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Estudantes da Universidade Estadual Ceará, é com muita alegria e mística que apre- sentamos a tese do coletivo Canto Geral para o XIV Congresso de Estudantes da UECE. Um coletivo que há mais de dois anos vem lutando por uma Universidade Popular. Na nossa tese, sistematizamos um pouco do acumulo de nossas reflexões, ações e idéias que fazem com que nos identifiquemos enquanto coletivo. Por compreendermos que a saída para todos os nossos problemas só serão encontradas coletivamente fazemos um chama- do a todos e a todas que não se contentam com o quer está sendo imposto a continuar cantando na busca da libertação. Além de nos orientar politicamente, o CONUECE cumpre o papel fundamental de promover debates acerca de temas importantes para nossa formação humana e política, afim de que possamos sair da universidade como profissionais comprometidos com a mudança da sociedade em favor do povo. Outro ponto importante deste espaço é a interação entre os campi do interior (FECLESC – Quixadá, FACEDI – Itapipoca, FAFIDAM – Limoeiro do Norte, FAEC – Crateús, FECLI – Iguatu e CECITEC – Tauá) com os da capital (CH e ITAPERI). Tomando conhecimento das realidades das unidades do interior do estado, tal como da situação que as/os estudantes estão submetidos, desenvolvemos um sentimento de pertencimento para com a universidade, o que nos leva a lutar em defesa desta. Vale ressaltar que este congresso só foi possível graças ao intenso processo de mobilização pelo qual a UECE passou no decorrer deste ano de 2011. No ato no palácio do governo, na assembléia legislativa, na ocupação da reitoria e nas demais atividades, as/os estudantes da UECE mostraram que estão firmes na luta, e que não se curvam diante da política de sucateamento do governo Cid Gomes. Em todas essas lutas as/os estudantes do interior se fizeram presentes, e foram fundamentais paras as vitórias conquistadas até hoje. Neste sentido, o XIV Congresso de Estudantes da UECE vem fortalecer ainda mais esse intenso processo de luta, mostrar que ainda há muito a ser feito, e que nós, estudantes temos a capacidade de criar a universidade popular. Contribuição do Coletivo Canto Geral ao XIV Congresso de Estudantes da UECE Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não, Eu Canto Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não, Eu Canto

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Estudantes da Universidade Estadual Ceará, é com muita alegria e mística que apre-sentamos a tese do coletivo Canto Geral para o XIV Congresso de Estudantes da UECE. Um coletivo que há mais de dois anos vem lutando por uma Universidade Popular. Na nossa tese, sistematizamos um pouco do acumulo de nossas reflexões, ações e idéias que fazem com que nos identifiquemos enquanto coletivo. Por compreendermos que a saída para todos os nossos problemas só serão encontradas coletivamente fazemos um chama-do a todos e a todas que não se contentam com o quer está sendo imposto a continuar cantando na busca da libertação.

Além de nos orientar politicamente, o CONUECE cumpre o papel fundamental de promover debates acerca de temas importantes para nossa formação humana e política, afim de que possamos sair da universidade como profissionais comprometidos com a mudança da sociedade em favor do povo.

Outro ponto importante deste espaço é a interação entre os campi do interior (FECLESC – Quixadá, FACEDI – Itapipoca, FAFIDAM – Limoeiro do Norte, FAEC – Crateús, FECLI – Iguatu e CECITEC – Tauá) com os da capital (CH e ITAPERI). Tomando conhecimento das realidades das unidades do interior do estado, tal como da situação que as/os estudantes estão submetidos, desenvolvemos um sentimento de pertencimento para com a universidade, o que nos leva a lutar em defesa desta.

Vale ressaltar que este congresso só foi possível graças ao intenso processo de mobilização pelo qual a UECE passou no decorrer deste ano de 2011. No ato no palácio do governo, na assembléia legislativa, na ocupação da reitoria e nas demais atividades, as/os estudantes da UECE mostraram que estão firmes na luta, e que não se curvam diante da política de sucateamento do governo Cid Gomes. Em todas essas lutas as/os estudantes do interior se fizeram presentes, e foram fundamentais paras as vitórias conquistadas até hoje.

Neste sentido, o XIV Congresso de Estudantes da UECE vem fortalecer ainda mais esse intenso processo de luta, mostrar que ainda há muito a ser feito, e que nós, estudantes temos a capacidade de criar a universidade popular.

Contribuição do Coletivo Canto Geral ao XIV Congresso de Estudantes da UECE

Enquanto houver espaço, corpo,tempo e algum

modo de dizer não,Eu Canto

Enquanto houver espaço, corpo,tempo e algum

modo de dizer não,Eu Canto

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Desconfiai do mais trivial, na aparência singela. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábi-to como coisa natural, pois em tempo de desordem san-

grenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consci-ente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer

natural nada deve parecer impossível de mudar.

Nada é impossível de mudar, Bertold Brecht.

Compreender a situação e as contradições presentes no mundo, no Brasil e até mesmo em nosso estado e cidade é fundamental para que possamos agir sobre uma determinada realidade. Para isso, precisamos nos apropriar de lentes que possibilitem enxergarmos para além do que está dado, buscando as explicações para as causas das situações de desigualdade e opressão nas quais se encontram a maior parte da população.

