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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
ALANA CAROLINE RIBEIRO ALVES
ENSINO DE TEORIAS DE ENFERMAGEM NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO
ENFERMEIRO
ITAJUBÁ
2012
ALANA CAROLINE RIBEIRO ALVES
ENSINO DE TEORIAS DE ENFERMAGEM NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO
ENFERMEIRO
Trabalho de pesquisa do Programa de Iniciação Científica (PROBIC) da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz – EEWB desenvolvido com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
Orientadora: Profª. Dr.a. Cristiane Giffoni Braga.Coorientadora: Profª M.ª. Débora Vitória Alexandrina Lisboa Villela.
ITAJUBÁ
2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação elaborada pela Bibliotecária Karina Morais Parreira CRB 6/2777 da Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz – EEWB
A474e Alves, Alana Caroline Ribeiro. Ensino de teorias de enfermagem na formação... /
Alana Caroline Ribeiro Alves. - 2012. 82 f.
Orientadora: Profª. Dr.a Cristiane Giffone Braga. Trabalho de Pesquisa (Programa de Bolsa Científica – PROBIC/FAPEMIG) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2012. 1. Teorias de Enfermagem. 2. Pesquisa em Enfermagem. 3. Enfermagem. I. Título.
NLM: WY 86
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus, por me iluminar na
realização deste trabalho;
Aos meus pais, pela determinação e luta na minha
formação;
A Profª Dra. Cristiane Giffoni Braga, minha orientadora, e
Profª Ms. Débora Vitória Alexandrina Lisboa Villela, minha
coorientadora, pela paciência, dedicação, disposição e estímulo à
vida acadêmica;
Ao colega Daniel, que sempre esteve disposto a ajudar e
retirar dúvidas durante o processo de análise dos dados;
À FAPEMIG, especialmente, pelos recursos financiados para a
execução do projeto.
Muito obrigada.
Alana Caroline Ribeiro Alves
"Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino."
Paulo Freire
RESUMO
Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa e qualitativa, tipo descritivo, exploratório que teve como objetivo identificar como os discentes do 4°, 6° e 8° períodos, da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) do ano de 2010, avaliam e identificam a aplicabilidade do ensino das Teorias de Enfermagem. A amostra quantitativa foi constituída de 37 discentes do 4º p.; 59 discentes do 6° p. e 38 discentes do 8° p. A amostra qualitativa foi constituída de 35 discentes abrangendo o 4º, 6º e 8º períodos; chegamos a esse número, pois os dados foram saturados. A coleta de dados foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, da EEWB da cidade de Itajubá – MG sob parecer consubstanciado nº 580/2010. Para alcance dos objetivos do estudo, foi elaborado um instrumento utilizando como base o conteúdo disponibilizado pelos docentes após as aulas ministradas. O pré-teste foi realizado com um discente de cada período, que reunia os critérios de inclusão, porém tal teste não fez parte da amostra definitiva. Os dados foram interpretados e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo de Bardin além da estatística descritiva. Conclui-se que os participantes no 4º período obtiveram maior assimilação na teoria de Wanda de Aguiar Horta com maior destaque, no 6º período a de Madeleine Leininger e no 8º período a de Florence Nightingale. Outros estudos desta natureza devem ser realizados para validar intervenções curriculares, contextualizando as Teorias de Enfermagem.
Palavras-chave: Teorias de enfermagem. Pesquisa em enfermagem. Enfermagem.
ABSTRACT
This is an exploratory and descriptive study with a quantitative and qualitative view. Its goal was to identify how the Nursing students from the 4°, 6° and 8° periods from Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), in the year 2010, evaluate and identify the Nursing Theories Teaching applicability. The quantitative presentation counted on 37 students from the 4º period, 59 from the 6º period and 38 from the 8º period. The qualitative one counted on 35 students from the previously mentioned periods. We got to this number, once data had been endend. The data collection began after EEWB Ethics Researching Comitee’s approval, from Itajubá – MG, under substantiated purport nº 580/2010. In order to reach the study’s goals, an instrument was elaborated, having as its bases the content given in class. It was applied, with each student from each period, a pre-test, whose criteria was the inclusion view. However, this pre-test was not part of the final presentation. Data was interpreted and analysed according to Bardin’s content analysis technique and under descriptive statistics. It was concluded that participants from the 4º period got a better assimilation and emphasis on Wanda de Aguiar Horta’s theory, while participants from the 6º period got an alike assimilation in Madeleine Leininger’s theory and the ones from the 8º period in Florence Nightingale’s theory. Other similar studies may be taken in order to validate curricular interventions, contextualizing the Nursing Theories.
Keywords: Nursing Theories. Nursing Research. Nursing.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Macroconceitos da Teoria de Peplau. Itajubá, MG, 2011 ..................21
Quadro 2 - Macroconceitos da Teoria de Dorothea E. Orem. Itajubá, MG, 201122
Quadro 3 - Macroconceitos da Teoria de Imogene M. King. Itajubá, MG, 2011 .22
Quadro 4 - Macroconceitos da Teoria de Martha E. Rogers. Itajubá, MG, 2011.23
Quadro 5 - Macroconceitos da Teoria de Sister Callista Roy. Itajubá, MG, 2011
..................................................................................................................................24
Quadro 6 - Macroconceitos da Teoria de Margaret Newman. Itajubá, MG, 201126
Quadro 7- Resultado da questão nº3 frente às respostas dos participantes do
4º período (n =37). tajubá, MG, 2011 ......................................................................57
Quadro 8 - Resultado da questão nº3 frente às respostas dos participantes do
6º período (n =59) Itajubá, MG, 2011 ......................................................................59
Quadro 9 - Resultado da questão nº3 frente às respostas dos participantes do
8º período (n=38) Itajubá, MG, 2011 .......................................................................60
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Resultado da questão nº3 frente aos acertos dos participantes do 4º
período (n = 37) Itajubá, MG, 2011 .........................................................................58
Figura 2 - Acertos e erros da questão nº 3 dos participantes do estudo do 4º
período (n = 37) Itajubá, MG, 2011 .........................................................................58
Figura 3 - Resultado da questão nº3 frente aos acertos dos participantes do 6º
período (n = 59) Itajubá, MG, 2011 .........................................................................59
Figura 4 - Acertos e erros da questão nº 3 dos participantes do estudo do 6º
período (n = 59) Itajubá, MG, 2011 .........................................................................60
Figura 5 - Resultado da questão nº3 frente aos acertos dos participantes do 8º
período (n= 38). Itajubá, MG, 2011 .........................................................................61
Figura 6 - Acertos e erros da questão nº 3 dos participantes do estudo do 8º
período (n= 38) Itajubá, MG, 2011 ..........................................................................61
Figura 7 - Três grandes categorias. Itajubá, 2012 ................................................62
Figura 8- Duas grandes categorias Itajubá, 2012 ................................................64
Figura 9 - Três grandes categorias. Itajubá, 2012 ................................................66
LISTA DE ABREVIATURAS
AESC Associação de Educação, Saúde e Cultura.
EEWB Escola de Enfermagem Wenceslau Braz.
Ex. Exemplo.
MG Minas Gerais.
p. Período.
SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................14
1.1 INTERESSE PELO TEMA ................................................................................15
1.2 OBJETIVO DO ESTUDO..................................................................................16
2 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL...................................................................17
2.1 DEFINIÇÃO ......................................................................................................17
2.2 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................17
2.3 CLASSIFICAÇÃO .............................................................................................18
2.4 EVOLUÇÃO DAS TEORIAS NA ENFERMAGEM E AS MINISTRADAS NO
CURSO ............................................................................................................19
2.4.1 Teoria de Florence Nightingale (1859/1992) ................................................ 20
2.4.2 Teoria de Hildegard E. Peplau (1952/1988) .................................................. 20
2.4.3 Teoria de Dorothea E. Orem (1958/1959) ..................................................... 21
2.4.4 Teoria de Imogene M. King (1971) ................................................................ 22
2.4.5 Teoria de Martha E. Rogers (1970) ............................................................... 23
2.4.6 Teoria de Sister Callista Roy (1970): ............................................................ 24
2.4.7 Teoria de Jean Watson (1979): ..................................................................... 24
2.4.8 Teoria de Madeleine M. Leininger (1991) ..................................................... 25
2.4.9 Teoria de Margaret Newman (1994).............................................................. 25
2.4.10 Teoria de Wanda Horta (1979)....................................................................... 26
2.5 O CUIDADO À LUZ DAS TEORIAS DE ENFERMAGEM.................................26
2.6 O ENSINO DAS TEORIAS NO CUIDADO DE ENFERMAGEM.......................27
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ....................................................................29
3.1 CENÁRIO DO ESTUDO ...................................................................................29
3.1.1 Local do Estudo ............................................................................................. 30
3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO .......................................................................31
3.3 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM............................................32
3.4 Procedimento de coleta de dados.....................................................................34
3.4.1 Instrumento de coleta dos dados................................................................. 35
3.5 PRÉ-TESTE......................................................................................................35
3.6 ESTRÁTEGIA DE ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS.....................36
3.7 ÉTICA DA PESQUISA ......................................................................................43
4 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..........................44
4.1 ANÁLISE QUANTITATIVA................................................................................44
4.2 ANÁLISE QUALITATIVA...................................................................................61
5 CONCLUSÕES.................................................................................................69
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................72
REFERÊNCIAS................................................................................................73
APÊNDICE A - Instrumento de coleta de dados ..........................................77
APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido....................80
ANEXO A – Parecer Consubstanciado nº 580/2010.....................................82
14
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a Enfermagem não é somente arte, mas uma ciência em
formação, que se baseia em princípios científicos, representada por um corpo de
conhecimentos. Por se tratar de uma ciência em formação, com objeto ainda em
busca de delimitação, o caminho tem sido trabalhar as teorias que geram o
conhecimento da enfermagem (SILVA; BRAGA, 2011).
Na ciência da enfermagem, os conceitos centrais das teorias constituem a
natureza da enfermagem; distinguindo-a claramente de outras profissões da área da
saúde, e certamente sendo o cerne na formulação de proposições relativas às ações
de enfermagem para desenvolver-se enquanto ciência e prática profissional (SILVA;
BRAGA, 2011).
Neste cenário, as teorias de enfermagem traduzem, em seus conceitos e
modelos, o infinito do trabalho profissional da enfermagem.
Pode-se afirmar que, sem conceitos não há o desenvolvimento das teorias.
As teorias são necessárias para o desenvolvimento e crescimento da enfermagem.
Segundo Crossetti (2010):
“As Teorias de Enfermagem são referenciais fundamentais à matriz disciplinar da profissão, pela relevância do tema para as áreas do ensino, pesquisa e assistência e, ainda, por possibilitar que sejam reveladas às nuances e tendências do conhecimento acumulado por esta área do saber.”
Ao tomarmos conhecimento das Teorias de Enfermagem em aulas do Curso
de Graduação em Enfermagem, despertou-se o interesse em compreendê-las
melhor e motivou-nos a saber como nossos colegas avaliam o ensino destas e
como as colocam em prática no ensino clínico e estágio supervisionado.
Horta (1979) nos diz que “a teoria é importante como guia de ação (não diz
como agir, mas diz o que acontecerá atuando-se de uma certa maneira), um guia
para coleta de fatos, um guia na busca de novos conhecimentos e que explica a
natureza da ciência.”
George (2000) também deixa claro a importância das Teorias de Enfermagem
para a profissão, ao dizer que:
“As teorias orientam, descrevem, explicam ou prevêem os eventos na prática clínica. Tem como o seu “objeto” de trabalho o ser humano, e este, mais do que ninguém, necessita de uma assistência de extrema qualidade. O cuidado em teorias prevê possíveis causas iatrogênicas e descreve todos os eventos ocorridos.”
15
Gonçalves (2009) também enfatiza que as teorias devem direcionar as ações
dos enfermeiros, de modo a responsabilizá-los pelos cuidados a prestar aos clientes,
não mais executados de maneira empírica.
Acredita-se que a disciplina Teorias de Enfermagem seja um elemento
principal para se compreender a aplicação do método científico - Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) - e desenvolver os cuidados para o paciente, já
que a mesma, operacionalizada pelo Processo de Enfermagem, orienta ações, prevê
eventos, e organiza situações, a fim de facilitar, viabilizar e intervir adequadamente
no cuidado ao cliente/paciente.
1.1 INTERESSE PELO TEMA
O despertar pelo tema deu-se na disciplina Teorias de Enfermagem,
ministrada pelos docentes do departamento de Ensino e Pesquisa em Enfermagem,
do curso de Graduação em Enfermagem. Em pouco tempo, essa disciplina tornou-se
motivo de inquietação, pois nos fez questionar o agir da enfermagem, e, assim, dos
discentes frente às teorias. Entretanto, percebeu-se, nas aulas, que os discentes,
por vezes, manifestavam uma certa falta de interesse, e em outros momentos, eram
tomados de grande entusiasmo.
Tal fato impulsionou a investigação de como os discentes avaliam esse
conteúdo, tão específico e abstrato e fez surgir alguns questionamentos: “Será que
os discentes estavam assimilando o conteúdo de forma eficaz? Utilizarão tal
conteúdo no cotidiano da prática clínica, seja ensino clínico ou estágio
supervisionado?”. O fato de haver uma escassez de referências sobre a avaliação
do discente frente às teorias em base de dados Lilacs (Literatura Latino Americana e
do Caribe em Ciências da Saúde), pertencentes à Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS); com os descritores “teorias de enfermagem”; “ensino e aprendizagem”;
”teorias”; “sistematização da assistência de enfermagem”; motivou a busca em
aprofundar tal fenômeno. Acredita-se que, através deste estudo, estratégias para o
ensino de teorias serão emergidas, assim como será possível a confirmação da real
necessidade de ministrar teorias enquanto disciplina curricular no curso de
graduação em enfermagem, garantindo, assim, excelência no agir sistematizado.
O estudo acerca das teorias de enfermagem é de suma relevância acadêmica
e científica. Acadêmica, para que os discentes consigam aplicar as teorias na
16
prática, em ensino clínico ou em estágio profissional. É o estudo teórico que permite
ao enfermeiro(a), no ato de sua função de cuidar, exercer ações qualificadas e
sustentáveis. Relevância científica, pois as teorias de enfermagem orientam a
produção e aquisição de conhecimento, garantindo o desenvolvimento da
enfermagem como profissão e ciência. Desta maneira, o discente será , portanto,
um enfermeiro crítico, com agir ético e estético, dotado de habilidades clínicas;
cognitivas e profissionais.
