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Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária Topografia e Morfologia dos Solos em Paisagismo

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Curso Técnico em Agropecuária

Topografia e Morfologiados Solos em Paisagismo

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Governador

Vice Governador

Secretária da Educação

Secretário Adjunto

Secretário Executivo

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC

Cid Ferreira Gomes

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Maurício Holanda Maia

Antônio Idilvan de Lima Alencar

Cristiane Carvalho Holanda

Andréa Araújo Rocha

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Topografia e Morfologia dos Solos em Paisagismo

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SUMÁRIO:

1.0 INTRODUÇÃO Pag. 03

2.0 A TOPOGRAFIA Pag. 04

3.0 O SISTEMA DE COORDENADAS Pag. 05 3.1 Sistemas de Coordenadas Cartesianas Pag. 05 3.2Sistemas de Coordenadas Esféricas Pag. 06

4.0 SUPERFÍCIES DA TERRA Pag. 06 4.1 Superfícies de Referência Pag. 06

4.2 Modelo Esférico Pag. 06 4.3 Modelo Elipsoidal Pag. 07 4.4 Modelo Geoidal Pag. 07 4.5 Modelo Plano Pag. 07 4.6 Classificação dos Erros de Observação Pag. 08

5.0 ESCALAS Pag. 08 5.1 Principais Escalas e suas Aplicações Pag. 09 5.2 A Escala Gráfica Pag. 09

6.0 MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS Pag. 10

6.1 Medida Direta De Distâncias Pag. 10 6.2 Trena de Fibra de Vidro Pag. 10 6.3 Piquetes Pag. 11 6.4 Estacas Testemunhas Pag. 11 6.5 Balizas Pag. 12 6.6 Nível de Cantoneira Pag. 12 6.7 Cuidados Na Medida Direta De Distâncias Pag. 13

7.0 MÉTODOS DE MEDIDA COM TRENA Pag. 13

7.1 Lance Único Pag. 13 7.2 Vários Lances - Pontos Visíveis Pag. 14 7.3 Medidas Indiretas de Distâncias Pag. 14

8.0 TAQUEOMETRIA OU ESTADIMETRIA Pag. 14

9.0 MEDIÇÃO ELETRÔNICA DE DISTÂNCIAS Pag. 15

10.0 MEDIÇÃO DE DIREÇÕES Pag. 16 10.1 Ângulos Horizontais e Verticais Pag. 16 10.2 Medida Eletrônica de Direções Pag. 16

10.2.1 Teodolito Pag. 17 10.2.2 Sensor Eletrônico de Inclinação Pag. 17 10.2.3 Estações Totais Pag. 17

11.0 ORIENTAÇÃO Pag. 18 11.1 Norte Magnético e Geográfico Pag. 18 11.2 Campo magnético ao redor da Terra Pag. 18 11.3 Determinação do Norte Verdadeiro Pag. 18

12.0 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO –

PLANIMETRIA Pag. 18 12.1 Diferentes formas de materialização de pontos Pag. 19

12.2 Levantamento Planimétrico Pag. 19 12.3 Levantamento Topográfico Altimétrico Pag. 19

13.0 REPRESENTAÇÃO DO RELEVO Pag. 21 13.1 Ponto Cotado Pag. 21 13.2 Perfis transversais Pag. 21 13.3 Curvas de nível Pag. 22 13.4 Interseção do plano horizontal com a superfície física Pag. 23

14.0 O TRATO DO TERRENO EM PAISAGISMO Pag. 26

14.1 Muro de arrimo ou contenção Pag. 27 14.2 Taludes Pag. 27 14.3 Escadas Pag. 28 14.4 Rampas Pag. 28

15.0 SOLOS Pag. 29

16.0 FORMAÇÃO DOS HORIZONTES Pag. 30

17.0 CARACTERIZAÇÃO DO SOLO Pag. 31 17.1 Solos arenosos Pag. 32

17.2 Solos siltosos Pag. 32 17.3 Solos argilosos Pag. 33 17.4 Latossolo Pag. 33 17.5 Solo lixiviado Pag. 34 17.6 Solo orgânico Pag. 34

18.0 O PREPARO DO SOLO Pag. 34 18.1 Preparo de Vaso ou Jardineira Móvel Pag. 34 18.2 Preparo de Jardineiras sobre Laje ou Superfícies

Impermeabilizadas Pag. 34 18.3 Resumo geral preparo solo Pag. 35

19.0 CORREÇÃO DE SOLO Pag. 35 19.1 Terraplenagem Pag. 35 19.2 Erosão Pag. 36 19.3 Hidrossemeadura Pag. 36 19.4 Drenagem Pag. 37

20.0 FERTILIDADE DO SOLO Pag. 37

20.1 Solos Argilosos Pag. 37 20.2 Solos arenosos Pag. 38

21.0 ADUBAÇÃO Pag. 38 21.1 Adubação orgânica Pag. 39 21.2 Adubação Verde Pag. 39 21.3 Compostagem Pag. 39

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1.0 INTRODUÇÃO:

Esta apostila tem por objetivo buscar um aprendizado teórico da topografia, de maneira a oferecer aos

interessados uma iniciação na área. Apesar de ser um campo muito extenso, a Topografia será tratada aqui

de maneira simplificada a fim de selecionar os assuntos de maior interesse para a profissão de Paisagista.

Para um completo aprendizado da topografia, seria necessário trabalhos práticos de levantamentos,

medições, etc, porém estes são mais voltados para aqueles que desejam se especializar por exemplo em

levantamentos topográficos-Topógrafo.

Na profissão de Paisagismo, este profissional geralmente recebe do topógrafo todo o levantamento

topográfico pronto, porém cabe ao Paisagista interpretar o levantamento, bem como saber como proceder

diante dos relevos de um terreno. Imaginemos por exemplo que um paisagista desconsidere as inclinações

do terreno e construa um pavimento reto. Se este pavimento estiver em um local com elevação, a medida

que os construtores fazem o construí-lo, ele ficará cada vez mais enterrado, gerando um esforço excessivo

para a retirada de grandes porções de terra, o que muitas vez torna-se bastante oneroso para o projeto.

Para construir um bom projeto de paisagismo é necessário que o profissional saiba dialogar com o

terreno, levando em consideração todos as mudanças de nível. Por isso que ao caminha em parques

urbanos, geralmente vemos pequenas escadarias, muros de arrimo, taludes inclinados, etc, que são

artifícios do projetista para comunicar-se com as variações de nível do terreno.

Ainda nesta apostila serão dados princípios para a classificação dos solos, de grande importância para o

cultivo de espécies. Sabemos que determinadas espécies só conseguem atingir sua fase madura com um

tipo de solo adequado. Para isto é necessário que o Profissional de paisagismo saiba identificar certos

tipos de solo e as espécies ideais.

