ENTRELAÇADAS Conto 3

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Conto 3 Prima parte (O COMEÇO) Realmente não sei no que estou pensando como vim aqui vai me ajudar? Devo estar parecendo uma idiota! - Vai querer alguma bebida? - pergunta o barman. ******** - Hei, olha só aquela garota! - diz Alex que estava mais perto do balcão do que eu. - O que tem? - pergunto. - Parece bem bonita! - Ah é? - dou uma olhada na garota, olhos e cabelos castanhos escuros, encaracolados, pele não muito bronzeada, e um corpo até... Um pouco atraente. Usava um vestido preto acima do joelho, pelo menos ele realçava seus seios. - Não faz meu tipo! - digo. - Ah qual é cara! ela é uma gracinha. - diz Alex. - Acho que vou oferecê-la uma bebida. - Não, eu vou! - digo. - Quem sabe ela pode tirar meu tédio.

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Contos destinadas a garotas que gostam de brincar com a morte!

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Conto 3 Prima parte (O COMEÇO)

Realmente não sei no que estou pensando como vim aqui vai me ajudar? Devo estar parecendo uma idiota!- Vai querer alguma bebida? - pergunta o barman. ********

- Hei, olha só aquela garota! - diz Alex que estava mais perto do balcão do que eu.- O que tem? - pergunto.- Parece bem bonita!- Ah é? - dou uma olhada na garota, olhos e cabelos castanhos escuros, encaracolados, pele não muito bronzeada, e um corpo até... Um pouco atraente. Usava um vestido preto acima do joelho, pelo menos ele realçava seus seios.- Não faz meu tipo! - digo.- Ah qual é cara! ela é uma gracinha. - diz Alex. - Acho que vou oferecê-la uma bebida.- Não, eu vou! - digo. - Quem sabe ela pode tirar meu tédio.- Hei cara, ela parece ser virgem! - exclama Alex.- Adoro virgens!*******Droga! Como podem vender bebidas a menores, mas desse bar eu espero qualquer coisa.- Um drink para a senhorita aqui Luk, por minha conta. - diz um cara, ele se aproximou de onde estava sentada.- Não, muito obrigada, mas prefiro água. - não vou deixar o cara me embebedar, não sou tão estupida.- Que seja! mas você não parece frequentadora desse lugar. - diz ele.

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- Estou procurando alguém. - digo.- Talvez eu possa ajudá-la. - ele estava oferecendo ajuda, mas o que será que quer em troca? Se há algo que aprendi é que nada é de graça.- Não, muito obrigada! - digo me levantando.- Calma, espera como se chama? - pergunta ele vindo atrás de mim.- Para que quer saber. - replico.- Como você é arisca, garota.Agora ele havia deixado seu lado sedutor de lado, pelo menos percebeu que não seria sua conquista.- Cecilia, e você? - respondo de contra gosto.- Olovi. Ao menos deixe que a leve em casa.- Não preciso da sua ajuda! - digo rispidamente.********Mas que pirralha insolente.- Aonde você vai? Uma garota dessa idade não pode ficar perambulando pelas ruas, ainda mais em Manhattan. - digo segurando em seu braço.- Me larga! - ela estava esperneando como uma criancinha de colo. E conseguiu se soltar.- Eu me viro! - diz ela me dando as costas. Consegue se virar? O quão estupida essa garota é?! Não dou três dias para encontrarem o corpo dela... Droga! Que garota irritante. Terei que segui-la, até conseguir me livrar dela.**********Idiota! Quem ele pensa que é para segurar meu braço daquele jeito?! Pelo menos me livrei dele.Aí que fome! Já faz um tempo que não como. Acho que vou parar nessa cafeteria, acredito que ainda haja uns trocados na bolsa.Olá, o que vai querer? - perguntou a garçonete.- Um café e uma fatia de bolo. - mas será que tenho dinheiro suficiente? Olho minha bolsa, só tenho três dólares...A garçonete trousse o meu pedido.- Quanto é o café? - pergunto a ela.- Custam três dólares. - diz ela.É tudo que tenho!***********

