Enersilva Portugues.pdf

download Enersilva Portugues.pdf

of 44

Transcript of Enersilva Portugues.pdf

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    1/44

    Enersilva Promoo do uso da

    2004 | 2007

    FEDER

    para fns energticos nosudoeste da Europa

    Biomassa Florestal

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    2/44

    Resumo

    O sudoeste da Europa apresenta-se como uma das

    regies orestais com maior capacidade de produo

    e biodiversidade na Europa. Contudo, tambm das

    regies com maior nmero de incndios orestais e rea

    ardida, tal como com maior susceptibilidade a pragas e

    doenas. Nestas orestas temperadas, com uma grande

    incidncia de propriedade privada, para a obteno de

    madeira de qualidade, e uma efcaz e sustentvel gesto

    das orestas, so necessrios uma srie de cuidados e in-

    tervenes culturais, das quais resultam distintos tipos de

    produtos orestais que esto actualmente em crescente

    valorizao econmica.

    Dentro deste contexto e ace necessidade de mitigao

    das alteraes climticas atravs da utilizao de ontes

    de energia renovveis, nomeadamente da biomassa o-

    restal, surgiu o projecto Enersilva Promoo da biomas-

    sa orestal para fns energticos no sudoeste da Europa.

    O projecto rene um conjunto de organizaes privadas

    de proprietrios orestais e de entidades pblicas ligadas

    produo orestal e ao desenvolvimento de energias re-

    novveis de 6 regies Aquitnia, Galiza, Catalunha, Pas

    Basco, Norte de Portugal e Centro de Portugal, de 3 pa-

    ses do sul da Europa Frana, Espanha e Portugal.

    Com a presente publicao pretende-se dar a conhecer

    o trabalho realizado no mbito do projecto Enersilva, tal

    como as potencialidades e os condicionalismos ao uso dabiomassa orestal para fns energticos existentes nas re-

    gies envolvidas no projecto.

    Para tal, so abordados os seguintes temas: polt icas ener-

    gticas, recursos orestais do sul da Europa, defnio e

    classifcao de Biomassa Florestal Primria (BFP), recur-

    sos e existncias de BFP no sul da Europa, tecnologias

    de aproveitamento de biomassa, custos e preos da BFP,

    tecnologias de transormao de biomassa em energia,

    projectos em curso ou em desenvolvimento nas regies

    em estudo, condies de viabilidade para os proprietrios

    orestais, incidncia da BFP no desenvolvimento rural e

    na melhoria do meio ambiente e recomendaes de boas

    prticas sustentveis para o aproveitamento da biomassa

    orestal.Assim, com a colaborao dos proprietrios orestais e

    de todos os agentes directa ou indirectamente ligados

    gesto da oresta e s energias renovveis, o Enersilva

    pretende contribuir para a sustentabilidade da oresta e

    para um melhor ambiente.

    South-western Europe is one o the regions with the

    highest orest productivity and presence o private property

    in Europe. However, it is also one o the regions with the

    highest number o orest fres, the widest burnt area and

    the highest vulnerability to plagues and diseases.

    In these tempered orests, in order to obtain quality wood,

    as well as an efcient and sustainable orest management,

    certain cultural treatments are needed, what allows to

    produce dierent types o orest by-products that are cur-

    rently increasing its economic value.

    Within this context and with a view to the necessity o

    climate change mitigation through the use o renewable

    energy sources, mainly orest biomass, appeared the

    Enersilva project - encouragement o the use o orest

    biomass or energy purposes in South-western Europe.

    The project joins a set o private organizations o orest

    landowners and public entities linked to orest produc-

    tion and development o renewable energy o 6 regions

    Aquitaine, Galicia, Catalonia, Basque Country, Northern

    Portugal and Central Portugal, o 3 Southern European

    countries: France, Spain and Portugal.

    With this publication one expects to inorm about the

    work carried out in the Enersilva Project, as well as the

    potentialities and the restrictions in the use o orest

    biomass or energetic purposes in the involved regions o

    the project.For this purpose, the next topics are tackled: energetic

    policies, orest resources o southern Europe, defnition

    and classifcation o Primary Forest Biomass (PFB), PFB re-

    sources and existences in southern Europe, technologies

    intended or biomass exploitation, PFB costs and prices,

    technologies o the energetic transormation o biomass,

    projects that are working order or being developed in the

    regions object o study, viability conditions or the orest

    owners, importance o the PFB in the rural and environ-

    ment development, and recommendations o sustainable

    good practices or the orest biomass exploitation.

    Thereore, with the co-operation o orest owners and

    all the agents directly or indirectly connected with

    orest management or with renewable energies, Enersilvapretends to contribute to orest sustainability and to

    improve the environment.

    Abstract

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    3/44

    ----

    ndice

    --O-Projecto-Enersilva- 2 1.1 Apresentao do Enersilva 21.2 Parceiros e especialistas do Enersilva 21.3 Objectivos do Enersilva 21.4 Resultados do Enersilva 2

    2--A-Poltica-Energtica- 5 2.1 Na Europa 5

    2.2 Em Espanha 62.3 Em Frana 72.4 Em Portugal 8

    3--A-oresta-cultivada-e-os--recursos-orestais-no-sul--da-Europa- 9 3.1 Ocupao do solo 93.2 Contexto scio-econmico 103.3 reas protegidas 113.4 Recursos orestais 113.5 Abate de madeira 12

    3.6 Empresas e indstrias orestais emprego sector orestal 12

    3.7 Proprietrios orestais 133.8 Principais danos nas orestas 14

    4---Defnio-de-Biomassa--Florestal-Primria-(BFP)- 5 4.1 Classifcao da BFP 15

    5---Recursos-e-existncias-de--BFP-no-sul-da-Europa- 8 5.1 Aquitnia (Frana) 18

    5.2 Catalunha (Espanha) 195.3 Galiza (Espanha) 195.4 Norte e Centro de Portugal 195.5 Pas Vasco (Espanha) 20

    6---Tecnologias-de-aproveitamento--da-biomassa-nas-orestas--do-sul-da-Europa- 26.1 Recolha e transporte de biomassa

    em natureza 216.2 Processamento em estilha no local 216.3 Parques de pr-tratamento 226.4 Enardamento da biomassa 226.5 Aproveitamento da rvore inteira 236.6 Sistema Feller-buncher 23

    7---A-transormao-de-biomassa--em-energia:-calor-e-electricidade--verde,-novas-tecnologias.- 24

    8---Exemplo-de-projectos-em--uncionamento-ou-em--desenvolvimento-nas--regies-Enersilva- 27

    8.1 Aquitnia 278.2 Catalunha 278.3 Galiza 288.4 Norte e Centro de Portugal 298.5 Pas Vasco 30

    9---Custos-e-preos-da-Biomassa--Florestal-Primria- 39.1 Custo de gerao de BFP 319.2 Custo de aproveitamento e

    transporte da BFP 339.3 Preos da biomassa no sul da Europa 34

    0---Condies-de-viabilidade--para-os-proprietrios-orestais- 3610.1 Chaves para a dinamizao do uso

    energtico da BFP no sul da Europa 3610.2 A participao dos proprietrios

    orestais no desenvolvimento da BFP 37

    ---O-uso-da-biomassa-orestal-e--o-desenvolvimento-sustentvel- 3811.1 Diminuio do consumo de

    combustveis sseis 3811.2 Eeito de estua e alteraes climticas 3811.3 Desenvolvimento rural, criao de

    emprego e economia local/regional 3811.4 Diminuio do risco de incndio

    orestal 39

    2---Recomendaes-de-boas-prticas--no-uso-da-BFP-em-orestas--cultivadas- 40

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    4/44

    --2--

    1.2 Parceiros e especialistas do

    EnersilvaAsociacin Forestal de Galicia (AFG) Chee de la ecoordenao do projectoFrancisco Fernndez de Ana Magn, Francisco Dans del

    Valle, Braulio Molina Martnez, Daniel Rodrguez Cebreiro,Julio Ruiz Cagigal, Enrique Garca Martnez, M Cristina

    Verde Figueiras, Celina Veiga Hortas, Felipe Oural Garcae Beatriz Fernndez Filgueira.

    Consellera do Medio Rural da Xunta de Galicia - Direc-cin Xeral de Montes e Industrias Forestais (CMR)Jos Luis Chan Rodrguez, Alredo Fernndez Ros, Fer-

    nando Veiga Aguiar, Carlos Abad Lpez, Jos RamnGonzlez Cabo, Henar de la Fuente Acebes e JacoboAboal Vias.

    1.1 Apresentao do Enersilva

    A Unio Europeia (UE), ace elevada dependncia doscombustveis sseis (com elevado preo e com elevadasrepercusses em matria ambiental) e de modo a cumpriro Protocolo de Quioto, que determina aos pases indus-trializados limites nas emisses de gases que provocam oeeito de estua na atmosera, os quais so parcialmenteresponsveis pelo aquecimento global, atravs da publi-cao da Directiva 2001/77/CE, reconhece a necessidadede promover, como medida prioritria, as Fontes de Ener-gia Renovveis (FER), estabelecendo aos estados-mem-bros metas indicativas de produo de energia, atravs

    destas ontes de energia renovveis, permitindo assim odesenvolvimento sustentvel e a proteco do ambiente.Neste mbito, a Biomassa Florestal Primria (BFP) - rac-o biodegradvel dos produtos e dos desperdcios deactividade orestal destinados a fnalidades energticas -,assume um papel decisivo, podendo contribuir para umamelhoria da oresta do sul da Europa e para o aumentodos rendimentos dos seus proprietrios.Dentro deste contexto, e promovido por um grupo ac-tivo de associaes de proprietrios orestais, surgiu oEnersilva, projecto europeu de cooperao transregional,que decorreu entre de Maio de 2004 e Junho de 2007,fnanciado pelo programa Interreg III B Sudoe e com umoramento total de 1.016.514 euros.A sua realizao coincidiu com uma etapa chave para ouso energtico da biomassa na qual a Comisso Europeiaimpulsionou frmemente o sector das energias renovveiscom novos e mais ambiciosos objectivos, e em que ospases do sul da Europa envolvidos no Enersilva, Espanha,Portugal e Frana, deram passos frmes, polticos, nor-mativos e empresariais, na promoo e desenvolvimentodeste sector.Durante este perodo, no sudoeste da Europa e, em particu-lar, nas seis regies participantes no Enersilva, gerou-se umaintensa actividade de estudo e anlise sobre as possibilida-

    des de aproveitamento energtico da biomassa orestal.O Enersilva reuniu parceiros de trs pases - Frana, Espa-nha e Portugal - e de seis regies do sul da Europa Aqui-

    O sul da Europa apresenta-se como uma das regiesorestais com maior produtividade e incidncia depropriedade privada na Europa. Em contraste, dasregies com maior nmero de incndios orestais e reaardida, tal como com maior susceptibilidade a pragase doenas. Nestas orestas temperadas, a obtenode madeira de qualidade e uma efcaz e sustentvel

    FORESTIS

    INEGA

    CBE

    CMR

    AFG

    USSA

    CRPFA

    CFPV

    CTFC

    Fig. 1 Localizao dos parceiros do Enersilva.

    1 O Projecto Enersilva

    gesto das orestas, requerem uma srie de cuidadose intervenes culturais, tais como controle de matos,desbastes, podas e desramas, entre outros, dos quaisresultam uma srie de produtos orestais que at hbem pouco tempo tinham pouco ou nenhum valorcomercial, ou estavam subaproveitados.

    tnia, Galiza, Catalunha, Pas Vasco, Norte de Portugal eCentro de Portugal, cujo principal objectivo era dinamizaros proprietrios orestais, no sentido do aproveitamentoenergtico da biomassa orestal primria.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    5/44

    --3--

    O projecto Enersilva

    uma gesto mais integral dos recursos orestaise valorizando produtos considerados residuais;

    Diminuir o risco de incndio e ataque de pragase doenas nas orestas do sul da Europa;

    Colaborar na eliminao de obstculos e nasuperao de defcincias que impedem a utili-zao da biomassa orestal como onte de ener-gias renovveis;

    Cooperar na diminuio da dependncia doscombustveis sseis e na produo de energia.