Todos os dias, os meios de comunicação anunciam a crise por qual passa a economia mundial. Mas o que eles não se preocupam é em explicar com profundidade os verdadeiros motivos que levam o sistema financeiro a essa instabilidade tão propalada; as mobilizações e revoltas populares no Oriente Médio, EUA e Europa; a crise ambiental que a cada dia se agrava, enfim... Mesmo com todas as formas de dominação e alienação que as classes dominantes se utilizam para manter “tudo como está”, em diversas partes do planeta, a resistência ao atual modelo de exploração vem se mostrando de diferentes formas.

Acreditamos que não estamos diante apenas de uma crise do modelo neoliberal ou de uma crise do sistema financeiro, mas sim de uma crise mais profunda, global, prolongada e com características depressivas e recessivas, como apontam muitos estudiosos. Essa situação abre possibilidades históricas para que as saídas dessa crise possam ser direcionadas pelos trabalhadores e pela juventude numa perspectiva de rompimento com o sistema capitalista, ao mesmo tempo em que as classes dominantes podem canalizar os limites e contradições dessa mesma crise para construir um projeto econômico e político ainda mais conservador e desigual. Nesse contexto, uma transfor-mação concreta vai depender do grau de organização do povo em colocar um outro projeto de sociedade.

No Oriente Médio, os povos rompem com modelos políticos autoritários, em busca de melhores condições de vida e de maior participação nas decisões de seus países. São processos que estão em disputa, tendo em vista que muitas potências econômicas como os EUA, Alemanha, França e Itália, organizados na OTAN, têm o interesse em se aproveitar da atual situação geopolítica naquela região e aumentarem seus lucros com a exploração de petróleo, por exemplo. Caberá aos povos de forma soberana traçar um caminho autônomo para o destino dessas nações.

Na Europa, a população se levanta contra a retirada de direitos conquistados ao longo da história, como temos visto na França, Grécia, Portugal, Espanha e Itália. Na verdade, as mobilizações e enfrentamentos violentos aos governos que acontecem no “velho mundo” são respostas às aplicações de reformas que pretendem salvar os bancos e a zona do Euro através de cortes e arrochos nos investimentos em saúde, educação, previdência social, etc. Nossa expectativa é que os desdobramentos desses conflitos e insatisfações populares apontem para a construção de uma alternativa à esquerda do atual modelo de desenvolvimento do continente europeu.

Na América Latina, a atual conjuntura também é bastante complexa. Fruto de uma condenação popular ao modelo neoliberal implementado em todo continente nos anos 90, assistimos a um conjunto de vitórias eleitorais de candidaturas que se contrapunham ao projeto hegemônico em curso no início dos anos 2000, umas mais contunden-tes como na Venezuela, Bolívia e Equador e outras mais moderadas como são os casos de Brasil, Argentina e Chile.

. Em outros países como Colômbia, Peru e México os governos mantiveram uma postura de total subordinação aos interesses político-econômicos dos EUA. O que se coloca como necessidade do ponto de vista continental para o próximo período é o fortalecimento de uma integração regional que busque uma maior autonomia dos países latino-americanos em relação ao imperialismo estadunidense e europeu. Nesse sentido, iniciativas como a ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) e a CELAC (Comunidade dos Estados Latino Americanos e Caribenhos) são muito importantes. Porém são articulações mais situadas no campo institucional, governamental. Precisamos avançar em processos de integração e unidade das organizações e movimentos populares para construir um projeto popular continental, que abra caminho para a edificação de uma América Latina livre e soberana!

Com relação ao Brasil, mesmo com índices que apontam uma relativa melhoria nas condições de vida do povo brasileiro devido principalmente as políticas públicas compensatórias do governo federal, não faltam dados que comprovem as desigualdades e mazelas sociais que se perpetuam e aprofundam. Esses problemas só podem ser superados com medidas estruturais que modifiquem a estrutura e dinâmica de poder no país. Para isso, torna-se necessário o conjunto da classe trabalhadora fortalecer suas organizações, superando a fragmentação da esquerda e construindo um projeto popular para o país que possa, a partir da luta pela reforma agrária; pela democratização dos

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meios de comunicação; por aumentos substanciais ao financiamento da educação pública em todos os níveis; pelo fim do superávit primário, dentre outras, acumular forças e reascender as lutas de massa no Brasil.

O Brasil ainda não sofreu profundamente, como outros países, com os rebatimentos da crise econômica internacional, mas as projeções para o próximo período não são otimistas, o que pode trazer novos elementos para a luta de classes no país em um futuro não muito distante. Nossa hipótese é que, provavelmente, os trabalhadores não estarão dispostos a retroceder no pouco que conquistaram durante os últimos anos e reagirão aos possíveis impactos dessa crise.

A causa de toda a desigualdade é a exploração. De um lado, existem poucos com muito, e estes poucos buscam incessantemente, e sob quaisquer métodos, manter seus privilégios e seus confortos; de outro lado, está a grande maioria, vivendo em condições precárias, quando não de total indigência. Fruto deste conflito incessante e inconciliá-vel, a tendência é que se acelere a barbárie social, situação que pode ser revertida com a intervenção organizada do povo no campo e na cidade, através das mais diversas formas de lutas, apontando para a construção de um novo projeto para o Brasil.

