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    ao ergonmica volume 7, nmero 3

    NOTAS ACERCA DA ACESSIBILIDADE AO SISTEMA DE TRANSPORTE PBLICO DE CURITIBA: O CASO DA PLATAFORMA ELEVATRIA DA ESTAO-TUBO

    Cristiana Miranda Universidade Federal do Paran UFPR [email protected]

    Caio Marcio Almeida e Silva Universidade Federal do Paran - UFPR [email protected]

    Maria Lucia Leite Ribeiro Okimoto Universidade Federal do Paran - UFPR [email protected]

    Resumo: Este artigo apresenta uma reviso de literatura sobre o contexto projetual que promove a acessibilidade no ambiente construdo, com nfase na incluso da pessoa com mobilidade reduzida ao sistema de transporte pblico. O estudo centrou-se no equipamento urbano denominado de plataforma-elevatria, utilizada na estao-tubo (plataforma de embarque e desembarque de passageiros), da cidade de Curitiba -PR. A reviso da literatura incluiu Normas Tcnicas Nacionais, Guias e Recomendaes Internacionais e introduz o Design Inclusivo, como estratgia projetual para a acessibilidade e a incluso social. Ao final desta reviso foram feitas consideraes relevantes sobre a avaliao da acessibilidade da plataforma-elevatria, a partir do contexto projetual.

    Palavras chave: acessibilidade, ambiente construdo, design inclusivo.

    Abstract:. This paper presents a literature revision on the context projetual that promotes the accessibility in the built atmosphere, with emphasis in the person's inclusion with reduced mobility to the public transportation system. The study was centered in the denominated urban equipment of lift platform, used in the station-tube (platform for loading and unloading of passengers), of the city of Curitiba - PR. The revision of the literature included National Technical Norms, Guides and International Recommendations and it introduces the Inclusive Design, as strategy of project for the accessibility and the social inclusion. At the end of this revision they were made relevant considerations about the evaluation of the accessibility of the lift platform, starting from the design context.

    Keywords: accessibility, built atmosphere, inclusive design.

    1. INTRODUO Por sculos, os aleijados, anormais e loucos sofreram com a discriminao, o isolamento e a falta de oportunidades de participao na

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    sociedade. A deficincia poderia ser entendida como defeito da natureza, sem possibilidade de reparo, originando extermnio destes indivduos; como castigo divino, impondo vergonha e medo, ou como uma doena, e como tal, tratada conforme a medicina da poca, o que em muitos casos significava recluso e abandono. Somente a poucas dcadas surgiu uma nova maneira de compreender a deficincia, chamada de modelo social, que permite e incentiva a incluso e a participao efetiva

    de todas as pessoas na sociedade, cuja principal caracterstica desconstruir a pessoa com deficincia em funcionalidade1 e capacidade2 humana (SIMES; BISPO, 2006; CARVALHO-FREITAS, 2007; OMS, 2003). Para a Organizao Mundial da Sade (OMS, 2003, p.21), o modelo social relaciona a incapacidade a partir de questes sociais e polticas:

    O modelo social de incapacidade, por sua vez, considera a questo [da incapacidade] principalmente como um problema criado

    pela sociedade e, basicamente, como uma

    questo de integrao plena do indivduo na sociedade. A incapacidade no um atributo

    de um indivduo, mas sim um conjunto complexo de condies, muitas das quais

    criadas pelo ambiente social. Assim, a soluo do problema requer uma aco social

    e da responsabilidade colectiva da

    sociedade fazer as modificaes ambientais

    1 Funcionalidade: termo genrico para as funes e

    estruturas do corpo, atividades e participao (do indivduo). Indica os aspectos positivos da interao entre um indivduo (com uma condio de sade) e seus fatores contextuais (ambientais e pessoais) (OMS, 2003). 2 Incapacidade: termo genrico para deficincias,

    limitaes de atividade e restries na participao. Indica os aspectos negativos positivos da interao entre um indivduo (com uma condio de sade) e seus fatores contextuais (ambientais e pessoais) (OMS, 2003).

    necessrias para a participao plena das pessoas com incapacidades em todas as reas

    da vida social. Portanto, uma questo

    atitudinal ou ideolgica que requer mudanas

    sociais que, a nvel poltico, se transformam

    numa questo de direitos humanos.

    O processo de desenvolvimento do modelo social de incapacidade e, conseqentemente da incluso social, tem em sua base a luta pelos direitos humanos, fundamentada no direito universal vida em sociedade, em toda a sua amplitude, com autonomia e sem discriminao. O gatilho deste processo foi, sem dvida, a Segunda Guerra Mundial, com um reforo importante da Guerra do Vietn (principalmente nos Estados Unidos da Amrica). Os avanos da medicina possibilitam a muitos soldados feridos em batalha, e com seqelas fsicas irreparveis, o retorno aos seus lares. Porm, o lar

    no era o mesmo de antes: agora existiam barreiras fsicas, antes despercebidas, que tornavam ambiente urbano inacessvel (CARVALHO-FREITAS, 2007).

    Foi neste perodo que houve a conscientizao que os espaos urbanos precisaram ser adequados a pessoa com deficincia, e surgiram movimentos nas reas de arquitetura e design, como o barrier-free design, movimento que preconizava os espaos sem barreiras, principalmente no caso de uso de cadeiras de rodas. No Reino Unido, encontramos o trabalho do arquiteto Selwyn Goldsmith, que em 1963 publicou o primeiro guia de recomendao para a arquitetura acessvel, o Designing for the Disabled. Anos mais tarde, em 1978 o tambm arquiteto Ron Mace, dos Estados Unidos da Amrica, desenvolveu o conceito Universal Design, ampliando o design acessvel (acessvel aos deficientes) para design

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    universal (acessvel para todos) (COLEMAM et al, 2003).

    Do conceito da arquitetura/design acessvel acessibilidade3 na arquitetura foi uma questo de tempo. Surgiram Normas ou Guias de Recomendaes Internacionais para a acessibilidade nos espaos pblicos, como a U.S. Access Board publishes Americans with Disabilities Act Accessibility Guidelines for Buildings and Facilities (ADAAG), em 1991 (ARCHITECT-LIFE, 2008). No Brasil foi elaborada em 1985 a NBR 9050:1985, sendo que a primeira verso refere-se a adequao dos espaos s pessoas deficientes. J nas revises seguintes, em 1994 e 2004, o termo acessibilidade incorporado e definido como possibilidade e condio de alcance, percepo e entendimento para a utilizao com segurana e autonomia de edificaes, espao, mobilirio, equipamento urbano e elementos (ABNT, 2004, p.2).

