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CCE- CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS EMÍLIA AKEMI FUKUDA LEVANTAMENTO FÍSICO, DIAGNÓSTICO E IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS DO USO DO SOLO NA FAZENDA-ESCOLA - UEL Londrina 2007

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CCE- CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

EMÍLIA AKEMI FUKUDA

LEVANTAMENTO FÍSICO, DIAGNÓSTICO E

IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS DO USO DO SOLO NA FAZENDA-ESCOLA - UEL

Londrina 2007

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EMÍLIA AKEMI FUKUDA

LEVANTAMENTO FÍSICO, DIAGNÓSTICO E IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS DO USO DO SOLO NA

FAZENDA-ESCOLA – UEL

Monografia apresentada ao curso de Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Londrina como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Geografia. Orientador: Profo. Nelson Tagima. Co-orientador: Profª. Ms. Rosely Maria de Lima.

Londrina 2007

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EMÍLIA AKEMI FUKUDA

LEVANTAMENTO FÍSICO, DIAGNÓSTICO E IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS DO USO DO SOLO NA

FAZENDA-ESCOLA – UEL

Monografia apresentada ao curso de Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Londrina como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Geografia. Orientador: Profo. Nelson Tagima. Co-orientador: Profª. Ms. Rosely Maria de Lima.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________ Profº Nelson Tagima

Universidade Estadual de Londrina

__________________________________________

Profª Ms. Rosely Maria de Lima Universidade Estadual de Londrina

_____________________________________

Profº Dr. Angelo Spoladore

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, ____ de ____________ de 20___

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Koji e Hiroko Fukuda, pela compreensão e apoio em todos os momentos. Ao meu orientador Profº Nelson Tagima e a minha co-orientadora Profª Ms. Rosely Maria de Lima pelo auxílio no desenvolvimento deste trabalho. Ao meu namorado, Marcos Aparecido Gonçalves, pelo companheirismo e pelo apoio fundamental e incondicional na execução e no término deste trabalho e em todos os demais momentos. Ao profº Dr. Ângelo Spoladore pela amizade e auxílio nos momentos necessários. Ao Tarcísio A. Osti, amigo que foi de grande ajuda nas etapas finais deste trabalho.

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FUKUDA, E.A. Levantamento físico, diagnóstico e implicações ambientais do uso do solo na Fazenda-Escola – UEL. Monografia (Bacharelado em Geografia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, 2007.

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo o levantamento e análise física dos solos da Fazenda-Escola da Universidade Estadual de Londrina e, a partir destes estudos, verificar as implicações do uso antrópico sobre a evolução do solo da referida área de estudo, destacando-se as modificações morfoestruturais do solo decorrentes do seu uso contínuo e de práticas de manejo, por vezes inadequados, além de destacar problemas ambientais relacionados a sua forma de uso. Objetiva-se ainda com este trabalho, o direcionamento para possíveis alternativas de uso que possibilitem a utilização do solo de forma menos degradativa, para isso, considerando relevantes os aspectos pedológicos e a capacidade de uso inerente a cada classe de solo e destacar a importância dos estudos sobre solo (levantamentos físicos) como contribuição para a manutenção de um equilíbrio ambiental, através de prática mais racional de uso dos recursos naturais, o qual deverá se concretizar por meio do planejamento de uso destes recursos.

Palavras-chave: Levantamento físico. Diagnóstico. Implicações ambientais. Uso do solo. Recursos naturais. Equilíbrio ambiental.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Vista aérea da área de estudo…………………………………………………...24 Figura 2 – Localização dos pontos de sondagem e de coleta da área de estudo..…….27 Figura 3 – Localização e identificação dos pontos de coleta dos perfis......................…28 Figura 4 – Delimitação de áreas com problemas de compactação.................................34 Figura 5 – Figura esquemática das classes de solo identificados na fazenda-

escola..............................................................................................................................44

