Especial pos graduacao

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São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2014 www.dcomercio.com.br Jornal do empreendedor Governo de olho nos cursos de especialização O Conselho Nacional de Educação prepara um marco regulatório para os cursos lato sensu, com o objetivo de dar segurança aos estudantes Carlos Ossamu A tradução da expres- são em latim lato sensu é “sentido am- plo”, em oposição a stricto sensu (sentido restri- to). No âmbito da educação, lato sensu são os cursos de es- pecialização, incluindo o MBA (Master Business Administra- tion), que são cursos de pós- graduação na área de Admi- nistração. De acordo com o Mi- nistério da Educação (MEC), os cursos lato sensu só podem ser oferecidos por instituições de ensino superior credencia- das e nas áreas em que ela possui competência, expe- riência e capacidade instala- da. A instituição credenciada deve ser diretamente respon- sável pelo curso (projeto pe- dagógico, corpo docente, me- todologia etc.), não podendo se limitar a chancelar ou vali- dar os certificados emitidos por terceiros nem delegar es- sa atribuição a outra entidade (escritórios, cursinhos, orga- nizações diversas). O MEC dei- xa claro que não existe a pos- sibilidade de terceirização da responsabilidade e compe- tência acadêmica. Observados esses critérios, os cursos de especialização em nível de pós-graduação in- dependem de autorização, re- conhecimento e renovação do reconhecimento, como ocor- rem nos cursos stricto sensu (Mestrado, Mestrado Profis- sional e Doutorado). Segundo o ministério, isso garante manter as características de flexibilidade, dinamicidade e agilidade. Porém, o Conselho Nacional de Educação (CNE) está preparando um marco regulatório para os cursos lato sensu, com o objetivo de dar maior segurança para os estudantes e ofe- recer um mínimo de quali- dade. Uma comissão traba- lha há quase um ano neste marco regulatório, que ainda passará por audiência pública antes de ser aprovado pelo MEC. A primeira iniciativa será a criação de um cadastro nacio- nal dos cursos de especializa- ção. Além disso, a instituição de ensino superior responsá- vel pelo curso deverá ter nota igual ou maior a 4 nas avalia- ções do MEC (as notas variam de 1 a 5) para abrir um curso de especialização. As institui- ções deverão ter cursos de graduação reconhecidos pelo MEC e não apenas autoriza- dos. Para serem reconhecidos precisam ter pelo menos dois anos de funcionamento. Está nos planos a avaliação dos cursos de especialização e MBAs, mas a forma ainda está em discussão. Cursos que não se enquadrarem à nova nor- ma serão considerados “cur- sos livres”. Como é hoje Atualmente, o MEC exige que o corpo docente seja cons- tituído necessariamente por, pelo menos, 50% de professo- res portadores de títulos de mestre ou de doutor, obtidos em programas de pós-gradua- ção stricto sensu reconheci- dos. Os demais docentes de- vem possuir, no mínimo, for- mação em nível de especiali- zação. O interessado pode solicitar à instituição a relação dos professores efetivos de cada disciplina prevista no projeto pedagógico, com a respectiva titulação. Os cursos de especialização devem ter duração mínima de 360 horas, nestas não compu- tados o tempo de estudo indivi- dual ou em grupo, sem assistência docen- te, e o reservado, obrigato- riamente, para elaboração de monografia ou trabalho de conclusão de curso. A duração poderá ser ampliada de acor- do com o projeto pedagógico do curso e o seu objeto especí- fico. O interessado deve sem- pre solicitar o projeto pedagó- gico do curso. Os cursos de especialização em nível de pós-graduação a distância só poderão ser ofe- recidos por instituições cre- denciadas pela União, confor- me o disposto no § 1º do art. 80 da Lei 9.394, de 1996. Os cursos a dis- tância deverão incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial de monografia ou traba- lho de conclusão de curso. Farão jus ao certifi- cado apenas os alunos que tiverem obtido aproveitamento segun- do os critérios de avalia- ção previamente estabe- lecidos (projeto pedagógi- co), assegurada, nos cursos presenciais, pelo menos, 75% de frequência. Os certifi- cados de conclusão devem mencionar a área de conheci- mento do curso e serem acom- panhados do respectivo histó- rico escolar, do qual deve constar, obrigatoriamente: I - relação das disciplinas, carga horária, nota ou conceito obti- do pelo aluno e nome e quali- ficação dos profes- sores por elas res- ponsáveis; II - pe- ríodo e local em que o curso foi realizado e a sua duração total, em horas de efe- tivo trabalho acadêmico; III - título da mono- grafia ou do trabalho de conclusão do curso e nota ou conceito obtido; IV - SXC declaração da instituição de que o curso cumpriu todas as disposições da presente Reso- lução; e V - indicação do ato le- gal de credenciamento da ins- tituição, tanto no caso de cur- sos ministrados a distância co- mo nos presenciais. Os certificados de conclusão de cursos de especialização em nível de pós-graduação de- vem ter registro próprio na ins- tituição credenciada que o ofereceu. O MEC aconselha que os in- teressados em curso de espe- cialização em nível de pós-gra- duação pesquisem as institui- ções de ensino superior cre- denciadas da sua região. Existe um portal que oferece informações sobre as institui- ções de educação superior cre- denciadas e os cursos superio- res que são autorizados: http://emec.mec.gov.br. Todas as instituições de ensino supe- rior credenciadas que constam desse cadastro podem tam- bém oferecer cursos de espe- cialização para os já gradua- dos, sem prévia autorização nem posterior reconhecimen- to, nas áreas em que atuam no ensino de graduação. ESPECIAL Passou pela peneira do MEC, é Pós. horas é a carga horária mínima de um curso de especialização, segundo o MEC. 360

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Passou pela peneira do MEC, é Pós.

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São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2014www.dcomercio.com.br

Jornal do empreendedor

Governo de olho noscursos de especialização

O Conselho Nacional de Educação prepara um marco regulatório para os cursoslato sensu, com o objetivo de dar segurança aos estudantes

Carlos Ossamu

Atradução da expres-

são em lat im lato

sensu é “sentido am-

p l o”, em oposição a

stricto sensu (sentido restri-

to). No âmbito da educação,

lato sensu são os cursos de es-

pecialização, incluindo o MBA

(Master Business Administra-

tion), que são cursos de pós-

graduação na área de Admi-

nistração. De acordo com o Mi-

nistério da Educação (MEC),

os cursos lato sensu só podem

ser oferecidos por instituições

de ensino superior credencia-

das e nas áreas em que ela

possui competência, expe-

riência e capacidade instala-

da. A instituição credenciada

deve ser diretamente respon-

sável pelo curso (projeto pe-

dagógico, corpo docente, me-

todologia etc.), não podendo

se limitar a chancelar ou vali-

dar os certificados emitidos

por terceiros nem delegar es-

sa atribuição a outra entidade

(escritórios, cursinhos, orga-

nizações diversas). O MEC dei-

xa claro que não existe a pos-

sibilidade de terceirização da

responsabilidade e compe-

tência acadêmica.

Observados esses critérios,

os cursos de especialização

em nível de pós-graduação in-

dependem de autorização, re-

conhecimento e renovação do

reconhecimento, como ocor-

rem nos cursos stricto sensu

(Mestrado, Mestrado Profis-

sional e Doutorado). Segundo

o ministério, isso garante

manter as características de

flexibilidade, dinamicidade e

agilidade. Porém, o Conselho

Nacional de Educação (CNE)

está preparando um marco

regulatório para os cursos

lato sensu, com o objetivo

de dar maior segurança

para os estudantes e ofe-

recer um mínimo de quali-

dade. Uma comissão traba-

lha há quase um ano neste

marco regulatório, que ainda

passará por audiência pública

antes de ser aprovado pelo

MEC.