    Para Dischinger e Bins Ely (apud BINS ELY et al, 2006b), o ambiente acessvel deve ser avaliado sob quatro componentes: a orientao/informao, que a legibilidade e compreenso do espao; o deslocamento, que refere-se a possibilidade de movimentao livre e segura; o uso, que relaciona-se

    com a realizao da atividade; e a comunicao, que a facilidade de obter trocas de informaes entre o espao, o mobilirio e o usurio. Em todos os quatro componentes a avaliao realizada a partir da perspectiva do usurio, considerando suas capacidades e restries sensoriais, fsico-motoras, psico-cognitivas, parciais ou totais, de carter temporrio ou permanente. As restries sensoriais referem-se s limitaes nos sistemas sensoriais

    3 Qualidade do que acessvel - Fonte:

    http://www.dicio.com.br/acessibilidade/

    como visual, auditivo, paladar; as restries fsico-motoras referem-se s limitaes no uso da fora fsica, coordenao-motora, mobilidade, etc; e as restries psico-cognitivas relacionam-se s limitaes no sistema cognitivo, como dficit de aprendizagem (BINS ELY et al, 2006a).

    Dentro das restries fsico-motoras, encontram-se as Pessoas com Restrio de Mobilidade (PRM), em diversos graus de incapacidade motora, como os que dependem de cadeiras de rodas ou aparelhos ortopdicos, normalmente chamados de pessoa com deficincia fsica, ou que apresentam outras condies fisiolgicas que dificultam a livre movimentao, como idosos, obesos e gestantes tambm classificados como pessoas com mobilidade reduzida (ABNT NBR 14022, 2011). Estas pessoas, que se apresentam aptas para a realizao de diversas atividades, tm suas aes e direitos universais limitados pelas barreiras fsicas que ainda existem nas cidades. Uma barreira importante que est sendo eliminada no Brasil o no-acesso ao transporte pblico coletivo, que impossibilita desenvolvimento acadmico e cultural, a prtica de atividade remunerada e os momentos de lazer, em locais longe de casa (BRASIL, 2004).

    Basicamente, existem duas formas de promover a acessibilidade de PRM nos transportes pblicos. A primeira, e mais utilizada nos centros urbanos do Brasil a instalao de um mecanismo mvel nos nibus, que pode ser uma rampa ou plataforma de elevao veicular (NBR 15646-1: 2009). A segunda maneira empregando um terminal de embarque e desembarque, que tenha o mesmo nvel do piso do nibus, como acontece nos transportes metrovirios e ferrovirios, e neste caso, deve-se empregar uma soluo que permita a PRM se

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    deslocar do nvel da calada ao nvel da plataforma de embarque e desembarque (NBR 14022: 2011). Estes meios podem ser arquitetnicos, como uma rampa, ou eletromecnicos, como uma plataforma-

    elevatria. Esta ltima soluo utilizada na cidade de Curitiba, no conjunto denominado Estao-Tubo, conforme Fig.1.

    Figura 1. Terminal de nibus Estao-tubo, da cidade de Curitiba. Fonte:

    http://www.urbs.curitiba.pr.gov.br/PORTAL/acessibilidade.php

    A plataforma-elevatria est em uso desde 1991 (CURITIBA, 2011) e at o momento da reviso deste artigo no havia pesquisa ou documentao especfica que permitisse a certificao deste equipamento. A partir desta situao, foi sugerida e aprovada a pesquisa intitulada Projeto de Plataforma Elevatria: Acessibilidade e Projeto Mecnico, sob Nmero do BANPESQ/THALES: 2011025414, da qual o estudo apresentado neste artigo faz parte. Neste sentido temos como objetivo revisar a literatura concernente ao contexto projetual da acessibilidade da plataforma-elevatria, como equipamento que promove a incluso da PRMs ao sistema de transporte pblico.

    Para o processo de reviso de literatura, primeiro foi realizado entrevistas e observaes in loco, com a

    funo de definir e delimitar o contexto de uso da plataforma-elevatria. Na seqncia, definiram-se os elementos que se mostraram importantes para o

    contexto projetual com nfase na acessibilidade do equipamento, e foram realizadas pesquisas bibliogrficas em Normas Tcnicas Nacionais, Guias e Recomendaes Internacionais, e na teoria do Design Inclusivo. Ao final, foram feitas

    consideraes sobre a acessibilidade da plataforma-elevatria, a partir do contexto projetual revisado.

    2. CARACTERIZAO E CONTEXTO DE USO DA PLATAFORMA-ELEVATRIA

    Para melhor caracterizar a plataforma-

    elevatria e definir o contexto de uso, foram realizadas entrevistas e observaes in loco, tcnicas de pesquisa utilizadas nas reas de ergonomia, usabilidade, design centrado no usurio (MORAES E MONTALVO, 2010; CYBIS, BESTIOL, FAUST, 2007; BEVAN, 2009; MAGUIRE, 2001). As entrevistas foram realizadas com o Sr. Ceneviva, que participou da equipe de apoio ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) na poca do desenvolvimento da plataforma-elevatria e com a arq. ngela Munaro, do departamento de Mobilidade da Urbanizao Curitiba S.A. (URBS), empresa que administra o sistema de transporte de Curitiba. Nas observaes in loco foi realizado levantamento fotogrfico e dimensional do equipamento e verificao da forma de utilizao e sistema de interface com o usurio.

    O sistema estao-tubo e a plataforma-elevatria foram idealizados inicialmente para implantao na cidade do Rio de Janeiro, em 1984, mas no foi implantado. Em 1989, o mesmo sistema foi aprovado para a cidade de Curitiba e toda a

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    implantao foi realizada pela equipe do IPPUC. O objetivo da plataforma-elevatria permitir o acesso de pessoas em cadeiras de rodas estao-tubo, dispensando o uso de rampa, porque a mesma ocuparia uma rea de 9 m de comprimento por 1,2 m de largura para uma elevao vertical de 0,720 m (com inclinao de 8%) e sua implantao prejudicaria a mobilidade de pedestres ao passeio e estao-tubo. A simplicidade formal da plataforma-elevatria tambm foi concebida para que houvesse harmonia entre os dois equipamentos urbanos, sem comprometimento com a paisagem urbana (CENEVIVA4, 2012).

    Conforme Munaro5 (2011), atualmente existem mais de 300 estaes-tubo em Curitiba e regio metropolitana, algumas com rampas6, mas

    somente aquelas com rea disponvel ao redor. Existem 3 modelos de plataforma elevatria instalados por Curitiba, sendo dois destes modelos realizam deslocamento vertical e horizontal em duas etapas, conforme Quadro 1, onde a principal diferena de projeto o sistema mecnico de elevao tipo rosca ou tipo cremaleira. Como estes dois modelos apresentavam muitos problemas tcnicos e de manuteno, foi desenvolvido o modelo basculante, em processo de instalao, com a troca gradativa dos modelos antigos. Um exemplo da

    4 CENEVIVA, A.C. Entrevista concedida por participante

    do grupo do IPPUC que desenvolveu a o projeto da estao-tubo e da plataforma-elevatria. Curitiba, 06/02/2012.

