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ENTREVISTA ALARGAMENTO ESPECIAL Autor da BCM1lGR4U mostra o rosto pela primeira vez Plano de expandir muralismo esbarra na falta de dinheiro e no preconceito Prefeitura estuda Contribuição de Melhoria para custeio Os prós e contras que vieram com o celular Balneário Camboriú • Ano 27 • Edição 1336 • www.pagina3.com.br OUT/2017 Leia nas páginas 25 e 28 R$ 5,00 AS LUTAS DA COR ALEM DO CONCRETO ´

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ENTREVISTA

ALARGAMENTO

ESPECIAL

Autor da BCM1lGR4U mostra o rosto pela primeira vez

Plano de expandir muralismo esbarra na falta de dinheiro e no preconceito

Prefeitura estuda Contribuição de Melhoria para custeio

Os prós e contras que vieram com o celular

Balneário Camboriú • Ano 27 • Edição 1336 • www.pagina3.com.br

OUT/2017

Leia nas páginas 25 e 28

R$ 5

,00

AS LUTAS DA COR ALEM DO CONCRETO´

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Balneário Camboriú, outubro de 2017 2editorial

Técnica e preçoO projeto de alargamento da praia central de Balneário Camboriú é o mais impor-tante da história da cidade não só pelo custo da ope-ração, mas pelas enormes transformações geográficas e sociais que ocasionará, caso seja realizado.Com o detalhe adicional e não menos importante que uma vez feito não poderá ser desfeito.Dessa forma é necessária máxima clareza sobre dois aspectos consagrados em lici-tações: técnica e preço. E am-bos não estão claros nas dis-cussões que a prefeitura vem fazendo com a comunidade.O governo anterior tinha -aproveitado quase duas décadas de estudos sobre o assunto- um pré-projeto que foi levado à Fatma para ob-tenção da primeira das licen-ças ambientais necessárias.Agora o novo governo surgiu com um estudo, mais propa-gandístico do que técnico, que não se sabe exatamente quem fez e nem qual a expe-riência no assunto de quem o produziu.Experiência técnica é vital em obras desse tipo, porque se mal planejadas os danos podem ser enormes, não só os financeiros, como alterar de maneira radical as condi-ções de banho na principal praia da cidade.Exemplos de praias mal alar-gadas não faltam, aqui mes-mo ao lado Piçarras sofre há anos com o problema.Em Gravatá, num projeto bem planejado e mal execu-tado, no final dos anos 1990, o mar levou tudo numa úni-ca noite.

Caiobá e Matinhos, no Pa-raná, não deram certo. Em Ponta das Canas, Florianó-polis, o alargamento virou pó em meio ano e criou proble-mas para Canasvieiras.A praia mais famosa do Espí-rito Santo, Cambori, é outro exemplo de coisas erradas, só conseguiu acertar na se-gunda tentativa, quando adotou o que é necessário: amplos estudos e conheci-mento técnico. Jaboatão de Guararapes, em Pernambuco, a obra mais recente nessa área, foi um desastre.Exemplos positivos no Brasil só existe um: Copacabana.A enseada de Balneário Camboriú, devido às suas características, é muito mais estável, aqui o risco é princi-palmente a mudança do tipo de praia, o que só reforça a necessidade de um projeto técnico impecável.O custo do alargamento é outra questão não esclareci-da. A prefeitura fala em R$ 100 milhões, mas este jornal identificou trabalhos seme-lhantes no exterior por custo até 50% mais baixo.Itajaí dragou quase 4 mi-lhões de m3 de areia e pagou menos de R$ 40 milhões, então para dragarmos 3 mi-lhões de m3 não pode custar mais do que o dobro. A conta não fecha.Essas respostas são necessá-rias e deveriam vir a público o mais rápido possível para que a ideia do alargamento tenha credibilidade e con-vença expressiva parcela da população que vem se posi-cionando contra a iniciativa.

Artigos assinados e colunas não refletem necessariamente a opinião do jornal.

| e x p e d i e n t e

Balneário Camboriú, outubro de 2017Ano 27, no 1336Diretor de redação / Jornalista responsável: Waldemar Cezar Neto CNPJ: 04.097.083/0001-30Redação: Rua 2448, 360, Centro, Balneário Camboriú, SC. Fone: 47 3367-3333e-mail: [email protected] | site: www.pagina3.com.brO Página3 Impresso ficará nas bancas nos próximos 30 diasCapa: ‘Arte na Rua 57’ - Luis Felipe Berejuk

o que você vai ler nessa edição

Uma opção turística que vem ganhando cada dia mais espaço

Aplicativo para turistas e moradores acaba de ser lançado em Balneário

cicloturismo

guia legal

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32-7-Turismo - Expectativa com a vinda dos primeiros navios-12-Oncologia- Cirurgia garante gravidez após radioterapia-22-Reforma de Lutero comemorando 500 anos no mundo-34-Economia- Municipio será modelo na abertura de empresas

COLUNISTASRubens Spernau (5), Daniele Sisnandes (7), Waldemar Cezar Neto (9), Jamil Albuquerque (10), Marisa Zanoni (15), Jonas Ramos (21), Enéas Athanázio (24), Marlise Schneider Cezar (26), Caroline Cezar (27), Fabiana Loos (28), Augusto César Diegoli (33)

Celular: Ninguém mais vive sem. Quais os prós e os contras que vieram com ele?

Especial3Prefeitura planeja Contribuição de Melhoria para custear o alargamento

praia 13Marta Amorelli, mãe do triatleta Ígor, mostra um pouco da fantástica Kona

viagem14

www.pagina3.com.br

Dono do BC Mil Grau mostra o rosto e fala como tudo começou

entrevista18

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Os prós e os contrasResponda rápido: você conhece algum adulto que não tenha celular? São poucos. Na verdade estamos dependendo cada dia mais dos smartphones. Encontramos neles a sensação de companhia que precisá-vamos para nos sentir seguros, mesmo estando sozinhos e mergulhamos no mundo de funcionalidades sedutoras. Quem indica isso são os pesquisadores, que têm se debruçado sobre esta “recente” relação do homem com a internet. Mas além das pesquisas, vemos no dia a dia como o uso exagerado dos disposi-tivos eletrônicos tem causado consequências como isolamento, depressão, lesões e até a dependência.

O começo de tudo Cinco vantagens dos celulares e dispositivos móveis Já nos habituamos

tanto que não perce-bemos, mas a internet começou a se po-pularizar no Brasil em 1997, ou seja, há apenas 20 anos. Já os smartphones apareceram em meados dos anos 2000. A Apple lançou o seu primeiro Iphone há uma década (chegou só em 2008 no Brasil), revolucionando o merca-do. Desde então as empresas vivem uma corrida permanente para seduzir os usuários.

E elas têm cumprido seu papel. A última estimativa do IBGE apon-tou que o Brasil tem cerca de 207 milhões de habitantes. Já segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) são 242 milhões de li-nhas de telefonia móvel em operação. Para efeito de ilustração, é como se todos os habitantes do país (inclusive os bebês) tivessem um celular.

Apesar de todas as funcionali-dades, os dispositivos móveis surtiram um certo pavor logo que começaram a se popularizar entre os mais jovens, especial-

mente dentro das escolas.

Em Balneário não foi diferente, e em 2010 a Câmara de Vereado-res aprovou uma lei que proibiu o uso de celulares, câmeras e fil-

madoras em todos os colégios, públicos e privados. Agora um movimento que reverter esses anos de atraso.

A diretora do Departamento

Técnico Pedagógico, Nilzete Tei-xeira, conta que a ideia de suge-rir a derrubada desta lei surgiu durante uma formação de pro-fessores de matemática sobre dispositivos móveis.

“Não estamos querendo que seja liberado para os alunos usarem de qualquer forma, mas sim para usarmos no aprendizado”, explicou o coordenador dos pro-fessores de matemática e infor-mática, Juliano Júnior Machado.

A professora de Matemática do Centro Educacional Municipal (CEM) Ivo Silveira, Vera Cristi-na Magnani, também defende o

uso da tecnologia.

“A tecnologia faz parte da vida dos alunos e o professor tem que se atualizar. Acredito que isso é o futuro para fazer a criança a prestar mais atenção, aprender de forma mais fácil e ter inte-resse no conteúdo abordado na sala de aula. O aluno já nasce com a tecnologia, cabe a nós nos adequarmos”, disse.

Eles se mobilizaram e produzi-ram um documento, assinado por educadores, que será enca-minhado à Comissão da Educa-ção da Câmara.

Mobilidade: a principal vanta-gem por permitir a comunicação com outras pessoas e fazer tare-fas através deles onde quer que estejamos. Segurança: poder chamar por ajuda em qualquer lugar que você esteja (desde que tenha sinal). Seja por um acidente que ocorreu com você ou uma pessoa próxima na rua em apuros. Praticidade: principalmente com o surgimento dos smar-tphones, existem hoje milhões de aplicativos que podem ser usados para facilitar a vida. Desde sim-ples controle financeiro pessoal,

passando por jogos para matar o tempo em filas, até aplicativos para ajudar a saúde física e men-tal.

Acessibilidade: a tecnologia mais barata e prática permite que pessoas com algum tipo de defi-ciência possam aproveitar expe-riências que antes eram compli-cadas. Por exemplo, pessoas com problemas de visão usam a câme-ra do celular que traduz as ima-gens em arquivos sonoros. Ou mesmo pessoas com problema de audição usam aplicativos que captam áudio e transformam em sinais de LIBRAS.

Democratização da internet: ce-lulares e outros dispositivos mó-veis são mais baratos e fáceis de aprender a lidar do que a maioria dos computadores. Isso permite mais pessoas acessarem a inter-net e participar da vida virtual.

Mas o que atrai tanto o usuário? A convite do Página 3, o social media e jornalista Joel Minusculi, gerente de mídias digitais da Oficina das Palavras, fez um resumo dos principais benefícios trazidos pelos celulares inteligentes.

que vieram com o celular

Educação quer usar a tecnologia a favor

Daniele Sisnandes

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Planejamento e estrutura

Mas afinal, qual é o limite?

A diretora do Departamento Técnico Pedagógico, Nilzete Teixeira relata que a gestão acredita cada vez mais no uso das mídias e vê nelas uma for-ma de estender o conhecimento e a estrutura já disponibilizada nos laboratórios. A Educação está inclusive em conversação com a Google para tornar os professores multiplicadores do conhecimento através da tecnologia. A parceria ainda não está fechada, mas a direto-ra adiantou que a empresa fará uma apresenta-ção em breve e que a intenção é aderir ao progra-ma, mesmo que em parte.Desde o início do ano a Educação vem dando

atenção a laboratórios das escolas, alguns es-tavam obsoletos e já foram reativados para os alunos. A pasta está criando normativas de uso desses espaços. “Não é só ter um laboratório, é necessário definir como será o uso, o planeja-mento das aulas, a intencionalidade para que seja compartilhado”, comentou.

Também é intenção que com a liberação do uso, os dispositivos dos próprios alunos passem a ser empregados como ferramenta a favor da apren-dizagem. Segundo Nilzete, outra preocupação da gestão é melhorar a rede através da implan-tação de um projeto de fibra ótica.

Os bene-fícios do uso do

celular são muitos e concre-tos, entretanto, qual é a linha que separa o lazer e a

necessidade da de-pendência?

O Instituto Delete - primeiro núcleo no Brasil especializado em Detox Digital e institucio-nalizado na Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro (UERJ) para pesquisar sobre o assunto

e oferecer suporte e tratamen-to aos usuários abusivos de tecnologia - desenvolveu uma lista de níveis (veja ao lado) que pode ajudar nessa identi-ficação.

Para o núcleo, “a dependência digital não está diretamen-te relacionada ao tempo de conexão de uma pessoa aos seus dispositivos eletrônicos; mas sim ao nível de perda de controle na vida real, trazen-do prejuízos nos campos pro-fissional, familiar, afetivo ou social”.

1 - Excitação e SegurançaTentativa de esquecer problemas, buscando a tecnologia como um meio melhor ou mais seguro. Primeiro indício normalmente mas-carado com a falsa sensação de satisfação ex-perimentada ao utilizar a tecnologia.

2 - RelevânciaImportância que dá à necessidade de se co-nectar e usar dispositivos. Ocorre quando não consegue desligar o pensamento de for-ma que a tecnologia começa a dominar lenta-mente o comando da sua vida

3 - TolerânciaTempo dedicado e nível de controle que se tem dela. Gastam cada vez mais horas para buscar as mesmas sensações experimentadas antes.

Perde o controle e substitui os programas re-ais do dia por maior tempo na tecnologia.

4 - Abstinência e EfeitosQuando não estão conectados ou não conse-guem usar certos dispositivos ou aplicativos, tornam-se irritados, ansiosos e com medo, podendo gerar alterações no padrão do sono ou alimentação e sinais de depressão.

5 - Evidências de ConflitosQuando o uso excessivo compromete as rela-ções na vida real. Este é o momento em que percebem a evidência do problema, mas sen-tem-se incapazes de reduzir ou parar, poden-do comprometer a educação, desempenho profissional e social.

Educadores opinam“Concordo com a utilização do celular como ferramenta pedagó-

gica. Trata-se de um instrumento completamente incorpo-rado à vida de todos os membros da família, inclusive das

crianças. Vale ressaltar o papel do professor como media-dor desse processo, pois os objetivos de aprendizagem que deverão nortear a utilização dos aparelhos. A escola precisa estar aberta a utilização das novas tecnologias, trazendo para as salas de aula os conhecimentos e as ex-

periências globais que estão disponíveis na rede, ensinan-do também o exercício da análise e da crítica sobre os seus

conteúdos”, doutora Mara Regina Zluhan, coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade Avantis.

“Eu defendo o uso do celular em sala de aula como uma ferramenta pe-dagógica rica em possibilidades capaz de auxiliar no processo de de-

senvolvimento e aprendizagem dos alunos. O importante é tratar da organização e funcionalidade do uso. Por isso o projeto pedagógico, o planejamento educativo precisam definir o propósito desta utilização. Vivemos em um mundo altamente tecnológico e negar isso na escola é uma postura incoerente quando pensamos na educação como possibi-

lidade de desenvolvimento de cidadania. Portanto planejar e disciplinar o uso com função pedagógica é a tarefa urgente da escola”, Marisa Zanoni

Fernandes, doutora em educação e professora universitária.

“Eu não permito, só o tablet ou notebook, porque aí eles usam a internet do colégio e alguns aplicativos são blo-

queados. Se não, é tenso controlar o que fazem. Mas sou a favor de usar dispositivos digitais no momen-to que o professor permite. Eles têm livro digital, fazem pesquisa, usam o Google Drive, temos até uma revista no colégio sobre educação digital. É muito útil para a aprendizagem, já o celular às vezes

atrapalha porque eles ficam em rede social, tiram foto, filmam a aula, tem o lado negativo, por isso tem

que ser muito bem orientado”, Mariana Ferret, profes-sora de Artes do Colégio Salesiano, de Itajaí.

“A nossa política funciona super bem, o uso de celular é proibido durante a aula e os alu-

nos respeitam, mas o uso nos intervalos é liberado, inclusive temos rede para eles usarem. Então não temos problemas com isso. Depende muito da postura da direção e coordenação, conseguir con-

trolar ou não. Se estão querendo derru-bar a lei, então ninguém deve estar tendo

problema com isso”, Denis Kerber, biólogo, professor no Sistema COC de Ensino.

Fonte: Instituto Delete

Fotos Divulgação

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Quando o celular gera problemas comportamentais

Terapia e atividades físicas podem ajudar

Estudiosos vêm definindo no-mes e conceitos para novos pa-drões motivados pelo uso dos smartphones. A nomofobia é um deles. Esse termo é uma abreviação, do inglês, “no mo-bile phone phobia”, ou fobia de ficar sem celular.

As pessoas que são acometidas por essa fobia podem desen-volver sintomas semelhantes a ataques de pânico se afastadas dos celulares ou mesmo des-conectadas da internet. O tra-tamento inclui terapias e até o uso de medicamentos.

Os especialistas Anna Lúcia Spear King e Antonio Egidio Nardi, que possuem artigos e livros sobre o tema, indicam que a busca do equilíbrio deve ser uma constante e que os pais devem ser vigilantes quanto ao uso dos filhos, para que essa

relação com a tecnologia não prive ninguém da vida social.O Phubbing é outro termo re-lacionado. Nascido da união das palavras phone (celular) e snubbing (esnobar), ele vem sendo usado para definir o ato de ignorar ou deixar de con-versar com alguém por estar

focado no celular. O Sexting, ou a prática de en-viar conteúdo de conotação sexual pelo celular também vem se popularizando, inclusi-ve entre os mais jovens. Enviar mensagens ou nudes pode ser uma escolha com consequên-cias sérias.

Segundo a professora da Uni-vali e doutora em Psicologia, Giovana Delvan Stuhler, pes-quisas ligadas à neurociência mostram que é possível que a

relação com o celular gere sen-sações de recompensa no cére-bro, como acontece com subs-tâncias como álcool e drogas.Ela comenta que esses compor-tamentos possam estar camu-flando ou negligenciando ou-tros transtornos. “Geralmente quem procura o tratamento não é a pessoa que apresenta a dependência, é alguém do con-vívio e nem é pela dependência tecnológica, é por conta de uma ansiedade ou depressão”, com-plementa Giovana.Muitas vezes esse comporta-mento é uma fuga. Por exemplo a pessoa tem uma fobia social e encontra na rede uma forma de se comunicar, deixando de lado as convivências da vida real.Quando a pessoa demonstra dependência e até sofrimen-to em ficar sem rede e sem poder se comunicar, o trata-

mento deve ser indicado no sentido de tentar encontrar outras atividades que possam gerar consequências positivas e conforto.

Não quer dizer trocar um vício pelo outro, no entanto, buscar um equilíbrio para realinhar a relação com o uso do celular. Para isso, recomenda-se divi-dir o tempo em que a pessoa passa no celular com ativida-des físicas ou aumentar o tem-po em outras atividades senão à tela do smartphone.

