Entenda a Literatura

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As diferenas entre Fala e Escrita

Sabemos que o meio de expresso de todas as lnguas humanas o som produzido pelo aparelho fonador. Mas a maior parte delas, no entanto, possui um segundo meio de expresso: a escrita. Sua origem o Oriente Mdio, h cerca de 5 mil anos, e, como meio, ligou-se desde o incio prtica dos desenhos; apesar disso, h inmeras lnguas no mundo que no dispuseram e nem dispem de registros com caracteres impressos e significativos. A necessidade da escrita parece ligar-se ao grau de complexidade das culturas humanas. E, em algumas culturas fundamentalmente fechadas, onde possvel preservar o conhecimento do grupo transmitindo-se oralmente, de gerao para gerao, toda a substncia essencial da memria, no h necessidade da escrita. No entanto em nossa cultura, heterognea e aberta, registrar por escrito os fatos valor fundamental para preservao futura. Apesar de haver correlaes entre fala e escrita, o ato de escrever muito diferente do ato de falar. E a grande diferena reside essencialmente no fato de o interlocutor estar presente na hora da fala e ausente no momento em que escrevemos. Como localizar para quem escrevemos? Quem nos ler? De que modo seremos interpretados e... ser mesmo que nossa mensagem pde ser decodificada? Quando falamos, qualquer problema na interpretao ou compreenso pode ser imediatamente retomado e solucionado atravs de uma interrupo de quem nos oua; alm do que, quando conversamos ou somos ouvidos, outros componentes da "fala" formam um ambiente propcio: gestos, expresses faciais, tons de voz que completam, modificam, reforam o que dizemos. Mas, no momento de escrever, falta-nos tudo isso. No vestibular, por exemplo, assim que entregamos nossa redao, ela estar longe de ns e j no poderemos complementar idias truncadas (ah, professo1; a nesse lugar eu quis dizer isso...), nem introduzir nossos gestos, nosso tom de voz, enfim, nossas famosas "caras e bocas" de quando falamos, falamos, falamos...

Um dilogo a distncia...Quando nosso texto nos escapa das mos, ele vai sozinho e nos representar. , tambm, uma espcie de dilogo a distncia, leva, de qualquer forma, a nossa mensagem, a maneira como enxergamos o mundo, os

outros e os fatos. Por isso, sempre bom lembrar, quando escrevemos, que ao colocar idias no papel temos que nos colocar tambm no lugar do outro, o nosso leitor. Somos claros? Temos dificuldades em nos expressar? Nossos argumentos so frgeis? O leitor no dever ter dificuldades em nos compreender e, caso tenha, a comunicao ficar truncada1, com conseqncias trgicas para ns.

Planejar o texto, eis a questoA fim de expressar-se claramente na escrita, acostume-se a planejar o texto (esquematizar o que pretende escrever) e reescrev-lo at que as idias estejam perfeitamente claras, compreensveis. Pergunte a si mesmo, colocando-se no lugar do leitor, se o texto est claro e se traduz seu pensamento. Tenha pacincia com voc: um bom texto no vem ao mundo de uma hora para outra... Outra coisa: escrever no meramente transpor a fala para o papel. Observe:

Texto I (falado)"Ela tava ali, lindinha e nos conformes, cara... Fiquei olhando, imaginando um jeito de dize!; bem, voc sabe, n? De dizer aqueles negcios que fico pensando sem ela. Era hora, agora, vou l, dou uma chavecada nela, buzino umas no ouvidinho dela, t na minha... Bom, tava faltando coragem, puxa, foi me dando um frio, uma coisa, um estado... Virei as costas, meu irmo, e me mandei... "

Texto II (escrito)"Digo a voc que ela estava l, diante dos meus olhos. Perfeita. Olhei-a imaginando um jeito de dizer o quanto era importante para mim, dizer o que pensava dela quando estava a ss comigo mesmo. Pensei ser a hora certa, conversa1: Mas me faltou coragem. Fugi." Como voc pode observar, h caractersticas peculiares de um texto escrito. Ele deve se apresentar como um todo semntico, com as partes bem amarradas, desprovido das marcas de oralidade tais como repeties, pausas, inseres, expresses vulgares ou continuativas. A lngua escrita parece pertencer a um outro universo, embora consigamos registr-la facilmente. H concordncias, regras; alm do que uma outra exigncia da escrita sua apresentao formal: os pargrafos devem comear a uma distncia certa da margem e com letra maiscula; as palavras devem ser separadas umas das outras por espaos em branco; as oraes devem ser pontuadas; as palavras necessitam de ortografia oficial. No entanto, deve ficar bem claro que tais exigncias no constituem a qualidade principal de um texto escrito: saber grafar corretamente as palavras ou acentuar seguindo as regras no quer dizer que se escreva bem porque saber escrever , antes de tudo, saber transpor com clareza e eficincia as idias para o papel. assim que se constri um bom texto. Dessa forma, tenha em mente: 1) Escrevemos para dar um testemunho de nossa existncia e... eficincia, no apenas para tirar uma nota, passar num vestibular; 2) preciso que leiamos o que escrevemos com o olho do outro, ou seja, autocrtica fundamental; 3) Precisamos nos familiarizar com a escrita, e devagar colocarmos nossos pensamentos na forma desejada.

De dentro para fora...

Mas... de nada adiantar a voc saber bem regras de ortografia, pontuao, acentuao, concordncia verbal e nominal, se no tiver aquilo que pode chamar de "estofo", ou seja, sua redao s ser boa caso se disponha a cuidar, antes de realiz-la, de seu intelecto. No se escreve sobre aquilo que no se sabe. Portanto, disponhase a ler jornais, revistas, livros, a observar o mundo e a verificar que verdades costumam ter dois lados. Reconhea de que lado est. Afinal, voc j ouviu dizer que "Quem quer conhecer o gato deve levar em considerao tambm o ponto de vista do rato." Leia bastante, discuta sobre o que leu, debata suas idias, construa seu universo intelectual. Cresa, enfim, de dentro para fora. Invista em voc, em sua criatividade, em sua capacidade de estar atento. Escrever decorrncia do ato de pensar. Ento, leia de tudo um pouco: filosofia, religio, poltica, bula de remdio, receita de bolo, histria em quadrinhos, editoriais de jornais, notcias de assassinatos, out-doors, poemas, romances, resumo da sesso da tarde. Dessa forma, estar construindo seu lado de dentro, um universo muito mais rico, e buscando construir um discurso prprio, particular, marca de sua prpria individualidade. Afinal, s escrevemos bem quando sabemos bem sobre o que vamos escrever. Elaborao: Equipe Aprovao Vestibulares e Concursos

http://www.algosobre.com.br/redacao/as-diferencas-entre-fala-e-escrita.html

Entenda a Literatura Objetivos: Revelar o papel da Literatura em nossa vida, como ela feita, como til, quem foram alguns ilustres escritores que fizeram histria, etc. Voc conhecer gneros literrios, e algumas das inmeras formas possveis de escrever literatura. Pr-requisitos: Interesse absurdo pela literatura. Curiosidade e vontade de aprender e conhecer sobre escritores e livros espetaculares. Esse mdulo um de literatura apenas ser uma ajuda para o seu entendimento. necessrio que voc pesquise as obras literrias aqui descritas, assim seu aprendizado ser ainda maior. E acompanhe os prximos mdulos para seguir a linha de raciocnio que o levar a conhecer a fundo a Literatura. A Literatura uma arte!!! Dentre as vrias manifestaes artsticas que existem a literatura a arte de compor ou escrever trabalhos artsticos em prosa e verso. Cada artista tem seus materiais ou sua matria prima. O pintor, por exemplo, usa de tintas, telas etc. O escritor que tambm um artista usa como matria prima s palavras. Alceu Amoroso Lima comprova: A palavra , pois o elemento material intrnseco do homem de letras para realizar sua natureza e alcanar seu objetivo artstico. Mas no basta apenas fazer o uso da palavra para produzir Literatura. O escritor ou emissor deve estar atento para sua mensagem, tal cuidado inicia-se na

seleo e combinao de palavras, na estrutura da mensagem com palavras carregadas de significado. Por isso h uma diferena enorme entre um texto de um manual de instrues e um texto literrio. Nem tudo que escrito Literatura! Observe com ateno o poema abaixo, veja que cada palavra carregada de significado, e note que o poeta se atentou ainda quanto sonoridade do poema: Neologismo Beijo pouco, falo menos ainda Mas invento palavras Que traduzem a ternura mais funda E mais cotidiana Inventei, por exemplo, o verbo teadorar. Intransitivo Teadoro, Teodora. (Manuel Bandeira) Para se produzir Literatura, ento, necessrio estar atento ao arranjo ou arrumao das palavras. Ao se comunicar o emissor escolhe, seleciona as palavras para depois organiz-las, combin-las conforme sua vontade. Todas as palavras podem se tornar literrias, o que as transformam o arranjo delas. Para isso o poeta procura obter atravs das palavras: o ritmo a sonoridade o belo e inusitado das imagens. Denotao e conotao A linguagem denotativa basicamente informativa, ou seja, no produz emoo ao leitor. informao bruta com o nico objetivo de informar. a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remdios, em um manual de instrues etc. Por isso, a palavra literria conotativa, uma linguagem carregada de emoes e sons. Isto fica evidente em momentos da crnica Notcia de Jornal de Stanislaw Ponte Preta: Linguagem denotativa: Joo Jos Gualberto, vulgo Sorriso, foi preso na madrugada de ontem, no Beco da felicidade, por ter assaltado a Casa Garson, de onde roubara um lote de discos. (...) Linguagem conotativa: O Sorriso roubou a msica e foi preso no Beco da Felicidade. (...) Gneros literrios

H grandes diferenas de contedo e estrutura entre os textos literrios. Por isso as obras literrias podem ser classificadas em gneros. Quanto forma, o texto pode-se apresentar em prosa ou verso. Podemos enquadra as obras literrias em trs gneros: o Lrico, Dramtico e o pico. Gnero Lrico Lrico vem de lira, um instrumento musical, cujo som acompanhava a declamao de poemas na Grcia. O gnero Lrico acontece quando um eu nos passa uma emoo e sentimentos pessoais do poeta. Fala de emoes, de estados da alma. Soneto de Fidelidade De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero viv-lo em cada vo momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quanto mais tarde me procure Quem sabe a morte, angstia de quem vive Quem sabe a solido, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que no seja imortal, posto que chama Mas que seja infinito enquanto dure. (Vincius de Moraes) O lirismo ocorre em poemas chamados sonetos, odes, baladas, elegias, canes e eventualmente pode ocorrer em prosa. Gnero dramtico Drama em grego significa ao. Ento, textos em prosa ou poesia feita para representao enquadram-se no gnero dramtico. uma literatura representada num palco, numa tela, ao ar livre e h grande nfase no dilogo. Pode aparecer representando uma tragdia, uma comdia, uma tragicomdia ou uma farsa. Vemos esse gnero em pes de teatro, filmes, novelas,circo-teatro, shows etc. Gnero pico

