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Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável
Como contribuir para o desenvolvimento sustentável através da utilização de equipamentos mais eficientes
em nossas casas .
André Silva Cláudio Pinto
Diogo Fonseca Frederico Gomes João Rodrigues Mariana Sousa
Raquel Camacho
Relatório realizado para a disciplina de Projecto Feup MIEM
Supervisionado por: Engª Ana R. Reis
Monitorado por: Silvio M. Martins Ferreira Neves
Outubro de 2009
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Resumo |
No presente trabalho abordou-se a temática das energias renováveis e
desenvolvimento sustentável. Esta temática é de uma importancia cada vez mais relevante
no nosso dia-a-dia, na medida em que os combustiveis fósseis se estão a esgotar a um ritmo
cada vez mais acelerado. Numa procura de garantirmos ás gerações futuras a satisfação das
suas próprias necessidades, impõe-se a gestão eficiente de recursos e a poupança de
energia. Estas medidas podem ser adoptadas por cada um de nós, nas nossas casas. Desta
forma o trabalho que se segue apresenta um conjunto de medidas e principios que
permitem contribuir para o desenvolvimento sustentável. São abordados os seguintes
tópicos:
Isolamento;
Climatização;
Iluminação;
Electrodomésticos e etiquetas energéticas;
Decretos-lei;
Concluíndo, a temática das energias renovaveis é, e será, cada vez mais importante
para salvaguardar o nosso futuro e o dos nossos descendentes, uma vez que um pequeno
passo hoje, poderá ser, amanhã, um grande contributo para a Humanidade.
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Índice |
Introdução
1. Identificação do problema
2. Uso Eficiente da Energia
A) Isolamento
B) Climatização
C) Iluminação
D) Electrodomésticos
a) Etiquetas Energéticas
b) Equipamentos domésticos
i) Máquina Lavar Roupa
ii) Máquina de Lavar Louça
iii) Frigorifico e combinados
iv) Autoclismo
v) Termoacumulador e Esquentador
3. Condicionantes legais
4. Resposta ao Problema
Conclusão
Referências bibliográficas
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Pág. 6
Pág. 7
Pág. 7
Pág. 11
Pág. 13
Pág. 17
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Pág. 23
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Pág. 25
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Pág. 29 Pág. 30
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Introdução |
No âmbito do Projecto FEUP surgiu o tema “Energias Renováveis e Desenvolvimento
Sustentável”.
Considera-se energia renovável aquela que provém de uma fonte de energia
ilimitada, ou aquela cujos gastos de utilização são inferiores à produção dessa mesma
energia. Assim, a utilização de energias renováveis no presente, não implica a diminuição da
disponibilidade dessas energias no futuro (Portal das Energias Renováveis 2002-2009). Por
serem energias de fontes ilimitadas, as energias renováveis representam um grande
contributo para a sustentabilidade dos recursos energéticos, garantindo que as gerações
futuras terão ao seu alcance a energia produzida a partir de fontes inesgotáveis. Desta
forma, as energias renovaveis estão inter-ligadas com o conceito de desenvolvimento
sustentável, isto é, um modelo de desenvolvimento que permite satisfazer as necessidades
das gerações actuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem
as suas próprias necessidades (UN 1987).
Assim sendo, o desenvolvimento sustentável remete essencialmente para uma
gestão eficaz dos recursos disponiveis, e para a utilização preferencial de recursos
renováveis face a recursos não-renováveis. Para se alcançar uma gestão eficaz de recursos é
necessário tomar medidas não só a nivel global e governamental, mas também a nivel
individual e familiar. Há medidas simples que podem ser adoptadas por cada um de nós e
que aparentam ser de uma eficácia reduzida, mas que se forem adoptadas por todos
representam um grande passo para a sustentabilidade dos recursos actualmente
disponiveis. Uma dessas medidas é, por exemplo, a utilização de equipamentos mais
eficientes.
Surge assim a questão: “como contribuir para o desenvolvimento sustentável
através da utilização de equipamentos mais eficientes nas nossas casas?” É a esta questão
que o relatório que se segue procura responder.
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1. Identificação do problema
O conceito de energias renováveis surge normalmente associado à produção de
electricidade a partir de fontes renováveis, embora incluam outros fins. Estas fontes das
quais são exemplo: o sol, o vento, a chuva, as ondas do mar, o calor da terra, e a biomassa;
são uma maneira de gerar a electricidade de um mode sustentável e mais limpo.
