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ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS ESBAM MEDICINA VETERINÁRIA CARLA THAYS MOTA NOEL APLASIA DE ESTERNO EM UM CANÁRIO BELGA (Serinus canaria domestica)RELATO DE CASO MANAUS 2017

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ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS – ESBAM

MEDICINA VETERINÁRIA

CARLA THAYS MOTA NOEL

APLASIA DE ESTERNO EM UM CANÁRIO BELGA (Serinus canaria domestica)–

RELATO DE CASO

MANAUS

2017

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CARLA THAYS MOTA NOEL

APLASIA DE ESTERNO EM UM CANÁRIO BELGA (Serinus canaria domestica)–

RELATO DE CASO

Monografia apresentada à Escola Superior

Batista do Amazonas – ESBAM e ao Curso de

Graduação de Medicina Veterinária como

requisito parcial para obtenção de nota do grau

de Bacharel em Medicina Veterinária.

Orientador: Prof. Me. José Allan Soares de

Araujo.

MANAUS

2017

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N765a Noel, Carla Thays Mota

Aplasia de esterno em um canário belga (Serinus canaria domestica) /

Carla Thays Mota Noel. – Manaus: Escola Superior Batista do Amazonas

- ESBAM, 2017.

Fls: 29

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial

para a obtenção do grau de Bacharel. Escola Superior Batista do

Amazonas. Curso de Graduação em Medicina Veterinária.

Orientador: Profº Me. José Allan Soares de Araujo

1. Canário 2. Dilatação de pericárdio 3. Aplasia I. Título

CDU: 636

I.Título

1. Motivação 2. Desenvolvimento 3. Crescimento. 4.Organização. 1. Título

I. Título

CDD 025

APLASIA DE ESTERNO EM UM CANÁRIO BELGA (Serinus canaria domestica)–

RELATO DE CASO

Ficha Catalográfica

Bibliotecária Responsável: Roseane Pereira CRB 11/ 886

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais Carlos Alberto dos Santos Noel e Erika Moreira Mota e ao meu

irmão Carlos Alberto Mota Noel. Amo vocês!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ele ter me permitido chegar até aqui, por ter me

consolado nas horas de desespero e por ser meu fiel amigo. Obrigada Deus!

Agradeço aos meus pais Carlos e Erika e meu irmão Carlos por todo amor e incentivo, sem

vocês eu com certeza não estaria aqui. Obrigada por serem tudo quando eu não era nada!

Agradeço ao meu Prof. Me. Orientador José Allan Soares de Araujo, que me orientou durante

todo meu trabalho, nunca mediu esforços e sempre esteve disposto para me ajudar. Sem você,

essa jornada seria muito mais longa. Obrigada!

Agradeço aos professores por toda paciência e por darem o seu melhor. Obrigada!

Agradeço em especial as minhas amigas de classe Adriane Campelo, Janaína Lima e Kerly

Ferreira por sempre me estender a mão quando eu precisei. Obrigada!

Agradeço ao meu namorado Rodrigo Guirado, por ter me ajudado na reta final sem medir

esforços e sempre paciente comigo. Obrigada!

Agradeço a Clínica Veterinária POLIVET pela oportunidade de estágio, por todo

conhecimento, por terem me acolhido e por me permitirem evoluir como futura profissional.

Obrigada!

Agradeço aos meus animais de estimação Bob, Tigrão, Preta, Chupinha, Kekel e Bigode. E

aos que estarão pra sempre no meu coração Amora, Preto, Mel e Pitito. Obrigada por me

mostrarem a certeza que estou no caminho certo e que serei feliz na minha futura profissão.

Obrigada!

E por fim, agradeço a todas as pessoas que colaboraram no desenvolvimento deste trabalho.

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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

A. Figura 01. Descrição lateral esquerda de um pombo (Columba livia) (de Lullis &

Pulerà, 2007).

