Epilepsia Pós 1ª Parte
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EPILEPSIA

EPILEPSIA
• Distúrbio neurológico crônico mais comum no mundo.
• Doença cerebral crônica causada por diversas etiologias e caracterizada pela recorrência de crises epilépticas não provocadas.
• Tem consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais e prejudica diretamente a qualidade de vida do indivíduo afetado.

HISTÓRIA
• Epilepsia - causas sobrenaturais,
• Estados Unidos - exclusão de pessoas com epilepsia de locais públicos e leis eugênicas proibindo o casamento de pessoas com epilepsia existiam até a década de 1970.
– Leis eugênicas de esterilização para pessoas com epilepsia até o ano de 1956.

HISTÓRIA
• Reino Unido-leis proibindo o casamento
de pessoas com epilepsia foram abolidas
apenas em 1970
• Ásia - negação ou anulação do casamento
por causa de epilepsia
• China - 31% das pessoas consideraram
que pessoas com epilepsia não deveriam
ser empregadas

HISTÓRIA OMS, ILAE e IBE - campanha global para “
(1) Aumentar a consciência pública e profissional da
epilepsia como condição tratável.
(2) Melhorar a aceitação pública da epilepsia.
(3) Promover educação pública e profissional sobre
epilepsia.
(4) Identificar as necessidades regionais e nacionais das
pessoas com epilepsia.
(5) Encorajar governos e departamentos de saúde a
considerar as necessidades das pessoas com epilepsia,
incluindo conscientização, educação, diagnóstico, tratamento,
cuidados, serviços e prevenção.

EPIDEMIOLOGIA
• A incidência varia em função da idade, com as maiores taxas na infância, níveis mais baixos na idade adulta e aumentando novamente ao redor dos 65 anos.
• Gastos médicos com drogas e hospitalizações e perda de capacidade produtiva, desemprego, licença médica ou morte prematura na América do Norte - 12,5 bilhões de dólares / ano.

PREVALÊNCIA
• Afeta aproximadamente 0,5% dos americanos
• Cerca de 30% dos pacientes são refratários, ou seja, continuam a ter crises, sem remissão, apesar de tratamento adequado com medicamentos anticonvulsivantes
• No Brasil, a prevalência encontrada tem variado de 0,4% a 0,8% da população.
• Prevalência na cidade de Porto Alegre é de 16 a 20 casos/1000 habitantes.

EPIDEMIOLOGIA
BRASIL
• 340.000 novos casos ao ano (estimativa de incidência anual de 190/100.000),
• 1.800.000 pessoas com epilepsia ativa (estimativa de 1% de prevalência pontual)
• 9.000.000 pessoas que já apresentaram crises epilépticas alguma vez em suas vidas (estimativa de 5% de prevalência de vida)

DESENCADEADORES DE CRISES
• Estados febris,
• Mudanças hormonais -
ciclo menstrual
• Consumo excessivo de
cafeína,
• Privação de sono ,
• Abstinência de álcool ou de
outras drogas sedativas
• Exposição à luz
estroboscópica
• Estresse emocional • Fadiga • Hipóxia • Hiper-hidratação • Hiponatremia • Hipertermia • Hipoglicemia • Hiperventilação
voluntária • Manobra de Valsalva .

AURA • Sensação distintiva ou sinal de advertência quando
uma crise está vindo. Úteis porque podem lhe dar o
tempo de se preparar para a crise e de se manter salvo
sem se ferir.
• Auras variam significativamente. Pode ocorrer
momentos antes de uma crise ou a horas mais cedo.
Os sinais de advertência comuns : mudanças nas
sensações corporais, em sua habilidade de interagir
com as coisas e em como o mundo exterior lhe parece.
• Outros sinais de advertência : depressão, irritabilidade,
rompimento do sono, náusea, e dor de cabeça.

AURA • As pessoas com crises parciais complexas são as
mais prováveis aos sinais de aura. Aproximadamente 55% a 65% das pessoas com estas crises experimentam algum tipo de aura.
• A parte do cérebro onde suas crises originam seu foco da crise são ativadas.
• A pessoa pode dizer: “eu não estou me sentindo bem”, ou “eu estou sentindo que vou ter uma crise”, ou ter uma expressão estranha em seu rosto, parar de falar no meio de uma sentença, enrijecer o corpo inteiro .