1.2 OBJETIVO DO ESTUDO
Este estudo tem como objetivos:
Avaliar o ensino das Teorias de Enfermagem ministradas no Curso de
Graduação em Enfermagem pelos discentes do 4º, 6º e 8º períodos da
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB).
Identificar a aplicabilidade do ensino das teorias de enfermagem pelos
discentes dos referidos períodos.
17
2 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL
Nesta parte do estudo são apresentados os conteúdos sobre os temas
Teorias de Enfermagem; O Cuidado à Luz das Teorias de Enfermagem e O ensino
das Teorias no Cuidado de Enfermagem.
2.1 DEFINIÇÃO
Diversos autores conceituam o termo Teorias de diversas maneiras. Teoria é
o aparelho conceptual, representa um mundo ou realidade possível. Não é um
assunto pessoal, sonho ou fantasia ou só taxonomia (HORTA, 1979).
Este conceito é afirmado e completado pela classificação de George (2000)
que nos diz que:
A definição de teorias pode ser desmembrada em ideias-chaves de conceitos
inter-relacionados; proposições, especificando relações entre as variáveis; e
finalidade declarada de explicar ou prever os fatos/eventos. Simplificando, uma
teoria sugere uma direção de como ver os fatos e os eventos.
Silva; Braga (2011) apud Dias et al. (2011), a define como um corpo de
conceitos sistematizados que permite conhecer um dado domínio da realidade. A
teoria não fornece um conhecimento direto e imediato de uma realidade concreta,
mas proporciona os meios que nos permitem conhecê-la. E os meios ou
instrumentos que permitem conhecer um dado domínio da realidade são justamente
os conceitos que, sistematizados, formam a teoria. Dias (2011) apud Viana (2005)
vai de encontro a essa definição, citando a teoria como um corpo de conceitos
sistematizados que permite conhecer um dado domínio da realidade.
2.2 CARACTERÍSTICAS
George (2000) apresentou as seguintes características de uma teoria:
1- As teorias podem inter-relacionar conceitos de tal forma que criem uma nova
maneira de ver um determinado fenômeno. Nesta característica, os conceitos
necessitam ser explicitamente definidos, de maneira que possam ser
18
visualizados os eventos e as experiências que a teoria pretende escrever ou
explicar.
2- As teorias devem ser de natureza lógica. Neste caso, o inter-relacionamento
dos conceitos deve ser sequencial e consistentemente usado na teoria, não
deve haver contradições entre as definições.
3- As teorias devem ser relativamente simples e ainda generalizáveis.
4- As teorias podem ser as bases para as hipóteses serem testadas ou para a
teoria ser expandida.
5- As teorias contribuem para o aumento do corpo de conhecimentos gerais da
disciplina através da pesquisa implementada para validá-las. A validação das
teorias favorece a capacidade do enfermeiro de descrever ou controlar a
prática de enfermagem.
6- As teorias podem ser usadas por profissionais para orientar e melhorar a sua
prática.
7- As teorias devem ser consistentes com outras teorias validadas, leis e
princípios, mas devem deixar abertas as questões não respondidas, que
devem ser investigadas.
2.3 CLASSIFICAÇÃO
O nível de uma teoria refere-se ao âmbito ou à variação dos fenômenos aos
quais ela se aplica. (GEORGE, 2000)
Horta (1979) classifica as Teorias de Enfermagem em quatro níveis, sendo
estes:
Nível I - isolamento de fatores: é descritivo por natureza.
Nível II – relacionamento de fatores: exige a correlação ou associação de fatores de
tal maneira que eles representem uma situação maior.
Nível III – relacionamento de situações (preditiva).
Nível IV – produtora de situações (prescritiva).
George (2000) faz a seguinte definição para estes níveis:
Nível I – é descritivo por natureza. Envolve a denominação ou a classificação dos
fatos/eventos;
Nível II – exige a correlação ou a associação de fatores de tal maneira que eles
representem, significativamente, uma situação maior;
19
Nível III - explica e prevê como as situações estão relacionadas;
Nível IV – exige conhecimento suficiente sobre como e porque as situações estão
relacionadas de maneira que, quando a teoria for usada como guia, possam ser
produzidas situações valiosas.
Porém, Horta (1979) diz ainda que as teorias de Nível IV têm as seguintes
características:
a) Especificam um objetivo-conteúdo como finalidade da atividade;
b) Prescrevem o necessário para a atividade realizar o objetivo-conteúdo;
c) Dispõem de uma “lista de levantamento” (survey list) que serve como
suplemento a presente prescrição e como preparação para futura prescrição
para a atividade atingir o objetivo-conteúdo. A “lista de levantamento” orienta
a atividade prática à luz da teoria, serve como assessoramento da teoria,
permite pesquisa para validar a teoria ou especular sobre ela. Tem como
componentes: agente (quem ou o que faz a atividade); paciente (quem ou o
que é recipiente da atividade); estrutura (qual é o ponto final ou fim da
atividade); procedimento (qual é o processo orientador, técnica ou protocolo
da atividade); dinâmica (qual é a fonte de energia para a atividade, se
química, fisiológica, biológica, mecânica, psicológica etc.).
Vemos, então, o quão importante é a teoria de Nível IV. Sendo esta, a única
composta por características, torna-se, assim, a mais completa. Tal fato é afirmado
por George (2000) que fala do poder relativo da teoria, afirmando que o Nível IV é o
mais poderoso, uma vez que ele é responsável por controlar, fazendo mais do que
descrever, explicar ou prever.
2.4 EVOLUÇÃO DAS TEORIAS NA ENFERMAGEM E AS MINISTRADAS NO
CURSO
Segundo Crossetti (2010), foi somente nas décadas de 1950 e 1960 que a
preocupação recaiu em refletir mais profundamente sobre a profissão, o seu objeto
de trabalho e o referencial teórico pertinente ao mundo do cuidar, quando, então,
começaram a ser elaboradas as teorias de enfermagem propriamente ditas.
20
Na década de 60, surgiram as primeiras teorias de enfermagem, procurando
relacionar fatos e estabelecer as bases de uma ciência de enfermagem (HORTA,
1979). Sua divulgação no Brasil ocorreu a partir de 1970, quando a enfermeira
Wanda de Aguiar Horta apresentou sua teoria de enfermagem, embasada nas
Necessidades Humanas de Maslow, no XXII Congresso Brasileiro de Enfermagem
em São Paulo e, empenhou-se para que as enfermeiras a utilizassem na prática, no
ensino e na pesquisa (ANGERAMI; BOEMER, 1984).
Segundo George (2000), existem 21 teorias, porém, para fins deste estudo,
abordou apenas as teorias que foram ministradas aos discentes Leininger, Florence,
Horta, Orem, Roy, Peplau, King, Watson, Newman e Rogers.
As mesmas serão descritas a seguir, adotando-se o nome completo da
teoria em questão e o ano em que foram construídas.
2.4.1 Teoria de Florence Nightingale (1859/1992)
Enfoca a organização e a manipulação do ambiente físico, social e
psicológico, de maneira a colocar a pessoa nas melhores condições possíveis para
que a natureza possa agir. Enfatiza que as enfermeiras devem diminuir e prevenir o
sofrimento e a dor desnecessários. Essas noções de Nightingale formam a base e
influenciam os outros teóricos de enfermagem (GEORGE, 2000).
Nightingale usou a sua ampla base de conhecimentos, sua compreensão da
incidência e da prevalência da doença e seu poder agudo de observação para
desenvolver uma abordagem da enfermagem na administração e na construção de
hospitais. O principal enfoque de Nightingale era o controle do ambiente dos
indivíduos e das famílias, tanto dos sadios quanto dos enfermos. Ela discutia a
necessidade de ventilação e de luz nos quartos dos doentes, a disposição
apropriada dos esgotos e a nutrição adequada (GEORGE, 2000).
2.4.2 Teoria de Hildegard E. Peplau (1952/1988)
Apresenta a enfermagem como um processo interpessoal de interações
terapêuticas entre a enfermeira e o paciente. A finalidade desse relacionamento
interpessoal é a de esclarecer os problemas do paciente, estabelecer metas
mutuamente aceitáveis e resolver esses problemas. O conflito pode ocorrer se a
21
enfermeira e o paciente não concordarem sobre as metas ou os meios para atingi-
las, no entanto, tanto o paciente quanto a enfermeira devem crescer com essa
experiência. Peplau identifica quatro fases no relacionamento: orientação,
identificação, exploração e resolução. Sua influência sobre a noção de enfermagem
como um processo interpessoal é significativa (GEORGE, 2000).
A enfermagem é terapêutica por ser uma arte curativa, auxiliando o
indivíduo enfermo ou o necessitado de atendimento de saúde. A enfermagem pode
ser encarada como um processo interpessoal, pois envolve a interação entre dois ou
mais indivíduos com uma meta comum. Essa meta comum proporciona o incentivo
para o processo terapêutico, no qual a enfermeira e o paciente respeitam um ao
outro como indivíduos, ambos aprendendo e crescendo como resultado de
interação. O indivíduo aprende quando seleciona estímulos no ambiente e reage,
então, a esses estímulos (GEORGE, 2000).
Apresenta-se abaixo, no Quadro 1, os macro conceitos desta teoria:
Quadro 1 - Macroconceitos da Teoria de Peplau. Itajubá, MG, 2011
Ambiente Saúde Homem Enfermagem Processo educativo e terapêutico.
Enfermagem psicodinâmica
Cada pessoa é um indivíduo com potencial para crescimento, cuja personalidade se desenvolve pela interação.
Enfermagem é um processo terapêutico interpessoal com outros processos humanos. É um instrumento educacional, uma força de maturação.
Fonte: Leopardi (1999)
2.4.3 Teoria de Dorothea E. Orem (1958/1959)
Consiste de três teorias: autocuidado, déficit de autocuidado, e sistemas de
enfermagem.
A teoria do autocuidado inclui a capacidade humana de cuidar-se (ação do
autocuidado), os fatores condicionantes básicos, a totalidade de ações de
autocuidado necessárias (demanda de autocuidado terapêutico) e as três categorias
de requisitos de autocuidado: universal, desenvolvimentista e desvio de saúde.
A teoria do déficit de autocuidado é o núcleo da teoria geral de enfermagem
de Orem, porque identifica quando a enfermagem é necessária. Isto é, identifica que
a enfermagem é necessária quando as demandas de autocuidado, atuais ou futuras,
excedem a ação de autocuidado. A teoria dos sistemas de enfermagem identifica os
22
três sistemas como completamente compensatórios e de apoio-educação
(GEORGE, 2000).
Apresenta-se abaixo, no Quadro 2, os macro conceitos desta teoria:
Quadro 2 - Macroconceitos da Teoria de Dorothea E. Orem. Itajubá, MG, 2011
Ambiente Saúde Homem Enfermagem
Processo de agenciamento do autocuidado requerido.
O déficit de autocuidado é o campo de ação da Enfermagem.
É um ser que se autocuida para manter seu bem-estar.
Enfermagem é um sistema de ajuda para o autocuidado, quando o individuo não tem condições de suprir seus próprios requerimentos.
Fonte: Leopardi (1999)
2.4.4 Teoria de Imogene M. King (1971)
Apresenta a teoria de aquisição de metas a partir de uma estrutura
conceitual de sistemas abertos que integra os sistemas pessoais, os sistemas
interpessoais e os sistemas sociais. Os sistemas interpessoais da enfermeira e do
cliente proporcionam a maior ênfase desta teoria. As interações enfermeira-cliente
são o componente essencial no estabelecimento de metas e na identificação dos
meios para a aquisição dessas metas. King considera os seres humanos como
enfoque da enfermagem e como sistemas abertos, interagindo com o ambiente
(GEORGE, 2000).
Cada indivíduo é um sistema pessoal. Para o sistema pessoal, os conceitos
relevantes são a percepção, o ser, o crescimento e o desenvolvimento, a imagem
corporal, o espaço, o aprendizado e o tempo (GEORGE, 2000).
Apresenta-se abaixo, no Quadro 3, os macro conceitos desta teoria:
Quadro 3 - Macroconceitos da Teoria de Imogene M. King. Itajubá, MG, 2011
Ambiente Saúde Homem Enfermagem
Processoeducativo e terapêutico.
Conceitos ligados ao processo de interação – transação: self, stress, papel, crescimento e desenvolvimento, tempo e espaço.
É um sistema aberto, com características de sociabilidade, sensibilidade, racionalidade, percepção e orientação no tempo e no espaço.
Enfermagem é o processo de interação em que cada um percebe o outro e a situação; e através da comunicação, propõem objetivos para a saúde.
Fonte: Leopardi (1999)
23
2.4.5 Teoria de Martha E. Rogers (1970)
Desenvolveu os princípios da homeodinâmica, que enfocam a totalidade
dos seres humanos, a natureza unitária desses seres, o seu ambiente, a natureza e
a direção da mudança humana e ambiental. Os homens, como campos de energia
irredutíveis, indivisíveis, pandimensionais e identificados por padrão, beneficiam-se
da enfermagem, que participa, harmonicamente, de seu processo de mudança.
Rogers acredita que a ciência da enfermagem é a ciência dos seres humanos
unitários (GEORGE, 2000).
Rogers fala sobre o metaparadigma de enfermagem e apresenta cinco
pressupostos sobre os seres humanos. Afirma que cada homem é presumidamente
um ser unificado, com individualidades; que o ser humano está em troca constante
de energia com o ambiente; e que os processos de vida de um ser humano evoluem
irreversível e imprevisivelmente na pandimensionalidade.
Por existir um padrão para a vida, o ser humano é capaz de abstração,
visualização, linguagem, pensamento, sensibilidade e emoções. Os homens, como
campos de energia irredutíveis, indivisíveis, pandimensionais, identificados por
padrões e dotados de características e comportamentos diferentes dos das suas
partes, não podem ser previstos pelo conhecimento dessas partes (GEORGE,
2000).
Apresenta-se abaixo, no Quadro 4, os macro conceitos desta teoria:
Quadro 4 - Macroconceitos da Teoria de Martha E. Rogers. Itajubá, MG, 2011
Ambiente Saúde Homem Enfermagem
É meio para intervir e avaliar o curso do processo vital.
Princípios da homeodinâmica explicam e predizem a mudança no processo vital.
