Empresa Brasil Edição 83

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Abril de 2010 1 CACB APRIMORA SERVIÇOS DE ESTÍMULO À AUTONOMIA DOS FILIADOS MPEs buscam crédito para pagar dívidas Com a redução da taxa Selic, bancos cortam juros e ampliam crédito para o setor. A maior parte da demanda é usada como capital de giro e no pagamento de débitos

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Edição 83 da publicação Empresa Brasil da CACB

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Abril de 2010 1CACB APRIMORA SERVIÇOS DE ESTÍMULO À AUTONOMIA DOS FILIADOS

MPEs buscamcrédito parapagar dívidasCom a redução da taxa Selic, bancos cortam juros e ampliam crédito para o setor. A maior parte da demanda é usada como capital de giro e no pagamento de débitos

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2 Empresa BRASIL

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: José Geminiano Acioli JuremaRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: José Arimáteia Araújo SilvaRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSAI Quadra 5C, Lote 32, sala 101Cidade: Brasília CEP: 71200-055

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Ubiratan da Silva LopesRua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaRua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis.Bairro: São Francisco- São Luís- MaranhãoCEP: 65.076-360

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Jonas Alves de SouzaRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Rainer ZielaskoRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Sérgio Roberto de Medeiros FreireAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: Ricardo RussowskyRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Marcito Pinto Rua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Alexandre Santana PortoRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Pedro José Ferreira103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2011/2013

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESDjalma Farias Cintra Junior - PEJésus Mendes Costa - RJJosé Sobrinho Barros - DFLuiz Carlos Furtado Neves - SCRainer Zielasko - PRReginaldo Ferreira - PARogério Pinto Coelho Amato - SPSérgio Roberto de Medeiros Freire - RNWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISSérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTE ESTRATÉGIGOEdson José Ramon - PR

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJonas Alves de Souza - MSMarcito Aparecido Pinto - ROPedro José Ferreira - TO

CONSELHO FISCAL SUPLENTESAlexandre Santana Porto - SELeocir Paulo Montagna - MSValdemar Pinheiro - AM

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAAvani Slomp Rodrigues

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOMarduk Duarte

COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAISLuzinete Marques

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIALfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALMarcelo MeloNeusa Galli FróesThaís Margalho

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

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A onda de cortes da taxa Selic, além de servir como uma espé-cie de isca para aquelas pessoas físicas interessadas na com-pra de algum bem, começa a contribuir igualmente para as empresas retomarem antigos projetos que dependiam de

fi nanciamentos sem a carga dos abusivos juros praticados até então.Se bem que o spread cobrado pelos bancos ainda não se reduziu ao

patamar idealizado pelo governo, o certo é que estamos diante de um dos momentos de maior concorrência entre as instituições bancárias. E pelo jeito, a guerra de ofertas não tem sido em vão, como mostra a matéria de capa desta edição de Empresa Brasil.

Nessa linha, devemos saudar mais esta medida do governo de reduzir juros do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal que, junto com a pressão para que os bancos privados sigam o mesmo exemplo, abre caminho para estimular a cadeia produtiva a investir.

Essa lógica também deve contribuir para que o segmento da micro-empresa retome o passo no sentido de conquistar a sua meta principal, que é crescer.

Todos sabem que passar de micro para pequena e de pequena para médio porte, além de uma atitude destemida, impõe muitos riscos, o que implica um planejamento mais seguro. Felizmente, pelas informações que têm sido divulgadas pelos bancos, a grande maioria das pequenas e micro empresas tomadoras de empréstimos está utilizando esses recursos para o pagamento de suas dívidas e somente depois disso, se sobrar, aplicará em investimentos.

Esse quadro, se ainda não é o ideal, serve pelo menos para escancarar a realidade do Brasil no que se refere à criação de um ambiente propício para o desenvolvimento que, por sua vez, gera renda e cria empregos.

Ocorre que entre as barreiras enfrentadas pelas pequenas e microem-presas no momento de crescer estão as questões, entre outras, de ordem tributária e trabalhista. Fora do Simples – sistema unifi cado de tributos para empreendimentos com faturamento anual até R$ 3,6 milhões –, a empresa tem muito mais guias e regras para declarar e recolher os impostos.

Outro dado diz respeito aos custos de criação de um emprego. Se-gundo o economista José Pastore, para contratar um funcionário, tanto o pequeno empresário quanto a grande companhia gastam, em média, mais que o dobro do que pagam como salário. Isso acontece porque quem oferece o emprego precisa pagar encargos que somam 102% da folha de pagamento. Uma despesa elevada demais para quem, como a micro-empresa, ainda carece de um cenário mais seguro, em que as reformas tributária e trabalhista façam parte de uma nova agenda de governo.

O uso racional do crédito pela microempresa

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

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4 Empresa BRASIL

3 PALAVRA DO PRESIDENTEA onda de cortes da taxa Selic começa a contribuir para as pequenas e micro empresas retomarem antigos projetos que dependiam de fi nanciamentos.

5 PELO BRASILConselho da Mulher Empresária incentiva implantação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa no Paraná.

8 CAPAComércio varejista e setor de serviço lideram demanda recorde por crédito,no setor da MPE, no primeiro quadrimestre do ano.

12 CASE DE SUCESSOCongresso Amazônico de Óticas fortalece setor no Pará.

14 DESTAQUE CACBEntidade oferece modalidades de negócios capazes de dar autossustentabilidade fi nanceira das instituições fi liadas.

17 FEDERAÇÕESWander Luis Silva, presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), é o entrevistado na edição deste mês.

20 CBMAECACB e Sebrae realizam Segundo Mutirão de Conciliação Empresarial, entre 6 e 11 de agosto. A meta é atender cerca de 5 mil demandas.

22 FINANÇAS Inadimplência avança pela 15ª vez consecutiva. Segundo dados do SPC Brasil, esse índice registrou alta de 4,32% em maio último na comparação com o mesmo mês de 2011.

24 TRABALHOInovar é o novo desafi o do profi ssional de recursos humanos.

26 TENDÊNCIASRio+20 pode benefi ciar o ecoturismo brasileiro. Apesar de seu enorme potencial, a atividade no país ainda é inexpressiva.

28 CASE DE SUCESSONúcleo de Pimenta Bueno é referência têxtil em Rondônia.

30 LIVROSAlém da Euforia é o novo livro dos economistas Fábio Giambiagi e Armando Castelar Pinheiro.

31 ARTIGO João Xavier escreve sobre motivação.

ÍNDICE

EXPE

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E Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes

fróes, berlato associadas

escritório de comunicação

Edição: Milton Wells - [email protected]

Projeto gráfi co: Vinícius Kraskin

Diagramação: Kraskin Comunicação

Revisão: Flávio Dotti Cesa

Colaboradores: Thaís Margalho e Marcelo Melo

Execução: Editora Matita Perê Ltda.

Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - [email protected]

Impressão: Arte Impressa Editora Gráfi ca Ltda. EPP

24 TRABALHO

SUPLEMENTO ESPECIAL

Sebrae, parceiro ofi cial na realização da Rio+20, estimulaa sustentabilidade das micro e pequenas empresas.

8 CAPA

26 TENDÊNCIAS

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PELO BRASIL

Conselho da Mulher Empresária incentiva implantação da Lei Geral da MPE

O Conselho Nacional da Mulher Em-presária (CNME) reuniu-se com os con-selhos estadual e do interior do Paraná, no último dia 25 de maio, para discutir a implantação da Metodologia do Empreen-der na implantação dos novos Conselhos. Será fechada uma parceria com o Sebrae PR para incentivar a implantação da Lei Ge-ral nos municípios que ainda não estão de acordo com a lei.

Hoje, dos 399 municípios do Paraná, apenas 46 não implantaram a lei. O CNME pretende ainda entrar em contato com o Sebrae dos outros estados a fi m de es-tender a parceria e fomentar e incentivar a criação de núcleos setoriais dentro de acordo com a realidade de cada município.

Para a presidente do CNME, Avani Rodrigues, “a importância da parceria está em aliar o conhecimento técnico do Se-brae à capilaridade do sistema associativo

na formação de consórcios ou núcleos se-toriais para fomentação de negócios”.

Ela explica ainda que o CNME, por meio dos conselhos locais, fará uma campanha de divulgação da lei geral, conscientizando os

representantes políticos locais dos benefícios da implantação. “Quando você desonera o setor produtivo, você gera mais emprego, e emprego gera renda; renda gera consumo; consumo gera tributo”, justifi ca.

Sustentabilidade é preocupação desetores público e empresarial no Paraná

A partir da preocupação com o desen-volvimento sustentável, a Associação Co-mercial do Paraná (ACP) reuniu-se com o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, a fi m de estimular a adesão do município ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). A ACP já é signatária do pacto e espera a inclusão da capital paranaense no Pacto Global das Cidades, de forma que, além do setor empresarial, o poder público também possa reafi rmar o compromisso com a sociedade na promoção de uma economia sustentável.

O prefeito Luciano Ducci será um dos participantes da Conferência Rio+20, no Rio de Janeiro, onde irá detalhar o projeto dos ônibus híbridos que serão utilizados na cidade a partir do segundo semestre. Segun-do Ducci, os novos ônibus diminuem em 80% a emissão de gases do efeito estufa. Na condição de apoiadora da iniciativa, por sua vez, a ACP encaminhará um documen-to enfatizando a necessidade de união entre a sociedade e o setor empresarial para um futuro melhor para os seres humanos.

Fonte: Com informações da ACP

Integrantes do Conselho da Mulher em reunião com a equipe do Sebrae-PR

Prefeito de Curitiba, Luciano Ducci,a professora Ana Narchornik e opresidente da ACP, Edson José Ramon

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PELO BRASIL

Facmat oferece novos serviçosA Federação das Associações Co-

merciais e Empresariais do Estado de Mato Grosso (Facmat) ofereceu para suas fi liadas, no último dia 25 de maio, um treinamento sobre as diferentes oportunidades do Programa de Gera-ção de Receitas e Serviços (Progerecs) da Confederação das Associações Co-merciais do Brasil (CACB). O objetivo foi auxiliar os associados em sua gestão de negócios e ainda garantir a sustenta-bilidade fi nanceira das entidades.

Um dos serviços apresentados foi o NF-e do Brasil, um portal que permite ao empresário emitir as notas fi scais ele-trônicas e ainda manter o arquivo XML armazenado pelo período exigido por lei (cinco anos mais o ano vigente), com menos de um real por nota emitida.

No período da tarde foi apresentado o MT Fomento, um programa de crédito empresarial que garante acesso ao cré-dito para fomentar negócios dos micro, pequenos e médio empreendimentos. Podem ser fi nanciados máquinas, equi-pamentos, ferramentas, matérias-primas e bens destinados a produção, prestação de serviços e comercialização.

Também foi apresentado o cartão ACCrédito, uma parceria com a Fede-ração das Associações Comerciais do estado de São Paulo (Facesp) para a ven-da de cartões alimentação e educação. Com a utilização dos cartões ACCrédito educação, social, alimentação e convê-nio pelas empresas através das ACEs ha-verá, o fortalecimento econômico local, além de trazer receita para a associação.

“Estamos ofertando ferramentas para que as associações comerciais e empresariais possam diversifi car os seus serviços, oferecendo novos pro-dutos para as empresas, além de ga-rantir a sustentabilidade da associação, para fazer frente aos gastos operacio-nais mensais”, afi rma o presidente em exercício da Facmat, Jonas Alves.

Fonte: FACMAT

Certifi cados com desconto em11 cidades de Pernambuco

Já estão em pleno funcionamento os novos Pontos de Atendimento (PAs) para Certifi cação Digital (AC-Certisign). Os municípios de Arcoverde, Pesqueira, Ca-ruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Surubim, Limoeiro, Paudalho, Vitória de Santo Antão, Camaragibe, Gravatá e ACP-Recife já foram benefi ciados, e estes PAs deve-rão também absorver a demanda dos municípios vizinhos. As empresas fi liadas das Associações Comerciais serão contempladas com descontos especiais na compra dos certifi cados digitais AC Certisign.