As necessidades de energia das sociedades, foram evoluindo ao longo dos anos
acompanhando os vários modelos da evolução civilizacional. Assim, para combater o grande
défice de consumo energético por elas proposto, começaram a usar-se outras matérias-
primas como o petróleo, o carvão, o gás natural e a energia nuclear, utilizando-se processos
de combustão dos mesmos.
As matérias-primas fósseis, são no entanto consideradas não-renováveis, devido ao
tempo que demoram a ser repostos pela natureza e são cada vez mais desconsideradas na
produção de energia. Este descrédito deve-se essencialmente a serem demasiado valiosas
para serem usados na produção de electricidade, e demasiado poluentes os produtos
resultantes da combustão em reacção com outros compostos causadores de graves
problemas ambientais.
Para ajudar a resolver tais problemas, utilizam-se cada vez mais as fontes renováveis
como fontes de produção de energia eléctrica, podendo estas serem usadas como outros
fins. Assim, não só estamos a poupar dinheiro como a manter o ambiente limpo, para esta e
para as próximas gerações promovendo um desenvolvimento sustentável.
Este tipo de desenvolvimento depende então de cada um de nós, e é nas nossas
casas que deve começar. Surge então a questão problema: Como contribuir para o
desenvolvimento sustentável através da utilização de equipamentos mais
eficientes nas nossas casas ?
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2. Uso eficiente da energia
A) Isolamento
Um bom isolamento térmico evita as perdas de calor e as infiltrações, reduzindo a
necessidade de investir em sistemas de climatização. Existem vários materiais e técnicas
disponíveis para o isolamento, tais como a celulose, aglomerados de cortiça, vidros duplos e
outros. (EDP - Energias de Portugal 2006)
A nivel de isolamento, é de máxima importância evitar as pontes térmicas, isto é, os
locais onde ocorre uma significativa dispersão de calor devido à junção de materiais com
comportamentos térmicos distintos ou à interrupção de isolamento. As zonas mais propicias
à existência de pontes térmicas são:
Entre elementos de construção com diferentes comportamentos térmicos;
Nas zonas de ângulos exteriores, verticais ou horizontais;
No cruzamento das paredes internas com as externas;
Na junção de traves e vigas de fachadas;
No perimetro das caixilharias e nas caixas das persianas.
Na fase de construção são vários os cuidados que devemos ter para que a estrutura
tenha um bom isolamento térmico:
Paredes:
As paredes exteriores das habitações devem ser
alvo de atenção pois são elas que dividem o interior das
habitações do exterior, sendo por isso elaboradas com
componentes apropriados e de formas adequadas que
reduzem as trocas térmicas entre o interior e o exterior.
A forma mais usada em Portugal para a construção
de paredes isoladoras termicamente é a construção de
paredes duplas. Este sistema é constituído por duas
paredes de alvenaria, paralelas que não se tocam,
formando assim uma caixa de ar que é na grande parte
dos casos preenchida quase totalmente por um material
isolador. Fig.1- Parede dupla (Brasil 2009)
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Lajes em contacto com o solo e de cobertura
É necessário ter um cuidado especial relativamente ao isolamento térmico e à
impermeabilização destas construções, pois devem evitar também elas as trocas térmicas
entre o interior do edifício e o exterior, quer no solo quer entre a radiação solar e o interior
das habitações.
Fig.2- Solo térmico impermiabilizado (Costa 2006)
Coberturas Planas
Como o próprio nome indica, as coberturas planas são caracterizadas por terem uma
inclinação praticamente inexistente, e são em grande parte dos casos cheias por materiais
como a brita para que a energia radiante do sol não as atravesse, evitando a existência de
uma ponte térmica.
Cobertura Inclinada
A cobertura inclinada é a mais usada em Portugal, e o seu isolamente térmico é feito
através da utilização de materiais como a cortiça ou o poliuretano, que são colocados entre
as telhas e a laja de cobertura.
Cobertura verde
Neste tipo de coberturas, o isolamento térmico é realizado com base em plantações
nas coberturas dos edifícios (planas), que reduzem a radiação incidente do sol na laje de
cobertura, reduzindo então a troca de energia térmica entre o interior e o exterior. São
ainda muito pouco utilizadas em Portugal.
