Enfermeiro Integrando Equipe de Suporte de Vida

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    ENFERMEIRO INTEGRANDO A EQUIPE DE SUPORTE BSICO DE VIDA

    Nilson Luiz Borba Alves1

    Eunice Kyosen Nakamura

    2

    RESUMO

    A sistematizao das tcnicas de Ressuscitao Cardiopulmonar (RCP) e sua difuso

    possibilitam o salvamento de muitas vidas ameaadas por Parada Cardiorrespiratria (PCR) e

    melhoram a qualidade de vida de pessoas que sofrem de emergncias cardiovasculares. A

    rapidez na identificao de situaes de emergncia, a solicitao por ajuda e a chegada de um

    suporte de atendimento adequado so elementos fundamentais para o sucesso da RCP e,

    conseqentemente, o aumento da sobrevida dessas vtimas.O atendimento e o tratamento desituaes emergenciais fazem parte de um sistema de cuidados especializados, onde a

    participao da equipe de enfermagem fundamental para o sucesso na restaurao de vidas

    ou na diminuio de seqelas.

    PALAVRAS CHAVE: Suporte Bsico de Vida, Morte Sbita Cardaca, Reanimao

    Cardiopulmonar, Desfibrilador Externo Automtico.

    ABSTRACTThe systematization of the techniques of resuscitation cardiopulmonary(CPR) and its diffusion

    makes possible the rescue of many lives threatened for Sudden Cardiac Arrest (SCA) and

    improves the quality of life of people who suffer from cardiovascular emergencies. The rapidity in

    the identification of emergency situations, the request for aid and the arrival of one has

    supported of adequate attendance is basic elements for the success of the CPR and,

    consequently, the increase of the supervened one of these victims.The attendance and the

    treatment of emergencies situations are part of a system of specialized cares, where the

    participation of the nursing team is basic for the success in the restoration of lives or thereduction of sequels.

    KEY WORDS: Basic Life Support, Sudden Cardiac Arrest, Resuscitation Cardiopulmonary,

    Automated External Defibrillator.

    _____________________________________ Graduando do Curso de Enfermagem, UNIANDRADE Enfermeira e Docente, UNIANDRADE

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    INTRODUO

    As Doenas Cardiovasculares (DCV) so responsveis pela maior taxa demorbidade e mortalidade na maioria dos pases desenvolvidos e em desenvolvimento,

    inclusive no Brasil e, tem sido alvo de vrios estudos e despertado interesse especial

    por atingirem grandes contingentes populacionais, alm de representar elevados custos

    sociais e econmicos.

    O objetivo desta pesquisa foi produzir informaes equipe de enfermagem ao

    desenvolvimento de habilidades cognitivas para que possam atuar em situaes

    inesperadas de forma objetiva e sincrnica na qual esto inseridos.

    A metodologia adotada foi atravs de busca de conhecimento existente em

    literaturas baseadas em evidncias cientficas, em livros, revistas e artigos referentes

    ao assunto, com o intuito de obter subsdios para a nossa prtica profissional.

    Segundo o IBGE (2002), as doenas do aparelho circulatrio se destacam como

    a principal causa de mortes no Pas (28,8% para homens e 36,9% para mulheres), em

    todas as regies e estados. A regio Sul e o estado do Rio Grande do Sul, em

    particular, registram as maiores propores, sendo responsveis por 40% das mortes

    de mulheres.

    Os indicadores do Ministrio da Sade revelam que em 2004 houve 285.543

    bitos relacionados doenas do aparelho circulatrio (DATASUS, 2006).

    Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC/FUNCOR, 2006), o termo

    doena cardiovascular (DCV) se refere a um leque amplo de distrbios que afetam o

    corao e os vasos sangneos. As principais manifestaes da DCV so as doenas

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    coronarianas (ataques cardacos, angina e arritmias), doenas cerebrovasculares

    (derrames e ataques isqumicos transitrios) e a doena vascular perifrica

    (claudicao intermitente). Estima-se que a DCV responsvel por um tero de todasas mortes no mundo. Assim como no Brasil, tambm a principal causa de mortalidade

    na Europa e nos Estados Unidos. Mais de 16,5 milhes de mortes a cada ano se

    devem s DCV (mais de 45 mil mortes por dia ou 32 por minuto) (SBC/FUNCOR,

    2006).

