Enem 2012 - Fascículo 1

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01 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Redação, Interpretação, Literatura e Língua Estrangeira Diego Pereira, Fonteles e Idália Parente Universidade Aberta do Nordeste e Ensino à Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução desse fascículo. Cópia não autorizada é crime. Esta publicação não pode ser comercializada. Disponível no site: www.fdr.com.br/ enem2012 GRATUITO

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01Linguagens, Códigos e suas TecnologiasRedação, Interpretação, Literatura e Língua EstrangeiraDiego Pereira, Fonteles e Idália Parente

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3Universidade Aberta do Nordeste

Prezado(a) Leitor(a),

O Colégio Christus, empenhado em contribuir para seu sucesso no Enem 2012, disponibiliza, em parceria com a

Fundação Demócrito Rocha, doze fascículos contemplando as diversas áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos

e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas

Tecnologias.

Assim, é de fundamental importância a leitura atenta desses fascículos, os quais irão ajudá-lo bastante no importante

objetivo de ingressar em uma universidade. Neles, você encontrará orientações específicas sobre os conteúdos descritos na

matriz de referência do Enem 2012, além de vários exercícios que exploram as competências e as habilidades necessárias

para responder às questões do Enem.

Há também um espaço dedicado para desenvolver ou aprimorar as competências e as habilidades a serem demonstradas

na redação. Com esse objetivo, além de disponibilizar informações específicas nessa área, o Colégio Christus possibilita

a você treinar a escrita por meio do projeto Christus - Redação 1000 online. Participando desse projeto, você terá

oportunidade de submeter sua redação à correção da equipe de professores do Colégio Christus. Somente o Pré-

Universitário do Colégio Christus obteve nove alunos com a nota 1000 na redação do último Enem. Compartilhe dessa

iniciativa. Para isso, acesse o site www.christus.com.br, leia o regulamento e encontre mais informações para participar.

Convém ressaltar ainda que este trabalho, como todos que se propõem a esse objetivo, não encerra totalmente as dúvidas

e os questionamentos a respeito do assunto. Não se trata, portanto, de algo definitivo, mas de um elenco de informações

e orientações fruto da experiência dos professores do Christus, as quais, aliadas ao conhecimento adquirido durante o

ano, facilitarão o alcance do objetivo.

Bom êxito!

Redação

O Enem solicita uma redação estruturada na forma de texto em prosa do tipo dissertativo-argumentativo, a partir da proposta de um tema de ordem social, cien-tífica, cultural ou política. Nesse texto, serão avaliadas as cinco competências da Matriz do Enem, referentes à produção de um texto:I. Demonstrar domínio da norma-padrão da língua es-

crita. O estudante deve utilizar o registro adequado a uma situação formal de produção de texto escrito: a norma-padrão. Para isso, deve ter atenção aos as-pectos gramaticais, como sintaxe de concordância, de regência e de colocação, pontuação, flexão no-minal e verbal e crase; às convenções ortográficas e ao registro adequado ao texto solicitado conforme a situação formal de produção textual exigida.

II. Compreender a proposta de redação e aplicar con-ceitos das várias áreas de conhecimento para desen-volver o tema, dentro dos limites estruturais do tex-to dissertativo-argumentativo. O estudante deve ler atenciosamente a proposta para compreender a te-mática e, assim, instaurar uma problemática em que se analisam, interpretam-se e se relacionam fatos, da-

dos, informações, argumentos e opiniões em defesa de um ponto de vista; precisa também demonstrar conhecimento da estrutura tipológica de texto dis-sertativo-argumentativo e estabelecer um projeto de texto para desenvolver o tema configurando autoria.

III. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informa-ções, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Em dada situação formal de interlo-cução, o estudante deve demonstrar desempenho no tocante à seleção, à organização, à relação e à inter-pretação de fatos, dados, informações, argumentos e opiniões em defesa do enfoque dado ao tema propos-to, estabelecendo relações lógicas e coerentes.

IV. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguís-ticos necessários para a construção da argumenta-ção. Nessa competência, o estudante deve demons-trar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção e a articulação dos argumentos, dos fatos e das opiniões selecionados para a defesa de um ponto de vista, especialmente com relação ao emprego de recursos coesivos, como conectivos, tempos verbais, sequência temporal, re-

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lações anafóricas, conexões entre os vocábulos, as sentenças e os parágrafos, objetivando o estabe-lecimento da coesão lexical (repetição, reiteração, emprego de sinônimos, hiperônimos, conexos), da coesão gramatical e da coesão referencial.

V. Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. O autor do texto precisa apresentar propostas de intervenção relacionada com o tema proposto e com o projeto de texto desenvolvido sobre o tema, bem como a indi-cação de possíveis variáveis para solucionar a proble-mática desenvolvida, respeitando os direitos humanos. Deve atentar também para a viabilidade das propostas.

É importante também destacar que o texto solicita-do pelo Enem é em prosa porque deve ser redigido em parágrafos e é dissertativo-argumentativo porque se estrutura sob a seguinte forma: proposição (ou tese), ar-gumentação e conclusão e tem o objetivo de defender, por meio de argumentos convincentes, uma ideia ou uma opinião.

Observe o quadro abaixo e veja uma das possibilida-des de desenvolver o texto dissertativo-argumentati-vo para o Enem. Lembre-se: não se trata de um modelo ou uma receita infalível para a construção de texto, mas sim de uma possibilidade de construção.

IntroduçãoParte em que se estabelece a tese, que é a ideia que se defende, é uma afirmativa sufi-cientemente definida e limitada e constitui o eixo central do texto para o qual vão con-correr todas as outras ideias que reforçam a posição apresentada.

Desenvolvimento

Parte em que se usam diversas estratégias argumentativas para envolver o leitor, para impressioná-lo, para convencê-lo, para gerar credibilidade da tese que se está defenden-do. Esses argumentos podem ser configurados como exemplos, dados estatísticos, fatos comprováveis, evidências, testemunhos, fatos históricos e outros.

Conclusão

A conclusão solicitada é a de solução ou proposta. Para chegar a essa conclusão, toda a construção argumentativa deve ter como objetivo a apresentação de possíveis soluções para a questão levantada. A solução ou as soluções, porém, devem resultar de uma relação lógica e coerente com os argumentos, as opiniões, as informações e os dados apresentados no desenvolvimento.

Manual de Capacitação para Correção da Redação do ENEM 2011

Para produzir esse tipo de texto, você deverá desenvolver bem a habilidade de argumentar. Para isso, vamos revisar o que é argumentar. Você já refletiu sobre esse termo?

Argumentar é a habilidade de persuadir e convencer. A persuasão se estabelece no plano das emoções, quando o interlocutor é levado a fazer o que deseja o enunciador. Já o convencimento se dá no plano das ideias, quando o locutor gerencia uma informação, com demonstrações e provas, para mudar a opinião do outro.

Pode-se convencer por meio de argumentos e razões, visando a levar o leitor a seguir uma linha de raciocínio que o possibilite a concordar com os argumentos expostos. Essa linha de raciocínio pode ser bem estabelecida quando se faz um bom projeto de texto.

O texto argumentativo, portanto, é mais complexo que os outros, pois é um recurso que leva em consideração a experiência humana e está em contato com o saber. Por isso, é necessário que se tenha conhecimento do tema sobre o qual se vai argumentar, e, para isso, é importantíssimo que se esteja em constante contato com a leitura.

ABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar: Gerenciando razão e emoção. 2ª ed.-São Paulo: Ateliê Editorial, 2000.

Além de dominar a estrutura do texto dissertativo--argumentativo em prosa, o estudante deve ter conheci-mentos diversificados uma vez que os temas solicitados no Enem são de ordem social, científica, cultural ou po-lítica, por isso é necessário que você esteja atento aos acontecimentos, leia bastantes jornais, revistas e sites

que possam contribuir para a construção de seus argu-mentos. As leituras diversas, com propósito definido, ativam seu conhecimento prévio e, consequentemente, contribuem para solidificar seu conhecimento de mun-do. Relembre os temas já solicitados:

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1999 – “Cidadania e participação social”2000 – “Direito da criança e do adolescente: Como en-frentar esse desafio nacional”2001 – “Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito”2002 – “O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais que o Brasil necessita?”2003 – “A violência na sociedade brasileira: como mu-dar as regras do jogo?”2004 – “Como garantir a liberdade de informação e evi-tar abusos nos meios de comunicação?”2005 – “O trabalho infantil na sociedade brasileira”2006 – “O poder de transformação da leitura”2007 – “O desafio de se conviver com as diferenças”2008 – “Meio ambiente” 2009 – “A valorização do idoso” (prova anulada)2009 – “O indivíduo frente à ética nacional”2010 – “O trabalho na construção da dignidade humana”2011 – “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”

http://educacao.uol.com.br/album/redacao_enem_album.jhtm

Leia mais!Para redigir um bom texto dissertativo-argumentativo, é importante que você evite•• obscuridade: diz respeito ao uso de palavras ou

expressões que dificultam o sentido da mensagem para o leitor.

•• ambiguidade: emprego de palavras ou expressões cujos sentidos não estejam bem delimitados e preci-sos. Há dois tipos de ambiguidade:

A. A ambiguidade resultante do emprego inadequado de uma palavra ou uma expressão que possibilita duas ou mais interpretações;

B. A ambiguidade de referência, ou seja, quando o ter-mo pode referir-se a mais de um elemento, mas a situação contextual não especifica.

