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CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA CENTRO CIRÚRGICO CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO 1 - HISTÓRICO O tratamento cirúrgico é uma das formas de terapêutica utilizadas pelo médico no tratamento de doenças. A cirurgia, através de técnicas manuais e instrumentais, procura: Remover focos de infecções; Retirar órgãos doentes; Restaurar funções alteradas do organismo e os transplantes. Na história das civilizações, através de documentos antigos, encontramos relatos de procedimentos cirúrgicos como correção de fraturas, tratamento de feridas e trepanação. Haviam muitos obstáculos para realizar tais eventos: entre eles a dor, hemorragia e infecção. Os egípcios conseguiram realizar circuncisão e cirurgias oftalmológicas (4.000 a. C.). Na Babilônia, em 2242 a. C., o Rei Hamurabi estabeleceu legislação severa aos cirurgiões, os quais eram castigados se errassem. Na Grécia, no Século VI ou V a. C., aparecem as Escolas Médicas. A mais importante foi a Escola de Cós e Hipocrates. Ele traçou normas éticas e deu à Medicina espírito científico, pois defendia o uso da água fervida para irrigar as feridas. Em Roma, o cirurgião grego Galeno (131 a 210 d. C.) utilizou técnicas avançadas para sua época, pois fervia o instrumental antes de usá-lo. Com a queda do Império Romano, deu-se a destruição dos centros culturais e a separação Oriente e Ocidente e, em consequência, um grande atraso na profissão médica. Só no fim da Idade Média a cirurgia voltou a evoluir, destacando-se grandes cirurgiões, como: William Harvey, Abrósie Poré e André Vesalius. Vesalius é considerado um dos precursores do estudo da anatomia. A cirurgia evoluiu dentro de três princípios: No controle de infecções; No controle da dor; No controle da hemorragia. 1.1-No controle de infecções 1818 a 1865 – SEMMELWEIS – instituiu como medida preventiva a lavagem das mãos para prevenir infecção, embora nada soubesse sobre microorganismos patogênicos. 1854 LOUIS PASTEUR consolidou definitivamente a idéia de putrefação e fermentação. Destruiu a doutrina da geração espontânea das bactérias e demonstrou o papel das mesmas como patológicas. 1867 – LISTER – conjugou a descoberta de Semmelweis às de Pasteur e iniciou o uso de substâncias anti-sépticas, a fim de prevenir as infecções operatórias. 1872 – Aconteceu o aperfeiçoamento do microscópio, facilitando os estudos da microbiologia, o que trouxe avanços no controle de infecções de pós-operatório. 1882 – NEUBER – insistiu o uso do avental cirúrgico. 1886 – VON BERGMANN – introduziu a esterilização a vapor. 1889 – HALSTED – introduziu luvas de borracha para o ato cirúrgico. 1891 – SCHIMMELBUSCH – padronizou a anti- sepsia das mãos. 1895 – ROENTGER – descobriu o “Raio X”, o que facilitou o desenvolvimento a cirurgia. 1896 – VON MIKULCZ RADECKI – instituiu o uso de máscaras. 1.2-No controle da dor Os avanços no controle da dor começaram a partir de 1776, quando Priestley descobre o óxido nitroso. Em 1846, Morton anestesiou um paciente com éter, foi o primeiro uso reconhecido da anestesia para a cirurgia. Atualmente, a variedade de agentes anestésicos é bastante grande e o método de administração diverso. 1.3-No controle da hemorragia Os métodos para interromper o fluxo sanguíneo desenvolvera-se muito cedo. Começaram com a pressão digital, seguida da cauterização e, depois, a utilização de um material para “amarrar” a extremidade do vaso sangrante. Halsted contribuiu de modo importante para a cirurgia moderna, fazendo relação entre técnica cirúrgica e a cicatrização dos ferimentos deu ênfase à manipulação dos tecidos e executou ligadura fina e delicada dos vasos. Além do que já foi citado, contribuíram, também, para o progresso da cirurgia outros avanços científicos, melhor conhecimento da fisiopatologia, cuidados pré e pós-operatório e

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CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

CENTRO CIRÚRGICO – CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO

ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO

1 - HISTÓRICO

O tratamento cirúrgico é uma das formas de terapêutica utilizadas pelo médico no tratamento de doenças.

A cirurgia, através de técnicas manuais e instrumentais, procura:

Remover focos de infecções;

Retirar órgãos doentes;

Restaurar funções alteradas do organismo e os transplantes.

Na história das civilizações, através de

documentos antigos, encontramos relatos de procedimentos cirúrgicos como correção de fraturas, tratamento de feridas e trepanação. Haviam muitos obstáculos para realizar tais eventos: entre eles a dor, hemorragia e infecção.

Os egípcios conseguiram realizar circuncisão e cirurgias oftalmológicas (4.000 a. C.). Na

Babilônia, em 2242 a. C., o Rei Hamurabi estabeleceu legislação severa aos cirurgiões, os quais eram castigados se errassem.

Na Grécia, no Século VI ou V a. C., aparecem as Escolas Médicas. A mais importante foi

a Escola de Cós e Hipocrates. Ele traçou normas

éticas e deu à Medicina espírito científico, pois defendia o uso da água fervida para irrigar as feridas.

Em Roma, o cirurgião grego Galeno (131 a 210 d. C.) utilizou técnicas avançadas para sua época, pois fervia o instrumental antes de usá-lo.

Com a queda do Império Romano, deu-se a

destruição dos centros culturais e a separação Oriente e Ocidente e, em consequência, um grande atraso na profissão médica.

Só no fim da Idade Média a cirurgia voltou a evoluir, destacando-se grandes cirurgiões, como: William Harvey, Abrósie Poré e André Vesalius. Vesalius é considerado um dos precursores do

estudo da anatomia.

A cirurgia evoluiu dentro de três princípios:

No controle de infecções;

No controle da dor;

No controle da hemorragia.

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1818 a 1865 – SEMMELWEIS – instituiu como medida preventiva a lavagem das mãos para prevenir infecção, embora nada soubesse sobre

microorganismos patogênicos.

1854 – LOUIS PASTEUR – consolidou definitivamente a idéia de putrefação e fermentação. Destruiu a doutrina da geração espontânea das bactérias e demonstrou o papel das mesmas como patológicas.

1867 – LISTER – conjugou a descoberta de

Semmelweis às de Pasteur e iniciou o uso de substâncias anti-sépticas, a fim de prevenir as infecções operatórias.

1872 – Aconteceu o aperfeiçoamento do microscópio, facilitando os estudos da microbiologia, o que trouxe avanços no controle de infecções de pós-operatório.

1882 – NEUBER – insistiu o uso do avental

cirúrgico.

1886 – VON BERGMANN – introduziu a esterilização a vapor.

1889 – HALSTED – introduziu luvas de borracha para o ato cirúrgico.

1891 – SCHIMMELBUSCH – padronizou a anti-sepsia das mãos.

1895 – ROENTGER – descobriu o “Raio X”, o que facilitou o desenvolvimento a cirurgia.

1896 – VON MIKULCZ RADECKI – instituiu o uso de máscaras.

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Os avanços no controle da dor começaram a partir de 1776, quando Priestley descobre o óxido nitroso.

Em 1846, Morton anestesiou um paciente com éter, foi o primeiro uso reconhecido da anestesia para a cirurgia.

Atualmente, a variedade de agentes anestésicos é bastante grande e o método de administração diverso.

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Os métodos para interromper o fluxo

sanguíneo desenvolvera-se muito cedo. Começaram

com a pressão digital, seguida da cauterização e, depois, a utilização de um material para “amarrar” a extremidade do vaso sangrante.

Halsted contribuiu de modo importante para a cirurgia moderna, fazendo relação entre técnica cirúrgica e a cicatrização dos ferimentos deu ênfase

à manipulação dos tecidos e executou ligadura fina e delicada dos vasos.

Além do que já foi citado, contribuíram, também, para o progresso da cirurgia outros avanços científicos, melhor conhecimento da fisiopatologia, cuidados pré e pós-operatório e

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outros.

Todos estes aperfeiçoamentos tornaram obrigatória a centralização das atividades cirúrgicas em um só local do hospital. Assim, criou-se uma Unidade (Centro Cirúrgico), dentro do hospital, cujo objetivo é proporcionar as mais perfeitas condições de se realizar intervenção cirúrgica.

2 – CLASSIFICAÇÃO DO TRATAMENTO

CIRÚRGICO

A – Evolução da lesão

A terapêutica cirúrgica, dependendo da evolução da lesão, pode ser classificada em:

de emergência: tratamento que exige atuação imediata, rápida, por tratar-se de uma situação crítica. Ex. hemorragia interna.

de urgência: tratamento que exige atuação

mediata, podendo aguardar algumas horas. Ex. obstrução intestinal.

eletivo: tratamento cirúrgico que pode aguardar ocasião propícia. Ex. hérnia simples, varizes de membros inferiores, cirurgias plásticas para estética.

B – Finalidade

De acordo com a finalidade do tratamento,

poderá ter outra classificação:

a) Paliativo: visa compensar os distúrbios orgânicos, melhorando as condições do paciente e ou aliviar a dor.

b) Radical: é a remoção total ou parcial do órgão.

c) Plástico: tem a finalidade estética ou corretiva 2.1-INTRODUÇÃO Centro cirúrgico (CC) pode ser considerado uma das

unidades mais complexas do hospital pela sua especificidade, presença constante de estresse e a possibilidade de riscos à saúde a que os pacientes

estão sujeitos ao serem submetidos à intervenção cirúrgica (BRUNNER & SUDDARTH, 1992). Os primeiros centros cirúrgicos que surgiram atrelados à história da evolução da medicina e cirurgia. Na antiguidade o corpo humano era

considerado, em toda a sua complexidade, uma incógnita pelos cirurgiões, levando-os a adotar o tratamento clínico como forma no processo de cura, pois os médicos eram temerosos em operar seus doentes. Os cirurgiões geralmente não passavam por uma academia, mas por uma educação prática, por um aprendizado não-universitário (POSSARI, 2004).

A cirurgia era retratada como uma prática rebaixada e profana, pois, ao contrário dos clínicos de mãos limpas, emperucados e perfumados, os cirurgiões lidavam com a carne decadente (tumores, cistos, fraturas, gangrenas entre outros) (POSSARI, 2004). O primeiro passo para a anestesia geral foi dado por Joseph Priestley, ao descobrir o dióxido de carbono (NO2) em 1773. À medida que a técnica cirúrgica

foi se desenvolvendo, em consequência da descoberta dos procedimentos anestésicos, da hemostasia e da assepsia cirúrgica, o acesso aos órgãos não era mais possível de ser realizado, apenas com as mãos. No Brasil, a primeira anestesia geral pelo éter foi praticada no Hospital Militar do Rio de Janeiro pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo, em 25 de

maio de 1847.

O século XX se tornou o século de ouro para a cirurgia. Um grande número de avanços se seguiu e a crucial associação entre a anatomia patológica, anestesia e antissepsia. Com o avanço nos procedimentos cirúrgicos, houve o crescimento da própria instituição hospitalar, tanto em relação ao aumento da oferta de número

de leitos e unidades de internação, como o surgimento de serviços de diagnóstico e terapêutico, como a Radiologia, Laboratórios, Endoscopia, Banco de Sangue, dentre outros.

DEFINIÇÃO

3.0-CENTRO CIRÚRGICO

É a unidade hospitalar onde se realizam as

intervenções cirúrgicas e é constituído por área onde são concentrados salas, equipamentos e materiais utilizados pela equipe cirúrgica, bem como pelo pessoal responsável pelos serviços auxiliares.

3.1-SALA CIRÚRGICA

Constitui um dos componentes do centro cirúrgico,

local onde efetivamente se consuma o ato cirúrgico. Considera-se serviços auxiliares a sala de pré anestesia, o laboratório, o banco de sangue e a

recuperação pós-operatória e segundo um grande

número de autores, também pertence a esse ambiente cirúrgico o centro de esterilização de materiais. Essa centralização de serviços, por meio da concentração de equipamentos e pessoal habilitado leva, também, à minimização dos custos. Entre os aspectos fundamentais quanto ao seu dimensionamento, teremos vários fatores que

interferem para essa decisão; são eles: número de leitos hospitalares, especialidades hospitalares, número de cirurgias diárias, horário de funcionamento, número de equipes cirúrgicas, complexidade das cirurgias, hospital de ensino etc. Em geral, o número de salas cirúrgicas corresponde à 5% do total de leitos cirúrgicos, ou uma sala

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cirúrgica para cada 50 leitos de um hospital geral. O tamanho ideal da sala cirúrgica vai depender da especialidade a que se destina. Em geral recomenda-se ao redor de 35 metros quadrados, podendo ser pouco menor para oftalmologia e otorrinolaringologia, e pouco maior para ortopedia, cirurgia cardíaca e neurocirurgia. Quanto à localização, o centro cirúrgico deverá

localizar-se próximo às unidades que recebam casos cirúrgicos, estarem de preferência em andares elevados, ao abrigo da poluição aérea, sonora e fora do tráfego hospitalar.

3.2-FINALIDADES

Realizar procedimentos cirúrgicos e devolver

os pacientes às suas unidades de origem nas

melhores condições possíveis de integridade;

Servir de campo de estágio para formação,

treinamento e desenvolvimento de recursos humanos;

Servir de local para desenvolver programas

e projetos de pesquisa voltados para o desenvolvimento científico e especialmente para o aprimoramento de novas técnicas cirúrgicas e assépticas.

3.3-COMPONENTES DO CENTRO CIRÚRGICO

No centro cirúrgico, são consideradas três zonas distintas: de proteção, limpa e estéril. A zona de

proteção é representada pelos vestiários masculinos e femininos; a zona limpa é composta pelos grupamentos do centro cirúrgico que não os vestiários, salas de cirurgia e salas de esterilização, enquanto que são consideradas zonas estéreis a sala de cirurgia. A zona de proteção é a área de

relacionamento entre o sistema hospitalar e a zona limpa. São componentes do centro cirúrgico: vestiários, sala de recepção de pacientes, corredores, lavabos, sala de cirurgia, sala de esterilização, sala auxiliar, depósito de material, sala de equipamentos, sala de recuperação pós-anestésica, sala de conforto, serviços auxiliares, administração e central de

gasoterapia. Os vestiários são sub-divididos em masculino e feminino, não havendo a necessidade de serem

diferenciados para enfermeiros e médicos. Deverão possuir armários individuais com chaves, sanitários completos, local para banho de chuveiro. Nele estarão dispostos uniformes próprios do centro cirúrgico, que deverão ser utilizados por qualquer

pessoa que adentrar ao mesmo. A sala de recepção dos pacientes receberá os mesmos até serem encaminhados para a sala de cirurgia; nela poderão ser avaliados antes da cirurgia e receber pré-anestésico. Deverá ser um ambiente tranquilo para minimizar o estresse dos pacientes. Os corredores devem receber atenção especial,

por serem causadores de disseminação de infecção.

Deverá existir na área central, um corredor considerado limpo, através do qual trafegam as equipes de trabalho, pacientes, equipamentos e roupas, e de um corredor periférico, através do qual saem todos os elementos que entraram na sala de cirurgia. Os lavabos são pias, onde os integrantes das equipes escovam as mãos e antebraços antes da

entrada na sala de cirurgia, devendo, por conseguinte situar-se fora da sala de cirurgia, porém anexa à mesma. Devem dispor de torneiras de braços longos, para que as mesmas possam ser fechadas por movimentos do cotovelo, por sistemas de abertura e fechamento pelos pés, e mais modernamente por meio de células foto-elétricas. O fluxo de água deve possuir temperatura ambiente.

A sala de cirurgia é um dos componentes da zona estéril e deve dispor de: uma mesa de operação com comandos de posições na cabeceira, ou mesa própria para a especialidade a que se destina, mesas auxiliares para o instrumental, mesa para o

anestesista e seus medicamentos, aparelhos de anestesia e respiradores, foco de luz, mesa para a enfermeira, prateleiras para a guarda de fios, campos e instrumental. A sala de cirurgia deve abrigar aparelhos auxiliares como bisturi elétrico, eletrocardiógrafo, foco auxiliar, oxímetro, capnógrafo etc.

Figura 1 - Sala cirúrgica. A sala auxiliar não é obrigatória, porém facilita a

montagem de aparelhos ou equipamentos, como máquina de circulação extra-corpórea, trépano elétrico e outros. A sala de equipamentos faz parte da zona limpa, e é onde ficam acondicionados aparelhos como bisturi elétrico, eletrocardiógrafos, microscópio

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cirúrgico, respiradores, focos de luz auxiliares, em condições para utilização imediata. A sala de depósito de materiais é um dos componentes da zona limpa, e nela ficam armazenados o material esterilizado proveniente do centro de esterilização tais como: aventais, capotes de campos, caixas com o instrumental cirúrgico, esterilizados e prontos para uso.

De grande importância no centro cirúrgico é a sala de recuperação pós-anestésica, onde os pacientes operados são mantidos sob vigilância constante e rigorosa, daí a necessidade de aparelhos de suporte como respiradores, oxímetro, capnógrafo, etc. Deve possuir uma área de isolamento físico para os pacientes submetidos à cirurgia contaminada. Todo centro cirúrgico deve possuir uma sala de

conforto, com ambiente adequado para a

permanência da equipe cirúrgica antes da entrada para a cirurgia ou mesmo entre as mesmas. Seria ideal para um centro cirúrgico, mormente aqueles que desenvolvem cirurgias de alta complexidade, a existência de serviços auxilares, como RX portátil, serviço de anatomia patológica para a realização de exames de congelação e

mesmo área destinada ao laboratório clínico para a realização de exames urgentes, como dosagem de gases e outras determinações sanguíneas, durante a realização do ato cirúrgico. São também componentes do centro cirúrgico, uma sala para o setor administrativo, para a utilização pelas chefias médicas, anestésicas e de enfermagem.

3.4-ILUMINAÇÃO

A iluminação poderá ser natural e artificial, apesar de que a natural perdeu seu significado, pois a luz artificial é a que possui padrões para a iluminação do centro cirúrgico. São características da iluminação do centro cirúrgico: adequação no campo operatório, eliminação de sombras, redução

dos reflexos, eliminação do calor e proteção contra a interrupção da energia elétrica. O campo operatório é iluminado por um foco multidirecional para eliminar sombras, que deverá incidir perpendicularmente à ferida cirúrgica, a uma distância aproximada de 120 cm. De acordo com o desenrolar da cirurgia poderá ser mudado de posição.

O problema do calor gerado, pode ser minimizado

com o emprego de filtros de vidro. Outro dado relevante é que se deve evitar a luz fria na sala de cirurgia e na sala de recuperação, pois impede o diagnóstico precoce de cianose. Outro fato importante é o reflexo de luz pelos diferentes materiais: tecidos refletem cerca de 8 a 10% da luz que incide sobre os mesmos, sendo que as

compressas brancas refletem de 70 a 80% e os instrumentos metálicos chegam a refletir 90% da luz.

3.5-VENTILAÇÃO

Assunto polêmico e sempre atual, deve abranger três aspectos: promover ambiente de aeração, remover partículas contaminantes geradas na sala cirúrgica e impedir a entrada dessas partículas provenientes de outros ambientes. Fato que deve ser levado em consideração é a existência de corrente de ar, fator etiológico de possível disseminação de infecção; pode ser proveniente da

diferença de temperaturas entre as salas, ou mesmo entre áreas de diferentes pressões. O ideal nos dias de hoje é a existência do fluxo linear de ar, com filtros potentes que retém partículas de até 5 micras de diâmetro. Devemos lembrar que o sistema clássico de ar condicionado é totalmente contraindicado, pois aumenta o risco de infecção.

3.6-TEMPERATURA E UMIDADE

A temperatura ideal no centro cirúrgico está entre 19º e 21º graus centígrados, pois abaixo disto pode-se levar à hipotermia dos pacientes, sendo que deve ser considerado o fato de drogas anestésicas que causam vasodilatação periférica como éter, protóxido de nitrogênio e halotano,

possam dificultar a adequada conservação de temperatura. Quanto à umidade relativa do ar, deve situar-se entre 45 e 55%, pois valores abaixo provocam perda excessiva de água pelos pacientes e acima favorecem o desenvolvimento de bactérias.

3.7-SISTEMAS DE MONITORIZAÇÃO

É justamente neste tópico em que se tem verificado

o grande avanço da bioengenharia, com o aparecimento de inúmeros aparelhos utilizados no centro cirúrgico, como: eletromanômetros, osciloscópios de diversos monitores, aparelhos para controle de pressão, eletrocardiógrafos, oxímetros, respiradores, capnógrafos etc.

ACABAMENTO DO

CENTRO CIRÚRGICO

a) PISO - Deve ser utilizado material resistente, não poroso, de fácil limpeza, livre de frestas e que seja bom condutor de eletricidade para

evitar faíscas. O material mais utilizado é o granilite.

b) PAREDES - Devem ser de superfície lisa,

uniforme e com os cantos arredondados para facilidade da limpeza. Devem possuir a capacidade de diminuir a sonoridade, facilitar o controle da temperatura e aumentar a capacidade de iluminação. Os materiais ideais são azulejos foscos, cobertura de epoxy e a

fórmica.

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c) FORRO - O material deve ser não poroso para impedir a retenção de bactérias. Não pode ser esquecido que a laje do centro cirúrgico deve ser dimensionada para suportar o peso de foco de luz e outros aparelhos fixados à mesma, e também deve possuir uma distância entre a laje e o forro, pois neste local pode haver a circulação de tubulações de gases.

d) JANELAS - Deverão ser de vidro duplo e

basculantes dotadas de telas para impedir a entrada de insetos.

e) PORTAS - O correto são as de correr, com apoio em trilho superior e nunca embutidas, para facilitar a limpeza das duas faces. Devido ao fato

das mesmas serem abertas várias vezes durante a

cirurgia, é recomendado o sistema de pressão positiva no interior da sala cirúrgica, que uma vez aberta a corrente de ar ocorra de dentro para fora da sala cirúrgica.

f) COR - Deve ser suave e reduzir os reflexos luminosos; tem transmitir tranquilidade e

descontração.