Fonte: Facep

A Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) publicou a Agenda Legislativa 2012, em parce-ria com o Sindicato de Hotéis, Res-taurantes, Bares e Similares de Bra-sília (Sindhobar) e a Associação dos Supermercados de Brasília (Asbra), e apoio da Federação das Associações Comerciais do Distrito Federal (FA-CIDF). O objetivo do documento é pautar os interesses do setor de comércio e serviços junto ao poder público e criar um canal de interlucu-ção com as autoridades.

O material de 92 páginas con-tém 15 projetos considerados prio-ritários, que compõem uma agenda mínima que o setor pretende ver debatida no Legislativo. E também outros 20 projetos destacados, que compreendem temas que apontam alterações no regime tributário e fi scal do Distrito Federal e do Brasil, defesa do consumidor, meio am-biente e segurança.

Distrito Federal ganha agenda legislativa do comércio

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Carta de Canela, da Federasul, defendea retomada do crescimento da economia

A Federação das Associações Comer-ciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) divulgou a Carta de Canela, re-sultado dos debates do seu 10º Congresso das Entidades Filiadas, que ocorreu entre os dias 30 de maio e 1° de junho na cidade gaúcha. O documento salienta que o país vive um cenário de desaceleração da ativi-dade econômica e que as recentes medidas adotadas pelo governo federal não pare-cem sufi cientes para uma retomada vigo-rosa e consistente do crescimento econô-mico e controle da infl ação em patamares mais baixos. Os congressistas consideram que é preciso avançar para chegar a um ci-

clo de desenvolvimento sólido. Na agenda de mudanças necessárias, a Carta de Cane-la inclui o controle dos gastos públicos e a redução gradual da carga tributária, levando à redução da taxa de juros.

O presidente da Federasul, Ricardo Russowsky, afi rma que “a Carta de Ca-nela ressalta que é preciso destinar uma parcela maior dos gastos à educação e adotar medidas de estímulo à inovação”. Realizado durante dois dias, o 10º Con-gresso das Entidades Filiadas à Federasul reuniu cerca de 300 pessoas.

Fonte: CACB, com informaçõesda Federasul

Associação Comercial e Empresarial de Sergipe completa 140 anos

A programação dos 140 anos da Acese foi apresentada aos associados e con-vidados durante a 4ª edição do Almoço com Negócios promovido no dia 25 de maio. Autoridades locais, associados e imprensa participaram do evento que abriu as comemorações. O presidente da entidade, Alexandre Porto, também reuniu 11 ex-presidentes vivos, em uma audiência especial com o governador Marcelo Déda.

Com cerca de 20 eventos especiais, a programação comemorativa envolve atividades institucionais, culturais, históricas, esportivas, de responsabilidade social e ambiental, que serão encerradas com uma grande festa no mês de novembro. A programação completa está disponível pelo www.acese.org.br

Conselhos diretor e fi scal da CACB se reúnem em Canela

Durante o 10° Congresso das Entida-des Filiadas à Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Gran-de do Sul (Federasul) aconteceu ainda a segunda reunião anual dos Conselhos Diretor e Fiscal da Confederação das As-sociações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Na pauta, assuntos como a agenda política do setor e a participação da entidade em eventos como Rio+20, Con-gresso da International Chamber of Com-merce (ICC) e Conselho de Competitivi-dade do Comércio – Brasil Maior. Também foram apresentados os resultados obtidos no primeiro semestre por cada um dos projetos da entidade: Empreender (Nacio-nal e Internacional), Integra, Programa de Geração de Receitas e Serviços da CACB (Progerecs) e Câmara Brasileira de Media-ção e Arbitragem Empresarial (CBMAE).

Simone Leite, vice-presidente deIntegração, lê Carta de Canela

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8 Empresa BRASIL

Foto: divulgação

Comércio varejista e setor de serviço lideram demanda recorde no primeiro quadrimestre do ano

Se você é microempresário, é quase certo que nas últimas semanas tenha recebido inúmeros telefonemas do telemarketing do banco onde sua empresa mantém con-

ta corrente. Com a redução da taxa de juro, foi inten-sifi cada a concorrência entre as instituições bancárias, o que veio em benefício não somente de pessoas físicas interessadas na compra de algum bem, mas, sobretu-do, das pequenas e microempresas, que agora têm a oportunidade de retomar antigos projetos esquecidos em suas gavetas. E, pelo jeito, a guerra de ofertas de crédito não tem sido em vão.

Um exemplo é a Caixa Econômica Federal. So-mente no primeiro quadrimestre de 2012, a demanda da MPE foi de R$ 17,5 bilhões, com um crescimento de 53% superior em comparação a igual período de 2011, informa o superintendente nacional de micro e pequenas empresas da Caixa, Dário Castro de Araújo.

De acordo com Araújo, há uma concentração de MPE no setor de comércio varejista e serviços e isso se refl ete na demanda por crédito. Sobre as exigências de acesso a taxas de juros mais favorecidas, ele assegura que tanto os atuais como novos clientes são benefi ciados. “Para ter acesso ao crédito, a empresa precisa ser apro-vada no modelo de avaliação da Caixa, não sendo ne-cessária a obtenção de taxas do histórico de correntista”, afi rma. “Não há burocracia, pois a avaliação para capital de giro e projetos pode ser efetuada na própria agência para a maioria das linhas de crédito voltadas para esse público.”

Satisfeito com a demanda, Araújo lembra que no fi nal de 2011 o saldo da carteira de MPE era de R$ 14,9 bilhões e representava 36% da carteira de pessoa jurídica da Caixa. Em 30 de abril deste ano, o saldo da mesma carteira era de R$ 20,4 bilhões, passando a re-presentar 44,5% do das operações de crédito pessoa jurídica da instituição.

CAPA

Redução da taxa de jurointensifi ca concorrência naoferta de crédito às MPEs

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Em linha com o mercado e dono de uma rela-ção histórica com o setor – a instituição se autodefi -ne como o “Banco das Micro e Pequenas Empresas” –, o Banco do Brasil criou em maio um conjunto de medidas denominado Bompratodos, que promove a redução de taxas das principais linhas de crédito volta-das para pessoas físicas e micro e pequenas empresas.

Além da diminuição dos spreads bancários, o BB elevou os limites de crédito em R$ 27 bilhões para as MPE e R$ 16,3 bilhões para pessoas físicas. A recep-ção das medidas do Bompratodos, segundo Adilson do Nascimento Anísio, diretor de micro e pequenas empresas do Banco do Brasil, tem sido positiva. “As di-versas medidas adotadas pelo banco proporcionaram, desde o lançamento do Bompratodos até 2 de junho, um volume de R$ 12,6 bilhões de desembolsos nas linhas de crédito priorizadas na estratégia, o que repre-sentou um crescimento de 21,8% no valor médio di-ário liberado em relação a março de 2012”, informou.

Em sua carteira, o Banco do Brasil detém mais de 2,15 milhões de clientes pertencentes ao segmento da MPE, sendo que desse total quase 95% dos clientes

são classifi cados de acordo com a Lei Geral do setor, com faturamento de até R$ 3,6 milhões.

Já o BNDES reduziu os juros e ampliou a abrangência de seu programa destinado ao fi nanciamento de capital de giro. As alterações foram feitas no Programa BNDES de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (BNDES Progeren), destinado a aumentar a produção, o emprego e a massa salarial.

As mudanças, segundo nota da assessoria de im-prensa do banco, incluem diminuição dos custos de fi nanciamento para empresas de todos os portes, am-pliação dos setores benefi ciados e revisão do limite or-çamentário. A taxa cobrada pelo BNDES para as micro e pequenas será de apenas 6% ao ano. Anteriormen-te, era de 9,5%.

O programa vai operar apenas na modalidade in-direta, e a essas taxas será acrescida a remuneração do agente fi nanceiro, a ser negociada entre o tomador fi nal e o banco repassador. Outra novidade é, que a partir de agora, as médias empresas de toda a indús-tria de transformação poderão obter fi nanciamento do BNDES Progeren.

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BNDES: aposta na geração de empregoe renda

Foto: divulgação

Castro de Araújo,da Caixa: capital de giro sem burocracia

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Foto Bernardo Rebello/ASN

CAPA

Em um ambiente de incerteza externa e de cresci-mento anêmico da atividade doméstica, provavelmen-te as empresas deverão priorizar a geração de caixa e alguma inovação. Investimento só deve deslanchar quando o cenário externo desanuviar e as empresas começarem a vislumbrar um crescimento mais robus-to da economia e da demanda.

A opinião é do economista Wermerson França, da LCA Consultores, para quem o cenário do setor deve melhorar ao longo do segundo semestre, quando a atividade doméstica reagir mais claramente às recentes medidas de estímulo ao crédito, ao investimento e ao consumo adotadas pelo governo federal.

Além disso, segundo França, as taxas de inadim-plência e de falências, requeridas e decretas, também devem recuar como refl exo de um cenário de reto-mada do crescimento econômico interno. “Para 2013, o cenário também é mais positivo, se medirmos pela perspectiva de que a crise fi nanceira global deverá ter um desfecho defi nitivo”, diz.

De acordo com França, o setor tem crescido forte nos últimos anos com acentuada presença no segmen-to de comércio e serviços. Entretanto, a informalidade e o acesso ao crédito ainda permanecem como gran-des desafi os. Lembra que a taxa de sobrevivência per-to de 70%, ou seja, sete em cada dez empresas sobre-vivem no Brasil após dois anos da abertura, segundo dados do Sebrae, vem se aproximando das calculadas pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para países como Itália (68%),

Espanha (69%), Canadá (75%) e Luxemburgo (76%).Paulo Alvim, gerente da unidade de acesso a merca-

dos e serviços fi nanceiros, do Sebrae, inclui a melhoria dos procedimentos cadastrais – nível e volume de informa-ções para tomar crédito – como outro desafi o do setor.

Sobre o uso dos recursos do crédito, em um primeiro momento ele acredita que o setor deve dar prioridade à renegociação de dividas anteriores, havendo possibilidade de serem investidos em uma ampliação, o que pode gerar novos empregos. “Isso depende do tipo de atividade econômica – quem mais gera emprego é o setor de serviços, seguido do co-mércio, agronegócio e indústria –, entretanto, em cada atividade há segmentos que geram mais que outros, em função do nível de automação”, diz.

As prioridades devem ser geraçãode caixa e pagamento de dívidas

Para contratar um funcionário, tanto o pequeno em-presário quanto a grande companhia gastam, em média, o dobro do que pagam como salário. Isso acontece por-que quem oferece o emprego precisa pagar encargos que somam 102% da folha de pagamentos, de acordo

com cálculos do economista José Pastore. Entre esses compromissos há benefícios diretos para o assalariado, como férias remuneradas e 13º salário, benefícios indi-retos, como o FGTS, e contribuições com outros fi ns, como o salário-educação e a manutenção do Sistema S.

O que custa criar um emprego

Alvim: “Quem mais gera emprego é o setor de serviços”

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Com a queda da taxa Selic, assim como ocorreu com os bancos ofi ciais, o setor privado também passou a adotar uma série de ações com vistas ao forta-lecimento da oferta de crédito para as pequenas e microempresas.

O Santander, por exemplo, decidiu reduzir as taxas de juros em algumas mo-dalidades de crédito às empresas e im-plantar no Brasil um modelo de gerente unifi cado, para sócios de empresas com faturamento anual de até R$ 1 milhão, o que permite a redução em taxas de pa-cotes de serviços. Isso signifi ca que esses clientes passam a ter o mesmo gerente nas contas Pessoa Física e Pessoa Jurídica.

“Com o modelo unifi cado, o banco passará a ter melhor gestão do risco e oferecerá maior acesso ao crédito e taxas mais competitivas aos empresários”, disse Pedro Coutinho, vice-presidente executi-vo comercial.

De acordo com ele, o atendimento unifi cado permite que o gerente conheça melhor o seu cliente e forneça apoio na gestão fi nanceira do seu negócio e da sua vida pessoal. “Com isso, podemos ofere-cer soluções de forma mais efetiva”, diz.

O Bradesco, de sua parte, ampliou o limite de crédito em mais R$ 15 bilhões, sendo R$ 9 bilhões para pessoas físicas e R$ 5 bilhões para pessoas jurídicas. Para as pequenas e microempresas, o Bra-desco criou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para capital de giro e CDC (crédito direto ao consumidor) para aquisição de máquinas e equipamentos. A taxa para essa linha será de 2,90% ao mês, com-parada à anterior de 5,56%, segundo o comunicado do banco.

Já no caso do Itaú Unibanco, a redu-ção chegou a 66% no cheque especial, de forma que os juros passam a ser de a partir de 1,95% ao mês. Para as peque-

nas e microempresas houve cortes em várias linhas de empréstimos, segundo o banco, que afi rma ter volume de crédito superior a R$ 70 bilhões para o segmento. No capital de giro as taxas serão a partir de 1,14% ao mês, e em desconto de duplica-tas e cheques, a partir de 1,29% ao mês.

Bancos privados ampliam limites das linhas de crédito

Pedro Coutinho: “É preciso conhecer melhor o cliente”

Foto: divulgação

Foto: divulgação

Pequenos e micro buscam crédito

para aliviar o caixa

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12 Empresa BRASIL12 Empresa BRASIL

CASE DE SUCESSO

1o Congresso Amazônico de Óticas fortalece setor no ParáNúcleo setorial de Ananindeua, no Pará, empenha-se em potencializar o segmento na região

Um congresso que una e fortaleça o se-tor óptico. É com este objetivo que o Núcleo de Óticas do Pará realiza em Belém o 1º Congresso Amazônico de

Óticas e se torna um dos destaques brasileiros do Em-preender, programa da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). A ideia é discutir temas que auxiliem, aperfeiçoem e potenciali-zem o crescimento do segmento.

O evento será realizado durante os dias 4 e 5 de agosto e é uma oportunidade única para a região, o mer-cado e o empresariado, já que vai trará à tona informa-ções importantes para a empresa que busca mais quali-dade e inovação no ramo. Serão três os eixos temáticos de discussão: Tendências para o segmento óptico; Saúde ocular; e Pesquisa de mercado e perfi l do consumidor. O congresso terá também workshops sobre técnicas de vendas, pupilometria, medidas óticas, lesômetria, vitri-

nismo e layout de loja, entre outros assuntos que visam melhorar o desempenho do empresário.

A ideia de realização do congresso, de acordo com o Coordenador do Núcleo Setorial de Óti-cas da Associação Comercial de Ananindeua (Nuso Acia), Ranilson Moraes, se deu em consequência da necessidade de contribuir para o aperfeiçoamento e crescimento dos negócios das empresas fi liadas. “Há um ano e meio atrás, com a abertura da chamada de projetos da CACB, o grupo de Empresários do Nuso percebeu a oportunidade de se inserir, por meio do projeto que o grupo já desenvolvia desde a sua funda-ção, o projeto ‘Desenvolvimento do Núcleo Setorial de Óptica’, que, aprovado, possibilitou a continuidade de suas ações de mercado até então.” O grupo se baseou, então, em pesquisa realizada pelo Instituto Gallup, que avaliou o potencial do mercado a ser ex-plorado. “A projeção da pesquisa mostra uma relação

Integrantesdo Núcleo

na festade premiação da

campanha deNatal das óticas

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de número de habitantes por estabelecimento no país – 7.296 Habitantes/Ótica. Na região Norte essa razão se duplica, o que garante uma grande oportunidade de crescimento dos negócios do segmento óptico em nossa região”, explica o Coordenador.

Outros dados revelados pela pesquisa mostram que existem cerca de 24 mil óticas registradas no Bra-sil, com uma média nacional de faturamento mensal de 27.647,00 reais. Só na região norte são 870 óticas re-gistradas, com um faturamento médio em 21.637,00 reais. Ainda conforme a pesquisa, o Setor Óptico mo-vimentou no ano de 2010 aproximadamente 16 bi-lhões de reais, apresentando números crescentes. De 2006 a 2010 houve um crescimento de 68%, e no período de 2010 a 2011 o crescimento foi de 25%.

O gerente da Óptica Luz, Geelan Sousa, uma das empresas associadas ao Nuso, explica que o congres-so traz boas expectativas para toda região. “O mer-cado de óticas na região é abandonado de conheci-mento. Com a realização desse primeiro congresso grandes empresas e marcas já consolidadas vêm de outras regiões nos ensinar muita coisa.” Geelan fala

também sobre a possibilidade de melhorar concre-tamente a empresa na qual trabalha. “No congresso teremos estandes com equipamentos, softwares que aperfeiçoam a administração de uma óptica. Pode-remos fechar negócios que realmente representem algum avanço para a óptica.”

Já Luzia Lima de Sousa, proprietária da Luzióptica, participa do Nuso há quatro anos. Ela explica que a expectativa para o congresso “é muito boa, pois é uma novidade no mercado óptico de Belém. Espero fi car mais conhecida no segmento. O que pode ser positivo é o conhecimento que vamos adquirir atra-vés das palestras e dos minicursos que irão acontecer durante o congresso”.

O 1º Congresso Amazônico de Óticas é uma realização do Núcleo Setorial de Óticas da Associa-ção Comercial de Ananindeua (PA) e será agrega-da a ideia de uma grande feira de negócios, com a participação de indústrias do segmento óptico, para que o empresariado possa fechar negócios e esta-belecer novas parcerias. As inscrições podem ser feitas até o dia 16 de julho.

O Núcleo Setorial de Óticas (Nuso) conta com dez empresas associadas e é fruto de parceria entre a Confederação das Associações Comerciais e Empresa-riais do Brasil (CACB), Sebrae e a Associa-ção Empresarial de Ananindeua (Acia).

Fundado em 2007, o núcleo completa cinco anos de existência em junho. O co-ordenador do núcleo afi rma que “na práti-ca, a metodologia do projeto Empreender reproduz o velho provérbio que diz que várias cabeças pensam melhor que uma. Cada empresário repassa a sua experiência e, em troca, recebe várias. Isso faz com que haja um crescimento de todo o setor, que passa a ser mais competitivo, gera mais em-prego e provoca uma reação em cadeia em

toda a estrutura produtiva municipal”. De acordo com Geelan Souza, ge-

rente da Óptica Luz, a partir dessa ideia “aceitamos o desafi o de se tornar o Nú-cleo Setorial de Óticas, quebrando para-digmas, nos quais o concorrente passou de adversário para parceiro, e essa parce-ria só tende a crescer”. Ele ressalta ainda outros benefícios. “Já fi zemos compras coletivas, nas quais conseguimos produtos e equipamentos com preço bem mais em conta, e sozinho isso jamais seria possível. Além disso, o núcleo está em constante melhoria e busca sempre cursos de apri-moramento para as empresas.”

Luzia Lima de Sousa, dona da Luzi-óptica, afrima que “o maior benefício é o

maior entrosamento com outros empre-sários do mesmo segmento. Nós conse-guimos ser notados como participantes de um núcleo ligado a uma associação que nos dá respaldo maior. Tive muita melhora na gestão que, graças ao projeto via Nuso, me fez informatizar minha em-presa”. A empresária explica ainda que o núcleo sempre contribuiu por meio de cursos. “Fizemos projetos que nos tor-naram mais capacitados. Já foi cogitada a ideia de fazermos um planejamento para se montar uma central de compras cole-tivas. Hoje podemos mensurar melhor a nossa gestão e perceber o que está acon-tecendo. Esperamos poder participar de outros projetos da CACB.”

Núcleo setorial completa cinco anos de existência

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14 Empresa BRASIL

DESTAQUE CACB

Muito além do associativismoAlém dos benefícios do trabalho em equipe para a conquista de melhoresresultados, a CACB também oferece modalidades de negócios capazes deproporcionar autonomia fi nanceira às instituições fi liadas

14 Empresa BRASIL

A sustentabilidade fi nanceira e institucional é uma meta de todas as associações co-merciais, especialmente das pequenas. Atrair e fi delizar fi liados são trabalhos

que vão além do comercial. É preciso dar atenção às reais necessidades do mercado nacional e local, além de oferecer benefícios institucionais e comerciais que reforcem a importância do associativismo.

A partir da criação do Programa de Geração de Receitas e Serviços da CACB (Progerecs), em 2006, passaram a ser oferecidas para toda a rede diversas oportunidades de negócios a serem exploradas. São opções em certifi cação digital e de origem, nota fi s-cal eletrônica, cartões corporativos, clube de vendas – algumas com modelos de negócios prontos, que podem ser adaptados e gerenciados de acordo com as especifi cidades locais.

Antônio Bortolin:“É preciso conhecer

os serviços oferecidos pela confederação e

federações”

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Evento sobre Certifi cação

Digital orientou gestores e líderes

empresariais

O coordenador do Progerecs, Antônio Borto-lin, explica que “quando a entidade não conhece os serviços oferecidos pela federação e pela confedera-ção, acaba procurando parcerias paralelas, que nem sempre são vantajosas. A CACB oferece serviços que só são possíveis a tal preço por causa da escala. Co-nhecer a potencialidade que a própria entidade tem a oferecer é fundamental”.

O empreendedorismo, aliado a um conhecimento das oportunidades já oferecidas, é a chave para não cair nesse tipo de erro. Manter os gestores cientes dos produtos e serviços oferecidos fortalece a rede e be-nefi cia os associados, criando a base para a sustentabi-lidade fi nanceira da entidade e melhorando os serviços oferecidos à sociedade empresarial.

Workshop sai na frenteNos dias 21 e 22 de maio, o Progerecs - Programa

de Geração de Receitas e Serviços, da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), realizou o workshop de Certifi cação Digital em São Paulo, no auditório da sede da Boa Vista Ser-viços (BVS). O objetivo do evento foi tirar dúvidas, ex-plicar os processos da certifi cação digital e orientar os gestores e líderes empresariais.

O evento, restrito a presidentes de federações e gestores das entidades fi liadas, ofereceu também es-paço para o debate das várias opções de negócios. Foram apresentadas as possibilidades comerciais e os cases de sucesso da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que desenvolveu um projeto de car-tões corporativos para prefeituras do interior e um clube de vendas para ampliar os ganhos com a certi-fi cação digital. Também foram discutidos temas como técnicas para o aumento da produtividade, mercado atual e tendências e novas oportunidades de negócios.

Segundo o coordenador do Progerecs, Antônio Bortolin, “este foi um momento muito importante para consolidar o pensamento associativo e aparar al-gumas arestas”. Já o diretor fi nanceiro da CACB, Ge-orge Teixeira, explica que “é importante uma reunião só com os gestores e presidentes para pensarmos que o conhecimento dos serviços oferecidos pode dar a nossa entidade liberdade fi nanceira, ou no mí-nimo uma situação mais tranquila”. Participaram do evento representantes de 25 estados, além dos pre-sidentes das Federações dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Acre, Goiás e Amazonas.

Na ocasião, o responsável pelas Alianças & Parce-rias da BVS, José Wagner Simpioni, e outros diretores da empresa estiveram disponíveis para sanar todas as dúvidas a respeito de questões operacionais e co-merciais com os presidentes e gestores das federa-ções interessadas.

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16 Empresa BRASIL

Certifi cação DigitalComo carro chefe do Progerecs, a parceria com

a Boa Vista Serviços (BVS) permite aos fi liados da CACB preços mais acessíveis junto à empresa que detêm 40% do market share nacional em certifi -cação, com seis milhões de emissões por ano. De acordo com presidente da Boa Vista Serviços (BVS), Dorival Dourado, “esse é um momento de desafi o. Precisamos reestruturar nossa documentação para um novo modelo, e até certo ponto reestruturar também a cultura brasileira”.

A demanda do mercado brasileiro em certifi cação digital alcança cerca de 5,8 milhões de micro e peque-nos empresários em todo o país. O certifi cado digital funciona como uma assinatura eletrônica que permite a realização de transações online, reduzindo a burocra-cia e o tempo de atendimento.

Segundo o presidente do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), da Presidência da Republica, Re-nato Martini, “a transferência de modelos colocou o pais em xeque. Precisamos aumentar a segurança dos documentos, pois é a sociedade quem paga a fraude. O certifi cado digital oferece controle completo de a vida econômica e jurídica de um cidadão ou empresa”.