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Onde está aquela pirralha idiota? Ah ali estava ela.Parecia preocupada, estava contando moedas. Mas que inferno! Quem era essa garota que não tem um tostão no bolso? De onde ela veio?***********- Vou querer só o café! - digo envergonhada.- Pode deixar. Eu pago! - o que esse imbecil estava fazendo, eu não preciso de caridade.- Come, você parece faminta. - isso ele tinha razão, não como a dias.Ele se sentou do outro lado da mesa e ficou me olhando. O que ele quer?- Você não é mesmo daqui...**************Olhando um pouco pra ela parece meio abandonada. Estava descabelada.- Onde fica sua casa menina? - quanto mais rápido me livrar melhor será!- Não me chame de menina, não sou criança. - diz ela grosseiramente.- Você deve ter 13 ou 14 anos talvez! - rebati. Ela não disse nada, mas revirou os olhos.

Depois de uma longa pausa ela falou.******************Com quem esse, frqbc, pensa que está falando?Não devo explicações, e nem pedi ajuda, nenhum tipo dela.Pego minha bolsa e saio. Mas ele não deixa, segura meu braço fortemente e fala.- Não me deixe falando sozinho sua garota estupida e mimada! - brandiu ele.- Eu não sou nenhuma garota mimada, e como já disse, sei me defender... - digo procurando o spray de pimenta, mesmo sabendo que não adiantaria muito, mas daria chance de correr.- Não tenho pra onde ir. ME LARGA! - grito desesperada.Ele larga meu braço. E se afasta, já estava ao ponto de bater nele se não me soltasse.Que ódio!Ele não falou nada depois do que disse só me seguia. Nem parecia que estava aqui.

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*****************Droga. Droga. No que me meti, era só pra ser só mais uma de outras em minha lista, mas essa garota é frustrante, irritante e sem graça. Devia ter deixado o Alex ir, na minha frente, mas eu e o meu maldito senso de humor sarcástico e mania de não querer perder, isso vai me custar... Quer saber não me importo de perder, tudo que quero é ficar longe dessa idiota insuportável. O que é uma se posso conseguir mais de três, meu placar não vai ficar abalado.Nem percebi que havia amanhecido, preciso ser rápido e pensar em algo... mas o QUÊ? Pensa Olovi, qual solução? como despachar essa.... *****************Como vou achar esse número? ...Não acredito que tudo que me restou foi um papel escrito, um nome e um telefone. Se ao menos fosse um endereço, não posso ligar e dizer... Bom nem sei o que dizer...- Você disse que estava procurando alguém, um namorado? Talvez eu possa ajudá-la. - ele falou, depois de quatro horas e ele fala?! Ah vai se ferrar idiota.- Eu não preciso de sua ajuda e não é da sua conta!- Você é irritante sabia! - diz ele irritado.- E você é um idiota! - digo, não suporto esse desgraçado.*********************Mas que filha da qfuc.- Está bem Cecília, faça o que quiser. - digo.Ela não falou nada e nem me deu atenção. Ela está me tirando do sério!***********************Como se fosse me importar. É claro que vou fazer o que eu quero ele não manda em mim.

Passamos um bom tempo sem trocar "farpas" mas também não conversamos, somente o básico do básico.

Já estava tarde, quase anoitecendo, quando vi uma banca de jornais.

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- Aonde você vai Cecília? ... Droga! - ouvi ele dizendo entre zumbidos e buzinas, quando estava atravessando a rua.Parei na banca de jornal e peguei um.