    No Brasil, aproximadamente 90% das mortes sbitas cardacas e, ou, parada

    cardiorrespiratria (PCR), que ocorrem fora do ambiente hospitalar, o mecanismo

    desencadeador a fibrilao ventricular (FV) (TIMERMAN, 2000).

    Outro fator relacionado PCR o trauma, sendo principalmente causado por

    acidentes automobilsticos e ferimentos por armas de fogo. Envolve, na maioria das

    vezes, o adulto jovem. A parada cardaca nesses casos, conseqncia do trauma

    direto e de fatores como hipxia, hipovolemia e hipotermia.

    O tratamento temporrio da morte sbita cardaca feito atravs das

    manobras de Reanimao Cardiopulmonar (RCP) precoce, onde se visa manter,

    artificialmente, as funes circulatrias e respiratrias at que um desfibrilador esteja

    disponvel (AHA, 1999). Atualmente h uma tendncia em se usar a expresso

    Reanimao Cardiopulmonar e Cerebral, enfatizando a importncia da recuperao

    do sistema nervoso central.

    Segundo Guimares (2005), a RCP o conjunto de procedimentos destinados

    a manter a circulao de sangue oxigenado ao crebro e a outros rgos vitais,

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    permitindo a manuteno transitria das funes sistmicas at que o retorno da

    circulao espontnea possibilite o restabelecimento da homeostase.

    H de salientar tambm, que o xito na reverso de uma parada cardacadepende ainda de fatores como: condies clnicas do paciente antes da PCR,

    causas que determinaram a PCR, uniformidade e perfeio das manobras aplicadas de

    RCP envolvendo pessoal leigo, equipes, devidamente treinadas, no atendimento pr-

    hospitalar (APH), envolvendo tanto o suporte bsico de vida (SBV) como tambm o

    suporte avanado de vida (SAV), do tempo decorrido entre a PCR e a realizao das

    manobras, e da continuidade e qualidade da assistncia prestada na esfera intra-

    hospitalar..

    necessrio o sincronismo entre os membros das equipes tanto do

    Atendimento pr-hospitalar como intra-hospitalar .

    "Os enfermeiros das unidades de emergncia aliam fundamentao terica,

    (imprescindvel), a capacidade de liderana, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a

    habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional (GOMES, 1994).

    Por isso, a constante atualizao destes profissionais, necessria pois,

    desenvolvem com a equipe mdica e de enfermagem habilidades para que possam

    atuar em situaes inesperadas de forma objetiva e sincrnico na qual esto inseridos.

    FUNDAMENTAO TERICA

    PARADA CARDIO-RESPIRATRIA (PCR) OU MORTE SBITA CARDACA

    a cessao sbita da atividade ventricular cardaca e circulao sistmica em

    indivduo com expectativa de restaurao das funes cardiopulmonar e cerebral ,

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    desde que o mesmo no seja portador de molstia crnica intratvel ou em fase

    terminal (GUIMARES, 2005).

    A PCR a cessao da atividade cardaca de um indivduo sem doenaterminal. O indivduo se encontra com ausncia de batimentos cardacos eficazes,

    ausncia de respirao e inconsciente (VIEIRA, 1996).

    Ainda, segundo (Vieira, 1996) uma vtima de parada cardaca pode apresentar:

    Morte clnica: Falta de movimentos respiratrios e batimentos cardacos eficientes na

    ausncia de conscincia, com viabilidade cerebral e biolgica.

    Morte biolgica irreversvel: Deteriorao irreversvel dos rgos, que se segue

    morte clnica, quando no se constitui as manobras de reanimao cardio-pulmonar

    (RCP) .

    Morte enceflica: Ocorre quando h leso irreversvel do tronco e do crtex cervical,

    por injria direta ou hipxia, por um tempo, em geral, superior a 5 minutos em adultos

    com normatermia.