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Sótão
Os sótãos que não se destinam a ser utilizados, ou que funcionam apenas como
espaços de arrumações, são por si só uma forma de isolamento já que criam uma caixa de ar
entre o tecto do ultimo andar e o telhado. Contudo, a caixa de ar criada frequentemente não
é suficiente e é reforçada através da instalação de um material isolante no chão do sótão,
isolando-o do resto da habitação. Não é aconselhado isolar junto ao telhado porque todo o
volume do sótão retiraria calor aos andares inferiores, por estar mais frio.
No caso de os sótãos serem utilizados permanenetemente por pessoas, o isolamento
deve ser colocado nas paredes inclinadas do telhado, de forma a tornar o sótão confortavel
e habitavél. (PROTESTE 2003)
Envidraçados
Os envidraçados são responsáveis por grande parte da
radiação incidente do exterior para o interior das habitações,
sendo por isso alvo de uma grande atenção nas construções
mais recentes.
Actualmente, os cuidados a ter com os envidraçados
passa pela colocação de vidros duplos, e pela utilização de
caixilharia dupla, reduzindo substancialmente a troca de
energia térmica entre o interior e o exterior das habitações.
Porém, esta solução só por si não é totalmente eficaz,
devendo ser complementada com a colocação de palas e
estores, que facilitam o corte térmico.
Fig.3- Vidro duplo (Rua Direita s.d.)
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Em habitações já construídas é sempre possivel melhorar o isolamento, tomando
algumas medidas de forma a reduzir ou eliminar as pontes térmicas.
Isolamento das paredes
Em edificios já existentes o isolamento das paredes pode ser feito pelo interior ou
pelo exterior.
O isolamento pelo interior consiste na aplicação de camadas isolantes na superficie
interna das paredes, tendo em conta que isto pode retirar alguns centimetros ao espaço da
divisão. O procedimento é bastante simples, contudo requer mão-de-obra especializada
devido à necessidade de remover os radiadores (caso existam) e de adequar a sua posição
bem como de algumas tomadas eléctricas e de proceder à pintura das paredes.
O isolamento pelo exterior deve ser aplicado numa fase em que estejam previstas
obras de remodelação de fachadas e deve ser sempre realizado por empresas
especializadas. É mais caro que o isolamento de colocação interior, mas faz com que a
parede exterior sofra menores choques térmicos e que a propagação da onda térmica seja
amortecido. (PROTESTE 2003)
Isolamento das caixilharias
A substituição completa das caixilharias velhas por novas termo-isolantes e com
vidros duplos é a medida que melhor resolve problemas de isolamento. Contudo tem um
custo elevado e pode prejudicar o aspecto arquitectónico. Só deve ser adoptada esta medida
quando os caixilhos antigos estão irreparavelmente danificados, já que uma cuidada
reparação dos caixilhos faz com que estes se comportem bastante bem a nivel isolante,
durem bastante tempo e não altera a estética do edificio.
As frinchas das janelas são um ponto fraco no isolamento da casa, pois provocam
uma renovação excessiva do ar associada à dispersão de calor. Tapar as frinchas é uma
tarefa simples que pode ser realizada por qualquer pessoa utilizando silicone ou fitas de
espuma próprias para o efeito. (PROTESTE 2003)
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B) Climatização
Actualmente, o aumento da procura de energia para arrefecimento de edifícios é
acentuado. A taxa de crescimento deste "uso energético" no sector dos edifícios será das
mais elevadas. De acordo com diversos estudos, a nível Europeu, o aumento da área
arrefecida nos edifícios deverá ser multiplicada por um factor de quatro entre os anos de
1990 e 2020. Em Portugal, as estimativas efectuadas no âmbito do Programa Nacional para
as Alterações Climáticas (PNAC) apontavam tendências com taxas de crescimento muito
elevadas para a procura de energia para arrefecimento. (Media line s.d.)
Nas habitações as temperaturas de conforto, variam entre os 18ºC e os 25º
respectivamente no Inverno e no Verão. Por isso, o homem utiliza a climatização não só para
o arrefecimento de edificios como também para o seu aquecimento.
Estratégias de aquecimento passivo
Ao contrário dos sistemas de aquecimento activo, que são mais dispendiosos em
termos energéticos, os sistemas de aquecimento passivo utilizam a energia solar para fazer o
aquecimento da habitação.
Existem duas estratégias de aquecimento passivo:
Aquecimento passivo realizado com base na incidência solar directa
sobre vãos, maximizando os ganhos térmicos para o interior;
Ganho térmico indirecto e lento. Um exemplo deste modo de
aproveitamento de energia são as paredes de trombe (paredes maciças que que
absorvem a energia solar de dia que nelas incide, armazenando-a e irradiando calor à
noite para o interior da habitação).