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2.0 A TOPOGRAFIA

De acordo com a NBR 13133 (ABNT, 1991, p. 3), Norma Brasileira para execução de Levantamento

Topográfico, o levantamento topográfico é definido por:

“Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de

distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida,

primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas

topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhe visando a sua exata representação

planimétrica numa escala pré-determinada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de

nível, com eqüidistância também pré-determinada e/ou pontos cotados.”

Classicamente a Topografia é dividida em Topometria e Topologia. A Topologia tem por objetivo o estudo

das formas exteriores do terreno e das leis que regem o seu modelado. A Topometria estuda os processos

clássicos de medição de distâncias, ângulos e desníveis, cujo objetivo é a determinação de posições

relativas de pontos. A Topometria por sua vez, pode ser dividida em planimetria e altimetria.

Tradicionalmente o levantamento topográfico pode ser divido em duas partes:

Levantamento planimétrico, onde se procura determinar a posição planimétrica dos pontos (coordenadas

X e Y)

Levantamento altimétrico, onde o objetivo é determinar a cota ou altitude de um ponto (coordenada Z). A

realização simultânea dos dois levantamentos dá origem ao chamado levantamento planialtimétrico. A

figura abaixo ilustra o resultado de um levantamento planialtimétrico de uma área.

A Topografia é a base para diversos trabalhos de engenharia, arquitetura, paisagismo, onde o

conhecimento das formas e dimensões do terreno é importante. Alguns exemplos de aplicação:

• projetos e execução de estradas;

• grandes obras de engenharia, como pontes, portos, viadutos, túneis, etc.;

• locação de obras;

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• trabalhos de terraplenagem;

• monitoramento de estruturas;

• planejamento urbano;

• irrigação e drenagem;

• implantação de parques;

• reflorestamentos;

• etc.

Em diversos trabalhos a Topografia está presente na etapa de planejamento e projeto, fornecendo

informações sobre o terreno; na execução e acompanhamento da obra, realizando locações e fazendo

verificações métricas; e finalmente no monitoramento.

3.0 O SISTEMA DE COORDENADAS

Um dos principais objetivos da Topografia é a determinação de coordenadas relativas de pontos. Para

tanto, é necessário que estas sejam expressas em um sistema de coordenadas. São utilizados basicamente

dois tipos de sistemas para definição unívoca da posição tridimensional de pontos: sistemas de

coordenadas cartesianas e sistemas de coordenadas esféricas.

3.1 Sistemas de Coordenadas Cartesianas

Quando se posiciona um ponto nada mais está se fazendo do que atribuindo coordenadas ao mesmo. Estas

coordenadas por sua vez deverão estar referenciadas a um

sistema de coordenadas. Existem diversos sistemas de coordenadas, alguns amplamente

empregados em disciplinas como geometria e trigonometria, por exemplo. Estes sistemas normalmente

representam um ponto no espaço bidimensional ou tridimensional. No espaço bidimensional, um sistema

bastante utilizado é o sistema de coordenadas retangulares ou cartesiano. Este é um sistema de eixos

ortogonais no plano, constituído de duas retas orientadas X e Y, perpendiculares entre si. A origem deste

sistema é o cruzamento dos eixos X e Y.

Um ponto é definido neste sistema através de uma coordenada denominada abscissa (coordenada X) e

outra denominada ordenada (coordenada Y). Um dos símbolos P(x,y) ou P=(x,y) são utilizados para

denominar um ponto P com abscissa x e ordenada y. Na figura abaixo é apresentado um sistema de

coordenadas, cujas coordenadas da origem

são O (0,0). Nele estão representados os pontos A(10,10), B(15,25) e C(20,-15).

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Um sistema de coordenadas cartesianas retangulares no espaço tridimensional é caracterizado por um

conjunto de três retas (X, Y, Z) denominadas de eixos coordenados, mutuamente perpendiculares, as quais

se interceptam em um único ponto, denominado de origem. A posição de um ponto neste sistema de

coordenadas é definida pelas coordenadas cartesianas retangulares (x,y,z) de acordo com a figura abaixo.

3.2Sistemas de Coordenadas Esféricas

O Sistema esférico de coordenadas é um sistema de referenciamento que permite a localização de

um ponto qualquer em um espaço de formato esférico através de um conjunto de três valores, chamados

de coordenadas esféricas.

4.0 SUPERFÍCIES DA TERRA

A superfície física da Terra (superfície topográfica ou superfície real) é uma superfície entre as massas

sólidas ou fluídas e a atmosfera. Esta superfície contendo os continentes e o fundo do mar é irregular e

incapaz de ser representada por uma simples relação matemática

4.1 Superfícies de Referência

São modelos usados para representação da superfície da terra.

4.2 Modelo Esférico

Em diversas aplicações a Terra pode ser considerada uma esfera, como no caso da Astronomia. Um ponto

pode ser localizado sobre esta esfera através de sua latitude e longitude. Tratando-se de Astronomia, estas

coordenadas são denominadas de latitude e

longitude astronômicas.

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4.3 Modelo Elipsoidal

A Geodésia adota como modelo o elipsóide de revolução. O elipsóide de revolução ou biaxial é a figura

geométrica gerada pela rotação de uma semi-elipse (geratriz) em torno de um de seus eixos (eixo de

revolução); se este eixo for o menor tem-se um elipsóide achatado. Mais de 70 diferentes elipsóides de

revolução são utilizados em trabalhos de Geodésia no mundo. Um elipsóide de revolução fica definido

por meio de dois parâmetros, os semi-eixos a (maior) e b (menor).

4.4 Modelo Geoidal

O modelo geoidal é o que mais se aproxima da forma da Terra. É definido teoricamente como sendo o

nível médio dos mares em repouso, prolongado através dos continentes. Não é uma superfície regular e é

de difícil tratamento matemático. Na figura abaixo, são representados de forma esquemática a superfície

física da Terra, o elipsóide e o geóide.

4.5 Modelo Plano

Considera a porção da Terra em estudo com sendo plana. É a simplificação utilizada pela Topografia. Esta

aproximação é válida dentro de certos limites e facilita bastante os cálculos topográficos. Face aos erros

decorrentes destas simplificações, este plano tem suas dimensões limitadas. Tem-se adotado como limite

para este plano na prática a dimensão de 20 a 30 km.

Em alguns casos, o eixo Y pode ser definido por uma direção notável do terreno, como

o alinhamento de uma rua, por exemplo.

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4.6 Classificação dos Erros de Observação

Para representar a superfície da Terra são efetuadas medidas de grandezas como direções, distâncias e

desníveis. Estas observações inevitavelmente estarão afetadas por erros.

As fontes de erro poderão ser:

• Condições ambientais: causados pelas variações das condições ambientais, como vento, temperatura,

etc. Exemplo: variação do comprimento de uma trena com a variação da temperatura.

• Instrumentais: causados por problemas como a imperfeição na construção de equipamento ou ajuste do

mesmo. A maior parte dos erros instrumentais pode ser reduzida adotando técnicas de

verificação/retificação, calibração e classificação, além de técnicas particulares de observação.