CONCEITO EPILEPSIA X CONVULSÃO
• Convulsões recorrentes
– Episódios finitos de disfunção cerebral
resultantes de descargas anormais de
neurônios cerebrais .
• Convulsão – distúrbio transitório da
função cerebral devido à descarga
neuronal paroxística anormal do cérebro.

EPILEPSIA
• Uma crise epiléptica é a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas em decorrência da atividade neuronal anormal e excessiva.
• A descoberta de que o cérebro do epilético é mais acelerado que o de uma pessoa normal coincide com o aperfeiçoamento dos exames de imagem, no início dos anos 90.
• Durante um surto, a comunicação entre os neurônios fica dez vezes mais rápida ou doze vezes superior ao ritmo de funcionamento cerebral considerado saudável.

EPILEPSIA
• Duas principais causas da aceleração neural. – Morte de células cerebrais provocada por
problemas congênitos entre os quais lesões ocorridas durante o parto. Na tentativa de compensar o trabalho dos neurônios mortos, as células vizinhas ficam mais ativas.
– Desajuste elétrico típico da epilepsia pode ser provocado par uma compressão das células nervosas, seja por efeito de um tumor ou de outro trauma qualquer. Nesse caso estão as pessoas que se tornam epilépticas.

BASES NEUROQUÍMICAS DA EPILEPSIA
• Déficit na quantidade de GABA ( mediador químico inibitório)
• Excesso na quantidade de Glutamato
( mediador químico excitatório)
• Alteração no balanço (GABA x Glutamato)
• Como forma de reduzir a agitação neural, o organismo aumenta a produção de Gaba, um neurotransmissor de ação calmante.

BASES NEUROQUÍMICAS DA EPILEPSIA
• Glutamato e Aspartato
• Efeitos excitatórios potentes
• Receptores de glutamato:
– Ionotrópicos: canais iônicos controlados por
ligando. Sempre excitatórios
– Metabotrópico: regulados por proteína G.
Excitatórios ou inibitórios

BASES NEUROQUÍMICAS DA EPILEPSIA
• Os receptores NMDA são ativados apenas
quando há descargas simultâneas de 2 ou
mais neurônios
– NMDA: também podem induzir
depressão de longo prazo
• Concentrações altas de glutamato
produzem morte de células neuronais

BASES NEUROQUÍMICAS DA EPILEPSIA
• Gaba - Principal neurotransmissor inibitório
• Receptores:
– GABA A: + proeminente. Canal iônico de Cl
regulado por ligante
– GABA B: inibe a adenililciclase, ativa os
canais de K e reduz condutância de Ca
– GABA C: canal de Cl controlado por
transmissor. Encontrado na retina, medula
espinal e hipófise.

BASES NEUROQUÍMICAS DA EPILEPSIA

BASES NEUROQUÍMICAS DA EPILEPSIA

MECANISMO DE AÇÃO DAS DROGAS ANTIEPILÉPTICAS
• Bloqueio de canais de sódio,
• Aumento da inibição gabaérgica,
• Bloqueio de canais de cálcio ou
• Ligação à proteína SV2A da vesícula sináptica

ETIOLOGIA
• A identificação de fatores etiológicos e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos
• Epilepsia constitucional ou idiopática
• Epilepsia sintomática

ETIOLOGIA
• No eixo etiológico, as epilepsias são divididas em
idiopáticas (sem lesão estrutural subjacente),
sintomáticas (com lesão) ou criptogênicas
(presumivelmente sintomáticas, mas sem uma lesão
aos exames de imagem disponíveis no momento).
• As causas lesionais mais frequentes das epilepsias
focais sintomáticas são esclerose temporal mesial,
neoplasias cerebrais primárias, anomalias
vasculares e malformações do desenvolvimento
corticocerebral

ETIOLOGIA
• Anormalidades congênitas ou lesões perinatais;
• Distúrbios metabólicos;
• Trauma;
• Tumores ou outras lesões expansivas;
• Doenças vasculares;
• Doenças degenerativas;
• Doenças infecciosas.