    5 Munaro, A. Entrevista concedida por membro da equipe

    de Mobilidade da URBS. Curitiba, 03/11/2011.

    6 At o momento da reviso deste artigo, a URBS no

    disponibilizou os nmeros oficiais de estaes-tubo instaladas com rampas e com plataformas-elevatrias.

    plataforma-elevatria basculante pode ser observado no Quadro 2.

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    Esta plataforma faz conjunto com a estao-tubo do Largo Bitencourt, centro de Curitiba. No h indicao de fabricao e data de instalao. A base da plataforma tem 800x130 mm. A plataforma se movimenta em sentido vertical, com percurso de 760 mm, e depois em sentido horizontal, com percurso de 400 mm. No caso de desembarque, o movimento inverso. A barra lateral tem altura de 100 mm e largura de 350 mm no acompanhando toda a extenso lateral da plataforma. A plataforma no apresenta mecanismo eletrnico de acionamento e/ou segurana, com comando na mesa do cobrador. No h sistema de travamento das rodas da cadeira. O equipamento no est sinalizado com smbolo internacional de acesso (NBR 9050, 2004). Fonte: arquivo pessoal de Miranda, C., (2011).

    Quadro 1 - Modelo de plataforma elevatria com movimentao vertical/horizontal.

    Esta plataforma faz conjunto com a estao-tubo da Universidade Federal do Paran, campus Politcnico e foi fabricada e instada por Knowha Engenharia Eletromecnica, empresa situada em Pinhais, Paran, em junho de 2009. A base da plataforma tem 1400x940 mm, sendo are til ao cadeirante 1400X820 mm. A plataforma se movimenta em sentido transversal, tipo basculante, realizando um percurso de 1000 mm na diagonal (vertical de 740 mm e horizontal 760 mm). A barra lateral tem altura de 860 mm e largura de 1000 mm, no acompanhando toda a extenso lateral da plataforma. A plataforma apresenta mecanismo eletrnico de acionamento na barra lateral, com altura de 720 mm, com outro comando na mesa do cobrador. No h sistema de travamento das rodas da cadeira. O equipamento est sinalizado com smbolo internacional de acesso (NBR 9050, 2004). Fonte: arquivo pessoal de Miranda, C., (2011).

    Quadro 2 - Modelo de plataforma-elevatria com movimentao tipo basculante.

    A plataforma-elevatria instalada na calada, ao lado da estao-tubo, em ambiente aberto, condicionado a temperatura ambiente, iluminao pblica geral e rudos do trnsito. Este equipamento foi inicialmente desenvolvido para pessoas que utilizam cadeiras de rodas, mas no dia-a-dia, o produto tambm utilizado por pessoas com dificuldade em subir/descer escadas (problemas com

    os joelhos, quadril, insuficincia respiratria e/ou cardaca, obesidade, etc) e por pessoas que transportam carrinho de beb ou malas diversas. No caso dos usurios que utilizam cadeiras de rodas, existem duas realidades distintas: os cadeirantes ativos que podem utilizar a plataforma-elevatria com autonomia, direito garantido por Decreto Federal n 5.296, de 2 de dezembro de 2004, e os

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    cadeirantes dependentes, que so auxiliados por assistentes.

    Este equipamento promove a acessibilidade ao sistema de transporte pblico urbano, permitindo a incluso social e ao mesmo tempo deve apresentar as qualidades da acessibilidade espacial como orientabilidade, deslocamento, uso e comunicao (DISCHINGER E BINS ELY apud BINS ELY et al, 2006b). A partir da perspectiva desta reviso, o contexto projetual da plataforma-elevatria deve estar baseado em dois elementos: Normatizao e Desenvolvimento de Produto com nfase na incluso social, o Design Inclusivo.

    3. NORMAS E RECOMENDAES

    As estaes-tubo com plataforma-elevatria esto sendo utilizadas em Curitiba desde 1991, mas no h normatizao especfica para o modelo basculante, em atual processo de implantao.. A NBR 15665-1:2009 a que melhor se aproxima do produto em estudo, porque normatiza um modelo de plataforma-elevatria estacionria, que realiza o

    movimento apenas no sentido vertical . Antes, as

    NBR 9050 e NBR 14022 j citavam o equipamento, com algumas consideraes. Nos pases da Europa e nos Estados Unidos da Amrica, este produto pouco utilizado no sistema de transporte, mas possui Normas implantadas para seu uso em ambientes arquitetnicos. O objetivo desta seo apresentar um resumo das principais recomendaes das Normas Brasileiras e Internacionais que se referem a

    plataforma-elevatria, independente do sistema de movimentao.

    3.1 Normas Brasileiras

    A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) apresenta, no incio de cada norma, uma lista de definies, com o intuito de padronizao de conceitos. Essa padronizao ajuda no entendimento dos termos de forma mais similar possvel. Segue, ento, um resumo dos conceitos importantes para esta reviso e para o entendimento do escopo. Na coluna da esquerda, so apresentados os termos de acordo com a ABNT e na coluna da direita, a respectiva definio.

    Tabela 1 - Relao entre os termos da ABNT e suas definies. Fonte: Os autores (2012) Termo mencionado na ABNT

    Definio

    Acessibilidade possibilidade e condio de alcance, percepo e entendimento para a utilizao com segurana e autonomia de edificaes, espao, mobilirio, equipamento urbano e elementos. (ABNT NBR 9050, 2004)

    Barreiras qualquer elemento natural, instalado ou edificado que impea a aproximao, transferncia ou circulao no espao, mobilirio ou equipamento urbano. (ABNT NBR 9050, 2004)

    Caixa enclausurada caixa na qual o espao completamente limitado pelo fundo do poo e um invlucro slido (no necessariamente um teto) e/ou portas de pavimento atingindo uma altura acima da posio mais alta do invlucro da plataforma. (NBR 15655-1, 2009)

    Deficincia reduo, limitao ou inexistncia das condies de percepo das caractersticas do ambiente ou de mobilidade e de utilizao de edificaes, espao, mobilirio, equipamento urbano e elementos, em carter temporrio ou permanente. (ABNT NBR 9050, 2004)

    Pessoa com aquela que apresenta perda ou anormalidade de uma estrutura ou funo

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    deficincia psicolgica, fisiolgica ou anatmica, que gere limitao ou incapacidade para o desempenho de atividade. As deficincias podem ser fsica, auditiva, visual, mental ou mltipla (ABNT NBR 14022, 2011)

    Pessoa com mobilidade reduzida

    aquela que, no se enquadrando no conceito de pessoa com deficincia, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se permanente ou temporariamente, gerando reduo efetiva de mobilidade, flexibilidade, coordenao motora e percepo. Aplica-se ainda a idosos, gestantes, obesos e pessoas com criana de colo (ABNT NBR 14022, 2011)