O gnero pico aparece na forma de longos poemas chamados epopias. uma poesia objetiva, impessoal onde feito a narrao de feitos hericos, histrico, com grande nfase nos atos de bravura. Dentre as principais epopias (ou poemas picos), destacamos: Ilada e Odissia do escritor grego Homero, narrativas sobre a guerra entre Grcia e Tria. Eneida do romano Virglio, que narra os feitos romanos. Os Lusadas de Cames natural de Portugal. A forma de alguns gneros literrios Epopia: poemas de forma fixa, geralmente versos de dez ou doze slabas, em estrofes de oito ou dez versos. Para entender examine esta estrofe, do exdio de Os Lusadas, uma oitava (estrofe de oito versos) em versos decasslabos (versos de dez slabas). I Cessem do sbio Grego e do troiano As navegaes grandes que fizeram, Cale-se de Alexandre e de Trajano A fama das vitrias que tiveram, Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Netuno e Marte obedeceram. Cesse tudo que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta. Soneto: so complexas composies lricas de forma fixa. So 14 versos, distribudos em dois quartetos e dois tercetos. Veja: Soneto do amor total Amo-te tanto, meu amor... no cante O humano corao com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade. Amo-te afim, de um calmo amor prestante, E te amo alm, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente, De um amor sem mistrio e sem virtude Com um desejo macio e permanente. E de te amar assim muito e amide, que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vincius de Moraes) Romance: a narrao de um acontecimento fictcio, mas em conformidade com o universo real. Apresenta quaisquer aspectos da vida familiar e social do homem. Podemos ter romance de costumes, romance psicolgico, romance policial, romance regionalista, romance de cavalaria, romance histrico etc. Exemplos de alguns romances bastantes conhecidos: A Moreninha - Joaquim Manuel Macedo Senhora, Lucola e Diva- Jos de Alencar. Conto: Narrativa curta, de episdio nico, poucos personagens e que geralmente se passa num nico lugar. Crnica: So relatos de fatos do cotidiano. No Brasil tivemos cronistas importantes como Jos de Alencar, Machado de Assis, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade; Fernando Sabino, Rachel de Queiroz, Lus Fernando Verssimo, entre outros. Fbula: Narrativa inverossmil que tem como objetivo transmitir uma lio de moral. Normalmente os personagens so animais. No Brasil, Monteiro Lobato escreveu Fbulas que ensinavam lies importantes, fez isso atravs de comentrios feitos pelos personagens que viviam no Stio do Picapau Amarelo. Veja a profundidade desta fala de Emlia para o Visconde de Sabugosa: Tudo loucura ou sonho no comeo. Nada do que o homem fez no mundo teve incio de outra maneira. Mas j tantos sonhos se realizaram que no temos o direito de duvidar de nenhum. Ode e hino: Ambos vm da Grcia e significam canto. Ode uma poesia de exultao. Hino glorifica ptria ou divindades. Elegia: Poesia que fala de acontecimentos tristes ou da morte de algum. A mais famosa Elegia foi escrita por Fagundes Varela e intitula-se Cntico do Calvrio. Stira: Poesia que relata os defeitos humanos, mostrando o ridculo de determinada situao.

LITERRIOS: CONCEITOS FUNDAMENTAIS - PARTE 1 LITERRIOS : CONCEITO FUNDAMENTAIS- PARTE1

MDULO 1:CONCEITOS E FUNES DA LITERATURA E CARACTERIZAO DO TEXTO LITERARIO Objetivo: Esta lio visa mostrar as origens da literatura e sua funo.Mostra tambm algumas da figuras de linguagem mais usadas na literatura em geral. LITERATURA: CONCEITUAO Conceituao Toda a manifestao artstica feita com a palavra recebe o nome de literatura.Esta palavra designa textos que buscam expressar o belo e o humano atravs das palavras. Embora se tenha amplos significados. Deve-se diferenciar o seu emprego genrico de seu sentido artstico, criativo. A literatura trata de textos que possuem uma preocupao esttica, que provoca prazer e conhecimento por seu contedo, forma e organizao. Por ser uma expresso do homem um bom meio de comunicao, porque explora todos as partes da linguagem. Ela pode utilizar simultaneamente palavras recursos grficos ou visuais e bem vista na comunicao do dia-a-dia. Na televiso, cinema, teatro, shows, DVD, rdio, jornais e at em revistas de quadrinhos.Por que em todos esses campos existe um elemento em comum: a palavra. A utilizao da literatura no de hoje. Na Grcia antiga, Aristteles, filsofo de destaque, mostrou que a literatura tem tambm a propriedade de exprimir, mostra sentimentos coletivos, ou seja, de um grupo, sociedade ou de uma poca e que os purifica pela expresso escrita, fortes emoes. Esta propriedade chama-se de cartase, ou seja, purificao das emoes. Foi bem explorada por escritores de todas as pocas. Na Frana, no sculo XVIII, surgiu outra concepo de literatura: a de ligao entre o homem e o fazer literrio, isto quer dizer que, a literatura est intimamente ligada aos aspectos coletivos do homem.Sob esta conceituao, a literatura marcou sua presena em grandes mudanas sociais e polticos. Ela podia com que reinterpretar o mundo, a partir de aes, gestos e palavras de acordo com a situao da sociedade. Por isso, essa associao de inter-relao entre sociedade e literatura, alguns escritores do sc.XIX, viram que havia a necessidade de se compreender a literatura como tambm em exerccio da linguagem da comunicao. A literatura que busca o essencial, o universal, que pode contribuir para a formao dos homens,indicando-lhes a maneira de agir,mostrar os seus prazeres,desejos e outros sentimentos.Isto ajuda o homem a se conhecer melhor.A literatura da a vida, o sentido das palavras, exemplo:

Havia um mendigo cego, onde as pessoas que passavam por ele no lhe davam quase nada, mas a um homem fez a diferena para ele ganhar mais esmolas,trocou o cartaz que carregava com as palavras cego de nascena por outro: chegar a estao das flores e eu no a vereis. Com isso nota-se que simples palavras ganham sentimento. LITERATURA E SUAS FUNES A literatura pode ser definida como: - Um elemento de catarse - Um elemento do conhecimento do mundo, tanto do passado, e do presente, como da mentalidade de uma sociedade ou poca. - Um elemento essencialmente ligado ao homem, ao seu prprio conhecimento.Em si mesmo, a outros, como um espelho de si mesmo, ou como ele sendo um espelho da sociedade em si. - Um elemento de formao e desenvolvimento em todos os campos do saber: intelectual, moral, ideolgico e at esttico. CARACTERTICAS DO TEXTO LITERARIO: SENTIDOS DAS PALAVRAS Em um texto literrio, dependendo do contexto que uma palavra se encontra, o seu significado pode ser real, ou seja, esta pode ter um objetivo comum a todos. EX: Romeu cego por isso l em braile. Este exemplo mostra o valor denotativo da palavra. Aqui no exemplo a palavra cego. Mas esta mesma palavra em outro contexto pode ter outro sentido, ou interpretao. EX: Romeu estava cego de paixo por Julieta. Neste caso a mesma palavra cego tem valor conotativo. Para melhor entendimento, observe: Na denotao aparece: - uma linguagem informativa,objetiva. - Tem por objetivo um conhecimento prtico e cientifico. - A palavra usada no seu real sentido.

EX: Ganhei um par de brincos dourados. Na conotao aparece: - Uma linguagem mais afetiva e subjetiva. - tem por objetivo uma apreciao bela e criativa. - A palavra empregada no seu sentido figurado. EX: Os anos que voc esteve ao meu lado, foram anos dourados. ATIVIDADES 01) Indique se as palavras abaixo em destaque esto em sentido denotativo ou conotativo: a) A raiz desta rvore j est afetando a estrutura da casa. _______________________________________________ b) A raiz de todo o mal da humanidade a falta de amor. _______________________________________________ c) Ela uma vbora perigosa, com suas atividades. _______________________________________________ d) A vbora cobra muito perigosa. _______________________________________________ FIGURAS DE LINGUAGEM As figuras de linguagem so recursos usados para dar maior nfase ou sentido expresso.O estudo dessas figuras ajuda a entender melhor os recursos utilizados pelos escritores em seus textos.Veja algumas das figuras de linguagem mais usadas: COMPARAO uma comparao, ou seja, uma equivalncia real entre um comparante e um comparado por meio de um termo de comparao, uma frase,palavra ou locuo,que deixa claro a comparao na sentena. EX: Ela to feia quanto briga na foice. METFORA A metfora uma comparao, mas de maneira indireta, porque no possui em termos especficos de comparao. Ela associa idias semelhantes, ou seja, usar uma palavra fora do seu contexto normal para fazer parte de um outro contexto.

EX: Nosso chefe um leo. METONMIA Esta a substituio de um termo por outro com o qual h uma relao de sentido. Essa relao pode ser: - Efeito pela causa EX: Bebeu a morte Bebeu veneno - Continente pelo contedo EX: Bebeu dois copos Bebeu duas doses de wisque - Autor pela obra EX: Eu li a obra de machado de Assis. Eu li machado de Assis. CATACRESE como uma metfora do dia-a-dia.Seu objetivo desviar uma palavra do seu sentido prprio para dar nome a outra coisa que no tem nome especfico. EX: Brao do sof Perna da mesa. EUFEMISMO usado para amenizar o que desagradvel, atravs da substituio de palavras graves e fortes, diretas por outras mais suaves, brandas. EX: Ela passou dessa para melhor. ( quer dizer ela morreu) IRONIA uso de palavras, expresses, mas que querem dizer o contrario do que est sendo dito. EX: Com governo honesto e sem corrupo no precisa ter medo do futuro. ANTTESE usado para opor dois termos na mesma frase ou pargrafo, enfatizando seus contrastes.

EX: Quando estou triste, a que fico alegre. ELIPSE quando uma ou mais palavras so omitidas na frase, mas que so subentendidas. EX: Elas todos no quintal de casa. ( Quer dizer que elas todas estavam no quintal de casa) o verbo estar ficou em elipse. ANFORA a repetio de palavras em intervalos regulares no final ou incio de frase, serve para enfatizar idias. EX: Pense em mim Chore por mim Liga pra mim HIPBOLE Este o exagero intencional de uma idia ou sentimento. EX: Ele come feito um leo. PROSOPOPIA a figura que d caractersticas humanas a seres inanimados, abstratos ou irracionais. Um exemplo comum: so os filmes onde mostram animais com caractersticas humanas. EX: O rei leo Gabarito Atividades a) denotao b) conotao c) conotao d) denotao.

MDULO 2 GNEROS LITERRIOS Objetivo: Mostra a definio dos gneros pico, lrico e dramtico, suas origens e como foram usados pelos escritores e tambm suas principais caractersticas. Pr-requisito:

Seguir a seqncia das lies. GNEROS LITERRIOS Os texto literrios, por apresentarem certas caractersticas podem ser agrupados de acordo com estas. Por isso os gneros literrios podem ser definidos como conjunto de textos que apresentam uma determinada caracterstica, estabelecida. Embora seja um pouco difcil ter uma classificao precisa, porque um texto pode agrupar vrias caractersticas de mais de um gnero, ou ento um gnero pode evoluir e se transformar. CLASSIFICAO: A parti do sculo XVI, deu-se mais nfase ao estudo especifico dos gneros literrios.Embora a origem deles tem por base a obra repblica, do filsofo grego, Plato (428 a.c 347 a.c ). Foi com Plato e tambm Aristteles que surgiu a classificao dos gneros literrios em pico, lrico e dramtico. Para Plato, toda manifestao artstica tem por base falsas situaes, como se fossem imitaes transitrias. De Plato ate hoje, j surgiram outras definies dobre o estudo dos gneros literrios. Os gneros literrios podem ser definidos em trs grandes grupos: pico, lrico e dramtico. GNERO PICO ( NARRATIVO) O gnero pico pode ser definido pelo seu aspecto narrativo e pela sua vinculao aos fatos histricos ou pelas realizaes humanas, que so reveladas pelo artista como observados que mostra em sua obra o mundo exterior. uma representao do mundo objetivo e da ao do homem, nas suas relaes com a realidade. Objetivo do pico apresentar a totalidade dos objetos, ou seja, a retratao da realidade, com os aspectos, direes e acontecimentos que ela demonstra. Aparece escrito tanto em prosa como em verso, predominando a forma narrativa. Suas formas principais: epopia e diferentes tipos de romances. Epopia um poema de longo flego, que abrange assuntos grandiosos e geralmente histricos. Suas estrutura dividida em: proposio, invocao, dedicatria, narrao e eplogo. As epopias mais destacadas so: Ilada e Odissia de Homero ( na Grcia ); Eneida, Virgilio (Itlia); e os Lusadas, de Lus de Cames (Portugal). Os elementos encontrados na epopia : - na forma: prosa ou versos;

- no gnero: pico (narrativo) - no ponto de vista: objetivo ou objeto-subjetivo. Principais Formas Em Versos: Uma narrativa rimada. Romance: De origem medieval, forma potica que aborda historias tradicionais, narrativas de pocas antigas como novelas de cavalaria, de amor, de narrativas ou historias de guerras ou conquistas martimas e viagem. EX: Os Lusadas, que retrata as aventuras ocorridas na viagem dos portugueses para o novo mundo. Poema burlesco: Este enfatiza o ridculo, satrico, irnico e o crnico. Esta forma foi bem usada pelos escritores em 1922, na semana da arte moderna.O objetivo era entrar em choque com a literatura comportada dos anos 20. Poema Alegrico: Fala de situaes imaginarias que mostram sob simblica, um pensamento. Em Prosa: - Romance: Ao ouvir este termo, j se vem a mente, algo romntico, apaixonante. Na realidade romance, do latim romanice, de Roma. Uma lngua vulgar, nascida do latim e falada em alguns pases europeus aps a queda do Imprio Romano. A palavra romance significa um gnero narrativo voltado para a vida coletiva do homem. As caractersticas do romance so a pluralidade: Da ao Do tempo Do espao Dos personagens

Novela: Esta se posiciona entre o conto e o romance. Na verdade uma narrao geralmente certa, com situaes humanas fictcias, mas ordenadas e completos e que apresentam um fundo de verdade. Assim como no romance, a novela apresenta a pluralidade de tempo, espao, ao e personagens.

uma histria onde logo no inicio j se pode ter uma compreenso dos fatos. Diferente do romance, onde preciso ter, lido todos os captulos para entender a histria. Conto: uma narrativa com fragmentos da realidade, de episdios breves, e cheios de fico, pois pode apresentar dados exagerados e fatos apenas imaginados. Sua origem vem do folclrico e popular, algo que surgiu de base para a criao coletiva da linguagem. Crnica um texto de pequeno porte e com o enredo relacionado a poltica, teatro e sociedade e a outros aspectos da vida cotidiana. Sua temtica refere-se aos fatos do dia-a-dia. Sua caracterstica o humor, a leveza e a linguagem coloquial. Em geral, as caractersticas do gnero pico so: - Um ponto de vista objetivo - Texto em prosa ou verso - Narrao objetiva dos fatos de outros personagens. GNERO LRICO O gnero lrico tem como caracterstica e manifestao do eu artista. Onde o artista demonstra de maneira expressiva seus pensamentos e emoes, ou melhor, seu mundo interior. Uma caracterstica marcante do texto lrico a musicalidade, ou seja, a explorao da sonoridade. predominantemente subjetivo, e sua origem que acompanhava os recitais de poesias. Por envolver a musicalidade, a mensagem devia ter uma linguagem precisa, tendo cada palavra seu significado. EX: Meu amor ensinou a ser simples Como um largo de igreja Onde no h nem um sino Nem um lpis Nem uma sensualidade (Oswaldo de Andrade) Este texto em verso, denominado poema. E o autor usou de diversas figuras para dar a idia da simplicidade mostrou o eu do autor. CARACTERSTICAS DO POEMA Um poema possui os seguintes elementos:

- Versos: As que compe o poema. Cada linha um verso. - Estrofe: a reunio dos versos, em blocos - Ritmo: o real contedo da poesia dado pela repetio mais ou menos regular da intensidade poesia - Metro: a diviso das slabas. A medida vazia do sentido reproduzida pelo nmero regular de slabas. - Rima: a regularidade sonora que pode estar tanto no meio como no final do verso, quando no h rima, chama-se verso branco. GNERO DRAMTICO O estudo do gnero dramtico vem desde a antiguidade clssica. O primeiro terico a usar os princpios deste gnero foi Aristteles. At incio do sculo XIX, dominava as teorias de Aristteles, que dividia as peas teatrais em tragdias e comdia. O gnero dramtico procura representar o conflito do homem com seu mundo. De origem de ofcios religiosos, a tragdia mostravam os sentimentos nobres do homem, j a comdia mostrava os baixos e instintivos sentimentos. O drama nasce da concepo de que a vida no s comdia ou s tragdia, mas sim os dois ao mesmo tempo. Na 1 metade do sculo XX, o teatro passa a ser uma manifestao de acontecimento, a redescoberta do crtico e reflexo do mundo. O objetivo dessa nova forma de teatro era fazer o espectador analisar e refletir sobre o mundo que o cerca. O teatro foi visto como um meio de comunicao, onde no s transmite, mas tambm recebe e faz o ouvinte escutar e agir. FORMAS DO GNERO DRAMTICO Pode-se enumerar pelo menos 7 formas do gnero dramtico: - Farsa: um enredo onde h uma espontnea complicao e que mostra uma seqncia de cenas com pancadarias e corre-corre. - Auto: Esta em geral mostra ritos religiosos EX: O auto da Compadecida, que j foi at feito em filme. - Mgica:

Este contm o enredo cheio de personagens fantasiosos, e fadas e gnomos. - Circo: O enredo no est em palavras, mas a ao e apresentao dos personagens. - Bal: O enredo aparece atravs da musica e da expresso corporal. EX: O lago dos cisnes - Mmica: Sem sonoridade, a concentrao est nos recursos gestuais e faciais. - pera: Nesta pea teatral j ocorre a msica. Apareceu no final do sculo XVI, na Itlia, com objetivo de restaurar a tragdia clssica. Caractersticas

LITERRIOS- CONCEITOS FUNDAMENTAIS- PARTE-1 MDULO 3- TROVADORISMO Objetivo: Mostrar a origem do trovadorismo. Como afetou a sociedade da poca. Como se situa dentro do contexto literrio portugus, mostrar suas caractersticas marcantes, como as cantigas de amor, de amigo, de maldizer e de escrnio, qual o objetivo de cada uma, quem as usavam e qual era a mais comum na sociedade medieval portuguesa. Pr-requisito: Seguir a seqncia das lies, principalmente neste assunto. Pois o Humanismo est ligado ao trovadorismo, juntos formam a literatura medieval portuguesa. TROVADORISMO

TROVADORES e menestris errantes so palavras que fazem vir a mente canes de amor corts e o cavalheirismo. Os trovadores envolviam-se em muitas questes sociais, polticas e religiosas de seus dias. O trovadorismo abrangeu especialmente os sculos 12 e 13, por toda a regio que agora o sul da Frana. Os anos de 1189( 1198) a 1418, foi o seu auge. No ano de 1189 ou 1198 o possvel ano em que a Cantiga da Ribeirinha, faz seu marco histrico na poesia escrita em lngua portuguesa. Sociedade A sociedade era formada basicamente por trs grupos bem distintos: clero, nobreza e povo ( incluindo os viles, que eram homens livres, tanto ricos como pobres, mas no eram da nobreza;os semi-servos que eram os trabalhadores das terras feudais; e os escravos geralmente prisioneiros de guerra). O pensamento dominante da poca era o Teocentrismo, ou seja, Deus sendo o centro do universo. Isto serviu para se justificar o sistema medieval e o poder da igreja. Os artistas- trovadores Os trovadores eram poetas-msicos que escreviam naquela que era a mais refinada das lnguas romnicas vernculas. A chamada langue doc, a lngua comum da maior parte da Frana ao sul do rio Loire e das regies fronteirias da Itlia e da Espanha. A origem da palavra trovador parece se derivar do verbo occitano trobar, que significa compor, inventar ou encontrar. Assim, os trovadores eram os que conseguiam achar a palavra ou a rima certa para seus versos elegantes. Musicava-se a poesia, que ento podia ser cantada. Eram viajantes que iam de aldeia em aldeia, muitas vezes acompanhados por menestris profissionais, chamados jograis, os trovadores executavam suas canes com harpa, viela, flauta, alade ou violo. Nas casas dos ricos, bem como em mercados, torneios, feiras, festivais e banquetes, em geral a msica fazia parte do entretenimento. Os artistas medievais apareciam em quatro categorias: o trovador: uma pessoa culta que escrevia poesias, tambm era capaz compor msicas e apresentar todo seu trabalho, mas no recebia nenhum salrio por seu trabalho. Segrel: este era um trovador profissional, um fidalgo decado, que ia de corte em corte , acompanhado de seu jogral; Jogral: este poderia tanto ser um saltimbanco como um ator mmico, ou at o prprio compositor. Este aparecia nas festas, nos torneios, onde cantava as poesias de trovadores e segris em troca de pagamento; Menestrel: msico ligado a um corte especfica. Origens diferentes

Os trovadores tinham as mais diversas formaes. Alguns eram de famlia rica; uns poucos reis; outros tinham origem mais humilde, mas alcanaram a posio de trovador. Alguns conseguiram muito status. Muitos eram instrudos e viajados. Todos eram bem treinados nas regras do galanteio, decoro, poesia e msica. desenvolvimento do comrcio no sculo 12 trouxe grande riqueza para o sul da Frana. Com a prosperidade passou-se a ter mais tempo de lazer, mais instruo e um gosto mais refinado pela arte e vida elegante. Os grandes cavalheiros e damas do Languedoc e da Provena eram os maiores protetores dos trovadores. Os poetas eram muito estimados e passaram a influenciar o gosto, a moda e as maneiras entre os aristocratas. Eles se tornaram os pais da dana de salo europia. Cantigas trovadorescas As cantigas trovadorescas so divididas em quatro estilos: Cantiga de amor: o trovador assume o papel masculino , onde o homem quem fala. A dama o objeto da cantiga, para ela aparece o termo senhor. Nestas cantigas o homem aparece com um cativo do amor, onde sofre por sua amada. A mulher j bem valorizada, tanto fisicamente , como moral e socialmente. Os sentimentos expressos no poema so a coita , ou seja, a mgoa amorosa do trovador por amar uma mulher impossvel para ele. O cenrio a prpria corte a origem provenal. Cantiga de amigo: o trovador assume o papel feminino, ou seja, a mulher quem fala. O objeto do poema o homem, ou amigo. O sujeito se caracteriza por termos como lou( formosa), leda( alegre) e outros. J o objeto considerado um mentiroso , traidor e etc. o sentimento expresso nesse tipo de poema o de uma mulher que sofre por sentir saudades do amigo( namorado). O cenrio geralmente o campo, o mar a casa. A origem foi no territrio galaico- portugus. Cantiga de escrnio: esta tinha um carter satrico, onde o ataque expresso de maneira indireta pelo uso da ironia e do sarcasmo. As crticas eram direcionadas aos costumes, pessoas, acontecimentos. Mas no se revelava o nome da pessoa ou pessoas visadas. Cantiga de maldizer: esta era de carter satrico e o ataque era de maneira bem direta. A crtica tinha alvo bem especficos, pessoas, costumes e acontecimentos com a revelao dos nomes das pessoas visadas. CANCIONEIROS Para no se perderem no tempo as cantigas foram reunidas em vrias coletneas manuscritas, os cancioneiros. Alguns se tornaram bem conhecidos: cancioneiro da ajuda: provavelmente do sculo XIII e XIV, este continha na sua maioria , cantigas de amor, foram 88 folhas-pergaminhos; cancioneiro da Vaticana: achado no sculo XIX na biblioteca do Vaticano, possui 1205 cantigas, uma cpia de um original do sculo XVI. Aparece as cantigas de D.Diniz;