A primeira iniciativa será a

criação de um cadastro nacio-

nal dos cursos de especializa-

ção. Além disso, a instituição

de ensino superior responsá-

vel pelo curso deverá ter nota

igual ou maior a 4 nas avalia-

ções do MEC (as notas variam

de 1 a 5) para abrir um curso de

especialização. As institui-

ções deverão ter cursos de

graduação reconhecidos pelo

MEC e não apenas autoriza-

dos. Para serem reconhecidos

precisam ter pelo menos dois

anos de funcionamento. Está

nos planos a avaliação dos

cursos de especialização e

MBAs, mas a forma ainda está

em discussão. Cursos que não

se enquadrarem à nova nor-

ma serão considerados “c u r-

sos livres”.

Como é hoje

Atualmente, o MEC exige

que o corpo docente seja cons-

tituído necessariamente por,

pelo menos, 50% de professo-

res portadores de títulos de

mestre ou de doutor, obtidos

em programas de pós-gradua-

ção stricto sensu reconheci-

dos. Os demais docentes de-

vem possuir, no mínimo, for-

mação em nível de especiali-

zação. O interessado pode

solicitar à instituição a relação

dos professores efetivos de

cada disciplina prevista no

projeto pedagógico, com a

respectiva titulação.

Os cursos de especialização

devem ter duração mínima de

360 horas, nestas não compu-

tados o tempo

de estudo indivi-

dual ou em grupo,

sem assistência docen-

te, e o reservado, obrigato-

riamente, para elaboração de

monografia ou trabalho de

conclusão de curso. A duração

poderá ser ampliada de acor-

do com o projeto pedagógico

do curso e o seu objeto especí-

fico. O interessado deve sem-

pre solicitar o projeto pedagó-

gico do curso.

Os cursos de especialização

em nível de pós-graduação a

distância só poderão ser ofe-

recidos por instituições cre-

denciadas pela União, confor-

me o disposto no § 1º do

art. 80 da Lei 9.394, de

1996. Os cursos a dis-

tância deverão incluir,

necessar iamente,

provas presenciais e

defesa presencial de

monografia ou traba-

lho de conclusão de

c u r s o.

Farão jus ao certifi-

cado apenas os alunos

que t iverem obt ido

aproveitamento segun-

do os critérios de avalia-

ção previamente estabe-

lecidos (projeto pedagógi-

co), assegurada, nos cursos

presenciais, pelo menos,

75% de frequência. Os certifi-

cados de conclusão devem

mencionar a área de conheci-

mento do curso e serem acom-

panhados do respectivo histó-

rico escolar, do qual deve

constar, obrigatoriamente: I -

relação das disciplinas, carga

horária, nota ou conceito obti-

do pelo aluno e nome e quali-

ficação dos profes-

sores por elas res-

ponsáveis; II - pe-

ríodo e local em

que o curso fo i

realizado e a sua

duração total,

em horas de efe-

t ivo t rabalho

acadêmico; III -

título da mono-

graf ia ou do

t raba lho de

conclusão do curso e

nota ou conceito obtido; IV -

SXC

declaração da instituição de

que o curso cumpriu todas as

disposições da presente Reso-

lução; e V - indicação do ato le-

gal de credenciamento da ins-

tituição, tanto no caso de cur-

sos ministrados a distância co-

m o n o s p re s e n c i a i s . O s

certificados de conclusão de

cursos de especialização em

nível de pós-graduação de-

vem ter registro próprio na ins-

tituição credenciada que o

o f e re c e u .

O MEC aconselha que os in-

teressados em curso de espe-

cialização em nível de pós-gra-

duação pesquisem as institui-

ções de ensino superior cre-

denciadas da sua região.

Existe um portal que oferece

informações sobre as institui-

ções de educação superior cre-

denciadas e os cursos superio-

res que são autor izados:

http://emec.mec.gov.br. Todas

as instituições de ensino supe-

rior credenciadas que constam

desse cadastro podem tam-

bém oferecer cursos de espe-

cialização para os já gradua-

dos, sem prévia autorização

nem posterior reconhecimen-

to, nas áreas em que atuam no

ensino de graduação.

ESPECIAL

Passoupela peneira

do MEC,é Pós.

horas é acargahorár iamínima de um cursode especialização,segundo o MEC.

360

Page 2: Especial pos graduacao

2 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO sexta-feira, 30 de maio de 2014

Diretor de RedaçãoMoisés Rabinovici

Ed i to r - Ch e feJosé Guilherme

Rodrigues Ferreira

Edição e reportagemCarlos Ossamu

D iagramaçãoLino Fernandes

Gerente Executivade Publicidade

Sonia Oliveira

Telefone: 3180-3029s o l i ve i ra @ a c s p. co m . b r

Entidadepreparaselo de

qualidade

Os cursos de pós-gra-

duação lato sensu só

podem se ofereci-

dos por instituições

de ensino superior já creden-

ciadas no MEC e nas áreas

em que ela possui compe-

tência, experiência e ca-

pac idade i n s ta l ada .

Ocorre que há um des-

controle geral no mer-

cado, com instituições

generalistas ofere-

cendo uma enorme

variedade de cursos

de especializações

e MBAs de quali-

dade duvidosa,

prejudicando os

alunos. Nesta

e n t re v i s t a ,

Marcelo Sa-

racen i Nu-

nes, presi-

den te da

A ss o c i a-

ção Brasileira das Instituições

de Pós-Graduação (Abipg), re-

vela que a entidade está pre-

parando um selo de qualidade

desses cursos, comenta o

marco regulatório do setor

que está sendo preparado pe-

lo MEC e dá algumas dicas de

como escolher bons cursos de

e s p e c i a l i z a ç ã o.

Diário do Comércio - O quesão os cursos lato sensu?

Marelo Saraceni Nunes - No

lato sensu estão incluídos os

MBAs (Master Business Admi-

nistration) e os cursos de es-

pecialização. Ambos têm a

mesma base legal, o que dife-

re é a nomenclatura, sendo

que o MBA é voltado à área de

gestão e a especialização para

outras áreas.

Os cursos stricto sensu sãoavaliados pela Capes. Oscursos lato sensu também sãoavaliados de alguma forma?

Hoje ainda não existe uma

avaliação. Estão sendo lança-

dos agora selos de acredita-

ção, como o da Abipg, que

atestam a qualidade dos cur-

sos de pós-graduação, mas

ainda não foram implementa-

dos e não há instituições ava-

liadas.

Como funcionará este selode acreditação?

O selo está em elaboração

na Abipg, já foi aprovado inter-

namente e está sendo testado

em duas instituições. Será um

selo que atestará a qualidade

do curso de pós-graduação la-

to sensu. O objetivo é se tornar

um referencial no mercado,

pois estamos adotando parâ-

metros de acreditação inter-

nacionais bastante rigorosos.

Esta é uma demanda que te-

mos desde que a Abipg foi cria-

da em 2010. Entre os nossos

objetivos está o de zelar pela

qualidade dos cursos de pós-

graduação oferecidos no

Brasil, de forma que eles

realmente entreguem aos

alunos o que prometem.

Estamos em fase de teste

e acreditamos que até o

fim de junho ele possa ser

solicitado pelas institui-

ções, que não precisam

ser sócias da Abipg. Se-

rão preenchidos vários

formulários, que serão

avaliados por uma comissão

externa especialmente for-

mada para isso. Se a institui-

ção for aprovada nesta fase,

ela receberá a visita de uma

comissão verificadora para

que se comprove na prática o

que foi informado no formulá-

rio. Após ser aprovada, a insti-

tuição receberá o nosso selo

de acreditação.