Fig.4- “Casa Schäfer”, Porto Santo. Aspecto exterior de uma parede de Trombe. O calor resultante da radiação solar pode ser aproveitado par o aquecimento de edifícios sem necessidade de recorrer a sistemas activos que consomem energia. Este aproveitamento é conseguido através da arquitectura do edifício combinando correctamente o aproveitamento dos raios solares ao longo do dia e do ano, a acumulação de calor na estrutura, o controlo do fluxo de calor através da estrutura do edifício - ex: parede trombe - , o isolamento e a ventilação natural. (Couto 2008)
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Estratégias de aquecimento passivo
As estratégias de arrefecimento passivo, á semelhança do ponto anterior, também
são caracterizadas pelo seu consumo quase nulo de energia, e baseia-se na ventilação
natural e no controle da radiação solar directa nas superfícies envidraçadas (por meio de
estores, palas, etc.).
A ventilação natural ocorre por diferenças de pressão entre o interior e o exterior das
habitações (o ar frio desce e o ar quente sobe).
Existem ainda outras estratégias de arrefecimento passivo, como por exemplo o
arrefecimento pelo solo, arrefecimento evaporativo e arrefecimento radiativo ou até a
existência de vegetação.
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C) Iluminação
A iluminação é responsável por cerca de 10 a 15% doconsumo de electricidade total
da habitação. (EDP - Energias de Portugal 2006)
Diferentes tipos de lâmpadas:
As lâmpadas destinadas ao uso doméstico dividem-se em quatro grupos principais:
incandescente normal, incandescente de halogéneo, fluorescente tubulares e fluorescentes
compactas. (ENERGAIA e EDVENERGIA 2004)
Incandescente normal
São constituídas por um bolbo de vidro ao qual se retira o ar para se encher de um
gás inerte (azoto). No seu interior existe um filamento de tungsténio que ao ser atravessado
pela corrente eléctrica atinge temperaturas muito elevadas, tornando-o incandescente.
Do ponto de vista energético são as menos eficientes, já que o efeito luminoso é
apenas consequência da produção de energia térmica. Só 5% da energia utilizada por estas
lâmpadas é transformada em luz, perdendo-se os restante 95% sob a forma de calor. Com o
tempo, o filamento de tungsténio evapora-se e as particulas aderem à parede interior do
bolbo de vidro, escurecendo a lampada e prejudicando o seu potencial luminoso.
Não duram mais de 1000 a 1500 horas. (PROTESTE 2003)
Incandescente de halogéneo
São uma variante das incandescentes normais, cheias com uma mistura de gases
halogéneos que cria um processo de regeneração do filamento de tungsténio, e por isso
duram mais que as incandescentes normais. São as lâmpadas mais adequadas quando se
pretende orientar o feixe luminoso para um determinado ponto (locais de trabalhos, de
leitura e de estudo).
Para iluminação directa possuem um consumo inferior às incandescentes normais,
mas para iluminação indirecta consomem mais devido a ser necessária uma maior potência
para o mesmo efeito.
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Neste tipo de lâmpadas é recomendada a utilização de variadores de frequência, pois
ao permitirem variar o fluxo luminoso permitem também reduzir os consumos. (PROTESTE
2003)
Fluorescentes tubulares
O invólucro de vidro de forma tubular contém um gás com susbstâncias fluorescentes
e mercúrio a baixa pressão. Quando se dá uma descarga eléctrica, a lâmpada produz
radiações ultravioletas que são transformadas em luz visivel pelas substâncias fluorescentes
e pelo mercúrio.
Por produzirem uma luz difusa, estas lâmpadas são indicadas para iluminar espaços
onde a concentração visual não é uma prioridade (cozinhas, corredores) e tendo em conta a
sua forma, são frequentemente utilizadas onde a estética não é fundamental. (PROTESTE
2003)
Fluorescentes compactas
Os príncipios de funcionamento são equiparados aos das lâmpadas fluorescentes
tubulares. A maioria destas lampadas vêm equipadas com um balastro electrónico que
melhora a qualidade da luz produzida, permitindo que as lampadas fluorescentes compactas
tenham um espectro luminoso equivalente ao das lâmpadas incandescentes.