4.0- RECURSOS HUMANOS: COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE

A) Equipe de anestesia

A equipe de anestesia é formada por médicos anestesiologistas, responsáveis por todo ato anestésico, com as atribuições iniciais de fazer a avaliação pré-anestésica do paciente ainda em sua unidade de internação e de fazer a prescrição da

medicação pré-anestésica. É também da responsabilidade dessa equipe planejar e executar a anestesia, prevendo com antecedência todos os materiais, equipamentos e medicamentos necessários, bem como preparar e administrar drogas e controlar as condições clínicas e anestésicas do paciente durante a cirurgia.

Ao termino da cirurgia é da responsabilidade dessa equipe o envio do paciente à Unidade de Recuperação Pós-Anestésica e seu controle até o restabelecimento das condições do paciente, para que este possa

retornar à unidade de origem em segurança.

b) Equipe de cirurgia A equipe de cirurgia é a responsável direta pelo procedimento cirúrgico e compõe-se dos seguintes elementos: c) Médico cirurgião

É o responsável pelo ato cirúrgico a ser desenvolvido. Cabe-lhe, portanto, planejá-lo e executá-lo, comandando-o e mantendo a ordem no campo operatório.

d) Médico assistente É o que auxilia na cirurgia. Dependendo do porte desta, pode ser necessário mais de um. Ao primeiro assistente compete auxiliar diretamente o médico cirurgião e substituí-lo caso haja necessidade.

e) Instrumentação cirúrgico Parte integrante da equipe de cirurgia, é responsável pelo preparo da mesa de instrumental, devendo prever e solicitar com antecedência todo o material que julgar necessário. É ainda quem fornece os instrumentais ao cirurgião e seus assistentes durante

o ato cirúrgico, mantendo a mesa de instrumental em ordem e ficando sempre atento para que nada falte. Este profissional deverá se adequar à resolução do

Conselho Federal de Medicina. f) Equipe de enfermagem

A equipe de enfermagem que atua no Centro Cirúrgico é composta por pessoas de vários níveis, com responsabilidades diferentes. A quantidade desse pessoal varia conforme a complexidade e o volume de trabalho existente na Unidade, mas em geral a equipe é composta de:

g) Enfermeira Responsável pelo planejamento das ações de enfermagem que serão desenvolvidas no decorrer do ato cirúrgico, bem como pelo gerenciamento relativo aos materiais e equipamentos necessários.

h) Técnico de enfermagem Auxiliar direto da enfermeira, são-lhe delegadas também tarefas especiais, como: verificar o funcionamento, a conservação e a manutenção dos

equipamentos necessários ao funcionamento do Centro Cirúrgico; responsabilizar-se pelo encaminhamento das peças cirúrgicas aos laboratórios especializados e controlar o material esterilizado, verificando seus prazos de validade. Pode também exercer as atividades de instrumentador cirúrgico ou de circulante de sala.

i) Circulante de sala

Papel normalmente desempenhado pelo auxiliar de enfermagem, com estas atribuições: atendimento direto das solicitações da equipe médica no decorrer do ato cirúrgico, posicionamento adequado do

paciente, verificação e controle de todos os equipamentos exigidos pela cirurgia. j) Instrumentada cirúrgico Fornecedor dos instrumentais cirúrgicos à equipe

médica no decorrer da cirurgia esse papel deve ser desempenhado pelo auxiliar de enfermagem. l) Auxiliar de enfermagem

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CENTRO CIRÚRGICO – CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO

É responsável pela montagem da sala cirúrgica, atividades durante o ato cirúrgico e após. m)Montagem da sala cirúrgica Para a montagem da sala, o auxiliar de enfermagem

deve tomar as seguintes providencias: - ler com atenção a marcação de cirurgia, observando a solicitação de materiais, medicamentos, equipamentos e outros itens essenciais ao ato cirúrgico; - verificar a limpeza dos pisos e paredes; - prover a sala dos equipamentos solicitados;

efetuar a limpeza e a desinfecção dos equipamentos e mobiliário necessários ao ato cirúrgico, conforme rotina estabelecida;

- testar o funcionamento de todos os equipamentos elétricos, assim como dos pontos de gás e dos aspiradores;

- verificar se o lavabo está em ordem e lavar as mãos; - equipar a sala com todo o material necessário para o procedimento cirúrgico (material estéril,d e pronto uso e não-estéril); - providenciar as medicações necessárias para o procedimento anestésico-cirúrgico, assim como o material para a anestesia;

- verificar se os impressos a serem utilizados no decorrer da cirurgia estão em ordem e são suficientes; - colocar o pacote de campos e aventais, as luvas e as caixas de instrumentais necessárias ao ato cirúrgico em local acessível; - conferir os envelopes de fios de sutura necessários ao ato cirúrgico.

g) Atendimento durante o ato cirúrgico No decorrer do ato cirúrgico, são atividades do auxiliar de enfermagem:

- receber o paciente na sala cirúrgica, conferindo seus dados pessoais e sua identificação, e ficar ao lado dele enquanto estiver consciente; - igualar a altura da mesa cirúrgica à da maca, encostando uma na outra, e transferir o paciente para a mesa cirúrgica, deixando-o coberto; - verificar se o campo operatório está preparado e,

caso não esteja adequado, refazer seu preparo; - providenciar o suporte de braço e estender sobre eles os braços do paciente para evitar a

hiperextensão; auxiliar o anestesista no que for necessário; se a anestesia for feita por meio de bloqueio regional,

colocar o paciente na posição solicitada pelo anestesista; - colocar a placa neutra do bisturi elétrico sob a panturrilha ou outra região, de acordo com a cirurgia, tendo o cuidado de verificar as condições da área em que será colocada;

- colocar os eletrodos do monitor cardíaco, seguindo as orientações do anestesiologista;

- preparar o manguito do aparelho de pressão, bem como o estetoscópio, para que fiquem acessíveis ao anestesiologista; - auxiliar a equipe cirúrgica a se paramentar (vestir o avental, amarrar os cadarços e apresentar as luvas cirúrgicas); - abrir o pacote de campo de mesa cirúrgica para

oferecê-lo ao instrumentador; - abrir a caixa de instrumental e oferecê-la ao instrumentador cirúrgico; - fornecer os materiais solicitados pelo instrumentador cirúrgico (gazes, compressas cirúrgicas, fios de sutura, entre outros); - auxiliar no posicionamento do paciente;

- ligar o foco central e focalizar o campo cirúrgico, caso o foco não possua canoplas adaptáveis estéreis; - descobrir a área operatória e oferecer o material

para antissepsia; - colocar o arco de narcose e auxiliar o anestesiologista a prender as pontas dos campos

cirúrgicos no suporte de soro, assim como no arco de narcose, formando a tenda de separação entre o campo cirúrgico e o campo de ação do anestesiologista; - aproximar o aparelho de bisturi elétrico e conectar os pólos positivo e negativo, cobrindo-o com campo esterilizado, e oferecer o pedal do bisturi ao cirurgião,

colocando-o próximo de seus pés; aproximar da equipe cirúrgica o hamper coberto com campo estéril para receber o material utilizado; - se necessário, ligar o aspirador e conectar a ponta estéril à ponta não-estéril do computador; - permanecer atento às solicitações da equipe cirúrgica (materiais e instrumentais extras

necessários, regulagem dos aparelhos, entre outras); - receber e identificar a peça cirúrgica conforme rotina estabelecida; - zelar pela manutenção e ordem da sala cirúrgica, efetuando a desinfecção imediata todas as vezes em que houver extravasamento de sangue e fluidos

corpóreos no piso ou nas paredes da sala cirúrgica, utilizando o desinfetante padronizado pelo setor; - ficar atento à contagem das compressas cirúrgicas, informando à equipe cirúrgica qualquer diferença antes do fechamento da incisão; - se necessário, realizar a pesagem das compressas e das gazes pra avaliar a perda de sangue e fluidos pelo

paciente, fornecendo os dados encontrados ao médico anestesiologista; - fazer as anotações pertinentes, de acordo com as

rotinas do Centro Cirúrgico, referentes aos materiais, medicamentos e equipamentos utilizados, assim como o início e térmico do ato cirúrgico, de maneira clara e objetiva;

- anotar no relatório de enfermagem as intercorrências porventura havidas durante o ato anestésico-cirúrgico; - auxiliar o médico no curativo da incisão cirúrgica, ao término da cirurgia, oferecendo as soluções anti-sépticas e os adesivos necessários.

Assistência durante a cirurgia contaminada Cirurgia contaminada refere-se à cirurgia em sítio densamente colonizado com a flora humana normal ou quando ocorre intercorrência durante a cirurgia a

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CENTRO CIRÚRGICO – CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO

partir destes sítios, por exemplo ruptura acidental de alça intestinal. As práticas e os cuidados na sala de operação são os mesmos que se utilizam em cirurgias limpas, acrescidas dos seguintes itens:

- O saco plástico da lixeira deve ser trocado no mínimo duas vezes durante a cirurgia; - Deve haver barreira de proteção obrigatória entre o paciente e o local da cirurgia; - Todos os materiais fixos do bloco cirúrgico devem sofrer desinfecção de alto nível após a cirurgia.

h) Atendimento após a cirurgia Concluída a cirurgia, cabe ao auxiliar de enfermagem:

- auxiliar a equipe a retirar a paramentação cirúrgica; - desligar o foco e os aparelhos elétricos e afastá-los da mesa cirúrgica;

- remover as pinças e os fios de sutura com as respectivas agulhas que estejam sobre os campos cirúrgicos evitando os acidentes com materiais perfurocortantes; - remover os campos cirúrgicos que estão sobre o paciente; - cobrir o paciente, mantendo-se aquecido;

- transferir o paciente da mesa cirúrgica para a maca, após a liberação do médico anestesiologista, observando as infusões endovenosas, o curativo cirúrgico, o funcionamento de sondas e drenos; - providenciar o transporte do paciente para a Unidade de Recuperação Pós-Anestésica, se houver solicitação, ou à unidade de origem e encaminhá-lo com toda a

documentação em ordem e o prontuário completo. Conduzindo a maca ou cama-berço pela cabeceira, para facilitar a observação; - separar a roupa utilizada na cirurgia, verificando se não existem instrumentais misturados a ela, colocá-la em sacos adequados e encaminhar estes ao local

apropriado; - separar todo o material perfurocortante, colocá-lo no recipiente adequado e encaminhar este ao local apropriado; - recolher todo o lixo, fechar o saco de coleta e encaminhá-lo ao local adequado; - recolher os instrumentais e materiais que terão de

ser desinfetados e esterilizados, separando-os por tipo e encaminhando-os para reprocessamento;

- recolher o frasco de aspiração e suas

extensões, desprezando as secreções no

expurgo do Centro Cirúrgico; - encaminhar o frasco para limpeza e desinfecção e as extensões com a tampa para reprocessamento; - encaminhar os instrumentais e outros materiais ao setor apropriado, conforme rotina do hospital.

5- TRANSPORTE DO PACIENTE DO CENTRO CIRÚRGICO O transporte do paciente da unidade de internação para o Centro Cirúrgico deve ser feito em maca,

provida de colchonete confortável, grades laterais e rodas em perfeitas condições de funcionamento. Pode ser, ainda usada a cama berço, dependendo da idade e condições físicas do paciente. Este procedimento difere de hospital para hospital. Em alguns, fica sob responsabIlidade da Unidade de internação e em outros, da unidade de Centro

Cirúrgico. Independente da unidade que se responsabiliza por transportar o paciente da unidade de internação para o Centro Cirúrgico, é fundamental que a pessoa determinada para esta atividade receba treinamento específico. Ao transportá-lo alguns cuidados devem ser tornados:

- Preparar a maca ou cama berço com roupas limpas e do mesmo modo como se prepara a cama de um operado, ou seja enrolar juntos o lençol superior, o

cobertor e a colcha no sentido longitudinal, deixando-os de um dos lados da maca. - Colocar a camisola aberta e a toca para proteger os

cabelos do paciente. - Levar a maca a unidade de internação 40 min a 1 hora antes da cirurgia, dependendo do tipo de cirurgia ou da rotina da equipe cirúrgica. - Verificar se o paciente recebeu os cuidados do período pré-operatório imediato e se o prontuário está completo, inclusive com as radiografias. Colocá-los a

seguir, sob o colchão da maca. - Conferir a identificação do paciente, a partir do “pedido de cirurgia”, apresenta-se a ele como funcionário do Centro Cirúrgico e responsável por transportá-lo para o referido setor;

a) Verificar

Se foram retirados esmalte, adornos e

próteses do paciente, e se este já esvaziou a bexiga, caso não esteja com sonda vesical. - Transportar o paciente, diretamente para a sala cirúrgica. A permanência deste no corredor, além de

ser cansativa, propicia a escuta de conversas paralelas que contribuem para aumentar o medo e conseqüentemente, a insegurança. A permanência deste no corredor, além de ser cansativa, propicia a escuta de conversas paralelas que contribuem para aumentar o medo e

consequentemente, a insegurança. 5.1-O PACIENTE NA SALA CIRÚRGICA

Os procedimentos no Centro Cirúrgico devem estar sempre sob a supervisão do enfermeiro, a começar pelo recebimento do paciente na unidade, por ser este

o profissional capacitado para avaliar-lhe o estado físico, emocional e dar-lhe p devido atendimento.

a) Recepção e preparo inicial O paciente deve ser cordialmente recebido pelo

pessoal de enfermagem, que confere seus dados pessoais e seu prontuário, certificando-se de que todos os exames se encontram anexos. Nesse momento são também verificadas as anotações pré-

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operatórias feitas na unidade de internação: aplicação da medicação pré-anestésica, sinais vitais, retirada de próteses e jóias, problemas alérgicos e condições físicas e emocionais do paciente etc. O paciente deve, então, ter os cabelos protegidos com um gorro descartável e encaminhado a sala cirúrgica, aos cuidados do circulante de sala, cuja função, nesse

momento é a de manter uma conversação tranquila com ele e orientá-lo sobre os procedimentos que virão. Na transferência do paciente da maca para a mesa cirúrgica, é preciso igualar as alturas desses dois equipamentos e encostar um no outro, a fim de facilitar a passagem.

Deve-se verificar se a área operatória está devidamente preparada, realizando a tricotomia, se necessário, e manter o paciente aquecido e protegido

até a entrada da equipe cirúrgica. Atualmente a tricotomia no local onde será realizada a incisão cirúrgica, deve ocorrer minutos antes da indução

anestésica, como medida preventiva de infecção.

6.0 COMPETENCIA DO INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO

Comunicar ao enfermeiro qualquer

anormalidade com os artigos e equipamentos;

Participar de reuniões no setor conforme a programação;

Participar da implantação de novas

técnicas;

Participar do ato cirúrgico;

Realizar atividades de acordo com as rotinas técnicas sob a supervisão de um enfermeiro;

Realizar o preparo dos artigos de acordo

com a rotina específica;

Auxiliar no programa de infecção

hospitalar;

Atender o paciente nas necessidades cirúrgicas;

Cumprir normas e regulamentos da instituição.

7. PROCEDIMENTO: POSIÇÕES CIRÚRGICAS MAIS FREQUENTES

Equipe multiprofissional: enfermeiro, técnico, auxiliar de enfermagem, cirurgião, médico anestesista.

1. Propósito do procedimento

1.1. O que é

Consiste nas diferentes maneiras de colocar o paciente na mesa de cirurgia.

1.2. Para que serve

Para facilitar a realização das técnicas

cirúrgicas.

1.3. Indicações do procedimento

Sempre que a técnica cirúrgica o requeira.

2. Recursos materiais

2.1. Instrumentos, medicação e utensílios

Utensílios: travesseiros, perneiras, ombreiras, arcos separadores de campo, suporte de braços, suporte de pés, faixas de contenção, almofadinhas, rolos, almofadas, pulseiras, coxins protetores, estribos, sacos de areia, esparadrapo, campos, compressas,

lençóis etc.

2.2. Instalações, espaço físico

Na sala de cirurgia e sobre a mesa de operações, uma vez que o paciente tenha sido anestesiado.

2.3. Proteção especial

Deverá ser verificado se a mesa funciona em todas as suas posições antes de colocar o paciente. Todos os acessórios deverão estar forrados e acolchoados para evitar compressão de nervos, vasos sanguíneos e proeminências ósseas.

3. Procedimento

3.1. Pré-requisitos

Informar-se da posição de acordo com a técnica cirúrgica; reunir todos os acessórios necessários.

Haver exigência de uma posição especial do paciente na mesa de operações pela técnica cirúrgica a ser realizada.

O paciente estar anestesiado.

3.2. Protocolo de ação

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A) Para todas as posições em geral:

a) Reunir todo o material necessário: acessórios, suportes etc.

b) Lavar as mãos e colocar as luvas de procedimento.

c) Cabe ao anestesista controlar a movimentação da cabeça do paciente intubado.

d) Com a participação de três pessoas, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e outra disponível, movimentar o paciente de maneira coordenada para colocá-lo na posição correta segundo a técnica cirúrgica a ser usada, consultando o cirurgião quando necessário.

e) Usar travesseiros, rolos, suportes etc., de acordo

com a posição em que o paciente será colocado.

As posições mais freqüentes são as seguintes:

B) Decúbito dorsal ou supino. Posição usada na maioria das cirurgias abdominais e torácicas, e em algumas dos quadris e das pernas (Fig. 30).

Fig. 01 Decúbito dorsal.

a) Deitar o paciente com o dorso apoiado sobre a mesa de operação.

b) Manter a face para cima e os braços estendidos

ao lado do corpo ou sobre suportes de braços, com as palmas das mãos voltadas para baixo.

c) Manter as pernas estendidas e descruzadas, com os pés separados.

d) Colocar faixa de contenção nos joelhos.

e) Colocar travesseiros de tamanho adequado debaixo da cabeça, da pequena curvatura do dorso e dos Joelhos.

f) Proteger os calcanhares com coxins de espuma, rolos para tornozelo ou protetores de espuma para calcanhar.

g) Apoiar as plantas dos pés em um suporte para evitar que fiquem caídos.

C) Decúbito dorsal ou supino com

hiperextensão da cabeça. Posição usada nas cirurgias do pescoço, da face e em algumas

cranianas e oftálmicas; também nas intervenções da boca e do nariz (Fig. 02).

Fig. 03 Decúbito supino com hiperextensão da

cabeça.

a) Considerar todos os itens descritos na posição anterior e os que se seguem:

b) Colocar travesseiro, almofada ou rolo de espuma debaixo dos ombros, elevando-os sem deixar espaço no suporte do pescoço ao hiperestendê-la; a cabeça deve ficar apoiada na parte abaixada da cabeceira.

c) Fixar a cabeça, imobilizando-a com atadura ou esparadrapo, que passará pela fronte do paciente e as bordas laterais e inferior da mesa.

d) Proteger os olhos para evitar lesões ou contato com soluções irritantes.

D) Decúbito dorsal ou supino com elevação dos

quadris. Posição usada em cirurgias vasculares

quando a região a ser operada é a ilíaca, e em simpatectomias lombares (Fig. 04).

Fig. 05 Decúbito dorsal ou supino com elevação dos quadris.

a) Considerar, além dos itens descritos na primeira posição, o seguinte:

b) Erguer a mesa de operações na sua articulação

central, elevando os quadris e a região ilíaca do paciente.

c) Posicionar os braços em forma de cruz, apoiados em suportes de braços.

E) Decúbito supino com um lado elevado. Posição usada nas cirurgias de ombro e da região

ântero-lateral.

a) Considerar, além dos itens descritos na primeira posição, o seguinte:

b) Colocar um saco de areia, coxim ou almofada debaixo do ombro correspondente ao braço a ser elevado.

c) Apoiar o restante do corpo em travesseiros, almofadas, coxins, rolos etc., a fim de evitar que se movimente.

d) Manter os quadris e os ombros sobre uma

superfície plana.

F) Decúbito dorsal ou supino recostado. Posição

utilizada em algumas cirurgias vaginais.

a) Considerar, além dos itens descritos na primeira posição, o seguinte:

b) Flexionar os joelhos pela colocação de travesseiros debaixo deles.

c) Manter as coxas em rotação externa e os pés descansando sobre a mesa,

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G) Decúbito dorsal ou supino com extensão braquial. Posição que se emprega nas intervenções de mama, axila, braço e mão.

a) Considerar, além dos itens descritos na primeira posição, o seguinte:

b) Colocar o braço em ângulo reto em relação ao resto do corpo apoiado em suporte devidamente

almofadado.

c) Evitar a hiperextensão do braço,

H) Decúbito prono ou ventral. Posição usada nas cirurgias da parte posterior do tórax, coluna vertebral, região coccigeana, parte posterior das pernas, região poplítea e tendão de Aquiles (Fig.

06).

Fig. 07 Decúbito ventral.

a) Colocar o paciente com o abdome em contato

com a superfície do colchão da mesa e a cabeça voltada para o lado apoiada sobre um travesseiro.

b) Dispor travesseiros ou rolos debaixo dos ombros, das axilas e ao lado do tórax, facilitando assim a respiração;

Dispor também outro travesseiro debaixo dos tornozelos e dos pés para proteger os dedos e

evitar a hiperextensão dos joelhos.

c) Acomodar os braços ao lado do corpo com as palmas das mãos para baixo; também podem ser postos em cruz levemente angulados sobre suportes de braços.

d) Usar faixa de contenção abaixo dos joelhos.

I) Posição de Kraske (ou de canivete). É usada nas cirurgias protológicas e na remoção de cistos pilonidais (Fig. 08).