A terapia cognitivo-comporta-mental é outra abordagem in-dicada. Ela vai ajudar a identi-ficar relações de dependência e auxiliar com reestruturação cognitiva encontrando outra forma de se relacionar com o aparelho, além de técnicas de relaxamento, caso a pessoa fi-que muito ansiosa.

Adeus meu amigo ZecaJosé Martins Filho de nascimento e de batismo, ou simplesmente “Zeca”. Nascido em 45, na capital mundial do “dedo torto”, de onde saiu adolescente para buscar emprego em Itajai. Após ter trabalhado em várias atividades, fixou-se na construção civil, e foi um dos muitos ilustres anônimos que, com o seu trabalho, edifica-ram Balneário Camboriú e região. Ainda cedo casou-se com Veronica, e foi pai de Ligia e Lilian, razão maior do seu ser e viver.Iniciei meu namoro com Ligia em 85, época em que Zeca trabalhava em São Paulo, na reforma do Hotel Jaraguá. Quando o conheci, de pronto fui intimado a assessorá-lo na pesca do siri, atividade na qual nos especializamos. Em 87, já nos tornáramos íntimos, e ele construiu minha primeira casa, no Condomínio Vila Rica. Oito anos mais tarde, contratei-o para construir nossa casa em Bombi-nhas, local no qual ele viveu até o último dia sete.Zeca foi um legítimo representante da essência do povo brasileiro. Tra-balhou muito desde cedo, sentou-se por pouco tempo em um banco esco-lar, mas sabia da importância da educação, tanto que oportunizou-a às suas filhas. Era correto e justo e buscava fazer justiça social ao seu modo, ajudando de todas as formas possíveis aos seus parceiros de trabalho e convívio. Promovia mutirões aos finais de semana para construir ou reformar a casa daqueles que mais necessitavam, pedindo a doação de materiais daqueles que ao seu ver podiam contribuir, como ele e eu. Fazia do seu “Gol” uma viatura de carga e passageiros, e costumava buscar e devolver em suas casas aqueles que com ele trabalhavam.Durante muito tempo, vi neste seu comportamento despojado uma cer-ta irresponsabilidade. Aprendi com ele como essa aparente irresponsabilidade pode fazer bem à nossa alma e alegrar o nosso coração. Embora sua partida tenha sido com aviso prévio, ficando 31 dias inter-nado, sua ausência criou um abissal vazio em todos nós. Busco lembrar nossos bons momentos, que foram muitos. Dizia à Ligia que ele era meu filho mais velho, fazendo referência à sua maneira despojada de viver, mas na verdade era meu grande amigo, irmão de alma e coração.Seguir a vida sem sua presença é nosso novo desafio. Perdi meu maior parceiro de trabalho, meu grande companheiro de pesca, que ajudava na captura e limpava o peixe, o cara que acendia o fogo na churrasquei-ra, comprava a gasolina do barco, gelava a cerveja, limpava a piscina, afiava as facas...Fica a alegria dos bons momentos. Obrigado meu grande amigo Zeca.

colunistaRubens Spernau ([email protected])

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Celular pode causar problemas posturais?

- Enquete -

“Apesar de ser uma ideia bem difundida na população em geral, e até mesmo pelos profissionais da saúde, de que o uso do celular ou compu-

tador pode gerar alterações na postura é mais mito do que verdade. Pode parecer estranho, mas não existem evidências científicas que comprovem

esta ideia”, afirma o fisioterapeuta Murilo de Marco.

Ele lembra no entanto, que p e s s o a s que usam demais o ce-

lular e o PC tendem a ser mais sedentárias e passam muitas horas sentadas na mesma po-sição. É aí que mora o perigo.

“Esta falta de mobilidade do corpo pode ser muito prejudi-cial para a coluna e, inclusive, já existem estudos que mostram a associação entre sedentaris-mo e dor lombar”, comenta. Ele ressalta que o corpo foi fei-

to para estar em movimento.Murilo destaca que o ponto principal para a saúde da co-luna é a atividade física, de preferência um exercício que a pessoa goste. A fisioterapia especializada também pode ajudar bastante, por isso a im-portância de fazer uma boa avaliação com um profissional. “Muitas pessoas costumam negligenciar a dor e esperar muito tempo para buscar aju-da, mas isso pode ser bastante prejudicial, pois, em alguns ca-sos, quanto mais crônica (anti-

ga) a dor mais difícil pode ser o tratamento”, alerta.Tratamentos para melhorar a postura levam um certo tem-po. Murilo indica pelo menos quatro ou seis sessões (sendo uma por semana) para se per-ceber melhora. “O mais importante no trata-mento não é, necessariamente, a melhora da postura e sim a melhora da mobilidade da co-luna. Isso é fundamental! Por isso, a minha dica é que as pes-soas se preocupem menos em ter uma postura correta e mais

em ter um corpo que consiga se movimentar livremente”, enfatiza.

Apesar de muitas informações difundidas na internet de le-sões causadas pelo uso exces-sivo de celular, Murilo acredita que esses problemas aconte-çam só em casos extremos, não

são comuns. Ele mesmo nunca atendeu alguém com queixa do tipo na cidade.

O fisioterapeuta recomenda a quem sentir desconforto, que tente mudar a forma como segura o celular. “Se as dores persistirem a fisioterapia pode ajudar sim”, encerra.

“Minha relação com o celular é intensa. Mistura trabalho e vida pessoal. Por ser artista, recebo muitas mensagens para tra-balhos via celular. Só largo o aparelho em caso de as duas baterias extras acabarem e realmente não ter onde carregá-lo e quando durmo (inclusive só consigo dormir direito após checar todas as mensagens. Se o celu-lar vibra, não consigo não olhar. Os olhos às vezes ardem por conta da luz da tela, dores de cabeça são comuns e sei que isso não é saudável. Mas como lidar com a demanda de informações em um mundo onde se faz o que precisa por um simples aparelho? A coluna também sente a sobrecarga de ficar tanto tempo com o pescoço curvado, mas o que realmente pega é o fato da prisão tec-nológica a qual nos dispomos”.

Priscila Ogg, cantora Leonardo Mohr, comerciante

“Uso para trabalho e para fa-lar com os amigos. Já tive pro-blemas em casa com a esposa e também com outras pessoas pelo uso do celular. Às vezes o dedão chega a doer”, contou Leonardo enquanto espera-va o conserto de meia hora do celular, agoniado, com a capinha do mesmo na mão. Mas é a esposa Taís Scalcon que revela a intensidade da relação dele com o aparelho a todo momento, inclusive con-versando e resolvendo proble-mas enquanto dirige.

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Aonde vamos parar?Estamos vivendo uma era desafiadora e o panorama não é bom. Não é pessimismo. Acredito na nossa humanidade, mas a cada dia tenho mais certeza que estamos perdendo o controle.

Estamos perdendo para nós mesmos, cada vez mais violentos, odiando e julgando, alguns em nome de partidos, igrejas e ideo-logias ou apenas motivados pela sensação de ver o outro sofrer.

E isso está se espalhando. Agressões que chocam como o ado-lescente apagado com uma voadeira na saída do colégio Verea-dor Santa. A aluna que esfaqueou o colega que a perturbava no João Goulart. Isso só falando do que ocorreu no último mês na cidade...

O problema não está só lá em Brasília ou no Rio de Janeiro sitia-do, está aqui, dentro das nossas casas, à espreita nas esquinas, nos comentários cravados de ódio que moderamos diariamente.

Está faltando amor, um olhar fraterno, estamos vivendo uma crise de empatia. Não largamos o celular e mesmo assim esta-mos tão desconectados! Vivendo no automático, replicando pa-drões bizarros de intolerância...aonde vamos parar?

A humanidade só chegou até aqui porque aprendeu a viver em comunidade e parece que chegamos a um ponto fatídico em que isso se tornou uma ameaça, porque não nos toleramos mais.

Não é o bastante apenas discordar, o ódio se tornou uma ban-deira e a internet vem massificando visões extremistas sobre quase tudo. Era o eco que faltava às ideologias perigosas. Mas então o que fazer?

Eu vou continuar defendendo o amor e a tolerância. Acho que a gente precisa trabalhar mais a gente mesmo, conversar mais pra que outras pessoas possam nos ajudar se precisemos.

Fechar-se é um perigo. O isolamento nos torna bichos. Só convi-vendo com pessoas fora da nossa caixa e com o coração aberto que trabalhamos a tolerância. Tolerar pode ser difícil no come-ço pra quem não está acostumado, mas é um exercício, respeito se ensina!

Podemos nos tornar seres melhores ou regredir. Essa edição traz a entrevista que fiz com meu amigo Magnums Santos, criador do BC Mil Grau, uma página que ilustra bem o que quero dizer. Ele começou divulgando de tudo e quando per-cebeu que algumas postagens geravam briga, decidiu mudar o rumo, um exemplo sublime que é possível evoluir sem cair nos artifícios.

O mundo é um só, não temos para onde correr. Estamos vi-vendo um momento decisivo e a responsabilidade de cada um nessa história é primordial para escrevermos o nosso amanhã. Vamos em frente, sem temer!

colunistaDaniele Sisnandes ([email protected])

A temporada de cruzeiros vai começar

Turismo prepara Natal e atrações para o verão

Balneário Camboriú se prepa-ra para a sua primeira tempo-rada de cruzeiros turísticos. Ao todo serão 20 escalas. No dia 21 de novembro, às 7h da manhã, o Preziosa (foto), transatlântico da MSC, vai abrir os trabalhos no Atraca-douro Barra Sul.

A prefeitura já avisou que não pretende criar competição

com o comércio local. O secre-tário de Turismo, Miro Teixei-ra adiantou que o município vai dar infraestrutura com um posto de informações turísticas, organização dos envolvidos, apoio logístico e segurança.

“Muitos turistas já chegam com pacotes de passeios com-prados, nós vamos organizar

os espaços para embarque e desembarque”, afirmou. Também disse que na Barra Sul haverá alternativas como Bondindinho, vans e bicicle-tas para locação.

O comandante do 12º Bata-lhão, coronel Evaldo Hoff-mann, comentou que a pre-ocupação é distribuir bem as forças de segurança.

O Turismo está preparando a decoração de Natal. Miro Teixeira disse que este ano ela estará também nos bairros. Serão três etapas: um pregão para locação de itens decora-tivos, no valor aproximado de R$ 600 mil; a contratação da recuperação do material que já é da prefeitura e foi usado em anos anteriores; e por fim

um concurso com premiação em dinheiro para incentivar a decoração de residências, prédios, estabelecimentos co-merciais e até praças. Conforme Miro, a intenção é estimular a própria comuni-dade a decorar também espa-ços públicos. A decoração será lançada no dia 3 de dezembro.O verão será aberto oficial-

mente no dia 2 de dezembro com desfile. Esse ano o tema será festas catarinenses e vai envolver representantes de diversas cidades, naquele que deve ser “o maior desfile de abertura da temporada da história”.

Também será realizado o Ga-rota Verão, concurso de bele-za, possivelmente em janeiro.

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30 anos de praia

colunista

Waldemar Cezar Neto([email protected])

Se tudo CoRReR Como pReviSto A pRiNCipAl oBRA dA pRefeituRA NeSte ANo, o pRoloNgAmeNto dA QuARtA AveNidA, Não fiCARá pRoNtA Até o fiNAl de dezemBRo.

DEDO NA MOLEIRA

ObrasO edital de licitação sofreu correção e a abertura dos en-velopes foi adiada. Todo cro-nograma mudou e se seguido à risca, a obra só estará pronta em meados de janeiro.

Obras 2Com isto, chegaremos ao fi-nal de 2017 sem qualquer obra de vulto por parte do poder público municipal.

Obras 3Não é inédito, o governo Pi-riquito no início e no final (pós-Gaeco) também foi um deserto, mas os eleitores não ficaram satisfeitos e man-daram aquele grupo político para casa.

Obras 4A Emasa tem feito obras im-portantes, mas reza a sabe-doria política que cano en-terrado não dá votos. E ainda aumenta a fatura do consu-midor que ao ligar sua resi-dência à rede é onerado em torno de 80%. Como entre o bolso, a proteção à natureza e a saúde coletiva preferimos o bolso, o povo reclama.

Obras 5Obras vultosas são importan-tes? Talvez, mas não enxergo no horizonte da prefeitura dinheiro para fazê-las. A fase de dinheiro sobrando foi nos quatro primeiros anos do Pi-riquito, herança de medidas adotadas pelo Spernau e seu secretário Auri Pavoni. Agora o Fabrício pegou outra heran-

ça, o inchaço e o descontrole da máquina pública, promo-vido pelo mesmo Piriquito.

Não-obrasNo entanto as não-obras tam-bém são relevantes e nesse sen-tido o governo avançou pouco o que gera insatisfação popular.

Não-obras 2Não conseguiram fazer a Planta de Valores para revisão do IPTU; o estacionamento rotativo ficou estacionado; a reforma administrativa não andou; a implantação de or-ganização e métodos parou na vontade e a privatização do sistema de saúde caminha devagar quase parando.

Não-obras 3A terra arrasada da secretaria do Planejamento, compre-ensivelmente devido a fatos que culminaram até num homicídio, está sendo posta em ordem. O ambiente para negócios na cidade foi preju-dicado, mas se enxerga luz no final da confusão.

Não-obras 4O atual prefeito não conse-guiu resolver seus problemas de comunicação, o processo licitatório para publicidade continua enrolado e com isso ele não tem verba liberada sequer para colocar placas de propaganda em obras.

Não-obras 5O incentivo ao ITBI foi um processo tumultuado; a revi-são da cobrança da ilumina-

ção pública também e a revi-são da tarifa de saneamento ainda não ocorreu. Onde po-dia arranjar algum dinheiro, arranjaram encrencas.

Não-obras 6Fabrício agora tem uma folga política, até o Carnaval a opi-nião pública estará em outra “vibe”; chegam os turistas, trazem dinheiro para irrigar a economia da cidade e o cli-ma de verão funciona como remédio numa cidade como a nossa.

Saiu do fornoDepois de insanas jornadas de trabalho minha colega Fabi Diniz e eu concluímos o aplicativo Guia Legal que está sendo disponibilizado ao pú-blico neste final de semana, dia 26 de outubro.

Saiu do forno 2Começou como um guia para

turistas de navio e foi cres-cendo através de parcerias com entidades, o que acabou gerando trabalho noite e dia.

Saiu do forno 3 Foi a primeira vez que traba-lhamos totalmente à distân-cia, eu aqui e a Fabi em Blu-menau. No meio da guerra ela resolveu mudar para Flo-rianópolis. Nosso consultor para assuntos muito pepino-sos, o Tiago Passinato, mora nos Estados Unidos e fomos nos falando por WhatsApp, e--mail e Skype.

Saiu do forno 4Por essas e por outras uns 25 anos atrás parei de progra-mar computadores, polir bits é coisa para jovens, depois de uma certa idade a cabeça não funciona rápido e o corpo cobra as jornadas mal dormi-das. Não sei se alguma das minhas nove leitoras algum

dia programou, mas é pareci-do com outros objetivos que se busca, a gente acorda no meio da noite e deitado mes-mo vai elaborando soluções e alternativas que às vezes pas-sou horas tentando no dia an-terior sem sucesso. O cansaço é mau conselheiro de quem programa.

Saiu do forno 5Nessa parada tivemos um parceiro, o Google. A maioria das pessoas conhece apenas a maquininha de busca, sem saber que aquela empresa ofe-rece soluções extraordinárias para quase tudo que se deseja fazer num computador.

Saiu do forno 6Prometi a mim mesmo não fazer outro aplicativo, mas já começamos a desenhar o pró-ximo. Tem coisas nessa vida que a gente nunca aprende a não fazer de novo.

Esta foto, do George Varela, foi uma das mais impactantes do mês porque representa muito mais do que a alegria de um personagem que todos gostamos. Marca a recuperação de duas praças no Centro que de problema se transfor-maram numa das principais atrações da cidade, com feira e atividades artísticas todos os sábados. Na boa, penso que essa foi na prática a principal realização do governo municipal neste ano, o espaço público para uso do povo.

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10Balneário Camboriú, outubro de 2017

A prevenção é a melhor soluçãoA campanha Outubro Rosa alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo de útero. Quanto antes o câncer é identificado, maiores são as chances de cura. Mulher, procure seu médico e faça seus exames regularmente. A mamografia e o exame de colo de útero são seus grandes aliados na prevenção do câncer.

Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina. Aliado do médico, amigo da população.

Focos do Aedes aegypti dobraram desde o ano passadoO Governo Federal lançou essa semana uma ação coletiva para incentivar o combate aos fo-cos do mosquito Aedes aegypti antes da chegada do mês mais chuvoso do ano. Balneário Cam-boriú está infestada e a situação é preocupante, principalmente porque falta engajamento da so-ciedade.

De acordo com o coordenador do Programa de Combate à Dengue, Rafael Neis da Silva, o município já detectou 1530 fo-cos do mosquito esse ano. No mesmo período do ano passa-do, a cidade tinha 750 focos. O principal local de infestação é no Centro da cidade, seguido pelo Bairro das Nações e Municípios.

Balneário Camboriú está entre as 61 cidades catarinenses con-sideradas infestadas pelo Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikun-gunya.

Para Rafael, são dois pontos principais que contribuíram para a situação de infestação: a falta de frio neste ano e espe-cialmente o descaso da própria

população no combate aos cria-douros do Aedes.

“Os agentes ouvem dos morado-res que o problema não é ali, que está no terreno baldio ao lado, mas ao fazerem a verificação na residência encontram locais com larvas e que bem poderiam ser evitados se houvesse cuida-do”, lamentou.

Trabalho de prevençãoA equipe do Combate à Dengue segue fazendo vistorias nas ca-sas e palestras em escolas com objetivo de tornar os mais novos em multiplicadores. O progra-ma faz ações preventivas no Dia de Finados, orientando famílias para que façam homenagens sem propiciar condições para a proliferação dos mosquitos.