    Objectivos especcos

    a) Dinamizar os silvicultores em cada regio de modo aarrancar com iniciativas empresariais de gesto do re-

    curso;

    b) Determinar as tecnologias de aproveitamento de bio-massa orestal para as orestas de cada regio;

    c) Analizar e comparar as normativas e polticas energti-cas de cada regio;

    d) Determinar as possibilidades regionais de desenvolvi-mento de instalaes energticas;

    e) Avaliar a incidncia social e ambiental do uso de bio-massa e as medidas a propr para omentar a sua uti-

    lizao;) Realizar um trabalho de ormao que contribua para

    consolidar uma rede permanente de cooperao;

    g) Realizar um trabalho de comunicao de modo a gerarcondies avorveis ao desenvolvimento energticoda biomasa.

    1.4 Resultados do Enersilva

    Dentro das dierentes actividades do Enersilva, os princi-pais resultados obtidos oram:

    Conhecimento do sector da BFPNeste mbito oram elaborados mais de vinte relatriostcnicos, regionais e nacionais, relativos aos circuitos dabiomassa, s ajudas e incentivos pblicos para a mobili-zao da BFP, s variveis de incidncia na mobilizao etransormao da biomassa, s variveis de incidncia naplanifcao de centrais de transormao, estimao dorecurso e s tecnologias de explorao da BFP.

    Anlise econmica e estimativa de custos da BFPNeste mbito oram estimados para as regies envolvidas

    no projecto os custos de: gerao de BFP na oresta, ma-nipulao de BFP na oresta, transporte de BFP para ascentrais, custo de BFP nas centrais.

    Instituto Enerxtico de Galicia (INEGA)Juan Alvarez, Antonio Dorado Daz, Emrito Freire Samba-de, Manuel Izquierdo Gonzlez, Alejandro Garca Sendn,Rosa Nez Pardo de Vera.

    Centre Tecnolgic Forestal de Catalunya (CTFC)Judit Rodrguez Bayo, Ignacio Lpez Vicens, ArmandaMarques Pedrosa, Gemma Altarriba Garcia, Elisabet ViladAbadal Castilla, Agns Centellas Capsada, Marc Car-rera Massana, David Solano Grima e Jos Antonio BonetLleds.

    Conederacin de Forestalistas del Pas Vasco (CFPV)Josu Azpitarte, Fernando Azurmendi, Fernando Otazua eIrune Larreategi, Arantza Zelaieta, Marcos Arrieta y AitorOnaindia.

    Centre Rgional de la Proprit Forestire dAquitaine(CRPFA)

    Yves Lesgourgues, Joel Lefevre, Henri Husson, AmlieCastro e Frdric Ledun.

    Union des Syndicats de Sylviculteurs dAquitaine(USSA)Christian Pinaudeau.

    Centro da Biomassa para a Energia (CBE)Gil Patro, Jos Penaorte e Costa, Cludia Sousa, SniaFigo, Lus Jesus, Celina Gomes e Eugnia Rodrigues.

    Forestis Associao Florestal de PortugalFrancisco de Carvalho Guerra, Rosrio Alves e PatrciaEnes.

    Para alm dos participantes das entidades parceiras, co-laboraram no projecto mais de cinquenta especialistas dedistintas entidades, a quem agradecemos a sua colabo-rao.

    1.3 Objectivos do Enersilva

    Envolver os proprietrios orestais no aproveita-mento da biomassa atravs de estruturas organiza-tivas que possam garantir o seu abastecimento;

    Diundir tcnicas e tecnologias apropriadas parao aproveitamento da biomassa e que por suavez possam ser incorporadas pelas empresas deservios orestais;

    Contribuir para o desenvolvimento rural median-te a criao de emprego em empresas de servi-os orestais e atravs da instalao de centraisde biomassa orestal;

    Contribuir para a capitalizao e a sustentabili-dade das orestas do sul da Europa, realizando

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    6/44

    --4--

    Propostas e pr-projectos de converso, relacio-nados com a transormao energtica da biomassaforestalDurante o decorrer do Enersilva surgiram projectos de

    centrais de biomassa em todas as regies participantes,prevendo-se que em 2012 estejam a uncionar 32 centraisnestas regies.

    Colaborao na elaborao de polticas e normati-vas de mbito nacional e regionalDestaca-se a colaborao no Real Decreto de produode energia eltrica em regime especial (Espanha), Planode Desenvolvimento Rural de Portugal, Plano de De-senvolvimento Rural da Galiza (Espanha), Regulao dasInstalaes de Produo de Electricidade a partir de BFPna Galiza (Espanha) e Plano Tcnico de AproveitamentoEnergtico da Biomassa Florestal da Galiza (Espanha).

    FormaoEm termos de ormao, realizaram-se:

    - 3 Seminrios internacionais, um em cada pas participan-te, nos quais participaram mais de 350 pessoas;

    - 36 Apresentaes e comunicaes em congressos e -runs cientfcos de Espanha, Frana e Portugal;

    - 20 Cursos e seminrios locais, nos quais estiveram envol-vidos mais de 700 silvicultores;

    - 9 Encontros tcnicos com especialistas e proprietriosorestais, nos quais participaram 280 pessoas.

    Divulgao e comunicaoEste ponto centrou-se na construo de um stio na inter-net(www.enersilva.org), presena em cinco eiras e even-tos de carcter nacional e internacional, elaborao de umolheto de apresentao do Enersilva em quatro idiomas eo presente documento, editado em trs idiomas.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    7/44

    --5--

    2 A Poltica Energtica

    2.1 Na Europa

    Fazendo um histrico dos principais marcos da UE no m-bito das Energias Renovveis, os objectivos europeus soos seguintes:

    Objectivo 2010: suprimir cerca de 12% do total daprocura energtica atravs de ontes de energia reno-vveis. [COM (97) 599 fnal. Comunicao da ComissoEnergias renovveis para o uturo: ontes de energia

    renovveis. Livro branco para uma estratgia e um pla-

    no de aco comunitrios.];

    As energias renovveis e, em concreto, a biomassa,

    poderiam contribuir de orma signifcativa para reor-ar a segurana do abastecimento na UE. [COM (2000)769 fnal. Livro Verde: para a uma estratgia europeia

    de segurana do abastecimento energtico.];

    Objectivo 2010 UE-15: 22,1% do consumo bruto deelectricidade a partir de ontes renovveis. [Directiva2001/77/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,

    de 27 de Outubro, relativa promoo da electricida-

    de gerada a partir de ontes de energia renovveis no

    mercado interno da electricidade.];

    Objectivo 2010 UE-25: 21% do consumo bruto de elec-tricidade a partir de ontes renovveis. Ressalta a ne-

    cessidade de estabelecer um plano comunitrio paraa biomassa. Para atingir os objectivos das energiasrenovveis da UE para 2010 seria necessrio produzira partir da biomassa, quase mais 74Mtep do que em2001, atravs de 32Mtep de electricidade, 18Mtep emorma de biocarburantes e mais 24Mtep em aqueci-mento, atingindo um total de 130Mtep. [COM (2004)366 fnal. Comunicao da Comisso ao Conselho e

    ao Parlamento europeu: a quota das energias renov-

    veis na UE.];

    Estabelecimento de um programa coordenado de ac-

    o comunitria que inclui medidas para: melhorar aprocura de biomassa, o seu ornecimento, superar osobstculos tcnicos de desenvolvimento e avorecera investigao nesta rea. Assim, espera-se que em

    A estratgia de desenvolvimento da Unio Europeia (UE)

    a nvel energtico pretende fundamentalmente garantir

    o abastecimento; proteger o meio ambiente, diminuindo

    os impactes ambientais associados ao ciclo energtico, e

    favorecer a competitividade industrial, associada a uma

    liberalizao do sector energtico. Para tal, a sua poltica

    energtica tem como objectivos: cumprir os compromis-

    sos do Protocolo de Quioto, atravs da reduo de 8%

    das emisses de dixido de carbono (CO2) no perodo de

    2008-2012, em relao aos nveis de emisso de 1990;

    duplicar a taxa de penetrao das energias renovveis,

    aumentando de 6 a 12% a produo interna de energia

    bruta em 2010, relativamente aos dados de 1995; e man-

    ter a segurana no abastecimento.

    2010 o uso da biomassa aumente desde os 69Mtep

    de 2004 (4% das necessidades energticas da UE) para150Mtep. Indica que a biomassa deve ser prioritriaem trs sectores: produo de calor, gerao elctricae transporte. [COM (2005) 628 fnal. Plano de Acopara a Biomassa.];

    Prev-se uma reviso estratgica do sector e apre-sentar-se- um guia sobre a energia renovvel no qualse estabelecer um plano detalhado a curto, mdioe longo prazo de modo a estabilizar e a reduzir a de-pendncia energtica exterior, com base no Planode Aco para a Biomassa e a Estratgia para os

    biocarburantes. [COM (2006) 105 fnal. Livro verdeEstratgia europeia para uma energia sustentvel,competitiva e segura.];

    A taxa de crescimento anual da electricidade proce-dente da biomassa passou dos 7% antes de 2003, para23% em 2005. Apesar destes avanos, a UE ainda noadoptou nenhuma medida para omentar o uso deontes renovveis para aquecimento e rerigerao.No sector do aquecimento atravs das FER, a bio-massa predomina, principalmente devido ao consumodomstico de lenha, embora o desenvolvimento dautilizao de caldeiras efcientes ou da cogerao,

    tenha sido escasso. Para atingir o objectivo global,a contribuio das energias renovveis no sector doaquecimento e rerigerao poderia ser mais do dobroda quota actual de 9% e a maior parte do crescimen-to poderia dever-se biomassa e com a implantaode sistemas domsticos mais efcientes e de centraiselctricas de cogerao de alta efcincia base debiomassa. [COM(2006) 848 fnal. Programa de trabalhoda energia renovvel. As energias renovveis no scu-

    lo XXI: construo de um uturo mais sustentvel.];

    luz das numerosas contribuies recebidas durante

    o perodo de consultas para o Livro Verde, a Comissoprops na sua anlise estratgica da poltica energ-tica o seguinte undamento para a Poltica Energticapara a Europa:

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    8/44

    --6--

    2006 2009 2010 2012

    Potncia elctrica (MW) 39 60 65 79

    Aumento da produo (GWh) -- 157,5 195 300

    Potncia trmica (MWt) 470 570 600 670

    Aumento da produo (ktep) -- 34,4 44,7 68,8

    Quadro 1 Previso da evoluo do aproveitamento da biomassa forestal na Galiza

    Um objectivo de reduo de 30% das emisses degases com eeito de estua pelos pases desenvolvi-dos at 2020 em relao aos nveis de 1990 a deen-der pela UE em negociaes internacionais. Alm

    disso, em 2050 as emisses globais de gases comeeito de estua devero sorer uma reduo at50% em relao a 1990, o que implica redues nospases industrializados de 60 a 80% at essa data;

    Um compromisso da UE de alcanar at 2020, emquaisquer circunstncias, pelo menos uma reduode 20% dos gases com eeito de estua em relaoaos nveis de 1990. [COM(2007) 1 fnal. Comunicaoda Comisso ao Conselho e ao Parlamento Europeu.

    Uma Poltica Energtica para a Europa].

    At ao fnal de 2007, est ainda prevista uma reviso da

    Estratgia da UE sobre Energia e o surgimento de umanova Directiva sobre energias renovveis.

