Entrevistas fieb

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SALVADOR QUARTA-FEIRA 13/11/2013 ECONOMIA B5 ECONOMIA SALVADOR QUARTA-FEIRA 13/11/2013 B4 economia @grupoatarde.com.br Editora-coordenadora Hilcélia Falcão NEGÓCIOS Petrobras diz que o contrato com Odebrecht foi renegociado www.atarde.com.br/economia ENTREVISTA O QUE ME MOVE É O DESEJO DE RENOVAÇÃO Por que o senhor quer ser presidente da Fieb? Como um industrial que viveu de fato o interior, eu posso falar das dificulda- des que a indústria baiana tem pela falta de ação efe- tiva da Federação das In- dústrias como vetor de de- senvolvimento do inte- rior. Como assim? Se você vai em Alagoinhas e olha as cervejarias, não tem um destilador treina- do. Vai a Feira de Santana, que é um município quase do tamanho de Maceió, de Aracaju, e não tem um es- critório da Fieb, onde o industrial possa bater na porta, sentar e dizer “quais são os serviços da Fieb aqui?”. O que me move, falando francamente, abrindo o peito, é o de- senvolvimento da Bahia. Da outra vez em que pen- sei em ser candidato já existia a vontade da re- novação. Eu acho que o motivo maior é a reno- vação da Federação, que já vem há 43 anos com um mesmo grupo de poder econômico na Bahia. Na última eleição, o senhor chegou a se colocar, mas recuou. Alguma chance dis- so voltar a acontecer? Quando eu lancei a minha candidatura, eu não tinha ainda uma vida cotidiana na Fieb. Hoje, ou eu estou na minha casa, ou na Fieb, ou na CNI. É a minha vida. Eu retirei a candidatura porque percebi que have- ria um racha e não tinha a possibilidade de me ele- ger. Aquiesci espontanea- mente. Desta vez... Desta vez, não. Tenho com- promissos com colegas, que demonstram uma vontade imensa e vou até o final. Vou para a eleição. Falando francamente, (Jo- sé de Freitas) Mascarenhas está se movimentando muito, mas temos 30 bons colegas conosco. A vonta- de de mudar é tão grande que há um brio dos pre- sidentes de sindicatos que nos apoiam. Nós quere- mos participação. Este in- clusive é o nome de nossa chapa. Imagine que eu, mesmo sendo vice-presi- dente, nunca fui chamado a contribuir com nenhu- ma tarefa pelo presidente. Eu votei em Mascarenhas. Abdiquei do meu desejo. O problema é que o sistema atual é ditatorial. O senhor expressou essa in- satisfação para ele? Não tem ninguém que te- nha essa participação. Nem as pessoas ao lado dele. Nós queremos abrir espaços para todos ajuda- rem naquilo que sabem fazer de melhor. Estamos construindo uma chapa com industriais, consulto- res e gente que conhece bem a CNI, a estrutura do Senai Cimatec. Eu preten- do criar pequenos Cima- tecs em cidades polos, co- mo Feira de Santana, Ala- goinhas, o Oeste da Bahia, Vitória da Conquista etc. Queremos criar centros que atendam as necessi- dades das regiões. O que o senhor pretende manter da atual gestão e o que vai modificar? Eu pretendo dar continui- dade a todas as obras em curso. O Cimatec III e IV serão concluídos, com o prestígio, a presença e a ação, e vou fazer com que as obras pelo interior se- jam concluídas. A equipe que a Fieb tem é ótima, mas depende de um bom comando. A relação não pode ser de “lá vem o ho- mem” para ter respeito. Não pode ficar só na mesa, tem estar em cima. Temos 41 sindicatos e 36 estão na Região Metropolitana de Salvador. Vamos ter que deslocar esse eixo. Mas essa realidade não é um reflexo do processo de in- dustrialização da Bahia? Sim, você tem o Polo em Camaçari. Então, como é que a Fieb poderia modificar isso? Junto com o governo do estado. A Federação tem que dar o suporte, captar também indústrias que querem vir para a Bahia e, em consonância com o go- verno do estado, fazer acontecer. Ela tem que chegar rápido em Feira de Santana e abrir um escri- tório rápido, começar a construir o pequeno Cima- tec, que se adeque ao par- que industrial de lá. Va- mos buscar recursos da Embrapii (Empresa Brasi- leira de Pesquisa e Ino- vação Industrial) e outras fontes de financiamento para dar velocidade. Como é que o senhor en- xerga a relação entre o go- verno e a indústria? É uma relação de convi- vência com respeito. Tra- ta-se de uma relação de caráter político. A Fieb, cu- jo objetivo é dar suporte para a indústria, tem que buscar junto à Secretaria da Indústria e Comércio e ao governador (Jaques Wagner) acelerar a solu- ção. Se tiver uma interface com autonomia e respeito, vai resolver o problema. Se você procurar o estado, consegue resolver a situa- ção. A Fieb não vai fazer