O MEC está preparando ummarco regulatório para oscursos lato sensu. Qual a suaopinião sobre essa iniciativa?

O que

o MEC está fazendo ago-

ra é criar um cadastro nacional

de cursos de pós-graduação

lato sensu em que as institui-

ções de ensino terão de comu-

nicar, por meio de formulários,

o projeto pedagógico de cada

curso de especialização, que

será inserido dentro do siste-

ma do MEC. Os cursos serão

cadastrados, já que até agora

não havia controle nenhum

sobre eles.

O cadastro do MEC também

vai servir de avaliação?Em um primeiro

momento não, será

mais para se saber o

número de cursos que

existem e tentar regu-

lar a oferta, mas não te-

rá uma avaliação. O alu-

no deve procurar essa

avaliação onde mais in-

teressa a eles: nas em-

presas. Se ele estiver em-

pregado, pergunte ao de-

partamento de RH quais

são as instituições com me-

lhores reputações, que tive-

ram alunos com bons desem-

penhos internamente. Este

ainda é o melhor caminho.

A Abipg tem algum estudomostrando o tamanho destemercado de cursos deespecialização?

Como não há controle, não

foi possível até o momento

chegar a um número real em

relação ao tamanho deste

mercado – número de cursos

e quantidade de alunos. A

Abipg encomendou junto a

um instituto de pesquisas, a

Hoper, uma análi-

se do setor de pós-

graduação. A Ho-

per já faz uma ava-

liação setorial dos

cursos de ensino

superior, até ago-

ra n inguém fez

uma avaliação do

setor de pós-gra-

duação. A pesqui-

s a d e v e e s t a r

pronta em breve.

Há algumlevantamentodestes númeroscom as instituiçõesassociadas àAbipg?

Fizemos uma es-

timativa interna

das instituições

associadas à Abipg. O número

de alunos soma cerca de 40

mil por ano. São oferecidos en-

tre 2 mi l e 2,5 mi l turmas

anualmente e cerca de 150 ti-

pos de cursos. A maioria são

cursos de MBAs e cursos na

área da saúde, como Medicina

e Odontologia.

O que motiva o aluno abuscar um curso de pós-graduação lato sensu?

A primeira razão para se fa-

zer um curso de pós-gradua-

ção é a busca de uma forma-

ção em uma área específica,

quando a carreira direciona o

profissional para outra área.

Por exemplo, um engenheiro

que começou a desenvolver

sua carreira na área técnica,

SXC

recebe uma promoção e passa a

ocupar um cargo de gerência ou

diretoria. Ele então precisa de

conhecimentos na área de

gestão. Essa mudança na car-

reira exige que ele faça uma

pós-graduação, neste caso

um MBA, para desenvolver

competências na nova

função. Há também alu-

nos que ingressam no

mercado e depois de

dois ou três anos sen-

tem a necessidade de

uma pós-graduação

para ficarem aptos a

ocupar um cargo

de gerência numa

empresa. Já na

área da saúde há

varias forma-

ções específi-

cas, tanto na

área médica

como odon-

t o l ó g i c a .

Assim, o profissional busca

uma pós-graduação para se

e s p e c i a l i z a r.

Quando optar por um cursolato sensu ou stricto sensu?

O aluno que procura um cur-

so lato sensu está buscando a

extensão da sua carreira pro-

fissional, um plano de carreira

em uma organização empre-

sarial. Quem busca uma pós-

graduação stricto sensu, um

mestrado ou doutorado, mui-

tas vezes deseja seguir uma

carreira acadêmica e lecionar

em alguma instituição de en-

sino. Há também aquele pro-

fissional com muito tempo de

mercado, que teve oportuni-

dade de ingressar na carreira

acadêmica com cursos de ex-

tensão ou pós-graduação e

pretende aprofundar nessa

c a rre i r a .

Quais são as dicas paraescolher um bom curso de pós-graduação lato sensu?

Existem alguns conselhos

que podem ajudar o aluno a

escolher uma boa pós-gra-

duação. Primeiramente, ava-

liar a instituição que está ofer-

tando o curso, se ela tem expe-

riência e tradição na área des-

se curso. No caso de um MBA,

ele deve optar por uma escola

de negócio, uma instituição

especializada em gestão, que

tenha boa reputação nessa

área, evitando uma institui-

ção generalista, que oferta

cursos em todas as áreas, em

que o MBA é mais um curso

o f e re c i d o.

Quais outras dicas?Outro ponto importante é

avaliar o nível dos alunos des-

sa instituição, se tem alunos

bem colocados no mercado de

trabalho, se ela tem boa repu-

tação junto às áreas de Recur-

sos Humanos. Existem diver-

sas publicações e sites que es-

tabelecem rankings de pós-

graduação, que avaliam as

boas escolas de negócios ou

de saúde. Também é impor-

tante avaliar o nível de parce-

rias internacionais que a esco-

la mantém e se oferece a opor-

tunidade aos alunos de fazer

parte do curso fora, desenvol-

ver um módulo internacional,

este é um ponto muito impor-

tante hoje em dia. Há entida-

des internacionais que reú-

nem as mais importantes es-

colas no mundo todo, como a

AACSB International, Executi-

ve MBA Council etc. Estes são

indicativos importantes de

que o curso tem qualidade e

emite um certificado reconhe-

cido pelo mercado.

Mil alunosfrequentamcursos de pós-graduação de escolasassociadas a Abipg

40

Aárea da saúde, pela

sua complexidade, é

a que mais possui

especializações,

principalmente em Medicina

e Odontologia. Portanto, é

natural que aqui os cursos

de pós-graduação sejam

frequentes – a tendência é

que o médico ou dentista

seja especializado em

determinada área. Mesmo

assim, não há uma

regulação ou avaliação dos

cursos oferecidos. Para

Flávio Vellini, vice-

presidente de Relações

Institucionais da Associação

Brasileira de Instituições de

Pós-Graduação (Abipg), a

especialização precisa ser

regulada e ter a chancela do

MEC, “do contrário, vamos

ter uma proliferação de

cursos sem uma avaliação,

com qualidade duvidosa”.

DC - Mesmo na área dasaúde não há nenhum tipo decontrole por parte deentidades como o ConselhoFederal, ministérios ou algumoutro órgão em relação aoscursos de especialização?

Flávio Vellini - Não há por

enquanto, o que prejudica

muito o setor. Na área da

Medicina, o ambiente que o

aluno frequenta é um

hospital: o curso de

especialização é uma

residência médica, não é

uma faculdade. E essa

especialização precisa ser

regulada, do contrário,

vamos ter uma proliferação

de cursos sem uma

avaliação e com qualidade

duvidosa. Nós precisamos

dessa avaliação, de uma

regulação, de forma a

manter um nível mínimo de

qualidade dos cursos de

pós-graduação. A própria

LDB (Lei de Diretrizes e Base

da Educação) diz que quem

tem de avaliar a pós-

graduação é o governo. Não

podemos ter um setor tão

importante para a

sociedade sem regulação.

O que são cursos deespecialização na área desaúde?

A especialização é um

aprofundamento em uma

determinada área do

conhecimento. O MEC

determina uma carga

horária mínima de 360

horas – tem curso de

especialização com carga

de 2 mil horas. Cada

especialidade tem a sua

necessidade. Na área da

saúde, as especializações

estão se tornando cada vez

mais específicas, há

ortopedistas especializados

em mão ou em quadril, por

exemplo. A tendência é de

s u p e re s p e c i a l i z a ç õ e s

dentro das especializações.

E quanto ao níveldos cursos deespecializações naárea médica?