•• prolixidade: consiste na utilização exagerada e des-necessária de palavras para exprimir uma ideia. “Se se pode expressar a ideia com quatro ou cinco pala-vras, por que se devem usar dez ou mais?”

Atenção!Para treinar seus conhecimentos e suas habilidades no processo de produção escrita do Enem, participe do Christus - Redação 1000 online! Para isso, aces-se o site www.christus.com.br e informe-se mais.

Linguagens, códigos e suas tecnologias

Semana de Arte Moderna

Este ano, a Semana de Arte Moderna está comple-tando 90 anos, e por ter sido um dos movimentos mais representativos no cenário artístico e cultural brasileiro, foi o tema escolhido para iniciarmos o nosso estudo da literatura brasileira e sua relação com as artes.

Ainda não se sabe ao certo quem teria dado a ideia de realizar uma mostra de artes em São Paulo. De acor-do com o jornal O Estado de São Paulo, de 18 de fe-vereiro de 1922, a sugestão teria sido dada por Marinete Prado, esposa de Paulo Prado, filho do mais importante fazendeiro de café do século XX. Contudo, já em 1920, Oswald de Andrade prometera para 1922, ano do cente-nário da Independência, uma ação dos artistas, adeptos das novas ideias, que marcasse, de forma contundente, os festejos do centenário.

A Semana de Arte Moderna foi possível graças à ar-recadação de fundos junto aos fazendeiros e aos expor-tadores de café. O primeiro a contribuir foi Paulo Prado. É importante mencionar um fato ocorrido em 1917, que concorreu, de forma decisiva, para a realização da Se-mana de Arte Moderna. Esse fato foi a crítica feita por Monteiro Lobato à exposição de Anita Malfatti. Anita chega ao Brasil depois de quatro anos de estudos na Alemanha e nos Estados Unidos e faz uma exposição de pinturas de influências expressionistas e cubistas no salão de chá da loja Mappin, na rua Líbero Badaró, em São Paulo. No primeiro dia, a exposição obteve relativo sucesso, recebendo, inclusive, reservas de quadros. No segundo dia, porém, Monteiro Lobato, na época crítico de arte do jornal O Estado de São Paulo, que visitara a exposição na véspera, publica o artigo “Paranoia ou Mistificação?”, em que, apesar de admitir que a artis-ta tinha talento, denigre seu trabalho, e as reservas dos

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quadros são canceladas. A violenta crítica feita por Lo-bato à Anita Malfatti fez que aqueles artistas e escritores que defendiam o moderno nas artes saíssem em defesa da pintora, gerando um sentimento de grupo em torno da defesa das ideias modernistas.

A Semana de Arte Moderna concentrou-se em três sessões, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Em cada um desses dias, houve a predominância de uma te-mática. Durante toda a semana, o saguão do Teatro Mu-nicipal de São Paulo ficou aberto ao público. Nele havia uma exposição de artes plásticas. Na primeira noite (13-2-1922), houve uma conferência proferida por Graça Aranha abrindo o evento. Essa conferência intitulada “A emoção estética na arte moderna” mostrava o apoio do escritor ao movimento modernista. Logo após a con-ferência, houve declamação de poemas, por Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho, e apresentação de músicas de Ernani Braga e Villa-Lobos. Na segunda noite (15-2-1922), a mais tumultuada e a mais importante das três, houve uma conferência de Menotti del Picchia com o objetivo de negar a ligação do modernismo brasileiro com o futurismo de Marrinetti e defender a integração da poesia com os tempos modernos, como também a criação de uma arte genuinamente brasileira com li-berdade criadora. Na última noite (17-2-1922), a mais tranquila das três, houve um longo recital de Villa-Lobos, Alfredo Gomes, Paulina d’Ambrósio, Lima Viana, Maria Emma, Lúcia Villa-Lobos, Pedro Vieira e Antão Soares.

A imprensa, de um modo geral, desdenhou a Sema-na de Arte Moderna; porém, O Estado de São Paulo, maior jornal paulista da época e um dos maiores do país, conservou uma sobriedade até certo ponto simpática para com o evento. A Semana de Arte Moderna tinha os seguintes objetivos fundamentais:1. Reivindicar o direito permanente à pesquisa estética,

à atualização da arte brasileira e à criação de uma consciência criadora nacional.

2. Reagir contra o academicismo de uma maneira geral.3. Defender o uso da linguagem coloquial e da livre

expressão.4. Valorizar a realidade nacional.5. Exaltar as ideias modernistas.

Manifestos Pós-Semana de 22A primeira fase do Modernismo brasileiro, conhecida como Geração de 22, caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento renovador e pela divulgação de obras e ideias modernistas. Apesar da diversidade de correntes e ideias, pode-se dizer que, de modo geral,

os escritores de maior destaque dessa fase defendiam a reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais, a promoção de uma revisão crítica de nosso passado his-tórico e de nossas tradições culturais. Eram, portanto, defensores de uma visão nacionalista, porém crítica, da realidade brasileira. Durante essa primeira fase, vários manifestos ganharam o cenário intelectual nacional, numa investigação profunda, e por vezes radical, de no-vos conteúdos e de novas formas de expressão. Os re-sultados deixados por esse período de pesquisas foram a implantação definitiva do movimento modernista e a maturidade e a autonomia da literatura brasileira. Fale-mos um pouco sobre os manifestos pós-semana de 22.PAU-BRASIL (1924) - Tem início quando Oswald de An-drade lança o “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”, na edi-ção de 18 de março do Correio da Manhã. Essa corrente propunha uma arte brasileira de “exportação”, de raiz, telúrica e primitiva.VERDE-AMARELO (1926) - As primeiras manifestações do movimento Verde-Amarelo aconteceram em 1926, criticando a estética Pau-Brasil, por julgá-la “afrancesa-da”, e pregando uma arte genuinamente nacional, de tom ufanista, com a valorização do elemento indígena e sem fazer nenhuma concessão aos estrangeirismos. O Verde-Amarelo evoluiu para o Movimento da Anta, de franco caráter direitista, com enunciações fascistas.ANTROPOFAGIA (1928) - Revidando com sarcasmo o primitivismo xenófobo da Anta, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Raul Bopp lançaram, em 1928, o mais radical de todos os movimentos do período: a An-tropofagia. O movimento foi inspirado no quadro Aba-poru (antropófago, em tupi), que Tarsila do Amaral tinha dado de presente a Oswald de Andrade. O movimento propõe a “devoração” da cultura e das técnicas impor-tadas e sua reformulação com autonomia, transforman-do o produto importado em exportável.

Questão comentada

Amaral,Tarsila do. O Mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

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No quadro ao lado, de Tarsila do Amaral, existe a Predominância do CUBISMO.
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(Enem) O modernismo brasileiro teve forte influência das van-guardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, es-ses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira defini-tivamente. Tomando como referência o quadro O Mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas, aA. imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.B. forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.C. natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.D. imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.E. forma apresenta contornos e detalhes humanos.

Solução comentadaA opção “A” está errada, pois afirma que a imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas, quando, na realidade, o que se observa é a predominância do Cubismo na tela de Tarsila do Amaral. Como se sabe o Cubismo foi das vanguar-das europeias. A opção “B” está correta, pois em função da influência do Cubismo, percebe-se a utilização de linhas retas na confecção da obra, também se observa que a realidade cotidiana brasileira é destacada na obra. Isso é uma influência direta da Semana de Arte Moderna, pois um dos postulados do modernismo brasileiro foi a valorização da realidade na-cional. A opção “C” está errada, pois afirma que a nature-za é admirada como um espaço utópico, e, como sabemos, Tarsila fez parte do Manifesto Pau-Brasil que tinha uma visão nacionalista crítica e não utópica. A opção “D” está errada porque afirma que a imagem privilegia uma ação moderna e industrializada, enquanto a tela de Tarsila nos mostra uma cena de uma cidadezinha, possivelmente do interior, sem ne-nhuma marca de industrialização. A opção “E” também está errada porque a imagem mostra uma cidadezinha com casas, plantas, água, uma ponte e algumas pessoas e não contornos e detalhes humanos. Portanto, a resposta é letra “B”.

Para aprender mais!1. A exposição de Lasar Segall, em 1913, não causou

polêmica. Afinal, tratava-se do trabalho de um es-trangeiro, que teria, portanto, o “direito” de apre-sentar uma arte estranha ao gosto brasileiro. Mas, com a exposição da pintora brasileira Anita Malfat-ti, a reação foi diferente. Sua exposição, em 1917, provocou a publicação de um artigo com severas críticas por parte do escritor Monteiro Lobato. Em função das críticas desfavoráveis a Anita Malfatti, muitos artistas se uniram a ela em busca de uma arte brasileira livre das regras impostas pelo aca-demicismo. Eis a grande importância histórica de Anita Malfatti:

A. trazer de volta os valores clássicos para a arte brasi-leira, pois as críticas feitas por Lobato promoveram uma profunda reflexão na visão da grande pintora

brasileira que se tornou o maior nome da Semana de Arte Moderna.