ETIOLOGIA
Causas - podem ser basicamente intracranianas ou extra-cranianas.
• 1) Intracranianas: por distúrbios cerebrais primários, como distúrbios funcionais dos neuronios (epilepsia idiopática) ou lesões cerebrais estruturais que irritam neurônios circundantes. Elas podem ser ativas (neoplasias, encefalites causada pela cinomose por ex.) ou inativas (cicatrizes gliais). Exemplos de causas intracranianas:
• Congênitas: hidrocefalia, displasia neuronal
• Traumáticas: hemorragia (difusa ou hematoma), edema cerebral, cicatriz pós trauma cerebral

ETIOLOGIA
Causas 1) Intracranianas:
– Acidente vascular cerebral (derrames): derrame isquêmico (por trombos ou embolos), hemorrágico (lesão ou ruptura vascular cerebral)
– Inflamatórias: meningite asséptica, meningoencefalite granulomatosa, encefalite do cão Pug
– Infecciosas: viral, bacteriana (meningite, meningoencefalite, abcesso), erliquiose, toxoplasmose
– Neoplasia (câncer): cancer cerebral primário, metastases cerebrais

ETIOLOGIA
2) Extracranianas estão relacionadas a problemas em outros órgaõs que de forma indireta afetam os neurônios, como por exemplo distúrbios metabólicos graves (uremias por IRC, hiperamonemia por insufiência hepática, hipoglicemia etc) ou exógenas como toxinas convulsiogênicas, como ingestão de determinados raticidas e venenos, drogas, alcool.
• O termo epilepsia deve ser restrito aos distúrbios convulsivos e sua classificação varia de acordo com a causa de base.

ETIOLOGIA
2) Extracranianas Podem ser classificadas como: • Idiopática ou primária: sem causa definida,
não há alterações estruturais no cérebro. A epilepsia primária resulta de distúrbios cerebrais funcionais para os quais não há outra causa subjacente além de uma predisposição genética/ hereditária.
• Epilepsia provavelmente sintomática/ crioptiogenica/causa indeterminada: é o nome dado para as epilepsias com uma suspeita de causa, mas que permanece desconhecida.

DIAGNÓSTICO
• Na maioria dos casos, o diagnóstico de uma crise
epiléptica pode ser feito clinicamente através da
obtenção de uma história detalhada e de um exame
físico geral, com ênfase nas áreas neurológica e
psiquiátrica.
• Muitas vezes, o auxílio de uma testemunha ocular é
importante para que a crise seja descrita em
detalhes.
• A existência de aura bem como as condições que
possam ter precipitado a crise devem ser
registradas.

DIAGNÓSTICO
• Idade de início, frequência de ocorrência e intervalos
mais curtos e mais longos entre as crises devem ser
caracterizados, muitas vezes com o auxílio de um diário
de crises. A história deve cobrir a existência de eventos
pré e perinatais, crises no período neonatal, crises
febris, qualquer crise não provocada e história de
epilepsia na família. Trauma craniano, infecção ou
intoxicações prévias também devem ser investigados.
• É fundamental um diagnóstico diferencial correto com
outros distúrbios paroxísticos da consciência, como
síncopes e crises não epilépticas psicogênicas.

DIAGNÓSTICO
• Anamnese;
• Exame Clínico;
• Exame Neurológico;
• Exame psiquiátrico;
- EEG (Eletroencefalograma);
- Raio X do crânio;
- Raio X contrastante
- RM/ TC

DIAGNÓSTICO
• Os exames complementares devem ser orientados
pelos achados da história e do exame físico.
• O principal exame é a eletroencefalografia (EEG), cujo
papel é auxiliar o médico a estabelecer um diagnóstico
acurado.
• O EEG é capaz de responder a três importantes
questões diagnósticas nos pacientes com suspeita de
epilepsia:
• 1) o paciente tem epilepsia?
• 2) onde está localizada a zona epileptogênica?
• 3) o tratamento está sendo adequado?

TIPOS DE CRISE
• A proposição mais atual da International League
Against Epilepsy (Ilae), as crises são divididas em
três subgrupos:
1) Crises isoladas (generalizadas ou focais);
2) Crises contínuas, configurando o status epilepticus
(condição na qual o cérebro está em estado de
crises persistentes) generalizado ou focal;
3) Crises reflexas, em que os fatores precipitantes
podem desencadear crises focais ou
generalizadas.

CLASSIFICAÇÃO DA EPILEPSIA
• Sintomas são determinados pela local e
extensão da descarga– variam de um breve
lapso à crise convulsiva completa.
• Sintomas particulares – conforme área do
cérebro:
• Córtex – convulsões.
• Hipotálamo – descarga autonômica periférica.
• Formação reticular – perda da consciência.

