Era uma vez O uso do lúdico na releitura dos contos de...

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______________________________________________________________________________________ Curso de Pedagogia Artigo Original Era uma vez... O uso do lúdico na releitura dos contos de fadas na educação infantil Once upon a time ... The use of playful reinterpretation of the fairy tales in children's education Daniele Paulino Guimarães 1 ,Ingrid de Oliveira , Patrícia Tomaz Mattão Rodrigues 2 Resumo Há muitos e muitos anos atrás, se iniciava a trajetória de uma grande história. Uma história cheia de perso- nagens importantes e envolvendo muitas terras diferentes, línguas e costumes. Essa história se tornou ao longo dos anos um marco em muitas culturas e países, ela começou com a iniciativa de vários escritores e repercutiu por toda parte, adquirindo assim muitas mudanças através do tempo. Durante os longos anos que se passaram desde que ela foi criada, a literatura infantil se tornou uma grande ferramenta no cotidiano das escolas nos dias atuais. Esta importante ferramenta é exemplificada pelo uso dos contos de fadas que trazem histórias envolventes, com enredos emocionantes e desfechos incríveis. A história de que estamos falando é a história dos Contos de Fadas e da Literatura Infantil, neste artigo estaremos apresentando um mundo de conhecimento sobre como elas surgiram, quem participou de toda a trajetória, com o objetivo de analisar as contribuições do lúdico na releitura dos contos de fadas na educação infantil, entre outras mara- vilhosas informações sobre essa história tão linda e tão importante nos dias de hoje que foram obtidas por meio de pesquisas bibliográficas e uma pesquisa de especificidade exploratória, quantitativa e descritiva. Palavras-chave: Educação Infantil; Lúdico; Contos de Fadas. Abstract Many many years ago, he began the career of a great story. A story full of important characters and involving many different lands, languages and customs. This story has become over the years a landmark in many cultures and countries, it began with the initiative of several writers and reverberated throughout, gaining many changes over time. During the long years that have passed since it was created, children's literature has become a major tool in the daily life of schools today. This important tool is exemplified by the use of fairy tales that bring compelling stories with exciting storylines and incredible outcomes. The story we are talking about is the story of Fairy Tales and Children's Literature, in this article we will be presenting a world of knowledge about how they arose, who participated in the entire trajectory, with the aim of analyzing the playful contributions in rereading the fairy tales in children's education, among other wonderful information on this story so beautiful and so important these days that were obtained through library research and explora- tory specific research, quantitative and descriptive. Keywords: Child Education ; Playful ; Fairy Tale ______________________________________________________________________________________ Contato:[email protected] [email protected] 1 Graduandas do curso de Pedagogia ICESP Promove. 2 Professora especializada do curso de Pedagogia do ICESP Promove.

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Curso de Pedagogia Artigo Original

Era uma vez... O uso do lúdico na releitura dos contos de fadas na educação infantil

Once upon a time ... The use of playful reinterpretation of the fairy tales in children's education Daniele Paulino Guimarães

1,Ingrid de Oliveira , Patrícia Tomaz Mattão Rodrigues

2

Resumo

Há muitos e muitos anos atrás, se iniciava a trajetória de uma grande história. Uma história cheia de perso-nagens importantes e envolvendo muitas terras diferentes, línguas e costumes. Essa história se tornou ao longo dos anos um marco em muitas culturas e países, ela começou com a iniciativa de vários escritores e repercutiu por toda parte, adquirindo assim muitas mudanças através do tempo. Durante os longos anos que se passaram desde que ela foi criada, a literatura infantil se tornou uma grande ferramenta no cotidiano das escolas nos dias atuais. Esta importante ferramenta é exemplificada pelo uso dos contos de fadas que trazem histórias envolventes, com enredos emocionantes e desfechos incríveis. A história de que estamos falando é a história dos Contos de Fadas e da Literatura Infantil, neste artigo estaremos apresentando um mundo de conhecimento sobre como elas surgiram, quem participou de toda a trajetória, com o objetivo de analisar as contribuições do lúdico na releitura dos contos de fadas na educação infantil, entre outras mara-vilhosas informações sobre essa história tão linda e tão importante nos dias de hoje que foram obtidas por meio de pesquisas bibliográficas e uma pesquisa de especificidade exploratória, quantitativa e descritiva.

Palavras-chave: Educação Infantil; Lúdico; Contos de Fadas.

Abstract

Many many years ago, he began the career of a great story. A story full of important characters and involving many different lands, languages and customs. This story has become over the years a landmark in many cultures and countries, it began with the initiative of several writers and reverberated throughout, gaining many changes over time. During the long years that have passed since it was created, children's literature has become a major tool in the daily life of schools today. This important tool is exemplified by the use of fairy tales that bring compelling stories with exciting storylines and incredible outcomes. The story we are talking about is the story of Fairy Tales and Children's Literature, in this article we will be presenting a world of knowledge about how they arose, who participated in the entire trajectory, with the aim of analyzing the playful contributions in rereading the fairy tales in children's education, among other wonderful information on this story so beautiful and so important these days that were obtained through library research and explora-tory specific research, quantitative and descriptive.

Keywords: Child Education ; Playful ; Fairy Tale

______________________________________________________________________________________ Contato:[email protected] [email protected]

1 Graduandas do curso de Pedagogia ICESP Promove. 2 Professora especializada do curso de Pedagogia do ICESP Promove.

INTRODUÇÃO

Atualmente, vivemos em uma sociedade em que as brincadeiras são irrelevantes e não são trata-das da maneira que e com a importância que deveri-am. Do mesmo modo que a literatura infantil tem sido deixada de lado no contexto de sala de aula, e em seu lugar tem sido cumprido apenas o que é propos-to pelos livros didáticos.

Dentro dessa perspectiva pergunta-se: Como uti-lizar o lúdico para realizar uma releitura dos contos de fadas? A hipótese levantada, retrata que através das brincadeiras e jogos é possível fazer essa relei-tura, pois a ludicidade trabalha com a sensação de prazer, que é ativado por meio da reconstrução de histórias infantis.

Sabe-se que o brincar é algo inerente a criança e que é uma forma de desenvolver as dimensões cog-nitivas, físicas e comportamentais. Porém para obter este desenvolvimento é preciso que haja investimen-to voltado para a construção de uma aprendizagem que envolva o brincar e ao mesmo tempo tenha co-mo base a literatura infantil.

O processo de aprendizagem é complexo, no en-tanto, a criança vai construindo e levantando hipóte-ses acerca desta aprendizagem. Nesse sentido é importante que a criança passe por experiências que promovam a exploração do espaço, de forma que ela possa aos poucos desenvolver aprendizagem de forma prazerosa e neste sentido o lúdico contribuirá para um aprender brincando.

Para a construção do referencial encontra-seproduções embasadas nos autores como: Sil-va(2009), Coelho (2000) , Dallabona (2012), Concei-ção (2012), Ferrari (2003), entre outros,suas obras foram essenciais no desenvolvimento do trabalho.

Dessa maneira o artigo, compõe-se por uma pes-quisa bibliográfica, pesquisa a campo com caráter exploratório e de natureza quantitativa. O desenvol-vimento dessas metodologias tem a intenção de mostra de que maneira a releitura dos contos de fada sendo trabalhada juntamente com o lúdico poderá-contribuir no processo de aprendizagem da criança na educação infantil.

O objetivo geral consiste em analisar a contribui-ção do lúdico na releitura dos contos de fadas na educação infantil.