• Pessoais: causados por falhas humanas, como falta de atenção ao executar uma medição, cansaço, etc.

Os erros, causados por estes três elementos apresentados anteriormente, poderão ser classificados em:

• Erros grosseiros

• Erros sistemáticos

• Erros aleatórios

5.0 ESCALAS

É comum em levantamentos topográficos a necessidade de representar no papel uma certa porção da

superfície terrestre. Para que isto seja possível, teremos que representar as feições levantadas em uma

escala adequada para os fins do projeto. De forma simples, podemos definir escala com sendo a relação

entre o valor de uma distância medida no desenho e sua correspondente no terreno. A NBR 8196

(Emprego de escalas em desenho técnico: procedimentos) define escala como sendo a relação da

dimensão linear de um elemento e/ou um objeto apresentado no desenho original para a dimensão real do

mesmo e/ou do próprio objeto. Normalmente são empregados três tipos de notação para a representação

da escala:

M = denominador da escala;

d = distância no desenho;

D = distância no terreno.

Por exemplo, se uma feição é representada no desenho com um centímetro de comprimento e sabe-se que

seu comprimento no terreno é de 100 metros, então a escala de representação utilizada é de 1:10.000. Ao

utilizar a fórmula acima para o cálculo da escala deve-se ter o cuidado de transformar as distâncias para a

mesma unidade. Por exemplo:

As escalas podem ser de redução (1: n), ampliação (n :1) ou naturais (1:1). Em Topografia as escalas

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empregadas normalmente são: 1:250, 1:200, 1:500 e 1:1000. Logicamente que não é algo rígido e estes

valores dependerão do objetivo do desenho. Uma escala é dita grande quando apresenta o denominador

pequeno (por exemplo, 1:100, 1:200, 1:50, etc.). Já uma escala pequena possui o denominador grande

(1:10.000, 1:500.000, etc.). O valor da escala é adimensional, ou seja, não tem dimensão (unidade).

Escrever 1:200 significa que uma unidade no desenho equivale a 200 unidades no terreno. Assim, 1 cm no

desenho corresponde a 200 cm no terreno ou 1 milímetro do desenho corresponde a 200 milímetros no

terreno. Como as medidas no desenho são realizadas com uma régua, é comum estabelecer esta relação

em centímetros:

Desenho Terreno

1 cm 200 cm

1 cm 2 m

1 cm 0,002 km

5.1 Principais Escalas e suas Aplicações:

A seguir encontra-se uma tabela com as principais escalas utilizadas e as suas respectivas aplicações:

5.2 A Escala Gráfica

A escala gráfica é utilizada para facilitar a leitura de um mapa, consistindo-se em um segmento de reta

dividido de modo a mostrar graficamente a relação entre as dimensões de um objeto no desenho e no

terreno. É formado por uma linha graduada dividida em partes iguais, cada uma delas representando a

unidade de comprimento escolhida para o terreno ou um dos seus múltiplos. Para a construção de uma

escala gráfica a primeira coisa a fazer é conhecer a escala do mapa. Por exemplo, seja um mapa na escala

1:4000. Deseja-se desenhar um retângulo no mapa que corresponda a 100 metros no terreno. Aplicando os

conhecimentos mostrados anteriormente deve-se desenhar um retângulo com 2,5 centímetros de

comprimento:

Isto já seria uma escala gráfica, embora bastante simples. É comum desenhar-se mais que um segmento

(retângulo), bem como indicar qual o comprimento no terreno que este segmento representa, conforme

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mostra a figura a seguir.

No caso anterior determinou-se que a escala gráfica seria graduada de 100 em 100 metros. Também é

possível definir o tamanho do retângulo no desenho, como por exemplo, 1 centímetro.

Existe também uma parte denominada de talão, que consiste em intervalos menores, conforme mostra a

figura abaixo.

Uma forma para apresentação final da escala gráfica completa é apresentada a seguir.

6.0 MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS

6.1 Medida Direta De Distâncias

A medida de distâncias de forma direta ocorre quando a mesma é determinada a partir da comparação

com uma grandeza padrão, previamente estabelecida, através de trenas ou diastímetros.

6.2 Trena de Fibra de Vidro

A trena de fibra de vidro é feita de material resistente (produto inorgânico obtido do próprio vidro por

processos especiais). Estes equipamentos podem ser encontrados com ou sem envólucro, os quais podem

ter o formato de uma cruzeta, ou forma circular e sempre apresentam distensores (manoplas) nas suas

extremidades. Seu comprimento varia de 20 a 50m (com envólucro) e de 20 a 100m (sem envólucro).

Comparada à trena de lona, deforma menos com a temperatura e a tensão, não se deteriora facilmente e é

resistente à umidade e a produtos químicos, sendo também bastante prática e segura.

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Durante a medição de uma distância utilizando uma trena, é comum o uso de alguns acessórios como:

piquetes, estacas testemunhas, balizas e níveis de cantoneira.

6.3 Piquetes

Os piquetes são necessários para marcar convenientemente os extremos do alinhamento a ser medido.

Estes apresentam as seguintes características:

- fabricados de madeira roliça ou de seção quadrada com a superfície no topo plana;

- assinalados (marcados) na sua parte superior com tachinhas de cobre, pregos ou outras formas de

marcações que sejam permanentes;

- comprimento variável de 15 a 30cm (depende do tipo de terreno em que será realizada a medição);

- diâmetro variando de 3 a 5cm;

- é cravado no solo, porém, parte dele (cerca de 3 a 5cm) deve permanecer visível, sendo que sua

principal função é a materialização de um ponto topográfico no terreno.

6.4 Estacas Testemunhas

São utilizadas para facilitar a localização dos piquetes, indicando a sua posição aproximada. Estas

normalmente obedecem as seguintes características:

-cravadas próximas ao piquete, cerca de 30 a 50cm;

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-comprimento variável de 15 a 40cm;

-diâmetro variável de 3 a 5cm;

-chanfradas na parte superior para permitir uma inscrição, indicando o nome ou número do piquete.

Normalmente a parte chanfrada é cravada voltada para o piquete.

Representação da implantação de um piquete e estaca testemunha.

6.5 Balizas

São utilizadas para manter o alinhamento, na medição entre pontos, quando há necessidade de se executar

vários lances. Características:

-construídas em madeira ou ferro, arredondado, sextavado ou oitavado;

-terminadas em ponta guarnecida de ferro;

-comprimento de 2 metros;

-diâmetro variável de 16 a 20mm;

-pintadas em cores contrastantes (branco e vermelho ou branco e preto) para permitir

que sejam facilmente visualizadas à distância;

Devem ser mantidas na posição vertical, sobre o ponto marcado no piquete, com auxílio de um nível de

cantoneira.

6.6 Nível de Cantoneira

Equipamento em forma de cantoneira e dotado de bolha circular que permite ao auxiliar segurar a baliza

na posição vertical sobre o piquete ou sobre o alinhamento a medir.

