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Espaços Públicos Associados a Interfaces de Transportes
Estudo de Casos e Proposta de Tipificação Segundo os Aspectos
Urbano, Operacional e Funcional
Vera Mónica dos Santos Almeida
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Arquitectura
Resumo Alargado – Versão em Português
Júri Presidente: Maria Helena Neves Pereira Ramalho Rua (Professor Auxiliar)
Orientador: Pedro Filipe Pinheiro de Serpa Brandão (Professor Auxiliar)
Vogal: Fernando José Silva e Nunes da Silva (Professor Catedrático)
Abril | 2009
Resumo
As interfaces são espaços de mobilidade e de interligação, não só entre os diversos
modos de transportes disponíveis, mas também entre estes e o meio urbano envolvente,
esta relação de comunicação pode ser evidenciada pelos diferentes espaços existentes e
pelas respectivas características.
Uma abordagem integrada dos transportes públicos, melhorando a sua produtividade
espacial, através de uma noção de continuidade – a rede – em que a interface entre os
vários modos tem um papel essencial, poderá ser uma das soluções possíveis, mas será
também necessária uma nova mentalidade por parte dos cidadãos. É fundamental devolver
a cidade às pessoas, deixar de dar prioridade ao automóvel, utilizar melhor o espaço e
organizar de forma eficiente o tempo.
O espaço público reflecte o meio urbano e apresenta uma dimensão política e
sociocultural. É um lugar de identidade e de relação, de contacto e de encontro entre as
pessoas, de animação urbana e de expressão da sociedade. O espaço público da cidade é
o espaço onde as pessoas podem exercer a sua natureza como cidadãos.
As interfaces são espaços de mobilidade e de interligação, não só entre os diversos
modos de transportes disponíveis, mas também entre estes e o meio urbano envolvente,
esta relação de comunicação pode ser evidenciada pelos diferentes espaços existentes e
pelas respectivas características.
Palavras-chave: Interface de Transportes, Espaço Público, Envolvente Urbana.
2
I – Introdução
As interfaces de transportes, sendo já por si um equipamento público, possuem diversos
tipos de espaços, nomeadamente espaços de acesso público. Mas os espaços existentes,
serão realmente espaços públicos, relacionados tanto com o equipamento em si, como com
o meio urbano em que se inserem, ou serão apenas espaços de utilização periódica devido
à necessidade de mobilidade?
A generalização do automóvel na cidade teve como consequência a degradação do
espaço público como local de continuidade, de encontro e de vivências. O transporte
colectivo apresenta-se como a resposta a este problema, oferecendo uma rede eficiente, em
que para além de combinar diversos modos de transporte público, recebe também os
movimentos gerados pelo transporte individual.
É neste contexto que as interfaces de transportes surgem como ponto fundamental de
mobilidade na rede de transportes, em que segundo Jordi Borja e Zaida Muxi1,
“A dinâmica própria da cidade e os comportamentos das pessoas podem criar
espaços públicos que juridicamente não o são, ou que não estavam previstos
como tais, abertos ou fechados, de passagem ao aqueles em que se tem de ir
expressamente. Pode ser uma fábrica ou um depósito abandonado ou um espaço
intersticial entre dois edifícios. O são quase sempre os acessos a estações e
pontos intermodais de transporte e às vezes reservas de solo para uma obra
publica ou de protecção ecológica. Em todos estes casos o que define a natureza
do espaço público é o seu uso e não o seu estatuto jurídico.”
A problemática desenvolvida decorre do problema eventual: se as interfaces de
transportes poderão efectivamente traduzir no seu âmbito espacial urbano a noção de
espaço público, ou serão apenas locais de fluxos e movimentos, isto é, até que ponto
permitem a continuidade dos espaços públicos envolventes e possibilitam espaços de
vivência social no seu interior?
1 Jordi Borja e Zaida Muxi – El Espacio Público – Ciudad e Ciudadanía. Barcelona: Electa, 2003, p. 2/46, ta.
3
I – Os Transportes e a Cidade
I.1 – Evolução dos Transportes na Cidade
Antes da Revolução Industrial, o tamanho das cidades permaneceu praticamente
constante uma vez que o meio mais utilizado pelas pessoas nos movimentos era
maioritariamente pedonal. Com a Revolução Industrial no séc. XIX, a capacidade, a
velocidade, a eficiência e a cobertura geográfica dos sistemas de transporte melhoraram
exponencialmente, os movimentos foram gradualmente transferidos para modos de
transporte cada vez mais rápidos e eficientes, consequentemente este processo traduziu-se
numa nova relação do espaço-tempo.
Com o processo de urbanização, que se reflecte no crescente aumento do tamanho das
cidades e da população urbana, surge a necessidade de responder às exigências de
mobilidade. Os padrões de mobilidade urbana e os sistemas de transporte nas áreas
urbanas são complexos, não só porque existem vários modos, mas também pela
multiplicidade de origens e destinos, e pela quantidade e variedade de tráfego.