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Foto 1 – Vista parcial da fazenda-escola…...………………………….……………………25 Foto 2 – Coleta de perfil de solo em forma metálica.......................................................29 Foto 3 – Perfis de solo coletados em secagem ao ar para realização da descrição

morfológica……………………………….....................................…………………………..29

Foto 4 – Vista parcial do Ribeirão Esperança com sua área de mata ciliar…...……...…35 Foto 5 – Área de mata ciliar do Ribeirão Esperança………..........................…...…....…35 Foto 6 – Erosão laminar em área de cultivo de citrus........…………..….........................38 Foto 7 – Lavagem e acúmulo de minerais de ferro no solo…….....…………………..….38 Foto 8 – Vista de vertente com inclinação em direção à área da mata ciliar…….......…40 Foto 9 – Vista de outro angulo da mesma vertente…….………………….....……...…....40 Foto 10 – Disposição do relevo em trechos da fazenda-escola......................................47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados de densidade aparente dos horizontes superficiais e subsuperficiais

dos perfis de solo coletados............................................................................................33

Tabela 2 – Relação entre densidade aparente e porosidade dos horizontes A e B dos

perfis de solo analisados.................................................................................................36

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................11

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................13

1.1Contexto Histórico de Evolução do Uso do Solo........................................................13

1.1.1 Breve relato sobre o histórico do café no Paraná..................................................16

1.2 O Impacto do Homem Sobre os Recursos Naturais: a agricultura e a degradação

dos solos.........................................................................................................................17

1.3 Implicações Ambientais do Uso do Solo e a Importância do Planejamento de Uso na

Agricultura.......................................................................................................................19

2. A ÁREA DE ESTUDO.................................................................................................24

2.1 Localização e Caracterização Física da Área de Estudo..........................................24

3. MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................................26

3.1 Metodologia Utilizada................................................................................................26

3.1.1 Procedimentos gerais de trabalho..........................................................................26

3.1.2 Procedimentos de campo e laboratório..................................................................27

3.1.3 Análises físicas.......................................................................................................30

3.1.4 Descrição morfológica............................................................................................31

3.1.5 Análise granulométrica...........................................................................................31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................32

4.1 Compactação do Solo...............................................................................................32

4.2 Porosidade do Solo...................................................................................................36

4.3 Erosão do Solo..........................................................................................................37

4.4 Morfologia do Solo.....................................................................................................40

4.5 Uso Potencial de Solos.............................................................................................43

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................48

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................50

ANEXOS..........................................................................................................................53

ANEXO A – Descrição Morfológica dos Perfis de Solo Coletados..................................53

ANEXO B – Análises Granulométricas............................................................................77

ANEXO C – Dados de análise física dos pontos de sondagem......................................79

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INTRODUÇÃO

Um dos maiores desafios da atualidade está relacionado à utilização

equilibrada e, portanto racional dos recursos naturais.

Na relação existente entre o homem e o meio ambiente, o solo é um

recurso natural de fundamental importância, pois, além de ser um dos componentes

que formam a nossa base de sustentação, seja como fonte de alimentos ou como

suporte para construções diversas, o setor agrícola emprega boa parte da população

mundial e, a maior parte da matéria-prima destinada às indústrias é proveniente do

solo.

Sendo assim, o solo é um dos elementos de maior importância para o

desenvolvimento de uma sociedade e, apesar disso, é um recurso natural que não tem

tido a importância merecida no que se refere ao seu planejamento de uso e ocupação,

seja na área rural, seja na área urbana.

Segundo Ruellan (1988), o desenvolvimento para um país ou uma

sociedade é a aquisição de meios adequados de alimentação, moradia, vestuário,

saúde, educação e manutenção de sua cultura. O solo é um dos recursos essenciais

por si só e pela influencia que exerce sobre os ambientes e sociedades. É a fonte de

alimentos, de matérias-primas, de energia e também influencia o comportamento das

águas. É sobre ele que o homem constrói e edifica casas, estradas, fábricas,

canalizações, etc.

Com o crescimento da população, aliado ao desenvolvimento

tecnológico, em diversos setores, inclusive na agricultura (modernização agrícola),

extensas áreas rurais foram sendo ocupadas, muitas vezes de forma não sustentável, o

que resultou num rápido deterioramento dos solos destas áreas.

