Escola Politécnica - Departamento de Hidráulica e...
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Escola Politcnica - Departamento de Hidrulica e Saneamento
Curso de Especificao em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais
na Indstria
Monografia Final
Interdependncia Ecolgica e ISO 14001: mecanismos de induo de
micro pequenos fornecedores e prestadores de servios pelas grandes
empresas da Indstria qumica e petroqumica da Bahia
Autora: Isabel de Cssia Santos Ribeiro
Orientador: Jos Clio Silveira Andrade
Salvador, Outubro/2001.
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RESUMO
Monografia que examina os mecanismos aplicados pelas grandes empresas da indstria
qumica e petroqumica de Camaari na Bahia, certificadas na NBR ISO 14001, para induzir
suas subcontratadas e/ou fornecedoras, de porte empresarial micro e pequeno, para adoo de
prticas ambientais nas suas plantas.
Palavras chaves:
Interdependncia; Sustentabilidade; Normas NBR ISO 14001; Micro e pequenas empresas;
Sistema de Gesto Ambiental; Tecnologias Limpas.
ABSTRACT
This essay analyses the mechanisms used by chemical and petrochemical industry certified by
NBR ISSO 1401 to stimulate their suppliers micro and small enterprises - to adopt
environmental friendly practices associated to their operation of the plant.
Key words:
Sustainability; NBR ISO 14001 procedures; Interdependency; Micro and small enterprises;
Environmental Management System; Clean Technologies.
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AGRADECIMENTOS
A Deus e pela vida, sade e disposio para elaborar esta monografia;
A meus pais pelo exemplo da educao e inspirao para a busca permanente da
aprendizagem;
A meu marido e meu filho, mas do que agradecimentos, desculpas pela presena
ausente durante o tempo de elaborao e concluso deste trabalho;
Ao professor Asher pelo convite e auxlio atravs do fornecimento da bolsa de
estudo para minha participao no curso;
Ao professor orientador Clio, pelas sugestes e contribuies para a construo
desta monografia.
A Adlia, Roberto Santos, Luis Antnio, Ranilson, Antnio Galvo e Tiago, pela
pacincia e gentileza em preencher os questionrios.
Enfim a Mariano e todo grupo do CTECLIM pelo acolhimento e convivncia.
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APRESENTAO
A monografia foi dividida em introduo, captulos e concluso. A introduo informa sobre o
problema investigado, objetivos e etapas metodolgicas da pesquisa. O primeiro captulo aborda
sobre a ecologia e seu princpio bsico de interdependncia, examinando a obra de Fritjof Capra
A Teia da Vida uma nova compreenso cientifica dos sistemas vivos. O segundo captulo
analisa a tendncia para o gerenciamento com conscincia ecolgica, a partir das informaes
extradas e sistematizadas do Guia do Instituto Elmwood de Auditoria Ecolgica e Negcios
Sustentveis: Gerenciamento Ecolgico, de autoria de Callenbach e outros. O terceiro captulo
aborda sobre os novos desenhos e arquitetura flexvel, a partir da leitura de artigos de autoria de
Elena Sefertz publicados na HSM Management, indicando as novas formas de relacionamento e
interao entre o grande capital e empreendimentos de porte empresarial e micro e pequeno. O
captulo 4 define as caractersticas e realidade das micro e pequenas empresas MPEs, avaliando-se
informaes estatsticas publicadas pelo Sistema Sebrae (Servio Brasileiro de Apoio s Micro e
Pequenas Empresas). No captulo 5 define-se a postura ambiental da indstria brasileira,
compilando-se indicadores da pesquisa sobre a Gesto Ambiental na Indstria Brasileira, publicada
em 1998 pelo Sebrae/CNI Confederao Nacional das Indstrias/BNDES Banco Nacional para
o Desenvolvimento Econmico e Social. Avaliando-se a publicao do Governo do EstadoBahia:
Oportunidades de Investimentos e Negcios, editorada em 1997, delinea-se no captulo 6, o perfil
da indstria qumica e petroqumica da Bahia. A partir de acesso aos sites institucionais do sistema
Sebrae, CEBDS Centro Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentvel, UFBA -
Universidade Federal da Bahia, FIEB - Federao das Indstrias do Estado da Bahia e CNTL
Centro Nacional de Termologias Limpas, descreve-se os programas institucionais de apoio
implantao e gerenciamento ambiental nas MPEs, no captulo 7 desta monografia. O captulo 8,
que resulta de entrevistas qualitativas, aborda sobre os principais mecanismos de induo que as
empresas da indstria qumica e petroqumica da Bahia, j certificadas na ISO 14001, utilizam para
influenciar seus fornecedores para adotarem prticas ambientais nas atividades operacionais
desenvolvidas nas suas plantas.
Na concluso reafirma-se o problema investigado, os objetivos da pesquisa qualitativa e suas etapas
metodolgicas, apontando-se os pontos mais relevantes extrados do referencial terico e das
entrevistas qualitativas, recomendando-se alternativas para despertar os grandes empreendimentos
para uma administrao ecolgica mais sistmica, englobando sua cadeia de fornecedores. Pelo
lado da interveno institucional recomenda-se a continuidade das aes pertinentes ao Ncleo
Regional de Produo Mais Limpa, enfocando-se especialmente, as micro e pequenas empresas
MPEs.
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I. INTRODUO
Os anos 80 viram a ascenso do ativismo ambiental, levando os lderes empresariais a
modificarem sua forma de pensar reativa, no que se referia a defesa e proteo ao meio
ambiente. Em alguns pases mais avanados, a abordagem defensiva e reativa, que
limitava-se ao respeito a legislao e as auditorias de cumprimento, denominada como
Administrao Ambiental, passou, gradualmente, a ser substituda pela denominada,
Administrao Ecolgica ou gerenciamento ecolgico, implicando na mudana da
postura reativa, para uma postura mais ativa e criativa, que visava a minimizao do
impacto ambiental e social das empresas, bem como tornar as atividades empresariais to
ecologicamente quanto possvel.
A transformao da administrao ambiental para a ecolgica foi fundamentada numa
nova viso, denominada como viso sistmica, que enquadrava-se na teoria dos sistemas,
na qual considerava-se que os problemas ecolgicos do mundo, como todos os outros
grandes problemas de nosso tempo, no poderiam ser entendidos isoladamente, pois
caracterizam-se como problemas sistmicos interligados e interdependentes, e sua
compreenso e soluo requisitaria um novo tipo de pensamento sistmico ou ecolgico.
A adoo do gerenciamento ecolgico como ferramenta de competitividade, resultante de
fortes presses mercadolgicas, levou as empresas a se preocuparem com a melhoria e seu
nvel de competitividade, aumentando continuamente sua capacidade tecnolgica e
criando vnculos entre capacidade tecnolgica e gesto ambiental. Contudo, desenvolver
um gerenciamento ecolgico na sua essncia, requer transformaes nas empresas e em
toda sua cadeia produtiva, englobando fornecedores e clientes.
A partir da observao de que desenvolver uma gesto ecolgica demanda transformaes
nas empresas, e em toda sua cadeia produtiva, englobando fornecedores e clientes,
procura-se identificar, nesta monografia, que mecanismos so aplicados pelos
estabelecimentos empresariais de grande porte, que j se certificaram na ISO 14001, para
induzir seus fornecedores e prestadores de servios, de porte empresarial micro e pequeno,
a inclurem procedimentos e prticas ambientais nas suas operaes cotidianas.
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A Interdepedncia ecologia e ISO 14001 foi o tema abordado nesta monografia com o
objetivo de investigar que mecanismos so utilizados pelos gerentes de meio ambiente das
grandes indstrias do setor qumico e petroqumico da Bahia, j certificadas na ISO 14001,
para induzir seus fornecedores e prestadores de servios, de porte empresarial micro e
pequeno, para se adequarem aos programas de gesto ambiental dessas grandes empresas.
Para definio de micro e pequenas empresas, utilizou-se os critrios adotados pelo
Sistema Sebrae para classificar por porte e pela receita bruta anual:
1. Enquadramento por porte:
ME (Microempresa): na indstria at 19 empregados e no comrcio/servio at 09
empregados.
PE (Pequena Empresa): na indstria de 20 a 99 empregados e no comrcio/servio de
10 a 49 empregados.
MDE (Mdia Empresa): na indstria de 100 a 499 e no comrcio/servio de 50 a 99
empregados.
GE (Grande Empresa): na indstria acima de 499 empregados e no comrcio/servio
mais de 99 empregados.
2. Enquadramento pela receita bruta anual, estabelecido pela Lei 9.317, de 5/12/96:
ME (Microempresa): empresas industriais, comerciais e de servios com receita bruta
anual de at R$ 120.000,00; e
PE (Pequena empresa): empresas industriais, comerciais e de servios com receita
bruta anual acima de R$ 120.000,00, at R$ 720.000,00.
MGE (Mdias e Grandes): empresas industriais, comerciais e de servios com receita
bruta anual acima de R$ 720.000,00.
Para definir o termo fornecedor, utilizou-se o critrio da NBR ISO 14001, que por sua vez
deriva da NBR 8402 e informa que prestador de servio corresponde a subcontrato ou
subfornecedor.
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objetivo geral da monografia identificar de que forma os fornecedores e prestadores de
servios, de porte empresarial micro e pequeno, so induzidos a adotarem e manterem
programas de preveno e minimizao de impactos ambientais, relacionados s
atividades de prestao de servios realizadas nas instalaes das empresas de grande porte
da indstria qumica e petroqumica da Bahia, j se certificados com a ISO 14001.
So objetivos especficos: avaliar se tais mecanismos de induo contribuem para despertar
as MPEs para o gerenciamento com conscincia ecolgica (ecologia profunda), ou se
limitam observncia dos critrios requeridos pelas auditorias de cumprimento e
legislao ambiental vigente (ambientalismo superficial); e avaliar o grau de conhecimento
que os gerentes de meio ambiente detm sobre os programas institucionais ofertados para
apoiar o segmento empresarial de porte micro e pequeno na implantao de gerenciamento
e/ou prticas ambientais.
Visando alcanar os objetivos foram obedecidas as seguintes etapas metodolgicas:
I. Pesquisa bibliogrfica:
Para identificao do referencial terico pesquisou-se livros de autoria de Fritjof Capra,
e Callenbach (em parceria com outros autores), que abordavam sobre o pensamento
sistmico: uma nova compreenso sobre os sistemas vivos e sobre o gerenciamento
ecolgico.