A distribuição dos diferentes usos e a localização das actividades na cidade têm
importantes impactos na acessibilidade. A existência de diferentes tipos de actividades
aumenta a proximidade de destinos comuns e o número de pessoas que utilizam cada modo
de transporte, aumentando também a procura por modos alternativos e influenciando
fortemente a acessibilidade. “É da harmonização das exigências de mobilidade com os
perfis de acessibilidade que podem resultar soluções em que o espaço seja bem utilizado.”2
I.2 – O Automóvel, o Transporte Público e o Meio Urbano
Os transportes influenciam fortemente a organização e a estrutura do meio urbano. O
objectivo geral dos transportes é diminuir a noção de espaço, mas o objectivo específico, é
responder a uma procura de mobilidade: o transporte apenas existe se existir movimento de
pessoas de uma origem para um destino.
2 José Manuel Viegas – “O Homem, a Cidade e os Transportes, A luta pelo Espaço na Urgência do Tempo”,
in Design para a Cidade – Trânsito e Transportes. Lisboa: Centro Português de Design, 1991, pp. 29, ta.
4
As cidades são localizações que têm uma grande concentração de actividades
económicas e são estruturas espaciais complexas que são suportadas por sistemas de
transportes. De acordo com Pedro Brandão3:
“Na nossa época, a cidade está em movimento como nunca antes esteve em
toda a história: real – nos fluxos que a atravessam, com apoio a redes de
deslocação; e também virtual – na possibilidade de instantaneamente ligarmos o
que está separado, sem nos movimentarmos. E ainda, a possibilidade que
dispomos de mudar repentinamente o nosso ambiente, de no meio do nada fazer
surgir tudo.”
O uso do automóvel na cidade está relacionado com diversas vantagens, entre elas a
mobilidade, o conforto, a velocidade e a conveniência. Quando os sistemas de transportes
públicos não satisfazem as exigências da mobilidade urbana associada a padrões
complexos de movimentos individuais, a procura do automóvel aumenta, criando diferentes
problemas nas áreas urbanas.
O transporte motorizado foi visto como um símbolo poderoso de estatuto, modernidade
e de desenvolvimento. Mais recentemente, e devido a todos os problemas relacionados com
a circulação automóvel, a motorização começou a ser vista de modo mais negativo e várias
cidades desenvolveram politicas para limitar a circulação automóvel por um conjunto de
estratégias, entre as quais o parqueamento limitado e a velocidade reduzida, proibição da
circulação automóvel nos centros históricos, pagamento de taxas para o parqueamento e
para a entrada em algumas zonas da cidade e promoção do transporte público e das
bicicletas.
Para dissuadir a utilização do automóvel, o sistema de transportes público necessita de
objectivos de integração eficiente4, designadamente: a integração do uso do território e dos
transportes, tendo em atenção estas duas matérias em conjunto, de forma a apresentar
políticas de tráfego concentrado e uma alta densidade de desenvolvimento; a integração do
transporte público e privado, uma vez que os transportes públicos nem sempre podem
chegar a todos os destinos e origens, apresentar a possibilidade de fazer parte da viagem
de automóvel privado até a um certo ponto, ponto este de ligação e acesso de ao transporte
3 Pedro Brandão – Ética e Profissões, no Design Urbano – Convicção, Responsabilidade e
Interdisciplinaridade. Departamento de Escultura Universidade de Barcelona: 2004, p. 165.
4 D. Scott Hellewell – "Re-structuring Urban Public Transport". Urban Planning & Public Transport, 1979, pp.
40-50.
5
público; e a integração de diferentes modos de transporte público de modo a formar uma
rede que oferece alternativa ao transporte individual, recorrendo a interfaces de ligação.
I.3 – Interface de Transportes – O Conceito
Uma interface de transportes é definida como uma entidade geográfica, um ponto de
acesso, mas também de ligação entre vários modos de transporte permitindo a continuidade
dos diferentes fluxos. Segundo o Manual de Planeamento e Gestão de Transportes5 o
significado de interface é “(paragem, terminal, ponto de chegada ou correspondência,
transbordo) um ponto de uma rede de transportes, em geral um nó, onde o passageiro inicia
ou termina o seu percurso, muda de modo de transporte ou faz conexões entre diferentes
linhas do mesmo modo.”
Para além de um ponto ou nó de ligação, uma interface de transportes representa uma
outra identidade, um lugar, uma zona específica da cidade com concentração de infra-
estruturas, mas também inserida numa morfologia urbana própria, com diferentes edifícios e
espaços vazios. 6
Os nós ou pontos e as linhas ou ligações são componentes básicos de uma rede, os
pontos representam deste modo onde as linhas se cruzam ou onde se inter-relacionam. A
rede tem duas conotações básicas: a primeira do senso comum e refere-se a sistemas de
infra-estruturas e a segunda diz respeito à interacção espacial entre os lugares urbanos,
actividades económicas e pessoas.