    2.2 Em Espanha

    Em Novembro de 1997 oi publicada a Lei 54/97 de 27de Novembro, do sector elctrico, cujo principal objectivoera a liberalizao do mercado elctrico. Esta, estabeleciaum regime especial para instalaes de gerao elctricaa partir de energias renovveis, tendo associado um pr-mio ao sistema e uma garantia de acesso rede.

    Em Agosto de 2005 publicou-se o Plano de EnergiasRenovveis de Espanha 2005-2010, que rene a polticaenergtica espanhola na rea das energias renovveis.O Plano de Fomento das Energias Renovveis 2000-2010estabelecia como principais objectivos que 12% da ener-gia primria consumida e 29,4% do consumo bruto deelectricidade tivesse origem em ontes de energia reno-vveis. No entanto, no fnal de 2004 s se tinham cumpri-do cerca de 28,4% desse objectivo global, percentageminsufciente para atingir as previses para 2010.Este actotornou necessria a reviso do plano inicial, estabelecen-do-se novos objectivos por rea tecnolgica, de modo aatingir os 12% do consumo de energia primria e 30,3%

    do consumo bruto de electricidade produzido a partir deontes renovveis. Em concreto, e devido aos resultadospouco satisatrios atingidos na rea da biomassa, esteplano pretende dinamizar o sector para assim poder cum-prir as previses globais de 2010.

    Em Maio de 2007 publicou-se o Real Decreto 661/2007,de 25 de Maio, que regula a actividade de produo deenergia elctrica em regime especial. Estabelece o regi-me jurdico e econmico da actividade de produo de

    energia elctrica e substitui o Real Decreto 436/2004, de12 de Maro. Este Real Decreto regula o novo procedi-mento administrativo para aceder ao regime especial, aretribuio do KWh gerado nas instalaes contempladasno regime reerido (que inclui as centrais a biomassa) eas relaes entre produtores e distribuidores. No mbitoda biomassa, este regulamento prev um aumento dastarias reerentes venda de electricidade gerada emcentrais que aproveitem este recurso (em todas as suascategorias). Alm disso, tambm se premeia a co-geraoa partir de biomassa, estabelecendo-se a possibilidadede implantar centrais de co-combusto de biomassa e/oubiogs em centrais trmicas do regime ordinrio e admite

    a possibilidade de centrais que utilizem vrios combus-tveis (co-combusto), de entre os quais se destacam osque usam dierentes tipos de biomassa.

    2.2.1 Na Galiza

    Actualmente, encontra-se em desenvolvimento o PlanoTcnico de Aproveitamento Energtico da Biomassa Flo-

    restal, que estabelece uma estratgia de actuao conjun-ta da Conselhara do Meio Rural, responsvel pela polticaorestal galega, e da Conselhara da Inovao e Indstria

    da Xunta de Galcia para a valorizao energtica desterecurso renovvel. Simultaneamente, a Conselhara doMeio Rural pretende ainda a valorizao da oresta comosistema multiuncional e melhorar a preveno e extinodos incndios orestais.Por sua vez, a poltica da Conselhara da Inovao e In-dstria est direccionada para garantir um ornecimentode qualidade baseado na diversifcao das ontes ener-gticas. Da que, seja omentado o aproveitamento dosrecursos renovveis endgenos, com elevado potencialna Comunidade, que contribuem para a diversifcao dosector energtico, tendo sempre em conta a sustentabili-dade ambiental. Actualmente est em desenvolvimento anormativa que regula as condies de instalao das cen-trais a biomassa orestal primria, na qual se estabelecemreas estratgicas de implantao.

    Fonte: INEGA, 2006.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    9/44

    --7--

    A Poltica Energtica

    2.2.2 Na Catalunha

    Est em desenvolvimento o Plano da Energia da Catalu-nha 2006-2015que inclui um Plano de Energias Renov-

    veis, uma vez que o aproveitamento das ontes de energiarenovveis prioritrio para o Governo da Generalitat deCatalua, essencialmente porque representam na regioo recurso energtico autctone mais importante. A previ-so da contribuio da biomassa lenhosa no consumo deenergia primria da Catalunha para o ano 2015 encontra--se nas tabelas seguintes, nas quais se contemplam doiscenrios dierentes: o cenrio base e o cenrio intensivode efcincia energtica e energias renovveis (IER).

    Nesse Plano, aposta-se no aproveitamento trmico dabiomassa orestal impulsionando instalaes em sectores

    de grande procura trmica, nomeadamente industrial etercirio. No entanto, tambm se prev a instalao decentrais de gerao elctrica a partir deste recurso reno-vvel. Prope-se como objectivo concreto, que em 2015o consumo de energia primria, proveniente da biomas-sa lenhosa (agrcola e orestal) no cenrio IER, seja de278,6Ktep, correspondendo parte desse consumo a insta-laes trmicas. A potncia total das instalaes elctricasprevistas ascender a 63,7MW.

    Quadro 2 Evoluo do consumo de energia primria com biomassa no cenrio base

    Consumo de biomasa(ktep/ano)

    2003 2010 2015 Variao2003-2015

    Variao2003-2015 (%)

    Biomassa orestal e agrcola 93,9 127,3 136,6 42,7 45,5

    Quadro 3 Evoluo do consumo de energia primria com biomassa no cenrio IER

    Consumo de biomasa

    (ktep/ano)2003 2010 2015

    Variao

    2003-2015

    Variao

    2003-2015 (%)

    Biomassa orestal e agrcola 93,9 180,9 278,6 184,7 196,7

    Fonte: INEGA, 2006.

    2.2.3 No Pas Vasco

    No Pas Vasco encontra-se em desenvolvimento a Estrat-gia Energtica do Pas Vasco 2010, que prev um impulso implantao de novas tecnologias de gerao. Actual-mente, o aproveitamento da biomassa no Pas Vasco cen-tra-se, undamentalmente, nas indstrias de celulose e detransormao da madeira, pois a valorizao energticaBFP praticamente inexistente, resumindo-se ao sectordomstico. Por esse motivo, do ponto de vista do poten-cial energtico da biomassa para um possvel desenvolvi-

    mento do sector, o potencial terico mais interessante apresentado pelo aproveitamento de BFP, que coincidiriacom a quantidade total de BFP que se gera no Pas Vasco,que se estima superior a 100Ktep/ano.

    A actividade de produo elctrica a partir de dierentesormas de biomassa est regulada pelo Governo Vasco.O Decreto 282/2002 regula os procedimentos de auto-rizao administrativa para a construo, modifcao,

    explorao, transmisso e encerramento das instalaesde energia elctrica. Em termos de BFP prev-se a entra-da em uncionamento de trs centrais que aproveitaroglobalmente 96,3ktep de BFP. As centrais geraro anual-mente 336.000MWh de electricidade, sendo a potnciaelctrica instalada conjunta de 42MW.

    2.3 Em Frana

    A poltica energtica do pas depois da primeira crisepetrolera, em 1973-1974, era j de ter segurana noabastecimento a longo prazo. Desde essa altura, criaram--se novas orientaes. A poltica energtica rancesa defnida pela Lei de Programao de 13 de Julho de 2005e articula-se em torno de quatro objectivos principais:

    Quadro 4 Biomassa no Pas Vasco. Objectivos energticos 2010

    Tipo de biomassaSituao 2000

    (Ktep)

    Actuaes 2001-2010

    (Ktep)

    Objectivo 2010

    (Ktep)

    Residuos orestais - 96,3 96,3

    Fonte: INEGA, 2006.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    10/44

    --8--

    Garantir a segurana e continuidade do abasteci-mento energtico a longo prazo: combustveis, elec-tricidade;

    Disponibilizar a energia a preos competitivos. Esta

    uma aposta essencial para as empresas pblicase privadas produtoras de energia que ambicionamdesempenhar um papel importante no cenrio inter-nacional;

    Promover o desenvolvimento energtico sustentvel,respeitando o meio ambiente e as geraes uturas,lutando, por exemplo, contra o eeito de estua;

    Garantir a coeso social e territorial, com o acesso detodos energia.

    Quanto s energias renovveis, o objectivo fxado pela Lei

    de 13 de Julho de 2005 o de suportar 10% das neces-sidades energticas do pas a partir de ontes renovveisem 2010 sub-divididos por um aumento de 50% do calorproduzido com origem renovvel, uma produo internade electricidade de 21% do consumo e uma incorporaode biocarburantes e outros biocombustveis de cerca de5,8% at ao fnal de 2010.A Frana possui recursos importantes neste campo taiscomo: recursos hidroelctricos relevantes, uma supercieorestal extensa e um grande potencial elico. De acto,se alamos do valor de produo bruta, este pas situa-sena primeira linha europeia quanto produo de energiaprocedente de ontes renovveis (16,3Mtep em 2004, ouseja 15% da produo total dos 25). No entanto, altera-seno que reere produo por habitante, onde a Frana sesitua em sexto lugar.Em 2004, o uso energtico da biomassa (principalmentemadeira) representava 9,18Mtep. Em 2015, poder vir arepresentar 14 a 18Mtep.A Agncia do Meio Ambiente e Controle Energtico(ADEME) desempenha um papel importante para a rea-lizao da poltica rancesa em termos de biomassa. EstaAgncia, atravs do plano Madeira para energia 2000-2006, em associao com administraes regionais e lo-cais, apoiou o uso trmico de biomassa orestal primria

    nas redes locais.Ao nvel do privado, o Estado actuou mediante a criaoem 2005 duma poltica de incentivos fscais dirigidos tantopara o uso de energias renovveis (entre as quais a BFP),como na economia de energia.Por ltimo, o Estado est a promover a instalao decentrais de produo de electricidade a biomassa, atra-vs da organizao de licitaes especfcas por parte daComisso de Regulao da Energia. A primeira licitaoteve lugar em 2005 (potncia licitada: 200MW, 2 centraisaprovadas na Aquitnia). A segunda ter lugar em 2007(potncia licitada: 300MW). A ajuda pblica consiste num

    preo garantido da electricidade produzida durante 15anos (na ordem dos 8,6/KW em vez de 3,5/KW).

    2.4 Em Portugal

    Em 2005 oi publicada a Resoluo do Conselho de Mi-nistros n 169/2005 de 24 de Outubro , a qual estabelece

    a Estratgia Nacional para a Energia, cujos principais ob-jectivos so:

    Garantir a segurana do abastecimento de energia,atravs da diversifcao dos recursos primrios, dosservios energticos, da promoo da efcincia ener-gtica na cadeia da oerta e na procura de energia;

    Estimular e avorecer a concorrncia, de orma a pro-mover a deesa dos consumidores, bem como a com-petitividade e a efcincia das empresas, quer as dosector da energia quer as demais do tecido produtivonacional;

    Garantir a adequao ambiental de todo o processoenergtico, reduzindo os impactes ambientais s es-calas, local, regional e global, nomeadamente no querespeita intensidade carbnica do Produto InternoBruto.

    Um dos cinco eixos de actuao da Estratgia Nacionalpara a Energia assenta na orte promoo do desenvolvi-mento das energias renovveis nomeadamente atravs dafxao de novos objectivos de produo para as energiasrenovveis; da agilizao dos procedimentos administra-tivos; da transposio da Directiva e introduo dos bio-

    combustveis; da valorizao da biomassa orestal e doPrograma gua Quente solar.Relativamente valorizao da biomassa, o documentoaponta para a nessidade de aumentar a potncia instala-da (objectivo em concretizao atravs de um concursopblico para a instalao de 15 Centrais termoelctricas abiomassa orestal com uma potncia conjunta de 100MWa decorrer); devem ser tambm adoptadas medidas devalorizao da biomassa orestal, em regime a compati-bilizar com as indstrias da madeira e da pasta de papele medidas de avaliao de critrios de remunerao daelectricidade produzida, tendo em conta as especifcida-

    des tecnolgicas e critrios ambientais.O Decreto-Lei n. 33-A/2005, de 16 de Fevereiro veio esta-belecer uma taria avorvel para a energia produzida emcentrais de biomassa orestal (cerca de 109/MWh). Estataria bastante superior atribuda da energia pro-duzida em centrais hdricas, elicas, de resduos slidosurbanos (RSU) ou biogs de aterro. Apenas electricidadeproduzida em centrais otovoltaicas garantida uma tariasuperior das centrais a biomassa.Este diploma reere ainda que as remuneraes aplicveis electricidade produzida a partir de biomassa orestalsero garantidas durante os primeiros 15 anos a contardesde o incio do ornecimento de electricidade rede.