- Quanto custa? - pergunto ao jornaleiro.- 2 dólares. - responde ele. Procuro dinheiro na bolsa e pego o papelzinho sem querer.- Tem lista telefônica? - pergunto novamente.- Aqui está. - me entregou o jornaleiro.Eu só preciso achar o prefixo... Mas são muitos com o mesmo... Vou ter que levar a página. Rasguei-a enquanto o homem estava distraído e entreguei a lista.Ah eu não tenho um dólar muito menos dois.********************Ah agora que ela volta? cheguei a pensar que tinha ido embora de uma vez.******************O encontrei sentado em mesa de um restaurante.- Pode me emprestar dois dólares?Ele me dá uma nota de cinquenta sem nem ao menos ver a nota.- É para comprar drogas? - pergunta ele sem olhar para mim.- É claro que não! E eu pedi dois dólares.- Aproveita que hoje estou caridoso - diz ele com um sorriso sarcástico.- E aproposito, eu não uso drogas! - digo brava. O que ele acha que eu sou? Uma viciada? Imbecil.Depois de comprar o jornal passei em uma farmácia e no mercado. Voltei para o restaurante ele ainda estava lá.- O que faz aqui Olovi? Pensei que...- Estava te esperando sua lerda! - diz ele secamente.- Mas...- Um jornal?! Serio?! - ele rir.Está me chamando de burra ou o quê?- Por que você não senta e come alguma coisa. - diz ele oferecendo a cadeira. Sento-me e abro o jornal.******************

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Por que essa estupida comprou um jornal? Para procurar emprego... Mas que diabos houve com ela? Saiu correndo como se o papel a tivesse mordido.Leio a matéria onde ela havia deixado aberta: MULHER É ENCOTRADA MORTA EM CASA EM NEVADA.Onde está ela? Procuro e acabo encontrando-a encostada em um muro.************************O que está fazendo aqui, porque não me deixa em paz.- Cecilia...- Me deixa em PAZ! - digo chorosa, enxugo minhas lagrimas e olho para ele. Ele estava me encarando muito sério.- Cecilia, você é órfã? -pergunta ele sem tirar os olhos de mim.- Não! - digo mais chorosa ainda.

Voltamos para o restaurante, as vezes ele ficava me encarando, não quero que sinta pena de mim.******************Só há um lugar que posso levar essa garota.- Vem comigo! - digo puxando ela.- Pra onde? - ela reclama.**************Não acredito que me trousse aqui! Só porque... Que ódio!

Mas isso não vai ficar assim.

- Você vai ficar bem! Eles vão te ajudar. – ele disse antes de ir embora. Em nenhum momento pedir pra me ajudar, não queria estar aqui... Nem vou ficar aqui.

O desgraçado me trousse para um orfanato, no Quen´s. É claro queria se livrar, e porque não jogá-la em o orfanato?! Brilhante ideia!

Eu só preciso conhecer o lugar e achar a melhor saída.

*********************

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- Hei Ol, Alex esta te procurando. Você desapareceu com aquela garota...

- Maior furada Luk, nem te conto. - digo tomando um drink. Voltei para o bar, não posso voltar para casa sem o Alex, minha mãe irá me esfolar.

- Vou procura-lo! - digo me despedindo.

Já deve ser três da madrugada e nada do idiota do meu primo... Esperai... Eu conheço aquele vestido... AHH INFERNO!

- Cecília! - grito. Ela me vê e começa a correr, e eu como estúpido que sou, corro atrás dela.

***************

Não ha muros que não consiga pular!

Alguém gritou meu nome: droga! É ele. Não posso deixar que me pegue. Mas ele é rápido, e consegue me encurralar.

***************

Tola! Não sabe que, a maioria dos becos é sem saída?!

- Você fugiu...

- Não tente me levar de volta por que eu fujo de novo. PRO ORFANATO EU NAO VOLTO. - grita ela desesperada.

***********************

Se ele tentar me pegar, como vou fugir se ele esta bloqueando a passagem?...

- Esta bem! Não vou te tratar como órfã. Tem um hotel aqui perto. Você esta precisando de um banho! - diz ele para meu espanto.

Infelizmente ele tinha razão, acabei caindo em umas poças de lama quando estava pulando os muros.