a obra, mas deve chegar jun- to do estado e cobrar. O senhor pretende agir as- sim em relação ao estado? Exatamente, com autono- mia, mas com respeito. Agora, se você ficar muito imperial e disser que “o distrito não está pronto e por isso o empresário cor- reu”, não vai resolver. As pessoas dizem que Per- nambuco cresceu demais e a Bahia não. A gente está cansado de escutar isso, mas o momento pernam- bucano consegue reunir do mesmo lado a Fede- ração das Indústrias de lá, que comanda o processo, PT, PSB, PMDB, Pc do B, em prol do desenvolvimento industrial de lá. Como está sendo para o se- nhor protagonizar uma dis- puta eleitoral inédita para grande parte da indústria baiana? Tem muita gente perple- xa, mas eu tenho recebido abraços e telefonemas de pessoas da sociedade, in- clusive que nem militam na indústria, parabenizan- do pela coragem cívica do enfrentamento a essa es- trutura de poder na Fieb. Sem querer ser cabotino, por onde passei na vida, fui vitorioso, mas foi tra- balhando muito. Agora, é preciso ter uma equipe muito boa. Por exemplo, o desenvolvimento e o apoio à micro e pequena em- presa. Os sindicatos pe- quenos têm que ser apoia- dos. Você pode até dizer que hoje apoia, mas no mesmo diapasão que o grande. Acontece que o pe- queno precisa ser pegado pela mão. O senhor disse que tem o apoio de 30 sindicatos. Já encontrou espaço para to- dos na chapa? Já. A chapa está pronta. Todos terão espaços? Alguns colegas não que- rem ter atribuições. Tem pessoas dedicadas, mas não querem o cargo. Mas não temos nenhum pro- blema de fechar a chapa. Existem sindicatos que re- presentam atividades signi- ficativas economicamente apoiando o Mascarenhas. Caso o senhor vença a elei- ção, como será a relação com eles? Eu sou por temperamento espontâneo, mas com mu- nheca. Você pode ser sim- ples, cordato, mas com de- cisões. Confesso do fundo da alma que tratarei o Sin- duscon, a indústria petro- química e a todos muito bem. Não dá para ficar ma- goado com quem discorda. Eu não consegui fazer ini- migos na vida. O senhor é irmão do fa- lecido empresário Paulo Cé- sar Farias, o PC Farias. Essa referência lhe incomoda? Não. O Paulo, meu irmão, não está mais aqui conos- co. Coitado, pagou um pre- ço altíssimo, mas a vida é assim mesmo. Ele era um rapaz muitíssimo inteli- gente. Falava quatro idio- mas, teve uma formação acadêmica muito consis- tente. Estudou em semi- nário, fez direito, foi o pri- meiro no vestibular, pri- meiro da turma e orador na formatura. Foi o maior comercializador de carros Dodge do Brasil. Agora, en- veredou para o que todo mundo sabe. Eu não tenho nenhuma vergonha de di- zerem “é o irmão de PC”. Ele decidiu, contra a mi- nha vontade, sair do país. Devia ter enfrentado tudo, mas não ouviu, fez o que quis. Contrariou a todos e a mim, por exemplo. A gen- te fica triste quando a coi- sa é posta de forma de- preciativa, como estigma. Que culpa tenho eu disso? Eu vivi toda uma vida de- satrelada desse processo. A investigação que foi feita sobre o Paulo foi muito séria. Tudo foi passado a limpo. Ninguém ficaria fe- liz de ver isso ser dito de forma depreciativa. Eu acho que a história dele já foi tão falada, esmiuçada que colocar isso para me depreciar não parece ser correto. Divulgação / Sistema Fieb A equipe que a Fieb tem é ótima, mas depende de um bom comando A Fieb não vai fazer a obra, mas deve chegar junto do estado e cobrar Eu votei em Mascarenhas. O problema é que o sistema atual é ditatorial ESCOLHA José de Freitas Mascarenhas e Carlos Farias disputam o comando da Federação das Indústrias do Estado da Bahia Disputa acirrada vai marcar eleições na Fieb Temos 41 sindicatos e 36 estão na RMS. Vamos ter que deslocar esse eixo MEU OBJETIVO É AJUDAR A MELHORAR A BAHIA A Fieb vivencia um processo eleitoral novo para muita gente. Como está sendo a experiência? É um processo inédito. Nós não tínhamos experiência neste tipo de eleição, mas para mim está sendo cons- trutivo e eu tenho até que agradecer aos adversários. Tem sido uma oportuni- dade de aproximação com sindicatos e empresas pa- ra mim. Mas é bom para a indústria da Bahia tam- bém. É importante para que eles entendam os pro- blemas da Federação. Ago- ra, é um processo cansa- tivo porque eu tenho que trabalhar o dia inteiro, a Federação não para. O senhor é reconhecido co- mo um presidente que já fez muito pela Fieb. Por que mais um mandato? Eu levei algum tempo para decidir se iria pedir a re- eleição ou não, que é algo normal e previsto no es- tatuto. E quero dizer que fui eu quem introduziu es- sa limitação a uma ree- leição apenas. Quem me dera que todos os sindi- catos tivessem isso tam- bém. Além de defender a renovação daqui, deve- riam defender a renovação de seus próprios sindica- tos. Bom, na minha vida, nunca gostei de deixar um trabalho pela metade. Eu lembro que eu estava no governo de Antônio Carlos (Magalhães, na década de 70) e recebi um convite para ser secretário-geral, uma espécie de vice-mi- nistro e resolvi não aceitar porque o programa do Po- lo Petroquímico estava no meio. Fiquei, tudo termi- nou bem e o Polo está aí. Agora há uma situação se- melhante. Depois disso te- remos uma outra Federa- ção, mais interiorizada, mais capacitada, ainda mais voltada para a micro e pequena empresa e olhando para o futuro. Por exemplo, presidente? Nós temos um programa para elevar a qualidade de ensino oferecida aos es- tudantes do Sesi. O pro- grama de interiorização está pelo meio. Eu gostaria de executar para assegu- rar este trabalho. Onde é que a Fieb vai chegar com esse programa? Nós vamos chegar ao Oes- te da Bahia, em Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, em Ilhéus e Itabuna, a Vi- tória da Conquista, Feira de Santana e Juazeiro. Ca- da lugar terá um projeto próprio, diferente do ou- tro. Vamos estreitar a co- municação com o interior. Não é só criar um edifício e uma base física, todos vão desenvolver ações de de- fesa de interesses e de for- mação. Esses locais foram escolhidos porque são ba- ses industriais e vão fun- cionar como polos. Depois ampliaremos para outros que não foram imediata- mente atendidos. Não po- demos fazer coisas sem responsabilidade orça- mentária. Essa questão da interiori- zação é exatamente um dos pontos defendidos pelo seu opositor. Por que só agora a Fieb está fazendo isso? Quando eu voltei aqui, es- se foi um dos programas prioritários. Não podemos ficar só no litoral. Agora, nós não estamos dizendo que vamos fazer, nós já estamos fazendo. Uma outra crítica seria a falta de assistência às micro e pequenas indústrias. Isso é uma fantasia que querem colocar em cima de mim, mas na verdade, toda hora eu estou repe- tindo, a grande empresa é mais uma doadora de re- cursos do que uma absor- vedora de recursos. A maior parte dos nossos re- cursos vai exatamente pa- ra micro, pequenas e mé- dias empresas. Nós temos números que mostram is- so. Este ano nós já aten- demos 2,2 mil estabeleci- mentos, dos quais 74% são de micro e pequenas em- presas, 18% são médias empresas. As grandes em- presas podem suprir as próprias necessidades. A diferença entre nós é que eu tenho visão de futuro. O problema é que as pessoas criam certas imagens. De que a Fieb é voltada para as grandes empresas... Isso é apenas uma ima- gem. Não tem comprova- ção com números. Eu que- ro discutir projetos, visões de futuro. Eu queria que se dissesse “esses projetos não servem, são ruins, o que eu tenho é melhor”. Não pode ser a minha fi- gura ou a de meu con- corrente. É o que interessa para a Bahia. O ambiente no Brasil não é compe- titivo. Essa reforma tribu- tária é prometida por três presidentes. A flexibiliza- ção das leis trabalhistas não sai porque ninguém tem coragem política. Isso gera custos para a indús- tria e não se vê uma so- lução. Temos que procurar ferramentas alternativas para tornar as empresas competitivas. Como? Com inovação. Estamos dando grande atenção a esses programas, que amadure- ceram agora, mas são tra- balhados há muito tempo. Trazer supercomputado- res para cá demorou três anos. Fizemos um centro de robótica, negociado há muito tempo. Nós estamos desenvolvendo o Cimatec III e IV, mas depois tem o V e o VI, que já está pro- jetado para ser construído com recursos do BNDES. Sem querer ser pernóstico, eu acho que posso ajudar a concluir esses projetos que são tão importantes. Quatro anos dá para fazer isso tudo? Não. Eu não uso espelho retrovisor, olho para a frente. Quem faz tudo isso que eu estou dizendo são as pessoas. Por isso dou tanta importância aos fun- cionários. Eu cheguei aqui e tinha desestruturação na base de pessoas e o tempo para reestruturar isso foi maior do que eu supunha. Tivemos que mudar tam- bém o sistema operacio- nal, que estava envelhe- cido. Eu vou deixar tudo funcionando. Hoje tudo anda bem, mas demorou. Eu acho que em quatro anos no máximo a gente deixa tudo pronto. O senhor errou ao não pre- parar um sucessor? Numa empresa, as coisas funcionam