B. revitalizar a arte romântica brasileira, pois observou que o gosto brasileiro não comportava tanta inova-ção no uso da cor.

C. ao ser criticada, chamou a atenção para as inova-ções na arte e revelou que sua pintura apontava no-vos caminhos, principalmente no uso da cor.

D. ao ser criticada por Lobato, preferiu dar à sua pintu-ra um novo viés. Torna-se a grande representante do Surrealismo no Brasil.

E. iniciar uma inovação revolucionária na pintura mun-dial, pois mesclou o Impressionismo ao Expressionis-mo dando início à Semana de Arte Moderna.

2. Que importa a paisagem, a Glória, a baia, a linha do horizonte?

O que eu vejo é o beco(Manuel Bandeira, Poema do beco.)

Manuel Bandeira compõe, juntamente com Oswald e Mário de Andrade, a tríade maior da primeira fase mo-dernista, responsável pela divulgação e pela solidificação do movimento modernista em nosso país. Entre as inú-meras contribuições deixadas pela poesia de Bandeira, uma está exemplificada no poema posto acima e pode ser identificada como

A. o rigor métrico.B. a forte musicalidade simbolista.C. a violenta crítica social.D. a perfeita escolha lexical.E. o verso livre.

3.

Texto 1Pronominais

Dê-me um cigarroDiz a gramática

Do professor e do alunoE do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom brancoDa Nação BrasileiraDizem todos os dias

Deixa disso camaradaMe dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultura, 1988)

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Texto 2“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na con-versação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens

(...)”

(CEGALLA, Domingos Paschoal. São Paulo: Nacional, 1980)

O uso do pronome átono no início das frases é destaca-do por um poeta e por um gramático nos textos postos acima. Comparando a explicação dada pelos autores so-bre essa regra, pode-se afirmar que ambos

A. condenam essa regra gramatical.B. acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.C. criticam a presença de regras na gramática.D. afirmam que não há regras para o uso de pronomes.E. relativizam essa regra gramatical.

4. A imprensa, de um modo geral, desdenhou a Se-mana de Arte Moderna; houve até publicações que antecipadamente se declararam contra o evento sem saber sequer do que se tratava. O Estado de São Paulo, maior jornal paulista da época e um dos maiores do país, manteve uma postura sóbria sobre o evento. Apesar da resistência dos grupos mais conservadores, após a Semana de Arte Mo-derna de 1922, ocorreu uma revolução nas artes brasileiras, revelando novas linguagens, formas e abordagens, que chocavam pelo ineditismo e ou-sadia. O período vivido pela Geração de 22, tam-bém chamado de fase heroica, em decorrência da implantação do Modernismo no Brasil em um mo-mento ainda fortemente marcado por tendências conservadoras, é caracterizado por intenso expe-rimentalismo, tanto na forma como na temática. Nesse primeiro momento do Modernismo, desen-volveram-se a poesia, mais intensamente, a prosa e ainda a prosa-poética. Em todas essas formas, observam-se inovações como

A. o rompimento com o passado e a conservação do academicismo literário.

B. a incorporação e a valorização do prosaico, do vul-gar, do cotidiano, inclusive da linguagem coloquial, na poesia e na prosa.

C. a prevalência do nacionalismo ufanista e a rejeição do nacionalismo crítico.

D. a rejeição do prosaico, do vulgar, do cotidiano e da linguagem coloquial no texto literário.

E. o rigor formal, personificado pelo uso do soneto e pelas formas de composição com métrica regular.

Leia mais!Centenário de nascimento de

Nelson Rodrigues (23-8-1912/21-12-1980)

Nelson Rodrigues foi importante dramaturgo, jornalista e escritor brasileiro, tido como o mais influente drama-turgo do Brasil. Nascido no Recife, Pernambuco, mudou--se, em 1916, para a cidade do Rio de Janeiro. Quando maior, trabalhou no jornal A Manhã, de propriedade de seu pai. Foi repórter policial durante longos anos, de onde acumulou uma vasta experiência para escrever suas peças a respeito da sociedade. Sua primeira peça foi A Mulher sem Pecado, que lhe deu os primeiros sinais de prestígio dentro do cenário teatral. O sucesso mesmo veio com Vestido de Noiva, que trazia, em matéria de teatro, uma renovação nunca vista nos palcos brasileiros. A consagração se seguiria com vários outros sucessos, transformando-o no grande representante da literatura teatral do seu tempo, apesar de suas peças serem ta-chadas muitas vezes de obscenas e imorais. Em 1962, começou a escrever crônicas esportivas, deixando trans-parecer toda a sua paixão por futebol. Veio a falecer em 1980 no Rio de Janeiro.

Funções da linguagem

É importante, ao estudarmos as funções da linguagem, que conheçamos os elementos constitutivos de todo processo linguístico, de todo ato de comunicação. Esses elementos são:

1. Emissor, Destinador ou Remetente - é aquele que emite a mensagem; pode ser uma firma, uma pessoa, um jornal, etc.

2. Receptor ou Interlocutor - é aquele que recebe a mensagem; pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas (os leitores de um jornal, os alunos de uma sala de aula, etc.).

3. Mensagem - é o conjunto de informações transmitidas.4. Código - é o conjunto de signos e regras de com-

binação desses signos, utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só será efetiva se o receptor souber decodificar a mensagem.

5. Canal de comunicação - é o meio concreto pelo qual a mensagem é transmitida (voz, livro, revista, emissora de TV, jornal, computador, etc.).

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6. Contexto ou Referente - é a situação ou o assunto a que a mensagem se refere.

Segundo Roman Jakobson, cada um dos seis fa-tores anteriormente determinados define uma dife-rente função da linguagem. Normalmente não se en-contram mensagens verbais que se relacionem a uma única função. A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante. Veja-mos quais são elas:

1. Função referencial - é a que se volta para a infor-mação, para o próprio contexto. A intenção é trans-mitir ao interlocutor dados da realidade de uma for-ma direta e objetiva, com palavras empregadas em seu sentido denotativo.

2. Função emotiva ou expressiva - nessa função a intenção do emissor é posicionar-se em relação ao tema de que está tratando, é expressar seus senti-mentos e emoções, produzindo um texto subjetivo, escrito em primeira pessoa, que se transforma num espelho de seu ânimo, de suas emoções, de seu es-tado, enfim.

3. Função conativa ou apelativa - ocorre essa fun-ção quando a intenção do emissor é influenciar o receptor, pois a mensagem está centrada nele (re-ceptor) em forma de ordem, apelo ou súplica. Os verbos no imperativo, o uso de vocativos e da se-gunda pessoa são marcas gramaticais dessa função.

4. Função fática - ocorre essa função quando a pre-ocupação do emissor é manter contato com o re-ceptor, prolongando uma comunicação ou então testando o canal de comunicação.

5. Função metalinguística - essa função acontece quando a preocupação do emissor está voltada para o próprio código utilizado, ou seja, o código é o tema da mensagem ou é utilizado para explicar o próprio código.

6. Função poética - essa função está centrada na mensagem e se caracteriza pela criatividade da lin-guagem. Ocorre quando a linguagem é considerada em seu significante, no seu valor rítmico, sonoro ou visual.

Questão comentadaA propaganda pode ser definida como divulgação intencio-nal e constante de mensagens destinadas a um determinado auditório visando criar uma imagem positiva ou negativa de determinados fenômenos. A propaganda está muitas vezes

ligada à ideia de manipulação de grandes massas por parte de pequenos grupos. Alguns princípios da propaganda são: o princípio da simplificação, da saturação, da deformação e da parcialidade.

(Adaptado de Norberto Bobbio, et al. Dicionário de política)

(Enem) Segundo o texto, muitas vezes a propagandaA. não permite que minorias imponham ideias à maioria.B. depende diretamente da qualidade do produto que é

vendido.C. favorece o controle das massas difundindo as contradi-

ções do produto.D. está voltada especialmente para os interesses de quem

vende o produto.E. convida o comprador à reflexão sobre a natureza do que

se propõe vender.

Solução comentadaO texto apresenta informações sobre a propaganda, sabe-se que, no texto publicitário, predomina a função apelativa ou conativa da linguagem, pois como o objetivo de toda propa-ganda é influenciar o receptor da mensagem a tomar uma determinada decisão, todos os argumentos textuais utilizados concorrem para esse fim. Evidentemente, se o alvo é o recep-tor para tentar convencê-lo a fazer algo, o texto publicitário está voltado especialmente para os interesses de quem ven-de o produto. Daí a predominância da função apelativa, pois, para vender o produto, é necessário convencer o comprador, ou seja, o receptor da mensagem. Portanto, a opção correta é a letra “D” que afirma que a propaganda está especialmente voltada para os interesses de quem vende o produto.

Para aprender mais!5.

“Olá, como vai?Eu vou indo, e você, tudo bem?

Tudo bem, eu vou indo, correndo,Pegar meu lugar no futuro, e você?Tudo bem, eu vou indo em busca

De um sono tranquilo, quem sabe?Quanto tempo...

Pois é... Quanto tempo...(Viola, Paulinho da. Sinal fechado.)

Observando o trecho da canção posta acima, que repro-duz uma conversa entre duas pessoas que não se encon-tram há muito tempo e não têm muito sobre o que falar, percebe-se que nesse texto predomina a função

A. metalinguística.B. conativa.

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C. poética.D. fática.E. emotiva.