*******************

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Droga! Preciso descansar, ainda tenho que procurar o maldito Alex. Em qual motel ele deve estar? Que se dane! Vou mandar uma mensagem. Sobre a garota... Depois vejo o que faço.

- Você vai entrar ou não? - pergunto, pois a tonta ficou parada abobada em frente à porta giratória.

- Eu nunca estive em um lugar desses antes. - diz ela, podia jurar que seus olhos estavam brilhando.

- Tá, tá, agora entra. Não quero que os hospedes fiquem especulando por que você está assim. - digo a puxando pelo braço e a empurrando para o elevador. Não quero nem saber de onde essa garota veio.

******************

Nunca entrei em um hotel desses

Só os vi inúmeras vezes na Tv e na internet. Quando falou em hotel perto, pensei que seria uma pousada ou algo assim e não um chique e bem luxuoso!

O quarto era de tirar o folego: cortinas douradas, carpete vinho, móveis bem modernos e uma grande e colossal cama de casal! droga! Mas têm algumas poltronas cinzas, me ajeitaria nelas. Ele entrou no quarto, jogou o cartão magnético sobre a mesinha e caiu na cama!

- Vou tomar um banho. - acredito que nem me ouviu dizer.

Demorei horas no banho, ouvi a porta bater, mas acho que foi o serviço de quarto então é provável que ele tenha acordado. Sequei meu cabelo, e agora meu vestido esta um trapo! Não peguei roupas! Droga, droga mil vezes droga! O que vou vestir?

Ahh é claro! Lembro como a Bethe

Falou: "se for a NY não se esqueça de comprar uma camisa I S2 NY" Eu tinha me esquecido dela.

******************

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Mas... Hum... Cabelos molhados, blusa branca e comprida. Serio?! Onde ela comprou? Na estatua da liberdade? Isso é hilário! Hum... Tem um corpo atraente, não posso negar.

****************

Ele estava sentado na poltrona da direita. Sento-me na contraria. Estranho ele esta me encarando.

Havia algumas guloseimas encima da mesa, comi um pouco.

Ele estava de olhos fechados, mas não estava dormindo.

- Sabe, não tenho 13 muito menos 14, tenho 17 anos. - digo.

- Eu sei! - disse ele ainda com os olhos fechados.

- Mas...

- Você é órfã ou não? - pergunta ele abrindo os olhos e me encarando veemente.

- Não!

- Pensei que fosse! - diz ele olhando para a janela. Ótimo, acho que agora não ha nada mais interessante... Babaca.

- Então... como atravessou o pais e porque o fez? - pergunta ele como se fosse muito burra pra faze-lo.

*****************

O que estou falando? Não me importo se essa garota deu uma de andarilho, mas que...

Ótimo!

- Não que seja da sua conta, mas... - diz ela chorosa. - Sempre fui eu e minha mãe, ela... Agora não é mais...

- Por que não volta pra casa?!- porque estou me preocupando?

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- Não tenho casa! - diz ela enxugando as lagrimas, saindo da poltrona e se sentando na cama. Aproximo-me dela, realmente estou ficando curioso.

- Cecília, aquela manchete...

- Era! Ela... - suas lagrimas se tornaram compusivas. Não estava chateado, mas sim, nervoso talvez, só quero que ela pare! Me incomoda essa... Sensação nostálgica!

*********************

Como ela pôde? porque? porque? ...

O quê? ele estava me olhando! Mas de uma forma diferente, nao era pena, era mais como... Compreensão.

- Apesar de você ser irritante, devo reconhecer que é muito corajosa. Poucas sairiam de...

- Johnson Lane.

- Até Manhattan! - diz ele enxugando minhas lágrimas, seu toque em meu rosto é tão suave.

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Ela até tem seus atrativos!

- Você só pode ser louca! – digo. Estar tão perto assim, não havera motivos pra ela relutar. Devagar toco meus lábios nos seus... Macios e quentes, combinação perfeita.

**********************

Por que ele está me beijando? Eu pensei que... Por que está me dando vontade de retribuir?