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6.7 Cuidados Na Medida Direta De Distâncias

A qualidade com que as distâncias são obtidas depende, principalmente de:

-acessórios;

-cuidados tomados durante a operação, tais como:

- manutenção do alinhamento a medir;

- horizontalidade da trena;

- tensão uniforme nas extremidades.

7.0 MÉTODOS DE MEDIDA COM TRENA

7.1 Lance Único

Na medição da distância horizontal entre os pontos A e B, procura-se, na realidade, medir a projeção de

AB no plano horizontal, resultando na medição de A’B’.

Na figura abaixo é possível identificar a medição de uma distância horizontal utilizando

uma trena, bem como a distância inclinada e o desnível entre os mesmos pontos.

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7.2 Vários Lances - Pontos Visíveis

Quando não é possível medir a distância entre dois pontos utilizando somente uma medição com a trena

(quando a distância entre os dois pontos é maior que o comprimento da trena), costuma-se dividir a

distância a ser medida em partes, chamadas de lances. A distância final entre os dois pontos será a

somatória das distâncias de cada lance.

7.3 Medidas Indiretas de Distâncias

Uma distância é medida de maneira indireta, quando no campo são observadas grandezas que se

relacionam com esta, através de modelos matemáticos previamente conhecidos. Ou seja, é necessário

realizar alguns cálculos sobre as medidas efetuadas em campo, para se obter indiretamente o valor da

distância.

8.0 TAQUEOMETRIA OU ESTADIMETRIA

As observações de campo são realizadas com o auxílio de teodolitos. Com o teodolito realiza-se a

medição do ângulo vertical ou ângulo zenital o qual, em conjunto com as leituras efetuadas, será utilizado

no cálculo da distância.

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Exemplo de um teodolito

As estádias, ou miras estadimétricas são réguas graduadas centimetricamente, ou seja, cada espaço branco

ou preto corresponde a um centímetro. Os decímetros são indicados ao lado da escala centimétrica (no

caso do exemplo a seguir o número 1 corresponde a 1 decímetro, ou 10 cm), localizados próximo ao meio

do decímetro correspondente (5 cm).

Mira estadimétrica

9.0 MEDIÇÃO ELETRÔNICA DE DISTÂNCIAS

A medição de distâncias na Topografia e na Geodésia, sempre foi um problema, devido ao tempo

necessário para realizá-la e também devido à dificuldade de se obter boa precisão.

Baseados no princípio de funcionamento do RADAR, surgiram em 1948 os Geodímetros e em 1957 os

Telurômetros, os primeiros equipamentos que permitiram a medida indireta das distâncias, utilizando o

tempo e a velocidade de propagação da onda

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eletromagnética. Em 1968 surgiu o primeiro distanciômetro óptico-eletrônico. O princípio de

funcionamento é simples e baseia-se na determinação do tempo t que leva a onda eletromagnética para

percorrer a distância, de ida e volta, entre o equipamento de medição e o refletor.

10.0 MEDIÇÃO DE DIREÇÕES

10.1 Ângulos Horizontais e Verticais

Uma das operações básicas em Topografia é a medição de ângulos horizontais e verticais. Na realidade,

no caso dos ângulos horizontais, direções são medidas em campo, e a partir destas direções são calculados

os ângulos. Para a realização destas medições emprega-se um equipamento denominado de teodolito.

Leitura de direções e cálculo do ângulo

Algumas definições importantes:

• ângulo horizontal: ângulo formado por dois planos verticais que contém as direções formadas pelo

ponto ocupado e os pontos visados. É medido sempre na horizontal, razão pela qual o teodolito

deve estar devidamente nivelado.

• ângulo vertical: é o ângulo formado entre a linha do horizonte (plano horizontal) e a linha de

visada, medido no plano vertical que contém os pontos.

• ângulo zenital (Z): ângulo formado entre a vertical do lugar (zênite) e a linha de visada.

10.2 Medida Eletrônica de Direções

Em Topografia e Geodésia os parâmetros essenciais são os ângulos e as distâncias. Qualquer

determinação geométrica é obtida a partir destas duas informações.

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10.2.1 Teodolito

Os teodolitos são equipamentos destinados à medição de ângulos, horizontais ou verticais, objetivando a

determinação dos ângulos internos ou externos de uma poligonal, bem como a posição de determinados

detalhes necessários ao levantamento.

10.2.2 Sensor Eletrônico de Inclinação

Teodolitos eletrônicos que incluem uma característica distinta em relação aos mecânicos: o sistema de

sensores eletrônicos de inclinação que permitem a horizontalização automática.

Além de facilitar a tarefa do operador e aumentar a precisão, esse sistema permite corrigir diretamente

uma visada simples de ângulos verticais.

10.2.3 Estações Totais

De maneira geral pode-se dizer que uma estação total nada mais é do que um teodolito eletrônico (medida

angular), um distanciômetro eletrônico (medida linear) e um processador matemático, associados em um

só conjunto. A partir de informações medidas em campo, como ângulos e distâncias, uma estação total

permite obter outras informações como:

- Distância reduzida ao horizonte (distância horizontal);

- Desnível entre os pontos (ponto “a” equipamento, ponto “b”refletor);

- Coordenadas dos pontos ocupados pelo refletor, a partir de uma orientação prévia.

Além destas facilidades estes equipamentos permitem realizar correções no momento da obtenção das

medições ou até realizar uma programação prévia para aplicação automática de determinados parâmetros.

Estação Total

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11.0 ORIENTAÇÃO

11.1 Norte Magnético e Geográfico

O planeta Terra pode ser considerado um gigantesco imã, devido a circulação da corrente elétrica em seu

núcleo formado de ferro e níquel em estado líquido. Estas correntes criam um campo magnético.

Este campo magnético ao redor da Terra tem a forma aproximada do campo Magnético ao redor de um

imã de barra simples. Tal campo exerce uma força de atração sobre a agulha da bússola, fazendo com que

mesma entre em movimento e se estabilize quando sua ponta imantada estiver apontando para o Norte

magnético.

11.2 Campo magnético ao redor da Terra

A Terra, na sua rotação diária, gira em torno de um eixo. Os pontos de encontro deste eixo com a

superfície terrestre determinam-se de Pólo Norte e Pólo Sul verdadeiros ou

Geográficos. O eixo magnético não coincide com o eixo geográfico. Esta diferença entre a indicação do

Pólo Norte magnético (dada pela bússola) e a posição do Pólo Norte geográfico denomina-se de

declinação magnética.

11.3 Determinação do Norte Verdadeiro

A determinação do Norte verdadeiro, fundamentada em determinações astronômicas e utilizando o

sistema GPS ou um giroscópio, é mais precisa que a técnica que se baseia na determinação do Norte

magnético para uma posterior transformação.

Esta técnica deve ser evitada, independente da precisão solicitada, quando se aplica em locais onde existe

exposição de rochas magnetizadas que por ventura possam induzir a uma interpretação errônea por suas

influências sobre a agulha imantada da bússola.