    Plataforma de embarque e desembarque

    rea elevada em relao ao solo para reduzir ou eliminar o desnvel no embarque ou desembarque de passageiros. (ABNT NBR 14022, 2011)

    Plataforma-elevatria estacionria

    dispositivo permanentemente instalado para servir nveis fixos de pavimentos, compreendendo uma plataforma guiada cujas dimenses e forma de construo permitem o acesso de passageiro(s) com deficincia, com ou sem cadeira(s) de rodas (ABNT NBR 15655-1, 2009)

    3.1.1 ABNT NBR 9050:2004 Acessibilidade a Edificaes, Mobilirio, Espaos e Equipamentos Urbanos.

    Esta norma teve sua primeira verso aprovada em 1985, com reviso em 1994 e 2004. Tem como objetivo estabelecer critrios que asseguram a acessibilidade ao ambiente construdo. Orienta dimensionamentos, propores, materiais, cores e texturas. Considerando o tema em reviso, esta norma fornece os seguintes critrios:

    A rea da plataforma elevatria deve ser de 1200x1200 mm, para atender as diversas situaes de pessoas com restries fsicas e sensoriais, conforme Seo 4.1 e 4.2. A NBR- 9050:2004 no especifica dimensionamento de referencia na situao de pessoa em cadeiras de rodas assistida, ou seja, com uma pessoa empurrando a cadeira, caso comum em idosos, crianas, e pessoas com restries psico-cognitivas.

    Os controles de equipamento devem estar posicionados a uma altura entre 600 a 1000

    mm, no plano lateral, e dentro de um ngulo de viso de 30, conforme a seo 4.6.4.

    No item 6.8.3 considerado duas opes de plataforma elevatria: de percurso vertical e de percurso inclinado (que se deslocada sobre escada). Os critrios, para edificaes de uso pblico (como as estaes-tubo) so diferenciados conforme o tipo de percurso. A plataforma elevatria de percurso vertical tem as seguintes consideraes:

    a) Para deslocamento de at 2 m, a mesma pode ter percurso aberto (caixa no enclausurada) e em todas as laterais, fechamento contnuo com

    altura de 1100 mm, em relao ao piso da plataforma; b) Para deslocamentos verticais maiores, at 9m, o percurso deve ser fechado (caixa enclausurada).

    A plataforma elevatria de percurso inclinado deve realizar paradas nos patamares da escada ou a cada 3,20m de desnvel, apresentado um assento escamotevel, para PMR.

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    No item 9.8, a norma considera que os abrigos de pontos de transporte coletivo devem atender as disposies da seo 6 e que em casos de desnvel de piso, em relao ao passeio, deve existir uma rampa.

    3.1.2 ABNT NBR 14022:2011 Acessibilidade em Veculos de Caractersticas urbanas para o Transporte Coletivo de Passageiros.

    Esta norma teve a sua primeira edio aprovada em 1997, com revises em 2006, 2009 e 2011, e tem como objetivo estabelecer critrios de acessibilidade no sistema de transporte coletivo urbano. No h nenhuma contribuio significativa desta Norma para a utilizao da plataforma elevatria, alm da sua citao na seo 3 Termos e Definies, uma vez que a prioridade da NBR 14022:2011 o nibus urbano para transporte coletivo.

    Quando a Norma referencia a acessibilidade da plataforma de embarque e desembarque, refere-se NBR 9050:2004 e acrescenta critrios especficos de sinalizao, como aplicao do Smbolo Universal de Acesso e informaes necessrias ao embarque e desembarque de pessoa com mobilidade reduzida.

    3.1.3 ABNT NBR 15655-1: 2009 Plataformas de Elevao Motorizadas para Pessoas Com Mobilidade Reduzida Requisitos para Segurana, Dimenses e Operao Funcional. Parte 1: Plataformas de Elevao Vertical.

    Esta Norma teve sua primeira edio em 2009 e especifica os requisitos de segurana, dimenses e operao funcional para plataformas de elevao vertical motorizadas, instaladas permanentemente e planejadas para o uso por pessoas com mobilidade

    reduzida quando em p ou sentadas em cadeira de rodas, com ou sem assistncia. (ABNT NBR 15655-1, 2009, p.1). Por no compor o objetivo deste artigo, no foi realizada a reviso da operao funcional da Norma. A NBR 15655-1: 2009 define os seguintes requisitos para edificaes de uso pblico:

    Dimensionais: largura mnima: 900 mm; profundidade mnima: 1400 mm. Considerando-se uma pessoa empurrando a cadeira de rodas, a medida de profundidade deve ser 1600 mm.

    Sem caixa enclausurada: percurso vertical at 2m, sem penetrao no pavimento; linha de deslocamento no excede a 15, em relao vertical.

    Com caixa enclausurada: com percurso vertical at 4m, linha de deslocamento no excede a 15, em relao vertical.

    Outros: velocidade nominal de 0,15m/s; carga nominal de 250 kg; iluminao de 50lx.

    Dispositivos operacionais: localizados em regio de 800 a 1100 mm em relao ao piso da plataforma; controle de movimento de presso contnua; com boto de emergncia.

    Apoio: corrimo com altura entre 900 a 1100 mm acima do piso da plataforma, em pelo menos um lado perpendicular a entrada.

    Altura livre: vo de 2m, em relao ao piso da plataforma, em qualquer posio no percurso.

    Segurana: Plataformas com percurso de at 500 mm devem apresentar aba de segurana para evitar deslocamento da cadeira durante o trajeto, nas faces de entrada e sada. Plataformas com percurso de 500 a 2000 mm

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    devem apresentar aba de segurana e barreira, com altura de 1100 mm e travamento. Considerando a aplicao da plataforma elevatria em estaes-tubo (plataforma de embarque e desembarque de nibus), provavelmente no existir percurso vertical acima de 2m. Assim, os critrios de segurana consideraram o uso de caixa no enclausurada.

    3.2 Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana

    O Ministrio das Cidades, atravs da Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana, lanou em 2006 o Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana, que consta de 6 Cadernos, desenvolvendo o tema. Com textos simples e didticos, elaborados por pesquisadores e profissionais da rea, estes cadernos, com fotos e imagens, exemplificam as recomendaes das Normas Tcnicas relacionadas acessibilidade e mobilidade urbana, assim como desenvolvem o tema da deficincia, incapacidades e restries de forma bastante atualizada. Infelizmente, salvo um comentrio e foto na p. 63, do Caderno 5 Implantao de Sistemas de Transporte Acessveis (BRASIL, 2006), retratando a estao-tubo de Curitiba, nenhuma outra informao a respeito da utilizao da plataforma elevatria foi relatada.