como obriga- ção. Na empresa em que eu trabalho, é obrigatório ter um substituto. Às vezes causa medo porque a pes- soa pensa que está for- mando para o lugar dele. Mas é a condição para su- bir, deixar um substituto. Aqui dentro nós não te- mos a liberdade de pro- ceder assim porque é uma associação. Eu confesso que gostaria de ter uma base mais ampla de pes- soas para poder trabalhar. Agora, de uma forma ou de outra, vamos ter que fazer isso porque queira ou não, mesmo que seja reeleito, será a última vez que serei reeleito. Os téc- nicos daqui não podem trabalhar em um clima de que tudo vai desmoronar de uma hora para outra. O senhor não pretende mais se candidatar? Não é estatutariamente possível uma nova reelei- ção e após o intervalo já seriam oito anos. Quem me substituir terá direito a disputar uma reeleição. Como é a relação da Fieb com o governo do estado? É boa, muito boa com o governador. Essa pergunta me permite esclarecer al- gumas coisas. O seu adversário é o can- didato do governo? Isso é ele quem diz. O go- vernador não diz isso. Cla- ramente ele me diz que é neutro e eu nunca o vi tomando atitudes para be- neficiar um lado ou outro. Ouço muita informação sobre membros do gover- no, mas o governador é a referência. Eu me permito em determinados mo- mentos criticar políticas do governo, não o gover- nador. O porto tem 20 anos que eu digo que a gente precisa de uma so- lução, seja qual for. Eu realmente não acredito que isso interfere na re- lação que a gente tem. O ideal é trabalhar de mãos dadas porque o objetivo é comum, criar empregos e melhorar a Bahia. Já disse isso ao governador. A chapa já está pronta? Não, mas estamos prepa- rando porque temos que lançar este mês. A ne- nhum de nossos compa- nheiros foi prometido vir para o nosso lado com pro- messas de cargos. Não quer dizer que não tenha uma sugestão, mas o con- junto dos sindicatos que estão conosco entendem que há um projeto. Dá para ganhar a eleição? Eu não faço contabilidade, mas vejo grande parte dos sindicatos conosco. Não digo que tenho sei lá quan- tos. Mas acredito que dá sim. Até o último dia va- mos continuar batalhan- do. Todo mundo tem di- reito de se candidatar. Eu me permito criticar políticas do governo, não o governador Na minha vida, nunca gostei de deixar um trabalho pela metade Eu não faço contabilidade, mas vejo grande parte dos sindicatos conosco A maior parte dos nossos recursos vai para as micro e pequenas empresas João Alvarez / Divulgação/ Sistema Fieb Divulgação Ângelo Pontes/Divulgação/ Sistema Fieb ENTREVISTA JOSÉ DE FREITAS MASCARENHAS Formação Engenheiro civil Empresa Executivo do Grupo Norberto Odebrecht Cargos atuais Presidente da Fieb e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) CARLOS GILBERTO FARIAS Formação Engenheiro agrônomo com mestrado em cana de açúcar Empresa Fundador e diretor de relações institucionais da Agrovale Cargos atuais Vice-presidente da Fieb e presidente do Conselho da Agroindústrias do Brasil na Confederação Nacional da Indústria DONALDSON GOMES No dia 28 de janeiro de 2014, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) vai en- frentar uma eleição para a escolha da nova diretoria. Se já não bastasse a relevância da entidade, cujo orçamento anual beira os R$ 700 mi- lhões, a eleição ganha importância pelo ca- ráter de ineditismo. Nas últimas décadas, não há registros de um enfrentamento eleitoral pelo comando da organização responsável por instituições de ensino e qualificação profissional, como o Sesi e o Senai, que tem como destaque o Cimatec. O atual presidente, José de Freitas Mas- carenhas, tem no currículo o trabalho de im- plantação do Polo Petroquímico de Camaçari na década de 70, e 12 anos de experiência à frente da Federação, antes do atual mandato de quatro anos. Em busca de um novo mandato, diz não ter concluído a missão de modernizar a entidade. Mascarenhas conta ainda que seu projeto inicial previa reestruturar a Federação em quatro anos, mas o trabalho se prolongou além do esperado. O outro candidato é alagoano de nasci- mento, mas vive há 41 anos em Juazeiro, na Bahia, onde construiu a Agrovale, que em- prega quase cinco mil funcionários. É o interior da Bahia que Carlos Gilberto Farias pretende utilizar como trunfo para desafiar Mascarenhas. Ele tenta se apresentar como a voz dos pequenos e dos que estão longe da capital. Hoje a comissão eleitoral divulga o edital da eleição e A TARDE apresenta os principais projetos dos candidatos.