12.0 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO – PLANIMETRIA

Durante um levantamento topográfico, normalmente são determinados pontos de apoio ao levantamento

(pontos planimétricos, altimétricos ou planialtimétricos), e a partir destes, são levantados os demais

pontos que permitem representar a área levantada. A primeira etapa pode ser chamada de estabelecimento

do apoio topográfico e a segunda de levantamento de detalhes.

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De acordo com a NBR 13133 (ABNT 1994, p.4) os pontos de apoio são definidos por:

“pontos, convenientemente distribuídos, que amarram ao terreno o levantamento topográfico e, por isso,

devem ser materializados por estacas, piquetes, marcos de concreto, pinos de metal, tinta, dependendo da

sua importância e permanência.”

12.1 Diferentes formas de materialização de pontos

O levantamento de detalhes é definido na NBR 13133 (ABNT 1994, p.3) como:

“conjunto de operações topográficas clássicas (poligonais, irradiações, interseções ou por ordenadas sobre

uma linha-base), destinado à determinação das posições planimétricas e/ou altimétricas dos pontos, que

vão permitir a representação do terreno a ser levantado topograficamente a partir do apoio topográfico.

Estas operações podem conduzir, simultaneamente, à obtenção da planimetria e da altimetria, ou então,

separadamente, se as condições especiais do terreno ou exigências do levantamento obrigarem à

separação.”

A representação topográfica estará baseada em pontos levantados no terreno, para os quais são

determinadas as coordenadas.

12.2 Levantamento Planimétrico

A poligonação é um dos métodos mais empregados para a determinação de coordenadas de pontos em

Topografia, principalmente para a definição de pontos de apoio planimétricos. Uma poligonal consiste em

uma série de linhas consecutivas onde são conhecidos os comprimentos e direções, obtidos através de

medições em campo.

O levantamento de uma poligonal é realizado através do método de caminhamento, percorrendo-se o

contorno de um itinerário definido por uma série de pontos, medindo-se todos os ângulos, lados e uma

orientação inicial. A partir destes dados e de uma coordenada de partida, é possível calcular as

coordenadas de todos os pontos que formam esta poligonal.

Utilizando-se uma poligonal é possível definir uma série de pontos de apoio ao levantamento topográfico,

a partir dos quais serão determinadas coordenadas de outros pontos.

12.3 Levantamento Topográfico Altimétrico

De acordo com a ABNT (1994, p3), o levantamento topográfico altimétrico ou nivelamento é definido

por:

“levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas relativas a uma superfície de

referência dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhe, pressupondo-se o conhecimento de suas

posições planimétricas, visando a representação altimétrica da

superfície levantada.”

Basicamente três métodos são empregados para a determinação dos desníveis: nivelamento geométrico,

trigonométrico e taqueométrico.

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Independente do método a ser empregado em campo, durante um levantamento altimétrico destinado a

obtenção de altitudes/cotas para representação do terreno, a escolha dos pontos é fundamental para a

melhor representação do mesmo.

A figura abaixo apresenta uma sequência de amostragem de pontos para uma mesma área, iniciando com

a amostragem mais completa e finalizando em um caso onde somente os cantos da área foram levantados.

Os pontos levantados são representados pelas balizas. Apresentam-se também as respectivas curvas de

nível obtidas a partir de cada conjunto de amostras.

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13.0 REPRESENTAÇÃO DO RELEVO

O relevo da superfície terrestre é uma feição contínua e tridimensional. Existem diversas maneiras para

representar o mesmo, sendo as mais usuais as curvas de nível e os pontos cotados.

13.1 Ponto Cotado: é a forma mais simples de representação do relevo; as projeções dos pontos no

terreno têm representado ao seu lado as suas cotas ou altitudes. Normalmente são empregados em

cruzamentos de vias, picos de morros, etc.

13.2 Perfis transversais: são cortes verticais do terreno ao longo de uma determinada linha. Um perfil

transversal é obtido a partir da interseção de um plano vertical com o terreno. É de grande utilidade em

engenharia, principalmente no estudo do traçado de estradas.

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Interseção de um plano vertical com o relevo.

Um exemplo de perfil é apresentado na figura abaixo:

13.3 Curvas de nível: forma mais tradicional para a representação do relevo. Podem ser definidas como

linhas que unem pontos com a mesma cota ou altitude. Representam em projeção ortogonal a interseção

da superfície do terreno com planos horizontais.

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13.4 Interseção do plano horizontal com a superfície física.

A diferença de cota ou altitude entre duas curvas de nível é denominada de equidistância vertical, obtida

em função da escala da carta, tipo do terreno e precisão das medidas altimétricas. Alguns exemplos são

apresentados na tabela a seguir.

As curvas de nível devem ser numeradas para que seja possível a sua leitura. A figura abaixo apresenta a

representação de uma depressão e uma elevação empregando-se as curvas de nível. Neste caso, perceba

que esta numeração é fundamental para a interpretação da representação.

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As curvas de nível podem ser classificadas em curvas mestras ou principais e secundárias. As mestras são

representadas com traços diferentes das demais (mais espessos, por exemplo), sendo todas numeradas. As

curvas secundárias complementam as informações.

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Algumas regras básicas a serem observadas no traçado das curvas de nível:

a) As curvas de nível são "lisas", ou seja não apresentam cantos.

b) Duas curvas de nível nunca se cruzam.

c) Duas curvas de nível nunca se encontram e continuam em uma só:

d) Quanto mais próximas entre si, mais inclinado é o terreno que representam.

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A figura abaixo apresenta uma vista tridimensional do relevo e as respectivas curvas de

Nível:

14.0 O TRATO DO TERRENO EM PAISAGISMO

Para realizar um projeto, o Paisagista recebe do topógrafo o levantamento planialtimétrico do terreno,

com todas as curvas de níveis necessárias ao entendimento da área bem como a indicação do norte (pois a

partir dele o projetista poderá ver onde virá predominantemente os ventos ou que área são mais

suscetíveis a insolação.

Como o terreno bruno, muitas vezes fica impossível adequar o programa de necessidades a um projeto, e

tornar o terreno plano (excetuando-se os casos onde a obra é muito grande e já prevê grande escavação)

torna-se um recurso bastante oneroso. Sendo assim, muitos artifícios são usados pelos paisagistas como

organizadores do terreno, de maneira a humaniza-lo. Alguns destes artifícios foram colocados abaixo.

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14.1 Muro de arrimo ou contenção

Os muros de arrimo ou contenção são um importante meio de cortar o terreno através de uma estrutura de

contenção de forma a proporcionar platores planos. Imaginemos um terreno totalmente inclinado onde se

deseja criar áreas de convivência. Com a inclinação natural (perfil natural) do terreno, seria impossível

fazê-lo, mas com a criação de um muro de arrimo estratégico em alguma posição deste terreno,

conseguimos (sem planificar todo o terreno) criar áreas planas para a implantação de equipamentos, etc.