cancioneiro da biblioteca nacional: de Portugal , tem 1567 composies. o mais completo e contm fragmentos de um Tratado de potica. Cantigas de santa Maria: tem 426 composies acompanhadas da msica. A prosa medieval As atitudes medievais para com as mulheres eram muito influenciadas pelos ensinos da Igreja, que encarava a mulher como responsvel pela incorrncia do homem no pecado e expulso dele do Paraso. Ela era encarada como a tentadora, instrumento do Diabo, um mal necessrio. O casamento era muitas vezes encarado como condio de vida degradada. A lei cannica permitia o espancamento e o repdio esposa, o que contribua para a humilhao e a subservincia da mulher. Ela era encarada, em quase todos os aspectos, como inferior ao homem. Mas, com o surgimento dos trovadores, a mentalidade dos homens comeou a mudar. O primeiro trovador conhecido foi Guilherme IX, duque de Aquitnia. Sua poesia foi a primeira a conter os elementos que caracterizaram a concepo nica dos trovadores sobre o amor, que veio a ser chamado de amor corts. Os poetas provenais chamavam-no de veraiamors(amor verdadeiro) ou finamors (amor refinado). Era um conceito revolucionrio, porque a mulher no era mais relegada a uma posio de desprezvel inferioridade em relao ao homem. Com j observado nas cantigas de amor e de amigo, a poesia dos trovadores dignificava, honrava e mostrava respeito mulher. Ela se tornou a personificao de qualidades nobres e virtuosas. Nas canes de amor mostra o lamento a fria indiferena da dama para com o bardo que a admirava. Pelo menos teoricamente, o amor do trovador devia permanecer casto. Seu objetivo primrio no era possuir a dama, mas sim alcanar o refinamento moral que seu amor por ela lhe inspirava. Para tornar-se digno, o poeta era compelido a cultivar a humildade, o autocontrole, a pacincia, a lealdade e todas as qualidades nobres que ela possua. Assim, at o mais rude dos homens podia ser transformado pelo amor. Os trovadores achavam que o amor corts era fonte de refinamento social e moral, que atos corteses e nobres se originavam do amor. medida que essa idia foi desenvolvida, tornou-se a base para todo um cdigo de conduta que, com o tempo, foi adotado pelas classes sociais mais baixas. A partir do sculo XIII aparecem as novelas de cavalaria, traduzidas do francs e do ingls. No comeo eram apenas poemas com temas guerreiros, as canes de gesta. Tinha um fundo teocntrico e cavaleiresco, o objetivo era contar as aventuras de reis e seus cavaleiros. Um exemplo o Rei Artur e os cavaleiros da Tvola redonda. Alm das novelas , surgiram tambm: cronices: livros com crnicas, serviram para incio a historigrafia portuguesa; hagiografias: vida de santos;

livros de linhagens: a relao de nomes de nobres, com o intuito de estabelecer graus de parentesco e com isso evitar casamentos entre parentes prximos e tirar dvidas no caso de heranas; instrumento de comunicao Pode-se dizer que, bem antes da inveno da imprensa, os trovadores e outros menestris errantes serviam como a mdia dos seus dias. Eles viajavam por vrios pases. Por todas as cortes europias, de Chipre Esccia e de Portugal Europa Oriental, onde quer que estivessem, eles ouviam as notcias e trocavam histrias, melodias e canes. As melodias dos trovadores, fceis de lembrar, espalhavam-se oralmente com rapidez de um jogral para outro, e o povo as aprendia. Isso influenciava muito a opinio pblica e incitava a plebe a favor de uma ou outra causa. Crtica Igreja Com o fracasso das Cruzadas, muitas pessoas comearam a duvidar da autoridade espiritual e temporal da Igreja Catlica. Os clrigos afirmavam representar a Cristo, mas suas aes no eram nada crists. Sua hipocrisia, ganncia e corrupo se tornaram amplamente conhecidas. Nestes casos as cantigas tanto de maldizer como de escrnio eram sempre bem utilizadas. Na Frana os condes de Toulouse e outros governantes sulistas garantiam a liberdade religiosa do povo. Os valdenses haviam traduzido a Bblia para a langue doc e pregavam-na zelosamente, aos pares, por toda a regio. Os ctaros (ou albigenses) tambm disseminavam sua doutrina e conseguiam muitos conversos entre os nobres. A liberdade trovadoresca em perigo A Igreja Catlica Romana, porm, considerava-se superior a todo imprio ou reino. A guerra tornou-se seu instrumento de poder. O papa Inocncio III prometeu toda a riqueza do Languedoc a qualquer exrcito que subjugasse os prncipes do sul da Frana e esmagasse a dissenso nos domnios deles. O que se seguiu foi um dos perodos mais sangrentos da histria da Frana, e incluiu torturas e assassinatos. Ficou conhecido como Cruzada Albigense (1209-29). Os trovadores chamaram-na de Falsa Cruzada. Suas canes expressavam indignao contra o tratamento cruel imposto aos dissidentes e contra a oferta do papa de dar a mesma indulgncia tanto aos que assassinassem dissidentes franceses como aos que matassem muulmanos, considerados infiis. A Igreja enriqueceu muito durante a Cruzada Albigense e com a Inquisio que se seguiu. Famlias foram deserdadas e suas terras e casas, confiscadas. Acusados de ser hereges ctaros, muitos trovadores fugiram para terras menos hostis. O latim herdado das legies romanas era chamado romnico. Qualquer obra escrita no vernculo do norte ou do sul era chamada de romance. Visto que muitas dessas histrias de cavalaria lidavam com sentimentos de amor corts, tornaram-se o padro para tudo o que considerado romance ou romntico. Embora a origem do trovadorismo seja na Frana, ele modificou muito os costumes de toda uma poca nos pases europeus.

LITERATURA: CONCEITOS FUNDAMENTAIS MDULO 4 HUMANISMO Objetivo: Esta lio visa mostrar como surgiu o Humanismo, porque surgiu, qual foi sua influncia para a sociedade da poca. E quais foram seus maiores destaques. tambm d destaque para um importante autor, Gil Vicente, como suas obras influenciaram a literatura da poca. Suas obras serviram de marco divisrio na histria da literatura humanista portuguesa. Pr-requisito: Ter visto o mdulo 3, onde foi abordado o assunto sobre o trovadorismo. Pois ambos fazem parte do estilo de poca da literatura da idade mdia. HUMANISMO Tradicionalmente, o humanismo est associado com a Renascena. Naquela poca, a Europa, especialmente a Itlia, estava submersa nos antigos manuscritos procedentes de Bizncio, sitiada pelos turcos. Isso resultou numa onda de entusiasmo pela antiga cultura greco-romana por parte das pessoas que estavam cansadas da rida escolstica medieval. Aps mil anos de estudo sobre Deus, sob a mo opressiva da Igreja Catlica, os europeus da Renascena ficaram na expectativa de imitar os antigos e de glorificar o homem, como inovao. O livre pensamento e a livre conduta dos gregos seguidores de Pricles ou dos romanos clssicos criavam em muitos humanistas um anelo que esmagava nos seus coraes o cdigo cristo de humildade, continncia e desprendimento do mundo, comenta o historiador Will Durant, e se perguntavam por que deviam sujeitar seu corpo, sua mente e sua alma regra de eclesisticos que se convertiam eles prprios agora alegremente ao mundo. Mas os humanistas da Renascena lanaram fora a religio e o cristianismo. Em grande parte, segundo observa Durant, os humanistas agiram como se o cristianismo sido um mito . . . que no devia ser levado a srio por mentes emancipadas. Os humanistas gostam de citar o antigo filsofo grego Protgoras que disse que o homem a medida de todas as coisas. Este movimento envolveu todos os campos da sociedade, a saber, o intelectual, moral e religioso. Iniciou-se no final do sculo XV e influenciou fortemente o sculo XVI. O objetivo dos humanistas era conseguir uma humanidade melhor. Seus ideais baseavam-se na paz e sabedoria, que seria conseguida atravs do aperfeioamento das qualidades intelectuais e morais dos homens. Em Portugal o mais destacado humanista foi Gil Vicente. Este foi autor de vrias obras, entre elas: O Auto da barca do inferno.

A SOCIEDADE DA POCA O perodo humanista, foi uma poca onde houve muitos marcos histricos. Como exemplo, na cincia houve a inveno da Tipografia por Gutenberg em 1448; na religio a inquisio foi instaurada na Espanha,infelizmente este fato no foi de tanto prestgio pois atrasou o progresso da cincia;na poltica expansionista as grandes navegao comeam a mostrar seus efeitos, um exemplo: Cristvo Colombo descobriu a Amrica e Pedro lvares Cabral descobriu o Brasil. Em 1536 a inquisio em Portugal estabelecida por Paulo III. Com isso tudo, o mercantilismo ganhou importncia, deixando para trs uma economia baseada na agricultura. As cidades porturias comeam a crescer, passando a ser um chamariz para os camponeses, que mudam para as cidades e passam a aprender novas profisses, ter um outro estilo de vida, diferente de quando eram somente sujeitos aos senhores feudais. Isto fez surgir as pequenas industrias artesanais. A burguesia passa a florescer, crescer e desafiar o poder da nobreza, que v na nobreza um concorrente ao poder. O pensamento medieval comea a desaparecer e a idia do Teocentrismo passa a dar lugar ao antropocentrismo ( a valorizao do homem). ORIGEM DO HUMANISMO Com a conquista de Constantinopla em 1453, muitos intelectuais gregos fugiram para a Itlia, e com eles a influncia dos autores da antiguidade grego-latino. Quem foram os humanistas? Eles eram artista, professores e at homens da igreja. Para estes homens os valores e direitos de cada pessoa deveriam ficar acima da cultura, por isso eles copiavam, estudavam e comentavam textos de filsofos grego-latino. O humanismo alm de ter sido um movimento cultural, fez revoluo na maneira de pensar do homem. Passou a considerar o homem com objetivo de conhecimento. Algo a ser valorizado, ter mais destaque no Universo, ficando abaixo apenas de Deus. DESTAQUES DE LITERRIOS EM PORTUGAL GIL VICENTE Gil Vicente viveu no meio das transformaes na Europa e principalmente em Portugal. Seu inicio no teatro foi provavelmente em junho de 1502, quando em espanhol recitou o monlogo do vaqueiro ou Auto da visitao, por ocasio do nascimento do futuro rei D.JooIII, filho de D.Manuel. As manifestaes teatrais podem ser divididas em dois perodos: Pr-vicentinas: manifestaes de carter religioso ou profano, chamadas tambm de milagres, mistrios e moralidades. Estas como j se sugere, refere-se a todas as manifestaes antes de Gil Vicente e dentro delas h os seguintes grupos:

Os milagres: eram encenaes de situaes de vida dos santos. Os mistrios: eram cenas da vida de cristo, com vrios figurantes, ocorriam por poca do natal ou pscoa. As moralidades: eram cenas onde os personagens tornavam formas de vcios e virtudes, como humildade, egosmo e outros. Gil Vicente serviu de marco no teatro portugus. Com ele passam a surgir importantes mudanas no teatro. Teatro Vicentino Gil Vicentino foi franco em suas obras. Em relao sociedade foi bastante crtico. No teatro, ele achou o meio ideal para mostrar suas opinies sobre os fatos da poca. Suas crticas eram extremas, temperadas com comicidade. Estas afetavam a todas as classes sociais, desde o alto clero at o povo. Estas crticas apareciam nas suas peas de acordo com os personagens: autoridades corruptas, mdicos charlates, velhos indo atrs de moas jovens e outros... Era um teatro popular com temas da idade mdia, como por exemplo as encenaes religiosas, como a do natal, os feitos hericos dos cavaleiros e o lirismo das cantigas. Mesmo sendo catlico, criticava a venda de indulgncias. Prtica ainda forte em sua poca. Fez 44 peas, tanto em portugus como em castelhano. As mais destacadas foram:Monlogo do Vaqueiro(1502); Auto da Barca do inferno(1517); farsa de Ins Pereira(1523), O juiz da beira(1525). Outros Manifestos literrios Ferno Lopes, viveu antes de Gil Vicente nascido entre 1378 ou 1383. O seu destaque maior foi para o lado cientfico na historiografia portuguesa. Mostrou como o destino do homem pode ser mudado devido a fatos econmicos, e como o povo pode ter poder nos fatos histricos. Mas apresentou a sociedade da poca de maneira simples, elegante e coloquial. Suas obras de destaques foram: Crnica de El-rei D.Pedro; Crnica de El-rei de.Fernando e Crnica de El-rei D.Joo I. Garcia Resende, foi outro autor de destaque, sua obra principal foi: Trovas a Morte de D.Ins de Castro, esta obra influenciou o mesmo episdio em Os lusadas de Lus de Cames. Com estes autores o enfoque foi mais para as crnicas, ou seja relatos de fatos da poca. Mas tambm teve outro tipo de prosa: Prosa doutrinaria (ou ensinanas)

estas eram obras de carter didtico, ou seja, para o ensino, especialmente de nobreza. Se comparar com os dias de hoje seriam como livros de aula, tal como um livro de portugus, ou matemtica. Novelas de cavalaria estas eram narrativas que valorizavam os feitos hericos de cavaleiros medievais em combates e aventuras, estas sempre contra monstros ou guerreiros pagos em prol de Deus ou por amor a uma Dama. Estas novelas podem ser divididas em trs partes: Ciclo breto ou arturiano: As histrias do rei Artur e os cavaleiros da Tvola Redonda; Ciclo carolngio: As histrias sobre Carlos Magno e os 12 pares da Frana ; Ciclo clssico: Histrias sobre os personagens e acontecimentos da antiguidade grego-latino. A Poesia A poesia palaciana era elaborada para ser lida e recitada em cortes, ser apreciada pelos nobres, mas no deixava de lado alguns temas comuns aos trovadores medievais. Com a dor por amor, geralmente um amor no correspondido ou impossvel, a suplica e a stira, bem usada para expressar suas opinies sobre a atitude de autoridades tanto na poltica como na religio. A diferena neste perodo como o trovadorismo que o poeta trabalha com superioridade, ou seja, valorizando sua obra e o homem. ITERRIOS MOVIMENTOS LITERRIOS: CLASSICISMO Objetivo: Esta lio visa mostrar como o classicismo surgiu, em que poca ele foi mais forte e de onde ele tem maior influncia. Tambm com afetou a sociedade da poca. E como este termo pode ser aplicado. Quais foram os principais autores. E uma pequena nfase em Luiz de Cames. Pr-requisito: Estar seguindo as lies. CLASSICISMO ORIGEM E CONTEXTO HISTRICO Durante o sculo XIV, a Europa comeava a se preparar para uma grande transformao poltica, econmica e cultural que teve seu auge ou apogeu nos sculos XV e XVI, chamado de classicismo, tambm conhecido como quinhentismo, j que se manifestou no sculo XVI, em l527, quando o poeta S de Miranda retornou

da Itlia trazendo as caractersticas desse novo estilo. este fato marcou o incio dos tempos modernos. Esse perodo, pela histria passa a ser conhecido como Renascimento, onde o homem passa a ser redescobrir, mudar de valores ter uma nova viso do mundo. A sociedade que era dominada pelo teocentrismo medieval passa a dar lugar aoantropocentrismo, ou seja, a valorizao do homem, onde o homem passa a ser o centro dos estudos e a exaltao da natureza humana, pois o homem comea a entender sua capacidade realizadora:ele pode conquistar, inventar, criar, produzir e fazer qualquer outra coisa. Esse carter humanista ou antropocntrico estava esquecido nas "trevas" da Idade Mdia, embora j estivesse existido na Antigidade clssica, como exemplo na civilizao grega. No incio do sculo XVI, ocorre o renascimento do Antropocentrismo. No Renascimento, as obras passam a perder o primitivismo e a ingenuidade das obras medievais e a ganhar um aprimoramento tcnico igual ou at superior as obras da antiguidade. O homem do Renascimento se identifica na cultura greco-latina que passa a ser os valores da poca. Alm de Integrar a seu universo artstico os deuses da mitologia grega,isto porque os deuses tem caractersticas humanas, como por exemplo, sentimentos, o homem renascentista procura compreender o mundo sob a luz da razo, e faz a associao do equilbrio entre razo e emoo, as noes de beleza, bem e verdade. A concepo esttica que teve a base no Humanismo e no Renascimento convencionou-se chamar Classicismo, isto porque os clssicos eram os antigos filsofos greco-latinos que por sua influncia e saber poderiam ser considerados importantes ao ponto de serem estudado em classes. Classicismo e seu significado Este termo tambm teve alguns significados, poderia referi-se a um escritor aristocrtico.

pintura tpica do classicismo Outra definio pode ser o classicismo como conjunto de caracteres estticos, definindo o estilo cultural, artstico e literrio de um perodo, por oposio ao barroco, ao romntico.

Os termos :clssico e classicismo tambm podem ser empregados a partir de uma mistura de definies de valores, como se arte greco-romana estabelecesse um padro para toda a arte produzida posteriormente , e periodizao histrica. A oposio clssico/ romntico permitiria explicar, no limite, o desenvolvimento das artes e da cultura na Europa. CARACTERSTICAS Imitao dos autores greco-latino: como exemplo: Homero, Aristteles, que eram gregos; Ccero, Virglio, Horcio que eram latinos. Um exemplo da influncia desses autores pode ser vista em um trecho do poema de Cames,abaixo : As armas e os bares assinalados Que, da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda alm da Traprobana, (Cames, Os lusadas) Preocupao com a forma: Rgida exigncia quanto a mtrica e a rima dos poemas; acentuada preocupao com a correo gramatical, principalmente com a clareza na expresso do pensamento, a sobriedade e a lgica; preocupa-se com a observncia das distines ou diferenas entre os gneros literrios. Construo frasal :ocorre a inverso dos termos na orao e de outras no mesmo perodo, isto devido a influncia latina. Utilizao da mitologia greco-latina: para dar um efeito mais artstico, porque os personagens mitolgicos simbolizam aes, demonstram sentimentos e atitudes humanas. Universalidade e impessoalidade: ampla preocupao com as verdades eternas e universais, no levando em conta opinies particulares e o pessoal, no se tem opinio do autor. Temas de interesse da poca: como os descobrimentos e as expanses martimas. Idealismo: A arte clssica era naturalista e objetiva; a realidade era idealizada pelo artista. A mulher amada era descrita como um ser celestial, igual aos anjos; a natureza era vista como uma regio paradisaca, onde a paz e a harmonia de bosques e florestas eram mostradas. PRINCIPAIS AUTORES PORTUGUESES Lus Vaz de Cames: (1525?-1580), O escritor mais conhecido e destacado do classicismo portugus. Escreveu poesias lricas e picas, alm de vrias peas teatrais. A obra Os lusadas, foi publicada em 1572 , mostra muito bem como era a

viso do mundo e dos homens na poca, algo prprio do classicismo. Serviu como matria informativa, ou melhor, como uma reportagem de um dos fatos mais importantes da histria portuguesa. O poema tem como tema principal a narrao da viagem de Vasco da Gama as ndias,o enfoque maior no povo portugus, em como conseguiu conquistar novas terras, por isso o enfoque no povo e no em algum especfico. Francisco de Miranda: (1495-1558), seus trabalhos giraram em torno da poesia e a comdia. Por ter vivido algum tempo na Itlia, ele introduziu em Portugal o soneto,uma nova forma potica com base na arte renascentista. Bernardim Ribeiro: (1482-1552), sua obra de destaque foi Menina e Moa, publicado em 1554. Antnio Ferreira: (1528-1569), Sua obra principal foi A castro (ou Tragdia de d.Ins de Castro), escrita em versos, publicada em 1587, em Portugal. Como Luis de Cames foi o mais destacado e conhecido poeta portugus deste perodo, ser dado maior nfase a ele. CAMES LRICO A base do amor para os poetas clssicos fundamentava-se, em trs pensamentos diferentes: o racionalismo, a idealizao e o espiritualismo. Outro poeta que influenciou os poetas portugueses, foi o filsofo grego Plato. PLATONISMO Plato, (129-347 a.C), influenciou muitas das poesias de Cames. Principalmente no que se refere a Beleza e ao Amor. Para Plato,que tinha um pensamento meio espiritual, nossa alma, que segundo ele est presa ao corpo na vida terrena, passa a ligar-se a beleza, isto porque a pequena memria de uma Beleza soberana contemplada em outro universo. O amor platnico na verdade, a supremacia em direo a Beleza que ultrapassa a pessoa e os prazeres dos sentidos. LITERRIOS MOVIMENTOS LITERRIOS: A LITERATURA DE INFORMAO Objetivo: Esta lio visa mostrar os primeiros passos da literatura tanto no Brasil como em Portugal. Era na verdade os registros de navegao, os relatos da vida tanto nos navios como nas novas terras recm-descobertas, os destaques foram Pero Vaz de Caminha, que escreveu carta a D. Manuel, Padre Manuel da Nbrega, com influncia na educao da poca ,e Jos de Anchieta, sua marca foi nas poesias e no teatro, na literatura dos jesutas. Pr-requisito: Seguir a seqncia das lies, pois as lies esto na ordem de cada movimento literrio.

LITERATURA DE INFORMAO A Carta a EL-rei d.Manuel o primeiro de uma serie de textos sobre o Brasil, um real registro do nascimento do Brasil. Nela so contados os primeiros contatos entre portugueses e nativos, as primeiras povoaes em terras brasileiras, que no fossem ndios,mas sim europeus. So obras escritas nesta poca, quase sempre sem intenes artsticas,o objetivo delas eram informar a sociedade europia como estava sendo o trabalho e vida nas colnias recm-descobertas. Eram de grande importncia porque registravam as condies de vida e a mentalidade dos primeiros colonizadores e habitantes das novas terras. Por isso que estes textos passaram a ser chamados de Literatura informativa sobre o Brasil. Alm disso houve tambm a literatura dos jesutas, esta com um objetivo mais religioso. Os autores de destaque foram: Pero Vaz de caminha e Padre Jos de Anchieta. Muitos so as historias dos viajantes que compararam o Novo Mundo ao Paraso. Amrico Vespcio, que esteve no Brasil em 1503, Cristvo Colombo, que foi o descobridor da Amrica, e outros navegantes que escreveram cartas aos papas relatando terem encontrado o Paraso terreal. Diferentes dos europeus colonizadores, os ndios que viviam naquela regio no tinham as doenas graves dos brancos, e nem conheciam a noo do pecado, eles viviam livres em suas terras em um regime de igualdade, comunho de bens e decises comunitrias. A carta de pero Vaz de Caminha possui um grande valor histrico, mas um duvidoso valor literrio j que sua carta teve o objetivo de informar a situao encontrada na nova terra. Os dois grandes interesses presentes na carta de Caminha so: - Interesse material (ouro e prata). - Interesse espiritual (catequese dos ndios). terra. - Descrio da flora, fauna e a geografia tanto dos nativos, como da prpria

Agora tem-se alguns trechos da carta a El-rei Dom Manuel, por Pero Vaz de Caminha: E neste dia, a hora de vspera, houvemos vista de terra, isto , primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo, e doutras serras mais baixas a sul dele e de terra ch com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capito ps nome o Monte Pascoal e a terra a terra de Vera Cruz. E dali houvemos vista dhomens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundos os navios pequenos disseram, por chegarem primeiro.(...) A feio deles serem pardos, maneira davermelhados, de bons rostos e narizes, bem feitos. Andam nus,

sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E esto acerca disso com tanta inocncia como tem em mostrar o rosto. O capito, quando eles vieram, estavam assentado em uma cadeira e uma alcatifa aos ps por estrado, e bem vestidos, com um colar douro mui grande ao pescoo. (...)Um deles, porm, ps olho no colar do capito e comeou dacenar com a mo para a terra e depois para o colar, como que nos dizia que havia em terra ouro. E tambm viu um castial de prata e assim mesmo acenava para a terra e ento para o castial, como que havia tambm prata. E uma daquelas moas era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a qual, certo, era to bem feita e to redonda a sua vergonha, que ela no tinha, to graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais, feies, fizera vergonha, por no terem a sua como ela. Nela at agora no pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem nenhuma cousa de metal, nem de ferro; nem olho vimos. A terra, porm, em si, de muito bons ares, assim frios e temperados como os dAntre Doiro e Minho, porque neste tempo dagora assim os achvamos como os de l. guas so muitas, infindas. E em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo por bem das guas que tem. Mas o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que ser salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lanar. A literatura Quinhentista foi uma continuao da literatura portuguesa. A literatura dos viajantes est baseada nas cartas, crnicas, relatrio, documentos, enviados pelos padres, colonos, viajantes e aventureiros que falaram da flora, da fauna, da geografia e dos usos e costumes dos ndios. Os colonizadores portugueses esperavam encontrar no Brasil as mesmas condies que os tornaram ricos com a explorao das ndias. Os europeus ainda tinham em mente o mito do Eldorado, a cidade de ouro, uma regio de incrveis riquezas, onde haveria pouco trabalho braal e muito lucro. Este tipo de pensamento fez com que o colonizador portugus no se apegasse a terra e com isso o tratamento dado a ela foi de maneira agressiva, com o nico objetivo de tirar toda a riqueza dela, sem medir as conseqncias. O pensamento do colonizador era somente um: enriquecer logo para poder voltar para Portugal rico. A princpio no Brasil a fonte de renda para os colonizadores era o pau-brasil, embora tivesse um importante valor no mercado de negcios, no chegava a se igualar aos preciosos recursos do Oriente. Somente em 1532, aproveitando-se do preo compensador do acar, os portugueses iniciaram o cultivo do acar em terras brasileiras, auxiliados pelo trabalho escravo. No entanto, a Carta e os outros textos produzidos no incio da colonizao queriam apenas enaltecer exageradamente a terra e a fertilidade do solo, sem na verdade ter uma real analise da situao. Esse tipo de pensamento em relao ao Brasil sempre contribuiu para certos para equvocos prejudiciais que atrasaram o desenvolvimento da regio. No Brasil ou em qualquer outro lugar, sempre ser necessrio muito trabalho, esforo e planejamento, s assim dar-se- nela tudo, por bem das guas que tem, como escreveu Pero Vaz de Caminha em sua carta a D.Manuel.

Alm da Carta, os seguintes textos informativos foram de destaque: - Tratado da terra do Brasil (1570?) e Historia da Provncia de Santa Cruz a que vulgarmente foi chamada de Brasil (1576), de Pero Magalhes Gandavo; - Tratado descritivo do Brasil (1587), de Gabriel Soares de Sousa; - Dilogos das grandezas do Brasil, escrito em 1618 por Fernandes Brando. So encontrados nas obras da literatura informativa, muito elementos que mais tarde vieram a servir para dar uma base para compor o indianismo de Gonalves Dias, Jos de Alencar, Gonalves de Magalhes e outros escritores do romantismo. LITERATURA DOS JESUTAS A carta que o padre Manuel da Nbrega escreveu, descrevendo a chegada da primeira misso jesutica no Brasil, por ele chefiada, em 1549, inaugurou a literatura informativa dos jesutas no Brasil, j que eles contriburam em muito nesta parte da literatura. O maior representante deste tipo de literatura entre os jesutas foi o padre Jos de Anchieta. Jos de Anchieta (1534-1597) nascido numa das ilhas Canrias e chegou ao Brasil em 1553; assim que chegou colaborou com Manuel da Nbrega na fundao de um colgio em Piratininga, vilarejo que daria origem a cidade de So Paulo. Alm disso, ele escreveu cartas, sermes, poesias e peas teatrais, utilizou os idiomas: latim, Tupi e portugus, em suas obras onde teve uma grande influncia missionria. POESIA Anchieta utilizava em suas poesias as antigas medidas, ou seja, versos de cinco ou sete slabas nos cancioneiros medievais. Anchieta tambm escreveu poemas de sentido religioso, com versos fceis de serem cantados em cerimnias da igreja. Na verdade eram poesias essencialmente ingnuas, com contedo simples, mas direto, sem muita complexidade para poder ser bem aceito e entendido na sociedade europia, pois era ela que patrocinava as expedies e viagens. TEATRO Tambm com a inteno de catequizar os ndios, impor os conceitos europeus a eles, Anchieta foi o introdutor do teatro no Brasil. Suas peas seguiam as tradies dos teatros medievais, principalmente tendo como modelo os autos de Gil Vicente. O Auto de So Loureno a obra mais importante delas: uma pea trilngue , porque abrangeu trs idiomas:Castelhano, Tupi, portugus. Tambm teve a dana cantada, onde o tema predominante foi a luta de So Loureno e So Sebastio contra os demnios, que infelizmente tinham nomes tupis como Guaixar e Amber,com isso a cultura indgena passa a ser desvalorizada, pois os heris eram

santos conhecidos e adorados pelos europeus,mas os viles tinham origens na cultura dos nativos. O objetivo disso era supostamente adaptar a viso catequtica para a realidade indgena. Mas na realidade ser for bem analisado esta adaptao de viso serviu para transformar os ndios( por acaso donos da terra) em viles ou de inferiores aos brancos. A pea foi apresentada no ptio da Capela de So Loureno, no Morro de So Loureno, em Niteri (RJ), em 1583. LITERRIOS MOVIMENTOS LITERRIOS: BARROCO Objetivo: Esta lio mostrar as origens do barroco,seus principais autores,como foi seu desenvolvimento na Europa, principalmente em Portugal. Aqui no Brasil teve uma grande influncia e tambm teve seus autores. Pr-requisito: Continuar a seguir as lies. BARROCO O estilo barroco teve uma orientao artstica que surgiu na Itlia, especialmente em Roma, na virada para o sculo XVII. Na verdade,serviu como uma reao ao artificialismo maneirista do sculo anterior. O novo estilo estava comprometido com a emoo genuna e, ao mesmo tempo, com a ornamentao vivaz. A base para esse movimento foi o drama humano , que na pintura barroca foi bem encenado com gestos teatrais muitssimo expressivos, sendo iluminado por um extraordinrio claro-escuro e caracterizado por fortes combinaes cromticas.O termo Barroco usado para designar o estilo que, partindo das artes plsticas teve seu apogeu literrio no sculo XVII, prolongando-se at meados do sculo XVIII. No Brasil,esse movimento teve sua influncia entre 1601 e 1768 com os seguintes eventos marcantes: - 1601: publicao de Prosopopia, de Bento Teixeira Pinto; - 1768: publicao das Obras poticas, de Cludio Manuel das Costa, que assinala o incio do Arcadismo no Brasil. CONTEXTO HISTRICO A REFORMA O Barroco se manifestou em um perodo em que a igreja tinha uma forte influncia na sociedade europia. Isto fez com que alguns dos seus membros ou que

nela se infiltraram no por motivos puramente religiosos, mas pelo desejo de ter um status, j que na poca fazer parte do clrigo era visto como algo de grande valor e isto fazia com que pessoas que no tinham verdadeiras vocaes religiosas tivessem cargos dento da religio e assim atravs da atuao clerical vivessem como senhores nobres ou como pecadores contumazes, contrariando os ideais de humildade e simplicidade da doutrina crist. Esta situao serviu como forte motivo para uma ciso ou diviso dentro da igreja, que foi definitivamente concretizada pela Reforma Protestante de Martinho Lutero, iniciada em 1517, seguida da entrada de Joo Calvino, em 1532. Os reformadores, Lutero na Alemanha e Calvino na Frana, reivindicavam a reaproximao da Igreja do esprito do cristianismo primitivo. Calvino tinha a idia de que todos os fiis podiam ter acesso ao sacerdcio, inclusive as mulheres. Era contra a hierarquia e colocou pastores como ministros das igrejas, aos quais era permitido o casamento. Calvino pregou a teoria da predestinao, para ele era Deus que daria a salvao a poucos eleitos e que o homem tinha que buscar o lucro por meio do trabalho e da vida regrada, isto marcou a tica protestante ficou bem atraente para o pensamento capitalista principalmente para a burguesia. A CONTRA-REFORMA Com o objetivo de acabar com os exageros que haviam afugentados muitos fiis e permitiu o xito dos reformistas em alguns pases, com isso a igreja comeou a organizar a contra-reforma. Para isso, foi convocado o Conclio de Trento (15451563), com o objetivo de restabelecer a disciplina do clero e a reafirmao dos dogmas e crenas catlicos. Depois do Conclio de Trento, criou-se o ndex, uma espcie de ndice para censurar os livros que pregavam doutrinas contrrias ou diferentes da doutrina catlica. A inquisio passa a ser reorganizada para ter julgamentos de cristos, hereges e de judeus acusados, ou seja de qualquer pessoa que fosse contra os princpios cristos ou da igreja dominante da poca. A tentativa de conciliar o espiritualismo medieval e o humanismo renascentista resultou numatenso, ou uma disputa entre foras opostas: o teocentrismo e o antropocentrismo. Caractersticas da literatura barroca Culto do contraste: o dualismo barroco coloca em contraste a matria e o esprito, o bem e o mal, Deus e o Diabo, cu e a terra, pureza e o pecado, a alegria e a tristeza, a vida e a morte. Conscincia da transitoriedade da vida: a idia de que o tempo consome, tudo leva consigo,e que conduz irrevogavelmente a morte, reafirma os ideais de humildade e desvalorizao dos bens materiais, ou seja sem apego aos bens materiais. Gosto pela grandiosidade: caracterstica comum expressa com o auxilio de hiprboles, ou seja exageros, figura de linguagem que consiste em aumentar exageradamente algo a que se estar referindo.

