Especial Doces Tradicionais de Natal
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Doces Tradicionais de NatalNesta quadra natalícia todos somos tentados pelos doces de Natal.
São inúmeros os doces tradicionais que fazem as delícias de muitas famílias na noite de
consoada. Bolos, doces de colher, fritos aos quais poucos conseguem resistir.
Doces tentações que vão das rabanadas, às filhóses, passando pelos sonhos, bilheracos,
castanhas de ovos, trouxas de ovos, até aos coscorões, ou à simples aletria ou arroz doce.
Nesta quadra em que a doçaria tem uma estreita relação com as festividades, aqui deixa-
mos algumas propostas de pastelarias e padarias, sendo certo que o Bolo-Rei foi, é e conti-
nuará a ser o principal símbolo à mesa da época natalícia, ainda que pasteleiros e confeitei-
ros não se poupem a esforços para inovar e apresentar variantes completamente diferen-
tes ao tradicional Bolo-Rei.
Especial
Doces Tradicionais de Natal
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T R O P I C A LT R O P I C A L
Jornal da Bairrada 8 | Dezembro | 2011IIII
Bolo-Rei Frutos SecosRiviera - Padaria / Pastelaria
Anadia
Bolo-ReiBairridoce, Past. Saraiva, Lda.
Mata da Curia
Bolo-Rei Frutos SecosPadaria Esperança
Sangalhos
Bolo-Rainha100 Chocolate - Padaria/Pastelaria
Sangalhos
Bolo EsfarrapadoPadaria Pastelaria Santo António
Malaposta
“A Riviera usa receitas e produtos tradicionais, ao invés
dos chamados “produtos de saco”, confeccionando algu-
mas receitas conventuais. No que toca ao Bolo-Rei de frutos
secos, utiliza o processo “antigo/tradicional”, sendo usada
uma receita com mais de 40 anos e com provas dadas pe-
las diversas casas em que o pasteleiro a tem confeccionado,
sempre com excelentes resultados e com grande aceitação
dos clientes. Outra das mais valias, é a constante inovação,
salvaguardando sempre o processo tradicional de fabrico.”
Manuel Jorge Marques
“Destaco para a quadra natalícia o nosso Bolo-Rei, úni-
co e genuíno. É um bolo diferente dos demais, porque se-
guimos a nossa receita caseira e ancestral. Depois, vamos
buscar ingredientes da melhor qualidade: Vinho do Porto da
zona do Douro, fruta cristalizada da melhor selecção, nozes
chilenas. Tudo isto resulta num bolo diferente, digno de uma
consoada.
É o rei à mesa no Natal e verdadeiramente singular.”
Miguel Saraiva
“Destaco para esta quadra natalícia o nosso Bolo Rei de
Frutos Secos, bastante procurado por ser diferente dos res-
tantes. É um bolo feito à moda antiga, completamente tra-
dicional, seguindo uma receita que passou de geração em
geração. Depois, temos especial atenção na qualidade dos
ingredientes, optando por frutos de elevada qualidade a que
juntamos o “segredo da casa”. Por isso, ele é também mais
caro, mas também, muito bom.”
Carmen Lúcia Lincho
“Tendo em conta a qualidade e a quantidade de doces por
nós elaborada nesta quadra, a tarefa de escolher apenas um
não se torna fácil... Por isso, destacamos então o Bolo-Rai-
nha ou Bolo-Rei de frutos secos. É um produto que exige da
nossa parte um grande critério e rigor na selecção de ma-
térias primas de qualidade. Aliada a esta qualidade, temos
também a mais valia de utilizar receitas tradicionais à boa
maneira portuguesa.”
Óscar Matias
“A nossa aposta vai para um grande sucesso da nossa casa
que é o Bolo Esfarrapado. Um bolo sobre o comprido e não
redondo, que leva chila e muitos ingredientes semelhantes
ao bolo-rei tradicional, mas também alguns toques “secre-
tos” da nossa pastelaria. Começámos há três anos e foi uma
aposta que resultou muito bem. É um bolo que se mantém
húmido durante muito mais tempo. Dá prazer comer.”
