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SIMULADO FINALAUT2019 PREPARATÓRIO ENEM SIMULADO FINAL – 1º DIA Querido aluno(a), mais uma vez nos vemos diante do desafio de uma medição de conhecimento! O simulado que você fará contempla uma mescla de questões (MODELO ENEM/TRADICIONAL E ENEM/TENDÊNCIAS). Neste momento, o mais importante é você entender que as matérias que ainda precisam daquela última “super revisada”. Acreditamos no seu potencial e na sua capacidade de convertê-lo em resultado! Concentre-se e lembre- se de que estaremos com você até o último minuto antes da prova! Um grande abraço! Família Autoridades

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SIMULADO FINALAUT2019

PREPARATÓRIO ENEM

SIMULADO FINAL – 1º DIA

Querido aluno(a), mais uma vez nos vemos diante do desafio de uma medição de conhecimento! O simulado que você fará contempla uma mescla de questões (MODELO ENEM/TRADICIONAL E

ENEM/TENDÊNCIAS). Neste momento, o mais importante é você entender que as matérias que ainda precisam daquela

última “super revisada”. Acreditamos no seu potencial e na sua capacidade de convertê-lo em resultado! Concentre-se e lembre-

se de que estaremos com você até o último minuto antes da prova!

Um grande abraço! Família Autoridades

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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 1. Uma redação apresentou o seguinte fragmento de texto: “Solidariedade não faz bem a penas para quem ajuda, mas também par a quem a pratica. E isso, agora, está comprovado cientificamente: um es tudo realizado no s EUA por um neurocientista brasileiro revela que a boa ação ativa uma região cerebral que proporciona um a sensação de prazer e bem-estar comparada aos atos de comer chocolate, ganhar dinheiro e fazer sexo.” Sobre esse fragmento textual, assinale a afirmativa que apresenta um desvio de análise. a) O assunto do texto é a solidariedade. b) O ponto de vista sob o qual é tratado o assunto se refere a benefícios trazidos pela prática da solidariedade. c) A tese apresentada é a de que a prática da solidariedade auxilia quem a realiza e quem a recebe. d) Um argumento apresentado é de base científica, apoiado em estudo de um neurocientista. e) Um argumento é de caráter pessoal, ao expressar bem-estar no ato de comer, ganhar dinheiro e fazer sexo. 2.

Examinando a charge, é correto afirmar que o cartunista empregou a figura de linguagem a) metáfora, ao comparar passageiros de ônibus e motoristas de carros a sardinhas e lesmas, evidenciando a falta de condições apropriadas para a mobilidade urbana eficiente. b) antítese, ao opor a lentidão e o desconforto dos ônibus à rapidez e à comodidade dos veículos particulares, evidenciando a necessidade de melhorias no transporte público. c) hipérbole, ao ridicularizar os proprietários de automóveis retratando-os como lesmas, para evidenciar a agilidade e as vantagens do transporte coletivo. d) personificação, ao atribuir aos seres humanos reações que são próprias de sardinhas e lesmas, para evidenciar o estresse causado pelos congestionamentos. e) eufemismo, ao tratar de forma cômica a situação de passageiros e motoristas, evidenciando que seu intuito não é aludir aos transtornos causados pela lentidão do trânsito.

3. “O Papa Francisco lamentou neste domingo que ‘os poucos ricos’ aproveitam aquilo que ‘em justiça, pertence a todos’. Ele afirmou que cristãos não podem permanecer indiferentes ao crescimento de preocupações c om o s explorados e o s indigentes, incluindo imigrantes. O Papa chamou atenção para a causa dos idosos abandonados e para ‘o grito de todos aqueles levados a deixar suas casas e sua terra natal por um futuro incerto’. Ele acrescentou: ‘é o grito de populações inteiras, privadas inclusive de todos o s recursos naturais a sua disposição.’”

Tribuna da Bahia, 19/11/2018. O discurso do Papa Francisco tem caráter predominantemente a) político-religioso. b) socioeconômico. c) político-social. d)religioso-social. e) religioso-econômico. 4.

A mensagem transmitida por essa campanha institucional foi construída como base na função da linguagem conhecida como conativa, uma vez que o publicitário a) tenta explicar o código usado na elaboração das duas frases, valendo-se de recursos visuais para atingir a finalidade a que se propôs, antes mesmo de elaborar essa peça publicitária. b) enfatiza o receptor, pretendendo persuadi-lo, por meio de apelos verbais e imagéticos, com o objetivo de que ele cuide da própria saúde, excluindo o fumo de sua existência. c) emite um ponto de vista embasado nas suas emoções, procurando transmitir ao público o sucesso de sua própria decisão de parar de fumar. d) busca dar uma informação convincente e objetiva sobre os males causados pelo tabagismo, dando destaque ao contexto comunicativo. e) procura estabelecer uma relação dialógica com o seu interlocutor, tendo em vista fazê-lo entender o quão precioso é o dom da vida.

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5. Leia o texto a seguir, em que estão sublinhados adjetivos. “O Papa Francisco lamentou neste domingo que ‘os poucos ricos’ aproveitam aquilo que ‘em justiça, pertence a todos’. Ele afirmou que cristãos não podem permanecer indiferentes ao crescimento de preocupações c om o s explorados e o s indigentes, incluindo imigrantes. O Papa chamou atenção para a causa dos idosos abandonados e para ‘o grito de todos aqueles levados a deixar suas casas e sua terra natal por um futuro incerto.’ Ele acrescentou: ‘é o grito de populações inteiras, privadas inclusive de todos os recursos naturais a sua disposição’”.

Tribuna da Bahia, 19/11/2018. Assinale a opção em que o termo adjetivado está identificado incorretamente. a) ricos / poucos. b) indiferentes / cristãos. c) abandonados / idosos. d) incerto / futuro. e) privadas / inteiras. 6. “Ao longo dos últimos anos, a participação de pessoas com idade superior aos 60 anos vem aumentando na força de trabalho do país. Além do envelhecimento da população, o s idosos es tão adiando a saída do mercado. E para protegê-los, o Estatuto do Idoso, que completou 15 anos no dia 1 º de outubro, também trata de direitos relativos a trabalho e renda. Entretanto, alguns ainda não saíram do papel.”

Tribuna da Bahia, 18/11/2018. A forma verbal sublinhada tem valor de uma ação que a) começou no passado e continua no presente. b) mostra uma ação anterior a outra ação passada. c) ocorre, provavelmente, no presente e no futuro. d) começa e termina no presente. e) se repete no passado.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES Ao longo dos últimos anos, a participação de pessoas com idade superior aos 60 anos vem aumentando na força de trabalho do país. Além do envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado. E para protegê-los, o Estatuto do Idoso, que completou 15 anos no dia 1º de outubro, também trata de direitos relativos a trabalho e renda. Entretanto, alguns ainda não saíram do papel. 7. Assinale a opção que indica como o segmento “Além do envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado” poderia ser mais claramente expresso. a) Apesar do envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saído do mercado.

b) Com o envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado. c) Mesmo com o envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado. d) Os idosos estão adiando a saída do mercado e o envelhecimento da população é fato natural. e) Os idosos estão adiando a saída d o mercado já que está ocorrendo o envelhecimento da população. 8. Assinale a opção que apresenta a substituição adequada de um segmento desse texto. a) “Ao longo dos últimos anos” / após os últimos anos. b) “força de trabalho do país” / força de trabalho dos países. c) “para protegê-los” / a fim de proteger-lhes. d) “que completou” / o qual completou. e) “alguns ainda não saíram” / alguns até agora não saíram. 9.

O poema de Paulo Leminski traz um jogo de palavra com as expressões “ALGUMA LUA” e “LUA ALGUMA”, sendo que a mudança de posição do termo “ALGUMA”, no último verso, produz, como efeito de sentido, a alteração da ideia de uma lua a) quantificada para outra sem valores mensuráveis. b) comum para outra com muita luminosidade. c) generalizada para outra com especificações. d) brilhante para outra sem resplandecência. e) indefinida para outra que não mais existe. 10. “O número de cigarros comercializados irregularmente superou neste a no a quantidade de produtos vendidos legalmente. A constatação vem de pesquisa d o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística ( Ibope). Encomendado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), o estudo aponta que, em 2018, foram consumidos 106,2 bilhões de cigarros, dos quais 57,5 bilhões de unidades (54%) fora do mercado legal”.

Tribuna da Bahia, 18/11/2018.

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Assinale a opção que a presenta a mudança formal que está de acordo com as regras da língua padrão. a) comercializados / comercializado. b) vendidos / vendido. c) Encomendado / Encomendada. d) foram consumidos / foi consumido. e) fora do mercado legal / foras do mercado legal. 11. “Evidentemente que não se pode reconstruir a s c idades, porém são possíveis e necessárias a formação e a consolidação de novas centralidades urbanas, com a descentralização de equipamentos sociais, a informatização e descentralização de serviços públicos e, sobretudo, com a ocupação de vazios urbanos, modificando-se, assim, o s f atores gera dores d e viagens e diminuindo-se a s necessidades de deslocamentos, principalmente motorizados”.

Ministério das Cidades O texto a borda o problema do transporte urbano atual, com organização argumentativa. Sobre os componentes desse segmento, assinale a afirmativa correta. a) O advérbio “Evidentemente” se a poia em pesquisas realizadas sobre o assunto. b) A primeira oração do texto se opõe a uma outra colocação argumentativa. c) As sugestões dadas para as mudanças abordam as consequências do transporte urbano em moldes atuais d) O texto não sugere mudanças cabíveis no modelo atual, apesar de crítico ao atual modelo de transporte. e) O texto mostra fatos já em processo de efetivação, por tratar-se de publicação de órgão oficial. 12. Uma editora paulista, sob o título “Da semente ao livro”, publicou o texto a seguir. “Plantar florestas. A madeira que serve de matéria-prima p ara nosso papel vem de plantio renovável, ou seja, não é fruto de desmatamento. Essa prática g era m ilhares de em pregos para agricultores e ajuda a recuperar áreas ambientais degradadas.” Esse texto publicitário pretende a) mostrar a perfeita organização da empresa. b) criar uma imagem positiva da empresa na população. c) indicar a razão do sucesso profissional da empresa. d) demonstrar que a proteção ambiental é uma exigência legal. e) destacar os prejuízos do desmatamento. 13. Um catálogo de venda de vinhos declarava, sobre um dos vinhos oferecidos, o seguinte: “Foi entre deliciosos aromas de maçãs, peras e limões que es te espumante encontrou a máxima expressão da região do Vêneto. Tem perlage rico e sabor persistente. Leve, sedutor e elegante.”