• permitir o acesso ao agente de controle da dengue em seu imóvel (residência, co-mércio, terreno baldio e ou-tros);

• manter caixas d’água, cis-ternas e outros depósitos de água fechados;

• eliminar depósitos disper-sos pelo pátio dos imóveis,

tais como baldes, latas, garrafas, pneus, lonas plás-ticas e restos de constru-ções que possam acumular água;

• eliminar pratos de plantas ou colocar areia nos mesmos;

• verificar e limpar, se neces-sário, as calhas e lajes que acumulem água;

• lavar semanalmente os va-silhames de água dos ani-mais domésticos;

• manter tratadas e limpas as piscinas ou com coberturas adequadas.

colunistaJamil Albuquerque ([email protected])

Como prevenir a Dengue?

Divulgação

Vim passar um mês na terra do tio SAM. Com o objetivo de enten-der a América profunda como eles se referem. Andei sete estados americanos. Fui à Califórnia ver o lançamento do filme ‘Quem pen-sa enriquece’, baseado na vida do Napoleon Hill. Ver a estreia de um filme em Hollywood é diferente irmão, é muito mais do que um so-nho. A Fundação Napoleon Hill propiciou-me uma bela experiência de glamour. Fui depois à Geórgia, a terra das montanhas vermelhas e da segregação racial. We have a golden dream. Nós temos um so-nho dourado, cantavam os crentes em suas igrejas Batistas. Fui também ao House of the Blues, em Chicago. Pensa num Blues chorado. Fui ao 14o prédio mais alto do mundo com a maior sacada de vidro do planeta. Andei de barco no Rio Chi-cago e no Lago Michigan, que faz parte dos cinco grandes lagos em conjunto que tem quase um quarto da água doce do mundo. Aqui tudo é superlativo.

América profunda Fui depois para Indiana, de onde saiu o atual vice-presidente ame-ricano. É um Estado eminentemente agrícola. Faz parte do grande cinturão do milho americano. Fui ao Kentucky. É o que se pode chamar de o nosso Rio Grande do Sul. É o Estado do cavalo e do frango frito. Fiquei um dia no Kentucky. Fui para o Tenesse e de-pois para Virgínia. Fiquei alguns dias nas montanhas dos Apala-ches, em uma pequena cidade encravada nas montanhas onde vi-vem ainda algumas aldeias indígenas. Fiquei por três semanas lá. Vivi a América interna por mais de 30 dias. Senti de perto a vida americana do interior.

TRUMPO que me chamou a atenção profundamente, foi como tem pes-soas com o boton do Donald Trump no peito. Mas pensem em uma quantidade que lembra uma campanha política no auge da campanha. E isso senhoras e senhores, um ano depois das eleições. Então aquela velha cantilena que o Trump ganhou por causa dos russos e da Putincracia, não dá pra acreditar vendo o que eu vi. Eles amam o Trump e tudo que ele faz. A julgar pelo que está acon-tecendo aqui, o Bolsonaro já pode mandar fazer o terno da posse.

O País A impressão que sempre tenho quando estou aqui, é que o país está pronto e é só desfrutar dele. Ou seja, eles fizeram por me-recer. Como isto é feito? Livre iniciativa. Aqui se faz as coisas estimulando sempre o Winner, o vencedor. Americano gosta do que dá certo. Para eles o empreendedorismo é a salvação. Você pode até não gostar deles, mas subestimá-los é uma inexperiên-cia que pode te custar caro.

E Você? Como vens se construindo no teu posicionamento?

Um mês nos Estados Unidos

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11Balneário Camboriú, outubro de 2017

Cirurgia inédita pode devolver o sonho de ser mãe

A cirurgia inédita no mundo consiste em deslocar o útero enquanto a paciente faz ra-dioterapia. Junto com os ovários ele é trans-ferido para o abdome. A menstruação é ex-pelida pelo umbigo. Quando o tratamento contra o câncer terminar, nova cirurgia é feita, para recolocar útero e ovário no lugar, permitindo a gravidez. Sem o procedimen-to, as mulheres ficavam estéreis com a ra-dioterapia.

Reitan é formado na Universidade Federal de Porto Alegre, especializou-se em cirurgia oncológica e atualmente trabalha no Hospi-tal Erasto Gaertner e Instituto de Oncologia do Paraná (IOP). É presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológical, Regional Paraná.

Nunca morou em Balneário, mas tem li-gação com a cidade onde passa finais de semana e férias, porque aqui residem seus

pais, Ieda e Hélvion Ribeiro, ele o principal responsável pela vinda de uma extensão da Udesc para Balneário Camboriú.

A notícia desta cirurgia repercutiu forte, atraindo especialistas de vários países e re-portagens em revistas especializadas em novidades médicas. Convidado pela repor-tagem, Reitan concedeu entrevista ao Pági-na3. Acompanhe:

Em 2015 criou uma técnica revolucionária que preserva a fertilidade de mulheres com câncer na região uterina, que passaram por radioterapia. Como nasceu este estudo?O estudo nasceu de uma paciente de 30 anos que atendi há cerca de seis anos. Ela tinha um câncer no reto e casamento marcado para menos de 30 dias. A princípio achei que ela iria pre-cisar de ra-dioterapia da pelve. O problema é que a radio-terapia da pelve deixa as mulheres estéreis por alterações nos ovários, trompas e útero. Fo-ram muitos dias pen-sando em como resolver o problema enquanto ela fazia os exames. Quando ela vol-tou com os resultados percebi que ela tinha uma boa chance de não preci-sar de radioterapia e portanto não ficaria estéril. Ela acabou apenas retirando o tumor e não precisou da radioterapia, mas a idéia ficou na minha cabeça. Como é feito o procedimento?É feito por laparoscopia. São peque-no cortes, no abdome, por onde en-

tram os instrumentos, uma câmera. Com estes instrumentos, o útero é separado da vagina e dos seus liga-mentos na pelve. Ele fica solto, mas com alguns vasos sanguíneos que vem da parte de cima do abdome preservados. Quando ele está solto, fica fácil colocar na parte de cima do abdome, perto do estômago e fígado. Nessa posição ele é fixado e conti-

nua receben-do sangue por aqueles vasos sanguíneos que nós preserva-mos. O colo do útero, por onde a menstruação sai, é ligado ao umbigo, bem lá dentro, para permitir que a paciente mens-true por um pequeno furo. Não dá para ver o colo no umbi-go é apenas um pequeno furo.

Então a paciente vai para a radiote-rapia. Como o útero, os ovários e as trompas estão longe, eles não sofrem os efeitos da radioterapia. Quando a paciente acaba a radioterapia, colo-camos o útero de volta no lugar.

Quanto tempo precisou para aplicar em prática a descober-ta?Entre ter a idéia, estudar as possibi-lidade e aparecer a primeira pacien-te se passaram cerca de três anos.

Como surgiu a primeira pa-ciente?Em 2015 me procurou outra pacien-te, ainda mais jovem, 26 anos, com câncer de reto e que precisaria da radioterapia. Quando falei sobre a radioterapia e que ela não poderia gestar, ela e a família ficaram deses-perados. O caso anterior e a idéia da cirurgia voltou imediatamente na minha cabeça. Pra mim foi óbvio. Aquela sensação de “como ninguém nunca pensou nisso antes!” Expli-quei tudo para ela e a família, sobre ser a primeira vez, sobre as incerte-zas e possíveis complicações. Ela foi uma heroína. Qual foi o resultado?Ela evoluiu muito bem. Fez a cirur-gia e recebeu alta em seguida. Con-seguiu realizar todo tratamento da radioterapia junto com quimiotera-pia sem problemas. Depois, realiza-mos a cirurgia para o câncer do reto junto com o reposicionamento do útero na pelve. Ela está ótima, tem uma vida normal, casou e pretende ter filhos ano que vem. Quanto tempo dura esse tra-tamento, do deslocamento do útero até ele voltar ao seu lugar?Normalmente a radioterapia dura quatro semanas. A primeira ci-rurgia é feita uma semana antes da radioterapia e o útero pode ser recolocado duas semanas depois do final da radioterapia. Entre tirar e colocar de volta, 45 a 60 dias. Para ovular, a mulher precisa menstruar. Fica complicada a menstruação com esse proce-dimento?

Enquando o útero está na parte de cima do abdome, as pacientes mens-truam por um pequeno furo dentro do umbigo. Normalmente, isso vai acontecer duas vezes. É o tempo de fazer o tratamento e colocar o útero de volta no lugar. Toda mulher que passar por radioterapia pode se subme-ter a esse tratamento? Não tem contra-indicações?Só precisa realizar essa cirurgia se a radioterapia for realizada na pelve. Se a radioterapia for na mama, por exemplo, não precisa. As contra--indicações são se houver tumor no útero, trompas ou ovários. Ou se a paciente já tiver tirado os ovários ou outra cirurgia que comprometa a vascularização do útero. Por ser um procedimento iné-dito no mundo, vem atraindo a atenção de especialistas de vários países. O que eles di-zem sobre essa técnica?Muitos colegas de todo o mundo já me procuraram. A reação mais comum é “como ninguém pensou nisso antes”. No meio acadêmico os comentários tem sido muito bons e espero que em breve tenhamos ou-tros colegas fazendo.Quais são os caminhos a se-guir quando surge algo novo como esse?Existe um caminho muito longo en-tre a ideia e a cirurgia virar passo. Hoje no Hospital Erasto Gaertner nós temos um protocolo de pesquisa de viabilidade. Ele é feito para ava-liar a segurança da cirurgia. Para autorizá-lo encaminhamos para

apreciação do comitê de ética do hos-pital, para os Conselhos Regional e Federal de Medicina, para o comitê de ética em pesquisa do Hospital e para o Comitê nacional de ética em pesquisa. Até sair a aprovação foi um longo caminho.

A cirurgia foi feita em duas mulheres. Quais os próximos passos para que todas as mu-lheres que passam por esta situação tenham acesso?Quando a técnica provar funcionar, então a câmara técnica da Associa-ção Médica Brasileira e Conselho Federal de medicina devem dar parecer liberando a cirurgia. Aí a técnica deve ficar acessível a todos. Hoje, o único hospital autoriza-do para fazer a cirurgia é o Erasto Gaertner dentro do protocolo de pesquisa. A notícia boa é que conse-guimos recursos para fazer de graça a cirurgia em 10 pacientes, que é o número de casos do protocolo. Mais informações: [email protected]

O oncologista Reitan Ribeiro, 37, catarinense de Florianópolis, mas gosta de dizer que é de Urubici, onde a família tem um sítio, fez uma descoberta há três anos que mantém aceso o sonho de mulheres com câncer que tiveram que fazer radioterapia e mesmo assim, poderão engravidar.

Arquivo Pessoal

A reação mais comum é ‘como

ninguém pensou nisso

antes’...

““

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12Balneário Camboriú, outubro de 2017

BLACKFRIDAY

10XSEM ENTRADASEM JUROS

TODA LOJANOVEMBRO

COMPRAR AQUIAZAR É NÃO

HAVAN

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13Balneário Camboriú, outubro de 2017

contribuição de melhoriaOs gabinetes da prefeitura estão cogitando instituir Contribuição de Melhoria para alargar a praia central de Balneário Camboriú.

Por Waldemar Cezar Neto

A legislação federal estabelece que a Contribuição de Melhoria pode ser cobrada sempre que uma obra aumentar o valor de imóveis lo-calizados nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente.

A lei prevê também a hipótese es-pecífica da cobrança no caso de aterros e realizações de embeleza-mento em geral e nas obras contra erosão e ressacas.

O valor devido por contribuinte deve ser apurado levando em con-ta a situação do imóvel na zona de influência, sua testada, área, fina-lidade de exploração econômica e outros elementos.

A Contribuição de Melhoria não precisa passar pela Câmara, mas o projeto e seu edital de quanto deve ser pago individualmente em cada imóvel pode ser impug-nado por qualquer contribuinte

até 30 dias.

O total do rateio não pode exce-der o valor da obra e o pagamen-to anual de cada proprietário não pode exceder a 3% do valor fiscal do imóvel, atualizado à época da cobrança.

A obra está orçada preliminar-mente em R$ 100 milhões, mas segundo o professor Fernando Diehl, a pessoa que mais estudou nos últimos 20 anos a praia cen-

tral, não deveria passar de R$ 45 milhões.

“São cerca de 3 milhões de metros cúbicos de areia que podem ser comprados a R$ 15 o metro. Em Itajaí pagam R$ 9 para dragar e jogar de volta no mar” acentua o especialista.

Consulta feita pela reportagem mostrou que o custo de obras se-melhantes em outros países (nos EUA repor areia em praias é cor-

riqueiro, devido aos furacões) bate com a tese de que o alargamento pode ser feito pela metade do va-lor orçado pela prefeitura.

O Porto de Itajaí informou que a última dragagem, com um bota--fora distante cerca de 8 km, cus-tou R$ 38 milhões para um volume de 3,7 milhões de metros cúbicos de areia, o que reforça a impres-são que a estimativa para BC está completamente errada.

P O N T O SComo é feito o alargamento tradicional?

É uma obra rápida, uma grande draga retira a areia da jazida, no nosso caso cer-ca de 15 km da costa, se desloca até perto da praia e bombeia o material por dutos.

Qualquer areia serve?Não, ele precisa ter grão semelhante ao que já existe no sistema. Se for mais fina as ressacas removem e se for mais grossa se transforma em “praia de tombo”, com um degrau acentuado.

A sombra dos prédios à tarde na praia vai acabar?Não, este é um erro eterno que nenhum alargamento resolverá.

Qual largura a praia terá?Uma parte do alargamento, a que reduz a força do mar, fica submersa. De faixa de areia o ganho será em torno de 40 metros.

Existe outra forma de fazer?Sim, transportando areia de caminhão de jazidas existente em cidade vizinhas. O custo é alto e 2/3 costumam representar o frete. Outra forma é dragar areia do rio Camboriú como fez Spernau e distribuí-la por tubos que ainda estão no local. Naquela ocasião isso não foi feito, mas é necessário limpar essa areia e passá-la por um moinho de bolas para obter o grão de tamanho adequado. Essa solução foi usada em diversas praias no exterior e sai mais barata que outras opções.

Obter as licenças ambientais para uma obra dessa envergadura é tare-fa complicada, a prefeitura ao longo dos anos nunca chegou a obter a Li-cença Ambiental Prévia (LAP) que é o ponto de partida do processo.

Processo esse que o governo ante-rior abandonou e foi retomado ago-ra com o fornecimento de uma série de documentos exigidos pela Fun-dação de Meio Ambiente (Fatma).

Com a LAP em mãos a prefeitura pode ir atrás de recursos, antes dis-so é impossível.

Após a LAP vem uma etapa mais

difícil, a LAI (Licença Ambiental de Instalação) que pode demorar devi-do às exigências impostas pela Fat-ma e à burocracia que a prefeitura terá que enfrentar para atendê-las.

Para iniciar é necessário o projeto que hoje a prefeitura não tem e es-taria sendo patrocinado por uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) formada por empresários convencidos que o futuro econômico da cidade depen-de do alargamento da praia.

Há críticas a esse projeto, a empresa que o está executando não teria a experiência necessária no assunto.

De qualquer forma o governo Fa-brício Oliveira acredita que o alar-gamento da praia central será sua grande marca, mas esse mesmo ob-jetivo em algum momento foi prio-ritário para os ex-prefeitos Leonel Pavan e Edson Piriquito, que não conseguiram avançar um metro cú-bico além da vontade.

O único prefeito que efetivamente alargou praia central até hoje foi Ru-bens Spernau, ele protegeu a Barra Sul contra ressacas usando a areia do rio Camboriú e de quebra criou um espaço para lazer e esportes até então inexistente.

Balneário Camboriú tem cerca de 48.000 apartamentos; 44.000 garagens; 12.000 casas; 5.000 ter-renos; 6.600 salas e 500 galpões.

Com isso, se a estimativa de R$ 100 milhões para o alargamento fosse dividida, numa conta sim-plista, cada imóvel pagaria cerca de R$ 1.500,00 que parcelados ao longo de três anos daria R$ 42,00 por mês para cada um.

É financeiramente viável até por-que a Contribuição de Melhoria não deve totalizar os R$ 100 mi-lhões, há outras fontes de recur-

sos como concessão de espaços, repasses governamentais a fundo perdido e empréstimos de pro-gramas de fomento.

No entanto, para uma Contri-buição de Melhoria ser bem su-cedida precisa estar amparada em estudos técnicos que levam em conta a avaliação correta dos imóveis, o que a prefeitura não tem no momento.

O geoprocessamento do territó-rio municipal e a elaboração de uma nova Planta de Valores es-tão sendo licitados o que sanará

essa deficiência e servirá de base também para a correção dos lan-çamentos do IPTU.

O enquadramento legal existe, a questão financeira pode ser equa-cionada, a valorização dos imó-veis com a realização da obra é indiscutível. Estudo do Escritório de Pesquisas Econômicas e De-mográficas da Flórida estima que para cada dólar investido retor-nam mais de cinco e outros auto-res citam que ao longo do tempo isso sobe a 600 por 1.

No entanto, existe o aspecto polí-

tico, contribuintes não costumam gostar de tributos.

Contribuições de Melhoria lan-çadas em governos passados em Balneário Camboriú foram objeto de controvérsias e diversos contri-buintes recorreram ao judiciário.

No caso do alargamento da praia central não existe pesquisa indi-cando se a obra é apoiada ou não pela população. As manifestações em redes sociais costumam ques-tionar o mexer com a natureza e que esse dinheiro deveria ser in-vestido em saúde e educação.

Parece uma visão simplista, se a cidade não gera riqueza e se ade-qua para competir num mercado turístico cada vez mais disputa-do, acaba regredindo e não geran-do recursos suficientes para as necessidades sociais básicas.