Tanto as fluorescentes tubulares como as fluorecentes compactas têm uma eficiência
energética entre 3 a 10 vezes superior quando comparadas com as lâmpadas de
incandescência, podendo em alguns casos reduzir o consumo energético até 80%. Quando
usadas correctamente Têm um periodo de vida bastante longo: enre 8000 a 12000 horas.
Devido a terem na sua composição vapores tóxicos e mercúrio, devem ser tratadas
como resíduos perigosos e não devem ser depositadas no vidrão nem num contentor do lixo
normal. (PROTESTE 2003)
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Como tornar a iluminação mais eficaz:
Em portugal, os custos de iluminação de uma casa representam cerca de 15% da
factura de electricidade, sendo que uma boa parte dos custos pode ser reduzida (ENERGAIA
e EDVENERGIA 2004). Basta para isso tornar a iluminação mais eficiente, seguindo os
seguintes príncipios:
Escolha acertada das lâmpadas
Escolher uma lâmpada implica ter em conta o ambiente a iluminar e as actividades
que decorrem nesse ambiente. Devemos ter em consideração a duração média dos períodos
em que uma lâmpada permanecerá ligada e o número de vezes que será ligada; os
consumos das lâmpadas; a sua duração média e as caracteristicas da luz produzida pelos
diversos tipos. Sempre que for possivel deve-se dar preferência a lâmpadas fluorescentes
em vez das lâmpadas incandescentes. (PROTESTE 2003)
Valorizar e aproveitar a luz natural:
A luz natural é gratuita, não polui, e se for bem aproveitada proporciona uma
iluminação mais salutar e agradável que a iluminação artificial. Em divisões com uma boa
exposição solar é desnecessário ter iluminação ambiente ligada durante o dia, o que nos
permite poupar energia. Sempre que possivel, devemos manter as lâmpadas desligadas e
aproveitar a luz natural.
A fase de projecto é a fase da concepção de uma casa que deve ser tida mais em
conta quando se trata de valorizar a luz natural. É necessário analisar o posicionamento e
dimensão das janelas, assim como a exposição solar das diferentes divisões. As divisões que
impliquem permanências longas devem estar viradas a Sul, Sudeste e Este de forma a terem
luz natural durante grande parte do dia. Em contrário, divisões onde a permanência é menor
podem ficar viradas a Norte e Noroeste. Nas divisões em que a permanência é longa
também deve ser tido em conta que duas janelas posicionadas em paredes diferentes
proporcionam uma melhor iluminação natural do que duas janelas na mesma parede.
(ENERGAIA e EDVENERGIA 2004) (PROTESTE 2003)
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Instalação de sensores de movimento:
Os sensores de movimento são pequenos aparelhos de infra-vermelhos que funciona
como um interruptor automático: quando detectam movimento os sensores acendem a luz,
quando deixam de detectar movimento a luz apaga-se. A sua utilização é aconselhada para
locais de passagem como corredores e entradas dos prédios, evitando que estejam luzes
permanentemente acesas nestes locais. Também são úteis em locais em que as luzes são
deixadas acesas frequentemente por esquecimento. (EDP - Energias de Portugal 2006)
(PROTESTE 2003)
Escolha acertada das cores:
A escolha das cores para as paredes e tecto de uma casa deve recair sobre cores
claras (amarelo-claro, verde-claro e branco), pois estas reflectem a luz em vez de a
absorverem (como acontece com cores escuras). Ao reflectirem a luz, as cores claras
reduzem a necessidade de iluminição artificial (EDP - Energias de Portugal 2006) (PROTESTE
2003)
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D) Electrodomésticos
a) Etiquetas Energéticas
Devido à enorme variedade de equipamentos disponiveis no mercado a União
Europeia criou a etiqueta energética, com o objectivo de fornecer ao consumidor
informação sobre a eficiência energética dos equipamentos, os consumos de energia, os
rendimentos, a capacidade, o ruído, entre outras. Assim, esta etiqueta permite comparar
dois equipamentos rapidamente a nivel de eficiência energética e o consumo de
equipamentos da mesma categoria, sendo uma ferramenta útil na escolha do consumidor.
As etiquetas energéticas devem ser colocadas no exterior dos equipamentos de
modo a serem visiveis pelos consumidores e são obrigatórias nos seguintes equipamentos:
Máquinas de lavar e/ou secar roupa;
Máquinas de lavar loiça;
Frigoríficos e combinados;
Fornos eléctricos;
Aparelhos de ar condicionado;
Iluminação;
Os equipamentos são classificados de A a G, sendo que a classe A representa os
equipamentos mais eficientes (consumindo menos 25% de energia do que um equipamento
normal) e a classe G os equipamentos menos eficientes eficientes (consumindo mais 300%
de energia do que um equipamento normal). (Certigreen s.d.)