    3.3 Guias internacionais e Recomendaes de Acessibilidade

    Assim como o Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana editou cadernos de recomendaes sobre acessibilidade, vrias

    organizaes internacionais j publicaram seus respectivos Guias, baseados em Normas Tcnicas Internacionais. Para esta reviso foram escolhidos os principais Guias de Acessibilidade que citam o sistema de transporte pblico urbano, com contedo mais especfico ao estudo proposto:

    Improving Transport Acessibility for All: Guide to Good Practice, da European Conference of Ministers of Transport, em 2006, da Unio Europia. Este guia apresenta informaes variadas sobre acessibilidade nos transportes, mas apenas comenta o uso de elevadores e escadas rolantes para acesso s plataformas de embarque e desembarque. A prioridade so as rampas fixas no ambiente construdo e rampas mveis no nibus com piso baixo.

    Manual Para un Entorno Accesible, da Real Patronato sobre Discapacidad, em 2005, da Espanha. Este manual desenvolve o tema da acessibilidade no ambiente construdo, no apenas para o transporte pblico. As plataformas-elevatrias, vertical e inclinada, so citadas em casos de acesso a edificaes publicas ou particulares, acrescentado que o custo deste equipamento menor comparado a uma reforma (rampa e caladas externas, por exemplo). No caso de acesso a plataformas de embarque com o piso elevado, a sugesto o uso de rampas ou plataformas-elevatrias, e exemplificam com uma foto da estao-tubo de Curitiba.

    Accessible Train Station Design for Disabled people: a Code of Practice, do Department for Transport, 2010, da Gr-Bretanha. Este guia apresenta uma vantagem: trata cada tema da acessibilidade com uma tabela onde indica as recomendaes e critrios de cada Norma Tcnica (Britnica e da Comunidade Europia) de forma simples e direta. Com relao ao uso de plataformas

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    elevatrias para acesso as plataformas de embarque, o guia indica que no h Norma especfica e que todas as recomendaes devem ser seguidas conforme a BS 6440:1999 - Powered lifting platforms for use by disabled persons.

    Building for Everyone: inclusion, access and Use, da National Rehabilitation Board, 1998, Inglaterra. Este manual sobre incluso, acessibilidade e uso bastante completo, envolvendo consideraes sobre edificaes, transporte, urbanismo, etc.

    Sobre o uso das plataformas-elevatrias em edificaes pblicas (incluindo plataformas de embarque e desembarque), a National Rehabilitation Board recomenda que as plataformas elevatrias somente sejam utilizadas como ltimo recurso, para pessoas com deficincia, pois podem causar constrangimentos ao usurio, que se encontra em

    destaque; no podem interferir nas sadas de emergncia ou rotas de fuga; devem ser identificadas com quadro explicativo de uso ao lado do equipamento e os funcionrios prximos do setor devem receber treinamento em casos de emergncia. Este manual tambm cita as especificaes da Norma Britnica, BS 6440:1999 para plataforma elevatria: a altura do percurso est limitada a 1980 mm; proporcionar um espao livre de pelo menos 1800 x 1800 mm na rea de desembarques; a rea da plataforma deve ser, no mnimo 800 x 1100mm; os controles existentes nos pisos e na plataforma a ser

    de 900-1200mm acima do nvel do piso e nvel da plataforma, e 500 mm, de qualquer parede adjacente ou obstruo; a plataforma para retornar automaticamente ao nvel mais baixo e permitir sada em caso de falha de energia ou de emergncia; proporcionar escadas como alternativa.

    4. DESIGN INCLUSIVO

    O Design Inclusivo uma Estratgia de Design, assim como o Design Emocional ou o

    Design Sustentvel. Um dos seus diferenciais destacar, j nas primeiras etapas do processo de design, o compromisso em projetar produtos e servios que contemplem amplos grupos de usurios (nos aspectos fsico-cognitivo-sensoriais), sem a necessidade de adaptaes posteriores execuo (COLEMAN et al, 2011).

    Para Simes e Bispo (2006, p.6), o design inclusivo uma abordagem tica, cujo objetivo conceber e produzir produtos, servios ou ambientes adequados a esta diversidade humana, incluindo crianas, adultos mais velhos, pessoas com deficincia, pessoas doentes ou feridas, ou, simplesmente, colocadas em desvantagem pelas circunstncias. um conjunto de aes relacionadas e de ordem multidisciplinar: no mbito social, h a interao com os direitos universais, a evoluo demogrfica (migrao, envelhecimento, aumento populacional, etc.) e as prticas de organizaes de sade para a reabilitao, re-qualificao e incluso de pessoas com restries sociedade; no mbito projetual, no apenas a antropometria e as incapacidades devem ser avaliadas, como mecanismos devem ser criados para que as desvantagens sejam eliminadas ou minimizadas; e no mbito psicolgico, o usurio deve ser o centro do processo, no limitado as suas capacidades fsicas ou intelectuais, mas incorporando suas experincias, sentimentos e percepes na utilizao dos produtos, servios e ambientes.

    Sob esta viso, o design inclusivo pode abranger alguns temas e se relacionar com disciplinas cientficas independentes. Aqui, consideraremos os Princpios Universais do Design propostos por

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    Lidwell, Hoden e Butler (2010), a Gesto do Design e Metodologia de Projeto como temas a serem considerados nesse escopo. Da mesma maneira, interpretamos a apropriao dos Sete Princpios do Desenho Universal, do Universal Design, de Ron Mace, como ao estimulada pelo Decreto Federal

    Decreto n 5.296, de 2 de dezembro de 2004. E faremos um recorte em trs disciplinas ou abordagens que consideram o usurio como elemento importante para a estratgia de desenvolvimento de produtos: a Ergonomia, a Usabilidade e o Design Centrado no Usurio (como esquematiza a figura 2).

    Figura 2 Escopo do Design Inclusivo tratado nessa pesquisa. Fonte: Os autores (2012).

    Como estratgia, o design inclusivo desenvolve aes de Gesto de Design, onde um dos objetivos promover a vantagem competitiva e o diferencial de mercado a partir da acessibilidade e da incluso social. O pensamento simples: quanto mais usurios podem utilizar um produto, servio ou sistema, maior a rea de atuao. Importante destacar, que o Design Inclusivo no est restrito aos usurios com qualquer tipo de deficincia ou restrio, mas tambm envolve usurios historicamente excludos dos briefing de desenvolvimento de produto no-temtico, como crianas, adolescentes e idosos. Outra estratgia da gesto do design inclusivo promover a adeso de empresas e indstrias, destacando o marketing da incluso social como elemento de reconhecimento e

    fidelizao e desmistificando que o produto inclusivo tm custo de fabricao elevado em relao ao produto similar no inclusivo (COLEMAN et al, 2011).