Lugar é um sinónimo de local, espaço ou sítio e caracteriza-se como o ambiente físico
em que está inserido. A relação da interface com a cidade e o seu raio de influência pode,
por um lado ser muito vasto, para além da sua envolvente imediata, ou por outro, pode
manifestar uma influência muito próxima e inerente à interface em si.
5 D. G. T. T. – Manual de Planeamento e Gestão de Transportes. Lisboa: Direcção-Geral de Transportes
Terrestres, 1986.
6 Luca Bertolini e Tejo Spit – Cities on Rails: The Redevelopment of Railway Station Areas. London: E & FN
Spon, 1998, pp. 9-20.
6
As características individuais das componentes, nó ou lugar, de uma interface de
transportes devem ser entendidas com as suas relações como um todo, questões relativas
ao desenvolvimento do transporte em si e ao meio urbano envolvente em que está inserido.
I.4 – A Importância das Interfaces de Transportes
Os movimentos envolvem deslocação entre terminais, considerando este aspecto, os
vários modos de transporte necessitam de formas de recolha e de distribuição das pessoas,
sendo o terminal um ponto de origem e de destino caracterizado pela centralidade, criando e
atraindo movimentos e envolvendo actividades intermodais. Os terminais dos diferentes
modos de transporte podem assim representar o espaço de ligação entre os mesmos, sendo
deste modo interfaces de transporte, que têm localizações específicas e que influenciam
fortemente as zonas envolventes.
A actualização das infra-estruturas ferroviárias tem uma importância fundamental nas
grandes cidades europeias. As estações de comboios estão associadas a uma grande
ocupação do território, relacionada com o transporte de passageiros, mas sobretudo com o
transporte de mercadorias ou com estações terminais de oficina, localizadas inicialmente na
periferia da zonas urbanas, onde os comboios permaneciam parados para reparação, ou
simplesmente até à próxima viajem.
A interface de transportes ganha uma nova identidade na cidade, pelas oportunidades
geradas pela mobilidade, como locais de cruzamento de fluxos, reúnem o potencial de
novas centralidades, é o espaço de ligação entre os vários modos de transportes, mas
também o espaço de continuidade com a envolvente urbana e com o espaço público.
Neste processo de reabilitação da cidade como forma integrada dos modos de
transporte e da vivência colectiva, é necessário ter em conta as soluções relativas à visão
de cidade que se pretende, definirem-se os objectivos e as estratégias a seguir, e assegurar
a coerência e a continuidade das políticas nestas duas actividades – planeamento da cidade
e dos transportes – que determinam as condições e o modo como se processa a mobilidade
urbana.
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II – O Espaço Público e o Meio Urbano
II.1 – Conceito de Espaço Público
O conceito de espaço público caracteriza-se pela sua acessibilidade, possibilita a
utilização pelas pessoas, e refere-se a uma variedade de funções que permitem o passeio e
o encontro, pressupõe pois uma utilização colectiva e uma diversidade social e cultural. É
um factor de centralidade urbana, pois organiza e dá significado à cidade.
O espaço público é uma questão abrangente para a política urbana: um desafio
urbanístico pois pode organizar um território que permite diversos usos e funções e que tem
a capacidade de criar lugares; político, porque é o espaço de expressão colectiva, de vida
comunitária, de encontro e de intercâmbio quotidiano; e um desafio cultural, não se limitando
à monumentalidade dos espaços construídos, mas ao conjunto da cidade como um todo.
II.2 – A Importância do Espaço Publico
Em relação à forma, segundo Jan Gehl (2004: 43) existem muitas variações entre os
diferentes modelos de cidade, no entanto, ocorreram dois desenvolvimentos significativos
relacionados com as ideologias do planeamento urbano e com os espaços públicos: um em
relação ao Renascimento, e outro relativamente ao Movimento Moderno do Funcionalismo.
Enquanto a cidade medieval com o seu design e dimensões reunia pessoas e eventos
nas ruas e praças e permitia o tráfego pedonal, a permanência exterior e a vida pública, as
ideologias modernistas de Le Corbusier, com a Cidade Jardim, nomeadamente com
utilização de edifícios com as mesmas características, promove a segregação dos usos e a
existência de espaços verdes sem utilização. Os sistemas de transportes, baseados no
automóvel, contribuíram ainda mais para a redução das actividades exteriores.
Jane Jacobs (1994) manifesta-se contra este modelo de cidade segregada, defendendo
uma cidade mais compacta, onde exista diversidade e variedade, multifuncionalidade do
espaço urbano e uma escala humana das diversas áreas, de modo a permitir a sua vivência
e utilização. Para além destes aspectos refere também que é desejável não existir uma
separação entre a circulação de pedestres e veículos, de modo a permitir a sua interacção.