Deste modo, o processo de ocupação das áreas rurais foi ocorrendo

sem se levar em consideração o uso e ocupação do solo de forma equilibrada e

racional. Isto ocorre, muitas vezes, em razão da falta de um planejamento de uso do

solo que, aliado à falta ou ao pouco conhecimento que se tem deste recurso, contribui

para intensificar ainda mais o seu processo degradativo. Quanto a isso, Ruellan (1988)

expõe que,

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“Para a maior parte dos homens modernos, o solo ainda é desconhecido; o homem moderno não sabe o que é preciso observar, estudar e conhecer, para poder utilizar corretamente o solo. A maior parte das pessoas encarregadas, hoje em dia, de planejar e realizar o desenvolvimento dos solos, bem como a maioria das pessoas que o utilizam, não sabem o que é o solo, nem se interrogam sobre os conhecimentos que precisam ser adquiridos sobre eles, antes de utilizá-lo. O solo não faz parte do patrimônio cultural do homem moderno, pela simples razão de que o conhecimento do solo nunca lhe foi ensinado corretamente desde a sua infância, ao contrario do que se faz, por exemplo, com as rochas, com as plantas e com os animais.” (RUELLAN, 1989, p. 70).

Ruellan chama atenção ainda para o fato de que mesmo havendo a

consciência da importância do solo, são poucos os projetos de desenvolvimento que se

baseiam num conhecimento real e aprofundado dos solos, pois estudos desse nível

demandam tempo e custo e a maior parte das pessoas envolvidas no desenvolvimento

não querem esperar, nem pagar o preço desses estudos, pois não conseguem

compreender a real necessidade e importância (1989, p. 70).

Como resultado, hoje verificam-se diversas áreas agrícolas que

enfrentam problemas por conta do uso irracional não somente do solo, mas também

dos demais recursos naturais. É o caso, por exemplo, dos desgastes que o solo vem

sofrendo devido ao problema das erosões. Os sedimentos erodidos ou se acumulam

em outras áreas ou são transportados para dentro dos rios, podendo causar o seu

assoreamento e provocar sérios problemas ambientais (enchentes, por exemplo). O uso

contínuo e inadequado do solo provoca além do seu deterioramento físico,

modificações nas suas características morfológicas, interferindo deste modo, no

processo evolutivo / de desenvolvimento dos mesmos.

Em virtude disso, é muito importante o entendimento sobre a forma

como este recurso natural veio sendo utilizado e as implicações que esta forma de uso

tem acarretado ao próprio solo e ao meio ambiente como um todo, para num segundo

momento, estar se refletindo sobre a importância de um planejamento de uso do solo,

em especial, na agricultura, com a busca de alternativas menos degradadoras de uso.

Em razão de todos os fatores acima citados que este trabalho visa à

realização de um levantamento físico detalhado acerca dos solos da Fazenda-Escola,

da Universidade Estadual de Londrina, para verificar os impactos causados sobre as

características naturais / evolutivas do solo, em razão do seu uso e manejo e as

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conseqüências diretas e indiretas que essas alterações acarretam ao meio ambiente.

Finalmente, a partir dos dados e resultados obtidos, procurar ressaltar que para uma

utilização racional do solo, é preciso fundamentalmente que se leve em conta

características inerentes a cada classe de solo, em outras palavras, é necessário um

uso planejado, de acordo com as particularidades de cada tipo de solo. Isto, como

conseqüência, trará reflexos para o estabelecimento de utilização mais equilibrada não

somente do solo, mas também dos demais recursos naturais.

Por fim, como complemento a este trabalho, é necessário resgatar um

pouco o histórico de evolução do uso do solo, o contexto em que se intensificou a

utilização dos recursos naturais, em especial o uso do solo na agricultura e, as

conseqüências da ação antrópica sobre este recurso.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Contexto Histórico de Evolução do Uso do Solo

O homem vem utilizando os recursos disponíveis na natureza há mais

de 10.000 anos, entretanto, o uso econômico destes recursos teve inicio somente há

cerca de 8.000 a.C. com o início da chamada revolução agrícola. Deste então, os

recursos naturais passaram a ser explorados (cada vez mais) e como conseqüência,

gerando profundas alterações sobre a superfície da terra.

Na relação existente entre o homem e o ambiente, o solo é um recurso

natural de fundamental importância, visto que é um dos principais componentes

juntamente com o ar, a água e a luz solar que formam a nossa base de sustentação.

O crescimento e o desenvolvimento das civilizações, aliado a evolução

e modernização da agricultura (sobretudo a partir da década de 70) fez com que

extensas áreas fossem ocupadas por cultivos agrícolas, de modo a atender a crescente

demanda de consumo.