    MODALIDADES DE PARADA CARDACA

    O diagnstico do mecanismo cardaco da parada cardiorrespiratria (PCR)

    depende da monitorizao do ritmo cardaco sendo de extrema importncia o

    reconhecimento precoce, que , necessrio para adequar o tratamento e, portanto,

    melhorar a sobrevida da vtima.

    Assistolia: Caracteriza-se pela ausncia de pulso detectvel na presena de algum

    tipo de atividade eltrica, excluindo-se a Taquicardia Ventricular (TV) e a Fibrilao

    Ventricula (FV) (VIEIRA, 1996).

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    Fibrilao Ventricular (FV): a contrao incoordenada do miocrdio em

    conseqncia da atividade catica de diferentes grupos de fibras miocrdicas,

    resultando na ineficincia total do corao em manter um rendimento de volumesanguneo adequado (VIEIRA,1996).

    Taquicardia Ventricular sem pulso (TV): a sucesso rpida de batimentos

    ectpicos ventriculares que podem levar a acentuada deteriorao hemodinmica,

    chegando mesmo ausncia de pulso arterial palpvel, quando, ento, considerada

    uma modalidade de parada cardaca, devendo ser tratada com o mesmo vigor da

    fibrilao ventricular (FV) (VIEIRA, 1996).

    Atividade eltrica sem pulso (AESP): a ausncia de pulso detectvel na presena

    de algum tipo de atividade eltrica; com excluso da TV ou FV. (VIEIRA, 1996).

    DIAGNSTICO:

    Caracteriza-se pela perda abrupta da conscincia devido a falta de fluxo

    sangneo cerebral adequado levando a morte na falta de interveno eficaz.

    (MEYENBURG,1998).

    O crebro tem pouca reserva de glicose e oxignio, e pode manter sua atividade

    durante um perodo de 4 minutos aps a parada cardaca, reforando a importncia em

    iniciar rpido as manobras de RCP.

    Aps 4 minutos de PCR sem nenhuma interveno, comea haver danos ao

    tecido cerebral e, em 10 minutos de anxia, haver morte cerebral certa (SBV, AHA,

    1999).

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    Outros sinais podem ser identificados como a midrase. A presena de midrase

    paraltica pode indicar leso cerebral, mas esse sinal isolado no indicativo de

    suspender manobras de RCP. Cianose nas extremidades e palidez da pele tambm

    podem ser encontrados.

    SUPORTE BSICO DE VIDA (SBV)

    O suporte bsico de vida (SBV) consiste em medidas essenciais que devem ser

    realizadas em indivduos com PCR. Envolve reconhecimento da PCR , solicitar ajuda,

    iniciar suporte ventilatrio e circulatrio.

    Pode ser realizado por qualquer cidado, desde que devidamente treinado. Para

    que se obtenha xito na reverso de uma PCR, quatro pontos so fundamentais,

    constituindo-se a Cadeia da Sobrevida .

    Figura 1 - O tempo um fator crtico para o incio da RCP

    Fonte Su orte Bsico de Vida AHA 1999

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    A American Heart Association, entidade americana que desenvolve estudos e

    pesquisas na preveno e tratamento da PCR, elaborou e adotou a expresso Cadeia

    da Sobrevida com o objetivo de esclarecer e representar a melhor conduta de

    tratamento para pessoas com morte cardaca sbita. Os quatro elos desta corrente so:

    Acesso rpido ao Servio Mdico de Emergncia (SME), RCP rpida, desfibrilao

    rpida, e SAVC (Suporte Avanado de Vida em Cardiologia) rpido.

    1 Elo - Acesso rpido ao SME (Chamar por ajuda): Diante de qualquer queixa

    cardiovascular, deve-se solicitar ajuda atravs do nmero de telefone do servio de

    emergncia local, geralmente o n 193, ou a vtima deve ser conduzida para o

    hospital mais prximo. Caso esses sinais e sintomas no tenham sido percebidos, a

    ajuda deve ser solicitada diante de qualquer vtima inconsciente; Se o atendimento for

    realizado no interior do hospital, solicitar o material de emergncia com o desfibrilador e

    profissionais do Suporte Avanado de Vida.

