Ensino Magazine 161

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JULHO 2011 /// 01 pub Julho 2011 Director Fundador João Ruivo Director João Carrega Publicação Mensal Ano XIV K N o 161 Distribuição Gratuita www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros Mais exames nacionais e nova avaliação C P 16 A 18 NUNO CRATO, NOVO MINISTRO DA EDUCAçãO DIRECçãO GERAL DE ENSINO SUPERIOR Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização n.º DE03052011SNC/GSCCS O Jornalismo não é uma profissão das 9 às 5 Institutos Politécnicos são mais eficientes ENSINO JOVEM Nouvelle Vague canta Táxi, GNR, Madredeus e Variações O grupo francês Nouvelle Vague vai editar um ál- bun de antigos êxitos da música Pop Portuguesa. O vocalista Olivier Libaux explica o porquê desta aposta. C P 19 C P 9 C P 20 pub GRUPO FRANCÊS REAVIVA POP DOS ANOS 80 MARIA JOãO RUELA EM ENTREVISTA Fundação Manuel dos Santos H SOFIA ESCOBAR COM LONDRES A SEUS PÉS C P 26 E 27 C P 2 A 4 A jornalista da SIC, Maria João Ruela, afirma que o jornalismo é uma profissão que exige muita paixão e lamenta que muitos estagiários que dão os primei- ros passos nas redacções se recusem a trabalhar ao fim-de-semana por mera conveniência pessoal. Em entrevista ao Ensino Magazine diz que o conhecimen- to do português, escrito e falado, é fundamental para a profissão.

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Edição em papel digital de Julho de 2011 do Ensino Magazine

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JULHO 2011 /// 01

pub

Julho 2011Director Fundador

João Ruivo

DirectorJoão Carrega

Publicação Mensal Ano XIV K No161

Distribuição Gratuita

www.ensino.euAssinatura anual: 15 euros

Mais exames nacionais e nova avaliação

C p 16 a 18

NuNo crato, Novo MiNistro Da eDucação

Direcção geral De eNsiNo superior

Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico.Autorização n.º DE03052011SNC/GSCCS

o Jornalismo não é uma profissão das 9 às 5

institutos politécnicos são mais eficientes

eNsiNo JoveM

Nouvelle vaguecanta táxi,gNr, Madredeus e variações

O grupo francês Nouvelle Vague vai editar um ál-bun de antigos êxitos da música Pop Portuguesa. O vocalista Olivier Libaux explica o porquê desta aposta.

C p 19

C p 9

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pub

grupo FraNcÊs reaviva pop Dos aNos 80

Maria João ruela eM eNtrevista

Fundação Manuel dos santos H

soFia escoBar coM loNDres a seus pÉs

C p 26 e 27

C p 2 a 4

A jornalista da SIC, Maria João Ruela, afirma que o jornalismo é uma profissão que exige muita paixão e lamenta que muitos estagiários que dão os primei-ros passos nas redacções se recusem a trabalhar ao fim-de-semana por mera conveniência pessoal. Em entrevista ao Ensino Magazine diz que o conhecimen-to do português, escrito e falado, é fundamental para a profissão.

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ta com o livro «viagens contadas», onde partilha com os leitores algumas das suas mais marcantes aventuras em lazer por esse mundo fora. como é que se define enquanto viajante?

paixão e lamenta que mui-tos estagiários que dão os primeiros passos nas redac-ções se recusem a trabalhar ao fim-de-semana por mera conveniência pessoal.

estreia-se na escri-

riu no Iraque em 2003 a fez parar de procurar experiên-cias novas em paragens por esse mundo fora, que agora conta em livro. A pivot da SIC, com mais de 20 anos de profissão no currículo, afir-ma que o jornalismo é uma profissão que exige muita

6 Conhecida do grande público pelas reportagens marcantes do processo Casa Pia, da tragédia de Entre-os-Rios, e a morte da princesa Diana, Maria João Ruela é longe das câmaras de televi-são uma viajante compulsi-va. Nem o acidente que a fe-

«o jornalismo não é uma profissão das 9 às 5»

Maria João ruela, JorNalista

Fujo um pouco ao mo-delo habitual. A minha con-cepção de viagem não tem propriamente a ver com uma planificação organi-zada e um guia. Viajo por prazer e normalmente sem um tempo definido, de for-ma a procurar viver expe-riências mais livres e que consigam ser mais marcan-tes. Não gosto de escolher destinos demasiado óbvios para fazer férias. Ainda re-centemente escolhi visitar uma terra de frio em pleno Verão. Não tenho receio do imprevisto e de descobrir coisas novas. Quando viajo, sempre com o meu marido, compro uma passagem de ida e de regresso, marco um hotel para a primeira noite e o resto fica ao sabor de como as coisas correrem.

Da leitura do livro fica-se com a ideia que prefere os locais mais improváveis e exóticos às cidades orga-nizadas. É verdade?

Gosto muito de cidades organizadas, mas não fa-zia sentido estar a descre-ver num livro de viagens, Londres, Paris ou Berlim. Pretendi abordar um ân-gulo diferente e até as ci-dades de que falo, como são o caso de Kiev, Gdansk ou São Petersburgo, estão um pouco à margem dos roteiros turísticos conven-cionais.

Na introdução de «via-gens contadas» conta a história do técnico de fisio-terapia que a acompanha, o João Barata. um invisual para quem traz postais dos sítios por onde passa. Quer falar-nos um pouco dele?

O João, com quem con-vivo semanalmente, é uma pessoa extraordinária, tan-to em termos profissionais como em termos pesso-ais. Houve um dia em que me pediu postais de uma viagem que eu ia fazer. E sabendo que ele é cego

achei, inicialmente, a soli-citação algo desconcertan-te, mas depois considerei fantástico que uma pessoa que está privada de ver co-lecciona postais turísticos. É um sinal que as pessoas não têm necessariamente que ter regras apertadas e constrangimentos de qualquer espécie. Confes-so que é um exercício e um desafio pessoal esco-lher sempre que viajo um postal para o João, mesmo sabendo que os preferidos dele são vistas parciais de cidades.

consegue escolher a viagem mais marcante?

Todas elas que estão no livro, mas especialmente a do Nepal, em que escalei o Annapurna. Até à altu-ra em que tive o acidente no Iraque, em 2003, fazia alpinismo, escaladas mais técnicas e corria – que é algo que eu adoro. Neste momento, devido à minha incapacidade, consigo ca-minhar 2 ou 3 horas, mas é impossível estar 8 horas a fazê-lo como no passado. Esse facto travou-me mui-tas das ambições que eu tinha.

Já tem planos para es-tas férias de verão?

Como com este livro que agora publiquei já viajei tanto em palavras, decidi que este ano vou fi-car por cá. Vou até Aveiro, onde nasci, desfrutar da praia e comer peixe. Mas como tenho amigos em várias cidades europeias, provavelmente darei um salto até Copenhaga, na Dinamarca, uma das pou-cas capitais do «velho continente» que não tive oportunidade de visitar. Depois se verá se, até final do ano, surge uma ideia de alguma viagem desafiante lá para o Inverno, aprovei-tando o facto de ser Verão no hemisfério sul. ;

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tem a noção de quantos países já vi-sitou?

Já testei aquela aplicação no Facebook sobre o número de países visitados e posso dizer que, por via do privilégio que tenho de ser jornalista, e das viagens pro-fissionais que efectuei, juntando ainda as que fiz a título, pessoal, conheço grande parte do mundo. Eventualmente, falta-me a África negra, onde nunca estive.

É uma das fundadoras da sic, a pri-meira estação privada portuguesa, que começou a emitir a 6 de outubro de 1992. como se sente por ter estado na origem de um dos projectos mais marcantes da comunicação social?

Estar na génese do primeiro canal pri-vado português é sempre algo que marca e que fica para a história. A primeira vez que entrei na SIC, ainda antes de o espa-ço ser transformando numa televisão, as instalações pertenciam a um armazém de bananas.

Foi um prazer integrar uma equipa tão jovem, originária de diversas proveniên-cias, uns vinham directamente das facul-dades, enquanto outros se transferiram

de rádios e jornais. Entrei na SIC como es-tagiária, depois de acabar a faculdade, e foi como um sonho, estar envolvida num projecto desta natureza.

Quais as reportagens ou os aconteci-mentos que mais a tocaram em quase 19 anos de televisão privada?

Lembro-me da primeira vez que fui ao estrangeiro, em 1997, quando morreu a princesa Diana. Foi uma emoção enorme. Tratou-se de um acontecimento planetá-rio e foi uma experiência incrível. Depois, em Março de 2001, aconteceu a tragédia com o autocarro que caiu da ponte de En-tre-os-Rios. Cheguei ao local poucas horas depois e estive lá durante uma semana. Este acontecimento significou uma vira-gem e obrigou a uma reflexão na forma como se fazia televisão e, curiosamente, coincidiu com o nascimento da SIC-Notí-cias, em Janeiro. Por efeito das transmis-sões efectuadas por este canal de notí-cias 24 horas/dia, os canais generalistas estiveram a emitir ininterruptamente um acontecimento que paralisou o país. Para além disso, acompanhei o processo Casa Pia desde o primeiro momento. Estive a noite toda no Tribunal de Instrução Crimi-nal (TIC) quando o Carlos Cruz foi detido, segui a evolução deste longo processo e

acabei por estar no dia da sentença, no Campus da Justiça, numa espécie de sim-bólico encerramento do mais mediático caso da justiça portuguesa.

os portugueses ainda hoje recordam o acidente em que esteve envolvida no ira-que, em 2003. como recorda esse serviço como enviada especial?

Estava cheia de vontade de experi-mentar um cenário de guerra. Sabia que corria riscos, mas ainda assim quis ir ao Iraque. Não correu da melhor maneira, porque regressei com uma lesão gravís-sima que me afectará até ao último dos meus dias, mas não estou arrependida e não olho para trás com amargura. Acon-tece. Já tinha estado anteriormente em cenários de guerra, como Sarajevo e na Macedónia, mas nunca num país, como o Iraque, onde não havia lei nem ordem.

o acidente obrigou-a profissionalmen-te a ficar mais confinada ao estúdio. sen-te-se fora do seu habitat que é sair para a rua em reportagem?

Desde 2005 que estou como editora executiva da SIC e da SIC-Notícias, coorde-

no e apresento os telejornais do fim-de-semana. Mas confesso que estou sempre mortinha para ir para o terreno. Aliás, acho que um jornalista que se preze nun-ca deve desligar-se da reportagem in loco. Já levo mais de 20 anos de profissão e continuo a achar que é o que mais gosto de fazer.

exerce funções executivas na informa-ção da sic. como responsável não parti-lha da opinião que se cometem muitos exageros no jornalismo televisivo, impe-rando, por vezes, a lógica do «vale tudo»?

Acho redutor afirmar que o jornalis-mo televisivo é tabloide. Admito que há notícias com esse registo, mas existem programas de informação e de debate de grande interesse e profundidade. Veja que as grandes reportagens têm tido um enorme sucesso em todos os canais. Por-tugal vive uma situação única: não conhe-ço outro país no mundo onde os jornais de televisão tenham 1h20m de duração média, por vezes até mais, e que se ofe-reça quase todas as noites, inclusive nos canais generalistas, debates, reportagens, entrevistas e opinião. A oferta informativa ganhou muito espaço, especialmente em horário nobre, e isso foi muito positivo para nós, jornalistas de televisão, e o ;

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6 Maria João Ruela tem 41 anos e é jornalista e pivot da SIC. Licenciada em Comunica-ção Social pela Universidade Nova de Lisboa iniciou a carreira na área da publicidade, como copy. Trabalhou como freelancer para jornais e revistas - Público, Independente e Marketing e Publicidade. Em 1992 integrou a equipa fundadora da SIC. Fez parte dos programas “Praça Pública”, “Casos de Polícia” e integrou a editoria de sociedade, onde acompanhou as áreas da Justiça e Administração Interna. Pivot de informação desde 1998, coordenadora de infor-mação desde 2005, assumiu as funções de editora-executiva desde 2007. Sempre viajou, em férias ou em trabalho. Fez reportagens em acontecimentos internacionais e em 2003 foi ferida em trabalho no Iraque, quando acompanhava a missão da GNR no país. É pela mão da editora «Esfera dos Livros» que faz a sua primeira incursão no mundo da escrita com o livro «Viagens contadas». K

público também saiu a ganhar.

Não reconhece que existe uma exces-siva tentação pelo directo ininterrupto e com pouco conteúdo?

Neste momento temos, com o Eco-nómico TV, quatro canais de informação contínua e é preciso compreender que um canal 24 horas vive de directos e do que está a acontecer naquele momento. Se está a acontecer naquele momento, e o telespectador quer saber, qual é a al-ternativa? Quem não quiser ver, sempre pode pegar no telecomando e mudar para o Fox Life.

em portugal existe pouca tradição de especializar jornalistas em editorias ou secções específicas. veria com bons olhos o reforço desta tendência?

Acho que seria salutar e tenho pena que estejamos a caminhar no sentido inverso. Em período de austeridade, as redacções ressentem-se disso, apostan-do-se em pessoas recém-saídas das facul-dades. Eu durante anos só acompanhei assuntos relacionados com Administração Interna na redacção da SIC.

Especializei-me naquela área. Neste momento, e da forma como a crise e os critérios economicistas também afectam o jornalismo, penso que é mais difícil manter essa especialização do que há uma década atrás.

terminou a sua licenciatura em comu-nicação social numa altura em que este curso começou a florescer. reconhece que teve a felicidade de ter sido formada em pleno boom do sector?

Tive a sorte de ter terminado o curso no ano em que apareceram os concursos para as televisões privadas e 3 anos de-pois de ter aparecido o jornal «Público». O sector da comunicação social estava a fervilhar, apresentava oportunidades e com tantos projectos a surgirem carecia de novos valores. Mas devo recordar que na altura a minha turma, de que fazia parte, entre outros, o actual director do “Expresso”, o Ricardo Costa, tinha ape-nas 40 alunos, não mais de uma centena como acontece hoje em dia.

como avalia a desenfreada corrida aos cursos de jornalismo?

Não compreendo que havendo uma contracção do mercado como é que se continua a abrir as portas das universi-dades a tanta gente. Obviamente que os licenciados em ciências da comunicação têm outras saídas profissionais que não o jornalismo, mas é natural que muitos acalentem o desejo secreto de trabalhar numa redacção. Constato com tristeza o grande desajustamento entre o número de cursos/alunos aceites e as reais ne-cessidades do mercado. É o mesmo que acontece com os advogados. Não faz sen-tido. Causaria-me uma grande angústia estar numa situação de indefinição e im-passe acabada de sair de uma faculdade. Sou daquelas que acredita que as pesso-as com valor intrínseco e com capacidade conseguem sempre o seu objectivo, mas dadas as condições que o mercado apre-senta, é natural que muitos desses novos valores e perante uma feroz concorrência acabem por ser preteridos.

Que conselho daria a um jovem que está a terminar o ensino secundário e pensa seguir a licenciatura em jornalis-mo?

Primeiro: Se é isso que verdadeira-mente gosta, deve ir em frente, empe-nhando-se de coração. E que fique ciente que o jornalismo é uma profissão que im-plica total disponibilidade. Na SIC ainda sou confrontada com estagiários que se recusam trabalhar ao fim-de-semana. O jornalismo não é uma profissão das 9 às 5. As notícias não param para a pausa de fim-de-semana. Eu trabalho há 15 anos ao sábado e ao domingo e ainda não me caiu nenhum bocado, pelo contrário, ganhei muito com isso. Segundo: não pode dar erros ortográficos, que é o que mais me arrepia quando edito textos de estagiários nas redacções. O bom conhecimento do Português, escrito e oral, é fundamental, bem como da gramática. K

Nuno Dias da silva _Direitos reservados H

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Maria João ruela diz que o jornalismo exige disponibilidade total

cara Da NotÍcia

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JULHO 2011 /// 05

uBi ultrassa os 7 mil aluNos

6 A Universidade da Beira In-terior ultrapassou os 7 mil alunos no decorrer do ano lectivo que agora termina.

Os alunos estão distribuídos pelos três ciclos de ensino minis-trados, nomeadamente: 1º ciclo/Licenciatura com 3901 alunos ins-critos, Mestrado Integrado 1326

alunos, 2º Ciclo/Mestrado 1439 alunos, e 3º Ciclo/Doutoramento com 362 alunos inscritos. A UBI é assim uma das poucas universi-dades que, em Portugal, aumen-ta sustentadamente o número de alunos desde o ano lectivo 2005-2006, ano em que a UBI contava com cerca de 5400 alunos.K

João Queiroz, reitor da uBi, viu a universidade ultrapassar os 7 mil

aveiro: leveDura eM ForMação

T O 2º Curso Avançado de Dois Híbrido em Levedura (Yeast Two-Hybrid System), organizado pela 2CTech, uma spin-off‘ da Univer-sidade de Aveiro, em colaboração com o Centro de Biologia Celular, vai decorrer na Universidade de Aveiro entre 13 e 16 de Setembro. Direccionado a todos aqueles que pretendam adquirir mais conhe-cimentos sobre esta metodologia, o curso contará com uma compo-nente teórica, onde serão foca-dos conceitos essenciais para a componente prática do curso. As inscrições estão abertas. A com-ponente prática terá um número máximo de 30 participantes. K

NoBel Da ecoNoMia eM Braga

TA Universidade do Minho or-ganizou, de 22 a 25 de Junho, a principal conferência europeia, e uma das maiores no mundo, na área da economia financei-ra e das finanças empresariais. O Nobel da Economia William Sharpe foi um dos 300 oradores. Face à actual crise internacional,

o evento incidiu nos desafios do estado social, na disfuncio-nalidade dos mercados, no em-preendedorismo e nas finanças comportamentais, entre outras te-máticas de grande actualidade. K

guerra e paz eM tavira

TDa Guerra e da Paz, Perspec-tivas Contemporâneas é o tema do curso livre que se realiza, de 18 a 29 de Julho, na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, em Tavira. Os temas serão variados (desde a história, os estudos de línguas, culturas e literaturas, passando pela comunicação, a arte, o cinema, a literatura, a saú-de, a psicologia, até à estratégia, à geopolítica, à defesa nacional) e apresentados em forma de pa-lestras, de modo a perspectivar a guerra e a paz do mundo con-temporâneo. O curso, organizado pela Faculdade de Ciências Hu-manas e Sociais da Universidade do Algarve e pelo Regimento de Infantaria N.º 1 de Tavira, preten-de fornecer aos alunos uma com-preensão alargada de factores re-lacionados com a guerra e com a manutenção da paz. Destina-se a estudantes universitários e à po-pulação em geral. K

alunos da uBi vencemFestival De ciNeMa NorueguÊs

6 Humilhados e Ofendidos, filme realizado por Dany Horiuchi e Salvador Palma, alunos da licen-ciatura de Cinema da UBI, venceu o primeiro lugar no Nordic Youth Film Festival, realizado entre 11 a 19 de Junho, em Tromso, na No-ruega.

O filme resulta do projecto fi-nal de licenciatura em Cinema da UBI e foi igualmente seleccionado para os festivais Stortford Film Festival (Inglaterra) e Deep Fried Film Festival (Escócia), encontran-do-se em fase de selecção para o Zagreb Film Festival (Croácia) e Thess Film Festival (Grécia).

Para a produção cinemato-gráfica da UBI trata-se de “mais um momento de congratulação, já que este prémio se vem juntar ao de Melhor Ensaio Visual, con-quistado por Vasco Mendes com o filme Sinfonia dos Loucos, em Novembro passado, nos Cami-

nhos do Cinema Português, em Coimbra”, sublinha Luís Nogueira, director do 1º ciclo do curso de Ci-nema. Também este filme “Sinfo-nia dos Loucos”, tem feito carreira em diversos festivais nacionais e

internacionais, de que se desta-cam o Alternative Film Video 2010, em Belgrado (Sérvia), o Wiz-Art Festival, em Lviv (Ucrânia), e o NY Portuguese Film Festival, que de-corre em Nova Iorque e Lisboa. K

Mais desporto na covilhãNa FaculDaDe De ciÊNcias Da saúDe

6 A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Bei-ra Interior vai receber um novo campo de futebol e um outro de andebol. Os dois novos espaços localizam-se junto ao campo de basquetebol que existia já na-quela faculdade. Segundo João Leitão, administrador dos Servi-ços de Acção Social da UBI, “estas duas superfícies vão permitir a prática multimodal de ténis, fute-bol e andebol ao ar livre”. De ca-minho, sublinha que “estas duas novas plataformas ficam para já disponíveis a todos os alunos e colaboradores da UBI, mas, com

toda a certeza, serão também espaços abertos à participação cívica de todos os elementos da comunidade”. A colocação de um piso sintético, de redes de veda-ção dos dois campos e também, a instalação de luzes para ilumi-nação nocturna são as principais modificações feitas no local.