Sobre a estruturação e a linguagem d esse a núncio publicitário, assinale a afirmativa inadequada. a) Emprega o jargão de vinhos. b) Apela para sensações olfativas. c) Faz referência à origem valorizadora do vinho. d) Informa sobre dados objetivos. e) Utiliza-se de linguagem figurada 14. O romance Thérèse Raquin está à frente do seu tempo, porque defende o postulado darwinista acerca da criação do homem no Universo; porém, o mesmo fator que faz desse romance uma obra de vanguarda também pode servir de instrumento para uma crítica em relação à corrente literária iniciada por Émile Zola, porque atrela a tese da origem do homem com aquela que indica o mesmo como um simples resultado do meio ambiente, tornando-o um títere das circunstâncias. O resultado desse processo é a elaboração de uma literatura que torna o homem amoral, uma vez que desqualifica o livre-arbítrio.

COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil – Parte 4: Era realista e era de transição. São Paulo: Global Editora, 2004.

Émile Zola afirmou que, em Thérèse Raquin, buscou estudar temperamentos e não caracteres. Segundo Alfredo Bosi, uma obra realista se tingirá de naturalismo sempre que a) personagens e enredos se submeterem ao destino cego das leis naturais que a ciência da época julgava ter codificado. b) tiver como objetivo central a idealização do homem e da sociedade por meio de uma crítica moralista e religiosa. c) tiver como preocupação central o engajamento político e ideológico, sendo, portanto, uma obra essencialmente política. d) evidenciar que há o predomínio da razão sobre os instintos, pois o homem é um ser bom, ético e racional. e) idealizar as relações sociais e exaltar a família como base fundamental para uma sociedade justa e ética. 15. Assinale a opção em que a frase mostra erro de concordância. a) No Brasil, apenas 1% têm tudo. b) Apenas 10% das prostitutas caem na vida. c) Mais valem 10% de mil do que 100% de dez. d) O Brasil é o único país do mundo com 110% de corrupção. e) Havia 50% de bons ladrões no tempo de Cristo.

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16. Baleia

“A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida. Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas Baleia sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de roscas, semelhante a uma cauda de cascavel. Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito.” (...)

RAMOS, Graciliano. Baleia. In: MORICONI, Italo. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Assinale a alternativa correta quanto ao período literário a que o conto de Graciliano Ramos pertence e suas principais características: a) Literatura de Informação, século XVI, caracteriza-se pela descrição de nossa natureza e homem para informar a coroa portuguesa sobre o Brasil. b) Primeira fase do Modernismo brasileiro, de 1922 a 1930, cujas características são o compromisso de rompimento com as estruturas tradicionais e instauração de uma identidade brasileira. c) Realismo brasileiro, século XIX, no qual se busca revelar as mazelas da sociedade e combater os ideais românticos e burgueses. d) Romantismo brasileiro, século XIX, no qual se percebe grande sentimentalismo, a idealização do amor e da sociedade, com forte valorização da religião. e) Segunda fase do Modernismo brasileiro, de 1930 a 1945, tem como características a preocupação com a realidade social e econômica brasileira e sua denúncia, neste caso mais especificamente na esfera regional. 17. Assinale a opção que a presenta a f rase em que o vocábulo “maior” deveria ser trocado por outro mais adequado. a) Ônibus maiores foram comprados neste mês. b) Os maiores prejuízos foram para a indústria. c) Maiores informações na Secretaria de Fazenda. d) Maiores lucros foram para os atravessadores. e) Nunca se viram maiores filas de emprego.

18. Leia o texto a seguir “Por que todos os povos deste planeta gostam de futebol? Talvez porque o futebol, além de ser uma linguagem gestual, fácil de ser decodificada, é, acima de tudo, uma grande metalinguagem. Isso quer dizer que o seu significado ou sentido é explicado por seus próprios movimentos, entendidos por quase todos, independentemente de classe social, cultural ou econômica”.

Luiz César Saraiva Feijó, Futebol falado. Segundo o conteúdo do texto, assinale a opção que mostra a melhor resposta para a pergunta inicial. a) Por ser uma linguagem gestual. b) Por ser uma linguagem decodificada facilmente. c) Por ser uma grande metalinguagem. d) Por ter seu significado explicado a todas as classes e) Por não necessitar de explicação dos próprios movimentos. 19. Em relação aos componentes do t exto anterior (Futebol falado, de Luiz César Sa raiva Feijó), assinale a opção que m ostra um a explicação inadequada. ( a) A grafia “Por que”, na primeira frase do texto, está correta, por tratar-se de uma interrogação. b) O demonstrativo “este” em “deste planeta” está bem empregado, por referir-se a uma realidade próxima c) O demonstrativo “isso” se refere a um termo anterior. d) O possessivo “seu” se refere ao antecedente “linguagem”. e) O possessivo “seus próprios” tem “futebol” por referente. 20. Naco de prosa cearense – Sujeito pequeninho, mal colocado na terceira classe. E assim dizia: – Vou mais pro diante do Guajará, são ainda três dias de lancha até chegar no meu barracão. Antes, fiquei em Guajará numa casa alemã, empregado. Depois comprei um seringal da casa mesmo, os patrões me ajudaram, comprei vinte contos de mercadoria e meti com os meus homens pelo mato. Nesse ano os índios mataram o meu mateiro. Fiquei no mato com a colheita, não sabendo o que fazer. Passava as noites num susto, os índios querendo queimar o meu caucho e até chorei. Também é só mais um ano: quatro anos de caucheiro basta!... Depois vendo o meu seringal e vou-me embora para o Rio de Janeiro.

(Mário de Andrade. O turista aprendiz, 2002. Adaptado.)

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O interlocutor de Mário de Andrade descreve a a) ausência de mão de obra especializada na indústria de extração do látex. b) inexistência de propriedade privada nas atividades extrativistas da Amazônia. c) dificuldade inicial de estabelecimento do trabalho extrativo na Amazônia. d) floresta como uma espécie de paraíso concedido aos homens de talento. e) uniformidade étnica e cultural da sociedade amazônica do século passado. 21. A notícia dada a seguir é veiculada como possibilidade, e não como certeza. Araguainha: a cidade brasileira que está no centro da maior cratera de asteroide na América do Sul. Estudos apontam que o impacto pode ter provocado a maior extinção de v ida na Terra - maior, inclusive, que a dos dinossauros. A colisão teria destruído, imediatamente, tudo o que estava num raio d e até 250 quilômetros e, posteriormente, gerado um rápido e fatal aquecimento global, causando tsunamis e terremotos...

Uol, 23/11/2018. Assinale a opção que indica os meios linguísticos que produzem essa noção de possibilidade a) Informações dadas a partir de estudos / exagero na enunciação dos fatos. b) Exagero na enunciação dos fatos / citação da provável extinção dos dinossauros. c) Citação da provável extinção dos dinossauros / emprego do verbo “poder”. d) Emprego do verbo “poder” / utilização do futuro do pretérito. e) Emprego do futuro do pretérito / informações dadas a partir de estudos. 22. Considere o texto de Clarice Lispector.

Diálogo do desconhecido – Posso dizer tudo? – Pode. – Você compreenderia? – Compreenderia. Eu sei de muito pouco. Mas tenho a meu favor tudo o que não sei e – por ser um campo virgem – está livre de preconceitos. Tudo o que não sei é a minha parte maior e melhor: é a minha largueza. É com ela que eu compreenderia tudo. Tudo o que não sei é que constitui a minha verdade.

(Aprendendo a viver, 2013.) Da leitura da última fala do diálogo, depreende-se que: a) diante do desconhecido, aquele que sabe pouco tem a vantagem de ser guiado por uma convicção preestabelecida.

b) enquanto a mente se volta para a verdade, os conhecimentos adquiridos tendem a ser totalizantes. c) não saber é uma forma de verdade que permite compreender, sem interferência de prejulgamentos. d) quando se conhece muito pouco, é provável que se passe a conhecer tudo com acentuada superficialidade. e) para quem está livre de preconceitos, os novos conhecimentos passam a representar a fonte da verdade absoluta. 23. Crise no emprego eleva em 1,4 milhão o número de consultas psiquiátricas Entre 2014 e 2017, a busca por atendimentos avançou 54% ; afastamentos já têm alta de 12% no ano.

Folha de São Paulo, 23/11/2018. Sobre os componentes estruturais desse segmento de texto , assinale a afirmativa correta. a) A “crise no emprego” se refere a problemas advindos da vida diária na atividade de trabalho. b) A “crise no emprego” mostra a consequência advinda do aumento de consultas psiquiátricas. c) O “Entre 2014 e 2017” indica momento passado, por isso, a informação perde atualidade. d) O “já” mostra que o crescimento dos atendimentos também está acima do esperado. e) O “têm alta de 1 2% no ano” indica que o número de altas médicas também cresceu no período. 24. Não foi para isso “Não sei s e é verdade. Dizem que Santos-Dumont suicidou-se quando soube que, durante a Guerra Mundial, a primeira, de 1914 a 1918, estavam usando aviões para bombardear cidades indefesas. Não f ora para isso - - pensava ele - - que inventara a navegabilidade no ar, façanha que ninguém lhe contesta, tampouco in ventara o avião, cuja autoria lhe é in devidamente negada pelos norte-americanos. Excetuando o Dr. Guilhotin, que construiu um aparelho específico para matar m ais rapidamente durante o s a nos do Terror, na Revolução Francesa, em geral o pessoal que inventa alguma coisa pensa em beneficiar a humanidade, dotando-a de recursos que tornam a vida melhor, se possível para todos”.