Temos cursos

excelentes, assim

como temos cursos

ruins por falta de uma

avaliação. Falta uma

fiscalização para verificar se

o curso tem condições

mínimas de instalação,

corpo docente, carga

horária etc. Com a

regulação, haverá

condições de melhorar cada

graduação de um modo

geral, no sentido da sua

valorização. Vemos quais

são as necessidades do

momento do setor e

estamos sempre em contato

com o MEC para ver como

podemos evoluir sempre.

O ensino a distância (EAD) eteleconferências estão sendomuito utilizados pelasinstituições. Qual a suaopinião sobre essatecnologia?

Esta área está crescendo

muito. Hoje já temos

cirurgias feitas por robôs em

que o cirurgião está em

outro país e o procedimento

é acompanhado por outros

médicos e alunos. Isso é um

ensino a distância, assim

como videoconferências

com especialistas. Bons

profissionais passam a

ensinar a distância para

alunos em pontos longe de

grandes centros, com a

discussão de casos clínicos.

Os grandes centros, com

corpo docente mais bem

preparados e mais recursos,

podem transmitir

conhecimentos para locais

mais afastados. Precisamos

incentivar essa tecnologia.

vez mais a pós-graduação,

embora hoje existam

centros importantes que

ministram cursos de

qualidade. Os grandes

hospitais têm seus centros

de especializações. Mesmo

para eles seria interessante

ter essa avaliação.

O selo de acreditação que aAbipg está desenvolvendoservirá para a especializaçãona área da saúde?

Sim. Este é também um

movimento no sentido de

aprimorar a qualidade. É

como uma certificação ISO.

Isso é muito importante na

área da saúde. As pessoas

se sentem mais seguras em

frequentar um hospital que

é bem credenciado, que tem

um selo de qualidade, assim

como o aluno se sente mais

seguro em frequentar um

curso avaliado pelo MEC.

Com essa chancela, se tem

a certeza de que a escola

está preparada para

ministrar o curso. O ensino

precisa ser regulado e

fiscalizado para não haver

uma comercialização

desmedida.

A Abipg é uma entidade

voltada para a pós-

SXC

Especializações na área da saúde

Selo de acreditação daAbipg vai atestar a

qualidade dos cursosde especialização

Flávio Vellini: aavaliação doscursos de pós-graduação éimportante naárea da saúde.

Page 3: Especial pos graduacao

sexta-feira, 30 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO ESPECIAL - 3

Page 4: Especial pos graduacao

4 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO sexta-feira, 30 de maio de 2014

Na elite dasescolas denegócio

Os cursos de MBAs da FIA estãoentre os mais cobiçados domercado. A escola tambémoferece especializações e

mestrado profissional.

empresa do setor farmacêuti-

co contrata a FIA, que irá mon-

tar um curso de MBA com foco

em gestão estratégica e práti-

cas gerenciais, mas com mó-

dulos específicos para o setor

farmacêutico. É um MBA sob

medida, customizado.

Quais motivos levam o alunoa procurar um curso de MBA?

A área de Administração, de

uma maneira geral, é formada

por profissionais de diversas

áreas. Por exemplo, alguém

fez Medicina com o objetivo de

clinicar, mas foi contratado

por uma empresa farmacêuti-

ca para atuar como consultor

técnico. Ele se desenvolve

nessa área e vira um adminis-

trador na prática. O MBA tem o

diferencial de dar a este profis-

sional uma visão integrativa

da organização, com conheci-

mentos em gestão, estraté-

gia, economia e finanças. Há

também o caso do profissional

que está assumindo uma fun-

ção gerencial, com função de

coordenação, precisando en-

tender mais de gestão de pes-

soas, liderança, trabalho em

equipe. Percebemos que o

aluno vem aqui em busca de

ferramentas, teorias e aplica-

ções, para ter uma visão mais

estratégica de negócio, se ca-

pacitar e continuar se desen-

volvendo em termos de carrei-

ra. Como a FIA é uma escola

conceituada no mercado, a

qualidade dos alunos que aqui

e s t u d a m é

muito boa. A

gente perce-

be também o

interesse dos

a lunos pe lo

n et w o rk i ng ,

a q u i l o q u e

e les desen-

volvem com

os demais co-

legas. Temos

v i s to casos

em que o alu-

no acaba tro-

cando uma ou

duas vezes de

emprego ao

longo do cur-

so – ele tem o

per f i l que o

colega da sala

está procurando para contra-

tar. Em resumo, são estes três

pontos que levam alguém a

buscar um MBA: ter uma visão

mais estratégica, adquirir fer-

ramental aplicável e construir

networking.

O senhor comentou que oMBA é voltado para um públicomais experiente. Como é feita aseleção?

Cada coordenador, dentro

do seu núcleo, tem autonomia

para criar o próprio processo

de seleção. Damos essa auto-

nomia porque eles sabem o

perfil ideal para este curso es-

pecífico. Um aluno, apesar do

seu potencial, pode ainda não

ter uma experiência grande

para participar de uma tur-

ma mais sênior. Se a gente

coloca esse aluno nesta sa-

la, muitas coisas que o gru-

po vai discutir serão expe-

riências que ele ainda não

viveu e ele também não vai

agregar valor em termos

de discussão para o

grupo. A seleção ge-

ralmente é composta

de prova escrita e en-

trevista para identifi-

car as competên-

cias que o aluno espera desen-

volver, as suas expectativas

em relação ao curso, mas tam-

bém para o coordenador veri-

ficar se o perfil do aluno é ade-

quado ao grupo.

Tem mudado o perfil dopúblico que busca o MBA porconta do surgimento deempresas digitais oupontocom, que geralmente sãocomandadas por empresáriosmais jovens?

Tem sim e isso tem incenti-

vado a FIA a investir mais em

cursos de especialização, que

focam em um público mais jo-

vem. Pesquisas sobre o perfil

de pessoas que estão se gra-

duando mostram que eles são

muito imediatista – saem da

faculdade, viram trainees e

querem logo assumir cargos

de liderança. O próprio perfil

dessas gerações mais novas

mostra que eles querem in-

gressar mais rapidamente no

mercado de trabalho. Em pa-

ralelo a isso, a gente percebe

que as empresas têm entendi-

do que é o próprio indivíduo

quem deve ser o gestor da sua

carreira, o principal interessa-

do por esta gestão. Antes, era

maior o número de empresas

contratando cursos de MBAs

para os funcionários.

O MEC vem estudando ummarco regulatório dos cursoslato sensu. Qual a sua opiniãosobre isso?

O MEC considera curso de

pós-graduação lato sensu as

especializações –o MBA é con-

siderado, no Brasil, uma espe-

cialização em Administração.

O que nós da FIA procuramos

fazer é uma separação por ní-

vel de experiência entre espe-

cialização e MBA, sendo o MBA

uma especialização mais ro-

busta, de forma que seja um

curso diferenciado. Mas a gen-

te sabe que existem muitas

escolas não tão renomadas e

que não têm esse posiciona-

mento de diferenciação, que

acabam banalizando a sigla

MBA, chamando qualquer es-

pecialização com carga horá-

ria de 360 horas de MBA. Não

existe uma regulação para es-

pecialização como há para

graduação. Quem tiver cursos

de graduação autorizados pe-

lo MEC e quiser abrir cursos de

especialização com o nome

MBA, não tem ninguém que

impeça. Se houver uma filtra-

gem e o fechamento de cursos

de baixa qualidade, isso será

muito positivo para a forma-

ção de profissionais.

Divulgação

Criado em1993, o MBAda FIA foi oprimeiro doBrasil. A FIAestá na listadas 70melhoresescolas domundo.