Frases interrogativas: que refletem dvidas e incertezas, questionamentos: que amor sigo? Que busco? Que desejo? O que quero da vida? Cultismo: o jogo de palavras, o estilo trabalhado. Predominam hiprbole, hiprbatos (isto , alterao da ordem natural das palavras na frase ou das oraes no perodo) e metforas (comparaes), como: diamantes que significam dentes ou olhos. Conceptismo: o jogo de idias ou conceitos, de conformidade com a tcnica de argumentao. comum o uso de anttese, ou seja idias contrrias, paradoxos. enquanto os cultistas tinham a viso direcionada aos sentidos, j os conceptistas eram direcionados a inteligncia.

Barroco em Portugal Em Portugal, oBarroco ou tambm chamado Seiscentismo (porter sido estilo que teve incio no final do sculo XVI), tem como marcoinicial a Unificao da Pennsula Ibrica sob o domnio espanhol em1580 e se estender at por voltada primeira metade do sculo XVIII,quando ocorre a Fundao da Arcdia Lusitana, em 1756 e tem incio oArcadismo. O Barroco corresponde a um perodo de grande turbulnciapoltico-econmica, social, e principalmente religiosa. A incerteza e acrise tomam conta da vida portuguesa. Fatos importantes como: otrmino do Ciclo das Grandes Navegaes, a Reforma Protestante,liderada por Lutero (na Alemanha) e Calvino (na Frana) e o MovimentoCatlico de Contra-Reforma,marcam o contexto histrico do perodo ecolaboram com a criao do Mito do Sebastianismo, crena segundo aqual D.Sebastio, rei de Portugal (aquele a quem Cames dedicou OsLusadas), no havia morrido, em 1578, na Batalha de Alccer Quibir,mas que estava apenas encoberto e que voltaria para transformarPortugal no Quinto Imprio de que falam as Escrituras Sagradas). D.Joo visto como o novo messias, o novo salvador. Mas o que vem a ser a palavra Barroco? No h um consensoquanto sua origem. A mais aceita diz que o termo deriva da palavraBarrquia, nome de uma regio da ndia, grande produtora de umaprola de superfcie irregular e spera com manchas escuras, conhecidapelos portugueses como barroco. Aproximando-se assim do estilo, quesegundo os clssicos era um estilo irregular, defeituoso, de maugosto. Lembre-se de que a tradio clssica era marcada pela busca daperfeio e do equilbrio. Vejamos quais so as principais caractersticas barrocas Dualismo = O Barroco a arte do conflito, do contraste. Reflete a intensificao do bifrontismo (o homem dividido entre a heranareligiosa e mstica medieval e o esprito humanista, racionalista doRenascimento). a expresso do contraste entre as grandes forasreguladoras da existncia humana: f x razo; corpo x alma; Deus xDiabo; vida x morte, etc. Esse contraste ser visvel em toda a produobarroca, freqente o jogo, o contraste de imagens, de palavras e deconceitos. Mas o artista barroco no deseja apenas expor os contrrios,ele quer concili-los, integr-los. Da ser freqente o uso de figuras delinguagem que buscam essa unidade, essa fuso.

Fugacidade = De acordo com a concepo barroca, no mundo tudo passageiro e instvel, as pessoas, as coisas mudam, o mundomuda. O autor barroco tem a conscincia do carter efmero da existncia. Pessimismo= Essa conscincia da transitoriedade da vida conduz freqentemente idia de morte, tida como a expressomxima da fugacidade da vida. A incerteza da vida e o medo da mortefazem da arte barroca uma arte pessimista, marcada por umdesencantamento com o prprio homem e com o mundo. Fesmo= No Barroco encontramos uma atrao por cenas trgicas, por aspectos cruis, dolorosos e grotescos. As imagensfreqentemente so deformadas pelo exagero de detalhes. H nessemomento uma ruptura com a harmonia, com o equilbrio e a sobriedadeclssica. O barroco a arte dos contrastes, do exagero. Tenso religiosa =Intensifica-se no Barroco, aspectos que j vinham sendo percebidos no Humanismo e no Classicismo ANTROPOCENTRISMO X TEOCENTRISMO = TENSO

A igreja catlica, atravs da Contra-Reforma, tenta recuperar oteocentrismo medieval (Deus como centro de todas as coisas) e ohomem barroco no deseja perder a viso antropocntrica renascentista(O homem como o centro de todas as coisas), assim o Barroco tentaatingir a sntese desses valores, ou seja, tenta conciliar razo e f, corpoe alma, espiritualismo e materialismo. Poderamos dizer que seria, emoutras palavras, a racionalizao da f, a busca da salvao atravs dalgica.O Barroco apresenta duas faces. Vejamos quais so: CULTISMO= Corresponde ao jogo de palavrase imagens visando ao rebuscamento da forma do texto, ornamentao e erudio vocabular. Nessa vertente barroca comum o uso exageradodas figuras de linguagem, como metforas, antteses, hiprboles,hiprbatos, entre outras.O cultismo tambm chamado de Gongorismo, por ter sido muito influenciado pelo poeta espanhol Lus de Gngora. CONCEPTISMO= Corresponde ao jogo de idiase de conceitos, pautado no raciocnio lgico, visando ao convencimento a r g u m e n t a o . O conceptismo tambm chamado de

Quevedismo, por ter sido muito influenciado pelo tambm espanhol, Francisco Quevedo. O jogo no s de idias, mas tambm de palavras pode sercompreendido sob dois aspectos: um primeiro e mais visvel relaciona-se ao prprio esprito de contradio do Barroco e um segundo e maissutil, relaciona-se necessidade que os poetas tinham de escapar dargida censura da Inquisio, da o uso exagerado das metforas (figurade linguagem usada para sugerir idias de maneira sutil Padre Antnio Vieira sem dvida o grande nome do Barroco em Portugal. Por ter passado boa parte de sua vida no Brasil, alguns estudiosos costumam dizer que ele, juntamente comGregrio de Matos, representante do Barroco brasileiro. Entretanto, como mostram outros autores, no podemos esquecer que mesmo escrevendono e sobre o Brasil, o seu ponto de vista era sempre o do defensor dosinteresses do intelectual europeu. O Sermo da Sexagsima uma de suas principais obras. Nela, Padre Antnio Vieira faz uma srie de reflexes a respeito da arte depregar, constituindo-se assim uma obra metalingstica, ou seja, utiliza-se do prprio sermo para ensinar como faz-lo, sempre condenando osexageros do cultismo. Vieira era contrrio aos que se preocupavamapenas com as palavras, esquecendo-se da Palavra de Deus, com letramaiscula. E no Brasil, o que havia nesse perodo? O BAROCO NO BRASIL Este movimento s se tornou realidade no Brasil quando a explorao das minas de metais preciosos em Minas gerias deu oportunidade para o surgimento de novas cidades e vilarejos, pois com elas vieram tambm a cultura e a arte. Um exemplo foi a : ARQUITETURA BARROCA Teve sua viso voltada para e construo de fortalezas, casas de engenho, igrejas pertencentes a muitas ordens como a dos beneditinos. Alguns de seus principais representantes foram: Francisco Frias de Mesquita, que veio para o Brasil em 1603; Francisco Dias , que foi um jesuta e que projetou a primeira igreja jesutica no Brasil; Francisco dos Santos, teve sua atuao em Olinda, foi arquiteto e tambm franciscano, seus projetos foram: a igreja de Nossa Senhora das Neves e o convento de So Francisco;Macrio de So Joo, ele foi frei beneditino, que teve entre os seus principais projetos, o Convento de Santa Teresa, o Mosteiro de So Bento Casa de Misericrdia, em Salvador. Francisco Xavier de Brito foi escultor portugus, radicando no Brasil, acabou influenciando a obra do mestre Aleijadinho; Antonio Francisco Lisboa, tambm conhecido como o Aleijadinho, visto como o maior gnio da arte brasileira.

MSICA A msica barroca, por sua vez, tem nos nomes de Jos Joaquim Emerico Lobo de Mesquita e Marcos Coelho Neto sua maior representatividade. LITERATURA A publicao, em 1601, do poema Prosopopia, de Bento Teixeira, marca o incio da literatura barroca no Brasil. Prosopopia um poema de 94 estrofes que exalta, de forma exacerbada, a figura de Jorge de Albuquerque Coelho, segundo donatrio da capitania de Pernambuco. Influenciado por Cames, Bento Teixeira transcreve em seu poema Prosopopia inmeros trechos de Os Lusadas, estabelecendo, desta forma, um vnculo estreito entre a literatura brasileira e a literatura portuguesa do perodo. Interessante apenas como um documento histrico da fase inicial da literatura brasileira, o poema de Bento Teixeira no apresenta grande valor esttico. Estendendo-se at 1768, a literatura barroca produzida no Brasil refletiu as tendncias e caractersticas literrias de pennsula ibrica. Em resumo tem-se: Origens do Barroco - Jesutas como responsveis histricos pela formao do Barroco. Barroco no Brasil: - Realidade cultural a partiu do surgimento de cidades e vilarejos de Minas Gerais; - Novas cidades e vilarejos originaram o desenvolvimento de manifestaes culturais e artsticas como arquitetura, artes plsticas, msicas e literatura; - Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, visto como o maior gnio da arte barroca; - Marco da literatura barroca no Brasil: o poema Prosopopia, de Bento Teixeira, publicado em 1601. LITERATURA ARCADISMO- parte I Objetivo: esta lio mostrar detalhe sobre o estilo literrio: arcadismo. Como surgiu, quais foram os seus principais autores e escritores. Que ideologias foram as bases para esse movimento e como ele repercutiu na sociedade da poca. Como foi a sua atuao em Portugal. ARCADISMO

O Arcadismo, ou Setecentismo (anos 1700) ou Neoclassicismo o perodo que caracteriza principalmente a Segunda metade do sculo XVIII,porque o esprito reformista envolve este sculo numa valorizao antropocntrica, de um saber racional que reflete o desenvolvimento tecnolgico, industrial, social e cientfico. Vivese, agora, o Sculo das Luzes, o iluminismo burgus que prepara o caminho para a Revoluo Francesa. No incio do sculo XVIII ocorre a decadncia do pensamento barroco, para a qual colaboraram vrios fatores: o exagero da expresso barroca havia cansado o pblico, e a chamada arte cortes, que se desenvolvera desde a Renascena, atinge em meados do sculo um estgio estacionrio e mesmo decadente, perdendo terreno para o subjetivismo burgus; o problema da ascenso burguesa supera a questo religiosa; surgem as primeiras arcdias, que procuram a pureza e a simplicidade das formas clssicas; no combate ao poder monrquico, os burgueses cultuam o "bom selvagem", em oposio ao homem corrompido pela sociedade do Ancien Rgime ( o velho regime monrquico). Como se observa, a burguesia atinge a hegemonia econmica e passa a lutar pelo poder poltico, ento em mos da monarquia. Isso se reflete claramente no campo social e artstico: a antiga arte cerimonial cortes d lugar ao gosto burgus. O Arcadismo tem esprito nitidamente reformista, pretendendo reformular o ensino, os hbitos, as atitudes sociais, uma vez que a manifestao artstica de um novo tempo e de uma nova ideologia. No sculo XVIII a influncia sobre Portugal vem da Frana devido a emancipao poltica da burguesia. Essa mesma burguesia responsvel pelo desenvolvimento do comrcio e da indstria e j assistia a algumas vitrias na Inglaterra e Estados Unidos. Na Frana, a partir de 1750, os filsofos atacam o poder real e clerical e denunciam a corrupo dos costumes com grande violncia. Em Portugal, o Arcadismo estende-se desde 1756, com a fundao da Arcdia Lusitana, at 1825, com a publicao do poema "Cames", de Almeida Garret, considerado o marco inicial do Romantismo portugus. No Brasil, considera-se como data inicial do Arcadismo o ano 1768, em que ocorrem dois fatos marcantes: a fundao da Arcdia Ultramarina, em Vila Rica, e a publicao de Obras, de Cludio Manuel da Costa. A Escola Setecentista desenvolvese at 1808, com a chegada da Famlia Real ao Rio de Janeiro, a qual, com suas medidas poltico-administrativas, permite a introduo do pensamento pr-romntico no Brasil. - CONTEXTO HISTRICO-CULTURAL No sculo XVIII, o fortalecimento poltico da burguesia e o aparecimento dos filsofos iluministas formam um novo quadro sociopoltico-cultural, que necessita de outras frmulas de expresso. Combate-se a mentalidade religiosa criada pela Contra-Reforma, nega-se a educao jesutica praticada nas escolas, valoriza-se o estudo cientfico e as atividades humanas, num verdadeiro retorno cultura renascentista. A literatura tem por objetivo restaurar o equilbrio por meio da razo.