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SALVADOR QUARTA-FEIRA 13/11/2013 ECONOMIA B5

ECONOMIASALVADOR QUARTA-FEIRA 13/11/2013B4

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Editora-coordenadoraHilcélia Falcão

NEGÓCIOS Petrobras diz que o contrato comOdebrecht foi renegociado www.atarde.com.br/economia

ENTREVISTA

O QUE ME MOVE É ODESEJO DE RENOVAÇÃOPor que o senhor quer serpresidente da Fieb?

Como um industrial queviveu de fato o interior, euposso falar das dificulda-des que a indústria baianatem pela falta de ação efe-tiva da Federação das In-dústrias como vetor de de-senvolvimento do inte-rior.

Como assim?Se você vai em Alagoinhase olha as cervejarias, nãotem um destilador treina-do. Vai a Feira de Santana,que é um município quasedo tamanho de Maceió, deAracaju, e não tem um es-critório da Fieb, onde oindustrial possa bater naporta, sentar e dizer “quaissão os serviços da Fiebaqui?”. O que me move,falando francamente,abrindo o peito, é o de-senvolvimento da Bahia.Da outra vez em que pen-sei em ser candidato jáexistia a vontade da re-novação. Eu acho que omotivo maior é a reno-vação da Federação, que jávem há 43 anos com ummesmo grupo de podereconômico na Bahia.

Na última eleição, o senhorchegou a se colocar, masrecuou. Alguma chance dis-so voltar a acontecer?

Quando eu lancei a minhacandidatura, eu não tinhaainda uma vida cotidianana Fieb. Hoje, ou eu estouna minha casa, ou na Fieb,ou na CNI. É a minha vida.Eu retirei a candidaturaporque percebi que have-ria um racha e não tinha apossibilidade de me ele-ger. Aquiesci espontanea-mente.

Desta vez...Desta vez, não. Tenho com-promissos com colegas,que demonstram umavontade imensa e vou atéo final. Vou para a eleição.Falando francamente, (Jo-sé de Freitas) Mascarenhasestá se movimentandomuito, mas temos 30 bonscolegas conosco. A vonta-de de mudar é tão grandeque há um brio dos pre-sidentes de sindicatos quenos apoiam. Nós quere-mos participação. Este in-clusive é o nome de nossachapa. Imagine que eu,mesmo sendo vice-presi-dente, nunca fui chamadoa contribuir com nenhu-ma tarefa pelo presidente.Eu votei em Mascarenhas.Abdiquei do meu desejo. Oproblema é que o sistemaatual é ditatorial.

O senhor expressou essa in-satisfação para ele?

Não tem ninguém que te-nha essa participação.Nem as pessoas ao ladodele. Nós queremos abrirespaços para todos ajuda-rem naquilo que sabemfazer de melhor. Estamosconstruindo uma chapacom industriais, consulto-res e gente que conhecebem a CNI, a estrutura doSenai Cimatec. Eu preten-do criar pequenos Cima-tecs em cidades polos, co-mo Feira de Santana, Ala-goinhas, o Oeste da Bahia,Vitória da Conquista etc.Queremos criar centrosque atendam as necessi-dades das regiões.

O que o senhor pretendemanter da atual gestão e oque vai modificar?

Eu pretendo dar continui-dade a todas as obras emcurso. O Cimatec III e IVserão concluídos, com oprestígio, a presença e aação, e vou fazer com queas obras pelo interior se-jam concluídas. A equipeque a Fieb tem é ótima,mas depende de um bomcomando. A relação nãopode ser de “lá vem o ho-mem” para ter respeito.Não pode ficar só na mesa,tem estar em cima. Temos41 sindicatos e 36 estão naRegião Metropolitana deSalvador. Vamos ter quedeslocar esse eixo.

Mas essa realidade não é umreflexo do processo de in-dustrialização da Bahia?

Sim, você tem o Polo emCamaçari.

Então, como é que a Fiebpoderia modificar isso?

Junto com o governo doestado. A Federação temque dar o suporte, captartambém indústrias quequerem vir para a Bahia e,em consonância com o go-verno do estado, fazeracontecer. Ela tem quechegar rápido em Feira deSantana e abrir um escri-tório rápido, começar aconstruir o pequeno Cima-tec, que se adeque ao par-que industrial de lá. Va-mos buscar recursos daEmbrapii (Empresa Brasi-leira de Pesquisa e Ino-vação Industrial) e outrasfontes de financiamentopara dar velocidade.

Como é que o senhor en-xerga a relação entre o go-verno e a indústria?

É uma relação de convi-vência com respeito. Tra-ta-se de uma relação de

caráter político. A Fieb, cu-jo objetivo é dar suportepara a indústria, tem quebuscar junto à Secretariada Indústria e Comércio eao governador (JaquesWagner) acelerar a solu-ção. Se tiver uma interfacecom autonomia e respeito,vai resolver o problema. Sevocê procurar o estado,consegue resolver a situa-ção. A Fieb não vai fazer aobra, mas deve chegar jun-to do estado e cobrar.

O senhor pretende agir as-sim em relação ao estado?

Exatamente, com autono-mia, mas com respeito.Agora, se você ficar muitoimperial e disser que “odistrito não está pronto epor isso o empresário cor-reu”, não vai resolver. Aspessoas dizem que Per-nambuco cresceu demaise a Bahia não. A gente estácansado de escutar isso,mas o momento pernam-bucano consegue reunirdo mesmo lado a Fede-ração das Indústrias de lá,que comanda o processo,

PT, PSB, PMDB, Pc do B, emprol do desenvolvimentoindustrial de lá.

Como está sendo para o se-nhor protagonizar uma dis-puta eleitoral inédita paragrande parte da indústriabaiana?

Tem muita gente perple-xa, mas eu tenho recebidoabraços e telefonemas depessoas da sociedade, in-clusive que nem militamna indústria, parabenizan-do pela coragem cívica doenfrentamento a essa es-trutura de poder na Fieb.Sem querer ser cabotino,por onde passei na vida,fui vitorioso, mas foi tra-balhando muito. Agora, épreciso ter uma equipemuito boa. Por exemplo, odesenvolvimento e o apoioà micro e pequena em-presa. Os sindicatos pe-quenos têm que ser apoia-dos. Você pode até dizerque hoje apoia, mas nomesmo diapasão que ogrande. Acontece que o pe-queno precisa ser pegadopela mão.

O senhor disse que tem oapoio de 30 sindicatos. Jáencontrou espaço para to-dos na chapa?

Já. A chapa está pronta.

Todos terão espaços?Alguns colegas não que-rem ter atribuições. Tempessoas dedicadas, masnão querem o cargo. Masnão temos nenhum pro-blema de fechar a chapa.

Existem sindicatos que re-presentam atividades signi-ficativas economicamenteapoiando o Mascarenhas.Caso o senhor vença a elei-ção, como será a relaçãocom eles?

Eu sou por temperamentoespontâneo, mas com mu-nheca. Você pode ser sim-ples, cordato, mas com de-cisões. Confesso do fundoda alma que tratarei o Sin-duscon, a indústria petro-química e a todos muitobem. Não dá para ficar ma-goado com quem discorda.Eu não consegui fazer ini-migos na vida.

O senhor é irmão do fa-lecido empresário Paulo Cé-sar Farias, o PC Farias. Essareferência lhe incomoda?

Não. O Paulo, meu irmão,não está mais aqui conos-co. Coitado, pagou um pre-ço altíssimo, mas a vida éassim mesmo. Ele era umrapaz muitíssimo inteli-gente. Falava quatro idio-mas, teve uma formaçãoacadêmica muito consis-tente. Estudou em semi-nário, fez direito, foi o pri-meiro no vestibular, pri-meiro da turma e oradorna formatura. Foi o maiorcomercializador de carrosDodge do Brasil. Agora, en-veredou para o que todomundo sabe. Eu não tenhonenhuma vergonha de di-zerem “é o irmão de PC”.Ele decidiu, contra a mi-nha vontade, sair do país.Devia ter enfrentado tudo,mas não ouviu, fez o quequis. Contrariou a todos e amim, por exemplo. A gen-te fica triste quando a coi-sa é posta de forma de-preciativa, como estigma.Que culpa tenho eu disso?Eu vivi toda uma vida de-satrelada desse processo. Ainvestigação que foi feitasobre o Paulo foi muitoséria. Tudo foi passado alimpo. Ninguém ficaria fe-liz de ver isso ser dito deforma depreciativa. Euacho que a história dele jáfoi tão falada, esmiuçadaque colocar isso para medepreciar não parece sercorreto.

Divulgação / Sistema Fieb

A equipe que aFieb tem éótima, masdepende de umbom comando

A Fieb não vaifazer a obra,mas deve chegarjunto do estadoe cobrar

Eu votei emMascarenhas.O problema éque o sistemaatual éditatorial

ESCOLHA José de Freitas Mascarenhas e Carlos Farias disputam o comando da Federação das Indústrias do Estado da Bahia

Disputa acirrada vaimarcar eleições na Fieb

Temos 41sindicatos e 36estão na RMS.Vamos ter quedeslocaresse eixo

MEU OBJETIVO É AJUDARA MELHORAR A BAHIAA Fieb vivencia um processoeleitoral novo para muitagente. Como está sendo aexperiência?

É um processo inédito. Nósnão tínhamos experiêncianeste tipo de eleição, maspara mim está sendo cons-trutivo e eu tenho até queagradecer aos adversários.Tem sido uma oportuni-dade de aproximação comsindicatos e empresas pa-ra mim. Mas é bom para aindústria da Bahia tam-bém. É importante paraque eles entendam os pro-blemas da Federação. Ago-ra, é um processo cansa-tivo porque eu tenho quetrabalhar o dia inteiro, aFederação não para.

O senhor é reconhecido co-mo um presidente que já fezmuito pela Fieb. Por quemais um mandato?