8
Recentemente têm surgido intervenções que permitem alterações nos padrões de vida
pública, nas cidades dominadas pelo automóvel – os centros foram transformados em
sistemas de circulação pedonal, as ruas e as praças foram devolvidas às pessoas
restituindo a identidade e a vivência aos espaços públicos e a continuidade urbana.
Jan Gehl7 sintetiza a evolução do espaço público no meio urbano como: a Cidade
Tradicional, onde lugares de encontro, de comércio e circulação continuam a coexistir em
equilíbrio; a Cidade Invadida em que os usos individuais, geralmente o tráfego de carros,
invade o território reduzindo consequentemente outros usos do espaço urbano; a Cidade
Abandonada onde desapareceram a vida em comunidade e o espaço público; e a Cidade
Recuperada que apresenta grandes esforços para encontrar um novo equilíbrio entre os
usos da cidade como lugar de encontro, comércio e circulação.
II.3 – Qualidade do Espaço Público
O espaço público pode ser apresentado como estrutura da cidade ou simplesmente
como “décor” do meio urbano, em que a estrutura da cidade é distinta do espaço público,
onde em primeiro lugar efectua-se o planeamento da cidade e seguidamente atribuem-se
qualidades ao espaço público. Contrariante a esta perspectiva, o espaço público deve ser
considerado como estruturante da cidade, manifestando uma rede contínua, tanto do
espaço público em si, como dos fluxos de mobilidade, em que os aspectos relativos à
qualidade do espaço público estão intrinsecamente relacionados com a organização do
meio urbano em si, como um sistema unificado e contínuo.
Com a requalificação do espaço público como local de convivência e lazer, as ruas,
praças e parques atraem cada vez mais pessoas. A qualidade do espaço público, pode-se
avaliar pela imagem e pela identidade do lugar, pela diversidade de grupos e relações
sociais, pela intensidade de utilização ao longo do dia, e pela capacidade simbólica como
espaço de expressão e de integração culturais. Existem três qualidades essenciais para o
espaço público: protecção, conforto e diversidade.
7 Jan Gehl & Lars Gemzoe – Novos Espaços Urbanos. Edição em Português. Barcelona: Editorial Gustavo
Gili, Sa, 2002.
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Protecção em relação ao tráfego de veículos, tanto no que se refere a acidentes como a
poluição e barulho; segurança contra a criminalidade, através de iluminação, vigilância e uso
contínuo do espaço ao longo do tempo; e protecção relativamente aos elementos climáticos.
Conforto, para além de ter em consideração aspectos estéticos e sensoriais, relaciona-
se especialmente com a necessidade de um espaço de grande acessibilidade, um espaço
que permita a continuidade da envolvente urbana através da permeabilidade e da
visibilidade; dimensionado para a escala humana, dotado de pavimentação de qualidade,
inexistência de obstáculos e boas condições de iluminação. Locais definidos para
permanecer em determinado lugar, com sombras e zonas específicas para sentar e
aproveitar as vantagens existentes, vistas agradáveis e diversas vivências.
Diversidade do espaço em actividades, usos e funções que permitam a sua utilização
frequente por diversos tipos de pessoas, de diferentes idades, com pontos de atracção,
recreação e interacção, exposições ou festivais temporários; actividades para o dia e para a
noite, associadas também às funções da envolvente urbana, nomeadamente comércio,
habitação e escritórios; e actividades sazonais variadas que possibilitem a utilização dos
espaços em diferentes alturas do ano. A diversidade também se refere às experiências
sensoriais, com a utilização de diferentes materiais, a existência de detalhes artísticos e
zonas relacionadas com água, tais como repuxos, espelhos e caminhos de água, de forma a
potenciar a utilização dos espaços.
II.4 – Novas Tipologias de Espaço Público
A imagem da cidade como espaço público reflecte-se como lugar ou sistema contínuo
de lugares, como identidade, e como diversidade e encontro. O espaço público também
pode ser apresentado como infra-estrutura de integração e redistribuição social, na medida
em operações urbanas, designadamente rotundas, renovações ferroviárias, ou frentes de
água, podem representar uma barreira para a cidade ou, pelo contrário, podem articular
bairros, proporcionar mecanismos de integração e melhorar a qualidade de vida nos
espaços públicos.
Com a evolução da cidade, e devido às possibilidades dadas pelo automóvel, foram
criados vários espaços públicos em edifícios privados, nomeadamente centros comerciais
que recriam, as ruas e as praças. Segundo Jan Gehl (2004: 127) esta tendência reflecte-se
com a “(…) dispersão das pessoas, e um fechar efectivo das actividades, esvaziando o
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espaço público de pessoas e de actividades interessantes.” e tornando a cidade mais
insegura.
Apesar deste aspecto, se forem espaços em que se verifiquem as qualidades dos
espaços públicos, facilitando o encontro, a utilização colectiva e a diversidade, estes novos
espaços podem representar importantes elementos na vida da sociedade e para a cidade.