Além disso, o estoque de areia no sistema diminui cada vez mais, perdendo a capacidade de ate-nuar a força das ondas nas res-sacas. É previsível que em algum momento haverá danos severos ao patrimônio, como ocorreu no passado.

QUEM PAGA

AMBIENTAL

para alargamento da praia

Prefeitura planeja

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14Balneário Camboriú, outubro de 2017

Marta Amorelli, mãe do triatleta Igor Amorelli, integrou a equipe de apoio que acompanhou o atleta antes, durante e depois do Ironman Mundial, em Kona, no Havaí. Esse ano ela compartilhou com os leitores do Página 3 Online os bastidores, a trans-formação da cidade, os treinos dos atletas e o espírito do triathlon tomando conta do lugar. Igor ficou em 14º lugar, chegando praticamente junto do amigo brasileiro, Thiago Vinhal, que ficou em 13º. O resultado é o segundo melhor nas cinco vezes em que o atleta de Balneário participou da prova, apenas uma posição abaixo de 2013. Patrick Lange, alemão, foi o campeão 2017 com recorde da prova com o tempo de 8:01:40 e no feminino Daniela Ryf, (SUI) venceu pela terceira vez em Kona.

A cada ano no Hawaii, procuramos conhecer um pouquinho dessa maravilha, já que nosso tempo é direcionado ao Ironman, deixa-mos os passeios para o “pós prova”.

Nestes anos conseguimos visitar alguns, bem poucos, pontos turís-

ticos da Grande Ilha e sabe-se que o que não falta aqui é AVENTURA. Passamos por praias interessantes com “areia preta” e muita tartaru-ga, outras praticamente sem areia e com muitas pedras vulcânicas e lindíssimas com areia clarinha...

cachoeiras em grandes encos-tas, fazendas do famoso “Café de Kona”, o vulcão (claro, não poderia faltar esta visita).

Visitamos também a Ilha de Oahu (da badalada Honolulu) e Praia de Waikiki e North Shore das compe-

tições do Mundial de Surf.

Fizemos o mergulho noturno com as raias, aqui em Kona mesmo. Fantástico “Manta Night Snorkel”. Pra aproveitar tudo que tem aqui, precisaríamos passar um bom tempo só passeando…

Um paraíso chamado Kona

Por Marta Amorelli

Por onde a gente passa a paisagem é magnífica Piscina pública onde os atletas podem treinar

Capacetes não são obrigatórios

As flores são lindas e a preocupação e preservação são invejáveis. Os jardins dos condomínios e casas são cuidados com muito carinho Nossa plateia Talita, Igor, Fábio Carvalho e Palito Ígor em momento de descanso

Fotos Arquivo Pessoal

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15Balneário Camboriú, outubro de 2017

colunistaMarisa Zanoni Fernandes ([email protected])

DIA DE PROVA

Antes da prova

Última conversa com o técnico

Na sequência 180 Km de ciclismo (o retorno é feito em um lugarejo chamado Hawi, digo que é onde o vento faz curva) este é o lugarzi-nho que o vento assusta.

A emoção não tem fim. Termi-nando a festa de 2017 agora é começar tudo novamente para voltar em 2018

Igor e Thiago Vinhal cru-

zando a linha de chegada

praticamente juntos. Foto:

Rômulo Cruz

6h25 horário do Hawaii, 13h25 Brasil, é dada a 1ª largada (profissional masculino) com 3800m de natação.

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E pra ter-minar uma maratona com 42 Km de corrida sob um calor terrível

Igor no último dia em Kona em 2013. Se despedindo da forma mais Hawaiana possível... Obrigada e até logo

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As crianças, de modo geral, não têm voz e nem voto. São comu-mente uma presença invisível na vida da comunidade – há pouca crença no seu potencial, na sua inteligência e na sua capacidade para compreender o mundo que a cerca. São vítimas da retórica das normas, dos falsos pudores que os adultos inventam nas fa-mílias, nos meios de comunicação e na educação.A necessidade de maior atenção aos pequenos insistentemente evocada por psicólogos, médicos, professores, assistentes sociais, pesquisadores das mais diversas áreas, parece não ter eco. Boa parte das crianças brasileiras continuam fora da escola, moran-do nas ruas, vivendo em condições de extrema pobreza, sendo vítimas de agressões físicas, psicológicas, sexuais, da fome, do trabalho infantil, entre outras inúmeras mazelas que as afetam de modo muito particular. Esses casos parecem não se tratar de pessoas reais, nem de gen-te miúda, pois não incomodam e não mobilizam redes sociais, como por exemplo, o modo como reagiram à performance do homem nu, no MAM. Isso denuncia como estamos sem foco, indiferentes aos reais problemas que afetam nossas crianças, apontando descaso da atual sociedade em assegurar que as crianças vivam suas infâncias. Somos acríticos! Nos deixamos levar por ondas sensacionalistas e, acredito sobremaneira, pelo medo de perder o que já não te-mos: identidade civilizatória. Temos medo do nu, porque a nu-dez revela os equívocos conceituais e o vazio profundo da nossa corporeidade. Voltamos assim, aos remotos tempos de crise re-flexiva em que não podemos esperar de boa parte da população algum compromisso com coerência. Em nome da defesa da fa-mília (cabe lembrar que grande parte dos abusos físicos, psicoló-gicos e sexuais são cometidos por familiares ou pessoas muito próximas das crianças), criamos inimigos, separamos os bons dos maus e perpetuamos reais abusos contra os pequenos. O Rei está nu: quem pode ver? As crianças - como no conto de Hans Christian Andersen. São elas que sem os vícios do foco, en-xergam sem medo o corpo do outro como um espelho que trans-cende a imagem convencional de uma sociedade doente, porque não conhece seu próprio corpo e sua corporeidade. Que possamos por e com elas, superar a alienação, a obediência deslumbrada, a retórica vazia e avançar para o autoconhecimen-to, que é o fundamento do respeito pelos outros e pelo mundo.

O REI ESTÁ NU: quem pode ver?Fotos Arquivo Pessoal

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A afirmação é do ciclista Hen-rique Wendhausen (foto), pre-sidente da Associação de Ciclis-mo de Balneário Camboriú e Camboriú (ACBC), que pratica a modalidade há mais de 10 anos e conhece o roteiro Costa Verde&Mar, desde que foi criado em 2008. O cicloturismo cresceu tanto nos últimos anos que foi criado um departamento dentro da associação só para tratar desse

assunto. “Temos um convênio com a AMFRI para manutenção do circuito, uma vez por mês va-mos nos sete trechos para ver as condições das estradas, da sina-lização etc”, explicou Henrique.O Costa Verde&Mar tem nove anos, 257km divididos em sete trechos, envolve 11 municípios, prioriza estradas vicinais e ofe-rece uma exuberante paisagem que tem praias, cidades interio-ranas, rios, cachoeiras, matas e

montanhas. Sem falar na ques-tão cultural, onde transparecem costumes das colonizações aço-riana, italiana e rastros da por-tuguesa.

Dos 11 municípios, oito são litorâneos: Balneário Cambo-riú, Balneário Piçarras, Bom-binhas, Itapema, Itajaí, Nave-gantes, Penha e Porto Belo e mais três no interior: Cambo-riú, Ilhota e Luiz Alves.

A Costa Verde & Mar oferece quatro roteiros e sete trechos

1. Cicloturismo2. Aventura e EcoTurismo3. Cultural4. Guia Náutico

A presidente do Colegiado de Secretários de Turismo da Amfri, Susan Correa disse que dos quatro o mais conhecido

é o Cicloturismo, até porque ele tem um diferencial que atrai muita atenção. “O nosso roteiro é o primeiro do país a integrar interior e litoral e se consagrou entre os praticantes da modalidade. Em média, o circuito recebe cerca de cinco mil ciclistas ao ano”, informou.Ela credita a demanda crescen-te pelo cicloturismo da região

à divulgação e também aos eventos, alguns com grande número de participantes. “Só esse ano fizemos três e terá ou-tro em novembro em parceria com a Pedalli. Em dois deles, tivemos quase 1500 partici-pantes”, disse, lembrando que são turistas de poder aquisi-tivo bom e muitos inscrevem um, mas trazem toda a família para conhecer a região.

Costa Verde&Mar oferece quatro opções

O cicloturista que procura ope-radora é aquele que quer con-forto. A demanda é crescente, assegura Celso Pacheco, dono da Rota Cicloturismo, de Pome-rode. Ele vende desprecoupa-ção para o ciclista. Tem clientes desde os 11 anos até quase 80. “Quem nos procura são aqueles que querem ficar em bons ho-téis, não querem carregar peso, são aqueles que gostam de pe-dalar só com a máquina foto-gráfica ou celular”, disse Pache-co. Ele recebe turistas de todo o país, mas em maior número dos estados onde o cicloturis-mo é mais desenvolvido, como Brasília, São Paulo e Paraná. Ele atende todos os roteiros do Estado, mas o Vale Europeu, o mais antigo de Santa Catarina, é o mais procurado. “O Costa Verde&Mar tem um grande

potencial para explorar, vem crescendo muito a procura, mas precisa ser mais divulga-do”, enfatizou o operador.Os pacotes de uma semana para o Vale Europeu ou o Costa Verde&Mar custam em média R$ 2.600 e oferecem hospeda-gem, alimentação, transfer para aeroporto e hotéis, carro de apoio para acompanhar o cicloturista, levando sua bagagem, frutas, água enfim o que ele precisar en-quanto estiver pedalando. O único conselho é não fazer o Costa Verde&Mar durante a temporada de verão. “O ciclo-turista quer conhecer lugares, não quer se preocupar com nada e sabemos que no verão, nas nossas praias, dobra a preo-cupação, com segurança, trân-sito, hotéis ficam mais caros”, concluiu.

Quem quer conforto vai mesmo de operadora

Por Marlise Schneider Cezar

C I C L O T U R I S M O GA N H A N D O E S PAÇO

“Já fiz mais de 100 vezes o circuito, mas cada vez que vou descubro coisas novas, é de uma beleza indescritível”.

16Balneário Camboriú, outubro de 2017

C I C L O T U R I S M O GA N H A N D O E S PAÇ O

Fotos ACBC

Luiz AlvesInterpraias - Balneário Camboriú

Fotos ACBC

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O circuito pode ser percorrido em cin-co dias, fazendo média de 40 a 50km/dia. A cada 1300m tem sinalização in-dicativa (D). De Itapema a Balneário Piçarras 75% do percurso é feito em ciclovias e ciclofaixas. O cicloturista busca informações na internet e utiliza-se do GPS. Hospeda--se em hostels e pousadas. “Ele é mo-vido a arroz e feijão, não é exigente”, assegura Henrique Wendhausen, que também é guia. Em fevereiro ele guiou 16 meninas (pedaletes) que vieram de Santos de ônibus; em agosto orientou um grupo de seis brasilienses, entre eles um de 70 anos e dias depois, um grupo de paulistas (foto), também com um ciclista de 68 anos. “Tem uma nova modalidade surgin-do, as operadoras oferecem serviço de apoio. Neste caso, o ciclista não preci-sa carregar a bagagem, ele só pedala e pernoita. Vai um carro de apoio sob responsabilidade da operadora”, disse Henrique.“Cicloturismo é uma opção saudável para qualquer idade e mais econômica impossível”, emendou o cicloturista.

A assessora técnica do Con-sórcio Intermunicipal de Turismo Costa Verde & Mar (CITMAR), Vivian Floriani disse que percebeu um au-mento de 40% na demanda esse ano. A maioria dos ci-cloturistas faz de forma au-tônoma, não faz inscrição no site, mas tem outros meios de ‘controlar’, através das pousa-das, pela ACBC que faz esse acompanhamento e por meio do cadastro que todos podem preencher. Outro fator que vem contri-

buindo positivamente são os eventos para cicloturistas, sempre bem frequentados. Depois da viagem, caso o ci-cloturista queira um certifi-cado, basta enviar para [email protected] imagens que comprovem sua passa-gem pelos 11 municípios. Pode ser nos totens, nos parceiros ou nos pontos turísticos da região. Vivian disse que essa crescen-te demanda exige inovações. Em novembro haverá um se-minário estadual, onde estará

em pauta planejar a integra-ção de todos os circuitos cata-rinenses no futuro.

EM SANTA CATARINA

• Costa Verde&Mar• Vale Europeu• Rota das Baleias• Circuito das Araucárias• Acolhida na Colônia

O conselho é de Fernando Marchiori, 44, que sem-pre curtiu pedalar. Nos últimos cinco anos encan-tou-se pelo pedal mais longo, participa de grupos, dentro ou fora do circuito Costa Verde&Mar. Faz passeios e pratica cicloturismo também. No dia 14 de outubro pedalou com o grupo Pá Pum Bike Team, 17 pessoas, até Leoberto Leal, 145km, 8h pedalando, quase 3 mil metros de altitude acu-mulada, foram recebidos pelo prefeito na praça e depois agraciados com uma churrascada no sítio do Genésio.“Saímos de Balneário às 4h da manhã e chegamos lá às 14h, não tem sinalização alguma, é muito morro, não faz parte de nenhum circuito, mas de-veria porque é espetacular”, disse.Sua preferência é pelas praias do circuito Costa Verde&Mar, Interpraias, Bombinhas, Araçá, Praia Vermelha. “A gente chega em lugares que jamais conheceria de carro ou a pé. Não é caro, só preci-sa de vontade, uma boa bicicleta e preparo físico. Todos os dias tem grupos pedalando em Balneá-rio, saiam dos carros e conheçam outras cidades, outros lugares, eu garanto que depois que começa não consegue mais parar”, disse Marchiori.

“Saiam dos carros e vão pedalar”

Marchiori e o prefeito de Leoberto Leal

C I C L O T U R I S M O GA N H A N D O E S PAÇO

Como fazer Integrar todos os circuitos está nos planos

17Balneário Camboriú, outubro de 2017

C I C L O T U R I S M O GA N H A N D O E S PAÇ O

Camboriú Mariscal - Bombinhas

Arquivo Pessoal

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Por Daniele Sisnandes

Antes de tudo conta pras pessoas, qual a tua história? Meu nome é Magnums Santos, sou natural do Paraná, moro em Balneário Camboriú há 11 anos. Cheguei aqui e trabalhei meio que em tudo, desde garçom, subway, em várias empre-sas e fui para o camelô trabalhar de vendedor e ali as coisas começaram a melhorar um pouco, o salário era melhor. Daí fiz o BC Mil Grau meio que na brincadeira.

Que ano foi isso?Em 2012. Eu vi esses dias, foi 23 de maio de 2012.

Foi numa época em que surgiram outras páginas do tipo?Foi nesta época que deu uma febre de cidades mil grau. Mas até então só tinha o montagens mil grau, aquele tempo que não podia fazer humor pesado no Facebook e eles zoavam um monte, tanto que saiu do ar por isso. Aí eu fiz uma de Balneário. Era bem toscão...pegava mais pesado, fazia umas montagens toscas pra cacete, mas foi feito meio que na brincadeira, só com as piadas que fazia com Sukita e Juliano Simão. Mandei pra eles, eles compartilharam e no outro dia já tinha bastante gente pra época, umas 300 pessoas que entraram na noite. E não sei em qual momento as pessoas começa-ram a mandar coisas para o BC Mil Grau, não lembro quando ou porquê, mas começaram.

E foi tudo natural?Foi, propaganda nunca fiz. Hoje são 136 mil pessoas, orgânico. A única coisa patrocinada que hoje em dia eu faço são as publicidades. Foi na raça mesmo, no Instagram também.

No Instagram você tem quantos seguidores?Instagram tem 72,9 mil. E tem uma movimen-tação boa, melhor que Facebook, eu gosto mais do pessoal do Instagram. Acho menos chato, menos gente enchendo saco.

O Facebook é um terreno fértil para reclama-ções né...É, demais, virou isso. Tem que tomar cuidado com o que posta porque qualquer detalhe, al-guém vai lá e…

Você recebe muita crítica pela grafia ainda?Hoje em dia não, mais nos primeiros anos. Aí teve uma época que a pessoa reclamava de como eu escrevia e o próprio seguidor já res-pondia.

Legal quando eles mesmos defendem a tua marca, porque virou uma marca né?Virou uma marca. E não sei em qual momento eu comecei a receber bastante coisa. Era bas-tante copiado algumas coisas que eu fazia, aí comecei a caprichar mais nos textos. Porque as pessoas já elogiavam as legendas, “ah que en-graçado a legenda, mais engraçado que o fato”. Daí eu decidi escre-ver mais e começou a melhorar a partir desse momento que fiz mais texto, capri-char.

Mais pensado para construir…Exatamente. Parar e pensar para a pessoa ler e achar engra-çado, mesmo que a imagem não favore-ça, mas para mos-trar o acontecido e para a pessoa ima-ginar uma história, achar engraçado.

Quanto tempo você leva para construir uma postagem?Acho que uns 20 minutos. As coisas chegam e eu já penso.

É instantâneo ou você vai guardando?Vou guardando algumas frases que acho le-gal, que escuto na TV ou na rua, no camelô...se eu acho engraçado eu anoto no bloquinho de ideias. Muitas coisas eu escrevi tipo “segue o day” era segue o dia, mas escrevi por escrever e a galera começou a falar demais.

São várias expressões que pegaram...uma conquista de influenciador digital né, como que você avalia o tamanho disso?Pois é, acho demais cara. O que mais pegou como “BC Loka”, “lindro”...

“Como não amar”, né?“Como não amar”!!! Uma coisa que o cara escre-ve e não espera que a pessoa vai…Mas se a pes-soa comenta aquilo, eu uso de novo.

Então tu percebe as reações e vai construindo as próximas?Isso, vou medindo a febre e vou reutilizando. Tanto que “segue o day” virou uma marca para o fim do texto.