Eu levei algum tempo paradecidir se iria pedir a re-eleição ou não, que é algonormal e previsto no es-tatuto. E quero dizer quefui eu quem introduziu es-sa limitação a uma ree-leição apenas. Quem medera que todos os sindi-catos tivessem isso tam-bém. Além de defender arenovação daqui, deve-riam defender a renovaçãode seus próprios sindica-tos. Bom, na minha vida,nunca gostei de deixar umtrabalho pela metade. Eulembro que eu estava nogoverno de Antônio Carlos(Magalhães, na década de70) e recebi um convitepara ser secretário-geral,uma espécie de vice-mi-nistro e resolvi não aceitarporque o programa do Po-lo Petroquímico estava nomeio. Fiquei, tudo termi-nou bem e o Polo está aí.Agora há uma situação se-melhante. Depois disso te-remos uma outra Federa-ção, mais interiorizada,mais capacitada, aindamais voltada para a microe pequena empresa eolhando para o futuro.

Por exemplo, presidente?Nós temos um programapara elevar a qualidade deensino oferecida aos es-tudantes do Sesi. O pro-grama de interiorizaçãoestá pelo meio. Eu gostariade executar para assegu-rar este trabalho.

Onde é que a Fieb vai chegarcom esse programa?

Nós vamos chegar ao Oes-te da Bahia, em Barreiras eLuís Eduardo Magalhães,em Ilhéus e Itabuna, a Vi-tória da Conquista, Feira

de Santana e Juazeiro. Ca-da lugar terá um projetopróprio, diferente do ou-tro. Vamos estreitar a co-municação com o interior.Não é só criar um edifício euma base física, todos vãodesenvolver ações de de-fesa de interesses e de for-mação. Esses locais foramescolhidos porque são ba-ses industriais e vão fun-cionar como polos. Depoisampliaremos para outrosque não foram imediata-mente atendidos. Não po-demos fazer coisas semresponsabilidade orça-mentária.

Essa questão da interiori-zação é exatamente um dospontos defendidos pelo seuopositor. Por que só agora aFieb está fazendo isso?

Quando eu voltei aqui, es-se foi um dos programasprioritários. Não podemosficar só no litoral. Agora,nós não estamos dizendoque vamos fazer, nós jáestamos fazendo.

Uma outra crítica seria afalta de assistência às microe pequenas indústrias.

Isso é uma fantasia quequerem colocar em cimade mim, mas na verdade,toda hora eu estou repe-tindo, a grande empresa émais uma doadora de re-cursos do que uma absor-vedora de recursos. Amaior parte dos nossos re-cursos vai exatamente pa-ra micro, pequenas e mé-dias empresas. Nós temosnúmeros que mostram is-so. Este ano nós já aten-demos 2,2 mil estabeleci-mentos, dos quais 74% sãode micro e pequenas em-presas, 18% são médiasempresas. As grandes em-presas podem suprir aspróprias necessidades. Adiferença entre nós é queeu tenho visão de futuro. Oproblema é que as pessoascriam certas imagens.

De que a Fieb é voltada paraas grandes empresas...

Isso é apenas uma ima-gem. Não tem comprova-ção com números. Eu que-ro discutir projetos, visõesde futuro. Eu queria que sedissesse “esses projetosnão servem, são ruins, oque eu tenho é melhor”.Não pode ser a minha fi-gura ou a de meu con-corrente. É o que interessapara a Bahia. O ambienteno Brasil não é compe-titivo. Essa reforma tribu-tária é prometida por trêspresidentes. A flexibiliza-ção das leis trabalhistas

não sai porque ninguémtem coragem política. Issogera custos para a indús-tria e não se vê uma so-lução. Temos que procurarferramentas alternativaspara tornar as empresascompetitivas. Como? Cominovação. Estamos dandogrande atenção a essesprogramas, que amadure-ceram agora, mas são tra-balhados há muito tempo.Trazer supercomputado-res para cá demorou trêsanos. Fizemos um centrode robótica, negociado hámuito tempo. Nós estamosdesenvolvendo o CimatecIII e IV, mas depois tem o Ve o VI, que já está pro-jetado para ser construídocom recursos do BNDES.Sem querer ser pernóstico,eu acho que posso ajudar aconcluir esses projetos quesão tão importantes.

Quatro anos dá para fazerisso tudo?

Não. Eu não uso espelhoretrovisor, olho para afrente. Quem faz tudo issoque eu estou dizendo são

as pessoas. Por isso doutanta importância aos fun-cionários. Eu cheguei aquie tinha desestruturação nabase de pessoas e o tempopara reestruturar isso foimaior do que eu supunha.Tivemos que mudar tam-bém o sistema operacio-nal, que estava envelhe-cido. Eu vou deixar tudofuncionando. Hoje tudoanda bem, mas demorou.Eu acho que em quatroanos no máximo a gentedeixa tudo pronto.

O senhor errou ao não pre-parar um sucessor?

