|esnci |e “Seria muito gratificante conseguir envolver ... · (CETC) e a autarquia? Sim, há uma...

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26-05-2012 | diário as beiras desporto | essencial | 19 “Seria muito gratificante conseguir envolver ainda mais a população neste evento” Espera-se mais um torneio bastante competitivo, à seme- lhança dos últimos? É sempre um pouco im- previsível dada a variedade de idades, países e também rankings. Muitas atletas que estão a iniciar a carreira pro- fissional aparecem aqui e te- mos lançado muitas jovens, também portuguesas. Já aqui ganhou a Maria João Koeler, a Neuza Silva venceu ainda num formato anterior, muito jovem, e a Magali de Lattre venceu no ano passado… até a própria selecionadora na- cional, Ana Nogueira chegou aqui a vencer. Cantanhede tem sido uma rampa de lan- çamento. Este ano há também várias jogadoras em ascenção no qua- dro principal, como a Bárbara Luz, por exemplo… Sim, a Bárbara Luz tem vin- do a subir muito no ténis e vamos ver como é que ela vai evoluir também aqui. As por- tuguesas têm sempre muita dificuldade, porque aqui vêm jovens com muita qualidade. E vocês têm orgulho de ser- vir, como disse, de rampa de lançamento. Claro. Há duas coisas que nos enchem de orgulho. Pri- meiro, o trabalho para co- locar em pé este torneio é muito grande, pois trata-se de uma estrutura que fun- ciona na base da carolice. Depois, é bom verificar esse retorno. Mais tarde, vamos encontrá-las em patamares muito mais elevados e te- mos a esperança de que, um dia, alguma delas apareça nos 10 primeiros lugares do ranking. Serviriam como uma espécie de “cartão de visita” de Can- tanhede? Nós sentimos, quer nas ava- liações dos técnicos da ITF [Federação Internacional de Ténis], quer na dos árbitros, quer na dos jogadores, que somos um clube que sabe re- ceber bem e com qualidade. Para nós, é um orgulho ser reconhecidos por um local onde as pessoas são trata- das com profissionalismo e qualidade. Obriga-nos, cada vez mais, a elevar o patamar. É uma relação com mútuos benefícios entre o Clube Es- cola de Ténis de Cantanhede (CETC) e a autarquia? Sim, há uma empatia mui- to grande entre este clube e o município de Canta- nhede desde sempre, com compreensão mútua da par- te de ambas as entidades, logo a começar pela gestão destas infraestruturas. Pen- so que cada uma das partes vai sabendo corresponder aos desafios que a outra co- loca. Acho que ambos nos sentimos satisfeitos. É um trabalho útil para nós, para o município e para o conce- lho, pois traz mais-valias a todos os níveis: visibilida- de nacional e internacio- nal, movimento no tecido empresarial no concelho, etc. Também é justo referir a ligação a empresas e em- presários, que têm também sabido responder às nossas solicitações. Não podemos esquecer a maldita crise e eu cheguei a ter algum re- ceio sobre o facto de conse- guirmos ou não respostas financeiras para realizar o torneio. Felizmente conse- guimos. Numa altura como esta, as ligações às empresas locais e nacionais são essenciais? Mesmo num cenário de cri- se, é fundamental darmos al- gumas sapatadas nas coisas. Quanto mais nos encolhe- mos pior e nem me passou pela cabeça desistir. As coi- sas custam muito a construir e desistir não é coisa que me passe pela cabeça. Vamos na 4.ª edição deste Cantanhede Ladies Open. Po- demos contar com uma 5.ª? Vamos ver. Nós não enjei- tamos sequer a possibili- dade de subir o nível des- te torneio, mas queremos construir as coisas paulati- namente. Sempre foi essa a nossa forma de trabalhar. Só depois de um patamar estar sustentado passamos ao próximo. Quando, no final do torneio, olhar para trás, o que será para si um balanço positivo? Sob o ponto de vista des- portivo, espero que as coisas corram como têm corrido até agora. Tem sido um tor- neio sempre pacífico, com uma grande ligação entre as jogadoras e a organiza- ção e tudo o que gira à volta do torneio. O público tem correspondido e esperamos que este ano volte a aceder à chamada. Tem conseguido envolver toda a cidade no torneio e no clube? Infelizmente, ainda não conseguimos envolver a ci- dade no seu todo neste tor- neio. Ainda há a ideia de que o ténis não é para todos e apenas para as elites. Temos tido uma boa participação no clube e na escola, mas seria muito gratificante se conseguíssemos envolver as pessoas ainda mais. Vão educando os mais novos para envolver também os mais velhos, é isso? A escola de ténis do clube, cresceu, quer em número de atletas, quer em treinado- res. Temos tido bons resul- tados, quer nas camadas de competição, quer nos mais novos, que também têm es- tado muito bem no circuito de benjamins. A direção quis iniciar um trabalho de base e isso está agora a dar frutos, porque estamos a aumen- tar a quantidade e também a qualidade dos resultados. Para além disso, há ainda uma ligação e um protocolo estabelecido com a Escola Se- cundária de Cantanhede. De há dois anos a esta parte, eles usam gratuitamente o nosso espaço, que está sempre ocu- pado durante a manhã e até temos aqui alunos a estagiar, que estão a formar-se na área da animação desportiva. É uma ligação também muito importante, porque quere- mos, cada vez mais, servir a comunidade. Bruno Gonçalves [email protected] O presidente do Clube Escola de Ténis de Cantanhede e organizador do torneio, Arnaldo Carvalho, antevê mais uma edição recheada de sucessos Arnaldo Carvalho sublinha a boa relação e empatia entre o Clube Escola de Ténis de Cantanhede e a autarquia RMuitas atletas que estão a iniciar a carreira profissional aparecem aqui e também temos lançado muitas jovens. Temos servido como uma “rampa de lançamento” R Há, desde sempre, uma empatia muito grande entre o clube e o município, com compreensão mútua de ambas as partes, logo a começar pela gestão das infraestruturas do clube R Não enjeitamos a possibilidade de subir o nível deste torneio, mas queremos construir as coisas paulatinamente. Sempre foi essa a nossa forma de trabalhar. Só depois de um patamar estar sustentado passamos ao próximo discurso deto DB-Luís Carregã