No que diz respeito aos pavi-lhões de desporto “vão ter um gi-násio, nomeadamente para apoio às actividades académicas, mas também aos utilizadores do poli-desportivo”. Um espaço de prepa-ração pensado para os atletas das equipas masculina de futsal do

Sporting Clube da Covilhã, equipa feminina de futsal da Associação Desportiva da Estação e também o projecto das “Escolinhas” com o Sporting da Covilhã. Este ginásio, localizado junto ao Pavilhão Nº1 da UBI, “é mais uma estrutura de apoio que não implica um grande investimento de recursos financei-ros. Basicamente foi encontrar um espaço junto aos pavilhões des-portivos, renová-lo, e juntar uma série de máquinas que estavam dispersas por diferentes pontos das nossas instalações. Os inves-timentos nestas obras rondam os 60 mil euros”, esclarece. K

tiago sequeira representa crupcoNselho superior De estatÍstica

6 Tiago Sequeira, Pró-reitor e Professor Associado com Agrega-ção da UBI, acaba de ser designa-do como representante do Conse-lho de Reitores das Universidades Portuguesas no Grupo de Trabalho das Estatísticas das Empresas do Conselho Superior de Estatística, por proposta dos representantes do CRUP no Conselho Superior de Estatística, Pedro Telhado Pereira e Anabela Botelho.

O Grupo de Trabalho das Esta-tísticas das Empresas (GT), criado no âmbito da Secção Permanen-

te de Estatísticas Económicas do Conselho Nacional de Estatística, visa inventariar as fontes admi-

nistrativas existentes e aferir a sua utilização potencial , além de conceber um quadro metodológi-co integrado sobre a comparação entre os diferentes resultados das estatísticas das empresas.

Outros objectivos são a elabo-ração de um documento de siste-matização de fontes, metodolo-gias e publicações, além de avaliar a pertinência de se considerarem necessidades adicionais de infor-mação estatística no domínio das estatísticas das empresas, apre-sentando recomendações. K

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ForMação No citeve

T O Centro de Formação Interac-ção UBI Tecido Empresarial acaba de promover a acção de formação Protocolo e Organização de Even-tos, nos dias 4 e 5 de Julho, no Citeve, na Covilhã. A formação teve como objectivo reforçar a importância do protocolo para a imagem institucional, de forma a corrigir posturas e adoptar os comportamentos necessários para projectar uma imagem positiva em qualquer situação do dia-a-dia profissional. Visou também aper-feiçoar e desenvolver competên-cias imprescindíveis para enfren-tar com sucesso a organização de eventos profissionais e evitar situações embaraçosas por falta de conhecimento do protocolo. K uBi coM Dr. eM FarMácia

T A Agência de Avaliação e Acre-ditação do Ensino Superior apro-vou o doutoramento em Ciências Farmacêuticas proposto pela Uni-versidade da Beira Interior, no final do ano passado. “O curso entra em funcionamento no pró-ximo ano lectivo”, anunciou já Miguel Castelo Branco, presidente

da Faculdade de Ciências da Saú-de (FCS). Miguel Castelo Branco adiantou ainda que o curso será ministrado em parceria com a Universidade de Salamanca e será dirigido por Ana Paula Duarte, vi-ce-reitora para a investigação na Universidade da Beira Interior. O doutoramento em Ciências Far-macêuticas será assim o quarto em funcionamento na Faculdade de Ciências da Saúde que já mi-nistra cursos de terceiro ciclo em Ciências Biomédicas, Medicina e Gerontologia. K

FÉrias Na covilhã

T A Universidade da Beira Inte-rior está a desenvolver o progra-ma Ocupação Científica promovido pela Ciência Viva – Agência Nacio-nal para a Cultura Cientifica e Tec-nológica. Como vem sendo hábito são inúmeras as candidaturas que chegam à UBI de jovens estudan-tes do ensino secundário, oriun-dos de várias localidades do País e que este ano poderão usufruir de três acções específicas: Moda e Têxtil no Verão, Férias Radioactivas e Química no Verão. Esta iniciati-va está em curso desde 1997 e já envolveu mais de 8 mil alunos do ensino secundário. K

6 A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS) foi das primeiras instituições de ensino superior do país a desenvolver um ensino centrado no aluno, antecipando o espírito da Declaração de Bolo-nha. Miguel Castelo-Branco, pre-sidente da Faculdade, revela que “essa foi uma aposta vencedora. Assim que a Faculdade foi criada, procuraram-se as melhores solu-ções no que respeita à organiza-ção da própria instituição, mas também ao nível do ensino, onde foi implementado um modelo centrado no aluno, em pequenos grupos, e na criação de condições para aquilo que é a aprendiza-gem ao longo da vida”.

Aquele responsável explica que essa aposta fez com que “no curso de medicina praticamente não surgisse a necessidade de fazer qualquer adaptação ao Pro-cesso de Bolonha”.

Miguel Castelo-Branco refere que para além de toda a inova-ção implementada, “a Faculdade de Ciências da Saúde tem tam-bém tido um impacto positivo na região em que está inserida. Infelizmente no nosso país ainda há assimetrias regionais - entre o litoral e o interior -, e a criação da Faculdade pretendeu contrariar isso. Ou seja, ela veio melhorar a prestação de cuidados de saúde, ao atrair profissionais altamente qualificados, não só portugueses como estrangeiros, para a própria universidade. Profissionais que aumentaram os recursos huma-nos e que trouxeram novos sa-beres, novas dinâmicas, melho-rando a prestação de cuidados de saúde”.

O presidente da FCS destaca a forma positiva como os hospi-tais e centros de saúde da região abraçaram o projecto da facul-dade. “Não há nenhuma dúvida nessa matéria. Existe em todo o país um problema de articulação entre as instituições de saúde e as de ensino. Mas na nossa re-gião há excelentes relações entre a Faculdade e todas as institui-ções de saúde”.

A própria relação com a co-munidade envolvente tem sido uma constante. “Existe um con-junto de iniciativas, desenvolvido pelos investigadores e docentes, e potenciado pela relação que te-mos com as instituições de saú-de”, explica.

Com quatro cursos de forma-ção inicial (medicina, ciências far-macêuticas, optometria e ciências biomédicas), a Faculdade poderá avançar com novas ofertas, mas na área da pós-graduação. “Até este ano tivemos a funcionar dois doutoramentos - biomedicina e medicina-, e partir do próximo ano iremos ter um terceiro em ciências farmacêuticas”, explica Miguel Castelo-Branco.

Ao nível da investigação, o presidente da Faculdade reve-la que tem sido feita uma forte aposta. “Estas ofertas formativas pós-graduadas permitem-nos desenvolver projectos de inves-tigação, através do Centro de In-vestigação de Ciências da Saúde. Temos conseguido um conjunto de projectos apoiados pelas en-tidades financiadoras, como a Fundação da Ciência e Tecnolo-gia, um conjunto de publicações internacionais e de novos cien-tistas doutorados”, explica.

Miguel Castelo-Branco fala também no estabelecimento de parcerias nacionais e interna-cionais. “Na área da investiga-ção estamos a apostar nessas parcerias, criando grupos de dimensão adequada para de-senvolver processos de inves-tigação. A própria universidade tem feito uma aposta forte nas parcerias internacionais para o intercâmbio de alunos e docen-tes, através de diferentes pro-gramas”.

São também essas parcerias que têm permitido à UBI avan-çar na área da internacionaliza-ção. “A UBI tem feito uma forte aposta à internacionalização e a nossa Faculdade também tem contribuído para isso”.

Também com os Países Afri-canos de Língua Oficial Por-tuguesa existem parcerias, as quais pressupõem o intercâm-bio de alunos e colaboração no desenvolvimento de programas de docência e curriculares.

O presidente da Faculdade revela que existe uma boa rela-ção com outras instituições de ensino superior, como os poli-técnicos de Castelo Branco e da Guarda. “Estamos a trabalhar em conjunto em duas perspec-tivas: a investigação (nas áreas da doença cerebrovascular e da produção animal, por exemplo) e a promoção do ensino multi-profissional (o que permitirá o treino de equipas no ensino ainda pré-graduado)”, explica.

A concluir, Miguel Castelo-Branco destaca as condições “excelentes que a Faculdade e a região em que está inserida pos-sui”. K

o aluno no centro do ensinoMiguel castelo-BraNco, presiDeNte Da Fcs Da uBi

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lusofonia em congressoÉvora

6 A Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora vai re-alizar, nos dias 9 e 10 de Setem-bro, um Congresso Internacional sobre ‘Tópicos transatlântico: a lusofonia num mundo plural’.

A iniciativa tem como prin-cipal objectivo estabelecer um diálogo intercultural capaz de superar os obstáculos práticos e as dificuldades teóricas que se verificam num tempo onde os processos objectivos de integra-ção tecnoeconómica são, em si-multâneo, confrontados com as manifestações - umas evidentes e outras intangíveis - de particu-larismo identitário.

Segundo a organização do congresso, o triângulo luso-afro-brasileiro na era da globalização apresenta potencialidades que podem, não apenas exprimir-se nos planos político e econó-mico, mas também enquanto instrumento de diálogo para a

construção de uma civilização do universal. Daí, a importância da temática para o debate e refle-xão.

O congresso está aberto à par-ticipação de especialistas no do-mínio da lusofonia, interessados em divulgar os seus trabalhos ou projectos. Podem também ser apresentadas comunicações nas seguintes áreas: A língua portu-guesa como afirmação da lusofo-nia, A mulher no espaço lusófono, As relações internacionais numa perspectiva lusófona, Especifici-dade da CPLP face à francofonia e à Commonwealth, Geopolítica do turismo, Identidades culturais na lusofonia, Ilhas Atlânticas: dos Açores a São Tomé e Príncipe, Im-portância da diplomacia pública na lusofonia, Património (s) lusó-fono (s), Potencialidade dos BRIC no quadro da CPLP, Turismo, glo-balização e identidade cultural. K

Noémi Marújo _

Descoberta ajuda 280 milhõesMeDiciNa avaNça eM coiMBra

6 Uma equipa multidisciplinar de investigadores da Universida-de de Coimbra identificou, em ex-tractos de plantas – capim-limão, orégão e uma espécie de tomilho - compostos que actuam sobre Giar-dia lamblia, parasita responsável pela Giardiose, doença caracteriza-da por graves infecções no intestino dos humanos, por vezes fatais.

A caracterização destes compos-tos activos resultam de cinco anos de pesquisa, liderada pelo investi-gador Carlos Cavaleiro, do Centro de Estudos Farmacêuticos da Facul-dade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), e podem vir a fundamentar alternativas terapêuti-cas para o tratamento da Giardiose, doença que, segundo dados da Or-ganização Mundial de Saúde (OMS), afecta, anualmente, 280 milhões de pessoas em todo o mundo, espe-cialmente crianças. A maior taxa de prevalência verifica-se nos países em desenvolvimento.

Apesar de serem necessários mais estudos e ensaios para de-monstração da eficácia e segurança destes compostos, os resultados já disponíveis são indicadores do ele-vado potencial para virem a ser uti-lizados como novas estratégias tera-pêuticas, menos tóxicas e de menor

hospitais Magneto precisam-seiNvestigaDora Do MiNho sugere

6 Apostar na qualidade dos recursos humanos no sector da en-fermagem poderá vir a aumentar a produtividade, a satisfação dos profissionais e uma maior seguran-ça por parte dos pacientes. Esta é uma das vantagens dos Hospitais Magneto, que são inexistentes em Portugal. Analisa Candeias, da Es-cola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho, considera que “seria possível iniciar já al-gumas medidas transformadoras deste conceito em Portugal, nome-adamente a aposta na investigação dentro das organizações hospitala-res, a qualidade de vida do traba-lho dos enfermeiros e o desenvol-vimento científico e formativo dos diversos profissionais de saúde”. Contudo, reconhece que “a acredi-

tação deste tipo de infra-estrutura seria bastante complicada neste momento, devido à situação sócio-económica do país”.

Recentemente distinguida no 11º Congresso Nursing, pela comu-nicação Hospital Magneto: Qual o

Conceito?, a investigadora sensibi-liza para a importância de analisar internamente as organizações hos-pitalares no sentido de identificar as lacunas existentes e assegurar um maior crescimento. Um Hospital Magneto é uma organização capaz de reter os profissionais da área da Enfermagem com altos níveis de competências, sustentando a prá-tica desta profissão e promovendo a tomada de decisões num modelo de gestão mais plano, através da formação de enfermeiros gestores. “É uma forma de acreditação que os hospitais tradicionais ainda não têm. O próprio conceito insere em si quase uma filosofia, na qual o ‘cuidar de Enfermagem’ surge como principal meio de acção”, explica Analisa Candeias. K

custo, para combate da Giardiose. Os actuais medicamentos para tra-tar a doença são pouco eficazes, têm elevada toxicidade e são muito caros. Por outro lado, apresentam já problemas de resistência do parasi-ta, explica o coordenador da investi-gação, Carlos Cavaleiro. K

trabalho melhoradouNiversiDaDe De Évora

6 A Escola de Ciências Sociais (ECS) da Universidade de Évora promoveu, no passado dia 27 de Junho, um workshop sobre ques-tões ligadas à formação do mer-cado actual.

A iniciativa, organizada pelo secretariado dos diversos depar-tamentos que compõem a refe-rida escola, teve como principal objectivo a promoção de acções ou apresentação de sugestões que possam contribuir para a melhoria do ambiente de traba-lho, conduzindo ao aumento da motivação e melhoria do desem-penho.

O workshop envolveu docen-tes de todos os departamentos da ECS e englobou as seguintes co-

municações: “As línguas estran-geiras no mercado de trabalho actual”; “Ideias e quotidiano as-sertivo de trabalho”; “Problemas e desafios da sociedade interna-cional”; “Ética e deontologia”; “Meu corpo fala. E eu sei?”; Ges-tão do stress”; “Novas tendências dos recursos humanos”. Foi apre-sentada ainda uma comunicação sobre “Colégio do Espírito Santo: do Colégio Jesuíta à Escola de Ci-ências Sociais da Universidade de Évora”.

As diferentes comunicações apresentadas suscitaram um de-bate enriquecedor sobre ques-tões ligadas à formação no mun-do actual. K

Noémi Marújo _

europa premeia utaDeuroclouD awarD 2011

6 A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Utad) foi distinguida, a 22 de Junho, com o prémio Eurocloud Award 2011, na categoria de Best Case Study Exam-ple of Cloud Services for Public Sector. A Utad foi vencedora entre 25 concorrentes, apresentando um caso de estudo referente a um sis-tema de registo de alunos, desen-

volvido pelos Serviços de Informá-tica e Comunicações, com o apoio da Microsoft, sob a plataforma de cloud computing Microsoft Azure.

O sistema permite o registo on-line anual dos alunos da Utad, es-tando integrado com o sistema de autenticação local da universidade e com o sistema de validação de alunos estrangeiros do Serviço de

Estrangeiros e Fronteiras. Para além de resolver o problema imediato de criar uma aplicação para regis-to on-line de alunos, pretendeu-se também testar e validar a utilização do paradigma de cloud computing e da plataforma Azure como suportes para o desenvolvimento de futuras funcionalidades e sistemas para apoio aos alunos. K

Page 8: Ensino Magazine 161

08 /// JULHO 2011

emigrantes desprotegidosviolÊNcia DoMÉstica eM aNálise No MiNho

6 As políticas nacionais de protecção das vítimas de vio-lência doméstica não abrangem as cidadãs estrangeiras em si-tuação irregular, o que tem contribuído para o aumento de agressões dentro das comuni-dades de imigrantes. Estas são as conclusões da dissertação de mestrado Violência Doméstica e Migrações, desenvolvida por Olívia Maria Gomes, da Escola de Direito da Universidade do Minho.

“Na maioria dos casos, as vítimas silenciam esta violência por medo da expulsão. Os paí-ses acabam por descriminalizar, pontualmente, o delito da vio-lência doméstica, secundarizan-do a posição da vítima”, explica a especialista, que centrou a sua investigação na análise da legis-lação portuguesa, brasileira e es-

panhola. Portugal é o único dos três países a não dispor de legis-lação específica para a violência doméstica, tratando-a apenas no âmbito do código penal.

Actualmente está em vigor o 2º plano de integração de imi-grantes em território nacional,

que pretende combater a vul-nerabilidade das mulheres imi-grantes, divulgar informações sobre os seus direitos e deveres, promover a empregabilidade e reforçar o conhecimento de questões de género na imigra-ção, entre outros.

Uma em cinco vítimas de violência doméstica é imigran-te. Olívia Maria Gomes sustenta que as imigrantes ilegais não possuem “amparo constitucio-nal e legal”, ou seja, não be-neficiam do direito de acesso à justiça. O mesmo não acontece com as “regularizadas”, que usufruem de apoios jurídico, psicológico e social. A investi-gadora diz que o aumento das agressões nestes grupos advém das “culturas machistas e pa-triarcais” dos países de origem e acolhimento. K

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ramôa ribeiro condecoradoutl

6 O Reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Professor Dou-tor Fernando Ramôa Ribeiro foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, pelo Presidente da República, na ceri-mónia oficial das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, que este ano teve lugar em Castelo Branco, no dia 10 de Junho. Fernando Ramôa Ribeiro tomou posse do segundo

mandato à frente da Universida-de em Março deste ano, tendo anteriormente ocupado os cargos de Presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tec-nológica de 1994-1997 e mais tar-de da Fundação para a Ciência e Tecnologia de 2002-2005.

A Ordem da Instrução Pública destina-se a galardoar altos servi-ços prestados à causa da educa-ção e do ensino. K

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117 universidades no algarveassociação iNterNacioNal De lusitaNistas

6 A décima edição do Con-gresso da Associação Internacio-nal de Lusitanistas (AIL) decorrerá na Faculdade de Ciências Huma-nas e Sociais da Universidade do Algarve, de 18 a 23 de Julho, es-tando prevista a participação de mais de 350 investigadores, pro-venientes de 117 Universidades, com um total de 325 comunica-ções.

Este congresso, cuja Comissão de Honra é presidida pelo Presi-dente da República, chega à Uni-versidade do Algarve depois de já ter passado por universidades tais como Poitiers, Leeds, Coim-bra, Hamburgo, Oxford, Rio de

Janeiro, Brown, Santiago de Com-postela e Madeira.

Do programa de cinco dias de congresso, fazem parte co-municações sobre Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira e Literatura Africana de Língua Portuguesa, abordando a obra de escritores como Fernando Pessoa, Machado de Assis, Eça de Queirós, Lobo Antunes, Ga-briela Llansol, Abel Botelho, Guimarães Rosa, Nélida Piñon, Graciliano Ramos e José Eduardo Agualusa. Quinze comunicações sobre o Prémio Nobel da Litera-tura, José Saramago, integram também este encontro.