    No mbito da biomassa orestal para fns energticos, ainda relevante a reerncia a este tema na Estratgia

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    11/44

    --9--

    3.1 Ocupao do solo

    Nas regies participantes no Enersilva, as orestas assu-mem-se como a classe mais importante de ocupao dosolo, ocupando mais de metade do territrio.No Quadro 5 pode-se observar que a regio da Galiza a que apresenta maior percentagem de rea orestal(2.039.574ha que correspondem a 69% do territrio) e oNorte de Portugal a regio que apresenta menor per-

    centagem de ocupao por espaos orestais arborizados(31,4%).No que concerne agricultura, a regio que detm maiorpercentagem deste tipo de ocupao a Aquitnia (41%da regio). As regies que apresentam menor percenta-gem de rea agrcola so a Galiza e Centro de Portugal,com 28,5% e 26,5%, respectivamente.

    Nacional para as Florestas, aprovada pela Resoluo doConselho de Ministros n. 114/2006 de 15 de Setembro,a qual reere que para alm do apoio utilizao dabiomassa orestal em centrais de energia, seja eectuada

    uma discriminao positiva a esta actividade ora da reade inuncia das centrais, desde que o material consu-mido seja biomassa orestal proveniente da gesto de

    3 A foresta cultivada e os recursos forestais

    no sul da Europa

    A oresta do sul da Europa, nomeadamente a dasregies do Enersilva, caracterizada por uma grandeheterogeneidade e existncia de dierentes ecossiste-mas que so ruto da aco antrpica e das dierentescaractersticas edao-climticas da regio.Em resultado desta heterogeneidade, as regies doEnersilva apresentam dierentes usos e produtivida-des.

    A Poltica Energtica

    combustveis no mbito de medidas de silvicultura pre-ventiva e da explorao orestal (instalao, conduo eextraco) . A Estratgia recomenda ainda que seja umaprioridade o fnanciamento investigao de processos

    para a adopo de tecnologias utilizadoras da biomassaorestal para a produo localizada de energia.

    Com base no Atlas Florestal produzido no mbitodo projecto Eurosilvasur, com algumas actualizaesrealizadas pelos parceiros do Enersilva, segue-se umabreve caracterizao da oresta das regies em estu-do no Enersilva.

    Quadro 5 Distribuio das classes de ocupao do solo em hectares

    Regio rea totalFlorestas arbreas e outras

    reas forestaisAgricultura guas interiores

    Outrasocupaes

    Aquitnia 4.180.633 1.796.975 1.713.754 63.912 605.992

    Catalunha 3.210.111 1.983.122 1.044.740 16.279 165.969

    Pas Vasco 723.500 469.355 208.868 4.910 40.349

    Galiza 2.957.447 2.039.574 843.657 21.314 52.902

    Norte de Portugal 2.127.885 667.417 723.758 16.221 720.489

    Centro de Portugal 2.366.902 993.664 627.883 24.244 721.111

    Total 15.566.478 7.950.107 5.162.660 146.880 2.306.812

    Fontes: Corine Land Cover, Edio 1999; Aquitnia - Inventaire Forestier National, Dordogne 1992, Pyrnes Atlantiques 1995, Gironde 1998, Landes 1999, Lot-et-Ga-ronne 2000 ; Pas Vasco - IFN II, 1996; Galiza - IFN III, 1998; Portugal - IFN III, 2001; Catalunha - Departamento del medio ambiente y vivienda (DMAH) (MCSC, 2002) eelaborao prpria, 2002.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    12/44

    --0--

    3.2 Contexto scio-econmico

    A oresta, sobretudo nos meios rurais, tem um papelscio-econmico importante, dela dependendo muitas

    vezes o desenvolvimento das regies. Nas regies doEnersilva existem no total aproximadamente 19 milhesde habitantes, com uma densidade mdia populacionalde 151hab/Km2 .Atravs da observao do Quadro 6, verifca-se que aregio com maior nmero de habitantes a Catalunha(6.208 milhares de habitantes), sendo o Norte de Portugal,em 1999, a regio que logo de seguida apontada com3.586 milhares de habitantes. A regio com maior den-sidade populacional o Pas Vasco, com 281,7hab/km2,sendo a Aquitnia e o Centro de Portugal as regies commenor densidade populacional (70,3hab/km2 e 72,2hab/km2, respectivamente). Estes dados revelam a elevadaconcentrao populacional existente nos aglomeradosurbanos, nomeadamente na Catalunha e Pas Vasco.Um aspecto importante no contexto scio-econmico dasregies a percentagem de populao activa, a qual constituda pelo conjunto de indivduos que constitui amo-de-obra disponvel para a produo de bens e servi-os que entram no circuito econmico.

    Observando o Quadro 7, a Catalunha a regio Enersilvaque apresenta maior percentagem de populao activa(75,6%), enquanto que a Galiza a regio que apresentamenor percentagem de populao activa (46%).

    A desagregao da populao activa por grandes ramosde actividade, mostra que o sector dos servios o queem mdia nas regies emprega o maior nmero de indi-vduos (64,6%), uma vez que este um sector de activida-de que apresenta um leque de oertas mais volumoso evariado (como servios bancrios e fnanceiros, agncias,variados tipos estabelecimentos, etc.).Em relao ao sector industrial e ao sector agrcola, osvalores de actividade so signifcativamente mais baixos,o que demonstra a crise em que se encontram estes sec-tores nas regies em estudo.

    3.3 reas protegidas

    As reas protegidas so essenciais para a conservaode espcies, habitats e paisagem. No entanto, a sua exis-tncia requer alguns cuidados e limitaes recolha debiomassa.

    Quadro 6 Nmero da populao e densidade habitacional

    Regio Populao(1) Densidade(2)

    Aquitnia 2.903 70,3

    Catalunha 6.208 193,4

    Pas Vasco 2.046 281,7

    Galiza 2.713 92,2

    Norte de Portugal 3.586 168,5

    Centro de Portugal 1.710 72,2

    Total 19.166 -

    (1) Populao: milhares de habitantes, 1999; (2) Densidade: hab/Km2, 1999.Fontes: ESRI world population density 1997; Eurostat 2000, Eurostat deuxime rapport sur la cohsion conomique et sociale, Janv 2001;Catalunha - Instituto de Estadstica de Catalua (IDESCAT), 1999.

    Quadro 7 Percentagem da populao activa e emprego nos dierentes sectores de actividade

    Regio % Populao activa(1)% da populao activa total empregada por sector

    % Sector agrcola % Sector industrial % Sector dos servios

    Aquitnia 71,8 3,4 20,9 75,8

    Catalunha 75,6 2,5 34,8 62,8

    Pas Vasco 54,8 1,2 35,0 63,8

    Galiza 46,0 9,5 30,3 60,2

    Portugal 67,3 9,5 30,3 60,2

    Mdia das regies 63,1 5,226 30,3 64,6

    (1) Populao activa: % de populao entre os 15 e os 64 anos, 2000.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    13/44

    ----

    Nas regies Enersilva, as reas protegidas contabilizamcerca de 11% da rea total (Quadro 8).A Catalunha a regio com maior rea correspondentea reas protegidas (691.606ha), o que consequentemente

    lhe conere a maior percentagem de rea total (21,5%).Pelo lado oposto, a Galiza e a Aquitnia, so as regiescom menores percentagens de rea protegida, 1,9% e2,7%, respectivamente.

    3.4 Recursos forestais

    A oresta representa cerca de 43,2% da supercie dasregies Enersilva. No entanto, desta apenas 60% corres-ponde a oresta cultivada, ou seja onde se produz a maiorparte da biomassa com destino comercial.

    A Aquitnia a regio com maior percentagem de ores-ta cultivada em relao rea orestal (99,5%), sendo logoseguida pelo Centro de Portugal (85,5%). Em contraste, aCatalunha e a Galiza, so as regies que apresentam me-

    nor percentagem de povoamentos orestais em relao rea orestal (61,5% e 68,9%, respectivamente).Nas reas orestais predominam as orestas de conerascom 44,3% do total, seguidas das olhosas com 35,8%(Quadro 10). As orestas mistas, no tm grande expres-so, representando apenas 20% da rea orestal.Com excepo da Galiza e do Norte de Portugal,regies onde predomina o eucalipto, as reas de resino-sas apresentam-se sempre como as mais representativasnas regies Enersilva.

    A foresta cultivada e os recursosforestais no sul da Europa

    Quadro 8 reas protegidas

    Regio reas protegidas(1) % rea total(2)

    Aquitnia 112.047 2,7

    Catalunha 691.606 21,5

    Pas Vasco 80.123 11,1

    Galiza 57.210 1,9

    Norte de Portugal 396.378 18,6

    Centro de Portugal 320.422 13,5

    Total 1.657.786 10,65

    (1)Unidades: Hectares.(2)% rea total = rea protegida / rea da regio.Nota: A supercie de Loi littoral (Aquitnia) e da ort de Moulire le Pinail (Poitou-Charentes) no esto includas na tabela.

    Fontes: Aquitnia - Parc National des Pyrnes, Ministre de lenvironnement-Direction rgionale de lenvironnement dAquitaine, (Directive Habitats constitution01/06/99; Espaces protgs: constitution 10/06/99); Espaa - Ministerio de Medio Ambiente, Plan Nacional de Regados horizonte 2008, Espacios Naturales Prote-gidos; Portugal - Instituto da Conservao da Natureza; Catalunha - DMAH, 2006.

    Quadro 9 reas de foresta e de foresta cultivada

    Regio Total FlorestaFlorestacultivada

    % Floresta /rea Total

    % Florestacultivada/rea Total

    % Florestacultivada /Floresta

    ha de oresta/ habitante

    Aquitnia 4.180.633 1.796.975 1.788.295 43,0 42,8 99,5 0,6

    Catalunha 3.210.111 1.983.122 1.218.879 61,8 38,0 61,5 0,28

    Pas Vasco 723.500 469.355 396.701 64,9 54,8 84,5 0,2

    Galiza 2.957.447 2.039.574 1.405.451 69,0 47,5 68,9 0,74

    Norte de Portugal 2.127.885 667.417 482.400 31,4 22,7 72,3 0,18

    Centro de Portugal 2.366.902 993.664 849.500 42,0 35,9 85,5 0,41

    Total 15.566.478 7.950.107 6.141.226 52,0 40,3 78,7 0,40Unidades: Hectares.Fontes: Corine Land Cover, Edition 1999; Aquitnia Inventaire Forestier National, Dordogne 1992, Pyrnes Atlantiques 1995, Gironde 1998, Landes 1999, Lot-et-Ga-ronne 2000; Catalunha Mapa de Cobertes del Sl de Catalunya, 2004; Galiza O monte galego segundo criterios de xestin orestal sostible. Diagnstico. AsociacinForestal de Galicia, Vigo, 2005; ; Pas Vasco - IFN II, 1996; Portugal - IFN III, 2001.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    14/44

    --2--

    Na Aquitnia onde as manchas de resinosas tm maiorrepresentatividade, com cerca de 63% da rea orestal,enquanto que o Norte de Portugal a regio onde asolhosas tm maior representatividade (42,4%) devido presena do eucalipto.Quanto s orestas mistas, encontram-se em maior per-centagem na Catalunha (35,3%) e em menor percentagemno Centro de Portugal (14,7%).

    3.5 Produo forestal

    As orestas do sul Europa produzem de orma sustentveluma grande quantidade de bens e servios: madeira, rutossilvestres, cogumelos, caa, para alm de regularem o ciclohdrico e fxar CO2. Actualmente, a produo de biomassapara fns energticos est directamente relacionada com aproduo de madeira, por isso o volume de cortes anuais um bom indicador da potencialidade de uma regio para amobilizao de biomassa. No Quadro 11 apresentam-se osvalores anuais de madeira cortada por regio.

    O volume total anual de madeira cortada nas seis regies de 25.920.709m3, sendo que a regio que mais contribuipara este valor a Aquitnia com 9.315.000m3 anuais demadeira cortada. As coneras representam claramentea maior percentagem de madeira cortada em todas asregies. No entanto, estas percentagens aparecem equili-bradas na Galiza, devido elevada produo de eucaliptonesta regio. Quanto aos destinos da madeira produzidanas orestas, a maior parte para serrao.As vendas de madeira nestas regies superam anual-mente os 1.000 milhes de euros, gerando rendimentosindispensveis para que os proprietrios orestais possamgerir as suas orestas.

    3.6 Empresas e emprego na indstriaforestal

    A indstria orestal, em particular a dedicada transor-mao da madeira, continua a ser um dos maiores sectoresde actividade, nas regies do sul da Europa.

    Quadro 11 Produo anual de madeira nas forestas

    Regio % Coneras % Folhosas% Madeira de

    serrao% Rolaria

    %Lenha

    Total de madeiracortada (m3)

    Aquitnia 86,5 13,5 60,4 38,0 1,6 9.315.000

    Catalunha 61,0 39,0 79,2 SD 20,8 600.824

    Pas Vasco 94,7 5,3 69,7 30,3 - 1.798.700

    Galiza 50,5 49,5 32,7 67,3 - 5.914.185

    Norte de Portugal SD SD80 20

    -8.292.000

    Centro de Portugal SD SD -

    Total - - - - 25.920.709SD= Sem Dados.Nota: para Portugal, os dados disponveis reerem-se para o Norte e Centro e o total de cortes apenas tem em conta os volumes de Pinus pinastere Eucaliptus sp.Fontes: Aquitnia - Enqute Annuelle de Branche, 1999; Espanha - Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentacin Annuario de estadistica agraria 1999, Mesa Intersec-torial de la Madera, 2000; Portugal - Estimativas AIMMP; Catalunha - Estadsticas del DMAH (2001-2005).

    Quadro 10 Supercie por tipo de foresta

    Regio % de Coneras % de olhosas % de orestas mistas Volume de biomassa

    Aquitnia 63,2 36,8 SD 262.455,00

    Catalunha 44 20,6 35,3 103.045

    Pas Vasco 44,5 39,4 16,2 41.453,90

    Galiza 36,1 40,1 24 116.897,60

    Norte de Portugal 28,1 42,4 29,5 33.410,00

    Centro de Portugal 50 35,3 14,7 76.209,00

    Total 44,3 35,8 23,9 633.471

    Unidades: Volume = milhares de m3 ; % = % da rea total das orestas arbreas exploradas; - = Ausente ou insignifcante; SD = Sem Dados.Fontes: Aquitnia Inventaire Forestier National, Dordogne 1992, Pyrnes Atlantiques 1995, Gironde 1998, Landes 1999, Lot-et-Garonne 2000 ; Pas Vasco IFN II, 1996;Galiza IFN III, 1998 ; Portugal IFN III, 2001; Catalunha - Inventario ecolgico y orestal de Catalua (1996-2005).

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    15/44

    --3--

    Atravs do Quadro 12, verifca-se que nas regies do sulda Europa existem cerca de 28.383 indstrias e empresasorestais, sendo que o maior nmero surge em Portu-gal (regies Norte e Centro) com 13.256 organizaes,

    devendo-se essencialmente s empresas ligadas aomobilirio (6.650). Em contraste, a regio com menosempresas o Pas vasco, com 2.139.Quanto ao sector que apresenta maior representativi-dade no nmero de empresas o da construo e car-pintaria, no qual se destaca a regio da Aquitnia ondeexistem cerca de 5.000 empresas deste sector.Observando o Quadro 13 das regies do sul da Europaem estudo, Portugal apresenta o maior nmero de pos-tos de trabalho (87.666) associados indstria ores-tal, sendo quase 50% desses postos ligados indstriados mveis, o que surge na sequncia de, tal como j oireerido anteriormente, Portugal reunir o maior nmero

    de empresas entre as regies em estudo.

    3.7 Proprietrios forestais

    O tipo de regime de propriedade um dos actores quemais inuencia as polticas e gesto orestal (Quadro 14).As orestas das regies Enersilva, caracterizam-se porserem maioritariamente privadas (cerca de 84%), perten-centes a um elevado nmero de proprietrios orestais e

    Quadro 12 Nmero de empresas e indstrias forestais

    Regio Serraes EmbalagensConstruo- carpintaria

    MobilirioTbuas,

    contraplacados eoutros

    Pasta de papel,carto

    Empresas

    Aquitnia 304 123 5.000 500 18 70 6.015

    Catalunha 642 * 1.380 2.003 * 88 4.113

    Pas Vasco 144 134 626 1.164 31 40 2.139

    Galiza 489 56 1.055 1.213 41 6 2.860

    Portugal 981 ** 5 012 6.650 197 416 13.256

    Total 1.991 372 11.781 9.570 337 562 28.383

    Fontes: Aquitnia - DRAF 1997-1999, Conseil rgional, SERFOB 2000; Pas Vasco - INE 2001, Mesa Intersectorial Euskadi 2001, Servicios Commerciales Madera deGipuzkoa; Galicia - INE 2001, CIS Madera, 1997; Portugal - The Portuguese Forests, Amrico Mendes, 2004; Catalunha - IDESCAT (2003-2005).

    Quadro 13 Emprego na indstria forestal

    Regio Serrao EmbalagensConstruo- Carpintaria

    MobilirioTbuas,

    contraplacados eoutros

    Pasta de papel,Papel, Carto

    Emprego

    Aquitnia 2.493 1.800 3.500 3.950 1.050 5.100 17.893

    Catalunha 6.267 * 7.933 18.700 * 5.167 38.067

    Pas Vasco 1.102 12.906 14.008

    Galiza 3.700 500 15.020 ND 2.700 926 22.846

    Portugal 9.553 ** 18.675 43.344 3.641 12.453 87.666

    Total 180.480

    Fontes: Aquitnia - DRAF 1997-1999, Conseil rgional, SERFOB 2000; Pas Vasco - INE 2001, Mesa Intersectorial Euskadi 2001, Servicios Commerciales Madera deGipuzkoa; Galiza - INE 2001, CIS Madera, 1997; Portugal - The Portuguese Forests, Amrico Mendes, 2004; Catalunha - IDESCAT (2003-2005).

    distribudas por parcelas com pequena dimenso (4,5hapor proprietrio).A actividade silvcola realizada pelos proprietrios ores-tais onte de um grande nmero de empregos, tanto

    em auto-emprego como em trabalhadores contratadosou em empresas de servios (viveiristas, explorao o-restal, empresas de silvicultura, consultores de engenhariaorestal, organizaes de proprietrios orestais, etc.). La-mentavelmente, os dados estatsticos desta enorme bolsade emprego encontram-se agregados com os da activida-de agrcola, pelo que no possvel ponderar de ormaestatstica o peso da actividade silvcola no emprego rural.No obstante, de uma orma orientadora, pode-se afr-mar que 100ha de oresta cultivada geram pelo menosum emprego permanente. Se utilizarmos este estimador,pode-se afrmar que o conjunto das orestas das regiesEnersilva proporciona mais de 60.000 empregos directos.

    Com maior percentagem de oresta privada destaca-se aGaliza (98%), logo seguida por Portugal (93,4%). A regiocom maior rea de propriedade pblica o Pas Vasco,onde este regime de propriedade atinge os 41%.Relativamente dimenso da propriedade, na Cata-lunha onde se verifca o maior nmero de hectares porproprietrio (9,5) e na Galiza onde h maior expressodo minindio, sendo em mdia 1,8ha a oresta que umproprietrio possui.

    A foresta cultivada e os recursosforestais no sul da Europa

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    16/44

    --4--

    Nota: A classe Pblico agrupa os seguintes estatutos de proprie-

    dade por pas: Frana Terrenos de domnio pblico ou comunais;

    Espanha Terrenos de domnio pblico, oresta do estado e das

    comunidades autnomas, orestas de utilidade pblica, e orestas

    comunais e das entidades pblicas; Portugal reas de orestaspblicas geridas pelo Estado e reas comunais.

    3.8 Principais danos nas forestas

    O sul da Europa apresenta uma grande diversidade deecossistemas orestais. Nas regies Enersilva existemorestas temperadas de grande produtividade e orestasmediterrnicas com uma grande biodiversidade. Estas ca-ractersticas tornam as orestas especialmente sensveis adanos biticos e abiticos.Destes actores, o de maior relevncia nas regies Enersil-

    va, sem dvida o ogo.Com excepo do Pas Vasco e da Aquitnia onde os in-cndios orestais no tm grande expresso, nas restantesregies do Enersilva, os incndios orestais tm assumidoum papel relevante na produo e gesto orestal.

    Atravs da anlise do Quadro 15, pode-se verifcar que noperodo 1996-2006 o Centro de Portugal oi a regio maisaectada pelos incndios orestais, em termos de reaardida. Em contrapartida, o Pas Vasco a regio menos

    aectada em termos de nmero de incndios, com um n-mero mdio anual de 1.225 incndios e a Aquitnia a queapresenta a menor rea mdia ardida em povoamentos.No entanto, estes valores tratam mdias. Em Portugal, snos anos de 2003 e 2005, no Norte e Centro de Portugalarderam mais de 489.000ha de oresta. Na Galiza, 2006 oium ano trgico em termos de incndios orestais, tendo aschamas devastado cerca de 93.887ha.Na Aquitnia, apesar de no existirem problemas gravescom os incndios, em Dezembro de 1999 o sector orestaloi muito abalado por um vendaval. Esta catstroe aec-tou cerca de 204.400ha de oresta, havendo necessidadede restaurar mais de metade da rea aectada. No total,

    oram derrubados aproximadamente 32,8 milhes de m3de madeira.

    Quadro 14 Regime de propriedade forestal

    Regio % Pblico % Privado ha/proprietrio

    Aquitnia 8,3 91,7 5,3

    Catalunha 22,76 77,2 9,5

    Pas Vasco 41,0 59,0 3,1

    Galiza 1,6 98,4 3,0

    Portugal 6,6 93,4 3,0

    Total 16,05 83,95 4,5

    Fontes: Aquitnia IFN, CRPF 2001; Pas Vasco IFN 2, Eustat 1999; Galiza IFN 3, 1999; Portugal The Portuguese Forests, Amrico Mendes, 2004; RGA, 1999;Catalunha DMAH (baseado no estudo do cadastro 2002) y Area de poltica orestal y desenvolupament rural del CTFC (2006).

    Quadro 15 Incndios no perodo 1996-2006

    Regiorea mdia anual orestal

    ardidarea mdia anual depovoamentos ardidos

    N mdioanual de

    incndios(1)

    rea mdiaanual ardida

    por incndio(2)Aquitnia SD 1.379 1.593 0,9

    Catalunha 57.458,2 32.553,5 7.781 7,4

    Pas Vasco 5.384,1 1.986,2 1.225 4,4

    Galiza 34.502,8 10.686,3 10.686 3,2

    Norte de Portugal 56.120 21.967 16.840 3,3

    Centro de Portugal 72.497 40.822 8.121 8,9

    Total 225.962,1 109.393,0 46.246 4,7

    Unidades: Hectares.(1)Nmero de incndios, ocorrncias.(2)rea mdia ardida por incndio = rea mdia orestal ardida / Nmero mdio de incndios.SD = Sem Dados.Fontes: Galiza - Ministerio de Medio Ambiente. Consellera de Medio Rural de la Xunta de Galicia, 2007; Aquitnia ARDFCI Aquitaine (1996-2006); Pas Vasco Ministeriode Medio Ambiente, 2007; Los incendios orestales en Espaa. Decenio 1996 2005 (2000-2005); Catalunha Departament de Medi Ambiemt i Habitage, 2007 (1996-2006);Portugal: DGRF, DFCI (medias 1996-2006).