Fig. 09 Posição de Kraske.

a) Considerar, além dos itens descritos na posição de decúbito ventral, o seguinte:

b) Ajustar a faixa de contenção abaixo dos joelhos.

c) Colocar os braços em ângulo reto em relação ao corpo e apoiados em suportes de braços.

d) Apoiar o tórax em almofadas colocadas nos ombros.

e) Proteger os pés e os dedos com um travesseiro.

f) Colocar a cabeça virada para um dos lados.

g) Colocar os quadris sobre a articulação central da mesa de operações.

h) Abaixar a parte correspondente às pernas num ângulo aproximado de 90º ; elevar os quadris acima do resto do corpo determinando a inclinação da cabeça e do tronco.

J) Trendelenburg. Posição usada nas cirurgias do

abdome inferior e da pélvis, nas laparoscopias e em algumas intervenções biliares. Também se emprega nos casos de choque ou de hipotensão, porém sem flexionar os joelhos (Fig. 10).

Fig. 11 Posição de Trendelenburg.

a) Colocar o paciente em decúbito dorsal ou supino.

b) Inclinar a mesa de operações cerca de 45º, fazendo com que a cabeça do paciente fique mais baixa que o tronco e os pés.

c) Colocar braçadeiras nos ombros.

d) Ajustar uma faixa de contenção logo acima dos

joelhos.

e) Pôr um travesseiro no espaço vazio entre o ombro e o pescoço.

K) Trendelenburg invertida ou reversa. Posição usada nas cirurgias de tireóide, paratireóide,

vesícula e vias biliares (Fig. 12).

Fig. 13 Posição de Trendelenburg invertida.

a) Colocar o paciente em decúbito dorsal ou supino.

b) Inclinar toda a mesa, deixando a cabeça mais alta do que o resto do corpo.

c) Apoiar os pés em uma prancha acolchoada.

d) Colocar um travesseiro debaixo dos joelhos,

outro sob a curvatura lombar e um rolo na base da

cabeça.

e) Ajustar uma faixa de contenção abaixo dos joelhos.

L) Posição de Fowler ou semi-sentada. Posição utilizada nas cirurgias de cabeça, face, nariz, mamas e pescoço (Fig. 14).

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Fig. 15 Posição de Fowler.

a) Colocar o paciente em decúbito supino com os pés apoiados em pranchas acolchoadas.

b) Abaixar a parte inferior da mesa, fazendo com que os joelhos sejam flexionados ligeiramente.

c) Erguer a parte superior da mesa cerca de 45º, servindo de encosto ao paciente e elevando o tórax.

d) Abaixar as pernas a partir dos joelhos.

e) Colocar os braços sobre o abdome apoiados num travesseiro e presos para evitar que caiam.

f) Ajustar a faixa de contenção sobre os joelhos.

g) Manter a cabeça apoiada em um rolo.

M) Posição de litotomia ou ginecológica. Posição utilizada nas cirurgias dos órgãos pélvicos e genitais e nas citoscopias (Fig. 16).

Fig. 17 Posição ginecológica.

a) Colocar o paciente em decúbito supino com as

nádegas apoiadas sobre a articulação central da mesa de operações e abaixar a metade inferior da mesa.

b) Pôr as perneiras ou estribos.

c) Colocar em cada perna do paciente proteção semelhante a uma fronha em tecido de algodão ou

aplicar atadura elásticas.

d) Levantar as duas pernas de uma só vez para minimizar tensão e deslocamento da região lombar, colocando-a sobre as perneiras de maneira a evitar

a abdução e rotação das mesmas.

e) Acolchoar os estribos para evitar a pressão das pernas dos tornozelos durante o tempo que neles

permanecerem apoiados.

f) Colocar os braços em suportes para braços ou apoiada sobre a região inferior do abdome; não devem ser posta sobre o tórax para evitar problemas respiratórios. Também não devem ser colocados ao longo do corpo, pois poderia haver lesões nas mãos por seu contato com a articulação

da mesa no momento em que esta é manipulada.

N) Posição lateral. Posição usada para diversos tipos de cirurgia como as que intervêm no rim, em ureteres, tórax, esôfago e na região temporal do cérebro (Fig. 18).

Fig. 19 Posição lateral.

a) Colocar o paciente de lado.

b) Pôr um travesseiro entre as pernas, estando a inferior flexionada no joelho e quadril e a superior estendida.

c) Ajustar a faixa de contenção na altura dos quadris.

d) Colocar uma almofada sob o abdome e o tórax.

e) Apoiar a cabeça num travesseiro.

f) Apoiar o braço do lado em que o corpo repousa na mesa de operações em um suporte de braços; colocar o braço superior em uma tala especial elevada em forma de arco devidamente acolchoada.

0) Posição de lombotomia. Posição utilizada para permitir a abordagem da região retroperitoneal do flanco nas cirurgias do rim (Fig. 20).

Fig. 20 Posição de lombotomia.

a) Considerar, além dos itens descritos na posição lateral, o seguinte:

b) Levantar a ponte da mesa, flexionando-a,

fazendo com que a cintura do paciente (área entre a décima segunda costela e a crista ilíaca) seja levantada ao mesmo tempo em que a cabeça, o tórax, as pernas e os pés desçam.

c) Colocar ombreiras para evitar deslizamentos.

d) Pôr um travesseiro embaixo das pernas.

P) Posição fetal ou de punção lombar. Posição

utilizada nas cirurgias da coluna lombar, punções lombares, anestesias raquidianas e neurólises (Fig. 22).

Fig. 41 Posição fetal ou de punção lombar.

a) Considerar, além dos itens descritos na posição lateral, o seguinte:

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b) Flexionar as pernas sobre o peito e colocar um travesseiro embaixo delas.

c) Ajustar faixas de contenção sobre os quadris e ombros.

d) Apoiar a cabeça e a cintura em travesseiros.

3.3. Cuidado com o material

Convém dispor de todos os suportes e acessórios, devida-mente acolchoados. Deverá ser evitado o atraso das cirurgias por procura ou preparo de algum acessório necessário ao posicionamento do paciente.

3.4. Riscos

A) Resultantes do procedimento: realização

defeituosa do procedimento ou atraso do ato cirúrgico por falta de material ou de previsão do mesmo.

B) Relacionados com o paciente: o paciente, mesmo anestesiado, pode modificar a posição inicial,

ficando sujeito a erosões na pele e lesões diversas por atrito ou pressão.

C) Relacionados com a proteção e segurança do profissional: falta de coordenação ao mobilizar os pacientes, podendo resultar em acidentes com o pessoal por esforços acima do necessário ao realizar o procedimento.

3.5. Pontos-chave

• Conhecer a posição, de acordo com a

técnica cirúrgica.

• Prover acessórios e suportes.

• Lavar as mãos e colocar as luvas de procedimento.

• Colocar o paciente em posição adequada.

• Colocar travesseiros, almofadas e coxins protetores.

• Colocar suportes de braços e pés.

• Colocar faixas de contenção.

• Fazer a proteção das proeminências ósseas,

acolchoando-as para evitar ulcerações por pressão.

4. Complicações

4.1. Imediatas

Falta de acessórios, tendo que improvisá-los.

4.2. Tardias

Lesões do plexo braquial, escoriações, ulcerações e demais lesões pela falta de proteção em áreas predispostas ou uso inadequado de protetores.

5. Garantia de qualidade

5.1. Recomendações gerais

Deverão ser tomados cuidados especiais em todas as posições, visto que se atua com o paciente anestesiado. Os pacientes são anestesiados em decúbito dorsal e, somente a seguir, colocados na posição correspondente.

Todos os acessórios deverão estar forrados, acolchoados ou almofadados.

Serão evitadas em todas as posições a queda e a hiperextensão dos pés.

Deverão ser protegidos os calcanhares da pressão sobre a mesa de operações e também todas as outras proeminências ósseas, uma vez que o peso corporal se distribui de forma desigual, concentrando-se nestas áreas e causando úlceras de

decúbito.

Na posição de decúbito dorsal com elevação

dos quadris, deverá ser realizada a flexão lentamente para evitar reflexos vagais no paciente.

Na posição de decúbito dorsal com extensão braquial, evitar-se-á a hiperextensão do braço para

evitar lesões no plexo braquial.

Na posição de Kraske, o retorno à posição inicial deverá ser feito lentamente.

A posição de Trendelenburg deverá ser mantida pelo menor tempo possível, porque diminui a expansão pulmonar pela pressão das vísceras abdominais no diafragma. Ao retornar à posição

horizontal, elevar-se-ão primeiro as pernas e em seguida será nivelado o restante da mesa.

Na posição de litotomia será preciso voltar lentamente à posição horizontal, evitando assim que

o paciente tenha uma hipotensão arterial pelo retorno de um volume significativo de sangue às pernas. Ao mudar a posição há uma sobrecarga do

coração e da circulação.

5.2. Auto-avaliação do procedimento

Estava previsto o material necessário?

Estavam convenientemente almofadados e acolchoados os acessórios?

Apareceram vermelhidões após a cirurgia em certas áreas em virtude de pressão prolongada?

Procurou-se conhecer a posição a ser adotada antes da intervenção cirúrgica?

Houve atraso na cirurgia por falta de previsão de material?

5.3. CUIDADOS NO POSICIONAMENTO

Não comprimir ou hiperestender terminações nervosas, evitando-se assim as paralisias, que podem ser irreversíveis;

Proteger proeminências ósseas – úlceras de pressão, trombose, compressão da circulação;

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CENTRO CIRÚRGICO – CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO

Cuidar para que os membros inferiores e

superiores nunca fiquem pendentes na mesa de operação;

Evitar contato de partes do corpo do paciente com superfícies metálicas da mesa de operação;

8. ELETROTERMOCAUTÉRIO

O bisturi elétrico é um aparelho eletrônico que tem a finalidade de transformar a corrente elétrica alternada comum, em corrente elétrica de

alta freqüência, mas que, apesar da intensidade, não ocasiona alterações orgânicas. A corrente elétrica, de alta freqüência, aquece a ponta metálica do eletrodo positivo “ponta do bisturi”, passa através do corpo do paciente e é eliminada através da placa dispersiva, “placa do paciente” que está direta ou indiretamente ligada ao

“fio terra”. Este equipamento cirúrgico é utilizado com o objetivo de promover a eletrocoagulação e eletrodissecção. A eletrocoagulação é a oclusão dos vasos sangüíneos (parada do fluxo sangüíneo), através da solidificação das substâncias protéicas ou retração dos tecidos. A eletrodissecção consiste na

secção (corte) dos tecidos, através da dissolução da estrutura molecular das células. A circulante deve ser encarregada da colocação da placa dispersiva no paciente

observando: a) contato homogênico da placa dispersiva com o

corpo do paciente, para permitir a distribuição

da corrente. Os locais mais utilizados são a panturrilha, face posterior da coxa e glúteos; evitar a colocação da placa em proeminência ósseas ou áreas pilosas, por que diminuem o contato da mesa com o corpo do paciente.

Figura 23

8.1. ELETROCIRURGIA

A eletrocirurgia é um procedimento cirúrgico que promove corte e coagulação, segundo fatores variáveis e reguláveis (MIGLIORISI, 1984).

A eletrocirurgia baseia-se nos princípios da diatermia em que o tecido se situa entre duas placas metálicas por onde através delas passam ondas de alta frequência que provocam a liberação

de cargas elétricas no interior das células expostas;

Na eletrocirurgia o calor é produzido no tecido pela passagem da corrente elétrica.

Na eletrocauterização o tecido é aquecido pelo calor de um metal quente e não há passagem de corrente elétrica.

O Bisturi elétrico tem a propriedade de transformar a corrente alternada comum em corrente elétrica de tão alta frequência que apesar da sua intensidade, não provoca migração de íons no organismo, nem ocasiona excitação farádica nos nervos.

A descarga elétrica (de baixa amperagem, intensidade e alta frequência), passando através de extremidades pontiagudas e em contato com tecidos, produz CALOR e este será regulado pelos mecanismos do aparelho. O efeito físico da eletrocirurgia se baseia na Lei de Joule (J).

Os tecidos são naturalmente resistentes a

ondas de alta frequência, e, quando estas passam através dele, produzem intenso calor intracelular

com volatilização das células;

A corrente elétrica de alta frequência não provoca os efeitos nocivos que se observam com as exposições à corrente elétrica de baixa frequência, como excitação neuromuscular, fibrilação ventricular e queimaduras, visto que só produz

deformações localizadas;

O aperfeiçoamento dos acessórios, sua variedade e versatilidade têm tornado possível ao eletrobisturi ser um dos equipamentos mais práticos e úteis na técnica cirúrgica.

Um aparelho eletrocirúrgico é similar a um

rádio transmissor, atuando em uma faixa de

3.8mHz exatamente como uma estação de rádio, podendo ser, finalmente, afinada para uma boa recepção.

A corrente circula a partir de uma extremidade da pinça bipolar (como um eletrodo) através do tecido até a outra extremidade da pinça

(como um segundo eletrodo);

Neste sistema, o percurso dos eletrodos é geralmente conhecido, assim sendo, não há risco óbvio de queimaduras elétricas;

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CENTRO CIRÚRGICO – CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO

Qualquer modo de coagulação é realizada por aumento da temperatura tecidual, isto provoca um risco de queimadura causada pela propagação elétrica além do desejado.

Neste sistema a corrente elétrica vai da unidade eletrocirúrgica até o eletrodo ativo (tesoura ou alça), e através deste eletrodo, a corrente é

conduzida através dos tecidos para retornar ao eletrodo e retornar a unidade eletrocirúrgica;

A eletricidade monopolar é potencialmente danosa, porque parte do trajeto feito pela corrente não é conhecido, como resultado, temos o risco de queimadura elétrica distante do eletrodo ativo.

O sistema monopolar pode ser usado para

simples coagulação, para secção ou coagulação-secção usando corrente mista.

A corrente coagulativa é caracterizada por períodos intermitentes de atividade elétrica e provoca desidratação celular e coagulação das proteínas, consequentemente hemostasia;

a)VANTAGENS:

A incisão é esterilizante, com possibilidade de propagação de germes ou células neoplásicas pelo bisturi;

Há obliteração dos capilares e interstícios

linfáticos, diminuindo, assim a hemorragia capilar e

a secreção pós-operatória da ferida;

A hemostasia é rápida, permitindo melhor visualização do campo operatório.

b)DESVANTAGENS:

Não serve para obliterar vasos medianos ou grandes;

Necrose de tecidos: não se consegue evitar a combustão das células mais próximas a incisão, com risco de haver complicações da cicatrização.

Colocar em local com bastante músculo e longe de proeminências ósseas;

Observar uso de roupas intimas de nylon (bom condutor).

Observar a presença de adornos (bom

condutor);

Não molhar a placa;

Não colocar a placa perto de eletrodos (bom condutor);

Não colocar a placa em região com grande

quantidade de pelos (bom condutor);

Colocar a quantidade exata de gel.

9.PROCEDIMENTO DE CIRURGIA

Rotinas do centro cirúrgico

1° - As cirurgias devem ser marcadas mediante a entrega dos avisos pelas clínicas cirúrgicas, até 12

horas de véspera da operação.

Estes avisos deverão ser preenchidos em todos os seus itens, indicando: nome do paciente,

idade, registro, Instituto, data da cirurgia, horário provável, nome da cirurgia, tipo de anestesia, material especial, transfusão de sangue (se for necessário), assinatura do médico ou assistente responsável, data que preencheu o aviso e assinatura da enfermeira responsável pela clínica.

2° - Mediante os avisos recebidos, a enfermeira deverá fazer escala diária, constando:

Horário previsto para cada cirurgia;

Nome completo do paciente, número de quarto

e leito;

Número de registro;

Nome da cirurgia;

Nome do cirurgião responsável;

Tipo de anestesia.

3° - O mapa ou escala diária devem ser produzidas cópias, para fixar em alguns pontos chaves dentro do hospital, como:

No banco de sangue para controle de saída de sangue, que é entregue ao Centro Cirúrgico na hora do ato operatório:

Na patologia, para controle das “peças” que

chegam para exame;

Na portaria do hospital, para informações;

Em edital no próprio Centro Cirúrgico,

facilitando a rotina interna;

Com a equipe de transporte dos pacientes facilitando seu desempenho;

Com a equipe de enfermagem do Centro de Material, facilitando o controle de roupa e material necessárias para o dia seguinte, evitando falta do material e atropelos de última

hora.

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CENTRO CIRÚRGICO – CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO

- É obrigatório o uso do uniforme privativo do Centro Cirúrgico, incluindo cabelos cobertos por gorros, sapatos protegidos por botas ou sapatilhas e máscara.

Figura 24

4° - Os cancelamentos de cirurgias devem ser feitos no máximo com uma hora de antecedência.

5° - O transporte do paciente da Unidade ou Clínica Cirúrgica para o Centro Cirúrgico fica sob responsabilidade de uma equipe de funcionários do

próprio Centro Cirúrgico, designados pela Enfermeira. Deve ser feito por meio de maca provida de colchão confortável e em boas condições de limpeza e conservação:

Durante este procedimento devemos observar alguns cuidados como:

Preparar a maca com roupa limpa, como se

prepara um operado;

Verificar na escala o nome do paciente, Clínica, número de quarto e leito, se encaminhado para

lá;

Chegando na Clínica verificar com a Enfermeira se o paciente já recebeu os cuidados do período pré-operatório imediato, se o prontuário está

completo, incluindo radiografias. Verificar também se foi administrada medicação pré-anestésica e se esta foi checada na prescrição;

Identificar o paciente, apresentar-se a ele como funcionário do Centro Cirúrgico e responsável em transportá-lo para referida Unidade;

Verificar a presença de adornos, esmalte e prótese e indagar se já esvaziou a bexiga, caso não esteja com sonda vesical;

Encostar a maca ao leito e entregar a camisola própria do Centro Cirúrgico, ajudando-o a vesti-la se necessário;

Ajudar o paciente a passar da cama para a

maca;

Colocar o prontuário sob o colchão da maca;

Transportar o paciente para o Centro Cirúrgico, empurrando a maca pela cabeceira;

Entregar o paciente aos cuidados da enfermeira da Unidade.

6° - O paciente dever ser recebido na Unidade de

Centro Cirúrgico pela Enfermeira, ou por um funcionário bem orientado, ao qual foi delegada a função, devido à sobrecarga de atividades da responsável.

A pessoa que desempenha esta função

deverá observar os seguintes cuidados:

Receber cordialmente, na sala de transferência de macas, identificando-o e verificando se o prontuário está completo;

Verificar anotações referentes ao pré-operatório tais como: medicação pré-anestésica, sinais vitais, tricotomia ampla, retirada de jóias,

adornos, próteses e outros;

Proteger os cabelos do paciente com gorro;

Transportar à sala cirúrgica entregando à

circulante.

7° - Deve ser feito controle diário das cirurgias

realizadas, em livro próprio, incluindo número total

e observações sobre qualquer ocorrência fora da rotina.

9° - Na entrada de novo “turno”, de funcionários, deverá ser feita passagem de plantão, informando o que ocorreu no período anterior.

10º - Deve ser feito controle diário de medicação

controlada: psicotrópicos e entorpecentes, através de anotações e guardando frascos vazios.

11° - Devem ser conferidas todas as “peças” antes de encaminhá-las ao setor de Patologia.

8° - Deve ser realizado controle diário do estoque de material esterilizado e a respectiva data de esterilização.

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9° - Diariamente, devem ser verificados o estado de conservação dos aparelhos e equipamentos, solicitando conserto ou troca, se necessário.

10° - Devem ser realizadas reuniões periódicas pela Enfermeira com os funcionários do Centro Cirúrgico, a fim de orientar quanto aos regulamentos e rotinas, e identificar os problemas e dificuldades encontradas para o cumprimento dos mesmos.

11° - Deve ser de rotina o planejamento e execução de programas de educação em serviço.

9.1.FASE DE MONTAGEM DA SALA DE

OPERAÇÃO:

Entende-se por montagem de sala de operação os procedimentos para prover e prever artigos e equipamentos necessários e adequados que visam proporcionar o desenvolvimento do ato anestésico-cirúrgico em ambiente seguro, físico e humano, a que o paciente tem direito. A fase de montagem da sala de operação

compreende desde o momento em que a circulante recebe do enfermeiro o plano assistencial para o período transoperatório até o início do ato anestésico-cirúrgico. Com o objetivo didático a montagem de sala de operação abrange as seguintes etapas: 01) De procedimentos básicos;

02) De procedimentos em relação à equipe médica e à instrumentadora cirúrgica; 03) De procedimentos relacionados ao paciente.

9.2.ETAPAS DE PROCEDIMENTOS BÁSICOS

Receber o plano assistencial do paciente, tomar

conhecimento da prescrição do enfermeiro e iniciar a implementação pela observação da solicitação de sangue e sua existência, e outras providências que dependem de serviços de apoio.

9.3.PREPARO DA SALA DE OPERAÇÃO

Colocar o mobiliário em posição funcional.

Proceder à limpeza da sala de operação,

quando for necessário, conforme rotina estabelecida no CC. Na limpeza deve-se seguir um fluxo funcional, de modo a evitar desperdício de tempo e energia. Mobiliário, aparelhos, foco e mesa cirúrgica.

Prover equipamento para monitoração (cardíaca, oximetria, pressão não-invasiva e temperatura, capnografia).

Testar o funcionamento da rede de gases medicinais como oxigênio, óxido nitroso, ar comprimido, vácuo, etc.

Verificar os artigos do carrinho de anestesia; bandeja para intubação, esfigmomanômetro, estetoscópio, garrote, etc.

Verificar material e equipamento para procedimentos especiais, como, por exemplo, utilização do bisturi elétrico, trépano, dermátomo, microscópio, etc.

Observar controle ambiental quanto à temperatura recomendada da sala de operação entre 22 a 24ºC.

Observar controle terapêutico da sala de operação quanto à segurança elétrica (não utilizar mais do que dois aparelhos por cada saída elétrica).