Os espaços públicos em edifícios deverão proporcionar relações entre diferentes zonas
do meio urbano; introduzir usos que são verdadeiramente públicos por definição; prolongar
os espaços públicos e as ruas; interligar a circulação pedonal com os serviços urbanos;
facultar ligações entre o espaço interior e os parques e jardins exteriores da cidade; e
relacionar-se com o exterior, com a luz do dia e com as condições das estações do ano.
Para além dos espaços públicos em edifícios, é importante referir os espaços de
mobilidade, onde a implementação de um transporte público ou de um ponto de interface
possibilita um projecto urbano de requalificação, com uma melhor integração funcional entre
os vários modos de transporte, e desenvolvendo o conceito de um novo espaço público.
O desafio principal dos novos espaços públicos é assim possibilitar a continuidade
urbana, não permitir uma diferenciação entre espaço público exterior e interior, e entre
espaço público da cidade e de mobilidade, mas sim um espaço público contínuo que
possibilite interligar os diferentes espaços urbanos, organizando a cidade como todo.
Surge também um novo conceito: “Shared Space”8 baseia-se na continuidade do
espaço público deixando de existir a separação entre os veículos motorizados, e os
utilizadores do espaço público; e afastando as tradicionais regras de trânsito. Este conceito
tem como resultados o aumento da qualidade dos espaços públicos e do meio ambiente e
uma maior segurança de utilização, visto ser necessário ajustar a forma de circular nas
zonas partilhadas, com velocidades adequadas e com a consciência dos outros utilizadores.
Com o objectivo de aproximar novamente as infra-estruturas ao espaço público, o
conhecimento de natureza técnica revela-se insuficiente, os sistemas estruturais do
hardware da mobilidade necessitam do software do design urbano9, isto é, das relações
operativas, das vivências sociais e das interacções de que se faz a vida urbana.
8 Shared Space, Disponível em: www.shared-space.org [23/03/2009].
9 Pedro Brandão – “O Software, o Espaço Público.”, in Manual de Metodologia e Boas Práticas para a
Elaboração de um Plano de Mobilidade Sustentável. Moita: 2008, pp. 88-95.
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Conclusões
As interfaces permitem o acesso e a ligação entre diferentes modos de transportes,
aumentando a conectividade da rede de transportes e criando assim melhores alternativas
em transporte colectivo. Traduzem-se deste modo como espaços de fluxos, associados à
mobilidade, mas para além desta característica intrínseca, como são espaços normalmente
de fácil acesso e utilizados por muitas pessoas, as interfaces também têm associados
espaços funcionais para desempenhos funcionais mas que se revelam importantes para a
vivência pública.
Os espaços públicos em interfaces de transportes devem, como qualquer outro espaço
público, promover a utilização colectiva e a diversidade, facilitar o encontro e as vivências,
sendo também um elemento relevante para a organização da cidade e para a continuidade
do espaço público como um todo. Como Pedro Brandão (2004: 264) refere “O espaço
público é por definição o espaço da continuidade urbana”.
Os conceitos de interface e de espaço público devem ser apresentados com um todo –
uma rede contínua – fazer parte de um sistema em que a continuidade urbana, dos lugares
de vivência e encontro e dos nós e lugares que as interfaces de transportes representam,
permite a requalificação da cidade como espaço de representação e de identidade.
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Espaços Públicos Associados a Interfaces de Transportes
Estudo de Casos e Proposta de Tipificação Segundo os Aspectos
Urbano, Operacional e Funcional
Vera Mónica dos Santos Almeida
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Arquitectura
Resumo Alargado – Versão em Inglês
Júri Presidente: Maria Helena Neves Pereira Ramalho Rua (Professor Auxiliar)
Orientador: Pedro Filipe Pinheiro de Serpa Brandão (Professor Auxiliar)
Vogal: Fernando José Silva e Nunes da Silva (Professor Catedrático)
Abril | 2009
Abstract
The interfaces are spaces of mobility and interconnection, not only between different
available means of transport, but also between them and the surrounding urban
environment, the relationship of communication can be evidenced by the different available
spaces and their characteristics.
An integrated approach to public transportation, improving their spatial productivity,
thought a sense of continuity - the network - in which the interface between different modes
plays an essential role, could be a possible solution, but it also needs a new mindset by
citizens. It is essential to return the city to people no longer give priority to the car, use the
space more efficiently and organize time.
The public space reflects the urban environment and has a political dimension and
social-cultural. It is a place of identity and relationship, contact and meeting between people
in urban entertainment and expression of society. The city's public space is the space where
people can exercise their character as citizens.
The interfaces are spaces of mobility and interconnection, not only between different
modes of transport available, but also between them and the surrounding urban
environment, the relationship of communication can be evidenced by the different spaces
available and their characteristics.
Keywords: Transport Interface, Public Space, Urban Environment.
2
I – Introduction
The transport interfaces, being in itself a public equipment, have different types of
spaces, including spaces for public access. But the existing spaces will be truly public
spaces, both related to the equipment itself, as with the urban environment in which they
operate, or are only spaces for regular use because of the need for mobility?
The generalization of the car in the city resulted in the degradation of public space as a
place of continuity, of meetings and experience. The public transport is presented as the
answer to this problem by providing an efficient network, where in addition to combining
various modes of public transport, also receives the movements generated by individual
transport.
In this context, the transport interfaces emerge as key point of mobility in the network
transport, in which according to Jordi Borja Zaida Muxi1,
"The dynamics of the city itself and the behavior of people can create public
spaces that legally they are not, or that were not planned as such, open or closed,
the passage of those where you have to go specifically. May be an abandoned
factory or a warehouse or an interstitial space between two buildings. Are almost
always the access to stations and points of intermodal transport and sometimes
reserves of land for a public works or environmental protection. In all these cases
what defines the nature of public space is its use and not its legal status."
The problematic cames from the development potential problem: if the transport
interfaces may actually result in its urban space under the notion of public space, or be only
local flows and movements, that is, to what extent can the continuity of the surrounding
public spaces and permit spaces of social living within it?
1 Jordi Borja e Zaida Muxi – El Espacio Público – Ciudad e Ciudadanía. Barcelona: Electa, 2003, p. 2/46, ta.
3
I – The Transports and the City
I.1 – Evolution of Transports in The City
Before the Industrial Revolution, the size of cities remained practically constant since the
most used mean by people in the movement was mostly pedestrian. With the Industrial
Revolution in the XIX century, the capacity, speed, efficiency and geographic coverage of
transport systems have improved exponentially, the movements were gradually transferred
to modes of transport increasingly fast and efficient, therefore this process resulted in a new
relationship of time -space.
With the urbanization process, which is reflected in increasing the size of cities and
urban population, it is necessary to meet the demands of mobility. Standards of urban
mobility and transport systems in urban areas are complex, not only because there are
several modes, but also by the multiplicity of origins and destinations, and the quantity and
variety of traffic.
The distribution of different uses and location of activities in the city have major impacts
on accessibility. The existence of different types of activities increases the proximity of
common destinations and the number of people using each mode of transport, as well as
increasing demand for alternative and strongly influencing the accessibility. "It is the
harmonization of requirements for mobility with the profiles of accessibility that can result in
solutions that space is well used."2
I.2 – The Car, The Public Transport and The Urban Environment
Transport strongly influence the organization and structure of urban areas. The general
objective for transport is to reduce the concept of space, but the specific objective, is to
respond to a demand for mobility: transport exists only if there is movement of people from
an origin to a destination.
2 José Manuel Viegas – “O Homem, a Cidade e os Transportes, A luta pelo Espaço na Urgência do Tempo”,
in Design para a Cidade – Trânsito e Transportes. Lisboa: Centro Português de Design, 1991, pp. 29, ta.
4
Cities are places that have a large concentration of economic activities and are complex
spatial structures that are supported by transport systems. According to Pedro Brandão3:
"In our time, the city is moving as never before been throughout history: real -
the flows that cross with the support networks of travel and also virtual - the ability
to instantly connect what is separated, without moving. Also, the possibility that
suddenly change our environment in the middle of nowhere to create everything."
The use of the car in the city is related to several advantages, including mobility, comfort,
speed and convenience. When the public transport systems do not meet the requirements of
urban mobility associated with complex standards of individual movements, the search of the
car increases, creating different problems in urban areas.
The motor transport was seen as a powerful symbol of status, modernity and
development. More recently, due to all the problems related to motor traffic, the engine
began to be seen in more negative and more cities have developed policies to limit car traffic
by a set of strategies, including the limited parking and reduced speed, ban on motor traffic in
historic centers, payment of fees for parking and for entry into some areas of the city and
promotion of public transport and bicycles.
To dissuade the use of cars, the public transport system requires efficient integration of
objectives4, namely the integration of the territory and transport use, taking into account the
two subjects together in order to make policies for concentrated traffic and a high density of
development, the integration of public and private transportation, as public transport can not
always reach all the destinations and origins, present an opportunity to be part of the journey
by car to a certain point, this point of connection and access to public transport, and
integration of different modes of public transport to form a network that offers alternative to
individual transport, using the connection interface.
3 Pedro Brandão – Ética e Profissões, no Design Urbano – Convicção, Responsabilidade e
Interdisciplinaridade. Departamento de Escultura Universidade de Barcelona: 2004, p. 165.
4 D. Scott Hellewell – "Re-structuring Urban Public Transport". Urban Planning & Public Transport, 1979, pp.
40-50.
5
I.3 – Transport Interface – The Concept
A transport interface is defined as a geographical entity, an access point, but also of
connection between different modes of transport allowing the continuity of different flows.
According to the Manual for Planning and Transportation Management5 the meaning of
interface is "(stop, terminal, point of arrival or correspondence, transfer) a point of a transport
network in general a node where the passenger starts or ends its journey , change the mode
of transport or make connections between different lines of the same."
Beside a point or node of connection, an transport interface represents another identity,
a place, a specific area of the city with a concentration of infrastructures, but also in an urban
morphology itself, with different buildings and empty spaces.6
The nodes or points and lines or connections are basic components of a network, thus
representing the points where the lines cross or where they inter-relate. The network has two
basic connotations: the first is common sense and refers to infrastructure systems and the
second concerns to the spatial interaction between urban places, economic activities and
people.
Place is a synonym of local, area or site and it is characterized as the physical
environment in which it is inserted. The relationship of the interface with the city and its
radius of influence may, on the one hand be very wide, in addition to their immediate
surroundings, or otherwise, may show a very close influence and inherent to the interface
itself.
The individual characteristics of the components, node or location, of an transport
interface must be understood in their relations as a whole, issues concerning the
development of the transport itself and the surrounding urban environment in which it is
inserted.
5 D. G. T. T. – Manual de Planeamento e Gestão de Transportes. Lisboa: Direcção-Geral de Transportes
Terrestres, 1986.
6 Luca Bertolini e Tejo Spit – Cities on Rails: The Redevelopment of Railway Station Areas. London: E & FN
Spon, 1998, pp. 9-20.
6
I.4 – The Importance of Transport Interfaces
The movements involve travel between terminals, considering this aspect, the various
modes of transport needs forms of pickup and distribution of persons, being the terminal a nt
of origin and destination, characterized by centrality, creating and attracting movements and
involving intermodal activities. The terminals of the different modes of transport may well
represent the area of connection between them, and thus the transport interfaces, which
have specific locations and that strongly influence the surrounding area.
The upgrade of rail infrastructure is essential in large european cities. The train stations
are linked to a large occupation of the territory, relating to the transport of passengers, but
mainly with the transport of goods or workshop terminal stations, originally located on the
periphery of urban areas, where the train remained stopped for repairs, or just until the next
trip.
The transport interface gets a new identity in the city, by the opportunities generated by
the mobility, as places of cross-flows, reunite the potential of new centralities is the area of
connection between the various modes of transport, but also the area of continuity with the
urban environment and public space:
In the process of rehabilitating the city as an integrated modes of transport and collective
experience, it is necessary to take into account the solutions for the vision of the city to be,
set up objectives and strategies to follow, and ensure consistency and continuity of policies
in these two activities - the city's planning and transport - that determine the conditions and
how it handles urban mobility.
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II – The Public Space and The Urban Environment
II.1 – Public Space Concept
The concept of public space is characterized by its accessibility, allows use by
individuals and refers to a variety of functions that allow walking and encounter, requires a
collective use and as a social and cultural diversity. It is a factor of urban centrality, as
organizes and gives meaning to the city.
The public space is an issue for the all-inclusive urban policy: a urban challenge because
you can organize an urban area that allows multiple uses and functions and has the ability to
create places, political, because it is the area of collective expression of community life in
meet and daily exchange, and a cultural challenge, not limited to the monumentality of
constructed spaces, but the city as a whole.
II.2 – The Importance of Public Space
On the form, according Jan Gehl (2004: 43) there are many variations between different
models of city, however, there were two significant developments related to the ideologies of
urban planning and public spaces: one in the Renaissance, and another for the Modern
Movement.
While the medieval city with its design and dimensions reunite people and events in the
streets and squares and allow pedestrian traffic, to stay outside and public life, the moder
ideologies of Le Corbusier, with the Garden City, including the use of buildings with same
characteristics, promotes the segregation of uses and the existence of unused green space.
Transport systems, based on the car, further contributed to the reduction of outdoor
activities.
Jane Jacobs (1994) manifests itself against this type of segregated city, defending a
more compact city, where there is diversity and variety, multifunctionality of urban space and
human scale of the different areas to allow their experience and use. In addition also
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indicates that it is desirable there is no separation between the movement of pedestrians and
vehicles to enable their interaction.
Recently there have been interventions that allow changes in standards of public life in
cities dominated by the car - the centers were turned into pedestrian circulation systems, the
streets and squares were returned to the people return to the identity and experience urban
public spaces and continuity.
Jan Gehl7 summarizes the evolution of public space in urban areas as the Traditional
City, where places of meeting, trade and movement continue to coexist in equilibrium;
Invaded City in which the individual uses, generally the traffic of cars, invading the territory
consequently reducing other uses of urban space, the Abandon City where disappeared the
life in community and public space, and the Recovered City which presents great efforts to
find a new balance between the uses of the city as a place to meet, trade and movement.
II.3 – Quality of Public Space
The public sphere can be presented as structure of the city or simply as "decor" of the
urban environment, where the structure is distinct from the city's public space, which first
carried out the planning of the city and then attach itself to the qualities of the public space.