Considereum MBAinternacional

Cursar um MBA

Internacional turbina o

currículo de qualquer

profissional. A experiência

multicultural, a imersão

em outra língua e a

extensa carga horária

proporcionam ao aluno

outra visão do mundo dos

negócios, além de trazer

uma boa bagagem para

aqueles que buscam iniciar

carreira solo, abrindo ou

melhorando a própria

empresa. “Algumas

escolas de MBA

internacional oferecem

cursos voltados para

empreendedorismo, ou

seja, além das matérias

básicas dos cursos

tradicionais, o aluno ainda

vê matérias focadas em

empreender ”, explica

Marcelo Ambrozio Ramos,

sócio da MBA House, rede

de escolas preparatórias

para cursos de MBA no

ex t e r i o r.

Segundo o executivo, a

oportunidade traz ao aluno

uma visão mais

abrangente de diferentes

áreas dos negócios, o que

garante maior segurança

na tomada de decisões e

um outro olhar para

diferentes situações.

Também há uma troca de

experiências com outros

empreendedores que o

aluno encontrará nessa

trajetória.

Para cursar um MBA no

exterior, o candidato deve

prestar testes como GMAT

e TOEFL. O GMAT

(Graduate Management

Admission Test) é uma das

provas mais importantes e

tem como proposta medir

a capacidade de o

estudante resolver

problemas de matemática

básica e inglês voltado à

lógica verbal. O TOEFL é o

teste que apura a

proficiência na língua

inglesa. Além dos exames,

as instituições exigem o

preenchimento de

diversos formulários,

redações, cartas de

recomendação e

entrevistas para que o

candidato possa ser de

fato considerado. “Pa r a

prestar esses exames são

necessárias horas de

estudo e dedicação. Mas o

resultado é

recompensador ”, afirma

Ramos. Para quem não

consegue bancar o curso,

as escolas internacionais

possuem programas de

financiamentos,

“Preocupe-se em ser

aceito pela escola que o

financiamento será dado a

você automaticamente”,

a f i rm a .

A MBA House

( w w w. m b a h o u s e . c o m . b r ) ,

dos sócios Marcelo

Ambrozio e Vivianne

Wright, é uma escola

preparatória para o jovem

executivo que deseja

cursar escolas de negócios

fora de seu país. Além de

cursos para exames como

GMAT e TOEFL, exigidos

aos candidatos pelas

instituições estrangeiras, a

MBA House coloca à

disposição de seus alunos

um profundo

conhecimento das aulas,

linhas, estilos e exigências

de cada uma delas.

Conscientes de como

funcionam as melhores

escolas do exterior, os

consultores e professores

da MBA House têm

condições de guiar e

avaliar as melhores

escolhas para seus alunos.

A MBA House oferece

Private Tutoring incluso em

seus pacotes de aulas e

também cursos a distância

via web, graças ao alto

investimento em

tecnologia e estrutura para

aulas nesse formato.

OInsper manteve a

38ª colocação no

ranking 2014 das 70

melhores escolas de

negócio do mundo do jornal

britânico Financial Times.

Foi a mesma colocação do

ano passado, mas a

avaliação foi pior em

comparação a 2012,

quando o Insper ocupava a

32ª posição. A avaliação

leva em conta o formato

dos cursos, a metodologia

empregada, materiais de

ensino, infraestrutura,

parcerias internacionais e a

possibilidade de o aluno

participar de módulos no

ex t e r i o r.

Segundo Silvio Laban,

coordenador dos

programas de MBA do

Insper, a escola oferece três

cursos de educação

executiva: MBA Executivo

em Finanças, MBA

Executivo e MBA Executivo

em Gestão em Saúde. Por

ano, cerca de 480 alunos

participam dos cursos de

MBAs. Entre os diferenciais,

Laban afirma que o Insper é

uma instituição

reconhecida no mercado

por seus rígidos padrões de

qualidade. “Há um

equilíbrio entre teoria e

prática por meio de

discussão de casos e

simulações, o corpo

docente é altamente

qualificado, sendo 68%

doutores/Ph.D e 32%

mestres. Oferecemos

formação integralmente

voltada para o

desenvolvimento da

carreira profissional, do

conhecimento funcional e

de competências voltadas à

gestão de à liderança”, diz.

Além disso, o Insper possui

certificação AACSB -

International,Association of

MBAs e Anamba -

Associação Nacional de

MBA. “ Há a opção de o

aluno vivenciar uma rica

experiência acadêmica em

renomadas instituições dos

Estados Unidos, Europa e

América do Sul, como a

Darden, Universidade Nova

de Lisboa e o

Massachussetts Institute of

Technology (MIT)”, observa.

Laban se diz favorável a

um controle por parte do

MEC dos cursos lato sensu.

“Particularmente, no caso

dos programas de pós-

graduação em

Administração, a existência

de inúmeros programas,

muitos dos quais se

intitulando como MBA, cria

uma situação no mercado

que confunde os candidatos

ao dificultar o

entendimento de cada

proposta de programa e

definir sua escolha. Um

sistema de cadastramento

como o proposto pelo MEC

pode significar um passo na

direção de termos um censo

destes programas, bem

como trabalhar para a

evolução da qualidade dos

programas, ora

o f e re c i d o s ”, diz.

Já no stricto sensu, o

Insper oferece o Mestrado

Profissional em

Administração e Mestrado

Profissional em Economia.

Os cursos possuem duração

de dois anos e acontecem

duas vezes por semana. O

primeiro tem foco em

estratégia, abordando

ferramentas aplicadas, que

possibilitam às organizações

desenvolver vantagem

competitiva sustentável, e

ênfase analítica, com

treinamento em como tratar

dados para tomar decisões

gerenciais informadas

visando alto desempenho. Já

o Mestrado Profissional em

Economia foi reconhecido

com nota máxima na Capes

em três avaliações

consecutivas. O curso

aborda o uso de ferramentas

modernas e aplicadas em

Finanças e Macroeconomia.

L e a n d roMorilhas: a FIA

oferece 13cursos deMBAs em

várias áreas.

O Insper é uma instituição reconhecida nomercado por seus rígidos padrões de qualidade

Divulgação

Entre as melhores do mundo

AFIA - Fundação Insti-

tuto de Administra-

ção está na lista dos

70 melhores cursos

abertos de educação executi-

va do jornal britânico Financial

Times, ocupando a posição

69. Trata-se de uma das mais

renomadas escolas de negó-

cio do País, criada em 1980 e

desde 1993 oferecendo cur-

sos de MBA (Master Business

Administration), que em ou-

tros países tem título de mes-

trado, mas que no Brasil é uma

especialização. A FIA tem par-

cerias com cerca de 30 escolas

espalhadas pelo mundo, entre

elas a Columbia University de

Nova York, a IIT (Illinois Institu-

te of Techology), Simon Fraser

University de Vancouver (Ca-

nadá), Lyon e Grenoble na

França, Cambridge na Ingla-

terra, entre outras.

Nesta entrevista, Leandro

Morilhas, diretor-geral e coor-

denador de graduação da FIA,

fala sobre os cursos oferecidos

pela instituição, o mercado de

MBA, a mudança no perfil dos

alunos que buscam este tipo

de curso e a necessidade de

uma fiscalização por parte do

Ministério da Educação (MEC)

dos cursos lato sensu.

Diário do Comércio - O que aFIA oferece em pós-graduação?

Leandro Morilhas - A FIA pos-

sui graduação e pós-gradua-

ção. Esta última está dividida

em quatro categorias: os cur-

sos de especialização, volta-

dos para um público mais jo-

vem e recém-formado; os

MBAs, com carga horár ia

maior e voltados para um pú-

blico mais experiente em ter-

mos de prática empresarial; o

mestrado profissional, um

curso stricto sensu; e o pós-

MBA, para quem já tem um

MBA. Começamos a desenvol-

ver agora algumas soluções

em ensino a distância (EAD),

mas inicialmente com cursos

l i v re s .