Se nós não estamos conseguindo ver as coisas dessa forma, não é porque as coisas não são assim. É porque nossos olhos foram educados para não enxergar o mundo dessa forma. Mas é necessário fazê-lo. E, para tanto, não precisamos ir muito longe. Podemos enxergar a luta de classes a partir da universidade.

Dissemos tudo isso para deixar claro que: a luta de classes continua atual. É ela que influencia a dinâmica e contradições da universidade – como veremos adiante – e que, portanto, se quisermos verdadeiramente mudar a universidade e a sociedade, o movimento estudantil precisa fazer diferença na luta de classes.

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A extensão é quase inexistente na UECE e os projetos que resistem, partem da iniciativa de estudantes e professores que, sem nenhum incentivo da universidade, bancam os projetos. Durante esta gestão vários projetos acabaram por falta de incentivo institucional, o “arte na escola” e o “PRONERA” são dois exemplos que os professores tiveram que encerrar suas atividade no ano de 2010.

Nós, do Coletivo Canto Geral, defendemos um modelo de universidade que se contraponha ao estabelecido na nossa sociedade. Acreditamos que a UECE deve se construir a partir das necessidades reais do povo, e não das demandas de um sistema desigual que visa apenas o lucro de uma minoria em detrimento das condições de vida da maioria.

A construção desse novo projeto de universidade deve surgir de um diálogo da comunidade acadêmica com os mais diversos setores populares e movimentos sociais, de modo que esta construção não pode estar à parte de uma transformação da sociedade. Romper com muros da universidade não se dará apenas por quem está dentro, mas muito mais pelos sujeitos que estão fora dos muros da UECE.

A universidade na sociedade capitalista é responsável por reproduzir as condições necessárias para a manutenção do status quo. Nesse sentido, ela é estratégica para o capital na medida em que: 1) forma a mão-de-obra qualificada da qual o capital necessita para manter a ordem social vigente – juízes, professores, altos executivos, cientistas etc.; 2) desenvolve tecnologia e informações, que são apropriadas pelo capital para manter e ampliar seus lucros; 3) produz e alimenta ideologia, com a qual as elites organizam a dominação ideológica na sociedade; 4) é, ela própria, fonte de exploração econômica (faculdades e cursos privados).

Por essa condição, a Universidade aparece como um campo privilegiado da luta ideológica, no qual as suas contradições (como garantir uma formação humana e servir aos interesses do mercado de trabalho?) possibilitam a reflexão coletiva acerca dos objetivos da Universidade, despertando em nós, estudantes, o inte-resse de organização e luta por uma Universidade Pública Popular.

Por tudo isso, o Movimento Estudantil (ME) se caracteriza como movimento social que tem como lócus principal de atuação a Universidade e a sociedade. Ao se posicionar diante dos dile-mas da educação e da sociedade brasileira, o ME toma uma postura classista, pois toma partido diante dos interesses antagônicos entre as elites e os interesses dos trabalhadores\as e do povo brasileiro.

Portanto, compreendemos que quando o ME cumpriu um papel histórico importante dentro da sociedade brasileira (como na campanha “O petróleo tem que ser nosso!”, contra a Ditadura Militar, pelas Diretas Já!, o Fora Collor, entre outras), foi na medida em que ele superou uma visão

Mas aqui de diferente

Temos algo a acrescentar

Temos todos uns aos outros

E um sonho pelo qual lutar.

Lira Alli

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corporativista e contribuiu em diálogo com o conjunto dos movimentos sociais para um projeto de transformação do país. Por isso, acreditamos que o projeto de uma Universidade Pública e Popular se contrapõe aos interesses hegemônicos em nossa sociedade, sendo um projeto alter-nativo de universidade a ser construído pelos\as estudantes, pela juventude da periferia e pelos\as trabalhadores\as brasileiros\as.

Atualmente, devido ao novo Plano Nacional de Educação (PNE), como luta central do movi-mento estudantil brasileiro temos a campanha pelos 10% do PIB para a Educação. Construída nacionalmente, a campanha tem mobilizado diversos setores do ME, além de outros movimentos sociais que também defendem uma educação pública e popular. Porém, a luta ainda não está unificada em sua ação, o que impede a sua massificação e a agitação da campanha no conjunto de estudantes. Em relação à campanha, acreditamos que só fazendo grandes mobilizações de massa é que teremos ganhos concretos em torno da pauta, isso só é possível quando conseguir-mos a unidade dentro do ME e fora dele, nesse momento a fragmentação e o sectarismo implicam uma omissão diante da pauta.

Desde 2010, após um período de aparente silêncio, nós estudantes da UECE voltamos a cantar. Travamos importantes lutas por melhorias na universidade. Elas resultaram em algumas vitórias concretas imediatas, como a entrega dos novos bebedouros, algumas de médio prazo, como a entrega no Novo RU, programada para este mês, a melhoria de infraestrutura em alguns campi do interior e o início da construção do Complexo Poliesportivo, e outras, que dependerão ainda mais do nosso poder de mobilização, como a construção do Hospital Veterinário e o concur-so para Professores Efetivos.