Segundo Andrade (1998, p.25),

14

“A ação do homem não ocorre de maneira uniforme no espaço e no tempo. Ela se faz de forma mais intensa em determinados momentos históricos e nas áreas onde pode empregar uma tecnologia (...) A partir da Revolução Industrial no século XVIII, e mais precisamente após a Segunda Guerra, a ação do homem se faz cada vez mais intensa, juntamente com os avanços tecnológicos, aumento da população, o que por sua vez levou a ocupação de novas terras ou ao uso mais intensivo de áreas já ocupadas”.

Neste sentido, observa-se que o capitalismo monopolista foi

fundamental para o processo de degradação ambiental no Brasil e em outros países,

ficando a encargo destes, a exportação e o abastecimento dos mercados dos paises

desenvolvidos com produtos e matérias-primas variadas, o que só foi possível, com a

derrubada de extensas áreas florestais, na maioria das vezes, sem um planejamento

adequado, sendo substituídas por áreas agrícolas e urbanas de forma não sustentável.

O Estado do Paraná, com suas terras férteis e abundante vegetação, também não escapou às exigências de maior produção agrícola, sofrendo com isso seriíssimas alterações na composição do uso do solo, principalmente quando se trata da cobertura vegetal, a qual hoje se reduz a um índice inferior a 5% em todo o Estado (AMARAL, 1989, p. 01).

Em poucas décadas, o norte do Estado teve a maior parte de suas

áreas florestais substituídas por lavouras cafeeiras, as quais predominaram até a

década de 80, quando a produção se elevou de tal forma, resultando num grande

excedente do produto e a conseqüente queda de preço do café, levando a necessidade

de sua erradicação e substituição por novas culturas.

É nesse contexto que conforme Amaral (1989, p.12), “em 1961 foi

criado o Grupo Executivo de Racionalização do Café (GERCA), cuja função era

promover a erradicação de 2 bilhões de cafeeiros, além de incentivar a diversificação

de culturas nas áreas liberadas”.

Faria (2005) expõe que a partir da década de 60, as crises sucessivas

da cafeicultura em decorrência das geadas e da oscilação de preços no mercado

internacional bem como as mudanças na política nacional e na ordem capitalista

internacional ocasionaram grandes mudanças nas formas de uso do solo agrícola,

traduzidos pela substituição do café, que impulsionou desenvolvimento inicial da região

pelas lavouras temporárias caracterizadas pela alta tecnologia e mecanização.

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Neste contexto de fase inicial da modernização do setor agrícola,

Amaral (1989, p.13) cita que,

“Além da erradicação do café em 1969, foram executados vários planos de renovação e revigoramento de lavouras de baixa produtividade, subsidiados por créditos especiais cedidos pelo governo, sob um rigoroso controle tecnológico, condição imposta para a liberação de crédito”.

Esse controle tecnológico, já era o início da modernização da

agricultura no norte do Paraná, quando passaram a ser empregados, novas técnicas de

plantio e conservação da lavoura, bem como a introdução de culturas variadas

geneticamente, mais produtivas, financiamentos de infra-estrutura como tulhas,

terreiros, secadores e lavadores de café, além da aquisição de maquinários agrícolas e

outros insumos.

Desta forma, como conseqüência do período de modernização da

agricultura, houve a reestruturação da produção agrícola no Paraná, levando como já

dito, a substituição das áreas cafeeiras pelas culturas anuais, levando ao aumento e a

intensificação das áreas de produção agrícola de uma forma até então jamais vista.

A tecnificação da agricultura, o rápido aumento da população (que exigiu maior produção agrícola), ambos em especial, a partir de década de 70, concomitante as pressões e exigências do mercado internacional, foram fatores determinantes para a intensificação do uso do solo agrícola e para a busca de novas áreas de cultivo, o que pressiona ainda mais o potencial dos terrenos e demanda maior consumo dos solos (GUERRA, 2005, p.16).