De salientar, finalmente, a apresentação de cerca de uma dezena de livros e a realização de duas mesas redondas, sendo a primeira moderada pelo escri-tor galego Carlos Quiroga, con-tando com as presenças de Ana Paula Tavares (Angola), Germano Almeida (Cabo Verde), Lídia Jorge e Nuno Júdice (Portugal) e Már-cio Souza (Brasil) e a segunda, moderada por Onésimo Teotónio Almeida, com as participações dos investigadores Benjamin Ab-dala Jr. e Gilberto Mendonça Teles (Brasil), Francisco Noa (Moçambi-que), Fernando Cristóvão e Arnal-do Saraiva (Portugal). K

uNiversiDaDe Nova No raNkiNg Do FiNaNcial tiMes

T O Mestrado em Finanças da Nova School of Business and Eco-nomics foi incluído no ranking do Financial Times, posicionando-se assim como um dos 30 melho-res do mundo. É a primeira vez que o Financial Times publica um ranking específico para progra-mas de mestrado em Finanças. Este é o terceiro mestrado da Nova a entrar para os prestigia-dos rankings daquele jornal, de-pois do Mestrado em Gestão e do Masters in International Ma-nagement, que também distin-guiram a Formação de Executivos da universidade. O Mestrado em Finanças alcançou o 8º lugar do ranking no que diz respeito à co-locação profissional dos alunos, comprovando a empregabilidade (nacional e internacional) asso-ciada ao programa e a eficácia do Career Management Office da Faculdade. K

DoutoraMeNto soBre cigaNos

T A primeira tese de douto-ramento defendida no pólo de Chaves da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro intitula-se Ciganos e não ciganos em Trás-os-Montes: Investigação de um impasse inter-étnico, foi de-senvolvida por Lurdes Nicolau e orientada por Xerardo Pereiro (Utad-Chaves) e José Gabriel Pe-reira Bastos (Universidade Nova de Lisboa). A defesa teve lugar a 27 de Ju-nho, no auditório do pólo da

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Outeiro Seco (Chaves). Lurdes Nicolau é professora de ensino básico em Bragança, mestre em cultura portuguesa pela Utad e doutora em ciências sociais. K

autóNoMa coM protocolo

T O Centro de Investigação e Desenvolvimento em Ciências Jurídicas Ratio Legis da Univer-sidade Autónoma de Lisboa aca-ba de estabelecer um protocolo de colaboração e cooperação com a Associação Fiscal Portu-guesa (AFP). O novo protocolo assinado irá procurar agilizar os processos de divulgação de iniciativas promovidas pelas duas insti-tuições, bem como informações sobre os cursos de pós-gradua-ções do Centro Ratio Legis. Para além disso, este protocolo irá possibilitar especiais condi-ções de acesso tanto para os alunos dos cursos do Centro Ra-tio Legis como para os sócios da AFP. K

portuguÊs eM aveiro

T Estão abertas as inscrições para o Encontro Ensinar Portu-guês hoje: problemas e desa-fios, organizado pelo Laborató-rio de Investigação em Educação em Português (LEIP). O Encontro terá lugar no Depar-tamento de Educação da Univer-sidade de Aveiro, a 8 de Julho, a partir das 9h00, e constitui ofer-ta formativa de relevo na área da Didáctica do Português. O Programa do evento inclui mesas-redondas e oficinas su-bordinadas ao ensino e apren-dizagem da escrita, leitura, ora-lidade e conhecimento explícito da língua, em vários níveis de ensino. K

Page 9: Ensino Magazine 161

JULHO 2011 /// 09

6 A equipa de seniores da União Desportiva de Leiria Futebol/SAD es-colheu o Instituto Politécnico de Cas-telo Branco para a realização de um conjunto de testes físicos e clínicos no âmbito da sua preparação para a próxima época de futebol. Concre-tamente, os jogadores da União de Leiria estiveram em Castelo Branco no dia 6 de Julho onde realizaram testes de avaliação Isocinética do Membro Inferior no Laboratório de Biomecânica do IPCB/Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD), sob supervisão de professores do Curso de Fisioterapia, Nuno Cordeiro e Abel Gonçalves.

Em simultâneo, no campo de fu-tebol Vale do Romeiro, decorreram testes físicos (Test Scheme: yo-yo Intermitent Endurance Test – level 2), para avaliação da capacidade cardio-respiratória, sob a supervisão de Professores do Curso de Educa-ção Física do IPCB/Escola Superior de Educação (ESE), António Faustino, Pedro Mendes e Rui Paulo.

A deslocação dos atletas profis-

sionais será acompanhada da equi-pa técnica e da equipa médica do clube e de responsáveis da admi-nistração da SAD da União de Leiria.

Com vista à preparação da pró-xima época de futebol da 1ª e 2ª Liga, outras equipas já solicitaram

ao IPCB/ESALD a realização de tes-tes clínicos. Para 11 de Julho está já agendada a vinda da equipa do Sporting da Covilhã ao IPCB/ESAL onde realizará testes de fisioterapia e cardiopneumologia.

Esta não é a primeira vez que o

esalD avalia atletas de topocastelo BraNco

6 As instituições de ensino superior politécnico ocupam as primeiras posições no estudo rea-lizado pela Direcção Geral de Ensi-no Superior, no que a gastos com o pessoal por aluno diplomado. De acordo com o documento, a ins-tituição mais eficiente é a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, seguindo-se o Instituto Politécnico do Cávado e Ave, o ISCTE, Instituto Politécnico de Coimbra e Instituto Politécnico de Castelo Branco.

Em comunicado enviado ao nosso jornal, o Instituto Politécni-co de Castelo Branco salienta que “apresentou um custo com pessoal de 14.401 milhões de euros, valor que ficou bastante abaixo da média

ensino politécnico mais eficienteNa gestão

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IPCB/ESALD coloca os seus recursos humanos e laboratórios ao serviço dos profissionais na área do despor-to. Já em Maio de 2010, os testes clí-nicos realizados no IPCB/ESALD pelo jogador da selecção portuguesa de futebol Pepe foram decisivos para a

sua participação no Mundial de Fu-tebol que se realizou o ano passado na África do Sul. A proximidade rela-tivamente ao local de estágio da se-lecção (Covilhã) e a qualidade dos equipamentos e recursos humanos do IPCB/ESALD estiveram na base da escolha da Federação Portugue-sa de Futebol para a realização de testes clínicos, na área da fisiotera-pia, ao internacional português.

Para o Presidente do IPCB, Car-los Maia, “a vinda de atletas de alta competição à ESALD e o en-volvimento de docentes de outras Escolas significa o reconhecimento do ensino e das competências pro-movidas no universo do Politécnico de Castelo Branco. O ensino, a in-vestigação e prestação de serviços à comunidade estão cada vez mais interligados, nomeadamente no en-sino superior politécnico, pelo que isto significa o reconhecimento de todo o trabalho que tem sido feito e o reconhecimento de toda a ca-pacidade instalada neste momento, que nos deixa bastante satisfeitos e confiantes em relação ao futuro”. K

os jogadores da união de leiria fizeram os testes em castelo Branco

(18.362 milhões) das instituições de natureza politécnica e das Uni-versidades (20.802 milhões).

Carlos Maia, presidente do IPCB,diz que “apesar das despesas com pessoal terem um peso muito elevado no orçamento da Institui-ção tem havido um enorme esforço de rentabilização dos recursos, que se reflecte também nos números que são agora apresentados”.

A gestão rigorosa tem sido uma das apostas de Carlos Maia, que em entrevista ao nosso jornal já ti-nha sublinhado esse facto: “temos sido muito criteriosos na gestão da instituição, mas isso permite-nos ter uma instituição financeira-mente estável e controlada. E este

foi um trabalho desenvolvido por muita gente”.

O estudo foi realizado junto das 35 instituições públicas de en-sino superior. O documento revela que no final de 2010 existiam nas instituições de ensino superior pú-blico um total de 39.869 funcioná-rios, sendo que: 67% dos funcio-nários pertenciam a instituições de natureza universitária e 33% a ins-tituições de natureza politécnica. Os dados informam ainda que 53% dos funcionários eram mulheres e 47% homens e que 59% dos fun-cionários são docentes, 38% não docentes e 2% são investigadores. Além disso, em 2009 existiam me-nos 530 funcionários. K

o presidente do ipcB aposta numa gestão rigorosa

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010 /// JULHO 2011

congresso em portalegreFaMÍlia, eDucação e DeseNvolviMeNto No sÉc. XXi

6 O I Congresso Internacional Família, Educação e desenvolvi-mento no séc. XXI, decorreu nos dias 3 e 4 de Junho, no Centro de Congressos da Câmara Municipal de Portalegre, numa organização conjunta da Escola Superior de Educação de Portalegre e do Cen-tro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais - Gru-po Saúde, Cultura e Desenvolvi-mento - Universidade Aberta.

Foi objectivo principal do en-contro a reflexão e a partilha de saberes e experiências que con-tribuíram para o desenvolvimen-to científico e para a qualidade de práticas profissionais e de es-tratégias políticas.

O congresso foi rico na troca de experiências, dada a promo-ção do intercâmbio de conheci-mentos interdisciplinares entre os profissionais oriundos de di-ferentes domínios do saber e do agir.

Durante os dois dias, foi cria-do um espaço de debate interdis-

ese de portalegreevoca saramago

colóQuio

6 O I Colóquio de Cultura Con-temporânea, organizado pela Área Científica de Língua e Literatura Portuguesas da ESE de Portalegre, decorreu no Auditório da institui-ção, no passado dia 7 de Junho. Nesta primeira edição foi prestada uma homenagem a José Sarama-go, de acordo com o tema Sara-mago, o escritor universal.

O programa deste evento contou com três momentos: um

primeiro painel de comunicações dedicado ao tema Saramago, a Li-teratura e o Mundo, um segundo painel subordinado ao tema Olha-res Cruzados: a Língua, a Literatu-ra e outras Artes, e um último mo-mento pautou-se pela projecção do filme de animação A Maior Flor do Mundo, de Juan Pablo Etche-verry, e da longa-metragem Ensaio sobre a Cegueira/Blindness, de Fernando Meirelles. K

santarém realizajornadas tecnológicas

eM NoveMBro

6 A 6.ª edição das Jornadas Tecnológicas irá realizar-se, de 16 a 18 de Novembro, nas insta-lações da Associação Empresarial da Região de Santarém, em Torres Novas. Em 2011 será dado desta-que a quatro painéis onde serão discutidas as novidades e solu-ções das respectivas áreas: edi-fícios inteligentes, telecomunica-ções, accionamentos industriais, e a manutenção das instalações eléctricas industriais.

Todos os painéis estão direc-cionados para os fabricantes, dis-tribuidores, projectistas, instala-

dores e técnicos de manutenção, oriundos de instituições privadas e públicas, e que não prescindem da boa qualidade exigida nas co-municações apresentadas nas Jornadas Tecnológicas. Os temas mais actuais da área são apresen-tados por oradores conceituados, os profissionais presentes no pú-blico levantam as mais variadas questões, e com tudo isto vão esclarecendo as suas dúvidas e actualizando os seus conhecimen-tos. As inscrições, tal como as ou-tras informações, já se encontram disponíveis online. K

ciplinar e intercultural nas áreas da Família da Educação e Desen-volvimento. Estiveram presentes 27 palestrantes da Universidade Aberta, Universidade do Algarve, IP Setúbal, ISPA, Escola Superior de Educação do Porto, Universi-dade do Porto, Universidade Téc-

nica de Lisboa, Universidade Lu-sófona, Universidade de Aveiro; ESE de Viana do Castelo, Centro de Investigação da Universidade do Porto e Aberta, Universidade Federal Rio Grande do Norte, Uni-versidade de Fortaleza e Universi-dade de Sergipe. K

passaporte em tomarFotograFia

6 Num dia... muitos dias... é o tema da exposição de tra-balhos do fotógrafo António Pas-saporte (1901-1983), que estará patente ao público até Outubro de 2011, no CAI - Galeria IPT, na Casa dos Cubos na Casa Vieira Guimarães. Naqueles locais é possível apreciar fotografias da cidade de Tomar, entre 1950 e 1960, que incluem pessoas, es-paços ou acontecimentos como o Autor, a Cidade de Tomar, as vistas e os monumentos, as Co-memorações dos 800 Anos, o Co-légio Nuno Álvares, a Barragem de Castelo do Bode, as Piscinas Municipais Vasco Jacob e a Festa

dos Tabuleiros.A partir dos anos 40 do sé-

culo XX, Passaporte foi respon-sável por uma vasta recolha e edição documental de um país, ainda por muitos, desconhecido. Dotado de espírito aventureiro, António Passaporte, teve uma vida cheia de histórias e peripé-cias. A infância em Angola, a ida para Espanha e a participação na Guerra Civil Espanhola, figurarão na exposição que estará patente em três edifícios de importan-te significado patrimonial nesta cidade. Esta mostra, organizada em cinco núcleos temáticos, pre-tende transportar o espectador

numa interessante viagem no espaço e no tempo e que afi-nal é um roteiro fotográfico de cunho documental, situado es-sencialmente em Tomar, entre os anos de 1950 e de 1960.

A cidade, as ruas, os recan-tos, os monumentos, o rio e os jardins, a reportagem da cons-trução da Barragem de Castelo do Bode, as grandiosas festas do Colégio Nun’Alvares e todo o seu ambiente académico, as monu-mentais comemorações dos 800 anos de Tomar e a Festa dos Ta-buleiros, serão alguns dos temas que poderão ser vistos nesta mostra. K

Novo director no Desporto

viaNa Do castelo

6 Luís Paulo Rodrigues, do-cente na Escola Superior de Edu-cação, acaba de ser nomeado director da Escola Superior de Desporto de Viana do Castelo, o que considera constituir “um desafio renovado. Há já cerca de vinte anos que o IPVC, eu pró-prio e grande parte da equipa que dinamiza este projecto tem

vindo a intervir com sucesso na área das ciências do desporto. É agora chegado o momento de um investimento claro e de fu-turo na formação e investigação neste domínio, alicerçado num local que nos oferece todas as condições, e num corpo docente motivado e competente”, con-fessa. K

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JULHO 2011 /// 011

leiria apresenta resultadosavaliação Da europeaN uNiversities associatioN (eua)

6 “Através de uma gestão cuidadosa o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) irá alcançar com sucesso as suas ambições para o futuro”, conclui o relatório de ava-liação internacional feita ao Insti-tuto Politécnico de Leiria (IPL) pela European Universities Association (EUA) no âmbito do Institutional Evaluation Programme (IEP). Esta e outras conclusões do estudo do IEP serão apresentadas segunda-feira, dia 13 de Julho, em conferência de imprensa, a decorrer nos serviços centrais do IPL.

O IEP é serviço de avaliação ins-titucional, disponibilizado pela EUA, que tem por missão realizar avalia-ções que apoiem as instituições de ensino no desenvolvimento contí-nuo da sua gestão estratégica e no desenvolvimento e reforço de uma cultura de qualidade interna.

A avaliação surge na sequência de uma avaliação inicial concluí-da em 2007, a pedido do IPL, que definiu 23 recomendações que o instituto deveria implementar ou reforçar a curto prazo. Três anos volvidos entendeu o IPL solicitar uma avaliação de follow-up, traba-lho a que se refere o presente es-tudo, e que foi realizado pela EUA em Novembro de 2010. A equipa de avaliação que visitou o IPL e que reuniu com mais de uma centena de pessoas representativas não só do IPL como da comunidade regio-nal, evidenciou, no relatório final, que “ficou muito impressionada com o progresso do IPL e com o facto de ter transformado em reali-dade grande parte das recomenda-ções da avaliação inicial” e satisfei-ta com o “entusiasmo e motivação da comunidade académica em al-cançar os seus objectivos”.

As 23 recomendações do IEP, resultantes da avaliação inicial concluída em 2007, incidiam no

planeamento estratégico, governo e gestão do Instituto, na imple-mentação do Processo de Bolonha e internacionalização e, no que toca ao ensino, aprendizagem e cursos ministrados, e no desenvol-vimento de sistemas de garantia de qualidade.

No que respeita ao planeamen-to estratégico, governo e gestão do instituto, a equipa revela que na visita inicial constatou que o IPL “já se encontrava muito avançado no sentido de se tornar uma enti-dade unificada, com finalidades e objectivos colectivos delineados”. Ao nível da investigação, os audito-res salientaram ainda o empenho do IPL na construção da sua capa-cidade de investigação, referindo que “é de notar que um dos seus centros de investigação, o Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto, alcançou o estatuto de centro de excelência pela Fundação para a Ciência e Tec-nologia”, além de actualmente es-tarem 12 unidades de investigação associadas ao instituto.

A equipa evidenciou também o «grande progresso no incremento do acesso aos seus programas edu-cativos por parte de um leque mais variado de estudantes», nomeada-mente com o regime pós-laboral e com os cursos de ensino a distân-cia, os «claros esforços» do IPL na melhoria das suas instalações e na «forte ênfase no aumento da qua-lificação ao nível de doutoramento do pessoal docente».

A EUA destaca ainda algumas recomendações e desafios para o futuro do IPL, nomeadamente que o ensino e a investigação mante-nham uma ligação, permitindo que os estudantes continuem a aplicar os conhecimentos teóricos em pro-jectos de investigação; e que os currículos sejam mais abrangen-tes nos primeiros anos do curso, ocorrendo a especialização no úl-timo ano, permitindo uma maior e mais rápida adaptação dos cursos às exigências do mercado. A cria-ção de uma associação de antigos estudantes é outra recomendação da EUA. K

Nuno Mangas viu o ipl ser elogiado pela eua

politécnico de leiria abre novo mestrado

gestão De eveNtos

6 A Escola Superior de Educa-ção e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria abriu no pas-sado dia 3 de Junho e até dia 15 de Julho o processo de candidatu-ras para o Mestrado em Gestão de Entidades, Instalações e Eventos Desportivos a iniciar no próximo ano lectivo de 2011/12.

Este mestrado surge da ne-cessidade de formar profissionais qualificados na área de gestão do desporto e tem como objectivos

formar indivíduos com um con-junto de capacidades humanas, organizativas e empresariais que permitam gerir de forma eficiente organizações desportivas públicas e privadas, além de fornecer aos alunos o estado da arte do co-nhecimento ao nível de gestão e administração de entidades des-portivas considerando as especifi-cidades do mercado, da economia e da jurisprudência da indústria desportiva. K

Química dos Fidalguinhos

Barreiro vai à escola

6 A Escola Superior de Tec-nologia do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal, proporcio-nou uma tarde dedicada à quími-ca junto dos alunos do 2º ano da Escola Básica dos Fidalguinhos.

A iniciativa, que decorreu a 16 de Junho, insere-se no projec-to “A Química vai à Escola”, que tem como objectivo demonstrar um conjunto de experiências quí-micas divertidas a crianças dos 5 aos 9 anos, despertando a curio-sidade e o interesse do público infantil pela Química, provando que a Química existe no nosso dia-a-dia, mesmo nas coisas mais simples», explica Celina Santos, coordenadora do projecto.

Os materiais usados são, na maioria, de uso corrente nas nos-sas casas o que possibilita um maior interesse pelas crianças e a possibilidade de estas repeti-

rem a experiência em casa, trans-formando o lar num laboratório. Desde um fogo-de-artifício dentro de um balão de vidro a uma pa-leta de cores em leite, houve de tudo, com muita cor e magia. As experiências são acompanhadas com explicações dos fenómenos químicos o que permite uma maior participação e interesse por parte das crianças.

O projecto surgiu da ideia de conjugar o ano internacional da Química com o ano internacio-nal do Voluntariado e resultou da vontade dos alunos do curso de Engenharia Química da Escola Superior de Tecnologia do Barrei-ro orientados pela docente Celina Santos da mesma escola. O pro-jecto vai continuar no próximo ano lectivo e prevêem-se visitas mensais às escolas do Concelho do Barreiro. K

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Page 12: Ensino Magazine 161

012 /// JULHO 2011

guarda investiga e inovasocieDaDe portuguesa De ciÊNcias Da eDucação

6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) realizou, nos dias 30 de junho e 1 e 2 de julho, o XI Congresso da Sociedade Portu-guesa de Ciências da Educação. O programa deste congresso, su-bordinado ao tema “Investigar, Inovar e Desenvolver: desafios das ciências da Educação, inte-grou a realização de quatro me-sas redondas com especialistas nacionais e estrangeiros, sobre temas como “Desafios e Mudan-ças no Ensino Superior”, “Polí-ticas e Dilemas da Formação”, “Trabalho Docente, Para onde vão as Ciências da Educação” e “In-vestigação: Agendas e Financia-mentos”.

O diretor da Escola Superior de Educação, Comunicação e Des-porto, Carlos Reis, explicou que “o congresso é promovido anual-mente pela Sociedade Portuguesa

das Ciências da Educação (SPCE) que encarrega uma instituição de ensino superior – universitária ou politécnica – de organizar local-mente um encontro de dimensão nacional”. A sua realização na Guarda deve-se a uma candidatu-ra apresentada à Sociedade.

De acordo com aquele res-ponsável, este evento “aglutinou todos os que trabalham, lecio-nam e investigam a Educação e as Ciências da Educação.

O Congresso consubstanciou o objetivo da Sociedade Portugue-sa das Ciências de Educação de contribuir para o levantamento e resolução de problemas educati-vos através do desenvolvimento da investigação e do ensino, bem como facilitar a cooperação entre os diversos intervenientes nesta área”

Foram submetidos para apre-

sentação ao congresso 274 tra-balhos, correspondendo a 435 autores de cinco países – Portu-gal, Espanha, Brasil, Cabo Verde e Estados Unidos da América.

Ainda de acordo com Carlos Reis, “a organização de eventos desta natureza constitui uma vo-cação que se enquadra na missão do ensino superior, conferindo-nos o prestígio requerido para desenvolver a atividade acadé-mica, refletido de forma objetiva na capacidade de creditação das nossas formações.”

Na perspetiva do diretor da escola, este evento trará à Guar-da “muitos visitantes, estimulan-do a vida económica e social e projetando as potencialidades da nossa região”. K

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

ipg aposta nos cet’siNscrições aBertas

6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) tem abertas, até ao próximo dia 22, inscrições para a frequência de Cursos de Especia-lização Tecnológica, anunciou a instituição.