No caso dos equipamentos de frio a venda de equipamentos de classe inferior a D
está proibida e existem duas classes suplementares (A+ e A++) que correspondem a um nivel
de eficiência superior. (EDP s.d.)
Como ler a etiqueta energética:
Na primeira secção da etiqueta energética está indicado o tipo de electrodoméstico,
o nome do fabricante e o modelo.
A segunda secção indica a classe de eficiência energética a que o electrodoméstico
pertence. No caso do electrodoméstico possuir o Rótulo Ecológico Europeu (galardão
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atribuido a produtos considerados como respeitadores do ambiente segundo diversos
critérios), é nesta secção que o rótulo é apresentado.
Na terceira secção é indicado o consumo de energia por ano ou por ciclo de trabalho.
Também podem ser apresentados resultados de testes realizados em laboratório, segundo
um processo normalizado e válido para a União Europeia.
As restantes secções indicam a classe das prestações técnicas e de ruído do aparelho,
através de letras que vão igualmente de A a G.
Fig.5 : Etiqueta Energética (imagem retirada de http://www.eco.edp.pt)
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b) Equipamentos domésticos
O consumo de energia no sector doméstico representa uma fatia que se situa perto
dos 14% do consumo energético total em Portugal. Apesar deste valor ser ainda baixo,
comparativamente com a média Europeia (25%), relacionado essencial com a baixa taxa de
posse de equipamentos consumidores, verificou-se na última década um crescimento
significativo do consumo de energia no sector doméstico que ronda os 3% por ano.
A redução dos custos associados aos consumo de energia é um objectivo individual e
colectivo que é resultado de uma utilização mais racional e inteligente dos equipamentos
consumidores de energia.
Para tal é necessário implementar medidas e acções, que apesar de simples, podem
traduzir-se em significativas poupanças energéticas e económicas. (Eficiência Energética
s.d.)
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i) Máquina Lavar Roupa
Sabia que uma família de quatro pessoas lava em média 800 kg de roupa por ano?
Actualmente quando compramos uma máquina deste tipo vêm catalogadas
consoante a sua eficiência energética (etiquetas energéticas).
As actuais máquinas de lavar gastam menos 50% de água, menos 50% de energia
eléctrica e detergente do que as máquinas antigas.
Como reduzir consumos:
Utilizar a máquina apenas com carga completa;
Não utilização de programas com ciclos desnecessários;
Selecção dos programas económicos, reduzindo o consumo de água;
Regulação da máquina para a carga a utilizar e para o nível de água mínimo;
Não proceder à lavagem de roupa que ainda não necessite de tal.
Na secagem, as máquinas gastam tanta ou mais água e electricidade do que
na lavagem. Para extraírem a água da roupa, estes modelos utilizam um condensador, o qual
precisa de água durante o ciclo de secagem.
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ii) Máquina de Lavar Loiça
O consumo deste electrodoméstico faz-se sentir na factura ao final do mês,
correspondendo a cerca de 3% do total de energia eléctrica consumida.
Este é um equipamento exigente a nível eléctrico, sendo 80% da energia utilizada
pela resistência no aquecimento da água e ainda na secagem da loiça.
Têm um tempo médio de vida de aproximadamente 15 anos. Convém, então,
adquirir um aparelho eficiente do ponto de vista energético, mesmo que a sua compra
envolva custos mais elevados, estes acabam por ser recuperados em pouco tempo devido à
eficiência do equipamento, que permitirá poupar água e electricidade.
Como reduzir consumos:
Utilizar as máquinas só com a carga máxima, visto que a maioria destas não
possuem sensor de carga sendo a energia utilizada no mesmo programa para os dois tipos
de carga semelhante. A diferença é que a carga plena rentabilizou o processo de lavagem.
Para o mesmo consumo de energia aumenta-se a quantidade de louça lavada.
Só deve ser feita uma pré-lavagem quando a louça estiver muito suja. Sempre
que a louça não estiver muito suja, utilize o programa económico, que limita a temperatura
lavagem/secagem a 50-55ºC. Assim diminui a quantidade de água necessária e poupa
energia.
