Doutor Scudufum

EPISODIOSinteressantes da minha vida desinteressante

PALAVRAS DO AUTOR

ESTE SOU EU! FAZER O QUÊ?Dizem que toda vida daria um romance, então, quando resolvi escrever o meu, não imaginei que no final daria, no

máximo, um roteiro de novela mexicana. Droga!

Mas certo dia, relendo minha biografia, percebi que minha vida desinteressante estava repleta de episódios interessantes. Episódios

singelos, cotidianos, mas que tinham feito tudo valer a pena.

Espero que goste.

Boa leitura!

EPISODIOSinteressantes da minha vida desinteressante

Projeto: scudufumeditoraExecução: Doutor ScudufumRevisão: FernandaImagens: Creative Commons / Pixabay / Internet

scudufumeditoraBlog: scudufumeditora.blogspot.comE-mail: scudufum@hotmail.comReclamações: francisco@vatican.va

Cooperativa de Escritores do Estado de São Paulo

HELENO, Luiz Marcelo dos Santos

Episódios interessantes da minha vida desinteressante – Doutor Scudufum (Heleno, Luiz Marcelo dos Santos)- Scudufum Editora - São Paulo – 1a. Edição - 2009.

1.Literatura 2.crônica

Obra registrada na CEESP 00056224

Todos os direitos de reprodução, total ou parcial, por qualquer meio, protegidos e reservados pela lei 9.610

de 19/02/98.

Este livro é dedicado ao meus amigos Ney, Zan, Aline e a todos os escritores independentes

EPISODIOS

A DESOVA DO CONGRODe vez em quando dá vontade de convidar um amigo pra almoçar em casa. Cozinhar batendo papo relaxa, é uma grande terapia. Fui buscar meu amigo para almoçarmos. No caminho para casa, tive a ideia de preparar um peixe com ervas: delícia! Fomos ao hipermercado.

Não entendíamos nada de peixe, mas achamos bonito um que vimos. Fresco e carnudo. Vou levar dois quilos. O homem põe no saquinho com gelo e cola a etiqueta com o preço. Coloco no carrinho. Aproveitei para comprar maionese, limão, cebola. Antes de passar no caixa, dei uma olhada no preço do peixe. CATATAU! 20,00 reais o quilo! Porra, que merda de peixe era aquele?

Voltamos discretamente à peixaria. Queríamos saber o nome daquela iguaria. Um nome estranho. Não conhecíamos: congro rosa. Muito prazer. Olhei para o saquinho e, de repente, me bateu a dúvida, ou melhor, a

certeza: não poderia levá-lo. Olhei para o balcão da peixaria, vi outro, carnudo e fresco, branquinho, pela metade do preço. Pedi ao homem para me dar dois quilos, cortados em filé. Mas o que fazer com o que já estava no carrinho? Devolver? Depois que o moço já o tinha cortado em filés? Não, que vergonha! Então me ocorreu uma ideia maquiavélica: desovaria o peixe burguês numa das prateleiras do supermercado. Ora, eu não era obrigado a levar o que não queria, quero dizer, o que queria, mas não podia. Além do mais as pessoas desistem de comprar as coisas, certo? Expliquei meu plano diabólico para o meu amigo e ele topou. Iríamos desovar o danado.

Esperamos o homem nos dar o saco com os dois quilos do genérico do peixe burguês. O cara pesou e tal e quando fui colocar no meu carrinho: cadê o meu amigo? Cadê o peixe burguês? Lá vinha ele, com um sorriso traquinas no rosto e, com os olhos, me indicava um cantinho no próprio balcão de peixes: o danado tinha cavado um buraco no gelo e enterrado as 40 pilas de peixe. Uma pequena alteração do meu plano inicial de desovar na sessão de lingerie.

O momento alto foi quando soou um aviso no alto-falante: “Atenção seguranças, compareçam à seção 3!” Sessão 3? Sessão 3? Onde será que estávamos? Não acreditamos, estávamos na seção 3! Meu amigo brincou: o moço do peixe havia descoberto nosso golpe, e agora queria nos obrigar a levar o peixe burguês, além de nos fazer passar por constrangimentos: “Oh, que coisa feia vocês fizeram!” Mas demos o fora a tempo e saímos ileso com nosso peixe genérico.

EPISODIOS

LOIRINHA PARAGUAIAEra início de 2003, época em que novos alunos das faculdades são zoados, pichados, enfim, esculhambados; porém os veteranos costumam fazer uma festa só para eles, a maior zoeira.

Fui numa dessas festas. Quando eu me encontrava no recinto, aliás, me sentindo meio perdido, com um copo de tubaína quente na mão, por felicidade do destino avistei uma loira paraguaia comendo uma coxinha. Fiquei deslumbrado. Ela notou minha presença e sorriu para mim. Inspirei fortemente, devo ter enchido meus pulmões a ponto de explodir (até senti uma dor). E com o peito estufado, segui em sua direção, olhos fixos nela - antes peguei um copo de pinga, um limão e um quibe - e quando cheguei à sua frente, abusei de minha beleza!

No começo ela se fez de difícil, mas não resistiu ao meu charme: cerca de cinco minutos depois eu a estava beijando, então, ela me levou para um quartinho escuro e lá,

entre coisas que pareciam baldes, rodos e vassouras, na maior escuridão, fui “assaltado” e “abusado”.

Confesso que quando estava naquele ponto, completamente apaixonado por ela, pensei que no dia seguinte teria que ir trabalhar, mas dane-se o trabalho, ainda mais quando soube que sua amiga e carona tinha ido embora. Suei frio ao pensar que eu a teria que a levar embora para casa.

Na hora de ir, já no meu carro, ela começou a abrir o zíper da minha calça. Estava preocupado, pois não me lembrava de ter passado talco no bigulim, pois bem, ela tirou todo ele pra fora e começou a beijá-lo, depois olhou pra mim e perguntou-me se queria “fumar um”, ansioso, disse pra ela fumar outra coisa.

Depois levei-a ao motel “Momentus Eternus” e fizemos amor alucinante por exatos 30 minutos, com direito a chupeta, xupisco e muita xoxota, que tinha um leve cheiro de bacalhau do porto. Delícia! Após minha bela noite, deixei-a em casa e fui direto para o

trabalho sem dormir, mas completamente realizado. Valeu a pena!

Continuei saindo com ela por algumas semanas e como foi gostoso! Alguns meses atrás convidei-a para sair, mas levei um grande fora. Uma menina tão fofa... por quê? por quê?! Buááá!

EXTRA EXTRA EXTRAO diario do

Doutor Scudufum finalmente vem

a publico!