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Eu só preciso que ela retribua e então... Ela será minha!

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Isso Cecília! Eu sei que você quer tanto quanto eu.

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Não posso acreditar que estamos nos beijando! Seus lábios são doces, suas maos em meu rosto, tão... Calorosas.

Coloco meus braços envolta do seu pescoço. É muito estranho, nunca havia estado perto de um cara... Assim!

É impressão ou ele está sendo gentil? Isso me faz corar.

Enquanto me beija sinto suas mãos paciarem por cima da minha camisa. Vagarosamente ele me deita na cama, o peso de seu corpo encima do meu me faz arquejar. Mais pelo fato dele estar perto "demais" e não o fato de ser tão forte... Sua mão estava na minha nuca agora, e a outra em minha cintura... Por incrivel que pareça eu quero tirar a camisa dele e sentir seus braços... Como se me ouvisse, ele começa a desabotoar sua camisa sem tirar os lábios do meu corpo, que descia do meu queixo ao pescoço e estava chegando muito perto de abaixo da minha clavícula.

Aos poucos sinto minha camisa sendo levantada e sua mão passava

Por minha bariga, abdome, seios... ... Mal vi quando minha camisa foi tirada... E como me entreguei aos desejos e as sensações que variam meu corpo...

*********************

Ahh droga! Mas quem será o filho da qfuc há essa hora?

#Onde você se meteu seu bastardo?

Estou indo pra casa.

Alex.#

Idiota! Em pensar que ia procurá-lo.

Já amanheceu!

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Tenho que ir... Mas... Ela! Não posso sair agora, não posso deixa-la aqui sozinha, não sou um desses tipos.

********************

Nossa... Eu... Ah droga, como pude ser tão estupida! Disse que não seria uma conquista, mas... Ah inferno! Maldito desgraçado. É claro que deve ter ido embora, agora que conseguiu o que queria. como me deixei levar assim tão fácil? Em pensar que... Esqueci isso Cecília...

- Serviço de quarto! - escuto o funcionario dizer. - Aqui está senhor, café da manhã.

- Obrigado! - então ele ainda está....

- Seu desgraçado maldito! - digo avançando encima dele, o batendo. Ele agarra minhas mãos e me coloca contra a parede.

- VOCÊ ESTÁ LOUCA? - brada ele. Tento me desvencilhar, mas não consigo.

- Como pôde? Como pôde fazer isso comigo?

*********************

Mas que diabos ela está falando?

- Não fale como se a tivesse forçado! - digo. Agora vai ficar me julgando com suas lágrimas.

Mas o que há com ela? Garotas quando tem suas primeiras noites tendem a ficar mansinhas, mas ela está mais pra uma fera descontrolada!

- EU TE ODEIO, POR ISSO! – berra ela.

************************

Gritei com toda minha força que fiquei sem voz. Não me importo. Tudo que quero é sumir!

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Ahh droga como fui a pior das idiotas? Pra cair nisso... Odeio-me por ser tão burra.

Ele me larga e me encara.

- Você tem razão Cecília! Você me odeia e eu não te suporto! – diz ele com um olhar detestável.

O quê? Ele acha que estamos quites ou alguma coisa assim?

Pego minha bolsa, minhas coisas e me enfio no banheiro. Tranco a porta o máximo que posso.

Droga! Não consigo segurar minhas lagrimas... Mesmo chorando muito me visto arrumo tudo e tento abrir a porta. Será que ele foi embora? Ohh pelo visto não.

Ele estava encostado na parede.

- Ao menos... – digo chegando perto dele, o que estou fazendo? Tentando negociar? O que me tirou... Nunca terei de volta.

- Você sabia que... – tento dizer mais ele me interrompe com gargalhadas.

Que ódio! Nunca odiei ao ponto de querer matar, mas faria com minhas próprias mãos.

- Sinto Muito Cecí-li-a! – exclama ele rindo. Estou sem ar. Como? Sente muito?