Realizar degermação das mãos.

9.4.PROVER O CARRINHO COM OS SEGUINTES

ARTIGOS MÉDICOS ESTERILIZADOS DE

ACORDO COM ROTINA ESTABELECIDA NO CC:

Luvas de todos os tamanhos (7,0; 7,5; 8,0; 8,5).

Pacotes de campos cirúrgicos (LAP).

Pacotes de aventais.

Pacotes de compressas grandes e

pequenas.

Pacotes de gazes (10 e 20 unidades).

Fios de sutura comuns e específicos para o procedimento cirúrgico.

Impermeáveis para mesas de instrumental.

Artigos em aço inoxidável (cubas-rim,

cúpulas, bacias).

Caixa de instrumental cirúrgico.

Seringas, agulhas, equipos e artigos para anestesia.

Sondas, drenos e cateteres.

Coletores (diurese, sonda nasogástrica).

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Cabo de bisturi elétrico e sistema de aspiração de secreção, etc.

Manoplas.

Artigos específicos de acordo com o procedimento cirúrgico (sutura mecânica, laparoscópios).

Checar a validade da esterilização e a

integridade das embalagens dos artigos.

9.5.PROVER ARTIGOS DIVERSOS:

Talas.

Ataduras em diversos tamanhos.

Acessórios para o posicionamento do

paciente na mesa cirúrgica.

Soluções anti-sépticas (éter, polivinil – pirrolidona-iodo (PVPI) tópico ou degermante, clorexidina).

Soluções medicamentosas como Ringer lactato, soro (fisiológico e glicosado), etc.

Medicamentos de forma geral e anestésicos e psicotrópicos.

Adesivos (esparadrapos, micropore).

Escovas para degermação à base de PVPI degermante e clorexidina. Dispor os pacotes nas respectivas mesas auxiliares

de modo a facilitar a sincronia de movimentos para

a abertura dos pacotes, preparo da paramentação,

preparo do paciente e preparo do carrinho de

anestesia.

Prover impressos, tais como: registro de anestesia

(gráfico), gastos ou débitos de sala, requisição de

exames laboratoriais, radiológicos e anatomia

patológica; descrição de cirurgia, prescrição médica,

requisição de hemoderivados, ficha de controle de

antibióticos, de psicotrópicos e anestésico.

10. MANUSEIO DE MATERIAL ESTERELIZADO

O instrumental cirúrgico, que pode ser esterilizado

por diversos métodos de esterilização, deve ser

acondicionado de forma que facilita a penetração e

a saída do vapor, ofereça barreira microbiana e dê

garantia de esterilização até o seu uso, respeitando-

se o prazo de validade após o processo de

esterilização.

- Pacote de material estéril. 25

Além disso, deve ser de fácil manuseio, resistente e

adequado para o tipo de cirurgia.

O produto escolhido para embalar o material deve

estar aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de

Vigilância Sanitária).

10.1.MANUSEIO DO MATERIAL ESTÉRIL

Após chegar ao CC, o material deve ser colocado

nas bancadas correspondentes para serem abertos.

As bancadas devem estar desinfetadas com álcool

70%.

Manipular o material o mínimo possível, e sua

abertura deve começar sempre pela direita ou para

trás e mantendo sempre a técnica asséptica.

12.ANESTESIA

A anestesiologia é a parte da Medicina que trata dos procedimentos necessários para abolir a

dor do paciente durante as intervenções cirúrgicas.

A preocupação com o alívio da dor é tão antiga como a existência do ser humano. Os homens primitivos buscavam aliviar a dor com

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amuletos, tatuagens e o uso da magia pelos curandeiros.

Os cirurgiões gregos e romanos utilizavam, em nível local, uma mistura de vinho e vinagre reagindo com pedras de carbonato sobre a área da pele a ser incisada no ato cirúrgico. Para isto, borrifavam a mistura nas pedras obtendo o entumecimento da área em conseqüência da formação do dióxido de carbono.

Os egípcios e os árabes foram pioneiros no uso de inalantes feitos com a mistura de diversas plantas, cuja preparação era aplicada colocando-se

uma esponja embebida sobre as fossas nasais. Os egípcios e os assírios, por meio da compressão das

carótidas, conseguiam um estado de inconsciência por anoxia cerebral.

A primeira anestesia com éter foi administrada em 1842, na Geórgia, pelo médico Crawford Long, porém até 1849 nada foi publicado a

respeito. Em 1846, dois dentistas de Boston, Mor-ton e Wells, utilizaram óxido nitroso para extrair dentes. Em 1847, um cirurgião escocês, Sir James Simpson, experimentou o clorofórmio com sucesso, primeiro nele mesmo e depois o introduziu na sua clínica obstétrica. Em 1853, a rainha Vitória recebeu

clorofórmio por ocasião do nascimento do seu sétimo filho, o príncipe Leopoldo, o que popularizou a anestesia obstétrica na Inglaterra. Em fins do século XIX e princípio do XX, com o uso do éter e do clorofórmio, foram realizadas cirurgias do abdome, tórax e crânio. Com o surgimento das

especialidades cirúrgicas aperfeiçoaram-se as

técnicas e métodos de anestesia e do próprio ato operatório.

A anestesia moderna fundamenta-se nas experiências de Joseph Priesttey com oxigênio e óxido nitroso.

Pouco a pouco foram sendo descobertos materiais e aparelhos, e purificadas substância

como a morfina; descobriram-se novas técnicas e novos anestésicos, passou-se a usar a anestesia por via endotraqueal, inventou-se o laringoscópio e foi considerada importante a vigilância do paciente anestesiado.

Ao mesmo tempo em que se foi

aperfeiçoando e criando técnicas especiais de anestesia, tornou-se possível executar técnicas e

procedimentos cirúrgicos mais complexos. Os importantes avanços conseguidos neste campo passaram a exigir anestesistas cada vez mais qualificados.

O anestesista e o cirurgião escolhem o tipo

de anestesia a ser dada ao paciente, dependendo da técnica cirúrgica e da provável duração da mesma. O anestesista deve empregar a menor quantidade e concentração das substância anestésicas, porém garantindo a analgesia e o relaxamento necessário do paciente.

A anestesia produz uma depressão progressiva do sistema nervoso central, que começa com os centros superiores (córtex cerebral) e termina com os centros vitais da medula.

Os fatores que produzem alterações da irrigação sanguínea cerebral são: o oxigênio, o dióxido de carbono, a pressão arterial, a idade do

paciente, sua temperatura, os medicamentos utilizados, a técnica empregada para a anestesia e diversos fatores neurogênicos.

As técnicas anestésicas escolhidas devem reunir as seguintes características:

• Produzir o menor número de efeitos indesejáveis.

• Possuir baixa toxicidade.

• Ser de iniciação rápida e de fácil reversibilidade.

• Proporcionar segurança ao paciente.

• Proporcionar as melhores condições cirúrgicas.

• Proporcionar bem-estar ao paciente.

• Proporcionar analgesia eficaz, extensiva ao pós-

operatório.

• Proporcionar amnésia e relaxamento muscular adequado.

12.1. Intubação do paciente

O trabalho do auxiliar de enfermagem neste procedimento é principalmente de apoio na

assistência da intubação do paciente. É um procedimento realizado pelo médico anestesista com a ajuda do enfermeiro circulante; o auxiliar de

enfermagem permanece na ante-sala ou em lugar correspondente, aguardando qualquer necessidade que possa surgir. O enfermeiro circulante não deve sair da sala de cirurgia, permanecendo ao lado do

médico anestesista para ajudá-lo e executar os procedimentos próprios do enfermeiro. Uma vez terminada a intubação do paciente, o auxiliar de enfermagem recolhe o material para limpá-la, colocando-o a seguir em lugar preestabelecido para nova utilização.

Caso seja necessário realizar outros procedimentos antes de começar a cirurgia, como por exemplo, passagem de sondas vesical e nasogástrica, cateterização de uma via central etc., o auxiliar de enfermagem também deverá recolher o material usado, deixando desocupada a área da

equipe de anestesia: mesmo assim, limpará e

desinfetará (quando necessário) as superfícies manchadas ou contaminadas.

12.2. PROCEDIMENTO: INTUBAÇÃO DO PACIENTE QUE RECEBERÁ ANESTESIA GERAL

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Equipe multiprofissional: médico anestesista,

enfermeiro, auxiliar de enfermagem.

1. Propósito do procedimento

1.1. O que é

Consiste na ajuda prestada ao médico anestesista por parte da equipe de enfermagem durante a intubação do paciente.

1.2. Para que serve

Para colaborar com o médico anestesista na execução do procedimento ao mesmo tempo em que realiza técnicas próprias de enfermagem.

1.3. Indicações do procedimento

Sempre que o paciente for operado sob anestesia geral.

2. Recursos materiais

2.1. Instrumentos, medicação e utensílios

Instrumentos: laringoscópio com três lâmina, pinças

de Magill.

Medicação: anestésicos inalantes: óxido nitroso, halotano, isofluorano, metoxifluorano e enfluorano.

Anestésicos intravenosos: hipnóticos, neuroanalgésicos, relaxantes musculares despolarizantes e não despolarizantes, antagonistas

de morfínicos e antagonistas de relaxantes não polarizantes.

Outros medicamentos: lidocaína, vagolíticos, diuréticos, antieméticos, antibióticos, epinefrina, corticóides, analgésicos, broncodilatadores, protetores da mucosa gástrica, lubrificante, pomada epitelizante ocular e soros.

Utensílios: tubos de extensão, conexões, filtros, sondas endotraqueais, ambú, guedel, esparadrapo, gazes, seringas, agulhas, cateteres intravenosos, equipas de soro e sangue, suporte de soro.

Aparelhos: respirador, monitor cardíaco, oxímetro de pulso etc.

2.2. Instalações, espaço físico

Na sala de cirurgia e, caso exista, na sala de pré-anestesia.

2.3. Protelo especial

Será sempre mantida a ordem e se conhecerá a localização de todo o material e instrumentos que irão ser utilizados; isto agilizará a intubação, diminuindo-se o tempo de intranqüilidade, medo e ansiedade do paciente.

3. Procedimento

3.1. Pré-requisitos

Preparo de todo o material necessário.

3.2. Protocolo de ação

Acredita-se que o paciente já está informado sobre o que vai ser feito.

a) Lavar as mãos.

b) Colocar as luvas.

c) Puncionar uma veia do paciente e instalar um frasco de soro.

d) Preparar a medicação a ser utilizada

(médico anestesista).

e) Instalar o monitor cardíaco e colocar o manguito do esfignomanômetro (enfermeiro circulante).

f) Preparar a sonda endotraqueal correspondente, lubrificando-a e conferindo o balão;

também deixar preparado um guedel.

g) Verificar se o laringoscópio está em perfeitas condições de funcionamento.

h) Colocar o filtro na tubuladura, e o tubo sanfonado com a conexão correspondente para conectá-la ao tubo do paciente; preparar a máscara

para a ventilação com oxigênio antecedente à intubação.

i) Administrar a medicação anestésica correspondente para esta fase do procedimento

(médico anestesista).

j) Ventilar com oxigênio o paciente após a indução anestésica.

k) Intubar o paciente (médico anestesista), contando com a colaboração do enfermeiro circulante, aproximando o material e os instrumentos e ajudando em tudo que for preciso.

l) Permanecer todo o tempo perto da sala de cirurgia atendendo às necessidades que possam surgir (auxiliar de enfermagem).

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m) Segurar a parte externa da sonda endotraqueal introduzida no paciente e conectá-la no respirador.

n) Revisar as superfícies, após a intubação do paciente, para promover a sua limpeza e recolher o instrumental utilizado a fim de limpá-lo e devolvê-lo à sala de cirurgia para novo uso (auxiliar de

enfermagem).

o) Colocar outro sistema de aspiração para ser utilizado no momento de despertar o paciente, caso este tenha sido usado durante a intubação.

p) Recolher todo o material usado na realização de outros procedimentos necessários de acordo com o tipo de intervenção, como sondagens, cateterização

de uma viam central etc., deixando limpa e livre a área da equipe de anestesia (auxiliar de

enfermagem).

q) Retirar as luvas.

r) Lavar as mãos.

3.3. Cuidados com o material

A conservação do material e do instrumental é um trabalho de toda a equipe da sala de cirurgia. A limpeza deve ser detalhada e cuidadosa, evitando-se a deterioração do material. É preciso usar os detergentes e desinfetantes adequados a cada tipo de instrumental e material.

3.4. Riscos

A) Resultantes do procedimento: edema de glote por manobras realizadas com dificuldade na intubação. Hemorragias por anomalias na faringe.

Na intubação nasal, hemorragias por rompimento de estruturas internas das fossas nasais.

B) Relacionados com o paciente: reações anômalas imprevistas como bradicardia ou hipotensão repentina.

C) Relacionados com a proteção e segurança do

profissional: contaminações por não usar luvas durante o procedimento.

3.5. Pontos-chave

• Lavar as mãos.

• Colocar as luvas.

• Monitorar o paciente.

• Puncionar uma veia e instalar um frasco de soro.

• Preparar a medicação anestésica e o material.

• Administrar a medicação.

• Ventilar com oxigênio.

• Intubar o paciente.

• Prestar atenção às necessidades e imprevistos.

• Limpar o material e as superfícies.

• Recolher o material de procedimentos complementares.

• Retirar as luvas.

• Lavar as mãos.

4. Complicações

4.1. Imediatas

Intubação difícil com os transtornos correspondentes.

4.2. Tardias

Complicações com o paciente na pós-anestesia.

5. Garantia de qualidade

5.1. Recomendações gerais

O auxiliar de enfermagem permanecerá perto da sala de cirurgia em área de fácil acesso

colaborando a todo o momento com o enfermeiro circulante e com o médico anestesista, aproximando material, medicação e utensílios que poderão ser necessários e não foram previstos com antecedência.

A limpeza do material e das superfícies é muito importante, bem como a escolha de

detergentes e desinfetantes, dependendo dos objetos a serem limpos ou desinfetados.

Uma vez terminada a limpeza do material usado na intubação, este será imediatamente devolvido para a sala de cirurgia caso seja necessária sua utilização. Além disso, o material empregado em outros procedimentos deverá ser

retirado, desprezando o descartável e limpando o não-descartável para sua posterior esterilização.

Se o sistema de aspiração foi usado na intubação, trocar-se-ia por outro limpo para a fase de despertar do paciente.

5.2. Auto-avaliação do procedimento

A auxiliar de enfermagem permaneceu sempre próxima para atender qualquer necessidade enquanto o paciente era intubado?

Retirou-se para a sua limpeza todo o material usado na intubação?

Devolveu-se rapidamente o material já

limpo à sala de cirurgia?

Foram verificadas as superfícies para sua possível limpeza e desinfecção?

Foi necessário trocar o sistema de aspiração?

Retirou-se todo o material usado em procedimentos complementares?

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13. RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) é a área que se destina a permanência do

paciente logo após o término do ato anestésico-cirúrgico. Neste local, o paciente fica sob os cuidados das equipes de enfermagem e médica, especialmente, o anestesista.

A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) deve

estar instalada dentro da Unidade de Centro Cirúrgico ou nas suas proximidades, de modo a favorecer o transporte fácil do paciente anestesiado para este local.

13.1.FINALIDADES:

Oferecer melhores condições de assistência

médica e de enfermagem no pós-operatório e pós-anestésico imediato.

Reduzir a mortalidade pós-anestésica e pós-operatória.

Facilitar o trabalho de rotina nas unidades

de internação, que se desobrigam com a presença de um recém-operado em condições precárias.

Proporcionar maior segurança aos pacientes e familiares.

Diminuir os possíveis acidentes pós-operatórios e pós-anestésicos imediatos.

A assistência de enfermagem durante o período

pós-operatório imediato é muito importante e concentra-se em intervenções destinadas a prevenir ou tratar complicações. Por menor que seja o procedimento cirúrgico, o risco de complicações sempre estará presente. A sua prevenção no pós-

operatório imediato promove rápida convalescência, evita infecções hospitalares, poupa tempo, reduz gastos, preocupações, ameniza a dor e aumenta a sobrevida do paciente.

Com o objetivo didático o período pós-operatório imediato abrange as seguintes etapas:

Transferência do paciente da sala de operação para a Recuperação pós-anestésica (RPA).

Transferência do paciente da sala de

operação para leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Transferência do paciente da sala de operação para o leito de origem.

Alta do paciente submetido a procedimentos anestésicos-cirúrgicos ambulatoriais.

13.2. ORGANIZAÇÃO DA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS- ANESTÉSICA

A Sala de Recuperação Pós-Anestésica

(SRPA) deve ser provida de equipamentos básicos, em perfeitas condições de uso para

atender a qualquer situação de emergência. Didaticamente, tais equipamentos e materiais de uma Recuperação Pós-

Anestésica podem ser divididos em: equipamentos básicos, geralmente, fixos a

parede, acima da cabeceira de cada leito: duas saídas de oxigênio com fluxômetros;

uma saída de ar comprimido;

uma fonte de aspiração a vácuo; .

um foco de luz;

tomadas elétricas de 110 e 220 watts;

monitor cardíaco;

oxímetro de pulso;

esfigmomanômetro. equipamentos e materiais de suporte

respiratório: ventiladores mecânicos;

máscaras e cateteres para oxigênio (O2);

sondas para aspiração;

carrinho de emergência, com material completo para intubação orotraqueal e ventilação manual.

equipamentos e materiais de suporte cardiovascular:

equipos de soro e transfusão, cateteres, seringas e agulhas;

equipos para medida de pressão venosa

central (PVC). 13.3. Outros materiais:

bandeja de cateterismo vesical;

sondas vesicais de demora;

sistema de drenagem vesical;

pacotes de curativos;

bolsas coletoras para drenos e ostomias;

gazes; chumaços e adesivos;

termômetros;

frascos e tubos esterilizados para coleta de sangue;

fitas reagentes para dosagem de glicose no sangue e urina;

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caixa de pequena cirurgia;

medicamentos e soros;

soluções desinfetantes e anti sépticas;

cilindros de O2 e ar comprimido e aspirador elétrico; ,

travesseiros, almofadas, cobertores e talas. É conveniente destacar que as camas para

uso na Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) devem ser do tipo cama-macaL, providas de grades laterais de segurança, manivelas para dar posição de proclive e

trendelemburg, encaixes para adaptar suportes de soro e cabeceira removível para facilitar o atendimento em situações de emergência.

14. RECURSOS HUMANOS

A assistência ao paciente na SRPA esta sob a responsabilidade das equipes de enfermagem e médica. A equipe de enfermagem compõe-se de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, e a médica, de médicos anestesiologistas.

O enfermeiro, como líder da equipe de

enfermagem, deve possuir conhecimentos e habilidades para prestar assistência pós-anestésica operatória a pacientes submetidos a diferentes tipos de cirurgia e em uso de aparelhos de ventilação mecânica e, ainda, atuar com presteza nas situações emergenciais.

Para calculo do pessoal necessário a prestação de assistência neste setor, estimam dois enfermeiros para cinco leitos.

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operatória a pacientes submetidos a diferentes tipos de cirurgia e em uso de aparelhos de ventilação mecânica e, ainda, atuar com presteza nas situações emergenciais.

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Para calculo do pessoal necessário a prestação de assistência neste setor, estimam dois enfermeiros para cinco leitos;

15.TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE DA SALA DE

OPERAÇÃO PARA RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

A transferência do paciente pós-operatório

da sala de operação para a unidade de recuperação pós-anestésica e responsabilidade do anestesiologista ou anestesista. Durante o transporte da sala de operação para a SRPA, o profissional de anestesia permanece a cabeceira da

maca (para manter as vias aéreas do paciente) e

um membro da equipe cirúrgica permanece na outra extremidade. O transporte do paciente compreende considerações especiais sobre o local de incisão do paciente, as potenciais alterações vasculares e a exposição. A incisão cirúrgica é observada a cada momento em que o paciente no pós-operatório é mobilizado; muitas feridas são

fechadas sob considerável tensão, e todo esforço é feito para prevenir um maior tensionamento sobre a incisão. O paciente é posicionado de modo que ele não deite sobre nem obstrua drenos ou tubos de drenagem.

O paciente deve ser mobilizado lenta e cuidadosamente. Tão logo ele seja colocado sobre a

maca ou leito, a camisola suja é retirada e substituída por uma seca. O paciente é coberto com

cobertores leves e aquecidos. As grades laterais são elevadas para proteger contra quedas. A enfermeira que admite o paciente na SRPA revisa as seguintes informações com o anestesiologista ou anestesista:

O diagnóstico médico e o tipo de cirurgia realizada A idade do paciente e a condição geral, a permeabilidade das vias aéreas, os sinais vitais

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3. O anestésico e outros medicamentos utilizados (p. ex.. opióides e outros analgésicos, relaxante muscular, antibiótico) 4. Quaisquer problemas ocorridos na sala de operação que possaminfluenciar o cuidado pós-operatório (p. ex. hemorragia extensiva, choque, parada cardíaca)

5. A patologia encontrada (malignidade, se o paciente ou a família foi informada) 6. Líquido administrado, perda sangüínea estimada e reposição 7. Quaisquer tubos, drenos, cateteres ou outros dispositivos de apoio 8. Informação especifica sobre o que o cirurgião,

anestesiologista ou anestesista deseja que seja. a) Observado.

Antes de transportar o paciente da SO para a SRPA, a enfermeira circulante deve chamar a SRPA e fazer

um relato inicial das condições do paciente. b)Esse relato deve incluir:

Procedimento cirurgião realizado.

Tipo de anestesia feita.

Informações especificas dos diagnósticos pré-operatório do paciente.