É um todo unificado e campo energético não sendo entidades incorpóreas, nem tampouco um agregado mecânico.
Enfermagem é ciência e arte de promover a interação sinfônica entre o homem e seu meio para manter sua integridade e direcionar sua padronização.
Fonte: Leopardi (1999)
24
2.4.6 Teoria de Sister Callista Roy (1970):
A principal ênfase de Calissa Roy é sobre a pessoa como sistema de
adaptação. Para melhor descrever o cliente de enfermagem, os quatro modos de
adaptação são identificados como fisiológico, autoconceito, função de papel e
interdependente. A pessoa tem dois subsistemas processadores internos principais,
o regulador e o cognitor, que são vistos como mecanismos para a adaptação ou o
enfrentamento. A meta da enfermagem é promover as respostas adaptativas
(GEORGE, 2000).
Roy conceitualiza a pessoa sob a perspectiva holística. Os aspectos
individuais das partes agem em conjunto para formar um ser unificado.
Adicionalmente, como sistemas vivos, as pessoas estão em constante interação com
seus ambientes. Entre o sistema e o ambiente, ocorre uma troca de informações,
matéria e energia. As características de um sistema incluem entradas, saídas,
controles e retroalimentação (GEORGE, 2000).
Apresenta-se abaixo no Quadro 5, os macro conceitos desta teoria:
Quadro 5 - Macroconceitos da Teoria de Sister Callista Roy. Itajubá, MG, 2011
Ambiente Saúde Homem Enfermagem
Processo de resolução de problemas.
Os mecanismos de adaptação cognitor e regulador permitem quatro modos adaptativos: Necessidades Fisiológicas, Autoconceito, Papel e Interdependência.
Ser biopsicossocial em interação constante com o meio ambiente mutante, com um complexo sistema de adaptação.
Enfermagem é uma disciplina científica, uma prática orientada.
Fonte: Leopardi (1999)
2.4.7 Teoria de Jean Watson (1979):
A ciência do cuidado de Jean Watson é construída sobre a estrutura de sete
pressupostos e dez fatores de cuidados. Ela enfatiza a natureza interpessoal do
cuidado, descreve a enfermeira como uma co-participante do cliente e inclui a alma
como consideração importante. Inclui também a promoção de saúde e o tratamento
da doença na enfermagem. A meta da enfermagem é ajudar as pessoas a atingirem
um alto grau de harmonia com elas mesmas (GEORGE, 2000).
25
Na visão de Watson, a doença pode ser curada, mas permanece porque o
cuidado da saúde não foi atingido. O cuidado é a essência da enfermagem e denota
a reciprocidade entre a enfermeira e a pessoa, a enfermeira participa com a pessoa.
Watson defende que o cuidado pode auxiliar a pessoa a obter controle, tornar-se
versátil e promover as modificações na saúde (GEORGE, 2000).
2.4.8 Teoria de Madeleine M. Leininger (1991)
Enfoca a importância da compreensão das similaridades (universalidades) e
das diferenças (diversidades) das pessoas nas culturas. Ela menciona a importância
da conscientização da enfermeira sobre a cultura do cliente e o cuidar como o
âmbito dominante e principal da enfermagem (GEORGE, 2000).
Leininger assegura que o cuidado humano é central para a enfermagem
como disciplina e como profissão. Ela e outros estudaram o fenômeno do cuidado
durante mais de quatro décadas. Reconhecem e propõem a preservação do cuidado
como a essência da enfermagem. Com esse crescente reconhecimento do cuidado
como essencial ao conhecimento e a prática da enfermagem, Leininger rotulou a sua
teoria de cuidado cultural (GEORGE, 2000).
2.4.9 Teoria de Margaret Newman (1994)
Concentra-se sobre a saúde como expansão da consciência. Os homens
são seres unitários nos quais a doença é uma manifestação de um padrão de saúde.
A conscientização é a capacidade de informação do sistema que é influenciada pelo
tempo, pelo espaço e pelo movimento, e está em expansão constante (GEORGE,
2000).
A saúde é a expansão da consciência: “O padrão do todo em evolução, a
explicação do descobrimento da ordem implicada”. A saúde é a síntese da doença e
da não-doença (GEORGE, 2000).
Apresenta-se abaixo, no Quadro 6, os macro conceitos desta teoria:
26
Quadro 6 - Macroconceitos da Teoria de Margaret Newman. Itajubá, MG, 2011
Ambiente Saúde Homem Enfermagem
Processo de acesso e intervenção sobre estressores.
Sistema de defesa aos estressores através das linhas flexível, normal de resistência e reconstituição.
É uma pessoa total, como sistema aberto que interage com o meio.
Enfermagem é uma profissão que ajuda os indivíduos a buscarem a melhor resposta aos estressores.
Fonte: Leopardi (1999)
2.4.10 Teoria de Wanda Horta (1979)
Necessidades humanas básicas são estados de tensões, conscientes ou
inconscientes, resultantes dos desequilíbrios hemodinâmicos dos fenômenos vitais,
segundo Horta.
Essa teoria estima a capacidade do ser humano de saber sobre suas
necessidades básicas. “As necessidades são universais, portanto comuns a todos os
seres humanos; o que varia de um indivíduo para o outro é a sua manifestação e a
maneira de satisfazê-la ou atendê-la” (HORTA, 1979).
Diante dessas teorias, constata-se que os macro conceitos que nelas se
apresentam, fortificam o corpo de conhecimento da enfermagem, conferindo
sustentabilidade no agir profissional.
2.5 O CUIDADO À LUZ DAS TEORIAS DE ENFERMAGEM
A enfermagem tem o cuidado humano como seu objeto de estudo, e como
ciência busca um corpo de conhecimento próprio, visto que desenvolve suas
atividades com base no saber de outras ciências (CARVALHO et al. , 2010).
Segundo Silva; Braga (2011) apud Dias et al. (2011)
“Desde os primórdios da humanidade, o cuidado ao ser humano baseava-se nas forças natural e espiritual. Durante a época de Hipócrates, na Grécia, surgiu, então, o cuidado objetivo, que propiciava a busca do equilíbrio, mas que era realizado por pessoas despreparadas. Já na era Cristã e na Idade Média, o cuidado passou a ter uma conotação religiosa de caridade, compaixão e misericórdia, sendo executado por pessoas religiosas e leigas.”
A formação do enfermeiro para o cuidado, como prática profissional, teve
início em 1860, na Inglaterra, com Florence Nightingale. É durante esse período que
se encontra a primeira tentativa de distinguir os saberes da medicina dos saberes da
27
enfermagem. Com Florence ocorreu uma significativa mudança no cuidado.
Considerada a primeira teoria da enfermagem, ela fundamentou os princípios do
cuidado no ambiente terapêutico, mudando a forma de prestar o cuidado (SILVA;
BRAGA (2011) apud DIAS et al. , 2011).
Gonçalves; Tannure (2009) enfatizam a importância de se utilizar as teorias
no cuidado de enfermagem, pois para estes, as teorias devem direcionar as ações
dos enfermeiros, de modo a responsabilizá-los pelos cuidados a prestar aos clientes,
não mais executados de maneira empírica.
2.6 O ENSINO DAS TEORIAS NO CUIDADO DE ENFERMAGEM
O ensino de teorias de enfermagem fornece ao aluno base para assistência e
também possibilita conhecer as raízes científicas da profissão (CARVALHO et
al.2010).
Carvalho et al. (2010) diz que:
“O processo ensino-aprendizagem na enfermagem, em todos os níveis de ensino, possui certas peculiaridades por ser eminentemente teórico-prático e sua aplicação ocorrer no ser humano, o qual possui direitos, conhecimento ético e político, sentimentos e necessidades distintas.”
Crossetti; Schaurich (2010) consideram que as teorias de enfermagem são
referenciais fundamentais à matriz disciplinar da profissão. Cardoso; Pagliuca; Rolim
(2005) vão de encontro a eles, relatando que a teoria contribui para formar uma base
devidamente fundamentada sobre a prática, ao auxiliar e explicar suas abordagens.
Portanto, as teorias orientam e guiam a prática de enfermagem.
Mas, Ito; Takashi (2005) deixa claro, ao nos mostrar que este processo de
ensino de teorias com relação ao cuidado de enfermagem não é fácil, ao nos dizer
que:
“Teoria de Enfermagem é um instrumento de trabalho que ressalta o conhecimento científico, expõe as tendências das visões acerca do processo saúde-doença e sobre a experiência do cuidado terapêutico, favorecendo outras atitudes do cuidar, coerentes e adequadas à promoção de qualidades humanas, as quais contrariam, muitas vezes, a ambiência cotidiana assistencial.”
Não podendo ser deixada de lado, apesar das peculiaridades já citadas por
Ito; Takashi (2005) acima, ao vermos que as teorias segundo Cardoso; Pagliuca;
28
Rolim, (2005) servem como instrumento para o cuidado de enfermagem, ao
relatarem que:
“Para se alcançar o conhecimento, é necessário saber que a arte de cuidar em Enfermagem baseia-se na prática científica e, consequentemente é preciso ter conhecimento das teorias. Fica evidente que o conhecimento científico, incluindo as teorias de enfermagem é a base para subsidiar o ensino da prática e do cuidado de qualidade de enfermagem.”
29
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Esta parte do trabalho aborda os aspectos relacionados ao local da
pesquisa, os participantes do estudo, a coleta de dados, o instrumento utilizado para
coleta e as estratégias de análise dos dados, assim como os aspectos éticos
relacionados com a mesma.
3.1 CENÁRIO DO ESTUDO
O presente estudo teve como cenário o município de Itajubá, que se situa no
sul do Estado de Minas Gerais, numa altitude de 1.746 metros no seu ponto mais
alto e de 830 metros no ponto mais baixo, acima do nível do mar, sendo que a área
urbana, sem considerar os morros, fica numa altitude média de 842 metros.
Ocupando uma área de 290,45 Km² de extensão, com população de 90.812
habitantes, de acordo com o IBGE de 2006, o equivalente a 312,65 hab./km², numa
taxa anual de crescimento de 1,26% habitantes por ano. Conta com 219,75Km² de
área rural e 70,70Km² de área urbana.
A sede de Itajubá situa-se, segundo as coordenadas geográficas, a 22° 30’
30” latitude sul e 45°27’20” W.Gr. A topografia de Itajubá é do tipo ondulada-
montanhosa. O território apresenta-se plano (10%), ondulado (12%) e montanhoso
em sua maior parte (78%). O município é privilegiado em relação à localização, não
só por estar inserido numa rede urbana formada por prósperas cidades de porte
médio, cujo acesso é feito pela BR459, mas também devido à sua posição em
relação às grandes capitais da região sudeste: Belo Horizonte (445Km), São Paulo
(261Km), Rio de Janeiro (318Km).
A cidade possui 57 bairros limitando-se, ao norte, com os municípios de: São
José do Alegre e Maria da Fé; ao Sudeste, Wenceslau Brás e Sudoeste com o de
Piranguçu; a Oeste, Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira, exercendo influência
direta sobre 14 municípios da microrregião, sendo a sua população equivalente à
0,47% da população mineira. As terras itajubenses estão nas encostas da
Mantiqueira, e o conjunto geográfico é formado das seguintes serras principais: do
Juru, do Ano Bom, do Goiabal, do Lourenço Velho, ao norte; da Água Limpa e dos
Toledos, a leste; do Pouso Frio, ao sul; o Morro da Piedade e outras elevações
menores, a oeste.
30
O clima de Itajubá é variado, ocorrendo, às vezes, no mesmo dia, pela manhã
e tarde, o calor de verão e, à noite, uma temperatura mais baixa. Mas nunca o
termômetro atinge as altas ou baixas excessivas, como ocorre na vizinha Maria da
Fé, onde, no inverno, o frio chega a alguns graus abaixo de zero. (Fonte: Site da
Prefeitura Municipal de Itajubá).
3.1.1 Local do Estudo
O desenvolvimento da pesquisa teve como local o curso de graduação em
enfermagem, da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), na cidade de
Itajubá, Minas Gerais.
A EEWB é um estabelecimento privado, de ensino superior, criado por ato
da Mesa Administrativa da Santa Casa de Misericórdia de Itajubá, em 1954, tendo
conseguido em dezembro, desse mesmo ano, a autorização para funcionamento e
iniciando o Curso de Graduação em Enfermagem em março de 1955. Em agosto de
1959, o Conselho da Santa Casa decidiu entregar a Escola à Congregação das
Irmãs da Providência de Gap que, na condição de pessoa jurídica, de direito privado,
sem fins lucrativos - Sociedade Religiosa, Moral e Científica, hoje Associação de
Educação, Saúde e Cultura - AESC, com sede e foro em Itajubá, MG, a assumiu e
mantém.
A EEWB teve um início corajoso e destemido, o que deixa bem clara a
consciência de sua missão de ser uma Instituição de referência, reconhecida na área
do ensino, gerando e difundindo o conhecimento e a cultura, baseada nos padrões
de crença, valores científicos e espirituais, sistematizando a assistência de
enfermagem, bem como, promovendo a formação integral e permanente das
pessoas e dos acadêmicos, futuros profissionais da saúde, respondendo às
transformações da sociedade quanto à prevenção, promoção, restauração e
reabilitação da saúde.
Como Escola Confessional Católica, tem como objetivos gerais:
Dedicar-se à formação de profissionais da saúde que saibam respeitar a
dignidade da pessoa humana, garantindo uma presença cristã no mundo
universitário em face dos grandes problemas da sociedade e da cultura;
Dar ao aluno formação moral esmerada, fundamentada numa Ética de
princípios filosóficos seguros e numa Antropologia Filosófica capaz de
31
imprimir em sua identidade características peculiares, reconhecíveis onde
quer que ele vá exercer suas atividades específicas;
Criar o profissional consciente do valor do conhecimento humano e da
necessidade de acompanhar seu desenvolvimento, até mesmo ao ponto de
contribuir para ele com suas próprias investigações;
Formar o cidadão fraterno e solidário, aberto ao diálogo, amante da justiça,
capaz de se dedicar aos mais fracos e respeitador do meio ambiente como
fator de vida.
3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO
O presente estudo é de abordagem quantitativa do tipo descritivo e
qualitativa do tipo exploratório.
Segundo Polit e Hungler (2004) o estudo quantitativo é aquele que os
fenômenos se prestam à mensuração precisa e a quantificação, envolvendo
delineamento rigoroso e controlado. Tal delineamento refere-se ao plano geral do
pesquisador para responder às questões de pesquisa ou testar as suas hipóteses.