    Figura 2 - Cadeia da Sobrevida

    Fonte American Heart Association, AHA, 2007

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    3 Elo - Desfibrilao Precoce: Mais de 80% dos casos de PCR fora do ambiente

    hospitalar, o fazem com o ritmo de fibrilao ventricular (FV) ou taquicardia ventricular

    sem pulso (TV). O tratamento inicial para essa condio desfibrilar o mais precocepossvel .

    Figura 5 Realizando a Desfibrilao Precoce.

    Fonte American Heart Association, AHA, 2007

    4 Elo - Suporte Avanado Precoce: Somente o suporte bsico no o suficiente.

    necessrio que sejam aplicados tcnicas avanadas, que consistem em monitorizao,

    acesso venoso e uso de medicamentos. So condutas invasivas que devem ser

    realizadas pela equipe mdica e de enfermagem no auxlio ao mdico.

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    Figura 6 Suporte Avanado de Vida.

    Fonte American Heart Association, AHA, 2007

    Todo o objetivo da RCP est direcionado em oxigenar o sangue e promover sua

    circulao para perfundir os rgos, principalmente o crebro. As vitimas que cessam

    as funes circulatria e respiratria em menos de 4 minutos, tm grandes chances de

    recuperao se forem atendidas adequadamente neste intervalo de tempo. Se a

    demora for entre 4 a 6 minutos de PCR sem assistncia, pode ocorrer dano cerebral.

    Porm se a assistncia demorar mais que 6 minutos, geralmente haver dano cerebral.

    SUPORTE BSICO DE VIDA (RCP EM ADULTO) SEGUNDO A AHA.

    Antes de realizar as manobras de RCP em qualquer vtima, o socorrista deve

    estar atento para a segurana da cena, para que no se exponha riscos evitveis.

    Tambm deve ser lembrado o uso de equipamentos para sua prpria proteo,

    considerando a possibilidade de transmisso de doenas infecto-contagiosas. Aseqncia de RCP a ser realizada, deve envolver as seguintes etapas:

    1 - Determinar a inconscincia: Atravs de estmulo ttil verbal, tocando na vtima e

    perguntando: Senhor, tudo bem?. Uma vez constatado a inconscincia, deve-se

    solicitar ajuda, acessando o Servio Mdico de Emergncia (SME).

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    Figura 7 Avaliando o estado de conscincia.

    Fonte Suporte Bsico de Vida, AHA, 1999.

    2 Solicitar Ajuda: necessrio ativar o Servio Mdico de Emergncia o mais breve

    possvel, permitindo o acesso do paciente desfibrilao precoce e ao suporte

    avanado de vida . No Brasil este servio est disponvel atravs do telefone 192

    SAMU.

    Essa seqncia recomendada considerando que a maior causa de PCR de

    etiologia cardaca, o qual manifesta-se atravs de FV/TV sem pulso. No entanto, emalgumas vtimas, o benefcio maior se realizarmos um minuto de RCP seguido da

    ativao do Servio Mdico de Emergncia. Nesses casos, identifica-se que a parada

    cardaca secundria, ou seja, h inicialmente um problema respiratrio que vai causar

    a PCR. Esses casos so:

    a) Crianas menores de 08 anos;

    b) Trauma;

    c) Overdose;

    d) Afogamento;

    e) Vtimas de insuficincia respiratria;

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    3- Posicionamento do paciente: Colocar a vtima em decbito dorsal horizontal e em

    superfcie rgida, pois caso o contrrio ocorre a disperso de energia utilizada nas

    compresses cardacas externas.4 Posicionamento do socorrista: O socorrista deve-se posicionar ao lado da vtima

    e na altura dos ombros da mesma, sempre que possvel.