Nota Fiscal EletrônicaOutra parceria que tem dado resultados é com a

NFe do Brasil. A empresa permite, a partir de um por-tal 100% integrado com o portal da CACB e preços mais acessíveis aos fi liados, uma emissão mais rápida e segura da nota fi scal eletrônica.

O modelo emitido a partir da parceria permite a adequação à obrigatoriedade da Secretaria da Fazenda, redução de custo com papel, digitação e recepção de notas, agilidade nos processos e minimização de erros e aderência a legislação tributária. Além da facilidade e economia diferenciadas para as empresas que fazem transações comerciais internacionais.

“Queremos que nosso cliente perceba que a nota que emitimos tem uma duração maior que àquela emi-tida gratuitamente pelo governo, com possibilidade de suporte técnico 24 horas e a garantia de que a empresa não vai ter problemas com a burocracia que infelizmen-te temos que lidar em nossas relações comerciais”, ex-plica o presidente da NFe do Brasil, Antônio Gesteira.

Giovanni Guerra apresenta as opções de negócios do ACCrédito

DESTAQUE CACB

A opção de cartões corporativos na rede CACB começou com a Federação das Associa-ções Comerciais do Estado de São Paulo (FA-CESP) – a partir de um plano de negócios voltado para atender os funcionários das prefeituras das cidades do interior e fomentar o comércio local. “O mercado de cartões cresce a 20% ao ano e a oportunidade não pode ser ignorada; no nosso modelo, a gestão fi ca nas mãos da federação”, ex-plica Giovanni Guerra, coordenador de produtos e serviços da Facesp.

O ACCrédito funcional como um cartão de benefícios que o funcionário receber da empresa ou órgão para o qual presta serviços. Aquele car-tão só é aceito em uma zona específi ca, de forma a estimular o benefi ciário a usar os produtos e serviços da região e circular a economia local. Para trabalhar com o cartão, o comerciante precisa ser fi liado à associação.

Guerra explica ainda que “cada federação co-nhece seu mercado local e precisa olhar em volta e ver as possibilidades de crescimento”. Hoje exis-tem 64 associações utilizando o serviço somente no interior de São Paulo, gerando um repasse de cerca de R$ 18 mil reais por mês para a federação.

ACCrédito funciona como cartão de benefício

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JUNHO/2012 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

ESPECIAL DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

CRESCIMENTO CONSCIENTESebrae, parceiro oficial na realização da Rio + 20, estimula o investimento em sustentabilidade como fator de competitividade para as micro e pequenas empresas

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2 EMPREENDER // SEBRAE

Uma academia, um salão de be-leza ou uma papelaria? Duran-te a Rio+20, a conferência das

Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada de 13 a 22 de junho no Rio de Janeiro, o Sebrae vai apresentar aos participantes inicia-tivas com foco nesse tema. É o caso das 20 Ideias de Negócios Sustentáveis, que reúne informações, orientações e dicas essenciais para quem pretende abrir uma empresa ecologicamente correta, social-mente justa e economicamente viável.

“Hoje, produtos sustentáveis re-presentam um importante nicho de mercado. No futuro próximo, será mais do que um nicho; será padrão exigido pelos consumidores. Há muitas oportu-nidades de negócios a explorar”, avalia o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Criado em 2007, o espaço que reú-ne as Ideias de Negócios aparece entre os acessados do Portal Sebrae (www.sebrae.com.br). Com média de duas mil visitas por dia, o endereço virtual traz informações úteis a quem pensa em se dedicar ao empreendedorismo.

Com ênfase no desenvolvimento de atividades sustentáveis, as 11 ideias

que já estavam no catálogo foram atua-lizadas e mais nove, criadas. Sugestões para lavanderia, pousada, indústria de reaproveitamento de resíduos, orga-nizadora de eventos carbono neutro e carpintaria verde fazem parte da lista.

“Essas ideias resultam de pesquisas e trazem orientações sobre questões referentes ao espaço físico adequado, número de empregados, equipamen-tos principais e valor do investimento, dentre outras. Têm a fi nalidade de es-timular os empreendedores brasileiros a considerarem práticas sustentáveis como algo fundamental para que seus negócios se desenvolvam”, destaca o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alber-to dos Santos.

De acordo com o viés de sustenta-bilidade da Rio+20, o pacote de infor-mações fi cará disponível apenas em formato digital, para evitar consumo e desperdício de papel. Os visitantes da conferência poderão consultar o ma-terial por meio de tablets, no espaço da Feira do Empreendedor Rio+20, que será montado no Parque do Flamengo, Zona Sul do Rio. Os conteúdos também serão incorporados ao portal do Sebrae.

/ /Desenvolv imento/ /

SEBRAE MAPEIA IDEIAS DE NEGÓCIOS SUSTENTÁVEISDurante a Rio+20, instituição vai incentivar a abertura de empresas ecologicamente corretas e mostrar como as oportunidades podem ser aproveitadas por novos empreendedores

NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS: ● Lavanderia● Pousada● Fábrica de Cerâmica● Fábrica de Embalagens Ecológicas● Fábrica de Aquecedor Solar● Restaurante Natural● Lava-Jato● Produção de Biojoias● Hotel Fazenda● Reciclagem de lixo eletrônico● Gráfi ca● Fábrica de Cosméticos Ecológicos● Indústria de Pavimento Ecológico● Fábrica de Calçados Ecológicos● Retífi ca Ecológica● Indústria de Reaproveitamentode Resíduos● Coleta e Reciclagem de Resíduos da Construção Civil● Carpintaria Verde● Fábrica de Conservas● Organizadora deEventos Carbono Neutro

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3Junho de 2012

No Rio de Janeiro, a empresa Ciclo Ambiental veste a sus-tentabilidade. A moda do

empreendimento é feita de roupas e acessórios ecológicos confeccionados com garrafas PET recicladas e mistu-radas ao algodão.

As embalagens PET são feitas de politerefl alato de etileno 100% re-ciclável e a sua composição química não produz nenhum produto tóxico, sendo formada apenas de carbono, hidrogênio e oxigênio. Ao passarem por um processo industrial, as garrafas são derretidas a uma temperatura de 1800ºC e transformadas em fi bras de poliéster. Associadas ao algodão, es-sas fi bras podem ser usadas para con-feccionar qualquer peça de vestuário.

A empresária Isabele Delgado percebeu que, usando essa matéria-prima, poderia ajudar a preservar o meio ambiente, além de prosperar profi ssionalmente. O envolvimento dela com a questão foi tão grande que resolveu apostar no empreende-dorismo e montou o negócio. Pediu demissão do emprego e decidiu ser dona da própria vida.

Em 2001, ela inaugurou a Ciclo Am-biental, que também tem responsabi-

lidade social com a população de baixa renda. Isabele contrata mão de obra terceirizada. Fez parceria com uma cooperativa de costura e contratou um serigrafi sta. A equipe dá conta de produzir mensalmente cerca de 3 mil peças. O faturamento anual chega a R$ 30 mil. Na época da inauguração, o rendimento anual atingia R$ 5 mil e a produção mensal rendia cem peças.

Segundo Isabele, a carteira de clientes tem aumentado considera-velmente. A coleção da Ciclo Ambien-tal circula como brindes em empresas públicas e privadas. A expectativa é continuar crescendo e conquistar no-vos mercados. “Para chegar até aqui, o Sebrae foi fundamental na minha vida. A instituição foi muito importante na formação de empreendedores e não foi diferente comigo”, afi rma.

//Rio+20 Há 40 anos, o Sebrae promove a com-petitividade e o desenvolvimento sus-tentável da micro e pequena empresa. Sustentabilidade é empreendedoris-mo, efi ciência, inovação, gestão, lucro e responsabilidade social e ambiental. Por isso, a instituição é parceira ofi cial da Rio+20.

/ /Cr ia t iv idade//

ROUPA SUSTENTÁVELESTÁ NA MODAEmpresa carioca utiliza fi bra de garrafas PET para confeccionar coleção

Empresária decidiu apostar no negócio que une lucratividade e preservação do meio ambiente

A COLEÇÃO DA CICLO AMBIENTAL CIRCULA COMO BRINDES EM EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS. A EXPECTATIVA É CONTINUAR CRESCENDO E CONQUISTAR NOVOS MERCADOS

Foto André Sodre

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4 EMPREENDER // SEBRAE

/ /No Amazonas/ /

ARTESÃOS TRANSFORMAM LIXOE CONQUISTAM MERCADOSBolsas e calçados de couro de peixe e fi bras naturais viram febre no exterior

A empresa Green Obsession transforma lixo em luxo pelas mãos de artesãs amazonenses.

Calçados e bolsas são confeccionados a partir de couro de peixe, associado a juta e buriti, produtos biodegradáveis típicos da região. O empresário Aidson Ponciano compra a pele de peixe de curtumes de Manaus, onde mora. Os modelos saem da imaginação de sua es-posa, a engenheira fl orestal Rose Dias.

O negócio começou em 2000, mes-mo ano em que Aidson se aposentou como engenheiro civil. A produção ini-cial era de 50 peças e a empresa conta-va com a ajuda de dois funcionários. Só 12 anos mais tarde, o empreendimento conquistou o mercado internacional.

Os calçados estão nos pés das ca-nadenses, americanas e europeias. E as bolsas também estão nas prate-leiras internacionais. Os produtos da Green Obsession também podem ser encontrados na região Norte do país, em lojas instaladas em hotéis.

A produção média atual gira em torno de 50 pares de sapatos. Os preços dos calçados de couro de peixe variam de R$ 110 a R$ 350 e os confeccionados com fi bras naturais, de R$ 50 a R$ 80. Já as

bolsas de couro de peixe podem custar entre R$ 350 e R$ 1,5 mil. O acessório em fi bra natural é mais acessível, vendido por preços entre R$ 70 a R$ 180.

O papel que a Green Obsession exerce é de suma importância, pois 90% do couro do peixe no Brasil são descartados no mar e rios em forma de lixo. Com o aproveitamento dessa pele na fabricação de bolsas e sapatos, o rejeito é reciclado. A empresa é par-ceira do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), que busca, desde 1993, técnicas de curtimento de pele de peixe com menor impacto ambiental.

A Green Obsession conta hoje com seis funcionários. O faturamento mensal atinge R$ 30 mil. “A sustentabilidade é o negócio de futuro, um nicho de mer-cado que precisa ser explorado, porque, além de rentável, faz um bem danado ao planeta”, ressalta.

A trajetória empresarial de Aidson teve a marca do Sebrae. “A instituição exerceu papel fundamental no meu crescimento e no desenvolvimento do meu negócio”, conta. Ele fez cursos relacionados à gestão empresarial e organizacional. E planeja continuar participando de seminários e feiras promovidas pela instituição.

Fot

o Di

vulg

ação

OS CALÇADOS ESTÃO NOS PÉS DAS CANADENSES,

AMERICANAS E EUROPEIAS. E AS BOLSAS TAMBÉM

ESTÃO NAS PRATELEIRAS INTERNACIONAIS

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5Junho de 2012

CERÂMICA MINEIRA SE BENEFICIA DOS CRÉDITOS DE CARBONO

//Destaque//

Empresa é vencedora do Prêmio de Práticas Sustentáveis do Sebrae em Minas

m Ituiutaba, a 700 km de Belo Horizonte, uma cerâmica está escrevendo uma bem-sucedida

história de desenvolvimento sus-tentável. O proprietário da empresa, Nagib Jacob Iunes, 44 anos, apostou no mercado de carbono, mecanismo internacional pelo qual uma empresa que usa práticas sustentáveis vende créditos a empreendimentos que têm difi culdades para reduzir a emissão de gases no meio ambiente.

No caso da cerâmica Ituiutaba, tu-do começou pela troca de lenha nativa sem manejo fl orestal por biomassas de origem comprovadamente renováveis – como serragem, cavaco e resíduos de madeireira – para alimentar os fornos onde são queimados os produtos de ce-râmica vermelha, como tijolos e telhas.