Resultado final com relação à intervenção intra-operatória.

c)Quando o paciente chegar à SRPA, o anestesista dará à enfermeira da SRPA que

recebe o paciente informações pertinentes

Nome

Idade

Procedimento cirúrgico e complicação

Tipo de anestesia

Medicamentos pré-operatórios

Drogas anestésicas

Sinais vitais pré e pós-operatórios

Perda estimada de sangue

Ingestão e eliminação hídrica intra

operatórias

Alergias

Prescrição de analgesia durante a recuperação os sedativos, analgésicos, ou

outras drogas dadas na SRPA geralmente são prescritos pelos anestesista.

D)ALTA DO PACIENTE DA RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

O paciente geralmente recebe alta da SRPA que é dada pelo anestesista, o qual pode estar presente e na oportunidade escrever a ordem de alta. Alternativamente, um sistema de escore numérico aprovado pelo Serviço de Anestesia pode ser usado para determinar se o paciente está pronto para a alta. O sistema de escore mais comum em

uso é o escore de Aldrete. Para atividade, respiração, circulação, consciência, coloração são atribuídos escores de 0 a 2.

O escore total de 9 a 10 é aceitável geralmente para a alta da SRPA, desde que não haja contra-indicação médica. Um relato das condições do paciente é feito para a enfermeira que

assumirá os cuidados do paciente na enfermaria de cirurgia. Este relato pode ser feito pelo telefone antes que o paciente deixe a URPA ou pessoa a

pessoa, depois que o paciente chega a enfermaria. O relato deve incluir a história pré-operatória, informações pertinentes sobre a cirurgia e a

recuperação do paciente, medicações que foram administradas, ordens médicas e qualquer outra informação importante. Uma vez confirmada a alta, o enfermeiro da RPA deve comunicá-la ao enfermeiro da Unidade de origem do paciente, informando-lhe as condições em que este se encontra. Em seguida, transportá-lo, de forma

segura, até o seu leito, onde continuará a receber os cuidados de pós-operatório.

e)Responsabilidade e assistência de

enfermagem na SRPA

O período de recuperação pós-anestésica é

considerado crítico. O paciente necessita de vigilância continua das equipes médica e de enfermagem que atuam no setor, pois, além de ter recebido drogas anestésicas, foi submetido às agressões impostas pelo ato cirúrgico.

Devido ao fato de o paciente estar bastante

Vulnerável neste período, a atuação do enfermeiro é imprescindível na avaliação e controle constantes, prevenção, detecção e tratamento imediato das complicações, até que este possa retomar, de forma segura, a sua Unidade de origem.

f)RECEPÇÃO DO PACIENTE

A recepção do paciente na RPA é feita pelo

enfermeiro e anestesista responsáveis por este setor. Estes recebem o paciente do anestesista e circulante de sala de operação encarregados de transportá-lo até a RPA, e que lhes passam as informações básicas sobre o paciente e o tratamento cirúrgico a que foi submetido. Estas

informações nortearão a assistência a ser prestada, e devem incluir:

• dados de identificação;

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CENTRO CIRÚRGICO – CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO

• diagnóstico médico;

• intervenção cirúrgica executada, duração do procedimento;

• técnica anestésica, drogas utilizadas na pré-anestesia e na anestesia;

• posição cirúrgica;

• uso do bisturi elétrico e local da placa dispersiva;

• perdas sangüíneas e reposição

• de líquidos no intra-operatório;

• intercorrências no período intra-operatório;

• antecedentes patológicos;

• alergia a drogas;

• estado geral do paciente ao deixar a sala de operações;

• presença de drenos, sondas, cateteres e outros métodos terapêuticos;

• recomendações especiais sobre o pós-operatório.

A equipe de enfermagem deve instalar a oxigenoterapia, se indicada, oximetro de pulso, monitorização cardíaca, quando necessária, e proceder a avaliação preliminar do paciente que, necessariamente, inclui: função respiratória e permeabilidade das vias aéreas; sinais vitais; nível

de consciência; circulação periférica; coloração da

pele; infusões venosas; condições do curativo cirúrgico; posicionamento de sondas, drenos e cateteres; função motora e sensitiva.

O decúbito lateral é a posição ideal em que o paciente deve ser colocado no pós-operatório imediato, por facilitar a eliminação de secreções

acumuladas na orofaringe. Caso esta não seja possível, colocá-lo na posição indicada, tomando-a funcional e confortável.

Históricos anteriores frequentes sobre:

• a oxigenação do paciente

• volume e regularidade do pulso

• profundidade e natureza das respirações

• coloração da pele

• nível de consciência

• capacidade de responder aos comandos

A enfermeira realiza o histórico parâmetro seguido pela verificação:

• do local da cirurgia quanto à drenagem ou hemorragia

• conexão de todos os tubos de drenagem e linhas de monitorização

• sinais vitais e estado físico geral deve ser avaliado no mínimo a cada 15 minutos

• verificar constantemente a permeabilidade das vias aéreas

• avaliar função respiratória

• avaliar a função cardiovascular

• avaliar a condição do local de cirurgia

• estar atento quanto aos sinais de complicações

• atentar para medidas de segurança para evitar

contusões, queda do leito, desconexões de sondas, cateteres ou drenos.

• Observar a coloração das extremidades para avaliar a perfusão tissular

• Promover medidas visando o aquecimento e o conforto do paciente

• Controlar e registrar a quantidade de líquidos

administrados e eliminados através da urina, drenagens vômitos e outras perdas.

• Posicionar no alcance do paciente a campainha de

chamada, as lascas de gelo (se permitido), a comadre e o papagaio.

• Inspecionar e controlar o curativo cirúrgico quanto

ao volume e aspectos de secreções, presença de sangramento.

• Administrar medicamentos para promoção do alívio da dor, se prescritos.

• Mudança de decúbito como medida de conforto

• Proporcionar informações para o paciente e família.

Durante o período de permanência do paciente nas SRPA, as intervenções de enfermagem são

estabelecidas a partir do conjunto de dados levantados, e não da interpretação de dados isolados, tendo em vista a recuperação do paciente e consequente alta do setor. As intervenções implementadas e as respostas do paciente a estas deve ser registradas pelo enfermeiro, permitindo a avaliação da assistência de enfermagem prestada.

16.TIPOS DE CIRURGIA

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1.CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO:

1.1.Cirurgia Limpa: Realizadas em tecidos

estéreis - ausência de processo infeccioso, inflamação loca ou falhas técnicas grosseiras. Não ocorre penetração de trato digestivo, respiratório ou urinário. Mamoplastia.

1.2.Cirurgia Potencialmente Contaminada:

realizada em tecidos colonizados, ausência de processo infeccioso e inflamatório, com falhas técnicas discretas no intra-operatório. Ocorre penetração dos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação. Gastrectomia.

1.3.Cirurgia Contaminada: realizada em

tecidos abertos e recentemente traumatizados. Presença de inflamação aguda na incisão ou grande contaminação a partir do tubo digestivo. Hemicolectomia.

1.4.Cirurgia Infectada: são todas as

intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico,

feridas de origem suja. Cirurgia do reto com secreção purulenta.

16.PROGRAMAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR EM CENTRO CIRÚRGICO

Todo hospital e obrigado a fornecer um ambiente

cirúrgico limpo e seguro, tanto para o paciente quanto para a equipe de saúde que atua na unidade.

Infelizmente, não existem dados concretos que

garantam que um ambiente limpo e seguro minimize as taxas de infecção nesse setor hospitalar. No entanto, a limpeza e a desinfecção reduzem a flora microbiana das áreas do Centro Cirúrgico, além de exercerem um efeito salutar nos pacientes e no pessoal hospitalar, estimulando a higiene em seu sentido mais amplo.

De maneira geral, a maioria das infecções em

feridas cirúrgicas e provocada por microrganismos endógenos, ou seja, do próprio paciente, sendo, portanto, muito importantes a técnica cirúrgica

cuidadosa, a prevenção de erros durante o ato cirúrgico e o uso racional dos antimicrobianos.

Entretanto, devemos nos lembrar de que

microrganismos de fontes exógenas, ou externas ao paciente, também tem importância etiológica.

Algumas áreas da sala cirúrgica podem se tomar contaminadas, a menos que sejam apropriadamente limpas e desinfetadas.

As principais fontes exógenas encontradas em Centro Cirúrgico estão no próprio pessoal, nos equipamentos anestésicos (quando não são

limpados e desinfetados adequadamente), nas superfícies das salas cirúrgicas, nos materiais utilizados no ato cirúrgico e nas medicações administradas.

Numa sala cirúrgica bem gerenciada, a

contaminação grosseira, ocorrida por contato direto, deve ser muito incomum.

Nos dias de hoje, com a adoção das chamadas

Precauções Padrão, foram eliminadas as distinções entre sala contaminada e sala não-contaminada, considerando-se contaminada toda sala em que haja presença de sangue ou, fluidos corpóreos.

a)MEDIDAS DE CONTROLE PARA INFECÇÕES DO SITIO CIRÚRGICO

São estas: Preparo do Paciente

• Higiene Corporal

- Realizar banho completo antes que este seja encaminhado ao centro cirúrgico; • Tricotomia;

- Remover os pelos com lâmina ou aparelho elétrico. Obs.: Recomenda-se que a tricotomia seja realizada, apenas quando os pêIos interferirem no procedimento operatório e, no máximo, duas horas antes da cirurgia, usando o aparelho elétrico. cAnti-sepsia e Anti-séptico Anti-sepsia: aplicar um agente germicida de baixa causticidade, hipoalergênico e possível de ser aplicado em tecido vivo. Anti-sépticos: os produtos anti-sépticos devem constar na portaria nº 930 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1992). Preparo da pele paciente: Realizar fricção mecânica da pele com PVP-I ou clorhexedina degermante, da aplicação das soluções alcoólicas dos mesmo tipos de anti-sépticos. Aguardar (minuto para iniciar o procedimento). Campos Cirúrgicos Usar campos de tecido impermeável e permeável.

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16.1.Principais recomendações para prevenção de Infecção do Sitio Cirúrgico

Minimizar o tempo de internação pré-operatório;

- Tratar as infecções existentes previamente ao ato cirúrgico:

- Realizar a tricotomia apenas quando o pelo prejudicar a técnica cirúrgica. A tricotomia deve ser realizada, o mais próximo da cirurgia, não ultrapassando o prazo de duas horas, antes da mesma;

- Dar banho com água e sabão antes da cirurgia. Não há dados que demonstrem a necessidade do uso do anti-séptico no banho;

- Preparar o campo operatório, friccionando a região a ser operada com solução degermante PVP-I ou clorhexedina, seguindo-se a aplicação de solução anti-séptica alcoólica de PVP-I ou clorhexedina. Utilizar campos cirúrgicos estéreis;

- Preparar a equipe com paramentação adequada, incluindo gorro, máscara a avental estéril, o uso de protetor ocular está indicado para proteção contra respingos em mucosa ocular;

- Lavar as mãos com solução anti-séptica degermante (PVP-I ou clorhexedina) durante cinco minutos antes da primeira cirurgia e, por dois a três minutos, entre cirurgias;

- Usar luvas estéreis durante o ato cirúrgico, trocando-as quando perfuradas;

- Usar antibiótico profilático apenas quando indicado (cirurgias potencialmente contaminadas, e limpas, quando há colação de próteses), por via parenteral, com início no pré-operatório (até duas horas antes da cirurgia), preferencialmente, no momento da pré-anestesia e manutenção, no máximo de 24-48 horas após a cirurgia;

- Usar técnica cirúrgica adequada, evitando formação de hematomas e espaços vazios;

- Evitar muitas pessoas na sala cirúrgica e manter a porta

fechada;

- Fazer, periodicamente, manutenção dos filtros dos

equipamentos de ar condicionado;

- Limpar as salas cirúrgicas, após cada cirurgia, sem

necessidade de mudança de rotina para cirurgias contaminadas ou com infecção;

- Não colocar pano embebido em soluções desinfetantes na entrada da sala cirúrgica;

- Esterilizar o material cirúrgico, observando os

testes de esterilidade;

- Lavar as mãos antes e após tocar a ferida cirúrgica;

- Usar avental para a proteção da equipe cirúrgica;

16.2.FATORES DE RISCO PARA AQUISIÇÃO DE IH:

Relacionados ao paciente: condições físicas

(idade, desnutrição, obesidade, diabetes, imunossupressão, etc.), condições emocionais (agressões físicas e psicológicas).

Relacionados ao período pré-operatório:

internação (colonização de bactérias), procedimentos não-invasivos (banho pré-operatório contribui para diminuir taxas de infecções em sítios cirúrgicos).

Controle Laboratorial e Complementar:

glicemia, tempo de sangramento, radiológico, função hepática, eletrocardiológico.

Tabagismo.

Alcoolismo.

Antibioticoterapia profilática.

Procedimentos invasivos.

Riscos Relacionados ao período intra-operatório.

Preparação das mãos e antebraços da

equipe cirúrgica: substância usada, tempo de realização e seguimento da técnica corretamente.

Limpeza e desinfecção de superfícies: uso de desinfetante aprovado pelo hospital e pelo ministério da saúde para a realização das limpezas no CC.

Esterilização de artigos: devem ser

esterilizados de acordo com norma vigentes na instituição.

Roupas e vestimentas: as roupas privativas

devem estar limpas, os aventais e os campos cirúrgicos esterilizados e em boas condições de uso e integridade, uso de máscara cobrindo boca e nariz, a touca cobrir todo o cabelo e estar limpa, lavar as mão após colocar ou tocar no pé, pois carregam muitas partículas e microorganismos e as

luvas cirúrgicas devem ser estéreis e observar sua integridade após calçadas.

Riscos relacionados ao período pós-operatório.

16.3.CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS DA INCISÃO:

Proteger a ferida com curativo estéril por

24-48h de pós-operatório nas incisões que tiverem sido fechadas primariamente.

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Lavar as mãos antes e depois da troca de

curativos e de qualquer contato com o sítio cirúrgico.

Quando for necessária a troca do curativo, fazê-lo de maneira asséptica.

Educar e orientar o paciente e os familiares

quanto aos cuidados com a incisão cirúrgica, observação dos sinais e sintomas de infecção do sítio cirúrgico e a necessidade de comunicar ao médico esses sinais e sintomas.

Nenhuma recomendação específica quanto

manter o curativo oclusivo por mais de 48 h quando do fechamento primário, nem do tempo de se banhar ou molhar a ferida sem a cobertura do curativo.

Não há consenso quanto ao tipo de curativo

a ser empregado, podendo ser utilizado curativo simples com gaze seca.

17. LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA SALA CIRÚRGICA

1. AO ENTRAR NO CENTRO CIRÚRGICO: - Trocar a roupa, exceto a íntima; - Vestir indumentária completa de uso interno do

CC: calça, jaleco, gorro, máscara e pro - pés ou calçado de uso exclusivo do CC;

*Observação: A máscara deve cobrir inteiramente nariz e boca e deverá ser trocada quando estiver úmida (não retirá-la dentro do ambiente cirúrgico, usada a partir do momento

em que a instrumentadora começar a preparar a mesa auxiliar). Para quem usa cabelos longos e barba, utilizar gorros e máscaras adequados. - É proibida a entrada de objetos pessoais e externos na sala operatória (carteira, malas,

jornais, bolsas, telefone celular etc.). Os mesmos deverão ser deixados em local externo como vestiários ou secretaria; - Limitar a saída do CC com indumentária de uso interno somente nos casos de emergência/urgência em pacientes;

- Em caso de retorno à área interna do CC após ter

saído com a indumentária, trocar novamente a roupa; - Isso inclui a saída até o corredor ou aos banheiros, ou à sala de recuperação se for externa; - As recomendações deverão ser cumpridas por todos os profissionais que frequentarem as áreas internas do CENTRO CIRÚRGICO.

2. SALA CIRÚRGICA

- Todos os profissionais ao entrarem na sala operatória devem colocar máscara; - O número de pessoas na sala deve ser controlado, quanto mais pessoas maior probabilidade de liberação de microorganismos no ambiente; - A porta da sala cirúrgica deve ser mantida fechada durante todo o procedimento;

- As entradas e saídas da sala cirúrgica promovem turbulência no ar, promovendo maior liberação e movimentação dos microorganismos; - Antes do início da primeira cirurgia do dia, a sala operatória deve passar por uma desinfecção prévia com álcool 70%, nas superfícies de móveis e equipamentos que por ventura possam ter

acumulado partículas de poeira; - Após o término de cada cirurgia o material e roupa suja devem ser retirados, as superfícies horizontais

de móveis e equipamentos devem ser desinfetadas com álcool 70% e remoção de matéria orgânica que possa ter contaminado qualquer superfície.

- Após a última cirurgia do dia, deve ser feita uma limpeza terminal na sala operatória envolvendo piso, paredes, portas, móveis e equipamentos. 3. SALA CONTAMINADA

Sempre que a cirurgia for conhecida como previamente infectada proceder da seguinte forma: - A sala deverá ficar interditada e as pessoas que estiverem participando do ato cirúrgico deverão ao final da cirurgia, mudar de roupa;

- O material existente na sala deverá ser retirado, deixando na sala apenas o estritamente necessário; - O material descartável estéril deverá ser criteriosamente avaliado quanto a ter entrado ou não em contato com secreção purulenta ou

outro material infectante, e descartado mesmo sem uso se for o caso; - Após o término da cirurgia, o material utilizado deverá ser encaminhado em recipiente fechado para o CME a fim de ser descontaminado e limpo; - Ao término de uma cirurgia infectada, toda a sala cirúrgica deve ser limpa, incluindo-se paredes,

equipamentos, mobiliários e piso com água e sabão, se houver presença de matéria orgânica em qualquer superfície, deve-se proceder à desinfecção

do local com hipoclorito de sódio 1% durante 10 minutos; - No caso da cirurgia ser considerada como contaminada no trans-operatório, a sala

deverá ser interditada e a circulante deverá separar o material em excesso cobrindo-o com um campo. Ao término da cirurgia deverá ser feita uma avaliação do mesmo, quanto a sua utilização; - Os cuidados com a limpeza da sala e materiais

serão os mesmos descritos acima. 4. CUIDADOS GERAIS

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- Pacientes de cirurgias cardíacas, neurológicas e ortopédicas limpas, devem receber 2 banhos pré-operatórios com clorexidina degermante a 4 %, com intervalo de 6 horas (véspera e dia da cirurgia). Nas cirurgias neurológicas, lavar a cabeça 2 vezes; - Após o banho, secagem com toalhas limpas e

secas. Troca de roupa pessoal e de cama; - Cuidado com olhos, ouvidos e outras mucosas, a clorexidina não deve ser utilizada em pacientes com membrana timpânica não íntegra; - Sempre que possível, não devem ser removidos os

pelos no local do sítio cirúrgico; - Se necessidade de remoção de pelos,

tricotomizadores elétricos e de uso único devem ser utilizados e o corpo do aparelho deve ser desinfetado com álcool 70% entre pacientes;

- A eficácia do agente antisséptico depende da limpeza da pele; - Aguardar secar completamente o antisséptico para prevenir queimaduras e irritações na pele. Evitar o excesso de antissépticos.

PREPARO PRÉ – OPERATÓRIO DO PACIENTE 1. Tricotomia: Realizar este procedimento somente se extremamente necessário. As tricotomias que

aparam os pêlos próximos à pele têm menos infecção relacionada do que aquelas feitas com lâminas. - A tricotomia deve ser realizada no centro cirúrgico com tricotomizador elétrico.

- Proibido a realização de tricotomia no dia anterior à cirurgia. - No setor de internação, deve ser realizado somente o corte bem curto do cabelo no local que deverá ser realizada a tricotomia.

2. Banho - Imprescindível antes de toda e qualquer cirurgia,

mesmo sendo no 1o horário cirúrgico; - A enfermagem deve antes do banho proceder a um exame físico do paciente, a fim de detectar possíveis problemas.

- Em cirurgias cardíacas, ortopédicas e neurocirurgias, devem ser realizados 2 banhos com o uso de clorexidina degermante, que contemple o sítio a ser operado. O primeiro banho, 6 horas antes da cirurgia e o segundo, próximo ao horário do paciente ser

encaminhado ao centro cirúrgico. 3. Cabelos - Lavar os cabelos no dia anterior à cirurgia e secar.

4. Unhas - Retirar o esmalte das unhas, caso haja; - Cortar as unhas e orientar ou realizar escovação destas durante o banho pré-operatório.

5. Higiene Oral - O paciente deve realizar sua higiene oral antes de ir à cirurgia conforme hábito diário ou com solução anti-séptica bucal, caso a escovação habitual não tenha sido feita.

6. Outros Procedimentos de Acordo com o Tipo de Cirurgia

Esvaziamento da bexiga: - Espontânea ou por sondagem se houver indicação médica.

- De acordo com os critérios para cada cirurgia Lavagem intestinal: - De acordo com o tipo de localização da cirurgia proposta; - Preparar o paciente na véspera conforme prescrição médica.

7. Em Todos os Procedimentos Cirúrgicos: Sinais Vitais: Verificar os sinais vitais (temperatura, pulso, FC, FR, PA) e peso, antes do paciente ser encaminhado ao CC. Avisar à equipe cirúrgica qualquer alteração, principalmente febre.

8. No Centro Cirúrgico: - Anti-sepsia na região a ser operada, após o paciente ter sido anestesiado; - PPVPI alcoólico ou clorexidina em pele íntegra por

1 minuto; - PVPI aquoso (tópico) para mucosas, estomas e feridas abertas. * Observação: Se após a embrocação da área cirúrgica o lençol da mesa cirúrgica ficar molhado com antisséptico, recomenda-se a secagem

imediata ou troca do lençol antes de colocar os campos, para evitar queimaduras com bisturi elétrico.