No estudo quantitativo, o delineamento de pesquisa reproduz as estratégias que o
pesquisador planeja adotar para desenvolver informações precisas e interpretáveis.
Na abordagem quantitativa, o pesquisador reúne evidências empíricas por
meio de instrumentos, isto é, formulação numérica que resulta em mensuração
formal e que é analisada por meio de procedimentos estatísticos (POLIT;
HUNGLER, 2004).
Quanto à abordagem qualitativa, Brevidelli; Domenico (2006) expõem
características desta pesquisa. “Tem o ambiente natural como fonte direta dos dados
e o pesquisador como instrumento - chave é descritiva, isto é, os resultados são
expressos em narrativas, descrições, figuras, declarações de pessoas, quadros
esquemáticos, os pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo e
não simplesmente com os resultados e o produto, ou seja, o fenômeno é avaliado
em suas relações, no conhecimento dos seus aspectos evolutivos, forças que
interagem entre outros aspectos de natureza subjetiva, os pesquisadores
qualitativos tendem a analisar seus dados indutivamente (...), o significado é a
preocupação essencial na abordagem qualitativa: os pesquisadores buscam
detectar os significados que as pessoas dão a fenômenos”.
32
Os estudos exploratórios ou descritivos têm como objetivo a busca de
informações apuradas a respeito de sujeitos, grupos, instituições ou situações a fim
de caracterizá-los e evidenciar um perfil. Em alguns casos, o pesquisador tem
interesse em estudar um fenômeno desconhecido ou pouco conhecido, explorando
dados para construir um cenário (BREVIDELLI; DOMENICO, 2006).
3.3 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM
Para Polit, Beck e Hungler (2004), população é um conjunto total de casos
que preenchem um conjunto de critérios especificados, podendo ser amplamente
definida, envolvendo milhões de pessoas, ou especificada para incluir apenas
algumas centenas de pessoas; os pesquisadores devem ter amostra destes
acessíveis, com a intenção de gerá-los como uma população-alvo.
A amostragem é uma seleção de indivíduos para representar toda a
população. Existem duas categorias: a amostragem de probabilidade, na qual os
pesquisadores podem especificar a probabilidade que cada elemento da população
terá de ser incluído na amostra; e a amostragem não-probabilística na qual os
elementos são selecionados por métodos não-aleatórios; geralmente, nem todos os
elementos têm chance de inclusão (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
Os mesmos autores ainda afirmam que a amostragem proposital, chamada
também de intencional, baseia-se no pressuposto de que o conhecimento sobre a
população pode ser usado para pinçar os casos a serem incluídos na amostra. O
pesquisador pode decidir selecionar, propositalmente, a maior variedade possível de
respondentes, ou escolher sujeitos que sejam considerados típicos da população em
questão, ou particularmente conhecedores do assunto em estudo.
Os critérios de inclusão são delimitados pelo pesquisador na seleção de sua
população de estudo. Tais critérios devem ser coerentes com todos os sujeitos da
amostra (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
Os autores acima relatam que as populações não são exclusivas aos
sujeitos humanos. Todavia, no caso de um estudo de enfermagem, os elementos
são, usualmente, os seres humanos.
A amostragem foi do tipo intencional ou proposital. Com amostragem
intencional, o pesquisador pode optar, propositalmente, a maior diversidade de
33
respondentes ou selecionar participantes que sejam típicos da população em
questão.
Os participantes deste estudo foram discentes do 4º, 6º e 8º períodos, do
curso de graduação em enfermagem, da EEWB, regularmente matriculados e que
cursaram a disciplina de Teorias de Enfermagem. A amostra quantitativa foi
constituída de 37 discentes do 4º período (num total de 74 alunos deste período), 59
discentes do 6° período (num total de 64 alunos deste período) e 38 discentes do 8°
período (num total de 65 alunos deste período). A amostra qualitativa foi constituída
de 35 discentes abrangendo o 4º, 6º e 8º períodos; chegamos a esse número, pois
os dados foram saturados. Na pesquisa qualitativa, o tamanho da amostra deve ser
determinado a partir da necessidade de informações. Assim, um princípio orientador
na amostragem é a saturação dos dados (isto é, amostrar até o ponto em que não é
obtida nenhuma informação nova e é atingida a redundância), (POLIT; BECK;
HUNGLER, 2004).
Como se pode ver, não foi possível obter uma amostra quantitativa total de
todos os períodos, tendo número total de uma amostra de 134 alunos. Isto ocorreu
porque nem todos quiseram participar do estudo. Tal fato, portanto, não interferiu no
resultado final do estudo, pois foi respeitado o critério de inclusão e Ética da
Pesquisa, sendo corroborado por Oliveira (1998) que nos diz que, quando se deseja
obter informações de um grupo grande ou numeroso, verifica-se muitas vezes ser
praticamente impossível fazer um levantamento do todo. Daí, a necessidade de
investigar apenas uma parte dessa população ou universo.
Critérios de inclusão:
Concordância em participar do estudo, assinando o termo de consentimento
livre e esclarecido;
Ser aluno, regularmente matriculado no curso de graduação em enfermagem,
da EEWB; e ter cursado a disciplina de teorias de enfermagem nos devidos
períodos 4º, 6º e 8º do ano de 2010.
34
Critérios de exclusão:
Não concordar em participar do estudo, não assinando o termo de
consentimento livre e esclarecido;
Não ser aluno dos períodos 4º, 6º e 8º, do curso de graduação em
enfermagem da EEWB do ano de 2010;
Não ter cursado a disciplina Teorias de Enfermagem.
3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa, da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, da cidade de Itajubá – MG
sob parecer consubstanciado de nº 580/2010 (ANEXO A). Os dados foram coletados
no mês de novembro de 2010 e para não ocorrer viés na pesquisa, o procedimento
de coleta de dados foi realizado simultaneamente em todos os períodos, sendo que
para cada coleta foi necessário apenas a disponibilização de alguns minutos antes
do início da aula das turmas do 4º, 6º e 8º períodos. Sendo que, para o 4º período foi
utilizado 20 minutos da aula antes do início desta, do 6º período foi utilizado 15
minutos da aula, antes do início desta, e do 8º período foi utilizado 10 minutos da
aula, antes do início desta. Antes da coleta de dados foi verificado se os
participantes atendiam aos critérios de elegibilidade, já citados, e solicitado
autorização de cada docente responsável pelo período. Todos os alunos se
encontravam em sala de aula, e tiveram o direito de se recusarem a participar do
estudo, respeitando assim a Ética da Pesquisa.
Os dados foram coletados pela pesquisadora desse estudo, e as estratégias
para a coleta foram as seguintes:
- Agendamento da data e horário antecipadamente, com os professores e
participantes do estudo.
- Realização da coleta de dados no local de estudo (Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz), de acordo com a disponibilidade, no horário de aula, sendo este
antes de se iniciar as aulas.
- Ciência dos participantes com relação aos objetivos do estudo, o
instrumento aplicado e a garantia do anonimato,
- Esclarecimento de dúvidas, se necessário.
35
- Assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelo participante,
após sua anuência.
3.4.1 Instrumento de coleta dos dados
Para alcance dos objetivos do estudo, foi elaborado um instrumento
(APÊNDICE A), utilizando como base o conteúdo disponibilizado após as aulas
ministradas sobre teorias de enfermagem, pelos docentes. Após coleta de dados os
instrumentos foram nomeados para identificação dos mesmos (ex: 4º p. elemento
A; 6º p. elemento A e 8º p. elemento A).
3.5 PRÉ-TESTE
O pré-teste foi realizado com um discente de cada período, totalizando três
discentes, que reuniam os critérios de elegibilidade, mas que não fizeram parte da
amostra definitiva.
Por meio do pré-teste foi estimado o tempo para responder ao instrumento,
assim como oportunizou ao pesquisador o contato com os sujeitos do estudo e
instrumento, permitindo aos envolvidos familiarizar-se e conseqüentemente
sanarem-se as eventuais dúvidas ou dificuldades, além de constatar segurança na
aplicação do instrumento.
Lakatos; Marconi (1995), ao se referirem a esse procedimento, mencionam
que a sua principal função é testar o instrumento de coleta de dados, permitindo que
se possam identificar ambiguidades nas questões, assim como se destina também a
conhecer previamente, o possível tempo que será utilizado nas entrevistas
definitivas da pesquisa.
De acordo com o pré-teste realizado, não houve necessidade de quaisquer
ajustes ao tempo médio utilizado para responder aos instrumentos, que foi de 15
minutos.
36
3.6 ESTRÁTEGIA DE ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS
Os dados foram analisados e interpretados por meio da técnica de análise
de conteúdo de Bardin. Também se analisou estatisticamente, por meio do Microsoft
Office Excel, em estatística descritiva, representada pelos seguintes elementos:
Frequência Absoluta;
Frequência Relativa;
Medidas de Tendência Central.
Os dados foram apresentados também por meio de tabelas, figuras e
gráficos.
A análise de conteúdo visa tornar evidentes e significativamente plausíveis à
corroboração lógica, os elementos ocultos da linguagem humana, além de organizar
e descobrir o significado original dos seus elementos manifestos. A análise de
conteúdo trabalha indispensavelmente com os procedimentos de classificação,
codificação e categorização dos conceitos, cuja intenção é a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção ou de recepção na comunicação
(BARDIN, 2009).
Rodrigues; Leopardi (1999) reforça que o método de análise de conteúdo é
indicado no estudo “das motivações, atitudes, valores, crenças, tendências”, para
desvendar das ideologias que podem existir nos dispositivos legais, tais como
princípios e diretrizes, podendo servir, em alguns casos, de auxiliar para pesquisa de
maior produtividade e complexidade. Adverte que o método de Análise de Conteúdo
pode ser aplicado, mesmo que de forma diferente, tanto em pesquisa quantitativa,
como na investigação qualitativa e lembra que qualquer técnica, seja entrevista,
questionário ou outra, adquire sua força e seu valor exclusivamente mediante o
apoio de um determinado referencial teórico, dentre os quais está a Análise de
Conteúdo.
Bardin considera três etapas básicas denominadas polos cronológicos para
o desenvolvimento desta técnica: a pré análise, a descrição analítica e a
interpretação inferencial (BARDIN, 2009).
A pré análise tem por objetivo tornar operacionais e sistematizar as ideias
iniciais. Essa fase inclui a leitura flutuante, a escolha dos documentos a serem
37
submetidos para análise, a formulação de hipóteses e objetivos, a referenciação dos
índices e elaboração de indicadores e a preparação do material.
Com a fase de descrição ou exploração do material, é feita a conclusão do
material para análise, em termos de operações de codificação.
Bardin (2009) mostra que as diferentes fases da análise de conteúdo, tal
como o inquérito sociológico ou a experimentação, organizam-se em torno de três
polos cronológicos:
1) a pré análise;
2) a exploração do material;
3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.
1) A pré análise
É a fase de organização propriamente dita. Corresponde a um período de
intuições, mas tem por objetivo tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais,
de maneira a conduzir a um esquema preciso do desenvolvimento das operações
sucessivas, num plano de análise. Recorrendo ou não ao computador, trata-se de
estabelecer um programa que, podendo ser flexível (quer dizer, que permita a
introdução de novos procedimentos no decurso da análise), deve, no entanto, ser
preciso.
Geralmente, esta primeira fase possui três missões: a escolha dos
documentos a serem submetidas à análise, a formulação das hipóteses e dos
objetivos e a elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação final.
Estes três fatores não se sucedem, obrigatoriamente, segundo uma ordem
cronológica, embora se mantenham estreitamente ligados uns aos outros: a escolha
de documentos depende dos objetivos, ou, inversamente, o objetivo só é possível
em função dos documentos disponíveis; os indicadores serão construídos em função
das hipóteses, ou, pelo contrário, as hipóteses serão criadas na presença de certos
índices. A pré análise tem por objetivo a organização, embora ela própria seja
composta por atividades não estruturadas, “abertas”, por oposições à exploração
sistemática dos documentos.
38
a) A leitura “flutuante”. – A primeira atividade consiste em estabelecer
contato com os documentos a analisar e em conhecer o texto,
deixando-se invadir por impressões e orientações. Esta fase é
chamada de leitura “flutuante”, por analogia com a atitude do
psicanalista. Pouco a pouco, a leitura vai se tornando mais precisa, em
função de hipóteses emergentes, da projeção de teorias adaptadas
sobre o material e da possível aplicação de técnicas utilizadas sobre
materiais análogos.
b) A escolha dos documentos. – O universo de documentos de análise
pode ser determinado a priori:
Por exemplo: uma empresa solicita a uma equipe de analistas a
exploração do recortes de imprensa reunidos num “press-book”, acerca
do novo produto lançado no mercado alguns meses atrás.
Ou então o objetivo é determinado e, por conseguinte, convém escolher o
universo de documentos susceptíveis de fornecer informações sobre o problema
levantado:
Por exemplo: o objetivo é seguir a evolução dos valores da instituição
escolar francesa durante um determinado ano. Opta-se, então, pela
análise dos discursos de distribuição dos prêmios: material
homogêneo, regular, conservado, acessível e rico em informações
relativas ao objetivo.
Estando o universo demarcado (o gênero de documentos sobre os quais se
poder efetuar a análise), é muitas vezes necessário proceder-se à constituição de
um corpus. O corpus é o conjunto dos documentos tidos em conta para serem
submetidos aos procedimentos analíticos. A sua constituição implica, muitas vezes,
escolhas, seleções e regras. Eis as principais regras:
Regra da exaustividade: uma vez definido o campo do corpus
(entrevistas de um inquérito, respostas a um questionário, editoriais de
39
um diário de Paris entre tal e tal data, emissões de televisão sobre
determinado assunto, etc.), é preciso ter-se em conta todos os
elementos desse corpus. Por outras palavras, não se pode deixar de
fora qualquer um dos elementos por esta ou por aquela razão
(dificuldade de acesso, impressão de não-interesse), que não possa
ser justificável no plano do rigor. Esta regra é completada pela de não-
seletividade.
Por exemplo, reúne um material de análise de publicidade a automóvel
publicada na imprensa durante um ano. Qualquer anúncio publicitário que
corresponda a estes critérios deve ser recenseado.