Até o presente momento, foi enfatizado apenas o histórico de evolução

do uso do solo, sendo necessário destacar ainda, as conseqüências a nível ambiental,

acarretadas por tal evolução. Se por um lado, a derrubada de florestas para o plantio de

alimentos fosse necessária para suprir a crescente demanda de consumo e, a

modernização agrícola ter resultado no aperfeiçoamento das técnicas de produção

agrícola, levando ao aumento produtivo e expansão das áreas de produção, por outro,

provocou profundas alterações ao meio ambiente, principalmente ao solo, face ao seu

uso irracional. Por sua vez, a degradação dos solos, resulta em conseqüências não

apenas ao seu desenvolvimento pedológico e ao seu papel como suporte para as

plantas, mas provoca também problemas como a poluição das águas dos rios e lençóis

16

subterrâneos, o assoreamento de cursos d’água, a destruição de áreas florestais,

erosões de solo que podem chegar a níveis catastróficos, além de inúmeras outras

conseqüências.

Desta forma, o uso inadequado de recursos naturais como o solo,

resulta em problemas que se estendem para além de alterações pedológicas, a

exemplo dos eventos citados no parágrafo anterior.

1.1.1 Breve relato sobre o histórico do café no Paraná

Segundo Tagima1 que vindo do Estado de São Paulo com sua família

para o município de São Sebastião da Amoreira, em 1945, acompanhou a implantação

da cultura do café neste município que, segundo os pioneiros, teria sido implantada em

1937, fazendo parte da Gleba Três Barras.

Presenciou a incidência de fortes geadas em 1953 e 1955 quando

grandes áreas de cafezais no norte paranaense foram afetadas.

Apesar das geadas, em 1964, o Estado do Paraná produziu 54% da

produção nacional.

Ainda Tagima que em 1968 ingressou no Instituto Brasileiro do Café

(IBC) como Agrônomo em assistência técnica, a política cafeeira traçada pelo Ministério

da Indústria e do Comércio através do IBC foi à erradicação de cafeeiros com baixa

produtividade decorrentes de espécies como Típica, Bourbon, Caturra, etc, por outras

como Mundo Novo e Catuaí, melhorados geneticamente e, com produtividade até 70%

maior.

O plano de renovação e revigoramento de cafezais com adoção de

assistência técnica, financiamento de novos plantios com prazo de até cinco anos, com

juros de 3 a 6% ao ano, quando em outros produtos agrícolas ultrapassavam 12% ao

ano. Além disso, a amortização do financiamento de plantio era efetuada com dois anos

de carência.

1 Informações e relato do Profº Nelson Tagima, professor adjunto aposentado do Departamento de Geociências – UEL e também engenheiro agrônomo aposentado pelo Instituto Brasileiro do Café (IBC).

17

Os financiamentos supervisionados com orientação técnica de

agrônomos do IBC provocou a modernização da lavoura cafeeira no Brasil, de forma

sustentável, pois as áreas para novos plantios só eram aprovados quando atendiam as

características topográficas, climáticas, geomorfológicas e pedológicas.

Os planos agronômicos elaborados pela equipe técnica, com validade

de cinco anos, fazia parte integrante da cédula rural e só eram liberados por laudos

técnicos emitidos pelos agrônomos do IBC. A assistência técnica era gratuita e imediata

na implantação de infra-estrutura como terreiro, tulha, lavador, secador, trator,

pulverizadores e manejo.

A implantação da política cafeeira de renovação e revigoramento de

cafezais propiciou a liberação de áreas para diversificação de outras culturas,

minimização do efeito da geada, aumento da produtividade, conservação do solo e uso

potencial em áreas cafeeiras.

1.2 O Impacto do Homem Sobre os Recursos Naturais: a atividade agrícola e a degradação dos solos

O solo é resultado de um conjunto de fatores, quais sejam fatores

orgânicos e inorgânicos, e de elementos da paisagem como relevo, clima e tempo.

Quando estes atuam conjuntamente, diz-se que há um equilíbrio dinâmico ou um

equilíbrio ecológico, ao contrário, quando ocorre alteração em um destes fatores, isso

resulta, em modificações nas características do solo, em termos de propriedades

físicas, químicas e biológicas, o que pode vir a afetar o seu desenvolvimento e provocar

dependendo do caso, sérios problemas de caráter ambiental.

Como recurso natural dinâmico, o solo é passível de ser degradado em

função do uso inadequado pelo ser humano. Nesta condição, o desempenho de suas

funções básicas fica severamente prejudicado, acarretando interferências negativas no

equilíbrio ambiental, diminuindo drasticamente a qualidade de vida nos ecossistemas,

principalmente naqueles que sofrem mais diretamente a interferência humana como os

sistemas agrícolas e urbanos (LIMA, 2002, p.02).