Além disso, nós estudantes temos cumprindo um papel importante nas lutas que foram travadas dentro e fora da universidade. Dentre elas, atuamos diretamente na greve dos professo-res e professoras da rede de ensino básico do estado, na luta contra o aumento da passagem e na campanha contra os agrotóxicos.

O Coletivo Canto Geral defende que o movimento estudantil esteja em constante diálogo com outros movimentos sociais e com a luta d@s trabalhadores/as. Acreditamos também que as entidades estudantis, Centros Acadêmicos e o Diretório Central dos Estudantes, são importantes instrumentos de luta, devendo ser fortalecidos e, em nenhum momento, podem ser deixado de lado pelos que querem transformar a universidade. Ocupar esses espaços é de fundamental importância para o avançarmos no trabalho de base e na organização estudantil. Essas entidades devem ser espaços democráticos, de convivência e discussão coletiva sobre os problemas da UECE, também devem ser o principal veículo de comunicação dos\as estudantes com a comuni-dade ueceana.

Outro fator importante, para garantirmos mais vitórias pros/as estudantes na UECE é a articulação e o constante diálogo com os\as estudantes dos campi do interior. Nossa força reside no número de estudantes que conseguimos mobilizar em torno de questões concretas da universi-dade. Sabemos que nessas unidades da UECE os\as estudantes sofrem com maior precarização e falta de estrutura adequada para o ensino de qualidade. Portanto, é imprescindível a unificação da luta dos/as estudantes da capital com o interior discutindo os rumos da nossa universidade.

Para além das passadas em sala, caixa de som e entrega de materiais, avaliamos que é fundamental que o ME recupere diversas outras formas de comunicação entre os\as estudantes, como murais, stencil, zines, atividades culturais, oficinas de cartazes e batucadas, que tem contri-buído bastante com o processo de mobilização e tomada de consciência dos estudantes.

Levante UECE!

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É importante ressaltar que a Assistência Estudantil surge como mecanismo de amparo a nós, estudantes, no que se refere ao ensino de qualidade, à estrutura física adequada do ambiente acadêmico e às condições que nos garantam a permanência e conclusão de nossos cursos. Isso significa bem mais que a conquista de um Restaurante Universitário; abrange conceitos de que nós, estudantes, devemos receber tudo aquilo de que necessitamos para não abandonarmos nosso curso ou tenhamos nossos estudos prejudicados por situações fora da Universidade. Deve ser mais que um plano assistencialista, deve ceder mecanis-mos para nossa inclusão a fim de que nós possa-mos ter uma formação adequada. Deve garantir moradia, alimentação, saúde, esporte, cultura, lazer, inclusão digital, transporte, dentre outras coisas.

Sofremos dia a dia com as consequências da falta de uma política efetiva de assistência estudan-til na UECE. Hoje, apenas o campi da FECLESC, em Quixadá, possui Residência Universitária. Só o campus do I taper i possui Restaurante Universitário. Muitos estudantes dos campi do interior pagam, cotidianamente, transporte intermu-nicipal, por, muitas vezes, morarem em cidades diferentes de onde estudam. Mulheres, estudantes e funcionárias tem suas atividades prejudicadas pela falta de creche universitária.

. Queremos que a Assistência Estudantil seja entendida como um direito nosso a ser respeitado e cumprido. A não definição de recursos públicos para a manutenção de Políticas de Assistência Estudantil por meio do governo Estadual do Ceará que busquem criar condições objetivas de nossa permanência faz com que, muitas vezes, retarde-mos a conclusão de nossos cursos e até que desistamos deles.

A alegação de que a Universidade pertence à elite, em que os programas de assistência não teriam espaço, esbarra nos estudos mais recentes que mostram participação cada vez mais efetiva de indivíduos de classes sociais mais baixas. A última pesquisa socioeconômica realizada na UECE em 2003, mostra que nós estudantes somos de maioria de classe C, D e E. Isso demons-tra que a Universidade compoe e está subordinada ao quadro de contradições da sociedade brasileira.

A Assistência Estudantil tem que estar em constante diálogo com o tripé que rege a Universidade, Graduação, Extensão e Pesquisa, visando transformar a relação Sociedade e Universidade. Inserir a Assistência Estudantil no nosso cotidiano acadêmico e entendê-la como direito social é romper com a ideologia tutelar de assistencialismo, da doação, do favor e das concessões do Estado.

Queremos a garantia da implementação do Plano de Assistência Estudantil das Universidades Estaduais do Ceará e a criação de fundos específicos para a assistência estudantil!

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A UECE, ao longo dos seus 36 anos de história, passou por um processo interiorização. Diversos campi foram construídos em cidades do interior do estado. No entanto, estes nunca foram tratados com uma política real de integração acadêmica, científica e política pelas sucessivas reitorias e governos estaduais.