Regra da representatividade. A análise pode efetuar-se numa amostra
desde que o material a isso se preste. A amostragem diz-se rigorosa
se a amostra for uma parte representativa do universo inicial. Neste
caso, os resultados obtidos para a amostra serão generalizados ao
todo.
Para se proceder à amostragem é necessário ser possível descobrir a
distribuição dos caracteres dos elementos da amostra. Um universo heterogêneo
requer uma amostra maior do que um universo homogêneo. A costureira, para que
possa fazer ideia de uma peça de tecido com flores, tem necessidade de uma
amostra maior desse tecido do que aquela que seria necessária para ter ideia de um
tecido liso. Tal como para uma sondagem, a amostragem pode fazer-se ao acaso,
ou por quotas (sendo conhecidas as frequências das características da população,
retomamo-las na amostra, em proporções reduzidas).
Por exemplo, se souber que existem x marcas de automóveis e que cada
uma possui uma taxa média de n anúncios por ano. Além disso, conhece-se a
distribuição pelos órgãos de imprensa. Finalmente, avaliamos a repartição
quantitativa e a variação qualitativa dos conteúdos temáticos, segundo os meses do
ano. Tidos em conta estes critérios (marcas, órgãos de imprensa, períodos), que
dependem do objetivo da análise, pode proceder-se a uma redução pensada
(amostragem) do universo e diminuir a parte submetida à análise.
Nem todo o material de análise é susceptível de dar lugar a uma
amostragem, e, nesse caso, mais vale abstermo-nos e reduzir o próprio universo (e,
portanto o alcance da análise) se este for demasiado importante.
40
Regra da homogeneidade: os documentos retidos devem ser
homogêneos, quer dizer, devem obedecer a critérios precisos de
escolha e não apresentar demasiada singularidade fora destes critérios
de escolha.
Por exemplo, as entrevistas de inquérito efetuadas sobre um dado tema
devem referir-se toda a esse tema, ter sido obtidas por intermédio de técnicas
idênticas e ser realizadas por indivíduos semelhantes. Esta regra é, sobretudo,
utilizada quando se deseja obter resultados globais ou comparar entre si os
resultados individuais.
Precisemos, no entanto, que se a constituição de um corpus é uma fase
habitual na análise de conteúdo, para algumas análises monográficas (uma
entrevista aprofundada, a estrutura de um sonho ou a temática de um livro), tal fase
não tem sentido (caso de um documento único, singular).
Regra de pertinência: os documentos retidos devem ser adequados,
enquanto fonte de informação, de modo a corresponderem ao objetivo
que suscita a análise.
c) A formulação das hipóteses e dos objetivos. – Uma hipótese é uma
afirmação provisória que nos propomos verificar (confirmar ou infirmar),
recorrendo aos procedimentos de análise. Trata-se de uma suposição
cuja origem é a intuição e que permanece em suspenso enquanto não
for submetida à prova de dados seguros. O objetivo é a finalidade geral
a que nos propomos (ou que é fornecida por uma instância exterior), o
quadro teórico e/ou pragmático, no qual os resultados obtidos serão
utilizados.
De fato, as hipóteses nem sempre são estabelecidas quando da pré análise.
Por outro lado, não é obrigatório ter-se como guia um corpus de hipóteses, para se
preceder a análise. Algumas análises efetuam-se “às cegas” e sem ideias pré-
concebidas. Uma ou várias técnicas são consideradas adequadas a priori, para
fazerem “falar” o material, utilizando-se sistematicamente. Isto é o que sucede
muitas vezes, ao recorrermos à informática.
d) A referenciação dos índices e a elaboração de indicadores. – Se
considerarem os textos uma manifestação que contém índices que a
41
análise vai fazer falar, o trabalho preparatório será o da minadas – e
sua organização sistemática em indicadores.
Por exemplo, o índice pode ser a menção explícita de um tema numa
mensagem. Parte-se do princípio de que este tema possui tanto mais importância
para o locutor quanto mais frequentemente é repetido (caso da análise sistemática
quantitativa); assim sendo, o indicador correspondente será a frequência deste tema
de maneira relativa ou absoluta, relativamente a outros.
Por exemplo: supõe-se que a emoção e a ansiedade se manifestam por
perturbações da palavra durante uma entrevista terapêutica. Os índices retidos (“hã”,
frases interrompidas, repetição, gaguez, sons incoerentes...) e a sua frequência de
aparição vão servir de indicador do estado emocional subjacente.
Uma vez escolhidos os índices, procede-se à construção de indicadores
precisos e seguros. Desde a pré-análise devem ser determinadas operações de
recorte do texto em unidades comparáveis de categorização para análise temática e
de modalidade de codificação para o registro dos dados.
Geralmente, certificamo-nos da eficácia e da pertinência dos indicadores
testando-os em algumas passagens ou em alguns elementos dos documentos (pré
teste de análise).
e) A preparação do material. – Antes da análise propriamente dita, o
material reunido deve ser preparado. Trata-se de uma preparação
material e, eventualmente, de uma preparação formal (“edição”).
Por exemplo: as entrevistas gravadas são transmitidas (na íntegra) e as
gravações conservadas (para informação paralinguística), os artigos de imprensa
são recortados, as respostas a questões abertas são anotadas em fichas, etc. É
aconselhável que se prevejam cópias em número suficiente (recortes, se a equipe
for numerosa) e que se numerem os elementos do corpus. Suportes materiais de um
tipo específico podem facilitar a manipulação da análise: entrevistas datilografadas
num rolo de papel, dispondo de colunas vazias à esquerda e à direita para o código,
e respostas a questionários em fichas-padrão, para que se possam marcar os
contrastes.
A preparação formal, ou “edição”, dos textos pode ir desde o alinhamento
dos enunciados intactos, proposição por proposição, até a transformação linguística
dos sintagmas, para padronização e classificação por equivalência. No caso do
42
tratamento informático, os textos devem ser preparados e codificados segundo as
instruções do programa.
2) A exploração do material
Se as diferentes operações da pré-análise forem convenientemente
concluídas, a fase de análise propriamente dita não é mais do que a aplicação
sistemática das decisões tomadas. Quer se trate de procedimentos aplicados
manualmente ou de operações efetuadas por computador, o decorrer do programa
completa-se mecanicamente. Esta fase, longa e fastidiosa, consiste essencialmente
em operações de codificação, decomposição ou enumeração, em função de regras
previamente formuladas.
3) Tratamento dos resultados obtidos e interpretação
Os resultados em bruto são tratados de maneira a serem significativos
(“falantes”) e válidos. Operações estatísticas simples (percentagens), ou mais
complexas (análise fatorial), permitem estabelecer quadros de resultados,
diagramas, figuras e modelos, os quais condensam e põem em relevo as
informações fornecidas pela análise.
Para um maior rigor, estes resultados são submetidos a provas estatísticas,
assim como a testes de validação.
O analista, tendo à sua disposição resultados significativos e fiéis, pode
então propor inferências e adiantar interpretações a propósito dos objetivos
previstos, ou que digam respeito a outras descobertas inesperadas.
Por outro lado, os resultados obtidos, a confrontação sistemática com o
material e o tipo de inferências alcançadas podem servir de base a uma outra
análise disposta em torno de novas dimensões teóricas, ou praticada graças a
técnicas diferentes.
43
3.7 ÉTICA DA PESQUISA
Os aspectos éticos do presente estudo obedeceram à Resolução 196/96, do
Ministério da Saúde, respeitando-se os princípios da autonomia e da privacidade, no
qual o respondente do estudo podia deixar de participar da pesquisa a qualquer
momento, se assim o desejasse, porém, fato que não ocorreu.
A assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE
B) oficializou a decisão do sujeito de participar do estudo de maneira livre e
espontânea, podendo desistir se assim o desejasse e quando quisesse.
Foram previstos os procedimentos que asseguraram a confiabilidade, o
anonimato das informações, a privacidade e a proteção da imagem dos
participantes, garantindo-lhes que as informações obtidas não serão utilizadas em
prejuízo de qualquer natureza para eles.
44
4 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os dados foram trabalhados com 134 discentes participantes na análise
quantitativa e 35 discentes na análise qualitativa, pois com este número houve a
saturação dos dados.
Para um maior refinamento e rigor metodológico, em se tratando das
questões de nº: 1; 2; 2.1; 2.2; 2.3; 3; 4; 5; 6 e 7, os dados foram submetidos à
análise estatística, conforme se permitiu.
Para realizarmos a categorização do conteúdo nas justificativas das
questões de nº: 5; 7 e 8 adotou-se Bardin (2009), que nos diz que o critério de
categorização pode ser semântico (categorias temáticas), sintático (os verbos, os
adjetivos), léxico (classificação das palavras segundo o seu sentido com
emparelhamento dos sinônimos e dos sentidos próximos) e expressivo (por
exemplo, categorias que classificam as diversas perturbações da linguagem).
O conteúdo analisado permitiu elencar os critérios: semânticos, expressivo e
sintático. Apenas o léxico não foi categorizado nas falas.
4.1 ANÁLISE QUANTITATIVA
No tocante dos dados estatísticos do estudo, em relação à idade dos
participantes conforme a Tabela 1 a seguir, percebe-se que a média de idade do 4°
período foi igual a 21,27 tendo como valor mínimo 18 e valor máximo 33; do 6º
período média de idade igual a 22,55 tendo como valor mínimo 19 e valor máximo
31; e do 8º período média de idade igual a 23,06 tendo como valor mínimo 20 e valor
máximo 30. Resultados estes que estão condizentes com cada período, tendo em
vista que muitos acadêmicos dão entrada na faculdade por volta dos 17 ou 18 anos,
vendo-se então que muitos ainda destes períodos tiveram o valor mínimo e a média
de idade condizente com o passar dos anos letivos.
45
Tabela 1 - Medidas de Tendência Central da idade dos participantes do estudo (n= 134). Itajubá, MG, 2011
IDADE Média Mediana DP ValorMínimo
ValorMáximo
Amplitude
Moda
Quarto Período (n = 36)
Sexto Período (n = 54)
Oitavo Período (n = 32)
21,27
22,55
23,06
21
22
23
2,85
2,36
1,86
18
19
20
33
31
30
15
12
10
21
21
23
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Com a finalidade de evidenciar os resultados do 4°, 6° e 8° períodos no
tocante as perguntas do instrumento, a saber: Questão-1 do instrumento –
Classificação do ensino Teorias de Enfermagem ministrado; Questão-2 do
instrumento – Sente segurança para aplicar as Teorias de Enfermagem no Ensino
Clínico?; Questão-2.3 do instrumento – O que favorece a aplicação?; Questão-4 do
instrumento - Como o ensino de Teorias de Enfermagem está?; Questão-5 do
instrumento – A utilização de Teorias de Enfermagem pode melhorar a qualidade da
Assistência de Enfermagem?; Questão-6 do instrumento – Existem disciplinas que
abordam as Teorias de Enfermagem? e Questão-7 do instrumento – O processo de
Enfermagem tem relação com as Teorias de Enfermagem?, apresentamos três
tabelas, a seguir, com respectivas análises por período, a fim de facilitar a
compreensão dos dados,
46
Tabela 2 - Questões de avaliação do ensino de Teorias de Enfermagem dos participantes do estudo do 4° período (n= 37). Itajubá, MG, 2011
VARIÁVEIS FREQUÊNCIAABSOLUTA
FREQUÊNCIARELATIVA
Questão 1 do instrumento - Classificação do ensino de Teorias de Enfermagem ministrado:
Contínuo e pertinente
Descontínuo
N.R
34
2
1
91,89%
5,40%
2,70%
Questão 2 do instrumento - Sente segurança para aplicar as Teorias de Enfermagem no
Ensino Clínico?
Sim
Não
N.R
18
19
0
48,64%
51,35%
0%
Questão 2.3 do instrumento - O que favorece a aplicação?
Docente
Enfermeiro
O Paciente
N.R
6
7
16
8
16,21%
18,91%
43,24%
21,62%
Questão 4 do instrumento - Como o ensino de Teorias de Enfermagem está?
Adequado à prática profissional /clínica
Inadequado à prática profissional /clínica
N.R
36
1
0
97,29%
2,70%
0%
Questão 5 do instrumento - A utilização de Teorias de Enfermagem pode melhorar a
qualidade da Assistência de Enfermagem?
Sim 37 100%
47
Não
N.R
0
0
0%
0%
Questão 6 do instrumento - Existem disciplinas que abordam as Teorias de Enfermagem?
Sim
Não
N.R
25
12
0
67,56%
32,43%
0%Questão 7 do instrumento - O Processo de
Enfermagem tem relação com as Teorias de Enfermagem?
Sim
Não
N.R
37
0
0
100%
0%
0%
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Tabela 3 - Questões de avaliação do ensino de Teorias de Enfermagem dos participantes do estudo do 6° período (n= 59). Itajubá, MG, 2011
VARIÁVEIS FREQUÊNCIAABSOLUTA
FREQUÊNCIARELATIVA
Questão 1 do instrumento - Classificação do ensino de Teorias de Enfermagem ministrado:
Contínuo e pertinente
Descontínuo
N.R
48
11
0
81,35%
18,64%
0%
Questão 2 do instrumento -Sente segurança para aplicar as Teorias de
Enfermagem no Ensino Clínico?
Sim
Não
N.R
30
29
0
50,84%
49,15%
0%
48
Questão 2.3 do instrumento - O que favorece a aplicação?:
Docente
Enfermeiro
O Paciente
N.R
11
19
10
19
18,64%
32,20%
16,94%
32,20%
Questão 4 do instrumento - Como o ensino de Teorias de Enfermagem está?
Adequado à prática profissional /clínica
Inadequado à prática profissional /clínica
N.R
41
12
06
69,49%
20,33%
10,16%
Questão 5 do instrumento - A utilização de Teorias de Enfermagem pode melhorar a qualidade da
Assistência de Enfermagem?
Sim
Não
N.R
56
3
0
94,91%
5,08%
0%
Questão 6 do instrumento - Existem disciplinas que abordam as Teorias de Enfermagem?
Sim
Não
N.R
36
23
0
61,01%
38,98%
0%
Questão 7 do instrumento - O Processo de Enfermagem tem relação com as Teorias de
Enfermagem?