Para compreender quais os mecanismos que podem ser utilizadas pelas grandes
empresas (contratantes) para induzirem sua cadeia de fornecedores (MPEs) a
incorporarem prticas ambientais nas suas operaes, pesquisou-se a NBR ISO 14001
Sistema de Gesto Ambiental - especificao e diretrizes para uso.
Artigos tcnicos de revistas especializadas em administrao, que analisavam os novos
formatos da organizao industrial, que substituiu as estruturas fordistas e tayloristas
pela arquitetura flexvel, foram pesquisados para justificar as novas formas de
relacionamento entre as grandes organizaes e o pequeno capital.
Para abordar sobre as caractersticas e realidade das MPEs em nosso pas, analisou-se
publicaes tcnicas e relatrios de pesquisas do Sistema Sebrae.
Para definir o perfil da indstria qumica e petroqumica na Bahia, pesquisou-se a
publicao oficial do Governo do Estado da Bahia/SICM, Bahia: oportunidades de
investimentos e negcios.
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Para informar sobre o grau de conscientizao ambiental do setor industrial no Brasil,
analisou-se relatrio de pesquisas publicado pelo CNI/BNDES/SEBRAE: Pesquisa
Ambiental na Indstria.
Para identificar programas oficiais de gerenciamento ambiental para o setor produtivo,
especialmente para as MPEs, pesquisou-se os sites oficiais das entidades nacionais e
locais que ofertam tais programas.
II. Elaborao do instrumento de coleta para aplicao da pesquisa;
II. Avaliao crtica do instrumento de coleta;
IV. Reviso e adequao do instrumento de coleta;
V. Identificao do universo das empresas que seriam alvo da pesquisa, e das pessoas
de contato para o envio do questionrio: para realizao desta etapa estabeleceu-se
contato com a Coordenao do Programa de Produo Tecnologias Limpas do IEL-
BA, identificando as empresas que j estavam certificadas na NBR ISO 14001, bem
como as pessoas das respectivas empresas com melhor perfil para a aplicao do
questionrio Gerentes de Meio Ambiente. O contato foi realizado em junho/01
identificando-se as 14 empresas abaixo:
Quadro 1. Empresas Certificadas na ISO 14001 Empresa Localidade Setor Certificador
1) Alcan Alumnio do Brasil
Salvador Metais ABS-QE
2) Aracruz Celulose S/A Nova Viosa Papel e Celulose BVQI
3) Bahia Sul Celulose Mucuri Papel e Celulose BVQI 4) Cetrel S/A Plo Petroqumico de Camaari Resduos Industriais BVQI 5) CQR Companhia Qumica do Recncavo
Plo Petroqumico de Camaari Qumico BS-QE
6) Deten Qumica S/A Plo Petroqumico de Camaari Qumico BVQI 7) Dow Qumica do Nordeste Ltda. Camaari Qumico DNV 8) Geral Engenharia Ltda. Salvador Construes e
Instalaes Industriais DNV
9) OPP Polietilenos S/A Plo Petroqumico de Camaari
Petroqumico ABS
10) Petrobrs E & P BA Salvador (Santiago, Entre Rios,Candeias, Taqupe).
Petrleo e Gs Natural DNV
11) Petrobrs Refinaria LandulphAlves
So Francisco do Conde Petroqumico BVQI
12) Petrobrs E& P SAG Salvador Itaigara Petrleo DNV 13) Trikem S/A Unidade de Camaari
Plo Petroqumico de Camaari Petroqumico ABS -QE
14) Xerox do Brasil Simes Filho Eletro-Mecnico BSI Fonte: IEL-BA Programa de Tecnologias Limpas Junho/2001.
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V. Coleta de dados: realizou-se contatos telefnicos com representantes de 09 empresas, esclarecendo os objetivos da pesquisa. Os mesmos concordaram em
receber o questionrio por meio eletrnico, comprometendo-se em respond-los e
reencaminh-los. Os questionrios foram enviados para as empresas informadas no
quadro abaixo:
Quadro 2: Empresas contatadas/Questionrios enviados. Empresa Localidade Setor Certificador
1. Alcan Alumnio do
Brasil
Salvador Metais ABS-QE
2.Bahia Sul Celulose (1) Mucuri Papel e Celulose BVQI
3. Cetrel S/A Plo Petroqumico de
Camaari
Resduos Industriais BVQI
4. CQR Companhia
Qumica do Recncavo (2)
Plo Petroqumico de
Camaari
Qumico BS-QE
5. Deten Qumica S/A Plo Petroqumico de
Camaari
Qumico BVQI
6. Dow Qumica do
Nordeste Ltda.
Camaari Qumico DNV
7. Petrobrs E & P BA (3) Salvador (Santiago, Entre
Rios, Candeias, Taqupe).
Petrleo e Gs Natural DNV
8. Trikem S/A Unidade de
Camaari/ OPP Polietilenos
S/A(4)
Plo Petroqumico de
Camaari
Petroqumico ABS-QE
9. Xerox do Brasil Simes Filho Eletro-Mecnico BSI
Fonte: Pesquisa Qualitativa/ 2001
(1) Aproveitou-se as dificuldades em contatar o Gerente de Meio Ambiente da Bahia
Sul e Aracruz Celulose para limitar o universo a ser pesquisado nos ramos de
qumica e petroqumica da indstria baiana.
(2) Infere-se que a CQR tenha sido incorporada pela Trikem S/A Unidade de Cloro e
Soda, pois a Responsvel Operacional dos Programas de Controle de Qualidade e
Meio Ambiente enviou o questionrio respondido em nome da Trikem S/A.
(3) Questionrio da Petrobrs foi concentrado em apenas 01 Unidade
Petrobrs/UNBA.
(4) Infere-se que a OPP tenha sido incorporada pela Trikem S/A, contudo, o
Responsvel por Qualidade, Sade, Segurana e Meio Ambiente enviou o
questionrio respondido em nome da OPP Politenos S/A.
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Recebeu-se o retorno dos questionrios respondidos das seguintes organizaes,
informadas no quadro 3 a seguir:
Quadro 3: Empresas Pesquisadas Empresa Localidade Setor Certificador
1. CQR Companhia
Qumica do Recncavo
(Trikem S/A Unidade de
Cloro e Soda)
Plo Petroqumico de
Camaari
Qumico BS-QE
2. Dow Qumica do Nordeste
Ltda.
Camaari Qumico DNV
3. Petrobrs E & P BA
(Petrobrs UNBA)
Salvador (Santiago, Entre
Rios, Candeias, Taqupe).
Petrleo e Gs Natural DNV
4 Trikem S/A Unidade de
Camaari( OPP Polietilenos
S/A)
Plo Petroqumico de
Camaari
Petroqumico ABS-QE
5. Xerox do Brasil Simes Filho Eletro-Mecnico BSI
Fonte: Pesquisa Qualitativa/2001
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CAPTULO 1. PENSAMENTO SISTMICO A TEIA DA VIDA
Todos os seres vivos so membros de
comunidades ecolgicas ligadas umas s
outras numa rede de
interdependncia.(Capra, 1999)
Com a aproximao do fim do sculo as preocupaes com o meio ambiente adquiriram
suprema importncia, expressados por uma srie de problemas globais que se encontram
danificando a biosfera e a vida humana de uma maneira alarmante. Alguns cientistas
perceberam que os principais problemas de nossa poca no poderiam ser entendidos
isoladamente, pois tinham um carter sistmico: interligados e interdependentes.
As solues para os principais problemas de nossa poca demandavam mudanas radicais
em nossas percepes e nos nossos valores, porm essa compreenso ainda no havia
despontado entre a maioria de nossos lderes polticos, no atingia a maioria dos lderes
das nossas corporaes, nem os administradores e os professores das nossas grandes
universidades. Tais lderes no apenas deixavam de reconhecer como os diferentes
problemas eram interligados, como tambm se recusavam a reconhecer que as suas
solues afetavam geraes futuras. Sob o ponto de vista sistmico, as nicas solues
viveis seriam as solues sustentveis. Assim, o conceito de sustentabilidade de Lester
Brow do Worldwatch Institute, adquiriu importncia-chave para o movimento ecolgico:
uma sociedade sustentvel aquela que satisfaz suas necessidades sem diminuir as
perspectivas das geraes futuras(Brow apud Capra,1981), sendo o grande desafio de
nossos tempos criar comunidades sustentveis.
Os valores dominantes que modelaram a nossa cultura por vrias centenas de anos,
referenciavam-se na viso do universo como um sistema mecnico, composto de blocos
de construo elementares; na viso do corpo humano como uma mquina; na viso da
vida em sociedade como uma luta competitiva pela existncia; na crena no progresso
material ilimitado, obtido por intermdio de crescimento tecnolgico; na crena na
sociedade na qual a mulher era classificada em uma posio inferior do homem. (Capra,
1999).
O novo paradigma concebeu uma viso de mundo holstica um mundo como um todo
integrado, tambm podendo ser entendida como uma viso ecolgica. A percepo
ecolgica profunda reconhece a interdependncia fundamental de todos os fenmenos: ela
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v o universo no como uma coleo de objetos isolados, mas como uma rede de fenmenos que
esto fundamentalmente interconectados e so interdependentes. A ecologia profunda
reconhece o valor intrnseco de todos os seres vivos e concebe os seres humanos apenas
como um fio particular da teia da vida. (Capra, 1999)
Reconectar-se com a teia da vida significa construir, nutrir e educar comunidades
sustentveis, nas quais podemos satisfazer nossas aspiraes e nossas necessidades sem
diminuir as chances das geraes futuras. Para realizar esta tarefa precisamos compreender
estudos de ecossistemas, compreender os princpios bsicos da ecologia, ser
ecologicamente alfabetizado ou eco-alfabetizado( Orr apud Capra, 1999).
Aprender com os ecossistemas significa aprender como viver de maneira sustentvel:
durante mais de trs bilhes de anos de evoluo, os ecossistemas do planeta tm se
organizado de maneiras sutis e complexas, a fim de maximizar a sustentabilidade, essa
sabedoria da natureza a essncia da eco-alfabetizao.
Os princpios bsicos da ecologia passaram a ser aplicados como diretrizes para construir
comunidades humanas sustentveis, sendo o primeiro deles o da interdependncia: todos os
membros de uma comunidade ecolgica esto interligados numa vasta e intricada rede de
relaes, a teia da vida. A interdependncia a natureza das relaes ecolgicas. O sucesso
da comunidade toda depende de cada um de seus membros, enquanto que o sucesso de
cada membro depende do sucesso da comunidade como um todo.
