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Problemáticas: > A religião > Diversidade de crenças e cultos > As religiões no Mundo > As manifestações religiosas no Cristianismo > Diálogo inter-religioso > O futuro da religião Consolidação de competências: > Visita de estudo – A arte religiosa em Portugal > Debate – “O diálogo transversal entre religiões” > Avaliação global > Para saber mais – Bibliografia, Webgrafia e Filmes A crença num ser superior que exerce o poder sobre o destino do mundo e do povo que nele vive é comum em todas as culturas. Existem, naturalmente, muitas diferenças. As religiões do leste da Ásia, por exemplo, desenvolveram-se como meros apelos a uma ação ética, como o budismo, ou como códigos de conduta derivados de grandiosos panteões, como o hinduísmo e o tauismo, ao passo que as religiões do Médio Oriente acreditam num Deus único e estabelecem regras de modo a manter um relacionamento com o seu próprio Deus, como acontece no Judaísmo, no Cristianismo e no Islamismo. É indiferente, porém, se este diz respeito a uma montanha, a um mero sábio, a um Deus pessoal ou, mesmo, a um Senhor dos Exércitos, visto que as tentativas religiosas de comunicar com o sagrado são sempre marcadas pelos seus rituais e ritos. O Livro do Conhecimento, Círculo de Leitores, 2009 26 32 20 29 24 30 12 28 8 5 © AREAL EDITORES

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Problemáticas:

> A religião

> Diversidade de crenças e cultos

> As religiões no Mundo

> As manifestações religiosas no Cristianismo

> Diálogo inter-religioso

> O futuro da religião

Consolidação de competências:

> Visita de estudo – A arte religiosa em Portugal

> Debate – “O diálogo transversal entre religiões”

> Avaliação global

> Para saber mais – Bibliografia, Webgrafia e Filmes

A crença num ser superior que exerce o poder sobre o destino do mundo e do povo que nele vive é comum em todas as culturas. Existem, naturalmente, muitas diferenças. As religiões do leste da Ásia, por exemplo, desenvolveram-se como meros apelos a uma ação ética, como o budismo, ou como códigos de conduta derivados de grandiosos panteões, como o hinduísmo e o tauismo, ao passo que as religiões do Médio Oriente acreditam num Deus único e estabelecem regras de modo a manter um relacionamento com o seu próprio Deus, como acontece no Judaísmo, no Cristianismo e no Islamismo. É indiferente, porém, se este diz respeito a uma montanha, a um mero sábio, a um Deus pessoal ou, mesmo, a um Senhor dos Exércitos, visto que as tentativas religiosas de comunicar com o sagrado são sempre marcadas pelos seus rituais e ritos.

O Livro do Conhecimento, Círculo de Leitores, 2009

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6 TEMA-PROBLEMA | 9.3 A eXPeRiÊNCiA ReligiOSA COmO AFiRmAÇãO DO eSPAÇO eSPiRiTuAl NO muNDO

A experiência religiosa é uma ligação profunda entre o ser humano e o sagrado, em que o primeiro se anula e perde a sua individualidade. Como o ser humano vive em sociedade, as comunidades religiosas são também comu-nidades morais, com os mesmos modelos de vida, evitando tudo o que a reli-gião, que seguem, condena.

Todas as religiões assentam na existência de duas dimensões do real: a sagrada e a profana. A dimensão sagrada assume-se como sendo perfeita, divina, com poderes superiores; já a dimensão profana é a do Mundo em que vivemos, banal e inferior.

Em cada religião o transcendente assume diferentes formas e figuras: um só deus, vários deuses, divindades, anjos, espíritos, etc.

2. Observa as figuras.

2.1. Faz uma pesquisa sobre algumas regiões que professam cada uma das religiões aí representadas.

2.2. Elabora um planisfério com a sua localização.

3. Identifica outros deuses, anjos e divindades.

Fig. 01 | Templo budista em Tóquio, Japão.

Fig. 02 | Igreja Matriz de Vila do Conde, Portugal.

Fig. 03 | Taj Mahal, Índia. Fig. 04 | Mesquita, Dubai.

Fig. 05 | Estátua de Buda, no templo de Ayuthaya, Tailândia.

Fig. 06 | Shiva – Deus hindu, Bangalore, India.

Fig. 07 | Cristo Redentor, Rio de Janeiro, Brasil.

Fig. 08 | Ganesha, Tailândia.

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7ÁREA 3 – O MUNDO | UNIDADE TEMÁTICA 9 – A DESCOBERTA DA CRÍTICA: O UNIVERSO DOS VALORES

As religiões têm crenças e ritos próprios. As crenças definem uma conceção particular do sagrado com os seus poderes e as suas virtudes. Os ritos são um conjunto de práticas simbólicas através das quais o ser humano entra em contacto com o divino. Os ritos, como testemunhos públicos das crenças, unem os seus membros, gerando fortes sentimentos de identidade e diferen-ciando-os em termos culturais e sociais de outros grupos.

Estes acontecimentos religiosos são muitas vezes assumidos como aconte-cimentos sociais, tanto no plano pessoal – no nascimento, no casamento, na morte,… – como no plano de comemoração de dias festivos ou de dias de descanso – feriados religiosos, o sábado ou o domingo, o Carnaval, a Páscoa, o Natal, o Ramadão, o Novo Ano Chinês,… ou de peregrinações – a Meca, a Santiago de Compostela, a Fátima, a Jerusalém, a Lourdes ou a lugares históri-cos por onde passaram profetas,…

4. Faz um levantamento dos feriados religiosos em Portugal.

5. Identifica algumas práticas ligadas a essas festas religiosas.

Fig. 09 | Procissão cristã da Páscoa em Tlanepantla, México, onde é reconstituída a Via Sacra de Jesus (abril de 2011).