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iii) Frigorifico e Combinados
Os frigoríficos e as arcas frigoríficas são responsáveis por quase 30% do consumo de
electricidade nas habitações.
O anúncio relativo aos combinados refere que se os abrirmos menos vezes podemos
reduzir o consumo até 15%.
Como reduzir consumos:
Para não desperdiçar energia, pense no que vai buscar antes de abrir o
frigorífico.
Não enche demasiado o frigorífico, para deste modo o ar circular livremente
entre os alimentos.
Não deixe acumular gelo nas paredes do frigorífico ou da arca congeladora,
descongele-os regularmente e verifique o estado das borrachas de vedação.
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iv) Autoclismo
É possível poupar imenso dinheiro se tivermos alguns cuidados na maneira como
utilizamos os autoclismos, pois estes, parecendo que não, consomem imensa água. Assim,
ficam aqui umas dicas sobre como contrariar este problema:
Evite deitar lixo na retrete. Procure colocá-lo num balde apropriado, evitando
descargas desnecessárias.
Ajuste o autoclismo para o volume mínimo, regulando o mecanismo de
enchimento colocado no interior. Esta solução é preferível à colocação de uma garrafa cheia
ou tijolo dentro do autoclismo.
A utilização de autoclismos com baixa capacidade (seis litros em vez de 10
litros) permite reduzir o consumo de água em cerca de 40%.
Opte por modelos de descarga diferenciada (dois botões) ou com comando
de interrupção da descarga. Também pode utilizar redutores de descarga.
Num agregado familiar constituído por três pessoas, um simples ajuste no dispositivo
de enchimento permite reduzir o consumo de água em cerca de 30%, o que significa poupar
13 mil litros de água por ano. Também a utilização de modelos com descarga diferenciada
(3/6 litros) permite-nos poupar 28 mil litros de água por ano. É cada vez mais frequente ver
este tipo de medidas nas nossas casas de banho ou nas dos edifícios públicos pois nota-se
claramente que cada vez há uma maior preocupação da população em relação aos
desperdícios. (DECO PROTESTE s.d.)
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v) Termoacumulador e Esquentador
O princípio de utilização do termoacumulador é simples, sendo um objecto que
promove o aquecimento de água, através da utilização de uma resistência eléctrica.
Não liberta gases nem necessita de instalações complicadas.
É revestido por um material isolante para assim evitar perdas de energia para o
exterior, reduzindo a despesa.
No entanto, devemos optar por outro sistema quando a distância to
termoacumulador aos pontos de saída de água é razoavelmente grande. Este sistema é
denominado por esquentador eléctrico instantâneo.
Este dispositivo é de dimensões reduzidas mas deve ser utilizado para assim se evitar
dispersões, perdas de energia no aquecimento da água, o que promove a uma diminuição da
energia utilizada bem como na nossa factura ao fim do mês.
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3. Condicionantes legais
Como é de esperar, só é possível comprometermo-nos a fazer algo, assim que haja
uma lei, ou um conjunto delas, que nos leve a cumprir os seus ideais. Assim, de um excessivo
aglomerado de decretos-lei, são mencionados os três que se adequam ao nosso trabalho.
Dec.-Lei nº 78/2006 - Decreto-Lei que aprova o SCE - Sistema Nacional de
Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios.
Tal como o nome indica, este decreto lei dá cumprimento à obrigatoriedade dos
Estados-Membros de implementarem um sistema de certificação energética que assegure a
qualidade do ar no interior dos edifícios de modo a que estes tenha um Certificado de
Desempenho Energético.
Este decreto lei tem como funcionalidade atingir algumas metas, entre as quais se
destacam:
Informar os proprietários, arrendatários e compradores sobre a eficiência
energética.
Assegurar aos utentes que o edifício reúne condições para garantir uma
adequada qalidade do ar interior.
Dec.-Lei nº 80/2006 - Decreto-Lei que aprova o Regulamento das Características de
Comportamento Térmico dos Edifícios - RCCTE
Este é o Decreto-Lei que aprova o Regulamento das Características de
Comportamento Térmico dos Edifícios que visa introduzir as alterações ao mesmo.
Desta forma, força a obrigatoriedade do uso de colectores solares nos edifícios. Além
disso, pretende-se ainda que haja conforto térmico, a nível da ventilação, para garantir que a
qualidade do ar no interior dos edifícios e as necessidades de água quente sanitária possam
vir a ser satisfeitas sem muitos gastos de energia.