B. Figura 02. Aprosopia. Ovino. Não há formação da face e observam-se áreas alopécicas

em várias regiões do corpo, as orelhas são unidas na base (Marcolongo-Pereira, 2010).

C. Figura 03. Lábio leporino unilateral com uma grande abertura do lábio até o nariz; a narina

direita e parte do lábio estão ausentes (Pimentel, 2007).

D. Figura 04. (A) Ovino com artrogripose bilateral, apresentando flexão das articulações

cárpicas e hiperextensão das articulações metacarpo e metatarso falangeanas. Observa-

se também discreta xifose. (B) Palatosquise (fenda palatina secundária) em ovino,

mostrando comunicação das cavidades oral e nasal (Dantas, 2010).

E. Figura 05 Ovino com perosomus elumbis apresentando artrogripose dos membros

posteriores (Castro, 2008).

F. Figura 06. Imagem 6A- Animal com retrognatismo. Imagem 6B- Animal com

prognatismo. (Magalhães, 2008).

G. Figura 07. Feto bovino abortado. Diprosopo tetraoftálmico. Duplicação craniofacial,

sem separação completa das cabeças (Pavarine, 2008).

H. Figura 08. Ectopia Cordis em canino (Moraes, 2014).

I. Figura 09. Imagem de TC, mostrando vista anterior do tórax. Note o defeito circular

no terço distal do corpo esternal (seta) e nivelado com a 5ª articulação esterno costal

(Lemos, 2008).

J. Figura 10. Imagem de TC, mostrando corte transversal do tórax evidenciando a

distância compreendida entre a superfície (pele) e a parede anterior cardíaca

(pericárdio) (Lemos, 2008).

K. Figura 01 A: Canário belga apresentando tecido da área do esterno mais delgada.

Figura 01 B: Canário belga apresentando aplasia do osso esterno.

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SUMÁRIO

1. Apresentação ............................................................................................................7

2. Revisão de literatura.................................................................................................8

2.1 Malformações......................................................................................................8

2.2 Malformações ósseas em animais.......................................................................8

2.3 Malformações em aves.......................................................................................14

2.4 Anatomia do esterno...........................................................................................14

2.5 Malformações no osso esterno............................................................................15

Referências...............................................................................................................18

3. Relato de caso............................................................................................................21

4. Discussão e comentários finais.................................................................................24

5. Referências.................................................................................................................25

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1. APRESENTAÇÃO

O presente Trabalho Monográfico de Conclusão de Curso (TMCC) objetiva a defesa

da disciplina TMCC, do 10º período do curso de Medicina Veterinária da Escola Superior

Batista do Amazonas, o qual está dividido em dois capítulos, sendo o primeiro capítulo uma

revisão de literatura e o segundo capítulo um relato de caso.

Para revisão de literatura deu-se o enfoque em aplasia do osso esterno, sendo descrito

através de revisões em livros e artigos científicos, dando preferência a referências mais atuais

possíveis, apesar da pouca disponibilidade de dados sobre o tema, inicia-se com anatomia do

esterno, malformações, malformações ósseas em animais, malformações em ave e finaliza

com malformações do osso esterno.

O segundo capítulo descreve um relato de caso de aplasia de esterno em um canário

belga (Serinus canaria domestica). Começado com uma introdução do tema, posterior o

relado propriamente dito e finaliza com a discussão e comentários finais, seguindo as normas

da Revista Veterinária e Zootecnia.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 MALFORMAÇÕES

Malformações são defeitos na forma ou estrutura do organismo que ocorrem durante a

fase embrionária ou fetal, e atingindo todo o corpo ou parte dele (SOBESTIANSKY et al.,

1999; SOBESTIANSKY, 2007). Podemos verificar também, que a maioria dos defeitos

congênitos hereditários conhecidos é transmitida por genes recessivos autossômicos, que

resultam no nascimento de animais defeituosos, cujos progenitores são normais (SCHILD et

al., 2003). O grau de malformação varia bastante, e depende, principalmente, do momento em

que o desenvolvimento de embrião ou feto foi afetado (SOBESTIANSKY, et al., 1999).