Os cursos dos campi do interior foram majoritaria-mente criados para suprir uma demanda principal de formação de professores, muitas vezes desvinculado de dois importantes pilares da universidade: a pesquisa e a extensão. Estudantes e professores vêm aos poucos, através de reflexões e ações concretas, desenvolvendo alternativas nos campos da pesquisa e da extensão universitária, iniciativas que são muitas vezes inviabiliza-das pelas ações do governo estadual que vem nos últi-mos anos excluindo a educação superior da sua lista de prioridades.

Para que a Universidade possa cumprir sua função essencial, se faz necessária uma política de interioriza-ção da UECE criada a partir de um dialogo constante entre a comunidade acadêmica e os movi-mentos sociais, sindicatos, e demais organizações populares no sentido de criar condições bási-cas para a produção de um conhecimento a partir das reais necessidades do povo que normalmen-te é marginalizado do processo de formulação acadêmica.

A partir do reconhecimento das necessidades da comunidade local de cada campus é neces-sário, além da estruturação física e da viabilidade da permanência dos e das estudantes, o investi-mento em pesquisa e extensão voltado para solucionar as problemáticas econômicas e sociais do povo, de forma não assistencialista. Só assim a Universidade será reconhecida enquanto promo-tora de real desenvolvimento social.

O Canto Geral defende o fortalecimento do movimento estudantil nos campi do interior e a construção de uma política de interiorização que se contraponha ao modelo de desenvolvimento preconizado pelos sucessivos governos estaduais e pelas elites cearenses. A luta pela construção de uma universidade que se proponha verdadeiramente popular deve continuar.

Os princípios norteadores dos sistemas educacionais modernos implicam democratizar o acesso às escolas/universidades e a qualidade do ensino, a formação dos professores e a garantia de atendimento a todos/as, preservando as diferenças físicas, cognitivas, culturais, sociais, étni-cas etc. É dever da Universidade planejar seus espaços de modo que permita o livre acesso de todos/as, de forma que não existam barreiras físicas, sociais ou atitudinais.

No ambiente universitário, a acessibilidade da pessoa portadora de necessidades especiais compreende não só a adequação da arquitetura, das instalações físicas, mas o provimento de equipamentos e recursos especiais que dêem subsídio à sua permanência na Universidade,

Acessibilidade

Há sensibilidade

Acesso ou habilidade

Não passe, ultrapasse

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incluindo sistemas educacionais que efetivem uma política educacional aberta às diferenças.

A prática da inclusão com responsabilidade propõe um novo modo de interação social, através de uma revolução de valores e de atitudes, exigindo mudanças na estrutura da sociedade e da própria universidade.

Alcançar condições de acessibilidade significa conseguir a equiparação de oportuni-dades em todas as esferas da vida. Neste contexto, todos os espaços acadêmicos devem ser democratizados de forma que possam ser compreendidos e utilizados pelas pessoas com necessidades especiais.

Não menos importante é a necessidade de (re)educação no sentido de conscientizar estudantes, professores e trabalhadores da universidade em geral para que contribuam na formação e inclusão dos sujeitos, reconhecen-do, valorizando e respeitando suas singulari-dades.

O esporte tem uma grande importância cultural para o nosso país sendo destaque diariamente nos meios de comunicação. Um dos planos de estado para o Brasil é que em 2020 consigamos ser uma das grandes potências econômicas do mundo. O esporte é um dos principais meios para garantir esse status. Diante disso, diversos megaeventos ocorreram e ocorrerão no Brasil. Entre eles, a 5ª edição dos Jogos Mundiais Militares - 2011, a Copa do Mundo – 2014, as Paraolimpíadas e Olimpíadas - 2016 e, possivel-mente, os Jogos Mundiais Universitários - 2018. Dessa forma, nós do Coletivo Canto Geral, sentimos a necessidade de pautá-lo e discutir suas dimensões na universidade.

Iniciaremos essa discussão com base em alguns questionamentos: Como se dá a prática de esporte na sociedade? A quem interessa? Quem tem acesso? Tomando por base essas indagações, faz-se neces-sário a análise de fatores que influenciam as práticas esportivas.

Temos um esporte voltado, na maioria de suas práticas, para auto-rendimento. Alimentando, assim, sentimentos de sobrepujança, individualismo e comparação entre os indivíduos da sociedade. Sejam em campeonatos, programas do governo ou nas atividades que são promovidas na universidade, sempre estamos convocados a ser os melhores. Além disso, apenas uma minoria tem a oportunidade de desfrutar desses privilégios. Ora pela falta de condições materiais (poucos tem condições de comprar os materiais necessários para a prática esportiva), ora pelo número restrito de vagas nas escolinhas (sem citar os que não têm a 'tal aptidão').

É notório ressaltar o papel da mídia, pois ela contribui na manutenção dessa concepção de esporte. Precisamos estabelecer um limite entre mídia e esporte, pois é necessário que o espectador exerça um esporte que lhe traga benefícios e o contemple de acordo com suas reais necessidades.

Traçando um parâmetro com nossa realidade acadêmica, temos um exemplo de desvalorização do esporte, pois dentre as poucas práticas existentes, sofremos com a falta de equipamentos, materiais, incentivos financeiros, projetos de extensão e pesquisa que atinjam tanto os acadêmicos, como a comuni-dade ueceana, além da falta de incentivo à própria prática. Dessa forma, é preciso que nós estudantes despertemos um senso crítico tendendo à mudança daquilo que está sendo imposto.