Paulo Santos
Bolo-ReiA Fornarina - Padaria/Pastelaria
Palhaça
“Propomos o Bolo-Rei da casa que é único pela sua quali-
dade. Feito pelo método artesanal, baseia-se numa receita
ancestral, com alguns segredos da casa, guardados a sete
chaves. Distingue-se pela sua massa, mas também por ser
ricamente recheado com frutas cristalizadas e frutos secos
de grande qualidade e também pela sua apresentação.
Um bolo digno de ter na mesa de consoada.”
João Água
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Doces tradicionais de Natal
Doces Tradicionais de NatalJornal da Bairrada 8 | Dezembro | 2011
Bolo-Rei de ChilaPadaria / Pastelaria Flor 2004
Oliveira do Bairro
Bolo de RosasPadaria Pastelaria Tropical
Troviscal
Nesta quadra natalícia a nossa sugestão vai para o Bolo-Rei de Chila. É muito pro-
curado pelos nossos clientes, porque é muito bom e diferente.
É uma criação nossa e diferencia-se pela sua massa que é folhada, pelo creme que
leva e pela chila. Um bolo que se mantém húmido e que muito procurado há dois anos
a esta parte”.
José Pinto
“Proponho uma inovação nossa que está a ser um sucesso
e que nesta altura de Natal é bastante procurado. Trata-se do
Bolo de Rosas, uma especialidade da casa. É um bolo de uma
massa tipo brioche mas mais suave, que é envolvido em coco e
margarina. A massa é enrolada e no forno tem a particularida-
de de rebentar e formar uma rosa. Depois é regado com uma
calda especial, muito boa.
É um bolo muito bom e bonito, digno da mesa de consoada”
Tony Neves
IIIIII
Rua Dr. França Martins, 31T.: 234 747 286 - 3770-222 OLIVEIRA DO BAIRRO
Conheça o nosso tradicional Conheça o nosso tradicional Bolo Rei de Chila Bolo Rei de Chila
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Rua Manuel de Oliveira, n.º 163770-355 PALHAÇA
Bolo ReiPão Jamon
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RabanadasSonhos
Castanhas de Ovos Moles
Tel. 234 752 964234 752 430
Boas Boas
FestasFestas
É à mesa, na noite de consoada
que a família se reúne e con-
fraterniza. Por isso, o cuidado
com a ceia. A par do baca-
lhau e do peru, os doces não
podem faltar. Eles são um dos
elementos mais marcantes
desta quadra natalícia.
Por isso, há doces que se tor-
nam presenças obrigatórias
na mesa de Natal. É o caso
dos fritos, sejam recheados,
regados com uma calda doce
ou polvilhados com açúcar e
canela. Aqui deixamos algu-
mas doces sugestões.
RABANADAS1 pão de forma grande
1 litro de leite
150 gr. de aúcar
1 tira de vidrado de casca de limão
6 ovos
óleo q.b
Calda: 1,5 dl. de água, 250gr. de açú-
car, 1 pau de canela, 1 cálice de vinho
do Porto
Corte o pão em fatias com cerca de
dois centímetros de espessura. Junte o
leite, o açúcar e a casca de limão; aque-
ça e reserve. Bata os ovos com um garfo
e aqueça o óleo. Passe as fatias de pão
pelo leite, de seguida pelos ovos e frite-
as dos dois lados.
Retire-as, escorra-as sobre papel ab-
sorvente e coloque no recipiente de ser-
vir. Prepare a calda, fervendo a água
com o açúcar e a canela, durante dois
minutos. Junte o vinho, deixe voltar a
ferver e apague o lume. Verta a calda
sobre as rabanadas e sirva.
SONHOS COM AÇÚCAR3 dl de água
1,5 dl de óleo
1 pitada de sal fino
1 tira de casca de limão
240 gr. de farinha
6 ovos
óleo, açúcar em pó q.b.
Leve a ferver a água com o óleo, o sal
e a tira de casca de limão. Junte de uma
só vez a farinha até a massa se soltar
do fundo do recipiente (sem o retirar do
lume). Retire a casca de limão e deixe
arrefecer.