O IPG adianta que no próximo ano letivo vão ser lecionados cur-sos de Técnicas em Gerontologia, Técnico Desportivo de Jovens Atle-tas, Técnico de Desporto de Natu-reza, Aplicações Informáticas de Gestão, Condução de Obra, Desen-volvimento de Produtos, Multimé-dia, Energias Renováveis, Gestão de Vendas, Gestão Operacional e Logística, Herbalismo, Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos, Manutenção Indus-trial, Técnicas de Gestão e Qualida-de, Técnico Especialista de Conta-

bilidade e Tecnologia Mecatrónica.Vão funcionar também os cur-

sos de Topografia e Sistemas de Informação Geográfica, Gestão de

Animação Turística e Técnicas de Restauração. K

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Novas FroNteirascoM FarMácia

T O Instituto Politécnico da Guar-da (IPG) foi palco, no passado dia 8 de Julho do III Simpósio de Farmá-cia, subordinado ao tema “Novas Fronteiras”, promovido pela Escola Superior de Saúde.Neurofarmácia, Farmacovigilância, Medicamentos de Uso Pediátrico e a Profissão em Contexto Europeu foram os temas dos painéis que integram este simpósio, o qual de-correrá a partir das 9h30 no auditó-rio dos serviços centrais do Institu-to Politécnico da Guarda. K

roBô BoMBeiroNa guarDa

T A 9ª Edição do Concurso Robô Bombeiro decorreu na Guarda, no passado dia 9. Tratou-se de uma iniciativa da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda que juntou 33 equipas. Este ano concorreram 19 equipas na Classe Standard (es-colas secundárias e profissionais), 7 na Classe Sénior (universidades e institutos) e 7 na Classe Robôs com Pernas. O concurso decorreu no Pavilhão Desportivo de São Mi-guel (Guarda), onde, na parte da manhã, vão ter igualmente lugar as verificações técnicas. K

MestraDosNa esep

TA Escola Superior de Educação de Portalegre tem abertas as candida-turas para o Mestrado de Ensino 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico; e para o Mestrado de Jornalismo Comuni-cação e Cultura. O prazo de candi-datura para o primeiro mestrado termina dia 18 de Julho de 2011; o prazo de candidatura para o Mes-trado de Jornalismo, Comunicação e Cultura no dia 9 de Setembro de 2011. As candidaturas devem ser apresentadas na secretaria da Esco-la Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre. K

aNiMaDores eM torres Novas

TOs alunos do curso de Anima-ção Sociocultural da Escola Pro-fissional de Torres Novas partici-param este mês numa conversa informal com o investigador Adeli-no Antunes e a aluna Vanda Costa da Escola Superior de Educação, sobre a Licenciatura de Educação Social e Desenvolvimento Comuni-tário e sobre o papel do Educador Social. A aluna Vanda Costa deu o

exemplo de que como uma Técni-ca de Fisioterapia pode mudar o rumo da sua vida profissional e ingressar no ensino superior para ganhar novas competências e ad-quirir conhecimentos numa área completamente diferente. Adeli-no Antunes emocionou a plateia com as experiências da sua vida tão preenchida e tão rica, cheia de peripécias e muita aprendiza-gem. Mostrou que ao longo da nossa vida podemos tomar vários caminhos, fazer várias escolhas e procurar o que nos complete. K

DeBates coM terapiaeM setúBal

TA Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal or-ganizou, entre 22 e 28 de Junho, o Ciclo de Debates 2011: Projectos de Intervenção Comunitária e In-vestigação, que envolveu a apre-sentação e discussão públicas dos Projectos de Intervenção Comu-nitária implementados no último ano pela Licenciatura em Fisiote-rapia, bem como os trabalhos fi-nais das Licenciaturas em Terapia da Fala e de Enfermagem e das Pós-graduações em Saúde Escolar, em Fisioterapia no Desporto e em Dor Crónica. K

viaNa coM eMpreeNDeDores

T As ideias de negócio “SIOSLIFE – sistemas interactivos orientados para seniores”, “Bom Gosto – Mix-Sauces” e “Connoisseur” foram as três vencedoras da fase regio-nal do concurso Poliempreende, em Viana do Castelo. Jorge Oli-veira e Fábio Macedo, estudantes da licenciatura em Tecnologia de Computação Gráfica e Multimédia da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana, são os promotores do Sioslife. Já a ideia “Bom Gosto – Mix-Sauces” consiste “na criação de um Kit de molhos”, referem os promotores Pedro Silva, Alexandrina Silva, Ana Rita Gomes, Rita Cunha e Luís Sá, estudantes da licencia-tura em Engenharia Alimentar. A ideia “Connoisseur” “consiste na criação de uma plataforma infor-mática de bases de dados com a finalidade de criar grupos de pessoas com interesses comuns e, a partir daí, oferecer um servi-ço que se baseia na organização completa de actividades despor-tivas e lúdicas”. Os promotores deste conceito são Maria Brito e Faro, André Leite, João Soares e Saladino Fonseca, da Licenciatu-ra em Desporto e Lazer da Escola Superior de Educação. K

www.ensino.eu

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JULHO 2011 /// 013

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014 /// JULHO 2011

vito carioca visita empresasherDaDe Do vale Da rosa

6 O presidente do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), Vito Carioca, visitou, no passado dia 15 de Junho, a Herdade do Vale da Rosa, em Ferreira do Alentejo, no âmbito das actividades prepa-ratórios do Fórum para o Desen-volvimento, iniciativa que o Poli-técnico irá organizar no mês de Novembro.

A comitiva incluía ainda o Pró-Presidente para a Imagem e Comunicação, Aldo Passarinho, e a Directora do Centro de Trans-ferência e Conhecimento (CTC), Isabel Sofia, e foi recebida pelo Administrador da empresa, Antó-nio Silvestre Ferreira. Teve como objectivo estreitar ainda mais a relação que o Politécnico de Beja tem vindo a estabelecer, em áreas estratégicas, com o tecido empre-sarial da região.

Da deslocação a esta empresa de produção de uvas de mesa de alta qualidade, com forte presen-ça no mercado exterior, resultou a determinação de as duas enti-dades procurarem oportunidades de colaboração em conjunto, de forma a partilhar as experiências e o conhecimento que têm acu-mulado ao longo dos tempos.

“Colocámos ao vosso dispor

viseu no eco-marathon 2011coMpetição

6 Uma equipa da Escola Supe-rior de Tecnologia e Gestão do Insti-tuto Politécnico de Viseu participou este ano na edição da prova Shell Eco-Marathon, que decorreu de 26 a 28 de Maio e contou com equipas de 26 países, obtendo a 48ª posi-ção.

Para a prova deste ano, o De-partamento de Engenharia Mecâni-ca e Gestão Industrial tentou uma vez mais alargar o acesso de um maior número de alunos a este projeto. Neste sentido, além dos trabalhos dinamizados pelo Clube Shell Eco-Marathon, formado no ano anterior, houve um esforço para incluir alguns dos trabalhos de preparação do veículo em algumas unidades curriculares dos cursos de Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial, Licenciatura em Engenharia Mecânica e ainda do curso de Licenciatura em Tecnolo-gias e Design de Multimédia.

Alguns desses trabalhos passa-ram pelo fabrico de peças em ma-teriais compósitos, por um trabalho da unidade curricular de projeto do

curso de LEM, tendo em vista a ins-talação de um sistema de injeção eletrónica programável num motor de 22 c.c. (sistema ainda não utili-zado na edição deste ano) e ainda na conceção de uma página web dedicada ao Clube Shell Eco-Mara-thon (http://www.estv.ipv.pt/club-shell/), na qual colaborou o Depar-tamento de Informática da Escola. Além destes, foi ainda desenvol-vida uma nova transmissão que incorpora um sistema de variação contínua por recurso a polias de di-âmetro variável e introduzida uma carta analógica no autómato que equipa o protótipo da ESTGV, tendo

em vista um controlo mais preciso do acelerador.

Foi ainda concebido um sis-tema de suspensão dos equipa-mentos eletrónicos de modo a minimizar possíveis interferências causadas pela vibração introduzida pelo motor de combustão interna. Num ano particularmente difícil de-vido às restrições orçamentais im-postas, que condicionaram os tra-balhos de preparação para a prova, o resultado obtido ficou aquém das expectativas, devido a vários imprevistos e avarias. K

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

ipBeja estuda perfil do passageiro

aeroporto De BeJa

6 O Instituto Politécnico de Beja vai assegurar, durante os próximos quatro meses, um es-tudo de caracterização do perfil do passageiro do Aeroporto de Beja. A iniciativa surge na se-quência de um acordo com a ANA – Aeroportos de Portugal

Todos os domingos, de 5 de Junho a 16 de Outubro, 4 alunos de Mestrado em Desenvolvimen-to Comunitário e Empreendedo-rismo do IPBeja: Jerónimo Picado, Célia Soares, Antónia Franganito e Inês Godinho, sob a coordena-ção dos docentes Victor Figuei-

ra e Sandra Saúde, irão realizar questionários aos passageiros da rota Beja – Londres Heathrow, operada pela companhia aérea British Midland e comercializada pelo operador turístico britânico Sunvil.

Este estudo pretende recolher informação que permita conhecer o perfil dos turistas que chegam ao Aeroporto de Beja, bem como colher informação acerca da sua experiência turística vivida duran-te a estadia na região do Alentejo.

Os primeiros resultados serão disponibilizados em Setembro. K

todo o nosso know-how, a nossa boa vontade, os nossos edifícios e os nossos docentes”, afirmou Vito Carioca, durante o encontro, dizendo ainda que “o conheci-mento empírico e o conhecimen-to sobre as práticas” adquiridas no Vale da Rosa são igualmente “um conhecimento muito valio-so”.

Por seu lado, António Silves-tre Ferreira mostrou-se receptivo a esta aproximação do Politécni-co de Beja, reiterando que “as

empresas desta região precisam desta ajuda preciosa das institui-ções de ensino superior”.

O administrador da empresa defendeu ainda que Agricultura é uma área que foi marginalizada, mas que “pode fazer milagres”. O Vale da Rosa dá, em média, 300 empregos por mês e, actualmen-te, “só não exporta mais porque não pode. Conseguimos fazer uma óptima figura no mercado internacional com produtos feitos no Alentejo”, concluiu. K

o presidente do ipBeja sublinhou a importância do politécnico

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projecto em coimbrapara melhorar a saúde

Novas tecNologias

6 Investigadores de três es-colas superiores e de um ins-tituto universitário de Coimbra constituíram o grupo de traba-lho HealthTec, que visa a cria-ção de projetos com alto valor acrescentado para a Saúde, a partir da partilha de experiên-cias e do conhecimento multi-disciplinar.

O HealthTec – Workshop Group é uma iniciativa conjunta do Gabinete de Empreendedo-rismo da Escola Superior de En-fermagem de Coimbra, do Clube de Inovação e Empreendedoris-mo da Escola Superior de Tec-nologia da Saúde de Coimbra,

do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra e do Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra.

Utilizar a tecnologia nas res-postas às necessidades em Saú-de, com vista à procura de so-luções inovadoras que resultem em equipamentos, bens ou ser-viços promotores da melhoria da qualidade de vida, da saúde e do bem-estar das populações é o principal objetivo deste gru-po de investigadores e profes-sores do ensino superior. K

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6000 CASTELO BRANCO

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JULHO 2011 /// 015

ipcB aposta nos mestrados

pós-graDuações

6 O Instituto Politécni-co de Castelo Branco (IPCB) tem já abertas as inscrições para os cursos de mestra-dos. Gerontologia Social e Ensino de Inglês e de Espa-nhol no Ensino Básico são as duas novas ofertas. As candidaturas estão abertas até 22 de Julho.

De acordo com o IPCB , esta oferta formativa permitirá aos alunos da instituição prosseguirem os seus estudos para um nível mais elevado, e ao mesmo tempo garante que outros licenciados possam fazer o seu mestrado no

IPCB.As 25 ofertas abrangem

várias áreas, a saber: Ges-tão Agro-Ambiental de So-los e Resíduos Fruticultura Integrada; Tecnologias e Sustentabilidade dos Siste-mas Florestais; Sistemas de Informação Geográfica em Recursos Agro-Florestais e Ambientais; Monitori-zação de Riscos e Impac-tes Ambientais; Inovação e Qualidade na Produção Alimentar; Gestão de Re-cursos Hídricos; Engenharia Agronómica; Engenharia Zootécnica; Música; Design Gráfico; Design de Interio-

res; Design do Vestuário e Têxtil; Produção Audiovi-sual para os Novos Media; Actividade Física; Educação Especial -Domínio Cognitivo e Motor; Educação Pré-Es-colar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico; Interven-ção Social Escolar; Ensino de Inglês e de Espanhol no Ensino Básico (novo)Ensino de Educação Musical no Ensino Básico; Gerontolo-gia Social (novo) Gestão de Empresas; Infra-estruturas de Construção Civil; Comu-nicações Móveis; Desenvol-vimento de Software e Sis-temas Interactivos. K

tecnologia faz férias de verão

ipcB

6 A Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco está a organizar em Julho diversas inicia-tivas relacionadas com as áreas de Engenharia e Tecnologia destinadas a alunos do Ensino Secun-dário. Além de permitir que os mais jovens apren-dam matérias relaciona-das com estas áreas de saber, de forma divertida e descontraída, estas são

também oportunidade de umas férias diferentes e saudáveis.

Informática, Enge-nharia Civil e Engenharia Electrotécnica e Industrial são áreas das quais serão realizadas experiências, reveladas técnicas e expe-rimentados recursos rela-cionadas com estas áreas de Engenharia. Os módu-los são leccionados por docentes das várias Uni-

dades Técnico-Científicas da ESTCB. Para o Institu-to Politécnico de Castelo Branco “esta é uma forma diferente de ocupar os dias de Verão em Castelo Branco”. Além da compo-nente técnica ocorrerão também actividades lúdi-cas, tais como desconto em bilhetes para a pisci-na, que está mesmo ao lado da ESTCB, passeios ou brindes. K

arquivo H

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português e matemática são prioritáriasNuNo crato, MiNistro Da eDucação

6 O novo ministro da Educa-ção, Nuno Crato, quer acabar com a dispersão curricular que existe no 3º ciclo do ensino básico. Por isso, assegura, quer “reduzir a dispersão curricular que existe, reformulando os currículos e concentrando a ati-vidade no português e matemáti-ca” não só no terceiro, mas tam-bém no segundo ciclo”.

Exigência e qualidade no ensi-no parecem ser as palavras de or-dem do novo tutelar da pasta da educação, o qual pretende que “os alunos não passem de repente a substituir o cálculo mental pela cal-culadora”. Ainda assim, Nuno Crato afastou a ideia de proibir o uso da calculadora. “Eu não pretendo aca-bar com a calculadora.

Outras medidas do novo mi-nistro passam pela realização de exames finais de conclusão do 2º ciclo e pelo alargamento aos exa-mes nacionais do terceiro ciclo das disciplinas de inglês e ciências.

O ministro afirmou que “o 2º ci-clo deve ser de avanço e não de re-trocesso”, justificando a introdução

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de exames nacionais no 6º ano.Nuno Crato reafirmou a inten-

ção de rever os currículos, sobretu-do no português e na matemática.

Quanto à avaliação dos pro-fessores, considerou que “não é o problema central da educação”, acrescentando que “há muitos pro-blemas e mais importantes”, tais como a aprendizagem dos alunos.

Contudo, disse que o atual modelo de avaliação dos docen-tes “não serve”, defendendo um “modelo que não seja burocrático e que não seja feito por outros pro-fessores”.

No parlamento, o ministro anunciou a desburocratização do processo avaliativo, referindo que a reforma será apresentada em bre-ve aos parceiros.“Estamos contra uma avaliação burocrática e pou-co fiável que perturba as escolas e coloca em causa o seu funciona-mento regular. A desburocratização da avaliação deve ir ao encontro da exigência e autonomia dos avalia-dos e dos avaliadores”, defendeu o ministro da Educação. ;o Ministro da educação quer mais exigência e rever a avaliação dos docentes

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JULHO 2011 /// 017

perfil do novo ministroNuNo crato DeFeNDeu, várias vezes, MeDiDas urgeNtes

6 Nascido em Lisboa, em 1952, onde se licenciou, é atualmente presidente executivo do Taguspark, em Oeiras. Nuno Crato é professor catedrático e pró-reitor da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), começou por dar aulas no ensino secundário.

Viveu em Lisboa, nos Açores e nos Estados Uni-dos da América, onde fez o doutoramento em Matemá-tica Aplicada (1992), depois do mestrado em Métodos Matemáticos para Gestão de Empresas (1987), na ca-pital portuguesa.

Foi também em Lisboa que se licenciou em Econo-mia (1980/81), no Instituto Superior de Economia. É autor de um vasto conjun-to de publicações, entre artigos em revistas científi-cas e livros que tornaram a matemática acessível a todos e o popularizaram entre os mais jovens.

Para essa popularidade contribuiu também o cargo de presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), que ocupou desde

2004 e que deixou para Miguel Abreu, nas últimas eleições, após assumir fun-ções de administrador do Taguspark, no ano passado.

“A Matemática das Coi-sas” e “A Espiral Dourada” estão entre os mais recen-tes títulos que editou.

Mantém-se na SPM como presidente da Mesa da Assembleia-Geral, pro-metendo continuar a escre-ver e a divulgar a matemá-tica.

Em 2008, foi condeco-rado pelo Presidente da República com a comenda da Ordem do Infante Dom Henrique. A União Euro-

; O ministro defendeu a necessidade de “uma ava-liação justa, rigorosa e trans-parente”, justificando não haver tempo a perder nesta matéria, mas sem concreti-zar de que forma o vai fazer.

Numa outra perspectiva, Nuno Crato anunciou a im-plementação de uma prova de acesso à profissão. “Esta medida ajudará a escolher os melhores e os mais bem preparados para ensinar”.

O Ministro fez questão

de sublinhar que as medidas necessárias a implementar não dependem apenas de dinheiro, lembrando mesmo que o dinheiro não é infinito.

Para o ministro, o rigor nas escolas não depende só de dinheiro, mas de medidas como a reformulação dos programas e dos currículos.

Defendeu mesmo que se não houver exigência nas escolas, serão “os filhos dos mais ricos, que têm hipóte-ses alternativas, que acabam

por progredir, em detrimento dos mais pobres”.

Na sua intervenção, o ministro da Educação disse ainda que o ministério da Educação é “uma máquina gigantesca, que em muitos aspetos se sente dona da educação, algo que quer con-trariar. “Eu quero acabar com isso”, rematou. K

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Orto-gráfico _

peia atribuiu-lhe, no mes-mo ano, um prémio de comunicador científico do ano. Crítico da educação em Portugal, defendeu nas várias entrevistas que deu a necessidade de medidas urgentes no ensino da ma-temática, sugerindo altera-ções na estrutura do Minis-tério da Educação, como a extinção do gabinete res-ponsável pelos exames e pelas estatísticas, que quer ver entregues a uma enti-dade independente. K

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Orto-gráfico _

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Novos secretários eQuipa Da eDucação

6 A junção do Ministé-rio da Educação com o da Ciência e Ensino Superior acrescenta um secretário de Estado aos três existentes nos anteriores governos e muda os nomes das respe-tivas pastas.

O novo ministro, Nuno Crato, passa a ter um secre-tário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida (CDS-PP), e uma secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário, Isabel Maria Santos Silva.

João Casanova de Almei-da foi chefe de gabinete do grupo parlamentar do CDS-PP e é licenciado Ciências da Educação, Administração e Gestão Escolar.

Isabel Maria Santos Sil-va é professora auxiliar no departamento de Psicologia da Universidade de Évora, sendo doutorada em Psico-logia, pela mesma univer-sidade, sobre os processos cognitivos e conhecimentos envolvidos nas etapas ini-ciais da aprendizagem da leitura.

Desde 2009, a nova se-cretária de Estado do En-sino Básico e Secundário integra o grupo de trabalho responsável pelo estudo psicolinguístico para “Es-tabelecimento de níveis de

os desafios de Nuno cratotraBalho Já coMeçou

6 Nuno Crato, o matemático que deu pro-tagonismo à ciência exata e se distinguiu pela sua di-vulgação, nomeadamente entre os mais novos, é o novo ministro da Educação.

O novo ministro da Edu-cação, do Ensino Superior e da Ciência, Nuno Crato, tem pela frente mais de uma dezena de sindicatos de professores, constan-tes ameaças de greve e

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um plano de austeridade que envolve a criação de mais mega agrupamentos e redução de pessoal.

Para cumprir as me-didas inscritas no memo-rando de entendimento assinado com a troika (UE, FMI e BCE), o novo ministro vai ter de poupar 195 mil-hões de euros na área da Educação.