Classificação das áreas pelo risco de contaminação

Os diferentes ambientes existentes nas instituições de saúde podem ser classificados em áreas não-críticas, áreas semi-críticas, áreas críticas e áreas contaminadas. Áreas não-críticas

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São todas as áreas hospitalares não ocupadas por pacientes como as idênticas as encontradas em qualquer edifício público (por exemplo: escritórios, depósitos, sanitários etc.). Áreas semi-críticas

São todas as áreas ocupadas por pacientes

portadores de doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e de doenças não-infecciosas (por exemplo: enfermarias e ambulatórios). Devem ser limpas.

Áreas críticas

São aquelas áreas em que se verifica a depressão da resistência antiinfecciosa do paciente (por exemplo, sala de parto e de operação, unidade de

tratamento intensivo adulto, infantil e neonatal, sala de hemodiálise, entre outras), ou o risco aumentado de transmissão de infecção (por exemplo:

laboratório de análises clínicas, banco de sangue, cozinha e lactário, lavanderia). Devem ser limpas, mas podem sofrer processos de desinfecção.

Áreas contaminadas São aquelas em que se verifica a presença de

sangue, pus e secreções ou excreções. Devem passar por processos de desinfecção com remoção da matéria orgânica. Método de limpeza e de desinfecção Limpeza

É a operação realizada para a remoção física de sujidades, com a finalidade de manter o asseio e a higiene do ambiente, sendo o núcleo de todas as ações para os cuidados de higiene. Método: água e sabão ou detergente.

Desinfecção

É o processo pelo qual são destruídos os

microrganismos em sua forma vegetativa, sendo utilizado no tratamento de áreas e superfícies críticas.

DEGERMAÇÃO E ANTISSEPSIA PRÉ-OPERATÓRIA DA EQUIPE CIRÚRGICA

A lavagem cirúrgica elimina a maior parte dos microrganismos patogênicos das mãos e dos antebraços ao desinfetá-los com produtos químicos.

A técnica da lavagem cirúrgica ou de degermação e anti-sepsia das mãos implica um esforço maior do que o exigido pela lavagem higiênica das mãos. Esta técnica é mais abrangente

e vigorosa, incluindo a limpeza desde a ponta dos dedos até os cotovelos.

Para assegurar uma limpeza profunda da pele, o tempo da lavagem cirúrgica será maior do que o da lavagem higiênica (cada tipo de sabão anti-séptico contém instruções a respeito do tempo de lavagem). Em qualquer um dos casos, serão retirados os anéis e as unhas deverão estar curtas, limpas e sem esmalte. Dever-se-á evitar molhar a

roupa para não contaminar posteriormente o avental estéril. Uma vez terminada a lavagem cirúrgica, nenhum objeto poderá ser tocado com as mãos ou os antebraços.

18. PROCEDIMENTO: LAVAGEM

CIRÚRGICA DAS MÃOS

A lavagem cirúrgica elimina a maior parte

dos microrganismos patogênicos das mãos e dos antebraços ao desinfetá-los com produtos químicos.

A técnica da lavagem cirúrgica ou de

degermação e anti-sepsia das mãos implica um esforço maior do que o exigido pela lavagem higiênica das mãos. Esta técnica é mais abrangente e vigorosa, incluindo a limpeza desde a ponta dos dedos até os cotovelos.

Para assegurar uma limpeza profunda da pele, o tempo da lavagem cirúrgica será maior do

que o da lavagem higiênica (cada tipo de sabão anti-séptico contém instruções a respeito do tempo de lavagem). Em qualquer um dos casos, serão retirados os anéis e as unhas deverão estar curtas, limpas e sem esmalte. Dever-se-á evitar molhar a roupa para não contaminar posteriormente o

avental estéril. Uma vez terminada a lavagem

cirúrgica, nenhum objeto poderá ser tocado com as mãos ou os antebraços.

18.1.PROCEDIMENTO: LAVAGEM

CIRÚRGICA DAS MÃOS

Equipe multiprofissional: instrumentador, médico-cirurgião, assistentes.

1. Propósito da procedimento

1.1. O que é

Consiste na eliminação dos microrganismos

patogênicos das mãos e dos antebraços da equipe cirúrgica.

1.2. Para que serve

Para reduzir a flora bacteriana da pele das mãos e dos antebraços.

1.3. Indicações do procedimento

Quando será realizada uma intervenção cirúrgica.

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2. Recursos materiais

2.1. Instrumentos, medicação e utensílios

Medicação: anti-sépticos, sabões germicidas.

Utensílios: escovas esterilizadas.

2.2. Instalações, espaço físico

Arca do lavabo.

2.3. Proteção especial

A pia deve ser ampla para evitar respingos de água no chão. O local da lavagem cirúrgica das mãos deverá ser usado somente para este fim,

jamais para a limpeza do instrumental.

3. Procedimento

3.1. Pré-requisitos

Pele em bom estado, unhas curtas e sem

esmalte. Não estar com relógio nem anéis.

3.2. Protocolo de ação

Dependendo do hospital, é variável o tempo da lavagem cirúrgica. Existem estudos contraditórios sobre a relação entre quantidade de tempo e eficácia do procedimento, motivo pelo qual

cada instituição hospitalar seguem normas indicadas pela Medicina preventiva e pela comissão de controle de infecções. Por sua vez, cada sabão anti-séptico traz instruções sobre a maneira de usá-lo e a eficácia obtida.

a) Abrir a torneira e graduar a temperatura da água.

b) Molhar as mãos e os antebraços.

c) Manter sempre os braços elevados e separados do corpo, de forma que a água possa escorrer em direção aos cotovelos, nunca para as mãos.

d) Aplicar o produto anti-séptico.

e) Lavar as mãos e os antebraços várias vezes,

enxaguando-os com as mãos elevadas.

f) Pegar a escova estéril e impregná-la de produto anti-séptico.

g) Começar escovando as unhas e os dedos, fazendo-o por todas as faces e iniciando pelo polegar para terminar pelo lado externo do dedo mínimo. A seguir, escovar o dorso e a palma das

mãos com movimentos circulares:

Primeiro se cumprirão estas fases com uma das mãos depois com a outra (Figs. 1, 2, 3).

Fig. 26 Escovação das unhas.

Fig. 27 Escovação dos dedos.

Fig. 27. Escovação da palma da mão.

h) Dar seqüência ao procedimento, escovando os pulsos de ambas as mãos em toda sua circunferência (Fig. 28).

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Fig. 29 Escovação dos pulsos.

i) Escovar, a seguir, os antebraços em toda sua circunferência até os cotovelos (Fig30).

Fig. 30 Escovação do antebraço.

J) Enxaguar as mãos e os braços deixando a água escorrer sempre até os cotovelos (Fig.31).

Fig. 31 Enxágüe da mão e braço.

k) Evitar que a roupa seja molhada.

l) Fechar a torneira com o cotovelo.

m) Passar para a sala de cirurgia com os braços semi-elevados, com as mãos próximas uma da outra na altura dos ombros e distantes do resto do corpo (Fig. 32).

Fig. 32 Posição de antebraços e mãos

para entrar na sala de cirurgia.

n) Pegar a toalha ou compressa estéril que acompanha cada avental cirúrgico e proceder à secagem das mãos e dos antebraços, deixando-a

em seguida em local preestabelecido.

o) Desdobrar a toalha e secar as mãos, uma de cada vez (Fig. 33).

Fig. 33 Secagem das mãos.

p) Dobrar a toalha de modo que a face que foi usada para secar as mãos permaneça do lado interno e proceder a secagem dos pulsos e

antebraços, no sentido ascendente, até o cotovelo (não voltar nunca até a mão). Quando existirem duas toalhas, utilizar uma para cada mão e antebraço seguindo a mesma seqüência descrita (Figs. 34 e 35).

Fig. 34 Secagem de um antebraço.

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Fig. 35 Secagem do outro antebraço.

q) Desprezar a toalha em local preestabelecido.

Agora, o instrumentador já está pronto para vestir o avental estéril.

3.3. Cuidados com o material

O lavabo deve estar sempre limpo e com o material necessário para a sua utilização. A cada dia, pela manhã, é preciso verificar se há escovas, produtos anti-sépticos e se as instalações estão preparadas para o seu uso imediato. Se isto não

acontecer, suprir as deficiências.

3.4. Riscos

A) Resultantes do procedimento: contaminações pela realização incorreta do procedimento, como conseqüência de uma lavagem cirúrgica deficiente.

B) Relacionados com a proteção e segurança do

profissional: manifestações de alergia aos produtos anti-sépticos.

3.5. Pontos-chave

• Começar pela lavagem das mãos e dos antebraços.

• Manter as mãos elevadas.

• Com escova e anti-séptico, iniciar pelas

unhas e continuar no sentido ascendente pelos dedos, dorso e palma da mão, pulsos e antebraços.

• Enxaguar as mãos e os antebraços de maneira que a água escorra no sentido dos cotovelos, nunca destes até as mãos.

• Passar para a sala de cirurgia e secar as mãos e os antebraços.

• Não molhar a roupa durante o procedimento.

4. Complicações

4.1. Imediatas

Ter de trocar de roupa por molhá-la durante a lavagem cirúrgica das mãos.

4.2. Tardias

Ter de repetir o procedimento de lavagem cirúrgica das mãos por contaminação em algumas das etapas a seguir.

5. Garantia de qualidade

5.1. Recomendações gerais

Deverá ser assegurado a todo o momento o bom estado das instalações, além da reposição do material para evitar atrasos no desenvolvimento da cirurgia.

É preciso empenhar-se constantemente nas medidas de assepsia, visto que a lavagem cirúrgica

das mãos e dos antebraços não os esterilizam, só os desinfetam, isto é, tornam-se cirurgicamente limpos. Evitar-se-á molhar a roupa de uso próprio no centro cirúrgico e nunca se colocará o avental esterilizado sobre a roupa molhada, uma vez que haverá contaminação pelo contato. Na existência de dúvidas sobre possíveis contaminações

procedimento deverá ser repetido. A pele e as unhas devem ser mantidas em ótimo estado, evitando unhas compridas e esmaltadas. A pele das mãos e dos antebraços não devem ter ferida ou rachaduras.

5.2. Auto-avaliação do procedimento

Foi reposto o material necessário no lavabo?

Estava bem limpo?

Houve necessidade de repetir a lavagem cirúrgica das mãos?

Teve de ser trocada a roupa por ter sido molhada durante procedimento?

6. Educação para a saúde

• A lavagem cirúrgica das mãos não as esteriliza.

• As contaminações podem causar infecções.

• O ato mecânico da lavagem elimina os microrganismo transitórios e a sujeira da pele por

meio da fricção.

• O procedimento químico, por meio de um produto anti-sé tico ou bactericida, reduz a flora bacteriana da pele.

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5.1. Recomendações gerais

Deverá ser assegurado a todo o momento o bom estado das instalações, além da reposição do material para evitar atrasos no desenvolvimento da cirurgia.

É preciso empenhar-se constantemente nas medidas de assepsia, visto que a lavagem cirúrgica das mãos e dos antebraços não os esterilizam, só os desinfetam, isto é, tornam-se cirurgicamente limpos. Evitar-se-á molhar a roupa de uso próprio no centro cirúrgico e nunca se colocará o avental esterilizado sobre a roupa molhada, uma vez que

haverá contaminação pelo contato. Na existência de

dúvidas sobre possíveis contaminações procedimento deverá ser repetido. A pele e as unhas devem ser mantidas em ótimo estado, evitando unhas compridas e esmaltadas. A pele das mãos e dos antebraços não devem ter ferida ou

rachaduras.

5.2. Auto-avaliação do procedimento

Foi reposto o material necessário no lavabo?

Estava bem limpo?

Houve necessidade de repetir a lavagem cirúrgica das mãos?

Teve de ser trocada a roupa por ter sido

molhada durante procedimento?

6. Educação para a saúde

• A lavagem cirúrgica das mãos não as esteriliza.

• As contaminações podem causar infecções.

• O ato mecânico da lavagem elimina os microrganismo transitórios e a sujeira da pele por meio da fricção.

• O procedimento químico, por meio de um produto anti-sé tico ou bactericida, reduz a flora bacteriana da pele.

• Aventais cirúrgicos Os aventais convencionais devem ser confeccionados em material resistente à penetração de líquidos e microrganismos e ao desgaste e à

deformação. Devem possuir uma única camada de tecido, geralmente algodão ou brim. Os aventais devem se confeccionados em tamanhos adequados, garantindo o fechamento completo, conforto e total cobertura a partir do pescoço e membros. Na altura dos punhos, devem possuir tramas resistentes ao

desgaste. Periodicamente devem ser inspecionados à integridade e durabilidade. Aventais impermeáveis descartáveis representam outra opção. A colocação do avental deve ser feita de maneira cuidadosa a fim de evitar a contaminação do mesmo. Este deve ser segurado com ambas as

mãos, as quais serão introduzidas simultaneamente através das mangas. A porção posterior do avental é, então, tracionada. • Máscara cirúrgica

O uso correto da máscara cirúrgica evita ou reduz a eliminação de microrganismos no ambiente e protege o profissional contra respingos de secreções

oriundas do paciente. Apresentam vida útil de 2 horas. Deve ser usada por todos na sala de operação e

cobrir boca e nariz e estar junto a face. São preferíveis as máscaras com dupla gaze de algodão ou de polipropileno ou poliéster. 19. PARAMENTAÇÃO COM ROUPAS ESTÉREIS As roupas estéreis são utilizadas para prevenir a

contaminação do campo operatório mediante contato direto do corpo do cirurgião com o do paciente. Todas as pessoas que entram em campo operatório, bem como aquelas que manipulam os materiais e instrumentais estéreis - como é o caso do instrumentador cirúrgico - devem usar aventais e luvas estéreis.

Procedimento

Pré-requisitos

Ter concluída a lavagem cirúrgica das mãos e estar pronto tudo o que é necessário para começar um

ato cirúrgico Fig. 36.

A auxiliar, já paramentada, ajuda o cirurgião a vestir seu

avental. Note que os punhos de suas luvas estão colocados

sobre as dobras do punho do avental. Máscaras e gorros

cobrem o nariz,a boca e o máximo de região de cabelos.

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Fig.37

A auxiliar ajuda a desdobrar a lateral do avental, mantendo

as costas do cirurgião também estéreis.

O avental é geralmente amarrado atrás, na região

da nuca e da cintura, mas o mais recomendado é o

tipo circular. Esse tipo de avental envolve o corpo

do cirurgião, mantendo-o estéril anterior e

posteriormente, e é atado pelo próprio usuário ou

com a ajuda do auxiliar já paramentado.

Fig. 38

As luvas cirúrgicas, são a únicas adequadas para os procedimentos cirúrgicos, devendo obrigatoriamente ser estéreis, idealmente devem cobrir mãos e dedos, estendendo-se por sobre os

punhos dos aventais, onde ficam aderidas devido à pressão elástica do punho da própria luva. Gorros, máscaras, aventais, calças, jalecos e propés devem ser retirados imediatamente quando molhados ou sujos. Os aventais, os propés e as luvas cirúrgicas devem ser tirados ainda na sala cirúrgica.

.

3.2. Protocolo de ação na colocação do avental estéril.

a) Pegar o avental estéril, que estará sempre dobrado pelo avesso.

Fig. 39

b) Afastando-se da mesa e buscando um espaço livre, pegar o avental pela borda do pescoço como

descrito no item a seguir.

c) Com as duas mãos pegar o avental pela parte interna por baixo da borda do pescoço, e desdobra-lo sem tocar em momento algum na parte externa do avental .

Fig. 40

d) Com as mãos na altura dos ombros, introduzi-las nas mangas.

e) A enfermeira circulante puxa o avental pela sua

parte interna, colocando-o sobre os ombros da instrumentadora ou do cirurgião, cujas mãos permanecem por dentro dos punhos elásticos .

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Fig. 41

f) Atar o avental tocando somente a parte externa, no local onde estão os amarrilhos.

Fig. 42

g) Quando o avental tem uma prega para fechá-lo por traspasse, não terá o seu cinto amarrado até a colocação das luvas esterilizadas.

h) Com as luvas estéreis desata-se o laço da prega dando-se as pontas do cinto a outro elemento da

equipe com vestimenta cirúrgica esterilizada que o ajudará passando estas pontas para frente, permitindo assim estender a prega e cobrir as costas por completo. Esta mesma ação pode ser feita com o auxílio da enfermeira circulante que usará uma pinça estéril para permitir a realização da tarefa.

Fig. 43

i) Amarrar as pontas do cinto na cintura, fechando-

se assim o avental e cobrindo-se as costas.

3.3. Protocolo de ação na colocação de luvas esterilizadas

A) Técnica fechada:

a) Pegar a luva direita com a mão esquerda ainda dentro do punho da manga.

b) Colocar o lado da palma da mão da luva sobre o antebraço direito, fazendo coincidir os punhos da

manga do avental com o da luva e os dedos desta ficarem em direção ao cotovelo

Fig. 44

c) Pegar a parte posterior do punho da luva com a mão esquerda e desdobrá-la sobre a parte inferior

da manga, ficando disposto o punho da luva sobre o punho da manga do avental; a mão continua dentro da manga do avental.

Fig. 45

Fig 46

d) Com a mão esquerda ainda coberta, pegar a parte superior da luva e a manga, esticando a luva de forma a moldá-la à mão .

e) Com a mão esquerda dentro do punho da manga do avental e com o auxílio da mão direita já enluvada, colocar o punho da luva esquerda sobre o punho da manga do avental

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f) A seguir esticar a luva (como no item d), moldando-a à mão.

Fig. 47

B) Técnica aberta:

a) As mãos estão fora dos punhos da manga do avental. É preciso lembrar que a lavagem cirúrgica das mãos não as esteriliza, motivo pelo qual não deve ser tocada por elas a parte externa do avental.

b) Com a mão esquerda pegar a luva direita pela

dobra do punho, suspendendo-a.

Fig. 48

c) Introduzir a mão direita na luva, puxando-a de maneira a deixar o punho colocado sobre a mão.

Fig. 49

d) Com os dedos da mão direita, já enluvada, pegar a luva esquerda por baixo da dobra do seu punho, suspendendo-a .

Fig. 50

e) Introduzir a mão esquerda na luva e desdobrar o seu punho de tal forma que venha a cobrir o punho da manga do avental

Fig. 51

f) Com os dedos da mão esquerda por baixo da dobra do punho da luva direita que ficou colocado sobre a mão (item c), puxá-lo até que este cubra o punho da manga direita do avental .

20. MATERIAIS USADOS NO CENTRO

CIRÚRGICO

O planejamento de materiais para uso na sala de

cirurgia deve incluir aqueles considerados básicos ao atendimento de uma cirurgia geral, e os específicos, de acordo com o tipo de cirurgia. Para efeito didático, estes materiais serão grupados em: esterilizados, soluções anti-sépticas, impressos mais comuns e medicamentos.

A - Material esterilizado • pacote de aventais; • pacote de “opa” (avental de abertura para frente); • pacotes de campos duplos e/ou simples;

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• pacotes de compressas grandes e pequenas; • pacotes de gazes comuns e especiais; • pacote de impermeável (para a mesa de instrumentador); • caixa de instrumentos; • pacote de material para anti-sepsia; • pacotes de cúpulas grandes e pequenas;

• pacotes de cuba rim; • pacote de bacia; • pacotes de sondas e drenos diversos; • pacotes de luvas de diferentes números; • pacote de cabo com borracha para aspirador; • caixas de fios de sutura de diferentes tipos e números;

• caixa ou pacote de cabo do bisturi elétrico; • equipos de soro, seringas, agulhas e cateteres para punção venosa, cateter para oxigênio, sondas

e aspiração, nasogástrica e vesical; • estojo de material cortante contento tesouras retas, curvas, cabo

de bisturi e agulhas de sutura. Em algumas instituições, este material é esterilizado dentro da caixa de instrumentais; • bandejas de material para anestesia, contendo cânulas endotraqueais com guia, de Guedel, laringoscópio e pinça de Magil.

B - Soluções anti-sépticas • iodines (álcool iodado com 1% a 2% de iodine e iodine potássio em 70% de álcool); iodóforos (iodine mais poilivinilpirrolidona); • clorohexidina; • álcoois (etanol, n-propil e isopropil);

C - Impressos • sistematização de enfermagem; • gráfico de anestesia; • relação de gastos;

• receituário para medicamentos controlados; • requisição de laboratório e banco de sangue. Medicamentos • soluções glicosadas, fisiológicas, Ringer, Manitol, bicarbonato de sódio e Haemavel;

• medicamentos anestésicos, relaxantes musculares, neurolépticos, tranquilizantes, analgésicos, colinérgicos e anticolenérgicos,

eletrólitos, anticoagulantes, antibióticos e outros necessários à assistência do paciente no período intraoperatório; • pomadas: xilocaína geléia;

• adesivos para fixação de curativos e ataduras.

21.INSTRUMENTAL CIRÚRGICO

TEMPOS CIRÚRGICO

1. Preparar a área operatória 2. Delimitação da área operatória

3. Diérese

4. Hemorragia 5. Exérese 6. Síntese 7. Confecção do curativo

Diérese Cirúrgica Neste grupo temos os bisturis e as tesouras. Os bisturis são os principais instrumentos de corte. O bisturi compõe-se por duas peças: o cabo e a lâmina.

Tantos os cabos quanto as lâminas variam de formato e de tamanho, de acordo com o tipo de

cirurgia ou ato cirúrgico a ser realizado. Cada peça tendo a sua respectiva aplicação. Os cabos mais curtos são próprios para os atos cirúrgicos de superfície, ou seja, o seccionamento do tecido epitelial. Os cabos mais longos destinam-se aos

atos cirúrgicos em cavidades, ou seja, em profundidade. Os bisturis elétricos facilitam muito o processo de coagulação, diminuindo bastante os sangramentos em cirurgias. As tesouras também variam de tamanho e de formato (curvas ou retas, finas ou grossas) de acordo com a sua aplicação. As mais utilizadas, são

a tesoura do tipo “Metzenbaum” que por ser uma tesoura do tipo curva, é a mais empregada pelo

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médico-cirurgião chefe e a tesoura do tipo “Mayo” que por ser uma tesoura do tipo reta, é a mais utilizada pela instrumentadora cirúrgica e pelos médicos cirurgiões assistentes. Muito útil no corte dos fios cirúrgicos. 21.1. Procedimentos de Hemostasia

A hemostasia tem por objetivo impedir ou coibir a

hemorragia durante o ato operatório. Evita a perda

excessiva de sangue, propicia uma cirurgia limpa com

melhores condições técnicas, aumenta o rendimento

do trabalho e repercuti na duração do ato operatório e

na evolução-recuperação pós-operatória,

evitando formação de hematomas no pós-operatório,

infecção e deiscência e consequentemente

reoperações desnecessárias.