CLASSIFICAÇÃO DA EPILEPSIA
• Dois grandes eixos: topográfico e etiológico.
• No eixo topográfico, as epilepsias são separadas em
generalizadas e focais.
• As generalizadas manifestam-se por crises epilépticas
cujo início envolve ambos os hemisférios
simultaneamente. Geneticamente determinadas e
acompanhadas de alteração da consciência; quando
presentes, as manifestações motoras são sempre
bilaterais. Crises de ausência, crises mioclônicas e
crises tônico-clônicas generalizadas (TCG) são seus
principais exemplos

CLASSIFICAÇÃO DA EPILEPSIA
• Nas epilepsias focais, as crises epilépticas iniciam de
forma localizada numa área específica do cérebro, e suas
manifestações clínicas dependem do local de início e da
velocidade de propagação da descarga epileptogênica.
• As crises dividem-se em focais simples (sem
comprometimento da consciência) e focais complexas
(com comprometimento ao menos parcial da consciência
durante o episódio).
• Uma crise focal, seja simples ou complexa, quando
propagada para todo o córtex cerebral, pode terminar
numa crise TCG, sendo então denominada crise focal
secundariamente generalizada

CLASSIFICAÇÃO DA EPILEPSIA
• PARCIAL OU FOCAL (Epilepsia
psicomotora) : Descarga localizada
– Ex.: descargas autonômicas, contrações
musculares, comportamento e humor
• GENERALIZADA :Espraiamento para
ambos hemisférios cerebrais.
– Grande mal (convulsões tônico-clônicas)
– Pequeno mal (crises de ausência)

TIPOS DE EPILEPSIA
• Crises convulsivas parciais – descarga local e
permanece local – sintomas leves (contrações
musculares involuntárias, experiências sensoriais
anormais ou descarga autonômica). Geralmente
atribuída a lesões cerebrais locais.
– Epilepsia jacksoniana – córtex – espasmos
repetitivos de um determinado grupo muscular.
– Epilepsia psicomotora – lobo temporal –
movimentos intencionais estereotipados –
recupera-se sem lembrança.

TIPOS DE EPILEPSIA
• GENERALIZADA:
• Pequeno mal (crises de ausência) : episódios breves de perda de consciência com pequenos episódios motores ou mesmo inexistentes
• Convulsões mioclônicas: episódios simples ou múltiplos de espasmos incontroláveis.
• Grande mal: vigorosa contração inicial, espasmo extensor rígido, respiração interrompida, salivação, defecação, micção– seguem-se espasmos sincrônicos violentos com perda da consciência.

TIPOS DE EPILEPSIA
• A epilepsia rolândica benigna da infância geralmente tem
início na pré-adolescência (7 a 10 anos de idade), predomina
em meninos (numa proporção de 1,5:1) e apresenta alta
prevalência (15% das epilepsias da infância).
• As crises caracterizam-se por sintomas motores ou sensoriais
faciais unilaterais, manifestações orofaríngeas, paralisia da
fala e hipersalivação.
• É uma epilepsia geneticamente determinada, com evidências
de ligação com o cromossoma 15q14. Sua herança é
autossômica dominante, com penetrância idade-dependente.

TIPOS DE EPILEPSIA
• Apesar de clinicamente as crianças terem aspecto muito
próximo do normal, o eletroencefalograma mostra-se
desproporcional e gravemente alterado, com atividade
epileptogênica localizada em uma ou em ambas as
regiões centrais, sobretudo durante o sono.
• O prognóstico é excelente: o risco de desenvolver crises
generalizadas infrequentes na idade adulta é inferior a
2%.
• A remissão das crises ocorre 2-4 anos após o início do
quadro e sempre antes dos 16 anos de idade. A maioria
dos pacientes apresenta menos de 10 crises ao longo
do tratamento(

EPILEPSIA PARCIAL SIMPLES E PARCIAL COMPLEXA

EPILEPSIA PARCIAL COMPLEXA

CRISES DE AUSÊNCIA

CRISES GENERALIZADAS TÔNICO - CLÔNICA

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• DD das convulsões parciais:
1. Ataques isquêmicos transitórios
2. Ataques de fúria
3. Ataques de pânico
• DD das convulsões generalizadas:
1. Síncope
2. Arritmias cardíacas
3. Isquemia do tronco cerebral
4. Pseudoconvulsões

CONVULSÃO NEONATAL
• Ocorre nos primeiros 28 dias de vida,
sendo mais freqüentemente nos 10
primeiros dias de vida.
• CRISES SUTIS
• OUTRAS – Clônicas, Tônicas,
Mioclônicas.