- Seu canalha! – digo lhe dando uma bofetada. Pego minha bolsa e saio correndo aos prantos. Se pudesse desaparecer, eu gostaria de fazer isso agora!

***********************

Mas que...

Deveria ir atrás dela? Acho que... Talvez não.

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Inferno quem é agora? – digo pegando o celular.

- O QUÊ? – grito.

- Você sabe que está em apuros, não é?! – diz Alex com ar de zombaria.

Ele melhor que ninguém quer que eu me fxrq .

- Está falando isso porque roubei sua presa? – rebato.

- Não seja idiota. Depois você me compensa. Mas se fosse você, voltaria para casa, ou se esqueceu da cerimônia? – diz ele.

- Ahh Droga! – exclamo, apesar de não querer ir...

- É pelo visto esqueceu! – diz Alex desligando.

Realmente não queria lembrar.

***************************

Por que ainda estou chorando? Se estivesse em casa... Casa, nem isso eu tenho! Ficar sentada nessa praça não vai me ajudar em nada, pode até ser perigoso. É melhor sair daqui!

*************************

- Sr Olovi. – a governanta aparece. Ótimo, ela colocou os empregados em meu encalce.

- Já sei, ela está uma fera! – digo zombando.

- Sr Olovi, não pode haver cerimônia sem o senhor. – diz ela.

- Maldito casamento! – digo.

- Onde você estava? – inferno ela está linda com esse vestido, preto noite, a vontade que me dar é de queima-lo, com ela junto é claro.

- Acha mesmo que vou lhe dar explicações?! Equivoca-se! – digo subindo as escadas.

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- Olovi, Volte aqui! – e ela continua gritando, mesmo assim finjo que não a escuto, apesar de estar fazendo isso há muito tempo...

- Algum problema senhora? – escuto uma das empregadas perguntar.

- Está tudo bem Armin, é só o meu filho que me odeia! – diz ela. Um leve sorriso passeia por meus lábios, mas por pouco tempo, isso me fez lembrar Cecília, será que esse ódio que ela sente se parece com o desprezo que sinto por essa mulher, que se intitula “minha mãe”...

- Aí está você! Apresse-se seu bastardo! – diz Alex que estava encostado na parede do meu quarto. – Ah aproposito...

- Não quero falar sobre isso! – digo batendo a porta.

Como esperado o traje estava encima da cama. Me visto. Quanto menos demorar, mais rápido vou me embebedar!

- Vamos dar inicio a cerimônia! – disse o ancião. Ótimo, que termine logo essa cqbnf.Deveria procura-la? Nam... Mas já está anoitecendo, e ela não tem para onde ir, onde será que vai passar a noite?... Porque que estou me preocupando? Que se fxrq. Ela disse que sabe se virar... Então ela que o faça!

- Todos se dirijam ao banquete. – anuncia um dos empregados.

- Não vai felicitar os noivos? – pergunta o novo marido da minha mãe.

- Dispenso! Prefiro ir pro meu quarto. – digo aos dois. E me afasto.

- Perdoe meu filho, Arthur, com o tempo mudará de atitude. – ouvi ela se desculpar, mas no fundo ela sabe que é mentira.

- A campainha Armin. – grita Alex zombando dos empregados. Provavelmente já estava embriagado.

- Mais convidados! – digo irritado.

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- Olá senhora. – digo para a mulher que abriu a porta.

- Posso ajuda-la senhorita? – pergunta a velha simpática.

- Eu gostaria de uma informação. – Tenho de fazer, mesmo não sabendo como dizer, além do mais foi pra isso que eu vim. Dane-se tenho que ter coragem.

- A senhora sabe onde fica esse endereço? – mostro o papel a ela.

- Ah sim! Você pode seguir em frente, não é muito longe, haverá um portão e um jardim imenso é só atravessa-lo, não se preocupe o portão sempre fica aberto.

- Muito obrigado senhora! – agradeço a mulher. Portão e jardim...

