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    BIBLIOTECA PARA O CURSO DE ENSINO DE QUMICA

    Selecionamos para voc uma srie de artigos, livros e endereos na Internet

    onde podero ser realizadas consultas e encontradas as referncias necessrias

    para a realizao de seus trabalhos cientficos, bem como, uma lista de sugestes

    de temas para futuras pesquisas na rea.

    Primeiramente, relacionamos sitesde primeira ordem, como:

    www.scielo.br

    www.anped.org.br

    www.dominiopublico.gov.br

    SUGESTES DE TEMAS

    1. APLICAO DE CORANTES NATURAIS NO ENSINO MDIO

    2. UTILIZAO DO EXTRATO BRUTO DE FRUTOS DE SOLANUM NIGRUM L

    NO ENSINO DE QUMICA

    3. AS PRTICAS EDUCATIVAS E SEUS PERSONAGENS NA VISO DEESTUDANTES RECM-INGRESSADOS NOS CURSOS DE QUMICA EBIOLOGIA

    4. OS PROFESSORES DE QUMICA E O USO DO COMPUTADOR EM SALADE AULA: discusso de um processo de formao continuada

    5. APRENDIZAGEM COOPERATIVA E ENSINO DE QUMICA: parceria que dcerto

    6. DISCURSOS CURRICULARES NA DISCIPLINA ESCOLAR QUMICA

    7. O LUGAR DA QUMICA NA ESCOLA: movimentos constitutivos da disciplinano cotidiano escolar

    8. APROPRIAO DO DISCURSO DE INOVAO CURRICULAR EMQUMICA POR PROFESSORES DO ENSINO MDIO: perspectivas etenses

    9. O ENSINO DE QUMICA E A FORMAO DO EDUCADOR QUMICO, SOB

    O OLHAR BACHELARDIANO

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    10. O ENSINO DE HISTRIA DA QUMICA: contribuindo para acompreenso da natureza da cincia

    11. O ENSINO DE HISTRIA DA QUMICA: contribuindo para a

    compreenso da natureza da cincia12. O ENSINO DE HISTRIA DA QUMICA E A COMPREENSO DA

    NATUREZA DA CINCIA

    13. A INVESTIGAO DIDTICA NA DISCIPLINA HISTRIA DAQUMICA

    14. MITOS DA DIDTICA DAS CINCIAS ACERCA DOS MOTIVOS PARAINCLUIR A NATUREZA DA CINCIA NO ENSINO DE CINCIAS

    15. A FILOSOFIA DO NO: a filosofia do novo esprito cientfico

    16. NOVUM ORGANUM OU VERDADEIRAS INDICAES ACERCA DAINTERPRETAO DA NATUREZA

    17. INVESTIGAO QUALITATIVA EM EDUCAO: uma introduo teoria eaos mtodos

    18. O QUE CINCIA AFINAL?

    19. CONTRA O MTODO: esboo de uma teoria anarquista do conhecimento

    20. A RELEVNCIA DA FILOSOFIA E DA HISTRIA DA CINCIA PARA OENSINO DE CINCIA

    21. EPISTEMOLOGIA E ENSINO DE CINCIAS

    22. PARA UMA IMAGEM NO DEFORMADA DO TRABALHO CIENTFICO

    23. DA ALQUIMIA QUMICA

    24. OBSERVAO E INTERPRETAO

    25. UMA REVISO DE PESQUISAS NAS CONCEPES DE PROFESSORESSOBRE A NATUREZA DA CINCIA E SUAS IMPLICAES PARA OENSINO

    26. A ESTRUTURA DAS REVOLUES CIENTFICAS

    27. A CONSTRUO DO SABER: manual de metodologia da pesquisa emcincias humanas

    28. INTRODUO HISTRICA FILOSOFIA DA CINCIA

    29. SOBRE O ENSINO DO MTODO CIENTFICO

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    30. A HISTRIA DA QUMICA POSSIBILITANDO O CONHECIMENTO DANATUREZA DA CINCIA E UMA ABORDAGEM CONTEXTUALIZADA DECONCEITOS QUMICOS: um estudo de caso numa disciplina do curso dequmica

    31. MUDANA NA PRTICA DE ENSINO DA QUMICA PELA FORMAODOS PROFESSORES EM HISTRIA E FILOSOFIA DAS CINCIAS

    32. A LGICA DA PESQUISA CIENTFICA.

    33. POSSVEL ARTICULAR A EPISTEMOLOGIA, A HISTRIA DA CINCIA EA DIDTICA NO ENSINO CIENTFICO?

    34. APLICAO DE CORANTES NATURAIS NO ENSINO MDIO

    35. APLICAO DE PIGMENTOS DE FLORES NO ENSINO DEQUMICA

    36. ESTUDANDO O EQUILBRIO CIDO-BASE

    37. EXTRAO, IDENTIFICAO E UTILIZAO DE ANTOCIANINASDE EUPHORBIA PULCHERRIMAEM ENSINO DE QUMICA

    38. UTILIZAO DO EXTRATO BRUTO DE FRUTOS DE SOLANUMNIGRUM LNO ENSINO DE QUMICA

    39. APLICAO DE PIGMENTOS DE FLORES NO ENSINO DE

    QUMICA

    40. OS PROFESSORES DE QUMICA E O USO DO COMPUTADOREM SALA DE AULA: discusso de um processo de formaocontinuada

    41. INTEGRAO DE TECNOLOGIAS EDUCAO: novas formas deexpresso do pensamento, produo escrita e leitura

    42. A FORMAO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES DEQUMICA: professores pesquisadores

    43. CONCEPES E ALERTAS SOBRE FORMAO CONTINUADADE PROFESSORES DE QUMICA

    44. APRENDIZAGEM COOPERATIVA E ENSINO DE QUMICA -PARCERIA QUE D CERTO

    45. DISCURSOS CURRICULARES NA DISCIPLINA ESCOLARQUMICA

    46. A INTEGRAO CURRICULAR NA REA DE CINCIAS DA

    NATUREZA, MATEMTICA E SUAS TECNOLOGIAS NOS

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    PARMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINOMDIO

    47. CONTEXTOS NA REA DE CINCIAS NOS PCN PARA O ENSINO

    MDIO: limites para a integrao48. A ESTABILIDADE DO CURRCULO DISCIPLINAR: o caso das

    cincias

    49. APROPRIAO DO DISCURSO DE INOVAO CURRICULAR EMQUMICA POR PROFESSORES DO ENSINO MDIO: perspectivase tenses

    50. GERENCIAMENTO DE RESDUOS QUMICOS EM LABORATRIOS DEENSINO E PESQUISA

    51. A PESQUISA EM ENSINO DE QUMICA NO BRASIL: conquistas eperspectivas

    52. A EVOLUO DOS LIVROS DIDTICOS DE QUMICA DESTINADOS AOENSINO SECUNDRIO

    53. LIVROS DIDTICOS: obstculos ao aprendizado da cincia qumica

    54. CONSTRUTIVISMO, MUDANA CONCEITUAL E ENSINO DE CINCIAS:para onde vamos

    55. APLICAO DE PIGMENTOS DE FLORES NO ENSINO DE QUMICA

    56. ANALOGIAS EM LIVROS DIDTICOS DE QUMICA BRASILEIROSDESTINADOS AO ENSINO MDIO

    57. O ENSINO SOBRE DEPENDNCIA QUMICA EM CURSOS DEGRADUAO EM ENFERMAGEM NO BRASIL-1998

    58. UM ESTUDO SOBRE O TRATAMENTO DO CONHECIMENTO QUMICO EMLIVROS DIDTICOS BRASILEIROS DIRIGIDOS AO ENSINO SECUNDRIODE QUMICA DE 1875 A 1978