CONVULSÃO NEONATAL
• Nos neonatos a síndrome hipóxico-
isquêmica é a causa mais comum, devido
a queda súbita de energia que inibe a
bomba de sódio e potássio prolongando a
despolarização
• Infecções intracranianas
• Hemorragias intracranianas

CONVULSÃO NEONATAL
• O que mais prejudica o RN: convulsões recorrentes ou convulsões prolongadas?
• Prolongadas:
– Menor índice de morte neuronal
– Menor déficit cognitivo
• Recorrentes:
– Redução permanente do limiar para convulsões
– Déficit permanente de aprendizado e memória

CONVULSÃO FEBRIL
• Convulsões febris devem-se a uma
suscetibilidade aumentada a crises epilépticas,
são dependentes da idade (6 meses - 5 anos) e
geneticamente determinadas.
• As crises são precipitadas por febre, sem
evidência de infecção do sistema nervoso
central (SNC) ou outra causa. Há uma leve
predominância do sexo masculino (60%). A
prevalência é de cerca de 3% das crianças.

CONVULSÃO FEBRIL
• As crises duram menos de 15 minutos, são
generalizadas e não se acompanham de déficits
neurológicos. Não há necessidade de
medicamentos anticonvulsivantes preventivos.
• Cerca de 3% das crianças que tiveram crises
febris desenvolvem algum tipo de epilepsia na
idade adulta.
• Em geral, o prognóstico é bom, com
desenvolvimentos cognitivo e comportamental
adequados

CONVULSÃO FEBRIL
• Ocorre nas primeiras 24 horas de uma febre
• Nem toda criança, mesmo com febre alta, vai
convulsionar.
• Infecções virais e bacterianas
• Administração de algumas vacinas.
• Na grande maioria das vezes é benigna, não traz riscos
de vida, não afeta a inteligência e nem deixa sequelas
neurológicas.
• Ocorre no primeiro dia da febre e não vai repetir
obrigatoriamente nas febres seguintes.

CONVULSÃO FEBRIL
• Geralmente a criança apresenta por
contrações fortes de todo o corpo (braços
e pernas) e perda da consciência. Esse
tipo de convulsão é chamada de tônico
clônica generalizada e, na grande maioria
das vezes, a duração é curta.
• Não é necessária a introdução de
medicação anticonvulsivante no primeiro
episódio da convulsão febril.

CONVULSÃO FEBRIL
• PREVENÇÃO - Os antitérmicos como
dipirona, paracetamol ou ibuprofeno,
podem ser úteis no alívio dos sintomas
causados pela febre, mas não impedem a
ocorrência da convulsão.
• Não há necessidade da avaliação de um
neurologista no primeiro episódio da
convulsão febril. O próprio pediatra pode
fazer o acompanhamento.

SÍNDROME DE WEST
• A síndrome de West é uma encefalopatia epiléptica
relacionada especificamente a crianças com menos de 1
ano de idade, resultante de múltiplas causas.
• Ela é caracterizada por um tipo específico de crise
epiléptica, denominada "espasmos epilépticos“ e
anormalidades grosseiras ao eletrocardiograma (o
chamado padrão hipsarrítmico ou hipsarritmia).
• O desenvolvimento psicomotor é invariavelmente
prejudicado. Cerca de 60% das crianças desenvolvem
outros tipos de crises, evoluindo para síndrome de
Lennox-Gastaut.

SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT
• A síndrome de Lennox-Gastaut é uma síndrome da infância
caracterizada pela tríade: crises epilépticas polimorfas
intratáveis (em geral, tônicas, atônicas ou de ausência
atípica), anormalidades cognitivas e comportamentais e EEG
com paroxismos de atividade rápida e descargas
generalizadas de complexos onda aguda-onda lenta a 2,5 Hz.
• Manifesta-se antes dos 11 anos de idade, e as crises
geralmente resultam em quedas. A exemplo da síndrome de
West, a de Lennox- Gastaut também apresenta uma vasta
lista de possíveis etiologias.
• O prognóstico é ruim, com 5% de mortalidade. Cerca de
80%-90% dos pacientes continuam a apresentar crises
epilépticas na vida adulta.