6.

“ Lá fora há uma treva dos diabos, um grande silêncio. Entretanto o luar entra por uma janela e o nordeste fu-rioso espalha folhas secas no chão.É horrível! Se aparecesse alguém...Estão todos dormindo.Se ao menos a criança chorasse...Nem sequer tenho amizade a meu filho. Que miséria!Casimiro Lopes está dormindo. Marciano está dormindo. Patifes!E eu vou ficar aqui, às escuras, até não sei que horas, até que, morto de fadiga, encoste a cabeça à mesa e descanse uns minutos.”

(Ramos, Graciliano. São Bernardo.35ª. Ed.Rio de Janeiro: Record, 1980. p. 191.)

Analisando esse fragmento, retirado da obra São Ber-nardo, de Graciliano Ramos, observa-se a presença de interjeições, de alguns sinais de pontuação (reticências, ponto de exclamação ) e o emprego da primeira pessoa do singular. Esses elementos textuais apontam para a predominância da função

A. emotiva.B. fática.C. referencial.D. poética.E. conativa.

7.

Observa-se que o texto posto acima busca persuadir o receptor, no caso o consumidor, tentando convencê-lo a consumir o produto anunciado. Nesse tipo de texto, predomina a função

A. metalinguística.B. poética.

C. apelativa.D. fática.E. emotiva.

8. “benesse/é/ s.2g. 1 ECLES emolumento a que têm direito os curas, vigários e outros eclesiásticos; pé--de-altura; direito de estola 2p.ext. aquilo que se doa; presente, dádiva (a solidariedade brasileira cumulou de b. os flagelados) 3p.ext. vantagem ou lucro que não deriva de esforço ou trabalho; sinecu-ra 4 fig. Condição favorável; vantagem, ajuda (as b. da mocidade) [...]”

(Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de janeiro: Objetiva, 2001)

Observa-se que o fragmento posto acima, retirado de um dicionário da língua portuguesa, tem como fator es-sencial o código. O objetivo da mensagem é referir-se à própria linguagem. Portanto, esse fragmento exemplifi-ca a função

A. metalinguística.B. apelativa.C. poética;D. conativa.E. referencial.

O texto

A palavra texto é proveniente do latim textum que signi-fica tecido. Há, pois, uma razão etimológica para que ele seja entendido como se fosse uma textura, ou seja, um entrecruzamento de frases, como os fios de um tecido. E tal como os fios de um tecido, essas frases são estanques, independentes, embora unidas entre si, produzindo signi-ficados diferentes, de acordo com o contexto em que es-tão inseridas. Daí a necessidade de se fazer um confronto entre todas as partes que compõem um texto, a fim de apreender o que está contido nas entrelinhas. Tendo em vista que um texto não é uma simples reunião de frases isoladas, conclui-se que, para entender qualquer uma de suas passagens, é necessário confrontá-la com as demais partes que compõem, pois, do contrário, pode-se chegar a um significado oposto ao que realmente ele tem. Por isso, deve-se levar sempre em conta o contexto em que está inserida a passagem lida.

1. O contextoÉ a unidade linguística maior (conhecimento ) na qual se encaixa uma unidade linguística menor (texto). Desse

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modo, uma frase se insere no contexto de uma oração, que se insere no contexto de um período, que se inse-re no contexto do parágrafo, que se insere no contexto do capítulo, que se insere no contexto de toda a obra. O contexto deve vir sempre explicitado linguisticamente ou então deve estar implícito, o que ocorre quando os elementos do enredo em que se produz o texto não ne-cessitam de maiores esclarecimentos e dão como pressu-posto o contexto em que ele está encaixado.

Uma boa leitura nunca pode basear-se em trechos isolados de um texto, porquanto o significado das partes é sempre determinado pelo contexto dentro do qual se situam. Assim, a leitura ideal deve apreender sempre o pronunciamento contido nas entrelinhas do texto e per-ceber a posição tomada pelo autor frente a uma questão qualquer.

2. Como ler e entender o textoDiante de um texto, deve-se proceder a dois tipos de lei-tura: a informativa e a interpretativa. Na informativa, há que se identificar, em primeiro lugar, a palavra-chave de cada parágrafo e as palavras que estruturam as frases básicas da informação. Já a leitura interpretativa exige que se tenha a capacidade de compreensão, análise e síntese das informações que se encontram nos diversos parágrafos do texto.

2.1 Leitura informativaSua finalidade é dar respostas específicas e, para tanto, exige que a leitura seja seletiva e crítica.

I. Leitura seletiva - Para uma leitura seletiva, deve-se procurar identificar, em cada parágrafo, a ideia-nú-cleo, pois é em torno dela que o autor desenvolve as ideias secundárias. A ideia-núcleo quase sempre se encontra no primeiro período do parágrafo e ra-ramente, no último. A ideia núcleo (uma generali-zação) constitui a base de tudo o que o autor relata no parágrafo. É conhecida como tópico frasal e, a partir dela, seguem-se as demais ideias, as secundá-rias (especificações). Quando o tópico frasal está no primeiro período, diz-se que o parágrafo é desen-volvido com raciocínio dedutivo. Quando no último, diz-se que é com raciocínio indutivo. Nesse tipo de leitura, ou seja, a seletiva, também deve-se selecio-nar, na continuidade do texto, os tópicos frasais de cada um dos parágrafos. Ao fazer essa seleção, ob-tém-se a síntese ou resumo do texto.

II. Leitura crítica - Para fazer esse tipo de leitura, é ne-cessário que o leitor tenha uma visão que abarque todo o assunto que está em pauta. A leitura crítica

exige o conhecimento da pertinência dos conteúdos do texto, com base no ponto de vista do autor, e não do leitor, e a relação contida entre esse ponto de vista e os tópicos frasais. Com isso, observa-se a subordi-nação entre a ideia principal e as que a subsidiam.

2.2 Leitura interpretativaEsse tipo de leitura exige, em primeiro lugar, que se te-nha o domínio da leitura informativa e, a seguir, que o leitor domine as seguintes capacidades:

I. Compreensão global do texto - O leitor deve en-tender a mensagem literal contida no texto, isto é, a ideia central, o objetivo, a tese defendida, o ponto de vista e a postura ideológica do autor.

II. Análise do texto - Refere-se à capacidade de saber decompor um texto em suas diferentes partes, par-tindo do tópico frasal de cada parágrafo e verifican-do a sua relação com o contexto.

III. Síntese do texto - É a reconstituição do texto já de-composto pela análise, eliminando-se o supérfluo, com fixação no essencial.

3. Erros ClássicosI. Contradição - Um ou outro item conclui contraria-

mente ao texto. Para o leitor, parece estar correto, mas, se verificar com mais cuidado, verá que a afir-mação diz o contrário do texto ou omite passagens importantes para fugir do original. Deve-se tomar cuidado com algumas palavras: pode, deve, não, ex-ceto, inclusive e outras.

II. Extrapolação - Ocorre esse erro quando o exami-nador faz a questão fora do texto, ou diz mais do que o texto, ou generaliza o que é particular. Mui-tas vezes são fatos reais, mas não estão expressos no texto. O leitor deve ater-se somente ao que está relatado.

III. Redução - Ocorre quando se particulariza o que é geral ou então se despreza o contexto e entende-se apenas uma parte do texto, com outro significado que não foi dado pelo autor.

Questão comentadaO “politicamente correto” tem seus exageros, como chamar baixinho de “verticalmente prejudicado”, mas, no fundo, vem de uma louvável preocupação em não ofender os dife-rentes. É muito mais gentil chamar estrabismo de “idiossin-crasia ótica” do que de vesguice. O linguajar brasileiro está cheio de expressões racistas e preconceituosas que precisam de uma correção, e até as várias denominações para bêbado (pinguço, bebo, pé-de-cana) poderiam ser substituídas por

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- Não esquecer.
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algo como “contumaz etílico”, para lhe poupar os sentimen-tos. O tratamento verbal dado aos negros é o melhor exem-plo da condescendência que passa por tolerância racial no Brasil. Termos como “crioulo”, “negão” etc. são até conside-rados carinhosos, do tipo de carinho que se dá a inferiores, e, felizmente, cada vez menos ouvidos. “Negro” também não é mais correto. Foi substituído por afrodescendente, por in-fluência dos afro-americans, num caso de colonialismo cul-tural positivo. Está certo. Enquanto o racismo que não quer dizer seu nome continua no Brasil, uma integração real pode começar pela linguagem.

(VERÍSSIMO, L, F. Peixe na cama. Diário de Pernambuco. 10 jun.2006 – adaptado)

(Enem) Ao comparar a linguagem cotidiana utilizada no Brasil e as exigências do comportamento “politicamente correto”, o autor tem a intenção deA. criticar o racismo declarado do brasileiro, que convive

com a discriminação camuflada em certas expressões lin-guísticas.

B. defender o uso de termos que revelam a despreocupação do brasileiro quanto ao preconceito racial, que inexiste no Brasil.

C. mostrar que os problemas de intolerância racial, no Brasil, já estão superados, o que se evidencia na linguagem co-tidiana.

D. questionar a condenação de certas expressões considera-das “politicamente incorretas”, o que impede os falantes de usarem a linguagem espontânea.