Entender a interdependncia ecolgica significa entender relaes, nutrir a comunidade
significa nutrir essas relaes. As relaes entre os membros de uma comunidade
ecolgica so no lineares, envolvendo mltiplos laos de realimentao. Uma perturbao
no ecossistema no est limitada a um nico efeito, mas tem possibilidades de se espalhar
em padres cada vez mais amplos, podendo at mesmo ser amplificado por laos de
realimentao interdependentes. Nos ecossistemas, os resduos produzidos de uma espcie
alimento para outras, de modo que o ecossistema todo permanece livre de resduos.
Os sistemas industriais so lineares, enquanto as atividades comerciais extraem recursos,
transformam-nos em produtos e em resduos, e vendem aos consumidores que descartam
mais ainda resduos. Os lucros privados so obtidos com os custos pblicos (bens gratuitos:
ar, gua e solo), em detrimento do meio ambiente e da qualidade geral da vida, s expensas
das geraes futuras. A alfabetizao ecolgica ensina que esse sistema no sustentvel.
A economia enfatiza a competio, a expanso e a dominao; a ecologia enfatiza a
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cooperao, a conservao e a parceria. A interdependncia, reciclagem, parceria,
flexibilidade e diversidade so princpios bsicos da ecologia, em conseqncia, princpios
da sustentabilidade. A sobrevivncia da humanidade depender de nossa alfabetizao
ecolgica, da nossa capacidade para entender os princpios da ecologia e viver em
conformidade com eles.
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CAPTULO 2. TENDNCIAS PARA O GERENCIAMENTO COM CONSCINCIA
ECOLGICA
A partir da dcada de 1980, difundiu-se rapidamente me muitos pases europeus, a
conscincia de que danos cotidianos ao ambiente poderiam ser substancialmente
reduzidos por meio de prticas de negcios ecologicamente corretas. Antes da dcada de
1980, a proteo ambiental era vista como uma questo marginal, custosa e muito
indesejvel, a ser evitada, em geral seus opositores argumentavam que ela diminuiria a
vantagem competitiva da empresa. Essa era uma reao defensiva, que tinha por objetivo
diminuir, rechaar, combater ou evitar todos os pedidos de indenizao por danos
ambientais.
Nos anos 80, os gastos com proteo ambiental comearam a ser vistos pelas empresas
lderes no primordialmente como custos, mas sim como investimentos no futuro e,
paradoxalmente, como vantagem competitiva. A atitude passou de defensiva e reativa para
ativa e criativa. Administrar com conscincia ecolgica passou a ser o lema dos
empresrios voltados para o futuro(Callenbach et. al. apud Lutz, 1993).
Por volta de meados da dcada de 1980, um grande nmero de empresas europias
comeou a adotar prticas ecolgicas simples, como programas de reciclagem, medidas de
economia de energia, reutilizao de recipientes, e assim por diante. Algumas delas foram
muito alm e comearam a caminhar em direo a uma administrao de orientao
ecolgica mais abrangente.
A partir de 1985, muitas empresas inovadoras de vrios pases juntaram-se em associaes
de administrao ambiental, sendo que vrias dessa constituram a INEM Internacional
Network of Environmental Management, em 1991, que tinha com o principal objetivo
fazer que um maior nmero possvel de empresas praticassem a administrao ambiental.
Para alcanar tal objetivo a INEM elabora recomendaes para Governo e agncias
administrativas de vrios pases. Em 1985, associaes de empresas para administrao
ambiental foram formadas na ustria, na Sua, na frica do Sul, na Sucia, no Reino
Unido, na Dinamarca, no Brasil e em Israel, em estreita colaborao com a INEM.
O objetivo do gerenciamento ecolgico minimizar o impacto ambiental e social das
empresas, e tornar todas as operaes to ecologicamente corretas quanto possvel. O
ponto de partida o reconhecimento de que os problemas no podem ser entendidos
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isoladamente, so problemas sistmicos interligados e interdependentes e sua
compreenso e soluo requerem um novo tipo de pensamento sistmico, ou ecolgico.
Esse novo pensamento precisa ser acompanhado de uma mudana de valores, passando de
expanso para a conservao, da quantidade para a qualidade, da dominao para a
parceria.
A filosofia do Elmwood Institute baseia-se na convico de que o impacto ecolgico das
operaes de uma empresa no ter uma melhoria significativa enquanto a empresa no
passar por uma mudana radical na sua cultura empresarial uma mudana de paradigma:
um novo pensamento e um novo sistema de valores, uma viso do mundo holstica, viso
sistmica ou de sistemas, uma viso ecolgica, usando esse termo numa acepo muito
mais ampla e profunda do que a usual.
Quando se fala em mudana de paradigma, fala-se em transio radical e requsita-se a
compreenso das principais diferenciaes entre administrao ambiental e administrao
ecolgica, conforme resume-se abaixo:
Quadro 4: Comparao Administrao Ambiental X Administrao Ecolgica Administrao Ambiental Ambientalismo
Superficial AdministraoEcolgia -
Ecologia Profunda. - Aceita o paradigma mecanista dominante - Envolve a mudana para um viso de mundo holstica e
sistmica - Adotam o quadro de referncia da economia
convencional: auditorias de cumprimento;aplicam mtodos baseados apenas naquantificao; no fornece orientao parade problemas ambientais urgentes e nocontemplados nas medidas governamentais.
- As empresas so sistemas vivos, cuja compreenso no possvel apenas pelo prisma econmico, no podendo ser rigidamente controlada por meio da interveno direta. A empresa pode ser influenciada pela transmisso de orientaes e emisses de impulsos.
- Est associada idia de resolver os
problemas ambientais em benefcio da
empresa. Carece de uma dimenso tica, e
suas principais motivaes so a
observncia das leis e melhoria de imagem
da empresa.
- motivado por uma tica ecolgica e por uma
preocupao com o bem-estar das futuras
geraes. Seu ponto de partida uma mudana
de valores na cultura empresarial.
- Tende a aceitar, ou endossar, por omisso, a
ideologia do crescimento econmico.
- Substitui a ideologia do crescimento econmico
pela idia da sustentabilidade ecolgica.
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Administrao Ambiental Ambientalismo
Superficial
Administrao Ecolgica
Ecologia Profunda.
- As empresas fazem mudanas ambientais
cosmticas para a promoo de uma
imagem verde, como por exemplo
programas de reciclagem ou de eficincia
de energia, pois desconhecem as mudanas
ecolgicas possveis
- O pensamento ecolgico profundo gera uma srie
de possibilidades, estudando inovaes possveis
para desenvolver substitutos, adotar outros
produtos e prticas, como por exemplo: deixar de
produzir ou receber embalagens, eliminar a
explorao do trabalho infantil, etc.
- A auditoria ambiental no questiona a ideologia do crescimento econmico (maximizao dos lucros ou do PNB), principal responsvel pela destruio do ambiente global
- A auditoria ecolgica reconhece que o crescimentoeconmico ilimitado num planeta finito s podelevar ao desastre.
- Associada ao conceito de crescimento. - Associada ao conceito de sustentabilidade. Fonte: Callenbach at al., 1993.
Proceder a mudana da administrao ambiental para a administrao ecolgica requisita
mudanas radicais na cultura empresarial. A Auditoria ecolgica eco-auditoria o exame
sistemtico das operaes de uma empresa, do ponto de vista ecolgico. O Gerenciamento
ecolgico e a eco-auditoria tem como motivao os valores e conceitos da ecologia
profunda e o seu sucesso depender da medida em que o paradigma ecolgico estiver
refletido na cultura empresarial (Callenbach at al., 1993).
Define-se como cultura empresarial um conjunto de idias, normas e modos de conduta,
que foi aceito e adotado por uma empresa atravs de um consenso, e que constitui o carter
distintivo e inconfundvel da organizao.
Os anos 90 caracterizaram-se como uma dcada de crise: danificao da biosfera,
destruio das florestas, desertificao, camada de oznio, radiao ultra-violeta, aumento
da populao mundial, aumento do abismo entre ricos e pobres, etc. Nenhum destes
problemas podem ser entendidos isoladamente, pois so problemas interligados e
interdependentes e sua compreenso e soluo requerem um enfoque sistmico: a terra
um todo integrado, um sistema vivo. Os sistemas vivos compreendem organismos
individuais, sistemas sociais e ecossistemas, e constituem conjuntos integrados inseridos
em conjuntos maiores, dos quais dependem. Pensar sistematicamente pensar em
processos.
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Na nossa cultura damos nfase excessiva auto-afirmao concorrncia, expanso -
quantidade e negligenciamos a integrao cooperao, conservao, qualidade. A
mudana de paradigma inclui a mudana de valores, da auto-afirmao para a integrao.
No que diz respeito s organizaes de negcios, o exemplo mais importante mudana da
expanso para a conservao, de quantidade para a qualidade, a mudana nos critrios
fundamentais de sucesso do crescimento econmico para a sustentabilidade ecolgica. A
administrao com conscincia ecolgica inclui a restrio ao crescimento econmico,
introduzindo a sustentabilidade como critrio fundamental de todas as atividades de
negcios.
A administrao sistmica precisa ser parte integrante do gerenciamento ecolgico,
demandando um novo estilo de liderana, embasado no pensamento e ao sistmica. Ser
exigida das lideranas uma anlise crtica da sua filosofia empresarial e, no que se reporta
exclusivamente a sustentabilidade econmica da empresa, essas lideranas devero
examinar, dentre outros aspectos: se os produtos e servios que produzem so
ecologicamente corretos ou desnecessariamente destrutivos; e que mudanas tornariam os
seus empreendimentos menos prejudicial do ponto de vista ecolgico.
A tarefa de um eco-auditoria minimizar o impacto ambiental de uma empresa, e esse
impacto diz respeito a processos ecolgicos que envolvem energia, substncias materiais,
pessoas e outros organismos vivos. As eco-auditorias tratam das conseqncias dos fluxos
de material, de energia e de pessoas, assim, o fluxo metablico das empresas dever
mostrar toda a complexidade sua estrutura e suas relaes com o meio social e natural, de
modo que o planejamento da eco-auditoria no omita os pontos crticos das operaes da
empresa.
Tanto a tradicional auditoria de cumprimento, como a eco-auditoria, fazem uso de algumas
listas de verificao ou protocolos sistematizados para nortear as investigaes das
atividades de uma empresa. No caso da eco-auditoria, o uso das listas procura assegurar
que nenhum aspecto ecolgico significativo das operaes de uma empresa seja ignorado,
incluindo relaes com subcontratantes ou fornecedores, cuja atividades muitas vezes
provocam a maior parte do impacto de uma empresa sobre o meio ambiente. Uma das
contribuies para o sucesso de um programa ecolgico seria criar recompensas para
estimular o compromisso entre os departamentos de compra e os subcontratantes.