Em meados do sculo XVIII surge na Inglaterra e na Frana uma burguesia que passa a dominar economicamente o Estado, atravs de um vasto comrcio ultramarino e da multiplicao de estabelecimentos bancrios, assenhoreando-se mesmo de uma parte da agricultura. Em toda a Europa tais circunstncias so semelhantes, e as influncias do pensamento burgus se alastram. Nesse momento, geram-se duas manifestaes distintas, mas que se completam. O momento potico nasce de um encontro, com a natureza e os afetos comuns do homem, refletidos atravs da tradio clssica e de formas bem definidas, julgadas dignas de imitao ( Arcadismo); e o momento potico ideolgico, que se impe no meio do sculo, e traduz a crtica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero. Em 1748, Montesquieu publica O esprito das leis, obra na qual prope a diviso do governo em trs poderes ( Executivo, legislativo e Judicirio). Voltaire, como Montesquieu, relacionado com a alta burguesia, defende uma monarquia esclarecida. Em 1851, dirigido por Diderot e D'Alembert, aparece o Discours prliminaires de l'encyclopdie, cultuando a razo, o progresso e as cincias. Importante papel desempenhou Jean-Jacques Rousseau ( O contrato social; Emlio), defensor de uma governo burgus e do ideal de "bom selvagem"o homem nasce bom, a sociedade que o corrompe"; portanto, o homem deveria voltar-se para o refgio da natureza pura). dentro desse quadro que se desenvolve o Iluminismo europeu, transformando o sculo XVIII no Sculo das Luzes, que resulta no despotismo esclarecido, governo forte dando segurana ao capitalismo mercantil da burguesia e preparando terreno para a Revoluo Francesa. A influncia neoclssica penetrou em todos os setores da vida artstica europia, no sculo XVIII. Na Itlia essa influncia assumiu feio particular. Conhecida como Arcadismo, inspirava-se na lendria regio da Grcia antiga. Segundo a lenda, a Arcdia era dominada pelo deus Pan e habitada por pastores que, vivendo de modo simples, e espontneo, se divertiam cantando, fazendo disputas poticas e celebrando o amor e o prazer. Os italianos, procurando imitar a lenda grega, criaram a Arcdia em 1690 uma academia literria que reunia os escritores com a finalidade de combater o Barroso e difundir os ideais neoclssicos. Para serem coerentes com certos princpios, como simplicidade e igualdade, os cultos literrios rcades usavam roupas e pseudnimos de pastores gregos e reuniam-se em parques e jardins para gozar a vida natural. No Brasil e em Portugal, a experincia neoclssica na literatura se deu em torno dos modelos do Arcadismo italiano, com a fundao de academias literrias, simulao pastoral, ambiente campestre, etc. Esses ideais de vida simples e natural vm ao encontro dos anseios de um novo pblico consumidor em formao, a burguesia, que historicamente lutava pelo poder e denunciava a vida luxuosa da nobreza nas cortes. - EXPRESSO ARTSTICA DA BURGUESIA

Foi nesse contexto de fermentao filosfica e lutas polticas que surgiu o Arcadismo, voltado para um novo pblico consumidor, formado pela burguesia e pela classe mdia. Como expresso artstica dessas camadas sociais, o Arcadismo identifica-se com as idias da Ilustrao e veicula-as sob a forma de valores que se opem ao tipo de vida levado pelas cortes aristocrticas e arte que consumiam, o Barroco. Da a idealizao da vida natural, em oposio vida urbana; a humildade, em oposio aos gastos exorbitantes da nobreza; o racionalismo, em oposio f; a linguagem simples e direta, em oposio linguagem rebuscada do Barroco. Esses valores artsticos e culturais assumiram, no contexto da sociedade europia do sculo XVIII, um significado de clara contestao poltica, j que flagravam os privilgios da nobreza e do clero e propunham uma sociedade mais justa, racional e livre. O Arcadismo pode ser visto, sob o ponto de vista ideolgico, como um arte revolucionria. Contudo, do ponto de vista esttico, uma arte conservadora, pois ainda se liga tradio clssica, tanto tempo cultivada pelas cortes aristocrticas. - CARACTERSTICAS DO MOVIMENTO LITERRIO A linguagem rcade a expresso das idias e dos sentimentos do artista do sculo XVIII. Seus temas e sua construo procuram adequar-se nova realidade social vivida pela classe que a produzia e a consumia: a burguesia. Outras caractersticas da linguagem rcade que merecem destaque: Caractersticas - Arte ligada ao Iluminismo. Oposio ao absolutismo desptico e ao poder (barroco) da Igreja. - Afirmao orgulhosa da racionalidade. Razo = Verdade = Simplicidade e clareza. - Culto da simplicidade. Como se atinge a mesma? Atravs da imitao (no no sentido de cpia, mas no de seguir modelos j estabelecidos). - Imitao dos clssicos gregos. Em especial, Virglio e Tecrito, clssicos pastoris. - Imitao da natureza campestre, isto , da ordem e do equilbrio que essa natureza apresenta, o que d a mesma um carter de paraso perdido. Dois elementos decorrem da aproximao do rcade da natureza campestre: - Bucolismo: adequao do homem harmonia e serenidade da natureza. - Pastoralismo: celebrao da vida pastoril, vista como um eterno idlio entre pastores e pastoras. - Ausncia de subjetividade. O autor no expressa o seu prprio eu, adota uma forma pastoril ( era comum os escritores usarem pseudnimos em seus

poemas,sonetos e obras, como exemplo: Cludio Manuel da Costa Glauceste Satrnio, Toms Antnio Gonzaga Dirceu,Baslio da Gama Termindo Siplio,) - Amor galante. O amor entendido como um conjunto de frmulas convencionais. fugere urbem ( fuga da cidade): influenciados pelo poeta latino Horcio, os rcades defendiam o bucolismo como ideal de vida, isto , uma vida simples e natural, junto ao campo, distante dos centros urbanos. Tal princpio era reforado pelo pensamento do filsofo francs Jean Jacques Rousseau, segundo o qual a civilizao corrompe os costumes do homem, que nasce naturalmente bom. aurea mediocritas ( vida medocre materialmente mais rica em realizaes espirituais): A idealizao de uma vida pobre e feliz no campo, em oposio vida luxuosa e triste na cidade. Nestes versos de Toms Antnio Gonzaga, por exemplo, so exaltados o trabalho manual e o sentimento, em oposio ao artificialismo e s facilidades da vida urbana: Se no tivermos ls e peles finas, Podem mui bem cobrir as carnes nossas As peles dos cordeiros mal curtidas, E os panos feitos com as ls mais grossas. Mas ao menos ser o teu vestido Por mos de amor, por minhas mos cosido. Idias iluministas: como expresso artstica da burguesia, o Arcadismo direciona certos ideais polticos e ideolgicos dessa classe, no caso, ideais do Iluminismo. Os iluministas foram pensadores que defenderam o uso da razo, em contraposio f crist, e combateram o Absolutismo. Convencionalismo amoroso: na poesia rcade, as situaes so artificiais; no o prprio poeta quem fala de si e de seus reais sentimentos. No plano amoroso, por exemplo, quase sempre um pastor que confessa o seu amor por uma pastora e a convida para aproveitar a vida junto natureza. Porm, ao se lerem vrios poemas, de poetas rcades diferentes, tem-se a impresso de que se trata sempre de um mesmo homem, de uma mesma mulher e de um mesmo tipo de amor. No h variaes emocionais. Isso ocorre devido ao convencionalismo amoroso, que impede a livre expresso dos sentimentos. O que mais importava ao poeta rcade era seguir a conveno, fazer poemas de amor como faziam os poetas clssicos, e no expressar os sentimentos. A mulher vista como um ser superior, inalcanvel e imaterial. Carpe diem: o desejo de aproveitar o dia e a vida enquanto possvel, esta idia retomada pelos rcades e faz parte do convite amoroso. - O ARCADISMO EM PORTUGAL Para os portugueses, o sculo XVIII iniciou-se com um processo de modernizao, atravs dos planos econmico, poltico, administrativo, educacional e cultural. A produo literria foi ampla e variada, incentivada principalmente pelas academias literrias rcades. A principal expresso literria desse perodo, Manuel Maria du Bocage, foi um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos, Nas

primeiras dcadas desse sculo, chegaram a Portugal as idias iluministas, que entusiasmaram intelectuais, artistas e at mesmo o rei D. Joo V e seu sucessor D.Jos I, que desejavam modernizar o pas. Esse projeto deveria, ainda, satisfazer os interesses da burguesia mercantil e colonial, equiparando Portugal novamente s grandes naes europias. Com amplos poderes, e, na condio de ministro, o Marqus, foi indicado a liderar essas idias. Com formao estrangeira, o Pe. Luis Antnio Verney, mudou significativamente o cenrio cientfico e artstico portugus, usando projeto de reforma pedaggica. Suas idias expostas na obra :Verdadeiro mtodo de estudar (1764), em que o escritor, atacava a orientao que os jesutas davam ao pas. Criticava a arte barroca e seus adeptos, como o Pe. Vieira.Nem mesmo Cames escapou das crticas, que viam nas antteses camonianas, traos da esttica barroca. Essas crticas originaram um amplo debate sobre a necessidade de renovar a cultura portuguesa. Como decorrncia desse perodo de agitao cultural, foi fundada a Arcdia Lusitana, em 1756, considerada o marco introdutrio do Arcadismo em Portugal. As academias literrias As academias literrias eram agremiaes que tinham por objetivo promover o debate permanente sobre a criao artstica, avaliar criticamente a produo de seus filiados e facilitar a publicao de suas obras. Portugal contou com duas importantes academias rcades: a Arcdia Lusitana, que efetivamente deu incio ao movimento rcade em Portugal, e a Nova Arcdia (1790), que contou com o maior poeta portugus do sculo XVIII: Manuel Maria Barbosa du Bocage. O gnero literrio predominante durante o Arcadismo portugus foi a poesia. Durante o sculo XVIII, dos escritores portugueses que mais se destacaram , um merece ateno especial: MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE:(Elmano Sadino) O poeta portugus Manuel Maria Barbosa du Bocage, tambm conhecido com o pseudnimo rcade de Elmano Sadino ( Elmano um anagrama de Manuel e Sadino relativo ao rio Sado, que corta a cidade de Setbal, onde nasc