E. sugerir que o país adote, além de uma postura linguística “politicamente correta”, uma política de convivência sem preconceito racial.

Solução comentadaPela leitura do texto, percebe-se que a argumentação feita pelo autor ao estabelecer uma comparação entre a linguagem cotidiana do brasileiro e o comportamento “politicamente correto” tem como objetivo sugerir que o país não somen-te adote uma linguagem politicamente correta com os vários segmentos sociais vítimas de preconceito, mas também adote uma política de convivência social livre de preconceito racial. Portanto, a opção correta é a letra “E”.

Para aprender mais!

(http://www.google.com.br. Acesso 14 jul. 2012)

9. Observando-se o conteúdo da tira posta acima, principalmente o questionamento feito por Mafalda no último quadrinho, é lícito inferir-se que Mafalda

A. se mostra otimista com relação ao futuro por isso critica a postura do animal.

B. tem certeza de que o futuro será catastrófico, por isso afirma que o animal não tem futuro.

C. tem dúvida com relação à existência de um futuro bom.D. critica toda e qualquer visão ufanista sobre o futuro.E. não consegue ter uma visão sobre o futuro porque

não entende o presente.

10.

OrfandadeMeu Deus,me dá cinco anosme dá um pé de fedegoso com formiga preta,me dá um Natal e sua véspera,o ressonar das pessoas no quartinho.Me dá a negrinha Fia pra eu brincar,me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe.Me dá minha mãe, alegria sã e medo remediável,me dá a mão, me cura de ser grande,ó meu Deus, meu pai,meu pai.

(PRADO, Adélia. Poesia reunida. São Paulo: Scipione, 2001)

Pela leitura do poema posta acima, percebe-se que o eu lírico se sente completamente órfão

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A. por ter perdido os saudosos momentos de sua in-fância. Por isso suplica a Deus que lhe dê novamen-te a sua vida de criança e o faça esquecer que já é adulto, e que tudo de bom se foi.

B. por ter perdido sua mãe. Por isso lamenta a ausência dela e lembra os momentos tristes de solidão junto a um pai ausente e insensível que só pensava no trabalho.

C. por ter perdido a boa condição financeira que teve na infância. Por isso não aceita a carência material vivida no presente e busca desesperadamente recu-perar a antiga condição social.

D. por ter perdido sua fé em Deus. Por isso tenta resgatar essa fé perdida e voltar a ser alguém crente e cheio de esperanças para poder seguir a caminhada da vida.

E. por ter perdido totalmente a crença no ser humano. Por isso busca resgatar a vida bucólica cercada de animais que teve na infância quando viveu na fazen-da de um tio.

11.

A declaração de Hagar revela uma visão de mundo

A. democrática e inovadora.B. polarizada e restrita.C. conciliadora e altruísta.D. capitalista e comunista ao mesmo tempo.E. reacionária e humanitária.

Língua Espanhola

Para a realização de uma boa prova de língua estran-geira, é necessário que o aluno tenha um bom conheci-mento das estratégias de leitura e seja um leitor compe-tente, pois, o Enem, nas provas de espanhol realizadas até hoje, tem mostrado interesse basicamente pela inter-pretação textual. Por isso, daremos ênfase à abordagem da leitura e da interpretação em língua estrangeira, no caso, língua espanhola.

É bom lembrar que ler não é apenas decodificar, mas, para ler, é preciso saber decodificar, ou seja, ter um conhecimento, ainda que mínimo, do léxico da língua na

qual se está lendo. De acordo com Palinscar e Brown, a compreensão do que se lê é produto de três condições.

1. “Da clareza e coerência do conteúdo dos tex-tos, da familiaridade ou conhecimento da sua estrutura e do nível aceitável do seu léxico, sin-taxe e coesão interna.”

2. “Do grau em que o conhecimento prévio do leitor seja relevante para o conteúdo do texto. Em outras palavras, da possibilidade de o lei-tor possuir os conhecimentos necessários que lhe vão permitir a atribuição de significado aos conteúdos do texto.”

3. “Das estratégias que o leitor utiliza para in-tensificar a compreensão e a lembrança do que lê, assim como para detectar e compen-sar os possíveis erros ou falhas de compreen-são. Estas estratégias são as responsáveis pela construção de uma interpretação para o texto e, pelo fato de o leitor ser consciente do que não entende, para poder resolver o problema com o qual se depara.”

De tal sorte, é importante que o leitor conheça e aplique as estratégias de leitura durante a realização da prova de espanhol do Enem, como também de ou-tras provas que avaliem a leitura e a interpretação em língua espanhola. Portanto, vamos apresentar as cinco estratégias de leitura, que, de acordo com Isabel Solé, devem ser utilizadas na leitura e na interpretação em língua espanhola levando em conta as peculiaridades desse idioma.

1. “Compreender os propósitos implícitos e explí-citos da leitura.” Equivaleria a responder às per-guntas: O que tenho que ler? Por que tenho que ler este texto?

2. “Ativar e aportar à leitura os conhecimentos pré-vios relevantes para o conteúdo em questão.” O que sei sobre o conteúdo do texto? O que sei sobre conteúdos afins que possam ser úteis para mim? Que outras coisas sei que possam me ajudar: sobre o au-tor, o gênero, o tipo de texto...? Vale lembrar que o conhecimento prévio do leitor deve ser utilizado para ajudar na compreensão da leitura do texto e na per-cepção da melhor solução para a situação-problema apresentada pela questão, mas nunca para responder à questão em si, pois isso poderá levar o aluno a co-meter o erro da extrapolação textual.

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3. “Dirigir a atenção ao fundamental, em detri-mento do que pode parecer mais trivial.” Qual é a informação essencial proporcionada pelo texto e necessária para conseguir o meu objetivo de leitura? Que informações posso considerar sem relevância, por sua redundância, por seu detalhe, por não se-rem pertinentes aos propósitos que persigo?

4. “Comprovar continuamente se a compreensão ocorre mediante a revisão, a recapitulação pe-riódica e o questionamento.” O que se pretende explicar neste parágrafo? Qual a ideia fundamental que extraio daqui? Posso reconstruir o fio dos argu-mentos expostos? Posso reconstruir as ideias conti-das nos principais pontos? Tenho uma compreensão adequada dos mesmos?

5. “Elaborar e provar inferências de diversos ti-pos, como interpretações, hipóteses, previsões e conclusões.”

Questão comentada

El TangoYa sea como danza, música, poesía o cabal expresión de una filosofía de vida, el tango posee una larga y valiosa trayectoria, jalonada de encuentros y desencuentros, amores y odios, naci-da desde lo más hondo de la historia argentina.

El nuevo ambiente es el cabaret, su nuevo cultor la clase madia porteña, que ameniza sus momentos de diversión con nuevas composiciones, sustituyendo el carácter malevo del tango pri-mitivo por una nueva poesía más acorde con las concepciones estéticas provenientes de Londres y París.

Ya en la década del 20 el tango se anima incluso a traspasar las fronteras del país, recalando en lujosos salones parisinos donde es aclamado por públicos selectos que adhieren en-tusiastas a la sensualidad del nuevo baile. Ya no es privativo de los bajos fondos porteños; ahora se escucha y se baila en salones elegantes, clubs y casas particulares.

El tango revive con juveniles fuerzas en ajironadas versiones de grupos rockeros, presentaciones en elegantes reductos de San Telmo, Barracas y La Boca y películas foráneas que lo divulgan por el mundo entero.

(disponível em: http://www.elpolvorin.over-blog.es. Acesso em: 22 jun. 2011. Adaptado)

(Enem) Sabendo-se que a produção cultural de um país pode influenciar, retratar ou, inclusive, ser reflexo de acontecimen-tos de sua história, o tango, dentro do contexto histórico ar-gentino, é reconhecido porA. manter-se inalterado ao longo de sua história no país.B. influenciar os subúrbios, sem chegar a outras regiões.C. sobreviver e se difundir, ultrapassando as fronteiras do país.

D. manifestar seu valor primitivo nas diferentes camadas sociais.E. ignorar a influência de países europeus, como Inglaterra

e França.

Solução comentadaA opção “A” está errada porque informa que o tango, ao longo de sua história, permaneceu sem alterações, enquan-to o texto nos diz que o tango, ao longo do tempo, foi se adaptando a novas situações e realidades sociais. A opção “B” também está errada, pois afirma que o tango não chegou a outros lugares além do subúrbio. Porém, observa-se que o tex-to afirma que o tango conquistou outros espaços, inclusive, no exterior. A opção “C” está correta, pois afirma que o tango sobreviveu e se difundiu chegando, inclusive, ao exterior po-demos comprovar essa informação no terceiro parágrafo do texto. A opção “D” está errada porque diz que o tango ma-nifestou seu valor primitivo em diferentes camadas. Porém, o texto, no segundo parágrafo, diz: “...sustituyendo el carácter malevo del tango primitivo por una nueva poesía más acorde con las concepciones estéticas provenientes de Londres y Pa-rís”. A opção “E” também está errada, pois afirma que o tan-go ignorou a influência de países europeus. Essa informação está em desacordo com o conteúdo do segundo parágrafo. Portanto, a opção correta é a C.

Para aprender mais!12.