Compreendendo tais aspectos, pautamos um outro modelo esportivo que vise uma vivência coletiva, na qual todos têm o direto a prática esportiva. Sendo este o papel fundamental na construção de uma política esportiva com base nos princípios da socialização, integração, participação, educação e formação desses indivíduos que se identifiquem como sujeito transformador da realidade.

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Toda concepção de algo é uma constatação social que apresenta ao menos duas dimensões fundamentais que precisam ser compreendidas, uma técnica e outra política, de tal forma que também a concepção de saúde surge a partir de sua elaboração por sujeitos, no movimento históri-co das relações sociais em diferentes espaços. A construção da concepção de saúde também tem por base o modo de produção que, em seu atual modelo capitalista, vem aumentando os impactos negativos na saúde, gerando a precarização dos serviços e prestação de saúde à sociedade.

A construção de um modelo de saúde que atenda as necessidades da comunidade começa na formação daqueles que estarão em contato direto com os usuários. Percebemos que o conheci-mento em saúde produzido na Universidade se distancia de práticas sociais que sirvam para o povo, em contrapartida se aproximando de um saber técnico, mecânico e aliado a um modelo de saúde que não atende as reais necessi-dades da população.

A UECE hoje está deficiente em instrumentos que fortaleçam nossa forma-ção. A falta de laboratórios, de livros atualizados e que atendam a demanda de estudantes e a carência de campos de estágio, são algumas das problemáticas que os cursos da saúde sofrem dentro da universida-de. É preciso lutar por uma formação que proponha uma saúde inserida numa trans-formação social, com novas relações de trabalho, educa-ção, condições de moradia e lazer e por isso não se restringindo apenas ao setor da saúde. Para isso, defendemos a construção de mais laboratórios, da atualização e ampliação de livros para a saúde e também o aumento do número de campos de estágio, que é nosso direito nos hospitais da rede estadual.

Além disso, defendemos a construção do Hospital Regional Metropolitano dentro do campus do Itaperi. Com a construção de um hospital público no campus, este cumprirá um papel de forma-ção para os/as estudantes da UECE e também como forma de beneficio contínuo para toda a comunidade dos 25 bairros que compreendem as regionais IV e V do município de Fortaleza.

Um novo ensino crítico em saúde é necessário, as ferramentas para isso também. Não podemos nos deixar calar, essa luta também é nossa!

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Assim como em outros espaços onde estamos presentes, a Universidade ainda abriga diversas opressões que contribuem para a manutenção do machismo na sociedade, ocultando as questões de gênero e dificultando nossa permanência. Mesmo com um número crescente de mulheres que entram na Universidade, podemos perceber que nossa entrada se dá de forma desigual entre os cursos.

As desigualdades entre nós e os homens são reforçadas através de propostas pedagógicas, como segregação de gênero por ramo de conhecimento e profissões ditas como femininas ou masculinas, além de linhas de pesquisas que, embora aparentemente neutras, ocultam essas questões, o que reafirma práticas machistas que são responsáveis pela divisão de papéis entre nós e os homens na Universidade. Isso configura a chamada Divisão Sexual dos Cursos, na qual os homens ficam com o ramo da produção - que agrega maior valor social (ex.: economia e enge-nharia), e nós com o ramo da reprodução - um trabalho de cuidados, desvalorizado socialmente (ex.: pedagogia e serviço social).

Compreendemos que a Universidade perpetua uma determinada classe social, contudo, essa hegemonia é vinculada a uma supremacia masculina e branca e, nesse sentido, a luta pela nossa emancipação se intensifica. Como prova disso, temos a luta pela nossa entrada na Universidade, que é extremamente recente, pois, mesmo tendo sido autorizadas a se matricula-rem no Ensino Superior a partir de 1879, foi somente a partir de 1970 que se intensificou a nossa presença nas universidades. Outra prova dessa reverberação de práticas machistas na Universidade é o caráter opressor que, por exemplo, recepções de calouras/os e festas universitá-rias acabam por tomar. Por vezes, se naturaliza a vulgarização do nosso corpo e assim somos estereotipadas como objeto, o que gera desrespeito e, dessa forma, incentiva a violência física, sexual e moral às estudantes.

Como espaço de questionamento, o Movimento Estudantil (M.E.), contraditoriamente, em muitos momentos reproduz relações opressoras de gênero, dentro e fora de suas instâncias, secundarizando nossa pauta dentro do movimento. Exemplo disso é que, apesar de estarmos inseridas no M.E, ainda cabe aos homens os papéis de direção e protagonismo, fruto da divisão sexual de papéis dentro do movimento. Romper com o machismo dentro e fora do Movimento Estudantil da UECE é uma tarefa que nos é colocada dentro da atual conjuntura. Desmontar o discurso que naturaliza os papéis sociais dirigidos a nós e aos homens, mostrar que tais papéis são mutáveis e que não há espaços reservado exclusivamente a nós e outros aos homens são nossas tarefas.

