores e a SAP fica com 51% das maiores. "A pes- quisa não entra neste mérito, mas o que eu percebo é que as empresas, principalmente as de menor porte, não usam 10% do potencial dos ERPs, que são vendidos em forma de pacotes – ou se compra tudo, ou não se tem nada, e muitas vezes a em- presa precisa apenas da ponta desse iceberg", comenta. Fazendo um paralelo com o que ocorre com o usuário do- méstico, muitas vezes ele pre- cisa apenas do processador de textos Word para escrever textos simples, mas o progra- ma oferece muito mais recur- sos e permite edições mais complexas. Além disso, o Word faz parte do pacote Offi- ce, com planilha eletrônica Ex- cel e o programa de apresen- tação PowerPoint. A implementação de um ERP é importante para as em- presas, pois com a integra- ção dos vários sistemas de- partamentais, é possível de- senvolver uma inteligência analítica, com o uso de Busi- ness Intelligence (BI), Custo- mer Relationship Manage- ment (CRM), Data Warehou- se e outros sistemas. Com o BI, um varejista, por exem- plo, pode efetuar cruzamen- tos de dados e saber qual o melhor dia para fazer uma promoção ou a relação entre as condições meteorológica e a venda de produtos. Com o CRM, é possível ter todo o his- tórico dos clientes – o que comprou, quando e em que quantidade, o seu perfil e os contatos que fez. Neste seg- mento de inteligência analíti- ca, a pesquisa da FGV-EAESP revela que a SAP detém a li- derança, com 22%; seguida da Oracle, com 19%; a TOTVS, com 16%; a Dyma- mic, com 11%; IBM, com 10%; e outros, com 22%. Primo rico Segundo conta Meirelles, o setor financeiro é quem mais in- veste em tecnologia. De acordo com dados da Febraban, no ano passado os bancos investiram R$ 20,1 bilhões em TI, um cres- cimento de 9,5%. "Os investi- mentos nesta área são altos porque os produtos bancários e o marketing estão muito liga- dos à tecnologia, seja mobile banking (acesso ao banco via celular ou tablet), ou extrato online", observa o professor. Em sua opinião, ainda há uma parcela importante da popula- ção que não está bancarizada e fazem as operações pelos cor- respondentes bancários – pa- gam contas em lotéricas ou su- permercados, por exemplo. Isso pode abrir brechas para o surgimento de um fenômeno no mercado, que ele chama de "Google Bank" – assim como foi o caso do buscador Google, frente a uma oportunidade, al- gum novo player surge e cresce rapidamente no mercado. "Em alguns países, as operadoras de telefonia estão fazendo o pa- pel de banco (é o caso do Quê- nia): com o crédito do pré-pago, o usuário pode pagar o lanche da padaria ou comprar um jor- nal", comenta. Em sua opinião, os bancos brasileiros são muito conser- vadores, querem desenvolver tudo internamente e relutam em compartilhar recursos. "No aeroporto ou no shopping center há vários caixas eletrô- nicos de diversos bancos, mas justamente o seu tem uma fila enorme. Os bancos podiam compartilhar esses caixas e ofertar mais equipamentos aos clientes", diz. Arte Paulo Zilberman

description

Pesquisa revela que em 2016 haverá um computador para cada brasileiro. Conheça também as principais tecnologias que estão revolucionando as empresas, trazendo agilidade, confiabilidade e redução de custos.

Transcript of ESPECIAL TECNOLOGIA: CADA PESSOA, UM COMPUTADOR - 14/08/2013

Especial Tecnologia

Cada pessoa, UM COMPUTADOR.Pesquisa revela que em 2016 haverá um computador para cada brasileiro. Conheça também as principais tecnologias

que estão revolucionando as empresas, trazendo agilidade, confiabilidade e redução de custos

Marcos Mendes/Luz

Meirelles:continuachamando aatenção amaturidade doprocesso deinformatizaçãoe estabilidadedos principaisindicadores.

Carlos Ossamu

Jornal do empreendedor

São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2013

11 8 milhões é onúmero demicros queestão em operação no Brasil,

o que significa dizer que há3 computadores para cada

5 habitantes.

Virou uma tradição.Todos os anos, há 24anos consecutivos, oprofessor Fernando

Meierelles, da Escola de Admi-nistração de Empresas de SãoPaulo da Fundação Getúlio Var-gas (FGV-EAESP), convoca aimprensa para divulgar a Pes-quisa Anual do Uso de TI, umamplo retrato do uso da Tecno-logia da Informação nas empre-sas. "Entre os destaques destaedição, a nossa previsão é queaté 2016 vamos ter um compu-tador por habitante – estamosconsiderando tablet como umcomputador, ao contrário deoutras pesquisas, então, asvendas de computadores nãoestão caindo", afirma Meirelles.Segundo ele, as empresas es-tão investindo 7,2% da receitaem TI, um crescimento de 0,2%em comparação ao ano passa-do. "Parece pouco, mas é muitosignificativo, pois o valor tripli-

cou nos últimos 18 anos", ob-serva. "Continua chamando aatenção a maturidade do pro-cessode informatizaçãoe aes-tabilidade dos principais indica-dores. Em suma, a pesquisamostra um crescimento, positi-vo e consistente".

I nte l i g ê n c i aanalític a

Segundo dados da pesqui-sa, hoje existem 118 milhõesde microcomputadores emuso no Brasil (corporativo edoméstico), ou 60% per capi-ta, o que significa dizer que es-tão em operação 3 computa-dores para cada 5 habitantes –este número dobrou em qua-tro anos. Para 2013, as estima-tivas apontam vendas de 22,6milhões de unidades, o equi-valente a um computadorvendido a cada segundo.

Um indicativo da maturidade

do uso de TI em uma empresaestá no uso dos Sistemas Inte-grados de Gestão Empresarial,conhecido pela sigla ERP (En-terprise Resource Planning).Eles integram todos os dados eprocessos de uma organizaçãoem um único sistema. Dessaforma, os diversos sistemas de-partamentais (financeiro, con-tabilidade, recursos humanos,fabricação, marketing, vendas,compras etc) estão integradose conversam entre si, evitandotrabalhos manuais, retraba-lhos e agilizando os processos.