Para 2013, o documento aponta o aprofundamento

de medidas, com vista a poupar mais 175 milhões de euros.

As escolas públicas de-verão obter financiamento com base na evolução de desempenho e na presta-ção de contas.

O Governo deve elabo-rar um plano para mel-horar a qualidade do ensino secundário, nome-adamente através da gen-eralização de “contratos de confiança” com as escolas públicas, para as quais se recomenda mais autono-mia.

Simultaneamente, ex-ige-se o reforço do papel fiscalizador da Inspecção-Geral da Educação.

O financiamento com base em contratos pro-

grama, como já acontece com algumas universidades e hospitais, havia sido de-fendido pelo Conselho Na-cional de Educação.

Mantém-se o objetivo de combater a baixa esco-laridade e o abandono es-colar precoce, de melhorar a qualidade do ensino e da formação.

Está prevista a criação de um sistema de análise, acompanhamento, avalia-ção e comunicação para aferir com precisão os re-sultados das políticas de educação, nomeadamente as que já estiverem em vigor para contenção de custos. K

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Orto-gráfico _

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referência na aprendizagem da leitura e da escrita do 1.º ao 6.º ano de escolaridade”, realizado no âmbito do pro-grama de acompanhamento e de monitorização do Pla-no Nacional de Leitura.

O novo secretário de Es-tado do Ensino Superior é o professor catedrático do De-partamento de Matemática da Universidade de Coimbra João Filipe Rodrigues Quei-ró, enquanto que a Ciência fica a cargo da professora universitária Maria Leonor Parreira, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

João Filipe Rodrigues Queiró já foi presidente da Comissão Científica do De-partamento de Matemática da FCTUC e membro do Bo-ard da International Linear Algebra Society. Foi também presidente do Centro de Matemática da Universida-de de Coimbra e vice-presi-dente do Centro Internacio-nal de Matemática.

Além de professora uni-versitária, Maria Leonor Par-reira trabalha no Instituto de Medicina Molecular e é investigadora do Instituto Gulbenkian Ciência. K

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Orto-gráfico _

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JULHO 2011 /// 019

grupo francês cantasucessos portugueses

Nouvelle vague recorDa Música pop Dos aNos 80

6 Táxi, GNR, António Varia-ções, Madredeus e Ban são al-guns dos nomes que o grupo francês Nouvelle Vague revisitou para um álbum de versões que sairá este ano em exclusivo no mercado português.

A antecipar a edição do disco, o grupo francês está em Portu-gal para fazer apresentações no verão em dois festivais de músi-ca: no Delta Tejo, em Lisboa, que decorreu no início do mês, e a 6 de agosto no festival Sudoeste TMN, na Zambujeira do Mar.

Os Nouvelle Vague são um projecto criado em 2003 pelos produtores franceses Olivier Libaux e Marc Collin, em torno da música pop e “new wave” dos anos de 1970 e 1980.

Dos álbuns de versões que editaram, com uma abordagem bossa nova e eletrónica, sobres-saem revisitações, por exemplo, de “Just can’t get enough”, dos Depeche Mode, “Love will tear us apart”, dos Joy Divison, “Blue monday”, dos New Order, e “The killing moon”, dos Echo & the Bunnymen.

Agora, a convite de um edi-tor português, os Nouvelle Vague entraram na música portuguesa dos anos 80 e gravaram um con-junto de canções com vozes por-tuguesas: Rui Pregal da Cunha, ex-Heróis do Mar, Teresa Lopes Alves e as atrizes Dalila Carmo e Inês Castel-Branco.

Em entrevista à Lusa, Olivier Libaux explicou que o grupo quis fazer este disco, ainda sem tí-tulo, porque “é fã de Portugal”. Aliás, os Nouvelle Vague já tin-ham editado, apenas no merca-do português, um álbum ao vivo gravado em Lisboa, fruto dessa empatia com o público portu-guês e com o país.

Depois de terem ouvido o repertório da música “pop rock”

portuguesa dos anos 80, os dois produtores franceses fizeram uma seleção musical que inclui, entre outras canções, “Portugal na CEE”, dos GNR, “Cairo”, dos Táxi, “Irreal social”, dos Ban, “O pastor”, dos Madredeus, ou “O corpo é que paga”, de António Variações. “Ouvimos as músicas sem perceber a letra e gostámos muito. Depois de as terem tra-duzido gostámos ainda mais”, reconheceu Olivier Libaux.

Os dois produtores franceses, que contaram sempre com um leque variado de cantoras para os vários álbuns, estiveram em Portugal em fevereiro, quando gravaram as vozes para o disco. “Já conhecíamos o Rui [Pregal da Cunha] há muito tempo e de-

pois ouvimos a Dalila, a Inês e a Teresa e gostámos muito delas, mesmo sendo atrizes”, disse. Nos concertos em Portugal, as músicas serão interpretadas por eles.

Do álbum, que não tem ai-nda data de edição, foi retirado o single “Sol da Caparica”, uma canção dos Peste & Sida que, por sua vez, já é uma versão de um tema dos Ramones, sendo aqui interpretada por Rui Pregal da Cunha.

Olivier Libaux não descartou um regresso a Portugal depois do verão para mais concertos em torno deste disco, feito para o público português. K

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tuna renova imagemcastra leuca

6 A Castra Leuca - Tuna Acadé-mica Masculina do IPCB renovou a sua imagem recentemente, apre-sentando ao público o seu novo símbolo. O novo brasão visa actu-alizar e inovar a sua identidade, fazendo também mais ligações à Academia e cidade que representa.

A forma do brasão, o escudo pe-ninsular, ou português, foi escolhido como objectivo de manter a unifor-midade usada em todas as unida-des corporativas ligadas ao IPCB, as-sim como as cores principais, o azul e o branco; O castelo representa a ligação à cidade de Castelo Branco. A silhueta do dragão, em contraluz com a lua, simbolizando esta a noi-te, é usado como alusão aos mitoló-gicos dragões brancos, conhecidos pela sua vasta sabedoria e conheci-mento. O estudante representa um

tuno, com o instrumento musical bandolim. Finalmente, a forma “CL” representa as iniciais do nome da tuna académica, juntando as duas letras a um instrumento musical de cordas, simbolizando este a música, a razão principal de existência da Castra Leuca. K

antigos alunos regressamreuNião eM vila real

6 No âmbito dos 25 anos, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro recebeu em Junho um encontro de antigos alunos, deno-minado AlumniUTAD 2011, que con-tou com centenas de participantes, no sentido de reforçar e estreitar a ligação entre a Universidade e os seus antigos estudantes, bem como reforçar o seu papel no de-senvolvimento da sua estratégia, na definição de percursos forma-tivos, no observatório do percur-so profissional, na realização de

actividades científicas, técnicas e culturais, promovendo uma rede de contactos de todos os antigos estudantes.

Do programa do encontro, des-tacou-se, entre outros momentos, a abertura de uma exposição de fotografia 25 anos da Rádio Univer-sidade, a apresentação da revista AlumniUTAD, o filme Memórias da UTAD, bem como dos livros Cróni-cas de Estudante da UTAD, 25 Anos de Rádio RUM/UFM e Vila Real, ó que linda és!. K

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020 /// JULHO 2011

projecto rota da oliveiraescola sá Da BaNDeira

6 A Escola Secundária de Sá da Bandeira está a desenvolver o projeto “Rota da Oliveira” em parceria com o CEIP Juan Valera, o CEIP Ntra. Sra. de la Sierra e o CC San José todos de Ca-bra (Códova), Espanha pre-vendo-se o seu alargamento a escolas de outros países mediterrânicos.

O aparecimento da oliveira na Península Ibéri-ca é anterior à ocupação romana e ainda hoje faz parte integrante da nossa paisagem e da nossa cul-tura. A cultura da oliveira representa um elo comum aos povos da zona do med-

iterrâneo. O projecto “Cultivo da

oliveira” tem uma duração de dois anos e enquadra-se na dinâmica das escolas as-sociadas da UNESCO, e pre-tende ser um incentivo aos jovens para a promoção da interculturalidade e para a preservação do património ambiental.

A Oliveira faz parte do nosso quotidiano quer de forma directa ou indirecta, tal facto proporciona o desenvolvimento de um trabalho baseado numa metodologia activa e partic-ipativa, em que as vivências dos alunos participantes no

projecto, apesar das partic-ularidades de cada região, não serão muito diferentes.

As escolas envolvidas centram as suas actividades nos mesmos objectivos:

• sensibilizar para a importância do cultivo da oliveira;

• sensibilizar para preservar o património am-biental e cultural;

• compreender a im-portância do azeite na dieta mediterrânea;

• promover a troca de experiências;

• promover a intercul-turalidade;

• aplicar o espanhol

como língua de comunica-ção.

O contato directo e con-tinuado através da Internet potencia a capacidade de saber fazer, e permite de-senvolver atitudes de res-peito mútuo numa perspe-tiva do conhecimento do valor do outro.

Através da partilha de conhecimentos de índole científica, cultural e pessoal os alunos poderão dar mais sentido à Oliveira como sím-bolo universal de Paz. K

vanda salvaterra _Escola Secundária Sá da

Bandeira

A oliveira de Casais de S. Braz, na Romeira, tem cerca de 1000 anos, sendo a árvore mais antiga do distrito de San-tarém e continua a dar 180 Kg de azeitona por ano. Foi classificada de interesse público em 24 de Agosto de 1993.

crianças têm muitas alergiasuMa eM caDa trÊs soFre

6 Uma em cada três crianças portuguesas so-fre ou já sofreu de doença alérgica, patologia que é mais prevalente na idade pediátrica e que geral-mente se torna uma com-panhia ao longo da vida.

O panorama foi traçado pelo presidente da nova Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica, es-trutura criada com o obje-tivo de fazer parcerias com outras entidades, estando em pé de igualdade com as sociedades congéneres.

Segundo Libério Ribeiro, cerca de 80% das doenças alérgicas começam nos primeiros anos de idade e são em grande parte he-reditárias.

Nos primeiros meses de vida, a alergia mais fre-quente é a de origem ali-mentar, com a intolerância à proteína do leite de vaca a surgir em primeiro lugar, seguida do ovo, peixe e fru-

tos secos.A partir dos dois ou três

anos começam a aparecer as alergias por via respira-tória ou inalatória. Ácaros ou animais são os princi-pais responsáveis por es-tas alergias nos primeiros anos, com a intolerância aos pólenes a surgir geral-

mente por volta dos 6 ou 7 anos.

No fundo, o que se nota na criança é uma evolução do tipo de alergia ao lon-go do crescimento, num movimento que Libério Monteiro designa como marcha alérgica. Primeiro, manifestações de alergia

alimentar, depois eczema e alergia respiratória.

Estas doenças vão acompanhar as crianças até à idade adulta, porque há sempre uma base alér-gica, mas o especialista lembra que “uma alergia bem controlada correspon-de a uma alergia curada”,

alertando para o “mito” - que disse ser “totalmente errado” - de que a asma passa com a idade.

“Quando se é alérgico é-se até ao fim da vida”, explicou.

O presidente da So-ciedade de Alergologia Pediátrica lamenta que haja uma subvalorização destas doenças que começa logo nos próprios pais e que se estende muitas vezes a al-guns médicos.

“Há médicos que se limitam a tratar os sin-tomas que se vão apre-sentando sem tratar a ori-gem da doença. Temos de nos lembrar que são doen-ças inflamatórias crónicas que têm de ser tratadas”, referiu.

Para Libério Ribeiro, as doenças alérgicas são das mais subvalorizadas, sub-diagnósticadas e subtrata-das.

“Há um papel a fazer

na educação de quem tra-balha com a criança, como professores, assistentes escolares. É preciso fazer uma educação ao nível da escola e dos pais, até para que reconheçam e valori-zem os sintomas”, recon-heceu.

Esta temática tem leva-do vários investigadores a desenvolverem os seus trabalhos. Na Faculdade de Ciências da Saúde da Uni-versidade da Beira Interior, Elisa Soares fez o seu mes-trado nessa área, através de um estudo analítico transversal de uma popu-lação pediátrica, dos 3-11 anos, inscrita nas escolas da Cova da Beira. Os re-sultados revelaram que os frutos frescos foram o principal grupo alimentar envolvido na alergia ali-mentar para a faixa etária pediátrica. K

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Orto-gráfico _

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Page 21: Ensino Magazine 161

JULHO 2011 /// 021

6 «negra e dura como uma muralha, pesando, dando sobre as almas, estava a Universidade […]

com as suas formas diferen-tes de comprimir, escurecer as almas:

[…] os seus lentes crassos e crúzios»

(“Um Génio que era um San-to”, Eça de Queiroz)

O Prof. Ó.S.Carocha reprovou-o no exame de “Migrações e Po-voamento”. Foi o único chumbo de Arcílio na universidade! Pre-parou-se para aquela prova do mesmo modo que para as ou-tras: com ligeireza e displicência próprias da juventude. Só que, desta vez, saiu-lhe o sábado à sexta-feira. Como não ia às au-las (matriculara-se como “aluno voluntário”) nem havia programa da cadeira (ou se existia não era publicitado entre os estudantes), Arcílio não soube que o Prof. Ca-rocha informara a turma da obri-gatoriedade de se apresentar, individualmente, um trabalho de análise demográfica de um concelho do país. Arcílio pensou que, por ser “voluntário” (o que implicava já um plus avaliativo de duas “frequências” anuais na disciplina) tal facto o punha a salvo da cláusula extra. Grosso erro de cálculo.

Naquela escola, as avalia-ções por trabalhos eram raras (fez apenas dois, um de grupo, em “Metodologia das Ciências Sociais”, e outro individual, na cadeira do sisudo e monocórdico Carocha, ambos no último ano do curso). Assim, passou o ve-rão mergulhado nas 640 páginas do livro de Demografia. Pela pri-meira vez, leu e sublinhou uma “sebenta” de fio a pavio. Entre Setembro e Outubro, pesquisou, com entusiasmo, as brochuras dos recenseamentos procurando caracterizar a evolução demográ-fica do concelho onde vivia há 15 anos. Fez tabelas, quadros, gráfi-cos e pirâmides etárias, em pa-pel milimétrico, da população do concelho de Vila Franca de Xira. As dúvidas que iam surgindo, no cálculo de índices e taxas, eram esclarecidas por um monitor (?) em tirocínio para assistente que, pelo que deixava transparecer, andava embrenhado na prepa-ração de uma obra do seu cate-drático protector. Todos aqueles trabalhos académicos, exigidos à generalidade dos estudantes, pa-

reciam contribuir também para o projecto, completando, desse modo, o quadro demográfico de Portugal Continental e Ilhas Adjacentes (as Províncias Ultra-marinas, designação ideológica recauchutada para colónias, não entravam neste cenário embora se estivesse num Instituto Su-perior de Ciências Sociais e Po-lítica Ultramarina). Sentiam que estavam a “trabalhar para o pro-fessor” mas sem que tal fosse assumido por alguém. Mais tar-de, a desconfiança avolumou-se quando viu frustrada a tentativa de recuperação do seu trabalho.

– Parece que levou sumiço! – disse-lhe o monitor, enquanto vasculhava, de forma superfi-cial, os montes de papelada que o cercavam naquele acanhado gabinete.

A 20 de Outubro, apresentou-se de novo a exame (ai como o calendário escolar bolonhês en-colheu as férias!); era um sába-do (e o fim-de-semana ainda não havia sido inventado!). Desta vez, ia confiante e seguro. A oral rea-lizou-se logo na 3ª feira seguin-te. Ficou aprovado com um 13 (a nota mais alta da 2ª época!); no contexto da altura, não era mau (o tempo da inflação das notas só viria mais tarde).

Hoje, reconhece que aquele desaire, no seu percurso escolar, foi, sem dúvida, uma reprovação bendita. À conta disso, estudou, aprendeu, ganhou gosto pela matéria, tomou consciência de situações degradantes no país (como os vergonhosos núme-ros da mortalidade infantil); em suma, entusiasmou-se com essa área do social e ali lançou raízes de futuro. A adesão à Demogra-fia, e em particular aos fenóme-nos migratórios, fez-se não pelo carácter ou empatia do Professor. Aquele homem, não cativava. Repelia… apesar da aparência: Ó.S.Carocha era um homem ele-gante, alto, penteado com esme-ro, sempre de fato e colete (azul escuro de preferência), gravata sóbria, sapato preto brilhante… Mas no melhor pano cai a nódoa: coxeava ligeiramente; e quando passava no corredor, o jovial An-tonino imitava-lhe o mancar, e a malta zombava, em coro:

– Deixa que eu chuto, pá.Daquele professor, de ar se-

ráfico e poucas palavras, corriam histórias sobre a sua rigidez e inflexibilidade, nomeadamente

quanto ao formalismo que exigia aos alunos que se apresentavam a exame. Contava-se que che-gou a impedir um de entrar na sala porque não levava gravata apesar de ir com um colar cervi-cal, na sequência de um recen-te acidente rodoviário. Alguém teve de lhe emprestar a dita que ele colocou por cima da prótese semi-rígida. E só assim, naquela figura ridícula, lhe franqueou o acesso ao antro da tortura aca-démica!

O Prof. Ó.S.Carocha era um solteirão empedernido; dizia-se que esperava encontrar uma aluna com quem casar, tal como tinha acontecido com o seu mo-delo, o Prof. Arianus, o ex-direc-tor e ex-ministro de Salazar, que ele procurava clonar, no vestu-ário, nos gestos, nos comporta-mentos, nas expectativas profis-sionais e pessoais.

Nos ventos arrasadores do PREC, o Prof. Ó.S.Carocha aca-bou, como tantos outros, sa-neado. Aquela escola, pela sua proximidade ideológica ao regi-me marcelista, enviou muitos processos à Junta de Salvação Nacional. Mas para o clima (qua-se) insurreccional da época, os processos do Instituto até iam bem instruídos e nenhum foi recusado pelas novas autorida-des políticas. Ó.S.Carocha fez a travessia do exílio que a demo-cracia lhe impôs. Quando a tem-pestade revolucionária esfriou, o grupo de ex-saneados regressou, no chamado período de “nor-malização”. Retomaram os seus feudos e impuseram o retorno ao conservadorismo que era a marca de água daquela escola universitária; a mais “reaccioná-ria”, para usar um conceito data-do, da Academia de Lisboa. Anos depois, chegou, naturalmente, a presidente do Conselho Directivo do ISCSP (agora sem U). E aí se manteve até à reforma… sempre de gravata, pois claro. K

luís souta _ [email protected]

reprovação Bendita“MeMórias FiccioNaDas”

escolas com instrumentosBeira iNterior

6 Seis escolas da Beira In-terior vão receber mais de 60 instrumentos musicais de per-cussão. A Fundação EDP apro-vou o projecto concebido pela Associação Cultural da Beira In-terior e vai assim patrocinar a aquisição de material, aulas de música e identificação de jovens talentos. O maestro Luís Cipria-no começa por explicar que este é um trabalho que tem vindo já

a ser feito por várias escolas da região. Nos últimos meses foram ouvidas 580 crianças “das quais seleccionamos 109”. Tortosendo, Covilhã, Teixoso, Paul, Fundão e Silvares são as localidades onde se vão instalar instrumentos mu-sicais e onde as aulas decorrem. As escolas destas localidades ga-nham assim instrumentos “que mais nenhuma escola portugue-sa tem”. K

www.ensino.eu

escola com central castelo BraNco veNDe eNergia

6 Trinta e seis painéis consti-tuem a nova central fotovoltaica que o Agrupamento de Escolas Cidade de Castelo Branco inau-gurou recentemente. A central permitirá uma poupança de 15 por cento na factura de electri-cidade desta escola e foi adqui-

rido com as verbas dos prémios de vários concursos ganhos por alunos.

A Cidade de Castelo Branco inaugurou também um novo sis-tema de rega que utiliza água de um poço e uma estação meteo-rológica automática K

o presidente da câmara inaugurou a central

etaproni em festaNisa

6 Um grupo de alunos da Escola Profissional de Nisa parti-cipou nas actividades de final de ano lectivo da escola básica do 1.º ciclo de Nisa, na manhã do dia 22. O convite para esta participa-ção surgiu depois de os alunos do Curso de Animador Sociocultural 2008/2011, durante o ano lectivo

que agora termina, terem efectu-ado várias actividades práticas do módulo de animação socioeducati-va tendo como destinatárias estas crianças. Os alunos puderam cola-borar com uma interacção criativa com as crianças, assim como reali-zar um atelier de pinturas de rosto e modelagem de balões. K

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022 /// JULHO 2011

submarinos, Banqueros y professores. o sea, Decepcionados e indignados

cróNica salaMaNca

6 Cualquier ciudadano infor-mado, y espero que los universi-tarios también, somos conscientes del terrible panorama económico y social que se cierne sobre millones de europeos en paro, y con varios países al borde de la quiebra (Gre-cia), y otros próximos e interveni-dos, o con graves problemas de solvencia para su deuda pública y credibilidad en el concierto in-ternacional. La reconversión neo-capitalista está resultando brutal, afecta a millones de personas, y beneficia a unos pocos desvergon-zados, principalmente del ámbito financiero.