“Hablando sobre el último partido del Boca el arquero Cárceres dijo a un periodista tras el juego que no com-prendió lo que pasó hoy en la cancha en la final del tor-neo clasura. En su opinión el equipo no ha jugado bien, pero ha perdido.

(El Clarín, cuaderno de deportes.)

Após a leitura do fragmento posto acima, é possível observar que

A. o goleiro Cárceres mostra grande conhecimento so-bre o futebol e soube expressar seu ponto de vista com muita coerência.

B. a postura do atleta revela uma total falta de visão crítica, pois, apesar de fornecer explicações lógicas para a derrota do time, não a aceita.

C. a declaração de Cárceres é incoerente, pois não há relação de adversidade entre o fato de o time não ter jogado bem e ter perdido; pelo contrário, seria possível estabelecer uma relação de adição ou de conclusão.

D. o jogador revelou que tem conhecimento de fatos internos do clube que levaram a uma derrota ines-perada e inexplicável.

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E. há uma tentativa do repórter em conduzir a resposta do jogador, pois, sendo ele o repórter ligado ao clube adversário, deseja gerar uma crise interna no Boca.

13.

Pelo conteúdo da charge, percebe-se que a mulher

A. tem saudade da época em que o homem tinha bons modos na presença dela.

B. não se sente à vontade na presença do marido.C. gostaria de ser estranha como o marido.D. pensa que ela e o marido são pessoas de fino tra-

to social.E. continua perdidamente apaixonada pelo marido.

14.

De acordo com a tira, pode-se afirmar que

A. há uma referência à flacidez corporal que vem com a idade.

B. há uma crítica ao comportamento excessivamente calmo dos adultos.

C. há uma comparação entre a infância e a fase adulta no que diz respeito à postura diante da vida.

D. a personagem se mostra triste diante da calma de alguns adultos.

E. a fase adulta é vista como sendo melhor que a ju-ventude.

15.

La cumbia es una danza y ritmo con contenidos de tres vertientes culturales distintas: indígena, negra y blanca(española), siendo fruto del largo e intenso mes-tizaje entre estas culturas durante la conquista y colonia de tierras americanas. La presencia de estos elementos culturales se puede apreciar así:

- En la instrumentación están los tambores de claro ori-gen africano, las maracas, el guache y los pitos (millo y gaitas) de origen indígena, mientras que los cantos y coplas son aporte de la poética española, aunque

- Las vestiduras tienen claros rasgos españoles: adapta-das desde luego.

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- Presencia de movimientos sensuales, marcadamente galantes, seductores, características de los bailes de ori-gen africano.

largas polleras, encajes, lentejuelas, candongas, etc. Y los mismos tocados de flores y el maquillaje intenso en las mujeres; camisa y pantalón blancos, un pañolón rojo anudado al cuello y sombrero en los hombres.

(El País, España)

A cultura e as tradições de um povo podem ser obser-vadas, muitas vezes, por meio de sua música e de suas danças. Um dos ritmos mais populares da Colômbia é a cumbia. Sobre essa manifestação folclórica e popular, pode-se afirmar que

A. a influência espanhola na formação da cumbia se evidencia nos instrumentos musicais.

B. a presença de movimentos sensuais, marcadamen-te, galantes e sedutores, mostra a influência africa-na nessa dança colombiana.

C. a vestimenta usada na cumbia evidencia a influência indígena nessa dança.

D. na formação da cumbia observamos apenas a influ-ência das culturas espanhola e africana.

E. a cumbia é uma dança essencialmente americana, pois não mostra nenhuma influência europeia.

A coesão textual

A função da coesão é a de promover a continuidade do texto, a sequência interligada de suas partes, para que não se perca o fio de unidade que garante a sua inter-pretabilidade.

O que se diz precisa ter sentido. Para que tenha sen-tido o que a gente diz, as palavras devem estar interli-gadas; os períodos, os parágrafos devem estar encadea-dos. A compreensão que se consegue ter do que o outro diz resulta dessa relação múltipla que se estabelece em cada segmento, em todos os seus níveis.

É importante, pois, ressaltar que a continuidade que se instaura pela coesão é, fundamentalmente, uma conti-nuidade de sentido, uma continuidade semântica, que se expressa, no geral, pelas relações de reiteração, associa-ção e conexão. Falemos um pouco sobre essas relações.

1. Reiteração – A reiteração se estabelece por meio dos seguintes processos: repetição (paráfrase, pa-ralelismo e repetição propriamente dita) e substi-tuição (substituição gramatical, substituição lexi-

cal e elipse)2. Associação – A associação se dá pelo processo da

seleção lexical (seleção de palavras semanticamente próximas).

3. Conexão – A conexão se dá pelo estabelecimento de relações sintático-semânticas entre termos, orações e pa-rágrafos. Essas relações se estabelecem por meio de pre-posições, conjunções, advérbios e respectivas locuções.

Questão comentada

Es posible reducir la basuraEn México se producen más de 10 millones de metros cúbicos de basura mensualmente, depositados en más de 50 mil tira-deros de basura legales y clandestinos, que afectan de manera directa nuestra calidade de vida, pues nuestros recursos na-turales son utilizados desproporcionalmente, como materias primas que luego desechamos y tiramos convirtiéndolos en materiales inútiles y focos de infección.

Todo aquello que compramos y consumimos tiene una relaci-ón directa con lo que tiramos. Consumiendo racionalmente, evitando el derroche y usando sólo lo indispensable, directa-mente colaboramos con el cuidado del ambiente.

Si la basura se compone de varios desperdicios y si como desper-dicios no fueron basura, si los separamos adecuadamente, podre-mos controlarlos y evitar posteriores problemas. Reciclar se traduce en importantes ahorros de energía, ahorro de agua potable, ahor-ro de materias primas, menor impacto en los ecosistemas y sus recursos naturales y ahorro de tiempo, dinero y esfuerzo.

Es necesario saber para empezar a actuar...(Disponível em: http://www.tododecarton.com.

Acesso em: 27 abr. 2010. Adaptado.)

(Enem) A partir do que se afirma no último parágrafo: “Es necesario saber para empezar a actuar...”, pode-se constatar que o texto foi escrito com a intenção de

A. informar o leitor a respeito da importância da reci-clagem para a conservação do meio ambiente.

B. indicar os cuidados que se deve ter para não consu-mir alimentos que podem ser focos de infecção.

C. denunciar o quanto o consumismo é nocivo, pois é o gerador dos dejetos produzidos no México.

D. ensinar como economizar tempo, dinheiro e esforço a partir dos 50 mil depósitos de lixo legalizados.

E. alertar a população mexicana para os perigos causa-dos pelos consumidores de matéria-prima reciclável.

Solução comentadaO comando da questão localiza a situação-problema no últi-mo parágrafo do texto. Esse fato facilita a resolução da ques-

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Os instrumentos são de origem africana.----------l>
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Há também influência da cultura indígena.------l>
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Existe a influência africana, espanhola,-------l> indígena e americana.
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tão por parte do aluno, pois direciona a atenção do leitor apenas para um determinado ponto do texto, porém não se deve esquecer que todo texto é um conjunto. Isso significa que, mesmo direcionando a atenção para o último parágrafo na resolução da situação-problema, não se pode desprezar as outras informações presentes no texto. A citação colocada no comando da questão “Es necesario saber para empezar a ac-tuar...” evidencia que a intenção do autor do texto é informar o leitor a respeito da importância da reciclagem para a conser-vação do meio ambiente.

Para aprender mais!16.

A charge, posta acima, remete o leitor a um problema que sempre afligiu o ser humano. Esse problema, nos dias atuais, tem se mostrado uma constante na vida de muitas pessoas que moram nas grandes cidades e têm uma vida muito agitada. Estamos falando de um proble-ma relacionado

A. à saúde física do homem.B. à situação financeira do homem.C. a um estado de espírito do ser humano.D. a uma questão política e social.E. a uma questão religiosa.

Texto para as questões 17 e 18.

Reciba un fraternal saludo y bendiciones por su magnífi-ca labor. Quisiera saber que información a la fecha tiene sobre una posible cura del VIH. Tengo entendido que

luego del encuentro realizado en México quedó bien cla-ro que uno de los retos es detener lo más pronto posible esta pandemia que nos afecta a millones de personas confirmadas, sin que se tengan en realidad datos de los millones quizás de portadores que aún no asumen la res-ponsabilidad de hacerse la prueba y cuyo temor es com-prensible. Doctor, sé que su información se convertirá en una voz de esperanza para muchos de nosotros que esperamos ansiosos ese día que espero no sea lejano. Es-toy seguro que los desafíos a la ciencia no pueden ser en vano y más cuando existen seres con mucha capacidad e inteligencia para lograrlo. Un abrazo y muchas gracias de nuevo por su dedicación a acompañarnos.

JeRespuesta del dr. Natterstad

Querido JeTu pregunta es de lo más oportuna. Creo que el año 2010 señaló un momento decisivo para la búsqueda de la erradicación(una cura) del VIH. Fue un año en el que la discusión de una cura realmente previsible desempeña un papel más importante que nunca en muchas confe-rencias y publicaciones científicas. De hecho apareció en una revista médica en diciembre un informe de segui-miento que trata de un hombre (“el paciente de Berlín”) que llevaría más de tres años curado.