    A partir dessa fase preliminar, deve-se realizar o ABCD primrio, onde:

    A Vias Areas

    B Respirao

    C Circulao

    D - Desfibrilao

    Abertura das vias areas: Para promover a abertura das vias areas faz-se

    necessrio realizar a manobra de inclinao da cabea e elevao do queixo de

    maneira que a base da lngua no obstrua a parte superior da traquia pela epiglote,

    fig. 07. Lembrar que essa manobra deve ser realizada apenas em vtimas que no

    apresentam histria de trauma. Nesse ltimo caso, realizar as manobras de trao do

    mento e elevao da mandbula, fig. 8.

    O estabelecimento de vias areas prvias comea com o exame da boca para se

    certificar de que no est presente nenhuma obstruo por prteses, sangue, restos de

    alimentos, vmitos, etc., providenciando a remoo de qualquer obstruo encontrada

    (aspirar a orofaringe se necessrio). Em seguida, promover a hiperextenso do pescoo

    de maneira que a base da lngua no obstrua a parte superior da traquia.

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    Respirao: Aps liberar as vias areas, o socorrista deve aproximar o seu ouvido

    prximo ao nariz e boca da vtima, olhando em direo ao trax. o ver, ouvir e sentir.

    Observar se h expansibilidade torcica, ouvir e sentir movimentos respiratrios

    provenientes da boca e nariz da vtima.

    Uma vez constatada a apnia, deve-se efetuar 2 ventilaes de resgate. As

    ventilaes devem ser de 1 segundo de durao cada uma.

    Em indivduos com traqueostomia, deve-se ventilar o estoma. Caso no

    disponha do AMBU, as ventilaes podem ser realizadas atravs da ventilao boca-

    boca, boca-nariz ou boca-estoma.

    Figura 7 Acima, obstruo das vias

    areas pela queda da lngua, embaixo, liberao

    delas pela inclinao da cabea e elevao do

    queixo.

    Figura 8 Manobra de elevao do ngulo da

    mandbula.

    Fonte Suporte Bsico de Vida, AHA, 1999.

    Figura 9 Avaliando a

    res ira o

    Figura 10 Realizando a

    ventilao de resgate

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    Circulao: O pulso deve ser verificado em artrias de grande calibre, como a cartidae a femoral. O pulso recomendado para ser procurado o carotdeo, mais prximo do

    indivduo que faz o diagnstico de PCR. Para se verificar tal pulso, coloca-se os dedos

    indicador e mdio sobre a cartilagem tireide, deslizando-os lateralmente at o bordo

    posterior desta cartilagem. A artria deve ser palpada cuidadosamente para no oclu-

    la. O pulso femoral tambm pode ser utilizado para o diagnstico de PCR, com o

    inconveniente de ser de mais difcil acesso, sobretudo quando o paciente encontra-se

    ainda vestido. Caso no seja detectado sinal de pulso em artria central, proceda a

    compresso torcica externa.

    Compresso torcia externa (massagem cardaca): Para que a manobra de

    massagem cardaca externa seja eficaz, fundamental a apropriada posio e a

    realizao correta da tcnica. Com os dedos indicador e mdio da mo, localiza-se o

    rebordo costal e segue palpando-o at o apndice xifide; determina-se dois dedos

    acima desse ponto, sobre o externo e colocando a a regio proeminente da palma da

    outra mo.

    Feita a localizao correta sobre o externo, sobrepe-se uma das mos na outra

    e mantm-se os dedos entrelaados. O reanimador deve se posicionar de forma a

    manter os ombros exatamente perpendiculares ao paciente, com os braos estendidos

    e a mo devidamente colocadas sobre o externo do paciente. Nessa posio, efetua-se

    movimentos firmes e rtmicos, deprimindo o externo cerca de 3,5 a 5 cm. As

    compresses devem ser feitas na freqncia de 100 vezes por minuto.

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    Ciclo de ventilao e massagem cardaca externa: O ciclo dever ser de 30

    compresses torcicas para 2 ventilaes, independente do nmero de socorristas

    (GUIDELINES, 2005).A cada 5 (cinco) ciclos de 30:2, ou 2 minutos, o socorrista dever repetir a

    avaliao para verificar se houve retorno da respirao e do pulso, caso contrrio

    dever manter as manobras de reanimao, reiniciando novo ciclo com 30

    compresses torcicas para 2 ventilaes (GUIDELINES 2005). Os socorristas devero

    trocar de posio regularmente, pois o cansao compromete a eficcia da massagem.