Fig. 10 | Desfile de casamento islâmico no Tajiquistão. Fig. 11 | Devotos a banharem-se em açafrão-da-Índia no templo Vendimala, Kerala, Índia.

CONCEITOsCrenças – são representações sobre o sagrado, escritas ou não.Ritos – são condutas repetitivas e codificadas, muitas delas associa-das a personagens divinas. Os ritos estão, geralmente, carregados de um forte significado simbólico ou sagrado e constituem os cerimoniais que se praticam numa religião.

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26 TEMA-PROBLEMA | 9.3 A eXPeRiÊNCiA ReligiOSA COmO AFiRmAÇãO DO eSPAÇO eSPiRiTuAl NO muNDO

O futuro da religião

Qual será o futuro que a sociedade global reserva à religião? Que mudan-ças estão a acontecer no campo religioso? Porque surgem novas propos-tas religiosas? Como interfere, nas religiões, a mudança sociocultural do

Mundo? Que tendências se projetam para o fenómeno religioso? Todas estas questões são hoje alvo da Teologia, de grandes pensadores e filósofos, de inú-meros debates, e tornam-se num dos grandes desafios do Mundo atual.

As sociedades ocidentais e em particular as europeias, encaram hoje a reli-gião como um assunto que diz respeito a cada cidadão, em que existem valo-res que devem ser preservados – a vida e a liberdade.

No entanto, esta visão ocidental não tem correspondência em regiões onde os conflitos são fortes e as perseguições por motivos religiosos continuam, como é o caso da China e de muitos dos países do conti-nente africano. O mundo islâmico tem também assistido ao aumento do fanatismo religioso. Exemplo deste fanatismo é o que alguns líderes religiosos lançaram à escala global com a denominação de “Guerra Santa”. Os ataques terroristas, de que foi palco o Mundo, nestes últi-mos anos, foram muitas vezes reivindicados com sendo de extremistas islâmicos e fundamentalistas. Estes acontecimentos são, no entanto, lidos como crimes contra a Humanidade e não, unicamente, como guerras religiosas.

CONCEITOsTeologia – ciência que estuda Deus, as divindades e os fenómenos religiosos.

iNSTRumeNTAlizAÇãO DAS ReligiõeS

A religião é um reservatório de identidade, atestando uma especificidade, uma história, e, por isso, uma memória e uma solidariedade. Ser paquistanês é ser muçulmano, ser tai-landês é ser budista, ser assírio–caldeu é ser cristão.

Um fenómeno muito mais contemporâneo é a instrumentalização do religioso pelo político: muitas guerras ditas “de religião” não passam de batalhas políticas que empunham um estandarte religioso.

As religiões são também, com frequência, vítimas da sua capacidade de mobilização de pessoas e grupos. Às vezes são elas que tomam a iniciativa, motivando violências por força da exclusividade intransigente.

O nosso universo é atravessado por três linhas principais de fratura religiosa: a que separa, na Europa, o mundo católico e o mundo ortodoxo; a que separa, no Médio Oriente, em África e na Ásia, o mundo muçulmano e o mundo cristão; e a que separa, no subcontinente indiano, o islamismo e o hinduísmo. Estas diferentes culturas religiosas podem alimentar conflitos.

Adaptado de: Atlas da Globalização, Le Monde Diplomatique

20. Comenta o texto “Instrumentalização das religiões”.

Fig. 57 | Atentado às Torres Gémeas, Nova Iorque, EUA.

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27ÁREA 3 – O MUNDO | UNIDADE TEMÁTICA 9 – A DESCOBERTA DA CRÍTICA: O UNIVERSO DOS VALORES

que FuTuRO PARA A ReligiãO?

A evolução mundial nos últimos dois séculos, as alterações demográficas e a emer-gência do “Terceiro Mundo” determinaram que as igrejas tenham dirigido maiores atenções relativamente aos países do Sul. Mais de metade dos cristãos estão na Amé-rica Latina. Em África também se verificou um considerável aumento de cristãos. Com o seu trabalho missionário, as diversas confissões religiosas cristãs têm desem-penhado um papel importante nas nações menos desenvolvidas, enquanto fatores de justiça social e de paz. Na segunda metade do século XX, assistiu-se, porém, a uma diminuição progressiva do número de fiéis praticantes. No entanto, a perda de influ-ência das confissões religiosas, por força do fim dos Estados confecionais e do desen-volvimento da liberdade de expressão do pensamento, tem sido acompanhada pela expansão de seitas e de orientações religiosas radicais, o que determinou uma nova atenção para o fenómeno religioso como fator de coesão social.

Adaptado de: Filosofia, Religião e Valores (direção: Guilherme d’Oliveira Martins), Lexi Cultural, 2004

21. Após a leitura desta página faz uma pesquisa sobre as obras realizadas pelas missões.

21.1. Redige um texto sobre o trabalho missionário, tendo em conta a religião em que se insere.

Fig. 58 | Trabalho missionário com órfãos, no Quénia, África.

Fig. 60 | Madre Teresa de Calcutá, ou Beata Teresa de Calcutá, foi uma missionária católica de etnia albanesa e naturalizada indiana, beatificada pela Igreja Católica em 2003. Considerada como a missionária do século XX, fundou a congregação “Missionárias da Caridade”, tornando-se conhecida, ainda em vida, pelo cognome de “Santa das sarjetas”.

Fig. 59 | 14.º Dalai Lama Tenzin Gyatso (Maio de 2008). É reconhecido internacionalmente como líder espiritual do Tibete. Considerado por muitos uma das vozes mais lúcidas e comprometidas com a paz, procura estabelecer o diálogo e difundir a necessidade da compaixão no cenário mundial contemporâneo.

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