Contrarily to this perspective, the public space should be considered as structuring of the
city, showing a continuous network of both the public space itself, as flows of mobility, in
matters relating to the quality of public space are intrinsically linked to the organization of the
urban environment itself as a unified and continuous system.
With the upgrading of public space as a place of living and recreation, streets, squares
and parks attract more people. The quality of public space can be evaluated by the image
and the identity of the place, the diversity of groups and social relations, the intensity of use
throughout the day, and by the symbolic ability as a token of expression and cultural
integration. There are three essential qualities for the public space: protection, comfort and
diversity.
7 Jan Gehl & Lars Gemzoe – Novos Espaços Urbanos. Edição em Português. Barcelona: Editorial Gustavo
Gili, Sa, 2002.
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Protection in the traffic of vehicles, both with regard to accidents such as pollution and
noise, security against crime, through lighting, surveillance and continuous use of space over
time, and protection from weather elements.
Comfort, in addition to take into account aesthetics and sensory aspects, relating
especially to the need for a large accessibility area that allows the continuity of the urban
environment through the permeability and visibility; scaled to a human scale, with quality of
pavement, lack of barriers and good lighting conditions. Places to stay in a defined place with
shadows and specific areas to sit and enjoy the available benefits, nice views and several
experiences.
Diversity in the space activities, uses and functions that enable the frequent use by
different types of people of different ages, with points of attraction, recreation and interaction,
temporary exhibitions or festivals, activities for the day and the night, also associated the
functions of the urban environment, including trade, housing and offices and various
seasonal activities that allow the use of space at different times of the year. Diversity also
refers to the sensory experience, using different materials, the existence of artistic details
and areas related to water such as fountain, mirrors and paths of water in order to maximize
the use of spaces.
II.4 – New Typologies of Public Space
The image of the city as public space is reflected as a place or places of continuous
system, such as identity, and diversity and meeting. The public space can also be presented
as infrastructure for integration and social redistribution, insofar as urban operations,
including rotundas, rail renewal, or water fronts, may represent a barrier to the city or,
otherwise, may articulate neighborhoods, provide mechanisms for integrating and improving
the quality of life in public spaces.
With the development of the city, due to the possibilities given by the car, were created
several public spaces in private buildings, including shopping centers which recreates the
streets and squares. According to Jan Gehl (2004: 127) this trend reflects with the "(...)
dispersion of people and an effective close of business, emptying the public space of people
and interesting activities." and making the city more insecure.
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Despite this aspect, if there are spaces in the qualities of public spaces, facilitating the
meeting, the collective use and diversity, these new spaces can represent important
elements in society life and to the city.
Public spaces in buildings should provide links between different areas of the urban
environment; introduce uses that are truly public by definition, extend the public spaces and
streets, pedestrian circulation connecting with urban services, providing connections
between the interior space and parks and gardens outside the city, and relate to the outside,
with the light of day and the conditions of the seasons.
Beyond the public spaces in buildings, it is important to note the areas of mobility, where
the implementation of a public transport or a point of interface allows a project for urban
upgrading, with better functional integration between the various modes, and developing the
concept of a new public space.
The main challenge of the new public spaces is thus enabling the urban continuity, does
not permit a distinction between exterior and interior public space, public space and between
the city and mobility, but a continuous public space which allows to link different urban
spaces, organizing the city as whole.
A new concept emerges: "Shared Space"8 is based on the continuity of public space
leaving the separation between motor vehicles, and users of public space and away the
traditional rules of the road. This concept has the results to increase the quality of public
spaces and the environment and greater safety in use as it is necessary to adjust the form of
circular areas shared with appropriate speeds and with the awareness of other users.
In order to bring back the infrastructure of public space, knowledge of a technical nature
it is inadequate, the structural systems of mobility hardware needs the software of urban
design9, that is operating relationships, experiences of social and interactions that is urban
life.
8 Shared Space, Disponível em: www.shared-space.org [23/03/2009].
9 Pedro Brandão – “O Software, o Espaço Público.”, in Manual de Metodologia e Boas Práticas para a
Elaboração de um Plano de Mobilidade Sustentável. Moita: 2008, pp. 88-95.
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Conclusions
The interfaces allow access and connection between different modes of transport,
increasing the connectivity of the transport network and creating better alternatives to public
transport. Translated in this way as flow spaces, associated with the mobility, but beyond this
intrinsic characteristic, as are areas normally accessible to and used by many people, the
interfaces also have associated functional spaces for functional performance but which are
important for the public experience.
Public spaces in transport interfaces must, like any public space, to promote the
collective use and diversity, facilitate the meeting and experience and is also an important
factor for the organization of the city and for the continuity of public space as a whole. As
Pedro Brandão (2004: 264) states "The public space is by definition the space of urban
continuity."
The concepts of interface and public space should be presented as a whole - a
continuous network – make part of a system in which the urban continuity of the places of
experiences and meeting and the nodes and places witch the transport interfaces represent,
allows the upgrading of the city as a space of representation and identity.
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