**************************

- Hei cara, Vamos beber! – diz Alex colocando o braço em volta do meu ombro. – Veja quantas belas formosuras temos.

- Vai indo, que logo te alcanço! E guarde duas para mim. – digo

- Duas? Mas que fome! Pergunto-me se a garota do bar não te satisfez?! – zomba Alex indo em direção ao “banquete”.

- Idiota! – morder a Cecília? Não seria capaz! Ou seria! Riu só de pensar nisso.

- Ah essa campainha que não para! – arfa Armin.

- Deixa que eu atendo, pode voltar! – digo para ela.

- Ah muito obrigada senhor Olovi. – diz ela que corre de volta para a festa

***************************

Estou tão nervosa!

Que nem sei o que dizer...

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- Cecília? - porque ele abriu a porta?...

- Algum problema querido? - uma mulher se aproxima, ela é deslumbrante de um jeito que nunca poderia ser.

Não me importa o porquê de ele estar aqui... Tenho que cumprir... Fazer o que tenho que fazer!

***********************

O que ela está fazendo aqui? mas como... Ah droga!

- Gostaria de falar com o Sr Merhele. - diz ela, para minha mãe. É claro! Já que estava me ignorando.

- Entre, por favor. Vou busca -ló, ah Olovi. Espere aqui com a garota, para que ela não... Se perca pela casa! – ela quis dizer virar jantar! Ah m....

- Tá! - digo irritado.

# # # # # # #

Droga. Não quero ficar perto dele, nem um milímetro de espaço.

********************

E ela continua me ignorando, bem já que é assim também vou ignora-lá. Mas que diabos ela está fazendo aqui? Deveria perguntar? Não! Ela não vai responder.

- Aqui querido, é essa a garota. – escuto minha mãe dizer a seu novo marido.

Ela parece nervosa!

************************

Será que ele. ..

Preocupo-me com isso depois.

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- Olá senhorita. - esse é Arthur Merhele? É tão jovem, não pode ser. .. Ele?!

- Sr Merhele, me chamo Cecília, sou filha da Madeleine.

- Mad? Você é filha da Mad...

- Por que vocês não vão ao escritório, lá parece estar mais calmo! - interrompe a estonteante mulher.

***************************

O que está acontecendo? E porque esse maldito conhece a mãe da Ciça? Droga! Como vou saber...

- De onde Arthur conhece a mãe da Cecília? - pergunto.

- Cecília? - indaga ela desconfiada.

Droga! Não posso demonstrar que a conheço.

- Não é esse o nome da garota?! - digo parecendo desinteresado.

- Pelo visto sim! - nao a desprezo em sua voz, mas um pouco de indignação? ...

******************************

A sala era gigante, havia lareira e estante coberta de livros. ..

- Sente-se. - diz ele indicando uma poltrona a minha frente. Que é de uma cor vinho intensa e muito confortável.

- Então se chama Cecília. - diz ele me encarando.

É impressão minha ou... Ele sabe?

- Sabe quem eu sou... - digo numa voz falha. Por quê?

Por que não...

- Sim! Mas não sabia que tinha nascido. – diz ele calmamente.

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- Então... Sou mesmo sua filha? – digo com um pouco de medo da resposta.

- Acredito que sim! Mas o que faz em Nova York? Onde está Mad? Ela sabe que está aqui? - ele pergunta. Consigo notar algumas semelhanças entre nós, os cabelos escuros, olhos, o contorno dos lábios... Minha mãe! Não quero falar dela, porque é doloroso e as lágrimas tendem cair.

- Ela... Ela... Morreu. - digo sem vontade, quanto menos penso nela, fica mais fácil esquecer ou negar.

- Mad está morta?! - ele se espanta. Levanta-se e para pensativo. Por que minha mãe nunca contou de mim para ele? Se todo o tempo me falava dele e o que era!

Ele vai até uma mesa larga de mogno preto, abre uma gaveta e pega uma espécie de agenda, e aperta um botão de um telefone, ou interfone não sei...