Carlos Heitor Cony, in Folha de São Paulo. 27/12/2007. Esse fragmento de uma crônica de Cony é um exemplo de texto a) didático, pois ensina algo sobre personagens famosos. b) descritivo, pois fornece dados sobre as invenções citadas. c) narrativo, pois relata a história da criação do avião e da guilhotina. d) argumentativo, pois apresenta fato que comprova o título da crônica. e) histórico, pois traz informações sobre o passado a fim de registrá-lo.

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25. A mitologia comparada surge no século XVIII. Essa tendência influenciou o escritor cearense José de Alencar, que, inspirado pelo estilo da epopeia homérica na Ilíada, propõe em Iracema uma espécie de mito fundador do povo brasileiro. Assim como a Ilíada vincula a constituição do povo helênico à Guerra de Troia, deflagrada pelo romance proibido de Helena e Páris, Iracema vincula a formação do povo brasileiro aos conflitos entre índios e colonizadores, atravessados pelo amor proibido entre uma índia — Iracema — e o colonizador português Marfim Soares Moreno.

DETIENNE, M. A invenção da mitologia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998 (adaptado).

A comparação estabelecida entre a Ilíada e Iracema demonstra que essas obras a) combinam folclore e cultura erudita em seus estilos estéticos. b) articulam resistência e opressão em seus gêneros literários. c) associam história e mito em suas construções identitárias. d) refletem pacifismo e belicismo em suas escolhas ideológicas. e) traduzem revolta e conformismo em seus padrões alegóricos. 26. A primeira imagem apresenta a escultura Pietá (Compaixão), de Michelangelo, feita em 1499, e mostra a Virgem Maria segurando nos braços o corpo do filho morto. A escultura é visitada por milhões de pessoas anualmente no Vaticano; a segunda foto, vencedora do World Press Photo, maior prêmio mundial de fotojornalismo, retrata a mãe que ampara o filho ferido, em outubro de 2011, em protestos de rua, no Iêmen. A foto poderia falar por uma região inteira: o Iêmen, a Tunísia, a Líbia, a Síria e por tudo o que ocorreu na Primavera Árabe.

Fonte: www.worldpressphoto.org

A partir do texto, das figuras e nos conhecimentos sobre cultura, etnias e conflitos, é correto afirmar: a) Os dois autores evidenciam as diferenças religiosas e políticas existentes entre o mundo Ocidental e o mundo Oriental. b) As duas figuras sugerem a universalidade de sentimentos básicos do ser humano, que se sobrepõem às diferenças de nacionalidades, credos e ideologias. c) O fotógrafo procura demonstrar que a violência e o conflito são específicos de países pobres e islâmicos. d) A escultura retrata um patrimônio cultural imaterial, muito expressivo para o turismo no Vaticano. e) Michelangelo mostra que a condição de vida dos países da Europa é melhor que a dos países árabes. 27. O ex-presidente Kennedy disse, certa vez, que “ A paz mundial, como a paz em uma comunidade, não necessita que cada um ame o s eu vizinho – m as que vivam c om mútua tolerância, submetendo suas disputas a um acordo justo e pacífico”. Sobre a estruturação desse pensamento, assinale a afirmativa com desvio analítico. a) “como a paz em uma comunidade” mostra uma comparação entre duas circunstâncias de paz. b) “não necessita que cada um ame o seu vizinho” contraria um pensamento bastante corrente. c) “mas que vivam com mútua tolerância” indica uma oposição à frase anterior. d) “submetendo suas disputas a um acordo justo e pacífico” faz uma alusão a grandes organismos internacionais. e) “não necessita que c ada um a me seu vizinho” refere-se exclusivamente à última paz citada.

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28. Mina do Condomínio Tô namorando aquela mina Mas não sei se ela me namora Mina maneira do condomínio Lá do bairro onde eu moro Seu cabelo me alucina Sua boca me devora Sua voz me ilumina Seu olhar me apavora Me perdi no seu sorriso Nem preciso me encontrar Não me mostre o paraíso Que se eu for, não vou voltar Eu digo "oi" ela nem nada Passa na minha calçada Dou bom dia ela nem liga Se ela chega eu paro tudo Eu mando um beijo ela não pega Pisco olho ela se nega Faço pose ela não vê Jogo charme ela ignora Chego junto ela sai fora Eu escrevo ela não lê Minha mina Minha amiga Minha namorada Minha gata Minha sina Do meu condomínio Minha musa Minha vida Minha monalisa Minha vênus Minha deusa Quero seu fascínio... (Mina do Condomínio - Seu Jorge.) Embora evidentemente contemporânea, a letra da música apresenta uma importante característica romântica, que é: a) melancolia, comprovada na passagem “Mina maneira do condomínio Lá do bairro onde eu moro”. b) individualismo, como se vê no verso “Eu escrevo ela não lê’. c) idealização da mulher, demonstrada nos versos “Minha musa, / minha sina, / minha deusa.” d) senso de mistério, explicitado nos versos “Minha vênus/Minha deusa/. Quero seu fascínio.’ e) ilogismo, representado nos versos “Eu digo "oi" ela nem nada Passa na minha calçada.’

29.

Analisando a tira, é correto afirmar que o garoto a) se impressionou com a altura das girafas e fez per - nas de pau para observar objetos e familiares da mesma perspectiva desses animais. b) se inspirou no comportamento das girafas para pegar o pote de Bis, os quais também considera saborosos e difíceis de alcançar. c) aprendeu que as girafas, diferentemente de outros animais, encontram alimentos variados e nutritivos nas florestas. d) está proibido pelo pediatra de comer alimentos com açúcar, por isso sua mãe guardou o pote de chocolate em cima do armário. e) não gosta de estudar sobre a vida dos animais, mas serviu-se das informações acerca das girafas para inventar brincadeiras. 30. Leia o texto. Quando você se refere __ alguém dizendo “maria vai com as outras” significa que a pessoa não tem opinião própria. Mas quem foi essa primeira Maria? Para o pesquisador Brasil Gerson, a expressão tem origem no século 19 com a chegada da família real portuguesa. A mãe de Dom João VI, a rainha Maria I , __ quem muitos atribuíam o nome de “A Louca”, costumava passear __ margens do rio Carioca, acompanhada de suas damas de companhia, e o povo, vendo essa cena, comentava: “Maria vai com as outras”.

Ernani Fagundes. Aventuras na História, novembro de 2005. Adaptado De acordo com a norma-padrão, as lacunas desse texto devem ser preenchidas, respectivamente, por: a) a ... a ... às b) a ... à ... às c) a ... a ... as d) à ... a ... às e) à ... à ... as

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31. Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga, transcrito a seguir, e marque a alternativa que aponta três características do Arcadismo brasileiro que nele podem ser observadas. Lira I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! a) Vulgarização da figura da mulher; medievalismo; egocentrismo. b) Denúncia social; exaltação da vida no campo; temas urbanos. c) Exaltação da vida no campo; linguagem simples; pastoralismo. d) Temas urbanos; linguagem simples; medievalismo. e) Egocentrismo; pastoralismo; denúncia social.

LEIA O POEMA DE EUGÊNIO DE CASTRO PARA RESPONDER

ÀS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. Tua frieza aumenta o meu desejo: Fecho os meus olhos para te esquecer, Mas quanto mais procuro não te ver, Quanto mais fecho os olhos mais te vejo. Humildemente, atrás de ti rastejo, humildemente, sem te convencer, Antes sentindo para mim crescer Dos teus desdéns o frígido cortejo. Sei que jamais hei de possuir-te, sei Que outro feliz, ditoso como um rei Enlaçará teu virgem corpo em flor. Meu coração no entanto não se cansa: Amam metade os que amam com esperança, Amar sem esperança é o verdadeiro amor.

(Massaud Moisés. A literatura portuguesa através dos textos. Adaptado) 32. Sei que jamais hei de possuir a vós... Com base nas ideias presentes no poema, é correto afirmar que o eu poético a) se sente esperançoso e crê que seu amor será correspondido, apesar do desprezo da mulher amada. b) continua a cortejá-la, sentindo que há futuro para esse amor, apesar da falsidade da mulher amada.

c) está convicto de que vai conquistá-la, idealizando esse relacionamento, apesar do egoísmo da mulher amada. d) admite que a concretização desse amor exige sacrifícios e aceita ser submisso, apesar da vaidade da mulher amada. e) reconhece que não será bem-sucedido, mas pretende ser sempre fiel a esse amor, apesar da indiferença da mulher amada. 33. No poema, a) humildemente (2 a estrofe) expressa circunstância adverbial de modo, como em: Talvez ela virá à festa para encontrá-lo. b) humildemente (2 a estrofe) expressa circunstância adverbial de afirmação, como em: Foi muito prazeroso visitar esta cidade. c) jamais (3a estrofe) expressa circunstância adverbial de negação, como em: O diretor reclamou à beça das condições do teatro. d) jamais (3a estrofe) expressa circunstância adverbial de tempo, como em: A avó ainda guarda muitas fotos da família. e) com esperança (4a estrofe) expressa circunstância adverbial de intensidade, como em: Ele raramente chega na hora marcada. 34. Supondo que o eu poético se dirigisse à mulher amada empregando o pronome você, na terceira estrofe ele deveria dizer, de acordo com a norma-padrão: a) Sei que jamais hei de possuir-lhe... b) Sei que jamais hei de possuir ela... c) Sei que jamais hei de possuir-vos... d) Sei que jamais hei de possuí-la... e) Sei que jamais hei de possuir a vós... 35.

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Esse texto tem a função social de a) relatar, por meio da função de linguagem emotiva, fatos passados de interesse público. b) criticar, por meio da ironia, fatos que incomodam a sociedade. c) apontar, pela informalidade, soluções para o problema apresentado. d) alertar, por meio da função de linguagem conativa, sobre assunto relevante para a sociedade. e) expor, por meio de uma linguagem conotativa, causas e consequências do problema apresentado. 36. Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro da circunferência, que, quanto mais continuadas, tantos menos unidas. (..) A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso quanto mais o amor?