Adicione os ovos, um a um, e bata até
a massa ficar volumosa. Numa frigidei-
ra, aqueça o óleo e frite colheradas de
massa. Escorra os sonhos e povilhe-os
com açúcar em pó.
COSCORÕES300 gr. de farinha
50 gr. de manteiga
1 colher (de sopa) de azeite
50 gr. de açúcar
3 gemas
1 laranja (raspa e sumo)
água, sal, farinha, óleo e açúcar em
pó q.b.
Num recipiente, misture a farinha com
a manteiga, o azeite, o açúcar, as gemas
e a raspa de laranja. Aos poucos, adicio-
ne o sumo de laranja e água temperada
de sal suficiente para obter uma massa
boa para estender. Deixe-a repousar du-
rante duas horas.
Estenda a massa sobre uma superfí-
cie enfarinhada, com a ajuda de um rolo.
Corte-a em rectângulos, faça dois cortes
em cada um e frite-os em óleo quente.
Escorra os coscorões sobre papel ab-
sorvente e sirva-os polvilhados de açú-
car em pó.
BILHERACOS 500gr de abóbora menina cozida com sal
3 ovos inteiros
300gr de açúcar
250gr de Farinha
Raspa de limão ou laranja e sumo de
meio limão
Açúcar e Canela para polvilhar
Depois de cozida a abóbora deixa-
se escorrer bem até ao dia seguinte
saco de pano de um dia para o outro.
Não se deve apertar o saco para não
criar fios. Amassa-se a abóbora com
as mãos muito bem amassada de for-
ma a não deixar fios e vai-se misturan-
do os ingredientes um a um sempre
amassando.
Faz-se umas bolinhas com a ajuda de
duas colheres e frita-se em óleo bem
quente.
Depois de fritas polvilha-se com açú-
car e canela misturados.
Nota: Pode-se juntar nozes partidas
em pequenos pedaços ao preparado.
Polvilha-se com açúcar e canela
ESTRELINHAS DE ANIS20 gr. de fermento de padeiro
1 dl. de leite morno
500 gr. de farinha
4 colheres (de sopa) de aguardente
1 limão grande (sumo e raspa)
3 ovos
farinha para polvilhar
óleo para fritar
Dissolva o fermento no leite morno e
adicione-lhes 100 gr. de farinha. Amas-
se bem e deixe levedar até duplicar de
volume. Junte a restante farinha, al-
ternando com a aguardente, o sumo e
raspa de limão e os ovos. Amasse tudo
e deixe levedar até obter o dobro de vo-
lume inicial.
Calda: Leve ao lume o açúcar com a
água e as estrelas de anis. Deixe ferver
durante dois minutos. Deixe a calda ar-
refecer e reserve. Estenda a massa so-
bre uma superfície enfarinhada até ob-
ter uma espessura fina.
Com o cortante em forma de estre-
la corte a massa; frite as estrelinhas
em óleo quente e escorra-as sobre pa-
pel absorvente. Depois passe-as pela
carla.
A tradição dos fritos de Natal mantém-se
PUB
O Rei dos BolosNão é possível falar da
quadra natalícia, sem falar
na doçaria típica da época,
sendo o mais famoso de to-
dos os bolos, o ancestral Bo-
lo-Rei, presença quase sem-
pre obrigatória em qualquer
mesa. Um bolo único, tradi-
cional e cheio de simbolis-
mo. Por isso, a sua forma de
coroa, as suas frutas crista-
lizadas e frutos secos (amên-
doas, nozes e pinhões), a fava
e o brinde, entretanto proibi-
dos, mas dos quais falare-
mos mais adiante.
De destacar que este bolo
representa os presentes ofe-
recidos pelos Reis Magos ao
Menino Jesus. A parte exte-
rior simboliza o ouro; já as
frutas secas e as cristaliza-
das representam a mirra;
por fim, o incenso está repre-
sentado no aroma do bolo.