A troca, além de desestimular a práti-ca do desmatamento, reduziu a emissão de gases como o dióxido de carbono, gás metano e óxido nitroso, responsáveis

pelo aquecimento do planeta.Segundo Nagib, a venda de crédito

de carbono contribuiu para alavancar o crescimento da cerâmica. Ele explica que a empresa monitora a produção e a quantidade de restos de madeira gastos para a queima dos produtos. A partir daí, são calculados os créditos gerados e é feita uma auditoria para verifi car a autenticidade dos dados e notas fi scais. Com a quantidade de créditos apurada, a empresa vai para o mercado de venda de carbono.

Nagib acrescenta que essa venda é principalmente para empreendimentos de outros países. O processo é terceiriza-do por uma empresa que atua no merca-do de crédito de carbono, a Social Carbon.

//Prêmio SebraeA iniciativa rendeu à empresa o Prêmio Sebrae de Práticas Sustentáveis de Mi-nas Gerais, em novembro de 2011. “Foi um reconhecimento às ações sustentá-

veis que desenvolvi na minha empresa. Fiquei ainda mais motivado a encontrar novos caminhos para proteger o meio ambiente”, ressalta Nagib.

Criada em 1973, a cerâmica conta hoje com 46 funcionários e tem um fa-turamento mensal de R$ 250 mil. A pro-dução de telhas e tijolos gira em torno de 600 mil peças por mês. De acordo com Nagib, a empresa começou a crescer efetivamente há seis anos, após a subs-tituição de lenha por cavaco. Naquela época, o faturamento da cerâmica girava em torno de R$ 200 mil. “Conseguimos com a mudança aumentar considera-velmente o faturamento e ter a mesma qualidade, porém com menos agressão ao meio ambiente. Ter um negócio verde é totalmente rentável”, atesta ele.

A cerâmica Ituiutaba vive agora uma fase de expansão. “Com o prêmio, ga-nhei um ano de consultoria do Sebrae, fundamental para crescer ainda mais e de forma sustentada”, comemora.

Foto Vandim Junisse

E

Empresa baseia sua atividade no desenvolvimento

sustentável

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m 2002, a paulista Leonor Funa-ri, de 62 anos, aposentou o giz, o quadro-negro e a sala de aula para

virar empresária do ramo da panifi cação, em Recife (PE). Com R$ 50 mil da res-cisão no bolso, resolveu colocar a mão na massa. Ao deixar São Paulo, levou, na empreitada, um padeiro especializado em pães italianos. Assim nasceu a Com.Pão Delicatessen.

Na época da inauguração, o desper-dício era constante na empresa. Água, energia, farinha e ovos consumiam o lucro do empreendimento. Em 2009, Leonor procurou o Sebrae e aprendeu medidas simples: trocou o freezer por uma câmara fria e reformou o quadro de luz. Com isso, conseguiu reduzir em 25% a conta de energia. Leonor não parou aí. Garrafas PET, alumínio, vidro e papelão passaram a ser doados para cooperativas de catadores de materiais recicláveis e o lixo começou a ser separado e entregue a criadores de suínos. Hoje, a Com.Pão Delicatessen produz diariamente quatro mil lanches e, em média, 200 kg de pão.

A atitude de Leonor comprova o re-sultado de sondagem do Sebrae com proprietários de micro e pequenas empresas (MPE) no Brasil. Segundo o estudo, a maioria deles realiza ações li-

gadas à preservação do meio ambiente. Do outro lado do país, em Rondonó-

polis (MT), o engenheiro Paulo Gomes estava preocupado em economizar energia na sua lavanderia. O maquiná-rio obsoleto era o grande responsável pela salgada conta de luz, que consumia parte do faturamento da empresa.

Quando o empresário abriu a Prillav, no mesmo ano em que a paulista Leonor decidiu mudar de vida, quase todas as máquinas eram manuais, de baixa tecno-logia. Consumiam muita energia, água e produtos químicos. Convencido de que precisava inovar, Paulo começou por automatizar a produção, com a compra de maquinário mais moderno. Além de cortar a conta de luz em 20%, também diminuiu o consumo de água e outros insumos essenciais ao funcionamento da empresa.

O passo seguinte foi desenvolver um sistema para aproveitar o clima quente de Cuiabá na secagem natural das rou-pas que tinham prazo de entrega supe-rior a 48 horas. Ele também passou a usar o gás natural para gerar calor nas secadoras utilizadas para roupas com prazo de entrega curto, de até 24 horas. E ainda instalou 12 exaustores para au-xiliar a secagem das roupas.

6 EMPREENDER //

/ /Sustentabi l idade//

Conscientização ambiental é receita de sucesso de micro e pequenas empresas

EMPRESÁRIOS CORTAM GASTOS COM MEDIDAS SUSTENTÁVEIS

ESTUDO DO SEBRAE MOSTRA QUE A MAIORIA DOS EMPRESÁRIOSREALIZA AÇÕES LIGADASÀ PRESERVAÇÃO DO MEIOAMBIENTE. O COMPORTAMENTOINCLUI COLETA SELETIVA DE LIXO(70,2%), CONTROLE DE CONSUMODE PAPEL (72,4%), DE ÁGUA(80,6%) E DE ENERGIA (81,7%)

E

Empreender – Informe Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília/DF,CEP: 70.200-645 – Fone: (61) 3348-7494 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

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Junho de 2012 17

FEDERAÇÕES

Autonomia fi nanceiraé o ponto-chave para opresidente da Federaminas

Em seu mandato, Wander Luis Silva, pre-sidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), tem apoia-

do a interiorização das ações da entidade e o for-talecimento do associativismo, além de estimular o comércio local e internacional, especialmente junto às micro e pequenas empresas. Com uma participa-ção ativa nas ações nacionais da CACB, o mineiro destaca, em entrevista a Empresa Brasil, as ações

empresariais no estado de Minas Gerais e os rumos do setor em nível nacional.

Empresa Brasil – Em sua opinião, quais de-vem ser as prioridades na agenda empresarial do país?

Wander Luis Silva – Em contexto de economia globalizada, é fundamental que o país adote medidas que concorram para reduzir o chamado Custo Brasil, com o objetivo de fortalecer a competitividade das empresas nacionais no comércio internacional. Entre elas, refor-mas constitucionais, como a trabalhista e a tributária, me-lhoria das condições da infraestrutura de transporte nos diferentes modais, que hoje fi guram como um gargalo nas exportações. Pleitos como esses devem fi gurar com prioridade na agenda empresarial do país.

Qual o estágio de aplicação da Lei Geral no estado de Minas Gerais?

Dos 853 municípios mineiros, 430 já adaptaram a sua legislação à Lei Geral da MPE. Desses, o Sebrae-MG atua neste ano junto a 106 prefeituras, ajudando-as na análise e efetiva implementação dos capítulos da lei.

Quais ferramentas podem ser usadas, em sua opinião, para sanar as lacunas ainda exis-tentes na aplicação da Lei Geral?

Acreditamos que metodologias utilizadas pelo Se-brae-MG, como ofi cinas de empreendedor individual, do agente de desenvolvimento e de compras gover-namentais – esta com duas vertentes, uma para treinar o comprador público e outra capacitando as empresas para vender ao poder público –, podem contribuir com esse objetivo.

Interiorizar as ações da entidade, com o fortalecimento de sua representatividade em todas as regiões de Minas Gerais, é um dos focos da atual gestão

Wander Luis Silva: “É fundamental que o país adote medidas para reduzir o chamado Custo Brasil”

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18 Empresa BRASIL

A Federaminas tem sido uma entidade politicamente presente em diversos aspectos. Qual bandeira o senhor destaca como priori-tária para 2012?

Desde o nosso primeiro mandato, em 2008, a Fe-deraminas se empenha em interiorizar as suas ações, fortalecendo ainda mais a sua representatividade em todas as regiões do Estado. Em 2012, outro foco priori-tário é o desenvolvimento da ação internacional da enti-dade, buscando induzir as micro e pequenas empresas a ingressarem no comércio exterior. Integram esse proje-to missões a outros países, como EUA e, principalmen-te, a China, tendo como porta de entrada a Canton Fair, em Guangzhou. Neste ano, duas comitivas organizadas pela entidade participam da feira de Cantão.

O Empreender em Minas Gerais trabalha com núcleos setoriais bem estruturados, ape-sar de ainda pouco numerosos em relação ao tamanho do estado. Como ampliar a participa-ção do estado no projeto?

Desde 2010, a Federaminas trabalha na divulgação do Empreender junto às ACEs e a sua expectativa é de que aumente consideravelmente o número de núcleos em Minas Gerais. Com esse objetivo, é importante o apoio fi nanceiro da CACB/Sebrae para viabilizar a ampliação.

A Federaminas é um dos destaques brasi-leiros em Conciliação Extraprocessual, com o maior número de PACEs em funcionamento. A que o senhor acredita que estes resultados são devidos?

Ao empenho da entidade em disseminar por todo o estado, por intermédio das associações comerciais, essa forma alternativa de resolução de confl itos, em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a CBMAE/CACB e o Sebrae-MG. A crescente adesão das ACEs mineiras ao projeto demonstra o compro-metimento das entidades do Sistema Federaminas com os interesses da classe empresarial que represen-tam e com suas comunidades.

Como está sendo organizado o planeja-mento para os treinamentos e formalizações do Integra no estado?

A primeira ação de formalização do programa In-tegra deve ocorrer no dia 28 de julho, no distrito do Barreiro, em Belo Horizonte, enquanto as ofi cinas do MEI (microempreendedor individual) devem iniciar-se também no mesmo mês. A nossa expectativa é quanto à liberação pela CACB das capacitações gerenciais para micro e pequenas empresas, para as quais a entidade já conta com mais de 150 inscritos.

Missão empresarial

à ContonFair 2012

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Junho de 2012 19

“”

“Induzir as pequenas e microempresas a ingressarem no comércio exterior é uma das principais ações da Federaminas”

A Federaminas já está na rede CACB de Certifi cação Digital, com 18 postos de aten-dimento para atender o estado. Já é possível observar benefícios institucionais e fi nanceiros desta ação?

A receita obtida por meio da certifi cação digital propiciou diversas ações à Federaminas, entre as quais a aquisição de mais um veículo para o IntegraMinas, projeto itinerante que leva os diversos produtos e ser-viços da entidade diretamente as suas federadas. Atu-almente, encontram-se em implantação neste Estado mais 22 pontos de atendimento em certifi cação.

Como os empresários do interior têm re-cebido o projeto de internacionalização de MPEs? Quais as metas do projeto?

A repercussão ao projeto é a melhor possível. Os empresários do interior vêm se conscientizando da conveniência de alargar as fronteiras de atuação

de suas empresas, pelo envolvimento no comér-cio exterior. Para essa mobilização, a Federaminas tem promovido uma série de palestras do consultor Claudio Meirelles, do Grupo Baumann, que lhe dá suporte na organização de missões internacionais, como a nova visita à Canton Fair 2012, na China, em outubro.

Qual deve ser o foco de atuação da CACB daqui para a frente?

Trabalhar para que as federações estaduais sejam autossustentáveis.

A Federaminas foi criada em 1954. É uma enti-dade sem fi ns lucrativos que surgiu como resposta à necessidade de unir as associações comerciais do esta-do, em busca de soluções para os problemas comuns das diversas regiões e da integração e desenvolvimento do estado. A Federaminas congrega mais de 400 asso-ciações comerciais, representando aproximadamente 180 mil empresários vinculados a todos os segmentos da economia. Um universo de municípios que corres-ponde a mais de 82% da população do Estado e a mais de 97% do PIB mineiro.

A federação oferece serviços em certifi cação digi-tal, nota fi scal eletrônica, proteção ao crédito, capacita-ção e cursos profi ssionalizantes, formalização de micro e pequenos empreendedores, internet e telefonia cor-porativa, seguro de vida, apoio jurídico e opções em métodos alternativos de solução de confl itos.

Com informações da Federaminas

Entidade reúne mais de 400 associações

Minas Gerais em Números

■ 9,96 milhões de pessoas economicamente ativas.

■ É a 3ª maior economia do Brasil.