Numa empresa, as coisasfuncionam como obriga-ção. Na empresa em que eutrabalho, é obrigatório terum substituto. Às vezescausa medo porque a pes-soa pensa que está for-mando para o lugar dele.Mas é a condição para su-bir, deixar um substituto.Aqui dentro nós não te-mos a liberdade de pro-ceder assim porque é umaassociação. Eu confessoque gostaria de ter uma

base mais ampla de pes-soas para poder trabalhar.Agora, de uma forma oude outra, vamos ter quefazer isso porque queiraou não, mesmo que sejareeleito, será a última vezque serei reeleito. Os téc-nicos daqui não podemtrabalhar em um clima deque tudo vai desmoronarde uma hora para outra.

O senhor não pretende maisse candidatar?

Não é estatutariamentepossível uma nova reelei-ção e após o intervalo jáseriam oito anos. Quemme substituir terá direito adisputar uma reeleição.

Como é a relação da Fiebcom o governo do estado?

É boa, muito boa com ogovernador. Essa perguntame permite esclarecer al-gumas coisas.

O seu adversário é o can-didato do governo?

Isso é ele quem diz. O go-vernador não diz isso. Cla-ramente ele me diz que éneutro e eu nunca o vitomando atitudes para be-neficiar um lado ou outro.Ouço muita informaçãosobre membros do gover-no, mas o governador é areferência. Eu me permitoem determinados mo-mentos criticar políticasdo governo, não o gover-nador. O porto tem 20anos que eu digo que agente precisa de uma so-lução, seja qual for. Eurealmente não acreditoque isso interfere na re-lação que a gente tem. Oideal é trabalhar de mãosdadas porque o objetivo écomum, criar empregos emelhorar a Bahia. Já disseisso ao governador.

A chapa já está pronta?Não, mas estamos prepa-rando porque temos quelançar este mês. A ne-nhum de nossos compa-nheiros foi prometido virpara o nosso lado com pro-messas de cargos. Nãoquer dizer que não tenhauma sugestão, mas o con-junto dos sindicatos queestão conosco entendemque há um projeto.

Dá para ganhar a eleição?Eu não faço contabilidade,mas vejo grande parte dossindicatos conosco. Nãodigo que tenho sei lá quan-tos. Mas acredito que dásim. Até o último dia va-mos continuar batalhan-do. Todo mundo tem di-reito de se candidatar.

Eu me permitocriticarpolíticas dogoverno, não ogovernador

Na minha vida,nunca gostei dedeixar umtrabalho pelametade

Eu não façocontabilidade,mas vejo grandeparte dossindicatosconosco

A maior partedos nossosrecursos vaipara as microe pequenasempresas

João Alvarez / Divulgação/ Sistema Fieb

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ENTREVISTA

JOSÉ DE FREITASMASCARENHAS

FormaçãoEngenheiro civil

EmpresaExecutivo do GrupoNorberto Odebrecht

Cargos atuaisPresidente da Fieb e

vice-presidente daConfederação

Nacional daIndústria (CNI)

CARLOS GILBERTOFARIASFormaçãoEngenheiro agrônomocom mestrado em canade açúcar

EmpresaFundador e diretor derelações institucionaisda Agrovale

Cargos atuaisVice-presidente da Fieb epresidente do Conselhoda Agroindústrias doBrasil na ConfederaçãoNacional da Indústria

DONALDSON GOMES

No dia 28 de janeiro de 2014, a Federação dasIndústrias do Estado da Bahia (Fieb) vai en-frentar uma eleição para a escolha da novadiretoria.

Se já não bastasse a relevância da entidade,cujo orçamento anual beira os R$ 700 mi-lhões, a eleição ganha importância pelo ca-ráter de ineditismo.

Nas últimas décadas, não há registros deumenfrentamentoeleitoralpelocomandodaorganização responsável por instituições deensino e qualificação profissional, como oSesi e o Senai, que tem como destaque oCimatec.

O atual presidente, José de Freitas Mas-carenhas, tem no currículo o trabalho de im-plantação do Polo Petroquímico de Camaçarina década de 70, e 12 anos de experiência à

frente da Federação, antes do atual mandatode quatro anos.

Em busca de um novo mandato, diz não terconcluído a missão de modernizar a entidade.Mascarenhas conta ainda que seu projetoinicial previa reestruturar a Federação emquatro anos, mas o trabalho se prolongoualém do esperado.

O outro candidato é alagoano de nasci-mento, mas vive há 41 anos em Juazeiro, na

Bahia, onde construiu a Agrovale, que em-prega quase cinco mil funcionários.

É o interior da Bahia que Carlos GilbertoFarias pretende utilizar como trunfo paradesafiar Mascarenhas.

Ele tenta se apresentar como a voz dospequenos e dos que estão longe da capital.

Hoje a comissão eleitoral divulga o edital daeleição e A TARDE apresenta os principaisprojetos dos candidatos.