Para nortear o desenvolvimento do trabalho, descrevem-se os seguintes objetivos específicos: Explicar o conceito e a trajetória histórica da literatu-ra infantil; Descrever a origem dos contos de fadas; Relacionar a ludicidade e a Educação Infantil; Anali-sar o reconto através do lúdico.

Com o objetivo de compreender a relação do uso do lúdico na releitura dos contos de fadas na educação infantil, optou-se por uma metodologia de pesquisa bibliográfica, exploratória e quantitativa.

A análise de dados nos deu base para obser-var de que maneira é trabalhado o reconto e o lúdi-co dentro de sala de aula no dia a dia e como os

alunos vêm essa prática.A partir dessa perspectiva, é possível observar que mesmo tendo consciência de que a união do reconto com o lúdico é algo que trará um retorno positivo, o cotidiano corrido não permite que seja utilizado com frequência essa prática.

1 – Literatura Infantil

Existem várias formas de se começar uma história, “era uma vez”, “em um belo dia”, “naquela manhã”... Mas dessa vez vamos iniciar essa viagem de uma maneira diferente. Antes de tudo voltaremos ao século XVII e imaginaremos a sociedade antiga onde crianças, jovens e adultos não tinham nenhum tipo de restrição, todos participavam das mesmas reuniões, praticavam os mesmos costumes e exerci-am as mesmas funções dos demais. Imagine-se num lugar onde a escrita era uniforme e não existia um diferencial para idades, todos eram apresentados e educados da mesma maneira.

A partir de tudo isso é que foram criadas as tão famosas literaturas infantis, pensando na dificuldade apresentada pelas crianças, vários escritores trans-formaram o que era desagradável e muitas vezes assustador em algo atrativo e cheio de emoção e imaginação. O principal foco da literatura infantil foi reestruturar um modelo de vida, ou seja, buscaram novos métodos para trabalhar diretamente com as crianças e assim separar cada uma delas do meio social para que pudessem aprender o que seria ne-cessário no tempo correto.

Mas para falar de literatura infantil temos que definir o que é literatura. O termo literatura vem do latim “litteris” que significa letra ou escrita, que tam-bém quer dizer escritos e cartas e até tem semelhan-ça com escrita ou impressa, sendo assim sabemos então que, literatura num contexto social quer dizer “letras escritas em cartas”.

Um texto que contém beleza, emoção e princi-palmente traz conhecimento ao leitor. Ao estudarmos mais profundamente a literatura, é possível identificar que o ser humano insiste numa busca por conheci-mento e é através das histórias contadas e ouvidas que grande parte desse conhecimento é adquirido. Quando criança, escutamos várias histórias sobre a vida de nossos pais ou avós, além de contos de fadas e histórias do passado, tudo isso nos faz refletir muito sobre o que imaginamos da vida, mas com o passar do tempo acabamos vendo que nem todos os contos de fadas se realizam na vida real.

Nem todos os textos são literatura, um grande exemplo que temos são os textos científicos, onde os cientistas apresentam suas abordagens, estudos e ideias, mas sem a intenção de tocar o sentimento do leitor ou atraí-lo para a história, a ideia de instruir o leitor para um assunto é o maior objetivo do escritor, porém ele não utiliza o efeito emocional, ele trabalha o assunto de uma maneira mais direta. A literatura é o texto que afeta a emoção do leitor e faz o uso direto

da beleza em sua linguagem, o escritor apresenta a história e o leitor vivencia o que lê.

Com a literatura a criança começa a ter uma noção maior do mundo que vive, ela adquire conhe-cimento a partir das histórias que ouve e das explica-ções que recebe, então compreende mais facilmente tudo ao seu redor. A leitura é um fator de extrema importância, pois assim as crianças podem receber mais conhecimento quando compreendem algum assunto específico.

Ao ingressar no período letivo, as crianças sempre pegam livros e tentam fazer a leitura como os adultos fazem. Mudam a entonação da voz nos qua-drinhos que apresentam cenas diferenciadas, como momentos de tensão ou até mesmo suspense. É através dessa leitura imaginaria que eles despertam a vontade de aprender mais. Os contos de fadas são um ótimo atrativo para as crianças, pois apresentam histórias simples que mexem bastante com a imagi-nação.

Unindo todas estas informações, conclui-se que a literatura infantil é o método utilizado para edu-car as crianças através da leitura de contos de fadas e histórias em quadrinhos. Esta forma de ensino é utilizada para que as crianças se sintam mais atraídas por tudo que é apresentado na sala de aula.

1.1 - História da Literatura Infantil

A literatura está presente em vários aspectos da vida do ser humano, ela é até hoje um dos princi-pais veículos para a história das culturas. A Literatura Oral e a Escrita foram as principais formas utilizadas para que hoje tenhamos acesso à nossa história.

(Coelho, 2000) A literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é a arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. A literatura infantil tem o poder de ilustrar uma história de vida em um conto de fadas, que desperta total interesse na criança, e as-sim ajuda na formação da mentalidade e trabalha fluentemente com a imaginação da mesma.

A literatura infantil tem seu início nos séculos XVII e XVIII, com elaboração dos primeiros livros para as crianças onde as histórias tinham uma estrutura maniqueísta

3, que tinham o objetivo de expressar

claramente o bem a ser aprendido e o mal a ser des-prezado, justamente com a função de educar moral-mente as crianças. Muitos contos de fadas conheci-dos na atualidade são edições das narrativas folclóri-cas contadas pelos camponeses, porém, com a ex-clusão de passagens que apresentavam canibalismo e até mesmo conteúdo incestuoso.

Com o destaque da burguesia, na sociedade houve a necessidade de criar uma maneira especial para educar as crianças. A Literatura Infantil é um

3Maniqueísta- que/aquele que só concebe o

bem e o mal em termos absolutos.

recurso que atende grande parte das dificuldades que crianças apresentam. De acordo com Coelho (2000) a literatura infantil é um agente formador, por excelên-cia, ligada desde a origem à diversão ou ao aprendi-zado das crianças, obviamente sua matéria deveria ser adequada à compreensão e ao interesse desse peculiar destinatário.

Os primeiros textos escritos foram elaborados por professores, sendo estes: textos educativos, tra-duções e adaptações de estratégias. Os principais autores foram Perrault (A Bela Adormecida no Bos-que, Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Gata Borralheira entre outros), Frank Baum (O Mági-co de Oz), Christian Andersen (O Patinho Feio, O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia e outros), Lewis Carrol (Alice No País das Maravilhas, A Morsa e o Carpinteiro), Collodi (Pinóquio) e os Irmãos Grimm (Rapunzel, Cinderela, Branca de Neve, O Ganso de Ouro e outros mais).

Ente os séculos XIV e XVI as crianças eram

vistas como um adulto em miniatura. Nestes séculos as crianças recebiam basicamente o mesmo trata-mento dos adultos e a infância era apenas um curto estágio até que elas começassem a participar direta-mente das reuniões sociais e de todos os eventos do restante da comunidade. Ser criança era apenas uma fase e tudo que elas aprendiam era com a convivên-cia com os adultos, no decorrer do tempo e no dia-a-dia. De acordo com Coelho (2000) a criança é vista como um adulto em miniatura, cujo período de imatu-ridade (infância) deve ser encurtado o mais rapida-mente possível, Nelly ainda afirma que a educação era rigidamente disciplinadora e punitiva; utilizavam-se nesta época a literatura exemplar, que procurava levar o pequeno leitor a assumir, precocemente, ati-tudes consideradas “adultas”.

A Literatura é uma base fundamental para o crescimento, desenvolvimento e convívio do ser hu-mano, pois por intermédio da escrita e da oralidade é que existe a propagação do conhecimento que é ad-quirido ao longo dos anos.

1.2 - A Literatura Infantil no Brasil

Logo após a grande trajetória da literatura in-fantil na Europa do século XVII foi a vez do Brasil iniciar a sua caminhada nesse novo rumo. Lia Cuper-tino diz que existiu uma “condição colonial” que se baseou na importação de modelos culturais da Euro-pa. Ao final do século XIX a Literatura Infantil chega ao país com os mesmos propósitos que a fizeram surgir na Europa, formar a criança e ensinar os com-portamentos desejáveis. Não era como um entreteni-mento ou algo semelhante e sim um método pedagó-gico para educar. A literatura Infantil brasileira passou por longos processos de transformações e adapta-ções, desde obras vindas da Europa e principalmente as portuguesas. Aos poucos foi atingido a identidade brasileira com diversas histórias originais.

Os encarregados de traduzir e adaptar as obras para o público nacional foram Carlos Jansen e Figueiredo Pimentel. Jansen elaborou vários livros e um dos mais importantes foi “Contos Seletos de Mil e Uma Noites” (1882). Pimentel, também fez várias publicações e uma das que teve mais destaque foi “Contos da Carochinha” (1894).

Somente após a Proclamação da República que a literatura infantil se tornou mais perceptível. Podemos relatar que a literatura brasileira está ligada a abolição da escravatura, pois se tornava necessário demonstrar uma imagem de um Brasil moderno.

Com o novo sistema de governo que foi aderi-do após a Proclamação da República, o país passou por uma reestruturação e uma modernização em to-dos os aspectos. A educação era onde estavam de-positadas as maiores expectativas, pois com a mu-dança do Regime Militar (1964-1985) para uma de-mocracia a escola teria mais oportunidade de apre-sentar um conteúdo de qualidade para formar cida-dãos ativos na sociedade.

Baseado no novo método de ensino a tradução de vários textos estrangeiros e adaptações de obras de Portugal foram às primeiras publicações da litera-tura infantil em nosso país. Em meados de 1920, o Brasil apresentou uma literatura com moldes euro-peus, os escritores brasileiros repetiram e recriaram fatos recorrentes à Europa, como as adaptações de Dom Quixote (1936), Peter pan (1930), Minotauro (1939), a Aritmética da Emilia (1937), História da Tia Anastácia (1937) e tantos outros.

O objetivo era apresentar algo novo e as tra-duções foram os primeiros passos. Escritores nacio-nais também se inspiraram e escreveram obras, nelas procuravam descrever o Brasil como um país de futu-ro promissor e brilhante, além das fortes referências à natureza exuberante que é até hoje uma das marcas do nosso país. É importante lembrar que as primeiras obras publicadas no Brasil são vistas com estranhe-za, pois seus escritores não mostraram preocupação em adaptar a linguagem para o público infantil, pois como eram traduções e adaptações, a linguagem é um pouco erudita

4. No Brasil os contos de fadas re-

ceberam o nome de carochinhas e surgiram em mea-dos do sec.XIX.

De 1921 até a década de 40 ocorreram novas mudanças na literatura Brasileira. Monteiro Lobato vem romper a dependência do Brasil aos moldes europeus. Introduzindo novos contextos a nossa lite-ratura, apresentando personagens falantes e dando um novo discurso até para o narrador.

Monteiro Lobato foi o autor que demonstrou maior interesse em apresentar uma linguagem direci-onada especificamente para as crianças, Sítio do Pica Pau Amarelo foi sua obra de maior destaque e que até hoje encanta adultos e crianças. Monteiro Lobato foi quem de fato iniciou a Literatura Infantil no Brasil,

4Erudita - é uma linguagem que implica conhecimento e é um

tanto preciosa e rebuscada, atualmente o seu uso quase que se restringe aos pesquisadores da linguagem e os linguistas.

pois ele trouxe uma linguagem coloquial e de fácil acesso a todos, além de histórias atrativas com per-sonagens inusitados.

Com a modificação que ele fez no ramo da lite-ratura infantil a produção literária cresceu em grande escala nos anos de 1920 até 1945, isso aumentou o interesse das editoras em publicar obras para o mer-cado infantil. Porém na década de 20 o maior desta-que foi Monteiro Lobato que durante mais de 20 anos se tornou o dominador da literatura infantil.

Durante alguns anos esse modelo lobatiano sofreu um retrocesso e foi exaustivamente repetido – 1945 até metade de 1960 – apenas nos anos 70, graças ao fortalecimento das editoras e o apoio do governo em campanhas de incentivo a leitura foi que a literatura infantil começou a crescer novamente e então teve maior diversidade.

Hoje a literatura infantil está presente dentro das escolas e não apenas nas estantes guardada entre bonecas e carrinhos. Com o crescimento da literatura infantil no Brasil, hoje a utilizamos em várias ocasiões e é tido como um dos melhores métodos para educar, pois com as várias transformações que ela recebeu durante os anos temos em mãos uma ferramenta de grande utilidade, apesar de ainda so-frer grandes mudanças até os dias de hoje, a literatu-ra infantil é completa e é um dos recursos mais utili-zado em sala de aula.

1.3 - A Literatura Infantil na Escola

Dando continuidade pelo passeio dentro da lite-ratura infantil, entraremos no mundo onde a escola mostra o seu papel e objetivo no universo da literatu-ra. Diante de todas as informações que já pudemos adquirir com os temas anteriores, iremos concretizar a história da literatura infantil e sua trajetória até con-quistar as salas de aula e fazer parte da vida de mui-tos seres humanos.

A escola apresenta um novo mundo para os alunos, o mundo onde elas aprendem a decifrar os códigos que os adultos utilizam no dia-a-dia com ta-manha facilidade. Com o uso da literatura infantil o professor mostra ao aluno como compreender os “códigos” que os adultos chamam de letras, palavras, frases e textos, esses códigos que até então eram vistos como desenhos estranhos, passam a ser inter-pretados e decifrados após o momento que o profes-sor embala as crianças com contos de fadas e outras histórias.

A criança se interessa pela leitura de uma forma extraordinária em sua formação educacional, mas infelizmente grande parte delas perde um pouco desse interesse com o passar do tempo. É comum que depois de aprender a ler, poucos alunos não se interessam mais pelos livros, pelas histórias ou pelos contos de fadas, a televisão, os videogames, os com-putadores e atualmente os smartphones são o que mais tomam tempo e despertam o desejo dos peque-nos, sendo assim acabam tomando boa parte da ocupação no dia-a-dia de alguns. Mas como Nelly

afirma, a Literatura Infantil cumpre uma tarefa impor-tante na sociedade que se transforma a cada dia. Ela tem a função de agente de formação pois em todos os momentos contribui para que a formação da crian-ça aconteça.

A existência de um espaço literário dentro da escola é muito importante para a formação cultural dessas crianças. A biblioteca não deve ser o único lugar onde a leitura é tratada com importância, as escolas devem investir em projetos de leitura, entre outras coisas que envolvem a literatura. Muitas vezes as crianças perdem o interesse pela leitura pela falta de um incentivo para que continuem lendo e criando gosto pela leitura, esse incentivo não deve partir so-mente da escola, mas também dos pais e até da co-munidade. Quanto mais incentivo para a leitura me-lhor.

Dentre todas as preocupações que o profes-sor deve ter, o cuidado com os livros que utiliza deve ser uma das maiores. As crianças sempre seguem aquilo que vêem e se o professor cuida dos livros, se preocupa em mantê-los limpos e organizados as cri-anças irão perceber que existe a necessidade de se manusear com cuidado aquele objeto, irão adquirir respeito para com os livros, pois ao longo do tempo vão percebendo que não é um brinquedo e merece todo zelo possível. O segundo fato é, quando o pro-fessor faz gestos ao ler uma história, quando ele faz mudanças na voz em certos pontos da história, quan-do ele cria um suspense para os alunos, ele desperta sentidos que eles ainda não conheciam e assim com essas novas sensações é que eles vão aprendendo a criar o gosto pelas histórias.