Lista-se abaixo os critrios para seleo e contratao de subcontratados e fornecedores
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estabelecidos pelo Instituto Elmwood e, em seguida, os requisitos especificados pela NBR
ISO 14001. Objetiva-se demonstrar como os critrios estabelecidos no Guia do Instituto
Elmwood (1993) influenciaram na redao no item 4.4.6, alnea C do NBR ISO 14001
(1996), uma vez que tratam do relacionamento com fornecedores e subcontratados:
1. Critrios do Guia do Instituto Elmowood de Auditoria Ecolgica e Negcios
Sustentveis (1993): planejamento que contemple fornecedores ou subcontratantes para o alcance do
trabalho de auditoria.
especificao de novos padres ecolgicos nos contratos com fornecedores e
subcontratantes.
comunicao, aos fornecedores e subcontratantes, sobre a estratgia ou misso da
empresa.
observao e comprovao do cumprimento dos novos padres exigidos, pelos
fornecedores e subcontratantes.
preferncia por fornecedores e subcontratantes que obedeam aos novos padres
ecolgicos da empresa.
incentivo aos fornecedores a providenciarem a coleta de lixo associada aos seus
produtos, estimulando-os a reciclagem interna ou externa.
verificao, in loco, da adequao das condies de despejo dos resduos gerados pelos
fornecedores.
estmulo a subcontratantes e fornecedores a adotarem novas tecnologias sustentveis, e
diminurem processos de produo danosos ao ambiente.
estruturao de um banco de dados, juntamente com outras empresas, sobre
fornecedores e recicladores, para facilitar o fluxo de materiais reutilizveis e
reciclveis.
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2. NBR ISO 14001 Out/96 Sistema de Gesto Ambiental Especificao e Diretrizes para uso Out/96:
Organizaes de todos os tipos esto cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar
um interesse ambiental correto, controlando o impacto de suas atividades, produtos ou
servios no meio ambiente. A adoo e implementao de forma sistemtica, de um
conjunto de tcnicas de gesto ambiental, podem contribuir para minorar estas
preocupaes, contudo, a adoo das NBR ISO 14000 no garantir, por si s, resultados
ambientais timos. As Normas Internacionais de gesto ambiental tm por objetivo prover
s organizaes os elementos de gesto ambiental eficaz, passvel de integrao com
outros requisitos, de forma a auxili-las a alcanar seus objetivos ambientais e econmicos.
As finalidades das normas ambientais equilibrar a proteo ambiental e a preveno de
poluio com as necessidades socioeconmicas. (NBR ISO 14001, 1996)
No que relaciona aos fornecedores e prestadores de servios, a NBR ISO 14001, informa,
no seu item 4.4.6 Controle Operacional, alnea C, que a organizao deve estabelecer e
manter procedimentos relativos aos impactos ambientais significativos, e comunicar os
procedimentos e requisitos pertinentes que devero ser atendidos pelos fornecedores e
prestadores de servios.
Visando identificar na NBR ISO 14001 outros elementos que propiciem a conexo
com fornecedores e prestadores de servios, detectou-se, a partir do exame minucioso
das suas especificaes para diretrizes e uso, alguns elementos que balizaram a
estruturao do instrumento de coleta de pesquisa desta monografia, para investigar
junto aos gerentes de meio ambiente das empresas certificadas:
- que tipo de atividades so ligadas diretamente ao processo produtivo e so
realizadas por fornecedores e prestadores de servios de porte empresarial micro
e pequeno, nas instalaes das empresas contratantes;
- que critrios so aplicados para seleo e contratao dessa categoria de
fornecedores e prestadores de servios;
- que treinamentos ofertados aos fornecedores e prestadores de servios (MPEs)
para avaliarem os impactos ambientais significativos, associados s suas
atividades dentro das organizaes onde prestam servios;
- que mecanismos utilizados para assegurar que estes fornecedores e prestadores de
servios participam dos treinamentos requeridos para a implantao do Sistema de
Gesto Ambiental;
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- que treinamentos que so ofertados para estes visando o atendimento a situaes de
emergncias;
- que critrios so aplicados para identificar se tais fornecedores e prestadores de
servios esto em conformidade com a poltica ambiental da empresa;
- que critrios so aplicados para assegurar se esto em conformidade com os
objetivos e metas ambientais planejadas;
- que critrios so aplicados para avaliar se atendem legislao e regulamentos
ambientais;
Essas especificaes da NBR ISO 14001 foram examinadas com propsito de associ-las
aos critrios estabelecidos pelo Instituto Elmwood, pois observa-se que, apesar das
especificaes e diretrizes para uso da NBR ISO 14001 no assegurarem resultados
ambientais timos, estas podem auxiliar s organizaes a estabelecerem interdependncia
com a sua cadeia de fornecedores, contemplando-os nos seus trabalhos de auditoria,
conforme recomenda-se em um dos critrios do Guia do Instituto Elmwood.
A associao entre os critrios do Elmwood e as diretrizes e especificaes da NBR ISO
14001 nortear os caminhos para avaliar se os empreendimentos j se incluem ou no na
tendncia para o gerenciamento com conscincia ecolgica, ou seja, bem como na busca da
ecologia profunda, em lugar do ambientalismo superficial.
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CAPTULO 3. FORMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE EMPRESAS DE
GRANDE PORTE E AS MPES
No ambiente industrial, os formatos de organizao fordista e taylorista j esto sendo
substitudos pela arquitetura flexvel. Existe um nmero infinito de formatos de
organizao flexvel com capacidade de adaptao. Para definir os diferentes tipos de
relacionamentos entre empresas de grande porte com as MPEs, realizaremos uma
apresentao analtica dos tipos bsicos de organizaes flexveis, a partir de observaes
extradas do artigo escrito por Elena Sefertzi Flexibilidade Os novos desenhos e
flexibilidade os diversos nveis, publicados na HSM Management Janeiro/fevereiro
2.000.
Um nmero significativo de grandes empresas de produo, que geram economias de
escopo internas (ou seja, que produzem um volume importante de linhas diferenciadas de
produtos afins), adotou estratgia de desintegrao vertical. As caractersticas bsicas dessa
estratgia so a maior terceirizao da produo e a explorao da vantagem das
economias de escopo. Estas so geradas pela fragmentao do processo de produo em
unidades e estgios de produo separados e da operao em unidades pequenas e mais
especializadas. A formao de redes ampliadas de empresas que trabalham em regime de
cooperao e subcontratadas desempenha um papel importante nesse processo.
A terceirizao da produo assume forma de descentralizao parcial, por meio de uma
rede de just-in-time, com controle centralizado de fornecedores e sub-contrarados. A
criao dessa rede, por meio de colaborao estreita e de contratados, desempenha papel
importante na produo e no fornecimento de peas sobressalentes, acessrios e
componentes, e tambm na inovao de produtos.
A transio para as formas flexveis de produo criou novas atividades e novos espaos
para as pequenas empresas. A produo fragmentada de produtos especializados em lotes
pequenos, a rpida resposta demanda flutuante, e a estrutura e funcionamento da mo-de-
obra, que eram, e continuam sendo, caractersticas prprias das pequenas empresas, sempre
proporcionaram certa flexibilidade a suas atividades. A transio para formas flexveis de
produo proporcionou s pequenas empresas um papel ativo nesse processo.
Nesse processo de flexibilizao, as pequenas empresas fornecedoras aproveitam
tendncias que lhes so favorveis, entre elas:
- capacidade de fabricar lotes pequenos e produtos diversificados;
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- capacidade de fornecer suprimentos especiais;
- maior capacidade para enfrentar a incerteza;
- desenvolvimento rpido do produto e incorporao de inovao;
- resposta rpida demanda flutuante.
No novo contexto de atividade e do desenvolvimento de unidades empresariais menores,
possvel distinguir pelo menos trs tipos de pequenas empresas que esto ligadas s
diversas formas de flexibilidade: as que atuam em nichos de mercado, as de alta tecnologia
e as subcontratadas:
1. PEQUENA EMPRESA DE NICHO DE MERCADO:
Caracterizam-se por empresas especializadas e relativamente pequenas cuja fabricao de
produtos diversificados em lotes pequenos, bem projetados e de alta qualidade, dirigida
para mercados segmentados.
Exemplos tpicos so empresas de especializao flexvel instalada nos distritos industriais
da chamada Terceira Itlia, regio da Itlia que concentra empresas de alta tecnologia.
Modelos de especializao flexvel, como os do distrito industriais da Terceira Itlia,
permite a configurao de um sistema de produo exclusivamente local, em forma de rede
integrada de empresas especializadas, onde as empresas centrais cria uma estrutura para
apoiar e expandir as pequenas empresas de especializao flexvel.
2. PEQUENA EMPRESA DE ALTA TECNOLOGIA:
A exigncia de inovao e o advento de automao criaram a necessidade de conhecimento
especializado em alta tecnologia e em pesquisa de desenvolvimento. Esse movimento
proporciona o surgimento das pequenas empresas especializadas, orientadas para pesquisa
e desenvolvimento com objetivo de aplicar a inovao aos produtos de alta tecnologia e
aos mtodos de produo. Essas empresas podem ser fruto da ciso de uma empresa de
grande porte ou criadas especificamente para aquela finalidade, atravs de alianas
estratgicas.
Exemplos tpicos desse tipo so as pequenas empresas de alta tecnologia do Vale do
Silcio e da Route 128, nos Estados Unidos, e tambm os Plos Tecnolgicos e os
centros de pesquisa da cientfica da Europa.
3. PEQUENA EMPRESA SUBCONTRATADA
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A descentralizao da produo, resultado da crescente importncia da produo em lotes
pequenos, levou ao aumento do nmero de relaes de subcontrataes e,
consequentemente, ao aumento da pequena empresa subcontratada, que depende
intensivamente de outras empresas centrais. Essas pequenas empresas subcontratadas se
caracterizam pela utilizao de uma tecnologia relativamente tradicional e pela baixa
ocorrncia de atividades inovadoras e de trabalho especializado.
Exemplos caracterstico dessa forma de subcontratao acontecem com maior freqncia
nos setores de vesturio e automobilstico, uma vez que a flexibilidade possibilita s
subcontratadas produzir por encomenda, produtos individualizados e sem rtulo, para as
empresas de marca, o que comparativamente mais barato devido ao baixo custo da mo-
de-obra.