De acordo com levantamen-to da FGV-EAESP, as fabrican-tes TOTVS, SAP e Oracle detêm81% do mercado de ERPs. ATOTVS lidera com 52% das em-presas menores e a SAP ficacom 51% das maiores. "A pes-quisa não entra neste mérito,mas o que eu percebo é que asempresas, principalmente asde menor porte, não usam 10%

do potencial dos ERPs, que sãovendidos em forma de pacotes– ou se compra tudo, ou não setem nada, e muitas vezes a em-presa precisa apenas da pontadesse iceberg", comenta.

Fazendo um paralelo com oque ocorre com o usuário do-méstico, muitas vezes ele pre-cisa apenas do processador detextos Word para escrevertextos simples, mas o progra-ma oferece muito mais recur-sos e permite edições maiscomplexas. Além disso, oWord faz parte do pacote Offi-ce, com planilha eletrônica Ex-cel e o programa de apresen-tação PowerPoint.

A implementação de umERP é importante para as em-presas, pois com a integra-ção dos vários sistemas de-partamentais, é possível de-senvolver uma inteligênciaanalítica, com o uso de Busi-ness Intelligence (BI), Custo-mer Relationship Manage-ment (CRM), Data Warehou-se e outros sistemas. Com oBI, um varejista, por exem-plo, pode efetuar cruzamen-tos de dados e saber qual omelhor dia para fazer umapromoção ou a relação entreas condições meteorológicae a venda de produtos. Com oCRM, é possível ter todo o his-tórico dos clientes – o quecomprou, quando e em quequantidade, o seu perfil e oscontatos que fez. Neste seg-mento de inteligência analíti-ca, a pesquisa da FGV-EAESPrevela que a SAP detém a li-derança, com 22%; seguidad a O r a c l e , c o m 1 9 % ; a

TOTVS, com 16%; a Dyma-mic , com 11%; IBM, com10%; e outros, com 22%.

Pr imor ico

Segundo conta Meirelles, osetor financeiro é quem mais in-veste em tecnologia. De acordocom dados da Febraban, no anopassado os bancos investiramR$ 20,1 bilhões em TI, um cres-cimento de 9,5%. "Os investi-mentos nesta área são altosporque os produtos bancários eo marketing estão muito liga-dos à tecnologia, seja mobilebanking (acesso ao banco viacelular ou tablet), ou extratoonline", observa o professor.Em sua opinião, ainda há umaparcela importante da popula-ção que não está bancarizada efazem as operações pelos cor-respondentes bancários – pa-gam contas em lotéricas ou su-permercados, por exemplo.

Isso pode abrir brechas parao surgimento de um fenômenono mercado, que ele chama de"Google Bank" – assim como foio caso do buscador Google,frente a uma oportunidade, al-gum novo player surge e crescerapidamente no mercado. "Emalguns países, as operadorasde telefonia estão fazendo o pa-pel de banco (é o caso do Quê-nia): com o crédito do pré-pago,o usuário pode pagar o lancheda padaria ou comprar um jor-nal", comenta.

Em sua opinião, os bancosbrasileiros são muito conser-vadores, querem desenvolvertudo internamente e relutamem compartilhar recursos."No aeroporto ou no shoppingcenter há vários caixas eletrô-nicos de diversos bancos, masjustamente o seu tem uma filaenorme. Os bancos podiamcompartilhar esses caixas eofertar mais equipamentosaos clientes", diz.

Arte

Pau

lo Z

ilber

man

quarta-feira, 14 de agosto de 20132 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Um MERCADOde 60 bilhõesde dólares

O Brasil representa3% do mercado

mundial de TI e 49,1%do mercado daAmérica Latina.

Software e serviçoscresceram 26%.

SXC

Jorge Sukarie, da ABES

C o n c o r rê n c i adesleal

Com base na lei decombate àconcorrência desleal

em TI, o procurador geral doEstado do Tennessee (EUA),Victor Domen, anunciou quetomou medidas legais contraum fabricante de pneustailandês com suspeita deobter vantagem competitivasobre empresas locais aousar software pirata em seuparque tecnológico parareduzir custos.

Um acordo foi realizadoentre a BSA (BusinessSoftware Alliance) e aexportadora tailandesa,depois que as autoridadesnorte-americanas entraramcom recursos para protegerempregos, produção e aeconomia neste estado.

Nos últimos nove meses,quatro procuradores geraisde estados dos EUA tomarammedidas contra cincodiferentes empresasestrangeiras por praticaremações consideradas desleais.A procuradora deMassachusetts, MarthaCoakley, deflagrou oprimeiro caso de execuçãode concorrência desleal nosEUA, em outubro de 2012,multando uma empresatailandesa de frutos do marpor utilizar software pirataem suas operações,concorrendo de formadesleal com empresas depesca de Massachusetts. Aprocuradora mencionou queas companhias locais quecumprem a lei estavamgratas por seus concorrentesestrangeiros terem agoraque competir em pé deigualdade com eles. Elatambém chamou seu caso de"um tiro ouvido em todo omundo", explicando asignificativa atenção paraesta questão defornecedores estrangeirosque usam software pirata.

Em janeiro deste ano, aprocuradora geral daCalifórnia, Kamala Harris,anunciou que entrou comações judiciais contra doisfabricantes do setor têxtil evestuário de origem indiana echinesa, respectivamente.

Para Jorge Sukarie,presidente da ABES(Associação Brasileira dasEmpresas de Software),trata-se de um alerta sobreos os riscos de infringir asleis de concorrência desleale a principal lição a seraprendida com esses casosé a de que as exportadorasbrasileiras, seja de pequenoou grande porte, devematuar em conformidade de TIpara que concorramlegitimamente no mercadolocal e internacional.