    Nesse contexto, Morrow (2002) destaca os argumentos que fundamentam a Estratgia da Gesto do Design Inclusivo, com nfase na acessibilidade do ambiente construdo:

    Argumento moral: todos tm direito de participar da vida em comunidade;

    Argumento em relao sustentabilidade: ambientes inclusivos promovem a plena ocupao do espao urbano, preferencialmente prximo ao local de moradia. Desta forma, no h abandono, regies desabitadas propensas ao

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    vandalismo, comrcio local inexpressivo ou inexistente, deslocamento para outras regies, que em conjunto geram consumo (combustvel, novos recursos fsicos para a reorganizao urbanstica, etc);

    Argumento profissional: entidades de classe privilegiam a responsabilidade social de forma semelhante a capacidade tcnica e criativa.

    Argumento econmico: o ambiente inclusivo atrai um nmero maior de usurios. So mais pessoas comprando e consumindo servios em relao a ambientes que limitam seu acesso e utilizao.

    Argumento legal: legislao,

    obrigatoriedade e inspeo no cumprimento de condies mnimas de acessibilidade e incluso esto presentes na sociedade atual

    A formulao da estratgia ainda deve destacar trs fases: a anlise competitiva externa, onde se verifica a situao da empresa em relao a aos concorrentes; a anlise competitiva interna, os pontos forte e fracos da empresa devem ser ponderados e realinhados; e os objetivos da organizao, definindo a tica, a cultura e a misso da empresa (MOZOTA, KLPSCH e COSTA, 2011). A partir destas definies, a escolha da Metodologia de Projeto a fase onde se define que elementos do design e de disciplinas ou abordagens independentes que podem ser colaborar com o processo de desenvolvimento de produto ou sistema, onde acessibilidade e incluso social devem configurar como qualidades intrnsecas do resultado obtido.

    Hosking e Walker (2011) desenvolveram uma Metodologia de Processo, fundamentada para o

    design inclusivo, que apresenta 4 perguntas bsicas: Quais so as necessidades do usurio? Como as necessidades podem ser atendidas? Quo bem so as necessidades satisfeitas? O que devemos fazer em seguida? Estas 4 questes fundamentais do projeto so resolvidas atravs de sucessivos ciclos de criao, explorao e avaliao, guiados pela gesto do design. Estes autores tambm elaboraram um conjunto de aes que o designer deve aplicar na gerao do conceito do produto ou sistema inclusivo, e que pode ser resumido na lista a seguir:

    1. Refinar constantemente os ciclos de criao, explorao e avaliao, at a obteno de resultado satisfatrio em todos os requisitos do briefing do projeto;

    2. Elaborar testes rpidos, com prototipagem rpida e rudimentar, no incio do processo;

    3. Manter a simplicidade: pode ser feito com menos?

    4. Entender as deficincias apenas uma parte para entender a diversidade;

    5. Considerar o contexto da atividade do usurio;

    6. Ir a fundo para descobrir o que as pessoas realmente fazem, querem e precisam;

    7. Complementar a opinies com provas;

    8. Ser flexvel, oscilando entre criatividade e pensamento crtico

    Como pode ser observado na lista de aes sugerida por Hosking e Walker (2011), os ciclos de criao so interpolados pelos de explorao e avaliao. Para auxiliar na criao, o designer pode abranger temas do design como os Princpios Universais do Design e tambm se apropriar de conceitos elaborados por outras abordagens do design centrado na acessibilidade e incluso social, como os Sete Princpios do Desenho Universal.

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    Os Princpios Universais do Design foram tratados por Lidwell, Hoden e Butler (2010) a partir da identificao de conceitos de design que se mostram interdisciplinares. Assim, os autores converteram os conceitos em: leis, tendncias humanas, diretrizes e consideraes gerais de design. Ao todo, foram apresentados 125 conceitos extrados a partir de uma seleo preliminar. Tais conceitos foram divididos em cinco grupos e o critrio para a separao dos mesmos foi o atendimento cinco questionamentos apresentados. Contudo, pela interdisciplinaridade e abrangncia dos conceitos, alguns se apresentam em mais de um grupo.

    Os questionamentos realizados para a diviso dos grupos foram os seguintes: Como posso influenciar a maneira que o design percebido? Como posso ajudar as pessoas a aprender com o design? Como posso melhorar a usabilidade do design? Como posso aumentar o apelo do design? Como posso melhorar as decises de design?

    Para o questionamento Como posso

    influenciar a maneira que o design percebido?, existem os seguintes princpios relacionados: affordance, alinhamento, antropomorfismo, fechamento, cor, destino comum, consistncia, constncia, preferncia pelo contorno, razo entre

    rosto e corpo, relao figura/fundo, cinco cabides, boa continuidade, diagrama de Gutenberg, destaque, horror ao vcuo, representao icnica, cegueira por desateno, efeitos por interferncia, lei da pregnncia, camadas, legibilidade, mapeamento, sensibilidade orientao, sugesto subliminar, proximidade, efeito vermelho, relao sinal/rudo, deteco de ameaas, projeo tridimensional, vis da iluminao de cima para baixo, conectividade uniforme, visibilidade e ressonncia visuoespacial.

    No tocante ao item Como posso ajudar as pessoas a aprender com o design?, foram relacionados os seguintes princpios: acessibilidade, organizador prvio, biofilia, efeito catedral, segmentao, condicionamento clssico, comparao, profundidade de processamento, efeito de mera exposio, condescendncia, entra lixo sai lixo, hierarquia, imerso, efeitos de interferncia, pirmide invertida, camadas, legibilidade, modelo mental, mnemnica, condicionamento operante, carga de desempenho, efeito da superioridade da imagem, revelao progressiva, facilidade leitura, reconhecimento versus lembrana, pedra de roseta, efeitos da posio serial, modelagem, relao sinal/rudo, fator de fixao, narrao e efeito Von Restorff.

    No questionamento Como posso melhorar a usabilidade do design?, os princpios so apresentados foram: efeito esttica/usabilidade, alinhamento, antropomorfismo, arqutipos, alinhamento de rea, vis esttico, vis do rosto de beb, condicionamento clssico, dissonncia cognitiva, cor, espao defensvel, ponto de entrada, efeito de mera exposio, razo entre rosto e corpo, seqncia de Fibonacci, enquadramento, proporo urea, fixao de caador/criador, mimetismo, efeito da aparncia facial mais prxima da mdia, condicionamento operante, densidade proposicional, perspectiva/refgio, efeito vermelho, regra dos teros, preferncia pela savana, escassez, auto-

    semelhana, relao sinal/rudo, semelhana, fator de fixao, narrao, simetria, vis de iluminao de cima para baixo, Uncanny Valley, efeito Veblen, Wabi-Sabi e relao cintura-quadril.