Analisando-se o princpio da interdependncia e as novas formas de arquitetura
empresarial, percebe-se a oportunidade dos Lderes de empreendimentos de grande capital
pensarem de forma sistmica, uma vez que o sucesso de seus empreendimentos depende
tambm das suas articulaes com o pequeno capital, que se realiza atravs de estratgias
de flexibilizao, desintegrao vertical e sub-contratao. Assim, observa-se com maior
nitidez, a necessidade da insero das subcontratados (MPEs) nas estratgias ambientais
traadas pelo grande capital, sob pena comprometer o sucesso da administrao ecolgica,
na sua acepo mais ampla.
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CAPTULO 4. CARACTERIZAO E REALIDADE DAS MPES MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS:
importante lembrar que os danos causados
pelas catstrofes que ocuparam as manchetes
recentemente so pequenos quando
comparados aos danos cumulativos, na
maioria das vezes despercebidos, provocados
por um enorme nmero de poluentes menores,
a maioria deles de acordo com as
regulamentaes legais de seus pases.
(Wicke apud Capra, 1993)
4.1 REALIDADE DAS MPES NO BRASIL
No Brasil, entre 1990 a 1999 foram constitudas 4,9 milhes de empresas, dentre as quais
2,7 milhes so microempresas. Apenas no ano de 1999 foram constitudas 475.005
empresas no Pas, com as microempresas totalizando 267.525, representando um
percentual de 56,32% do total de empresas constitudas no Brasil. O Sudeste foi a regio
que registrou o maior nmero de microempresas constitudas, com um total de 124.147,
seguido do Sul, com 55.737, Nordeste, 45.551, Centro-Oeste, 27.366, e Norte, com
14.724.(Sebrae-Nacional, 2000).
Com base nos levantamentos realizados pela Gerncia de Planejamento, Estudos e
Pesquisas do Sebrae-Na em Maro/2000, demonstra-se nos quadros 4, 5 e 6 a seguir, o
posicionamento das MPEs baianas na conjuntura regional e nacional:
Quadro 4. Constituio de empresas por estado e regio do Brasil 1990-1999 1990 1999 Acumulado
1990 1999 Bahia 23.525 26.429 254.847
Nordeste 82.739 88.861 864.220
Brasil 526.757 475.005 4.942.424 Fonte: Sebrae-GEPEP mar/2000
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Quadro 5. Enquadramento de microempresas por estado e regio do Brasil - 1990-1999
1990 1999 Acumulado 1990
1999
Bahia 8.423 18.110 154.518
Nordeste 46.080 45.551 522.875
Brasil 342.808 267.525 2.699.446 Fonte: Sebrae-GEPEP-mar/2000
Quadro 6. Participao das microempresas na constituio das empresas por estado e regio do Brasil 1990-1999(%)
1990 1999 Mdia 1990 1999
Bahia 35,80 68,52 60,63
Nordeste 51,26 55,69 60,50
Brasil 65,07 56,32 54,62Fonte: Sebrae-GEPEP-mar/2000
Numa rpida anlise dos quadros anteriores, percebe-se que o Estado da Bahia tem uma
participao razovel e evolutiva no contexto regional e nacional, quase duplicando o
nmero de micro empresas no perodo de 09 anos, poca em que se observa no pas, uma
reduo do nmero desses estabelecimentos.
O Brasil possui uma estrutura econmica instvel, o que dificulta o aumento da
competitividade dos produtos brasileiros a nvel internacional. As empresas brasileiras, de
diferentes regies e atuando nos mais variados setores, precisam enfrentar uma srie de
entraves domsticos de infra-estrutura, tributao inadequada e instabilidade nas regras
econmicas, fazendo com que parte de suas energias sejam desviadas da sua misso
principal. As MPEs brasileiras enfrentam dificuldades significativas e precisam realizar
um grande esforo para melhorar a qualidade e reduzir custos dos seus produtos, pois
pouco conseguem gerar recursos para investir na rea de desenvolvimento tecnolgico na
tentativa de acompanhar os rpidos avanos de mercado, essas empresas geralmente so
administradas por seus proprietrios que possuem pouca experincia empresarial e
insuficiente capacitao gerencial, tendo dificuldade de obter financiamentos no sistema
financeiro nacional. ( SANTOS, PEREIRA, FRANA, 1994).
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Tais dificuldades, especialmente nos 03 primeiros anos de constituio das MPEs, foram
detectados a partir da publicao dos resultados da pesquisa Fatores Condicionantes e
Taxa de Mortalidade de Empresas, em outubro de 1999, aplicada pela Gerncia de
Planejamento de Estudos e Pesquisa do Sebrae Nacional e realizada nas capitais dos
seguintes Estados: Amazonas, Acre, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do
Norte, Paraba, Pernambuco, Paran, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, So Paulo e
Tocantins.
A pesquisa foi realizada em duas fases. Na primeira fase da pesquisa taxa de mortalidade
- foram selecionadas, dos cadastros das Juntas Comerciais dos Estados, amostras de cerca
de 400 empresas das capitais (225 no RJ), constitudas em cada ano de 1995/96/97
independentemente de porte. Na segunda etapa a pesquisa procurou identificar os fatores
condicionantes dessa mortalidade, levantando informaes relevantes sobre os dos grupos
de empresas: extintas e em atividade.
Apurou-se que a taxa de mortalidade das empresas para at trs anos de criao das
mesmas variou de cerca de 30% at 61%, no primeiro ano de existncia da empresa, de
40% at 68%, no segundo ano, o de 55% at 73%, no terceiro perodo do empreendimento.
O porte da empresa parece ser elemento importante que distingue empresas em atividade e
negcios extintos, quanto maior o empreendimento melhores so as possibilidades de
sucesso. Igualmente, pode-se estimar que a experincia anterior ou conhecimento do ramo de
negcio tenha relevncia para o sucesso da empresa, j que em 8 (oito) dos 11 (onze)
Estados pesquisados esse fator foi apontado por empresas em atividade em percentuais
significativamente maiores do que aqueles de negcios extintos.
Como principal motivo para a abertura ou entrada no negcio, tanto empresrios de firmas
de sucesso como entrevistados de empresas extintas apontam a identificao de uma
oportunidade de negcio. No caso das empresas em atividade, a existncia de experincia
anterior o maior fator apontado em todas as Unidades da Federao, havendo
significativas diferenas percentuais em relao ao grupo de empresas extintas.
H uma supremacia dos empresrios que se ocupavam, exclusivamente, dos negcios da
empresa no primeiro ano das suas atividades, os percentuais daqueles pertencentes s
empresas de sucesso, em 8 (oito) UF, so significativamente superiores queles pertinentes s
firmas extintas.
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Na maioria dos Estados pesquisados, tanto empresas em atividade quanto extintas,
recorreram principalmente ao contador para conduzir ou gerenciar as empresas, vindo a
seguir o Sebrae e pessoas que conheciam o ramo de atividade.
A falta de capital de giro foi apontada em 8 (oito) dos 11 (onze) Estados, tanto pelas
empresas em atividade como pelos negcios extintos, como a maior dificuldade na
conduo das atividades das empresas. Tambm a carga tributria e a recesso econmica
foram fatores citados por ambos os grupos como inibidores dos negcios.
Os dois grupos julgaram que a empresa para ter sucesso deve possuir bom conhecimento
do mercado onde atua. Tambm ter um bom administrador e fazer uso de capital prprio
foram fatores considerados importantes para o sucesso do empreendimento.
Na maioria dos Estados, o custo do processo para dar baixa na Junta Comercial foi o
fator preponderante para a empresa no ser extinta oficialmente. A esperana de reativar a
empresa foi tambm como o motivo primordial por empresrios.
Para enfrentar tais desafios, as MPEs precisam modernizar-se em termos gerenciais e
tecnolgicos para que possam tornar-se competitivas. Para viabilizar a modernizao das
MPEs, o apoio gerencial e tecnolgico de entidades como o Sebrae e outras entidades de
apoio, como as Universidades, Institutos de Pesquisas so fundamentais. O dilema a
quantidade de milhares de pequenas empresas que precisam ser atendidas e apoiadas, e
todas com muitas carncias e necessidades imediatas de apoio tcnico e informaes. (
SANTOS, PEREIRA, FRANA, 1994).
Os nmeros de MPEs so grandiosos o suficiente para se compreender a importante
contribuio que os pequenos negcios tm a oferecer para um meio ambiente mais seguro
e saudvel, no s no Brasil, como no resto do mundo, onde igualmente so maioria. As
micro e pequenas empresas atuam em todo territrio nacional, em todos os ramos de
atividade, em todos os processos: da matria-prima produo e ao transporte, utilizando
todo o tipo de embalagem. So empresas que do suporte aos mdios e grandes
empreendimentos, e de seus processos produtivos resultam resduos lquidos, slidos e/ou
gasosos, que podem poluir o ar, o solo, as guas dos mares e guas subterrneas. (Sebrae,
1998)
Em funo das atribuies que lhe cabem, o Sebrae decidiu incluir em suas preocupaes
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a introduo da varivel ambiental no mbito das micro e pequenas empresas. A gesto
ambiental nos negcios de pequeno porte vista pelo Sebrae sob dois pontos de vista: o
esforo para a melhoria ambiental em si; e as oportunidades de negcios dela decorrentes.
Tudo comea por um trabalho de conscientizao, a base para introduo das prticas e dos
processos ambientalmente mais adequados. O Sebrae pode apoiar as micro e pequenas
empresas na implementao de programas de melhorias de desempenho ambiental
voltados, por exemplo, para conservao de energia, conservao de gua, otimizao de
uso da matria-prima e reaproveitamento de resduos. Esse apoio possvel tambm na
implantao de Sistemas de Gesto Ambiental (SGAs) e na preparao para certificao
ISO 14000. (Sebrae, 1998)
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CAPTULO 5. PESQUISA GESTO AMBIENTAL NA INDSTRIA
BRASILEIRA.
A Pesquisa Gesto Ambiental na Indstria Brasileira, publicada em 1998 pelo Sebrae
Nacional, CNI Confederao Nacional das Indstrias e pelo BNDES Banco Nacional
de Desenvolvimento Econmico e Social, identificava as estratgias que indstrias de
todos os portes estavam adotando, com o objetivo, na poca, de incrementar a eficincia
dos processos de gesto ambiental e buscar a reduo dos impactos ambientais associados
produo de bens e servios, obtendo os principais resultados descritos a seguir.
O levantamento foi realizado entre agosto e setembro de 1998, correspondendo situao
observada pelo informante em 1997. Em alguns casos foi solicitada informao referente a
1996. A abrangncia da pesquisa foi nacional e setorial (indstria) e o instrumento de
coleta utilizado foi o questionrio, elaborado em dois modelos: um simplificado, para os
estabelecimentos de micro e pequeno portes, e outro mais completo, dirigido aos mdios e
grandes.