Los recortes sociales y eco-nómicos también están resultando drásticos en nuestro sector uni-versitario público (por no men-cionar otros aun más dolorosos), y afectan a reducción de salarios de profesores y funcionarios, ami-noración de dinero para investiga-ción, disminución radical de plazas de oferta pública, engullimiento y amortización total de plazas va-cantes derivadas de jubilaciones. En fin, una fotografía poco esti-mulante para pensar en apoyos imprescindibles para una docencia y una investigación de calidad. Re-conversión a lo bestia, y exigencia máxima competitiva a los profeso-res e investigadores. Como para tirar cohetes. En suma, una desac-tivación descarada, una auténtica deconstrucción de la universidad pública. Hablamos de España, pero todo ello es aplicable a Portugal, a Irlanda, a Italia, a Francia, a todos los paises del entorno europeo.

Mientras tanto salta a la pren-sa que en Portugal se concede una millonada de dinero público para construir un submarino, que los días de guerra con la OTAN en Libia cuestan una barbaridad al erario público español, que los diputados españoles en Europa no se rebajan el sueldo ni a tiros (a diferencia de todos los funcionarios españoles), que la indecencia y la corrupción recorre ministerios, consejerias y ayuntamientos de algunas partes de España (citemos, por ejemplo, los casos de Comunidad Valencia-na, Madrid, Cataluña, Andalucía o Baleares). Sobre todo resulta san-grante observar la enormidad de los dineros públicos que se han atribuido para reconversión de Ca-jas de Ahorro y Bancos (seguro que es más preciso hablar de banque-ros). Decimos que esa codicia y esa atribución tan amplia de fondos públicos genera sangre, porque es literal que esas actuaciones provo-can dolor, sangre, miseria, enfado, decepción, indignación en miles de personas afectadas por hipo-tecas no alcanzadas, desahucios, impagos, paros laborales, y otras lindezas.

Se ha producido en España una reacción popular no prevista por los gobernantes y poderosos con la toma pacífica de plazas de muchas ciudades, por parte de sectores muy heterogéneos de ciudadanos, principalmente jóve-nes, que desean exponer, hablar, explicar y denunciar este situa-ción tan alarmante y crítica, que parece resbalar por las espaldas

de muchos responsables políticos y económicos, de nuestro pais, o de otros donde se toman las deci-siones más severas e influyentes.

En algunas de estas asam-bleas populares derivadas del 15-M salen también a debate te-mas relacionados con la univer-sidad y sus problemas. Todo el mundo allí representado es cons-ciente de lo que ahora mismo nosotros denunciamos sobre el desmantelamiento de la univer-sidad pública, que parece que-dar lejano para los sectores más conservadores (mientras se lavan las manos y sonrien), y sobre el que los denominados progresistas poco puedan avanzar para dete-ner tal deterioro, porque les toca administrar esa crisis financiera creada de manera artificial llevan-do a efecto la aplicación de las po-líticas de ajuste que le interesa al gran capital.

Feo panorama el que tene-mos a la vista para pensar con op-timismo en otra universidad mejor, más comprometida socialmente, más atenta a las demandas de la producción y la empresa, más llamada a una formación de cali-dad de los futuros profesionales que egresan, más dedicada a una investigación básica de carácter aplicado en todos los campos de la ciencia, más capaz de apostar por la cultura en todos sus grados y sectores.

Y sin embargo, sabemos que la clave que a medio y largo plazo hace renacer un pais y una socie-dad es la cultura de sus jóvenes,

la capacidad de creación de nove-dades científicas, la buena forma-ción de los profesionales cualifica-dos que siempre se van a precisar, de la apuesta por difundir a toda la sociedad los beneficios de la alta cultura, la formación de per-sonas con criterios elevados de tipo moral, estético, deportivo.

Nos jugamos todos el deterio-ro creciente de nuestra sociedad de la mano de la caída libre de las universidades públicas en que de forma inconsciente o perversa se las está haciendo declinar, fo-mentando así que nuestro entor-no vaya a ser menos justo y equi-tativo, menos culto y habitable. El modelo de sociedad europea, y sus universidades, corren serio peligro de pervivencia.

¡Menos submarinos, menos misiones militares, menos conce-siones a los banqueros, ninguna a los corruptos, y más a favor de la cultura y la universidad!. K

José Maria hernández Díaz_ Universidad de Salamanca

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cursos internacionales de la universidad uNiversiDaD De salaMaNca

6 Unos 1.600 estudiantes pro-cedentes de Europa, América, Áfri-ca, Asia y Oceanía, lo que supone un incremento del 6,1 por ciento respecto al verano anterior, par-ticipan en la XLVIII edición de los Cursos Internacionales de Lengua y Cultura Españolas, inaugurados hoy por el rector, Daniel Hernández Ruipérez.

Como es tradicional en estos cursos, vuelve a ser Estados Uni-dos el país que más estudiantes aporta con 1.024, lo que mejora in-cluso la estadística del pasado año cuando se registraron 943 matricu-laciones. Del continente americano destaca también la alta asistencia de brasileños (110) y canadienses

(52). El resto de alumnos, hasta completar los 1.596 inscritos a fe-cha de hoy, mantiene tendencias similares de años anteriores con una fuerte presencia de jóvenes europeos, procedentes de Fran-

cia, Alemania, Italia, Reino Unido y Portugal (en torno a los 250 alum-nos), seguidos de asiáticos (78), africanos (75), oriente medio (6) y oceanía (3).

En un abarrotado Paraninfo,

el rector reiteró el prestigio in-ternacional de la Universidad de Salamanca en la enseñanza del es-pañol, lo que ha supuesto varios reconocimientos como la conc-esión de Campus de Excelencia In-ternacional por parte del Ministerio de Educación, la elección por parte del Banco Santander Brasil como sede de su programa “Top España” o la confirmación de la excelencia académica al confirmar la presen-cia de más de mil estudiantes de Estados Unidos a través de los pro-gramas “Study Abroad”. “Somos –subrayó Hernández Ruipérez- más que la Universidad ‘de’ Salamanca: somos la Universidad “del español y del mundo en español”. K

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JULHO 2011 /// 023

a aprendizagem com as ticeDitorial

7 A introdução das tecnolo-gias da informação e da comu-nicação na escola e, sobretudo, em ambiente de sala de aula, tem vindo a aumentar, o que anuncia uma progressiva per-da da resistência à mudança de muitos educadores que, inicial-mente, para elas olharam com desconfiança e suspeita.

Sabemos que as tecnolo-gias da informação e da co-municação acrescentam muita complexidade ao processo de mediatização do ensino e da aprendizagem, já que, por um lado, são reconhecidas as difi-culdades da formação perma-nente de professores nesta área e, por outro, continua a faltar, inexplicavelmente, um paradig-ma para a utilização pedagógica destas novas ferramentas do saber.

Grande parte das poten-cialidades das tecnologias da informação e da comunicação (simulação, virtualidade, aces-sibilidade, e extrema diversida-de de informações) são ainda ignoradas por muitas escolas, ou pouco utilizadas pelos pro-

fessores, sobretudo porque a sua transferência para o acto educativo exige uma enorme abertura a concepções metodo-lógica muito diferentes das me-todologias tradicionais de ensi-no, já que a sua utilização exige mudanças radicais nos modos de compreender os complexos actos de ensino e de aprendi-zagem.

A literatura indica que aprendemos em diferentes con-textos e de diferentes maneiras e que cada um de nós detém um estilo de aprendizagem mui-to próprio. Logo, educar para a sociedade do conhecimento, requer que cada um de nós compreenda a vantagem do de-senvolvimento nos alunos de competências que visem a uti-lização das tecnologias de infor-mação e de comunicação, num quadro que respeite os estilos individuais de aprendizagem e os novos espaços de construção do conhecimento e do saber.

A busca desse novo quadro de actuação educativa faz com que tenhamos que utilizar me-todologias pedagógicas mais

plásticas, que redimensionem o papel do professor (um pro-fessor mais mediatizado), e que incluam as tecnologias da informação e da comunicação como ferramentas mediado-ras da aprendizagem, já que a sua utilização na sala de aula promove o desenvolvimento de competências, expectativas e interesses fundamentais à inte-gração e sobrevivência do aluno na sociedade digital.

Neste sentido, a utilização das tecnologias da informação e da comunicação, centradas na aprendizagem, exige ao docente novas e diferenciadas funções, sobretudo quando a figura do professor individual tende a ser substituída pela do profes-sor tutor, enquadrado num co-lectivo de pares que partilham os saberes e se ligam em rede com o universo inesgotável das bases de informação e pesquisa disponibilizados, por exemplo, pela Internet.

Orientadas para esses fins, as tecnologias da informação e da comunicação na educação correspondem à descoberta de

uma nova dimensão pedagógi-ca. Uma dimensão pedagógica activa, que pressinta as neces-sidades e exigências desta nova sociedade do século XXI, socie-dade que pretende conferir às novas tecnologias um papel de relevo, enquanto mediadoras do acto educativo.

Estas novas exigências con-figuram, quase sempre, a ne-cessidade de implementar no terreno novas campanhas de alfabetização audiovisual, digi-tal e interactiva, as quais, de certa forma, desestabilizam os processos de organização tradi-cionais de ensino e as represen-tações que os educadores man-têm do que deve ser a educação formal, já que importa que este novo processo educativo signi-fique, não apenas a introdução das novas tecnologias na sala de aula, mas, sobretudo, uma reor-ganização de todo o processo de ensino e do modo de promover o desenvolvimento de capacida-des de auto-aprendizagem.

Trata-se de uma revolução silenciosa que penetra as pare-des das escolas e que as pre-

para para enfrentar os desafios do futuro. Esses novos espaços educativos recriam um universo em constante interacção com as grandes mudanças sociais e tecnológicas, numa atitude inte-ractiva e dialéctica com as redes telemáticas, para incrementar a promoção e o desenvolvimento de capacidades crítico - reflexi-vas nos alunos, e para os en-sinar a navegar nesta nova era de descobrimentos deste novo mundo virtual. K

João ruivo [email protected]

exigência e qualidadepriMeira coluNa

7 O novo governo portu-guês voltou a juntar num mes-mo ministério a Educação o En-sino Superior e a Ciência. Nuno Crato, defensor da exigência e da qualidade, foi o responsável escolhido para assumir o cargo de ministro da Educação e da Ciência. Habituado a exigentes desafios, Nuno Crato terá pela frente aquele que, porventura, será o mais difícil de concre-tizar.

Desde logo, o novo ministro terá que diminuir, a curto pra-zo, os gastos do sector educati-vo, em cerca de 190 milhões de euros, para cumprir os compro-missos feitos com a chamada Troika (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Ban-co Central Europeu). Terá ainda que rever os currículos do en-

sino básico, sobretudo ao nível do 3º ciclo, onde existe uma grande dispersão. Terá ainda que reforçar a aposta no ensino do português e da matemática, mas também das ciências.

Nuno Crato deverá também intervir na avaliação dos pro-fessores e, porque não dizê-lo, dos alunos. A exigência e a qualidade são vectores fun-damentais da escola pública, aos quais se juntam a demo-cratização de acesso ao saber. Uma democratização que deve ser generalizada do pré-escolar ao 12º ano e ao próprio ensino superior.

Portugal possui hoje uma rede de ensino modernizada. Nos últimos anos investiram-se milhões de euros em novas escolas e centros escolares,

garantiram-se condições únicas de acesso ao saber. Implemen-taram-se novas tecnologias. Em muitas das nossas escolas os quadros de ardósia deram lu-gar a rectângulos interactivos.

No ensino superior, Por-tugal continua com o sistema binário, em que coexistem Uni-versidades e Politécnicos. Um sistema, que deveria ser mais diferenciado, mas que permitiu e permite o acesso à formação superior de milhares de jovens, que noutros tempos só o po-diam fazer nos grandes centros urbanos. E esta foi uma das maiores revoluções educativas que se registaram em Portugal no pós-25 de Abril. Nuno Cra-to sabe a importância que as instituições de ensino superior têm no nosso país. Espera-se

que também entenda a sua im-portância para a coesão nacio-nal.

Fechar instituições de ensi-no público, sobretudo no inte-rior do país, não é solução para os problemas do país. Racio-nalizar os cursos de formação inicial, de uma forma justa, promovendo a coesão nacional que o país tanto precisa, é um caminho que deve ser seguido. O mesmo se passa com a pro-moção de parcerias entre ins-tituições ou com o fomento da investigação através da criação de centros multi-institucionais de forma a ganharem dimensão científica internacional. A inter-nacionalização das instituições é outro vector importante que o Ministério não deve descu-rar. Há ainda o factor qualida-

de. Qualidade dos cursos, das instituições, dos docentes e do ensino. E aí só pode haver um caminho o da exigência.

É claro que Nuno Crato sabe tudo isto, como saberá encontrar formas de lidar com os sindicatos de professores. Uma tarefa que não será, de todo, fácil, mas que não é ne-nhuma missão impossível, so-bretudo para um governo que tem a maioria parlamentar...K

João carrega [email protected]

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024 /// JULHO 2011

letras roubadasarQuivo Morto

7 A mais sensacional desco-berta, feita por acaso, e agora de-positada nas reservas do Museu de Antiguidades Egípcias, na cidade do Cairo, desde a descoberta céle-bre Pedra de Roseta, por um oficial do exército napoleónico em 1799, contendo uma inscrição em grego, demótico e escrita hieroglífica, e que trouxe a glória a Jean-François Champollion, foi até agora escamo-teada do grande público. Conheci-da de escassos meios académicos, foi sendo divulgada em surdina, negada ou pura simples desvalori-zada, tal a comoção causada pelo seu conteúdo, capaz de alterar por completo os dados anteriormente conhecidos sobre o possível curso da História.

A ciência dos eruditos não gos-ta, e receia acima de tudo, os factos incómodos que perturbem ideias feitas, teorias carcomidas e pré-conceitos arreigados. O director das antiguidades egípcias, doutor Anwar Fazzul, declarou recentemente, que a descoberta anunciada pelo ar-queólogo John Barefoot, não “pas-sa de pura especulação”, e que a chamada notícia “posta a circular

por pessoas de manifesta má fé”, não permite assegurar “que o con-troverso documento, sujeito ainda a avaliação independente, tenha modificado de por algum modo ou alcance o nosso entendimento da história”. A verdade é que, segun-do as informações disponíveis, o documento em questão, uma placa de razoáveis dimensões, cinzelada em pedra-pomes, resgatada ao mar, nas escavações sub-aquáticas nas águas do porto de Alexandria, pela equipa de Barefoot, provam uma outra versão da história oficial.

Nele se relata como o curso dos acontecimentos podia ter sido ou-tro, se os intentos do escriba-mor do Baixo Império tivessem vencido. Esta é a história do infame Senilor-thopep, escriba, gramático e conspi-rador delirante, que quase destruiu o legado da antiga escrita faraónica, mergulhando o império numa tre-menda confusão linguística e numa não menos perigosa deriva de auto-destruição. Os poucos peritos que tiveram acesso ao achado, não são unânimes quanto às causas de tal desvario, mas todos concordam num ponto – tivesse sido bem su-

cedido, o resultado teria sido mais devastador que o chamado efeito torre de Babel. Ao que parece, as primeiras dificuldades começaram a ser sentidas na comunicação escrita entre as diversas regiões do alto e baixo Nilo. As mensagens tornaram-se, pouco a pouco, mais ilegíveis e menos compreensíveis, devido à falta notória de hieróglifos, um aqui e outro ali, coisa de pouca mon-ta, mas lançaram sinais de alerta, quando as ordens enviadas do cen-tro de poder real eram erradamente cumpridas ou mesmo ignoradas.

A investigação, realizada por Hal-fabetiplop, da Irmandade de Toth, à qual pertencera o renegado escriba, para apurar as causas do estranho fenómeno, detectou numerosas rasuras e ausências tamanhas, inexplicáveis e extravagantes. Nos templos, por seu lado, os escribas notaram o súbito apagamento dos sinais inscritos na pedra, deixando perplexo o conjunto da agremiação sacerdotal. A praga alargou-se aos documentos civis, mercantis e mili-tares. Faltavam letras, como se diria em linguagem actual e corrente. Al-guém estava a apagá-las. As conse-

quências, sub-reptícias a princípio, depressa se tornaram evidentes – a linguagem escrita perdia acuidade, veracidade e precisão, donde resul-tou uma enorme confusão nas leis e nos negócios, além da perda por mais evidente de poder efectivo de comunicação nos assuntos mais triviais. Ninguém acredita numa língua de trapos, nem há respeito por aquilo que pretende veicular e transmitir.

O investigador seguiu as mais diversas pistas, que o conduziram à porta do escriba-mor do reino. Despeitado por lhe ter sido negada uma benesse de somenos impor-tância, decidiu vingar-se pela ma-gia, assegurando um meio infalível de o fazer – apagamento dos sinais de escrita. Alguns idiomas da região padeceram, talvez por glossalgia galopante, de maleitas idênticas, ao suprimirem, por exemplo, as vogais, dando origem as outras confusões linguísticas de alcance religioso, ain-da não resolvidas. Outros poderes, tomados por delírios de grandeza, tinham reduzido as respectivas es-critas a tracinhos cuneiformes, por alegados motivos de poupança.

No caso em apreço, provou-se que a retirada progressiva de hie-róglifos estava em vias de conduzir à vertiginosa decadência da expres-são oral e escrita, com a conse-quente atrofia cognitiva. Em suma, a regressão total e completa a um estado de barbárie até à destruição da civilização. O estudioso Aziz Ba-rack, que lançou alguma luz sobre o caso, é peremptório ao afirmar que o desaparecimento dos hieróglifos, diríamos hoje o roubo descarado de signos, só podia conduzir à queda inevitável do antigo reino do delta. Houve uma reacção pronta e o cri-minoso não teve sorte nos seus pro-pósitos dementes. O relato do seu suplício é bastante gráfico – foi obri-gado a engolir, literalmente, cada hieróglifo sonegado. Consta que morreu de indigestão alfabética. K

(extraído do “Jornal de Actualida-des Próximo Orientais”, nº X, vol. 10,

ano 2010)

José guardado Moreira _

cartas desde la ilusión cróNica

7 Ha llegado el final del cur-so, y, aparte de recoger los frutos de lo sembrado, los profesores he-mos aceptado el reto de seguir re-flexionando sobre nuestra manera de conseguir funcionar como una comunidad de aprendizaje, pero, ahora ya, desde la perspectiva de lo que pretendemos lograr.

Como puedes observar, no te-nemos prisa en cuanto a comenzar a funcionar como comunidad de aprendizaje, porque pensamos que lo importante es sensibilizarnos y conseguir ver todo el proceso que se avecina “en perspectiva”, con el fin de poder comenzar a planificar de una manera realista. Seguimos sin proponer plazos, porque no nos tiene que agobiar la sensación de “tener que cambiar”, sino, más bien, tenemos que vivir todo esto desde la serenidad para conseguir plantear con clarividencia los cam-bios que consideremos necesarios. Una vez más, te recuerdo, no cree-mos en los cambios “por ley”, sino

“desde las personas” que se invo-lucran.

Una de las cosas que preten-demos lograr es muy fácil de de-cir, pero muy difícil de conseguir: asegurar que todos los alumnos aprenden.

Como grupo de profesores, partimos de la aceptación de que “enseñar” no lleva necesariamen-te a “aprender”, al menos desde

la perspectiva tradicional en la que nos hemos movido hasta el pre-sente. Los profesores siempre he-mos sido altamente responsables y, por eso, hemos asumido nuestro papel de “docentes”, o “enseñan-tes”, porque ese papel se comple-menta con el de nuestros alumnos como “discentes”, o “aprendices”.

Pero nuestra responsabilidad como docentes no se ve correspon-

dida, a menudo, con que nuestros alumnos consigan aprender.

Por eso, como comunidad de aprendizaje, vamos a empezar a asumir que “la misión central de la educación formal no es asegurar simplemente que los alumnos re-ciben docencia, sino asegurar que aprenden”.

Esto supone, en primer lugar, un cambio de modelo, que gira

desde la orientación a la docencia, hacia la orientación al aprendizaje.