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Neste sentido, a agricultura é uma das atividades que mais causa

impacto ao solo, podendo modificar parcial ou totalmente as suas características sejam

elas físicas, químicas ou biológicas. Estas alterações podem ser maiores ou menores,

dependendo da intensidade e da forma de uso do solo pelo homem. A esse respeito,

segundo Godefroy & Jacquin, 1975 apud Araújo 2004, p.338, A introdução de sistemas agrícolas em substituição às florestas causou um desequilíbrio no ecossistema, modificando as propriedades do solo, cuja intensidade varia com as condições de clima, uso e manejos adotados e a natureza do solo.

Como já referido anteriormente, a interferência em um dos fatores de

formação do solo pode provocar (dependendo da intensidade desta interferência) sérias

conseqüências de caráter ambiental.

Assim como no Brasil, em muitas nações do mundo ainda se pratica o

cultivo irracional do solo, ao lado do uso indiscriminado do fogo, do pastoreio esgotante,

da exploração das matas. Estamos, desta forma, destruindo a cobertura vegetal que

mantinha o equilíbrio ecológico. Alteramos, com isso, o regime climático e o ciclo

hidrológico, dando lugar a extremos de secas e chuvas torrenciais. Essas chuvas,

incidindo sobre superfícies descobertas, em declives acentuados, formam enxurradas

desenfreadas que ocasionam a erosão acelerada, a sedimentação, a devastação dos

campos, a destruição de casas e estradas (...). Forças naturais desatadas pela

imprevisão e negligencia humana (BERTONI e LOMBARDI, 1999).

Sendo assim, além dos fatores de formação do solo já citados, é

possível considerar o homem como sendo um protagonista que também contribui na

determinação do caráter do solo, uma vez que é ele o principal agente modificador das

suas características naturais.

Galeti (1979, p.13) faz menção aos solos de mata e aos solos de

cultivo, mostrando as diferenças e variações em termos de propriedades físicas / de

características físicas entre um solo que sofreu ação antrópica, no caso o solo de

cultivo e de mata natural. Conforme o autor, “um solo de mata, com perfil virgem ou

natural apresenta uma estrutura original, não alterada. À medida que se cultiva (ara,

gradeia, planta) a estrutura é alterada ou destruída” (1979, p.14).

Ainda de acordo com Galeti,

19

O solo que nunca havia sido utilizado antes e que ainda se encontrava sob mata, possuía inúmeras características boas para a produção agrícola, e produção essa farta e vigorosa em um primeiro momento. Depois o solo ficou avermelhado ou acinzentado, seco, duro, empedrado, normalmente raso e perdeu o cheiro. As plantas nascem mal, são pequenas, mirradas, fracas, pegam muita doença, são amareladas, não agüentam 15 ou 20 dias de sol, dão colheitas ruins, tombam e morrem facilmente (1979, pág. 41).

Desta forma, como resultado da atuação inadequada do homem,

verificam-se solos com elevada densidade aparente (compactação) e baixa porosidade

total; alteração física e morfológica; perda de camadas superficiais por processo

erosivo; perda de nutrientes (pobreza química) por processo de lixiviação, entre outros.

1.3 Implicações Ambientais do Uso e Ocupação do Solo e a Importância do Planejamento de Uso na Agricultura

O uso desmedido do solo seja pela falta de conhecimento com a

perpetuação de manejo inadequado, seja pela modernização agrícola que provocou o

aumento das áreas de produção, gerou um conjunto de fatores responsáveis pela

degradação dos solos na área rural. Esta degradação, como já referido no tópico

anterior, refletiu-se no aumento dos valores de densidade aparente do solo, na perda

de camadas superficiais (camada arável) por erosão, além de gerar sérias

conseqüências ao meio ambiente, com o comprometimento do seu equilíbrio face ao

uso predatório de seus recursos naturais.

No que se refere à erosão, sabe-se que anualmente milhões de

toneladas de solo são perdidos por processos erosivos. A erosão como conseqüência,

provoca além da perda da camada “arável / fértil” do solo, a redeposição dos

sedimentos erodidos à jusante próximos as matas ciliares ou quando não, são

transportados diretamente para os rios, podendo provocar o seu assoreamento.