A página foi passando por umas transfor-mações com o tempo...porque antes você não falava só de forma cômica, rolava até algumas ocorrências, quando você decidiu

tirar isso?Resolvi tirar quando apareceu mais páginas focadas nessa parte da desgraça, sangue...E uma coisa que fez parar foi a diferença dos comen-tários do pessoal, que é bastante importante. Eu fazia um post e via muita gente discutindo nos comentários. Alguns começavam a se ofender e porra, isso não é legal. Não curto. E a diferença de fazer um post com um texto para a galera dar risada é que você perce-be a galera marcando os

outros, acho que meio que por isso, por essa energia ruim dessas notícias saca? A desgra-ceira dá bastante alcance. Se espalha muito mais fácil, mas mesmo assim...E também pela resposta da galera, muitas vezes acon-tece um fato, de uma morte, e muita gente mandando fotos, hoje em dia não mais, mas naquela época estavam acostumados. Falei, cara, valeu, mas não vou postar. Fazia um post dizendo que não ia publicar sobre aquilo e muita gente apoiando e aí eu parei. Hoje em dia é bem filtrado. Tanto que não é tanto post, é bem moderado.

Como é, você tem uma regularidade?Agora procuro não fazer nada aos finais de semana, só se for uma coisa que seja “impor-

tante”. E durante a semana faço um ou dois posts por dia, intercalado com publicidade, que hoje rola bastante.

Como a publicidade surgiu na página?Conheci uns amigos na Praia Brava e eles falaram ‘anuncia essa festa no BC Mil Grau, vê quanto tu cobra’. Aí fiz lá um anúncio, daí fiz mais uma festa e a partir do momento que apareceu as pessoas se interessaram. Fui pos-tando e foi, esse ano está sendo demais. As parcerias que fechei...é bem legal trabalhar com uma coisa que você criou em casa, bem independente mesmo.

Hoje tu só se dedica para a página?Hoje só. Faz mais de um ano e meio.

Você deixou o camelô e ficou só na página?Eu tinha deixado o camelô há uns três anos. Mas trabalhei em outras coisas, tive parceria em outras páginas para criar conteúdo, mas aí o BC Mil Grau começou a pedir mais tem-po e não consegui fazer as outras. Foi aí que resolvi ficar só no BC e foi o certo.

As empresas que te procuram ou você oferece publicidade?As empresas que me procuram.

Sério, sempre?99%. Claro que não fecho todas que procu-ram, mas cada vez mais tenho fechado com empresas grandes, de importância na cida-de e vejo isso como uma coisa muito boa, porque a empresa acreditar no marketing de uma página que não é convencional, é di-ferente... fico feliz.

No começo você manteve o anonimato e até hoje a autoria da página não é explíci-ta, por quê?Não sei, acho que sou meio tímido talvez. Não tenho muito a manha de ficar mos-trando a cara. Fez parte assim, de não saber quem é. Tipo as pessoas comentam ‘ah que-ria saber quem escreve isso’, mas eu não falo ‘ah sou eu’. Isso dá uma cara legal para a pá-gina, não ficar mostrando muito e tal.

Imaginam sei lá, um

bicho doido“”

Magnums Santos, 30 anos, é um cara de jeito calmo que à primeira vista nem transparece ser o redator por trás das legendas que fazem 136 mil pessoas se

acabarem de rir no Facebook. Com a página BC Mil Grau ele foi aonde nem imaginava chegar: atingiu leitores de todas as idades e fez da graça seu negócio com seus

próprios horários e suas regras. Muito além de emplacar expressões como o famoso “como não amar?”, ele comemora que hoje consegue viver (e ainda guardar grana) de uma página totalmente independente e que faz as pessoas felizes. Para o Página 3, pela primeira vez ele aceitou mostrar o rosto e contar um pouco dessa história.

“Se eu escrevo lá é porque EU achei engraçado”

Magnums SantosentrevistaAUTOR DA BC MIL GRAU

18Balneário Camboriú, outubro de 2017

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Balneário Camboriú, outubro de 2017 19

A impressão que nós leitores temos é que é um gurizão da praia, um malandrão narrando. É um personagem ou é você falando?É uma parte de mim eu acho. Não adianta eu falar que é um personagem, eu penso assim, eu gosto de dar risada. Se eu escrevo lá é porque eu (frisa) achei engraçado. Talvez as pes-soas não achem tanto, mas eu acho muito! Às vezes eu não acho tanto e posto e a galera acha um monte, daí eu falo ‘pô, tem que arriscar’. Isso é verdade, às vezes quando eu conheço uma pessoa e ela fala, esse aqui é o cara do BC Mil Grau, o cara fala ‘nossa eu imaginava alguém totalmente diferente, você é calmo…”. Eles imaginam sei lá, um bicho doido.

Você tem ou já teve colaboradores?Já tive, hoje em dia eu me viro sozinho mesmo. Os maiores colaboradores são as empresas que gostam da propaganda e voltam.

Mas você teve alguma assessoria para criar marca e tal?Só registrei minha marca na contabilidade, mas foi só isso. Quando registrei tinha umas 20 mil pessoas, foi no início.

E podes falar quanto custa uma publicidade?Posso, criei quatro planos, vendo por visualizações (contas alcançadas). Daí depende o que a empresa quer, se é uma festa e quer só uma chamada ou quer aparecer mais vezes. Isso eu sempre vou atualizando. A partir de R$ 210 já dá pra fazer alguma coisa.

O que gera mais engajamento?Acontecimentos da cidade, por exemplo, nem acho tão fora do normal um cavalo passando na Atlântica, mas eu sabia que ia postar e a galera ia falar “nossa”! Essas coisas inusita-das, quando acontece algum acidente, daí a galera já manda de vários ângulos.

Você lembra o que mais bombou até hoje?Um que bombou muito no início, foi um salto, quando o leão--marinho saiu do mar e atravessou na faixa. Depois teve um vídeo que eu postei, um bicho gritando, só que era uma du-blagem e o cara gritava. Eu postei e viralizou demais, foram umas 15 milhões de visualizações.

Sério?Sério, tanto que o cara que fez o vídeo, é italiano, e chegou até ele. Ele mandou mensagem na página pedindo os créditos porque foi ele que montou o vídeo. Foi bem gente boa e eu disse ‘claro, com certeza’. Não foi um fato da cidade, mas foi o que viralizou demais. Eu procuro sempre postar coisas que sejam da cidade, ou voltado. Eu vejo as outras páginas pos-tando qualquer coisa que cai no Whatsapp…

Caçadores de clique…Caçadores de clique pra cacete! Isso eu nem curto, prefiro nem postar.

Você tem problema com crédito das imagens?Não, quase sempre recebo de quem fez. A pessoa gravou ou tirou a foto e manda e muitas nem querem que poste o crédi-to. Alguns querem, daí eu vou lá e coloco.

Tem muito flagrante bizarro, você acha que isso acontece mesmo por aqui ou o pessoal tá produzindo situações para aparecer na página?

Hoje em dia meio que esperam que saia. Às vezes quan-do posto algo vai lá alguém e comenta ‘olha aí, falei que ia aparecer’. E uma coisa de produzir, que você disse, teve uns guris que desceram o morro da Rainha com uma bicicleta sem freio. Tinha um amigo que ouviu o barulho da placa quebrando com a batida, tirou a foto e me mandou. Eu pos-tei, antes dos guris chegarem em casa. Depois eles tinham gravado um vídeo que eu postei, gravando desde lá de cima. Foi um fato foda esse.

Quando o assunto é política, a página toma ou já tomou partido?Fiz uns dois textos sobre política na época das eleições meio que tentando conscientizar o jovem a pensar, mas eu não gosto de tocar nesses assuntos. Muito político descobriu meu Whatsapp e manda coisas, não pede né, mas só falta pedir.

Não faz parte da tua política então?Não, porque é uma coisa que divide muito a galera. Prefiro assuntos que a pessoa dê risada junto, do que fique discu-tindo os lados. Claro que vai ter umas críticas sobre a cida-de...daí cada prefeito que tiver...faz parte né. Mas acho que até nas críticas que eu faço, é de leve. Não tomo um lado, ah é ruim ou é bom, eu falo da coisa. Por exemplo esse das casinhas de churros que mudaram. Eu sempre escrevo, não falando se é bom ou ruim, mas falando que aconteceu.

E vem alguém dos órgãos para comentar?Raramente, só se eu comento com a página em algum órgão, por exemplo na Fundação, se eu vou lá eles respondem. Mas evito falar de política.

O que você considera que foi a tua maior conquista com essa história até hoje?Com certeza foi poder viver disso, largar patrão, fazer teu horário, isso aí não tem preço! E o que eu mais gosto é ver a pessoa elogiando, que tá dando risada com o texto ou manda um inbox dizendo que se diverte muito. Ganhar dinheiro é bom, pagar as contas é bom, mas se não tivesse isso não ia ter o mesmo pique, o reconhecimento da galera é sem palavras, dá orgulho.

-E tu consegue ler tudo?Leio tudo, tem bastante coisa, mas dá pra ler. Às vezes demo-ra um pouco, mas respondo um por um.

Você já teve vários projetos...festa, marca de cerveja, o que você planeja agora para a página?Vai rolar ainda umas festas em parceria com At Home, es-tou mais focando na parte da publicidade, dos textos e estou pensando em fazer umas entrevistas. Escolher umas pesso-as que eu acho legal, admiro ou que tá um assunto rolando e fazer umas entrevistas cômicas.

Em vídeo?Não sei, talvez uma entrevista breve escrita, a foto da pessoa, uma montagem, estou vendo ainda. Mas acho que seria legal conversar com as pessoas assim.

E como você acha que vai ser o futuro?Fez cinco anos BC Mil Grau, consegui estabilizar ele. No Fa-cebook pretendo continuar dessa forma, nesse estilo, e se surgir outra mídia fazer também, mas o foco é internet, não saio disso não.

Ainda tens aquela lojinha virtual?Não, abandonei, site também, canal no Youtube.

Pois é, começaram a fazer uns vídeos e não foi pra frente?Fizemos uns vídeos com o Pedrão (de Batata) e o Dimas (panfleteiro), mas dá muito trabalho, coisa difícil. Daí o Pe-drão se candidatou e a gente parou. Ele queria fazer, e eu disse não. Não curto tanto assim, muita trabalheira, prefiro continuar ali mesmo.

E já teve de alguém te reconhecer?Hoje em dia está mais comum, pessoas que eu não conheço me conhecem. Semana passada estava chegando em casa e um gurizinho de skate ficou me olhando e disse “você é do BC Mil Grau né?” Falei sim. Fui no aniversário da filha de uma amiga minha e a sogra dela, bem velhinha, queria me conhecer, eu fiquei tão feliz! Várias idades, você escreve e não tem noção. Outra coisa legal que rolou, eu fui num show do Diogo Portugal e tinha um rapaz que tinha deficiência visual. Ele falou, cara você tem que por vírgula e ponto final, se não o aparelho que eu uso não consegue ler. Eu nunca ti-nha pensado nisso. Fiquei com aquilo na cabeça e escrevi e não esperava, ele comentou ‘agora sim eu posso ler’. Eu nem imaginava, foi foda! Depois foi lá e respondeu ainda.

Antes de começar tudo isso o que você planejava pra tua vida?Tinha uma grande dúvida do que poderia fazer, não tinha um foco. ‘O que vai ser da minha vida?’. Antes do BC Mil Grau eu fiz um texto tirando uma onda e umas pessoas falaram que eu devia fazer isso... eu fiz o Mil Grau e fui ligando, acho que é isso mesmo que eu tenho que fazer.

E você levaria isso para um show de stand up, alguma coisa assim?Não, fica engraçado se a pessoa ler o que eu escrevi, se for falar não vai ficar engraçado. Não num stand up, talvez na mesa com os amigos fique engraçado, mas não pra fazer um show. Não penso nisso, acho que não é muito a minha cara._______________________________________________

Acesse: facebook.com/bcm1lgr4u instagram.com/bcm1lgr4u

“ O reconhecimento da galera é sem palavras, dá orgulho”

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Balneário Camboriú, outubro de 2017 21

Mala DIRETA

Os pedestres que circulam pelas ruas 1500 e 1950 pedem a atenção dos governantes

para o lastimável estado que se encontram, especialmente no início delas entre a ave-nida Brasil e a Terceira Avenida. É comum

que pessoas caiam no meio da rua devido a buracos e deformações no piso. Trata-se de uma providência que vai muito além de fa-cilitar a circulação de veículos, mas de pre-servar a vida das pessoas. Principalmente os idosos e os deficientes públicos. Serviço

para a turma da secretaria de Obras.

BURAQUEIRA

colunistaJ. Junior

([email protected])

Há poucos dias um novo mercado da rede Bistek abriu na cidade onde por muitos anos funcionou o Xande supermercados. A movimentação por ali foi enorme durante as obras e o resultado foi surpreen-

dente. Além de mudar o aspecto visual do local ainda arrebatou uma leva enorme de clientes ávidos pelas

promoções de abertura. Outras redes já remarcaram pra baixo seus preços e essa guerra vem de encontro com a ideia de tirar da zona de conforto quem acha

que tem o mercado consumidor nas mãos. A concor-rência faz com que todo mundo se mexa e no final

quem ganha é o consumidor. Que sejam bem vindos.

CONCORRÊNCIA

• Prefeito Fabrício e o secretário de Obras Edson Kratz estavam tomando café essa semana no Posto BR do Neco, na Terceira Avenida. Dali sairiam para uma rodada de visitas as obras de saneamento no Bairro Nova Esperança e na Barra e também nas obras de continuação da Terceira Avenida. Devagar, mas com responsabilidade, o atual governo começa a deslanchar.

• A alegria dos proprietários da Kombina Felice no Passeio San Miguel só vai aumentar com a chegada em breve do primogênito Luiz Antônio. Sandra e Rafael que sempre se dedicaram em tempo integral ao seu restaurante vão ter que dividir o tempo com o baby. O Kombina Felice é disparado um dos melhores points daquele espaço. Que venha o herdeiro.

• Uma boa parte das caravanas que chegam as festas de Blumenau, Itajaí e Brusque partem da nossa cidade, que é o local escolhido para se hospedarem e passarem parte do dia. Dessa forma o comércio e os restaurantes acabam dando uma bicadinha na grana que trazem pras festas. Bom mesmo é pra classe hoteleira em geral que chegou a ter no feriado lotação próximo de 100%. A cidade carinhosamente agradece.

• Leitores pedem pro pessoal do trânsito dar uma olhada com carinho no escapamento das motos que circulam por nossas vias. Algumas estão deixando moradores revoltados com a barulheira. Outra providência é ficar de olho nos entregadores de comidas que não estão nem aí pra mão e contramão. Andam até por cima das calçadas. Olho neles.

• Adversários do ex-prefeito Piriquito alardeiam pela cidade que os candidatos por ele apoiados para as eleições das associações de moradores saíram derrotados. Em política estar na vitrine é tudo. Rei Morto, Rei Posto, já diz o ditado.

• Depois de fazer uma boa classificação no mundial de Kona no Hawaí o nosso campeão Igor Amorelli, aterrissou em Miami e faturou o IronMan 70.3. Na volta passou por São Paulo para cumprir agenda com patrocinadores. Haja fôlego.

• ESSE ANO FAÇA CERTO. DIGA NÃO A CORRUPÇÃO. FAÇA SUA PARTE.

Nos finalmentes da Oktober, o casal de Curitiba, Marília e Amauri curtiu a festa mais alemã do Brasil. Na foto ao lado,

Silvana da Silva e sua amiga Mary Baldaia, de Balneário, provando do delicioso néctar que move aquela festa. Prosit!

Arquivo Pessoal Divulgação

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22Balneário Camboriú, outubro de 2017

Os Anos da Reforma de LuteroEm 1509, recém chegado a Wittemberg, Martim Lutero escreveu uma carta a amigos do monastério em Erfurt, onde foi ordenado padre dois anos antes, desculpando-se por não ter se despedido deles e dizendo que gostaria de trocar a filosofia pela teo-logia, mas já sinalizava algo diferente. “Quero dizer uma teologia que seja capaz de adentrar no miolo da noz, no centro do grãos de trigo, no tutano do osso”. Ele desco-brira que a verdade está na palavra de Deus, mas é preciso interpretá-la. E tem certeza que não é da maneira que aprendera. Este foi o primeiro sinal.

Em 1516, torna-se um professor respeitado na Universidade de Wittenberg. Em 1517 irrita-se com a campanha de venda de indulgências, de Johann Tetzel. Metade do di-nheiro seria para pagar dívidas do arcebispo Albrecht de Mainz e outra metade para garantir um lugarzinho na eternidade. Ele achava que a igreja estava sendo usada por espertos e queria debater. Em vão. Então no dia 31 de outubro, a cidade cheia para celebração de Todos os Santos, estremece com as 95 teses, afixadas na porta da igre-ja do Castelo em Wittenberg. A atitude desencadeou acontecimentos dramáticos até 1524, que quase lhe custaram a vida. Mas representou uma mudança que o mundo reconhece como Reforma de Lutero. O luteranismo está presente em 98 países e mo-vimenta quase 80 milhões de pessoas.

A comunidade luterana de Santa Catarina é considerada um dos maiores núcleos de luteranos da América Latina. As primei-ras comunidades surgiram em Blumenau (1850) e na então Co-lônia Dona Francisca (Joinville), em 1851. O primeiro culto oficial foi ministrado pelo pastor Jakob Daniel Hoffmann, no dia 25 de

dezembro, na celebração do Na-tal. No dia 9 de março de 1856, foi inaugurado o primeiro templo Evangélico Luterano, denomina-do Igreja da Paz.

Em outubro de 2009, os parla-mentares aprovaram o dia 31 de outubro como o Dia da Reforma Luterana.

A festa da Reforma será come-morada no Dia da Igreja, neste 29 de outubro, em Jaraguá do Sul, onde milhares de luteranos se concentrarão das 8h30 até o final da tarde, em uma progra-mação especial, para celebrar e refletir sobre as mudanças pro-porcionadas pelos 500 Anos da Reforma de Lutero.