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    17/44

    --5--

    4.1 Classicao da BFP

    A biomassa orestal primria, tendo em conta a unoprincipal do povoamento de onde proveniente, podeser dividida em trs grandes categorias: orestas de pro-duo madeireira, orestas de produo principal nomadeireira e cultivos energticos orestais.Dentro de cada uma destas categorias, podem ainda seridentifcadas outras subcategorias de provenincia debiomassa orestal primria, segundo o tipo de operaosilvcola da qual oriunda, nos dierentes tipos de ores-tas existentes nas orestas das regies participantes noEnersilva.

    4.1.1 Florestas de produo madeireira

    As orestas de produo madeireira, tpicas no sul da Eu-ropadas espcies Pinussp., Eucalyptussp., Populus sp.,Castaneasp., etc., geram biomassa orestal primria atra-vs das operaes realizadas nos cortes fnais ou de rege-nerao, aproveitamentos intermdios de desbastes comvalor comercial, intervenes silvcolas em povoamentos

    jovens de regenerao natural e intervenes silvcolasem povoamentos jovens de rearborizao.

    4.1.1.1 Aproveitamentos de cortes nais ou deregenerao

    Na realizao de cortes fnais ou de regenerao podemser considerados BFP: ramos e echas de rvores madei-reiras (normalmente biomassa com dimetro

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    18/44

    --6--

    Fig. 3 Acumulao de biomassa aps desbaste.

    4.1.1.2 Aproveitamentos intermdios de des-bastes com valor comercial

    Quando se azem desbastes com valor comercial podem

    ser considerados BFP: ramos e echas de rvores madei-reiras; espcies arbreas no madeireiras (normalmentervores com dimetro altura do peito inerior a 7,5cmou espcies secundrias sem interesse comercial); rvoresdoentes ou secas (cortes ftossanitrios); rvores quei-madas (consideram-se os cortes antecipados de rvores

    jovens sem aproveitamento madeireiro); sub-bosque:arbustos.

    4.1.1.3 Intervenes silvcolas em povoamentosjovens de regenerao natural

    No caso dos povoamentos jovens de regenerao natu-ral, podem ser considerados BFP os produtos resultantesdas seguintes intervenes silvcolas: desbastes no co-merciais ou pr-comerciais; limpezas de povoamentos;seleco de rebentos do cepo ou da raiz; eliminao dervores no desejveis alheias ao povoamento; desramas;eliminao de arbustos ou matos.

    4.1.1.4 Intervenes silvcolas em povoamentosjovens de repovoamento

    Podem ser considerados BFP os produtos resultantes de:desramas e podas de ormao; limpeza de matos; des-bastes em plantaes muito densas.

    4.1.2 Florestas de produo no madeireira

    Nas dierentes regies do Enersilva existem distintos ti-pos de orestas de produo no madeira, que apesar deocorrerem em menor rea, no deve ser desprezado o seuinteresse para o aproveitamento de BFP.

    4.1.2.1 Espaos forestais abertos arborizados

    Os montados com aproveitamento para pasto, montadode sobro, pinhais para resinagem, orestas abertas paraproduo de ruto ou semente (Castanea sp., Pinus pinea,Juglans sp., Prunus sp., etc.), etc., constituem espaosorestais abertos arborizados. Nestes espaos constituemBFP os produtos resultantes das seguintes intervenessilvcolas: podas de conormao da copa; eliminao deramos ladres do cepo, tronco e copa; cortes ftossanit-rios ou de regenerao; roa de matos.

    Fig. 5 Desbaste em carvalhal.

    Fig. 4 Acumulao de BFP aps corte tossanitrio.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    19/44

    --7--

    4.1.2.2 Espaos forestais de talhadia de cabea

    Espaos orestais, nos quais se incluem os montados, paraaproveitamento de pasto e lenhas (Fraxinus sp., Salixsp.,Castanea sp., Quercus sp., etc.), talhadia de cabea paraa obteno de lenhas (carvalhal), talhadia de cabea paraa obteno de ruto (soutos), etc. Nestes espaos consti-tuem BFP os produtos resultantes de: talhadia de cabea;eliminao de ramos ladres do cepo; roas de mato.

    4.1.2.3 Espaos forestais de lenhas

    Este tipo de espao orestal constitudo por olhosasregeneradas de orma natural atravs de rebentao oudisseminao, que so aproveitadas em rotaes curtaspara lenha ou biomassa, e que se caracterizam pela au-sncia de cuidados culturais. Pode-se aplicar a espciesolhosas como alguns tipos de Quercus, Eucalyptus, Betu-la, Castanea sp., Alnus, Salix, Acacia, etc. Nestes espaosconstituem BFP os produtos resultantes do corte e recolhano fm da rotao.

    A Biomassa Florestal Primria (BFP)

    Fig. 6 Acumulao de biomassa aps desramao.

    4.1.2.4 Incultos

    Tratam-se de espaos orestais ormados por espciesarbustivas e subarbustivas (Ulexsp., Erica sp., Cistus sp.,

    Cytisus sp., Arbutus unedo, Crataegus sp., Pirus sp., Pru-nus sp., etc.) sem nenhum tipo de interveno silvcola.Nestes espaos pode-se eectuar periodicamente o cortee recolha para biomassa.

    4.1.3 Culturas energticas forestais

    Consiste no cultivo, em orestas, de biomassa vegetalpara fns energticos, com o objectivo de produzir omximo peso de biomassa atravs de rotaes curtas edensidades altas.De modo a obter o mximo rendimento energtico no

    ciclo produtivo devem-se aplicar as tcnicas de cultivomais apropriadas e rentveis: controle da vegetaocompetidora, regenerao efcaz, adequada preparaodo terreno, ertilizao, tratamentos ftossanitrios erega.Estas culturas podem ser, tanto de espcies herbceas,como de espcies lenhosas, e os produtos a obter tam-bm podem ser biocombustveis de dierente natureza:culturas herbceas em orestas; culturas lenhosas emorestas, as quais se dierenciam das anteriores porqueo talo est lenhifcado so o caso de rvores (Eucalyptussp., Salixsp., Populus sp., Betula, etc.), matos ou arbustos.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    20/44

    --8--

    5.1 Aquitnia

    Em termos de biomassa orestal para fns energticos, aAquitnia distingue-se das outras regies Enersilva, poisutilizam-se vrios tipos de BFP segundo o destino e a reageogrfca. De uma maneira geral a BFP de uso mais co-mum, as lenhas, provm de cortes inteiros. Na maioria doscasos a BFP para uso energtico um produto minoritriodos cortes intermdios ou fnais de produo de madeira.Costuma-se utilizar a parte delgada do tronco para lenhanos cortes de talhadia de castanheiro, robnia, e em al-guns casos, ainda que muito escassos, a biomassa podechegar a ser o produto principal do corte.

    Nos carvalhais, aproveitam-se tambm os ramos maisgrossos que so estilhados e classifcados de orma es-pecifca nos cortes de povoamentos de alto uste ou ta-lhadia composta. No caso do pinheiro, esto-se a realizarensaios de arranque de cepos para uso de biomassa oude recolha de restos de corte.Actualmente na Aquitnia no se eectua o aproveita-mento de biomassa lenhosa procedente do sub-bosqueou ramos de pequenas dimenses provenientes de podase desramas, pois os volumes so demasiado baixos (a ve-getao do sub-bosque na Aquitnia no muito lenhosanem gera grandes quantidades de ftomassa) para com-pensar o elevado custo que representa a sua recolha.Face a este panorama, a inventariao de biomassa ores-tal para fns energticos, tal como considerada nas outrasregies do projecto bastante delicada, sendo que os

    nicos dados que existem, so os do IFN SOLAGRO de2005.

    Quadro 16 Disponibilidade anual de BFP na Aquitnia

    EspcieBFP

    (t mat. seca)

    Folhosas 139.406

    Resinosas 254.474

    Total 393.880

    Fonte: IFN SOLAGRO, 2005.

    Da anlise do Quadro 16, constata-se que a BFP totaldisponvel de aproximadamente 394.000 toneladas porano, sendo que a maior parte proveniente de espciesresinosas. A disponibilidade oi calculada tendo em contaactores de relevo, existncia de rede viria, distncias rede viria e a natureza do terreno (quantidade de aora-mentos rochosos, humidade dos solos, etc.). ainda de reerir que a inventariao da disponibilidadede biomassa para a Aquitnia oi eectuada tendo emconsiderao a produo anual de biomassa procedente

    de restos de cortes (considerando que a intensidade doscortes se mantm, no prevendo um aumento dos mes-mos) e no tendo em conta a potencialidade ligada ao

    5 Recursos e existncias de BFP no sul daEuropa

    A planicao do uso da BFP para recursos energti-cos requer, em primeira instncia, o conhecimento dascaractersticas e a quanticao do recurso existente edisponvel para ser explorado.Chammos existncias quantidade de BFP que podeser gerada nas forestas, ou seja, aos dados da estimati-va de produo potencial de um determinado territrioforestal. Por outro lado, a disponibilidade a biomas-sa potencial, uma vez excludas as races que no se

    podem aproveitar na foresta. A explorabilidade tema haver com uma srie de actores que condicionam aretirada da BFP tais como a geomorologia do terreno(declives e altitude), o acesso s reas forestais (densi-dade da rede viria), restries de ordem legal (reasProtegidas, Parques Naturais, Rede Natura 2000, ...),entre outros.A estimao das existncias e da disponibilidade debiomassa explorvel requer uma srie de dados que

    nem sempre existem ou esto disponveis de ormade livre acesso. Apesar dos estudos dos ltimos anos,a alta de dados acerca da quantidade de biomassaexistente e explorvel torna necessrio em todas asregies estudos mais detalhados e precisos. No en-tanto, de reerir que em algumas regies, nomea-damente na Galiza e em Portugal, oram j eectuadosalguns estudos. No caso de Portugal, apenas em deter-minadas partes do pas, mais concretamente nas reas

    de infuncia das centrais em concurso pblico, estesestudos oram eectuados a nvel privado.Assim, necessrio que sejam harmonizadas as meto-dologias para a determinao das existncias e quanti-dade de biomassa explorvel e que se aam estudos anvel nacional sobre este tema.Mediante a inormao disponvel, segue-se para cadauma das regies Enersilva a quantidade de biomassaexistente ou passvel de ser explorada a nvel regional.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    21/44

    --9--

    Quadro 18 Disponibilidades anuais de BFP na Galiza

    Espcie BFP (t mat. seca)

    Pinus pinaster 182.035

    Pinus radiata 82.042

    Eucalyptus globulus 192.520

    Outras espcies 33.603

    Total 490.199

    Fonte: AFG, Projecto Biorreg-Floresta, 2006.

    Assim, segundo os distintos estudos realizados, a produ-o de biomassa anual que pode ser utilizada para fnsenergticos estima-se entre 500.000 e 850.000 toneladas

    de matria seca (0% de humidade), sendo a maioria pro-veniente de pinheiro e eucalipto, as quais contabilizamcerca de 93% da produo total.Relativamente s operaes silvcolas das quais provma biomassa, os resultados do Biorreg-Floresta apontamque 69% da BFP ser gerada por restos de cortes fnais,enquanto que 21% gerada por tratamentos silvcolas,tais como podas, desbastes ou seleco de varas.

    5.4 Norte e Centro de Portugal

    Quanto a Portugal, no Quadro 19 apresentam-se asexistncias de BFP, segundo as principais espcies deprovenincias de BFP e por regio, Norte e Centro. dereerir que estes dados reportam a existncias e no aBFP explorvel, dado que, devido alta de dados, nooi possvel estimar estes valores a nvel regional.

    Quadro 19 Existncias de BFP nas regies Norte e Centro de Portugal

    EspcieBFP (t mat. seca)

    Regio Norte Regio Centro

    Matos (sub-coberto) 680.760 851.130

    Pinus pinaster 1.039.467 1.633.760

    Eucalyptus sp. 389.713 620.958

    Pinus pinea 290 1.095

    Castanea sativa 40.996 7.624

    Quercus suber 8.821 11.557

    Quercus ilex 8.433 13.133

    Outros Quercus 73.713 69.608

    Total 2.242.193 3.208.865

    Fonte: Projecto Biorreg-Floresta, 2006.

    aumento dos cortes especfcos para biomassa, da quehaja uma subestima da biomassa disponvel.

    5.2 CatalunhaPara a regio da Catalunha oi possvel determinar as exis-tncias de biomassa passvel de ser explorada mediantealguns actores, no tendo sido includos todos os acto-res determinantes para o clculo da biomassa explorveldevido alta de inormao.Assim, a biomassa explorvel oi calculada em uno dosdados do Inventrio Ecolgico e Florestal da Catalunha(IEFC, Crea), restringindo-se a supercies orestais comuma inclinao inerior a 60%, uma raco de superciecoberta superior a 70%, nas quais oram consideradasdierentes races aproveitveis como BFP segundo o

    gnero e a dimenso das rvores.Mediante estes dados e restries, os valores resultantesno clculo da biomassa explorvel so os apresentadosno Quadro 17.

    Quadro 17 Disponibilidades anuais de BFP na Catalunha

    Espcie BFP (t mat. seca)

    Coneras 174.499

    Quercus sp 76.739

    Otros 71.535

    Total 322.773

    Fonte: Clculos CREAF CTFC com base no IEFC (Inventari Ecolgic Forestalde Catalunya).

    Da observao do Quadro anterior, verifca-se que a dis-ponibilidade total de BFP na Catalunha de 322.773 to-neladas de matria seca, sendo que a maior parte de BFP proveniente da coneras, que contribuem com cerca de54% da BFP.

    5.3 GalizaA Conselharia do Meio Rural no seu relatrio Potencial daBiomassa Florestal na Galiza, elaborado em 2006, cira adisponibilidade anual de BFP na totalidade das orestasgalegas em 852.171 toneladas de matria seca.Com critrios mais exigentes relativamente a restriesde explorao, a AFG, no mbito do projecto Biorreg--Floresta, elaborou uma metodologia de estimao paraas orestas cultivadas. Esta metodologia, no marco doEnersilva, oi aplicada ao conjunto das orestas cultivadasda Galiza, tendo-se estimado a biomassa explorvel paraa regio, tal como se apresenta no quadro seguinte.

    Recursos e existncias de BFPno sul da Europa

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    22/44

    --20--

    Em Portugal, tanto na regio Centro como na regio Nor-te, a espcie que mais gera BFP o Pinuspinaster, comuma produo anual total nas duas regies de 2.673.227toneladas. A seguir, com maior representatividade de

    quantidade de BFP, surgem os matos em sub-coberto, osquais geram anualmente no Norte e Centro de Portugal1.531.890 toneladas de matria seca. A produo totalanual nas duas regies ultrapassa os 5 milhes de tone-ladas de BFP.

    5.5 Pas Vasco

    No Pas Vasco, as disponibilidades de BFP so as apresen-tadas no Quadro 20. As disponibilidades so reerentess quantidades anuais de BFP aproveitvel. Como BFPaproveitvel considera-se a BFP gerada, com excepo da

    BFP gerada em povoamentos sem acessos por caminhosorestais, orestas com excessiva inclinao (superior a50%) e a BFP cujos custos de extraco so consideradosexcessivamente altos (por exemplo podas ou desbastes).

    Quadro 20 Disponibilidades anuais de BFP no Pas Vasco

    Espcie BFP (t mat. seca)

    Pinus nigra 4.497

    Pinus pinaster 3.974

    Pinus radiata 84.072

    Outras resinosas 7.193

    Quercus aginea 10.961

    Eucalyptus sp. 18.241

    Quercus pyrenaica 6.303

    Quercus ilex 4.442

    Quercus rubra 758

    Fagus sp. 1.492

    Outras olhosas 1.595

    Floresta mista 847

    Total 144.378

    Fonte: Conederacin de Forestalistas del Pas Vasco a partir dos dados doInventrio Florestal do Pas Vasco de 2005.

    Da anlise do Quadro 20 possvel verifcar que mais demetade da BFP proveniente de Pinus radiata, sendo aespcie a seguir que mais gera BFP o Eucalyptus. A quan-tidade total de BFP disponvel no Pas Vasco de 144.378

    toneladas de matria seca. ainda de reerir que a maiorparte da BFP gerada no Pas Vasco proveniente de cor-tes fnais.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    23/44

    --2--

    6 Tecnologias de aproveitamento dabiomassa nas forestas do sul da Europa

    6.1 Recolha e transporte de biomassa emnatureza

    Este mtodo consiste em recolher e eectuar o transporteda biomassa sem que esta passe por nenhum processo decompactao, nem de estilhaamento.

    Actualmente este mtodo cada vez menos utilizado,uma vez que o transporte em termos de peso de cargaleva muito menos que outros processos, o que az comque o transporte se torne mais caro. Assim, o transportede biomassa em natureza apenas aconselhvel para si-tuaes de distncias muito reduzidas entre a oresta e oscentros de consumo.

    6.2 Processamento em estilha no local

    Esta operao realizada junto aos espaos orestais utili-zando estilhaadores mveis (Fig. 8) de pequenas dimen-ses. A biomassa transportada para as unidades fnais,ou unidades intermdias, em orma de estilha, o que trazgrandes vantagens em relao ao transporte em natureza.Estes procedimentos permitem que a BFP possa secar deorma natural, melhorando as caractersticas da BFP.

    So vrias e em permanente evoluo as tecnologias etcnicas usadas para o aproveitamento da biomassa. Aescolha da(s) tcnica(s) e tecnologia(s) mais adequada(s)esto condicionadas por vrios actores: densidade eestado da rede viria, tipo de povoamento, espcie,caractersticas sicas do terreno, caractersticas doscentros de consumo, ecincia, impacte ambientalque possam causar, etc. Todos estes actores so aindaponderados numa ptica de ecincia econmica, ou

    seja, da obteno de um maior rendimento nanceiro.Nas forestas do sul da Europa, de um modo geral, aextraco da biomassa realizada de orma mecaniza-

    da (exemplo: orwarders,camies 6x6, etc.) sendo aescolha do equipamento condicionada pelos actoresenunciados anteriormente.Os principais problemas que ocorrem durante esta eta-pa dizem respeito principalmente disperso da bio-massa, s caractersticas do terreno, baixa densidadede rede viria e divisional na foresta e ao seu estadode conservao.Seguidamente so abordados os aspectos gerais, van-

    tagens e desvantagens, das tecnologias e tcnicas maisrequentemente usadas nas regies participantes noEnersilva.

    Fig. 7 Rechega e transporte de biomassa em natureza. Fig. 8 Estilhaador mvel.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    24/44

    --22--

    A principal condicionante deste tipo de operao, ques deve ser realizada em locais que tenham bons acessosvirios. Outras desvantagens deste sistema so a necessi-dade de adquirir mais equipamentos, o que se converte

    em maiores custos no investimento inicial e manutenodo equipamento, e a necessidade de condies sicas deorma a poder instalar um destroador.

    6.3 Parques de pr-tratamento

    Outra situao que se verifca nas regies do sul da Eu-ropa a existncia de parques de pr-tratamento. Nes-tes parques a biomassa chega em natureza e sore umatransormao que vai de acordo com a necessidade dascaractersticas do material.

    O dimensionamento dos parques de pr-tratamentodeve processar-se de maneira a garantir a quantidadede recursos necessrios cobertura da sua capacidadede tratamento, dispondo em simultneo de um mercadopotencial nas proximidades, que permita assegurar a co-locao do produto. Para alm do tratamento da BFP, o

    parque tem por fnalidade regular as quantidades orneci-das, ajustando a oerta e a procura em termos de tempo.De uma orma generalizada, as principais operaes quese podem levar a cabo nos parques de pr-tratamentoso: armazenamento da matria-prima, triturao e seca-gem natural ou orada.A instalao destes parques tem como grande vantagema exibilidade em relao ao uxo e caractersticas dabiomassa que vo mais de encontro com as necessidadesde optimizao dos processos de logstica. Como des-vantagens, este sistema, tal como o processamento deestilha no local, so apontadas: a necessidade de adquirir

    mais equipamentos; a necessidade de condies sicasde orma a poder instalar o parque; o custo do eventualaluguer ou compra de terrenos para a sua instalao; e anecessidade de bons acessos.

    Fig. 9 Estilhaadora de grandes dimenses em parque de pr-tratamento.

    Fig. 10 Fardos de biomassa de pinheiro.

    6.4 Enardamento da biomassa

    Este mtodo usado com recurso a enardadeiras (Fig.10). Este equipamento permite eectuar a recolha de

    restos orestais e tem por princpio a compactao dosmateriais em ardos, podendo desta orma optimizar oarmazenamento e o transporte.

    A logstica do transporte dos ardos um sistema seme-lhante ao utilizado no transporte da madeira. Os camiesso os mesmos e so carregados da mesma orma.O enardamento da biomassa tem como vantagens: osardos serem manejados com o mesmo equipamento que utilizado para os troncos; os ardos ocuparem menorespao sico que a biomassa em natureza, o que permi-te um maior armazenamento e transporte de biomassa;os ardos poderem ser armazenados sem perder a suaconsistncia; o armazenamento mais seguro, simplese barato: apresentarem um menor risco de combusto

    espontnea.As limitaes ao uso de enardadeiras so o acto destasno poderem operar em locais declivosos e o elevado in-vestimento inicial que necessrio eectuar na sua compra.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    25/44

    --23--

    6.5 Aproveitamento da rvore inteira

    Neste processo, ao contrrio do que se verifca nos ca-sos anteriores, a biomassa utilizada corresponde ao uste

    inteiro. As rvores processadas neste sistema tm baixovalor econmico, sendo ruto de desbastes, povoamentosde baixa rentabilidade, culturas energticos, rvores dereas de cortes antecipados ou danifcados por incndios,vendavais ou pragas e doenas. As rvores so aproveita-das para a obteno de estilha (Fig. 11).

    Este sistema tem como vantagens: o aproveitamentode reas que necessitem de cortes antecipados por as

    rvores estarem mortas ou danifcadas devido a actoresbiticos ou abiticos (ex.: incndios orestais); a rentabili-zao de produtos de baixo valor; executar uma operaoindispensvel ao incio do processo de reorestao e/oureorganizao da oresta, com obteno de receitas ecom custos reduzidos; permite proceder desde logo aosrestantes processos necessrios reconverso orestal;aumentar a rentabilidade na produo de energia a partirde biomassa em comparao com os processos tradicio-nais.As desvantagens que este sistema apresenta so as se-guintes: necessidade de ter vrias mquinas a trabalhare plena coordenao entre as vrias operaes; no aconselhvel em regies com declives acentuados; no aconselhvel em regies que apresentem limitaes emtermos de estabilidade do solo; o custo de aquisio emanuteno dos dierentes equipamentos.

    Fig. 12 Cortador empilhador forestalwhelled eller-buncher.

