Endemismos e Conservação da Biodiversidade na Bacia do mediterrâneo

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1. Endemismos e Biodiversidade A bacia do mediterrâneo é um local marcado pela riqueza de espécies animais e vegetais, sendo que muitas delas são consideradas endémicas, o que por outras palavras significa que não as podemos encontrar em nenhum outro local do planeta. Os números elevados de endemismos nesta região do globo terrestre devem-se, entre outras causas à presença de factores físicos específicos, que favorecem o isolamento das espécies. As ilhas, penínsulas e cadeias montanhosas são exemplo destes, existido com particular frequência nas zonas “mediterrâneas”. Com quase 5.000 ilhas e ilhotas, o Mediterrâneo dispõe de um dos maiores grupos de ilhas no mundo. Ilhas estas que proporcionam altos índices de endemismo, principalmente no que diz respeito às espécies vegetais, que se encontram confinadas a um único local, o que por sua vez as torna extremamente vulneráveis a destruição e consequente extinção. Entre outros agentes que favorecem a formação de endemismos estão o clima, a disponibilidade alimentar, interacções específicas e a estabilidade geral do Ambiente. A biodiversidade não se distribui ao acaso, a as zonas mais quentes suportam mais espécies que as frias; as zonas húmidas mais do que as secas; as áreas com maior diversidade topográfica e climática também têm mais biodiversidade do que as áreas muito uniformes. Podemos também verificar que dá-se uma redução do número de espécies com o aumento da latitude.

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1. Endemismos e Biodiversidade

A bacia do mediterrâneo é um local marcado pela riqueza de espécies animais e vegetais, sendo que muitas delas são consideradas endémicas, o que por outras palavras significa que não as podemos encontrar em nenhum outro local do planeta. Os números elevados de endemismos nesta região do globo terrestre devem-se, entre outras causas à presença de factores físicos específicos, que favorecem o isolamento das espécies. As ilhas, penínsulas e cadeias montanhosas são exemplo destes, existido com particular frequência nas zonas “mediterrâneas”. Com quase 5.000 ilhas e ilhotas, o Mediterrâneo dispõe de um dos maiores grupos de ilhas no mundo. Ilhas estas que proporcionam altos índices de endemismo, principalmente no que diz respeito às espécies vegetais, que se encontram confinadas a um único local, o que por sua vez as torna extremamente vulneráveis a destruição e consequente extinção. Entre outros agentes que favorecem a formação de endemismos estão o clima, a disponibilidade alimentar, interacções específicas e a estabilidade geral do Ambiente.

A biodiversidade não se distribui ao acaso, a as zonas mais quentes suportam mais espécies que as frias; as zonas húmidas mais do que as secas; as áreas com maior diversidade topográfica e climática também têm mais biodiversidade do que as áreas muito uniformes. Podemos também verificar que dá-se uma redução do número de espécies com o aumento da latitude.

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2. Biodiversidade e endemismos nos Habitats terrestres:

A região do Mediterrâneo contém uma vasta gama de espécies, onde estão incluídas as 355 espécies de répteis (Cox et al. 2006), 330 espécies de mamíferos, 106 espécies de anfíbios e 158 espécies de libélulas. Grande parte destas espécies são endemismos, nos quais os répteis e anfíbios encontram-se em maior número (Fig.1). Há também uma elevada diversidade de espécies de aves, invertebrados e plantas neste território. Podemos ainda verificar que cerca de 16% das espécies terrestres encontram-se em perigo de extinção.

3. Biodiversidade e endemismos nos Habitats marinhos:

O Mar Mediterrâneo contém uma vasta diversidade de vida apesar da sua pequena área. Em todo o mundo existem 85 espécies de cetáceos, 23 das quais desenvolveram-se no mediterrâneo e mar negro. Apesar da impressão geral de homogeneidade, o mar mediterrâneo dispõe de ecossistemas muito diversificados, no qual se encontram montes submarinos, canhões... o que vai provocar uma distribuição heterogenia das espécies marinhas. Tubarões são predadores do topo do Mar Mediterrâneo, tendo assim um papel importante na distribuição e diversidade da fauna marinha. No entanto, eles estão enfrentando um particular alto risco de extinção, sendo que 42% encontram-se ameaçados. Mas esta situação poderá não ser exclusiva nos tubarões, já que faltam dados cerca de um terço das espécies presentes nos habitats do mar mediterrâneo (Fig.1), o que não nos permite saber qual o real número de espécies ameaçadas de extinção.

4. Conservação da biodiversidade

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À semelhança do que foi referido anteriormente, muitas das espécies animais e vegetais das áreas junto ao Mediterrâneo, encontram-se ameaçadas. A proporção de espécies que se encontram nesta situação é de cerca de 19% sendo que cerca de 1% já se encontram extintas. Estas “extinções” significam uma perda de uma parte importante do património biológico. Isto significa que para além da perda especifica de uma espécie, outras áreas serão afectadas como a regulação do clima, qualidade da água e do ar, a erosão do solo… Entre as principais causas que provocam a em perigo a extinção de uma espécie está: a perda e degradação de habitats; Poluição; Sobre exploração (caça, pesca…); Catástrofes naturais; Perturbação humana; Invasão de espécies exóticas…

5. Situação particular de Portugal

Em Portugal o número de endemismos é reduzido quando equiparando como os restantes países do mediterrâneo. Com efeito, os peixes merecem algum destaque ao incluírem 9 endemismos ibéricos e 2 endemismos nacionais, num total de 29 espécies. Nos répteis e anfíbios existem 6 e 5 endemismos ibéricos, num total de 29 e 17 espécies, respectivamente. Entre as 90 espécies de mamíferos que ocorrem em Portugal, apenas se registam 2 endemismos ibéricos. Nas aves, entre as mais de 300 espécies de aves que ocorrem no nosso território constam 3 endemismos lusitanos, confinados à Madeira e aos Açores.

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Bibliografia

-Cox, Neil, Chanson, Janice and Stuart, Simon (Compilers) 2006. The Status and Distribution of Reptiles and Amphibians of the Mediterranean Basin. IUCN, Gland, Switzerland and Cambridge, UK. v + 42 pp.

-Cuttelod, A., García, N., Abdul Malak, D., Temple, H. and Katariya, V. 2008. The Mediterranean: a biodiversity hotspot under threat. In: J.-C. Vié, C. Hilton-Taylor and S.N. Stuart (eds). The 2008 Review of The IUCN Red List of Threatened Species. IUCN Gland, Switzerland.

-Almeida, J; Os Endemismos e a Conservação da Biodiversidade; Portal Naturlink.pt; 2000; 1-4 pp.

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