(Padre Antonio Vieira, Sermão do mandato) Padre António Vieira é reconhecido como um dos expoentes do período literário conhecido como o Barroco, período: 1) que reflete um momento conturbado da história do continente europeu. 2) caracterizado pelo desequilíbrio entre razão e emoção, pela expressão da dualidade humana. 3) cuja visão conflitante se manifestava pelo uso reiterado de figuras de linguagem, sobretudo de inversões e de antíteses. 4) em que à retórica argumentativa foi atribuída uma função socialmente relevante, como no trecho do sermão mostrado acima. Estão corretas: a) 1, 2, 3 e 4. b) 1, 2 e 3, apenas. c) 1, 2 e 4, apenas. d) 2 e 3, apenas. e) 2 e 4, apenas. 37. Assinale a alternativa em que a passagem do texto fica pontuada corretamente, conforme a norma-padrão da língua, após o acréscimo das vírgulas. a) Em certo momento, ouviu-se um rumor, na varanda e João Cabral perguntou, o que estava acontecendo.

b) Cônsul do Brasil em Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso por não se interessar , por música e tomar dez aspirinas, por dia para a dor de cabeça… c) Em seu programa, apresentava os piores cantores, do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia, concursos de comer barata. d) Os comunicólogos ainda, não o tinham descoberto, como símbolo do “mau gosto genial”. e) Levantou-se, no ato, e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos soluços. 38. De ponta a ponta, é tudo praia... muito chã e muito formosa. [...]. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados... Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa, que querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. Pode-se afirmar que o trecho acima integra o período chamado a) Arcadismo, pois há a valorização do homem e da natureza nacional. b) Romantismo, porque o eu lírico se identifica com a terra brasileira. c) Modernismo, porque enfatiza a terra nova e o aborígine brasileiro. d) Quinhentismo, pois apresenta a visão do colonizador europeu diante da nova terra. e) Realismo, pois analisa a natureza brasileira e o homem nativo de acordo com o determinismo. 39. No trecho “Ouvindo isso, assustados réus, num ato nada falho tiramos o tapete de nós mesmos” (. 52-53), a oração reduzida em negrito apresenta, em relação à oração seguinte, o valor semântico de a) tempo b) modo c) oposição d) proporção e) consequência

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40. Analise as três orações que seguem: 1. Joana acendeu as luzes quando o viu chegar. 2. Ela precisava de sua ajuda. 3. Joana é amada de muitos. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a função sintática dos termos em negrito de cada oração: a) Adjunto adverbial/Objeto direto/Vocativo. b) Objeto direto/Objeto indireto/ Agente da passiva. c) Objeto indireto /Objeto direto / Adjunto adnominal. d) Objeto direto/ Agente da passiva / Objeto direto. e) Aposto / Objeto direto / Agente da passiva. 41. Faça a leitura analítica do parágrafo transcrito abaixo. “Nenhum país escapa à epidemia de obesidade. Afeta 23% da população regional. Quatro em cada dez pessoas são obesas. O problema central está no nosso sistema alimentar. Nunca houve tanta comida e nunca houve tal desnutrição. Algo está fundamentalmente errado. Temos de agir agora”, alertou Berdegué, que ressaltou que a Cooperação Sul-Sul será essencial para alcançar sistemas alimentares saudáveis que possam acabar com a fome, a desnutrição e a obesidade. Assinale a opção correta para a classificação sintática dos termos ou orações indicadas nos itens. a) O sujeito de “Afeta 23% da população regional” é classificado como determinado simples por estar explícito na oração que antecede. b) Identificamos, no último período do parágrafo, 3 (três) pronomes relativos. c) Em “O problema central está no nosso sistema alimentar”, temos predicativo do sujeito. d) Morfologicamente falando, o termo “essencial” é classificado como substantivo; sintaticamente falando, o mesmo termo é classificado como predicativo do sujeito. e) No último período do parágrafo transcrito nessa questão, podemos afirmar que identificamos duas orações subordinadas adjetivas. 42. Considerando que os diferentes tipos de orações estabelecem diferentes relações, assinale a alternativa cuja relação esteja correta: a) “Mas, se não mudarmos nossa forma de agir e pensar, as próximas gerações talvez não tenham essa oportunidade.” – CONCESSÃO. b) “Provavelmente, você se recorda de ter brincado em uma área livre, em sua infância.” – COMPLEMENTO NOMINAL.

c) “O estilo de vida apressado, que adotamos ao morar em centros urbanos, nos afasta, e também nossas crianças, do convívio com a natureza.” – JUSTIFICATIVA. d) “[…] pela primeira vez na história foi registrado que a maior parte da população mundial morava em cidades.” – SUJEITO DA ORAÇÃO ANTERIOR. e) “No Brasil, esse número chegava a 84% da população, segundo dados do IBGE 2010.” – CONSEQUÊNCIA. 43.

Na campanha veiculada pelo Ministério da Saúde, a palavra “regularmente” cumpre a função de reconhecer que o intuito principal da campanha é a) gerar doações iminentes para um déficit que é temporário. b) convencer certas regiões mais populosas a doar sangue. c) colocar em dúvida a eficácia das campanhas de doação. d) popularizar a hashtag que encabeça a nova campanha. e) conseguir doadores de sangue que comportem-se de modo mais perene. 44. Segundo quadro Uma sala da prefeitura. O ambiente e' modesto. Durante a mutação, ouve-se um dobrado e vivas a Odorico, “viva o prefeito” etc. Estão em cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, o vigário e Odorico. Este último, à janela, discursa. ODORICO - Povo sucupirano! Agoramente já investido no cargo de Prefeito, aqui estou para receber a confirmação, a ratificação, a autenticação e por que não dizer a sagração do povo que me elegeu. Aplausos vêm de fora. ODORICO - Eu prometi que o meu primeiro ato como prefeito seria ordenar a construção do cemitério. Aplausos, aos quais se incorporam as personagens em cena. ODORICO - (Continuando o discurso:) Botando de lado os entretantos e partindo pros finalmente, é uma alegria poder anunciar que prafrentemente vocês já poderão morrer descansados, tranquilos e desconstrangidos, na certeza de que vão ser sepultados aqui mesmo, nesta terra morna e cheirosa de Sucupira. E quem votou em mim, basta

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dizer isso ao padre na hora da extrema-unção, que tem enterro e cova de graça, conforme o prometido.

GOMES, D. O bem amado. Rio de Janeiro: Ediouro, 2012. O gênero peça teatral tem o entretenimento como uma de suas funções. Outra função relevante do gênero, explícita nesse trecho de O bem amado, é a) criticar satiricamente o comportamento de pessoas públicas. b) denunciar a escassez de recursos públicos nas prefeituras do interior. c) censurar a falta de domínio da língua padrão em eventos sociais. d) despertar a preocupação da plateia com a expectativa de vida dos cidadãos. e) questionar o apoio irrestrito de agentes públicos aos gestores governamentais. 45. A partir do início do século XX, na França, alguns artistas vão subverter a concepção que se tinha da pintura. Em vez de simplesmente representar o que era visto, eles decidem representar aquilo que não podia ser visto. Os rostos de perfil têm dois olhos, a natureza se decompõe em formas geométricas... a realidade se revela em todas as suas facetas, como um cubo achatado.

(Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.)

Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em: a) b)

c)

d)

e)

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PROPOSTA DE REDAÇÃO TEXTO I

A lei da anistia é irrevogável. Em 31 de março de 1964, as Forças Armadas brasileiras derrubaram o governo Jango. Diversos partidos apoiaram a

intervenção militar, e os mais importantes jornais brasileiros (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e outros) aplaudiram o movimento, considerando-o necessário para preservar as instituições. Surgiu, à época, prolongando-se até 1971, uma ação guerrilheira contra o regime militar. Muitos de seus participantes pretendiam instalar uma ditadura semelhante à cubana no país. Houve violência, de lado a lado, com torturas e mortes por parte das autoridades e atos terroristas por parte dos opositores, inocentes civis tendo sido sacrificados nesse embate.

Quando a rebelião armada perdeu força e os jornais foram censurados, as vozes que passaram a ser ouvidas, na luta pela redemocratização brasileira, foram as dos advogados. Liderados pela figura maiúscula de Raymundo Faoro (1925-2003), não só conseguiram gradativamente pavimentar o caminho para a redemocratização sem sangue como trazer para a vida pública aqueles opositores à mão armada, que mataram, segundo dados oficiais, 129 civis e militares no período.

A lei da anistia de nº 6.683, de 28 de agosto de 1979, redigida por Raymundo Faoro, colocou uma pá de cal naquelas lutas fratricidas, anistiando guerrilheiros e autoridades. Permitiu que o Brasil, de 1979 a 1985, caminhasse para a democracia, finalmente consolidada. Ao ser levantada a tese de que teria a lei que ser revista, a partir da eleição do presidente Lula, o Supremo Tribunal Federal decidiu que ela era irrevogável. O governo de então, em que grande parte dos opositores ao regime militar assumiu cargos de relevância, estabeleceu uma Comissão denominada “da Verdade”, para apuração dos crimes do período. Da verdade parcial, pois os crimes dos guerrilheiros não foram apurados. Pretenderam, seus membros, a revogação da lei da anistia, sob o argumento de ser imprescritível o crime de tortura. Parece-me que a pretendida reabertura do tema à luz de um relatório da CIA continua, do ponto de vista jurídico, a não ter a menor possibilidade de êxito junto ao Supremo, em face da clareza da Carta sobre a matéria e das decisões daquela Corte, que continua respeitando o disposto na Constituição, em seu artigo 5º, inciso XXXVI, cuja dicção é a seguinte: “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;”

Ives Gandra da Silva Martins, Advogado e professor emérito da Universidade Mackenzie e da Escola Superior de Guerra, Adaptado. TEXTO II - Civilização ou barbárie

País deve rever passado e julgar agentes da repressão “Tive os meus filhos sequestrados e levados para sala de tortura, na Operação Bandeirante. [Ela] com cinco anos e [Ele] com quatro anos de idade. [...] Inclusive, eu sofri uma violência, ou várias violências sexuais. Toda nossa tortura era feita [com] as mulheres nuas. [...] E os meus filhos me viram dessa forma.” (Depoimento de vítima da repressão prestado em 2013 à CNV e à CV-ALESP). Situações de horror como esta se multiplicam ao longo do relatório da CNV (Comissão Nacional da Verdade), concluído em 2014 e que registra a prática de execuções, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e tortura durante a ditadura militar, que se prolongou no Brasil de 1964 a 1985.