A FIA é mais conhecida peloscursos de MBA. Como sãoestes cursos?

Este é o nosso produto mais

forte e que deu origem à FIA. O

nosso MBA foi o primeiro do

Brasil, em 1993, que foi o MBA

Executivo Internacional. Te-

mos hoje 13 cursos de MBAs,

que vão desde Tecnologia da

Informação, passando pelas

áreas de gestão, finanças,

marketing e recursos huma-

nos, até MBAs para executivos

que têm uma carreira interna-

cional e que estão se prepa-

rando para assumir o cargo de

presidente, atuando no nível

estratégico das empresas –éo

MBA Executivo Internacional.

Estes são os MBAs abertos, ou

seja, em que o aluno tem uma

relação direta com a FIA. Te-

mos também cursos para as

empresas, os chamados in

company. Por exemplo, uma

Page 5: Especial pos graduacao

sexta-feira, 30 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO ESPECIAL - 5

soal de Nível Superior (Capes), mantém um

corpo docente composto em quase sua totali-

dade (97%) por professores doutores e objeti-

vam proporcionar a docentes e pesquisadores

formação de alto nível, em diversas áreas de

a t u a ç ã o.

O curso a distância (EAD) é uma modalidade

que vem crescendo. O aluno pode assistir às

aulas quantas vezes quiser para estudar e re-

visar os conteúdos, ou realizar as tarefas. O

acesso aos materiais é feito a

partir de qualquer

computador com

acesso à internet e to-

dos os materiais didá-

ticos e conteúdos são

disponibilizados para

download.

A instituição

A Anhanguera Educa-

cional organizou-se como

uma companhia de capital

aberto em 2003, sendo a sucessora da então

existente Associação Lemense de Educação e

Cultura, entidade mantenedora do Centro Uni-

versitário Anhanguera (Leme e Pirassununga);

da Faculdade Comunitária de Campinas e das Fa-

culdades Integradas de Valinhos. O mesmo ocor-

reu com o Instituto Jundiaiense de Educação e

Cultura, entidade mantenedora da Faculdade

Politécnica de Jundiaí e com o Instituto de Ensino

Superior Anhanguera, entidade mantenedora

da Faculdade Politécnica de Matão.

Essas associações, todas de natureza não lu-

crativa, foram a base legal para a transforma-

ção de cada uma delas em sociedades educa-

cionais (nos moldes de sociedades anônimas):

Sociedade Educacional de Leme S.A.,Socieda-

de Educacional de Jundiaí e Sociedade Educa-

cional de Matão, forma organizacional então

pensada e preparada para a futura abertura de

seu capital na Bolsa de Valores.

Dessas três sociedades anônimas surgiu a

Anhanguera Educacional, hoje definida como a

sociedade mantenedora de todas as demais uni-

dades educacionais existentes, sejam faculda-

des, centros universitários ou universidades. As-

sim, desde 2004, os novos cursos e unidades es-

tão sob a tutela da instituição.

A Anhanguera é uma das maiores institui-

ções de ensino do mundo em número de alu-

nos, bem como uma das maiores empresas de

capital aberto do setor de educação no Brasil.

Muitas opções parainvestir na carreira

A Universidade Anhangueraoferece mais de 80 cursos de

pós-graduação lato sensu, alémde doutorados e mestrados

AAnhanguera Educacional, uma das

maiores instituições de ensino do

mundo, subiu quatro posições no ran-

king BrandZ Top 50, divulgado anual-

mente pela empresa especializada em análise

de marcas Millward Brown. Este ano, a institui-

ção alcançou a 31ª posição, com valor de mar-

ca, mensurado em US$ 326 milhões, variação

de 7% em relação ao ano anterior. A consultoria

internacional Millward Brown classifica a insti-

tuição de ensino como uma das 50 mais valio-

sas do Brasil. A construção do ranking conside-

ra duas dimensões: financeira (valor do negó-

cio no mercado de capitais e valor dos intangí-

veis da empresa) e de mercado (contribuição

da marca para o resultado dos negócios).

A Universidade Anhanguera de São Paulo

oferece uma ampla gama de cursos de pós-gra-

duação, que objetivam contribuir efetivamen-

te para a atualização e aperfeiçoamento profis-

sional dos seus alunos, aumentando significa-

tivamente as chances de empregabilidade em

qualquer etapa da carreira.

A instituição dispõe de mais de 80 cursos lato

sensu –nas modalidades presencial e EAD (en-

sino a distância) – com foco técnico e profissio-

nal. “Nossa pós-graduação é dada em 14 me-

ses e conta com professores com uma vasta ex-

periência no mercado de trabalho, que trazem

a vivência prática para sala de aula”, destaca o

professor Vladimir Ferreira Júnior, coordena-

dor de pós-graduação na unidade Vila Mariana

da Anhanguera. “Além disso, oferecemos aos

nossos alunos tutores presencias e a distancia

que os auxiliam no desenvolvimento das ativi-

dades”, acrescenta.

A Anhanguera também mantém programas

de pós-graduação stricto sensu, que contem-

plam dois doutorados (Biotecnologia e Inova-

ção em Saúde e Educação Matemática) e seis

mestrados (Adolescente em Conflito com a Lei,

Biomateriais em Odontologia, Biotecnologia,

Educação Matemática, Farmácia, Reabilita-

ção).

Direcionados para a continuidade da forma-

ção científica e acadêmica de alunos com nível

superior, os programas são recomendados pe-

la Coordenação de Aperfeiçoamento de Pes-

SXC

Especialização e MBA no Mackenzie

AUniversidade

Pre s b i t e r i a n a

Mackenzie - UPM está

com inscrições abertas para

cursos de especialização e

MBA voltados ao mercado

empresarial em sua nova

Unidade WTC – World Trade

Center São Paulo, um dos

complexos mais importantes

da América Latina. Os cursos

oferecidos são:

Administração de Negócios,

Governança de TI, Marketing

Estratégico, além dos MBAs

em Gestão Estratégica

Empresarial e Marketing e

Estratégia Competitiva.

Mestrado profissional em Arquitetura e Urbanismo

Divulgação

As inscrições estarão abertas até 20 de julho.

meses é o tempode duração doscursos de pós-graduação daA n h a n g u e ra

14

Os programasde

especializaçãodo Mackenzie

visampreparar e

desenvolver oaluno para omercado de

trabalho.

Captura de tela

Com foco na formação e

atualização, os programas de

especialização do Mackenzie

visam preparar e desenvolver

o aluno para o mercado de

trabalho. Os cursos formam

p ro f i s s i o n a i s

empreendedores, que

tomem atitudes proativas,

exibindo uma visão

sistêmica, ou seja, junção de

análise e prática na

realização de ações de

gestão nas empresas.

Os cursos MBA do

Mackenzie possuem

conteúdo programático

inovador e atualizado com o

mercado, simuladores de

gestão e business games,

professores com expressiva

experiência de mercado e

também titulados, módulos

internacionais opcionais,

entre outros diferenciais.