Difícil é encontrar bons profissionais

Diretor de RedaçãoMoisés Rabinovici

E d i t o r- C h e feJosé Guilherme

Rodrigues Ferreira

Edição e reportagemCarlos Ossamu

D i ag r a m a ç ã oLino Fernandes

Ar tePaulo Zilberman

Gerente Executiva de PublicidadeSonia Oliveira

Telefone: [email protected]

De acordo com aAbes - AssociaçãoBrasileira das Em-presas de Softwa-

res, com dados da consultoriaIDC, o mercado brasileiro deTI, envolvendo hardware,software e serviços, cresceu10,8% em 2012 e movimen-tou US$ 60,2 bilhões. O seg-mento de hardware foi res-ponsável por US$ 35,30 bi-lhões, enquanto que software(licenciamento) participoucom US$ 9,48 bilhões e servi-ços (desenvolvimento, con-sultoria, implantação, suporteetc.), com US$ 15,44 bilhões.Levando em conta também oss e g m e n t o s d e T e l e c o m(US$ 109 bilhões), TI in House(US$ 54 bilhões ) e Outros Ser-viços (US$ 5,8 bilhões), o mer-cado total movimentou poucomais de US$ 229 bilhões noano passado. O Brasil repre-senta 3% do mercado mundialde TI e 49,1% do mercado daAmérica Latina. "Quandosoftware e serviços, que são ainteligência do sistema, fatu-ram menos do que o hardwa-re, isso demonstra um menorgrau de amadurecimento domercado", comenta Jorge Su-karie, presidente da Abes.

Segundo conta o executivo,a China ainda apresenta baixamaturidade em TI, apesar deser a segunda maior econo-mia do mundo e ter movimen-tado US$ 173 bilhões nestesegmento, já que 70% dessemontante foi em hardware."No Brasil, o setor de softwaree serviços vem crescendo eatingiu a marca de US$ 24,9 bi-lhões em 2012, o que repre-senta um crescimento de

26,7% em relação ao ano de2011", comenta Sukarie. A in-dústria brasileira de softwarese serviços de TI passou da 10ªpara a 7ª posição no rankinginternacional.

Para a Abes, apesar de nosúltimos anos o mercado estaraquecido, o setor de TI conti-nua frágil, predominantemen-te formado por micro e peque-nas empresas, e incentivadopelo crescimento da presençade capital internacional naspoucas grandes companhiasdo setor. De acordo com dadosda entidade, são 10.736 em-presas de softwares e serviçosno Bras i l . Desses , 5 .396(50,3%) atuam na área de dis-tribuição, 2.751 (25,6%) sãode serviços e 2.588 (24,1%)são da área de desenvolvi-mento. As micro e pequenasempresas são a ampla maio-ria, representando 93,4% dasempresas. As médias empre-sas (de 100 a 500 funcioná-rios) participam com 5,3% e asgrandes empresas (acima de500 funcionários), com 1,3%.

Tecnolo giasem ascensão

De acordo com as tendênciasapontadas pela pesquisa, apartir de 2013, 90% do merca-do de TI será direcionado paratecnologias Mobile, Social Busi-ness, Big Data e Cloud Services.Em 2012, estes segmentos re-presentaram apenas 22% dosinvestimentos em TI. Além dis-so, 80% dos esforços de com-petitividade serão focados nofomento de ofertas e capacita-ção das soluções para essasáreas. "Nos anos 80, a tecnolo-

gia predominante era o main-frame, uma computação cen-tralizada em equipamentos degrande porte; e em seguidaveio a arquitetura descentrali-zada cliente-servidor. Agora,com a internet, temos a chama-da 3ª Plataforma, que sãosmartphones e tablets, quepossibilitam aplicações mó-veis", explica Sukarie. Em suaopinião, aplicativos para plata-

mão de obra especializada. Deacordo com dados divulgadospela IDC, em março deste ano,existe atualmente no Brasiluma carência de cerca de 40mil profissionais de tecnolo-gia. Até 2015, esse númerodeve crescer para 117 mil va-gas abertas sem que os em-pregadores encontrem profis-sionais qual i f icados paraatendê-las. "Este é o grande

sas nacionais de softwares,principalmente o segmentode games. No mundo, a pirata-ria é responsável por prejuízosde US$ 63,5 bilhões, de acordocom a Abes. O índice de pirata-ria caiu de 56% em 2009 para53% em 2011, mas neste pe-ríodo, as perdas aumentaram27%, passando de US$ 2,2 bi-lhões para US$ 2,8 bilhões. Es-te índice está 8 pontos percen-tuais abaixo da média da Amé-rica Latina e 11% acima da mé-dia mundial. "Quanto maior omercado, maiores são as per-das. Nos EUA, a taxa de pirata-ria é de 19%, mas as perdassão de US$ 9,7 bilhões", expli-ca Sukarie. "Em 1988, quandoa Abes foi criada, a taxa de pi-rataria era de 91%", informa.

O executivo comenta que aatuação desenfreada do co-mércio de falsificação fez comque o CNCP - Conselho Nacio-nal de Combate à Pirataria, ór-gão ligado ao Ministério da Jus-tiça, visse a necessidade deter uma dimensão deste im-pacto no Brasil, com númerosmais exatos referentes ao cri-me, como principal ação parao novo Plano de Combate à Pi-rataria, anunciado no últimodia 15 de maio. Para tanto, fo-ram sugeridas diversas ativi-dades até 2016.

Como forma de apoiar o go-verno nesta iniciativa, a Abescriou a Campanha Empreen-dedor Legal (www.empreen-dedorlegal.org.br), com o ob-jetivo de conscientizar os em-presários brasileiros de todosos setores sobre o atraso eprejuízo que eles podem cau-sar ao seu segmento de atua-ção e à economia. ( C . O. )

229 bilhões dedólares foi om o nt a ntemovimentado pelo setor

em 2012, incluindo TI,Telecomunicações, TI in

House e Outros Serviços

formas móveis, principalmenteapps para celulares, são gran-des oportunidades para as em-presas nacionais. "As vendasde PCs estão caindo, enquantosobem as de smartphones e ta-blets. O Brasil tem 265 milhõesde celulares e vem crescendo ademanda por aplicativos nestesegmento", afirma.

Como em outros setores daeconomia, a indústr ia desoftwares e serviços carece de

desafio hoje do setor, que pre-cisará de ações conjuntas en-tre o governo, as escolas e asempresas. As empresas têm,cada vez mais, desenvolven-do e treinando a sua mão deobra", diz Sukarie.