2.2 MALFORMAÇÕES ÓSSEAS EM ANIMAIS

Os defeitos congênitos afetam todas as espécies animais e ocorrem em consequência

de fatores ambientais, genéticos ou pelas suas interações (LEIPOLD e DENNIS, 1986;

LEIPOLD et al., 1972; LEIPOLD et al.,1983). As alterações podem ser identificadas

macroscópica ou histologicamente ou por ambas as formas. A maioria dos defeitos congênitos

é observada no nascimento, mas em alguns casos são reconhecidos somente após um

cuidadoso exame clínico-patológico (SAPERSTEIN et al., 1972). Ocorrem, ainda,

malformações congênitas que se manifestam algum tempo após o nascimento (LEIPOLD et

al., 1983).

As malformações são oriundas de distúrbios ainda na fase da embriogênese, porém as

alterações no desenvolvimento podem ser induzidas em embriões de aves com quatro dias de

incubação, fase em que a organogênse foi efetivada. (KARNOSFKY, 1996).

As principais deformidades são flexão permanente dos membros torácicos, anomalias

craniofaciais incluindo fenda palatina, braquignatia, agnatia, lábio leporino devido à aplasia

unilateral ou bilateral ou hipoplasia dos ossos incisivos, e malformações oculares incluindo

microftalmia, dermóide ocular e opacidade corneal. Outras malformações são cifose,

escoliose, lordose, estenose segmental do cólon e meningocele. Muitos animais apresentaram

múltiplas malformações, principalmente na cabeça e nas pernas. Malformações são também

observadas em bovinos, embora sejam menos frequentes do que em pequenos ruminantes

(RIET-CORREA et al., 2006).

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Foi descrito malformações em cordeiros que morreram durante o período perinatal e

necropsiados de fazendas do Estado da Paraíba, onde encontrou 06 casos de aplasia bilateral

do osso incisivo, 8 casos de aplasia ou hipoplasia unilateral do osso incisivox, 01 caso de

cifose, 5 casos de escoliose, 1 caso de hiperlordose, 11 casos de micrognatia, 9 casos de

palatosquise e 5 casos de torcicolo (NÓBREGA et al., 2005)

Malformações em bovinos e ovinos foram relatadas por Marcolongo-Pereira (2010)

descreveu 48 casos de defeitos congênitos diagnosticados em bovinos, sendo que 21 (43,75%)

afetaram o sistema esquelético, os quais apresentavam condrodisplasia, escoliose, desvio

lateral da mandíbula, fenda palatina e malformação não classificada. Também, descreveu um

caso de malformação em um ovino, o qual apresentava aprosopia, que se caracteriza por

ausência da mandíbula e do maxilar, astomia, arrinia (Figura 2) e sinotia. Deformidades

observadas em búfalos diagnosticadas em um rebanho da raça Murrah pertencente a um

estabelecimento no município de Capão do Leão.

Figura 02: Aprosopia. Ovino. Não há formação da face e observam-se áreas alopécicas em

várias regiões do corpo, as orelhas são unidas na base.

Fonte: Marcolongo-Pereira, 2010.

Em experimentos realizados por Pimentel et al., (2007) em caprinos com

administração da Mimosa tenuiflora, em quatro cabras, nasceram três cabritos malformados,

de duas cabras, sendo um cabrito apresentando malformação óssea do tipo escoliose, que

também apresentou lábio leporino e dermoide ocular. O segundo expressou um lábio fendido

leve unilateral (entalhe do lábio) (Figura 3) e opacidade corneana unilateral e sobreviveu. O

terceiro apresentava cegueira unilateral e durante três dias, pós-parto, distensão abdominal

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grave e foi submetido à eutanásia. Na necropsia, observou-se uma estenose segmentar no

cólon.