“Faz 500 anos que, no dia 31 de outubro, Martim Lutero afixou, nas portas da Igre-ja do Castelo de Wittenberg, 95 teses que contestavam a prática da Igreja de seu tempo.O contexto era de uma religiosidade que amedrontava e escravizava. Para verem--se livres da culpa e do inferno, cristãos compravam indulgências que prometiam conceder perdão dos pecados e um lugar no céu. Martim Lutero, no estudo da Bí-

blia, redescobriu o Deus misericordioso, que entregou seu filho Jesus para a sal-vação da humanidade. Ele concluiu que a salvação não pode ser comprada, mas re-cebida por graça, mediante a fé. A reforma foi libertadora. O reformador testemunha isto nas seguintes palavras: “Pela fé um cristão é Senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém”.A liberdade oferecida pelo evangelho, por sua vez, coloca os cristãos à disposição

para o serviço de amor. Em gratidão pelo amor recebido em Jesus Cristo, cristãos assumem compromisso com o próximo e a vida no mundo. Nas palavras do refor-mador: “Por amor um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todas”.

A espiritualidade que nasce da reforma nos convoca diariamente à fé libertadora e ao amor comprometido”.Breno Willrich é Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Ita-jaí - IECLB - sede em Blumenau

A data será celebrada com uma sessão solene na Câmara dos Vereadores, dia 31 de outubro, às 19h, com a presença da comunidade lutera-na da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), sediada no Bairro das Na-ções e da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), com sede na Vila Real.

Em Santa Catarina Em Balneário Camboriú

A Reforma Luterana provocou mudanças significativas ao longo destes 500 anos. Onde elas estão mais visíveis? Acompanhe as opiniões:

• Convite à liberdade e ao compromissoPor Breno Willrich

“Ainda que não houvesse alma, ou céu, nem inferno, seria necessário haver escolas para a segurança dos negócios deste mundo, como a história dos gregos e romanos claramente nos ensina. O mundo tem necessidade de homens e mulheres educados”.

Por Marlise Schneider Cezar

Martim Lutero

Arquivo Pessoal

500

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23Balneário Camboriú, outubro de 2017

“Martim Lutero virou uma espécie de herói nacional na Alemanha por causa do seu empenho por educação. Ele fez as contas: De que vale traduzir a Bíblia para o alemão se as pessoas

não sabem ler? Gente que lê, vai mais longe e, principalmente, vai poder co-nhecer a Bíblia. Assim, ele escreveu uma carta às autoridades municipais da Alemanha pedindo muitas escolas e bons professores. E ele não pensava só na fé das pessoas, não! “A maior força de uma cidade é ter muitos ci-dadãos instruídos”, ele escreveu nesta carta. Toda a sociedade tira proveito do investimento na educação pública, gratuita e de qualidade. E ele acertou em cheio. Hoje, na Alemanha, o forte é o ensino público, o mais importante legado da Reforma ao povo alemão e a toda a humanidade. Este legado edu-cacional da Reforma também chegou ao Brasil, através dos imigrantes ale-mães. “Ao lado de cada igreja, uma escola”, era o lema dessa gente que ajudou a moldar a cultura germânica entre nós. O desafio educacional de Lutero continua atual também para o nosso país”.

Clovis Lindner é Pastor da IECLB e Diretor da Mythos Comunicação - Blumenau

“Dia 31 de Outubro de 1517. Não se-ria nenhum exagero dizer que esta data marca o início de uma mudan-ça significativa na vida das pessoas. E neste 2017, já são 500 anos que nos separam do momento em que Marti-nho Lutero pregou 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. Foi assim que ele pro-testou contra abusos cometidos pela

igreja da época, dando impulso ao movimento chamado Reforma.

Mas o que mudou? Mudou o senti-mento, o pensamento, a prática, a vi-são de mundo. E mudou para melhor! Hoje, somos todos herdeiros de uma grande transformação, ou melhor, de um retorno ao que sempre foi verda-deiro: a Palavra de Deus. O próprio acesso fácil a esta Palavra, a Bíblia, é herança da Reforma.

As pessoas viviam atormentadas, com medo de Deus e de sua punição. Pensavam que era necessário con-quistar Deus e sua salvação com as próprias forças. Com este movimento, tiveram o privilégio de ouvir que seus pecados foram perdoados na cruz de Cristo e que o perdão é, portanto, de graça.

Ser herdeiro da Reforma, então, não é ser melhor do que ninguém, mas é acreditar na melhor vida proporcio-nada pelo próprio Deus, a nova vida no céu. Ser herdeiro da Reforma é saber que os nossos fardos podem ser colocados sobre os ombros de Jesus Cristo”.

Ezequiel Blum é Pastor da Igreja Evan-gélica Luterana do Brasil (IELB) em Balneário Camboriú

“Homens e mulheres tiveram papel importante no movimento da Refor-ma protestante no século 16. Mas, en-quanto a história registra a contribui-ção de Martim Lutero, João Calvino, Ulrico Zwinglio, Felipe Melanchton e outros, pouco se fala da participação das mulheres no movimento, isto é, das mulheres reformadoras. Kathari-na von Bora, Katharina Schütz Zell, Olympia Fúlvia Morata, Elisabeth von Calenberg-Göttingen, Elisabeth von Meseritz Cruciger, Idelette Cal-vino, Argula Stauff von Grumbach, Marie Dentiere entre muitas outras ocuparam espaços importantes no movimento da Reforma. Elas atua-ram como mulheres regentes, escrito-ras, teólogas, poetisas, compositoras, administradoras. Infelizmente a his-tória das mulheres reformadoras foi esquecida, inviabilizada e silenciada. Apresento de forma rápida duas mu-lheres reformadoras:

Katharina von Bora, ex-freira, casa-da com o reformador Martim Lutero, talvez seja a reformadora mais conhe-cida. Ela é considerada a primeira administradora. Ela discutiu teolo-gia com Martim Lutero e com outros reformadores. Esteve presente nas conversas teológicas à mesa. Além do mais teve um papel fundamental na condução de um pensionato para

estudantes e na organização dos bens da família Lutero. Katharina também ne-gociava com as editoras que publicavam os tex-tos de Lutero. Ela tam-bém tinha um grande conhecimento de medi-cina caseira. Lutero em suas cartas a tratava com muito respeito e admiração. Ele inclusive a chamava de doutora Lutera.

Uma mulher que há pouco tempo saiu do silêncio da história foi Argula Stauff von Grumbach. Quando ela ti-nha dez anos, já recebeu de presente de seu pai uma Bíblia. Portanto ela sa-bia ler e tinha conhecimentos bíblicos. Ela é reconhecida como a primeira escritora protestante. Escreveu cartas (tipo panfletos), que foram publica-das, defendendo o ideal da Reforma Protestante com conhecimento teoló-gico e citações bíblicas, que traduzem a ideia da inclusão e igualdade, como, por exemplo, Joel 2.28 e Gálatas 3.27-28.

A Reforma luterana buscou refletir a igualdade entre homens e mulheres em todos os espaços da vida e também o direito à educação pública para me-ninas e meninos. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil foi

uma das primeiras igrejas no Brasil a or-denar mulheres ao ministério pasto-ral, catequético e diaconal. Há muito ainda a ser feito, mas a história das mulheres da Reforma são uma inspi-ração para a busca de respeito e igual-dade no tempo presente.

Claudete Beise Ulrich é Doutora em Teologia pelas Faculdades EST – São Leopoldo, com pós-doc em história na UFSC. Atua como professora de Teolo-gia e Ciências da Religião na Faculdade Unida-Vitória. Pastora voluntária da Igreja Evangélica de Confissao Lute-rana no Brasil (IECLB) em Vitória no ES. Autora juntamente com Heloisa Gralow Dalferth do livro “Mulheres no Movimento da Reforma”, 2017, Editora Sinodal.

“Martin Luther foi casado com Ka-tharina Von Bora. Quando casaram ele tinha 42 anos e ela 22. Tiveram 6 filhos e ainda adotaram outros de famílias pobres. A partir da vivência com os filhos passou a ter uma nova interpretação de fé e razão. Uma criança não é como adulto, dizia ele, nem na fé.

Lutero tinha uma convicção muito grande acerca da fé das crianças e da sua capacidade de crer. Para ele, a grande afirmação bíblica que funda-menta a fé das crianças está em Mar-cos 10.14, onde Jesus afirma que as crianças pertencem ao reino de Deus. “Pois o Reino de Deus é das pessoas que são como estas crianças”.

Ele distingue claramente a fé dos adultos, que é ativa ou atuante, e a fé das crianças, que ainda não podem usar a razão. Lutero mostra que a ra-zão não é pré-requisito para a fé, o que consequentemente possibilita a fé nas crianças. “Não podemos ver sua fé; Cristo, porém, a vê”, diz o reformador.

De acordo com Lutero, a razão só vem a atrapalhar a fé. Justamente por isso, é mais confiável que uma criança

tenha fé do que um adulto. Ele diz que uma pessoa crê mais facil-mente quan-do há menos razão no cami-nho para inter-ferir.

Assim como as crian-ças crescem, Lutero afir-ma que a fé deve crescer dia a dia. Mesmo que ela seja um dom do Espírito, ela necessita de crescimento; somente assim ela poderá se desenvol-ver na pessoa de forma a mostrar os frutos do Espírito.

Por isso, por tantas vezes o reforma-dor mostra a importância da educa-ção cristã e do ensino da Palavra aos infantes. Lutero considera a Palavra de Deus a sustentação da fé infantil. A fé das crianças “é puramente uma dádiva de Deus através da Palavra”.

Valdim Utech é Pastor da IECLB em Balneário Camboriú

• A Educação é o ponto nevrálgico da Reforma

• Herdeiros de uma nova vida• A importância das mulheres no Movimento da Reforma Protestante

• E AS CRIANÇAS?

Clovis Horst Lindner

Ezequiel BlumClaudete Beise Ulrich

Valdim Utech

“Eu, embora velho doutor das Escrituras, não

compreendo ainda direito os Dez Mandamentos, o Credo e o Pai Nosso; eu

não posso estudar a fundo nem aprendê-los total-

mente, assim aprendo o Catecismo dia após dia e oro com meu filho João e minha filha Madalena”.

Martim Lutero

Fotos Arquivo Pessoal

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Balneário Camboriú, outubro de 2017 24

colunistaEnéas Athanázio([email protected])

Quando Amadeu notou que o cachaço estava doente e nada o salvaria, uma ideia má lampejou na sua ca-beça. Aquele enorme porcão branco lhe custara muito caro, um investimento equivalente a inúmeras horas no cabo da enxada, e não poderia ser assim jogado fora por causa de um azar de peste que quase nun-ca atacava por ali. Com o olhar perdido no horizonte, amadureceu a ideia e se convenceu de que agia certo na defesa de um bem adquirido com tanto esforço e que estava prestes a perder por pura falta de sorte. Pesou os prós e contras, as vantagens e os riscos, e se decidiu. Faria a coisa bem feita, ninguém ficaria sa-bendo.

No dia seguinte, enquanto a mulher foi se fornecer no armazém da Vila, puxou o porcão para o mato, meio arrastado, e lá sangrou e carneou com muito cuidado. Depois colocou a carne rosada, dividida em grandes pedaços, em dois sacos brancos e os levou para a ca-noa. Apagou os vestígios da carneação, embarcou na canoa e rumou para o povoado do Leão, no outro lado da represa. Em poucos instantes a notícia se espalhou e não teve dificuldade para vender tudo, assegurando que se tratava de produto de primeira. Quando a mu-

lher voltou com as compras, na boca da noite, ele já mateava em frente ao lago, lavado e de roupa trocada, com o di-nheiro bem guarda-do no fundo do baú.Na tarde do outro dia, um domingo de calor, quando descansava es-tirado na cama, ouviu vozes na frente da casa, coisa que não acontecia naquele ermo onde mo-rava. Com os cabelos engrovinhados e ajeitando a roupa, andou até a porta e espiou para fora. Mal pôde acreditar no que viu.No pátio varrido a capricho pela mulher ajuntava-se um mundão de gente, se assim pode ser definida a escassa população do Leão. Armados de picapaus, garruchas, foices e machados, os compradores da carne exigiam desculpas e a restituição do dinheiro. Explicavam furiosos que, na hora de assar, um chei-

ro fétido se des-prendera dela, d e nu nc i a nd o que se tratava de animal “in-teiro”, impres-tável para o con-

sumo.Diante da situa-

ção, não teve outro recurso a não ser res-

tituir o dinheiro, des-manchando-se em descul-

pas, enquanto ouvia as maiores xingações daquela gente exaltada,

reforçadas pelas de sua própria mulher, recriminando-o pelo mau serviço.Passou vários dias enfurnado em casa, carregado de vergonha, e por muitos anos não teve coragem de pi-sar no povoado do Leão. Mas o pior mesmo foi que seu nome de batismo caiu no esquecimento, substi-tuído por uma alcunha infamante que carregou até o último de seus dias: Cachação!.

APELIDO

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25Balneário Camboriú, outubro de 2017

As lutas da cor além do concretoBalneário Camboriú, tomada pelo concreto, é uma cidade cinza. A crise e a falta de uma política de valorização dos cenários urbanos nos últimos anos provo-caram uma situação preocupante com espaços abandonados dando inspiração para o vandalismo. Sem dinheiro, a Fundação Cultural vem lutando lentamente para que isso mude.

O grafite é uma arte efêmera, está fadada a um destino abreviado pelas condições do tempo, pelo vandalismo ou interesses diversos. Em outubro, um

painel da Praça da Cultura (ironicamente antiga Praça da Bíblia) teve seu fim decretado em protesto religioso, o que colocou novamente essa expressão artística no foco das discussões.O responsável pelo muro enxergava o diabo no dese-nho. Antes de cobrir a pintura, ele escreveu “Jesus” sobre o painel, tornando a polêmica ainda mais pro-funda. A obra do grafiteiro Diant (liberada através de interseção da FCBC) tinha dois anos, e como tema, o folclore do boi-de-mamão. A polêmica nas redes foi instantânea, porém só dois dias depois do incidente, o grafiteiro Diego Diant, 32, chegava em casa no Bairro das Nações com os jornais que noticiaram o caso nas mãos. Disse ter ficado sur-preso pela repercussão, mas não estava com raiva.

Com calma, enquanto tomava chimarrão acompanhado do também grafiteiro, Luis Felipe Berejuk, ele explicou como enxerga as coisas.

“Há um tempo atrás apagaram outro aqui na Martin Lu-ther, colocaram ali “sacolão não sei o que” e ninguém falou nada. Daí lá (na Praça) acho que porque era um projeto da LIC deu esse alvoroço. Porque é normal... vários grafites nossos apagam, toda hora”, ponderou Diant.

Ambos são autônomos, vivem da arte e defendem mais es-paços para o grafite.

Quase todas as paredes que eles coloriram por aqui são particulares e nem sempre conseguem apoio para custear os trabalhos.

“Habilidade a gente tem, só precisaria de tinta. Tem tanto lugar que a gente poderia pintar. O setor do comércio tam-bém poderia se envolver e apoiar”, fala Berejuk.

Se de um lado alguns artistas se sentem desamparados, dentro do próprio governo as coisas também não são fáceis. Desde que os atuais gestores assumiram, encontraram na Fundação Cultural um cenário de escassez quanto a recursos. A dotação prevista no ano anterior não previa uma série de coisas e apesar das ideias fervilhando, não há de onde tirar (considerando que as contas do município estão no li-mite).Quando assumiu a direção da FCBC, o presidente George Varela e sua equipe passaram a incentivar a arte de rua. A direção desengave-tou contrapartidas de projetos já aprovados e intermediou algumas paredes para manifestações volun-tárias. A diretora Bia Mattar ressal-ta que a gestão buscou caminhos transparentes e se apoiou nos edi-tais e credenciamentos para fazer tudo às claras. “Para a Praça da Cultura consegui-mos tinta, muitas vezes do bolso da equipe, nem foi da Fundação Cul-tural, porque não tinha dotação ou dispositivo legal pra isso”, revela Varela. Esse esforço coletivo, aliado ao trabalho iniciado nos anos ante-riores, permitiu ao local se tornar o maior espaço de representação ar-tística da cidade.

Varela adianta que um dos planos da FCBC é revitalizar um espaço de conexão importante e hoje totalmente abandonado, o chamado Beco do Brooklin, alameda que liga a Brasil e a Atlântica na altura da Rua 1100. Por causa do abandono, o espaço foi naturalmente adotado pelo grafite e o projeto é revitalizar a alameda, em parceria com outras secretarias para melhorar ilumi-nação e segurança. Depois disso, a intenção é abrir o espaço, mediante autorização, para grafiteiros voluntários.

Varela não quer que se torne um rótulo, mas o muralismo é uma das tendências que a FCBC quer explorar mais na cida-de. A novidade é o projeto de transfor-mar os espaços de alvenaria do Teatro Municipal em um grande mural assina-do pelo artista Tom Veiga, com referên-cia à botânica e ao mar, para represen-

tar a cidade e o litoral.Curitibano radicado em Garopaba, Tom é um apaixonado por Balneário. De-signer e artista plástico, seu trabalho é marcado pelas cores fortes e inspiração nas ondas, temática universal e decora-tiva. “Optamos por colocar esse mural nos

quatro espaços de alvenaria do teatro, porque esse custo se amortiza pela re-forma que já vai ter. Isso é estratégico, porque muitas pessoas passam aqui na frente e não despertam para o que tem aqui. Como não é só o Teatro, tem ad-ministração da FCBC e Galeria de Arte, vale a pena trazer uma representação das artes visuais”, defendeu Varela.Até o fechamento desta edição as tra-tativas não haviam sido concluídas, porém o diretor administrativo e finan-ceiro, William Goulart, adiantou que o custo ficará entre R$ 8 mil e R$ 15 mil, isso incluindo dois ajudantes e contra-partidas como workshop e uma exposi-ção. A contratação será feita por inexigi-bilidade licitatória.Varela quer abrir espaço para artistas de fora, por isso convidar agora Veiga, que tem no portfólio trabalho com grandes marcas como Billabong, Reef e Mor-maii. “O importante é se conseguísse-mos ter representatividade de artistas de outras partes da América do Sul. É complicado, mas temos que despertar essa vocação com um espaço fértil na cidade”, justifica Varela.