Caça aosp i rat a s

Pirataria é um tema quesempre incomodou as empre-

Para trabalhar em umaempresa de tecnologianão é preciso, necessa-

riamente, ser um técnico edominar linguagens de pro-gramação. Para driblar a faltade mão de obra, a Compu-software, que atua no seg-mento de licenciamento desoftwares, sendo uma dasmaiores na plataforma Micro-soft, busca nas universidadesalunos de outros cursos paraformar suas equipes. "Um es-tudante de Arquitetura podese tornar um bom vendedorde AutoCAD (software de de-sign gráfico), um aluno do cur-so de Administração pode ge-renciar carteiras de contatoou um estudante de Psicolo-gia pode atuar em diversasáreas de negócio", contaAdriano Vieira, COO (ChiefOperating Officer) da empre-sa. "O perfil são alunos de uni-versidades renomadas e quetenham estudado em colé-gios privados, já que a quali-dade é melhor. Está difícil en-contrar profissionais que do-minem a língua portuguesa,de forma a redigir uma pro-posta ou mesmo um e-mail. Alíngua inglesa é muito usadanesta área, assim como ma-temática", diz o executivo."Isso é reflexo da baixa quali-dade da nossa educação".

No mercado desde 1992, aCompusoftware acumulamais de 20 anos de experiên-cia no setor de tecnologia. Éparceira dos maiores fabri-cantes de software do mun-do, como Microsoft, Syman-tec, Autodesk, Adobe, Corel eCA Technologies. Possui 120funcionários, dos quais 40%atuando em vendas e 60% emmarketing e negócios. A Com-pusoftware atende 70% das500 maiores empresas doPaís e prevê um faturamentode R$ 160 milhões em 2013,após a recente aquisição da it-Brain, companhia que atuacom prestação de serviços

em TI, com consultoria, im-plementação e suporte. "Emdezembro de 2011, a Compu-software passou a fazer partedo Grupo Globalweb, um dosprincipais grupos de TI do Paísem ofertas de soluções decomputação em nuvem, mo-delo tradicional de comercia-lização de serviços e licencia-mento de software, assim co-mo em infraestrutura e plata-forma de TI", explica Vieira."Agora estamos formatandoo negócio para franquias, oque deverá aumentar o nossofaturamento em 30%. O planodeverá ser apresentado nospróximos 30 dias e os fran-

queados vão atuar fora deSão Paulo, já que aqui temosuma força de vendas já conso-lidada", revela.

Na opinião de Vieira, apesarde o mercado de software cres-cer ano a ano, ainda há, de um

modo geral, baixa maturidadedas empresas usuárias no usode tecnologias. O mercado émuito dinâmico e constante-mente apresenta novas ten-dências e conceitos – SaaS(Software as a Service), BPO(Business Process Outsour-cing), BI (Business Intelligen-ce), CRM (Customer Rela-tionship Management) Big Da-ta etc. "A empresa compra umsistema de CRM para gerenciaro relacionamento com seusclientes, faz o cadastramento,mas não alimenta o históricode eventos desses clientes,desperdiçando o potencialdesse sistema", exemplificaVieira. Quando bem aplicado, osistema de CRM traz todo o his-tórico do cliente, quais foramos contatos realizados, os as-suntos tratados, as ações rea-lizadas. Mas para que issoocorra, é preciso alimentarcom informações. ( C . O. )

Rafael Hypsel/Luz

Vieira: estádifícilencontrarprofissionaisque dominema línguaportuguesapara redigirpropostas.

Divulgação

quarta-feira, 14 de agosto de 2013 ESPECIAL - 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 14 de agosto de 20134 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Pesquisa revela uso doBIG DATAnas empresas

O estudo contou com1.144 entrevistados de95 países, incluindo 65

empresas do Brasil, como objetivo de identificarcomo a tecnologia está

sendo aplicada nasorganizações

SXC

O futuro está nasnuvens

Este é o ano do CloudComputing no Brasil, se-gundo prevê a empresa

de consultoria IDC, especiali-zada no mercado de TI e tele-com. Segundo a empresa, es-te ano devem se concretizaros primeiros grandes projetosde nuvem no País. "Os investi-mentos em Computação emNuvem Pública pelas empre-sas brasileiras atingirão a casados US$ 257 milhões em 2013.A infraestrutura como serviçomovimentará US$ 123 mi-lhões, enquanto plataformacomo serviço, US$ 25 milhões,e software como serviço,US$ 109 milhões, diz Ander-son Figueiredo, gerente depesquisa da IDC Brasil.

De acordo com as pesquisas

realizadas pela empresa deconsultoria, o conceito de Com-putação em Nuvem deve se ex-pandir de maneira bastanteforte, com crescimento anualde aproximadamente 74%. As-sim, o mercado nacional atingi-rá a marca de US$ 798 milhõesem 2015, sendo que as vendasde software como serviço(SaaS) chegarão a US$ 370 mi-lhões, ultrapassando infraes-trutura como serviço, que atin-girão US$ 362 milhões. Plata-forma como serviço chegaráem R$ 66 milhões.

Nu ve mem alta

Na opinião de Ivan Sem-kovski, COO (Chief Operating

Embratellança lojavirtual

Aoperadora detelecomunicaçõesEmbratel lançou

uma loja virtual paraoferecer soluções de CloudComputing. Voltada para omercado empresarial, aloja foi desenvolvida parapermitir que micro,pequenas e médiasempresas tenham acessoa recursos tecnológicosutilizados apenas porgrandes companhias. Onovo portal pode seracessado pelo endereço:http://portal.embratel.com.br/cloud.

"Estamos muitocontentes pordisponibilizar altatecnologia e recursos deúltima geração aomercado empresarial, pormeio da loja virtualespecializada em proverserviços computacionaisem Cloud Computing. Onovo espaço facilitará oacesso de soluçõesinovadoras de TI e Telecompara micro, pequenas emédias empresas,colaborando para que setornem mais completas ecompetitivas", diz NeyAcyr Rodrigues, diretorexecutivo de Serviços deValor Adicionado daEmbratel, destacando queos serviços da empresaestão hospedados em datacenter próprio, comcertificação TIER3.

Entre as principaisofertas estão soluções deservidores virtuais,aplicativos de escritório, e-mail corporativo, backuponline e segurança dedados. As empresasinteressadas podemsimular no portal as ofertasdisponíveis e verificar asque mais atendem às suasnecessidades. Os serviçoscustam a partir de R$ 8,90ao mês (Backup Online).