Os questionrios foram aplicados junto a uma amostra de 1.451 estabelecimentos
industriais, assim distribudas:
Quadro 7. Pesquisa Gesto Ambiental na Indstria Brasileira Distribuio Amostra. Distribuio percentual (%)
Distribuio por porte empresarial
Microempresas 57,5
Pequenas Empresas 14,7
Mdias e Grandes Empresas 1,4
Distribuio por Regies Brasileiras
Regio Sudeste 58,2
Regio Sul 30,9
Regio Nordeste 4,8
Regies Norte e Centro-Oeste 5,6
Fonte: Sebrae/ CNI/BNDES - 1998
Cerca de 85% das empresas adotavam algum tipo de procedimento associado s questes
ambientais de suas atividades. Os tipos de procedimentos variavam com o porte da empresa.
Nas grandes empresas destacavam-se procedimentos tpicos de controle ambiental, por
exemplo, reduo de gases e emisses atmosfricas. Nas micro e pequenas verificava-se
maior incidncia de procedimentos associados a custos, tais como os que reduziam a
intensidade de matria-prima por produto.
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Para as grandes e mdias empresas, as principais razes para a adoo dos procedimentos
anteriormente mencionados, relacionavam-se s exigncias de licenciamento e a legislao
ambiental.
A pesquisa indicava que as solues ambientais eram geralmente formuladas dentro das
prprias empresas. O apoio do rgo ambiental era mais significativo nas grandes e mdias
empresas, enquanto a assistncia tcnica dos rgos patronais era mais presente nas
empresas de menor porte e nas regies menos industrializadas.
Cerca 90% das grandes empresas indicavam ter realizado investimentos ambientais, contra
a mdia de 35% das microempresas. Tais investimentos, contudo, no ultrapassavam 3%
dos investimentos totais das empresas. A origem dos equipamentos e maquinrios para a
gesto ambiental era predominantemente nacional.
O relacionamento com os rgos ambientais foi pesquisado apenas nas grandes empresas,
percebendo-se srias dificuldades para a aplicao adequada da regulamentao ambiental,
principalmente as referentes a vibrao, rudos e disposio, estocagem e transporte de
resduos e refugos.
A pouca disponibilidade de informaes e de recursos tcnicos e financeiros foram
indicados como principais problemas que dificultam a correo de problemas ambientais.
As pequenas e grandes empresas consideraram os custos e a demora dos processos de
licenciamento ambiental como principais problemas para correo de problemas
ambientais.
Foram indicadas como etapas futuras da gesto ambiental nos estabelecimentos
pesquisados:
- aperfeioamento dos procedimentos de gesto e expanso de investimentos
ambientais. Essas respostas tiveram maior incidncia nas empresas pertencentes
aos grupos internacionais.
- nas Regies Norte/Centro-Oeste e nos setores de couros e peles, extrativa mineral,
bebidas e txtil, as etapas futuras planejavam o uso da imagem ambiental das
empresas.
- nos setores de madeira, minerais no-metlicos, vesturio, calados e artefatos de
tecidos, a etapa futura previa a habilitao para a rotulagem ambiental.
- nas grandes e mdias empresas o planejamento para investimentos em tecnologias para
o controle de perdas e refugos, se destacavam, seguido do controle de resduos e
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tecnologias de conservao de energia e controle de efluentes lquidos.
- investimentos para treinamento de mo-de-obra foram mais enfatizados na regio
Nordeste e Norte/Centro-Oeste.
- 75% das empresas pretendiam financiar os investimentos com recursos prprios,
especialmente as empresas ligadas a grupos internacionais, enquanto 20% das
empresas nacionais iriam buscar recursos governamentais.
Cerca de 17% das mdias e grandes empresas pesquisadas j adotavam a certificao
ambiental, enquanto 11% estavam em processo de adoo. As empresas nacionais de
estabelecimentos nicos indicavam maiores percentuais de certificao, seguidas das empresas
de grupos internacionais e das empresas nacionais de grupos empresariais.
As empresas pesquisadas demonstravam expectativas de apoio governamental e de assistncia,
especialmente relacionada implantao de procedimentos de gesto ambiental e
identificao de tecnologias ambientalmente adequadas. Haviam ainda expectativas
relacionadas mecanismos fiscais e crdito de apoio aos investimentos ambientais, de forma
uniforme entre os portes, setores e regies.
Outra expectativa observada foi a da divulgao de cadastro de empresas limpas,
principalmente nos setores de qumica, farmacuticos e veterinrios, produtos alimentares,
vesturios, calados e artefatos de tecidos, mecnica e mobilirios.
Uma pequena proporo das empresas estava informada sobre as novas iniciativas de
legislao ambiental. As grandes e mdias empresas demonstravam um nvel maior de
conhecimento sobre a nova lei de crimes ambientais, seguida pela nova lei de recursos
hdricos. Menos de 10% das empresas pesquisadas estavam informadas sobre iniciativas de
projetos e leis como o sistema nacional de licenciamento e a poltica ambiental de resduos
slidos. As grandes e mdias empresas se consideravam pouco informadas sobre as
iniciativas ambientais de cunho internacional, exceto a Agenda 21 e o Acordo de Montreal
sobre gases CFC. Contudo, as empresas pertencentes a grupos internacionais se consideravam
mais bem informadas sobre legislao ambiental de mbito internacional, do que as empresas
nacionais.
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CAPTULO 6. PERFIL DA INDSTRIA QUMICA E PETROQUMICA DA
BAHIA
O Governo do Estado da Bahia atravs da tradio de planejamento econmico, promoveu
e orientou sobre oportunidades de investimentos em seu territrio nos anos 50/60 da nossa
histria recente. Esse ritmo contnuo de desenvolvimento respondeu pela construo de
uma infra-estrutura fsica e urbano-social de considervel porte que lastreou, no plano
logstico, a formao de importantes plos urbanos-industriais, de comrcio, de servios e
de turismo e a expanso da fronteira agropecuria para as diversas regies do interior, que
se especializaram, segundo suas aptides edafo-climticas, na produo de gros, frutas e
olercolas irrigadas para exportao, caf, cacau e madeira, para a produo de celulose,
conformando um vasto leque de oportunidades na agroindstria e no agrobussiness,
notadamente nas reas e permetros de irrigao, na transformao de produtos da pecuria
e na expanso da produo da soja e de outras commodities de elevado poder competitivo
no mercado internacional. (SICM, 1997)
Nos anos 60/70, com a abertura das rodovias de penetrao BR 116(Rio-Bahia) e BR 101,
ligando o Nordeste ao Centro-Sul, e a planejada utilizao dos incentivos fiscais da Sudene
Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste, a Bahia alterou seu perfil de Estado
de base primria, promovendo, nos anos 70/80, modificaes nos seus processos
econmicos e nos vnculos com as reas mais dinmicas do pas, implantando-se na Regio
Metropolitana de Salvador RMS um plo de crescimento urbano-industrial centrado em
grandes unidades qumica-petroqumica, petrleo e metal-mecnico, com vultosos
investimentos e moderna tecnologia. Nos anos 70, as taxas anuais do PIB estadual
estiveram quase sempre em patamar acima de 7% ao ano, em funo da implantao do
Centro Industrial de Aratu CIA, e, na dcada de 80, apesar de sofrer uma reduo, os
efeitos propulsores do funcionamento das empresas do COPEC Complexo Petroqumico
de Camaari mantiveram o crescimento.
Em 1996, a indstria baiana estava concentrada em cinco grandes ramos, que respondiam
por cerca de 78% da sua produo:
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Quadro 8. Distribuio da Indstria Baiana por Ramos de Atividade 1996. Ramos/Setores Percentuais de participao (%)
Qumica e petroqumica 50,5
Metalrgica 10,3
Alimentos 7,2
Papel e Celulose 5,3
Outros setores 32,4
Total 100,00
Fonte: SICM 1997.
Mantendo uma participao de 10% do setor da indstria no Pas, e de mais de 50% do
setor no Nordeste do Brasil, a indstria baiana cresceu 5% em 1994 e 3% em 1995,
alcanando 33% de participao no PIB, com a petroqumica, a qumica e a metalurgia
liderando a expanso setorial. Em 1996, o crescimento industrial foi da ordem de 4,9%.
Em termos de previso de investimentos, para o perodo de 1995/2004, destacavam-se os
seguintes montantes os setores qumico e petroqumico:
- A PETROBRS programava para Bahia, at o ano 2.000, a realizao de
investimentos estimados em US$ 2,7 bilhes. Esses recursos seriam aplicados nas
reas de explorao de petrleo, refino e fertilizantes;
- A PROPPET, previa a aplicao de U$$ 300 milhes, em associao da
Nitrocarbono com a OPP Petroqumica, para produzir a resina PET;
- A COPENE, US$ 189 milhes, para ampliao, pesquisa e desenvolvimento, infra-
estrutura e meio-ambiente;
- Dow Qumica, US$ 120 milhes, para ampliao de soda custica e xido de
propeno e novos sistemas tecnolgicos;
- Tibrs, US$ 107 milhes, para ampliao (dixido de titnio);
- A Bayer, que adquiriu a CPB, e previa investir cerca de US$ 100 milhes para a
criao de uma base de plsticos de engenharia para que atenderia a Amrica
Latina;
- A TRIKEN, uma associao da CPC com a Salgema, planejava a consolidao
no Nordeste da produo de resinas de PVC com o domnio de toda a cadeia
produtiva.
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O Estado da Bahia consolidou-se como um dos mais importantes centros produtores de
intermedirios petroqumicos do Brasil, com mais de 60 empresas do segmento em
operao. A instalao da refinaria Landupho Alves no final da dcada de 40 foi
fundamental nesse processo, atraindo unidades consumidoras de seus produtos,
contribuindo para a formao do parque petroqumico estadual. A partir dos anos 60, e
fundamentalmente nos anos 70 e 80, o Estado teve acelerada a expanso da sua base
industrial, com a implantao de dois complexos industriais com forte presena do
segmento qumico-petroqumico, que atualmente so responsveis por mais de 50% do PIB
industrial baiano.
No primeiro complexo, o Centro Industrial de Aratu CIA, as indstrias iniciaram sua
implantao ainda na dcada de 60. Complexo planejado com infra-estrutura de transportes
e telecomunicaes, situado prximo a Salvador, capital do Estado, e ao porto de Aratu, o
CIA reunia em 1997, mais de 20 unidades industriais do segmento qumico-petroqumico.