EPILEPSIA CATAMENIAL
• In women with epilepsy, seizures can be influenced by
variations in sex hormone secretion during the menstrual
cycle. The proconvulsant effects of estrogen have been
demonstrated in both animals and humans, whereas
progesterone has been found to have anticonvulsant
properties.
• Catamenial epilepsy affects approximately one-third of
women with epilepsy. This type of epilepsy has generally
been defined as an increase in seizure frequency beginning
immediately before or during menses. However, three
distinct patterns of catamenial epilepsy have been
described: perimenstrual, periovulatory, and luteal.

EPILEPSIA CATAMENIAL
• The diagnosis of catamenial epilepsy can be made through
careful assessment of menstrual and seizure diaries and
characterization of cycle type and duration. A variety of
therapies for catamenial epilepsy have been proposed,
including acetazolamide, cyclical use of benzodiazepines or
conventional antiepileptic drugs (AEDs), and hormonal
therapy. However, evidence for the effectiveness of these
treatment approaches comes from small, unblinded series
or anecdotal reports. Larger multicenter trials, as well as
further investigation of the pathophysiology of the disorder,
are needed to identify the most effective treatment for
women with catamenial epilepsy.

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO
• Estado de mal epiléptico (EME) é uma condição
potencialmente grave, com uma incidência
aproximadamente 90.000 casos por ano no
Brasil. Infelizmente ainda não há consenso sobre
vários de seus aspectos, desde sua definição ao
seu tratamento.
• DEFINIÇÃO: crise suficientemente prolongada
ou repetitiva para causar uma condição fixa e
duradoura. Mortalidade e morbidade elevadas

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO
• ILAE “uma crise que não mostra sinais de cessar após uma duração que abrange a maior parte das crises daquele tipo na maioria dos pacientes ou crises recorrentes sem reassumir a função de base interictal do sistema nervoso central”
• Etiologias mais comuns : uso irregular de anticonvulsivantes, álcool (geralmente retirada), infecção do SNC, epilepsia refratária, trauma, tumor, AVC agudo, distúrbios metabólicos, encefalopatia aguda hipóxico-isquêmica e
indeterminada.

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO
Fisiopatologia
Falência dos mecanismos que
abortam a atividade convulsiva
Excesso de excitação ou
redução da inibição

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO
• Mudanças dinâmicas nas funções dos
receptores GABA e NMDA denominadas
“tráfego de receptores”.
• Redução gradual dos receptores GABAa na
membrana sináptica, além de internalização
e degradação do receptor- em diminuição da
inibição GABAérgica endógena, dando
origem à atividade epilética contínua.

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO
• Perda de receptores GABAa pós-sinápticos é
um fator fisiopatológico relevante no
processo de farmacorresistência das drogas
como benzodiazepínicos, barbitúricos e
propofol.
• Receptores NMDA são progressivamente
transportados para a membrana sináptica,
resultando em um número crescente desses
receptores na sinapse. Esse processo facilita
a excitabilidade neuronal e sustenta o EME.

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO
Mas quanto dura uma crise
convulsiva?
Um a dois minutos
Mas a partir de quando
teremos um dano
neuronal?
Intervalos de 30 min, segundo
dados epidemiológicos mostram
maior mortalidade
Outros autores advogam
20 min para definição de
Status epilepticus
Crises com atividade
tônico-clônica maior
que 5 min devem ser
tratadas com SE.

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO
Status convulsivo
• 20-30 minutos de crises convulsivas contínuas
• Pelo menos três convulsões em uma hora
• Crise convulsiva com mais de 5 minutos de duração
• Definição de 30 minutos traz problemas-tratamento específico não pode ser adiado por esse período quando se busca o sucesso terapêutico e a prevenção de dano cerebral, pois um período mais curto de atividade de crises já causa dano neuronal e é improvável que as crises parem espontaneamente após cinco minutos.

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO

PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
• Pessoas com epilepsia - desencorajadas por proteção excessiva dos profissionais da saúde e familiares, por receio em predispor os indivíduos a lesões traumáticas ou que a fadiga resultante do esforço físico possa precipitar uma nova crise epiléptica.

PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
• Mesmos benefícios que em sujeitos saudáveis -
melhora da aptidão cardiorrespiratória e muscular.
• Exercício físico (agudo e/ou crônico) confere proteção
contra o desencadeamento de crises - descargas
epileptiformes no EEG diminuem
• Poucos casos - desencadeamento da crise foi atribuído
ao esforço físico.
• Evidentemente que a prática de algumas modalidades
esportivas requer cuidados especiais, sobretudo,
aqueles esportes com risco de trauma e afogamento.