    59. RELATO DE UMA EXPERINCIA: recuperao e cadastramento de resduosdos laboratrios de graduao

    60. GERENCIAMENTOS DE RESDUOS QUMICOS EM INSTITUIES DEENSINO E PESQUISA

    61. COMPUTADORES EM EDUCAO QUMICA: estrutura atmica e tabelaperidica

    62. PARA ALM DAS FRONTEIRAS DA QUMICA: relaes entre filosofia,

    psicologia e ensino de qumica

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40421998000500024%094http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40421998000500024%094http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422002000800004&script=sci_arttext&tlng=inhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422002000800004&script=sci_arttext&tlng=inhttp://www.ufpa.br/eduquim/evoluo.htmhttp://www.ufpa.br/eduquim/evoluo.htmhttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1992/vol15n3/v15_n3_%20(16).pdfhttp://www.if.ufrgs.br/public/ienci/artigos/Artigo_ID8/v1_n1_a2.pdfhttp://www.if.ufrgs.br/public/ienci/artigos/Artigo_ID8/v1_n1_a2.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421998000200020&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.cienciamao.if.usp.br/dados/ienci/_analogiasemlivrosdidatic.artigocompleto.pdfhttp://www.cienciamao.if.usp.br/dados/ienci/_analogiasemlivrosdidatic.artigocompleto.pdfhttp://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=316510&indexSearch=IDhttp://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=316510&indexSearch=IDhttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1981/vol4n1/v04_n1_%20(4).pdfhttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1981/vol4n1/v04_n1_%20(4).pdfhttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1981/vol4n1/v04_n1_%20(4).pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422001000300022&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422001000300022&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000100001&script=sci_arttext&tlng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000100001&script=sci_arttext&tlng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000600019&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000600019&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421997000200013&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421997000200013&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421997000200013&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421997000200013&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000600019&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000600019&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000100001&script=sci_arttext&tlng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000100001&script=sci_arttext&tlng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422001000300022&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422001000300022&script=sci_arttext&tlng=ehttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1981/vol4n1/v04_n1_%20(4).pdfhttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1981/vol4n1/v04_n1_%20(4).pdfhttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1981/vol4n1/v04_n1_%20(4).pdfhttp://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=316510&indexSearch=IDhttp://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=316510&indexSearch=IDhttp://www.cienciamao.if.usp.br/dados/ienci/_analogiasemlivrosdidatic.artigocompleto.pdfhttp://www.cienciamao.if.usp.br/dados/ienci/_analogiasemlivrosdidatic.artigocompleto.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421998000200020&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.if.ufrgs.br/public/ienci/artigos/Artigo_ID8/v1_n1_a2.pdfhttp://www.if.ufrgs.br/public/ienci/artigos/Artigo_ID8/v1_n1_a2.pdfhttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1992/vol15n3/v15_n3_%20(16).pdfhttp://www.ufpa.br/eduquim/evoluo.htmhttp://www.ufpa.br/eduquim/evoluo.htmhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422002000800004&script=sci_arttext&tlng=inhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422002000800004&script=sci_arttext&tlng=inhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40421998000500024%094http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40421998000500024%094
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    63. A PESQUISA COMO PERSPECTIVA DE FORMAO CONTINUADA DOPROFESSOR DE QUMICA.

    64. AULA DE QUMICA: discurso e conhecimento

    65. OBJETIVOS DAS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NO ENSINO MDIO: apesquisa coletiva como modo de formao de professores de cincias

    66. AS TECNOLOGIAS INTERATIVAS NO ENSINO

    67. REFORMAS E REALIDADE: o caso do ensino das cincias

    68. IMPLANTAO DE UM PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESDUOSQUMICOS E GUAS SERVIDAS NOS LABORATRIOS DE ENSINO EPESQUISA NO CENA/USP

    69. PRESSUPOSTOS EPISTEMOLGICOS PARA UMA METODOLOGIA DEENSINO DE QUMICA: mudana conceitual e perfil epistemolgico

    70. O ENSINO DE ASPECTOS HISTRICOS E FILOSFICOS DA QUMICA EAS TEORIAS CIDO-BASE DO SCULO XX

    71. SOBRE A IMPORTNCIA DO CONCEITO TRANSFORMAO QUMICA NOPROCESSO DE AQUISIO DO CONHECIMENTO QUMICO

    72. PESQUISA EM ENSINO DE CINCIAS COMO CINCIAS HUMANASAPLICADAS

    73. EXPLORANDO A MOTIVAO PARA ESTUDAR QUMICA

    74. VISES DE CINCIAS E SOBRE CIENTISTA ENTRE ESTUDANTES DOENSINO MDIO

    75. LABORATRIO DE RESDUOS QUMICOS DO CAMPUS USP-SOCARLOS-RESULTADOS DA EXPERINCIA PIONEIRA EM GESTO EGERENCIAMENTO DE RESDUOS QUMICOS

    76. CONTRIBUIES PEDAGGICAS E EPISTEMOLGICAS EM TEXTOS DE

    EXPERIMENTAO NO ENSINO DE QUMICA

    77. A PROPOSTA CURRICULAR DE QUMICA DO ESTADO DE MINASGERAIS: fundamentos e pressupostos

    78. CURRCULO E EPISTEMOLOGIA

    79. TELEMTICA EDUCACIONAL E ENSINO DE QUMICA: consideraes emtorno do desenvolvimento de um construtor de objetos moleculares

    http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421999000200023&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421999000200023&script=sci_arttext&tlng=ehttp://en.scientificcommons.org/17911411http://www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/include/getdoc.php?id=360&article=107&m...http://www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/include/getdoc.php?id=360&article=107&m...http://www.scielo.br/pdf/qn/v21n6/2913.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392000000100010&script=sci_arttext&tlng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000400031&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000400031&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000400031&script=sci_abstract&tlng=pthttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1992/vol15n3/v15_n3_%20(14).pdfhttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1992/vol15n3/v15_n3_%20(14).pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000100023&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000100023&script=sci_abstract&tlng=pthttp://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc08/pesquisa.pdfhttp://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc08/pesquisa.pdfhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/Ciencias/Artigos/delizoicov.pdfhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/Ciencias/Artigos/delizoicov.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000300018&script=sci_abstract&tlng=pthttp://pauling.fe.usp.br/textos/educ/pdf/visao-cienc.pdfhttp://pauling.fe.usp.br/textos/educ/pdf/visao-cienc.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000200026&script=sci_arttext&tlng=eshttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000200026&script=sci_arttext&tlng=eshttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000200026&script=sci_arttext&tlng=eshttp://www.cienciamao.if.usp.br/dados/ienci/_contribuicoespedagogicas.artigocompleto.pdfhttp://www.cienciamao.if.usp.br/dados/ienci/_contribuicoespedagogicas.artigocompleto.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000200022&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000200022&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.aepppc.org.br/revista/01/_resenha.pdfhttp://quimica.fe.usp.br/textos/tics/ticspdf/construtor.pdfhttp://quimica.fe.usp.br/textos/tics/ticspdf/construtor.pdfhttp://quimica.fe.usp.br/textos/tics/ticspdf/construtor.pdfhttp://quimica.fe.usp.br/textos/tics/ticspdf/construtor.pdfhttp://www.aepppc.org.br/revista/01/_resenha.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000200022&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000200022&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.cienciamao.if.usp.br/dados/ienci/_contribuicoespedagogicas.artigocompleto.pdfhttp://www.cienciamao.if.usp.br/dados/ienci/_contribuicoespedagogicas.artigocompleto.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000200026&script=sci_arttext&tlng=eshttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000200026&script=sci_arttext&tlng=eshttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000200026&script=sci_arttext&tlng=eshttp://pauling.fe.usp.br/textos/educ/pdf/visao-cienc.pdfhttp://pauling.fe.usp.br/textos/educ/pdf/visao-cienc.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000300018&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/Ciencias/Artigos/delizoicov.pdfhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/Ciencias/Artigos/delizoicov.pdfhttp://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc08/pesquisa.pdfhttp://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc08/pesquisa.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000100023&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000100023&script=sci_abstract&tlng=pthttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1992/vol15n3/v15_n3_%20(14).pdfhttp://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1992/vol15n3/v15_n3_%20(14).pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000400031&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000400031&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000400031&script=sci_abstract&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392000000100010&script=sci_arttext&tlng=enhttp://www.scielo.br/pdf/qn/v21n6/2913.pdfhttp://www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/include/getdoc.php?id=360&article=107&m...http://www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/include/getdoc.php?id=360&article=107&m...http://en.scientificcommons.org/17911411http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421999000200023&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421999000200023&script=sci_arttext&tlng=e
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    ARTIGOS PARA LEITURA, ANLISE E UTILIZAO COMO FONTEOU REFERENCIA

    Cincia & Educao (Bauru)verso impressaISSN 1516-7313Cinc. educ. (Bauru) v.14 n.1 Bauru 2008doi: 10.1590/S1516-73132008000100005

    O ENSINO DE HISTRIA DA QUMICA: contribuindo para acompreenso da natureza da cincia

    Maria da Conceio Marinho OkiI, 1;Edlson Fortuna de MoradilloIIIDoutora em Educao; docente, Departamento de Qumica Geral e Inorgnica, Instituto de Qumica,

    Universidade Federal da Bahia. Salvador, Ba.IIEspecialista em Qumica; docente; Departamento de Qumica Geral e Inorgnica, Instituto de

    Qumica, Universidade Federal da Bahia. Salvador, Bahia.

    RESUMO

    Relata-se um estudo de caso que teve como objetivo explorar as potencialidades de

    aproximao entre Histria e Filosofia da Cincia da educao cientfica medianteutilizao do ensino de Histria da Qumica. Visou-se auxiliar os alunos na

    compreenso da natureza da cincia e no aprendizado de conceitos qumicos. O

    estudo envolveu a interveno de uma professora/investigadora numa disciplina de

    Histria da Qumica e teve carter exploratrio, com abordagem de pesquisa

    qualitativa. A anlise dos resultados utilizou o modelo misto, com categorias

    analticas definidas a priori, que nortearam as dimenses epistemolgicas de anlise

    e a identificao de categorias emergentes, construdas a partir das respostas dos

    alunos a questionrios abertos. Os resultados obtidos confirmaram a importncia do

    espao dessa disciplina para os alunos conhecerem a natureza da cincia,

    adquirindo concepes menos simplistas e mais contextualizadas sobre a cincia,

    apesar de alguma dificuldade na superao de concepes realistas ingnuas

    fortemente enraizadas em suas vises epistemolgicas.

    Palavras-chave: Histria e Filosofia da Cincia. Ensino de Qumica. Natureza da

    cincia.

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    ABSTRACT

    This paper presents the results of an exploratory study undertaken during a course of

    History of Chemistry for Chemistry students. The course aimed to help students to

    understand the nature of science and basic concepts in chemistry . The study,

    conducted by the course teacher, analyzed the convergence between history, and

    philosophy of science education and had a qualitative approach using participant

    observation. The data were qualitatively analyzed using a "mixed model", with two

    kinds of analytical categories: epistemological categories previously defined, that

    guided the epistemological dimensions of analysis and categories built from the

    answers given by the students through open questionnaires. The results show that

    the History of Chemistry course was important for the students to improve their

    knowledge about the nature of science. The students had less simplistic and more

    contextualized conceptions about the nature of science, in spite of the difficulty of

    overcoming some strongly embedded notions in the students' epistemological views.

    Key words: History and Philosophy of Science. Chemistry teaching. Nature ofscience.

    Introduo

    Neste artigo relata-se um estudo de caso que teve como objetivo explorar as

    potencialidades de aproximao entre Histria e Filosofia da Cincia da educao

    cientfica mediante utilizao do ensino de Histria da Qumica. O estudo envolveunossa interveno como professora/investigadora numa disciplina de Histria da

    Qumica e apresentou um carter exploratrio, com abordagem de pesquisa

    qualitativa.

    A investigao didtica teve dois objetivos principais: identificar concepes prvias

    dos alunos sobre aspectos da natureza da cincia e avaliar tais concepes,

    influenciadas por uma abordagem explcita de contedos de Filosofia da Cincia em

    diversos contextos histricos. Posteriormente, trabalhou-se com a contextualizao

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    histrica de conceitos qumicos para avaliar a influncia de tal contextualizao na

    compreenso desses conceitos. A pesquisa incluiu, tambm, o uso de materiais

    didticos com contedos em Histria e Filosofia da Cincia, elaborados pela

    pesquisadora, cujo tema central contemplou as controvrsias envolvendo atomistas e

    anti-atomistas relativas aceitao do atomismo no sculo XIX.

    Avaliando os resultados obtidos, conclui-se que o referencial histrico-epistemolgico

    contribuiu para que os estudantes de Qumica envolvidos neste trabalho adquirissem

    uma imagem de cincia mais contextualizada e melhor formao inicial. A disciplina

    Histria da Qumica foi um espao importante para que os alunos conhecessem

    melhor a natureza da cincia e aprendessem de forma significativa conceitosqumicos. Ao final do trabalho, identificaram-se concepes menos simplistas e mais

    contextualizadas sobre a natureza da cincia e foram percebidos indcios de melhor

    compreenso de conceitos, como a quantidade de matria e mol. Este artigo

    apresenta alguns resultados da primeira parte da investigao didtica que integra a

    pesquisa da tese de doutorado da primeira autora2.

    Histria e Filosofia na educao cientfica

    A importncia da Histria e Filosofia da Cincia para a educao cientfica tem sido

    amplamente reconhecida na literatura nas ltimas dcadas (PAIXO e CACHAPUZ,

    2003; FREIRE JNIOR, 2002; LEITE, 2002; WANG E MARSH, 2002; NIAZ, 2001;

    SOLBES e TRAVERS, 1996; WORTMANN, 1996; MATTHEWS, 1994, 1990;

    GAGLIARD, 1988). Como conseqncia, vm acontecendo aes oficiais e no

    oficiais no sentido de buscar inserir a Histria da Cincia nos currculos que tm

    emergido de reestruturaes curriculares mais recentes. No Brasil, de alguma formaesta tendncia aparece explicitada em documentos oficiais, como os Parmetros

    Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio (PCNs) e as Novas Diretrizes

    Curriculares para os cursos de graduao.

    A incluso da Histria da Cincia no ensino tem razes que se fundamentam na

    Filosofia e Epistemologia e a prpria concepo de cincia adotada interfere na

    seleo e abordagem dos contedos. Considera-se que a incorporao de um maior

    contedo de Histria, Filosofia e Sociologia da Cincia nos currculos pode contribuir

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    para a humanizao do ensino cientfico, facilitando a mudana de concepes

    simplistas sobre a cincia para posies mais relativistas e contextualizadas sobre

    esse tipo de conhecimento (LUFFIEGO et al., 1994; HODSON, 1985).

    Neste sentido, alguns projetos tm sido formulados em diferentes pases, como o

    "Projeto 2061" da American Association for the Advancement of Science (AAAS), que

    originou, nos Estados Unidos, o livro Cincias para Todos (RUTHERFORD e

    AHLGREN, 1995). Nesse documento, retoma-se uma abordagem humanstica para a

    educao em cincia, com prazo suficientemente amplo para que as mudanas

    aconteam e possam ser viveis. A Histria da Cincia considerada conhecimento

    indispensvel para a humanizao da cincia e para o enriquecimento cultural,passando a assumir o elo capaz de conectar cincia e sociedade. Uma das

    importantes recomendaes desse projeto consiste em ensinar menos para ensinar

    melhor. deixada, aos curriculistas, a importante tarefa de promover reestruturaes

    visando muito mais eliminar do que acrescentar contedos de ensino.

    No necessrio exigir das escolas que ensinem contedos cada vez mais

    alargados, mas sim que ensinem menos para ensinarem melhor. Concentrando-se

    em menos temas, os professores podem introduzir as idias gradualmente, numa

    variedade de contextos, aprofundando-as e alargando-as medida que os

    estudantes amadurecem. Os estudantes acabaro por adquirir conhecimentos mais

    ricos e uma compreenso mais profunda do que poderiam esperar adquirir a partir de

    uma exposio superficial de mais assuntos do que aqueles que seriam capazes de

    assimilar. O problema, para quem escreve os currculos, , portanto, muito menos o

    que acrescentar do que o que eliminar. (RUTHERFORD e AHLGREN, 1995, p. 21,

    grifo nosso)

    Ainda que a valorizao desses campos na formao profissional tenha crescido, a

    incluso desses temas nos currculos ainda segue um modelo tradicional, no qual,

    geralmente, disciplinas especficas abordam os contedos e a articulao com a

    didtica extremamente frgil. Tradicionalmente, o ensino da Histria das Cincias

    por disciplinas especficas no busca fazer uma ampla articulao com contedos da

    Filosofia da Cincia.

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    Um importante pesquisador que tem defendido a relevncia da Histria e da Filosofia

    no ensino das cincias Michael Matthews. Em artigos e livros escritos sobre esse

    assunto, ele defende a importncia desses contedos no ensino sobreas cincias,

    to importante quanto o ensino decincias. Para Matthews (1994), ensinar sobreas

    cincias inclui tanto a discusso da dinmica da atividade cientfica e de sua

    complexidade manifestada no processo de gerao de produtos da cincia

    (hipteses, leis, teorias, conceitos etc.) quanto a validao e divulgao do

    conhecimento cientfico, envolvendo alguma compreenso da dinmica inerente a

    sua legitimao.

    A educao cientfica tradicional tem recebido muitas crticas e novas abordagensdidticas tm sido propostas, a exemplo da abordagem contextual ou liberal. Esses

    termos so usados por Matthews (1994) para se referir a uma educao cientfica

    informada pela Histria e Filosofia da Cincia. Embora a utilizao deste tipo de

    abordagem tenha acontecido desde as primeiras dcadas do sculo XX, somente ao

    final da dcada de 1940 as experincias realizadas tiveram maior repercusso.

    Naquele perodo, o qumico e educador americano James Connant introduziu, em

    seus cursos de cincias, o estudo de certos episdios da Histria da Cincia,

    conhecidos como: History of Science Cases. Ele considerava que estudar como a

    cincia se desenvolveu poderia ajudar na compreenso da sua natureza (WANG e

    MARSH, 2002).

    Influenciada pelo trabalho realizado por Connant e seus materiais didticos

    inovadores, a abordagem contextual ganhou importncia nos Estados Unidos aps a

    Segunda Guerra Mundial. Outro precursor deste tipo de abordagem foi Gerald

    Holton, que apresentou uma metodologia para o ensino de Fsica, a abordagemconectiva3, valorizando as relaes entre contedos especficos da Fsica e

    diferentes campos, como Astronomia, Biologia, Qumica, Economia, Filosofia,

    Matemtica, Engenharia, Histria, Literatura, Psicologia etc. (HOLTON, 1963).

    Considera-se que a opo didtica pela Histria da Cincia deve acontecer de forma

    articulada com a Filosofia da Cincia, a fim de ajudar na anlise crtica do

    conhecimento cientfico produzido e na transposio didtica dos contedos.

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    O ensino de Histria da Qumica e a compreenso da natureza da cincia

    A ausncia de consenso no mbito da Filosofia e Sociologia da Cincia em relao

    imagem mais adequada de cincia e sua construo no causa surpresa,considerando-se o carter complexo e dinmico que caracteriza a atividade cientfica

    (ACEVEDO et al., 2005). O reconhecimento deste fato, no entanto, no impede a

    aceitao de alguma concordncia sobre certos aspectos da natureza da cincia que

    podem ser norteadores das discusses na educao em cincias e das pesquisas

    realizadas sobre o tema (GIL-PREZ et al., 2001; HARRES, 1999; MCCOMAS,

    ALMAZROA, CLOUGH, 1998; LEDERMAN, 1992).

    Existem dois tipos de abordagem para introduzir contedos sobre a natureza da

    cincia no processo de ensino/aprendizagem: a implcita e a explcita. No primeiro,

    assume-se que na dinmica adotada mensagens implcitas so comunicadas e que a

    construo do conhecimento acontece como conseqncia do engajamento no

    processo pedaggico. Os trabalhos devem possibilitar a insero do aluno em

    atividades investigativas, incluindo instrues sobre a prtica cientfica. Na

    abordagem explcita, os objetivos e materiais instrucionais so direcionados para

    aumentar a compreenso da natureza da cincia, de forma a incluir a discusso dos

    contedos epistemolgicos. As atividades planejadas incluem investigaes e

    exemplos histricos que possibilitam discusses, reflexes guiadas e

    questionamentos especficos sobre o assunto (ABD-EL-KHALICK e LEDERMAN,

    2000).

    Apesar de algumas divergncias detectadas nos resultados das pesquisas

    envolvendo concepes sobre a natureza da cincia, um aspecto consensual oreconhecimento da importncia da Histria e Filosofia da Cincia no aprimoramento

    das concepes de alunos e professores, em especial mediante estratgias de

    formao que fazem uso de abordagens explcitas, as quais tm se mostrado mais

    eficientes. Entretanto, necessita-se de maior nmero de investigaes empricas

    para que seja avaliada a influncia deste tipo de abordagem e sua maior ou menor

    eficcia na formao inicial.

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    A investigao didtica na disciplina Histria da Qumica

    A investigao relatada neste artigo aconteceu numa disciplina especfica para o

    ensino de Histria da Qumica, que faz parte do currculo do Curso de Qumica daUniversidade Federal da Bahia, sendo obrigatria para os alunos de Licenciatura em

    Qumica daquela universidade. A disciplina foi includa no currculo do curso desde a

    dcada de 1980 e tem sido ministrada desde o incio da dcada de 1990 mediante

    pareceria entre dois professores.

    A investigao didtica foi realizada durante dois semestres consecutivos e os

    instrumentos de coleta de dados foram aplicados em sala de aula, durante os

    perodos letivos da disciplina. O primeiro semestre funcionou como um estudo piloto,

    que possibilitou o aprimoramento e validao de instrumentos utilizados para o

    levantamento de dados.

    O desenvolvimento da pesquisa, que teve abordagem qualitativa e carter

    exploratrio, envolveu dois professores em sala, um deles a pesquisadora. Os

    sujeitos foram os alunos da disciplina. Todos os alunos matriculados participaram da

    investigao, uma vez que o mdulo da disciplina pequeno, o que justificou a noutilizao de tcnicas de amostragem para o levantamento de dados (BOGDAN e

    BIKLEN, 1994)

    Para investigar as questes propostas a disciplina foi reestruturada, com objetivo de

    incorporar diversas dimenses epistemolgicas como parte de seu contedo.

    Articularam-se os contedos histricos tradicionalmente trabalhados numa

    perspectiva cronolgica, com contedos de natureza epistemolgica, abordados nos

    diversos contextos histricos. Todo o planejamento das aulas foi realizado para que

    diversas dimenses epistemolgicas pudessem ser adequadamente contempladas.

    A metodologia didtica aconteceu em trs momentos: inicialmente (momento antes)

    realizou-se o levantamento das concepes prvias relacionadas a contedos da

    Filosofia da Cincia que seriam priorizados na aula subseqente, usando pequenos

    questionrios contendo questes problematizadoras (Quadro 1).

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    No momento inicial os alunos tomavam conhecimento do planejamento feito para o

    prximo encontro, sendo informados sobre as leituras que forneceriam subsdios s

    discusses. Os textos eram disponibilizados para serem fotocopiados e lidos. Na

    aula seguinte, acontecia a discusso dos assuntos que faziam parte do

    planejamento, subsidiada pelas leituras indicadas. Tanto os alunos quanto os

    professores se colocavam sobre o assunto, priorizando os objetivos definidos para

    aquela aula. Posteriormente (momento depois), os alunos se reuniam em grupos e

    voltavam a discutir as questes respondidas na aula anterior (levantamento prvio).

    Aps a discusso, cada aluno refletia sobre as questes e novamente as respondia.

    O principal objetivo era avaliar se as informaes adquiridas por meio das leituras e

    discusses tinham possibilitado algum ganho no conhecimento epistemolgico dosalunos.

    A percepo de necessidade de aprofundamento das observaes realizadas e o

    levantamento de concepes prvias foram possibilitados pela utilizao de diversos

    instrumentos de coleta de dados: questionrios, gravaes das discusses em

    grupos e entrevistas semi-estruturadas. O uso de questionrios abertos contendo

    questes problematizadoras objetivou permitir aos estudantes revelarem e

    justificarem sua prpria opinio sem ter que escolher entre vises j pr-

    estabelecidas que, eventualmente, poderiam no corresponder exatamente deles.

    O corpus de anlise envolveu o conjunto de respostas aos questionrios, as

    transcries das entrevistas, os registros de observaes e as anotaes sobre as

    aulas, em especial as do segundo semestre escolhido para realizao da pesquisa.

    Anlise e discusso dos resultados

    A anlise priorizou algumas categorias analticas definidas previamente e

    subdivididas em diferentes dimenses (Quadros 2, 3 e 4). Embora tenha sido

    abordado maior nmero de aspectos da natureza da cincia durante as aulas, as

    prioridades e os recortes foram necessrios para que a anlise dos dados no se

    tornasse muito ampla. Na definio das categorias analticas utilizou-se o modelo

    misto. Segundo Laville e Dionne (1999), neste modelo algumas categorias so

    selecionadas no incio, baseadas no referencial terico utilizado, mas o pesquisador

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    pode modific-las em funo do que a anlise indicar. As categorias definidas a priori

    (categorias epistemolgicas) nortearam, tambm, as dimenses de anlise, de

    natureza epistemolgica, que foram escolhidas para orientar as entrevistas semi-

    estruturadas.

    A metodologia de anlise dos dados envolveu, tambm, a identificao de

    categorias emergentes obtidas das respostas dos alunos, antes e aps a discusso,

    para posterior comparao (MORAES, 1999; TRIVIOS, 1987). O nmero de

    alunos presentes na aula em que foram feitos os levantamentos prvios nem

    sempre foi o mesmo do segundo momento, variando conforme a freqncia s

    aulas. Todos os trechos de falas dos alunos citados foram obtidos de gravaes

    efetuadas simultaneamente nos trs grupos de discusso durante os dois

    semestres letivos.

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    A primeira categoria epistemolgica definida foi: cincia e conhecimento cientfico;

    subdividida em trs dimenses de anlise e consideradas em trs contextos

    histricos, conforme ilustra oQuadro 2:

    Para exemplificar o resultado obtido toma-se a terceira dimenso de anlise

    definida para a primeira categoria epistemolgica: a demarcao entre cincia e

    pseudo-cincia, discutida no contexto da alquimia. Entre os alunos que se

    matriculavam em Histria da Qumica predominava uma viso distorcida da

    Alquimia, como um tipo de prtica sem significado cientfico, repleta de

    charlatanismo e magia ou pseudo-cincia.

    A Tabela 1 apresenta as respostas dos alunos pergunta problematizadora: a

    alquimia se constitua numa cincia? Explique. Utilizou-se a legenda CN (C =

    categoria e N = nmero do aluno) para identificar as diferentes categorias

    emergentes obtidas das respostas no momento inicial. Nas respostas daTabela 1

    identificam-se alguns critrios que os alunos utilizavam para distinguir o que

    imaginavam ser cientfico e que caracterizava a cincia em contraposio

    alquimia como:

    explica o porqu dos fatos e fenmenos e divulga as explicaes (C2);

    descobre coisas no s de forma emprica e 'prova' as descobertas (C3);

    no se baseia apenas na observao (C5);

    possui conhecimentos prvios (C4);

    apresenta embasamento metodolgico (C6);

    estuda os problemas relacionados ao conhecimento (C8).

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#q2#q2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#q2#q2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#q2#q2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t1#t1http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t1#t1http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t1#t1http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t1#t1http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t1#t1http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t1#t1http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t1#t1http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#q2#q2
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    Estas respostas revelam, em alguma medida, uma viso de Cincia como meio de

    descobrir o que existe no mundo (desvelamento da natureza) ou de explicar os

    fenmenos, na busca de provas ou 'verdades', demonstrando a presena deconcepes realistas ingnuas. Verifica-se que nas vises distorcidas sobre o que foi

    a alquimia encontram-se implcitas concepes simplistas sobre os critrios de

    demarcao da cincia. No pareceu existir o reconhecimento da produo do

    conhecimento cientfico como construo humana contextualizada.

    Vale lembrar a complexidade inerente ao conceito de cincia, que poderia demandar

    uma discusso to fecunda capaz de ocupar todo um livro. Alan Chalmers se props

    ao desafio de realizar esta tarefa, tendo escrito seu famoso O que cincia afinal?

    Aps uma longa discusso, que envolveu 14 captulos e 216 pginas, Chalmers

    (1995) assim se coloca com relao sua pergunta inicial:

    A estrutura de grande parte dos argumentos desse livro foi de desenvolver relatos do

    tipo de coisa que a Fsica e test-los no confronto com a Fsica real. Diante dessa

    considerao sugiro que a pergunta que constitui o ttulo desse livro enganosa e

    arrogante. Ela supe que exista uma nica categoria "cincia" e implica que vrias

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    reas do conhecimento, a Fsica, a Biologia, a Histria, a Sociologia e assim por

    diante se encaixem ou no nesta categoria. (CHALMERS, 1995, p. 211)

    Chalmers (1995) considera que cada rea do conhecimento pode ser julgada poraquilo que , no havendo necessidade de uma categoria geral "cincia", que possa

    servir de modelo para que outras reas do conhecimento possam ser avaliadas luz

    deste modelo e proclamadas - ou no - como cincia. Ainda em relao a este

    assunto, ele assim se posiciona: "Cada rea do conhecimento deve ser julgada pelos

    prprios mritos, pela investigao de seus objetivos, e, em que extenso capaz de

    alcan-los. Mas ainda, os prprios julgamentos relativos aos objetivos sero

    relativos situao social" (p. 212).

    Este autor, entretanto, procura evitar que suas idias sejam enquadradas em

    posies relativistas extremas, buscando manter uma tendncia "objetivista" em seus

    pontos de vista, mesmo discordando de um conceito universal e atemporal de cincia

    ou de mtodo cientfico.

    As idias de filsofos como Kuhn (1996) e Feyerabend (1989) contriburam para a

    flexibilizao dos critrios de cientificidade, em especial na delimitao entre cinciae no cincia. A possibilidade de usar a cientificidade de forma mais ampla, com

    aceitao de uma pluralidade de mtodos de pesquisa, permitiu o reconhecimento do

    status cientfico de outras cincias - e no apenas das naturais, alm de um

    "alargamento" em sua concepo.

    Na viso tradicional, a atividade cientfica vista como independente das relaes

    sociais e o conhecimento cientfico considerado seguro, porque baseado em

    evidncias observacional e experimental. Esta imagem tem forte influncia de

    correntes epistemolgicas, como o positivismo e o empirismo lgico, e de seus

    reflexos no ensino de cincia e nas imagens de cincia dos alunos. Nesta

    perspectiva, os enunciados da cincia se fundamentariam, em ltima instncia, nos

    fatos, nos dados da experincia. A cincia seria, portanto, portadora de verdades

    inquestionveis (GIL-PREZ et al., 2001; SALMON, 2000).

    A confiana no mtodo que a cincia utiliza foi um importante critrio de demarcaoconsiderado pelos alunos. No entanto, quando mapearam-se as concepes sobre o

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    tema no segundo momento, percebeu-se a relativizao desse critrio por meio da

    discusso que aconteceu em um dos grupos sobre a cientificidade da alquimia. Os

    alunos foram identificados pela sigla "AN", na qual: A = aluno e N= nmero de

    identificao de cada aluno.

    "Eu acho que sim, a cincia ela tem um objetivo e a alquimia tinha objetivos e

    trabalhou para obter e atingir estes objetivos e, alm disso[...]"(A6)

    "Alm disso, ela tinha mtodos".(A1)

    "Tinha mtodos e tinha conhecimentos para obter determinados resultados".(A6)

    "Eu acho que ela era cincia porque tinha estes trs pontos: objetivos, mtodos e

    conhecimento[....].Antes, quando eu no conhecia nada sobre alquimia, porque eu a

    conhecia como uma forma de bruxaria, porque eu no sabia de nada; mas agora

    depois das leituras e dessa aula ficamos sabendo que eles (os alquimistas)

    descobriram alguns elementos, as aparelhagens que eles utilizavam, algumas

    tcnicas como a destilao e o banho maria e os fenmenos que eles observavam,

    imaginando que acontecia a transmutao dos metais menos nobres para ouro ou

    prata[...]".(A1)

    "Eles no tinham ainda o conhecimento da estrutura e das reaes qumicas e

    analisavam da maneira que eles achavam que era correta na poca".(A5)

    "Na realidade estava havendo uma transformao, mas no de um metal menos

    nobre para outro mais nobre".(A1)

    "No contexto do conhecimento que eles tinham naquela poca, considero que era

    uma cincia[...]".(A5)

    Nesse momento, identificou-se, em todas as equipes, uma viso contextualizada da

    Alquimia. O objetivo era que eles manifestassem uma viso histrica da Alquimia, a

    partir de uma releitura crtica do perodo medieval, contextualizando os alquimistas e

    a Alquimia naquele perodo e reconhecendo sua contribuio para a constituio da

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    Qumica Moderna. Os alunos passaram a perceber a necessidade de flexibilizao

    nos critrios utilizados para demarcao da cincia.

    No trecho a seguir, a historiadora da Qumica Ana Maria Goldfarb, uma dasreferncias utilizadas para subsidiar as discusses em sala, procura dar visibilidade

    importncia da Alquimia para a constituio da Qumica Moderna.

    Os estudiosos de nosso sculo, dedicados histria da cincia e, particularmente,

    da alquimia, partem, na maioria das vezes, do pressuposto de que no foi a

    ignorncia, irracionalidade ou obscurantismo das culturas que nos precederam o que

    preservou a alquimia. Mas, ao contrrio, foi exatamente nos perodos em que mais

    se valorizou o conhecimento da natureza onde a alquimia floresceu. (GOLDFARB,

    1987, p. 265)

    A cincia uma das formas de conhecimento produzidas pelo homem no decorrer da

    sua histria e seu carter histrico se manifesta nas representaes que o homem

    faz, inclusive para o prprio conhecimento.

    A imagem de cincia que tem na experimentao a essncia de sua atividade tem

    sido considerada uma viso deformada da atividade cientfica. Entretanto, encontra-

    se amplamente difundida no ensino tradicional de cincias. A crena na unicidade do

    mtodo cientfico uma deformao presente tanto entre professores quanto entre

    alunos dos cursos das cincias, uma vez que o mtodo cientfico costuma ser visto

    como uma maneira segura de chegar ao conhecimento cientfico (GIL-PREZ et al.,

    2001; MOREIRA, 1993). Considerando tais questes, a segunda categoria

    epistemolgica definida foi a dinmica da cincia e seus produtos. Esta categoria foi

    subdividida em quatro dimenses consideradas em diferentes contextos histricos

    (Quadro 3):

    Para averiguar o pensamento dos alunos sobre esse assunto, usou-se a questo

    problematizadora apresentada naTabela 2,contendo categorias construdas a partir

    de suas respostas (Legenda: CA= Categoria Antes; CD= Categoria Depois).

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#q3#q3http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#q3#q3http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#q3#q3http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t2#t2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t2#t2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t2#t2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t2#t2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#q3#q3
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    Inicialmente, apenas um aluno, entre os dez presentes quela aula, respondeu

    negativamente questo (CA11). Ele justificou sua resposta informando que

    anteriormente havia feito uma leitura sobre o carter histrico do mtodo cientfico, o

    que o levou a assumir uma opinio diferente dos demais colegas. Na categoria antes

    (CA10) apareceu uma contradio: embora o aluno tenha respondido

    afirmativamente, sua justificativa admitia diferentes mtodos, a depender da rea. No

    primeiro momento, a maioria dos alunos (dez) achava que existia um nico mtodo

    cientfico, embora individualmente divergissem quanto s possveis etapas desse

    mtodo. O mtodo cientfico costuma ser visto como uma maneira segura de se

    chegar ao conhecimento cientfico (MOREIRA, 1993; GIL-PREZ et al., 2001).

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    A concepo de que existe um mtodo cientfico (nove alunos) que comea na

    observao (cinco alunos) ou tem esta etapa como indispensvel para a produo de

    conhecimento (sete alunos) ficou evidente na maior parte das respostas. A idia

    predominante que o fenmeno fala por si s, o mais importante saber a melhor

    forma de olhar para chegar a seu desvelamento.

    A experimentao tambm foi uma etapa bastante citada, refletindo a fora da

    epistemologia empirista no ensino de cincias (CA1, CA3, CA5, CA7, CA8, CA9).

    Apenas um aluno considerava que o mtodo cientfico iniciava-se com a colocao

    de hipteses (CA1), enquanto um outro achava que iniciava com a teorizao (CA8).

    Os alunos no reconheciam a dependncia que a observao tem da teoria, no sedando conta que o percebido no depende apenas da realidade externa, mas dos

    conhecimentos prvios e da bagagem terica de cada um. A no separao entre

    pressupostos tericos e observacionais foi defendida por vrios filsofos da cincia

    ps-positivistas, como Popper (2001), Kuhn (1996), Hanson (1975) e Feyerabend

    (1989), entre outros.

    Durante o curso foram utilizadas as idias de Francis Bacon, que defendia a

    observao neutra como origem do conhecimento cientfico para discutir e questionar

    o caminho empirista-indutivista de chegar s teorias, indo do particular ao geral

    (Bacon, 1984). Chamou-se a ateno sobre a influncia dessas idias e do

    positivismo comtiano no ensino de cincia, em relao aceitao de um mtodo

    cientfico estruturado rigidamente. Losee (1998) lembra que o empirismo e a induo

    predominaram at o incio do sculo XX, tendo servido de base ao positivismo. A

    filosofia positivista defendia que a cincia devia se basear na observao direta dos

    fatos e no nas hipteses.

    No momento ps-discusso (Tabela 2), percebeu-se convergncia nas respostas dos

    alunos e foi identificada uma nica categoria depois (CD), uma vez que todos os

    alunos presentes quela aula (nove) passaram a reconhecer a existncia de vrios

    mtodos cientficos e o carter histrico desses mtodos (CD12).

    No dilogo gravado aps as leituras e discusses em sala foi possvel detectar maior

    adequao nas concepes sobre o mtodo cientfico dos alunos, em todos os

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t2#t2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t2#t2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t2#t2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t2#t2
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    grupos. Esta foi uma das dimenses em que aconteceu maior transformao em

    relao s idias iniciais. O dilogo a seguir, registrado em uma das equipes,

    exemplifica esta afirmao:

    "O mtodo cientfico, ele no um nico e eles (os mtodos) se transformam, ao

    meu ver, no decorrer da histria".(A10)

    "Eu sempre pensei que existia um mtodo cientfico, depois que li o texto, eu no

    continuo pensando num mtodo cientfico fixo, nico, mas existem mtodos,

    maneiras de se chegar aos resultados e no etapa por etapa".(A7)

    "Talvez, cada rea da cincia tenha algumas determinaes especficas, maneirasdiferentes de pesquisar".(A13)

    Um dos focos de investigao na Epistemologia da Qumica tm sido as

    representaes feitas pelos cientistas dos vrios aspectos do mundo para diferentes

    propsitos. O interesse nessa questo uma conseqncia do largo uso de modelos

    e outros 'construtos' tericos como instrumentos da educao cientfica. Grande

    parte da atividade do cientista consiste na construo de modelos que servem de

    representao dos fenmenos estudados e a integrao desses modelos a teorias

    cientficas possibilita a resoluo de inmeros problemas.

    Existe o reconhecimento de que os estudantes de cincia possuem no somente

    teorias e conceitos distorcidos sobre alguma matria especfica estudada, como

    tambm concepes epistemolgicas ingnuas e equivocadas, que precisam ser

    repensadas. Uma sugesto para enfrentar este problema seria incluir, no ensino

    "sobre" as cincias, a questo da natureza e o uso dos modelos cientficos edidticos. Alguns educadores atribuem a este tema uma importncia to grande que

    defendem um conceito de cincia como "processo de construo de modelos

    conceituais preditivos" (GILBERT, 1991, p. 74).

    Considerando a relevncia do papel da idealizao e dos modelos no ensino de

    cincias e na epistemologia da Qumica, pela formulao de duas questes

    investigou-se o entendimento que os estudantes possuam sobre o conceito de

    modelo e seu uso na cincia. A cincia e a representao da realidade foram

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    tomadas como terceira categoria epistemolgica, que incluiu duas dimenses de

    anlise: a natureza dos modelos e seu uso na cincia. O contexto histrico discutido

    envolveu o atomismo no sculo XIX e as controvrsias envolvendo atomistas e anti-

    atomistas naquele perodo.

    A palavra modelo amplamente utilizada, seja no cotidiano ou, mesmo, no mbito

    das vrias cincias e do ensino de cincias. Vrios significados so atribudos a ela,

    sendo o mais comum o de representao concreta de alguma coisa, justificando o

    fato de muitos estudantes considerarem que modelos so cpias da realidade.

    No mbito da cincia e da filosofia da cincia, no existe um significado nico para a

    palavra modelo. A noo de modelo cientfico tem estado muito ligada de teoria. No

    entanto, discusses mais recentes tm possibilitado o reconhecimento de suas

    especificidades, apontando para a necessidade de independncia na formalizao

    de ambos (GIERE, 2004).

    Galagovsky e Adriz-Bravo (2001) consideram que os modelos contm articulaes

    de um grande nmero de hipteses de um altssimo nvel de abstrao e com alto

    grau de formalizao. Entretanto, na Qumica isto nem sempre vlido. Para osqumicos, os modelos so representaes no somente de objetos, mas de eventos,

    processos ou idias. E estas representaes podem acontecer de forma concreta,

    verbal, visual ou matemtica (JUSTI e GILBERT, 2000).

    Para levantar a concepo de modelo dos alunos entrevistados, foi solicitado que

    eles definissem um modelo cientfico. Os resultados esto expressos naTabela 3.

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t3#t3http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t3#t3http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t3#t3http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#t3#t3
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    Inicialmente (momento antes), as respostas dos alunos foram muito dispersas, o que

    dificultou o agrupamento em categorias emergentes com caractersticas comuns.Dois alunos (CA6, CA10) definiram explicitamente modelo como representao, no

    entanto, um deles (CA10) foi mais especfico, considerando-o "representao de uma

    teoria". Dois outros alunos consideravam o modelo como desenho ou instrumento

    que representa algo que no pode ser visto (CA2, CA8). A diversidade de entidades

    que podem ser modeladas no parecia ser reconhecida. Duas outras idias foram

    identificadas: "a reproduo de algo como uma imitao" (CA4) ou "um padro ou

    referncia tomada para ser seguida"(CA7).

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    No segundo momento, as respostas foram mais convergentes, predominando a idia

    de "modelo como uma ferramenta ou forma de representar" ou como "um tipo de

    representao, seja de fenmenos, entidades, conceitos ou teorias" (CD10, CD11,

    CD12, CD14, CD15). Dois alunos consideraram "uma forma material (concreta) de

    representar conceitos ou teorias"(CD13). Dois alunos ainda explicitaram a idia mais

    prxima do senso comum de modelo como "um padro a ser tomado como

    referncia"(CD7). Entretanto, um maior nmero de alunos passou a ter um conceito

    mais adequado de modelo cientfico, identificando-o como algum tipo de

    representao.

    Debatendo sobre a possvel realidade dos tomos no contexto das controvrsiassobre a aceitao do atomismo no sculo XIX, aps o trabalho em sala de aula e as

    leituras dos textos registrou-se o seguinte trecho da discusso em um dos grupos

    que participaram do estudo:

    "Eu defendo que o tomo existe, agora eu no posso afirmar que da forma que eu

    idealizei o meu modelo. No posso, porque o modelo que eu tenho hoje, amanh

    pode estar esgotado e a gente ainda est falando da mesma coisa. Olha o que o

    professor disse, os objetos so histricos, sujeitos e objetos so histricos, ento eu

    acho que ele existe mas no da maneira que eu[...]" (A4)

    "Pode at ser[...], na realidade o que a gente no pode hoje comprovar".(A8)

    "Voc pode sentir os seus efeitos[...] mas eu sei que ele existe[...]".(A4)

    "Para ns, que trabalhamos com Qumica, se chegarmos aqui e disserem que o

    tomo no existe, cai o mundo da gente. Eu acredito piamente, agora a certezaabsoluta a gente no tem,[...]". (A8)

    Nessa discusso nota-se que os alunos expressaram a crena na realidade do

    tomo e ainda manifestavam uma viso realista ingnua, na qual acredita-se que a

    realidade existe independentemente da cognio e que as entidades tericas da

    cincia so reais, devem ser descobertas e podem descrever o mundo como ele

    realmente . Entretanto, os alunos reconheciam a necessidade de modelos para

    intermediar esta "suposta" entidade (o tomo), visualizada por meio de artifcios

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    tecnolgicos, e que tais modelos no so definitivos "[...] porque o modelo que eu

    tenho hoje, amanh pode estar esgotado e a gente ainda est falando da mesma

    coisa"(A4).

    O reconhecimento da importncia do conceito de tomo na fundamentao terica

    da Qumica atual tambm ficou evidente quando A8 afirmou: "[...] se chegarmos aqui

    e disserem que o tomo no existe, cai o mundo da gente".

    A historicidade do conhecimento cientfico foi tambm expressa na afirmao do

    aluno A4: "Olha o que o professor disse, os objetos so histricos, sujeitos e objetos

    so histricos[...]". Mesmo remetendo autoridade do professor, o aluno expressa

    sua percepo na mutabilidade do conhecimento cientfico.

    Muitos campos conceituais da Qumica sofreram poucas transformaes tericas

    luz da Teoria Quntica. Como conseqncia, grande parte dos contedos de

    Qumica do Ensino Mdio e dos primeiros anos do Ensino Superior so embasados

    em modelos fortemente realistas, necessitando do uso de representaes pictricas

    para sua compreenso. Nessa abordagem, o tomo compreendido como um

    sistema material, concreto e realista e este tipo de modelo utilizado para acompreenso de alguns contedos qumicos.

    Comentando sobre a influncia do realismo na Qumica, Bachelard consegue

    expressar, em poucas palavras, sua forte presena na produo do conhecimento

    qumico: "A experincia qumica aceita to facilmente as proposies do realismo,

    que no se sente necessidade de a traduzir numa outra filosofia"(BACHELARD,

    1991, p. 50). Este filsofo prope a distino entre "real cientfico" e o "real dado", ou

    aparente, na qual o segundo o prprio fenmeno ou evento, sendo relacionado ao

    senso comum. Contudo, a compreenso do conceito de real cientfico necessita da

    noo de "fenomenotcnica", porque na relao sujeito-objeto mediada pela

    tcnica que o real cientfico se concretiza. O real cientfico pressupe um nvel de

    realismo mais sofisticado que rompe com o empirismo que caracteriza as primeiras

    impresses.

    preciso haver outros conceitos alm dos conceitos "visuais" para montar umatcnica de agir cientificamente-no-mundo e para promover existncia, mediante

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    uma fenomenotcnica, fenmenos que no esto naturalmente-na-natureza. S por

    uma desmaterializao da experincia comum se pode atingir um realismo da

    tcnica cientfica. (BACHELARD, 1977, p. 137, grifo nosso)

    Parece muito forte no ensino da Qumica a opo pelo realismo ingnuo em relao

    s representaes qumicas; o que aparentemente se mantm mesmo na

    universidade. Esta uma situao que se contrape produo do conhecimento

    qumico ao longo da Histria, que precisou romper, muitas vezes, com o real dado e

    aparente. A frase de Bachelard expressa, de alguma forma, a influncia do realismo

    na cultura qumica: "[...] a filosofia qumica mergulhou sem resistncia no realismo. A

    Qumica tornou-se, assim, o domnio de eleio dos realistas, dos materialistas, dosantimetafsicos" (BACHELARD, 1991, p. 49).

    Na Filosofia da Cincia contempornea esta uma discusso muito complexa e que

    envolve a prpria noo de 'verdade'. Na perspectiva do realismo no representativo,

    por exemplo, o mundo fsico existe, independente da nossa cognio. No entanto,

    esta tendncia filosfica no considera que as teorias propostas descrevam

    entidades do mundo, no incorporando uma teoria da verdade da correspondncia.

    Nesta perspectiva, no existe a possibilidade de acesso ao mundo independente das

    teorias (CHALMERS, 1995), perspectiva defendida por "novas" filosofias da cincia

    desenvolvidas no sculo XX.

    Consideraes finais

    O trabalho realizado na disciplina Histria da Qumica, fundamentado numa

    abordagem explcita de contedos da Filosofia da Cincia, possibilitou algum ganho

    em relao aos conhecimentos epistemolgicos detectados, inicialmente, entre os

    alunos pesquisados. Concepes mais elaboradas e menos ingnuas foram

    identificadas nos momentos posteriores ao trabalho didtico realizado em cada aula,

    uma vez que detectou-se o aparecimento de novas categorias que refletiam posies

    mais racionalistas e contextualizadas sobre o conhecimento cientfico e a cincia.

    Entretanto, ao final do curso, alguns alunos ainda associavam o tomo a uma parte

    da realidade, fazendo afirmaes carregadas de certo realismo ingnuo.

    Considerase que esta seja uma questo complexa que evidencia a grande

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    penetrao de realismo ingnuo no ensino de Qumica, em especial em relao s

    representaes qumicas.