Dec.-Lei nº 79/2006 - Decreto-Lei que aprova o Regulamento dos Sistemas
Energéticos de Climatização dos Edifícios – RSECE
Este Decreto-Lei visa melhorar a eficiência energética dos imóveis e reduzir o
consumo de energia e as correspondentes emissões de CO2 do sector dos edifícios como
26
parte do esforço de redução das emissões a envolver todos os sectores consumidores de
energia.
Este decreto-lei tem como objectivo:
Definir as condições de conforto térmico e de higiene que devem ser
requeridas nos diferentes espaços dos edifícios, em consonância com as respectivas
funções;
Melhorar a eficiência energética global dos edifícios promovendo a sua
limitação efectiva para padrões aceitáveis;
Impor regras de eficiência aos sistemas de climatização que permitam
melhorar o seu desempenho energético efectivo e garantir os meios para a manutenção de
uma boa qualidade do ar interior;
Monitorizar com regularidade as práticas da manutenção dos sistemas de
climatização como condição da eficiência energética e da qualidade do ar interior dos
edifícios.
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4. Resposta ao problema
O ponto de partida do nosso problema era a questão: “como contribuir para o
desenvolvimento sustentável através da utilização de equipamentos mais eficientes nas
nossas casas?”.
Depois de analisarmos o problema, podemos afirmar que a utilização de
equipamentos mais eficientes do ponto de vista energético resulta na diminuição do
consumo energético de uma casa, já que equipamentos mais eficientes realizam o
mesmo trabalho, mas com um gasto de energia menor. Se a substituição de
equipamentos energéticos antigos por novos mais eficientes fosse uma medida tomada a
nivel global atingiriamos uma diminuição do consumo energético em todo mundo.
Ora, havendo uma diminuição do consumo à escala global implica existir mais
energia disponivel para todos, e que a nossa dependência de energia proveniente de
fontes não-renováveis diminua. Esta diminuição da dependência de energia não-
renovável implica três aspectos: os recursos não renováveis actualmente utilizados
exclusivamente para a produção de energia estarão disponiveis para outros fins além
deste; os resíduos poluentes consequentes da transformação destes recursos em energia
vão diminuir, evitando a contaminação da nossa “aldeia global”; e evitamos que estes
recursos se esgotem.
Ao garantirmos que os recursos não se esgotem e que a energia produzida é
suficiente para todos, garatimos que as gerações futuras serão capazes de satisfazer as
suas necessidades, o que vai de encontro com o conceito de Desenvolvimento
Sustentável.
É desta forma que a utilização de equipamentos mais eficientes em nossas casas
torna possivel o futuro das gerações vindouras.
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Conclusão |
Depois de analisado o problema, podemos concluir que a utilização de equipamentos
mais eficientes é um grande contributo para o desenvolvimento sustentável. A utilização
destes equipamentos, que realizam o mesmo trabalho com um gasto de energia
significativamente menor, permite-nos diminuir o défice de energia que o mundo actual
enfrenta.
Contudo, a utilização de equipamentos mais eficientes não é a única medida a tomar.
Não se trata apenas de equipamentos eficientes, é imperativo tornar toda a estrutura da
habitação eficiente. É necessário investir em boas condições de isolamento de forma a evitar
perdas de calor desnecessárias, quando esse calor é produzido através de energia. Permitir
pontes térmicas é desperdiçar energia. É necessário optimizar a climatização através de
sistemas passivos, para que o aquecimento/arrefecimento da estrutura não seja apenas
efectuado com recurso à energia. A própria iluminação deve ser utilizada de forma a
valorizar a luz natural, evitando ter lâmpadas acesas quando a luz solar é suficiente para a
iluminação pretendida. Mesmo a nivel de equipamentos, não está só em causa a utilização
de equipamentos mais eficientes, mas também a correcta utilização dos mesmos, que
influencia o seu consumo energético.
São vários os conjuntos de medidas a adoptar dentro de uma casa para que a energia
consumida pela mesma seja cada vez menor. São medidas simples, que podem ser levadas a
cabo por cada um de nós e que contribuem largamente para a diminuição do consumo
energético. Um menor gasto de energia significa que poderemos vir a depender
exclusivamente de fontes de energia renováveis, permitindo que recursos não-renováveis
sejam cada vez menos utilizados.
Mais energia disponivel. Mais recursos disponiveis. Mais futuro. Mais
desenvolvimento sustentável.
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