Os momentos de leitura são sempre cheios de fantasia e esperança, as crianças sonham com esses momentos e aguardam ansiosos. O professor tem em mãos um auxilio de extrema eficácia basta a ele utilizar da forma correta e não permitir que ela seja substituída para que assim a escola possa jun-tamente com o professor cumprir o seu dever de edu-car um novo cidadão.

2 - A ORIGEM DOS CONTOS DE FADAS

Vamos começar este assunto de uma forma inusitada, dessa vez estaremos em um mundo distan-te. Para entrar neste mundo iremos utilizar uma de-terminada senha que basicamente é o que inicia a maioria dos contos de fadas. Você já consegue ima-ginar? É claro que sim, é exatamente essa antiga e tão conhecida frase. Esta frase irá se tornar uma cha-ve mágica, essa , por sua vez, abrirá portas também mágicas que irão nos levar a reinos magníficos que são deslumbrantes e muito apreciados por alguns leitores e ouvintes.

Para nos auxiliar nessa viagem iremos menci-onar autores e algumas de suas frases e de inicio iremos compreender o motivo pelo qual os autores utilizam frases como “Era uma vez” para iniciar as histórias...

Silva (2009, p. 68) relata que “A partir das pala-vras de encantamento dessa fórmula de abertura, as relações com o real e o plausível são rompidas, e tudo que acontece no plano das ações, por mais ex-traordinário que apareça, torna-se acreditável”. Con-forme as ideias apresentadas, podemos notar que o uso das palavras que encantam os inícios das histó-rias tais como “Era uma vez”, “Em um reino não muito distante”, entre outras, embalam o leitor e o faz acre-ditar que todas as coisas inacreditáveis que aconte-cem no decorrer da história realmente podem se tor-nar reais, até mesmo as mais diferentes criaturas podem ser reais. Isso é o que mostra como a imagi-nação é despertada através da leitura. Mas espera um pouco, antes de nos aprofundarmos no assunto vamos compreender melhor sobre o que iremos falar. Pra começar, vamos entender o termo “conto de fa-das”.

Para Coelho (2000) o conto de fadas é de natu-reza espiritual/ética/existencial. Originou-se entre os celtas, como heróis e heroínas, cujas aventuras esta-vam ligadas ao sobrenatural, ao mistério do além-vida e visavam a realização interior do ser humano.

Os contos de fadas são um tipo de variação dos tão conhecidos contos populares e fábulas, ge-ralmente retratam a história de heróis ou heroínas que tem de enfrentar variados obstáculos para con-quistar aquilo que desejam. Em grande parte das histórias esses obstáculos estão ligados ao mal e trazem sempre lições de vida para o leitor. Apesar de o termo fazer menção às fadas nem sempre elas aparecem nos contos. Em alguns exemplos como Chapeuzinho Vermelho, Os 3 Porquinhos, João e Maria, entre outros podemos perceber a ausência de uma fada ou um ser mágico qualquer. Apesar de exis-tirem variados casos da ausência de uma fada, os contos de fada tem sempre um enredo semelhante.

Para compreender melhor o uso da palavra fa-da é necessário entender a sua origem, que é no latim fatum e significa destino. Ela representa uma ligação do sonho com os ideais, do desejo inconcebí-vel e a realização de tal desejo. Um grande exemplo disso é a história de Pinóquio, o boneco de madeira que ganhou vida através do desejo de Gepeto (seu criador) e dos encantamentos da Fada Azul que atendendo ao pedido do velho, deu vida ao boneco e assim ele se tornou um menino.

O próximo passo dessa caminhada é compre-ender o inicio de tudo isso. Quando surgiram os con-tos de fada? Bom, os contos de fadas nem sempre tiveram o padrão que conhecemos hoje, inicialmente as histórias eram repletas de violência, assassinatos e vingança. O maior objetivo era alertar as crianças, contavam histórias absurdamente violentas para que os pequenos tomassem como exemplo certas atitu-des e não as cometesse no futuro. Porém na Idade Média surgiu Charles Perrault que se tornou o pionei-ro dos contos de fadas. Perrault responsabilizou-se por deixar as histórias mais atrativas e acabou tran-quilizando as mães que se espantavam com as histó-

rias que as crianças eram obrigadas a ouvir. No sécu-lo XVIII foram Jacob e Wilhelm Grimm, os famosos irmãos Grimm que fizeram história na Alemanha e no mundo e na Dinamarca Hans Christian Andersen também acabou se destacando. Estes autores segui-ram a linha de ideias de Perrault e elaboraram histó-rias baseadas nos contos folclóricos e culturais, cri-ando assim a “moral da história” e amenizando os enredos.

Mas por que os autores mudaram os contos folclóricos, trazendo tanta fantasia e sentimentalismo? Bom, o maior motivo de tudo isso é a influência que essas histórias trazem para as crianças. O impacto psicológico causado por essas histórias poderia aca-bar frustrando os sonhos de uma criança e pensando nisso foi que os contos de fadas surgiram.

Trazendo amor, esperança, magia, finais feli-zes e a lição de que sempre o bem vence o mal, os contos de fadas transformaram as histórias macabras dignas de pesadelos, em lindas histórias que são o sonho de muitas meninas e meninos.

2.1 – Os contos de fadas na formação da criança

É muito importante lembrar que quando se fa-la em criança, estamos falando de um adulto em for-mação. A criança que hoje é educada dentro de uma sala de aula ou escuta histórias de um livro, amanhã será o professor que ensinará outras crianças, seja em uma sala de aula ou até mesmo em casa. Portan-to, é necessário que os educadores tenham bastante dedicação e atenção na hora de apresentar alguma história. Os contos de fadas, por exemplo, são um método de grande utilidade porque trabalham com a imaginação das crianças e principalmente com o de-senvolvimento psicológico.

Todo conhecimento que um adulto possui é adquirido com os estudos que faz, as histórias que escuta e as lições que ele mesmo tem da vida. Ajudar uma criança a desenvolver-se com o auxilio dos Con-tos de Fadas é um grande passo que o professor dá junto com o aluno. Em relação aos Contos de Fadas Silva (2009, pag.69) afirma que eles “[...] têm a capa-cidade de falar simultaneamente a todos os níveis da personalidade humana”, sendo assim o professor setorna uma ponte entre o aluno e o conhecimento, ou seja, ele se torna o caminho que irá trazer novos horizontes para a criança e é através disso que a criança irá crescer intelectualmente.

O conto de fadas é uma peça que completa esse grande quebra-cabeça, pois ele trabalha direta-mente com a imaginação de cada criança e ajuda a desenvolver o intelecto, ou seja, a faculdade do sa-ber, o compreender, o entendimento, a mente de cada um. Isso se dá pelo fato de que esse tipo de história traz várias lições sobre o bem e o mal. Com os contos de fadas as crianças sempre se imaginam dentro das histórias e esse é um grande passo para desenvolver o interesse delas pela leitura.

2.2 – A contribuição dos contos na apren-

dizagem infantil

Por trabalhar tão diretamente com a imagi-

nação das crianças, os contos de fadas acabam se

tornando um dos melhores métodos que os professo-

res podem ter para utilizar em sala de aula. Portanto

os contos de fadas contribuem diretamente para a

aprendizagem das crianças, pois com as histórias

que elas gostam o professor pode tornar suas aulas

muito mais interessantes.