Figura 03: lábio leporino unilateral com uma grande abertura do lábio até o nariz; a narina direita e

parte do lábio estão ausentes.

Fonte: Pimentel, 2007.

Em caprinos, Dantas et al., (2010) descreve malformações em ruminantes associadas à

ingestão da planta Mimosa tenuiflora em ovinos a mais frequente foram artrogripose (23

casos), que se caracterizava por flexão permanente sem mobilidade de uma ou mais

articulações dos membros, envolvendo principalmente os membros torácicos (18 casos),

alguns animais, apresentavam hiperextensão de uma ou mais articulações (Figura 4A).

Outras malformações observadas frequentemente foram micrognatia (19 casos),

palatosquise (13 casos) (Figura 4B), microftalmia (13 casos) e 10 casos de hipoplasia ou

aplasia unilateral ou bilateral de ossos incisivos, muitas das quais associadas a lábio leporino

ou fenda palatina primária (queilosquise), dentre as malformações descritas em caprinos

também a artrogripose (16 casos) foi observada com maior frequência, envolvendo

principalmente as articulações dos membros torácicos (10 casos), seis casos havia flexão das

articulações dos membros torácicos e pélvicos, observou-se também alterações craniofaciais

também foram frequentes e eram caracterizadas por micrognatia (6 casos), hipoplasia ou

aplasia unilateral ou bilateral de ossos incisivos (4 casos) e palatosquise (3 casos) (DANTAS,

et al., 2010).

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Figura 04: (A) Ovino com artrogripose bilateral, apresentando flexão das articulações

cárpicas e hiperextensão das articulações metacarpo e metatarso falangeanas. Observa-se também

discreta xifose. (B) Palatosquise (fenda palatina secundária) em ovino, mostrando comunicação das

cavidades oral e nasal.

Fonte: Dantas, 2010.

Castro (2008), relata a ocorrência de perosomus elumbis (Figura 5) em cordeiro,

fêmea, sem raça definida, com uma semana de idade, encaminhado ao Hospital Veterinário da

Universidade de Franca, apresentando ausência da coluna vertebral após a décima terceira

vértebra torácica (T13) e formação incompleta das vértebras sacrais. Também constatou-se

deformidade e diminuição do tamanho da 13a vértebra torácica, com malformação das

costelas adjacentes.

Figura 05: Ovino com perosomus elumbis apresentando artrogripose dos membros

posteriores.

Fonte: Castro, 2008.

Em avaliações feita mediante a visualização da arcada dentária, dos 5.221 animais

avaliados, observou-se que 107 casos (2,05%) apresentavam anomalias da mandíbula, sendo

53 (1,02%) de retrognatismo (Figura 6A) e 54 (1,03%) de prognatismo (Figura 6B)

(MAGALHÃES et al., 2008).

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Figura 06: Imagem 6A- Animal com retrognatismo. Imagem 6B- Animal com prognatismo.

Fonte: Magalhães, 2008.

Análise em 307 fetos bovinos abortados, dez animais apresentavam anomalias

(3,25%), sendo três casos de malformações ósseas. O primeiro relatava ossos do crânio e dos

membros densos com diminuição do canal medular evidente nos ossos longos (osteopetrose).

No segundo caso o feto apresentava cabeça curta, com mandíbula projetada e língua de

tamanho normal, porém protusa. Os hemisférios cerebrais estavam reduzidos, não separados e

com circunvoluções pouco definidas (hipoplasia prosencefálica) No último, foi constatada

duplicação craniofacial (diprosopo tetraoftálmico), sem separação completa das cabeças

(Figura 6), com dois olhos, um nariz, uma boca e duas orelhas. As estruturas tinham tamanhos

semelhantes em relação às do outro antímero e havia fenda palatina (palatosquise) nas duas

cabeças (PAVARINE et al., 2008).