Ao apurar essas graves violações de direitos humanos, a CNV concluiu que “elas foram o resultado de uma ação generalizada e sistemática do Estado brasileiro”. “Na ditadura militar, a repressão e a eliminação de opositores se converteram em política de Estado, concebida e implementada a partir de decisões emanadas da Presidência da República e dos ministérios militares.” Diante da abundância de provas, a CNV indicou, entre as recomendações do relatório, a “determinação, pelos órgãos competentes, da responsabilidade jurídica —criminal, civil e administrativa— dos agentes públicos que deram causa às graves violações de direitos humanos ocorridas no período investigado pela CNV.

A CNV “considerou que a extensão da anistia a esses agentes públicos é incompatível com o direito brasileiro e a ordem jurídica internacional, pois tais ilícitos, dadas a escala e a sistematicidade com que foram cometidos, constituem crimes contra a humanidade, imprescritíveis e não passíveis de anistia”. A medida de julgamento dos agentes públicos envolvidos na repressão já havia sido determinada ao Estado brasileiro por meio de decisão de 2010 da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O fundamental é que a civilização prevaleça sobre a barbárie e o Brasil deixe a condição vergonhosa de ser a única exceção entre os países da América Latina — que, olhando de frente para o seu passado, julgaram os agentes da repressão, promovendo a justiça e a democracia.

José Carlos Dias, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro, Pedro Dallari e Rosa Cardoso. Ex-integrantes da Comissão Nacional da Verdade. Adaptado. TEXTO III Um documento do governo americano (CIA) recentemente (2018) localizado pelo professor da FGV Matias Spektor revelou que assassinatos de opositores da ditadura militar no Brasil (1964-1985) eram autorizados pelo próprio presidente da república na época, Ernesto Geisel. A divulgação desse documento reacendeu o debate a respeito da legitimidade da chamada lei da anistia (1979), que anistiou da mesma forma tanto os crimes atribuídos aos opositores do regime quanto os atribuídos aos agentes do Estado, encarregados da repressão. A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A polêmica acerca da revisão da lei da anistia no Brasil. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, fatos e argumentos para defesa de seu ponto de vista. **Tema adaptado da prova FGV/2019

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ESPAÇO PARA RASCUNHO

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O texto aqui transcrito, sob hipótese alguma, será considerado para fins avaliativos.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

46. Leia o segmento abaixo. Segundo o IBGE, a partir de 2039, haverá mais idosos que crianças no país, e, em 2060, um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos.

Fonte: IBGE. Acesso em: 05 set. 2018. O aumento do percentual de pessoas com mais de 65 anos, no total da população brasileira projetada, está relacionado a) à estagnação das taxas de migrações. b) ao aumento da mortalidade infantil. c) ao aumento das taxas de fecundidade. d) à diminuição da expectativa de vida ao nascer. e) à diminuição da natalidade. 47. A característica da população brasileira está mudando Analisando a estrutura etária do nosso país, é possível verificar que, nessa última década, tivemos uma profunda transformação na idade dos brasileiros. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad apresentou, em seu relatório de 2016, a característica de idade do nosso povo. Há uma perceptível mudança na distribuição média da idade, mesmo a população crescendo 1% ao ano entre 2005 e 2015. Nesse período, a faixa etária de zero a 14 anos passou de 26,5% para 21%; a faixa etária de 15 a 29 anos, de 27,4% para 23,6%; já o grupo constituído dos 30 aos 59 anos, que era de 36,2%, agora é de 41%, e, finalmente, o grupo formado por pessoas com mais de 60 anos, que era de 9,8% e passou para 14,3%.

Revista Eletrônica Valor Econômico, de 02/12/2016. Disponível em: <http://www.valor.com.br/brasil/4794347/envelhecimento-da-

populacao-do-brasil-deve- se-acelerar-aponta-ibge>. Acesso em: 05 out 2017 (adaptado).

Considerando os dados apresentados no texto, podemos compreender que a) o país tem um grave problema social visível, principalmente, sobre a mortalidade, pois a quantidade de jovens entre zero a 14 anos reduziu de 2005 para 2015, sobretudo por problemas resultantes unicamente de assassinatos oriundos de violência urbana. b) o grupo etário que mais tem alterado a estrutura populacional de nosso país é o de jovens entre 15 e 29 anos, sobretudo por esses terem migrado em grande quantidade para países da Ásia e Europa. c) o crescimento do grupo etário de zero até 14 anos foi o mais significativo, surpreendendo os pesquisadores, que consideravam ser previsível a manutenção do índice antigo, que remeteria a uma estabilidade dessa faixa etária.

d) o país precisará promover políticas que atendam, preferencialmente, os grupos de pessoas adultas e idosas, uma vez que esses grupos somados representarão maior número de indivíduos. e) o governo brasileiro precisará dedicar um grande esforço para gerar empregos, pois os grupos constituídos por pessoas de idade de zero até os 29 anos supera com sobra os demais grupos etários. 48. Observe o gráfico abaixo.

Sobre a distribuição da população mostrada pelo gráfico, é CORRETO afirmar que a) a base estreita é o resultado da baixa fecundidade atual no Brasil, ao mesmo tempo em que se percebe a expectativa de vida maior das mulheres. b) a base estreita é o resultado da alta taxa de natalidade, ao mesmo tempo em que se percebe a baixa expectativa de vida da população. c) a base estreita é o resultado da alta taxa de mortalidade, ao mesmo tempo em que se percebe a igualdade entre os sexos. d) a base estreita é o resultado da alta taxa de mortalidade infantil, ao mesmo tempo em que se percebe a maior quantidade de população masculina. e) as causas da base estreita da pirâmide, com os dados disponíveis atualmente no país, não podem ser determinadas.

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49. Observe o infográfico sobre o nível de instrução dos brasileiros com 10 anos ou mais.

Nível de instrução dos 161.981.299 habitantes do Brasil com 10 anos ou mais de idade em 2010

Com base no infográfico, é correto afirmar que: a) os brancos predominam no grupo de pessoas sem instrução e ensino fundamental incompleto. b) as mulheres são maioria entre aqueles que possuem nível superior completo. c) o número de pardos e pretos que têm o ensino fundamental completo é menor do que aqueles que têm o ensino médio completo. d) mais da metade da população brasileira tem o ensino fundamental completo. e) mulheres são minoria entre os indivíduos com ensino fundamental completo. 50. Considere a tabela abaixo.

Com base na tabela e em seus conhecimentos, está correto o que se afirma em:

a) Mato Grosso do Sul é o estado que concentra o maior número de indígenas no País, segundo o Censo Demográfico 2010, o que explica o percentual elevado de sua participação no número total de indígenas assassinados. b) A quantidade de indígenas assassinados no País diminuiu, principalmente, no Mato Grosso do Sul, em função do maior número de homologações de terras indígenas, efetivadas por pressão da bancada ruralista no Congresso Nacional. c) No Mato Grosso do Sul, a maior parte dos conflitos que envolvem indígenas está relacionada com projetos de construção de grandes usinas hidrelétricas. d) O grande número de indígenas assassinados no Mato Grosso do Sul explica-se pelo avanço da atividade de extração de ouro em terras indígenas. e) No período abrangido pela tabela, a participação do Mato Grosso do Sul no total de indígenas assassinados é muito alta em consequência, principalmente, de disputas envolvendo a posse da terra. 51.

Os gráficos revelam a) pequena quantidade de propriedades, com até 100 ha, ocupando a maior parcela da área, o que significa uma distribuição desigual da terra. b) grande quantidade de propriedades, com mais de 1000 ha, correspondendo à maior parcela da área ocupada, o que significa uma distribuição equitativa da terra. c) grande quantidade de propriedades, com até 100 ha, correspondendo às menores parcelas da área ocupada, o que significa uma distribuição desigual da terra. d) pequena quantidade de propriedades, de 100 a 1000 ha, ocupando a maior parcela da área, o que significa uma distribuição equitativa da terra. e) pequena quantidade de propriedades, com mais de 1000 ha, correspondendo à menor parcela da área ocupada, o que significa uma distribuição desigual da terra.

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52.

Em 1932, o Estado Brasileiro instalou campos de concentração de flagelados no Ceará, desde a região do Cariri até Fortaleza, destinados a isolar os retirantes que saíam do interior. No total, esses campos chegaram a concentrar mais de 73 mil pessoas vivendo sob condições precárias. Sobre o tema das secas no Nordeste, é correto afirmar que a) o chamado “Polígono das Secas”, abrangendo a Zona da Mata, desde a Bahia até o Maranhão, foi oficialmente demarcado nos anos 1930, no contexto da grande seca. b) grandes levas de retirantes flagelados do Ceará saíam do sertão e se direcionavam ao agreste nordestino, em busca de trabalho nos canaviais, ou às capitais do Sudeste, à procura de emprego no comércio. c) o projeto de transposição de águas do rio São Francisco, implantado na atualidade como medida de combate à seca, resultará em desassoreamento desse canal fluvial. d) a ocorrência de campos para flagelados explica-se pela ausência de políticas de combate às secas, implantadas apenas em 1960 pela Sudene - Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. e) a explicação do fenômeno de migração para as cidades como decorrente da pobreza no sertão e exclusivamente relacionada à seca é insuficiente, pois omite a lógica da concentração fundiária e suas consequências. 53. No Brasil, destaca-se a produção de minério de ferro, níquel, bauxita, manganês e outros. O governo vem investindo em grandes projetos de mineração desde a década de 60 e em plenos governos militares no período da Guerra Fria. Naquele momento, alguns projetos foram criados para atender o mercado mundial e o interno. Um deles chamou atenção pela grande quantidade de minério de ferro, manganês, cobre e ouro. Seu principal comprador era o Japão, teve sua exploração nos anos 80 e rendeu investimentos em portos e ferrovias na região que, apesar dos investimentos, ainda é uma região pouco desenvolvida. Tal projeto ficou conhecido como: a) Projeto Oriximiná.

b) Projeto Urucum. . c) Projeto Carajás. d) Projeto Serra do Navio. e) Projeto Quadrilátero Ferrífero. 54. Analise a tabela.