Os contos de fadas despertam reações novas em cada criança, o desejo de ouvir mais histórias, a imaginação e até mesmo a criatividade para criar novas histórias. Por meio dessas reações, as crian-ças fazem contato entre si e adquirem um novo meio de comunicação, aprendem a compartilhar histórias, imaginar juntos e até mesmo debater opiniões sobre os finais de cada história.

Segundo Falconi (2015, pg. 86) “Com os con-tos de fadas a criança começa a se encontrar no seu ser psicológico e emocional”. É através das histórias que o professor conta que a imaginação de cada ou-vinte é despertada, é ai que elas começam a viver uma nova fase de suas vidas, as fantasias que elas criam em suas mentes se tornam ideias e contribuem para formar seus valores e ideais.Com as histórias que a criança ouve em sala de aula, ela cria uma certeza sobre o que ela quer para o seu futuro, sobre as atitudes que deve ou não tomar para chegar onde deseja e passa a se imaginar dentro das histórias e assim cria o seu próprio conto de fadas imaginário.

É perceptível como a literatura infantil influencia a vida das crianças em todas as séries, pois é a partir disso que é trabalhada a interação do adulto com a criança e até mesmo a interação entre elas, porque como já foi dito, elas compartilham entre si as ideias que criam sobre a historia que escutaram e passam a dialogar mais entre si.

2.3 – Contos de fadas uma porta para leitura

Os contos de fadas aproximam as crianças do mundo imaginário que existe atrás da capa de cada livro e é com as contações de histórias que o profes-sor pode abrir esse grande portal que cada criança pode conhecer. Quando o aluno se interessa por uma história e o professor o incentiva a conhecer outras histórias, outros livros, outros contos, ele está abrindo uma grande porta para que a criança se interesse mais e mais pela leitura e assim possa adquirir mais conhecimento. A leitura de livros não ajuda somente na imaginação da criança, ela é extremamente impor-tante para trabalhar a concordância em frases, o mo-do de escrever, além de apresentar milhares de pala-

vras que a pessoa não conhecia e passa a compre-ender.

A leitura é uma das maiores riquezas que al-guém pode ter, pois é com ela que se adquire mais conhecimento, é com ela que aprendemos mais sobre quem somos e sobre o mundo que vivemos. Esse conhecimento que adquirimos se torna um grande tesouro e esse tesouro ninguém no mundo poderá nos roubar.

3- CONHECENDO O LÚDICO

A palavra lúdico é de origem do Latim ludus, que significa brincar. Este brincar é um divertimento que se inclui brinquedos, brincadeiras e jogos.

Lúdico é o próprio jogo ou tudo relacionado a ele, ou seja, tudo que se refere a diversão está ligado diretamente ao lúdico. A brincadeira deve ser algo inerente do homem, ou seja, deve ser desenvolvido de maneira natural, pois é trás ao ser humano doses necessárias de prazer e diversão.

O lúdico está presente na vida do ser humano desde sua existência, ou seja, a milhares de anos atrás. Por meio do jogo, ocorre o processo de sociali-zação, onde o ser humano aprende a conviver em sociedade, respeitando regras e o limite do outro. O lúdico também auxilia na eliminação da desigualdade dentro da sociedade, pois estimula que todos sigam as mesma regras.

De acordo com Dallabora (2002) que relata se-gundo Piaget (1975) e Winnicott (1975), os conceitos de jogo e brincadeira podem ser sinônimos de diver-timento, porém são conceitos formados ao longo da vida do ser humano,onde cada um nomeia o seu brincar.

O lúdico pode ser representado de diversas maneiras na vida do ser humano, seja por meio de brincadeiras, brinquedos ou por alguma manifestação criativa que traga prazer e possibilite um desenvolvi-mento cognitivo, afetivo e também a socialização do ser humano.

Deste modo o lúdico se torna indispensável pa-ra as pessoas de qualquer idade, principalmente na educação infantil, onde a criança está em fase de desenvolvimento e socialização, tendo o seu primeiro contato com pessoas fora do seu ambiente familiar.

De acordo com Conceição (2002)é por meio de jogos e brincadeiras que a criança reconhece culturas e adquire uma formação educativa. O lúdico vai muito além do divertimento, pois ele serve como base para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança.

Por meio do lúdico é possível estudar o mundo externo da criança, e também sua integração com o meio social e consigo mesma, onde é desenvolvido a sua personalidade.

As brincadeiras são peças chaves para o de-senvolvimento da criança e para que ela se insira dentro de um grupo, pois é uma forma de interação

natural, onde a criança se solta e se adapta com mai-or facilidade no ambiente proposto.

O lúdico não deve ser encarado apenas como uma forma de lazer e divertimento, pois por meio dele a criança desenvolve-se cognitivamente, afetivamen-te, fisicamente e socialmente (Piaget, 1967).O lúdico auxilia amplamente no processo de ensino-aprendizagem, trabalha o desenvolvimento psicomo-tor da criança, ou seja, além de desenvolver a imagi-nação, a interpretação, a criatividade e a habilidade de tomada de decisão e formação de hipótese por meio de regras, o jogo ajuda no desenvolvimento motor fino e amplo.

É possível observar que o lúdico é de funda-mental importância para o desenvolvimento e cresci-mento da criança, por isso é necessário que a cada dia as escolas e os professores se apropriem mais deste meio para melhor desenvolver suas atividades e mais que isso, é preciso que o lúdico seja visto com seriedade, pois por meio dele é possível visualizar problemas e ao mesmo tempo desenvolver soluções.

3.1- Processo históricodo lúdico

O uso do lúdico como método de ensino vem desde a época da Antiguidade Clássica e foi forte-mente apoiado por filósofos e educadores de renome como Platão e Aristóteles. Ferrari (2003) afirmou que Plantão e Aristóteles tinham pensamentos de base ocidental, nos quais de acordo com a concepção pla-tônica, as habilidades dos alunos devem ser testadas, porém seu modelo de ensino foi ignorado em sua época. Somente Aristóteles, discípulo de Platão, con-seguiu montar um sistema de ensino que unisse ativi-dades intelectuais e físicas que abrangesse um alto número de pessoas e que se assemelhasse as práti-cas já utilizadas na Grécia naquele período.

No período da Idade Média devido a Educa-ção Eclesiástica os jogos caíram em descrédito não apenas no ambiente escolar mas no dia a dia. Tudo que foi estabelecido por Platão e adaptado por Aristó-teles,foi totalmente ignorado na época do Cristianis-mo e esse modo de vida permaneceu até o fim do Renascimento, que foi marcado pela Idade Moderna, neste período um dos ideais Iluministas adquiridos na Revolução Francesa foi o direito de Educação garan-tido pelo Estado.

Após o fim da Revolução Francesa, o lúdico ganhou seu espaço e sala de aula no Mundo Con-temporâneo. Os países europeus mesmo desconfian-do do caráter educativos dos jogos, com o desenvol-vimento da psicologia, adotou atividades físicas e lúdicas a partir do século XVIII.

A partir do fim do século XIX ao início do século XX surgem diversos teóricos de renome que estudam o processo de ensino-aprendizagem, como Herbart (1776-1841), Dewey (1859-1952), Wallon (1879-1962), Piaget (1896-1980) e Vigotski (1896-1934). Dentre esses teóricos destacam-se dentro do lúdico Piaget e Vigotski.

Piaget (1978), construiu uma teoria baseada

no desenvolvimento natural da criança, tornando o

processo de ensino-aprendizagem um campo de

possibilidades, onde o lúdico entra como um estímu-

lo na aprendizagem.