Sim
Não
N.R
52
7
0
88,13%
11,86%
0%Fonte: Instrumento de Pesquisa
49
Tabela 4 - Questões de avaliação do ensino de Teorias de Enfermagem dos participantes do estudo do 8° período (n= 38). Itajubá, MG, 2011
VARIÁVEIS FREQUÊNCIAABSOLUTA
FREQUÊNCIARELATIVA
Questão 1 do instrumento - Classificação do ensino de Teorias de Enfermagem ministrado:
Contínuo e pertinente
Descontínuo
N.R
18
19
1
47,36%
50%
2,63%
Questão 2 do instrumento - Sente segurança para aplicar as Teorias de Enfermagem no Ensino
Clínico?
Sim
Não
N.R
16
21
1
42,10%
55,26%
2,63%
Questão 2.3 do instrumento - O que favorece a aplicação?:
Docente
Enfermeiro
O Paciente
N.R
15
10
6
7
39,47%
26,31%
15,78%
18,42%
Questão 4 do instrumento - Como o ensino de Teorias de Enfermagem está?
Adequado à prática profissional/clínica
Inadequado à prática profissional /clínica
N.R
12
22
4
31,57%
57,89%
10,52%
50
Questão 5 do instrumento - A utilização de Teorias de Enfermagem pode melhorar a qualidade da
Assistência de Enfermagem?
Sim
Não
N.R
33
4
1
86,84%
10,52%
2,63%
Questão 6 do instrumento - Existem disciplinas que abordam as Teorias de Enfermagem?
Sim
Não
N.R
20
17
1
52,63%
44,73%
2,63%
Questão 7 do instrumento - O Processo de Enfermagem tem relação com as Teorias de
Enfermagem:
Sim
Não
N.R
24
13
1
63,15%
34,21%
2,63%
Fonte: Instrumento de Pesquisa
A partir da apresentação das tabelas sequenciais acima, Tabela 2 do 4°
período; Tabela 2.1 do 6° período e Tabela 2.2 do 8° período, constatou-se, diante
da Questão-1 do instrumento – “Classificação do ensino de Teorias de Enfermagem
ministrado”, que 91,89% dos discentes do 4° período e 81,35% dos discentes do 6°
período consideram o ensino contínuo e 50% dos discentes do 8° período dizem ser
descontínuo. Pettengill et al (1998), à luz da docência, menciona o ensino como
reflexão importante. É preciso revitalizá-lo, pensá-lo em novas perspectivas.
Pensando por este lado, os discentes do 8° período talvez não tenham utilizado uma
reflexão adequada e precisa para entender tal importância da disciplina Teorias de
Enfermagem.
Os discentes do 4° e 8° período, 51,35% e 55,26%, respectivamente, não
sentem segurança para aplicar as Teorias de Enfermagem no Ensino Clínico e
51
50,84% dos discentes do 6° período sentem segurança, ao que corresponde a
Questão-2 do instrumento: “Sente segurança para aplicar as Teorias de
Enfermagem no Ensino Clínico?”. Segundo Guedes et al. (2009):
“A presença do docente e de enfermeiros envolvidos no ensino teórico-prático promove a segurança dos alunos e colabora para estabelecer as relações nos diferentes contextos da prática. Sendo que para sentir segurança é necessário entender e compreender as Teorias de Enfermagem; que estão interligadas com o ensino clínico, juntamente com a presença do professor para tais retiradas de dúvidas.”
Rosa; Lima (2005), dizem que durante os estágios da graduação, o aluno
vivencia situações que fogem à realidade da profissão, como o fato de prestar
cuidados a um único paciente, alimentando a visão idealizada da assistência direta.
Isso traz insegurança durante a atuação do acadêmico, pois nem as
fundamentações das Teorias de Enfermagem são capazes de trazer conforto e
segurança o suficiente, durante os surgimentos dos conflitos.
Destaca a Questão-2.3 do instrumento: “O que favorece a aplicação?”. Houve
peculiaridade no foco dos períodos, a saber: 4º período (43,24%) focam no paciente;
6º período (32,20%) detém no enfermeiro e no 8º período (39,47%) enfatizam o
docente. Mesquita, Moura (2010) diz que:
“O ensino na enfermagem busca capacitar o profissional à prestação de cuidado de saúde ao ser humano/cliente através de embasamento científico e o envolvimento de habilidades técnicas para aprender a se relacionar não apenas a patologia, mas o paciente holisticamente.”
Quanto à Questão-4 do instrumento: ”Como o ensino de Teorias de
Enfermagem está?”, resultou-se que o ensino das Teorias de Enfermagem é
adequado à prática profissional/clínica para os discentes do 4° e 6° período. Já
57,89% dos discentes do 8° período afirmam ser inadequada essa prática
profissional. Segundo Esperidião et al (2002), a enfermagem é uma das profissões
da área de saúde cuja essência e especificidade é o cuidado ao ser humano,
individualmente, na família ou na comunidade. Na concepção atual, a enfermagem
faz parte de uma equipe que busca, enquanto exercício dos seus profissionais,
produzir e aplicar conhecimentos empíricos e pressupostos teórico-metodológicos
em saúde, para melhor direcionar e fundamentar a sua atuação. Sendo assim, é de
grande importância este ensino, pois há a necessidade de compreender melhor as
teorias para prestarmos um cuidado adequado e preciso, com fundamentos teóricos
que possam justificar as ações de enfermagem durante a prática profissional/clínica.
52
Segundo Okane; Takahashi (2006), dentre os desafios, percebemos que a interação
professor-aluno em sala de aula é de grande importância, por observar a
interferência direta dessa interação nos resultados do processo ensino-aprendizado.
Isso mostra que os discentes que disseram ser inadequado tal ensino não
obtiveram essa interação, que traz como resultado positivo o processo ensino-
aprendizado, para ser considerado adequado.
Em relação à Questão-5 do instrumento: “A utilização de Teorias de
Enfermagem pode melhorar a qualidade da Assistência de Enfermagem?”, 100%
dos discentes do 4° período, 94,91% do 6° período e 86,84% do 8° período
concordam que a utilização de teorias de enfermagem pode melhorar a qualidade da
assistência de enfermagem. Segundo Fialho et al (2002), essas teorias constituem
uma forma sistemática de olhar o mundo para descrevê-lo, explicá-lo, prevê-lo ou
controlá-lo. É dessa forma que a teoria de enfermagem é definida como uma
conceitualização articulada e comunicada da realidade, inventada ou descoberta
(fenômeno central e relacionamentos), com a finalidade de descrever, explicar,
prever ou prescrever o cuidado de enfermagem. As Teorias de Enfermagem não só
melhoram a qualidade da assistência de enfermagem como também ajudam na
prescrição do cuidado de enfermagem. Segundo Fialho et al (2002), é através
dessas prescrições que seremos capazes de prestarmos um cuidado de grande
qualidade.
Na Questão-6 do instrumento: ”Existem disciplinas que abordam as Teorias
de Enfermagem?”, 67,56% do 4° período, 61,01% do 6° período e 52,63% do 8°
período afirmaram que sim. Segundo Pinhel; Kurcgant (2007).
“[...] como a educação é um sistemático e intencional processo histórico de interação com a realidade por meio do relacionamento humano, baseado no trabalho com o conhecimento e realizado sob a mediação do professor, com a finalidade de colaborar com a formação do estudante em sua totalidade, o docente, a partir e com a utilização de suas competências, busca proporcionar condições que possibilitem a produção de sentido, que é uma construção do sujeito da ação pedagógica: o estudante. Visto que existem disciplinas que os professores dão exemplos de experiências vividas enquanto profissional da área de enfermagem, utilizando assim as teorias de enfermagem, até mesmo em casos clínicos.”
Com relação à Questão-7 do instrumento: “O Processo de Enfermagem tem
relação com as Teorias de Enfermagem?” e de acordo com os discentes do 4°, 6° e
8° período, e seus respectivos resultados de 100%, 88,13% e 63,15%, o Processo
de Enfermagem tem relação com as Teorias de Enfermagem. Segundo Dell’Acqua;
Miyadahira (2002):
53
“O Processo de Enfermagem tem, na sua estrutura, três grandes dimensões, que são analisadas como: propósito, organização e propriedades. O propósito principal do processo é oferecer uma estrutura que atenda às necessidades individualizadas do cliente, família e comunidade, e deve existir uma relação interativa entre o foco principal e o enfermeiro.”
Para visualizarmos os resultados das Tabelas 5; 6 e 7 do 4°, 6° e 8° períodos
respectivamente, referentes às questões: Questão-2.1 do instrumento: “Quais
unidades do ensino clínico, ou instituições de saúde sente segurança para aplicar as
Teorias de Enfermagem?” e da Questão-2.2 do instrumento: “Qual a clientela nestas
unidades (criança, adulto, idoso)?”, apresentamo-las a seguir, para melhor
compreensão.
Tabela 5 - Unidades do ensino clínico e clientela para aplicação da Teoria de Enfermagem dos participantes do estudo do 4º período (n= 37). Itajubá, MG, 2011
VARIÁVEIS FREQUÊNCIAABSOLUTA
FREQUÊNCIARELATIVA
Questão 2.1 do instrumento - Quais unidades do ensino clínico, ou instituições de saúde?
Todas Unidades
Hospital
Saúde Coletiva
N.R
13
1
2
21
35,13%
2,70%
5,40%
56,75%
Questão 2.2 do instrumento - Qual a clientela (criança, adulto, idoso)?
Criança
Adulto
Idoso
Todas
N.R
0
0
0
16
21
0%
0%
0%
43,24%
56,75%
Fonte: Instrumento de Pesquisa
54
Tabela 6 - Unidades do ensino clínico e clientela para aplicação da Teoria de Enfermagem dos participantes do estudo do 6º período (n= 59). Itajubá, MG, 2011
VARIÁVEIS FREQUÊNCIAABSOLUTA
FREQUÊNCIARELATIVA
Questão 2.1 do instrumento - Quais unidades do ensino clínico, ou instituições de saúde?
Todas Unidades
Hospital
Saúde Coletiva
N.R
12
3
2
42
20,33%
5,08%
3,38%
71,18 %
Questão 2.2 do instrumento - Qual a clientela (criança, adulto, idoso)?
Criança
Adulto
Idoso
Todas
N.R
0
0
0
13
46
0%
0%
0%
22,03%
77,96%
Fonte: Instrumento de Pesquisa
55
Tabela 7 - Unidades do ensino clínico e clientela para aplicação da Teoria de Enfermagem dos participantes do estudo do 8º período (n= 38). Itajubá, MG, 2011
VARIÁVEIS FREQUÊNCIAABSOLUTA
FREQUÊNCIARELATIVA
Questão 2.1 do instrumento - Quais unidades do ensino clínico, ou instituições de saúde?
Todas Unidades
Hospital
Saúde Coletiva
N.R
3
8
1
26
7,89%
21,05%
2,63%
68,42%
Questão 2.2 do instrumento - Qual a clientela (criança, adulto, idoso)?
Criança
Adulto
Idoso
Todas
N.R
0
4
0
9
25
.
0%
10,25%
0%
23,68%
65,78%
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Na Tabela - 5 do 4º período; Tabela - 6 do 6º período e Tabela - 7 do 8°
período em relação à questão 2.1 do instrumento: ”Quais unidades do ensino clínico,
ou instituições de saúde sente segurança para aplicar as Teorias de Enfermagem?”,
dentre os discentes que sentem segurança em aplicar a disciplina Teorias de
Enfermagem no ensino clínico, 56,75% do 4° período, 71,18% do 6° período e
68,42% do 8° período não responderam em quais unidades do ensino clínico, ou
instituições de saúde aplicar. Isso mostra que o resultado não está condizente com
as porcentagens, pois se sentem segurança é porque já vivenciaram esse momento
em algum momento do ensino clínico. Sendo também que não responderam quanto
aos resultados referentes à questão 2.2 do instrumento: “Qual a clientela nestas
unidades (criança, adulto, idoso)?”, pois o resultado foi de 56,75% do 4° período,
77,96% do 6° período e 65,78% do 8° período. Com isso, não foi possível
compreender a afirmativa de que sentem segurança, pois para que eles
confirmassem isso, deveriam ter colocado um exemplo da vivência.
56
No instrumento do estudo houve também uma questão de número 3 em que
o participante deveria relacionar a teórica com a respectiva abordagem. A fim de
avaliar o desempenho do respondente na associação das teorias, foi criada uma
escala de 0 a 10 pontos para facilitar a compreensão dos resultados conforme
Tabela - 8, logo abaixo.
Tabela 8 - Relação da teórica com respectiva abordagem (n=134). Itajubá, MG, 2011
Período Média DesvioPadrão
Quarto Período (n = 37)
Sexto Período (n = 59)
Oitavo Período (n = 38)
5,83
4,76
3,34
4,93
4,99
4,72
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Pode-se perceber que houve maior assimilação do conteúdo no 4º período,
com escore igual a 5,83 e que este escore sofreu um declínio nos demais períodos,
4,76 no 6º período e escore igual a 3,34 no 8º período. Pintrich e Schunk (2002),
dizem que:
“... uma definição de motivação deveria englobar alguns elementos: a noção de “processo”, ou seja, a motivação é um processo e não um produto, dessa forma não pode ser observada diretamente, mas pode ser inferida a partir de alguns comportamentos. As metas têm a função de oferecer um ímpeto para a direção da ação do sujeito, e cujo ponto principal seria o de que os indivíduos sempre têm algo em mente, que buscam atrair ou evitar ao realizar uma ação; a necessidade de uma atividade física e/ou mental e por fim, o último elemento seria relacionado ao fato da motivação iniciar e sustentar uma ação.”
Tal fato ocorreu devido à baixa motivação que afetou, com maior intensidade,
o 8° período, por outro lado, com menor intensidade, o 6° e o 4° períodos.
Em relação a esta mesma questão de nº 3 do instrumento, tivemos que
analisar primeiramente o todo, respeitando o objetivo do estudo, o qual detém na
percepção do discente do 4º, 6º e 8º períodos em relação ao ensino de teorias de
enfermagem. Teve-se resultado geral da questão igual a nenhum acerto (0%) em
todos os três períodos. Frente a esta ocorrência, analisou-se cada alternativa da
questão nº 3.
57
No Quadro - 7 e na Figura- 1 a teoria de maior acerto no 4º período foi a de
Wanda de Aguiar Horta (97,29%); a mais errada foi de Martha Rogers (100%).
