Entendendo o conflito israel x palestina

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Entendendo o conflito Israel x Palestina A terra da palestina é considerada sagrada para as três maiores religiões do planeta. As raízes desse conflito remontam do início do século XX, quando colonos judeus começaram a migrar para a região com base no movimento sionista, que tinha como objetivo a formação de um estado judeu na palestina, que, segundo a maior parte dos judeus, seria a única maneira de se refugiar de perseguições (cruzadas,progroms e por fim o holocausto). Esse foi um reino judeu onde os judeus viveram por muitos séculos. Após a segunda diáspora judaica, com a destruição de Jerusalém, os judeus foram para outros países da Ásia Menor, África ou sul da Europa. As comunidades judaicas estabelecidas nos países do Leste Europeu ficam conhecidas como Asquenazi (netos de Noé). Os judeus do norte da África (sefardins) migram para a península Ibérica. Expulsos de lá pelo crescente cristianismo do século XV, migram para os Países Baixos, Bálcãs, Turquia, Palestina e, estimulados pela colonização europeia, chegam ao continente americano. Somente após as revoltas contra os Romanos, de 70 a 135 DC, a terra, Judéia, recebeu dos romanos o nome de Palestina. Os povos árabes também habitaram essa terra por séculos. Suas presenças aumentaram significativamente após a conquista muçulmana no século VII. As vidas e tradições dos habitantes são muito ligadas aos lugares dessa terra, onde muitos tiveram ancestrais por inúmeras gerações. Jerusalém é um centro cultural, social e religioso tanto para os judeus quanto para os árabes. Atualmente existe uma maioria judaica de 5 milhões de pessoas e cerca de 4,5 milhões de árabes. Até 1917, o Império Otomano ocupava toda a região. Depois de perder a I Guerra Mundial, os otomanos entregaram seu controle de 500 anos às forças aliadas, que decidiram dividir o antigo império em países. O primeiro-ministro britânico, Lord Balfour, reconheceu o direito histórico do povo judeu à sua terra natal. A Inglaterra foi autorizada pela Liga das Nações para promover a criação de um estado judeu. O estado judeu originalmente incluía não apenas a Cisjordânia, mas também a

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Entendendo o conflito Israel x Palestina

A terra da palestina é considerada sagrada para as três maiores religiões do planeta. As raízes desse conflito remontam do início do século XX, quando colonos judeus começaram a migrar para a região com base no movimento sionista, que tinha como objetivo a formação de um estado judeu na palestina, que, segundo a maior parte dos judeus, seria a única maneira de se refugiar de perseguições (cruzadas,progroms e por fim o holocausto). Esse foi um reino judeu onde os judeus viveram por muitos séculos. Após a segunda diáspora judaica, com a destruição de Jerusalém, os judeus foram para outros países da Ásia Menor, África ou sul da Europa. As comunidades judaicas estabelecidas nos países do Leste Europeu ficam conhecidas como Asquenazi (netos de Noé). Os judeus do norte da África (sefardins) migram para a península Ibérica. Expulsos de lá pelo crescente cristianismo do século XV, migram para os Países Baixos, Bálcãs, Turquia, Palestina e, estimulados pela colonização europeia, chegam ao continente americano. Somente após as revoltas contra os Romanos, de 70 a 135 DC, a terra, Judéia, recebeu dos romanos o nome de Palestina. Os povos árabes também habitaram essa terra por séculos. Suas presenças aumentaram significativamente após a conquista muçulmana no século VII. As vidas e tradições dos habitantes são muito ligadas aos lugares dessa terra, onde muitos tiveram ancestrais por inúmeras gerações. Jerusalém é um centro cultural, social e religioso tanto para os judeus quanto para os árabes. Atualmente existe uma maioria judaica de 5 milhões de pessoas e cerca de 4,5 milhões de árabes.

Até 1917, o Império Otomano ocupava toda a região. Depois de perder a I Guerra Mundial, os otomanos entregaram seu controle de 500 anos às forças aliadas, que decidiram dividir o antigo império em países.

O primeiro-ministro britânico, Lord Balfour, reconheceu o direito histórico do povo judeu à sua terra natal. A Inglaterra foi autorizada pela Liga das Nações para promover a criação de um estado judeu. O estado judeu originalmente incluía não apenas a Cisjordânia, mas também a

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margem direita do rio Jordão. Essa autorização da Liga das Nações, que incluía a Cisjordânia, foi reafirmada pela ONU após a II Guerra Mundial.

Com o fim do mandato britânico, a Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas recomendou a criação de dois Estados, um judeu e um árabe. Os judeus aceitaram e passaram a criar o Estado de Israel, enquanto os árabes recusaram o compromisso e iniciaram uma guerra para destruir o recém-criado Estado judeu. E, portanto, a Resolução 181 ficou sem validade legal. No final da Guerra da Independência, foi formada uma linha de cessar fogo, quando as forças israelenses pararam de lutar. Por insistência dos líderes árabes, essa linha foi definida como não tendo nenhum significado político. Embora essa linha seja comumente chamada de fronteira de 1967, ela não é de 1967 e nunca foi uma fronteira internacional. É por isso que a definição legal mais exata para a Cisjordânia, não é como sendo um território ocupado, mas sim, um território em disputa. A presença de Israel na Cisjordânia é o resultado de uma guerra de autodefesa. A Cisjordânia não deveria ser considerada ocupada porque não havia nenhum poder soberano legal na área. O plano de separação de 1947 não tem nenhuma validade atual, enquanto que o direito de Israel a terra foi claramente reconhecido pela comunidade internacional do século XX. É por isso que a construção de assentamento israelenses na Cisjordânia não deveria ser considerado ilegal.

Possíveis soluções para o conflito:1) Os árabes ficam com toda a terra

2) Os judeus ficam com toda a terra

3) Um Estado bi-nacional para judeus e árabes

4) Dois Estados para Dois Povos

As soluções 1 e 2 envolveriam a eliminação do outro lado pela força. O resultado mais provável dessas soluções seria que ambos os lados iriam lutar entre si até a destruição mútua. Apenas um genocídio e deportação em larga escala poderia trazer tal cenário.A solução 3, o Estado bi-nacional, pode até soar atraente na teoria, mas seria impraticável dado o nível de tensão e ódio entre as partes. Além disso, esse tipo de solução contraria os anseios por autonomia e autodeterminação de cada um dos povos. A única possibilidade de alcançar uma paz duradoura seria através da existência de dois estados independentes: Israel e Palestina, vivendo lado a lado, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas.