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1 ISSN 2317-661X Vol. 11 – Num. 03 – Novembro 2016 www.revistascire.com.br ENSINO DE GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA VIA PROMISSORA NA CONSTRUÇÃO DA CONSCIENTIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL¹ Claudia Regina ALBERTON²; Ronildo Alcântara PEREIRA³ 1 Extraído da monografia de conclusão de curso da autora. 2 Graduada em Geografia pela UVA/UNAVIDA. [email protected] 3 Orinetador. Geógrafo. Professor de Geografia da UVA/UNAVIDA. [email protected] RESUMO: Diante das transformações que o mundo tem experimentado nas últimas décadas, cujos reflexos recaem diretamente nas questões políticas, econômicas, sociais e ambientais, é imperiosa a contribuição da escola no sentido de mitigar estes impactos derivados de tais mudanças, sobretudo aqueles que atingem o meio ambiente. Por tais razões, este trabalho teve como proposta unir o conteúdo programático de Geografia com a prática em Educação Ambiental, como forma de demonstrar à comunidade da escola municipal Frei Dagoberto Stucker que, com pequenas ações e o engajamento da comunidade, é possível trilhar o caminho da conservação ambiental em qualquer escala. As atividades de Geografia em sala de aula, articuladas com a prática, através da execução de uma oficina para fabricação artesanal de sabão, a partir do reaproveitamento de óleo comestível usado pela comunidade, culminou com o fabrico de sabão em tablete, que foi posteriormente distribuído entre os participantes. Os resultados mostraram uma surpreendente mobilização de todos os segmentos da escola e permitiram mostrar benefícios, não somente da retirada desse tipo de resíduo do meio ambiente, mas também a possibilidade da aquisição de um produto de limpeza, de maneira fácil e a baixo custo. Palavras-chave: Ensino. Educação Ambiental. Reaproveitamento de óleos vegetais. ABSTRACT: In the face of the transformations that the world has experienced in the last decades, whose effects fall directly in the political, economical, social and environmental, is imperious the contribution of the school towards mitigate these impacts derived from such changing, especially those that affect the environment. For such reasons, this work aimed to unite the Geography programmatic content with practice in Environmental Education as a way to demonstrate with the community of the school Frei Dagoberto Stucker that with small actions and community engagement is possible to tread the path for environmental conservation, at any scale. The Geography activities in the classroom, articulated with practice through the execution of a workshop for making handmade soap from the reuse of cooking oil used by the community, culminating in the manufacture of tablet soap which was later distributed to the participants. The results showed a surprising mobilization of all segments of the school and permitted to show benefits, not only the removal of such residue from the environment, but also the possibility of acquiring a cleaning product easily and at low cost. Keywords: Teaching. Environmental Education. Reuse of vegetal oils. INTRODUÇÃO A Educação Ambiental é o caminho mais próspero para resgatar a importância da cidadania, sobretudo em uma sociedade que almeje o desenvolvimento de forma sustentável. Esta alternativa propicia ao indivíduo o despertar transformador presente no ser humano e o faz refletir sobre as questões relativas ao modelo de produção vigente. Aliás, esta mudança de mentalidade forçosamente levará a sociedade a produzir de forma cônscia, conservando de modo racional os ecossistemas.

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ENSINO DE GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA VIA

PROMISSORA NA CONSTRUÇÃO DA CONSCIENTIZAÇÃO E

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL¹

Claudia Regina ALBERTON²; Ronildo Alcântara PEREIRA³

1Extraído da monografia de conclusão de curso da autora.

2Graduada em Geografia pela UVA/UNAVIDA. [email protected] 3Orinetador. Geógrafo. Professor de Geografia da UVA/UNAVIDA. [email protected]

RESUMO: Diante das transformações que o mundo tem experimentado nas últimas décadas, cujos reflexos

recaem diretamente nas questões políticas, econômicas, sociais e ambientais, é imperiosa a contribuição da

escola no sentido de mitigar estes impactos derivados de tais mudanças, sobretudo aqueles que atingem o meio

ambiente. Por tais razões, este trabalho teve como proposta unir o conteúdo programático de Geografia com a

prática em Educação Ambiental, como forma de demonstrar à comunidade da escola municipal Frei Dagoberto

Stucker que, com pequenas ações e o engajamento da comunidade, é possível trilhar o caminho da conservação

ambiental em qualquer escala. As atividades de Geografia em sala de aula, articuladas com a prática, através da

execução de uma oficina para fabricação artesanal de sabão, a partir do reaproveitamento de óleo comestível

usado pela comunidade, culminou com o fabrico de sabão em tablete, que foi posteriormente distribuído entre os

participantes. Os resultados mostraram uma surpreendente mobilização de todos os segmentos da escola e

permitiram mostrar benefícios, não somente da retirada desse tipo de resíduo do meio ambiente, mas também a

possibilidade da aquisição de um produto de limpeza, de maneira fácil e a baixo custo.

Palavras-chave: Ensino. Educação Ambiental. Reaproveitamento de óleos vegetais.

ABSTRACT: In the face of the transformations that the world has experienced in the last decades, whose effects

fall directly in the political, economical, social and environmental, is imperious the contribution of the school

towards mitigate these impacts derived from such changing, especially those that affect the environment. For

such reasons, this work aimed to unite the Geography programmatic content with practice in Environmental

Education as a way to demonstrate with the community of the school Frei Dagoberto Stucker that with small

actions and community engagement is possible to tread the path for environmental conservation, at any scale.

The Geography activities in the classroom, articulated with practice through the execution of a workshop for

making handmade soap from the reuse of cooking oil used by the community, culminating in the manufacture of

tablet soap which was later distributed to the participants. The results showed a surprising mobilization of all

segments of the school and permitted to show benefits, not only the removal of such residue from the

environment, but also the possibility of acquiring a cleaning product easily and at low cost.

Keywords: Teaching. Environmental Education. Reuse of vegetal oils.

INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental é o caminho mais próspero para resgatar a importância da

cidadania, sobretudo em uma sociedade que almeje o desenvolvimento de forma sustentável.

Esta alternativa propicia ao indivíduo o despertar transformador presente no ser humano e o

faz refletir sobre as questões relativas ao modelo de produção vigente. Aliás, esta mudança de

mentalidade forçosamente levará a sociedade a produzir de forma cônscia, conservando de

modo racional os ecossistemas.

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Uma das saídas apontadas e que dá suporte a estas ações é, indubitavelmente, a prática

da reciclagem, a qual pode ser um fator a catalisar novos conceitos no atual modelo de

produção. Além disso, há em disponibilidade, uma enorme quantidade de resíduos sólidos e

óleos vegetais que, se reaproveitados, geram renda e colaboram para a preservação do meio

ambiente, mormente a água e os solos (VIRGÍNIO et al., 2009).

Nesta perspectiva, a ciência geográfica, que têm como propósito estudar as ações da

sociedade sobre o ambiente, destinada em identificar a dinâmica do comportamento social,

através de estudos que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e

ambientalmente equilibrada.

Frente a tais questões, urge destacar o papel da escola, pois é nela que acontecem os

debates e reflexões sobre as diversas temáticas e os professores e alunos, diretamente

envolvidos neste diálogo, podem proporcionar o amadurecimento do conhecimento,

formando, na sociedade, indivíduos com consciência crítica.

Segundo Brandão (2004, p. 38), este é o caminho mais consistente, que deve ter

coparticipação nos diversos níveis de governo, pois não somente a política educacional

municipal deve, guardadas as devidas proporções e especificidades, estar em linhas gerais, em

consonância com as políticas estaduais e federais de educação, congregando todo o sistema

educacional nessa empreitada.

Para Camargo (2003, p. 14), um dos mais importantes avanços do século XX foi o

despertar da consciência ambiental e a necessidade de encontrar o equilíbrio entre as ações

humanas e a preservação dos recursos naturais.

Para tanto, o saber ambiental é uma vertente da educação, a qual tem papel importante

no estímulo ao conhecimento ambiental, propiciando a convicção dos indivíduos de que a

consciência ecológica se faz necessária.

A grande preocupação em buscar meios para amenizar os avanços dos problemas

ambientais causados pelas investidas do sistema capitalista, que se desenvolve a qualquer

preço, levou as autoridades de diversos países a debater sobre tal problemática, tendo em vista

que os países menos estruturados seriam os mais atingidos.

Isso porque, segundo Coutinho (2009, p. 23), os mecanismos estabelecidos pelo

capital, em sua relação com meio ambiente, pressupõem riscos ambientais crescentes,

inerentes a um modo de produção que necessita destruir a natureza para transformá-la em

mercadoria.

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Como contraponto a tal conjuntura, a partir dos anos 1960, os movimentos em defesa

da natureza passaram a se fortalecer e o sinal de alerta sobre as ameaças que a Terra estava

vivendo se consolidou. As manifestações e discussões naquela época apontaram para a

insuficiência na estabilidade do desenvolvimento no modelo econômico baseado na ideia de

consumo acelerado. Assim, foram introduzidos os temas ambientais adicionados aos

programas de governo das nações, aos partidos políticos e nas comissões internacionais.

Segundo Mendonça (2004, p. 34), estava criada a base para o nascimento dos

movimentos ecológicos que também lutariam pela paz a partir do final dos anos 1950, tendo

seu apogeu nas duas décadas seguintes.

O primeiro (de muitos) grande encontro promovido pela Conferência das Nações

Unidas realizado em Estocolmo, no ano de 1972, teve as primeiras metas de compromisso

ambiental traçadas. Para Mendonça (2004, p. 46), aquele evento significou, por um lado, a

primeira tentativa mundial de equacionamento dos problemas ambientais, por outro,

significou também a comprovação da elevada degradação em que a biosfera já se encontrava.

A Conferência de Estocolmo foi o sinal de alerta em nível mundial sobre os problemas

ambientais, ocasionado pelos países industrializados que ignoravam o alerta da escassez dos

recursos naturais e a extinção das espécies (MILARÉ, 2001, p. 40).

A criação do PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - foi uma

alternativa concreta para combater, com políticas voltadas a conservação e proteção do meio

ambiente, outras ações, para as quais apenas as conferências não eram suficientes.

Para Lago (2007, p. 48), a criação do PNUMA foi determinante para que houvesse um

ritmo mínimo de progresso nos debates sobre meio ambiente no âmbito das Nações Unidas

nos anos seguintes, que resultou, por exemplo, no relatório Brundtland.

Prosseguindo com a política conservacionista, em 1983, a ONU uniu esforços e criou

a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, chefiada pela norueguesa Gro

Harlem Brundtland. Essa comissão realizou diversa análises sobre os problemas ambientais e

o desenvolvimento econômico. As pesquisas geraram o relatório nomeado Nosso Futuro

Comum, editado no ano 1987, cujo objetivo persegue o desenvolvimento sustentável.

Para Van Bellen (2005, p. 24), o termo desenvolvimento sustentável pode ser visto

como palavra-chave dessa época, e existem para ele numerosas definições. Apesar dessa

diversidade de significados, uma destas, cunhada por Vieira (2009), é a mais comumente

aceita:

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O crescimento econômico é indispensável, desde que cumpra as condições de melhor proteção

ao meio ambiente, ao mesmo tempo em que o equilíbrio entre e a proteção ambiental e a

satisfação das necessidades da sociedade é condição necessária para o desenvolvimento

sustentável (VIEIRA, 2009, p. 113).

Segundo Gallo (2007, p. 37), como estratégia para se atingir o desenvolvimento

sustentável, faz-se necessária a consideração das questões econômicas e ecológicas nos

processos de tomada de decisões, visto que, nas atividades do mundo real, economia e

ecologia estão integradas.

Menezes (2007, p. 202) aponta que sustentabilidade envolve decisões nos campos

econômico, político, social, cultural e ideológico. Assim, as escolhas sobre o que e como

passam pelas lutas e relações de poder inerentes à sociedade moderna, cheia de contradições.

De acordo com o mesmo autor, seja como for, este é um novo desafio, em busca de um novo

paradigma para a vida neste planeta, o qual elege a educação ambiental como meio mais

seguro para lograr êxito.

Segundo Goleman (2009, p. 38), esse despertar para novas possibilidades pode fazer

todos, coletivamente, abrirem os olhos, causando uma mudança em nossos pressupostos e

percepções mais básicos, mudança que impulsionará outras no comércio, na indústria, nas

ações e nos comportamentos de cada um de nós.

Na visão de Keinert (2007, p. 214), o Desenvolvimento Sustentável virou centro de

debates em todo o mundo. As grandes organizações estão procurando se desenvolver de

forma sustentável, pois a degradação que provocam no meio ambiente deve ser amenizada.

Para que tal processo seja eficaz, diversas organizações estão inserindo em sua estrutura

organizacional o sistema de gestão ambiental para envolver os seus empregados neste modelo

e o fazem através da Educação Ambiental.

Ao longo do tempo, o Brasil pouco demonstrou preocupação referente à Educação

Ambiental. Isso só veio a ocorrer nos anos 1980. A partir daí, consolidou-se a ideia de

conservação da natureza, já cristalizada em nível mundial, a essa altura. O país ganhou novas

leis ambientais avançadas, mas também vivenciou uma dura realidade social, com reflexos no

sistema educacional (ALVARO, 1998, p. 40).

A educação ambiental foi citada pela primeira vez na legislação brasileira com a Lei

6938 de 1981 que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente no país.

Outro avanço veio no final dos anos de 1990, com a Política Nacional de Educação

Ambiental, cuja orientação foi a de não ser aplicada, como disciplina, em uma única matéria,

mas deveria ser repassada de forma interdisciplinar nos currículos, integrando-as com enfoque

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holístico. Esta abordagem permite a síntese e a visão geral do meio com uma concepção mais

clara.

Para Moreira (2009, p. 33), esta interdisciplinaridade pressupõe a interação entre duas

ou mais disciplinas, que pode ir da simples comunicação de ideias até a integração de

conceitos fundamentais, da teoria do conhecimento, da metodologia e dos dados de pesquisa.

Sendo assim, a escola é o caminho indicado para o desenvolvimento de trabalhos

voltados para o meio ambiente, mas para pô-los em prática, ainda se enfrentam muitas

dificuldades, pois não há estratégias para esse desenvolvimento. A despeito de haver leis em

vigor, estas, porém, não são observadas nem há punição para os que as descumprem, o que

leva muitas escolas a negligenciarem tal diretriz.

Outro aspecto a ser considerado é o fato de serem poucos os professores cientes dos

problemas ambientais, sem falar que são muitas as dificuldades encontradas nas escolas

públicas, que enfrentam uma dura realidade, devido à falta de material didático, refeições, à

estrutura física deficitária, pouca valorização do professor, segurança entre outros, refletindo-

se na realidade educacional vivida pelos alunos (SAUVÉ, 2000).

No caso presente, a instituição em apreço e Escola Frei Dagoberto Stucker, que tem

como meta a inserção da Educação Ambiental no seu cotidiano curricular, integrando todos os

segmentos da escola, professores, alunos, funcionários e comunidade. A preocupação com o

aproveitamento do lixo produzido no âmbito da escolar implantou no cotidiano da instituição

medidas que visaram à socialização ecológica dos alunos através da reciclagem.

A escola está inserida no programa COOPERJOVEM (Cooperativismo nas Escolas).

Esta iniciativa baseia-se em valores de ajuda mútua e responsabilidade, democracia,

igualdade, equidade e solidariedade (FREITAS, 2003, p. 7).

O estágio supervisionado realizado pela primeira autora deste estudo procurou

trabalhar a questão socioambiental a partir de diversas ações com uma turma de sexta série,

no âmbito da citada escola, de forma a facilitar o objetivo principal, o qual constou de uma

oficina de aproveitamento de óleo vegetal para a produção de sabão.

Através de ações coordenadas e do engajamento de todos os segmentos da escola,

priorizou-se a defesa do meio ambiente, promovendo o equilíbrio justo entre ações antrópicas

e natureza. Buscou-se, assim, interagir o mais coerente possível com o espaço produzido, por

meio da prática da sustentabilidade no cotidiano. Segundo Goleman (2009, p. 42), “a

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inteligência ecológica nos permite compreender sistemas em toda a sua complexidade, bem

como a interação entre o mundo natural e o mundo construído pelo homem.”

Diante do contexto abordado, este estudo buscou alternativas para a aplicação da

Educação Ambiental na gestão da Escola Municipal Frei Dagoberto Stucker em Campina

Grande – PB e, através da reciclagem, promoveu uma oficina para aproveitamento dos

resíduos coletados na própria escola e na comunidade, como forma de pôr em prática os

conteúdos abordados em sala de aula.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a elaboração deste estudo, foram utilizadas fontes diversas, pertinente ao tema

Educação Ambiental e sua prática no cotidiano escolar, através de um estágio supervisionado

na escola em questão. Buscou-se compreender a relação entre o equilíbrio da sociedade com o

meio ambiente à luz das suposições da sustentabilidade.

O levantamento dos dados de campo foi obtido através de entrevistas informais e

aplicação de questionários qualitativos que nortearam as diretrizes sobre meio ambiente na

percepção dos alunos que residem no entorno e fora realizado no período de agosto a

novembro de 2011.

A investigação na citada Escola Municipal teve a intenção de auferir como a Educação

Ambiental era abordada na gestão escolar e como os alunos do sexto ano assimilam este tema.

Como atividade prática, trabalhou-se uma oficina de reciclagem com óleo vegetal saturado,

como insumo para a fabricação do sabão artesanal.

A última fase da pesquisa constituiu-se da interpretação dos dados obtidos na etapa

anterior no propósito de chegar a uma percepção da contribuição da Educação Ambiental na

comunidade da escola púbica em análise.

Espaço da pesquisa

A cidade de Campina Grande está localizada a apenas 120 km de João Pessoa, capital

do Estado da Paraíba. Ela é privilegiada do ponto de vista climático, pois dispõe de um clima

de montanha, agradável, além de conservar, ainda, aspectos de cidade interiorana, mas com a

força de uma metrópole, nos setores, econômico, de saúde e, principalmente, na formação e

captação de mão de obra qualificada, exportando profissionais e produtos para vários lugares.

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A cidade dispõe de uma diversidade cultural de raízes nordestina e cultiva a história de

tradições típicas na dança no canto respeitando as diferenças de outras culturas.

O município possui uma área territorial de 594 Km² (Figura 1), com uma população de

385.276 segundo o censo de 2010. Geograficamente, situa-se numa área de transição entre o

Agreste e o Cariri, assentada sobre o planalto da Borborema.

O espaço da pesquisa foi o Bairro do Alto Branco, na zona Norte, um dos pontos mais

altos da cidade. Ali, são encontrados vários pontos de comércio, principalmente a (EMPASA)

- Empresa Paraibana de Abastecimento.

Figura 1. Localização do Bairro Alto Branco em Campina Grande com destaque

para a Escola Municipal Frei Dagoberto Stucker.

Fonte: adaptada de fontes diversas

Caracterização da escola campo de estágio

A Escola Frei Dagoberto Stucker pertence à rede Municipal de Campina Grande. Está

localizada à Rua Newton Estilac Leal, s/n, bairro do Alto Branco. A sua inauguração

aconteceu no dia 31 de janeiro de 1987. A denominação deste Grupo Escolar deve-se ao

Projeto de Lei nº 18/90, em homenagem póstuma a Frei Dagoberto Stucker, pelo amor ao

trabalho e a sua missão religiosa.

A escola atende aos alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental 1,

correspondente ao 1º e 2 º ciclo que seriam o 1º ano ao 5º ano (alfa a 4ª série), e Ensino

Fundamental 2, que formam o 3º e o 4º ciclo que são 6º ano a 9º ano (5ª a 8ª série), e

Educação Especial.

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A Escola Frei Dagoberto Stucker possui uma área externa com espaço agradável, ideal

para os alunos desenvolverem atividades pedagógicas, praticando esporte, brincadeiras e bate-

papo nos intervalos.

A Escola conta com professores graduados com habilitações adequadas ao exercício

da prática docente no nível em que atuam, atendendo a determinação da Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDB), nº 9394/96, e são concursados pela rede Municipal de

Campina Grande – PB. Todos os docentes prestam um bom serviço à Instituição e estão

abertos a novos projetos, realizando as atividades com comprometimento e dedicação.

Identificação e Caracterização da turma observada

Para a pesquisa, tomou-se como referência a turma do 6º ano, matutino, onde estão

matriculados 23 alunos para o ano letivo de 2011 (Figura 2). Destes, 19 frequentam a sala de

aula, mas há uma evasão de quatro alunos. São adolescentes entre 12 a 16 anos de idade, dos

quais, na sua grande maioria, residem nas proximidades da escola.

Figura 2. Turma do 6º ano alunos preenchendo questionário

Fonte: ALBERTON (2011).

No primeiro contato, eles foram receptíveis aos novos desafios, já que iriam fazer

parte deste estudo. Em todas as atividades desenvolvidas em sala de aula, o grupo demonstrou

interesse.

Observaram-se algumas dificuldades em assimilar e compreender os conteúdos de

Geografia, dificuldades estas que foram identificadas através das respostas obtidas com a

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aplicação dos questionários e das entrevistas, onde ficou clara a necessidade de inovar,

aperfeiçoar e desenvolver novos métodos nos conteúdos, de modo a favorecer o entendimento

do estudo em pauta.

RESULADOS E DISCUSSÃO

A inserção da educação ambiental participativa

O caráter amplo em que se insere a educação ambiental sugere que ela não deve ser

implantada como disciplina específica, o que quer dizer que o tema deve perpassar todos os

componentes curriculares em cada nível de ensino, integrando-os com enfoque holístico,

permitindo a síntese e a visão geral do meio circundante.

Para Travassos (2001, p. 10), a Educação Ambiental tem que ser desenvolvida como

uma prática, para todas as pessoas envolvidas com a escola, as quais precisam estar

preparadas para lidar com tão importante tema. Essa abordagem reforça a visão de conjunto, a

interdependência das disciplinas curriculares tradicionais, forçando a síntese como importante

ferramenta de compreensão da realidade, buscando a formação de cidadãos aptos a entender

as exigências do meio ambiente circundante, defendendo com ética a equidade ambiental mais

ampla.

Para envolver toda a instituição escolar na dinâmica meio ambiente e sustentabilidade,

foi encaminhado um comunicado à direção e aos professores para que eles tomassem

conhecimento da finalidade da importância da participação no evento.

Dessa forma, para elaborar a oficina de reciclagem, foi necessário o envolvimento de

toda a instituição escolar, que armazenou em recipientes adequados o óleo saturado, trazido

pelos alunos, professores e o espaço da cozinha da escola, componentes importantes para a

fabricação do sabão ecológico.

Para isso, foi feito pelos próprios alunos um panfleto informativo abordando a

importância de reciclar e de que forma todos poderiam contribuir. O panfleto foi afixado em

cada sala de aula, onde os alunos o visualizassem e não se esquecessem do compromisso

planejado.

Escola e Meio. Ambiente: uma reflexão sobre o cotidiano

Outros aspectos buscados junto aos alunos foram a satisfação em estudar geografia, a

leitura de mapas, além da percepção dos problemas ambientais, como preparação ao

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entendimento, à importância da reciclagem e seus benefícios. Para tanto, aplicou-se um

questionário semiestruturado junto à turma. Após o término do preenchimento do

questionário, foi feito um sorteio de uma latinha reciclada, utilizada como porta objetos, para

motivá-los e deixar o ambiente descontraído.

Uma vez criadas as condições para o engajamento da turma, foi proposta a elaboração

de uma representação do modo como eles observam os problemas ambientais no bairro onde

moram e os desafios que todos os moradores enfrentam, ante as dificuldades que, acreditem,

não são caso isolado, mas são comuns em outros bairros da cidade. Um desenho à mão

(Figura 3) retratou a relação aluno/meio ambiente completa com um texto explicativo que

mostra a interpretação do aluno acerca dos problemas localizados no bairro onde mora.