Hay más buenas noticias: ! un grupo internacional de investigadores se ha fijado una meta de encontrar una cura en la próxima década!? Qué te parece esa voz de esperanza?

Un abrazo fuerte,Dr. Steve Natterstad.

17. O título de um texto procura antecipar para o leitor o tema que será tratado pelo autor. Com base na leitura do texto posto acima, o título mais adequado para ele é

A. Últimos avances para la cura del VIH.B. Aumenta el número de casos de Sida en todo el mundo.C. Se ha encontrado la cura para el VIH Sida.D. Casos del VIH Sida en niños recién nacidos.E. Disminuyen las muertes por el VIH Sida.

18. Após uma leitura do texto, deduz-se que

A. “...portadores que aún no asumen la responsa-bilidad de hacerse la prueba...” faz referência às pessoas que possivelmente têm Aids, porém sem confirmação.

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B. o dr. Natterstad, em sua resposta a Je, considerando fatos como a cura do paciente de Berlim, argumenta que em 2010 se encontrou uma solução definitiva para a Aids.

C. na frase “lo más pronto posible”, a palavra “pron-to” apresenta uma ideia de distância.

D. a palavra “lejano” pode ser substituída por “cerca-no” sem alterar a informação fornecida pelo texto.

E. as informações apresentadas no texto mataram to-das as esperanças dos portadores do HIV.

19.

Observando-se a tira, percebe-se que Gaturro

A. tem uma visão negativa sobre o aleitamento materno.B. considera o leite materno um alimento de alta

qualidade.C. pensa em fazer uma campanha para divulgar o leite

materno.D. ao comparar o leite materno à gasolina, transmite

uma visão negativa sobre o aleitamento materno.E. tem saudades de quando era um recém-nascido.

Ampliando conhecimentos para o Enem 1.

“Queremos libertar a poesia do presídio canoro das fórmulas acadêmicas, dar elasticidade e amplitude aos processos técnicos, para que a ideia se transubstancie, sintética e livre (...). Nada de postiço, meloso, artificial, arrevesado, preciso: queremos escrever com sangue, que é humanidade com eletricidade, que é movimento, expressão dinâmica do século; violência, que é energia bandeirante.”

A leitura do fragmento posto acima, evidencia propos-tas do Movimento Modernista de 22. Com base nisso, o fragmento a seguir que evidencia as propostas do Movi-mento Modernista de 22 é

A. “Torce, aprimora, alteia, lima/ A frase; e, enfim/ No verso de ouro engasta a rima,/ Como um rubim.”

B. “Descrever o objeto é matar três quartos dele”C. “Buscamos e defendemos a Arte pela Arte”D. “Não rimarei a palavra sono/ com a incorresponden-

te palavra outono./ Rimarei com a palavra carne/ ou qualquer outra, que todas me convêm.”

E. “Eu quero compor um soneto duro/ como poeta al-gum ousara escrever./ Eu quero pintar um soneto escuro,/ seco, abafado, difícil de ler”

2.

A origem do nome de um dos quadros mais importantes do Modernismo brasileiro

O Abaporu é o mais importante quadro já produzido no Brasil. Tarsila do Amaral pintou-o como presente de ani-versário a Oswald de Andrade, seu marido na época. O nome significa aba (homem) e poru ( antropófago).

O quadro inspirou Oswald de Andrade a escrever seu Manifesto Antropofágico, berço de um movimento que propunha a “deglutição” da cultura europeia, trans-formando-a em algo brasileiro.

Mas qual o significado do quadro? Difícil dizer, mas, na opinião de certos críticos, o homem avantajado com a cabeça pequena seria o brasileiro desmiolado. Quanto aos pés e as mãos, enormes, era como Tarsila via nosso povo (sofridos trabalhadores). O sol simboliza a penosa rotina do homem do campo, dando duro debaixo de sol inclemente. Ainda hoje, a polêmica obra tem avivado acaloradas discussões.

(Contrim, Márcio. Revista Língua Portuguesa. Ano, 5, nº 59, set. de 2010. Adaptado.)

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Na verdade existe esperança para a cura.-----l>
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Na verdade um grupo internacional tem a meta de encontrar a cura.------l>
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19Universidade Aberta do Nordeste

A leitura do texto e a observação da imagem permitem concluir que

A. o autor tece leve crítica a Tarsila por ter a artista pro-duzido uma obra em que retrata o brasileiro como um povo de “cabeça pequena”, ou seja, um povo desmiolado.

B. é necessário decifrar o “Abaporu” para fazer parte do patrimônio cultural nacional, em virtude, inclusi-ve, do seu valor material.

C. o “Abaporu” foi criado e seus significados esclare-cidos por Tarsila do Amaral, não havendo, portanto, necessidade de qualquer outra interpretação.

D. o “Abaporu” foi representativo para a criação do Movimento Antropofágico, inspirando Oswald de Andrade na fundação dessa manifestação ar-tística brasileira.

E. o “Abaporu”, além de ter inspirado Oswald de Andrade na criação do Movimento Antropofá-gico, representa o início da fase social na pintura de Tarsila do Amaral. Isso se dá pela forte crítica social presente na tela ao fazer alusão ao sofri-mento do trabalhador brasileiro.

3. A Semana de Arte Moderna, vista isoladamente, não deveria merecer tanta atenção. Os jornais da época, por exemplo, não lhe dedicaram mais do que algumas poucas colunas, e a opinião pública ficou distante. Seus participantes não tinham sequer um projeto artístico comum; unia-os apenas o sentimen-to de liberdade de criação e o desejo de romper com a cultura tradicional. Apesar disso, a Semana foi aos poucos ganhando uma enorme importância históri-ca e rejeitando o chamado colonialismo mental, pre-gando uma maior fidelidade à realidade brasileira e valorizando bastante o regionalismo. Os reflexos da Semana fizeram-se sentir em todo o decorrer dos anos 1920, atravessaram a década de 1930 e, de alguma forma, têm relação com a arte que se faz hoje. Com isso, pode-se dizer que

A. o romance regional assumiu características de exal-tação, retratando os aspectos românticos da vida sertaneja.

B. a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos.

C. o movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa realidade.

D. os modelos arquitetônicos do período buscaram sua inspiração na tradição do barroco português.

E. a preocupação dominante dos autores foi retratar os males da colonização.

4. Em 1924, Oswald de Andrade lançou o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, dando início ao movimento Pau-Brasil, que, a exemplo do nosso primeiro pro-duto de exportação, o pau-brasil, defendia a criação de uma poesia brasileira de exportação. Demons-trando irreverência e revolta contra a cultura aca-dêmica e a dominação cultural europeia em nosso país, o movimento propunha

A. uma poesia primitivista, construída com base na re-visão crítica de nosso passado histórico e cultural e na aceitação e valorização dos contrastes da realida-de e da cultura brasileiras.

B. a defesa do nacionalismo ufanista com evidente inclinação para o nazifascismo e um forte viés de xenofobia pregando a rejeição de toda e qualquer influência estrangeira.

C. que, assim como os índios primitivos devoravam seu inimigo, acreditando que, desse modo, assimilariam suas qualidades, se fizesse a “devoração simbólica” da cultura estrangeira, aproveitando suas inovações artísticas, porém sem perder a identidade nacional.

D. uma poesia brasileira com forte traço xenófobo que buscasse a irreverência e a revolta contra a cultura acadêmica e a dominação cultural europeia no Brasil.

E. uma poesia nacionalista que denunciasse as con-tradições sociais presentes no País e que, apesar de buscar o novo, defendesse todos os padrões acadê-micos usados na literatura até então.

5.

TentativaAndei pelo mundo no meio dos homens!uns compravam joias, uns compravam pão.Não houve mercado nem mercadoriaque seduzisse a minha vaga mão.

Calado, Calado, me diga, Caladopor onde se encontra minha sedução.Alguns, sorriram, muitos, soluçaram,Uns, porque tiveram, outros porque não.Calado, Calado, eu, que não quis nada,por que ando com pena no meu coração?

(Cecília Meireles. Obra poética. Rio de Janeiro, 1978. Fragmento.)

No fragmento posto acima, observa-se o envolvimento

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Quer que sua poesia possa influenciar a cultu- ra européia, não quer dever nada a esta.
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pessoal do emissor, que comunica sentimentos, emoções, inquietações, avaliações e opiniões centradas na expres-são de “eu”, de seu mundo interior. Essas características citadas mostram que no fragmento predomina a função

A. conativa. B. expressiva.C. referencial. D. fática.E. poética.

6.

Linguagem inataSe você é uma daquelas pessoas que odeiam estudar gra-mática, talvez se sinta mais confortável em saber que você já “nasceu sabendo”. É o que sugere um estudo de Marie Coppola e Elissa Newport, especialistas em ciências cogniti-vas da Universidade de Rochester, em Nova York. Um expe-rimento com um grupo de surdos da Nicarágua indica que a língua de sinais que utilizam, aprendida em casa e sem uma educação formal, incorpora o conceito gramatical de sujeito da oração, presente em todas as línguas humanas conhecidas. Tal fato parece confirmar uma tese de que o linguista americano Noam Chomsky defende desde os anos 50: a de que a gramática é inata ao homem, em vez de adquirida pelo aprendizado. Para Chomsky, a rapidez com que uma criança aprende uma língua se deve a uma disposição inata para o domínio da gramática.