Evidentemente que em toda contenção vai haver também uma acomodação de terra.

14.2 Taludes

Um talude é o plano inclinado que limita um aterro. Ele tem como função garantir a estabilidade. A sua

geometria por natureza em aterros é de 1/1 ou seja 45ºgraus não sendo aconselhado uma inclinação

superior pois não garante a sua estabilidade. Em escavações também é normal que sejam de 45º mas em

zonas rochosas esse valor pode ser superior pois a estabilidade do mesmo não está em causa.

Os taludes também são muito usados em jardins e parques e geralmente recebem coberturas vegetais que

ajudam na fixação da inclinação do plano.

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14.3 Escadas

As escadas, recursos simples usados em arquitetura, são também exploradas em paisagismo (ver escada

de pedras acima) para ligar dois espaços com níveis diferentes.

14.4 Rampas

As rampas são outro recurso usado para ligar dois espaços com níveis diferentes.

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15.0 SOLOS

O estudo dos solos é de grande importância para o Paisagismo. Reforçamos que existe uma ciência

especializada no estudo dos solos: a Pedologia. Nosso intuito ao estudar os solos é guardar informações

mais direcionadas para a área de paisagismo, visto que está é um disciplina bastante complexa.

Para iniciar nosso estudo de Solos, vamos entender uma relação entre o Jardim (paisagismo) e o Solo.

Evidentemente que para o bom desenvolvimento de espécies de plantas, é necessário que haja um bom

solo, capaz de proporcionar sustentação, nutrientes, ar é água para as plantas.

Solo é um corpo de material inconsolidado, que recobre a superfície terrestre emersa, entre a litosfera e

a atmosfera. Os solos são constituídos de três fases: sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (solução

do solo) e gasosa (ar). Também se caracterizam por suportar espécies vegetais. Os solos são constituídos,

dentre muitos outros elementos, de agregados rochosos de diversos tamanhos.

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Muitos são os fatores para formação dos solos chuva, temperatura, organismos, fatores ambientais,

transformando a rocha em solo, ou seja, é produto do intemperismo sobre um material de origem, cuja

transformação se desenvolve em um determinado relevo, clima, bioma e ao longo de um tempo.

No processo natural de formação do solo, desenvolvem-se camadas diferenciadas (cor, textura, estrutura,

consistência, ativ. biol.), que recebem o nome de Horizontes. A sucessão de horizontes desde a superfície

até a rocha mãe, denomina-se PERFIL DO SOLO.

16.0 FORMAÇÃO DOS HORIZONTES

Os Horizontes do solo são: O, A, B, C e rocha mãe. Para se classificar um solo, deve-se ter em vista

seu horizonte diagnóstico, dentro do solum (horizontes O, A e B juntos). Este é um horizonte do solo, com

características pré-determinadas pela taxonomia a ser utilizada pelo pedólogo. Para tanto, devem-se pegar

amostras de cada horizonte do solo e, em laboratório, ver qual horizonte diagnóstico

determinada amostra representa.

O Horizonte O possui pouca espessura (5 a 10 cm), mas por ser bastante superficial à terra é rico em

matéria orgânica. Os restos de animais, folhas, etc se acumulam na superfície da terra enriquecendo este

horizonte e tornando-o bastante atraente para o desenvolvimento de espécies vegetais. Sendo assim, ele é

composto por detritos vegetais e animais, frescos ou parcialmente decompostos, caracterizando uma

coloração escura. Nos solos cultivados geralmente não apresentam este horizonte. (No Mercado é

geralmente chamado de Terra preta)

O Horizonte A possui maior espessura que o O (20 a 50 cm) e caracteriza-se por ser um horizonte mineral

mais profundo que o Horizonte O. Contêm uma forte mistura de matéria orgânica decomposta

(humificada), que tende a dar a cor escura. È no Horizonte A que se encontra a maior parte das raízes. O

Horizonte A corresponde a camada mais fértil do solo e coloração marrom-escuro. (No mercado é

geralmente chamado de – terra mista, terra marrom ou terra de jardim)

O Horizonte B é muitas vezes chamado de subsolo. Geralmente são mais duros e compactos, chegando às

vezes a serem impermeáveis. O Horizonte B pode possuir vários metros de espessura e em sua maior

Horizont

e

Perfil

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quantidade é formado por argila de cor avermelhada. O Horizonte B possui menor fertilidade que o

Horizonte A. (No mercado é geralmente chamado de terra vermelha)

O Horizonte C constitui o Horizonte mais profundo, consequentemente é o que menos sofre

intemperismos. Por estar logo acima da rocha mãe, no Horizonte C vamos encontrar fragmentos de

rochas. (No mercado pode ser encontrado como nome de Saibro)

Veja o exemplo abaixo de um corte (perfil) de um solo:

Nem todos os solos apresentam necessariamente todos os horizontes. Como dito anteriormente, em solos

cultivados não em geral presença do horizonte O. Algumas ações do homem fazem com que o solo não

apresente todos os horizontes como: terraplenagem, aterro, alterações ambientais. Pode ocorrer também a

ausência do Horizonte O por decomposição e não reposição de matéria orgânica. Os desertos e dunas por

exemplo também não apresentam o horizonte O.

Os custos de solo são bastante variáveis em função do Município, fornecedor, qualidade, etc. Porém em

geral a terra preta é mais cara que mista, a terra vermelha é a mais barata. Em geral a terra granel é mais

barata que a ensacada.

17.0 CARACTERIZAÇÃO DO SOLO

Universalmente, a classificação utilizada na pedologia, desde seus primórdios, estava baseado em três

ordens. Esta organização baseava-se principalmente nos fatores de clima, tempo e relevo que se

encontrava os solos. São elas:

solos zonais são aqueles em relevos estáveis, em climas estáveis culminando em um

formação antiga;

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solos azonais são aqueles que existem em ambientes instáveis, por exemplo, em aluviões e

colúvios. São, portanto, sempre jovens.

solos intrazonais são solos em que o relevo local ou material de origem prevalecem sobre o clima;

são solos intermediários entre azonais e zonais (quando vistos sob o fator tempo).

A classificação brasileira de Solos, sempre em constante atualização, é chamada de SiBCS (Sistema

Brasileiro de Classificação de Solos). É desenvolvida pela Embrapa, sendo a mais recente, publicada em

1999, com importante atualização em 2005.

Usualmente, a classificação de solos mais recorrente, é aquela quanto a granulometria.

Classificação quanto a Granulometria

17.1 Solos arenosos

São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração areia, de tamanho entre

0,05 mm e 2 mm, formado principalmente por cristais de quartzo e inerais primários. Os solos arenosos

têm boa aeração e capacidade de infiltração de água. Certas plantas e microorganismos podem viver com

mais dificuldades, devido à pouca capacidade de retenção de água.

17.2 Solos siltosos

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São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração silte, de tamanho entre 0,05 e

0,002mm, geralmente são muito erosíveis. O silte não se agrega como as argilas e ao mesmo tempo

suas partículas são muito pequenas e leves. São geralmente finos.