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26-05-2012 | diário as beiras desporto | essencial | 19

“Seria muito gratificante conseguirenvolver ainda mais a população neste evento”

Espera-se mais um torneio bastante competitivo, à seme-lhança dos últimos?

É sempre um pouco im-previsível dada a variedade de idades, países e também rankings. Muitas atletas que estão a iniciar a carreira pro-fissional aparecem aqui e te-mos lançado muitas jovens, também portuguesas. Já aqui ganhou a Maria João Koeler, a Neuza Silva venceu ainda num formato anterior, muito jovem, e a Magali de Lattre venceu no ano passado… até a própria selecionadora na-cional, Ana Nogueira chegou aqui a vencer. Cantanhede tem sido uma rampa de lan-çamento.

Este ano há também várias jogadoras em ascenção no qua-dro principal, como a Bárbara Luz, por exemplo…

Sim, a Bárbara Luz tem vin-do a subir muito no ténis e vamos ver como é que ela vai evoluir também aqui. As por-tuguesas têm sempre muita dificuldade, porque aqui vêm jovens com muita qualidade.

E vocês têm orgulho de ser-vir, como disse, de rampa de lançamento.

Claro. Há duas coisas que nos enchem de orgulho. Pri-meiro, o trabalho para co-locar em pé este torneio é muito grande, pois trata-se de uma estrutura que fun-ciona na base da carolice. Depois, é bom verificar esse retorno. Mais tarde, vamos encontrá-las em patamares muito mais elevados e te-mos a esperança de que, um dia, alguma delas apareça nos 10 primeiros lugares do ranking.

Serviriam como uma espécie de “cartão de visita” de Can-tanhede?

Nós sentimos, quer nas ava-liações dos técnicos da ITF [Federação Internacional de Ténis], quer na dos árbitros, quer na dos jogadores, que somos um clube que sabe re-ceber bem e com qualidade. Para nós, é um orgulho ser reconhecidos por um local onde as pessoas são trata-das com profissionalismo e

qualidade. Obriga-nos, cada vez mais, a elevar o patamar.