Figura 3. Desenho e redação sobre Meio Ambiente feito por um aluno do 6° ano.

Fonte: ALBERTON (2011)

Ações sustentáveis através de uma oficina ecológica

A grande preocupação de hoje, diz respeito a que medidas podem ser tomadas para

amenizar os impactos ambientais, pois o passado nos deixou grandes problemas devido ao

impulso frenético da ação do homem sobre a natureza. Segundo Menezes (2007, p. 202),

ações e práticas sustentáveis envolvem decisões nos campos econômicos, políticos, sociais,

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cultural e ideológico e podem, em muito, ajudar a natureza. Assim, as escolhas sobre o que e

como passam pelas lutas e relações de poder inerentes à sociedade moderna, cheia de

contradições.

Nesse contexto, a sugestão como a oficina de reciclagem na fabricação do sabão

ecológico, proposta por este estudo, é uma alternativa sustentável, que ameniza os impactos

ao meio ambiente, pois é uma providência que contribui para reaproveitar o óleo vegetal

usado para cozinhar e que se trata de um grande poluidor.

Conforme Lira (2007):

A reciclagem de resíduos, independente do seu tipo vem apresentando várias vantagens em

relação à utilização de recursos naturais virgens, como redução do volume de extração de

matérias primas, economia de energia, menores emissões de poluentes, melhoria da saúde da

população e, principalmente, a preservação dos recursos naturais, prolongando sua vida útil.

(LIRA, 2007, p. 185)

São ações simples e objetivas, como a que consta nesta proposta, que conseguem

conscientizar as pessoas, através de uma abordagem direta, mas que produza atitudes capazes

de refletir e de reeducar. Isto pode ser observado na comunidade da escola, que a fez refletir

sobre os problemas ambientais de seu entorno.

Uma vez trabalhados os conceitos e a conscientização dos alunos, partiu-se para o

objetivo maior que foi a realização da fabricação artesanal do sabão, com o óleo reaproveitado

e coletado pela turma reunida (Figura 4), partiu-se para a ação.

Figura 4. Participação dos alunos na oficina.

Fonte: ALBERTON (2011).

Os alunos representando as séries da Instituição Escolar ficaram observando todo o processo

de fabricação do sabão ecológico tendo no óleo saturado sua principal matéria-prima (Figura

5).

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Figura 5. Óleo vegetal saturado

Fonte: Alberton (2011).

Vale ressaltar que este óleo quando chega ao meio ambiente causa sérios problemas

ambientais, alguns deles, como a impermeabilização do solo, o que dificulta a absorção de

água, tornando-se um dos fatores que causa as enchentes e poluindo os lençóis freáticos.

Quando é despejado diretamente nos rios e represas, fica na superfície, impedindo a entrada

de luz e ameaçando a vida de espécies aquáticas.

Estes alunos poderão ser vetores na difusão do descarte adequado deste resíduo, pois

as pessoas que os utilizam, a exemplo de donos de restaurantes, cozinheiros, pasteleiros e

donas de casa, estão (sem saber) contribuindo para poluir, causando um enorme dano não

somente ao meio ambiente, mas até mesmo à infraestrutura urbana, obstruindo a tubulação de

esgotamento das cidades.

Segundo Alberici e Pontes (2004):

O acúmulo de óleos e gorduras nos encanamentos pode causar entupimentos, refluxo de esgoto

e até rompimentos nas redes de coleta. Para retirar o produto e desentupir os encanamentos são

empregados produtos químicos altamente tóxicos, o que acaba criando uma cadeia perniciosa. (ALBERICI e PONTES, 2004, p. 79)

A fabricação do sabão ecológico é de fácil preparo, com ingredientes simples, apenas

a soda cáustica requer mais cuidado na hora de manuseá-la. De acordo com Cruz e Galhardo

Filho (2004, p. 88), sabões são sais orgânicos obtidos a partir da reação (denominada

saponificação) entre óleos e gorduras com uma base forte de soda cáustica ou potassa cáustica

apresentada na (Figura 6).