A B

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Figura 07: Feto bovino abortado. Diprosopo tetraoftálmico. Duplicação craniofacial, sem

separação completa das cabeças.

Fonte: Pavarine, 2008.

Em revisão fichas de necropsia e histopatológicos de bovinos dos arquivos do

laboratório de patologia animal da Universidade Federal de Santa Maria Rio Grande do Sul,

revisou-se 6.706 casos, encontrou-se dois casos relacionados a malformações envolvendo os

ossos, sendo um caso de diprosopus e um animal com fenda palatina (LUCENA et al., 2010).

Malformações em ratos ocorreram após administração experimental de ração com

sementes de Mimosa tenuiflora, fetos do grupo experimental apresentaram evidentes

malformações ósseas, incluindo escoliose, lordose e cabeça encurtada, foram observadas

em 40 de 101 fetos nascidos, os animais também tiveram esterno bífido, aplasia de um

esternébrio, aplasia de três esternébrios, hipoplasia de esternébrios, esternébrios desalinhado,

hipoplasia de ísquio, hipoplasia de fêmur, concavidade dos ossos parietal,interparietal e

supraoccipital, hipoplasia de órbita (microftalmia) e hipoplasia do osso nasal (BENICIO,

2008).

Benicio (2008) descreve anomalias e/ou malformação com administração

experimental de ração com folhas de Mimosa tenuiflora, das malformações observadas,

encontrou-se a fenda palatina, escoliose, esterno bífido, aplasia de I, II, III, IV e V

esternébrios, agenesia de esterno, agenesia de metacarpo e costelas desalinhadas.

Foi descrita uma malformação em um suíno macho, descendente da cruza de raças F1(♀)

x MS115(♂), onde se observou que um dos leitões, dos onze nascidos, apresentava uma

malformação na orelha direita e membro anterior direito, vindo a óbito em aproximadamente

24 horas (VOITENA, et al., 2012)

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2.3 MALFORMAÇOES EM AVES

Existem poucos relatos de malformações em aves, foi descrito a polimelia que tem

como consequência a presença de membros supranumerários no animal em aves (BLOOD e

STUDDERT, 2002), um outro caso de polimelia com a ave apresentando quatro membros

pélvicos, dois pares, sendo um destes pares afuncional, musculatura hipodesenvolvida e de

tamanho menor do que o outro par considerado normal e funcional (WAMMES et al., 2013).

Vendrusco et al., (2001) descreve dois casos de malformações em Gallus gallus com

duplicidade dos membros pélvicos e porções finais do trato digestório.

2.4 ANATOMIA DO ESTERNO

O esterno é um osso grande e côncavo, localizado no peito das aves, sem segmentação

e que promove a principal origem dos músculos do voo (KING, 1986; DYCE et al., 2010;

ARENT, 2010). Aves que possui uma boa capacidade de voo, possui uma quilha, ou seja,

uma saliência óssea grande (Figura 1). Já nas demais espécies aviárias observa-se uma quilha

mais baixa, mas que é compensada pela profundidade do esterno. E nas aves ratitas (que não

voam), tais como os avestruzes, emas e emus a quilha (carina) do esterno está ausente (DYCE

et al., 2010; ARENT, 2010). O manúbrio é um processo mediano presente na extremidade

cranial do esterno e que se encontra rodeado por grandes 15 facetas que recebem os maciços

ossos coracóides vindos dorsalmente. A extremidade caudal do esterno é cartilaginosa nas

aves jovens e vai se ossificando posteriormente. Forames pneumáticos são encontrados na

superfície côncava dorsal do esterno e estão conectados ao saco aéreo clavicular (DYCE et

al., 2010).

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Figura 01: Descrição lateral esquerda de um pombo (Columba livia).

Fonte: de Lullis & Pulerà, 2007.