A respeito das conseqüências promovidas pela erosão Amaral (1989)

cita que, Além da perda propriamente dita das camadas superficiais do solo, interferindo diretamente na produção agrícola, os recursos hídricos também sofrem diretamente o impacto da erosão, que se manifesta através do assoreamento dos cursos d’água, provocando com maior freqüência e intensidade, enchentes danosas, como também outras alterações ecológicas que afetam fauna e flora (1989 p.20).

20

Guerra (2005), sobre a interferência do homem no processo erosivo,

refere-se à erosão acelerada ou induzida, como sendo resultado da influência das

atividades do homem. Segundo o autor,

“Esta modalidade de processo erosivo está relacionada, além dos fatores naturais, ao modo como o homem maneja o solo. Em muitos casos a ocupação se dá sem a devida preocupação com o potencial natural erosivo do terreno, o que pode deflagrar um processo de resposta que ocorre em forma de erosão”. (GUERRA, 2005, p. 14).

Erosões severas podem levar a formação de voçorocas, extremamente

danosas ao meio ambiente, pois, além de serem fenômenos de grandes dimensões,

são de difícil recuperação. Solos que são degradados por voçorocas podem levar

milhões de anos para novamente se constituir em um perfil de solo completo, com todos

os seus horizontes.

Desta forma, além da perda da fertilidade natural dos solos, os

processos erosivos acelerados causam a diminuição da resistência física do solo, e em

casos mais extremados, como em voçorocamentos, a erosão expõe o lençol freático,

que desta maneira tem a sua contaminação por agrotóxicos facilitada, e altera a

configuração topográfica do terreno, e conseqüentemente, a dinâmica de escoamento

da água. O processo de assoreamento dos cursos d’água se intensifica nessas

condições (GUERRA, 2005).

Além da erosão, a compactação do solo é também um problema

constante em áreas de manejo inadequado. Ela reduz a porosidade total do solo

diminuindo a infiltração da água das chuvas e aumentando o escoamento superficial.

Valores elevados de densidade aparente também prejudicam o desenvolvimento

radicular das plantas, impedindo ou mesmo limitando o seu crescimento.

Via de regra, a compactação, como fenômeno antrópico, está

associado aos horizontes superficiais dos solos de cultivo, já que são estas as áreas

que sofrem as maiores alterações em termos físicos.

Sobre o problema da compactação de solo no Estado do Paraná,

Mazuckowski & Derpsch (1984) citam que, A constante movimentação dos solos paranaenses com maquinarias pesadas processam importantes alterações não somente ao nível da superfície, mas

21

também no interior dos solos. Normalmente entre 10 e 25 cm de profundidade desenvolve-se uma camada compactada que dificulta a infiltração da água e o crescimento das raízes, deixando-os altamente suscetíveis à erosão (apud AMARAL, 1989, pág.18).

Também, a compactação do solo tem associação com valores de

densidade aparente, os quais são variáveis para solos de cultivo e de mata. Assim,

solos cultivados apresentam densidades aparentes maiores em comparação aos solos

de mata que apresentam densidade aparente baixa, devido a presença de matéria

orgânica.

Vários autores já trabalharam com as variações de densidade aparente

entre estas duas áreas. Araújo; Tormena e Silva (2004, p. 340) comparando as

características de uma área de mata e uma área cultivada, mostram valores

significativamente maiores de densidade do solo na área cultivada.

Islam & Weil, 2000 (apud Araújo; Tormena e Silva 2004, p. 340),

também constataram uma densidade aparente significativamente maior em área

cultivada comparada com solo sob de floresta natural, assim como, Silva & Ribeiro

(1992) que obtiveram resultados similares, comparando solo cultivado com cana e sob

mata nativa.

A maior densidade aparente nos solos cultivados está relacionada com

a compactação do solo pelo tráfego de máquinas e implementos (Hajabbasi et. al.

1997; Hartemink, 1998; Cavenage et al., 1999), com a redução dos teores de matéria

orgânica e com a menor estabilidade da estrutura do solo (Silva & Kay, 1997; Dalal &

Chan, 2001). O aumento da densidade do solo na área cultivada também pode ser

explicado pela redução nos teores de matéria orgânica em comparação com o solo sob

mata nativa (Araújo; Tormena e Silva, 2004, p. 341).