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Figura 6. A mistura dos ingredientes para fabrico do sabão.

Fonte: ALBERTON (2011).

Esta é uma das muitas alternativas para o óleo vegetal saturado. Neste caso, a

utilização para a fabricação do sabão ecológico em tablete (Figura 7), pois entre muitos

benefícios, ele é considerado um produto biodegradável. Na visão de Ferreira (2001, p. 106),

porque pode ser decomposto por microrganismos usuais no meio ambiente. E ecológico

porque a ação evita que o óleo chegue ao meio ambiente, poluindo-o. Com ações deste porte,

pode-se despertar a consciência de que a conservação do meio ambiente é responsabilidade

social e o sabão ecológico é uma alternativa de baixo custo que traz um grande benefício

cultural e social, despertando a conscientização de uma comunidade.

Figura 7. As barras de Sabão Ecológico, fabricados e cortados em tabletes.

Fonte: Alberton (2011).

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O sabão ecológico faz muita espuma e é utilizado nos mais diversos tipos de limpeza,

na cozinha, ele é ideal para manter o brilho dos utensílios de alumínio e tirar gordura de vidro

e plástico. Na lavagem de roupas, ele desencarde principalmente pano de louça, jeans tapetes

e roupas brancas. O produto foi utilizado na cozinha da própria escola para higienização dos

utensílios domésticos e nas demais limpezas em geral.

O sabão ecológico, aos poucos, vem conquistando novos consumidores e com isso

estará passando por uma nova receita para melhorar seu desempenho como produto, já que ele

faz parte do cotidiano de alguns usuários que sugerem mudanças em alguns aspectos,

principalmente no cheiro.

Os alunos, professores e funcionários que participaram da oficina ecológica levaram

para casa uma amostra do produto para testar e comprovaram a sua eficiência quanto à

qualidade aqui defendida.

Outra providência foi a divulgação da oficina ecológica apresentada na amostra

pedagógica da escola municipal Frei Dagoberto Stucker, realizada em novembro de 2011 e

aberta aos visitantes que puderam conferir os trabalhos realizados pelos alunos e professores

de todas as séries nos mais variados temas, todos que ali visitaram o evento puderam ver o

sabão ecológico e tirar as dúvidas com os alunos que participaram da oficina. E assim, a partir

de ações simples, como no caso presente, a comunidade pode se engajar na educação

ambiental e projetar o futuro com mais preservação.

CONCLUSÕES

O trabalho mostrou a dinâmica nas atividades do conteúdo da Geografia, articulado

com outros saberes, no sentido de apresentar ao público jovem e à comunidade, a importância

que o tema alcança em um tempo de reflexão e comprometimento, baseado na Educação

Ambiental.

O trabalho de campo evidenciou outro aspecto importante no processo educacional,

que foi a participação interdisciplinar dos profissionais da educação. Deles dependeu o

envolvimento da comunidade e possibilitou os resultados alcançados.

A mobilização posta em prática por ocasião da realização desta pesquisa mostrou

resultados significativos de duas maneiras: primeiro, através abordagem da assimilação no

aprendizado do conteúdo de Geografia e, em segundo, por meio da participação de toda a

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escola e da comunidade. Tudo isso convergiu à construção da oficina ecológica na produção

do sabão artesanalmente, na difusão de uso e sua divulgação.

A comunidade da escola frei Dagoberto conheceu na prática o significado de reciclar,

preservar e economizar. Acredita-se, dessa forma, que este trabalho possa ter contribuído para

as reflexões sobre a prática da Educação Ambiental, introduzindo na escola medidas que

visam amenizar os impactos ambientais causados pelo homem.

Em suma, a missão de preservar parece não estar relacionada apenas aos megaeventos,

mas às pequenas ações do cotidiano da sociedade, por meio da Educação Ambiental, na

observância da legislação vigente, seja em escala local ou global. Neste processo, o

profissional geógrafo tem papel destacado no entendimento da interface sociedade/produção

do espaço. Fica o desafio para aqueles que buscam introduzir a Educação Ambiental como

processo modificador nas unidades de ensino e que este trabalho possa contribuir em seus

diversos aspectos.

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