A FAVA
Reza a lenda que a fava no
interior no Bolo-Rei está re-
lacionada com a falta de en-
tendimento entre os Reis Ma-
gos que, depois de verem a
Estrela de Belém que anun-
ciava o nascimento de Cristo,
disputaram entre si qual de-
les teria a honra de ser o pri-
meiro dos três a entregar ao
Menino Jesus os presentes
que transportavam.
Sem entendimento, foi um
simples padeiro que acabou
com a discussão, confeccio-
nando um bolo, esconden-
do no interior da massa uma
fava. Em seguida, o bolo foi
cortado e cada um dos Ma-
gos - Baltasar, Belchior e
Gaspar - tirou uma fatia.
Aquele que tivesse a sorte
de retirar a fatia contendo a
fava, seria, por direito, o pri-
meiro a entregar os presen-
tes ao Messias.
No entanto, a tradição, diz-
nos que, quem receber a fatia
com a fava, tem, na consoada
seguinte, que oferecer o Bo-
lo-Rei. A fava representa en-
tão o “azar” pois quem ficar
com ela tem de abrir os cor-
dões à bolsa.
O BRINDE
Anos mais tarde, o Bolo-
Rei passou a integrar tam-
bém um brinde, usualmente
um pequeno objecto metáli-
co sem valor que. Um sím-
bolo que servia para presen-
tear aqueles com quem se
partilhava o bolo.
Estes dois elementos (fava
e brinde), devido às Leis Co-
munitárias, foram proibidos.
Por isso, o Bolo-Rei que hoje
compramos nas pastelarias
e confeitarias não tem ne-
nhum destes dois elemen-
tos.
A VERDADEIRA HISTÓRIA
A receita do Bolo-Rei tem
origens em França. Na ver-
dade, a festa de Reis come-
çou muito cedo a ser cele-
brada na corte dos reis fran-
ceses. Tudo aponta para que
o Bolo-Rei tenha surgido no
tempo de Luís XIV, nomea-
damente para as festas do
Ano Novo e do Dia de Reis,
designado então por Gâteau
des Rois.
Em 1789, com a Revolução
Francesa, este bolo foi proi-
bido, mas os pasteleiros de
então sabiam que tinham ali
um bom negócio, e em vez
de o eliminarem, passaram
a chamar-lhe Gâteau des
Sans-Cullottes.
De realçar que o Bolo-Rei
como hoje o conhecemos
nada tem a ver com o bolo
que simboliza a festa dos
Reis na maioria das provín-
cias francesas, na região de
Paris, onde esse bolo é feito
com massa folhada, rechea-
da com creme.
Em Portugal, a história do
Bolo-Rei é uma história de
sucesso, sobretudo a partir
do séc. XX.
No presente, tal como no
passado, as confeitarias e
pastelarias não se poupam
a esforços na sua promoção
e hoje são já várias as va-
riantes deste bolo que é rei
à mesa na consoada.
Uma nota curiosa: o Bo-
lo-Rei que nos últimos
anos tem sofrido algumas
alterações com a introdu-
ção de algumas variantes
como o Bolo-Rei Escanga-
lhado, a Côroa de Bolo-Rei,
e algumas outras que ain-
da não têm classificação
atribuída, são também elas
bastante apetecíveis e sa-
borosas.
O BOLO-REI EM PORTUGAL
Tudo aponta que a primei-
ra casa onde se vendeu, em
Lisboa, este bolo foi a Con-
feitaria Nacional, por volta de
1890, pelo afamado confeitei-
ro Gregório, que seguiu uma
receita vinda de Paris.
Com o passar do tempo, a
receita do Bolo-Rei generali-
zou-se e outras confeitarias
passaram a fabricá-lo, ainda
que noutras versões, man-
tendo em comum a tradição
da fava.
Presentemente, em Por-
tugal, o Bolo-Rei é mais con-
sumido entre finais de No-
vembro e o dia 6 de Janeiro,
Dia de Reis, sendo, sem dúvi-
da, o bolo que assinala a qua-
dra natalícia.
Doces Tradicionais de Natal Jornal da Bairrada 8 | Dezembro | 2011IVIV
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