Vigotski (1989) é um dos principais educa-

dores que defendem o uso do lúdico no processo de

ensino-aprendizagem. Para ele a criança testa com-

portamentos que poderão ser usados em sua idade

adulta, ou seja, por meio do lúdico a criança se inte-

gra ao mundo real.

É possível perceber que para ambos o lúdico tem uma grande importância dentro da aprendiza-gem. A idéia de Piaget complementa a de Vigotski, pois um visualiza o lúdico como um estímulo para a aprendizagem e o outro vê o lúdico como uma forma de integração da criança ao mundo real.

3.2 - O lúdico na Educação Infantil

A ludicidade está presente na vida da criança desde o início, seja por meio de brincadeiras, brin-quedos e jogos. O lúdico deve ser visto dentro da escola como um processo educativo, principalmente na Educação Infantil, onde as atividades lúdicas são indispensáveis para o crescimento e o desenvolvi-mento da criança.Épor meio dos jogos que a criança aprende a se socializar com outras crianças e a lidar com regras, é também por meio do lúdico que traba-lhamos a imaginação e a fantasia, ou seja, a ludicida-de possibilita uma formação completa na vida da cri-ança.Dallabora (2002) afirma que através do lúdico a criança interagi com os outros e consigo mesma, além de aceitar a existência do outro, consegue se relacionar socialmente, construindo conhecimento e interagindo de maneira completa.

Por meio das brincadeiras a criança cria a capacidade de resolver os problemas que a cercam, porém devido ao mundo capitalista em que vivemos hoje, o tempo voltado para brincadeiras tem diminuí-do, sendo substituído por atividade direcionadas ou extra curriculares como natação, informática, dança, pintura dentre outros.SegundoDallabora (2002) é necessário que a criança tenha liberdade de agir em seu tempo, vivendo e descobrindo o mundo da sua maneira.

De fato é muito importante para a criança ter em seu cotidiano atividades que as ajude em seu desenvolvimento tanto físico quanto cognitivo e com-portamental, essas atividades extra curriculares tem essa função. Porém o brincar também é uma forma de desenvolver todas essas dimensões.

"Brincar é viver, pois a criança aprende a brincar brincando e brinca aprendendo", afirma Dalla-bora ( 2002, p. 4), é possível analisar o brincar de diversos enforques diferentes, filosoficamente falando o brincar é uma ação contraposta do pensar, onde a

emoção está diretamente ligada a ação. Observando pelo lado criativo, o brincar trabalha a potencialização do "eu", já no ponto de vista pedagógico, o brincar é uma maneira poderosa que auxilia na aprendizagem da criança. É preciso entender que brincar é uma necessidade básica da criança para que seja desen-volvido por completo o seu potencial.

A Educação Infantil é a primeira modalidade de ensino no sistema de educação brasileira obrigató-ria instituída pela Lei nº 9394/96.É na educação infan-til que a criança tem o primeiro contado com a socie-dade fora do ambiente familiar, por isso as atividades lúdicas são de total importância, pois é por meio delas que as crianças começama interagir umas com as outras.

É brincando que o indivíduo potencializa sua independência, aprende a dar valor a suacultura , desenvolve a afetividade, a capacidade de pensar, a criatividade, ajuda a criança a lidar e solucionar pro-blemas do cotidiano.

O papel da escola é primeiramente reconhe-cer a importância das atividades lúdicas dentro e fora do ambiente escola, em seguida é preciso compreen-der que a escola não é um instrumento de imobiliza-ção do ser humano e sim um instrumento de evolu-ção, onde deve ser priorizado o estudo com prazer.

É preciso que as instituições de ensino recu-pere o seu verdadeiro sentido: local de alegria, prazer intelectual e satisfação, o educador também tem um papel fundamental nesta recuperação, onde o profes-sor deve refletir sobre sua função e usar seu conhe-cimento teórico unido a prática, alimentando a vonta-de do aluno de aprender sempre mais.

É papel do educador é compreender a impor-tância as atividades lúdicas na modalidade de educa-ção infantil, tendo como objetivo o desenvolvimento e a aprendizagem infantil. A utilização do lúdico permite que a criança tenha uma visão de mundo completa e real e ao mesmo tempo trabalhado coma criatividade e a imaginação dela. É importante lembrar que os objetivos com o uso do lúdico só serão alcançados se o educador estiver preparado para realizá-lo.

Essa preparação vem a partir do momento em que o professor começa a ver as atividades lúdicas como complemento no desenvolvimento da aprendi-zagem. Dai então é possível ter um olhar crítico no momento das brincadeiras

4- O RECONTO ATRAVÉS DO LÚDICO EM SALA DE AULA

De acordo com Cavalcanti (2009), a escola tem o papel fundamental na formação da criança, e é papel do educador encarar as mudanças continuas da sociedade, por isso o contato com os contos infan-tis auxilia na independência da criança, que após aprender a ler tem a autonomia em relação a escolha de suas histórias preferidas sem precisar da ajuda de um adulto.

Para atrair o leitor infantil com maior facilidade, o educador deve ser apaixonado pelo mundo do faz-

de-conta, pois se envolver de maneira afetiva com a narrativa é primordial para que a história seja contada com total entrega e sentimento. Um bom contador de histórias é alguém que naturalmente transforma suas palavras em uma mágica narrativa.

A leitura literária pode ser desenvolvida dentro da educação infantil como metodologia, pois o livro é passaporte sem limites para um mundo que envolve imaginação e realidade.

Porém o habito da leitura deve ser inserido na vida da criança ainda quando ela está no colo, pois tudo que ela ouve se torna conhecimento, ou seja, mesmo antes de saber ler a criança por meio do ouvir pode relação com o mundo.

4.1- O reconto

Reconto é a reconstrução ou reestruturação de uma história que já existe. Geralmente pega-se um conto clássico que pode ser contado de diversas ma-neiras diferentes.

O reconto acontece em sala de aula da se-guinte maneira: é escolhido um conto (seja pelo pro-fessor ou aluno, ou de comum acordo), em seguida é contado na integra, explorando detalhes como nome dos personagens, cenário. Após isso é preciso formu-lar um roteiro identificando as partes mais importantes da história, esta é a primeira parte do reconto. Por fim, o professor reconta a história, tendo com possibi-lidade da participação direta dos alunos ou não.

O reconto também ser realizado de modo que contextualize com a realidade do ouvinte, pois de acordo com Freire (1996) , a bagagem do aluno é a base para a construção do conhecimento. Dessa forma, usar o conhecimento básico que o aluno trás para a sala de aula e somar com as histórias de faz-de-conta que são ouvidas dentro de sala prenderá a atenção do aluno e alcançara um vasto conhecimento na vida do educando.

Para a construção do reconto de acordo com-Pasquarelli (2012)são necessário algumas orienta-ções, nas quais vão desde a escolha da história, que de preferência deve ser um clássico infantil, pois a criança já terá ouvido mais de uma vez, até a maneira que será apresentado esse reconto. A apresentação do reconto realizada pelos próprios pode ser feita de diversas maneiras onde uma criança pode recontar a história para a turma toda, ou em duplas uma conta pra outra, em pequenos grupos ou um aluno conta para outra turma.

4.3- Reconto e o lúdico

O reconto e o lúdico se encontram de diver-sas maneiras na releituras dos contos, dentre elas podemos destacar a dramatização e a musicalização.

A dramatização é o ato de encenar ou drama-tizar algo. Esta dramatização dentro do reconto acon-tece acordo com que a história está sendo narrada, as pessoas vão encenando o que está sendo falado, de acordo com o personagem que cada um represen-

ta. A dramatização auxilia no teste de situações se-melhantes a vida real dentro do reconto.