A computação na nuvempermite o uso de serviçospor meio da Internet e/oude redes dedicadas, apartir de diferentesdispositivos e em qualquerlocal que tenha acesso àweb. Com a tecnologia deCloud Computing daEmbratel, muitosaplicativos, assim comoarquivos e outros dadosrelacionados, nãoprecisam mais estarinstalados ou armazenadosno computador do usuárioou em um servidordedicado do cliente. Esseconteúdo pode estardisponível na nuvem e,para utilizá-lo, o usuáriodeverá realizar apenas oacesso remoto por meio daweb. "A loja virtual ofereceserviços para que asempresas aumentem suasvendas, diminuam seuscustos em aquisição derecursos computacionais",afirma Ney Acyr.

Otermo Big Data,amplamente dis-cutido no merca-do, não está mais

confinado ao domínio da tec-nologia. Hoje é consideradouma prioridade de negócio de-vido à sua capacidade deapontar soluções para desa-fios de longo prazo, inspirandotransformações nos proces-sos, organizações, indústriase até mesmo na sociedade.Com base neste cenário, a di-visão de consultoria da IBM,em parceria com a Universida-de de Oxford, conduziu o estu-do "Análise de dados: O realuso do Big Data no mundo". Apesquisa contou com 1.144entrevistados de 95 países, in-cluindo 65 empresas do Brasil,com o objetivo de identificarcomo o Big Data está sendoaplicado nas organizações.

Entre as principais consta-tações está o fato de que asempresas estão utilizando BigData para atingir resultadosfocados em entendere melhorar a expe-riência do cliente, ex-plorar dados internose construir um bancode dados com infor-mações confiáveis.Porém, a habilidadetécnica dos profissio-nais para apoiar os pri-meiros estágios daaplicação é o principalobstáculo observado pelosentrevistados brasileiros.

O levantamento aponta que63% dos entrevistados nota-

ram que o uso da análise de da-dos tem criado uma vantagemcompetitiva para suas organi-zações. Se comparado com es-tudo semelhante realizado em2010, o aumento foi de 70% (naocasião, 37% enxergavam estecenário). "Para que a iniciativatenha sucesso, profissionais li-gados diretamente aos negó-cios e à área de marketing de-vem trabalhar juntos com aequipe de TI. Primeiramente, sedeve identificar os requisitos denegócios para depois adequar

infraestrutura, fontes de dadose análise quantitativa paraapoiar o projeto", ressalta Ser-gio Loza, diretor de SmarterAnalytics para América Latinada IBM. Segundo ele, no Brasil ocrescimento foi mais significa-tivo: 72% das empresas têmcriado vantagem competitivaatravés da análise, represen-tando aumento de 90% em re-lação há dois anos.

Ainda sobre o contexto lo-cal, 22% dos entrevistadospensam em novos tipos de da-

dos e anál ises, en-quanto 19% pensamem Big Data como in-formações em temporeal. Estes resultadosestão alinhados comuma forma de carac-terizar três dimen-sões do Big Data: os 3Vs – Volume, Varieda-de e Velocidade. Mas,a IBM acredita que as

corporações precisam consi-derar uma quarta dimensão, aVeracidade dos dados. "A con-vergência destes 4 Vs ajuda a

definir e distinguir Big Data,permitindo que as empresasobtenham vantagem compe-titiva no mercado. Confiabili-dade da informação é um pon-to altamente crítico e desafia-dor, já que a análise não podetrabalhar com dados incertos,que podem oferecer riscos aoresultado final", diz Loza.

Am a d u re c i m e ntodo mercado

No entanto, a maioria dasempresas brasileiras já estáem direção a um nível maismaduro de ações de Big Data.Segundo a pesquisa, 51% dasempresas entrevistadas es-tão definindo a estratégia eplanejando as atividades queserão colocadas em prática e24% já estão na fase de imple-mentação do projeto piloto.Os 25% restantes ainda nãoderam início às atividades."Apesar de um quarto das em-presas do Brasil ainda esta-rem estudando o conceito, po-demos dizer que o mercado

está em fase de amadureci-mento, com as corporaçõesenxergando os benefícios deinvestir em análise de dados,mapeando o planejamento einiciando a implementação degrandes projetos", destaca.

Dados advindos de mídiassociais foram lembrados porapenas 2% dos entrevistadosbrasileiros. Esse índice é sur-preendente, pois mostra a faltade conhecimento por parte dasorganizações de como as redessociais podem impactar o ne-gócio, levando em conta aindao fato de o Brasil ser um dos lí-deres em utilização de mídiassociais. Menos da metade dasempresas disseram coletar eanalisar perfis sociais. A maio-ria prefere concentrar seus es-forços em fontes internas jáexistentes. "As organizaçõesestão comprometidas com amelhora da experiência do con-sumidor e em compreendersuas preferências e comporta-mento, mas para que isso ocor-ra de fato é preciso tambémanalisá-lo no ambiente online".

Officer) da Globalweb Out-sourcing, empresa brasileirade outsourcing e infraestrutu-ra de TI e uma das pioneirasem soluções corporativas deCloud Computing, as empre-sas estão percebendo que au-

mentar e manter a infraestru-tura tecnológica requer altosinvestimentos – hardwares,softwares, implantação, fun-cionários especializados etc. –e que a terceirização passa aser uma boa saída, permitindo

que a corporação foque emseus negócios e se torne maiseficiente.

Segundo o COO da Glo-balweb, a decisão de terceirizarinfraestrutura, software e ges-tão deve ser cuidadosamenteanalisada. "Prestamos serviçosde consultoria para avaliar se aempresa está preparada paraadotar a computação em nu-vem", diz Semkovski. Caso aavaliação seja que a adoção datecnologia seja vantajosa, a es-colha do provedor de nuvem éfundamental. Deve ser levadoem conta os aspectos legais docontrato (responsabilidades,acordos de confidencialidade,tempos de disponibilidade econdições e SLA - acordos de ní-vel de serviço). Também é im-portante saber da interoperabi-lidade do sistema (se as restri-ções de segurança do provedorinfluenciam o andamento deaplicativos locais nas estaçõesde trabalho, como se dá o aces-so aos dados, como é o plano derecuperação em caso de desas-tre, em caso de término do con-trato, como os dados do clienteserão entregues etc.). ( C . O. )

Div

ulga

ção

Rodrigues, da Embratel

Divulgação

Semkovski: épreciso avaliarse a empresaestápreparadapara adotarsoluções deCloudComputing.