■ Possui o 2º polo automobilístico brasileiro, responsável por 24,6% da produção nacional de veículos.

■ É o maior produtor brasileiro de cimento, com 23,54% da produção nacional, o que representa 11,3 milhões de toneladas anuais.

■ É responsável por 18% de todas as exportações brasileiras.

■ Produz 44,05% do valor da extração mineral brasileira.

Fonte: Governo de Minas Gerais

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20 Empresa BRASIL

CBMAE

Mutirão traz soluçõesrápidas para o empresárioCACB e Sebrae realizam o evento entre 6 e 11 de agosto; meta é atender a cerca de 5 mil demandas, desde casos de inadimplência até rescisões contratuais

A CACB, em parceria com o Sebrae, realizará o 2° Mutirão da Conciliação Empresarial. O evento é promovido pela Câmara Brasileira de Mediação e

Arbitragem Empresarial (CBMAE), com o objetivo de contribuir para o fortalecimento empresarial, especial-mente das micro e pequenas, a partir dos Métodos Extrajudiciais de Solução e Controvérsias (MESCs).

O Mutirão da Conciliação Empresarial acontece entre 6 e 11 de agosto, nas câmaras da rede e nos Pos-tos Avançados de Conciliação Extraprocessual (PACEs). O evento visa atender empresários que busquem so-luções rápidas, efi cientes e de baixo custo para seus confl itos. A meta é atender cerca de 5 mil demandas. Podem ser inscritos casos referentes a rescisão contra-tual, inadimplência e quaisquer outros confl itos empre-sariais. Os setores de serviços, comércio em geral e imobiliário deverão estar entre as áreas mais atendidas. A ideia, no entanto, é voltar maior atenção para as mi-cro e pequenas empresas.

De acordo com coordenador nacional da CBMAE, Valério Figueiredo, “o mutirão nasceu para ser um marco do nosso sistema, um movimento coordena-do, e embora algumas associações comerciais este-jam realizando o mesmo tipo de evento em outra data, em função de atividades locais, não podemos esquecer que o país tem dimensões continentais.O importante é atender as empresas”.

Valério Figueiredo explica ainda que “a empresa deve manter contato com a associação comercial e entregar a relação de confl itos, como créditos a re-ceber, inadimplência contratual, entre outros. A as-sociação irá fi ltrar essas informações e em seguida encaminhará um convite à parte contrária com a data para tentativa de conciliação. O interessante é que o índice de acordo chega aos 90% em algumas as-sociações”, afi rma. Os empresários interessados em participar devem procurar a câmara ou Pace da rede CBMAE mais próximos.

Para que o atendimento chegue ao maior núme-ro possível de pessoas, é importante utilizar todos os meios de comunicação disponíveis no sistema. O coordenador adjunto da CBMAE, Eduardo Vieira, reforça que estão sendo utilizados sites, informativos, revistas da CBMAE, CACB, Sebrae e entidades par-ceiras e fi liadas. “Outro trabalho importante é o da própria associação comercial, pois ela tem mecanis-mos de fazer a mensagem chegar até as empresas associadas e à comunidade em geral”, explica.

Serviço:Mutirão de Conciliação Empresarial6 a 11 de agostoEncontre o ponto de atendimento mais perto de você: www.cbmae.org.br

Equipe da CBMAE durante o1° Mutirão da Conciliação Empresarial

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Conciliação A Conciliação é uma forma de solu-

ção extrajudicial de controvérsias em que o terceiro Conciliador (ou conciliadores se mais de um) exerce a tarefa não só de aproximar as partes desavindas, mas SU-GERE e PROPÕE soluções, esforça-se para levá-las a um entendimento que po-nha fi m ao confl ito, ou à sua expectativa.

É um processo voluntário e pacífi co de resolução de controvérsias, que cria um ambiente propício para as partes se con-centrarem na procura de soluções criati-vas, e como na mediação, sua aplicabilida-de abrange todo e qualquer contexto de convivência capaz de produzir confl itos.

MediaçãoA Mediação é uma forma de solução

extrajudicial de controvérsias em que o terceiro Mediador, ou mediadores, caso seja mais de um, têm a função de aproximar as partes, para que elas nego-ciem diretamente a solução desejada de sua divergência. A Mediação mantém o poder decisório com as próprias partes confl itantes.

Ela constitui-se em recurso efi caz na solução de controvérsias originadas de si-tuações que envolvem diversos tipos de interesses. É processo confi dencial e vo-

luntário, em que a responsabilidade pela construção das decisões cabe às partes envolvidas. Diferente da arbitragem e da Jurisdição Estatal, em que a decisão cabe-rá sempre a um terceiro.

Os recursos técnicos da mediação são utilizados, inclusive, como estratégia preventiva, promovendo ambientes pro-pícios à colaboração recíproca, com o objetivo de evitar a quebra da relação en-tre as partes. Sua aplicabilidade abrange todo e qualquer contexto de convivência capaz de produzir confl itos.

Arbitragem A Arbitragem é regulamentada no Bra-

sil pela lei 9.307/96. No processo arbitral, as partes têm autonomia para defi nir prati-camente todos os detalhes. A quantidade, que deve ser sempre ímpar, o nome dos árbitros, o local em que se dará o proces-so, os procedimentos e as regras a serem usados no processo, se serão uma arbitra-gem de direito ou de equidade.

O processo arbitral é mais complexo que a mediação e a conciliação, mas ainda assim é bem mais simples que o processo judicial. Por lei, a decisão deve sair em no máximo seis meses do início do processo, e a decisão arbitral tem valor de sentença – deve ser cumprida.

Arbitragem Expedita A Arbitragem Expedita consiste em

um procedimento mais simplifi cado e menos custoso, se comparada à arbitra-gem ordinária, a qual é utilizada em ques-tões mais complexas, com a atuação, na maioria das vezes, de um corpo de árbitros, denominado Tribunal Arbitral. Diferentemente desta, a arbitragem ex-pedita, também chamada de arbitragem sumária, é recomendada para controvér-sias de natureza simples, cuja solução será dada por árbitro único.

Nesse tipo de procedimento os pra-zos serão menores, proporcionando uma celeridade ainda maior do que a verifi cada na arbitragem ordinária. Além disso, cons-tata-se uma maior economia para as partes, com consequente redução das taxas e dos honorários que serão pagos, uma vez que pode não se fazer necessária uma fase de instrução plena, tendo em vista a menor complexidade da matéria submetida a esse tipo de procedimento. Corroborando com a referida economia, na arbitragem expedi-ta há atuação de apenas um árbitro.

Cabe ressaltar que na arbitragem expe-dita não se pulam fases processuais, o rito é bem parecido com o ordinário. Entretanto, as fases são menos intensas, objetivando maior celeridade no procedimento.

Os Métodos Extrajudiciais de Solução e Controvérsias (MESCs) são utilizados para a solução de impasses decorrentes da interpretação de cláusulas contratuais e inadimplementos contratuais civis e empresariais, em que um terceiro, neutro e imparcial, que não esteja vinculado a qualquer das partes confl itantes, auxiliará as partes na busca por uma solução amigável ou decidirá a controvérsia fundamentando-se nas regras de direito estabelecidas pelas partes ou na equidade. Quatro modelos de procedimentos podem ser considerados MESCs:

Entenda os MESCs

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22 Empresa BRASIL

FINANÇAS

O nível de inadimplência do consumidor brasileiro começa a preocupar. Segun-do dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), esse índice regis-

trou alta de 4,32% em maio último na comparação com o mesmo mês de 2011. Foi a 15ª elevação em 16 meses. Com a queda das taxas de juros e a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para au-tomóveis e outros produtos, os consumidores foram às compras e acabaram comprometendo grande parte da renda com o pagamento de dívidas, que muitos não estão conseguindo pagar.

Para o economista José Márcio Camargo, da Pon-tifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), o problema não está na concessão do crédito, que

só recentemente está se expandindo na economia brasileira, nem na taxa de endividamento dos brasi-leiros, que ainda é baixa na comparação internacional. A questão, segundo ele, é o elevado comprometi-mento da renda com os fi nanciamentos, principalmen-te por parte das famílias das classes mais baixas. “Quem demanda crédito no Brasil é de renda média e baixa. Como as taxas de juros ainda são elevadas, quem tem poupança usa os recursos guardados para o consumo. Quem não tem se endivida”, observou.

Quase um quarto das famílias se endividou mais do que deveria e foi obrigado a reduzir o padrão de vida ou a dar calote. Um estudo da consultoria MB Associados, com base na Pesquisa de Orçamento das Famílias (POF), do IBGE, mostra que 14,1 milhões de

Inadimplência avançapela 15ª vez consecutivaA principal causa das dívidas, segundo especialistas, é o elevado comprometimento da renda com os fi nanciamentos, principalmente por parte das famílias das classes mais baixas

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famílias comprometeram mais de 30% da renda men-sal com dívidas. Essa marca ultrapassa o limite saudável para o endividamento, pois 70% do orçamento vão para despesas básicas, como comida, habitação ou saúde, conforme mostra a POF. A maior parte dessas famílias superendividadas está na fatia menos favorecida da população: 5,8 milhões na classe C e 6,6 milhões nas classes D e E. Na média, no entanto, o brasileiro comprometeu 26,2% da renda mensal com dívidas, diz o estudo da MB. Esse resultado é superior à média de 22% estimada pelo Banco Central, porque inclui gastos como crediário de loja sem parceria com banco e despesa à vista no cartão de crédito.

Para José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB, o próprio efeito do pacote de estímulo ao consu-mo por meio do crédito, principalmente na compra de carros, será limitado pelo endividamento.

“É um número grande de famílias que ultrapas-saram o limite, por isso o nó no mercado de crédi-to.” Nos últimos cinco anos, a expansão do crédito, com a entrada de novos consumidores, garantiu um crescimento robusto da economia. Mas, desde me-ados de 2011, o ritmo de concessão esfriou, à me-

dida que a inadimplência crescia. Em abril, o calote atingiu o recorde de 7,6%.

Os consumidores deixaram de pagar as contas, apesar da menor taxa de desemprego da História. O economista da LCA, Wemerson França, diz que isso ocorreu porque eles comprometeram uma fatia maior da renda com dívidas. Com o corte de impos-tos na crise de 2008, os brasileiros compraram carro, casa, móveis e eletrônicos a prazo. A importância do descontrole de gastos como fator de calote aparece numa pesquisa da Boa Vista Serviços, que administra o serviço de proteção ao crédito da Associação Co-mercial de São Paulo (ACSP), feita com 1.100 inadim-plentes em março. O desemprego é a principal causa do calote (38,3%), mas a fatia do descontrole de gas-tos subiu de 15% para 24,6%.

“Nos últimos cinco anos, a expansão do crédito, com a entrada de novos consumidores, garantiu um crescimento robusto da economia. Mas, desde meados de 2011, o ritmo de concessão esfriou, à medida que a inadimplência crescia”

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24 Empresa BRASIL

TRABALHO

Inovar com responsabilidade e respeito a sua empresa e aos colaboradores. Esse é o novo desafi o dos profi ssionais de recursos humanos no mundo corporativo e presença obrigatória

no discurso institucional das empresas.Mas o que é exatamente inovação? “É fazer alguma

coisa de uma maneira diferente que traga resultado fi -nanceiro para a empresa”, resume o diretor-executivo do Centro para Inovação e Competitividade (CIC), Alain Farès. Ou seja, a introdução de um novo proces-so que agilize o fl uxo de informações na companhia ou uma alteração em um procedimento logístico que traga efi ciência também são exemplos de inovação. “Hoje, di-fi cilmente encontramos uma empresa que não coloque a inovação como importante para a sua sustentabilidade. Agora, existe uma diferença razoável entre anunciar essa prioridade e de fato ter a inovação como uma prática”, segundo declarações de Ney Silva, diretor de RH da Natura – eleita pela revista Forbes, em 2011, a 8ª em-

presa mais inovadora do mundo –, ao site da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

Na Natura, segundo Silva, existe um comitê de inovação, uma vice-presidência de inovação e o tema também é discutido pelo conselho de administração da empresa. Recentemente, iniciou a criação de núcleos de inovação que vão atuar em conjunto com diversas áreas da empresa visando aumentar o fl uxo de informações entre as equipes. Além disso, a organização mantém uma rede de conhecimento a partir de parcerias com universidades e centros de pesquisa. “Algumas empresas podem pensar que inovação é um tema que deve ser responsabilidade de uma área específi ca dentro da com-panhia. Isso é um grande equívoco: inovação precisa ser tratada de forma totalmente transversal”, diz Silva.