Fundação faz o que pode com quase nada de verba

O plano agora é revitalizar Brooklin e Teatro

Grande mural no Teatro

Uma das obras do artista Tom Veiga em homenagem a Balneário Camboriú

Diant e Berejuk

Fotos Divulgação

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Balneário Camboriú, outubro de 2017 26colunistaMarlise Schneider Cezar([email protected])

Quanto mais leio sobre Lutero mais o admiro. Homem inteligente, atemporal, de muita coragem e visionário. Naqueles anos 1500 e pouco ele tinha convicções admiráveis, não aceitava aquele

negócio de absolver pecados mediante pagamento...vender cadeira na céu...ele só queria espaço para debater, mostrar porque era contra e acabou provocando uma guerra religiosa, que deu origem ao protestantismo. Mas ele queria muito mais: alfabetizar para que as pessoas pudessem ler e inter-pretar a Bíblia; acabar com a hierarquia clerical, não teria mais papa, bispo etc; eliminar imagens de santos, porque Deus é um só; extinguir o latim em cerimônias religiosas; abolir confissão e comu-nhão; acabar com o celibato para sacerdotes e tantas outras. Será que ele imaginava o que provocou?

Lutero 500

• Falta humanidadeFoi bem assim que minha amiga definiu a situação que viveu com seu neto de quase dois anos. Com febre, choro, mãozinha no ouvido, foi para o Ruth Cardoso. O médico suspeitou de dor de ouvido, medicou. Esse foi o começo. Depois disso, a família levou o garoto mais três vezes ao Ruth, mais uma vez ao PA da Barra e mais uma ao Pequeno Anjo. O menino tomou uma carga forte de antibióticos. Continuava febril e chorando. Por fim decidiram pro-curar um especialista em ouvido, consulta R$ 300. Fez exames e descobriu que o menino tinha sinusite, o canal do ouvido estava entupido pela infecção.

• Falta humanidade 2 Do começo até o diagnóstico final foram 30 dias. Minha amiga disse que em nenhum momento foi feito qualquer tipo de exame. Os médicos que o aten-deram só ‘olhavam’, faziam perguntas para a avó e receitavam. O primeiro exame foi pedido pelo especialista. “Faltou humanidade”, definiu a avó.

• Com humanidadeJá meu amigo Bola Teixeira, que pregou um grande susto em todos nós, numa noite de domingo (15), disse que o PA da Barra salvou a vida dele. Ele estava in-fartando. Veio do Estaleiro onde mora e parou no PA, porque não aguentava mais tanta dor. Foi medicado e dali encaminhado para o Marieta. Catete-rismo e alguns stents, uma semana de molho no hospital e no fim, tudo deu certo. Na terça (24) veio até a redação (foto) pra mostrar que está novinho em folha. Voltou a repetir: “Quem garantiu minha vida foi o PA da Barra, não fosse o pit stop na Barra já era”.

• OktoberianosTemos uma lista interminável de ani-versariantes em outubro. Sábado (21) aconteceu a festa dos ‘oktoberianos’, um grande encontro de família. Faltaram alguns aniversariantes. Os que vieram estão na foto: a matriarca do clã Beatriz Pacheco Cezar comemorando 8.3, lade-ada à esquerda por Beatriz Helena (dia 3/10), Madu (dia 31); Carol (dia 27), Fer-nanda (dia 7) e à direita por Manuela (dia 19) e Caiê (dia 17). Não estiveram presen-tes Dennys Lopes (dia 30), André Martin Schneider (dia 22), Rosália Galiazzi Sch-neider (dia 23) e Dirceu Schneider (dia 3).

ESTADO DE SANTA CATARINA / PODER JUDICIÁRIO. Comarca - Balneário Camboriú / Vara Regional de Direito Bancário - 100% Digital. Avenida das Flo-res, S/No, Bairro dos Estados - CEP 88339-900, Fone: (47) 3261-1843, Balneário Camboriú-SC - E-mail: [email protected]. Juiz de Direito: Osmar Mohr. Técnico Judiciário Auxiliar: Genivaldo Alberto Custódio. EDITAL DE CITA-ÇÃO - EXECUÇÃO - COM PRAZO DE 30 DIAS. Execução de Título Extrajudicial n. 0306371-24.2015.8.24.0005. Autor: Unicred Litoral e Norte Catarinense LTDA / Réu: Gariel Sanches Eirelli Epp / Advogado: Eliezer da Costa Teixeira. OAB 34510/SC. Citando(a)(s): GARIEL SANCHES EIRELLI EPP, CNPJ 18.261.802/0001-10, Rua 3100, 815, sala 04, Centro, CEP 88330-304, Balneário Camboriú - SC. Valor do Dé-bito: R$ 84.538,41. Data do Cálculo: 18/05/2015. Pelo presente, a(s) pessoa(s) acima identificada(s), atualmente em local incerto ou não sabido, FICA(M) CIENTE(S) de que neste Juízo de Direito tramitam os autos do processo epigrafado e CITADA(S) para, em 3 (três) dias úteis, contados do primeiro dia útil seguinte ao transcurso do prazo deste edital (art. 231, IV, do CPC), efetuar o pagamento do principal, acessó-rios, honorários advocatícios e despesas processuais. Não ocorrendo o pagamen-to, proceder-se-á à penhora de bens do executado. O executado poderá opor-se à execução por meio de embargos, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, a contar do primeiro dia útil seguinte ao transcurso do prazo deste edital (art. 231, IV, do CPC). Será nomeado curador especial no caso de revelia (art. 257, IV do CPC). E para que chegue ao conhecimento de todos, partes e terceiros, foi expedido o presenteedital, o qual será afixado no local de costume e publicado 1 vez(es), com intervalo de 0 dias, na forma da lei. Balneário Camboriú (SC), 14 de agosto de 2017.

Comemorações estão espalhadas pelo mundo,

principalmente na Alemanha, mas o boneco Lutero da Playmobil

é o que vem fazendo o maior sucesso nos últimos dois anos. Ganhei um em sorteio e minha neta Madu, 3 anos, quer saber porque ele tem uma arma na mão!!! Não Madu, é uma pena, antigamente era usada para escrever com tinta...

Adriane Paupério

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Balneário Camboriú, outubro de 2017 27

colunistaCaroline Cezar([email protected])

Só tratar que nem genteEsses dias um alguém comentou quando escutou algo vin-do da minha caçula:

Nossa, mas ela já fala bem né!?

Acho que tô ficando velha que agora me limito a rir e concor-dar, com uma cara de meio louca.

Ééé, fala né.

Querido, ela tem quatro anos. Quatro fofo! Você não sabe do que essa pessoa é capaz. Crianças de quatro anos, quando tratadas como gente, normalmente falam, e falam muito. Perguntam o tempo todo. Fazem conexões. Contestam. De-duzem. Entendem. Escolhem. Ensinam. Trazem excelentes insights sobre seu adormecimento cotidiano. Crianças de muito menos de quatro anos fazem incríveis costuras sobre o que vêem, ouvem e vivem, e crianças muito mas muito pe-quenas já falam muito bem, quando te olham daquele outro lugar que não esse aqui, essa terra das gente-sem-tempo.

E deixa eu te contar que não é na escola que aprendem… ali, talvez, aprendem a ser bons repetidores, a dizer o que a tia quer, o que o tio acha bonito. Mas não é disso que estamos falando.

Esqueceram de tratar gente como gente, e a gente já é gente desde sempre tá. E gente, qualquer gente, merece respeito, seja do tamanho que for, do formato que for, quanto pesa etc. Gente é muito mais do que a gente entende por gente, gente é capaz de se auto-criar, se auto-desenvolver, de se co-

nectar, de ES-CO-LHER, e totalmente capaz de fazer esco-lhas inteligentes desde muito, mas muito cedo (quando nas-cer, como nascer, quanto mamar, quando mamar, quando comer, o que comer, como comer, quando dormir, quanto dormir, como brincar etc etc etc).

Tá ficando muito amplo, então vamos voltar pra terra e lem-brar da premissa básica de que tudo vai depender da rela-ção. Que relação você estabelece com essa gente?

Se você enxerga sua criança como incapaz você nunca se re-lacionará com suas verdadeiras capacidades. E você, quanto é capaz? De soltar, de confiar, de observar, de não interferir? De “nascer de novo”, já que um dia acharam que você era incapaz também? Quanto você depende de alguém depen-dendo de você? Quanto você quer mostrar um jeito “certo” de ver o mundo? Quanto você quer impor sua vontade, seu jeito, sua forma limitada de ver o mundo?

Voltamos para aquele alguém que se surpreeende com a criança “falando”.

Esse alguém não cumprimenta as crianças com igual res-peito que cumprimenta os adultos, normalmente, como se faz com qualquer gente. Não apresenta as crianças quando apresenta os adultos. Não chama a criança pelo nome, não se dirige a ela com respeito, muda a voz e fala que nem um abobado coisas sem graça e lugares comuns. Depois disso ainda pede um beijo e se ela não dá, diz que ela é envergo-nhada, ou tímida ou mal educada. E também diz que vai roubar, e pega a criança no colo, bem assim sem sua permis-são, beija e faz cosquinha, que é arrancar o riso à força mes-mo, invadir o corpo do outro, tomar o que não lhe foi dado. Aí, tipo num monólogo, decide, -normalmente em parceria com outro adulto-, onde ela pode brincar, o que deve fazer, se deve ir pra lá ou pra cá, se vai “pro canto dos brinquedos”, ou ligar a televisão ou jogar um joguinho no celular, assim

ela “se distrai”. Diz o que é bom ela comer, e o que serve ou não pra ela, se ela deve comer isso ou depois aquilo, ou aquilo e depois isso. E en-sina a chantagem e a compensação, se você co-mer tudo -mesmo que não tenha vontade- eu te dou mais daquilo, que você ainda nem sabe se ela quer, “mas claro, isso toda criança gosta”.

Até aqui ainda não apareceu a relação, porque só um fala, classifica, decide, escolhe. E isso não é estar em relação. E isso, infelizmente, é o que acontece em grande parte dos lugares onde existem crianças. O adulto fala com o outro adulto por cima da criança. Fala sobre a criança por cima da criança. Fala mal da criança, ou fala bem da criança, mas classifica o tempo todo essa criança, na frente da criança. Os elogios são fúteis e rasos. As críticas são injustas e unilaterais. O olhar não é de igual para igual, é de alguém que se sente acima, superior, muito sabido. Isso se reproduz em casa, na escola, nos restaurantes, nos luga-res públicos. Eu sei e você não sabe. Eu falo e você escuta. Eu decido e você acata. O adulto como ser supremo. Tratam os mais novos como incapazes, imbecis, sem decisão. E quan-do começam a crescer, querem que sejam independentes. E quando ficam adolescentes, querem que tenham iniciativa. E quando ficam adultos, querem que sejam responsáveis. E quando ficam velhos, voltam a tratar como imbecis e deci-dir por eles.

Vamos crescer como sociedade e humanidade quando lem-brarmos de tratar gente como gente e isso é mais que essa conversinha pouco interessada no outro, e sim uma profun-da alteração de padrões e crenças. Parte de dentro da gente.

EX P

RESS

ÃO

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Ocasionais doutoresem arte

colunistaFabiana Langaro Loos([email protected])

Criticar arte observando apenas imagens inseridas em re-des sociais ou através dos olhos dos outros é um processo totalmente equivocado. Arte precisa ser vista cara a cara, ser sentida. Primeiro é preciso observação, digerir a arte com os próprios olhos e através de um repertório singu-lar, que ganha forma com o passar dos anos e a expressiva proximidade de cada ser com essa tão falada arte. Trata--se de um tête-à-tête nem sempre elegante, porém, preci-samente fora do rebanho. Em seguida, é preciso observar a arte dentro do contexto que está inserida, da totalidade e não de uma parte isolada da ação. E, por último, soma-se tudo ao repertório de vida e aos estímulos do observador. Se o repertório for pobre, igualmente pobre será a análise da obra de arte. Arte não se refere exclusivamente ao bo-nitinho, à flor cheirosa, à bela mulher de um quadro. Arte também dá náuseas. Incomoda, tira a gente do óbvio e do

senso comum. Arte não é pura e tão somente aquilo que di-retamente estamos vendo, sempre haverá algo mais. E esse algo mais vem da gente. Alguns podem ver o belo, outros, o feio, o escárnio. Alguns enxergam maldade, outros, ternu-ra. Arte é a soma de todos os nossos sentidos. Todas as per-guntas e respostas são frutos de nossas vivências. Porém, é difícil conversar quando a pessoa já vem com um pen-samento pronto e irredutível. Antes de criticar, por favor, queridos leitores, visitem museus e galerias. Infelizmente, muitas pessoas que tanto criticam são frequentadores es-porádicos, não por falta de oportunidade, mas por puro de-sinteresse e preguiça. Arte é contra censura e rótulos. Arte é a favor da liberdade de expressão, inclusive se você não concorda com a arte exposta, desde que ela seja observa-da em sua totalidade e analisada com informação. Arte faz pensar. Pense nisso antes de jogar a primeira pedra.

Bruna Schneider, Antonela Schurmann e Luciana Coutinho na Estaleiro Guest House.

Workshop Noivas 2017Recentemente, um elegante Chá das Cinco movimentou a Estaleiro Guest House, com muita sofisticação e romantismo, a fim de reunir cerimonialistas e exposito-res no pré-lançamento da 5ª edição do Workshop Noivas 2017. Durante o Chá das Cinco, a anfitriã Luciana Coutinho acertou todos os detalhes do grande evento que será realizado no dia 6 de dezembro.

Emanuel Vasco Nunes com sua escultura, Guardiões da Na-tureza, em São Paulo.

Por falar em arte...O escultor moçambicano, radicado em Balneário Camboriú, Emanuel Vas-co Nunes, está com uma exposição individual na capital paulista, na Gale-ria É, do fotógrafo francês Jerôme Sainte Rose. Ema-nuel traz a elaboração da modelagem e as relações de ligação e dualidade do ser humano com a na-tureza como principais características de seu tra-balho. Em nossa cidade, o escultor mantém seu atelier de arte aberto ao público na Rua 2870, 906. A coluna deseja sucesso!

28Balneário Camboriú, outubro de 2017

Henrique Kotaka/ W Conecte

Fernanda Rosenfelder

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ASSOCIE-SEAO SINDUSCON

(47) 3367-1234

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Um pouco de história

O presidente da Acambody há 20 anos, Júlio Wollin-ger, pratica a modalidade há 34 e concedeu entrevista ao Página3 para contar um pouco desta história.

O começo “Comecei a praticar com meu irmão José Carlos Wollin-ger. Na época éramos poucos praticantes. O Cacharrel foi o primeiro competidor nosso. Treinávamos na praia do Côco, ou Buraco. O Estaleirinho surgiu como opção pelas ondas fortes próximas da areia, o que proporcionava boas manobras. O bodyboard moderno foi criado em 1974, chegou ao Brasil em 1978, mas foi na década de 80 que teve seu auge. Bal-neário Camboriú por ser uma cidade turística e receber influência através das pessoas que aqui passam, aderiu à febre em 1987 e alguns praticantes da época, entre eles Cristiane ‘Titi’ Sobé, criaram então a Associação Cambo-riú de Bodyboarding(ACAMBODY), que comemora três décadas no dia 26 de novembro. Realizaram alguns even-tos inclusive etapas estaduais”.

Competições“Poucos anos depois exatamente em 1997, assumi a Asso-ciação e retomamos os trabalhos, trazendo etapas estadu-ais em 2003 em parceria com a Federação Catarinense e a associação de Bodyboard de Itajaí realizamos o Sul Bra-sileiro. Em 2001 organizamos o único evento realizado em um pico secreto na Interpraias denominado Secret Acam-body. Em 2000 a praia do Estaleirinho entra no cenário

das competições definitivamente. A Acambody realiza o primeiro estadual colocando o Estaleirinho de vez no ce-nário das competições estaduais, através de vários eventos por oito anos”.

O Mundial“Em 2009 a praia do Estaleirinho foi sede do Katherine Melo Bodyboard pro etapa do Circuito Mundial Mascu-lino e Feminino. Depois da semente plantada o primeiro fruto de todo trabalho finalmente aparece. Foram cinco dias que trouxeram atletas como a maior lenda do esporte, o havaiano Mike Stewart, entre outros tantos campeões, como Neymara Carvalho, Paulo Barcelos, Ury Valadão, Guilherme Tâmega, Soraia Rocha. As ondas alcançaram cerca de três metros em condições extremas. Foi o auge da entidade e do esporte”.

Divisor de águas“Após esse divisor de águas a associação continuou seu trabalho realizando todos os anos as etapas catarinenses e mais três etapas do secret Acambody que veio para ficar. Em 2016 fomos coroados entre as cinco melhores equipes esportivas no troféu Gustavo Kuerten. Chegamos em 2017 realizando três etapas do circuito Ômega Boards Pro Con-

test, a abertura do circuito catarinense (a terceira e última etapa será em novembro) e para fechar com chave de ouro, sediaremos o Troféu Brasil, que termina no dia dos nossos 30 anos, 26 de novembro”.

Nossos atletas“Não poderíamos deixar de falar de todos atletas que pas-saram pelo nosso quadro competitivo entre eles, Daniel Gustavo, Djeimir Moraes, Rodrigo King, Emanuel Poffal, Felipe Pedroni, Paulo César Tonini, Rodrigo Kochinski, Gustavo Seeling entre outros”.