El chiste que te inserto a conti-nuación lo dice claramente (como sé que no dominas el inglés, per-mite que te lo traduzca): K

Juan a. castro posada [email protected]

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JULHO 2011 /// 025

le Mans e steve McQueenBocas Do galiNheiro

7 Desde que me lembro que gosto de automóveis. E de corridas. Longe vai o tempo em que, religio-samente às 13 horas de domingo, na RTP, víamos as transmissões da fórmula 1. Em Moçambique não ha-via televisão, mas vibrávamos com o grande prémio da África do Sul. E foi assim em 1972, em Kyalami. A ideia era ver o Lotus de Emerson Fittipaldi chegar na frente. Ficou em segundo. A vitória foi para o neoze-landês Dennis Hulme em McLaren. No final quem riu foi o brasileiro que foi campeão nesse ano. Escu-sado será dizer que só voltei a ver um grande prémio no regresso da fórmula 1 a Portugal em 1984. Mas, esses eram outros tempos. Agora resta-nos apanhar algumas corridas secundárias em canais do cabo e al-gumas provas de resistência. E foi uma dessas que acompanhei recen-temente e que nos trouxe hoje às corridas: as 24 horas de Le Mans. Não foi propriamente a corrida que me entusiasmou para aí além. O duelo Audi/Peugeot é quase um lu-gar comum nos últimos anos, com a atracção de que a marca francesa conta entre os seus pilotos o por-tuguês Pedro Lamy que este ano, apesar de quase não ter guiado, ins-creveu o seu nome no lote dos se-gundos classificados. A grande notí-cia do ano foi no entanto o anúncio da Porsche de que vai voltar às 24

Horas de Le Mans 15 anos depois da última vitória, em 1998, com Allan McNish, Stéphane Ortelli e Laurent Aiello, Porsche que, com 16 triun-fos, é a marca com maior sucesso em Le Mans. E, quando se fala em Le Mans e em Porsche vem-nos de imediato à cabeça o mítico 917 que deu à marca a primeira vitória na exigente prova francesa. Em quatro anos transformou-se no mais pode-roso carro de corrida da época e em 1971 Steve McQueen transformou-o em lenda do cinema no filme” Le Mans” (As 24 Horas de Le Mans), realizado por Lee H. Katzin.

O filme é um hino às corridas de automóveis. Michael Delaney, Steve McQueen, está de volta a Le Mans onde no ano anterior causara um acidente que causou a morte a Bel-getti, marido de Lisa, Elga Andersen. Os primeiros minutos de corrida são seguidos na integra e o primeiro di-álogo acontece aos 37 minutos de filme. Decididamente o objectivo era a prova. Mas, claro, a grande estrela é o 917, um carro que, com os seus 600 cavalos batia recordes atrás de recordes. Com uma aerodi-nâmica inovadora, com a chamada cauda longa, atingia quase os 400 km/hora e era a bem dizer imbatí-vel. O seu grande rival na altura era o Ferrari 512. Porém uma alteração aos regulamentos acabou por impe-dir o carro de competir na Europa o

que não impediu a Porsche de de-senhar outros modelos e passear a sua classe nas pistas até à tal última vitória de 1998. Vencedor na realida-de da prova de 1970, ano em que o filme é feito, e no qual são utiliza-dos três 917. Um deles, o conduzido pelo duplo David Piper teve um aci-dente durante as filmagens de que resultaram ferimentos graves para Piper que perdeu uma perna, facto que lhe valeu um agradecimento es-pecial nos créditos finais. Algumas cenas que constam do filme foram filmadas na corrida de 1970. Como se sabe Steve Mcqueen era um apai-xonado das corridas, tendo mesmo participado nas 12 horas de Sebring em 1970 fazendo equipa com o pilo-to Peter Revson, acabando a dupla, ao volante do Porsche 908 do actor, no segundo lugar logo atrás do Fer-rari 512 do super campeão Mario Andretti. Foi obra. Por uma questão de seguros, a produção do filme não permitiu que McQueen participasse, como queria, nas 24 horas de Le Mans. Assim as filmagens terão sido feitas do seu carro, conduzido por Herbert Linge que, equipado com três câmaras filmou a corrida da-quele ano, as tais cenas que depois foram incorporadas no filme. Curio-samente, apesar da falta de aerodi-nâmica por causa das câmara e das paragens para carregar filme, o carro acabou a prova em nono lugar. Nos

tais mitos urbanos, diz-se que Steve McQueen também conduziu a má-quina. Who knows!

Nascido a 24 de Março de 1930, em Beech Grove, Indiana, Steve McQueen estreou-se no cinema em 1958 no filme de ficção cientí-fica “The Blob”, sendo que o seu primeiro filme de relevo é “Os Sete Magníficos”, (1960), de John Stur-ges. A sua paixão pela velocidade acaba por ser determinante noutros dois filmes: primeiro em “A Grande Evasão” (1963), também de Sturges, onde protagoniza a espectacular fuga numa moto, e depois em 1968 em “Bullit”, e Peter Yates, filme que será para sempre recordado pela espectacular perseguição de carros em plena São Francisco, ainda hoje considerada a melhor cena do gé-nero do cinema, com Steve McQue-en ao volante dum Ford Mustang 390 GT 2+2 Fastback, mas dobrado na maior parte das cenas por Bud Ekins, curiosamente o mesmo que fez o grande salto de mota em “A Grande Evasão”, na perseguição de um Dodge Charger!

Porém, apesar do seu

gosto, não se pense que Steve Mc-Queen só participava em filmes que metessem carros ou motas. Filmes como “Amar um Desconhecido” também de 1963, “O Aventureiro de Cincinnati”, de 1965, onde contrace-na com o veteraníssimo Edward G. Robinson que o vence numa épica partida de póquer, “Nevada Smi-th”, de 1966, mais uma incursão no western, ou “O Grande Mestre do Crime”, (The Thomas Crown Affair), 1968, de Norman Jewison, onde con-tracena com Faye Dunaway, aqui é ela que guia um Ferrari 275 GTS, de que John McTiernan fez um remake em 1999, com Pierce Brosnan e Rene Russo, até “Yang-Tsé em Chamas”, de 1966, são alguns dos seus filmes a que poderíamos juntar mais uns western: “Junior Bonner”, 1972, de Sam Peckinpah, com quem faz “Tiro de Escape”, aqui no papel de um assaltante de bancos, “Tom Horn, o Cowboy” e “Caça ao Homem”, ambos de 1980, ano da sua morte. Tinha 50 anos. Tanto o cinema como as corridas ficaram a perder.

Até à próxima e bons filmes! Kluís Dinis rosa _

habemus popeyeopiNião

7 Aproveito alguns momen-tos do fim-de-semana de S. João – demasiado comprido para a crise que nos venderam – para escrever esta crónica e saltar as fogueiras dos meus receios. Nas festas a coisa dói um pouco me-nos. Escrevo enquanto vou. Como há dias dizia o Presidente da Câ-mara Municipal de Évora, “de-vem ser um suplemento de alma da população”. É a importância de se chamar Ernesto e sabe-a toda… Quando regressar sobre os destroços das sardinhas assadas e as cinzas do rosmaninho ardi-do, as brasas vão ficar pretas e não haverá santo que nos valha, sobretudo se tiver em conta que o actor de serviço, mais papista que o papa, ensaia beber a água

toda e mais se houver, capaz do sapo se tornar boi, e rebentar de tão inchado, que a estulta gula a tanto leva.

De mal a pior é a expressão popular que melhor caracteriza a situação política que o nosso país vive nos dias que correm. Os ac-tores, travestidos por enquanto, não tardarão a mostrar a sua ver-dadeira face, às ordens do man-dante estrangeiro, também ele mascarado de lobo bom, numa estória que é a do capuchinho vermelho e onde tal figura, com excepção de preceitos de novís-simas pedagogias, é na realidade quem quer sentar-se à mesa para o banquete e, duma assentada, comer o capuchinho, a avó e o caçador.

Por cá, esbracejam pinóquios e gepetos, príncipes e princesas de contos antigos, garantindo já casamentos eternos e por verda-deiro amor, ainda que à primeira vista.

Os bonecos da primeira fila ensaiam trejeitos de bons rapazes e, por enquanto, querem apenas ficar bem na fotografia. Demagógi-cos ao ponto de recusarem férias; mentirosos ao ponto de se assu-mirem como únicos salvadores da pátria; gabarolas corajosos que de façanhas se abonam sem nunca saírem do palco onde encenam a própria farsa.

Não obstante, vão dizendo que vêm aí dias maus e sorriem como arlequins que não sabem sequer do que se riem ou riem mesmo

perante a desgraça, apatetados.Certamente, guardarão as fé-

rias que não têm para dar cabo delas a quem as merece. É uma estória antiga…

Não tarda que se transformem todos em pungentes calimeros, lamentando a insensatez do povo em não aplaudir a mãos ambas ou pelo menos acompanhar os seus actos em cena. Então, tornar-se-ão monstros horríveis ou, a exem-plo de outro cromo, que hoje bri-lha nas alturas, darão às vilas de Diogo, que a sua vida não é esta nem os seus corpinhos não foram feitos para cacete de fantoche.

E assim, de um só fôlego, con-tei a estória toda. Toda a história conhecida e quem conta um con-to…

A vida política portuguesa está cheia de figuras de ficção. Umas têm nome próprio, outras são apenas bonecos. A prova disso, é que o defunto primeiro-ministro ganhou o epíteto de Pinóquio, jus-tamente pela sua cadência fácil à efabulação.

Sucedeu-lhe o putativo salva-dor da pátria, destemido e mus-culado, senhor capaz de lutar até ao fim, não por uma Olívia Palitos qualquer, mas pela pátria e pelos cidadãos do nobre povo que so-mos. É o Popeye. Só não sabemos se haverá espinafres que che-guem. K

João de sousa teixeira [email protected]

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026 /// JULHO 2011

7 Sofia Escobar, a actriz portuguesa que actualmente interpreta o papel princi-pal, Christine Daaé, no musical de Andrew Lloyd Webber, “The Phantom of the Ope-ra” (O Fantasma da Ópera), no West End, em Londres, explica ao Ensino Magazine o sucesso da sua carreira, numa entrevista respondida por e-mail.

Sofia Escobar foi para Londres há uns anos atrás para entrar na Guildhall School of Music and Drama (a mais famosa escola de artes de Londres), onde completou dois anos do curso. Em 2007 entra para a peça “The Phantom of the Opera” como subs-tituta da actriz principal. Mais tarde, em 2008, interpreta Maria na produção come-morativa do 50º Aniversário do “West Side Story”. E, em 2010, volta a “The Phantom of the Opera”, mas desta vez como actriz principal.

A actriz tem vindo a ter cada vez mais destaque não só lá fora (Prémio de Melhor Actriz de Teatro Musical atribuído pelo por-tal Whats OnStage e uma nomeação para os Prémios Laurence Olivier, ambos por interpretar Maria em “West Side Story”), como também no nosso país, desde o convite do Presidente da República para a cerimónia de recepção ao Príncipe Char-les e Camilla Parker Bowles a Portugal, à sua recente actuação na gala dos Globos de Ouro.

recentemente foi convidada pelo pre-sidente da república, para a cerimónia de recepção ao príncipe charles e camilla pa-rker Bowles. como reagiu ao convite?

Foi uma enorme honra ter sido convi-dada e um privilégio ter estado presente.

como foi conhecer estas duas figuras tão emblemáticas da monarquia britânica em território português?

Foi um momento especial, sem dúvida. Nunca o esquecerei!

No passado dia 29 de Maio, actuou na gala dos globos de ouro. o que sentiu ao actuar em directo para portugal?

Foi uma sensação única, cantar em Portugal, na Gala dos Globos e no Coliseu. Saboreei todos os segundos, são momen-tos que não se esquecem toda a vida.

Na mesma gala actuou juntamente com os seus colegas Madalena alberto e ricardo afonso, que actuam também nos palcos de londres. como foi actuar com eles?

Já nos conhecíamos antes e temos uns pelos outros um grande carinho e admi-

a voz que encanta londreseNtrevista a soFia escoBar

ração. Poder estar em palco com eles foi fenomenal.

Qual é a relação entre os três?

Somos amigos, colegas e nutrimos um grande respeito e admiração pelo percurso percorrido em cada uma das nossas carreiras.

passando agora para o seu actual tra-balho, o “the phantom of the opera”, como é partilhar o palco todos os dias com uma das grandes estrelas do west end, John owen-Jones?

A primeira vez que vi o John em pal-co eu ainda estava a estudar e lembro-me de pensar, “quem me dera um dia poder partilhar um palco com ele”. Além de ter um talento incrível e ser também uma pes-

soa super bem disposta e divertida. Actuar com ele é ainda melhor do que eu imagi-nava!

assinou um novo contracto com o “the phantom of the opera”, é sinal que está a gostar da experiência, certo?

Sim, é sinal que não sou só eu que estou a adorar fazer parte da companhia mas também que eles estão satisfeitos com o meu trabalho e isso deixa-me du-plamente feliz.

antes desta temporada do musical de andrew lloyd webber, esteve numa produ-ção comemorativa do 50º aniversário de west side story a interpretar também o pa-pel principal, Maria. com que papel se sente mais confortável? com christine ou Maria?

Não consigo escolher entre os dois, são ambos papéis fantásticos.

com todo este fascínio por musicais, quais os seus favoritos?

Tenho vários! Alguns exemplos, Os Mi-seráveis, My Fair Lady, Mary Poppins, Ave-nue Q, The Last Five Years, enfim, muitos mesmo.

Muitos actores/cantores de teatro mu-sical editam álbuns, já alguma vez ponde-rou em editar um?

Sim, sem dúvida, espero um dia tam-bém realizar esse sonho.

como é chegar a portugal e ver que o seu trabalho é reconhecido? ;

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JULHO 2011 /// 027

ca; o Mundo Iraniano; A Civilização Ocidental; os Muçulmanos; Valores Negro-Africanos Tradicionais; e A Oce-ania são algumas das Civilizações nesta obra.

cavalo De Ferro. Auto-de-Fé, de Elias Canetti. Peter Kien é um professor erudito especializado em Sinologia. Dono da maior bibliote-ca da cidade, é através dos livros que se habituou a ver o mundo. Mas, quando a mulher o expulsa de casa, este misantropo irredutível vai sofrer um duro golpe: tem de se aproximar da humanidade que tanto evita. Auto-de- Fé é o único romance do escritor, laureado com o Prémio Nobel da Literatura em 1981.

porto eDitora. O Veredicto, de Michael Connelly. Michael Haller está de volta aos tribunais, após dois anos de afastamento.Com o assassinato do colega, Haller fica a braços com o seu maior caso: a de-fesa de um produtor de Hollywood acusado de ter morto a mulher e o amante dela. Enquanto prepara a defesa, percebe que o assassino do seu parceiro também o persegue. Michael Connelly é considerado pela crítica um dos maiores escritores de thrillers jurídicos da actualidade. K

Jonathan FranzengeNte e livros

Novidades literáriaseDições

7 «Patty, com os seus tampões de ouvidos, acompanhou Walter ao concerto daquela noite. As Sick Chelseas, um quarteto de raparigas locais assonantes e pouco mais ve-lhas do que Jessica, fizeram a aber-tura dos Traumatics; e Patty deu por si a tentar adivinhar qual das qua-tro é que Richard estivera a tentar engatar nos bastidores. Não era que estivesse a sentir ciúmes das rapa-rigas, mas antes a sentir-se triste por Richard. Tanto ela como Walter estavam finalmente a compreender que, apesar de ser um bom músico e um bom autor, Richard não estava a conseguir o melhor da vida: não estava mesmo a brincar com toda a sua autocomiseração, nem com as juras de admiração e inveja que tinha dela e de Walter. (…).»

In Liberdade

Filho de mãe americana e pai sueco, o escritor Jonathan Franzen nasceu a 17 de Agosto de 1959, em Chicago, Ilinois. Estudou no Swar-thmore College e na Universidade livre de Berlim, Filologia Germâni-ca. Em 1987, ao regressar da Ale-manha, trabalhou num laboratório

de sismologia, na Universidade de Harvard.

Um ano depois de ter voltado aos Estados Unidos publica o pri-meiro romance, Twenty-Seventh City (1988).

O romance Correcções (2001) catapultou-o para a fama. Com ele conquistou o National Book Award 2001; o James Black Memorial Pri-ze 2002; e foi finalista do Pulitzer 2002. A revista Time fez capa com Jonathan Franzen que apelidou de «O grande romancista americano». Tinham passado dez anos desde a última vez que a revista Time dava uma capa a um escritor vivo. Os

Estados Unidos aguardaram com expectativa o livro que sucederia ao grande romance Correcções. O romance Liberdade (2010) não de-silude, consegue de imediato as melhores críticas, das mais famo-sas publicações americanas, surgin-do nas principais listas de jornais e revistas como o livro do ano. O próprio presidente Barack Obama recomenda a leitura do romance Li-berdade. Em Portugal, a editora D. Quixote escolheu o dia 25 de Abril de 2011 como data de publicação do livro. Correcções e Liberdade estão publicados em Portugal pela editora D. Quixote.

Para além dos romances: Twenty-Seventh City; Correcções e Liberdade ; o escritor é autor do ro-mance Strong Motion (1992); e dos ensaios: How to Be Alone (2002); e Discomfort Zone (2006).

Actualmente Jonathan Frazen vive em Nova Iorque, onde tam-bém escreve para a revista The New Yorker.

liberdade. Patty e Walter Ber-glund são um casal modelo da so-ciedade americana. Patty, a mais in-vejável habitante na velha St. Paul, renunciou a uma carreira desportiva para realizar o sonho de casar e ser mãe; e Walter é um ambientalista convicto, capaz de levar até às últi-mas consequências a protecção de uma pequena ave americana. Em busca da “relação perfeita” também anda Richard, o músico carismático e egocêntrico, que vai abalar o ca-samento dos Berglund.

Liberdade é um grande romance sobre as pequenas coisas do dia-a-dia. K

página coordenada poreugénia sousa _

7 tiNta Da chiNa. Che auto-retrato - deixo-vos agora comigo mesmo: aquele que fui - de Ernesto Che Guevara. Che auto-retrato é um testemunho autobiográfico como-vente. Reúne fotografias das várias etapas da vida do Comandante: a in-fância, as viagens que o fascinavam, a guerrilha que conduziu a sua vida.Também as cartas, crónicas, apon-tamentos e um diário incompleto contam a vida do herói rebelde mais fascinante do século XX.

graDiva. A Vida que Podemos Salvar, de Peter Singer. Agir agora para pôr fim à pobreza no mundo é o desafio que o filósofo Peter Singer dirige à humanidade. Nunca como agora esteve ao nosso alcance erra-dicar a pobreza do mundo e o sofri-mento que esta acarreta. Num plano que combina filantropia individual,

activismo local e consciência política, Singer apela à acção individual, à ra-zão, à ética, e dá voz à esperança.

preseNça. O Estranho Caso do Cão Morto, de Mark Haddon. O narrador deste livro é Christopher Boone, um menino de 15 anos, que sofre de autismo. Christopher gos-ta de ciências complexas, todavia tem dificuldade em compreender as pessoas. Mas, ao encontrar um cachorro morto, resolve investigar o crime, aventurando-se muito para além da sua zona de segurança. O Estranho Caso do Cão Morto venceu o British Book Award/2004, vai na 8ª edição, e merece, sem dúvida, ser lido.

BizâNcio. Feitos para a Bonda-de - e a razão por que isto faz toda a diferença - de Desmond Tutu e Mpho Tutu. Prémio Nobel da Paz e um dos grandes opositores ao apartheid na África do Sul, o Arcepispo Desmond Tutu, em parceria com a sua filha, escreveu este livro para responder a algumas questões que lhe têm sido colocadas ao longo da vida. A respos-ta é este livro extraordinário onde a mensagem e o destino da humani-dade passam inequivocamente pela bondade.

europa-aMÉrica. Inocente, de Scott Turow. Inocente é a sequela aguardada de Presumível Inocente. Mais de vinte anos após o julgamen-to em que Rusty Sabich era acusado de homicídio qualificado, este volta a confrontar-se com Molto. Sabich é agora juiz de um tribunal de apela-ção, e a sua mulher é encontrada morta em circunstâncias suspeitas. E Molto irá acusar, novamente, Sabi-ch de ser um assassino. O escritor Stephen King rendeu-se à prosa de Turow.

estaMpa. Culturas e Civiliza-ções, de Jean Poirier. Com o tema História dos Costumes, a Editorial Estampa reuniu várias obras numa colecção enciclopédica de grande interesse. Culturas e Civilizações é o nono volume da colecção. As Civili-zações Indiana, Chinesa e Japonesa; Ritos e Símbolos da Civilização Judai-

Uma sensação indescritível, emociono-me muito.

as redes sociais, como o Facebook ou o twitter, têm-na ajudado a estabelecer contactos com os seus fãs?