72% das empresasb ra s i l e i ra susuárias do

Big Data têm criado vantagemcompetitiva através da análisede dados de seus clientes.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013 ESPECIAL - 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

Bancos investempesado em

TECNOLOGIA

Milton Mansilha/Luz

O Internet Banking é o canal preferido, responsável por 39% das transações, seguido dos caixas eletrônicos (26%), POS (13%) e agências (11%)

No ano passado, osbancos investiramR$ 20,1 bilhões emTecnologia da In-

formação (TI), número 9,5%superior a 2011. A indústria detecnologia para o setor bancá-rio já se aproxima dos investi-mentos de países desenvolvi-dos, como França e Alemanha,e corresponde a 15% dos gas-tos de TI no Brasil. Os dadosconstam do estudo "PesquisaFebraban de Tecnologia Ban-cária 2013 - O setor bancárioem números", divulgado pelaFederação Brasileira de Ban-cos. A pesquisa contou com aparticipação das 16 principaisinstituições financeiras queoperam no Brasil, que corres-pondem a 93% do setor ban-cário brasileiro.

Esse crescimento nos inves-timentos em TI se justificam,uma vez que o volume de tran-sações bancárias cresceu 78%nos últimos cinco anos, forte-mente impulsionado pelo Inter-net Banking e POS (Point of Sa-le). O Internet Banking é o canalpreferido dos clientes, respon-sável por 39% das transações,seguido dos caixas eletrônicos(26%), POS (13%) e agências(11%). O crescimento das tran-sações em Internet Banking ePOS é próximo de 25% ao ano,muito superior ao dos canaismais tradicionais. As agênciastem o menor crescimento emnúmero de transações, com 3%ao ano, perdendo participaçãode 18% para 11% no volume to-tal de transações desde 2008.No ano de 2012, as transaçõesrealizadas pelos meios virtuaisultrapassaram pela primeiravez as realizadas pelos meiostradicionais, ficando em 42% e41%, respectivamente.

B ancoVir tual

De acordo com a pesquisa, ouso do Internet Banking cres-ce mais do que o número de

usuários de internet. O volu-me de transações neste canalaumentou 23,7% ao ano, indi-cando uma maior inclusão di-gital da população; e 80,2%das transações no InternetBanking ainda são sem movi-mentação financeira, contra50,5% dos ATMs, indicando

uma facilidade para utilizaçãodo canal para consultas. Ousuário de Internet Bankingrealiza em média 3,2 vezesmais volume de transaçõesque os clientes em geral. Aparticipação do Mobile Ban-king no total de transaçõespassou de 0,04% em 2008 pa-

ra 2,30% em 2012, com gran-de potencial para expansão.

Pelo estudo, o crescimentono volume de transações emPOS indica o aumento da pre-sença dos bancos no varejo. Onúmero de cartões de débito ecrédito cresceu 10% de 2008 a2012, saindo de 514 milhões

para 749 milhões, de acordocom informações da Abecs(Associação Brasileira dasEmpresas de Cartões de Cré-dito e Serviços). Neste mesmoperíodo, o número de transa-ções cresceu de 2 bilhões para4,7 bilhões. Os cartões de cré-dito, débito e lojistas despon-

tam como meio de pagamentoaltamente utilizado, com pe-netração superior nas classesA/B (atuais 88%) e penetraçãocrescente na classe C (atuais68%). O crescimento do nú-mero de transações acima docrescimento do número decartões indica a grande inten-sificação do uso e a conse-quente importância da tecno-logia neste canal. Os cartõesde débito são mais numerososdo que os de crédito e os de re-de e loja (38%, 26% e 36%, res-pectivamente), demonstran-do o aumento da presença dosbancos na ponta do comércio.

Um ponto que chama a aten-ção na pesquisa da Febraban éo aumento significativo na ca-pacidade de armazenamentodos bancos, devido ao aumen-to do número de transações epelo crescente volume de da-dos capturados para BusinessIntelligence. De 2008 a 2012,esse crescimento foi de 356%,saindo de 33 terabytes para150 terabytes. No mesmo pe-ríodo, o custo de armazena-mento caiu 69%. As despesasde armazenamento de dadoscaíram de R$ 11,5 mil paraR$ 3,6 mil por terabyte.

Do total de R$ 20,1 bilhões in-vestidos no ano passado, 40%foram gastos em hardware,37% em software, 21% em tele-comunicações e 2% em outrasdespesas. Um sinal positivo daqualidade dos investimentosem TI nos bancos é um cresci-mento em torno de 20% ao anodos gastos com software, que éonde se encontra a inteligênciado sistema. Os softwares deterceiros e o desenvolvimentode softwares são o tipo de gastoque mais cresceu, mostrando acrescente demanda do negóciopara ofertar produtos e servi-ços aos clientes através da tec-nologia. Capacitação de talen-tos para atender a demanda dedesenvolvimento de software éfator que os bancos devem lidarnos próximos anos. ( C . O. )

No ano passado, os gastos com TI ultrapassaram R$ 20 bilhões; Internet Bankingé o canal mais usado pelos clientes para realizar transações

Santos: aDesenvolve SPirá ampliarainda mais suaatuação,incentivando oempreendedora colocar seuprojeto emprática.

Raono Maddalena/e-Sim

80 milhões dereais é o valorinicial de repassedo Programa Inovacred,

da FINEP, ligada aoMinistério da Ciência,Tecnologia e Inovação.

lhões (porte I), as de porte II atéR$ 16 milhões e as de porte III,até R$ 90 milhões; 70% dos re-cursos serão direcionados pa-ra as empresas de porte I e II. Ovalor que poderá ser financia-do para cada projeto tambémfoi dividido pelo porte das em-presas. As de porte I e II podemfinanciar entre R$ 150 mil e R$2 milhões e as de porte III, atéR$ 10 milhões.

Entre os principais itens quepodem ser financiados peloInovacred estão: Equipes parti-cipantes do projeto; Equipa-mentos e instrumentos (nacio-nais e importados); Matérias-primas e material de consumo;Compra de tecnologia; Paten-teamento e licenciamento;Compra de participação no ca-pital de empresas inovadoras;Treinamento no País e no exte-rior; Softwares customizados ea concepção e desenvolvimen-to de software.