    Por fim, para o questionamento Como posso

    melhorar as decises de design?, so indicados os

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    seguintes conceitos: regra 80/20, acessibilidade, comparao, convergncia, custo/benefcio, design por comit, ciclo de desenvolvimento, erros, efeito de expectativas, fator de segurana, ciclo de feedback, compensao entre flexibilidade e usabilidade, forma segue a funo, congelamento/fuga/luta/entrega, entra lixo sai lixo, hierarquia de necessidades, iterao, ciclo de vida, modularidade, mais avanado embora aceitvel, distribuio normal, no inventado aqui, navalha de Occam, desempenho versus preferncia, personas, prottipos, redundncia, satisfao, falcia de escalabilidade, formas estruturais, princpios da incerteza e elo mais fraco.

    Esses princpios possuem em comum a

    preocupao de uma interao com o artefato de uma maneira mais objetiva, prazerosa e fundamentada. Alm disso, os autores apontam que ao considerarem esses Princpios Universais do Design corretamente, o projetista tende a conceber uma interface mais simples e universal, elementos determinantes em outra abordagem de design centrado no usurio, o Universal Design, ou no Brasil, Desenho Universal.

    O conceito de Desenho Universal foi incorporado na Legislao Brasileira no Decreto n 5.296, de 2 de dezembro de 2004, como concepo de espaos, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes caractersticas antropomtricas e sensoriais, de forma autnoma, segura e confortvel, constituindo-se nos elementos ou solues que compem a

    acessibilidade (BRASIL, 2004). Do universo do Desenho Universal o que mais se destaca o conceito dos Sete Princpios, utilizados por alguns pesquisadores para promover a acessibilidade no ambiente construdo (SILVA, CARDOSO, SCHERER, 2011; LIRA, et al, 2011).

    Os Sete Princpios do Desenho Universal so uso equiparvel; uso flexvel;simplicidade e intuio; informao perceptvel; tolerncia ao erro;

    pouca exigncia de esforo fsico; tamanho e espaos para acesso e uso.

    Relembrando as aes sugeridas por Hosking e Walker (2011), que recomenda o refinamento do produto ou sistema inclusivo atravs de ciclos de explorao e avaliao, o design inclusivo pode (e deve) se relacionar com outras disciplinas cientficas independentes que tem o usurio no centro do processo, como a Ergonomia, a Usabilidade e o Design Centrado no Usurio.

    4.1 Ergonomia

    A Ergonomia, ou Fatores Humanos, definida pela Associao Internacional de Ergonomia como uma disciplina cientfica relacionada ao entendimento das interaes entre os seres humanos e os outros elementos ou sistemas, e aplicao de teorias, princpios, dados e mtodos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. (MORAES E MONTALVO, 2010, p. 18). Os domnios da Ergonomia so divididos em 3 reas: Ergonomia Fsica, relacionada a anatomia humana e a atividade fsica exercida; Ergonomia Cognitiva, relacionada aos processo mentais do homem, envolvendo a campo das decises, desempenho e aprendizado; Ergonomia Organizacional, relacionada a otimizao de sistemas organizacionais (MORAES E MONTALVO, 2010).

    A Ergonomia fsica e cognitiva so as que,

    normalmente, fornecem teoria e mtodos de pesquisa ao design inclusivo. A antropometria, fisiologia e biomecnica auxiliam na compreenso da capacidade

  • 49

    e restrio fsica do usurio, as pesquisas relacionadas percepo e memria podem contribuir, por exemplo, para idealizao de signos facilmente identificados durante o uso de um equipamento urbano.

    A partir da Ergonomia desenvolveu-se outra disciplina, a Usabilidade, que estuda a relao homem x tarefa x produto/sistema, com o objetivo de de quantificar e qualificar o quanto este produto ou sistema adequado ao contexto de uso.

    4.2 Usabilidade

    Vrios autores contribuem para o entendimento do que usabilidade, mas a definio mais adotada esta na ISO 9241-11 (2002), que define usabilidade como medida na qual um produto pode ser usado por usurios especficos para alcanar objetivos especficos com eficcia, eficincia e satisfao em um contexto especfico de uso. Neste contexto, as medidas de eficcia, eficincia e satisfao podem variar conforme o contexto de uso e esto relacionadas aos objetivos de usabilidade desejveis do produto ou sistema, como: adequado s necessidades para usar facilmente, facilidade de aprender, tolerncia a erros ou legibilidade.

    Para a avaliao da usabilidade de um produto ou sistema, foram desenvolvidos vrios mtodos, que podem ser aplicados de 3 maneiras, conforme Tanure (2008, p.47): anlise funcional: o espectro das funes suportadas pelo equipamento; anlise de

    cenrio: o desempenho de seqncias particulares das atividades; anlise estrutural: testes no destrutivos a partir de uma perspectiva centrada no usurio.

    Os mtodos da usabilidade podem ser aplicados em todas as etapas de desenvolvimento de produto inclusivo ou no, bem como na avaliao ps-desenvolvimento e para certificao tcnica, porque permitem a anlise das necessidades do usurio, a partir da viso do prprio usurio. Estes mtodos consideram no apenas as restries fsicas, sensoriais e cognitivas dos usurios, mas tambm contextualizam o ambiente fsico e cultural em que o produto est inserido.

    Para uma aplicao com nfase na usabilidade minimamente elaborada, se faz necessrio planejar um estudo de usabilidade. Para tanto, Tullis e Albert (2008) propem que, em princpio, deve-se entender os objetos de estudo e os objetivos do usurio, para ento escolher as mtricas corretas, a fim de obter o feedback mais confivel possvel. Alm disso, os autores apresentam dez cenrios nos quais a pesquisa de usabilidade dever se enquadrar. Os cenrios so os seguintes: concluindo uma transao, comparao de produtos, avaliao do uso freqente do mesmo produto, avaliao tipo navegao\arquitetura da informao, sensibilizao, descoberta de problemas, maximizao da usabilidade de um produto crtico, criao uma experincia geral positiva ao usurio, avaliando o impacto de mudanas sutis, e comparando projetos alternativos.

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    Figura 3 Esquema do planejamento de um estudo de usabilidade segundo Tullis e Albert (2008). FONTE: Silva (2012).

    No escopo da usabilidade existe o recorte do uso intuitivo, tratado por Naumann et al (2007) e Silva (2012). Naumann et al (2007) sugere que o uso intuitivo ocorre a partir da interao do sujeito com uma mquina no intuito de realizar algum objetivo. Para os autores, esse sujeito deve buscar a partir de seus conhecimentos anteriores referncias que iro

    nortear a interao. Silva (2012), por sua vez, apresenta de forma exploratria, algumas abordagens para o uso intuitivo. So elas: reconhecimento do produto sem apresentao do mesmo; reconhecimento com apresentao e familiaridade com o mesmo; influncia a partir das expectativas estereotipadas; explorao do produto atravs de um estmulo sensorial; e primeira experincia de uso em um contexto diferente para o participante. Nesse ltimo, o autor avaliou a plataforma-elevatria da estao-tubo de Curitiba-PR, com usurios que nunca antes tinham utilizado esse equipamento, tampouco utilizado cadeira de rodas. Como resultado, foi identificado que a maneira de acionar um controle e

    sua cor influenciam fortemente para o sucesso de uma tarefa no contexto do uso intuitivo.