2.5 MALFORMAÇÕES NO OSSO ESTERNO

Foi observada em um cão a presença de Ectopia cordis, que ao exame necroscópico o

osso esterno mostrou-se com total desenvolvimento. Porém, observou-se que o coração,

estava localizado fora da cavidade torácica, por meio de uma fissura mediana esternal e

recoberto apenas pelo saco pericárdico, que estava aderido aos bordos da fissura esternal

(Figura 08). O pericárdio estava espesso e fibroso e delimitava toda a área cardíaca. Ao

exame macroscópico não foi evidenciada nenhuma alteração em nível de câmaras cardíacas,

grandes vasos ou órgãos abdominais (MORAES et al., 2014).

Figura 08: Ectopia Cordis em canino.

Fonte: Moraes, 2014.

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Uma paciente de 21 anos de idade foi atendida no serviço de radiologia para realização

de um exame de tomografia computadorizada torácica, com indicação de pneumopatia, o

mesmo foi realizado em um aparelho Multi-detectores 16 canais, com reconstrução 3D

(MPRMulti Planar Reconstrucion), que revelou um forame esternal incomum com

apresentação no terço distal do corpo do esterno. Essa malformação era um forame completo

da cortical externa à cortical interna do esterno, apresentava-se preenchido por tecido

conjuntivo e revestido por periósteo. O defeito ósseo no esterno era único, circular e centrado

no plano mediano do esterno, no nível da 5ª. (Figura-09). A distância medida entre a pele e a

face anterior do pericárdio foi 3.6 cm (Figura-10) (LEMOS et al., 2008).

Figura 09: Imagem de TC, mostrando vista anterior do tórax. Defeito localizado no terço

distal do corpo esternal (seta) e nivelado com a 5ª articulação esterno costal.

Fonte: Lemos, 2008.

Figura 10: Imagem de TC, mostrando corte transversal do tórax evidenciando a distância

compreendida entre a superfície (pele) e a parede anterior cardíaca (pericárdio).

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Fonte: Lemos, 2008.

Na realização de um estudo retrospectivo da base de dados pertencente ao Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra, analisou variações morfológicas do esterno de

pessoas, com 101 tomografias, sendo 51 pacientes do sexo masculino e 50 do sexo feminino,

durante o ano 2012, no mesmo estudo, recorreu-se igualmente à observação da nova coleção

de esqueletos identificados do Século XXI, oriunda de um cemitério público de Santarém,

coleção ao qual foi submetida a um processo de limpeza primário no cemitério e

posteriormente transportado para universidade de Coimbra, sendo um total de 86 indivíduos

da coleção (44 indivíduos femininos e 42 indivíduos masculinos). Os pacientes pertencentes

a tomografia 11,9% (12/101) apresentaram forâmen xifoide, 4% (4/101) foi observado

forâmen esternal, e 15,8% (16/101) viu-se terminação do xifoide dupla. Já a coleção de

esqueletos identificados do Século XXI, 53 indivíduos apresentaram anomalias no osso

esterno, sendo 5,7% (3/53) com forâmen xifoide; 7,6% (4/53) com forâmen esternal; 11,3%

(6/53) com terminação do xifoide Dupla e 66% (35/53) com ausência do esterno

(NOGUEIRA, 2014).

Na Universidade Federal Fluminense durante aulas de dissecação e preparo peças ósseas

humanas para aulas, em um osso foi identificado a presença de foramen esternal e foramen do

processo xinfóide), em outra peça apresentou fissura esternal e agenesia de processo xinfóide

(BABINSKI, 2005).

No departamento de cirurgia torácica da clínica cirúrgica da Universidade Estadual de

Groningen, Holanda foi atendida uma criança com 17 dias de nascido apresentando fissura

quase total de ossterno (EIJGELAAR e BIJTEL, 1970).

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REFERÊNCIAS

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Ano IX, Nº 18.