21.2. Tipos de Hemostasia A a hemostasia pode ser temporária ou definitiva,

preventiva ou corretiva.

Temporária

É executada no campo operatório (cruenta) ou à

distância do mesmo (incruenta) e podem ser dos

seguintes tipos:

a- Pinçamento

É um método cruento. A hemostasia poderá se tornar

definitiva posteriormente por ligadura, cauterização

ou angiotripsia. Em cirurgias de revascularização,

utiliza-se rotineiramente pinças específicas, que

praticamente não lesam o endotélio vascular, pois são

atraumáticas, e, portanto não provocam a trombose.

A hemostasia é preventiva quando se faz

antecipadamente o pinçamento do vaso a montante e

a jusante do local da secção vascular e ela se torna

corretiva quando o pinçamento é realizado após a

lesão vascular, quando já se instalou o sangramento.

b- Compressão

Ela pode ser cruenta quando realizada no campo

operatório ou incruenta quando feita sem previa

diérese ou à distancia do campo operatório. Quando à

distância pressiona-se o trajeto do vaso, geralmente

com o dedo polegar contra uma superfície óssea. No

campo operatório a compressão pode ser efetuada

pelo

pinçamento digital com o polegar e dedo indicador.

c- Garroteamento

Geralmente é um método incruento. Pode ser

usada faixa de Smarch, manguito de pressão etc. Tem

suas limitações e contra-indicações.

d- Ação farmacológica

A hemostasia por ação farmacológica local se

obtém por injeção de substâncias, que causam

vasoconstrição e conseqüentemente diminuem o

sangramento no local da cirurgia, ou por aplicação

tópica. Geralmente necessita de outro tipo de

hemostasia complementar para solução do problema.

e- Parada circulatória com hipotermia

É um método sofisticado de hemostasia temporária,

de aplicação limitada, porém de indubitável valor.

Consiste em colocar o paciente em extracorpórea

para se evitar sangramento e em hipotermia para

minimizar os danos da parada circulatória

prolongada.

f- Oclusão endovascular

É utilizado principalmente nas reintervenções

sobre artérias, para evitar pinçamento externos em

condições adversas. O procedimento consiste na

introdução de um balão na luz da artéria bloqueando

o fluxo de sangue.

Definitiva

Geralmente é feita de modo cruento e interrompe

definitivamente a circulação do vaso sobre o

qual é aplicada e pode ser:

a- Ligadura

É a amarração dos vasos com fios cirúrgicos.

Pode ser preventiva ou corretiva.

b- Cauterização

Promove a formação de um coágulo na extremidade

sangrante com a aplicação de agentes físicos

como calor, eletricidade ou substâncias químicas e

está sempre limitado ao calibre do vaso.

c- Sutura

Certas suturas são feitas englobando vasos com

finalidade hemostática. Exemplos: suturas totais de

anastomoses gastrointestinais e as suturas de lesões

de grandes vasos.

d- Obturação

Aplica-se substancias exógenas para ocluir a

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luz do vaso sangrante. Exemplo: cera óssea para

hemostasia nos sangramentos ósseos difusos.

e- Tamponamento

Realiza-se pela compressão de área sangrante

com compressa ou gaze. É medida excepcional a ser

adotada em hemorragia venosas ou capilares de

superfície, quando outros recursos foram infrutíferos.

f- Grampeamento

É um tipo de hemostasia definitiva através do

uso de grampos metálicos - aço inoxidável ou titânio -

muito empregada atualmente em cirurgias vídeo-

endoscópicas. Neste grupo temos as pinças onde existe uma grande variedade delas, variando de tamanho

(pequenas, médias e grandes) e de formato (retas ou curvas, traumáticas ou não traumáticas). Dentre as pinças hemostáticas mais empregadas, podemos destacar as pinças do tipo “Kocher” que por ser uma pinça traumática, dotada de dentes de rato, vem sendo empregada com sucesso para preensão da aponeurose dos músculos. Temos

também as pinças do tipo “Kelly” que podem ser observadas na foto. As pinças do tipo “HasItead” por serem pinças finas, são empregadas com sucesso em cirurgias infantis. São conhecidas pelos apelidos de “mosquitinho” ou

“mosquito”, por serem pequenas. São bem mais delicadas do que as pinças do tipo Kelly e aplicam-

se a vasos de menor calibre. Temos também as pinças do tipo “Pean”, as pinças do tipo “Mixter” que são amplamente utilizadas em cirurgias pulmonar, hepática e renal e as pinças do tipo “Satinsky” e que são muito utilizadas em cirurgias vasculares.

As pinças do tipo “Faure” podem ser observadas na foto, assim como as pinças do tipo “Rochester”-“Pean” são pinças de maior resistência, próprias ao pinçamento de tecidos não delicados ou sensíveis. 21.2. Exérese cirúrgica

Neste grupo temos os instrumentos para preensão e

os de separação. 21.3.Instrumentos para Preensão A finalidade destes instrumentos cirúrgicos, como o

próprio nome já diz, é a de segurar, erguer momentaneamente inclinar e/ou tracionar determinados tecidos durante certo ato cirúrgico. Podemos destacar como instrumentos para preensão as pinças do tipo “Museux”, pinças do tipo “Allis” e pinças do tipo “Babcock” que é um tipo de

pinça preferida para tracionar as alças intestinais.

As pinças do tipo “Duval” também conhecidas como “triangular de Duval”, possuem grande aplicabilidade em cirurgias pulmonares, no pinçamento dos lobos pulmonares. As pinças do tipo “Collin” são também conhecidas como “Collin” oval. As pinças do tipo “Foerster” que são um tipo de pinça longa, são também

empregadas em curativos profundos, segurando compressas de gaze. As pinças anatômicas são instrumentos cirúrgicos empregados de forma acessória em procedimentos de preensão. Dentre as mais usadas, destacam-se as pinças do tipo “Adson” as do tipo “Potts Smith” e as pinças do tipo “Nelson”.

21.4.Instrumentos para Separação

São também conhecidos como afastadores. Os instrumentos pa separação ou afastadores, são classificados em três diferentes tipos. Os primeiros

são os dinâmicos que são instrumentos que deverão ser empunhados pelo médico-cirurgião, com a finalidade de expor a observação o campo operatório desejado. Neste grupo, podemos destacar os do tipo “Farabeuf”, o do tipo “Volkman” e os do tipo “Doyen”. O outro tipo são os autostáticos que são os

instrumentos que após serem posicionados pelo médico-cirurgião, manterão o campo aberto, sem que haja a necessidade de impunhadura permanente. Os classificados como diversos são os de mais instrumentos de separação ou afastadores que não se enquadram nas duas classes acima descritas.

São espátulas, algumas rígidas e outras maleáveis, de acordo com o propósito desejado. 21.5. Instrumentos para procedimentos especiais

São instrumentos que não compõem a mesa de instrumentação em cirurgia geral. São instrumentos específicos para determinadas cirurgias ou atos cirúrgicos. Existe uma gama de instrumentos especiais. Como exemplificação podem ser citados a pinça do tipo “Lambott” - “Farabeuf”, e o Clamp de “Kocher” (Coprostase) que é empregado em

cirurgias intestinais, objetivando a oclusão da alça intestinal. O Rugina é um instrumento que serve para descolar

ou separar as costelas dos tecidos musculares. Tendo grande aplicação nas cirurgias torácicas. A serra de “Gigli” é utilizada em neurocirurgias e em cirurgias ortopédicas.

22. INSTRUMENTAL CIRÚRGICO

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Figura 52. Material utilizado para diérese: (1) bisturi, (2) tesoura de Mayo curva, (3) tesoura de Mayo reta, (4) tesoura para fios, (5) tesoura de Metzenbaum e (6) tesoura de Potts.

Figura 53: Material de preensão e hemostasia: (1) pinça de Kelly, (2) pinça de Halsted curva, (3) pinça de Halsted reta, (4) pinça de Allis

Figura 54: Material de síntese: (1) porta agulhas de Mathiew, (2) agulhas, (3) porta agulhas de Hegar, (4) pinça dente de rato e (5) pinça anatõmica.

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Figura 55: Material de exposição e preensão: (1) afastador de Doyen, (2) afastador de Volkmann, (3) afastador de Farabeuf, (4) afastador de Gosset, (5) afastador de Finocchietto, (6) pinça de Kocher e (7) pinça de Backaus

22.1. Instrumentos para fins diversos 1 - Campos Cirúrgicos Os campos cirúrgicos são peças de pano que em

geral medem 1,50 m de comprimento por 1,50m de largura. Existem com o objetivo de isolar o campo operatório que será alvo da cirurgia, das demais partes do corpo do paciente. Os campos cirúrgicos são portanto, panos esterilizados. Desta forma, não

haverá riscos de membros da equipe cirúrgica tocarem demais partes da pele do paciente e assim

contaminarem suas roupas, luvas e instrumentos cirúrgicos. 2 - Compressas Cirúrgicas As compressas cirúrgicas são utilizadas por cima do

campo cirúrgico, ou seja, por cima da pele do paciente, de forma a criar uma barreira de proteção nas bordas das incisões. São também empregadas no interior das cavidades. 3 - Gazes

Podem ser utilizadas desde o procedimento pré-

cirúrgico para anti-sepsia do paciente, onde a gaze

com solução anti-séptica é segura pela pinça do tipo “Cheron”, até o exaurimento cirúrgico, com a feitura de um curativo. 4 - Drenos

Os drenos são tubos de borracha ou plástico, que podem vir a ser colocados em determinados pacientes, com o objetivo de fazer escoar para o ambiente externo, fluidos corporais, pus, sangue e/ou secreções diversas.

Definição

A drenagem cirúrgica é a técnica para remover

coleções líquidas ou gasosas de uma cavidade

serosa, feria ou abscesso por meio de simples abertura

ou através de colocação de dreno ou qualquer com

que se assegura a saída dos fluidos, através da pele

ou mucosas. É uma técnica invasiva e cruenta.

Classificação A drenagem pode ser classificada sob vários aspectos: Finalidade:

a. Diagnóstica

A drenagem diagnóstica tem objetivo medir o volume, o ritmo de saída de líquidos e gases, a fim de determinar a existência e a permanência de uma afecção interna, como exemplo a drenagem da

cavidade pleural no caso de hemorragia interna onde podemos diagnosticar a existência e a permanência da mesma e decidir por uma intervenção.

Finalidade: diagnóstica preventiva curativa

Mecanismo expontânea cirúrgica

Manutenção simples: com aspiração

Local abdominal: torácico cervical, etc

Plano superficial profundo

Material tubo semi-rígido lâmina flexível, tubo

rígido (trocarte)

Duração curta, prolongada

A drenagem diagnóstica tem objetivo medir o

volume, o ritmo de saída de líquidos e gases, a fim de

determinar a existência e a permanência de uma

afecção interna, como exemplo a drenagem da

cavidade pleural no caso de hemorragia interna onde

podemos diagnosticar a existência e a permanência da

mesma e decidir por uma intervenção cirúrgica

corretiva.

b. Preventiva

É uma forma de drenagem das mais usadas,

sendo feita sempre em cirurgias onde haja ou se

suspeita de infecção, quando os líquidos que se

formam no local ou o estado geral do paciente, como

cirurgia de pâncreas com abscessos localizados.

c. Curativa

A drenagem curativa tem o objetivo de eliminar

o líquido residual enclausurado, habitualmente pus,

permitindo que o organismo promova a recuperação

daquela região atingida evitando assim adisseminação

do processo. Por exemplo, a drenagem de abscesso

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CENTRO CIRÚRGICO – CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO

subfrênico.

d) Mecanismo O líquido preso dentro de cavidades orgânicas,

com aumento progressivo do seu volume, pode drenar

espontaneamente para outras regiões ou para o

exterior do organismo, por aumento da pressão do

líquido ou por necrose tecidual. A drenagem cirúrgica

é feita quando o processo não responde ao tratamento

medicamentosos (antibióticos) ou quando atingir

grandes proporções.

e) Manutenção

A drenagem é simples quando o líquido é eliminado

livre e espontaneamente pelo orifício de drenagem

e por aspiração é necessário aplicar uma pressão

negativa contínua ou intermitente no dreno, a fim

de forçar e facilitar a saída da secreção.

f)Local Classifica-se em função da região anatômica

do corpo humano a ser drenada: cerebral, cervical,

torácica, abdominal etc. A drenagem de cada região

anatômica exige materiais e técnicas específicas.

g)Plano As drenagens podem ser superficiais e ou profundas

h)Material Os tubos semi-rígidos de plástico ou de borracha

podem ser usados em cavidades orgânicas (espaço

pleural) e em canalículos orgânicos como vias

biliares. As lâminas flexíveis de borracha e drenos de

penrose estão indicadas para a drenagem de regiões

menores e com pequena produção de líquidos, como

em drenagem superficial de parede abdominal.

i)Duração Ela pode ser de curta duração, como a retirada

de liquido ascítico, ou prolongada por dias como no

caso da drenagem de vias biliares ou da cavidade

pleural.

23. Técnicas de drenagem A drenagem deve obedecer a certos princípios

para facilitar o escoamento e evitar complicações

como obstrução ou contaminação de outros setores:

1. Colocar o dreno em posição de maior declive para

líquidos

2. Colocar o dreno em posição de maior aclive para

o ar

3. O ponto de penetração para acesso ao local deve

ficar o mais próximo possível deste

4. O dreno deve ser sempre colocado fora da incisão

primária

5. O dreno deve ser adequado ao tipo e ao volume

do material a ser eliminado

6. O dreno deve ficar em posição a mais confortável

possível ao paciente

7. O orifício de passagem do dreno deve ser de

dimensão proporcional ao mesmo

8. O dreno deve sempre ser adequadamente fixado

à pele

9. A drenagem é regra geral nas cirurgias de tórax

10. A drenagem é exceção nas cirurgias abdominais

(exemplos: cirurgia das vias biliares extra-hepáticas,

cirurgias do pâncreas, coleções purulentas em espaços

teciduais)

23.1.Principais tipos de drenos: Os drenos podem ser de qualquer material como

um tubo, gaze, desde que assegure a saída das

secreções.

1. Dreno tubular multi-perfurado

Fig. 56

2. Dreno tubular laminado

Fig. 57

3. Sonda de Malecot - utilizada em gastrostomia

Fig. 58

4. Dreno T de Kehr - utilizada para drenagem de vias

Biliares

Fig. 59

5. Dreno de Penrose

Fig. 60

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6. Dreno de Penrose com gaze no seu interior

Fig. 61

7. Sonda retal

Fig. 62

8. Sonda de Nelaton

Fig. 63

9. Sonda de Fouchet - utilizada para lavagem

esofágica ou lavagem intestinal por sifonagem

Fig. 64

10.Sonda de Foley: A ponta proximal é arredondada e

tem um balão que é inflado com solução estéril de

água destilada ou soro fisiológico, tem dupla ou tripla

luz, sendo uma para injetar líquido dentro do balão, a

outra para drenar a urina e a de três vias tem uma

terceira luz para introduzir alguma solução na bexiga.

Na ponta distal tem duas ou três pontas, sendo uma a

que insufla o balão, a outra drena urina e nas de três

vias , uma que injeta solução.

Sondas Foley de 2 vias.

Fig. 65

Fig. 66 Sonda de Foley 3 vias

Fig 67

11. Sonda de Levine ou sonda nasogástrica. A sonda

é introduzida pela narina e posicionada no estômago.

Técnica: deve se medir a distância entre a ponta do

nariz e o lóbulo da orelha do paciente e deste até o

apêndice xifóide, para medir o comprimento da sonda

a ser introduzida, com a finalidade de lavar o

estomago, fazer aspiração de secreções e sangue

coletado e para alimentação artificial.

Fig. 68

12. Sonda de Sangsteik Blackmore - é um tipo de

sonda utilizada no controle da hemorragia causada

por varizes esofágicas. Possue dois balões, sendo um

que após insuflado se ancora no estômago e outro

posicionado no esófago comprimindo suas paredes.

Fig. 69

14. Sonda orotraqueal de entubação seletiva de

brônquios de Carlens

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Fig. 70

15. Sonda oro-traqueal de entubação seletiva de

brônquios de Robert Shaw

Fig 71

16. Sonda de aspiração

Fig. 72

17. Sonda naso-entérica - introduz-se pelo nariz e

posiciona-se no intestino delgado e serve para

alimentação enteral.

Fig. 73

18. Trocartes

Fig. 74

trocarte universal

Fig. 75

trocarte de Ochsner

Classificação de drenos e sondas A- Quanto à forma: 1- Tubular

a. rígido e metálico: trocater.

b. semi-rígido: Malecot, nelaton, retal, dreno de tórax,

dreno T de Kehr

2- Laminar

a. simples: dreno de Penrose.

b. misto: dreno de Penrose com gaze

B- Quanto ao material confeccionado: 1- plástico: dreno de tórax, sonda nasogátrica, etc.

2- metal: trocarte universal .

3- borracha (látex ou silicone): sonda de Malecot,

nelaton, dreno de penrose, dreno T de Kehr.

4- outros: gase, fios.

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5 - Seringas e Agulhas Utilizadas para procedimentos anestésicos com infiltração.

24. COLOCAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DA

MESA ESTÉRIL

A colocação dos instrumentos na mesa se

realiza de forma organizada de acordo com a seqüência mais freqüente do seu uso. De um modo geral, as fases a seguir em cada cirurgia são:

• Incisão da pele: cabo de bisturi com lâmina adequada.

• Hemostasia da pele: coagulação direta com bisturi elétrico ou com pinças mosquito e ligaduras.

• Dissecção por planos: tecido subcutâneo, fascias (aponeuroses), planos musculares e planos profundos. Em todas estas fases se inclui a hemostasia da dissecção dos diferentes planos:

– Dissecção por planos: bisturi e tesouras para cortar e pinças lisas, denteadas, com garras ou com ponta do fórceps russo para sustentar o tecido, também é usado o corte do bisturi elétrico.

– Hemostasia dos planos da dissecção: pinças mosquito, Crile, Kocher, em ângulo reto de Kelly de tamanhos variados, dissectores com ligaduras e

bisturi elétrico.

Colocação dos diferentes separadores: Farabeuf, de garfos, crinas, Languenbeck, válvulas, Doyen, maleáveis, Ring, automáticos estáticos, Finochietto, Tuffier etc.

• Intervenção.

• Fechamento por planos e da incisão: porta-agulhas, agulhas de vários tamanhos, formas e tipos, suturas absorvíveis e não absorvíveis, pinças de sustentação de tecido e tesouras para cortar suturas.

25. PROCEDIMENTO: COLOCAÇÃO DOS

INSTRUMENTOS NA MESA

Equipe multiprofissional: instrumentadora.

1. Propósito do procedimento

1.1. O que é

Consiste na forma de colocar os instrumentos na mesa.

1.2. Para que serve

Para dispor os instrumentos para cada cirurgia de maneira padronizada e funcional, facilitando assim a sua realização.

1.3. Indicações do procedimento

Sempre que se vai dar início a uma intervenção cirúrgica.

2. Recursos materiais

2.1. Instrumentos, medicação e utensílios

Instrumentos: o específico para cada cirurgia.

Medicação: solução anti-séptica, soro fisiológico e, dependendo do tipo de cirurgia, o que lhe for específico.

Utensílios: pacote esterilizado composto por campos cirúrgicos de tamanhos variáveis, lençóis completos ou fenestrados, toalhas, e outros pacotes também estéreis com aventais, luvas, gazes e compressas, sonda de aspiração, ponta de bisturi elétrico, suturas e lâmina de bisturi; porém, dependendo do

tipo de cirurgia, existem outros utensílios

específicos a acrescentar.

2.2. Instalações, espaço físico

Na sala de cirurgia.

2.3. Proteção especial

A mesa dos instrumentos não deve ser preparada antes do horário previsto para a cirurgia.

O seu preparo deve começar quando se passa o paciente para a sala de operações para ser anestesiado.

3. Procedimento

3.1. Pré-requisitos

Ter de realizar uma intervenção cirúrgica.

3.2. Protocolo de ação

a) Lavar as mãos.

b) Abrir o pacote esterilizado contendo campos, lençóis, toalhas e colocá-lo em cima de uma mesa;

soltar o envoltório externo e estendê-la sobre a

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mesa sem tocar no seu conteúdo, de modo que a mesa fique amplamente coberta, incluídas as suas laterais.

c) Depositar sobre esta mesa o restante do material que será utilizado: aventais, luvas, gazes, compressas, ponta de bisturi elétrico, sondas de aspiração, suturas, lâmina de bisturi e todo o

necessário segundo o tipo de cirurgia.

d) Quando os instrumentos estão em caixa metálica, a enfermeira circulante deverá abri-la no momento do preparo em que a instrumentadora necessite dele. Quando se encontram embalados em papel, serão depositados diretamente na mesa.

e) Fazer a lavagem cirúrgica das mãos, colocar

avental e luvas esterilizados (ver procedimentos).

f) Colocar em um lado da mesa toda a roupa estéril que será usada para montar o campo cirúrgico e cobrir superfícies. A seguir dispor os aventais, luvas, gazes, compressas, deixando espaço livre para a colocação do instrumental.

g) Colocar os instrumentos obedecendo a determinada ordem, tal como o descrito na introdução, ficando da seguinte forma:

• Na parte mais próxima da instrumentadora serão co-locados os bisturis, pinças de dissecção com e sem dentes, pinças hemostáticas e as tesouras.