17.3 Solos argilosos

São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração argila, de tamanho menor que

0,002mm (tamanho máximo de um colóide). Não são tão arejados, mas armazenam mais água quando

bem estruturados. São geralmente menos permeáveis, embora alguns solos brasileiros muito argilosos

apresentam grande permeabilidade - graças aos poros de origem biológica. Sua composição é de boa

quantidade de óxidos de alumínio (gibbsita) e de ferro (goethita e hematita). Formam pequenos grãos que

lembram a sensação táctil de pó-de-café e isso lhes dá certas caraterísticas similares ao arenoso.

17.4 Latossolo

Possui a capacidade de troca de cations baixa, menor que 17 cmolc, presença de argilas de baixa atividade

(Tb), geralmente são solos muito profundos (maior que 2 m), bem desenvolvidos, localizados em terrenos

planos ou pouco ondulados, tem textura granular e coloração amarela a vermelha escura. São solos zonais

típicos de regiões de clima tropical úmido e semi-úmido, como Brasil e a África central. Sua coloração

pode ser vermelha, alaranjada ou amarelada. Isso evidencia concentração de óxidos de Fe e Al em tais

solos. São profundos, bastante porosos e bem intemperizados.

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17.5 Solo lixiviado

São aqueles que a grande quantidade de chuva carrega seus nutrientes, tornando o solo pobre (pobre de

potássio, e nitrogênio).

17.6 Solo orgânico

Composto de materiais orgânicos (restos de organismos mortos e em decomposição), além da areia e da

argila. Este solo é o que mais favorece o desenvolvimento vida das plantas, porém solos orgânicos

tropicais como do Brasil, por exemplo, possuem baixa fertilidade. O húmus é o resíduo ou composto

solúvel originado pela biodegradação da matéria orgânica, que o torna disponível para as plantas

nutrientes minerais e gasosos como o nitrogênio (N).

O solo orgânico favorece propriedades físicas e químicas do solo; favorece as propriedades físicas, pois

formam-se grânulos, deixando-o mais leve, menos pegajoso e mais trabalhável. A formação de grânulos

também favorece a umidade e aeração do solo, já que se formam espaços vazios entre os grânulos e estes,

por sua vez, são preenchido por ar e agua. Favorece as propriedades químicas, pois pode aumentar sua

CTC, fixar nutrientes minerais e gasosos através de reações químicas e aumenta ou diminuir o pH.

Grandes quantidades de matéria orgânica no solo pode favorecer ao aumento da acidez potencial, por

liberação de H+.

Existem ainda os Solos negros das Planícies e das Pradarias, que caracterizam-se por serem ricos em

matéria orgânica; o Solo árido, aqueles que pela ausência de chuva não desenvolvem seu solo; os Solos de

montanhas, caracterizados por serem jovens.

18.0 O PREPARO DO SOLO

As plantas evoluíram em solos com horizontes, qualquer preparo de solo deve tentar imitar estas

características, desde o preparo de um simples vaso a uma grande jardineira de um prédio e até a

recuperação de áreas de solo permeável.

Todo horizonte tem uma função, por ex. horizonte B dá estabilidade a árvores e palmeiras altas, etc. A

base para o preparo de um bom solo é recuperar camadas A e O, ou seja, ter pelo menos 20 cm de terra de

boa qualidade na superfície.

Áreas muito grandes possuem o custo de preparo muito elevado.

18.1 Preparo de Vaso ou Jardineira Móvel

Para o preparo da terra de um vaso, devemos usar terra mista, pois a profundidade e quantidade de terra

são pequenas. Deve-se colocar uma camada de pedras no fundo para drenagem, uma camada de bidim e

acima, a terra mista (pode-se usar adubo 4-14-8 e calcário).

18.2 Preparo de Jardineiras sobre Laje ou Superfícies Impermeabilizadas

Preenchimento é feito em camadas, também partindo da ideia dos horizontes.

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Deve-se verificar existência de dreno e verificar impermeabilização (não deve ser feita, a menos que haja

um bom escoador para água). Na parte inferior, deve-se colocar a camada de 5 cm de brita ou cinasita

para drenagem, logo acima deveremos colocar a colocação de bidim sobre as pedras. A terra acima será

vermelha e terá espessura variável. Logo acima colocaremos 20 cm de terra mista, incorporando adubo 4-

14-8 e calcário e por fim, na parte superior: 5 cm de terra preta.

18.3 Resumo geral preparo solo

• Análise do solo;

• Limpeza do terreno;

• Erradicação de ervas daninhas;

• Sistema de drenagem;

• Revolvimento do solo;

• Correção do PH;

• Correção física e química do solo;

19.0 CORREÇÃO DE SOLO

Geralmente quando se fala em correção dos solos, estamos falando mais especificadamente nos

horizontes naturais A e 0, ou seja dos 20 cm de terra;

19.1 Terraplenagem

Terraplenagem (movimento de terras) atinge através da raspagem os horizontes A e O. No caso de uma

área que sofreu Terraplenagem. Terraplenagem pode inverter a posição horizontes, solo “bom” para baixo

e solo “ruim” para cima, neste caso o ideal é separar horizontes A e O e fazer movimentos de terra

necessários para realocar novamente a terra boa.A correção da terraplenagem se dá da seguinte maneira:

Áreas pequenas: substituição total (20 cm) com terra mista

Áreas pequenas e médias: substituição parcial (10 cm) com areia e matéria orgânica e

incorporação a 20 cm.

Áreas grandes: custo alto, adubação verde, preparo em áreas importantes e uso de espécies mais

rústicas

Caso o solo tenha seus horizontes naturais, as correções geralmente são feitas com adubo 4-14-8 e

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calcário.

19.2 Erosão

A erosão é um processo inerente à própria formação do solo. Ela pode ser prejudicial, pois transporta

nutrientes e a camada mais superficial e fértil. Este fenômeno é causado principalmente pela

desestruturação da superfície pelo impacto das gotas de chuva e formação de enxurradas que arrastam,

mas também pode ser causado pelo vento. Geralmente os solos argilosos tendem a ser mais resistentes à

erosão. Para proteger o solo e tentar reverter um pouco o processo de erosão pode-se colocar cobertura

vegetal: gramados, forrações e arbustos. Pode-se ainda realizar a hidrossemeadura. Outras práticas

também são comuns: curvas de nível, terraços, quebra-ventos etc.

É preciso lembrar que a erosão é um fenômeno comum na natureza e importante para a formação dos

relevos, porém, o homem, ao devastar a vegetação de uma área, deixa o solo exposto, acelerando o

processo de erosão, que em casos mais graves pode levar a desertificação.