É uma relação com mútuos benefícios entre o Clube Es-cola de Ténis de Cantanhede (CETC) e a autarquia?

Sim, há uma empatia mui-to grande entre este clube e o município de Canta-nhede desde sempre, com compreensão mútua da par-te de ambas as entidades, logo a começar pela gestão destas infraestruturas. Pen-so que cada uma das partes vai sabendo corresponder aos desafios que a outra co-loca. Acho que ambos nos sentimos satisfeitos. É um trabalho útil para nós, para o município e para o conce-lho, pois traz mais-valias a todos os níveis: visibilida-de nacional e internacio-nal, movimento no tecido empresarial no concelho, etc. Também é justo referir a ligação a empresas e em-presários, que têm também sabido responder às nossas solicitações. Não podemos esquecer a maldita crise e

eu cheguei a ter algum re-ceio sobre o facto de conse-guirmos ou não respostas financeiras para realizar o torneio. Felizmente conse-guimos.

Numa altura como esta, as ligações às empresas locais e nacionais são essenciais?

Mesmo num cenário de cri-se, é fundamental darmos al-gumas sapatadas nas coisas. Quanto mais nos encolhe-mos pior e nem me passou pela cabeça desistir. As coi-sas custam muito a construir e desistir não é coisa que me passe pela cabeça.

Vamos na 4.ª edição deste Cantanhede Ladies Open. Po-demos contar com uma 5.ª?

Vamos ver. Nós não enjei-tamos sequer a possibili-dade de subir o nível des-te torneio, mas queremos construir as coisas paulati-namente. Sempre foi essa a nossa forma de trabalhar. Só depois de um patamar estar sustentado passamos ao próximo.

Quando, no final do torneio, olhar para trás, o que será para si um balanço positivo?

Sob o ponto de vista des-portivo, espero que as coisas corram como têm corrido até agora. Tem sido um tor-neio sempre pacífico, com uma grande ligação entre as jogadoras e a organiza-ção e tudo o que gira à volta do torneio. O público tem correspondido e esperamos que este ano volte a aceder à chamada.

Tem conseguido envolver toda a cidade no torneio e no clube?

Infelizmente, ainda não conseguimos envolver a ci-dade no seu todo neste tor-neio. Ainda há a ideia de que o ténis não é para todos e apenas para as elites. Temos tido uma boa participação no clube e na escola, mas seria muito gratificante se conseguíssemos envolver as pessoas ainda mais.

Vão educando os mais novos para envolver também os mais

velhos, é isso?A escola de ténis do clube,

cresceu, quer em número de atletas, quer em treinado-res. Temos tido bons resul-tados, quer nas camadas de competição, quer nos mais novos, que também têm es-tado muito bem no circuito de benjamins. A direção quis iniciar um trabalho de base e isso está agora a dar frutos, porque estamos a aumen-tar a quantidade e também a qualidade dos resultados. Para além disso, há ainda uma ligação e um protocolo estabelecido com a Escola Se-cundária de Cantanhede. De há dois anos a esta parte, eles usam gratuitamente o nosso espaço, que está sempre ocu-pado durante a manhã e até temos aqui alunos a estagiar, que estão a formar-se na área da animação desportiva. É uma ligação também muito importante, porque quere-mos, cada vez mais, servir a comunidade.

Bruno Gonç[email protected]

O presidente do Clube Escola de Ténis de Cantanhede e organizador do torneio, Arnaldo Carvalho, antevê mais uma edição recheada de sucessos

Arnaldo Carvalho sublinha a boa relação e empatia entre o Clube Escola de Ténis de Cantanhede e a autarquia

RMuitas atletas que estão a iniciar a carreira profissional aparecem aqui e também temos lançado muitas jovens. Temos servido como uma “rampa de lançamento”

R Há, desde sempre, uma empatia muito grande entre o clube e o município, com compreensão mútua de ambas as partes, logo a começar pela gestão das infraestruturas do clube

R N ã o e n j e i t a m o s a poss i b i li d a d e d e s u b i r o nível deste torneio, mas queremos construir as coisas paulatinamente. Sempre foi essa a nossa forma de trabalhar. Só depois de um patamar estar sustentado passamos ao próximo

discurso direto

DB-Luís Carregã