• A seguir serão postos os afastadores segundo a sua ordem de colocação: dos planos superficiais aos mais profundos.

• No fundo da mesa ficarão as cubas com as diferentes soluções a serem utilizadas e o material destinado ao fechamento da incisão operatória: porta-agulhas, agulhas, suturas, compressas e

gazes.

h) Utilizar mesas auxiliares quando o tipo de intervenção necessitar de uma quantidade maior de instrumentos e materiais, ajudando a manter a mesa principal o mais desocupada possível e fazendo, por conseguinte, com que nela

permaneçam os instrumentos que são usados continuamente e nas auxiliares os de pouca utilização ou de uso em um determinado momento.

i) Receber qualquer instrumento utilizado e colocá-la em seu lugar correspondente.

j) Manter a ordem de colocação dos instrumentos na mesa para que se possa saber onde se encontra

cada peça a todo o momento, poupando assim tempo e a realização de movimentos desnecessários, permitindo que a intervenção prossiga sem desatenções. Por outro lado, caso a instrumentadora tenha de ser substituída, a pessoa que assumirá o seu lugar saberá onde está colocado cada instrumento.

3.3. Cuidado com o material

Não se depositará na mesa nenhum material ou instrumental que não se tenha certeza da sua utilização no ato cirúrgico.

3.4. Riscos

A) Resultantes do procedimento: perda momentânea de algum instrumento por não se

manter a ordem na mesa.

B) Relacionados com a proteção e segurança do profissional: confusão por acúmulo de material e instrumentos, ao não se depositar somente o necessário a cada momento.

3.5. Pontos-chave

• Lavar as mãos.

• Abrir o pacote esterilizado contendo campos, lençóis, toalhas etc.

• Fazer a lavagem cirúrgica das mãos, colocar avental e luvas esterilizados.

• Dispor o instrumental na seqüência das

fases do ato cirúrgico.

• Usar mesas auxiliares em caso de quantidade excessiva do instrumental e material.

• Manter a ordem do instrumental e do material durante toda a cirurgia.

4. Complicações

4.1. Imediatas

Contaminação dos instrumentos por queda, em virtude do grande acúmulo destes na mesa.

4.2. Tardias

Atrasos na intervenção conseqüente à necessidade de buscar outro instrumento ou ter de

esterilizar o contaminado.

5. Garantia de qualidade

5.1. Recomendações gerais

Na mesa principal da instrumentadora

deverá estar somente o instrumental e o material de uso freqüente, deixando-se os de utilização esporádica nas mesas auxiliares.

A manutenção da ordem da mesa sem o acúmulo de instrumentos permitirá saber a cada momento onde se encontra cada peça, evitando desatenções e facilitando o acompanhamento das

fases do ato cirúrgico.

Convém dispor de maneira padronizada os instrumentos e materiais na mesa, de forma que no

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caso de substituição da instrumentadora, a pessoa que ocupará o seu lugar localize rapidamente todo o instrumental.

5.2. Auto-avaliação do procedimento

Manteve-se em ordem o instrumental durante todo o tempo?

Houve dificuldade momentânea para encontrar algum instrumento por acúmulo excessivo de instrumental na mesa?

Foram utilizadas mesas auxiliares para desocupar a mesa principal?

Colocou-se o instrumental segundo a sua ordem de utilização nas diferentes fases da cirurgia?

26.PROCEDIMENTO: PREPARO DO CAMPO

CIRÚRGICO DO PACIENTE

Equipe multiprofissional: enfermeiro, técnico, auxiliar de enfermagem, médico.

1. Propósito da procedimento

1.1. O que é

Consiste na desinfecção da pele do paciente.

1.2. Para que serve

Para preparar em ótimas condições a pele da região que servirá de acesso ao ato cirúrgico.

1.3. Indicações do procedimento

Ser realizado antes de começar a cirurgia.

2. Recursos materiais

2.1. Instrumentos, medicação e utensílios

Instrumentos: 3 cubas redondas inoxidáveis, 3 pinças e uma bandeja [formam um kit (conjunto de

instrumentos) esterilizado para o preparo do campo cirúrgico].

Medicação: sabão anti-séptico, solução salina estéril (soro fisiológico) e solução iodada (polivinilpirrolidona-iodo, o PVP-I).

Utensílios: luvas esterilizadas, gazes, compressas, mesa auxiliar e aparelho de barbear ou lâmina

descartáveis, ou ainda creme depilatório.

2.2. Instalações, espaço físico

Na sala de cirurgia antes da colocação dos campos cirúrgicos.

2.3. Proteção especial

A técnica será realizada respeitando-se sempre os princípios assépticos do procedimento.

3. Procedimento

3.1. Pré-requisitos

Paciente que será operado.

3.2. Protocolo de ação

a) Preparar o material.

b) Lavar as mãos.

c) Abrir o pacote de preparo do campo cirúrgico.

d) Colocar as luvas esterilizadas.

e) Despejar numa cuba o soro fisiológico.

f) Despejar em outra cuba o sabão anti-séptico

recomendado pelas normas do hospital.

g) Despejar na última cuba a solução iodada (o PVP-I).

h) Montar um chumaço de gazes em cada pinça, uma para cada solução despejada nas cubas. Os chumaços de gaze serão utilizados uma única vez, desprezando-os após o uso e confeccionando tantos

quantos forem necessários para a execução do procedimento.

i) Lavar a região predeterminada, de acordo com o tipo de cirurgia, com um chumaço de gaze impregnado em sabão anti-séptico, removendo-o depois com outro chumaço de gaze embebido em soro fisiológico.

j) Secar a região com uma compressa.

k) Aplicar a solução iodada com o auxílio da última pinça com o chumaço de gaze, fazendo movimentos circulares de dentro para fora.

l) Deixar secar e repetir a mesma ação do item anterior com um novo chumaço de gaze.

m) Retirar as gazes e compressas utilizadas durante o procedimento para não comprometer a contagem deste material efetuada antes da sutura da incisão cirúrgica.

n) Recolher o material.

o) Retirar as luvas.

p) Lavar as mãos.

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Dependendo do hospital, existem diferentes métodos a serem seguidos quanto à tricotomia da região operatória, efetuando-se o procedimento numa sala de controle das internações ou na área cirúrgica.

Quando o paciente chega ao centro cirúrgico sem que tenha sido feita a tricotomia, serão feitos os

seguintes procedimentos antes dos que foram descritos anteriormente:

a) Preparar o material.

b) Lavar as mãos.

c) Colocar as luvas de procedimento.

d) Expor somente a região a ser depilada.

e) Umedecer a região com água e sabão.

f) Segurar com uma das mãos o aparelho de barbear e com a outra tensionar a pele, raspando-se os pêlos na direção do seu crescimento.

g) Evitar cortes e arranhões uma vez que podem aumentar o risco de contaminação. Quanto maior o tempo entre a tricotomia e a cirurgia, maior é o

risco de infecções quando da existência de cortes. Os cortes recentes são considerados feridas limpas: os do dia anterior à intervenção podem apresentar-se já infectados.

h) Também podem ser usados cremes depilatórios, garantindo-se assim a integridade da pele.

i) Lavar a região tricotomizada com solução

degermante.

j) Secar a região.

k) Recolher o material.

l) Retirar as luvas.

m) Lavar as mãos.

3.3. Cuidado com o material

O fato de existir um kit de preparo da região operatória agilizará o procedimento e garantirá a esterilidade do mesmo. Sempre que possível, é conveniente usar material descartável para a realização da tricotomia.

3.4. Riscos

A) Resultantes do procedimento: contaminação da pele por não se utilizar material estéril e não realizar o procedimento com técnica asséptica.

B) Relacionados com o paciente: cortes por movimentação do paciente durante a raspagem dos pêlos.

3.5. Pontos-chave

• Verificar a região de acesso ao ato cirúrgico.

• Quando a região não está tricotomizada:

– Preparar o material.

– Lavar as mãos.

– Colocar as luvas de procedimento.

– Umedecer a pele com água e sabão anti-séptico.

– Fazer a tricotomia.

– Evitar cortes.

– Remover o pêlo raspado.

– Lavar e secar a região tricotomizada.

• Quando a região já está tricotomizada:

– Preparar o material.

– Lavar as mãos.

– Colocar as luvas esterilizadas.

– Trocar de pinça e de chumaço de gaze para cada

solução a ser utilizada.

– Lavar a região do campo cirúrgico.

– Enxaguar, secar e aplicar o anti-séptico.

– Recolher o material.

– Retirar as luvas.

– Lavar as mãos.

4. Complicações

4.1. Imediatas

Cortes na pele durante a raspagem dos pêlos.

Contaminação da pele no preparo do campo cirúrgico.

4.2. Tardias

Infecções pelos cortes feitos na raspagem dos pêlos.

Infecções pela contaminação da pele.

5. Garantia de qualidade

5.1. Recomendações gerais

Na execução do procedimento devem participar duas pessoas, de forma que o auxiliar de enfermagem responda pela realização das ações não-estéreis, permitindo assim ao enfermeiro atuar dentro do maior rigor possível nas técnicas

assépticas, o que evitará a contaminação da pele e posterior infecção.

Ao fazer a tricotomia do paciente, é preciso garantir que se remova a todo o momento o pêlo raspado. Quando houver dificuldade para removê-lo freqüentemente pode ser utilizada a face aderente

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do esparadrapo de tal forma que o pêlo já raspado cole no mesmo. E mais oportuno fazer a tricotomia do paciente fora da sala de cirurgia, na área de espera pré-operatória ou equivalente, respeitando-se sempre a sua privacidade.

5.2. Auto-avaliação do procedimento

Existiam kits esterilizados para o preparo do campo cirúrgico?

Trocou-se de chumaço de gaze para usar as diferentes soluções contidas em cada cuba?

Permaneceu garantida a esterilidade das soluções utilizadas no preparo do campo cirúrgico?

Removeu-se na sua totalidade o pêlo

raspado?

Houve infecções posteriores possivelmente por má realização do procedimento?

Respeitou-se a todo o momento a privacidade do paciente?

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27. TERMINOLOGIA CIRÚRGICA

Os principais objetivos da terminologia cirúrgica são:

• Fornecer sob forma verbal ou escrita uma definição do termo cirúrgico;

• Descrever os tipos de cirurgia;

• Preparar os instrumentais e equipamentos cirúrgicos apropriados a cada tipo de cirurgia.

Na terminologia cirúrgica, os termos são formados

por um prefixo, que designa a parte do corpo relacionada com a cirurgia, e por um sufixo, que indica o ato cirúrgico realizado.

Terminologia cirúrgica é o conjunto de termos utilizados para indicar o tratamento cirúrgico a ser realizado.

A palavra que define o ato cirúrgico é formada por um prefixo, unido ao sufixo.

O sufixo vai indicar o que será realizado cirurgicamente, enquanto o prefixo diz qual é a região do corpo envolvida.

a) Prefixos

COLO – refere-se a intestino grosso

ENTERO – refere-se a intestino

GASTRO – refere-se a estômago

HEPATO – refere-se a fígado

ESPLENO – refere-se a baço

COLE – refere-se a vias biliares

PROCTO – refere-se a reto, ânus

COPER OU OOFOR – refere-se a ovários

PIELO – refere-se à pelve renal

NEFRO – refere-se a rim

CISTO – refere-se à bexiga

HÍSTERO – refere-se a útero

COLPO – refere-se à vagina

SALPINGO - SALPINGE – refere-se a trompas

ORQUIDO - ORQUI – refere-se a testículos

TRÁQUEO – refere-se à traquéia

RINO – refere-se a nariz

OTO – refere-se a ouvido

OFTALMO – refere-se a olhos

OSTEO – refere-se a osso

ANGIO – refere-se a vaso

ADENO – refere-se a glândulas

b)Sufixos

OTOMIA – quer dizer incisão, corte, abertura de um órgão com ou sem drenagem

STOMIA – fazer cirurgicamente uma “nova boca”, abrir uma comunicação com o exterior, derivação

interna

ECTOMIA – remoção ou extirpação de um órgão

RAFIA – suturação ou reparação

PEXIA – sustentação ou fixação de um órgão

PLASTIA – reparação plástica, correção cirúrgica

DESE – imobilização

SCOPIA – visualização do interior de um órgão cavitário com auxílio de um aparelho

CENTESE – punção

LITÍASE – cálculo

ALGIA – dor

CELE – hérnia, tumor

PTOSE – prolapso, queda

RAGIA – fluxo em excesso

A união do Prefixo + Sufixo = Termo cirúrgico: GASTR / ECTOMIA

Estômago + remoção = Remoção parcial ou total do estômago

CC))OOppeerraaççõõeess tteerrmmiinnaaddaass eemm ““eeccttoommiiaa””

ADRENALECTOMIA – retirada de uma das glândulas supra-renais.

ADENOIDECTOMIA – retirada de adenóides.

APENDICECTOMIA – retirada cirúrgica do apêndice vermiforme.

CISTECTOMIA – retirada da bexiga.

COLECISTECTOMIA – remoção cirúrgica da vesícula

biliar.

DERMOLIPECTOMIA – é a retirada do excesso de tecido adiposo da parede abdominal, com reconstrução da mesma.

EMBOLECTOMIA – extração operatória de um êmbolo.

ESPLENECTOMIA – ablação do baço.

FISTULECTOMIA – retirada de fístula.

GASTRECTOMIA – remoção parcial ou total do estômago.

HEMORROIDECTOMIA – remoção das hemorróidas.

HISTERECTOMIA – extirpação do útero.

IRIDECTOMIA – ressecção parcial ou total da íris.

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LAMINECTOMIA – ressecção da lâmina vertebral, pela parte posterior.

LOBECTOMIA – retirada de um ou mais lobos do pulmão.

LARINGECTOMIA – extirpação da laringe.

MASTECTOMIA – remoção das células da mastóide.

MENISCECTOMIA – retirada de menisco do joelho.

MIOMECTOMIA – remoção do mioma.

NEFRECTOMIA – remoção do nervo.

OOFORECTOMIA – remoção do ovário.

ORQUIDECTOMIA ou ORQUIECTOMIA – remoção do testículo.

PNEUMECTOMIA – remoção do pulmão.

POSTECTOMIA – (circuncisão) é a excisão do

prepúcio, quando este está preso à glande.

PROSTATECTOMIA – remoção cirúrgica da próstata.

RETOSSIGMOIDECTOMIA – remoção cirúrgica do reto sigmóide.

SALPINGECTOMIA – extirpação da trompa de falópio.

SIMPATECTOMIA – remoção cirúrgica de uma parte ou de um gânglio do Sistema Nervoso Autônomo Simpático.

SINUVECTOMIA – é a secção cirúrgica parcial ou total da membrana sinovial, que envolve as

articulações.

HEMIMANDIBULECTOMIA – secção parcial da

mandíbula em casos de tumor invasivo.

TIREOIDECTOMIA – remoção da tireóide.

dd))OOppeerraaççõõeess tteerrmmiinnaaddaass eemm ““oottoommiiaa””

ARTROTOMIA – abertura cirúrgica das articulações.

BRONCOTOMIA – incisão cirúrgica nos brônquios.

CARDIOTOMIA – operação para cortar a cardia, em

casos de estenose de esôfago.

COLEDOCOTOMIA – exploração e drenagem do ducto biliar.

COLEDOCOLITOTOMIA – incisão no colédoco para retirar cálculo.

DUODENANECTOMIA – incisão no duodeno.

HEPATOTOMIA – incisão cirúrgica no fígado.

FLEBOTOMIA – abertura de veia em geral, para sangria.

LITOTOMIA – incisão cirúrgica na parede torácica.

TRAQUEOTOMIA – abertura de um orifício na traquéia.

URETEROLITOTOMIA – incisão do ureter para

remoção de cálculo.

SINUSOTOMIA – abertura dos seios dos ossos para drenagem.

ee))OOppeerraaççõõeess tteerrmmiinnaaddaass eemm ““oossttoommiiaa””

CISTOTOSMIA – abertura da bexiga para drenagem de urina.

COLECISTOSTOMIA – operação para formar orifício no canal colédoco.

COLOSTOMIA – é a abertura artificial ou derivação externa do colo, através da parede abdominal, a fim de desviar o trânsito intestinal.

DECOLOSTOMIA – cirurgia para desfazer a

colostomia.

GASTROSTOMIA – formação cirúrgica de fístula gástrica, derivação externa do estômago, através da parede abdominal, para introduzir alimentos. Pode-se utilizar uma sonda através da fístula.

DEGASTROSTOMIA – cirurgia para desfazer a gastrostomia.

ILEOSTOMIA – abertura artificial ou derivação externa do íleo, a fim de desviar o trânsito intestinal.

TRAQUEOSTOMIA – abertura artificial ou derivação externa da traquéia que permite a colocação de cânula.

TORACOSTOMIA – abertura cirúrgica na parede do

tórax para drenagem.

ff))OOppeerraaççõõeess tteerrmmiinnaaddaass eemm ““ppllaassttiiaa””

ARTROPLASTIA – reconstrução da articulação com finalidade de restaurar o movimento e a função da mesma.

BLEFAROPLASTIA – cirurgia plástica de pálpebras.

QUEILOPLASTIA – plástica para reparo de defeitos nos lábios.

RINOPLASTIA – plástica para reparo de defeitos no nariz.

gg))OOppeerraaççõõeess tteerrmmiinnaaddaass eemm ““rraaffiiaa””

COLPORRAFIA - sutura de vagina.

GASTRORRAFIA – sutura de estômago.

HERNIORRAFIA – sutura de hérnia.

PALATORRAFIA ou ESTAFILORRAFIA – sutura da fenda palatina.

OSTEORRAFIA – sutura de osso ou colocação de fio metálico em osso.

PERINEORRAFIA – sutura de períneo.

TENORRAFIA – sutura de tendão.

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CENTRO CIRÚRGICO – CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO

hh))OOppeerraaççõõeess tteerrmmiinnaaddaass eemm ““ssccooppiiaa””

BRONCOSCOPIA – exame com visão direta dos brônquios.

CISTOSCOPIA – exame com visão direta da bexiga.

ESOFAGOSCOPIA – visualização direta da luz tubular do esôfago.

GASTROSCOPIA – visualização direta do estômago.

LAPAROSCOPIA – visualização direta do abdome.

RETOSSIGMOIDOSCOPIA – visualização do reto e sigmóide.

ii))OOppeerraaççõõeess tteerrmmiinnaaddaass eemm ““ppeexxiiaa””

NEFROPEXIA – fixação do rim na parede abdominal.

ORQUIDOPEXIA – fixação do testículo na bolsa

escrotal.

jj))OOppeerraaççõõeess tteerrmmiinnaaddaass eemm ““ddeessee””

ARTRODESE – é a imobilização de articulação.

2277..11..TTeerrmmiinnoollooggiiaass ddiivveerrssaass

AMPUTAÇÃO – é o tratamento cirúrgico utilizado para eliminar um membro necrosado ou segmentado do mesmo.

ANASTOMOSE – conjunção de órgãos semelhantes.

BIÓPSIA PRÉ ESCALÊNICA – cirurgia para explorar o gânglio cervical com fins de diagnóstico.

BIÓPSIA – remoção de fragmentos de tecidos para

fins de diagnóstico.

CAUTERIZAÇÃO – destruição dos tecidos por cáustico, ou com fio aquecido.

CISTOCELE – hérnia de bexiga.

CURETAGEM – é a raspagem da cavidade uterina para coleta de material.

CERCLAGEM DE COLO UTERINO – é a ligadura do

colo do útero no início da gravidez para conduzi-la a termo.

DISSECÇÃO – cortar, retalhar.

DIÉRESE – é o rompimento da continuidade ou contigüidade dos tecidos. Pode ser classificada como diérese mecânica e diérese física.

Diérese Mecânica – é feita com instrumental cortante como bisturi e tesoura.

Diérese Física – é realizada pelo uso do calor (bisturi elétrico ou eletrotermocaltério), crioterapia (resfriamento intenso) ou com raio laser (radiação infravermelha).

DIVERTÍCULO – bolsa que sai da cavidade.

ENUCLEAÇÃO – retirada de órgão ou tumor com

seus envoltórios.

EPISIOTOMIA - incisão perineal destinada a evitar a ruptura do períneo durante o parto.

EPISIORRAFIA – sutura da episiotomia.

EVENTRAÇÃO – saída total ou parcial de vísceras através da parede abdominal.

EXERESE – é o tratamento cirúrgico utilizado para

remoção de órgão ou tecido.

EXOSTOSE DE PÉ – retirada da saliência óssea acumulada nos ossos do pé.

FÍSTULA – orifício quase sempre sinuoso, que põe em comunicação parte de um órgão com a superfície cutânea ou mucosa.

HEMIMANDIBULECTOMIA – secção parcial da

mandíbula em casos de tumor invasivo.

HEMOSTASIA – é o processo através do qual se impede, detém ou previne sangramento. É a parada do fluxo sangüíneo quando este extravasa fora do vaso.

LITON – é a dissecção e ligadura das veias

comunicantes que levam o sangue de fora para dentro da perna.

OPERAÇÃO DE HAMMSTED – correção de estenose pilórica.

OPERAÇÃO DE MANCHESTER – correção de prolapso de útero.

OPERAÇÃO DE WERTHEIN – remoção do útero e

anexos.

PONTE FÊMURO POPLÍTEA – é a restauração da continuidade da circulação arterial, mediante interposição de prótese.

SÍNTESE – é a união dos tecidos, que será mais perfeita, quanto mais anatômica for a separação.

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BIBLIOGRAFIA

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Enfermagem, 2003.

- Figueiredo, Nébia Maria Almeida. Leite, Joséte

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