19.3 Hidrossemeadura

A Hidrossemeadura é uma aplicação hidromecânica de uma massa aquosa ou pastosa que pode ser

constituída de:

• Adubos e calcário;

• Sementes;

• Matéria orgânica (esterco): para melhorar a parte física do solo;

• Camada protetora: celulose e fibras vegetais trituradas, formando um material parecido com

algodão (para retenção de umidade, protegendo solo e sementes);

• Adesivos: hidro-asfalto ou outro colante para maior adesão da semente ao solo.

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19.4 Drenagem

A drenagem é um importante meio de correção dos solos. Constitui-se na remoção de umidade excessiva

prejudicial ao solo. A drenagem pode ser feita através de valas de drenagem a 40 cm de profundidade,

com manilhas perfuradas e pedras, ou ainda com rede subterrânea de tubos perfurados.

Em jardins podemos aproveitar os solos encharcados utilizando plantas que gostam deste tipo de

ambiente: Papiro, zingiberáceas (alpínias, lírio do brejo), copo de leite, helicônias, marantas e calatéias,

aráceas (filodendros, alocásias e colocásias), etc.

20.0 FERTILIDADE DO SOLO

O Solo é considerado fértil quando supre as necessidades físicas e químicas da planta, e assim, permitindo

seu pleno crescimento. A fertilidade é resultado de características físicas, químicas, acidez, lei do mínimo

de Liebig (crescimento de uma planta é limitado

sempre pelo fator que estiver com o valor mínimo, portanto, não basta corrigir um fator se outro estiver

limitante.)

Composição volumétrica ideal de um solo:

50% Sólido – [45% (Areia E Argila) + 5% M.O.(Húmus)]

33,5% Microporos: Armazena Água

16,5% Macroporos: Aeração

20.1 Solos Argilosos

Os solos argilosos possuem mais de 30% de argila e caracteriza-se por partículas pequenas e de grande

adsorção (segura nutrientes). Geralmente, os solos argilosos são duros, compactos, difíceis de trabalhar e

pouco permeáveis. A correção para este tipo de solo pode ser feita com areia e matéria orgânica.

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20.2 Solos arenosos

Os solos arenosos possuem menos de 20% de argila e caracteriza-se por partículas maiores, geralmente

que sofreram efeito de grande lixiviação. Os solos arenosos são pouco resistentes a erosão e são

quimicamente pobres. A correção para este tipo de solo pode ser feita com matéria orgânica e argila.

Os solos muito argilosos ou muito arenosos possuem vantagens e desvantagens, porém para melhorar

estes solos, deve-se adicionar matéria orgânica, capaz de melhorar todas as características dos solos,

fazendo com que aumente a fertilidade.

21.0 ADUBAÇÃO

A adubação é a prática que consiste no fornecimento de adubos ou fertilizantes ao solo, de modo a

recuperar ou conservar a sua fertilidade, suprindo a carência de nutrientes e proporcionando o pleno

desenvolvimento das culturas vegetais. A adubação correta aumenta a produtividade agrícola. Deve,

entretanto, ser usada com moderação. É preciso ter sempre em mente que os adubos geralmente são

extraídos de rochas, que são recursos naturais não renováveis, ou produzidos em indústrias químicas com

riscos para o meio ambiente.

A adubação pode também ser feita com adubos orgânicos. Estes adubos são obtidos a partir da

decomposição de restos de plantas ou de esterco de animais (bovinos, aves, etc.), pela ação dos

microrganismos e também das minhocas. Há também os chamados adubos verdes que são plantas

(geralmente leguminosas) que são cultivadas antes ou junto com a cultura principal. As folhas e palhada

dos adubos verdes contém nutrientes que lentamente vão sendo mineralizados e utilizados por outras

culturas como por exemplo, fruteiras, café, e até mesmo o milho. A adubação pode ser

mineral (ex.: NPK, sulfato de amônio, superfosfato simples) ou

orgânica (ex.: esterco de curral, vermicomposto, vinhaça, adubos verdes) e pode ser aplicada diretamente

no solo, foliar ou através da água de irrigação ou fertirrigação.

A degradação das pastagens e a nutrição inadequada da planta é um dos principais responsáveis pelo

baixo índice produtivo a pasto. Por isso, melhorar a eficiência do pastejo, eliminando perdas por rejeição

ou pisoteio, é um dos principais fatores que o produtor deve observar quando lança mão da adubação em

pastagens. Aplicar as técnicas corretas de adubação relaciona o aumento da produção de forragem

ofertada ao bovino, na quantidade e qualidade da produção de carne e leite.

Geralmente, a adubação padrão em jardins pequenos e médios sem análise de solo é a seguinte:

- Calagem: 250 gr/m² de calcário dolomítico;

- Adubação química(4-14-8): 200 gr/m²

- Matéria Orgânica: 10 L/m²

Os adubos pode ainda ser do tipo:

– líquido

– pó

– granulado

– bastão

O mais usado é o granulado, pois libera nutrientes aos poucos, diminui perdas e risco de superdosagem.

Os adubos na forma de líquido possuem absorção rápida. Os adubos do tipo bastão são geralmente usados

em vasos.

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Na aplicação do adubo, o ideal é que seja colocado perto das raízes. se for uma adubação de plantio

(realizada no momento do plantio da semente) deve-se espalhar e incorporar nos 20 cm de terra. Na

adubação de manutenção ou cobertura, deve-se espalhar e incorporar ou irrigar.

21.1 Adubação orgânica

A Adubação orgânica é aquela feita a partir de matéria orgânica. A adubação orgânica serve para corrigir a

parte física do solo, mas também melhora a parte química (dependendo do adubo). Os adubos orgânicos

porém são geralmente mais caros que os adubos químicos.

Adubos orgânicos mais utilizados: esterco de cavalo, composto orgânico, esterco de galinha, farinha de

ossos (24% de P), torta de mamona (5% de N), húmus de minhoca, cinzas de madeira (15% de K).

Veja na tabela abaixo os teores aproximados de Nitrogênio, Fósforo e Potássio em adubos orgânicos:

21.2 Adubação Verde

A adubação verde constitui-se de uma alternativa de baixo custo para a adubação orgânica. Pode ser feita

pelo plantio de herbáceas e posterior incorporação no solo. Ela aumenta a % de matéria orgânica, devolve

nutrientes absorvidos em profundidade para superfície, melhora estrutura do solo.

21.3 Compostagem

Também se constitui de uma alternativa de baixo custo para adubação orgânica. É feita com restos de

podas e alimentos, esterco. Os microrganismos decompõem os restos até virar em húmus. Ela é feita em

parques, grandes áreas, etc.

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Referências Bibliográficas:

Wikipédia

Apostila de Topografia- Técnico em Geoprocessamento Prof. M. Sc. Eng. Florestal Erni José

Milani

Fundamentos De Topografia( Luis Augusto Koenig Veiga, Maria Aparecida Z. Zanetti, Pedro

Luis Faggion)

Associação Brasileira De Normas Técnicas (ABNT). NBR 13133: Execução de levantamento

topográfico.

www.cesnors.ufsm.br

http://www.sobiologia.com.br

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Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

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