    A abordagem de controvrsias cientficas na disciplina foi avaliada positivamente,considerando-se que ela possibilitou, em especial, o reconhecimento da cincia

    como uma atividade humana sujeita a erros e conflitos, alm da percepo do

    carter provisrio do conhecimento cientfico e da complexidade envolvida no

    contexto da justificao de novas teorias cientficas.

    Os resultados obtidos nesta parte da investigao confirmaram a expectativa inicial

    de que mesmo numa disciplina especfica de Histria da Qumica possvel

    introduzir contedos de Filosofia da Cincia, envolvendo os alunos em discusses

    sobre este assunto e possibilitando maior compreenso da natureza da cincia. A

    disciplina Histria da Qumica um espao privilegiado no currculo para discusses

    sobre a natureza da cincia com os alunos, durante a formao inicial. Reconhece-

    se, no entanto, que outros espaos curriculares precisam ser identificados para que

    as lacunas relativas dimenso epistemolgica sejam preenchidas.

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    1Instituto de Qumica da Universidade Federal da Bahia, Campus Universitrio deOndina, Rua Baro de Geremoabo, s/n, Ondina - Salvador, Ba, 40.170-290

    2Um agradecimento especial ao professor Olival Freire Jnior, pelos comentrios esugestes sobre o artigo e pela orientao da tese (OKI, 2006).

    3O termo abordagem conectiva anlogo ao termo abordagem contextual ou liberalutilizado por Matthews (1994).

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#top#tophttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#top#tophttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#top2#top2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#top2#top2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#top3#top3http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#top3#top3http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#top3#top3http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#top2#top2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000100005&lng=pt&nrm=iso#top#top
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    Ecltica Qumicaverso impressaISSN 0100-4670

    Eclet. Qum. v.26 So Paulo 2001

    doi: 10.1590/S0100-46702001000100017

    APLICAO DE CORANTES NATURAIS NO ENSINO MDIO

    Mrlon Herbert Flora Barbosa SOARES*Marcus Vinicius Boldrin SILVA,

    der Tadeu Gomes CAVALHEIRO*

    RESUMO:Corantes naturais obtidos de flores de quaresmeira (Tibouchina granulosa)

    e unha de vaca (Bahuinia variegata) e da casca de feijo preto (Phaseolus vulgaris),

    foram usados em experimentos de identificao de substncias cidas ou bsicas,

    tais como, vinagres, sucos de fruta e detergentes. Esta aplicao foi feita em turmas

    de alunos oriundos de escolas pblicas perifricas da cidade de Uberlndia, MG.

    Uma tabela, com os principais resultados apresentada, na qual feita uma

    comparao da utilizao dos corantes naturais com um corante convencional, notocante s cores obtidas. Uma das principais discusses, diz respeito ao conceito de

    indicador propriamente dito, no explorado na escola, conforme relatado pelos

    alunos. A prtica teve excelente aceitao e se mostrou muito eficiente na

    demonstrao de conceitos de acidez, basicidade e indicadores.

    PALAVRAS-CHAVE::ensino de qumica, antocianinas; indicadores naturais

    INTRODUO

    O uso da colorao emitida por compostos presentes no repolho roxo6, frutas como a

    amora, morango e o jambolo e flores como quaresmeira, unha-de-vaca, azalia e

    beijinho, vem sendo um recurso didtico amplamente utilizado como estratgia de

    ensino de equilbrio cido e base e identificao de acidez ou basicidade diversos

    materiais5-6. A preparao de papis indicadores atravs dos pigmentos oriundos

    destes tecidos vegetais tambm um recurso bastante explorado na literatura4,9.

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt01#nt01http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt01#nt01http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt02#nt02http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt03#nt03http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt03#nt03http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt03#nt03http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt01#nt01http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt01#nt01http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt01#nt01http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt03#nt03http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt02#nt02http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#nt01#nt01
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    As substncias responsveis pela colorao destes tecidos vegetais, so as

    antocianinas, pigmentos da classe dos flavonides, principais cromforos

    encontrados nas flores vermelhas, azuis e prpuras. Quando extradas do meio

    natural, apresentam-se na forma de sais de flavlio, normalmente ligadas a molculas

    de acares, sendo os mais comuns a -D-glucose, a -D-galactose e a -D-

    ramnose7. Quando as antocianinas esto livres destes aucares, so conhecidas

    como antocianidinas. As estruturas das antocianidinas mais comuns so

    apresentadas naFigura 1.

    Uma das principais caractersticas das antocianinas, com aproveitamento didtico

    a sua mudana de colorao em funo do pH do meio em que esto inseridas. Esta

    variao de cores foi extensamente estudada e discutida por Brouillard e

    colaboradores1,2,3. Segundo estes autores trs equilbrios principais ocorrem quando

    se eleva o pH de uma soluo cida contendo uma antocianina. Um esquema geral

    apresentado naFigura 2.

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#fig01#fig01http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#fig01#fig01http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#fig01#fig01http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#fig02#fig02http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#fig02#fig02http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#fig02#fig02http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#fig02#fig02http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46702001000100017&lng=pt&nrm=iso#fig01#fig01
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    Vrios trabalhos foram apresentados com propostas de aplicao didtica, e apesar

    de contriburem significativamente para o aumento de experimentos alternativos,

    relatos de sua aplicao efetiva como forma de comprovar a real eficcia destas

    estratgias de ensino, so escassos na literatura.

    Este trabalho tem como objetivo, aproveitar as caractersticas de indicador cido-base apresentados por estes corantes naturais em salas de aula, para alunos do

    ensino mdio, j de acordo com a nova LDB, que prima pela utilizao de recursos

    do cotidiano. As principais vantagens de tal atividade residem no fato do aluno

    aprender a utilizar recursos naturais e a importncia de sua preservao, alertando-o

    para a presena de materiais com caractersticas prprias no seu cotidiano. Em

    adio, o baixo custo de tais experimentos, propicia sua difuso em escolas de

    qualquer nvel econmico-social, contribuindo para a formao de cidados maiscrticos e conscientes de um conceito qumico presente em sua vida diria.

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    Uma vez que a gua o solvente presente na maioria das solues com as quais os

    alunos tem contato no seu dia a dia, pode-se desenvolver o conceito de acidez,

    basicidade e neutralidade decorrente da auto-ionizao desse solvente e classificar

    as solues deste "solvente universal", quanto contribuio do soluto para o desvio

    da neutralidade natural do solvente, conferindo-lhes um carter cido ou bsico.

    Uma avaliao do uso de tal recurso foi avaliado pelos prprios alunos atravs de

    questionrios sobre o aproveitamento e a metodologia empregada.

    MATERIAIS E MTODOS

    - Material Utilizado

    Utilizaram-se os seguintes materiais:

    Flores de quaresmeira e unha de vaca;

    Gros de feijo preto;

    Fenolftalena; Suco de laranja e limo;

    Vinagre de vinho branco e de lcool;

    lcool comum;

    Alvejante para tecidos (soluo de hipoclorito) e detergente;

    gua mineral e gua de torneira;

    Sabo;

    Copos e colheres; Vasilhames comuns (garrafas de gua mineral), com volumes de

    aproximadamente 100 e 500 mL.

    - Condies e Local de Aplicao

    A prtica foi aplicada em uma sala de aula comum, sem a necessidade de

    instalaes de laboratrio, para alunos de nvel mdio do Movimento de Educao

    Popular da Universidade Federal de Uberlndia. Este movimento um projeto que

  • 8/11/2019 ENSINO DE QUMICA.pdf

    37/216

    Rua Dr. Moacir Birro, 663 CentroCel. Fabriciano MG CEP: 35.170-002

    Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: [email protected]

    atende alunos oriundos de escolas pblicas da periferia da cidade de Uberlndia,

    cujo principal objetivo rever os tpicos apresentados no ensino mdio com uma

    abordagem de formao do cidado atravs do saber.

    O universo de alunos atingidos com a aula foi de 148 alunos, distribudos em 4

    turmas. A aplicao foi feita em outubro de 1999, para duas turmas e em maro de

    2000 para as outras duas turmas.

    Os estudantes efetuaram os experimentos em sala de aula, divididos em grupos de

    5-8 alunos. Deve-se salientar, que a diviso das turmas em grup