B alançodo semestre

A FINEP divulgou informa-ções sobre seu desempenho noprimeiro semestre. No períodode janeiro a junho de 2013, ascontratações da empresa al-

cançaram R$ 1,14 bilhão, sen-do 185% superiores às do pri-meiro semestre de 2012. Já osdesembolsos da empresa atin-giram R$ 589,64 milhões, o querepresenta um crescimento de60% em relação ao mesmo pe-ríodo do ano passado.

Neste primeiro semestre doano, a FINEP também ampliouos setores apoiados, incluindoáreas como o transporte aéreode passageiros, para o qual nãotinham sido feitos desembolsosno mesmo período do ano pas-sado. Além disso, entre os seto-res já apoiados, houve cresci-mento significativo do segmen-to eletroeletrônico, da agroin-dústria e farmacêutico, queregistraram alta de 589%,343% e 165%, respectivamen-te.

Fi n a n c i a m e ntopara crescer

O Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social(BNDES) aprovou financiamen-to de R$ 41,1 milhões à Lo-caweb Serviços de Internet. Aoperação, no âmbito do Progra-ma BNDES para o Desenvolvi-mento da Indústria Nacional deSoftware e Serviços de Tecno-logia da Informação (BNDESProsoft), corresponde a 84% dovalor total do projeto, que con-templa investimentos em in-fraestrutura, marketing, co-mercialização e pesquisa e de-senvolvimento, com ênfase emCloud Computing.

Os recursos permitirão ex-pandir a capacidade operacio-nal da companhia, principal-mente no centro de dados dasede, em São Paulo, que poderáter sua capacidade atual au-mentada em pelo menos trêsvezes. O projeto contemplaobras civis, adequação às nor-mas de sustentabilidade, ade-quação da rede elétrica e do sis-tema de proteção contra desli-gamentos, implantação de sis-temas de re f r igeração esegurança e aquisição de mó-veis e computadores portáteis.

ADesenvolve SP - Agênciade DesenvolvimentoPaulista, instituição fi-

nanceira do Governo de SãoPaulo, formalizou seu creden-ciamento junto ao ProgramaInovacred, da Financiadora deEstudos e Projetos (FINEP), liga-da ao Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação. Com ainiciativa, empresas paulistascom projetos inovadores po-dem procurar a Desenvolve SPpara acessar o programa fede-ral. O valor inicial do repasse se-rá de R$ 80 milhões.

O acordo prevê o financia-mento de pequenas e médiasempresas em investimentospara a introdução de novos pro-dutos, processos, serviços,marketing ou inovação organi-zacional, bem como o aperfei-çoamento dos já existentes. Ataxa de juros será de 5% ao anoe o prazo de pagamento podechegar até 96 meses, incluindo24 meses de carência. "SãoPaulo já responde por mais dametade da produção científicado País e possui o maior númerode empresas inovadoras. Comessa parceria com a FINEP, aDesenvolve SP irá ampliar ain-da mais sua atuação, incenti-vando o empreendedor paulis-ta a colocar seu projeto em prá-tica e contribuir para o desen-volvimento do Estado, porquecrescimento econômico sus-

tentável só é possível com in-vestimento em inovação", dis-se Milton Luiz de Melo Santos,presidente da Desenvolve SP.

A instituição financeira jáconta com um programa exclu-sivo para inovação, o São PauloInova, composto por três linhasde financiamento e um Fundode Investimento em empresasinovadoras, o Inovação Paulis-ta, em parceria com a Fapesp, oSebrae-SP e a própria FINEP.

O Inovacred atenderá em-presas com receita operacio-nal bruta anual até R$ 3,6 mi-

Incentivo à inovação

quarta-feira, 14 de agosto de 20136 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

O mundo caminha para a

Vendas de tablets e smartphones batem recordes, aumentando a demanda por serviços de soluções móveis

/Thomas Tolstrup/ Image Souce

Tecle para pagar

Pesquisa realizada pe-la empresa de consul-toria IDC Brasil indicaque no ano passado o

mercado brasileiro vendeu3,1 milhões de tablets, umcrescimento de 171% emcomparação a 2011, quandoforam comercializados 1,1 mi-lhão de equipamentos. Trata-se do dispositivo que apresen-ta maiores taxas de cresci-mento no mercado brasileiro.Somente no quarto trimestrede 2012, principalmente naépoca do Natal, foram vendi-dos mais de 1 milhão de ta-blets.

Do total de tablets vendi-dos, 77% têm o sistema opera-cional Android e quase 50%dos dispositivos custaram me-nos de R$ 500. "A entrada deequipamentos com esta faixade preço foi o principal fatorpara o aumento significativode vendas de tablets em 2012.Em 2010 e 2011, os valoresainda eram considerados al-tos e o leque de opções não eratão extenso. No ano passado,algumas empresas, que atéentão fabricavam GPS, passa-ram a produzir tablets e os pre-ços ficaram mais convidati-vos. Além disso, a maioria dosfabricantes de computadoresque atua no mercado brasilei-ro está incluindo o tablet emseus portfólios de produtos",diz Pedro Hagge, analista demercado da IDC Brasil.

Dos 3,1 milhões de tabletsvendidos em 2012, 88% forampara usuários domésticos e12% para o mercado corpora-tivo. Na comparação com2011, o segmento domésticocresceu 159% e o corporativo303%. "Desde que ostablets foram lança-dos, é um mercadoque sempre apontapara números cres-centes, ou seja, em ne-nhum trimestre houvequeda. Com certeza éum dispositivo que co-labora para a inclusãodigital, já que é boa al-ternativa para quemprecisa consumidor conteúdoe não produzir muita informa-ção", observa Hagge. O analis-ta da IDC Brasil conclui tam-

bém que a chegada do tabletaumentou o tempo de vida deum computador, fazendo comque o consumidor demoremais tempo para renovar seusdesktops ou notebooks. "Em-bora o usuário esteja com-prando menos computado-res, entendemos que os dispo-sitivos têm funções bem dis-tintas e que o tablet não é, deforma alguma, um substitu-to", afirma Hagge.

Quando comparado com omercado de computadores noBrasil, verifica-se que foramvendidos, em 2012, um tabletpara cada cinco computadores.Em 2011 era um tablet para ca-da 14 computadores. Nos Esta-dos Unidos, se vendeu, no mes-mo período, praticamente umtablet para cada notebook. Jána China foi um tablet para cadaoito computadores. No rankingmundial do mercado de tablets,o Brasil ocupa a décima posi-ção. O País havia fechado 2011na décima segunda posição.