- Sabine, poderia chamar Alex ou Olovi? Preciso de um favor, e peça que encontre Dramor.

- Sim querido! Um momento. - escuto a mulher responder e desliga.

Oh é mesmo tenho que perguntar...

- Eles são meus... Irmãos?

- Não Cecília! Não tenho filhos, ou melhor, pensei que não tinha. - saiu amarga essas palavras. Mas o que eu estava esperando? Beijos e abraços?

- Você tem uma tia em New England, se chama Costancea, providenciarei que vá para lá! - ele diz. O Quê? Minha mãe tem uma irmã?

- O que precisa, é de um lar. Eu sinto muito Cecília, mas nao estou adequado para cumprir o papel de pai ainda! - diz ele.

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- Entendo! - na verdade não, mas é melhor paracer que sim. É claro! Sou só uma criança idesejada na qual nem sabia da existência.

*********************************

Ela ainda não saiu! Mas que conhecidencia infeliz, nao posso acreditar que ela é filha daquele desgraçado! Os deuses devem estar com um humor negro ultimamente.

******************************

- Por favor, aceite! - insiste ele, apesar de dizer que pegaria um ônibus.

- Não como uma forma de compra, ficaria mais tranquilo se aceitasse. - ele está tentando me persuadir?! Claro!

Devo ou não devo? Ah droga!

- Está bem! - digo por vencida.

************************************

Eles estão saindo.

- Olovi, poderia levar Cecília ao aeroporto e se certificar que ela pegue o avião? Aqui está a passagem. - nao quero fazer favores pra esse maldito, mas estou muito curioso para recusar.

- Tá! - digo pegando o envelope.

- Boa sorte Cecília! - diz Arthur.

Ela não agradeceu, acenou e saiu. Dramor, o motorista, estava esperando. Sei que não irá falar nada, muito menos comigo, mas gostaria de perguntar... Qualquer coisa que possa usar para destruir esse maldito.

Mas porque está tão quieta? No que estará pensando?

Não entendo. Se é filha dele, então porque manda-la para...

- New Englad? - me surpreendo, ela me encara por alguns segundos e mantém a cabeça baixa.

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********************************

Como posso conciliar tudo isso em minha mente? Porque nunca me contou... Tantas mentiras? Sempre imaginei que fôssemos nós duas, mas... Família? Droga! Não vou chorar na frente dele! De todos na face da terra, não pensei que seria ele. Como fui burra e ao mesmo tempo estúpida! Além disso, ainda é algum tipo de parente! Não posso derramar lágrimas, não posso!

********************************

Enfim chegamos! E como esperado, nenhuma palavra saiu da boca dela.

Dramor está estacionando, e agora? Devo entregar a passagem ou leva-la até o embarque?

************************************

- Pode me dar a passagem, por favor. - digo com a voz meio embargada. Droga! Devia ter controlado minha voz primeiro.

***************************

- Não! Vou acompanha-la, até que esteja dentro daquele avião. - digo.

Ela se cala. onde estão os gritos e os protestos? Será que ela está se sentindo rejeitada? Atravessou o país atrás dele, e ele simplesmente a manda para longe.

- Então esse tempo todo você sabia quem eu era? - pergunto, mas não acredito que me responda.

- Que era um vampiro sim, mas algum tipo destorcido de irmão, nao. -ela diz em um tom baixo que só eu posso ouvir.

- Não somos irmãos! Não há nenhum tipo de laço entre nós, nada! - digo rispidamente.

Ela se irrita e grita a plenos pulmões:

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- TEM RAZÃO! NÃO HÁ NADA ENTRE NÓS, E NÃO QUERO VÊ-LO NUNCA MAIS!

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- Senhorita, sente-se na primeira classe, por favor. - me indica a aeromoça. Tenho que esquecer esse episódio. Fingir que nunca aconteceu! E aprender a me ajustar...

- Obrigado a todos os passageiros e tenham um bom voo!

Continua...

Drik Sosa