Segundo o professor e

coordenador da Pós-

Graduação Lato Sensu da

UPM, Dr. Cláudio Alberto de

Moraes, com um cenário

empresarial cada vez mais

competitivo, as empresas

lutam para gerar mais valor

para os seus clientes e

também para os acionistas;

assim o funcionário não pode

esquecer de agregar

continuamente valor

também à sua formação,

sustentando e aumentando a

sua empregabilidade. “Ser

graduado é um pré-requisito,

mas não suficiente para

sobreviver e prosperar nesse

ambiente atual do mercado

de trabalho. Um curso de pós-

graduação lato sensu de

qualidade, bem balanceado

com relação à teoria e à

prática, alinhado às

necessidades do mercado,

com professores titulados,

mestres e doutores, mas

também com experiência

empresarial, de tradição e

nome no mercado,

aumentará substancialmente

a probabilidade de

progressão horizontal ou

salarial e também de

promoção, dependendo do

c a s o”, explica.

A Universidade

Presbiteriana Mackenzie

também possui 11 Programas

de pós-graduação stricto

sensu, com 8 cursos de

doutorado, 9 cursos de

mestrados acadêmicos e 2

cursos de mestrados

profissionais. No momento,

são mais de mil alunos

matriculados.

Destaque para os

mestrado e doutorado em

Administração de Empresas,

que busca formar docentes,

pesquisadores e profissionais

com capacidade crítica e de

reflexão que contribuam com

o desenvolvimento humano,

científico e tecnológico das

o rg a n i z a ç õ e s ,

proporcionando uma

compreensão profunda

destas e uma formação sólida

em métodos e técnicas de

investigação aplicada à

gestão de instituições

públicas e privadas. O

programa se propõe a

contribuir no aprimoramento

da docência e da pesquisa,

bem como na capacidade

competitiva das

organizações empresariais.

OFIAM-FAAM Centro

Universitário do

Complexo Educacional

FMU está com inscrições abertas

para o curso de mestrado

profissional na área de

Arquitetura e Urbanismo.

Aprovado pela Capes, este

programa de pós-graduação

stricto sensu é pioneiro no

Estado de São Paulo por possuir

seu foco nos estudos e aplicação

prática no setor produtivo. As

inscrições estarão abertas até 20

de julho, para início das aulas em

11 de agosto de 2014.

O programa é composto por

duas linhas de pesquisa:

Planejamento, Projeto e Gestão

da Cidade e Transformações do

Território – patrimônio, cultura e

sociedade. A primeira linha de

pesquisa possui o objetivo de

estudar e analisar as políticas,

suas diretrizes e ações, voltadas

ao desenvolvimento urbano,

com ênfase na infraestrutura

urbana. A segunda linha de

pesquisa estuda as cidades na

perspectiva histórica e das

dinâmicas socioeconômicas das

sociedades, os processos e

projetos de produção e

transformação do espaço

u r b a n o.

O mestrado tem como público-

alvo os profissionais da iniciativa

privada, funcionários de órgãos

públicos e autarquias com

interesse em aprofundar seus

conhecimentos em

planejamento, intervenção e

gestão dos problemas urbanos

contemporâneos à luz dos

instrumentos urbanísticos

recentes e de sua aplicabilidade

em situações concretas

realistas, exequíveis e eficazes.

O curso forma mestres

profissionais habilitados para

desenvolver atividades e

trabalhos técnico-científicos em

temas de interesse público e com

atuação local, regional, nacional

e internacional por órgãos

públicos e privados, empresas,

cooperativas e organizações

não-governamentais, individual

ou coletivamente organizadas.

Diferencia-se dos demais

mestrados acadêmicos na área

da Arquitetura e do Urbanismo

por atender áreas mais

diretamente vinculadas ao

mundo do trabalho e ao sistema

produtivo, com vistas ao

desenvolvimento

socioeconômico e cultural do

País. Oferece capacitação e

treinamento de pesquisadores e

profissionais destinados a

aumentar o potencial interno de

geração, difusão e utilização de

conhecimentos científicos no

processo produtivo de serviços e

estreita as relações entre a

instituição de ensino superior e o

setor produtivo.

Mais informações sobre o

programa, edital e o processo de

seleção no site

h t t p : / / w w w. p o r t a l .

fiamfaam.br/mestrado/

a rq u i t e t u r a .

Page 6: Especial pos graduacao

6 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO sexta-feira, 30 de maio de 2014

A USP é excelência empós-graduação

A Universidade deSão Paulo forma,em média, 2.350doutores por ano econta atualmentecom 255programas depós-graduaçãoem plenaatividade

AUniversidade de São

Paulo (USP) pode ter

caído de primeira pa-

ra segunda melhor

universidade da América Lati-

na no ranking da consultoria

britânica QS (a primeira posi-

ção ficou com a Pontifícia Uni-

versidade Católica do Chile),

fato noticiado com alarde esta

semana, mas na área de pós-

graduação stricto sensu ela

ainda é destaque internacio-

nal. Isso é o que mostra a últi-

ma avaliação trienal da Capes

(Coordenação de Aperfeiçoa-

mento de Pessoal de Nível Su-

perior), fundação do Ministé-

rio da Educação (MEC), refe-

rente ao período 2010-2012.

Segundo Bernadette Dora

Gombossy de Melo Franco,

pró-reitora de Pós-Graduação

da USP, dos 230 programas da

universidade avaliados pela

Capes, 157 (68%) receberam

conceitos 5 ou superiores, ou

seja, dois em cada três progra-

mas de pós-gra-

duação da USP

são de excelên-

cia. Em relação ao

total de progra-

mas do Bras i l , a

USP tem quase 60%

dos programas com

conceitos 5 ou supe-

riores, e quase meta-

de dos programas

com nível internacio-

nal (conceitos 6 e 7).

Os programas da USP corres-

pondem a 7% do total de pro-

gramas que foram avaliados

neste triênio.

“Ficamos orgulhosos do de-

sempenho de nossos progra-

mas, que é resultado da dedi-

cação de toda a comunidade

acadêmica – professores, alu-

nos e servidores – na busca da

excelência e da Pró-Reitoria de

Pós-Graduação no acompa-

nhamento quase diário das

atividades destes programas.

Por outro lado, esse resultado

aumenta a responsabilidade

da USP perante a sociedade,

pois nos transformamos em

modelo para as demais univer-

sidades. Temos que nos esfor-

çar muito para que essa quali-

dade seja mantida e, sempre

que possível, melhorada”, co-

menta a pró-reitora.

Bernadette revela alguns

planos. “Vamos implementar

um sistema institucional de

avaliação da pós-graduação

na USP como um todo, que se-

rá uma importante ferramen-

ta de gestão, permitindo atuar

diretamente nos programas

para que novos patamares de

excelência possam ser atingi-

dos, usando referências inter-

n ac i on a is ”, diz. A avaliação

será institucional e comple-

mentar à avaliação da Capes,

sem nenhum caráter punitivo

ou de comparação entre

os programas. “E s-

sa avaliação

institucional nos permitirá de-

tectar qualidades não mensu-

radas na avaliação da Capes,

usando indicadores comple-

mentares, avaliando, por

exemplo, a atuação e a contri-

buição dos egressos dos pro-

gramas para o desenvolvi-

mento do País, o impacto efe-

tivo das pesquisas realizadas

no âmbito da pós-graduação

no avanço do conhecimento

cientifico e tecnológico mun-

dial. Nossa meta é aumentar a

proporção de programas de

excelência internacional”,

a f i rm a .

Alguns números

Atualmente, a Pós-Gradua-

ção da USP conta com 255 pro-

gramas de pós-graduação

aprovados pela Capes e em

plena atividade. Em janeiro de

2010 eram 223 programas.