    Ventilao artificial: A ventilao artificial na RCP pode ser realizada sem a

    interposio de equipamentos (boca-a-boca; boca-nariz; boca-nariz; boca-estoma), at

    que se disponha de artefatos suplementares para ventilao e oxigenao

    eficazes. evidente a necessidade de que oxignio suplementar seja includo no

    tratamento da PCR to rpido quanto possvel.

    Desfibrilao externa: O desfibrilador de extrema importncia no tratamento da PCR

    por algumas razes:

    Figura 9 Efetuando a Reanimao Cardiopulmonar

    Fonte Suporte Bsico de Vida, AHA, 1999.

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    a) O ritmo inicial mais freqente em PCR e a fibrilao ventricular (FV);

    b) O tratamento mais eficaz para a fibrilao a desfibrilao;

    c) A problabilidade de sucesso da desfibrilao diminui com o tempo.d) Em pouco tempo a FV tende a converter em assistolia, rtimo de pior

    prognstico.

    Com relao posio dos eletrodos, recomendado que o eletrodo anterior

    seja colocado direita da parte superior do esterno, abaixo da clavcula e o eletrodo do

    pice colocado esquerda e abaixo do mamilo esquerdo, sendo que, o centro do

    eletrodo deve estar na linha mdio-axilar esquerda.

    Nessa fase final da avaliao primria, importante verificar o ritmo com o

    auxlio das ps do monitor. Caso se trate de FV ou TV sem pulso, deve-se realizar a

    com 1 choque de 360 Jaules. Checar pulso aps caso persista a PCR, voltar a realizar

    a RCP por mais um muinuto, verificar ritmo cardaco e se a fibrilao persistir com mais

    2 choques de 360 jaules com intervalos de um minuto de RCP entre os choques. Aps

    o terceiro choque, se a FV estiver presente, partir para a avaliao secundria ou

    instituir o suporte avanado de vida.

    Se o ritmo identificado com as ps for de assistolia ou atividade eltrica sem

    pulso (AESP), deve-se partir para o ABCD secundrio. Nesses casos, no h indicao

    para desfibrilar.

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    A ENFERMAGEM NAS EMERGNCIAS CARDIOVASCULARES

    A parada cardaca um evento crtico que no escolhe a hora nem o local para

    acontecer, sendo o limite da gravidade que impe o atendimento imediato da equipe de

    sade.

    A integrao de esforos em uma equipe multiprofissional proporciona ao

    paciente/cliente uma qualidade de assistncia da qual o enfermeiro imprescendvel

    (COSTA, 2005).

    O enfermeiro deve estar capacitado a reconhecer precocemente situaes

    potencialmente perigosas, como arritmias cardacas com risco de evoluir para fibrilao

    ou assistolia ventricular (BASTOS, 2001).

    Cada vez mais se define o espao do enfermeiro na atuao em conjunto com a

    equipe multiprofissional, atravs do conhecimento cientfico, do trabalho sincronizado e

    organizado (SILVA , 1979).

    Desfibrilao

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    Por ser a RCP um conjunto de procedimentos padronizados que requer rapidez e

    eficincia, fazendo com que o indivduo em risco de morte iminente seja ressuscitado,

    pode-se a afirmar que salvar vidas uma tarefa estressante e at traumatizante.Portanto, comandar todas as etapas da ressuscitao deve ser tarefa de um "lder" que

    mantenha um bom estado de esprito, impedindo que a ansiedade interfira na sua

    capacidade de raciocnio, alm de orientar com responsabilidade a equipe no

    desempenho de suas atividades, mantendo uma postura tica e moral, (GOLEMAN,

    1999).

