EROTIZAÇÃO DOS CORPOS INFANTIS NA SOCIEDADE DE CONSUMO

DE AUTORIA DE JANE FELIPE E BIANCA GUIZZO

-  realização de uma análise sobre a “pedofilização da sociedade”, baseada em artefatos culturais, sobretudo, midiáticos e paradidádicos; -  construção das identidades infantis, especialmente em relação ao gênero e à sexualidade;

-  contribuições teóricas: Estudos Culturais, Estudos Feministas, contribuições de Michel Foucault.

EROTIZAÇÃO DOS CORPOS INFANTIS NA SOCIEDADE DE CONSUMO

-  transformações políticas, econômicas, sociais e culturais, somadas ao fácil acesso das crianças a informações do mundo adulto, vêm afetando as vivências infantis;

-  em relação à imagem da criança: vemos, paulatinamente, a imagem de ingenuidade e de pureza serem substituídas por outras, extremamente erotizadas;

-  “pedofilização da sociedade”: crianças como consumidoras e também como objetos a serem consumidos.

FERRAMENTAS TEÓRICAS UTILIZADAS PARA ANÁLISE

-  idéia de que a infância já não mais se constitui como categoria estável, “natural” e homogênea;

-  mídia dentre uma das instâncias produzidas e produtoras das chamadas “Pedagogias Culturais”;

-  conceito de gênero: problematização dos significados que são atribuídos ao ser mulher, ser homem, ser menina, ser menino;

-  conceito de sexualidade: pedofilia (entendo-a como uma multiplicidade de práticas).

FERRAMENTAS TEÓRICAS UTILIZADAS PARA ANÁLISE

- Em sua origem grega, a pedofilia remetia à idéia de amor às crianças :

(pais = criança + phileo = amar. Paidophilos = aquele que ama as crianças)

- A tentativa de dessexualizar as crianças é um fenômeno recente: até meados do séc. XVII, meninos e meninas conviviam com o mundo adulto em todos os seus aspectos.

- O conhecimento produzido sobre a infância a partir do séc. XVIII foi consolidando a idéia da criança como sujeito de direitos, merecedora de dignidade e respeito, devendo ser preservada em sua integridade física e emocional.

ANÁLISE DAS PROPAGANDAS

- Material de análise: uma série de propagandas impressas, de uma famosa marca de sandálias de plástico, que foram veiculadas em revistas como Caras, Cláudia e Capricho, nos meses de nov. e dez. de 2002.

- As propagandas foram protagonizadas por meninas, porém seus rostos foram substituídos por rostos de bonecas: misto de ingenuidade e sedução.

PROPAGANDA 1

PROPAGANDA 2

PROPAGANDA 3

PROPAGANDA 4

PROPAGANDA 6

CONCLUSÕES

¨  Contradição que se estabelece em nossa cultura, pois, ao mesmo tempo em que são produzidas imagens erotizadas das crianças, veiculam-se discursos e campanhas de moralização em que se condena qualquer tipo de relação sexual envolvendo um adulto e uma criança, considerando-se essa a forma mais terrível de violência sexual.

¨  “poderíamos concluir que as representações populares de garotas pequenas erotizadas constituem a teoria e o abuso sexual a prática?” (Walkerdine, 1999, p. 82)