Quadro 7 - Resultado da questão nº3 frente às respostas dos participantes do 4º período (n = 37). tajubá, MG, 2011
4° período (n = 37) Respondeu Corretamente Não Respondeu Corretamente Alternativa FA FR FA FR
I- Florence Nightingale 30 81,08% 7 18,9%
II- Madeleine Leininger 31 83,78% 6 16,21%
III- Imogene King 8 21,62% 29 78,37%
IV- Dorothea Elizabeth Orem
34 91,89% 3 8,10%
V- Sister Callista Roy 25 67,56% 12 32,43%
VI- Hildergard Elizabeth Peplau
29 78,37% 8 21,62%
VII- Wanda de Aguiar Horta
36 97,29% 1 2,70%
VIII- Martha Rogers - - 37 100%
IX- Margaret Jean Watson
22 59,45% 15 40,54%
X- Betty Newman 1 2,70% 36 97,29% TOTAL 216 58,37% 154 41,62%
Fonte: Instrumento de Pesquisa
58
Figura 1 - Resultado da questão nº3 frente aos acertos dos participantes do 4º período (n = 37). Itajubá, MG, 2011
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Acredita-se que a Teoria de Horta apresentou maior acerto decorrente da
carga horária ministrada neste período (5 horas/aula) que se diferiu das demais
teorias ministradas.
O total de acertos e erros desta questão de nº 3 do 4º período está mais
bem representada na Figura 2, a seguir.
Figura 2 - Acertos e erros da questão nº 3 dos participantes do estudo do 4º período (n = 37). Itajubá, MG, 2011
Fonte: Instrumento de Pesquisa
59
No tocante ao 6º período, a teoria de maior acerto foi a de Madeleine
Leininger (84,74%); a mais errada foi a de Imogene King (91,52%); conforme se
apresenta no Quadro 8 e Figura- 3:
Quadro 8 - Resultado da questão nº3 frente às respostas dos participantes do 6º período (n = 59) Itajubá, MG, 2011
6° período (n = 59) Respondeu Corretamente Não Respondeu Corretamente Alternativa FA FR FA FR
I- Florence Nightingale
48 81,35% 11 18,64%
II- MadeleineLeininger
50 84,74% 9 15,25%
III- Imogene King 5 8,47% 54 91,52% IV- Dorothea Elizabeth Orem
36 61,01% 23 38,98%
V- Sister Callista Roy 30 50,84% 29 49,15% VI- Hildergard Elizabeth Peplau
23 38,98% 36 61,01%
VII- Wanda de Aguiar Horta
42 71,18% 17 28,81%
VIII- Martha Rogers 25 42,37% 34 57,62% IX- Margaret Jean Watson
9 15,25% 50 84,74%
X- Betty Newman 13 22,03% 46 77,96% TOTAL 281 47,62% 309 52,37%
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Figura 3 - Resultado da questão nº3 frente aos acertos dos participantes do 6º período (n = 59). Itajubá, MG, 2011
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Nota-se que a teoria de maior acerto foi ministrada em 2 horas/aula, assim
como a de maior erro.
60
O total de acertos e erros desta questão de nº 3 do 6º período está mais
bem representada na Figura- 4, a seguir.
Figura 4 - Acertos e erros da questão nº 3 dos participantes do estudo do 6º período (n = 59). Itajubá, MG, 2011
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Referente ao 8º período, a teoria de maior acerto foi a de Florence
Nightingale (68,42%); a mais errada foi a de Imogene King (92,10%); conforme se
apresenta no Quadro 9 e Figura- 5:
Quadro 9 - Resultado da questão nº3 frente às respostas dos participantes do 8º período (n= 38) Itajubá, MG, 2011
8° período (n = 38) Respondeu Corretamente Não Respondeu Corretamente Alternativa FA FR FA FR
I- Florence Nightingale
26 68,42% 12 31,57%
II- MadeleineLeininger
19 50% 19 50%
III- Imogene King 3 7,89% 35 92,10% IV- Dorothea Elizabeth Orem
17 44,73% 21 55,26%
V- Sister Callista Roy 15 39,47% 23 60,52% VI- Hildergard Elizabeth Peplau
15 39,47% 23 60,52%
VII- Wanda de Aguiar Horta
17 44,73% 21 55,26%
VIII- Martha Rogers 6 15,78% 32 84,21% IX- Margaret Jean Watson
5 13,15% 33 86,84%
X- Betty Newman 4 10,52% 34 89,47% TOTAL 127 33,42% 253 66,57%
Fonte: Instrumento de Pesquisa
61
Figura 5 - Resultado da questão nº3 frente aos acertos dos participantes do 8º período (n= 38). Itajubá, MG, 2011
Fonte: Instrumento de Pesquisa
O total de acertos e erros desta questão de nº 3 do 8º período está mais
bem representada na Figura- 6, a seguir.
Figura 6 - Acertos e erros da questão nº 3 dos participantes do estudo do 8º período (n= 38). Itajubá, MG, 2011
Fonte: Instrumento de Pesquisa
4.2 ANÁLISE QUALITATIVA
No tocante aos dados analisados por Bardin (2009), tratando das justificativas
das questões de nº: 5; 7 e 8, temos os seguintes resultados:
62
Em relação à justificativa da questão nº 5 do instrumento:
“A utilização de teorias de enfermagem pode melhorar a qualidade de assistência de
enfermagem? Justifique.”
Permitiu-se classificar em três grandes categorias conforme Figura 7, logo abaixo,
nos três períodos pesquisados, tendo como particularidade a 3ª e 2ª grande
categoria que não foram encontradas no 8º período; a 3ª grande categoria
também não fora encontrada no 6º período.
Sendo estas as três grandes categorias:
Figura 7 - Três grandes categorias. Itajubá, 2012
Fonte: Instrumento de Pesquisa
1º Categoria Temática: Cuidado/Assistência de Enfermagem - as expressões
dos participantes relatam a valorização do cuidado/assistência de enfermagem
baseado na utilização das teorias de enfermagem; como pode-se constatar nas
palavras:
“Sim, porque a teoria direciona o processo do cuidado em enfermagem, e busca o
melhor para o paciente.” 4º p. Elemento A.
“Sim, pois facilita as questões do cuidado do paciente, norteando as ações.” 6º p.
Elemento E.
1º Cuidado/Assistência de Enfermagem.
2º Embasamento Teórico. 3º Visão Holística.
Questão nº 5:
“A utilização de
teorias de
enfermagem pode
melhorar a
qualidade de
assistência de
enfermagem?”
63
“Sim, porque permite adaptarmos e aperfeiçoarmos o cuidado prestado ao cliente.”
8º p. Elemento F.
Chianca; Donoso; Maciel (1998) reconhecem que a utilização de teorias de
enfermagem no ensino e na prática pode melhorar a qualidade de assistência
prestada ao indivíduo, família e comunidade. Ficando, assim, evidente que as
expressões relatadas pelos participantes têm sim importância de cunho científico;
ainda mais quando estas são corroboradas por Carvalho et al. (2010) que enfatiza
que o conhecimento científico, incluindo as teorias de enfermagem é a base para
subsidiar o ensino da prática e do cuidado de qualidade em Enfermagem. E além de
tudo, as Teorias de Enfermagem direcionam o planejamento e a determinação das
intervenções de enfermagem, de maneira a produzir um comportamento desejado
no receptor do cuidado (SILVA; BRAGA, 2011).
2º Categoria Temática: Embasamento Teórico - os conteúdos abaixo relatam a
relação do embasamento das teorias com a prática, enfatizando estes, na melhoria
do cuidado:
“Sim, pois é um meio que nos fornece a base para atuarmos no cuidado de
enfermagem.” 4º p. Elemento Q.
“As teorias embasam e fundamentam nosso cuidado.” 6º p. Elemento F.
As Teorias de Enfermagem têm contribuído para a formação de uma base
relativamente sólida de conhecimento, que organiza o mundo fenomenal da
Enfermagem (GARCIA; NÓBREGA, 2004). Citação que nos deixa muito felizes e
otimistas, pois com isto fica claro a importância de se ter a teoria de enfermagem
como embasamento para a prática da enfermagem, ficando mais evidente ainda tal
fato ao constatar-se que Crosseti (2010) salienta que as teorias de enfermagem
podem ser consideradas aportes epistemológicos fundamentais à construção do
saber e à prática profissional, pois têm auxiliado na orientação dos modelos clínicos
da enfermagem, possibilitando que os profissionais descrevam e expliquem
aspectos da realidade assistencial. Vale lembrar também que Carvalho et al, (2010)
64
confirma tal necessidade do embasamento teórico, ao relatar que as teorias de
enfermagem constituem-se em uma ferramenta utilizada para orientar e guiar a
prática de Enfermagem.
3º Categoria Sintática: Visão Holística - as descrições dos sujeitos referem-se
quanto à relação da utilização das teorias com o cuidado de forma integral do
paciente:
“Sim, pois através das teorias pode-se ver o paciente integralmente.” 4º p. Elemento
H.
George (1993) diz que enfermeiros são profissionais que entendem os seres
humanos como holísticos, reconhecendo, que a mente e o corpo não são
separados, mas funcionam como um todo. O olhar holístico é uma característica
peculiar do enfermeiro. A conceituação teórica holística leva necessariamente à
maior humanização, cada resposta do organismo envolve os recursos da pessoa, o
todo do indivíduo reflete-se em cada aspecto do ser, na saúde e na doença
(HORTA, 1979).
No tocante à questão nº 7:
“O processo de enfermagem tem relação com as teorias de enfermagem?
Justifique.”
Permitiu-se classificá-la em duas grandes categorias, similares nos três
períodos pesquisados.
Sendo então apresentadas as duas grandes categorias:
Figura 8- Duas grandes categorias Itajubá, 2012.
2º Embasamento Teórico.
1º Cuidado/Assistência de Enfermagem.
Questão nº 7 “O processo de enfermagem tem
relação com as teorias de
enfermagem?”
65
Fonte: Instrumento de Pesquisa Na 1º Categoria Temática: Cuidado/Assistência de Enfermagem - relatos, a
seguir, deixam claro a relação entre as teorias de enfermagem e o processo de
enfermagem:
“Sim, pois as teorias nos ensinam o início do cuidar e o processo nos ensina de
onde começamos até o fim do cuidar.” 4º p. Elemento K.
“Sim, porque nos ensina a ver o ser humano de forma individual envolvendo o seu
ambiente.” 6º p. Elemento B.
“Sim, na aplicabilidade dos diversos contextos que presenciamos, podendo
relacionar e intervir na realidade dos indivíduos de acordo com suas necessidades.”
8º p. Elemento F.
Corroborando os relatos dos participantes dos três períodos, Silva; Braga
(2011) explanam que as Teorias de Enfermagem buscam direcionar metas, ações e
as diversas formas do cuidar. Sendo isto também semelhante no processo de
enfermagem em que Horta (1979) diz que o processo de enfermagem é a dinâmica
das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano.
Conclui-se, então, que ambos focam em uma assistência sistematizada quanto à
forma de cuidar.
Na 2º Categoria Temática: Embasamento Teórico - os participantes enfatizam que
em toda prática, ou melhor, no processo de enfermagem há uma teoria de
enfermagem como base:
“Sim, direciona e dá embasamento para a ação de enfermagem.” 4º p. Elemento O.
“Sim, pois em cada cuidado realizados se pensarmos, tem base em uma teoria.” 6º
p. Elemento E.
“Sim, as teorias são embasadas no processo de enfermagem.” 8º p. Elemento A.
66
Fica claro nos relatos dos participantes, a necessidade de uma teoria para
guiar a prática de enfermagem. Chianca; Donoso; Maciel (1998) referem que para a
utilização profícua do processo de enfermagem, um profissional necessita aplicar
conceitos e teorias, sendo que o uso da teoria, como estrutura, orienta e guia a
prática da Enfermagem. Além disto, George (1993) relata que: as teorias de
enfermagem descrevem ou classificam abordagens à prática, através da inter-
relação dos quatro conceitos do homem indivíduo, da sociedade/ambiente, da saúde
e da enfermagem.
Quanto à questão nº 8:
“Qual a sua sugestão para a melhoria do ensino de teorias de enfermagem?”
Permitiu-se classificá-la em três grandes categorias similares no 4º e 6º
períodos pesquisados, merecendo observação na 3º grande categoria que será
citada. Respostas a esta questão não foram encontradas no 8º período.
As três grandes categorias são, a saber:
Figura 9 - Três grandes categorias. Itajubá, 2012
Fonte: Instrumento de Pesquisa
1º Didática do Ensino.
2º Tempo de Administração da Disciplina.
3º Ensino Adequado.
Questão nº 8:
“Qual a sua sugestão
para a melhoria do
ensino de teorias de
enfermagem?”
67
1º Categoria Temática: Didática do Ensino - as opiniões citadas pelos
participantes relatam formas de se aplicar a disciplina de maneira a deixar os alunos
mais interessados e com maior compreensão em relação à disciplina:
“Relacionar mais com a prática, pois muitos professores só leem, ficando muito
cansativo, deveria ser mais objetivo.” 4º p. Elemento P.
“Aulas mais expositivas; aplicação no ensino-clínico.” 6º p. Elemento H.
“Apresentar mais aplicabilidade” 8º p. Elemento E.
Barros; Lucchese (2006) enfatizam que uma das competências para ensinar
é a de envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho. Para Rodrigues;
Sobrinho (2007) há mais competências que devem se exigir do professor para a
docência no ensino superior, sendo estas: ser competente em uma área de
conhecimento; possuir domínio da área pedagógica e exercer a dimensão política na
prática da docência universitária. Competências estas muito importantes, que se
todos os docentes tivessem, não ocorreria tal fato citado pelo sujeito nº 58.
Esperidião; Munari; Stacciarini (2002) dizem que a maneira descontraída de
ensinar pode vir acompanhada de reflexões teórico-práticas pertinentes, enfatizando
assim o como ensinar, na medida em que podemos despertar ou elevar o grau de
interesse e participação do aluno em relação ao que se propõe. Fato este que,
muitas vezes, é esquecido pelos docentes, os quais ficam muito fixados no modelo
centrado na figura do professor, criando um fluxo unilateral de comunicação, que na
maioria das vezes acaba, infelizmente, impedindo a criatividade e iniciativa do aluno
durante as aulas. O saber deve ser construído sob forma processual, onde professor
e aluno assumam posições diferentes, mas que ocupem o mesmo nível na relação
instituída, ou seja, juntos possam produzir o conhecimento (ESPERIDIÃO;
STACCIARINI, 1999).