    A American Heart Association (AHA), preconiza que um dos integrantes da

    equipe de ressuscitao seja o "lder", objetivando o melhor desempenho e organizao

    durante a assistncia prestada (ACLS, 1997).O profissional que assume tal posio em

    geral o mdico, pois ele tambm assume o aspecto legal da teraputica a ser

    aplicada.

    No entanto, faz-se necessrio que o enfermeiro tambm atue como lder, para

    administrar a dinmica da equipe conforme a teraputica adotada.

    Neste contexto, toda liderana reconhecida como um valioso instrumento, que

    proporciona um bom trabalho em equipe, sendo todo enfermeiro um lder e

    administrador em algum nvel, pois o papel da enfermagem requer habilidades de

    liderana e administrao (MARQUIS, 1999).

    Nos servios de emergncias, o enfermeiro lder participa da organizao da

    sala de emergncia, treinamento da equipe segundo a sistematizao nos moldes

    Suporte Bsico de Vida e Suporte Avanado de Vida.

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    A previso de necessidades e a garantia de funcionamento de materiais e

    equipamentos espelha uma enfermagem de alta qualificao tcnica, e este o

    primeiro passo para todas a aes que sero realizadas durante e aps o atendimentoda PCR (COSTA, 2005).

    O enfermeiro lder deve fazer dos funcionrios parceiros do sucesso na atuao

    de suas atribuies, mesmo que o objetivo a ser alcanado venha a falhar (insucesso

    na ressuscitao). Deve tambm valorizar este comportamento, ensinando a sua

    equipe no seu dia-a-dia.

    Assim, pode-se distinguir o mdico lder que atua no atendimento da parada

    cardiorrespiratria do lder enfermeiro que coordena o processo deste atendimento.

    "Os enfermeiros das unidades de emergncia aliam fundamentao terica

    (imprescindvel) a capacidade de liderana, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a

    habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional. (GOMES, 1994). Por

    isso a constante atualizao destes profissionais, necessria pois, desenvolvem com

    a equipe mdica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situaes

    inesperadas de forma objetiva e sincrnico na qual esto inseridos.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Observou-se nesta pesquisa que o atendimento um evento de parada

    cardiorrespiratria necessita de intervenes imediatas e que, o fator tempo

    fundamental na reverso da PCR.

    A fibrilao ventricular o ritmo mais freqentemente observado durante uma

    parada cardiorrespiratria em adultos, sendo a desfibrilao eltrica precoce , a nica

    terapia efetiva na reverso deste ritmo catico nestes indivduos (TIMERMAN, 2000)

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    O Suporte Bsico de Vida (SBV), e a Reanimao Cardiorrespiratria (RCP)

    podem salvar vtimas de paradas cardaca, no entanto, fundamental que a cincia e a

    prtica do atendimento cardaco de emergncia continue a evoluir, a fim de aperfeioara cadeia da sobrevida.

    Para buscar o aperfeioamento no atendimento de emergncia importante a

    interao da equipe multiprofissional mesmo aps eventos crticos. Deve-se, atravs de

    reunies rever a atuao de cada membro envolvido e compartilhar suas emoes.

    Faz-se necessrio que estes conceitos sejam disseminados tanto aos

    profissionais da rea da sade como na comunidade em geral.

    O atendimento e o tratamento de situaes emergenciais fazem parte de um

    sistema de cuidados especializados, onde a participao da equipe de enfermagem

    fundamental para o sucesso na restaurao de vidas ou na minimizao de seqelas.

    CONSIDERAES FINAIS

    A morte sbita cardaca ou parada cardiorrespiratria (PCR) um grave

    problema de sade pblica em nosso Pas, acompanhando uma tendncia mundial.

    O conceito da desfibrilao precoce associado ao Suporte Bsico e Avanado

    de Vida devem ser enfatizados como a melhor forma eficiente de tratamento da morte

    sbita cardaca, tanto ao pblico leigo treinado, quanto aos profissionais da sade.

    A enfermagem encontra-se inserida nesse contexto, integrando a equipe de

    sade, pois tem o papel relevante em todas as situaes de preveno e promoo da

    sade.

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    REFERNCIAS

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