Dos programas existentes ho-

je, 208 oferecem cursos de

Mestrado e Doutorado, 33

apenas Mestrado, 14 apenas

Doutorado e 18 Mestrado Pro-

fissional. Há também dois Pro-

gramas de Mestrado Profissio-

nal do qual a USP é copartícipe

– Matemática em Rede Nacio-

nal (PROFMAT) e Mestrado

Profissional em Letras (PRO-

FLETRAS) – juntamente com

outras instituições de ensino

superior federais e estaduais

do País. Ressalta-se que essas

duas modalidades de curso

são as primeiras a serem cria-

das no Brasil, nas quais a USP

participa ativamente, com ca-

racterísticas multi-institucio-

nais, oferecendo programas

de pós-graduação em rede vi-

sando formação, em maior es-

cala, de professores para a

educação básica.

Atualmente estão cadastra-

dos no sistema 6.419 orienta-

dores, sendo 1.360 orientado-

res específicos, geralmente

para um único aluno, que são,

na maioria das vezes, docen-

tes convidados, técnicos de

nível superior com doutorado,

pós-doutorando ou docentes

de outras áreas do conheci-

mento. Por esses dados, pode-

se inferir que os docentes en-

volvidos na pós-graduação

estão orientando, em média, 4

alunos, valor acima da média

nacional (2,9 alunos por orien-

tador) e das instituições inter-

nacionais de destaque. Mais

ainda, esses orientadores es-

tão graduando em média 1,2

alunos por ano, novamente

acima da média nacional

(0,84 titulados por docente),

de acordo com os dados nacio-

nais disponíveis pela Capes

para o ano de 2012.

O número de alunos de pós-

graduação da USP, em 31 de

dezembro de 2013, era de

25.109, sendo 11.395 de Mes-

trado Acadêmico, 133 de Mes-

trado Profissional, 11.240 de

Doutorado e 2.341 de Douto-

rado Direto.

Em relação ao corpo discen-

te, levantamento realizado pe-

la universidade em 31 de de-

zembro aponta que os alunos

estão distribuídos nas áreas de

Divulgação/José Alberto Pereira

Ciências da Saúde (23%),

Ciências Humanas (14%) e En-

genharias (13%), com distri-

buição bem mais homogênea

que a média nacional, onde a

área da Saúde conta com me-

nos de 15% dos alunos.

Pelos dados apresentados

confirma-se o gigantismo da

USP na pós-graduação stricto

sensu, sendo considerada em

alguns levantamentos como o

maior centro de pós-gradua-

ção do mundo para formação

embasada em pesquisa. Pelo

menos em número de títulos

de Doutor outorgados, a USP é

a maior, segundo o levanta-

mento da Shanghai Jiao Tong

University ranking do ano pas-

sado. No último triênio titula-

ram-se na USP, em média,

2.350 doutores por ano. Ape-

sar de sua grande dimensão, a

USP consegue manter um pa-

drão de qualidade internacio-

nal, diferentemente de outras

grandes instituições, geral-

mente asiáticas, que não apa-

recem nas classificações.

Padrão internacional

Na avaliação da universida-

de, o desempenho destacado

no cenário internacional é fru-

to da decisão institucional de

longo prazo, que prioriza sem-

pre a qualidade em todas as

atividades. Essa abordagem

mostrou-se eficiente, pois es-

tá conseguindo manter o alto

padrão de qualidade da insti-

tuição, mesmo com o seu cres-

cimento significativo na últi-

ma década, notadamente na

g r a d u a ç ã o.

Na última reunião estratégi-

ca do Conselho de Ensino de

Doutorado da Associação Euro-

peia de Universidades, realiza-

da em Dublin em março de

2013, a USP foi convidada para

explicar como consegue outor-

gar títulos de pós-graduação

em larga escala com padrão de

qualidade internacional. No

evento foi realçado que a USP

adota as três ferramentas es-

senciais para a busca da exce-

lência: a internacionalização, a

avaliação e o apoio institucio-

nal aos programas. A estratégia

da USP foi considerada exem-

plar, com resultados muito po-

sitivos, e recomendada como

exemplo a ser seguido.

Bernadette DoraGombossy de Melo

Franco: ficamosorgulhosos do

desempenho de nossosp ro g r a m a s .

OSistema Nacional de

Pós- Graduação

(SNPG) passa a

contar com uma nova

ferramenta online para

coletar informações,

realizar análises, avaliações

e servir como base de

referência. Trata-se da

Plataforma Sucupira, que

disponibiliza em tempo real

e com transparência as

informações, processos e

procedimentos que a Capes

realiza no SNPG para toda a

comunidade acadêmica.

Igualmente, a ferramenta

propicia a parte gerencial-

operacional de todos os

processos e permite maior

participação das pró-

reitorias e coordenadores de

programas de pós-

graduação. O

preenchimento das

informações, como

Cadastro de Discentes, na

plataforma pode ser feito

desde início de abril.

De acordo com o ministro

da Educação, José Henrique

Paim, um dos destaques do

novo sistema é dar

visibilidade à expansão da

pós-graduação brasileira. "A

Plataforma Sucupira fará

com que todas as

informações da pós

sejam

publicamente

acessíveis e que os nossos

esforços se tornem visíveis.

É importante lembrar que

tivemos um crescimento de

50% de cursos nos últimos

seis anos, e somente a

região Norte teve um

aumento de 40% nos

últimos três anos", lembrou.

Para o presidente da

Capes, Jorge Almeida

Guimarães, o antigo sistema

de avaliação era pouco

capaz de acompanhar os

avanços da pós-graduação

nos últimos anos. "Temos

uma taxa de crescimento de

20% por triênio. Isso

significa que provavelmente

chegaremos a mais de 6 mil

cursos na próxima Trienal.

Permitir que todos esses

dados fiquem

p e rm a n e n t e m e n t e

disponíveis será muito

importante", afirmou

Segundo o diretor de

Avaliação da Capes, Livio

Amaral, a transparência e a

publicidade são dois dos

avanços significativos

oferecidos pela nova

plataforma. "A busca da

transparência sempre foi o

ponto fundamental sobre a

avaliação da pós-

graduação. Temos de

ter os dados

t r a n s p a re n t e s

e tudo que fazemos e

produzimos na pós-

graduação deve ser de

acesso à sociedade no seu

todo", ressaltou.

Além da transparência, a

Plataforma Sucupira

pretende reduzir o tempo,

esforços e imprecisões na

execução de avaliação do

SNPG, promover maior

facilidade no

acompanhamento da

avaliação, gerar maior

confiabilidade, precisão e

segurança das informações

além de permitir um

controle gerencial mais

eficiente.

Para os programas de pós

e as instituições de ensino,

haverá maior facilidade e

simplicidade no processo de

coleta e envio das

informações. Além de

imediata visibilidade das

informações da instituição,

maior agilidade no processo

de solicitações e

comunicação junto à Capes.

Tudo isso por meio do envio

de informações

continuamente em tempo

real ao longo do ano e com a

possibilidade de integração

com sistemas de registro

acadêmico -corporativos.

Desenvolvimento

A Plataforma Sucupira é

fruto da parceria da Capes

com a Universidade Federal

do Rio Grande do Norte

(UFRN). Em maio de 2012, as

duas instituições assinaram

termo de cooperação para o

desenvolvimento de um

sistema voltado a coletar

informações dos programas

de pós-graduação em tempo

real e estabelecer os

procedimentos de avaliação

com transparência para toda

a comunidade acadêmica.

A escolha do nome da

plataforma é uma

homenagem ao professor

Newton Sucupira, autor do

Parecer nº 977 de 1965. O

documento, hoje conhecido

como "Parecer Sucupira",

conceituou, formatou e

institucionalizou a pós-

graduação brasileira

nos moldes como

é até os dias

de hoje.

Divulgação/Ernani Coimbra

dos 230

p r o gra m a s

da

universidade avaliados

tiveram nota 5 ou superior68%

Nova tecnologia traztransparência e agilidade

SXC