A partir dos dados apresentados na tabela e considerando as especificidades dos serviços de teleatendimento, é correto afirmar que, no período analisado, houve a) redução na representatividade da região Sudeste, explicada pela baixa dinâmica econômica e pela parca disponibilidade de mão de obra qualificada. b) redução na representatividade da região Sul, entendida pelo colapso de suas redes informacionais e pelos altos impostos cobrados pela administração pública. c) aumento na representatividade da região Nordeste, associado à disponibilidade de redes técnico-informacionais e aos menores custos de operação. d) aumento na representatividade da região Centro-Oeste, devido ao incremento do agronegócio e à ampliação dos serviços terceirizados. e) redução na representatividade da região Norte, explicada pela raridade de centros urbanos e pelo interesse privado em oferecer serviços ligados ao campo. 55. Observe a charge abaixo.

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A crítica referida na charge deve-se a) à ampliação da atividade pastoril no Norte do Brasil e à silvicultura de eucalipto no Sul, que acarreta a degradação dos biomas. b) às queimadas no Noroeste do país e à recuperação da vegetação original para uso farmacêutico c) à biopirataria e ao plantio de pínus nas áreas desmatadas para utilização comercial. d) ao agronegócio que se expande no Norte e ao reflorestamento de áreas de Mata Atlântica para uso na indústria de cosméticos. e) à expansão do cultivo de grãos no Norte do país e ao reflorestamento com araucária nas áreas de campo no Sul para uso na indústria moveleira. 56. Considere as anamorfoses

As condições da produção agrícola, no Brasil, são bastante heterogêneas, porém alguns aspectos estão presentes em todas as regiões do País. Nas anamorfoses acima, estão representadas formas de produção agrícola das diferentes regiões administrativas. Assinale a alternativa que contém, respectivamente, a produção agrícola representada em I e em II. a) De subsistência e patronal. b) Familiar e itinerante. c) Patronal e familiar. d) Familiar e de subsistência. e) Itinerante e patronal. 57.

Com o auxílio do gráfico e considerando seus conhecimentos, é possível afirmar que, no período representado, a) a região sul mostra sensível decréscimo das taxas de produção industrial, fato que provoca êxodo da população em busca de emprego nas atividades agrárias. b) a região sul apresenta taxas altas e baixas de crescimento, devido ao esgotamento do modelo baseado em indústrias alimentícias. c) os estados selecionados do Nordeste revelam tendência à estagnação da produção industrial e à retração das atividades agrárias. d) os dados apontam para o fenômeno da desconcentração industrial no Sudeste, em razão da liderança assumida pelo agronegócio nessa região. e) a região sudeste ainda apresenta concentração industrial expressiva, apesar da diminuição das taxas de crescimento de parte de seus estados. 58. Leia a letra da canção “Chão”, de Lenine e Lula Queiroga,

Chão chega perto do céu, Quando você levanta a cabeça e tira o chapéu.

Chão cabe na minha mão, O pequeno latifúndio do seu coração.

Chão quando quer descer, Faz uma ladeira.

Chão quando quer crescer, Vira cordilheira.

Chão segue debaixo do mar, O assoalho do planeta e do terceiro andar.

Chão onde a vista alcançar, Todo e qualquer caminho pra percorrer e chegar.

Chão quando quer sumir, Se esconde num buraco.

Chão se quer sacudir, Vira um terremoto.

O chão quando foge dos pés, Tudo perde a gravidade, Então ficaremos só nós,

A um palmo do chão da cidade. (www.lenine.com.br. Adaptado.)

A quarta estrofe da canção faz alusão ao processo tectônico denominado a) assoreamento b) orogênese. c) diagênese d) ablação. e) lixiviação.

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59. Analise os excertos: 1. É o valor angular do arco de meridiano compreendido entre o equador e o paralelo do lugar de referência. Será sempre norte ou sul. 2. É o valor angular, junto ao eixo da Terra, do plano formado pelo prolongamento das extremidades do arco compreendido entre o meridiano de Greenwich e o arco do lugar de referência, considerando-se este plano sempre paralelo ao plano do equador. Será sempre leste ou oeste.

(Paulo A. Duarte. Fundamentos de cartografia, 2008. Adaptado.)

No excerto, 1 e 2 correspondem, respectivamente, a a) longitude e latitude. b) latitude e longitude. c) longitude e meridiano. d) trópico e paralelo. e) latitude e paralelo. 60. Leia o seguinte texto: Embora muitos estudos tradicionais tenham afirmado que os mecanismos de mercado favorecem a concentração das atividades econômicas (ao menos nos estágios iniciais do processo de desenvolvimento de um país), e ainda que essa concepção esteja basicamente correta, a tese apriorística de que as reformas dos anos 1990 iriam bloquear ou mesmo reverter o processo de desconcentração por ampliarem o papel das “forças de mercado” nas decisões de localização de investimentos mostrou-se falha. Os dados mais atualizados revelam que o erro dos especialistas ao prever o “esgotamento” ou a “inflexão” do processo de desconcentração industrial brasileira se deveu principalmente à importância excessiva que conferiram a um pequeno número de fatores que intervêm na dinâmica espacial desse setor, sobretudo a crise de planejamento regional e as tendências de aglomeração associadas ao novo paradigma técnico e econômico em construção.

Diniz, L. L. F. Para onde irão as indústrias? A nova geografia da industrialização brasileira. In: Albuquerque, E. S. de (org.) Que país é

esse? Pensando o Brasil contemporâneo.

Entre as afirmações abaixo, assinale aquela que é coerente com os argumentos apresentados no texto. a) A concentração espacial das atividades industriais é resultado da crise do planejamento regional. b) No Brasil, a dinâmica espacial da indústria obedece apenas aos mecanismos de mercado. c) Os dados mais atualizados revelam que o processo de desconcentração da atividade industrial brasileira ainda está em curso. d) Na década de 1990, ocorreu o esgotamento do processo de desconcentração da atividade industrial brasileira. e) As reformas econômicas realizadas na década de 1990 foram decisivas para reverter a tendência de concentração espacial das atividades industriais.

61. Uma categoria inferior de servidores que coexiste nas grandes casas com os domésticos livres são os escravos. Um recenseamento enumera em Gênova, em 1458, mais de 2 mil. As mulheres estão em uma proporção esmagadora (97,5%) e 40% não têm ainda 23 anos. São totalmente desamparadas; todos na casa a repreendem, todos batem nela (patrão, mãe, filhos crescidos) e os testemunhos de processos em que elas comparecem mostram-nas vivendo, frequentemente no temor de pancadas. Em Gênova e Veneza, a escrava-criada é essencial no prestígio das nobres e ricas matronas.

(Adaptado de Charles De la Roncière, “A vida privada dos notáveis toscanos no limiar da Renascença”, em Georges Duby (org.), História da

vida privada - da Europa feudal à Renascença, vol 2..) Sobre o trabalho nas cidades italianas do período em questão, podemos afirmar corretamente que: a) O declínio da escravidão está ligado ao novo conceito antropocêntrico do ser humano e a uma nova dignidade da condição feminina no final da Idade Média. b) O trabalho servil era predominantemente feminino e concorria com o trabalho escravo. A escravidão diminuiu com essa concorrência, desdobrando-se no trabalho livre. c) Conviviam inúmeras formas de trabalho livre, semilivre e escravo no universo europeu e a sobreposição não era, em si, contraditória. d) O uso do castigo corporal igualava as escravas a outros trabalhadores e foi o motivo das rebeliões camponesas do período (jacqueries) e agitações urbanas. e) eram executados em regime legal, previamente estabelecido pelo estado, o que assegurou aos imigrantes excelentes condições de trabalho, diferentemente da população negra. 62.

Código Penal dos Estados Unidos do Brasil, 1890 Dos crimes contra a saúde pública Art. 156. Exercer a medicina em qualquer dos seus ramos, a arte dentária ou a farmácia; praticar a homeopatia, a dosimetria, o hipnotismo ou magnetismo animal, sem estar habilitado segundo as leis e regulamentos. Art. 158. Ministrar, ou simplesmente prescrever, como meio curativo para uso interno ou externo, e sob qualquer forma preparada, substância de qualquer dos reinos da natureza, fazendo, ou exercendo assim, o ofício denominado curandeiro.

Disponível em: http://legis .senado.gov.br. Acessado em: 21 dez. 2014 (adaptado).

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No início da Primeira República, a legislação penal vigente evidenciava o(a) a) negligência das religiões cristãs sobre as moléstias. b) desconhecimento das origens das crenças tradicionais. c) preferência da população pelos tratamentos alopáticos. d) abandono pela comunidade das práticas terapêuticas de magia. e) condenação pela ciência dos conhecimentos populares de cura. 63. Tratado de Versalhes (1919) PARTE VII Sanções Artigo 227 - As Potências aliadas ou associadas acusam publicamente a Guilherme II de Hohenzollern, ex-Imperador da Alemanha, por ofensa suprema contra a moral internacional e a autoridade sagrada dos Tratados. PARTE VIII Reparações Artigo 231 - Os Governos aliados e associados declaram e a Alemanha reconhece que ela e seus aliados são responsáveis por haver causado todas as perdas e todos os prejuízos que sofreram os Governos aliados e associados e seus cidadãos, como consequência da guerra que foi imposta pela agressão da Alemanha e de seus aliados.

Adaptado de cervantes-virtual.com. O Tratado de Versalhes foi elaborado no contexto das negociações de paz após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A partir do texto, observa-se que no tratado foram instituídas cláusulas para o governo alemão com base no seguinte princípio: a) belicismo b) revanchismo c) integracionismo d) colaboracionismo e) anglicanismo 64. Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-se desde as Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do Brasil central. De fato, ocuparam, de preferência, as regiões de floresta tropical e subtropical. PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Editor, 2005.

Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais específicas que os distinguiam de outras sociedades indígenas e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani, destacava-se a) a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas por um chefe, eleito pelos indivíduos mais velhos da tribo. b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter semissedentário de sua organização social. c) a conquista de terras mediante operações militares, o que permitiu seu domínio sobre vasto território. d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura para investir na criação de animais. e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras sociedades indígenas. 65. “Quando o flanco esquerdo persa foi destroçado sob a liderança de Alexandre, Dario, em seu carro de guerra, percebeu o que acontecera e fugiu em desabalada carreira. Mantendo-se no carro enquanto o solo o permitia, viu-se constrangido a abandoná-lo quando o relevo passou a impedir seu progresso. Deixou, então, seu escudo e suas vestes de guerra [...]”.

ARRIANO, A. Batalha de Íssus, 2, 10-11 (333 a.C.) In: FURNARI P. P. A. Antiguidade Clássica: a história e a cultura a partir dos documentos.

Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003, p. 37. Com base no texto, assinale a alternativa CORRETA. a) Arriano escreve a respeito da vitória de Alexandre, o Grande, sobre Dario na batalha de Íssus, marco do avanço das tropas macedônicas para o oriente. b) Dario, segundo o texto, saiu vencedor da batalha, por isso a corrida de volta ao seu reino. c) Alexandre sobrepujou o exército persa e, com isso, tornou-se o primeiro ministro persa. d) Segundo Arriano, a batalha de Íssus foi uma grande derrota para Alexandre. e) A batalha narrada por Alexandre mostra a derrota do exército Macedônico sob a liderança de Dario, que acontece por uma falha no flanco esquerdo. 66. Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente diz e creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu, comprazendo a Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas Majestades, para que aprendam a falar.

COLOMBO, C. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Porto Alegre: L&PM, 1984.

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O documento destaca um aspecto cultural relevante em torno da conquista da América, que se encontra expresso em: a) Deslumbramento do homem branco diante do comportamento exótico das tribos autóctones. b) Violência militarizada do europeu diante da necessidade de imposição de regras aos ameríndios. c) Cruzada civilizacional frente à tarefa de educar os povos nativos pelos parâmetros ocidentais. d) Comportamento caridoso dos governos europeus diante da receptividade das comunidades indígenas. e) Compromisso dos agentes religiosos diante da necessidade de respeitar a diversidade social dos índios. 67. Áreas em estabelecimento de atividades econômicas sempre se colocaram como grande chamariz. Foi assim no litoral nordestino, no início da colonização, com o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o fumo, as produções de alimentos e o comércio. O enriquecimento rápido exacerbou o espírito de aventura do homem moderno.

FARIA, S. C. A Colônia em movimento. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).

O processo descrito no texto trouxe como efeito o(a) a) acumulação de capitais na Colônia, propiciando a criação de um ambiente intelectual efervescente. b) surgimento de grandes cidades coloniais, voltadas para o comércio e com grande concentração monetária. c) concentração da população na região litorânea, pela facilidade de escoamento da produção. d) favorecimento dos naturais da Colônia na concessão de títulos de nobreza e fidalguia pela Monarquia. e) construção de relações de trabalho menos desiguais que as da Metrópole, inspiradas pelo empreendedorismo. 68. “Em 1790, o gramático Pierre-Nicolas Chantreau publicou um Dicionário nacional e anedótico que exemplificava a amplitude das transformações provocadas pela Revolução Francesa. A maioria das palavras presentes no Dicionário já existia antes, mas o seu significado havia mudado. Assim, Constituição designou, a partir de então, um “corpo de leis que convém a um povo livre” [...] Mais ainda, certas palavras foram proscritas: plebeu, servidão, vassalo. Por outro lado, surgiram expressões como representante da nação...”

LEUWERS, Hervé. O legado da transformação. In: História Viva. Grandes Temas, março/2004. Disponível em

http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/especial_revolucao_ francesa_o_legado_da_revolucao.html. Acesso em 08/09/ 2015.

(Adaptado)

Esse excerto expressa, a partir da mudança no significado das palavras, os principais aspectos da política liberal que a

França exportou para a maior parte do mundo após a Revolução de 1789. Dentre esses aspectos, podemos destacar a) a existência política e civil dos três Estados, que continuaram a existir juridicamente após o período revolucionário. b) a nova forma de conceber a política, que preservou a soberania do rei a partir da criação de um corpo de leis para a sociedade. c) a criação de uma sociedade de direitos e de cidadãos, cuja noção de cidadania foi consagrada na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. d) o fim da propriedade privada e a partilha da terra, uma das principais reivindicações dos camponeses, garantidos pela extinção da servidão. e) a ascensão das classes populares aos mesmos padrões de vida da burguesia e da nobreza, com o fim da política mercantilista. 69. Art. 1º – O estrangeiro que, por qualquer motivo, comprometer a segurança nacional ou a tranquilidade pública, pode ser expulso de parte ou de todo o território nacional. Art. 2º – São também causas bastantes para a expulsão:

1ª) a condenação ou processo pelos tribunais estrangeiros por crimes ou delitos de natureza comum;

2ª) duas condenações, pelo menos, pelos tribunais brasileiros, por crimes ou delitos de natureza comum;

3ª) a vagabundagem, a mendicidade e o lenocínio competentemente verificados.

BRASIL. Lei 1.641, de 7 de janeiro de 1907. Disponível em: www2.camara.leg.br. Acesso em: 29 ago. 2012 (adaptado).

No início do século XX, na transição do trabalho escravo para o livre, os objetivos da legislação citada eram a) disciplinar o trabalhador e evitar sua participação em movimentos políticos contrários ao governo. b) estabelecer as condições para a vinda dos imigrantes e definir as regiões que seriam ocupadas. c) demonstrar preocupação com as condições de trabalho e favorecer a organização sindical. d) criar condições políticas para a imigração e isolar os imigrantes socialmente indesejáveis. e) estimular o trabalho urbano e disciplinar as famílias estrangeiras nas fábricas.

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70.

Xilogravura, 1869. O indígena, representando o Império, coroa com louros o monarca. Com seu manto real em verde e amarelo, as cores da casa dos Habsburgo e Bragança, mas que lembravam também os tons da natureza do “Novo Mundo”, cravejado de estrelas representando o Cruzeiro do Sul e, finalmente, com o cabeção de penas de papo de tucano em volta do pescoço, D. Pedro II foi coroado imperador do Brasil. O monarca jamais foi tão tropical. Entre muitos ramos de café e tabaco, coroado como um César em meio a coqueiros e paineiras, D. Pedro transformava-se em sinônimo da nacionalidade.

SCHWARCZ, L. M. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado).

No Segundo Reinado, a Monarquia brasileira recorreu ao simbolismo de determinadas figuras e alegorias. A análise da imagem e do texto revela que o objetivo de tal estratégia era a) exaltar o modelo absolutista e despótico. b) valorizar a mestiçagem africana e nativa. c) reduzir a participação democrática e popular. d) mobilizar o sentimento patriótico e antilusitano. e) obscurecer a origem portuguesa e colonizadora. 71. “Uma pobre mulher, enforcada em 1739 por ter roubado carvão, acreditava que não houvesse pecado nos pobres roubarem os ricos e que, de qualquer forma, Cristo havia morrido para obter o perdão para tais pecadores.”

(Christopher Hill, A Bíblia Inglesa e as revoluções do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 608.)

Considerando o trecho acima, podemos afirmar, quanto à sociedade inglesa dos séculos XVII e XVIII, que: a) A religião fornecia argumentos para diversos grupos sociais agirem de acordo com seus interesses e necessidades. b) Ainda dominava na sociedade inglesa a ideia da necessidade da confissão intermediada pela Igreja para perdão dos pecados.

c) A reforma anglicana, ao atacar a propriedade privada, distanciou-se das elites inglesas e tornou-se a religião dos pobres. d) As revoluções Puritana e Gloriosa foram um obstáculo ao desenvolvimento burguês da Inglaterra e contrapunham-se à relação entre religião e política. e) A aceitação da Reforma entre a sociedade provou que, apesar da separação, estado e religião queriam a evolução social. 72. Observe a tabela a seguir:

Com base nas informações da tabela, pode-se afirmar que a) não é possível estabelecer nenhuma comparação ou análise, quanto ao Colonialismo e o Neocolonialismo, posto que são momentos históricos muitos diferentes. b) o colonialismo teve como principal objetivo econômico a garantia da exploração de produtos coloniais, como artigos tropicais e metais preciosos, portanto foi mais forte e presente que o neocolonialismo. c) nenhum dos dois movimentos de colonização apresentam justificativas ideológicas compatíveis com as preocupações relevantes em seus contextos históricos. d) pouca diferença há entre o capitalismo comercial e industrial, assim como na burguesia, que organiza suas atividades produtivas e, consequentemente, o modelo de colonização dos séculos XVI e XIX. e) ambos os movimentos de colonização estabeleceram um processo de exploração econômica sobre a área dominada, justificado ideologicamente por perspectivas etnocêntricas.

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73. A transferência da corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de 1808.

NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem a) incentivado o clamor popular por liberdade. b) enfraquecido o pacto de dominação metropolitana. c) motivado as revoltas escravas contra a elite colonial. d) obtido o apoio do grupo constitucionalista português. e) provocado os movimentos separatistas das províncias. 74. No dia 2 de setembro de 2018, um incêndio de grandes proporções destruiu o prédio Histórico e parte significativa do inestimável acervo do Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Entre outras, a comunidade científica brasileira lamentou a perda de múmias egípcias, amostras de plantas nativas coletadas ainda no período do Império, o raro fóssil do dinossauro Santanaraptor placidus e o crânio que pertenceu à mais antiga habitante humana conhecida da América do Sul, batizada de Luzia. Em 19 de outubro de 2018, contudo, uma notícia foi largamente comemorada: dado como perdido, o crânio de Luzia foi encontrado entre os escombros do prédio incendiado. O crânio é considerado uma peça fundamental para o estudo da pré-história brasileira, pois a) sua constituição indica que o povo de Luzia adotava uma dieta exclusivamente herbívora. b) é uma evidência utilizada nas pesquisas que buscam desvendar a origem dos primeiros povoadores da América. c) sua descoberta confirma a teoria segundo a qual os primeiros indivíduos do gênero Homo conviveram com dinossauros não avianos. d) o tamanho de seu crânio e a datação de sua ossada sugerem que o povoamento humano da América ocorreu há cerca de 3,5 milhões de anos. e) foi possível concluir, por meio de exames de seu DNA, que os povos pré-históricos tinham uma expectativa de vida superior à dos homens modernos. 75. A Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006, representou uma ousada e necessária proposta de mudança cultural e jurídica a ser implantada no ordenamento jurídico brasileiro, a exemplo do que ocorreu em outros países, objetivando a erradicação da contumaz violência praticada

principalmente por homens contra mulheres com quem mantêm vínculos de natureza doméstica, familiar e afetiva.

SOUZA, S. R. Lei Maria da Penha comentada. Curitiba: Juruá, 2013 (adaptado).

A vigência dessa norma legal, de amplo conhecimento da sociedade, revela a preocupação social com a a) partilha dos bens comuns. b) ruptura dos laços familiares. c) dignidade da pessoa humana. d) integridade dos filhos menores. e) conservação da moralidade pública. 76. Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática, oriunda dos salões franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, “Chez des chevaliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos”, etc. No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.

CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1976.

As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma nação ou região. b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma nação. c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo, também, considerada dança-espetáculo. d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem. e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.

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77. O sociólogo espanhol Manuel Castells sustenta que “a comunicação de valores e a mobilização em torno do sentido são fundamentais. Os movimentos culturais (entendidos como movimentos que têm como objetivo defender ou propor modos próprios de vida e sentido) constroem-se em torno de sistemas de comunicação – essencialmente a Internet e os meios de comunicação – porque esta é a principal via que esses movimentos encontram para chegar àquelas pessoas que podem eventualmente partilhar os seus valores, e a partir daqui atuar na consciência da sociedade no seu conjunto”.

Disponível em: <www.compolitica.org>. Acesso em: 02 mar. 2012 (Adaptação).

Em 2011, após uma forte mobilização popular via redes sociais, houve a queda do governo de Hosni Mubarak, no Egito. Esse evento ratifica o argumento de que a) a internet atribui verdadeiros valores culturais aos seus usuários. b) a consciência das sociedades foi estabelecida com o advento da internet. c) a revolução tecnológica tem como principal objetivo a deposição de governantes antidemocráticos. d) os recursos tecnológicos estão a serviço dos opressores e do fortalecimento de suas práticas políticas. e) os sistemas de comunicação são mecanismos importantes de adesão e compartilhamento de valores sociais. 78.

Linotipos O Museu da Imprensa exibe duas linotipos. Trata-se de um tipo de máquina de composição de tipos de chumbo, inventada em 1884 em Baltimore, nos Estados Unidos, pelo alemão Ottmar Mergenthaler. O invento foi de grande importância por ter significado um novo e fundamental avanço na história das artes gráficas. A linotipia provocou, na verdade, uma revolução porque venceu a lentidão da composição dos textos executada na tipografia tradicional, em que o texto era composto à mão, juntando tipos móveis um por um. Constituía-se, assim, no principal meio de composição tipográfica até 1950. A linotipo, a partir do final do século XIX, passou a produzir impressos a baixo custo, o que levou informação às massas, democratizou a informação. Promoveu uma revolução na educação. Antes da linotipo, os jornais e revistas eram escassos, com poucas páginas e caros. Os livros didáticos eram também caros, pouco acessíveis.

Disponível em: http://portal.in.gov.br. Acesso em: 23 fev. 2013 (adaptado).

O texto apresenta um histórico da linotipo, uma máquina tipográfica inventada no século XIX e responsável pela

dinamização da imprensa. Em termos sociais, a contribuição da linotipo teve impacto direto na a) produção vagarosa de materiais didáticos. b) composição aprimorada de tipos de chumbo. c) montagem acelerada de textos para impressão. d) produção acessível de materiais informacionais. e) impressão dinamizada de imagens em revistas. 79. Existe uma regra religiosa, aceita pelos praticantes do judaísmo e do islamismo, que proíbe o consumo de carne de porco. Estabelecida na Antiguidade, quando os judeus viviam em regiões áridas, foi adotada séculos depois, por árabes islamizados, que também eram povos do deserto. Essa regra pode ser entendida como a) uma demonstração de que o islamismo é um ramo do judaísmo tradicional. b) um indício de que a carne de porco era rejeitada em toda a Ásia. c) uma certeza de que do judaísmo surgiu o islamismo. d) uma prova de que a carne do porco era largamente consumida fora das regiões áridas. e) uma crença antiga de que o porco é um animal impuro. 80.

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer Porque sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura... (Alberto Caeiro) A tira Hagar e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente, a) pelo alcance de cada cultura. b) pela capacidade visual do observador. c) pelo senso de humor de cada um. d) pela idade do observador. e) pela altura do ponto de observação.

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81.

A situação abordada na tira torna explícita a contradição entre a) relações pessoais e o avanço tecnológico. b) inteligência empresarial e a ignorância dos cidadãos. c) inclusão digital e a modernização das empresas. d) economia neoliberal e a reduzida atuação do Estado. e) revolução informática e a exclusão digital. 82. Só num sentido muito restrito, o indivíduo cria com seus próprios recursos o modo de falar e de pensar que lhe são atribuídos. Fala o idioma de seu grupo; pensa à maneira de seu grupo. Encontra a sua disposição apenas determinadas palavras e significados. Estas não só determinam, em grau considerável, as vias de acesso mental ao mundo circundante, mas também mostram, ao mesmo tempo, sob que ângulo e em que contexto de atividade os objetos foram até agora perceptíveis ao grupo ou ao indivíduo. MANNHEIM, K. Ideologia e utopia. Porto Alegre: Globo, 1950 (adaptado). Ilustrando uma proposição básica da sociologia do conhecimento, o argumento de Karl Mannheim defende que o(a) a) conhecimento sobre a realidade é condicionado socialmente. b) submissão ao grupo manipula o conhecimento do mundo. c) divergência é um privilégio de indivíduos excepcionais. d) educação formal determina o conhecimento do idioma. e) domínio das línguas universaliza o conhecimento. 83. Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar!

NIETZSCHE. F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro,1977.

O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que a) reforça a liberdade do cidadão. b) desvela os valores do cotidiano. c) exorta as relações de produção. d) destaca a decadência da cultura. e) amplifica o sentimento de ansiedade. 84. Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.

ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da Filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (Adaptação).

O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? a) estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. b) privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. c) atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. d) afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. e) rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. 85. Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.

SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à a) consagração de relacionamentos afetivos. b) administração da independência interior. c) fugacidade do conhecimento empírico. d) liberdade de expressão religiosa. e) busca de prazeres efêmeros.

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86. Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009. O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana. b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais. c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas. d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes. e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas. 87. A política foi, inicialmente, a arte das pessoas se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem.

VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M. V. M. A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996.

Nessa definição, o autor entende que a história da política está dividida em dois momentos principais: um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo, caracterizado por uma democracia incompleta. Considerando o texto, qual é o elemento comum a esses dois momentos da história política? a) a distribuição equilibrada do poder. b) o impedimento da participação popular. c) o controle das decisões por uma minoria. d) a valorização das opiniões mais competentes. e) a sistematização dos processos decisórios. 88. Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais tendem a reger-se por imagens midiáticas, a imagem de um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar valor econômico na medida de seu incremento técnico, amplitude do espelhamento e da atenção pública. Aparecer é então mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado, ao mesmo tempo que acena democraticamente para as massas com supostos “ganhos distributivos” (a informação ilimitada, a quebra das

supostas hierarquias culturais), afeta a velha cultura disseminada na esfera pública. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies, tanto falar e ser falado quanto ser visto são índices do desejo do “espelhamento”.

SODRÉ, M. Disponível em: <http://alias.estadao.com.br>. Acesso em: 09 fev. 2015 (Adaptação).

A crítica contida no texto sobre a sociedade contemporânea enfatiza a) a prática identitária autorreferente. b) a dinâmica política democratizante. c) a produção instantânea de notícias. d) os processos difusores de informações. e) os mecanismos de convergência tecnológica. 89. Simples, saborosa e, acima de tudo, exótica. Se a culinária brasileira tem o tempero do estranhamento, esta verdade decorre de dois elementos: a dimensão do território e a infinidade de ingredientes. Percebe-se que o segredo da cozinha brasileira é a mistura com ingredientes e técnicas indígenas. É esse o elemento que a torna autêntica.

POMBO, N. Cardápio Brasil. Nossa História, n. 29, mar. 2008 (adaptado). O processo de formação identitária descrito no texto está associado à a) imposição de rituais sagrados. b) assimilação de tradições culturais. c) tipificação de hábitos comunitários. d) hierarquização de conhecimentos tribais. e) superação de diferenças etnorraciais. 90. Em algumas línguas de Moçambique não existe a palavra “pobre”. O indivíduo é pobre quando não tem parentes. A pobreza é a solidão, a ruptura das relações familiares que, na sociedade rural, servem de apoio à sobrevivência. Os consultores internacionais, especialistas em elaborar relatórios sobre a miséria, talvez não tenham em conta o impacto dramático da destruição dos laços familiares e das relações de entreajuda. Nações inteiras estão tornando-se “órfãs”, e a mendicidade parece ser a única via de uma agonizante sobrevivência.

COUTO, M. E se Obama fosse africano? & outras intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado).

Em uma leitura que extrapola a esfera econômica, o autor associa o acirramento da pobreza à a) afirmação das origens ancestrais. b) fragilização das redes de sociabilidade. c) padronização das políticas educacionais. d) fragmentação das propriedades agrícolas. e) globalização das tecnologias de comunicação.