Sim. Hoje em dia com a in-ternet. É óptimo receber as opiniões das pessoas e poder contactar com o público de uma forma mais directa.

como consegue manter a sua voz a 100% todos os dias?

Nem sempre está a 100%. Mas, para isso é que se estuda e desenvolve toda a parte téc-nica, que nos ajuda a superar dias menos bons com igual qua-lidade vocal.

Quais as expectativas para o futuro? há rumores que envol-vem o seu nome e a peça les Miserábles, serão eles verdade?

Não faço ideia do que o futu-ro reserva. Estou contratada até final de 2012 pelo The Phantom of The Opera, o que virá depois disso, logo se vê. Isso são ape-nas rumores.

Que dificuldades sentiu nos primeiros anos em londres?

As saudades da família, dos amigos, horários de estudo e trabalho carregadíssimos e a falta da nossa fantástica gastro-nomia.

como caracteriza a sua liga-ção com a música e a represen-tação?

São as minhas paixões.

se tivesse que escolher en-tre o canto e a representação qual escolheria?

Foi precisamente porque não fui capaz de escolher en-tre ambas que vim estudar para Londres e também por isso que acabei por fazer carreira em te-atro musical.

Só estou bem conseguindo trabalhar em ambas, se não for ao mesmo tempo, como é no caso dos musicais, pelo menos paralelamente. K

Jaime lourenço _

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028 /// JULHO 2011

todos à Feira raianagastroNoMia, Música e touraDa

3 A Feira Raiana está de re-gresso a Idanha-a-Nova, de 28 a 31 de Julho. Esta é uma boa oportuni-dade para se visitar uma parte do Geopark Naturtejo e percorrer parte daquele território classificado pela Unesco. O evento será dedicado aos produtos da terra e surge in-tegrado no Provere - Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos. A gastronomia raiana é também um bom motivo para se deslocar ao interior do país, já perto da fronteira espanhola. No evento pode encontrar produtos de excelência como “os queijos, os azeites, os enchidos, mas também os produtos silvestres, como são os cogumelos, ou os espargos, um conjunto de outros produtos da ter-ra, mas também a sua aplicação na gastronomia”, refere Armindo Jacin-to, vice-presidente da autarquia.

Para o autarca, esta é uma for-ma de fazer com que a economia se movimente, através dos produtos

churrasquinho de Frango da guia sobre legumes Mediterrânicos

prazeres Da Boa Mesa

3ingredientes (10 pax):5 Franguinhos da Guia1 Limão em sumo30 Rodelas de Courgette1 Pimento Vermelho1 Pimento Amarelo1 Pimento Verde1 C. S. de Orégãos20 Tomatinhos Cacho1 Kg de Batata10 Dentes de AlhoQ.B. de Pimenta Preta de Moinho2 Dl de Azeite2 Folhas de Louro1 C. Chá de Pimentão de La Verapreparação:Desossar os franguinhos sepa-

agrícolas e das actividades de turis-mo. O cartaz musical é sempre um motivo de interesse e que pretende chamar mais público ao certame. Este ano, a organização aposta no regresso ao concelho do espectá-

rando o supremo (peito com a asa), a coxa e a perna. Temperar com sal, pimenta, azeite, louro, alho picado, sumo de limão e pi-mentão.Cortar os legumes e temperar com sal, pimenta, azeite, alho picado e orégãos.grelhar os franguinhos.grelhar os legumes.Descascar as batatas e cortar na mandolina na lâmina ondulada. Cortar na oblíqua uma vez para a direita e outra para a esquerda e assim sucessivamente.Fritar a batata em óleo quente, escorrer imediatamente em papel

culo “Adufe”, de José Salgueiro, o qual encheu recentemente a Casa da Música, no Porto.

Para além deste espectáculo, marcado dia 29 de Julho, a feira conta, ainda, com as presenças de

absorvente, polvilhar com sal fino.

empratamento:Depois de todos os temperos rectificados, dispor os legumes grelhados e em cima as três peças de franguinho. Guarnecer com as batatas rendadas. K

Chef Mário Rui Ramos _Chef Executivo

Ô Hotels & Resorts - Termas de Monfortinho

Cartoon: Bruno Janeca HArgumento: Dinis Gardete _

os virgem suta vão estar na Feira raiana

“Virgem Suta”, outros grupos da região, na área do rock, grupos et-nográficos e populares, e muita ani-mação de rua. Haverá, ainda, um dia dedicado aos fados e flamengo (dia 28). Em todas as noites a ani-

mação prolonga-se até altas horas, com espectáculo de fogo, dança e música, com DJ’s.

Não faltam na iniciativa as tradi-cionais largadas de vacas e a toura-da de domingo (31).

Aquela que será a Corrida do Emigrante, vão passar pela Praça de Idanha-a-Nova os cavaleiros João Moura Caetano, Marcos Tenório e Duarte Pinto, que irão lidar seis tou-ros de José Lupi, estando os Grupos de Forcados ainda por designar. A corrida começa pelas 17H00.

A iniciativa é organizada pela Câmara Municipal de Idanha-a-No-va, através do Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento, e pela Associação Raya la Raya e é uma grande aposta na promoção de ac-tividades ligadas ao mundo rural, “estimulando o desenvolvimento sustentável da região e contribuin-do para a dinamização do sector agrícola e da actividade turística”, conclui o vice-presidente. K

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JULHO 2011 /// 029

hipismo de grande nível em lisboapela oBJectiva De J. vasco

3 No final de Maio realizou-se em Lisboa, no hipódromo do Campo Grande, o concurso de saltos da Taça das Nações (que contava como apuramento para os próximos Jogos Olímpicos) e o Concurso Inter-nacional Oficial de Lisboa. Com uma boa moldura humana, foram muitos os que assistiram à vitória da Suécia na Taça das Nações (Portugal ficou em 8º entre 11 países), bem como do jovem cavaleiro belga, de apenas 18 anos, montado em Carlos VHPZ, que foi o mais rápido dos cinco conjuntos que fizeram percursos limpos na prova, disputada em duas mãos diferentes ao cronómetro.

O melhor resultado dos portugueses foi para Marina Frutuoso de Melo, com Coltaire Z, em oitavo lugar, no grupo dos que somaram quatro pontos. K

press Das coisas

caNoN eos 600D

3 A máquina fotográfica EOS 600D da Ca-non promete grandes possibilidades no mundo da fotografia. Os 18 milhões de pixels, a guia de funções no ecrã e os 3,7 frames por segundo per-mitem captar a imagem perfeita no momento em que tudo acontece. A sensibilidade ISO 100-6400, extensível até ISO 12800, torna possível fotogra-far com grande qualidade com poucas condições de luz. O Processador de Imagem DIGIC 4 de 14 bits proporciona uma reprodução de cores ex-cepcional. Destaque também para a gravação de filmes em Full HD com controlo manual sobre intervalo de fotogramas, a exposição e o som. Existem mais de 60 objectivas e toda uma gama de acessórios EOS adaptáveis a este modelo.

Preço aproximado 900 Euros.Mais informações em canon.pt/aventuraEOS. K

saMsuNg a950D

3 A Samsung investe no design com o monitor A950D, LED 3D, Full HD. De aparência futurista e elegante o Sam-sung A950D é baseado num ecrã LED com capacidade de reprodução vídeo 3D, 27” de diagonal e resolução suporta-da de 1920*1080. Equipado com tecnologia 3D Hyper Real Engine, que de acordo com a Samsung, assegura “níveis elevados de cor, de movimento e contrastes dinâmicos.” Entradas de vídeo para componentes SCART e DVI, duas portas HDMI, dois USBs, saída de áudio digital e porta Ethernet.

Mais informações em Samsung. K

BeyoNcÉ - 4

3 Beyoncé está de regresso aos discos com “4”, o seu quarto registo de estúdio, que recebeu o título “4” pelo dia em que a cantora faz anos, e por ser o seu quarto álbum. O single “Run the world (Girls)” foi o ponto de partida para este novo registo. O tema chegou às rá-dios durante o mês de Abril e criou algu-mas expectativas para as restantes músi-cas. Poucas semanas antes da edição de “4”, foi conhecido o segundo single “Best thing i never had”, que mostrou a outra face do novo disco, na sua componente mais calma. O novo registo de Beyoncé foi editado no final de Junho, mas várias semanas antes já tinha chegado à Internet, o que constituiu uma falha incrível da editora da cantora, que se juntou à polémica da escolha do alinhamento dos temas do trabalho. Neste novo “4” surgem várias colaborações nas composições escritas e participações especiais de Andre 300 e Kanye West , no tema “Par-ty”. A sonoridade das novas canções mantém a linha condutora do som da cantora, com algumas incursões no afrobeat e reggae, à mistura com o pop e r&b. Apesar da boa performance vocal ao longo do trabalho, os arranjos dos temas parecem incompletos. Fica quase sempre a sensação de que “falta algo nesta canção”. K

liMp Bizkit - golD coBra

3 Os Norte-Americanos Limp Bizkit estão de volta. Depois de um hiato de seis anos sem gravar, “Gold Cobra” é o seu quinto álbum. Foi no final do ano 2000 que esta banda ficou conhecida, à escala global, devido ao sucesso dos sin-gles “Take a look around”,”Rollin”, My ge-neration” e “My way”, retirados do álbum “Chocolate starfish and the hot dog fla-vored wate”.Algumas das novas canções de “Gold Cobra” foram apresentadas em Portugal, no ano passado, quando a banda actuou no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Neste disco o colectivo de Fred Durst apresenta de novo a sua formação original: Wes Borland, nas guitarras; Dj Lethal, nos samples e te-clado; Jonh Otto, na bateria e percussão, Sam Rivers, no baixo; e Fred Durst, como vocalista. Os Limp Bizkit sempre foram adorados pelo seu público e odiados por muita gente. Nos últimos anos, a banda ligou o piloto auto-mático e os resultados não foram os melhores. Em “Gold Cobra” a banda recupera a fórmula mágica, que utilizou no ano 2000, e revela várias canções na mesma linha do nu-metal. Canções fortes com acordes poderosos, que prometem deliciar os seus admiradores. Este é um dos casos em que a troca de elementos da banda acabou por ter resultados negativos na componente criativa, apesar de as actuações ao vivo não terem perdido o carisma e a habitual qualidade. Destaque para o single que dá nome ao trabalho “Gold Cobra” e os temas: “Walk away”,”Loser” e “Back porch”. K

kaiser chieFs

3 Mais uma novidade que chegou ao Mercado, no final do mês de Junho, na sua versão física. Trata-se do quarto trabalho da carreira dos Kaiser Chiefs, que recebeu o título de “Future is medie-val”.Antes da edição física do trabalho, a banda deu a oportunidade aos seus fãs de escolherem, entre os vinte temas propostos, o seu alinhamento preferido e assim ficarem com a sua versão pes-soal de “Litle shoks”. Uma tentativa de promoção da iniciativa, por parte dos Media, e para fugir à crise das vendas que o sector da música atravessa.A produção do novo registo esteve a cargo de Tony Visconti e Ethan Jonhs , dois nomes credenciados com experiências bem distintas, que juntaram o melhor da linha clássica com o som da actualidade. No final do passado mês de Maio, a banda revelou o primeiro single de “Future is medieval”, o tema “Litle shocks”, que deu a conhecer os primeiros acordes do trabalho.Quan-to à sonoridade das novas composições, o novo trabalho apresenta uma mistura de um rock suave com incursões no pop e electrónica. Os temas fortes são: o single “Litle shocks” e os temas”Child of the jago”,”I dare you” e “Man on mars”. Dia 9 de Julho a banda apresenta-se em Portugal, para participar no Festival Optimus Alive de 2011, onde vai mostrar ao vivo as suas novas canções. Este quinteto é sem sombra de dúvidas um dos grupos mais produtivos na música na actualidade. Apresentar um álbum com vinte temas não é para todos! K

hugo rafael _

Música

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tecnologia trabantMotor

c Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é burro ou não tem arte. Foi o que acon-teceu no final da segunda guerra mundial quando os Soviéticos che-garam primeiro a Berlim. A capital alemã então foi dividida em quatro sectores ficando os soviéticos com a parte monumental e industrial que mais tarde deu origem à Republica Democrática Alemã (RDA).

De pouco lhes valeu. Dos mo-numentos pouco restou, estando os principais como o palácio imperial, ainda hoje a aguardar restauro.

Quanto à zona industrial tam-bém não houve grande aproveita-mento. Para o provar temos o pro-tagonista da nossa crónica de hoje, que embora não fosse fabricado na capital alemã, demonstra o que acabei de referir.

Vamos “falar” do Trabant, tam-bém conhecido por Trabi. O Trabant nasceu para ser o carro do regime da antiga RDA, espelhando o que do outro lado do muro se passava com o famoso carocha, que ia cum-prindo o seu desígnio de “carro do povo”.

Foi em 1957 que saiu da fábrica da empresa Sachsenring em Zwi-ckau o primeiro modelo, o P50, com motor de 500 c.c. que funcionava “a mistura” e tinha uma carroçaria de plástico. Num país onde não havia

importações, este carro teve muita procura mas era rateado pelas re-gras que imperavam na RDA. Produ-zido num país de economia planifi-cada, o Trabant chegou a ter uma lista de espera de 15 anos. Esta si-tuação provocava uma inversão dos valores do mercado fazendo com que os veículos em segunda mão tivessem o dobro do valor relativa-mente aos que acabavam de sair da fábrica. Muitas pessoas, aproveitan-do esta situação, encomendavam dois veículos à fábrica e quando os

recebiam vendiam um deles, rece-bendo dessa venda, dinheiro sufi-ciente para pagar os dois novos.

Outra curiosidade tem a ver com o tipo de plástico que foi usado na carroçaria, muito difícil de reci-clar. Foi mesmo necessário desen-volver um fungo para resolver esse problema.

Continuando a história do nos-so Trabi, este sofreu a sua primeira grande evolução em 1962 com o P60 e dois anos depois o P601. Do motor “a mistura” ainda se evoluiu

para motores Fiat e VW, mas a que-da do muro cilindrou as eventuais pretensões de sobrevivência deste Automóvel.

Depois da reunificação os ale-mães de leste puderam comparar a sua vida com a dos seus concida-dãos ocidentais e no que respeita aos automóveis, ficaram envergo-nhados com o carro que tinham. Por essa razão, quase todos, foram literalmente abandonados nas ruas pelos seus proprietários.

Assim a produção deste au-

astoN MartiN zagato

T EStá confirmado. O Aston Martin V12 Zagato vai ser produ-zido e as primeiras entregas estão previstas para o segundo semes-tre de 2012. A produção do V12 Za-gato será limitada a 150 unidades. Custa cerca de 370 mil euros e já pode ser encomendado. K

MerceDes c63

T A Mercedes-Benz acaba de divulgar as primeiras imagens do modelo C63 AMG Black Series Coupé de quatro lugares. Com um motor 6.2 V8 com 517 cv de po-tência, mais 30 cv do que o C63 AMG, o novo modelo está equipa-do com uma caixa de sete veloci-dades «Speedshift». K

uM kaNgoo Que É FrieNDzy

T O novo comercial ligeiro da Renault está a ganhar forma. O Friendzy está orientado para uma utilização profissional e familiar, de modo que, o condutor pode adaptá-lo às suas necessidades. O novo protótipo está equipado com o mesmo grupo moto-pro-pulsor do Kangoo Z.E. O Friendzy entre outras novidades vai inte-grar o novo ‘tablet’ BlackBerry Playbook. K 6 O FST 04e, primeiro protótipo

de Formula Student eléctrico de-senvolvido em Portugal, acaba de ser apresentado, no Instituto Su-perior Técnico (IST). Este protótipo de competição, totalmente desen-volvido pela equipa Projecto FST Novabase, composta por alunos do IST, é o quarto construído e o primeiro com propulsão eléctrica.

Projectado para obter excelen-tes performances em pista, este monolugar de competição é com-posto por um chassis tubular e uma suspensão semelhante à F1. Mas a grande inovação está na uti-lização de dois motores eléctricos

muito leves e de alta potência, ali-mentados por uma bateria de Lítio-Fosfato-Ferro. O FST 04e vem assim demonstrar que os veículos eléc-tricos podem ter uma boa perfor-mance. A equipa vai iniciar agora a fase de testes de forma a preparar o FST 04e para as competições em Hockenheim, Alemanha (Agosto), e na Catalunha, Espanha (Setembro), onde participarão mais de 50 equi-pas, vindas de todo o mundo. Nes-tes desafios todos os aspectos do veículo são postos à prova: desde os aspectos técnicos e de engenha-ria até aos planos de custos e de marketability. K

carro de corrida eléctricoFst 04e

tomóvel foi encerrada em Abril de 1991 depois de produzidos mais de 3 milhões de unidades, algumas delas exportadas para a Holanda e Bélgica. A empresa Sachsenring substituiu depois de reconvertida.

Hoje, os Trabant são uma atrac-ção e passeiam pelas ruas de Berlim os turistas que os fotografam cheios de curiosidade. O valor destes au-tomóveis começa também a ter alguma importância no mundo do coleccionismo.

Para recordação fica a grava-ção de alguns vídeos no YouTube, sobre a forma expedita como os mecânicos tratavam os carros na linha de montagem. Pode esprei-tar em http://www.youtube.com/watch?v=tRX7E0yZxh0. K

paulo almeida _

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a vida académica na saúde dos alunosseDeNtarisMo, oBesiDaDe e taBagisMo

6 Aumento do sedentarismo, obesidade, níveis elevados de gor-dura no sangue e tabagismo foram as principais conclusões de um es-tudo que avaliou o impacto da vida académica na saúde dos estudan-tes, dois anos após a entrada na universidade.

A investigação foi realizada no âmbito da tese de doutoramento de Maria Piedade Brandão, docente da Universidade de Aveiro.

A investigadora considerou que as conclusões do estudo “refletem os hábitos de vida de uma popu-lação jovem dois anos após a tran-sição do ensino secundário para o ensino Superior”.

O objetivo foi avaliar o impacto dos fatores de risco para as doen-ças crónicas não transmissíveis, em particular para as doenças cardio-vasculares.

Segundo a Direção-Geral de Saú-de, em Portugal, a mortalidade por doenças do aparelho circulatório (cerebro-vasculares e cardiopatia isquémica) ocupa o primeiro lugar no conjunto de todas as causas de

morte (34,1 por cento). Neste sentido, o estudo liderado

por Maria Piedade Brandão, resul-tante de uma parceria entre o Ins-tituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, e a Universidade de Aveiro

O estudo resultou de uma par-ceria com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Univer-sidade do Porto e envolveu 154 es-

tudantes da Universidade de Aveiro, por pelo menos dois anos de acom-panhamento.

Revelou que os alunos expos-tos à vida académica universitária quando comparados com aqueles de entrada recente no ensino supe-rior apresentaram proporção mais elevada de níveis de tabagismo (zero por cento nos não expostos para 19,3 por cento nos expostos).

“Ou seja – sustentou a investi-gadora - destes 154 alunos, aquan-do da entrada na universidade, nenhum fumava, no entanto, após dois anos de exposição universitária 19,3 por cento dos indivíduos pas-sou a fumar”.

Maria Piedade Brandão desta-cou também que a proporção de dislipidemia (presença de níveis elevados de lípidos no sangue) também aumentou com a exposi-ção à vida universitária (28,6 por cento nos não expostos para 44 por cento nos expostos), bem como o sobrepeso (12,5 por cento nos não expostos para 16,3 por cento nos expostos).

O trabalho revelou ainda que os alunos que não estão expostos à vida universitária apresentaram padrões de saúde ligeiramente mais favoráveis do que aqueles que frequentam o ensino superior. Foi também encontrada uma proporção elevada de sedentarismo em ambos os grupos (79,6 por cento nos não expostos e 80,7 por cento nos ex-postos).

Esta investigação recorreu a técnicas invasivas de recolha de da-dos, como a medição de glicemia, perfil lipídico e níveis séricos de homocisteína (aminoácido não es-sencial que tem sido apontado por alguns investigadores como causa independente de doença cardiovas-cular).

“Os resultados fornecem evi-dências empíricas da importância da prevenção dos principais fatores de risco cardiovascular entre estu-dantes universitários, para evitar ou adiar consequências de estilos de vida inadequados”, salientou a investigadora.

Maria Piedade Brandão disse à Lusa estar a preparar um pedido de financiamento à Fundação para a Ciência e Tecnologia para dar conti-nuidade a este estudo.

O plano é poder intervir na uni-versidade com “algumas práticas diárias de modo a poder regredir estes valores”. K

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

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