Na 2º Categoria Temática: Tempo de Administração da Disciplina - as
descrições referem-se quanto ao tempo em que se foi administrada a disciplina, e
sugerem maior tempo para isto:
68
“As aulas foram muito rápidas, poderia ter várias aulas, além de exercícios em sala
ter também uma prova para avaliar o conhecimento.” 4º p. Elemento T.
“Maior carga horária.” 6º p. Elemento D.
“A matéria deveria ser aplicada no início do ano letivo e no 2º período para aumentar
a nossa aplicabilidade prática.” 8º p. Elemento B.
As descrições dos participantes deixam claro o fato de que a disciplina fora
aplicada em mais ou menos durante um mês em cada turma, no final dos devidos
períodos. Carvalho et al. (2011) enfatiza que é interessante a abordagem do tema
com ênfase no início da graduação, até mesmo para um aprofundamento do que é a
Enfermagem e de suas teorias, com continuidade ao longo da formação.
Na 3º Categoria Sintática: Ensino Adequado - destacam-se que o método de
didática aplicado foi bom e adequado, não havendo a necessidade de ser alterado:
“Não tenho sugestão, acho que está bom assim.” 4º p. Elemento K.
“Continuar com as aulas da mesma forma.” 6º p. Elemento G.
É importante enfatizar que tal categoria não fora encontrada nos
participantes do 8º período, deixando-se então uma inquietação, pois estes, por
estarem no final do curso poderiam ter expressado que está “tudo bem” levando em
consideração o grau de maturidade frente aos demais períodos.
69
5 CONCLUSÕES
Conclui-se:
100% dos discentes do 4º período, 88,13% do 6º período e 63,15% do 8º
período avaliam a presença do Processo de Enfermagem com as Teorias de
Enfermagem.
91,89% dos discentes do 4º período, 81,35% do 6º período consideram o
ensino de Teorias de Enfermagem contínuo e 50% dos discentes do 8º
período consideram o ensino descontínuo.
51,35% dos discentes do 4º período e 55,26% do 8º período não sentem
segurança para aplicar as Teorias de Enfermagem no Ensino Clínico e
50,84% dos discentes do 6º período sentem segurança para aplicar as
Teorias de Enfermagem no Ensino Clínico.
43,24% dos discentes do 4º período focam no paciente, sujeito a quem as
Teorias de Enfermagem favorecem quanto à sua aplicação; 32,20% dos
discentes do 6º período detém este foco no enfermeiro e 39,47% dos
discentes do 8º período enfatizam o docente.
97,29% dos discentes do 4º período e 69,49% dos discentes do 6º período
consideram que o ensino de Teorias de Enfermagem está adequado à prática
profissional/clínica e 57, 89% dos discentes do 8º período consideram que
este está inadequado à prática profissional/clínica.
100% dos discentes do 4º período, 94,91% do 6º período e 86,84% do 8º
período concordam que a utilização das Teorias de Enfermagem pode
melhorar a qualidade da Assistência de Enfermagem.
67,56% dos discentes do 4º período, 61,01% do 6º período e 52,63% do 8º
período afirmaram que existem disciplinas que abordam as Teorias de
Enfermagem.
56,75% dos discentes do 4º período, 71,18% do 6º período e 68,42% do 8º
período não responderam em quais unidades sentem mais segurança em
aplicar o ensino de Teorias de Enfermagem; e em relação à clientela destas
unidades, 56,75% dos discentes do 4º período, 77,96% do 6º período e
70
65,78% do 8º período também não responderam em qual clientela deve se
aplicar o ensino.
Quanto à assimilação do conteúdo pode-se ver que houve maior assimilação
no 4º período com escore igual a 5,83 e declínio destes nos demais períodos,
4,76 no 6º período e 3,34 no 8º período.
Quanto à assimilação da Teoria de Enfermagem com a teorista viu-se que:
dos discentes do 4º período, 97,29%, a de Wanda de Aguiar Horta foi a de
mais acertos e com 100%, a de Martha Rogers foi a mais errada; do 6º
período, 84,74%, a de Madeleine Leininger foi a de mais acertos e com
91,52%, a de Imogene King foi a mais errada; do 8º período, 68,42%, a de
Florence Nightingale foi a de mais acertos e com 92,10%, a de Imogene King
foi a mais errada.
A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa, observou-se:
Questão 5: “A utilização de teorias de enfermagem pode melhorar a qualidade
de assistência de enfermagem?” Justifique. Permitiu-se classificar em três
grandes categorias: 1ª Cuidado/Assistência de Enfermagem - as
expressões dos participantes relatam a valorização do cuidado/assistência de
enfermagem baseado na utilização das teorias de enfermagem; 2ª
Embasamento Teórico - os conteúdos relatam a relação do embasamento
das teorias com a prática, enfatizando estes na melhoria do cuidado; 3ª Visão
Holística - as descrições dos sujeitos referem-se quanto à relação da
utilização das teorias com o cuidado de forma integral do paciente;
Questão 7: “O processo de enfermagem tem relação com as teorias de
enfermagem?” Justifique. Permitiu-se classificá-la em duas grandes
categorias similares nos três períodos pesquisados: 1ª Cuidado/Assistência
de Enfermagem - relatos deixam claro a relação entre as teorias de
enfermagem e o processo de enfermagem; 2ª Embasamento Teórico - os
participantes enfatizam que em toda prática, ou melhor, no processo de
enfermagem há uma teoria de enfermagem como base.
Questão 8: “Qual a sua sugestão para a melhoria do ensino de teorias de
enfermagem?” Permitiu-se classificá-la em três grandes categorias similares
no 4º e 6º períodos pesquisados, merecendo observação na 3º grande
71
categoria que será citada, onde não fora encontrada no 8º período. 1ª
Didática do Ensino - as opiniões citadas pelos participantes relatam formas
de se aplicar a disciplina de maneira a deixar os alunos mais interessados e
com maior compreensão em relação à disciplina; 2ª Tempo de
Administração da Disciplina - as descrições referem-se quanto ao tempo
em que foi administrada a disciplina, e sugerem maior tempo para isto; 3ª
Ensino Adequado - destaca-se que o método de didática aplicado foi bom e
adequado, não havendo a necessidade de ser alterado.
72
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este estudo, acredita-se que foi evidenciada uma sensibilização dos
discentes, no tocante ao conhecimento das Teorias de Enfermagem; sendo esta
percebida como força sustentável na prática clínica, operacionalizada pelo processo
de Enfermagem. O ensino das teorias deve ser vislumbrado como uma disciplina
consistente, essencial e profissionalizante na grade curricular do curso de graduação
de enfermagem.
Espera-se que este estudo contribua na reflexão para gestores
educacionais e enfermeiros, de maneira a fortalecer a profissão, estimulando no
discente o pensamento crítico e o raciocínio clínico.
Almeja-se que os docentes se empenhem na transmissão deste
conhecimento desde o início do graduando no cenário clínico; fato que ocorre desde
o 4º período do curso. Recomenda-se que outros estudos desta natureza devam
ocorrer, para validar intervenções curriculares e contextualizar as Teorias de
Enfermagem.
73
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77
APÊNDICE A - Instrumento de coleta de dados
Prezado aluno:
Este questionário faz parte de um estudo que eu, Alana Caroline Ribeiro Alves,
acadêmica de enfermagem do 4º período, do Curso de Graduação em Enfermagem,
estou desenvolvendo na Escola de Enfermagem Wenceslau Braz. O objetivo deste
estudo é perceber como os discentes do 4º, 6º e 8° períodos entendem e aplicam o
conteúdo da disciplina Teorias de Enfermagem. Sua participação, preenchendo este
questionário, será muito valiosa. Manterei o sigilo das informações, assim como
respeitarei seu anonimato. Na primeira parte do instrumento, serão fornecidos
dados de identificação e na segunda parte, informações sobre o conteúdo de
Teorias de Enfermagem ministrado.
I- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
a) Pseudônimo:
b) Idade:
c) Período do curso:
II- TEORIAS DE ENFERMAGEM:
1) Como você classifica o ensino sobre Teorias de Enfermagem ministrado?
a) Contínuo e pertinente ao período do curso ( )
b) Descontínuo ( )
c) N.R/N.S ( )
2) Você, como discente, sente segurança para aplicar as Teorias de Enfermagem no
ensino clínico?
a) Sim ( )
b) Não ( )
c) N.R/N.S ( )
d) Se sim:
2.1 - Quais unidades do ensino clínico, ou instituições de saúde sente segurança
para aplicar as Teorias de Enfermagem?
a) Todas Unidades ( ) b)Hospital ( ) c)Saúde Coletiva ( ) d)N.R/N.S ( )
2.2- Qual a clientela nestas unidades?
a) criança ( ) b) adulto ( ) c) idoso ( ) d) N.R/N.S ( )
78
2.3) O que favorece essa aplicação?
a) Docente ( ) b)Enfermeira ( ) c)Paciente ( ) d)N.R/N.S ( )
3) Relacione as lacunas abaixo, de acordo com o nome e a teórica com respectiva
abordagem:
1- Teoria Transcultural do Cuidado
2- Teoria de Enfermagem do Déficit de Autocuidado
3- Teoria Ambientalista
4- Teoria das Necessidades Humanas Básicas
5- Teoria da Adaptação
6- Teoria de Obtenção de Metas
7- Teoria do Relacionamento Interpessoal na Enfermagem
8- Teoria do Ser Humano Unitário
9- Teoria dos Fatores de Cuidados
10- Teoria de Sistemas
I ___ Florence Nightingale aborda na descrição de sua teoria o ambiente, poder vital,
paciente e enfermeiro.
II ___ Para Madeleine Leininger, o cuidado humano é universal, sendo vivenciado
nas diversas culturas, e é necessário para a prática assistencial de enfermagem. O
cuidado é adaptado à cultura do cliente, não havendo incongruências entre cliente e
o cuidador.
III ___ Imogene King enfatiza, em sua teoria, que enfermeiro e paciente são o
sistema e o meio ambiente; os indivíduos são seres sociais, conscientes, racionais,
perceptivos e reagentes, que almejam objetivos, orientados para ação e no tempo.
IV___ Dorothea Elizabeth Orem constitui sua teoria em teoria do autocuidado, teoria
do déficit de autocuidado, teoria do sistema de enfermagem.
V ___ Sister Callista Roy, refere que a enfermagem se faz necessária quando o
sistema adaptativo da pessoa não é suficiente para enfrentar ou responder aos
estímulos.
VI ___ Hildegard Elizabeth Peplau aborda as relações interpessoais, levando em
consideração fatores como: cultura, valores, crenças, e expectativas do paciente,
tendo em vista a participação do mesmo, como sujeito ativo do processo.
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VII ___ Wanda de Aguiar Horta busca assistir o ser humano no atendimento de suas
necessidades básicas.
VIII ___ Martha Rogers presume que o indivíduo e o ambiente estão continuamente
trocando matéria e energia entre si.
IX ___ Margaret Jean Watson aborda que o ambiente do cuidado é o que oferece o
desenvolvimento do potencial para que a pessoa escolha a melhor ação para si
mesma em um determinado momento.
X ___ Para Betty Newman a pessoa é um todo multidimensional que está em
interação dinâmica constante com o ambiente.
Na sua opinião:
4- O ensino de teorias de enfermagem está:
a) Adequado à prática clínica/profissional ( )
b) Inadequado à prática clínica/profissional ( )
c) N.R/N.S ( )
5) A utilização de teorias de enfermagem pode melhorar a qualidade da assistência
de enfermagem?
a) Sim ( )
b) Não ( )
c) N.R/N.S ( )
Justifique:
6) Existem disciplinas que abordam as teorias de enfermagem?
a) Sim ( )
b) Não ( )
c) N.R/N.S ( )
7) O processo de enfermagem tem relação com as teorias de enfermagem?
a) Sim ( )
b) Não ( )
c) N.R/N.S ( )
Justifique:
8) Qual a sua sugestão para melhoria do ensino de teorias de enfermagem?
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APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, Alana Caroline Ribeiro Alves, aluna do 4º período, da Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), da cidade de Itajubá, estou realizando uma
pesquisa intitulada “Ensino de Teorias de Enfermagem na Formação Profissional do
Enfermeiro”, cujo objetivo é identificar a aplicabilidade do ensino das teorias de
Enfermagem pelos discentes do 4º, 6º e 8º, da Escola de Enfermagem Wenceslau
Braz (EEWB). Realizarei essa pesquisa com o intuito de contribuir para a
enfermagem, comunidade acadêmica, comunidade científica e desta forma colaborar
com o sucesso da aplicabilidade da disciplina para os alunos. Os resultados obtidos
serão divulgados à Enfermagem, à comunidade científica e à sociedade através de
artigos publicados em revistas científicas. Tenho como orientadora a Profª. Drª.
Cristiane Giffoni Braga Mattos. Para isso, preciso que você acadêmico (a) concorde
em participar da coleta de dados, onde você irá preencher o instrumento de coleta
de dados.
Gostaria de deixar claro que as informações obtidas serão mantidas em sigilo,
você acadêmico (a) não será identificado (a) pelo nome e após análise do
instrumento, o mesmo será triturado.
Todos os dados obtidos estarão sob a minha responsabilidade e trabalharei
com os mesmos de forma global, isto é, reunindo os dados de todas as pessoas que
participarem do estudo. É importante lembrar que a participação de você acadêmico
(a) é estritamente voluntária e a qualquer momento sua desistência poderá ocorrer.
Você acadêmico (a) concorda em participar do estudo?
Este termo de consentimento pós-informação é documento que comprova a
sua permissão. Preciso da sua assinatura ou impressão digital do polegar direito
para oficializar o seu consentimento.
Agradeço desde já por sua valiosa colaboração e me coloco à sua disposição
para outros esclarecimentos necessários.
Para eventuais necessidades, estarei à disposição na Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz (EEWB), localizada na Avenida Cesário Alvim, nº 566, centro, na
cidade de Itajubá. Telefone: 3622 – 0930.
Diante do que foi exposto acima, concordo em participar da pesquisa e para
oficializar minha participação, assino o presente documento ou imprimo minha
impressão digital.
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Itajubá, MG, _____ de _______________de 2010.
__________________________________ ______________________
Nome completo do sujeito da pesquisa Assinatura
Para quaisquer duvidas e esclarecimentos, o Comitê de ética e pesquisa da EEWB
disponibiliza o telefone para contato: (35) 3622-0930. Ramal 233.
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ANEXO A – Parecer Consubstanciado Nº 580/2010
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