Concluímos, mulheres, que é imprescindível lutar pela construção de creches universitárias, ampliação de bolsas de assistência estudantil e construção de residências universitárias que atendam às estudantes que são mães. Essas lutas contribuem para construirmos uma Universidade que desmantele concepções machistas de relações de gênero, introduzindo nesta um olhar não apenas feminino, mas feminista na produção de conhecimento da Universidade.

Por lutarmos por uma Universidade Pública Popular e contra a exploração entre os gêneros, sentimos a necessidade cotidiana de enfrentarmos todas as formas de opressão e exploração, o que inclui a luta contra o racismo, o machismo e a homofobia.

A homofobia, medo, aversão ou ódio irracional às lesbicas, gays, bissexuais, travestis ou

“Vamos lá mulherada prá rua, quero ver essa saia rodar, entoando

um canto de luta, se movendo pro mundo mudar.”

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transexuais, está se materializando, fundamentalmente, naqueles que possuem orientação afetivo-sexual e/ou identidade de gênero diferente do padrão imposto pela heteronormatividade. Demonstrações de afeto e carinho são vetadas pela homofobia. Cometemos o erro de imaginar que os(as) homofóbicos(as) são apenas aqueles(as) que agridem fisicamente o gay, a lésbica, mas pequenos atos representam também atos de homofobia, muitas vezes cometidos por pesso-as próximas. Exemplos disso, são as agressões físicas, socos, chutes e pauladas motivadas pelo fato de as vítimas serem ou estarem acompanhadas de homossexuais. Outra forma de violência, é o perfil ativado no twiter, @HomofobiaSIM que defende abertamente a discriminação e a violência a homossexuais e mulheres. Em apenas um dia, o perfil, que diz existir "pela moral e família", angariou mais de 15 mil seguidores.

A heteronormatividade é uma violência, estruturada no patriarcado, que consiste em estabe-lecer uma norma, ou seja, definir o que é normal dentro do campo da sexualidade e, a partir daí, oprimir todos aqueles que fogem desse padrão de normalidade, o padrão heterossexual. Ela pode ser percebida em vários tipos de represálias, desde o confinamento social, a dificuldade de exposi-ção da real identidade de gênero e em casos mais graves até a pena de morte. Na maioria das vezes é difícil de perceber como esses ditos “descumpridores dos padrões naturais” são criminali-zados, seja na perda de seus direitos básicos até a autonegação da sua identidade.

A homofobia vem ocupando destaque nas estatísticas de crimes motivados por ódio no Brasil. Em 2008, 187 LGBT foram assassinados no Brasil, em 2009 esse número passou para 198 e em 2010 ultrapassou a marca de 250 assassinatos. É importante lembrar que a violência homo-fóbica se expressa de diferentes formas, não só na violência física, mas, também, na violência sexual, psciologica e simbólica.

Na UECE, não é muito diferente. Sofremos as mesmas violências. Somos diariamente alvos de olhares 'criminalizadores'. Recentemente, no Centro de Humanidades, por demonstrarmos afeto por nossos companheiros e companheiras, fomos alvos de várias posturas homofóbicas, inclusive por parte da administração superior.

Nós, do Coletivo Canto Geral, defendemos que a luta contra a homofobia deve ser uma luta contra a heteronormatividade e a divisão sexual do trabalho extensiva. Além disso, deve estar articulada à luta contra o patriarcado e o racismo, e ter como horizonte uma sociedade justa.

Defendemos, também, a existência de um coletivo LGBT dentro da UECE. Acreditamos ser um passo importante para nos reconhecermos enquanto sujeitos transformadores do que é impos-to e para iniciarmos a luta mais efetiva contra a homofobia dentro da universidade.

A luta pelo direito de se relacionar, de amar sem medo, sem culpa, não é uma questão menor para a defesa da humanidade, para a defesa da sua liberdade. Devemos lutar pelo enfrentamento a tudo que sufoca, que oprime e que massacra. Assim, entendemos que a luta contra a homofobia é também um compromisso de nós estudantes da UECE e lutadores/as do povo! Continuaremos lutando por uma Universidade livre de todos os preconceitos, explorações e opressões!

Historicamente, negras e negros são exploradas/os e marginalizadas/os no nosso país. Desde o período escravocrata, onde eram tratados como simples mão-de-obra, tendo até mesmo suas lutas por libertação silenciadas pela historiografia oficial e a conquista da mesma creditada ao movimento abolicionista (branco), até os dias atuais aonde a maioria da população pobre e margi-nalizada do Brasil é negra, e a qual vem sofrendo continuamente um extermínio de sua juventude nas periferias.

Percebemos assim, que o lugar social que é destinado às/aos negras/os na nossa socieda-de não é um dos melhores. E essa realidade não é diferente nas universidades, inclusive na nossa, aonde existe pouquíssimo ou nenhum espaço de debate sobre políticas e atuações que visem à questão negra, e aonde existe (principalmente em determinados cursos da saúde) uma maioria branca.

É impossível se pensar uma Universidade Popular que atenda aos interesses e necessida-

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des do povo que não seja negra e com espaços voltados para se debater e se pensar a questão da/do negra/o na sociedade brasileira.