    Tecnologias de aproveitamento dabiomassa nas forestas do sul da Europa

    Estes processos so aplicados em muitas regies, porexemplo na Aquitnia, Frana, em sistemas de coopera-tivas que ornecem estilha para sistemas de aquecimentoou para centrais elctricas de gerao ou co-gerao.Desta orma os vrios membros coordenam quais asreas a explorar, as quantidades necessrias, e a carteirade clientes a que a biomassa fnal se destina.

    6.6 Sistema Feller-buncher

    Neste sistema pretende-se executar o mnimo de ope-raes possveis na explorao, de modo a rentabilizartodo o processo de colheita e transporte da biomassa brica.O mtodo ull-tree uste inteiro, consiste basicamente nocorte e um primeiro ajuntamento de rvores inteiras, comcortador empilhador orestal whelled eller-buncher(Fig.12), seguido de rechega para pilha com ajuntador skidder,estilhaamento das rvores com estilhaador de acas e

    transporte brica com camies contentores tipo ba-nheira. Devido ao seu alto rendimento, este sistema utilizado para o aproveitamento da biomassa nas culturasenergticas lenhosas.

    Fig. 11 Estilhaamento de rvores inteiras queimadas.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    26/44

    --24--

    7 A transormao de biomassa em energia:calor e electricidade verde, novas tecnolo-

    gias.

    A biomassa, atravs de dierentes tipos de converso,pode ser transormada em distintos tipos de energia,tal como se pode vericar na Fig. 13.

    Fig. 13 Converso da biomassa(adaptado de Malheiro, 2005).

    TrmicaMecnicaElctricaBiodiesel

    TrmicaMecnicaElctrica

    Fontes de BiomassaCulturas energticas, produtos orestais e agrcolas,

    resduos orgnicos e domsticos, resduos de empresas agroalimentarese transormadoras da madeira

    Tipo de converso

    EstilhamentoDensifcaoBriquetagem

    Fsica

    PrensagemExtraco

    Tratamento qumico

    Fsico-qumica

    Digesto anaerbiaFermentao

    Biolgica

    Tipo de converso

    Conversotermoqumica

    Slidos Lquidos Gasosos ou lquidos

    TrmicaMecnicaElctricaBiodiesel

    Tipo de energia

    CombustoCo-combustoCarbonizao Carvo vegetalGaseifcao Gs de snteseLiqueaco leo de pirlise ou metanol

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    27/44

    --25--

    Dos processos apresentados na Fig. 13, o mais comum nasregies Enersilva, tendo como onte a BFP, a combusto,tanto para a produo de calor, como para a produo deenergia elctrica, atravs da converso termoqumica. De

    uma orma simplifcada, a combusto consiste na queimade um combustvel, neste caso a biomassa, a partir doqual se produz calor e vapor de gua, o qual injectadonuma turbina, produzindo-se assim electricidade.No entanto, no de desprezar a implementao dosrestantes processos de transormao, pois devido aosavanos tecnolgicos, esto a tornar-se cada vez maisefcientes e rentveis.Os restantes processos sicos de converso da biomas-sa, utilizam essencialmente biomassa orestal secundria(resduos de empresas transormadoras da madeira, nasua maioria), enquanto os processos de converso sico-qumica utilizam tambm biomassa orestal secundria e

    resduos agrcolas. Na converso biolgica, so util izadosessencialmente resduos agrcolas, culturas energticasherbceas, resduos slidos urbanos e lamas das estaesde tratamento dos euentes domsticos.Dada a grande variabilidade de possibilidades que omercado oerece, a promoo da biomassa para fnsenergticos depende muito das solues escolhidas peloutilizador/produtor de energia, as quais devem ter emconta: a escala de implementao, o recurso disponvel narea, o tipo de uso da energia, a proximidade do recursoe o custo da(s) orma(s) da matria prima (biomassa emnatureza, estilha, briquetes, peletes, lenha, etc.), entre ou-

    tros. Destas ormas de matria-prima, a mais implemen-tada, dado ser um uso tradicional, a lenha. Em todas asregies h um grande consumo de lenha para aqueci-mento, tanto em habitaes, como em edicios pblicos,ou na hotelaria. No entanto, em algumas das regies, estemercado no est bem contabilizado ou regulado.Quanto s restantes matrias-primas, o uso de estilha,briquetes e peletes mais recente. As estilhas so rag-mentos de madeira de pequena dimenso obtidos porcorte mecnico. Geralmente a estilha obtida a travs deBFP. Quanto s briquetes e peletes, so provenientes debiomassa orestal secundria. Os resduos e subprodutosda indstria da madeira so prensados e distribudos emcilindros de maior (briquetes) ou menor dimenso (pele-tes).

    Para a gerao de calor e/ou gua quente, existem v-rias solues para uso domstico, colectivo e industrial.Para uso domstico, os inconvenientes que existiam coma alimentao da caldeira (esoro sico na alimentao

    da caldeira, espao para o armazenamento da biomassa,etc.), actualmente so praticamente inexistentes, uma vezque existe no mercado uma ampla gama de caldeiras,sendo as mais inovadoras a nvel tecnolgico as que soalimentadas automaticamente a peletes. Devido ao redu-zido tamanho dos peletes, o espao requerido para o seuarmazenamento diminuto, o transporte das peletes norequer grande esoro sico, e o utilizador, mediante asnecessidades da caldeira, v diminuda a quantidade devezes que tem de encher o silo que a alimenta. O acto dacaldeira ser automtica permite uma maior autonomia econtrole por parte do utilizador.Quanto ao uso colectivo, mediante o espao que ne-

    cessrio aquecer existem vrias solues. Uma delas areerida anteriormente, a qual pode ser aplicada a espa-os colectivos de menor dimenso (por exemplo escolaspequenas com 4 salas mais reas comuns casa de banho,corredores e reeitrio).

    Fig. 14 - Estilha, briquetes e peletes.

    Fig. 15 - Caldeira para aquecimento de uma escola no Norte de Portugal.

    A transormao de biomassa em energia:calor e electricidade verde, novas tecnologias.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    28/44

    --26--

    Para a gerao de calor e/ou gua quente de espaoscolectivos de maior dimenso, por exemplo grandesedicios, bairros, sistema vulgarmente designado pordistrict-heating, as necessidades j so completamente

    distintas das enunciadas anteriormente. Geralmente, es-tes sistemas so alimentados a estilha (mais barata que ospeletes) e j requerem um espao maior para o armaze-namento do combustvel. No entanto, de notar que sea caldeira osse alimentada a combustveis sseis, essemesmo espao tambm era requerido. Neste mbito, ainda de reerir que existem dierentes tipos de estilha,consoante o tipo de estilhaador utilizado, o que permiteabastecer dierentes tipos de tecnologia de queima.Quanto ao sector industrial da madeira, maioritariamenteconsome biomassa orestal secundria procedente dosseus prprios processos de transormao, o sistema maisutilizado a cogerao. A cogerao surge como uma

    tecnologia interessante ao garantir economias de energiae competitividade acrescida s empresas, e consiste ba-sicamente na produo combinada de energia trmica eelctrica num mesmo equipamento, destinando-se ambasao auto-consumo ou ao consumo de terceiros, evitandoou atenuando a utilizao de equipamentos prprios deproduo de calor e aquisio de energia elctrica rede.Os sistemas de cogerao a biomassa orestal so re-

    quentemente utilizados pelas indstrias ligadas aos pro-dutos orestais (celuloses, aglomerados, etc.), pois assimestas indstrias podem usar um resduo que gerado noprprio processo industrial, tornando-o num recurso.

    Existem ainda outros sectores que so grandes consu-midores de biomassa orestal, tanto primria, como se-cundria, tais como: a indstria de cermica, cimenteiras,panifcadoras, pizzarias, etc.No que concerne produo de energia elctrica, dereerir que a inovao pode ser desenvolvida em trs di-menses: tecnolgica, organizacional e espacial (mercado).A tecnologia na produo de energia elctrica encontra--se num estado de maturidade do saber da arte. Assim,neste domnio, potenciais optimizaes implicam umgrande esoro fnanceiro.A nvel organizacional, h que existir um esoro enormepara que este sector se desenvolva, nomeadamente atra-

    vs da integrao dos proprietrios e demais agentes dacadeia de valor. Com este passo e com o recurso s novastcnicas e tecnologias existentes no mbito da recolhae transporte da biomassa, podem-se conseguir grandesganhos, nomeadamente econmicos.Quanto ao nvel espacial, ou de mercado, a chave estno alargamento do mercado para outras reas at agorapouco exploradas, como so os cultivos energticos.

    Fig. 16 - Esquema de modelo logstico.

  • 7/27/2019 Enersilva Portugues.pdf

    29/44

    --27--

    8 Exemplo de projectos em uncionamento ouem desenvolvimento nas regies Enersilva

    8.1 Aquitnia

    Segundo ontes ofciais, a biomassa orestal representacerca de 10% do consumo energtico total da Aquitnia.Este sector divide-se em trs componentes principais:

    Caldeiras colectivas e redes de calor locais (esco-las, hospitais, lares de idosos) so um sector queconsome ainda um pequeno volume de matria--prima (basicamente BFP sob orma de estilha a30% de humidade) mas que est em orte cresci-mento, atravs do grande envolvimento das ad-ministraes locais. Esto registadas 56 caldeirascolectivas,a maioria delas localizadas nazona de

    Dordogne no nordeste da Aquitnia, que esto auncionar na actualidade na regio com uma potn-cia instalada de cerca de 29.000KW, que consomemcerca de 4.481tep (1tep = 3 toneladas de madeira a20% de humidade em massa bruta) de madeira.

    Aquecimento individual um mercado tradi-cional que est em desenvolvimento. Representaimportantes volumes em toda a regio, particular-mente nas provncias Pirineo Atlntico e Dordogne,onde se estima que os aproveitamentos de lenhasejam quase de 300.000m3. As ajudas do ADEMEaos particulares permitiram em 2006 a compra de50.000 aparelhos de aquecimento individual a bio-massa, da qual se estima que 2/3 serviram para arenovao de uma instalao j existente.

    Gerao de electricidade ainda no existemcentrais de produo de electricidade a partir debiomassa em uncionamento na regio da Aquit-nia. Todavia, existem alguns projectos para a suainstalao. Numa licitao de 2005, a Comissode Regulao da Energia, instituio de mbitonacional, aprovou a construo de duas centrais,as quais devem entrar em uncionamento a partir

    de 2009 com biomassa procedente de viticulturae BFP. As primeiras previses so de um consumoanual de 60.000 toneladas de estilha orestal, a

    qual ser ornecida por duas empresas cooperati-vas, a CAFSA e a COFOGAR. Um dos problemasapresentados para este tipo de centrais que nointegram o uso do calor produzido, pelo que a suarentabilidade pode vir a ser aectada. Na licitaode 2007, oram apresentados oito projectos para aregio, dos quais trs podem vir a ser aprovados.Dois deles oram apresentados por grupos ligados produo de pasta para papel (Smurft kappa, emGironde, e Cascade Tembec, nas Landes).

    Apesar deste balano positivo, no mbito do aproveita-

    mento da biomassa para fns energticos, a Aquitnia temum atraso importante em relao a outras regies de Fran-a, em particular nas caldeiras colectivas ou industriais.No entanto, o potencial esperanoso j que o uso dabiomassa orestal para produo de energia conta comum orte apoio institucional, tanto a nvel nacional, comoregional e local. A biomassa uma aco importante doPlano Clima Aquitnia promovido pelo Conselho Re-gional para a luta contra as alteraes climticas, aprova-do no incio de 2007.

    8.2 Catalunha

    Na Catalunha o aproveitamento da BFP para fns ener-gticos centra-se essencialmente na produo de calor,havendo apenas um caso em que a BFP para alm de seraproveitada para a gerao de calor e aquecimento deguas sanitrias, permite tambm a ge