Para Courtney (2003), a educação dramática é a modo mais completo de desenvolvimento interno e externo do ser humano, onde o homem deixa de ser um primata superior e passa a agir de maneira criati-va, onde tudo que é feito está ligado a sua imagina-ção.

Alguns exemplos de reconto que utiliza-se a dramatização fora do ambiente escolar são os filmes : Branca de Neve e o Caçador (2012), Alice no País das Maravilhas (2010), Cinderela (2015), dentre ou-tros. Esses filmes recontam clássicos das histórias de contos de fada, porém possuem mudanças da história original, abrindo um espaço como releitura do conto que foi utilizado como enredo principal.

Outro exemplo que tem se destacado nesta categoria de reconto de contos de fada utilizando a dramatização é a série OnceUpon a Time ( Era uma Vez). Esta série conta a histórias de todos os perso-nagens mais famosos dos contos de fada, porém de uma maneira bem diferente dos clássicos conhecidos.

Uma maneira de unir o reconto com o lúdico é também por meio da musicalização, pois com ela é possível inserir dentro do reconto, músicas sobre a própria história que está sendo contada, ou músicas que além de fazerem parte da história auxilie na apli-cação de algum conteúdo.

A junção do reconto com o lúdico é algo que está presente na vida do ser humano, e mesmo que indiretamente, as histórias infantis fazem parte da vida de todos, seja por meio de um filme que está passando na televisão, ou por uma música que era cantada em uma determinada história na qual você nem lembra qual, mas que aprendeu por meio de uma história que alguém recontou a você ou que você tenha assistido. Ter o reconto presente em nosso cotidiano é algo prazeroso, pois mexe com a imagi-nação e acaba que muitas vezes queremos estar inseridos dentro daquela história, os queremos que nossa vida tenha um enredo parecido com o da histó-ria que esta sendo lida o assistida. A verdade é que além da aprendizagem e do desenvolvimento da ima-ginação do ser humano o reconto trás consigo o de-sejo de ter um desfecho feliz, onde a realidade dos contos é poder viver de maneira intensa e completa, tendo amor, pessoas que fazem bem, fazendo o que se acha correto e tendo sempre um final feliz para as pessoas boas.

5 - PERCURSOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa é de especificidade explorató-ria,quantitativa e descritiva. As pesquisas explorató-rias tem o objetivo de esclarecer e abrir um maior entendimento sobre algum problema. A pesquisa qualitativa acontece quando ela se traduz por tudo aquilo que pode ser quantificável, ou seja, ele iria traduzir em números as opiniões e informações para então obter a análise dos dados e, posteriormente,

chegar a uma conclusão. Assim, a coleta de dados é a maneira de obter informações necessárias para responder o problema.

Foram usados para obtenção de dados: pes-quisa de campo e referências bibliográficas. A pes-quisa foi realizada em duas escolas de educação infantil, uma pública e uma particular. Os questioná-rios foram aplicados para 10 alunos do segundo perí-odo de cada escola, e para 4 professoras da educa-ção infantil também de cada escola. Além de analisar os dados foram utilizadas informações adquiridas por meio de pesquisas bibliográficas, para fundamentar teoricamente a pesquisa e para obter base para a metodologia.

A pesquisa de campo teve como objetivo cap-tar a opinião dos professores com relação ao reconto juntamente com o lúdico e também detectar que mesmo sendo necessário o uso do lúdico nem sem-pre está presente no cotidiano de sala de aula.

Por meio da pesquisa bibliográfica, buscamos sobre a literatura infantil, seus benefícios no desen-volvimento da aprendizagem da criança. Foi estudo também a origem do lúdico, sua utilização dentro da escola infantil e a junção do lúdico com o reconto de histórias, que tem um papel fundamental no desen-volvimento integral da criança.

O objetivo proposto nesta pesquisa é mostrar que o uso do lúdico na releitura dos contos de fada, tem uma grande contribuição em seu desenvolvimen-to e em sua aprendizagem.

Na pesquisa de campo, proporciona entendi-mento sobre a opinião dos profissionais da área da educação sobre o uso do lúdico e da literatura em sala de aula. 6- ANÁLISE DOS DADOS

A pesquisa foi realizada com professores e

alunos de uma escola pública na Região Administrati-va do Recanto das Emas -DF e também com profes-sores e alunos de uma escola particular na Região Administrativa Taguatinga - DF.

Os alunos que participaram da pesquisa estão na mesma faixa etária (5 e 6 anos) e todos eles cur-sam o Jardim II ou 2º período dependendo da no-menclatura utilizada na escola.

Os professores participantes da pesquisa tanto da escola pública quanto da particular eram do sexo feminino. Dentro da escola pública a faixa etárias das professoras estava entre os 29 aos 39 anos e apenas uma com mais de 40 anos. Dentro da formação das professoras da escola pública 3 possuíam o ensino superior completo e apenas uma com especialização incompleta. O tempo de atuação no magistério das professoras da escola pública eram todos de 1 a 10 anos. Já na escola particular duas das quatro profes-soras tinham sua formação acadêmica incompleta, uma com a formação completa e uma com especiali-zação incompleta. A idade dessas professoras varia

entre 18 a 28 anos e 29 a 39 anos. E todas elas ti-nham entre 1 a 10 anos de atuação no magistério.

A apresentação dos dados coletados segue a lógica de um questionário de alternativas de múltipla escolhas que varia entre sim, não e as vezes. Como já foi especificado a cima as categorias estão dividi-das entre professoras e alunos, e subdividida entre escola pública e escola particular. No total, participa-ram da pesquisa dez alunos de cada escola, e quatro professoras de cada escola.

Foram utilizadas perguntas diferenciadas den-tro de cada categoria, afim de observar a visão do professor e do aluno na utilização do lúdico dentro de sala de aula.

Além de todos estes dados que foram colhidos na análise, serão citados os que foram mais significa-tivos para o objetivo da pesquisa.

A primeira questão abordaram o uso da literatu-ra de contos de fadas sendo utilizada juntamente com atividades lúdicas para um melhor desenvolvimento na prática pedagógica. Esta junção tem a intenção de desenvolver além do lado cognitivo do aluno, desen-volve também sua imaginação.

Neste primeiro questionamento todos os pro-fessores responderam positivamente a respeito ao que foi perguntado.

É possível observar por meio do levantamento de dados que todos professores concordam que a junção do uso de contos de fada com atividades lúdi-cas dentro do desenvolvimento escolar é um benefí-cio para a aprendizagem do aluno.

É necessário que essa prática esteja continu-amente presente no cotidiano escolar, pois por meio dela temos um crescimento e uma aprendizagem diferenciada, pois é possível atrair a atenção dos alunos e também ensinar com diversão e criatividade.

A segunda pergunta abordada, questionou-se ao professor se dentro de seu planejamento ele utiliza atividades lúdicas correlacionadas com a literatura infantil. Gráfico 1: Utilização das atividades lúdicas no planeja-mento

Fonte: Elaborado pelo autor

O que pode ser analisado neste segundo

questionamento é que mesmo tendo a convicção de que o uso do lúdico unido a literatura é um ganho na aprendizagem como foi analisado na questão anteri-

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Muito Pouco Raro

Professores deescolaparticular

Professores deescola pública

or, nem sempre isso é utilizado dentro das escolas particulares.

A terceira pergunta, questionou-seaos profes-sores em relação ao uso da literatura para uma me-lhor socialização e interação da criança no ambiente escolar, tornando um ambiente mais alegre.