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3. RELATO DE CASO

APLASIA DE ESTERNO EM UM CANÁRIO BELGA (Serinus canaria doméstica)

RELATO DE CASO

CARLA THAYS MOTA NOEL

JOSÉ ALLAN SOARES DE ARAUJO

RESUMO

A aplasia é uma condição que ocorreu a falha no desenvolvimento quase que completo do

tecido ou órgão, com algo ainda presente, só que marcadamente reduzido. O presente relato

descreve um caso de aplasia de osso esterno em canário fêmea, da espécie Serinus canaria

doméstica. Na necropsia observou-se a ausência do osso esterno com dilatação do saco

pericárdico e pele da área do esterno mais delgada e dilatada, chegando ao diagnostico

durante a necropsia de aplasia de esterno.

Palavras-chave: canário, malformação, dilatação de pericárdio, aplasia.

ABSTRACT

The aplasia is a condition that occurred the almost complete development of the tissue or

organ, with something still present, but markedly reduced. The present report describes a case

of aplasia of sternum bone in female canary, of Serinus canaria domestic. At necropsy the

absence of the sternum bone with dilatation of the pericardial sac and skin of the area of the

thinner and dilated sternum was observed, arriving at the diagnosis during the necropsy of

sternum aplasia.

Keywords: canary, malformation, pericardial dilation, aplasia

RESUMEN

La aplasia es una condición que ha ocurrido la falta en el desarrollo casi completo del tejido u órgano,

con algo todavía presente, sólo que marcadamente reducido. El presente relato describe un caso de

aplasia de hueso esterno en canario hembra, de la especie Serinus canaria doméstica. En la necropsia

se observó la ausencia del hueso esterno con dilatación del saco pericárdico y piel del área del

esternón más delgada y dilatada, llegando al diagnóstico durante la necropsia de aplasia de esternón.

Palabras clave: canario, malformación, dilatación de pericardio, aplasia.

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INTRODUÇÃO

A aplasia significa que ocorreu a falha no desenvolvimento quase que completo do

tecido ou órgão, com algo ainda presente, só que marcadamente reduzido (1).

Alterações no esterno foram descritas por alguns autores, foi descrito em um cão uma

fissura mediana esternal, levando a ectopia cordis (2), em uma mulher de 21 anos, um forame

esternal incomum com apresentação no terço distal do corpo do esterno (3), em uma criança

com 17 dias de nascido uma fissura quase total de osso esterno (4). Também, foram descritos

alterações de esterno em peças de cadáveres humanos, em aulas de dissecação e preparo peças

ósseas humanas, em um osso foi identificado a presença de foramen esternal e foramen do

processo xinfóide, em outra peça observou-se fissura esternal e agenesia de processo xinfóide

(5), estudo retrospectivo da base de dados pertencente no Centro Hospitalar e Universitário de

Coimbra em Portugal em análises de peças ósseas foram encontrado forâmen xifoide, forâmen

esternal, terminação do xifoide dupla, já a coleção de esqueletos do Século XXI de um

cemitério público de Santarém, foram encontrados forâmen xifoide, forâmen esternal,

terminação do xifoide Dupla e com ausência do esterno (6).

Malformações ósseas tem sido descrito em diversas espécies no Brasil, principalmente

em ruminantes, foi descrita em caprinos e ovinos (7), em bovinos (8). Foi relatado um caso de

polidactilia em suínos (9). Malformações ósseas foram descritas experimentalmente em

filhotes de ratas prenhes, as quais ingeriram sementes ou folhas da Mimosa tenuiflora na

ração (10). Também, tem sido relatado um caso de polimelia com a ave apresentando quatro

membros pélvicos, dois pares, sendo um destes pares afuncional, musculatura

hipodesenvolvida e de tamanho menor do que o outro par considerado normal e funcional

(11) e casos de malformações em Gallus gallus com duplicidade dos membros pélvicos e

porções finais do trato digestório (12).

No Brasil, não existem relatos descritivos de aplasia de esterno em animais. O objetivo

do presente trabalho é relatar a ocorrência e descrever os achados de um caso de aplasia de

esterno em canário.