Para estabelecer a inovação como uma meta cons-tante, a empresa precisa defi nir claramente que riscos está disposta a correr e ter consciência de que ideias inovadoras não surgem de um dia para o outro. “A

Inovar é o novo desafi odo profi ssional de recursos humanosFator-chave que pode representar a diferença entre o sucesso de uma empresa e seu potencial fracasso, a inovação possibilita fazer mais com menos

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visão de curto prazo deve ser trabalhada pela empre-sa, principalmente aquela que enfrenta um mercado competitivo e ágil em novos lançamentos, juntamente com a visão de longo prazo que deve observar as ten-dências futuras que garantirão a longevidade do negó-cio”, avalia a gerente de inovação do Instituto Nokia de Tecnologia, Ana Sena. “Além disso, as empresas devem defi nir estrategicamente o nível de risco que podem suportar, pois inovação é risco, incerteza, mudança, não apenas na cultura interna, mas também no contí-nuo desenvolvimento e na execução de novos produ-tos, processos e serviços.”

Área atrai profi ssionais cadavez mais qualifi cados

Uma das áreas mais valorizadas nos últimos tem-pos pelas grandes corporações, o departamento de recursos humanos vem atraindo profi ssionais cada vez mais qualifi cados. Hoje, na área, não há somente ad-ministradores, psicólogos e pedagogos, mas também economistas e engenheiros, que são atraídos por salá-rios cada vez mais compensadores.

Jozete Costa Bezerra, coordenadora de consul-toria da fi lial de Salvador, da Ricardo Xavier Recursos Humanos (SP), ressalta que a profi ssão está mais va-lorizada, devido à grande preocupação das empresas em contratar talentos e também a sua importância no processo de desenvolvimento e educação.

“O profi ssional de RH tem que ser eclético e conhecer com minúcias o negócio de sua empresa, porque somente dessa forma conseguirá suprir a em-presa com bons talentos e a qualifi cação necessária”, acrescenta Jozete. De acordo com a executiva, entre as principais atividades do setor, a demanda maior é por gestão de pessoas. “A área cresceu muito, o que resultou numa valorização maior por parte das empre-sas, sobretudo na função de consultoria interna que participa efetivamente do planejamento estratégico e da busca por talentos”, ressalta.

Na área mais específi ca, a demanda pelo coaching, de acordo com Jozete, está bastante aquecida. “Antes se falava em coaching, mas não da forma como se pra-tica hoje, que procura dar ênfase aos pontos fortes e aos pontos a desenvolver de cada profi ssional, além do aumento da consciência de cada profi ssional”, diz.

Desenvolvida pelo ISO/TC 176, comitê técni-co responsável pela publicação da série ISO 9000, a ISO 10018, que entrou em vigor em fevereiro último, é uma certifi cação voltada para a participação e a competência de pessoas nos sistemas de gestão. Esse trabalho teve sua origem a partir de consultas entre organizações certifi cadas de diversos países, oportunidade em que a ISO constatou importância e o interesse em uma nova norma, a ISO 10018. Segundo especialistas do setor, trata-se de um im-portante passo para que os profi ssionais sejam con-siderados e tratados como seres inteligentes, possui-dores de desejos e vontade próprios, que podem e devem ser dirigidos e orientados no sentido de se obter benefícios tanto para a organização como para eles mesmos.

A norma ISO 10018 não foi criada para ser usada com fi ns de certifi cação. No entanto, nada impede que venha a ser utilizada como forma de induzir as organizações a tratarem seus profi ssionais em uma dimensão diferente de simples recursos a serem alocados e explorados para obter os resulta-dos organizacionais desejados. “Essa é uma tentativa de colocar os colaboradores das empresas com a sua real e justa dimensão na gestão das organizações, como seres inteligentes e capazes de contribuir não apenas com a sua competência e experiência, mas também, e principalmente, com sua atitude para a obtenção dos objetivos organizacionais”, diz Renato Pedroso Lee, da área de RH da Petrobras.

Nova ISO valoriza competência das pessoas

Pedroso: “ISO 10018 induz organizações a tratarem seus colaboradores em sua justa dimensão”

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TENDÊNCIAS

Rio+20 pode benefi ciar oecoturismo brasileiroAlém de ser dono de 60% da Amazônia, a mais biodiversa fl oresta tropical do mundo, Brasil tem tudo para tornar a atividade uma fonte de riqueza e de promissoras perspectivas futuras

As fl orestas brasileiras, onde os vegetais se confundem e se misturam uns com os ou-tros – ao contrário de certas regiões euro-peias, formadas por fl orestas de pinheiros

que acompanham as montanhas –, se tornaram passa-gens obrigatórias nas descrições de viagens dos naturalistas europeus que viajaram pelo país nos séculos 18 e 19.

Um dos mais conhecidos, o biólogo francês Au-gustin François César Prouvençal de Saint-Hilaire, ma-ravilhado com o Brasil, relatou em livro “as várias to-nalidades de verde e de vegetais de famílias diferentes que misturam seus galhos e confundem suas folhas”.Talvez esses naturalistas como Saint-Hilaire tenham sido os primeiros daquilo que passou a designar-se como ecoturismo, um ramo do turismo que, em busca da natureza, movimentou nos Estados Unidos, somente em 2010, cerca de 230 milhões de pessoas em seus parques nacionais, o que resultou numa recei-ta de US$ 730 bilhões, segundo dados da Associação Norte-Americana de Turismo de Aventura.

Nesse mercado, o Brasil, um dos países de maior biodiversidade, qualifi cado por seus biomas – Amazônia, Mata Atlântica, Campos Sulinos, Caatinga, Cerrado, Pan-tanal e Zona Costeira e Marítima e seus diversos ecossis-temas –, apresenta-se como potencial destino de grande competitividade internacional que poderia tornar-se uma fonte de riqueza e promissora em perspectivas futuras.

“O Brasil está ganhando uma grande projeção mundial no ecoturismo e no turismo de aventura”, destaca o francês radicado no país Jean-Claude Razel, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta).

De acordo com Razel, o turista eco e de aventura aumentou em 165% o gasto médio diário no período de 2009 a 2010, o que elevou para cerca de R$ 550 mi-lhões ao ano a estimativa de faturamento do setor. Para ele, trata-se de uma atividade promissora para o país. “A tendência mundial das atividades ao ar livre encontra um espaço aberto como poucos no Brasil”, acredita.

Segundo dados ofi ciais, o ecoturismo foi introdu-

Desempenho atual do país no segmento está

muito aquém de seu potencial

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zido no Brasil no fi nal dos anos 1980, seguindo a ten-dência internacional. Em 1989 foram autorizados pela Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) os primeiros cursos de guia desse tipo de turismo. Mas foi em 1992, com a Rio 92, que o termo ecoturismo passou a ga-nhar maior visibilidade no mercado.

Ainda em estágio de desenvolvimento recente, este é o momento, segundo os especialistas, de incen-tivar a introdução de uma política de âmbito nacional para o setor. Tal política deveria orientar governos e legislativos para a implantação de suas estratégias de regulamentação e controle, assim como orientar agên-cias de fomento para criar e facilitar o acesso a incenti-vos fi scais e fi nanciamentos.

O certo é que o desempenho do país no segmento do ecoturismo ainda é muito aquém de seu potencial, relata Israel Waligora, dono da empresa Ambiental, es-pecializada em viagens para destinos de natureza preser-vada, fi liada à Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) e ex-presidente da Abeta. Segundo o empresário, não existem sequer dados confi áveis, nem mesmo da Organização Mundial de Turismo (OMT), que possam servir de referência sobre o ecoturismo, cuja atividade ainda carece de uma defi nição precisa. “O que é ecoturismo?”, indaga. “Qual seria a sua carac-terística fundamental? O contato com a natureza?”

Nessa linha, uma das referências do ecoturismo no Brasil, de acordo com Waligora, poderia ser o núme-ro de visitantes em parques nacionais, o que é medido pelo CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biosse-gurança), segundo a qual, em 2010, cerca de 4 milhões de pessoas visitaram 21 de um total de 66 parques existentes no país. Do total, cerca de 1,2 milhão esti-veram no Parque Nacional da Tijuca, mais interessados no Cristo Redentor do que no parque, enquanto outro milhão esteve em Iguaçu, para curtir as cataratas. Os restantes, 1,8 milhão de pessoas, se espalharam pelos demais 19 parques. “Esses números servem para se ter uma ideia de uma parte do chamado ecoturismo no Brasil, em comparação ao movimento registrado no mesmo ano nos Estados Unidos”, ressalta.

No Brasil, segundo pesquisa da Abeta divulgada em março deste ano, as atividades mais praticadas daquilo que é considerado ecoturismo pela entidade são: passeios de bugues e cavalgadas (36%) e caminhadas (31%). Em se-

guida, destacam-se, com percentual acima de 20%: tiro-lesa, observação da vida selvagem, mergulho e canoagem ou caiaque. Entre aquelas com mais de 10% de pratican-tes foram citados o espeleoturismo (exploração de grutas e cavernas), passeios em veículos 4X4, arvorismo, rafting, fl utuação, quadriciclo, boia-cross, cicloturismo e rapel. As atividades de menor percentual são: canionismo/ cacho-eirismo, escalada, bungee jump, voo livre, paraquedismo, windsurfe, balonismo e kitesurfe.

Uma dos temas da programação prevista pela con-ferência da ONU (Organização das Nações Unidas Rio+20) – o desenvolvimento sustentável –, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de junho, po-derá contribuir para um novo impulso ao ecoturismo.

Dado o debate sobre a necessidade de conservação do meio ambiente por meio de técnicas sustentáveis, uma nova maneira de vivenciar e usufruir as paisagens rurais, as áreas fl orestadas, as regiões costeiras, entre ou-tros ecossistemas passará a ser vista como um modelo de turismo mais responsável, diz o Ministério do Turis-mo em sua cartilha preparada para o evento.

Na defi nição do mesmo Ministério, o ecoturis-mo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações. Na prática, se essa defi nição passar a valer mesmo no país, talvez a região amazônica, aquela que sempre despertou a curiosidade dos antigos naturalistas, volte a ser a grande referência do Brasil nesse tipo de turismo, o que não acontece há mais de 20 anos. “Enquanto a quantidade de leitos na hotelaria do Pantanal, que seria um destino típico de ecoturismo, encontra-se estagna-da há quase dez anos, nos hotéis de selva amazônica ela recuou no tempo”, relata Israel Waligora.

Para especialistas, ecoturismo ainda

se ressente de melhor defi nição

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28 Empresa BRASIL

TENDÊNCIAS

Brasil lança Passaporte VerdeO Programa das Nações Unidas para o Meio Am-

biente (Pnuma), em associação com o governo brasi-leiro, lançou, na semana que antecedeu a Rio+20, o “passaporte verde”, uma campanha mundial para cons-cientizar os turistas sobre proteção do meio ambiente.

O objetivo do programa é mostrar aos visitantes que durante suas viagens também podem contribuir para conservação da natureza e melhorar a qualidade de vida do povo da região que visitam, afi rmou o Pnu-ma, em comunicado à imprensa.

Durante a Conferência da ONU sobre Desenvol-vimento Sustentável Rio+20, realizada neste mês no Rio de Janeiro, os turistas receberam nos aeroportos informações sobre políticas de consumo sustentável para estimulá-los a respeitar a natureza, as tradições e os valores socioculturais.

O Brasil recebe anualmente 5,5 milhões de turis-tas estrangeiros, que, segundo o Pnuma, provocam impactos ambientais sobre os serviços e os recursos naturais, por isso o incentivo para que optem por um consumo de baixo impacto.