Gráfico 2: A contribuição da literatura na socialização e interação das crianças no ambiente escolar.

Fonte: Elaborado pelo autor

É possível analisar, que dentro da escola parti-cular a literatura nem sempre é vista como um meio de socialização para as crianças. É possível então observar que nem sempre a leitura tem o valor ne-cessário para alguns professores dentro de algumas escolas.

Na quarta questão, perguntasse se a releitura de contos de fada feita de maneira lúdica pode ser considerada um meio de aprendizagem, ou seja, é possível usar o reconto como metodologia para um melhor desenvolvimento na aprendizagem dentro de sala de aula.

É visto que todas as entrevistadas concordam que a releitura de histórias seja uma maneira de me-lhorar a aprendizagem em sala de aula. Mas nem sempre essa visão do professor o faz ter uma postura de por em prática essa metodologia como pode ser observados nos gráficos 2 e 3.

A quinta questão trata da correria do dia a dia e questiona se é possível mesmo com esse cotidiano acelerado explorar atividades lúdicas em sala de aula.

Gráfico 3: É possível trabalhar com o lúdico

no seu cotidiano

Fonte: Elaborado pelo autor

A partir desses resultados é possível dizer

que dentro da escola particular existem outras priori-dades, nas quais o uso de atividades lúdicas muitas vezes não está vinculado. Desta forma, acaba que a aprendizagem se torna algo monótono em sem incen-tivos que tragam um diferencial criativo que chame atenção do aluno.

Foi aplicado um questionário fechado com três

perguntas para os alunos da rede pública e privada acera da literatura infantil e a ludicidade.

O primeiro gráfico, representa o questionamen-to aos alunos se existe um dia especifico em que os professores contam história.

Gráfico 1: Dia especifico para contação de historia

Fonte: Elaborado pelo autor Mais uma vez é possível observar que dentro

da escola particular nem sempre a literatura tem prio-ridade, o que faz com que se perca a oportunidade de ensinar a criança desde as séries iniciais a terem gosto pela leitura e pela contagem de história.

Na segunda questão, foi feita a seguinte per-gunta: Nas aulas, a professora utiliza brincadeiras?

Gráfico 2: Nas aulas a professora utiliza

brincadeiras

Fonte: Elaborado pelo autor Neste gráfico pode ser observado que desta

vez a escola pública às vezes não utiliza do lúdico em sala de aula, ou que alguns alunos se sintam excluí-dos desses momentos de interação e dinamismo dentro de sala de aula.

A terceira questão está relacionada ao uso do lúdico em sala de aula, e se os alunos tem interesse

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Alunos deescolaparticular

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em participar dessas brincadeiras propostas pelo professor.

Gráfico 3 : Interesse dos alunos em partici-

par das brincadeiras

Fonte: Elaborado pelo autor

Pode ser observado que dentro da escola

particular nem sempre os alunos tem interesse em participar das brincadeiras propostas pelos professo-res. Neste caso, é papel do professor observar o por-que isso acontece, e com que frequência isso aconte-ce, para procurar uma forma de alcançar esses alu-nos que não participam dessas atividades diversifica-das.

Após a realização dessas pesquisas de campo foi possível concluir que mesmo tendo conhecimento de que o lúdico juntamente com a literatura infantil é de grande valia para o desenvolvimento integral da criança, ou seja, um desenvolvimento cognitivo, soci-al, afetivo e criativo, nem sempre é possível que o professor possa utilizar desses recursos, pois muitas vezes a correria do dia a dia e as cobranças de fe-chamento de conteúdo,términode quantidade de pá-ginas do livro didático, acabam sendo empecilho para uma metodologia mais dinâmica.

Principalmente dentro da escola particular onde a cobrança é ainda maior, pois os pais gostam de ver resultados como quantidades de páginas do livro que foram realizadas no bimestre, quantas fichas de dever o filho fez em sala de aula, ou seja, de modo geral pode ser observado que tem muito mais valor para os pais que a criança aprenda da maneira tradi-cional, com resultados palpáveis, do que ter uma aprendizagem criativa que tem envolve o prazer no desenvolvimento da criança.

É papel da escola também influenciar, apoiar e dar o suporte para que essas atividades sejam de-senvolvidas.

Com relação aos alunos, pode se observar que a falta dessas atividades já virou rotina, e que quando o professor consegue uma brecha pra traba-lhar de maneira lúdica o aluno já não tem mais tanto interesse nessa atividade.

É preciso que o desenvolvimento lúdico e lite-rário esteja inserido dentro do ambiente escolar des-de o primeiro dia de aula e que esteja presente no cotidiano. Não apenas em datas comemorativas ou em eventos seculares, em todo o ano letivo.

7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao decorrer da elaboração deste trabalho obti-

vemos muitas expectativas com o tema escolhido, com isso percebemos que ao tratarmos sobre literatu-ra infantil, e referindo também ao conto de fadas, devemos ter muito foco e responsabilidade com rela-ção à leitura e o compromisso de estar levando este mundo para nossas crianças.

O objetivo geral deste artigo consiste em analisar a contribuição do lúdico na releitura dos contos de fadas na educação infantil.

Este artigo foi construído com a abordagem de referenciais teóricos, porém procuramos destacar fontes em relação a origem e desenvolvimento. A finalidade deste trabalho foi destacar a importância da literatura infantil com foco dos contos de fadas junta-mente com o lúdico, levando para sala de aula o re-conto, com a intenção de proporcionar aulas mais criativas e que prendam por mais tempo a atenção dos alunos e que estes criem o hábito e desejo pela leitura.

A pesquisa proporcionou a compreensão de que, o ato de contar histórias não é apenas abrir de-terminado livro e ler as palavras ali contidas, ou fazer visualização de figuras, mas que devemos despertar a curiosidade do ouvinte, com a finalidade de estimu-lar a imaginação, podendo assim desenvolver o inte-lecto da criança e suas habilidades.

Por meio desta pesquisa foi possível concluir que o lúdico unido a releitura de contos de fadas é um instrumento que trás para a sala de aula uma apren-dizagem completa, onde é trabalhado o cognitivo, o imaginário, a socialização e a criatividade da criança, formando assim uma criança que tem facilidade em está em grupos, que tem uma criatividade aguçada e que tem um interesse pela leitura em seu dia a dia.

Quando não se é trabalhado o lúdico dentro de sala de aula a criança perde o interesse por aquilo que está sendo apresentado, pois se torna uma aprendizagem tradicional, sem um diferencial que prenda a atenção das crianças. Quando não se tem o lúdico presente a criança absorve momentaneamente o que lhe é transmitido, quando o lúdico está presente em sala de aula trabalha várias vertentes do conhe-cimento fazendo com que a criança assimile com maior facilidade e levam o que foi aprendido pra sua vida toda.

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer primeiramente a Deus que é o autor e consumador de nossas vidas, Ele quem nos sustenta e nos da força para caminhar. Queremos agradecer também aos nossos familiares que estiveram ao nosso lado desde o início do curso e que permaneceram conosco nessa fase final de tanta correria e dificuldade. Agradecer também a nossa querida professora e orientadora que tanto nos ajudou e nos deu suporte para chegarmos até aqui. Um agradecimento especial a todos os profes-

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Sim Não As vezes

Alunos deescolaparticular

Alunos deescolapública

sores e alunos que nos deram suporte em nossa pesquisa de campo. Não poderia deixar de agrade-cer aos Jonathan Bezerra e ao Luiz Ricardo que

além de nos ajudarem no desenvolvimento deste trabalho, estiveram ao nosso lado nesses momento final.

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