    Alm disso, Silva e Okimoto (2011) apontaram alguns aspectos para o uso intuitivo, que

    em sua maioria, foram considerados a partir dos Princpios Universais do Design. So eles: Affordances, atratividade, cor, efeito esttica/usabilidade, erros, fechamento, feedback, legibilidade, linha do desejo, mapeamento, metonmia, modelos conceituais, motivaes, ponto de entrada, restries, representao icnica e visibilidade. Os autores sugerem que uma vez considerados esses aspectos na interface tridimensional do produto, melhora a experincia com o mesmo.

    Nesse contexto, os insumos do estudo de usabilidade devero realimentar o sistema do Design Inclusivo, como algo que avaliado no decorrer do processo de desenvolvimento do produto, que dever ser projetado com nfase nos indivduos que iro interagir com o mesmo. Sendo assim, o produto ser

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    desenvolvido com nfase no usurio, que tambm insumo de pesquisa do Design Centrado no Usurio; tema que ser apresentado a seguir.

    4.3 Design Centrado no Usurio

    O design sempre teve em sua base a trade o Usurio x Produto x Fabricao (MOZOTA; KLPSCH; COSTA, 2011), porm muito se tem discutido sobre o quando o designer sabe sobre o usurio, se as pesquisas de marketing refletem a verdade, se no h particularismos e tendncias pessoais nos projetos. Assim, sugere-se a importncia da participao efetiva do usurio, tanto no inicio do processo de design, quanto nas avaliaes de prottipo e produto final (AMBROSE; HARRIS, 2011).

    Tambm conhecido como DCU ou User Centered Design, o Design Centrado no Usurio trata do desenvolvimento do produto a partir do usurio, seus requisitos e suas caractersticas (NIELSEN, 1993). O autor tambm comenta que o objetivo principal do DCU a melhoria da usabilidade e utilidade do produto para o usurio. A estratgia do Design Centrado no Usurio promover a interao do usurio final do produto ou sistema, j nas primeiras etapas do processo de design. Simes e Bispo (2006, pp 37-38) apresentam quatro nveis de interao dos usurios no processo de design:

    Usurio informado: est ciente do processo de design, no necessariamente fornecendo informaes. Todas as decises de projeto esto sob responsabilidade da equipe tcnica.

    Usurio consultado: est informado do processo de design e participa com informaes pessoais relevantes. As decises continuam sob responsabilidade da equipe tcnica, mas agora consideram as opinies dos usurios consultados.

    Usurio envolvido: o usurio participa de vrias fases do processo, inclusive na tomada de decises (previamente consentidas pela equipe tcnica). importante que o usurio participe inclusive das fases em que no est autorizado a decidir.

    Usurio empowered: o usurio tem autonomia e competncia para desenvolver o processo de design, sendo que a equipe tcnica permanece como moderadora ou facilitadora, sem participar das decises do processo.

    A importncia dos aspectos da interao do usurio no desenvolvimento do produto/sistema inclusivo exemplificada quando Hosking e Walker (2011) sugerem que o designer deve compreender o que as pessoas fazem, querem e precisam.

    5. DISCUSSO

    Em sntese, o Design Inclusivo, com os temas

    Princpios Universais do Design, Os Sete Princpios do Desenho Universal, e a interao de disciplinas como Ergonomia, Usabilidade e Design Centrado no Usurio, acrescido dos critrios propostos pelas Normas Tcnicas formam o contexto projetual da acessibilidade, conforme Fig. 4.

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    Figura 4 Representao grfica dos elementos do contexto projetual da acessibilidade. Fonte: Os autores (2012).

    Diante do exposto, consideramos que o uso da plataforma-elevatria ainda configurado, quase restritamente, a acessibilidade de edificaes publicas ou privadas (edifcios, casas, lojas, etc), sem uma abordagem criteriosa na sua utilizao em plataformas de embarque e desembarque de passageiros no transporte pblico, como as estaes-tubo em Curitiba, em mbito nacional e internacional.

    As Normas Tcnicas Brasileiras analisadas apresentam critrios ao dimensionamento e funcionamento (eletro-mecnico) da plataforma elevatria, atribuindo elementos mnimos segurana do usurio. No h recomendaes que promovam a participao do usurio no desenvolvimento do equipamento ou de que maneira os princpios do desenho universal possam ser aplicados na plataforma elevatria.

    No caso especfico da plataforma-elevatria, cujo objetivo promover a incluso social de pessoas com restrio de mobilidade (PRM) ao sistema de

    transporte pblico, fundamental que se avalie a acessibilidade do equipamento. Esta avaliao pode ser elaborada a partir do contexto projetual da acessibilidade, em dois processos: o primeiro seria comparar o produto com as recomendaes das Normas Tcnicas, e o segundo seria desenvolver uma pesquisa exploratria, empregando a metodologia do design inclusivo. Isso representaria a soma de teorias e mtodos de avaliao de diferentes disciplinas cientficas, como a Ergonomia, a Usabilidade e o Design Centrado no Usurio no mesmo contexto de uso.

    6. CONCLUSO

    Este artigo apresentou a reviso de literatura acerca do contexto projetual, com nfase na acessibilidade, do equipamento urbano denominado plataforma-elevatria. Este produto utilizado na cidade de Curitiba como instrumento de incluso social, possibilitando o acesso de pessoas com

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    restrio de mobilidade (PRM), ao sistema de transporte urbano.

    O contexto projetual da acessibilidade da plataforma-elevatria foi determinado como sendo a soma de dois campos de referencia: a Normatizao Tcnica e o Design Inclusivo. Dentro da Normatizao Tcnica foram avaliados Normas Brasileiras relacionadas a acessibilidade e produto similar (plataforma-elevatria estacionria) e Guias e Recomendaes Internacionais referentes a acessibilidade no transporte pblico. Dentro do escopo do design Inclusivo, destacaram-se temas do design, como Gesto do design, Metodologia de Projeto, Princpios Universais do Design, e Os Sete Princpios do Desenho Universal. Tambm foi destacado a interao entre o Design Inclusivo com outras disciplinas cientficas centradas no usurio, como a Ergonomia, Usabilidade e Design Centrado no Usurio.

    Ao final do artigo foram feitas consideraes sobre a acessibilidade da plataforma-elevatria e sugeridas novas reas de estudo e pesquisa exploratria sobre o equipamento.

    7. REFERNCIAS

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