A segunda rea, o Plo Petroqumico de Camaari, localizado nos municpios de Camaari
e Dias Dvila, em zona tambm prxima a Salvador, estava em operao desde da dcada
de 70, o maior complexo petroqumico do Pas, e concentra cerca de 40 empresas do
ramo, que produziam petroqumicos bsicos e de segunda gerao(intermedirios),
termoplsticos e produtos da qumica fina, at fertilizantes, fibras txteis e bens finais.
Somente o Plo Petroqumico de Camaari produzia metade da oferta nacional de
petroqumicos, num total de 5 milhes de toneladas anuais de produtos bsicos,
intermedirios e finais, destinados ao mercado interno e externo.
Projetado segundo a concepo de ncleo de produo integrado, o Plo Petroqumico de
Camaari possui uma central de matrias-primas, a COPENE, em operao desde de 1978,
que processa nafta proveniente da RLAM, produzindo matria-prima para todo o
complexo. Em 1992, a COPENE teve sua capacidade de produo de eteno ampliada para
910 mil toneladas anuais, volume que j alcana 1,1 milhes de toneladas/ano aps
otimizaes de processos que foram realizadas. A COPENE produzia ainda outras olefinas
e aromticos, que so matria-prima para as indstrias de segunda gerao do complexo,
predominando uma integrao na cadeia produtiva, com parte da sua produo voltada ao
consumo interno.
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Entre os principais produtos petroqumicos intermedirios gerados no Plo destacavam-se:
- polietileno de alta e baixa densidade;
- polietileno linear de baixa densidade;
- policloreto de vinila (PVC)
- estireno e poliestireno;
- polister;
- policarbonatos;
- caprolactama;
- nylon;
- tolueno disocianato(TDI);
- dimetil tereftlado(DMT);
- acrilnolitina;
- alquil benzeno linear(LAB);
- metionina;
- fibras acrlicas;
- uria.
O Plo Petroqumico de Camaari contava ainda com uma Central de Utilidades
Industriais (como gua, vapor, energia eltrica, etc.), uma Central de Manuteno e uma
empresa de proteo ambiental, tambm voltados ao fornecimento de produtos e servios
para as empresas que formavam o complexo. Em acrscimo, a estrutura de transportes
rodovirios existentes, interligada aos portos de Aratu e de Salvador, permitia o
escoamento da produo do Plo para os principais centros consumidores do Brasil e do
exterior.
Vantagens logsticas decorrentes da caracterstica de aglomerao do Plo, com
compartilhamento de servios e alto grau de integrao entre unidades produtoras, conferia
s empresas reduo dos custos operacionais e competitividade nos mercados nacional e
internacional.
O Complexo qumico-petroqumico baiano tambm reunia ampla possibilidade de
crescimento a jusante de sua matriz bsica, em setores transformadores de produtos de
segunda gerao que aproveitem as vantagens da proximidade dos fornecedores de
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matria-prima e do mercado consumidor regional. A complementao da cadeia produtiva
qumica-petroqumica ainda no ocorreu de forma compatvel com o potencial do setor, na
Bahia, mesmo com volume de investimentos realizados a partir dos anos 80, o parque de
transformao de transformaes petroqumicas para a produo de bens finais de
pequeno porte, sendo grande parte da demanda local por estes produtos suprida por
indstrias localizadas fora do Estado, o que sinaliza amplas possibilidades de expanso do
segmento, sendo os potenciais segmentos transformadores de base qumica instalados na
Bahia:
- Qumica fina;
- Plsticos;
- Fertilizantes;
- Tintas e vernizes;
- Detergentes;
- Txtil
nesses segmentos que se concentravam as principais oportunidades de investimentos no
complexo qumico-petroqumico baiano, em especial nos segmentos de qumica fina,
plsticos e fertilizantes. O porte de mercados consumidores estadual e regional, a
localizao da Bahia em relao ao centro-sul do Pas e aos demais estados da regio
Nordeste, a proximidade dos fornecedores de matria-prima, a pequena capacidade
instalada dos segmentos apontados, alm da estrutura de transportes e distribuio j
existentes, so premissas que viabilizariam novos investimentos no Estado, especialmente
fundamentadas em vnculos ao longo da cadeia produtiva, que implicassem em relaes
cooperativas entre empresas, com vantagens decorrentes do desenvolvimento conjunto de
tecnologia, melhor logstica de distribuio, intercmbio de experincias de
comercializao e de projetos nessas reas e, obviamente reduo dos custos de produo:
- Qumica Fina: na Bahia, a produo do setor estava fortemente atrelada a
produtos orgnicos, pela tendncia complementao da cadeia produtiva
petroqumica. Em 1997 06 indstrias do setor estavam em operao, sendo os
seus principais produtos e oportunidades de investimentos:
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Quadro 9. Qumica fina: Produtos e Oportunidades de negcios.
Produtos Oportunidades de investimentos - metilaminas - cloreto de colina - cido acetil saliclico - ndigo - alquilaminas - clorotriazina - cimetidina - albendazol - amoxilina
Intermedirios Orgnicos - frmacos para uso humano e animal - defensivos agrcolas - corantes e pigmentos orgnicos - aditivos para indstria alimentcia - produtos para a indstria de perfumaria - inseticidas, pesticidas e herbicidas - desinfetantes - antioxidantes
Intermedirios inorgnicos: - tintas e vernizes - papel e celulose - sabes e detergentes
Fonte: SICM 1997.
- Plsticos: o parque de transformao de plsticos era formado por unidades de
pequeno e mdio porte, voltadas para a produo de bens finais de uso cotidiano
e para atendimento do mercado regional. Consumindo insumos gerados no Plo
Petroqumico de Camaari, o setor vinha se expandindo desde os anos 80,
principalmente no CIA, no Plo Petroqumico de Camaari, em Salvador e em
zonas prximas, como Centro Industrial de Suba e municpio de Lauro de
Freitas. Cerca de 65 empresas de plstico estavam em atividade, transformando
apenas entre 3 e 4% da produo de termoplstico estadual. Eram principais bens
finais e oportunidades de investimentos no setor:
Quadro 10. Plsticos Produtos e Oportunidades de negcios.
Produtos Oportunidades de investimentos - Tubos, conexes e lminas plsticas. - Filmes e sacos plsticos para embalagens - Garrafas plsticas - Tampas plsticas - Sacos de rfia - Copos plsticos e outros utenslios
descartveis - Espumas, estofados, travesseiros e colches - Lonas plsticas - Utilidades domsticas mangueiras - Fios e cabos cadeiras - Material mdico hospitalar descartvel - Material escolar e de escritrio - Peas diversas
- Embalagens para acondicionamento de produtos agropecurios (aves, sunos, laticnios, frutas).
- Sacaria para produtos agrcolas e fertilizantes - Utenslios domsticos - Garrafas para fbricas de bebidas - Brinquedos soprados - Componentes de mobilirios - Equipamentos de segurana
Fonte: SICM 1997
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- Fertilizantes: considerado mais um dos segmentos a jusante da indstria de bens
qumico-petroqumica que oferecia boas perspectivas para novos investidores.
Apesar do volume de produo local de produtos nitrogrenados (amnia e uria) e
de reservas fosfticas, este segmento reunia um nmero pouco empresas, em
confronto com o seu potencial de crescimento, fazendo com que cerca de 30% do
volume de produto consumido localmente fossem importados de outras regies e
outros pases. Na Bahia encontravam-se implantadas a FAFEN (fertilizantes
nitrogenados), a CIBRAFRTIL (superfosfato simples), sendo que o
desenvolvimento da agricultura baiana nos ltimos anos, a ampliao da fronteira
agrcola, os projetos de irrigao, nas regies oeste e do Sub-mdio So Francisco,
alm da ampliao da prpria oferta de matria-prima, se constituam em fortes
oportunidades para a ampliao desse segmento.
- Outras indstrias transformadoras de qumicos-petroqumicos: destacavam-se
ainda as seguintes oportunidades de investimentos associadas complementao da
cadeia produtiva do Plo Petroqumico de Camaari:
Produo de borracha e suas aplicaes (pneus, correias, calados, produtos de
borracha, etc.);
Produtos txteis (fibras para indstrias do vesturio);
Tintas e vernizes;
Detergentes e produtos de limpeza.
Os resultados da Pesquisa Gesto Ambiental na Indstria Brasileira, embora defasados
(1998), apontavam que 40 a 50% dos estabelecimentos pesquisados previam a
continuidade e expanso de programas de investimentos em controle ambiental, dando-nos
insumos para detectar e comprovar, que tais expectativas foram observadas na indstria
baiana, especialmente as dos setores qumicos e petroqumico. Essas expectativas foram
comprovadas atravs da apresentao anterior do perfil da indstria qumica e
petroqumica em nosso Estado, especialmente no que se reporta a tecnologias ambientais,
ressaltando-se as inverses realizadas pela CETREL para tratamento dos resduos gerados
no plo, e as previses de investimentos da COPENE em modernas tecnologias
ambientais.
No que se relaciona ao universo empresarial de porte micro e pequeno, embora tenha-se
consultado tcnicos do COFIC, no detectou-se informaes relacionadas ao perfil dessas
unidades empresariais instaladas na abrangncia do Polo Petroqumico de Camaari. De
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acordo com conversaes com um dos tcnicos do COFIC, pode ocorrer, eventualmente, a
instalao de unidades de porte empresarial micro e pequeno no site dos
empreendimentos de mdio e grande porte, para o desenvolvimento de atividades
acessorias, a exemplo de manuteno e conservao das instalaes prediais, bem como
tratamento de resduos slidos e/ou e fluentes lquidos. Tcnicos do COFIC
disponibilizaram ainda a relao das empresas associadas ao COFIC, onde identificou-se a
participao de grandes organizaes, com supremacia, inclusive, das multinacionais.