Para o ano de 2013, a IDC es-pera que sejam vendidos 5,8milhões de tablets, númeroque é 89,5% maior do que oapresentado no ano passado.O mês de janeiro de 2013, se-gundo o estudo mensal da IDC,apresentou vendas de 350 milpeças, apenas 15% mais baixoquando comparado com o mêsde dezembro de 2012, consi-derado o mais representativodesde o início das vendas de ta-blets no Brasil.

Co m p u t a d o rde bolso

As vendas de smartphonestambém deslancharam em

2012, quando foram vendidos16 milhões de celulares inteli-gentes, segundo levantamen-to da IDC Brasil. Este número é78% maior do que o apontadoem 2011, quando foram co-mercializados aproximada-mente 9 milhões de apare-lhos. Durante o ano de 2012foram vendidos 59,5 milhõesde aparelhos celulares. Destetotal, 43,5 milhões foram fea-ture phones e os outros 16 mi-lhões eram smartphones. "Pa-ra se ter uma ideia, no ano pas-sado, a cada minuto foramvendidos cerca de 30 smart-phones. E a tendência é queeste número cresça aindamais daqui para frente", afir-ma LeonardoMunin, ana-lista de Mer-cado da IDCBrasil.

O cenár iopositivo paraos smartpho-n e s é m u n-dial. De acor-do com o es-tudo da IDC, oBrasil será oquinto maiormercado desm art phon eseste ano, f i-cando atrása p e n a s d eChina, Esta-dos Unidos,Reino Unido eJapão. A Índiadeve ficar nasexta posição. "Isso mostraque tanto economias maismaduras, como também paí-ses emergentes, estão impul-sionando o número de smart-

phones, permitindoque os celulares inteli-gentes ultrapassemos tradicionais pelaprimeira vez na histó-ria do mercado de te-lefonia móvel", com-pleta Munin, da IDC.

Para o analista, omomento favorávela o m e r c a d o d esmartphones no Bra-

sil se dá, principalmente, porconta da queda nos preçosdestes dispositivos móveis.Essa é uma tendência que de-

ve se firmar ainda mais de-pois dos incentivos fiscais pa-ra a produção no País. "Com adesoneração, os preços dossmartphones estarão meno-res na ponta e isso, provavel-mente, resultará em uma mi-gração dos consumidores defeature phones para smart-phones", avalia.

É esperado para o mercadobrasileiro o lançamento dediversos aparelhos, com osmais variados preços, o quemostra que os fabricantes es-

tão atentos às necessidadesdos consumidores e têm o ob-jetivo de atingir todos os ni-chos do mercado de celula-res. "Existem outros fatoresque suportam este momentodo mercado de smartphones,um deles é o fato de as opera-doras estarem cada vez maisdirecionando o foco de suasvendas para este tipo de apa-relho, já que há uma oportu-nidade na venda de serviços,como por exemplo, pacote dedados que serão consumidos

por meio destes dispositivos.Outro ponto importante é oavanço das vendas do cha-mado segmento Open Mar-ket, que inclui tanto o varejofísico como o online, e quetem apresentado altas taxasde crescimento para este ti-po de dispositivo, fechando2012 com a representativamarca de 112% de cresci-mento frente ao ano anterior- o segmento das operadorascresceu 63% durante o mes-mo período.

O mundo caminha para aO mundo caminha para aMOBILIDADE

Cerca de 55 milhões debrasileiros nãopossuem conta em

banco, de acordo comdados da pesquisa DataPopular. Esta populaçãomovimenta cerca de R$ 665bilhões por ano. Para estepúblico, o mobile payment,tecnologia que permite opagamento de contas viascelular, pode ser umaopção. Com o lançamentodo serviço de pagamentosmóveis Zuum em algumascidades paulistas,consumidores ecomerciantes passam ausar o dinheiro eletrônico. AMFS - Mobile FinancialService, joint ventureformada pela TelefonicaInternational e pelaMasterCard Worldwide, jálevou a tecnologia paraOsasco, Sorocaba, Mogi dasCruzes, Jundiaí e

Guarulhos, permitindo aosclientes da operadora detelefonia Vivo o acesso auma conta corrente pré-paga no celular, pela qual épossível fazer transaçõesde pagamento.

O Zuum permite arealização de transações dedepósito, transferência devalores, recarga Vivo (paracelular próprio ou deterceiros), pagamento decontas e consulta de saldo.Tudo isso com a segurançae a praticidade de ter todasas funcionalidades em umcelular simples, sem anecessidade de trocar oaparelho, baixar aplicativosou possuir smartphones. Ousuário ainda pode adquirirum cartão pré-pagoMasterCard com chip, quecomplementa o produto eacessa a mesma conta,permitindo compras em

mais de 1,8 milhão deestabelecimentosconveniados e saques emcaixas eletrônicos da RedeCirrus no Brasil. "Nestesprimeiros meses deoperação já foi possível vera mudança na vida dealguns pequenoscomerciantes eprofissionais autônomos,que se sentem maisseguros e inclusos com aconta", comenta MarcosEtchegoyen, diretorpresidente da MFS.

O Zuum utiliza atecnologia USSD(UnstructuredSupplementary ServiceData). Na prática issosignifica que o usuário iráacessar a conta diretamentedo telefone celular Vivo, dequalquer modelo deaparelho, pois é tão simplesquanto enviar um SMS,porém sem custo. Nocenário atual no Brasil ondea maior parte da populaçãopossui celulares pré-pagossimples, a tecnologia USSDpermite fazer tudo isso coma segurança e a praticidade,sem a necessidade de baixaraplicativos, ter internetmóvel ou possuirsmartphones.

A adesão ao sistema égratuita e feita diretamentena tela do celular (basta ligarpara *789#), de formasimples e autoexplicativa.No mesmo instante, ousuário poderá depositar nasua conta corrente pré-pagana maioria dos pontos derecarga da VIVO onde ele jáesta acostumado a fazer assuas recargas de celular.

88% dos 3,1milhões detablets

vendidos no ano passado forampara uso doméstico e 12% parao mercado corporativo.