Referência“Com certeza somos referência em eventos e atletas, po-demos exemplificar o atleta Éder Luciano, tricampeão do ISA Games, ele é de Itapema e treina constantemente no Estaleirinho. O atual campeão catarinense profissional é Luis Villar, atleta da FMEBC/Acambody, também é pre-sença frequente no Estaleirinho. Isso demonstra o quanto nosso trabalho vem gerando frutos. Sem falar dos mem-bros do staff técnico, juízes, locutores, vários desses pro-fissionais são de Balneário Camboriú. Tenho orgulho de fazer parte dessa história de sucesso e sempre vou agrade-cer aos atletas, às empresas e a FMEBC que nos apoiam”.

Catarinense Eder Luciano, tricampeão mundial do ISA Games, é um dos destaques do Troféu Brasil no Estaleirinho

Foto Dejule

Estaleirinho, a praia do bodyboardAcambody comemora 30 anos com um presentãoA Confederação Brasileira de Bodyboarding escolheu a praia do Estaleirinho para sediar o Troféu Brasil, competição que defi-nirá os melhores do país, de 23 a 26 de novembro. No domingo (26), quando o país conhecerá seus melhores bodyboarders, a Acambody estará comemorando três décadas. A competição promete movimentar o Estaleirinho como acon-teceu em 2009, quando sediou o Katherine Melo Bodyboarding, considerado um dos maiores eventos da modalidade de todos os tempos. Naquela ocasião, as condições estavam incríveis, a festa foi brasileira, consagrando os capixabas Lucas Nogueira e Neymara Carvalho, e a praia do Estaleirinho virou o point pre-ferido dos praticantes.

Estaleirinho é o cenário top dos bodyboarders e vai ser sede do Troféu Brasil em novembro

O campeão mundial Mike Stewart com Júlio Wollinger, em 2009

Acambody

Acambody

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Balneário Camboriú, outubro de 2017 32AGORA Balneário

Entrou em funcionamento na sexta-fei-ra, 27 de outubro, o aplicativo para celu-lares Guia Legal BC (www.guialegalbc.com) que oferece informações atualiza-das sobre Balneário Camboriú para mo-radores e turistas.

Ele funciona nas plataformas IOS e An-droid, além de poder ser visualizado di-retamente, sem baixá-lo para o celular.

Desenvolvido pelo Página 3 em parce-ria com o Atracadouro Tedesco, o Guia

Legal BC visava atender inicialmente os cerca de 60 mil passageiros de navios de turismo que virão à cidade nesta tem-porada. O primeiro chegará dia 21 de novembro.

Em seguida o Balneário Camboriú Con-vention & Visitors Bureau, que procura-va um aplicativo semelhante para distri-buir nos eventos realizados na cidade, aderiu ao projeto que se tornou mais amplo, agregando informações.

Na sequência a Associação dos Bares e Restaurantes de Balneário Camboriú (ABRES) também aderiu, para promo-ver seus associados.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) também quis participar e o Guia Legal BC passou a ter informações sobre o co-mércio em geral. A ideia da entidade é colocar no aplicativo nos próximos dias cerca de 600 empresas.

O Guia Legal BC á baseado em divulga-

ção contínua e intensiva dos restauran-tes e lojas participantes.

Serão feitas campanhas nos portais do Página 3 que cobrem Balneário Cam-boriú, Itapema e Bombinhas; em redes sociais e na rádio Menina.

Também será divulgado no Atracadou-ro Tedesco durante os desembarques de passageiros de navios e nas feiras e convenções que se realizarem na cidade.

Lançado guia sobre Balneário Camboriú para moradores e turistas

O que oferece o guiaGeorreferenciamento – Todos os locais indicados no Guia Legal BC são georreferenciados, o usuário pode obter rotas, calcular tempos e distâncias usando as tecnologias Google Maps.

• Restaurantes – Informações sobre alguns dos principais restauran-tes da cidade com ou sem cupons de desconto que o usuário pode baixar pelo próprio aplicativo para obter o benefício de pagar menos.

• Praias – Detalhes sobre as praias de Balneário Camboriú, como acessá-las e cuidados necessários ao frequentá-las.

• Eventos – Informa os principais eventos que ocorrem na cidade na área cultural, baladas etc. É um serviço compartilhado com o jornal Página 3 que já produz rotineiramente esse conteúdo.

• Passeios – Relaciona os principais passeios disponíveis na cidade para turistas e moradores. Informa detalhes como preços de ingres-sos, horários de funcionamento etc.

• Comércio – Lojas separadas por segmento de negócios, com uma breve descrição do que cada uma oferece.

Como acessarÉ possível baixar gratuitamente o guia para seu celular nas lojas de aplicativos para Android, já disponível, e para Iphone a partir do dia 3 de novembro, ou acessar diretamente guialegalbc.com.O aplicativo é leve por isto baixa rapidamente e ocupa pouco espa-ço no celular.

Para sua empresa participarSe você tem um comércio ou restaurante, o Guia Legal BC pode lhe ajudar a atrair clientes através da divulgação, a baixo custo, junto aos turistas e moradores da cidade.Para obter detalhes o contato pode ser feito através do Convention Bu-reau, da CDL, da ABRES ou diretamente pelo telefone (47) 98402.1643.

Rua 1500, nº 1020Fone: (47) 3363.2369

Balneário Camboriú[email protected]

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Foco no varejoOs dois investimentos da Havan na compra dos parques fabris da Fábrica de Tecidos Carlos Re-naux e da Cia. Industrial Schlos-ser, em Brusque, são pontuais. Não indicam diversificação dos negócios da rede para o setor imo-biliário. A empresa segue focada na expansão da rede de lojas. A meta é encerrar 2017 com 107 lo-jas, número que deve subir para 120 ao final do ano que vem.

Duplicação O Deinfra promete para o fim do ano a liberação do tráfego de veículos de um trecho de 17km da duplicação da Antônio Heil, que liga Itajaí a Brusque. A obra foi mencionada pelo governador Raimundo Colombo quando da viagem a Brusque na última se-mana.

Mercado de trabalhoBalneário Camboriú teve 368 no-vos empregos gerados em setem-bro, a maioria no setor de servi-ços (+215) e no comércio (+189). A construção civil fechou 58 vagas no mês. No ano, BC ainda tem saldo negativo de 1.263 vagas fechadas. Em SC foram abertas 8.011 vagas em setembro e no país foram 34.392 novos empregos. É o sexto mês consecutivo de alta.

Gomes da CostaO presidente do Grupo Calvo, assinou em Corunha (Espanha), protocolo de intenções com o pre-feito Volnei Morastoni para man-ter a Gomes da Costa em Itajaí. É a primeira sinalização efetiva da indústria desde que começaram as tratativas para a construção de um novo parque fabril, com investimento de R$ 1 bilhão. Se os planos se confirmarem, depois de pronta, a nova sede será o maior complexo pesqueiro do mundo. A Gomes da Costa é a maior em-pregadora privada de Itajaí, com dois mil colaboradores diretos e outros 10 mil empregos indiretos.

Tesouro DiretoNo mês de setembro, foram 181,1 mil operações de investimento no Tesouro Direto, somando R$ 1,35 bilhão, segundo o Ministério da Fazenda.

Saúde nas empresas A operadora de planos de saúde Agemed assinou acordo com a Fecomércio/SC para oferta de produtos em condições especiais aos filiados à entidade. Os 70 sindicatos ligados à federação representam 650 mil empresas, que empregam 1,5 milhão de tra-balhadores e atuam em segmen-tos que movimentam 63% do PIB catarinense. A Agemed tem mais de 270 mil beneficiários e 27 uni-dades, sendo 22 delas em SC.

Mais agilidadeO governo do Estado está lan-çando o Jucesc Digital, novo sis-tema para aberturas, alterações e fechamentos de empresas em Santa Catarina. A ferramenta busca simplificar os processos, permitindo que várias etapas se-jam feitas pela internet.

Sociedade deve escolher A existência de mais de 100 mi-lhões de processos no Judiciário brasileiro, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justi-ça (CNJ), indica que a sociedade está doente, na opinião do ex--desembargador do TJ-SP, José Nalini. No mínimo, ela sofre de infantilidade, de uma síndrome da tutela permanente, afirmou o magistrado, que sugere que a sociedade faça a sua escolha: resolva sozinha os simples pro-blemas cotidianos e dedique à Justiça apenas os grandes casos ou, então, pague pelo crescimento de sua estrutura. Chama atenção da sociedade de que se é esse o mo-delo que ela quer, então, que po-nha a mão no bolso e prepare-se para ser sacrificada ainda mais, porque a máquina não vai parar de crescer.

colunista Augusto Cesar Diegoli ([email protected])

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Mr. FitEspecializada em fast food

saudável, o Mr. Fit, vai abrir sua primeira unidade

em Balneário Camboriú. A rede que já conta com 70 lojas em todo país, vai abrir as portas na cidade

em dezembro, na Rua 3300. Os detalhes ainda não foram divulgados, mas o anúncio chamou a atenção na internet no

começo deste mês. A rede de franquias Mr. Fit traz

lanches e sucos, mas tam-bém pratos leves, wraps e

sobremesas.

Região ganhará seu primeiro outlet em Porto Belo

Outlets nasceram como cen-tros comerciais que vendiam pontas de estoque ou coleções antigas a preços de pechincha.

Com o desenvolvimento do setor os fabricantes, inclusive marcas famosas, passaram a produzir especificamente para venda nos outlets.

O investimento para o cons-trutor e o custo para o lojista costumam ser mais baixos, porque esses centros comer-ciais são construídos em gran-des terrenos, às margens de ro-dovias, e estacionamentos não são cobertos, apenas as lojas.

Isso possibilita oferecer preços com descontos agressivos, en-tre 30% e 40% mais baixos do que no comércio convencional.

O Porto Belo Outlet Premium

está instalado na BR-101, na mão de quem sobe para Balne-ário Camboriú e Curitiba.

O empreendedor, Grupo Ta-cla, administra seis shoppings (inclusive o Itajaí Shopping), está construindo outros dois, além dos outlets de Porto Belo e Campo Largo.

O projeto de Porto Belo foi pro-duzido por escritórios de ar-quitetura, paisagismo e ilumi-nação dos Estados Unidos, país líder nesse tipo de comércio.

A escolha do local levou em conta a população fixa num raio de 200 km e o movimento turístico intenso.

Nos últimos 15 anos houve pelo menos duas tentativas anterio-res, mal sucedidas, de “puxar” o movimento de compras de

Brusque, Gaspar, Ilhota e Blu-menau para a BR-101, mas não nesse modelo de vender mar-cas famosas.

Dados do empreendimentoLocalização: BR-101, km 159, Porto Belo.Área Bruta Locável (ABL) na 1ª fase: 25 mil m2.Construção: 40 mil m2 de área construída.Número de lojas: 80 na primei-ra fase + 40 na segunda.Outras operações: 12 fast-food e dois restaurantes.Área do terreno: 200 mil m²Vagas grátis: 1.600 carros.Vagas grátis de ônibus: 47.Expectativa de empregos: 1.000 entre diretos e indiretos.

O Balneário Shopping está completando 10 anos e celebra a chegada neste verão de mar-cas importantes como Von der Volke, Oceano, Cook & Beyond, Usaflex e a internacional Sephora. Também neste mês de aniversário os vereadores aprovaram projeto que concede título de cidadão honorário ao CEO da Almeida Júnior, Jaimes Almeida Júnior. A data e os detalhes da cerimônia não haviam sido definidos até o fechamento desta edição.

Está prevista para o dia 29 de novembro a inauguração do Porto Belo Outlet Premium, o primeiro empreendimento deste tipo em Santa Catarina, e um dos poucos existentes no Brasil.

Balneário Shopping completa 10 anos

Fotos Divulgação

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Em solenidade na Câmara de Dirigentes Lojistas no dia 5 de outubro, o prefeito Fabrício Oliveira entregou simbolica-mente o projeto que desbu-rocratiza a abertura de em-presas de micro e pequenas empresas na cidade.Roberto garantiu urgência na tramitação. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pelos vereadores.O projeto se baseia em um processo informatizado que adota um sistema por grau de risco, defendido por Fabrício quando ele ainda era presi-dente da Junta Comercial de Santa Catarina. A promessa é que a abertura aconteça em tempo recorde no Estado. O prefeito argumenta que não se pode tratar todas as empresas da mesma forma. “90% das empresas que abrem na cidade têm grau baixo de

risco e não tem sentido pas-sarem pelo mesmo processo de um posto de gasolina, por exemplo”, disse.

São três níveis: sem grau de risco (sem estabelecimento físico ou armazenamento

de produtos na sede) podem abrir sem vistoria; baixo grau de risco pode começar a fun-cionar com alvará provisório e sem vistoria prévia, conver-tendo-se em definitivo após vistorias; alto grau de risco (com vistoria prévia).

Município quer ser modelo na abertura de empresas

Prefeito Fabricio Oliveira com o presidente da Câmara, Roberto Jr

A estratégia de comunica-ção que colocou o fundador e proprietário da rede, Luciano Hang, como garoto-propagan-da da marca, rendeu para a Havan a premiação como Top de Marketing ADVB/SC 2017, concedida pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marke-ting de Santa Catarina. A Havan venceu na categoria Varejo com o case “De quem é a Havan”. A entrega do prêmio será no dia 22 de novembro, na capital. A campanha, iniciada em no-vembro de 2016, enfatizou quem é o dono da Havan, der-rubando boatos. Para o proprie-tário, ir para a linha de frente foi uma mudança de paradig-ma, já que durante 30 anos a postura de Luciano Hang foi de manter-se reservado. “Quando os boatos começaram a associar o sucesso da marca a influências políticas, como

se a empresa fosse de filhos de dois ex-presidentes da Repú-blica, sentimos que devíamos esclarecer definitivamente a questão para preservar a nos-sa identidade genuinamente brusquense e empreendedora”, afirma Hang.

Havan é Top de Marketing e Vendas 2017

Divulgação Celso Peixoto

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1 - Guia é lançado

No dia 14, em pleno final de semana de feriadão, um ônibus entalou na ponte da Rua 3700 e o guia do grupo foi projetado pelo vidro. Ele sofreu ferimentos leves. Ônibus e caminhões trancados naquela passagem não são novidade porque fal-ta sinalização, o que pode a longo prazo, prejudicar a estrutura do local.

2 - PF em BC

No dia 23 de outubro a Polícia Federal deu continuidade a uma operação de combate ao tráfico de drogas e prendeu um corre-tor de imóveis de Balneário e outra pessoa em Joinville. O grupo é acusado de trafi-car milhões de dólares em cocaína para o exterior. Os nomes não foram revelados.

3 - Bistek chegou

A Rede Bistek de Supermercados inaugu-rou no dia 10, sua décima oitava loja, em Balneário fazendo o público vibrar e a concorrência tremer. Entre as novidades trazidas estão a fachada seguindo o estilo norte-americano, padaria com autosser-viço, rotisseria, adega, floricultura, açou-gue, hortifrúti e bazar.

4 - Violência nas escolas

Em um mês marcado por notícias nacionais de violência em esco-las, Balneário não fi-cou longe. No final de setembro, na saída da escola Vereador Santa, um aluno de 17 anos agrediu outro de 14. O

garoto chegou a desmaiar após chute cer-teiro e sem chance de defesa. No dia 24, uma garota deu uma facada em um cole-ga no João Goulart porque o grupo dele havia tomado o celular dela no dia ante-rior. Ambos os casos pararam na polícia. Fica o alerta.

5 - Informação falsaAinda em decorrência da agressão na saída do Vereador Santa, uma escola de artes marciais foi duramente criticada nas redes sociais devido uma informação falsa. O agressor tinha postado em seu perfil que era lutador naquela entidade. Instantaneamente a escola foi linchada digitalmente. Aos poucos a direção da escola conseguiu mostrar que aquela in-formação era falsa e muitos internautas reviram suas avaliações negativas.

6 - Sem decotes

O mês começou com polêmica devido uma recomendação distribuída aos servi-dores da Prefeitura, instruindo como eles devem se vestir. Aos homens foi recomen-dado que não usem regata; shorts; chine-los; sandálias; bonés e chapéus. Mulheres não devem usar shorts; minissaia; mini blusa; decotes exagerados; transparên-cias; blusas e vestidos sem alça; roupas íntimas aparentes e chinelos.

7 - Em nome de JesusNo dia 17 boa parte da cidade ficou per-plexa quando um morador apagou um painel de grafite na Praça da Cultura. Antes de pintar tudo com tinta branca, ele escreveu a palavra “Jesus” sobre o mural,

que para ele seria uma representação do demônio. Leia mais na página 25.

8 - Baixas no governo

O último mês foi de novas baixas no pri-meiro escalão do Governo Fabrício. Jorge Teixeira, que era titular da Secretaria de Saúde, pediu exoneração. No dia 25 o Pá-gina 3 divulgou que a diretora da Vigilân-cia Sanitária Jeanine Gamborgi Ramos foi exonerada, aparentemente por incompa-tibilidade com a secretária de saúde inte-rina Andressa Bertiel Willeke Hadad.

9 - ITBIRepercutiu a tramitação empacada do projeto de parcelamento do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) em 12

meses e com desconto para quem pagar o tributo em outubro e novembro. Uma pe-gadinha no texto tornou o processo lento, mas terminou com aprovação de emendas sobre a polêmica base de cálculo.

6 - Escola Sem Partido

Neste mês uma audiência pública realiza-da na Câmara contestou duramente o movimento Escola Sem Partido, que teve projeto de lei na cidade proposto pelo ve-reador Leonardo Piruka (PP). O projeto, apesar do nome, não tem objetivo apenas de retirar do ambiente escolar qualquer influência político-partidária. Ele limita discussões, o pensamento e a liberdade de expressão.

Notícias mais lidas no mês de outubroas notícias mais lidas do www.pagina3.com.br

1 - Dedo na Moleira2 - Sonia Tetto3 - Fabular é preciso!

Colunas mais lidas4 - Ponto de Prosa5 - Viagens e Turismo

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Rodrigo Rocha

Fotos Reprodução

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