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CAPITULO 7. PROGRAMAS INSTITUCIONAIS PARA IMPLANTAO DE
GERENCIAMENTO AMBIENTAL NAS MPES
Em maro/00 foi inaugurado o Ncleo Regional de Produo Mais Limpas da Bahia (NRPL),
importante instrumento para uma atuao na rea de preservao ambiental, atravs do
Convnio assinado entre o Sebrae Nacional Gerncia de Desenvolvimento Tecnolgico,
CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentvel) e CNTL/
Senai-RS (Centro Nacional de Tecnologias Limpas do Servio Nacional de Aprendizagem
Industrial do Rio Grande do Sul). A parceria local foi estabelecida ente a FIEB ( Federao das
Indstrias do Estado da Bahia: Programa de Tecnologias Limpas do Instituto Euvaldo Lodi e
Centro Industrial de Tecnologia Pedro Ribeiro), a Universidade Federal da Bahia:
Departamento Hidrulica e Saneamento / TECLIM (Rede de Tecnologias Limpas e
Minimizao de Resduos na Indstria) e o Sebrae Bahia Coordenao Estadual de
Desenvolvimento Tecnolgico. A inaugurao do NRPL, que funciona no CETIND, em Lauro
de Freitas, foi simultnea ao lanamento do Frum de Tecnologias Limpas e Minimizao de
Resduos (Frum Teclim). (Fieb, 2001)
Com a inaugurao do NRPL, a Bahia foi o primeiro Estado brasileiro a sediar uma unidade
destinada a sensibilizar pequenas e mdias empresas para o uso racional dos recursos naturais e
a adoo de tecnologias no poluidoras. A partir da inaugurao do primeiro Ncleo Regional,
o Sebrae Nacional iniciou a instalao dos demais ncleos em Belo Horizonte (MG),
Cuiab (MT) e Florianpolis(SC), sucessivamente, visando formar uma rede nacional
desses ncleos, inspirada no modelo do Centro Nacional de Tecnologias Limpas,
implantado no Rio Grande do Sul, em 1995.
Produo mais Limpa significa a aplicao contnua de uma estratgia econmica, ambiental e
tecnolgica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficincia no uso de
matrias-primas, gua e energia, atravs da no-gerao, minimizao ou reciclagem de
resduos gerados em um processo produtivo.(CNTL/RS, 2001).
Esta abordagem induz inovao nas empresas, dando um passo em direo ao desenvolvimento
econmico sustentado e competitivo, no apenas para elas, mas para toda a regio que
abrangem. Tecnologias ambientais convencionais trabalham principalmente no tratamento
de resduos e emisses gerados em um processo produtivo, so as chamadas tcnicas de
fim-de-tubo. A Produo mais Limpa pretende integrar os objetivos ambientais aos processos
de produo, a fim de reduzir os resduos e as emisses em termos de quantidade e
periculosidade. (CNTL/RS, 2001).
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7.1 Os Parceiros Nacionais e Locais dos Ncleos de Produo Mais Limpa
7.1.1 Parceiros Nacionais
1) Sistema Sebrae
O Sebrae - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas uma instituio
tcnica de apoio ao desenvolvimento da atividade empresarial de pequeno porte, voltada
para o fomento e difuso de programas e projetos que visam promoo e ao
fortalecimento das micro e pequenas empresas. (Sebrae, 2001)
O Sistema Sebrae coordena seu planejamento no seu ncleo central, localizado em Braslia
e implementa as aes planejadas atravs dos Sebrae estaduais, nas 27 unidades da
Federao. As unidades Sebrae nos estados e no Distrito Federal tm ampla autonomia no
desempenho de suas funes, cabendo ao ncleo central orientar e coordenar a atuao do
sistema, estabelecer normas e estratgias e incumbir-se das atividades de natureza poltica,
em mbito nacional.
A Gerncia de Inovao e Acesso a Tecnologia do Sebrae Nacional facilita o acesso das
micro e pequenas empresas aos conhecimentos - cientficos, empricos e intuitivos -
aplicveis produo e comercializao de bens e servios. No que se reporta ao
gerenciamento ambiental, alm dos Ncleos Regionais de Produo Mais Limpa, o
Gerncia de Inovao e Acesso a Tecnologia oferece aos seguintes produtos:
Gesto Ambiental - Rumo ISO 14000: caracteriza-se pela mobilizao e a
conscientizao das empresas sobre a importncia da gesto ambiental para a
competitividade empresarial e o desenvolvimento sustentvel do pas, que so os
objetivos deste programa, que envolve a realizao de palestras, seminrios, edies
SEBRAE, estudos e pesquisas, cursos e metodologias.
Conservao de Energia: promove o uso eficiente e racional de energia, atravs da
conscientizao das micro e pequenas empresas sobre a sua importncia e os benefcios
que proporciona. Alm disso, presta apoio s empresas na realizao de diagnsticos
energticos e fornece consultoria, visando a reduo de custos.
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2) Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentvel CEBDS
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentvel CEBDS, foi
criado em 5 de maro de 1997, em solenidade realizada na Federao das Indstrias do Rio
de Janeiro - FIRJAN. O CEBDS faz parte de uma rede de conselhos vinculada ao World
Business Council for Sustainable Development WBCSD. Atualmente, o CEBDS conta
com a adeso de mais de 50 grupos empresariais dos mais variados setores da economia,
que esto empenhados em cumprir o objetivo bsico: disseminar por todo o pas o conceito
de desenvolvimento sustentvel. (CEBDS, 2001)
3) Centro Nacional de Tecnologias Limpas CNTL/SENAI-RS
No Brasil, o CNTL est localizado, desde 1995, na Federao das Indstrias do Rio
Grande do Sul - FIERGS, junto ao SENAI-RS, sendo sua principal preocupao
comprometer os empresrios, principalmente da indstria, com o conceito de Produo
mais Limpa, oferecendo (CNTL/RS, 2001):
consultoria para implantao de Programa de Produo mais Limpa;
curso de Capacitao de Consultores em Produo mais Limpa;
curso de Eco-business;
curso de ISO 14000;
cursos modulares de capacitao de consultores;
curso de energia;
curso de Legislao Ambiental.
O Centro atua fundamentalmente com quatro produtos:
1. disseminao da informao;
2. implantao de programas de Produo mais Limpa nos setores produtivos;
3. capacitao de profissionais;
4. atuao em polticas ambientais.
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1. Disseminao da informao:
Caracteriza-se pela oferta e acesso imediato a documentao tcnica, base de dados e outras
fontes de informao; prestao de servios de assessoramento a companhias e outras
organizaes sobre medidas adequadas para implantar prticas de Produo Mais Limpa em
plantas industriais; e tambm divulgao de informaes atravs de seminrios, boletins
tcnicos, folhetos e atravs da cooperao com os meios de informao nacional, associaes
de indstrias, institutos de capacitao e universidades.
2. Projetos de implantao de programas de Produo mais Limpa em plantas
industriais:
O CNTL/RS realiza avaliaes dentro das plantas, com o objetivo de utilizar a Produo Mais
Limpa para identificar processos que originem resduos e recomendar solues rentveis. Estas
avaliaes nas plantas mostram que as aplicaes de medidas de preveno da contaminao e
de uso racionais dos recursos reduzem a contaminao ambiental, obtendo-se benefcios
financeiros.
3. Capacitao de profissionais:
Atravs dos cursos prticos de capacitao organizados dentro das prprias empresas, o
CNTL/RS divulga instrumentos e mtodos para melhorar, de forma contnua, o processo de
produo. Consultores e institutos nacionais esto capacitados para proporcionar o apoio e o
respaldo para empresas comprometidas em implantar Produo mais Limpa, alm de fomentar
o efeito multiplicador, a medida em que o novo conceito comea a interessar novas
companhias.
O CNTL/RS tambm organiza programas de capacitao e cursos prticos sobre Produo
mais Limpa, para entidades governamentais, universidades, organizaes comerciais e
instituies financeiras.
4. Atuao em polticas ambientais:
A atuao poltica do CNTL/RS se d em diferentes nveis e com diferentes interlocutores, buscando sempre:
firmar o conceito de desenvolvimento sustentvel atravs do conceito de Produo Mais Limpa; apoiar os
setores produtivos na adoo deste conceito em seus processos; buscar o estabelecimento de linhas de crdito
adequadas sua implantao; auxiliar na transferncia de Tecnologias Limpas; influir na adequao das
legislaes ambientais de forma a torn-las compatveis com a realidade atual e expandir a competitividade
da indstria brasileira, tornando-a apta a responder aos desafios da nova organizao do mercado mundial,
com base no desenvolvimento sustentvel
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7.1.2 Parceiros Locais:
1) SEBRAE BAHIA - Ncleo de Inovao e Acesso a Tecnologia
Objetivo: promoo do acesso tecnologia pelos pequenos negcios, visando a melhoria
da sua competitividade e melhor insero no mercado. (Sebrae Bahia, 2001)
Atribuies:
criar mecanismos de sensibilizao do segmento de pequenos negcios para a
importncia da modernizao tecnolgica como forma de insero competitiva no
mercado;
articular com Instituies especializadas a transferncia de conhecimentos tecnolgicos
relacionados a: processos, design, conservao ambiental e gesto tecnolgica nos
pequenos negcios,
promover e facilitar o acesso dos pequenos negcios s informaes disponveis e aos
bancos de dados existentes, interno e externo;
apoiar e desenvolver programas de incubadoras de empresas;
promover e difundir os servios de consultoria tecnolgica;
promover o desenvolvimento tecnolgico compatvel com a realidade local.
Produtos e Servios:
consultoria tecnolgica (PATME, SEBRAETEC e outras);
bancos de Informao Tecnolgica;
apoio a incubadoras;
gesto Ambiental;
design;
misses Tcnicas;
treinamentos Tecnolgicos.
eficincia energtica
produtividade
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2) FEDERAO DAS INDSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA - FIEB
A Federao das Indstrias do Estado da Bahia - FIEB o rgo de representao
institucional cuja misso articular a indstria em parceria com os Sindicatos Filiados e
com outros segmentos da sociedade, participar ativamente da poltica industrial no Estado
e assegurar aes que valorizem o homem, para o fortalecimento da indstria na Bahia.
(FIEB, 2001)
O sistema FIEB presta servios s empresas e aos industririos e seus dependentes nos
campos de educao e qualificao profissional, sade e lazer, difuso tecnolgica, atravs
de entidades que o integram: Centro das Indstrias do Estado da Bahia - CIEB, Servio
Social da Indstria - SESI, Servio Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI e
Instituto Euvaldo Lodi - IEL.
2.1) SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI
DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA
A misso do SENAI-BA proporcionar a melhoria contnua do padro de qualidade e
produtividade da indstria, atravs da educao profissional e da prestao de servios
especializados, contribuindo assim para o desenvolvimento econmico e social do Estado
da Bahia. (Cetind, 2001)
Atravs do Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro CETIND, localizado em Lauro
de Freitas, o SENAI-BA atua no treinamento e qualificao de mo-de-obra industrial e
prestao de servios tecnolgicos para o segmento qumico, petroqumico, plstico e em
reas de automao de processos, meio ambiente e segurana. O CETIND presta servios
de consultoria e treinamento nas reas de Meio Ambiente, Higiene Ocupacional e