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RELATO DE CASO

Este relato foi aprovado e está de acordo com os princípios éticos de experimentação

animal da “Comissão de Ética no uso de animais” – CEUA, da Escola Superior Batista do

Amazonas – ESBAM, protocolado sob nº certificado de isenção 063/2017

O presente trabalho descreve a ocorrência de um caso de aplasia de osso esterno de

uma ave doméstica da espécie Serinus canaria doméstica, com nome popular de canário

belga, fêmea, 1 ano e 6 meses de idade, pesando 12g, proveniente de criatório do município

de Manaus-AM, encaminhado ao setor de Patologia Animal da Escola Superior Batista do

Amazonas (ESBAM), Manaus- Amazonas, no dia seguinte ao óbito e armazenamento sob

refrigeração. O histórico mostrou que o animal vivia sem nenhuma complicação, tendo

algumas vezes feito a postura de ovos, porém sem o nascimento de filhotes desses ovos.

Única alteração física que era observada ocorria quando a ave era estressada, voando de canto

ao outro da gaiola, assim observava-se que o coração batia fora da cavidade celomática,

levando o criador a suspeitar que o coração apresentava-se fora da cavidade celomática, tendo

a suspeita de ectopia cordis.

Durante a necropsia observou-se que a pele da área do esterno estava mais delgada

(Figura 1A) e dilatada, após rebater a pele da cavidade celomática, verificou-se a falta do osso

esterno (Figura 1B), com a presença do coração normal na cavidade torácica e o saco

pericárdico mais dilatado. Ao exame macroscópico durante a necropsia não foram

encontradas nenhuma outra malformação nos ossos ou órgãos da cavidade celomática.

Chegou ao diagnóstico macroscópico de aplasia de osso esterno pela ausência quase que total

do osso, restando somente um requisito, durante a realização da necropsia.

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Figura 01. (A) Canário belga apresentando pele da área do esterno estava mais delgada (seta).

(B) Canário belga apresentando aplasia do osso esterno (seta).

DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS FINAIS

A casuística de aplasia de esterno ocorre com raridade, não foram relatados casos de

aplasia de esterno em aves no Brasil, sendo esse relato o primeiro caso de aplasia de osso

esterno em aves no Brasil. No Brasil, foram descritos casos de polimelia em aves (11),

também em aves foram descritos casos de duplicidade dos membros pélvicos e porções finais

do trato digestório (12).

Segundo (1) considera-se aplasia quando ocorre falha no desenvolvimento, quase que

completo do tecido ou órgão, somente apresentando um uma parte da estrutura marcadamente

reduzida. A ave necropsiada no presente relato apresenta somente um resquício do osso

esterno, comprovando que é um caso de aplasia de esterno.

No caso descrito, foi suspeitado pelo proprietário de animal está com o coração fora da

cavidade torácica, segundo (13, 14) é considerado ectopia cordis quando o coração está

posicionado fora da cavidade. Durante a necropsia do canário observou-se que o coração

apresentava-se dentro da cavidade torácica, descartando a possibilidade de uma ectopia

cordis.

No canário necropsiado encontrou-se um aumento do saco pericárdio e a pele da área

do osso esterno apresentava-se mais delgada, esses achados ocorreram devido à ausência

quase que total do osso esterno, associado a características que as aves engaioladas, se agitam

facilmente em gaiolas, provocando uma taquicardia e também o temo de sobrevivência que

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ocorreu durante 1 ano e 6 meses de idade. Assim, sendo tempo suficiente para levar a

distensão do saco pericárdico e da pele da área onde deveria está o osso esterno.

Conclui-se com a não presença de relatos na pesquisa literária, parece ser de

ocorrência bastante rara, sem descrição para a aplasia de esterno em aves. O presente trabalho

relata a primeira descrição de aplasia de esterno em canário diagnosticado no Brasil.

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