Assim, pensando e visando, a construção da UECE enquanto uma Universidade Popular voltada para o interesse do povo cearense, pretendemos iniciar o debate tanto nas unidades da capital como nas do interior sobre cotas raciais na UECE, sobre o que significa ser negra/negro no Brasil e no Ceará, lutar pela construção e fortificação de espaços de cultura negra (por exemplo, a capoeira que já é praticada na quadra atrás dos CA's no Itaperi) e pautar mudanças dos currículos eurocêntricos para construir uma universidade com a cara do nosso povo.

Tire seu racismo caminho. Que eu quero passar com a minha cor!'

Taíris Rodrigues da Rocha (História) / Raul Castro dos Santos (História) / Jéssica Cardoso de

Santana (História) / Thiago nascimento silva (História) / Alisson Soares do Nascimento (Quimica) /

VitoriaNnogueira Sales (Geografia) / Natana Moura (Enfermagem) / Natalia Rodrigues (Enferma-

gem) / Sergio Bruno (Educação Física) / Alan Raymison Tavares Rabelo (Educação Física) /

Rebeca Rocha (Enfermagem) / Laryssa Sampaio (Educação Física) / Karoline Oliveira (Enferma-

gem) / Felipe Benevides (História) / Sara Ortins (Nutrição) / Tainã Soares (Educação Física) /

Joana de Barros (Química) / Gabriela Soares (Serviço Social) / Joel de Almeida (Educação Fisica) /

Gleiciane Lira de Souza (História) / Alex Pereira (Enfermagem) / Mário Gustavo de Araújo (Geogra-

fia) / Umbelino Guimarães (Enfermagem) / Simone Almeida (Serviço Social) / Ana Caroline Freire

(Serviço Social) / Samuel Germano Moreira (Serviço Social) / David dos Anjos Diniz (Serviço

Social) / Heitor Pereira (Enfermagem) / Samuel Italo (Ed.Fisica) / Erica Sousa (EducaçãoFisica) /

Levi Alves Barreto (Medicina) / Maria Milena Façanha (Medicina) / Shalana Varela (Educação

Fisica) / Maria Raquel lima Lacerda (Nutrição) / Maria Larisse Cavalcante (Nutrição) / Thiago Gama

(Nutrição) / Andressa Sales (Nutrição) / Karla Jessyca Falcão (Geografia) / Paulo Henrique Lima de

Sousa (Ciências Socias) / Nathan Pereira Historia (Feclesc) / Italo Lima (História) / Janaina Ortins

(Filosofia) / Guarany Marques (Adiministração) / Juliane Alencar (Pedagogia) / Anderson Marques

da Silva (Ciências Sociais) / Vanessa Alexandre Sabóia (Letras) / Elaine Salmito da Costa (Histó-

ria) / Acácio Simões (Historia) / Isick Kaue (Historia) / Cleilton dos Santos Moreira (Filosofia) / José

Carlos Rodrigues (Biologia CECITEC - Tauá) / Onassis Nogueira (Educação Fisica) / Lucas Pinho

Alves (Enfermagem) / Kaue Marques (Educação Física) / Leilane Hévila da Costa (Geografia) /

Laura Gabriela Costa (Nutrição) / Tamyres Lima (Historia) / Paulo Cesar Portela Caitano (Geogra-

fia) / Kessia Veras (Historia) / Rebeca Azevedo (Historia) / Romario Miranda Alexandre (Biologia) /

Arthur Braga (Educação Física) / Rutielle Clarentino (Biologia CECITEC - Tauá) / Airama Miranda

Alves (Serviço Social) / Rogerio Sales de Melo (Administração) / Thais Pereira dos Santos (Letras

– Inglês FECLESC) / Victor Galindo (Veterinária) / Priscila Lauren dos Santos (Pedagogia) / Luísa

de Montenegro Alencar (Pedagogia) / Alyne Coutinho Moura (Pedagogia) / Amanda Mendoça

(Pedagogia) / Humberto Martins Neto (História) / Glayciany da Silva (História) / Karen Matos Timbó

(Nutrição) Renata Araújo Fiuza (Administração) / Raphael Martins (Biologia) / Patrícia Lima

Bezerra (História) / Samanta Magalhães Forte (História) / Raimundo Ailton Gadelha Junior (Histó-

ria) / Marcos Ferreira (Geografia) / Antonio Victor (Geografia) / Sarah Nicodemos (Serviço Social) /

Jaianne Soares (Educação Física) / Rômulo Roberto (Biologia) / Silvio Alencar (Biologia) / Camila

Oliveira (Biologia) / Rafael Nóbrega (Biologia) / José Onofre (Biologia) / Natanael Feitosa (Biolo-

gia) / Alan Martins (Biologia) / Jéssica Penha (Biologia) / Jamylle Ohana (Biologia) / Pedro

Henrique Maia (Biologia) / Thais Maia (Biologia) / Rômulo Moreira (Biologia) / João Guilherme

(Biologia) / Paula Amanda (Biologia) / Maria Eduarda Magalhães (Biologia) / Paulo Henrique

Oliveira Lima (História) / Abelardo Lima (Nutrição)