Em 2011, a indústria do turismo foi res-ponsável por mais 98 milhões de empregos diretos e 255 milhões indiretos, superando a indústria automotiva em todo o mundo, segundo dados divulgados em março pelo Conselho Mundial de Turismo e Viagens (WTTC), com sede em Londres.

O estudo, elaborado pela Oxford Eco-nomics, mostra ainda que o turismo gera US$ 2 trilhões em receita, sendo 2,8% do PIB (Produto Interno Bruto) global. Segun-do David Scowsill, presidente e CEO do WTTC, esses números são extremamen-te signifi cativos e mostram que é hora de os governos prestarem mais atenção nes-

sa indústria, “principalmente em épocas como esta, na qual se busca a recuperação de algumas economias nacionais e a cria-ção de mais emprego”, completa.

Somente na Europa, o setor somou 10 milhões de empregos diretos. O es-tudo estima que o crescimento da oferta de trabalho nessa indústria deverá ser de 1,2% por ano.

Segundo a mesma pesquisa, o Brasil tem 7,6 milhões de empregos (diretos, in-diretos e induzidos) no turismo. A pesquisa mostra ainda que em 2011 as viagens e tu-rismo responderam por US$ 213 bilhões no país, com contribuição direta no PIB

duas vezes maior que o setor automotivo. O estudo, que compara o turismo a

outros setores econômicos, ressalta que enquanto as viagens e o turismo respon-dem por 8,6% do PIB brasileiro, a indús-tria química, por exemplo, representa 7% e a mineração, 6,7%.

A entidade projeta para o setor de viagens e turismo brasileiro crescimento médio de 5% ao ano na próxima década. No ano passado, o turismo totalizou US$ 7 bilhões nas exportações brasileiras, res-pondendo por 19% do total de exporta-ções do setor de serviços e 2,4% do total das exportações brasileiras.

Turismo mundial gera US$ 2 trilhões em receitas

Durante a Rio+20, visitantes

receberão o Passaporte

Verde, um guia com orientações

sobre como viajarrespeitando a

natureza

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Junho de 2012 29

Horto Florestal da Serra da Mantiqueira é um dos mais frequentados por afi cionados

Cidades como Campos do Jordão e Santo Antonio do Pinhal, na Serra da Mantiqueira (SP), oferecem boas opções para quem quer aproveitar o tempo praticando ecoturismo. Além de boas caminhadas entre cachoeiras e riachos, a região proporciona a oportunidade de ver de perto animais selvagens e belas montanhas.

São mais de cem trilhas espalhadas pelas montanhas e rios de Campos do Jordão. Os picos altos convidam para o rapel e as águas para um mergulho de banho frio. O Horto Florestal é cheio de montanhas, picos e cachoeiras, local perfeito para a prática de esportes.

Quem não quiser descer a montanha pode subi-la. O montanhismo pode ser praticado em vários pontos de Campos do Jordão, como no Horto e na Pedra do Baú. São diversos picos e montanhas para escalar e sentir o ar esfriando a cada metro.

Outra opção é curtir as cachoeiras. O cachoeiris-mo é muito comum nas quedas frias da cidade. De-pois de muito esforço, pode ser recompensado com um mergulho nas piscinas naturais que se formam em Campos do Jordão. Quem aprecia mais passear pode escolher uma das centenas de trilhas para explorar, por terra mesmo, a beleza da fl ora e fauna de Campos do Jordão. Além disso, diversos passeios de cavalgada podem ser alugados em praticamente todos os pontos de Campos do Jordão.

Criado em 1941, o Horto Florestal de Campos do Jordão possui 8,3 mil hectares de área preservada, com uma vegetação de araucárias e coníferas. É uma ótima opção para quem quer passar o dia fazendo algo diferente das tradicionais atrações do Centro de Cam-pos do Jordão, o Capivari. Tem churrasqueiras, lagos, bosques, área de ginástica, viveiros de plantas, duchas, capela, ciclovia, restaurante, loja de artesanato e muitas trilhas. Seu relevo montanhoso chega a 2.007 metros de altitude. A vista é ainda mais panorâmica do alto dos 12 metros da torre de madeira.

Local tem churrasqueiras,

lagos, bosques e muitas trilhas

Horto Florestal de Campos do Jordão possui 8,3 mil hectares de área preservada

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30 Empresa BRASIL

O título desta resenha remete a uma frase do ex-deputado Ulysses Guima-rães, para quem “há ocasiões em que não basta fazer o que se pode; tem-se

de fazer o que é preciso”. Justamente esse é o sentido do livro Além da Euforia, dos economistas Fábio Giam-biagi e Armando Castelar Pinheiro – lançado em maio último pela Campus/Elsevier Editora.

Além de uma análise da economia brasileira nos últimos anos, favorecida amplamente pela conjuntura internacional, a obra aponta uma série de defi ciências do atual modelo de desenvolvimento.

Organizado em 11 capítulos, Além da Euforia analisa o tema, em visão retrospectiva, do que mais de um eco-nomista denominou de “volúpia gastadora” de sucessivos governos, expressa na evolução sistematicamente cres-cente da relação Gasto Público/PIB há quase 30 anos.

Sob o título “A fantasia fi scal”, o capítulo 2, que es-miúça o processo de expansão do gasto público, por si só, justifi ca a obra, a começar por sua epígrafe, onde é utilizada uma frase de Juan Domingo Perón, em que sugere “dar ao povo tudo o que for possível, porque não há nada mais elástico do que a economia”, em carta a Carlos Ibáñez, então presidente do Chile.

Foi como se inspirado por essa frase de Perón o governo passasse a esticar cada vez mais o gasto públi-co, mas sempre com o cuidado de manter o superávit primário próximo às metas. Com qual mágica? Pela cada vez maior carga tributária, a qual aumentou cinco pontos percentuais do PIB na última década, chegando a 35% do PIB em 2010, e que deve ter se elevado em 2011 e também em 2012.

A política econômica atual, segundo os autores do livro, tem mecanismos que impõem a alta contínua dos gastos, como regra de aumento do salário mínimo, mas não é clara sobre até quando (e até quanto) será possível elevar a carga tributária sem comprometer o crescimento. Tal mágica, entretanto, não é capaz de tirar dessa receita com impostos o que o país mais precisa, ou seja, aprimorar a qualidade do gasto público; investir na infraestrutura; melhorar a educação; encarar o desa-fi o demográfi co e aprimorar o ambiente de negócios.

Para os autores, a taxa de investimento da eco-nomia brasileira continua sendo baixa. Os níveis de educação da população brasileira, em média e mesmo entre os mais jovens, são constrangedoramente baixos para poder aspirar a taxas maiores de crescimento, em um mundo cada vez mais competitivo. A demografi a, que no Brasil até aqui tem sido uma aliada do cresci-mento, passará gradualmente a se tornar um entrave para uma maior expansão, devido à combinação de menor crescimento da população economicamente ativa e maior incremento da população idosa.

De outra parte, Giambiagi e Pinheiro sustentam que o Brasil continua fazendo política econômica como se o grande problema da economia fosse alguma in-sufi ciência de demanda, o que segue uma concepção keynesiana excessivamente simplifi cada da realidade. Uma vez ocupados os recursos produtivos existentes, o desenvolvimento de um país se faz a partir da me-lhoria da produtividade, e, nesse sentido, o Brasil tem tido uma trajetória com crescimento bastante pobre, afi rmam os autores.

Para os economistas, não tomar medidas polê-micas sobre assuntos que demandam correção pode poupar as autoridades de um ônus político, mas, cedo ou tarde, as consequências aparecerão – se não para elas, certamente para o país. Por isso, é preciso, ur-gentemente, que o espírito de Juan Domingo Perón, eloquentemente exposto na citada carta ao presidente chileno Carlos Ibáñez, deixe de inspirar Brasília.

(Milton Wells)

Estamos deixando de fazero que é preciso

LIVROS

Organizada em 11 capítulos,obra dedica especial análise sobre a evolução crescente da relação gasto público/PIB há quase 30 anos

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■ João Xavier*

A motivação é tema frequente nos mais variados meios de comunicação. Artigos e matérias a respeito do assunto estão constantemente em pauta em diver-sas publicações, em especial nas destinadas à gestão de pessoas, carreiras ou de psicologia organizacional.

Do ponto de vista corporativo, o assunto é recor-rente, pois as empresas anseiam, cada vez mais, por aprender a motivar suas equipes. Elas procuram fór-mulas e receitas que promovam a motivação de seu pessoal, tendo em vista que seus resultados estão in-trinsecamente ligados ao desempenho de seus profi s-sionais, principalmente na era do conhecimento. E por falar em conhecimento, pergunto: qual o recipiente do conhecimento? A resposta é simples: ‘gente’. Mesmo que se coloque em prática a automação ou informa-tização dos processos, temos de lembrar que quem projeta máquinas e sistemas, quem os constrói e quem os mantêm são as pessoas.

No que diz respeito à motivação, acredito que aqui resida o problema: quem se preocupa com a questão acaba por assumir a responsabilidade sobre ela. É aquela velha máxima que diz “não pergunte, pois se assim fi zer trará o problema para você”. Portanto, as empresas estão chamando para si a responsabilidade pela motivação de seus funcionários – o que, a meu ver, é um grande engano, pois entendo a motivação como responsabilidade do próprio indivíduo.

Agora, sim, acredito ter causado um certo des-conforto. Certamente o funcionário ou colaborador discordarão do meu ponto de vista, afi nal conhecem bem todos os defeitos de sua empresa e sabem qual o estado de satisfação em que se encontram; e o empre-sário, executivo ou gestor, se por um lado irão aliviar-se por retirar essa responsabilidade dos ombros, por ou-tro se questionarão: mas como transferir e até mesmo cobrar essa responsabilidade?

Primeiramente, em relação às empresas sugiro mais objetividade. Recomendo que abordem a ques-tão com o seguinte enfoque: as empresas não têm problemas com a motivação de seus funcionários, mas

sim problemas de prevaricação e procrastinação. E isso sim pode ser gerenciado, medido e cobrado. O fun-cionário foi contratado para realizar, entregar e cumprir – e tudo isso deve independer do quanto motivado se encontra o profi ssional.

Mesmo que nesse ponto surja a questão: “Mas o funcionário motivado supera as metas!”. Sim, con-cordo, mas ainda assim o “estar motivado” depende somente dele. O máximo que a empresa pode fazer é atuar na satisfação por meio de estímulos e incentivos.

Quem pode garantir que uma pessoa satisfeita é uma pessoa motivada? Concordo que os indivíduos satisfeitos têm maior probabilidade de estar motivados, mas podemos admitir que o contrário é verdadeiro? Ou seja, podemos aceitar como verdade que uma pessoa insatisfeita é, necessariamente, uma pessoa desmotivada? Podemos atribuir uma relação de causa-lidade (causa e efeito)? Eu entendo que não.

Exemplifi co: posso não ter votado no candidato eleito para presidente, governador ou prefeito, e não concordar com sua política de governo, mas nem por isso deixo de produzir; 2) Temos muitos problemas re-lacionados à corrupção em nosso país, mas nem por isso estou desmotivado a ponto de não levantar todas as manhãs e dar o melhor de mim no trabalho, ou mesmo planejando mudar de país; 3) Estamos exaurindo nossos recursos naturais, mas nem por isso me deixo abater. Muito pelo contrário, me orgulho das poucas atitudes que tomei em relação a uma vida ecologicamente cor-reta, buscando um consumo sustentável.

Portanto, minha intenção com este artigo é a de devolver a responsabilidade da motivação para o in-divíduo. Nenhuma empresa ou mercado são perfei-tos; tampouco um país. Todos têm seus problemas e, por pior que sejam, não se justifi ca deixar desmotivar. Motive-se a mudar o ambiente ou, então, a si mesmo. Encerro este texto com uma frase de Roger Crawford que sintetiza bem a questão e certamente funcionará como um ótimo convite à refl exão: “Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional”.

* Diretor-geral da Ricardo Xavier Recursos Humanos

ARTIGO

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“Quem se preocupa com a motivação acaba

por assumir a responsabilidade

sobre ela”

Motivação: esta é com você

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