(Superinteressante, São Paulo, mar. 2006)

Observando o conteúdo do texto posto acima, percebe--se que a função da linguagem predominante é a refe-rencial. Isso decorre do fato

A. de a intenção essencial do emissor do texto se trans-mitir informações sobre o referente limitando as in-terferências pessoais ao mínimo.

B. da intenção do emissor em testar o canal de comu-nicação.

C. de a ênfase recair sobre a construção do texto, a seleção e a disposição das palavras.

D. de o destaque recair no receptor a quem se deseja persuadir através da mensagem do texto.

E. de a ênfase ser dada ao papel do emissor, observan-do-se o envolvimento pessoal dele que comunica seus sentimentos usando verbos e pronomes em 1ª pessoa do singular.

7.

Lembrem de mimComo de um

Que ouvia a chuvaComo quem assiste missaComo quem hesita, mestiça,Entre a pressa e a preguiça.

(Paulo Leminski. Caprichos e relaxos. São Paulo: Brasiliense, 1983)

No fragmento posto acima, observa-se que a ênfase recai sobre a construção do texto, a seleção e a disposição das palavras. Isso evidencia que a função predominante é a

A. metalinguística. B. fática.C. conativa. D. referencial.E. poética.

8.

PELA CULATRA“Perdi meu amor na balada”:

campanha viral é alvo de processos

No início do mês, começou a circular na internet um ví-deo que mostra um rapaz pedindo ajuda para encontrar uma garota que tinha conhecido em uma casa noturna de São Paulo. No entanto, a peça fazia parte de uma campanha da Nokia para divulgação de novo celular, o que se descobriu em vídeos divulgados posteriormen-te. O Procon-SP e o Conselho Nacional de Autorregula-mentação Publicitária (Conar) já abriram processos para investigar se houve violação das regras de publicidade e do Código de Defesa do Consumidor.

Chamado de “Perdi meu amor na balada”, o vídeo ge-rou alguma comoção nas redes sociais. A representação contra a Nokia no Conar foi motivada por denúncias de consumidores que se sentiram enganados. Para o Procon--SP, a publicidade deve ser veiculada de forma que o con-sumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. A Nokia ainda não se pronunciou sobre o caso e a agência Na jaca, responsável pela peça, afirmou por meio da sua assessoria de imprensa que não irá manifestar-se.

Disponível em: http://www.istoe.com.br/assunto/semana/historico/paginar/2. Acesso em: 25 de julho de 2012.

Tendo em vista que um texto é um todo harmônico, para entender qualquer uma de suas passagens, é necessá-rio confrontá-la com as demais partes que o compõem. No texto lido, qual o fragmento que explica a expressão “PELA CULATRA”?

A. “No início do mês, começou a circular na internet um vídeo que mostra um rapaz pedindo ajuda para encontrar uma garota que tinha conhecido em uma casa noturna de São Paulo.”

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Função emotiva ou expressiva. ------------l>
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Função conativa ou apelativa. ---------------l>
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Função poética.----l>
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21Universidade Aberta do Nordeste

B. “O Procon-SP e o Conselho Nacional de Autorregu-lamentação Publicitária (Conar) já abriram processos para investigar se houve violação das regras de pu-blicidade e do Código de Defesa do Consumidor.”

C. “A representação contra a Nokia no Conar foi mo-tivada por denúncias de consumidores que se senti-ram enganados.”

D. “Para o Procon-SP, a publicidade deve ser veiculada de forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.”

E. “A Nokia ainda não se pronunciou sobre o caso e a agência Na jaca, responsável pela peça, afirmou por meio da sua assessoria de imprensa que não irá se manifestar.”

Texto para as questões 9 e 10.

9. O texto posto acima tem como objetivo principal

A. induzir o público-alvo a consumir o produto divulgado.B. alertar sobre os riscos de consumir produtos in-

dustrializados.C. divulgar um refrigerante dietético.

D. sugerir o consumo de sucos naturais.E. condenar o consumo excessivo de produtos com co-

rantes artificiais.

10. Temos no texto da propaganda “...Fanta: refresca, alegra, sabe tan bien...” ao dizer que fanta “sabe tan bien”, o emissor do texto informa ao receptor que o refrigerante anunciado

A. tem sabor estranho.B. tem vários sabores.C. sabe como agradar o consumidor.D. tem sabor agradável.E. tem gosto de fruta.

11.

“Para hacer un análisis del poder que no sea económi-co, de qué disponemos actualmente? Creo que de muy poco. Disponemos, en primer lugar, de que tanto la apropiación como el poder no se dan, no se cambia, ni se retoman sino que se ejercen, no existen más que en acto. Disponemos además de esta otra afirmación, que el poder no es principalmente mantenimiento ni repro-ducción de las relaciones económicas sino ante todo una relación de fuerza. La pregunta consistiría pues ahora en saber: si el poder se ejerce, qué es este ejercicio?, en qué consiste?, cuál es su funcionamiento? Hay una respuesta imediata que me parece proviene de muchos análisis actuales: el poder es esencialmente lo que repri-me. El poder reprime la naturaleza, los instintos, a una classe, a los individuos. Aun cuando se encuentra en el discurso actual esta definición del poder, una y otra vez repetida, como algo que reprime, no es el discurso con-temporáneo quien la ha inventado, ya lo había dicho Hegel, Freud y Marcuse. En cualquier caso, ser órgano de represión es en el vocabulario actual el calificativo casi onírico del poder. No debe pues el análisis del poder ser en primer lugar y esencialmente el análisis de los meca-nismos de represión?

(Microfísica del poder, Michel Foucault)

De acordo com o texto, pode-se inferir que

A. a condição onírica do poder é algo que já havia sido dito por Hegel, Freud e Marcuse.

B. para se fazer uma análise do poder econômico, dis-pomos atualmente de muito pouco.

C. a natureza, os instintos, uma classe e indivíduos são reprimidos pelo poder.

D. o poder é uma relação de força e sua análise nunca

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F. Apelativa--l>
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deve ser primeiramente a análise dos mecanismos de repressão.

E. não há uma relação entre poder e repressão.

Texto para as questões 12 a 14.

La excepción cultural latinoamericanaEl rechinar de dientes del otoño europeo tiene su contra-peso en la tímida primavera que llega a esos países que llaman emergentes. Y lo que vale para el clima vale para la cultura. Mientras la crisis del Viejo Continente obliga a Gobiernos a mandar su cuota de prestigio cultural al aparcamiento de los presupuestos, Latinoamérica quiere colocarla en la vía rápida de las autopistas, incluídas las que le quedan por construir.

En medio de una crisis de la América Latina parece estar a salvo, la constante invocación a la cultura tiene que ser también una forma de exorcizar el fantasma del control económico.

Como explica el politólogo brasileño Emir Sader, impul-sor del Foro Social de Porto Alegre, “a mayor desarrollo económico, mayores condiciones para el desarrollo en la producción cultural; sin embargo, esta última no se explica por el mayor o menor nivel de desarrollo eco-nómico.” Y recurre al ejemplo de la literatura contem-poránea: “Difícilmente podría decirse que la producción más significativa proviene de los países del centro del capitalismo; y cuando lo hace, es de la mano de autores cuyas raíces se hunden en la periferia. Basta pensar en las antiguas colonias en el caso del inglés o en la literatu-ra latino-americana del siglo XX en el caso del español”. No es, pues, extraño que las migraciones sean otro de los ejes de un congreso en el que todo es cultura.

(MARCOS, J. R. La excepción cultural latino-americana. Dispinible en: http//:www.elpaís.es. Aceso en 10 jun. 2012)

12. As expressões “rechinar de dientes del otoño euro-peo” y “tímida primavera” da primeira oração do primeiro parágrafo, carregam

A. uma significação idêntica.B. um conteúdo metafórico.C. ideias inverossímeis.D. preconceitos sobre a Europa.E. pressupostos econômicos.

13. No início do texto, assinala-se que a crise que afeta a Europa justifica, nesse continente,

A. a redução do orçamento destinado à cultura.

B. os subsídios para manter a indústria cultural.C. o refúgio na leitura para compensar o desânimo.D. a ajuda de mecenas para o apoio às artes.E. o impulso à produção de cultura exportável.

14. No segundo parágrafo, o autor expõe que a cultura deve

A. deslocar-se para a América Latina.B. revoltar-se contra os políticos.C. inspirar-se nos países comunistas.D. distanciar-se da submissão à economia.E. submeter-se aos interesses dos europeus.

Texto para as questões 15 e 16.

15. Observando o conteúdo da tira, percebemos que a postura de Felipe em relação à cultura

A. é elogiada por todos os seus amigos.B. é criticada por todos os seus amigos.C. não é compartilhada por seus amigos.D. fere a ética e a moral.E. representa uma visão plenamente factível.

16. No balão do primeiro quadrinho, observamos que o comentário feito por Mafalda estabelece uma

A. violenta crítica.B. interrogação filosófica.C. dúvida existencial.D. explicação ambígua.E. ressalva ao elogio.

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23Universidade Aberta do Nordeste

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADAABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar: geren-ciando razão e emoção. 2. ed. São Paulo: Ateliê Edito-rial, 2000

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