Além das conseqüências mais imediatas de uso do solo que são a

erosão e a compactação, é possível observar ainda a ocorrência de alterações bastante

significativas na morfologia do solo, principalmente em termos de estrutura do solo.

Guerra et. al. (1999, p.107), comenta sobre a importância da estrutura

em termos de características físicas do solo e expõe que a presença de um ou mais

tipos de estruturas no solo pode ter diversas interpretações, e a correta análise dessas

estruturas poderá resultar em um melhor aproveitamento do solo. Assim, a presença de

22

estruturas arredondadas significa um meio poroso onde a água, o ar e a vida animal e

vegetal circulam livremente. Normalmente, esses agregados são estáveis em água,

indicando uma boa resistência à erosão.

Ainda de acordo com Guerra et. al., os agregados angulosos são mais

compactos e, conseqüentemente, restringem a atividade biológica, principalmente a

animal. A água e o ar circulam mais facilmente entre os interstícios existentes entre os

agregados. Em períodos úmidos essa circulação de água é restrita, em função da

expansão dos minerais de argila e do conseqüente fechamento das fissuras,

acarretando um impedimento à circulação vertical de água, podendo promover

aparecimento de sinais erosivos nos solos que apresentam tais estruturas (1999 p.

107).

Desta forma, as alterações na morfoestrutura dos solos afetam não

apenas a sua produtividade e o bom desenvolvimento das plantas, mas também

causam problemas de cunho físico, como exemplo, a má infiltração de água no solo em

decorrência da compactação do solo (provável estrutura laminar ou em blocos

angulares) faz aumentar o escoamento superficial e por conseqüência ocasiona a

erosão do solo, além de provocar a alteração do ciclo hidrológico da água, pois a pouca

infiltração de água, significa comprometimento na recarga dos lençóis subterrâneos, já

que estes se alimentam justamente das águas de percolação.

Portanto, em razão dos problemas até aqui levantados de uso e

ocupação do solo, é importante a partir de então, dar-se ênfase ao planejamento de uso

deste recurso na agricultura, visando a sua utilização de acordo com as características

e potencialidades inerentes a cada classe de solo.

Segundo Ribeiro (2000), para evitar a exaustão dos solos é necessário

um cuidadoso planejamento do uso e manejo do solo a fim de não ultrapassar seus

limites de sustentação de vida e/ou de tolerância de perdas e para isso, existem os

métodos de conservação do solo, métodos estes que foram criados com o objetivo de

garantir o uso correto de cada tipo de solo sem exaurir suas possibilidades de sustento

econômico.

Fasolo (1996) salienta que o potencial dos solos deveria ser discutido

antes da implantação de qualquer projeto ou de qualquer decisão de utilização de uma

23

determinada área. O mesmo autor enfatiza a maneira através da qual as características

das unidades de solo afetam o seu uso. A pressão para o uso da terra, em certas

regiões, tem levado os agricultores a sobreutilizar este recurso, tendo como

conseqüências a sua degradação.

Desta forma, para uma utilização racional e, portanto, equilibrada do

solo é necessário antes de tudo conhecê-lo, para então num segundo momento,

discutirem-se possíveis alternativas de manejo que possibilitem a sua utilização de

forma menos degradativa, para isso, sendo relevantes os aspectos pedológicos e a

capacidade de uso inerente a cada classe. Palmieri & Larach (2004) a respeito da

importância dos levantamentos de solo, em termos de planejamento de uso e ocupação

salientam que, Os estudos edafo-ambientais ou levantamentos de solos são ferramentas vitais para o planejamento, ordenamento e/ou reordenamento e ocupação de áreas. Além de nos mostrar a distribuição espacial de diversas classes de solos nos fornecem informações essenciais sobre as características químicas, físicas, mineralógicas e das condições ambientais dos solos, segundo critérios referentes às condições das terras que interferem direta ou indiretamente no comportamento e qualidade do meio ambiente, para condições alternativas de uso e manejo (2004, p.116).

Ainda de acordo com Palmieri & Larach, o conhecimento e a

organização das qualidades e características dos solos, identificados nos

levantamentos de solos ou edafo-ambientais são essenciais e servem como base de

estudos para inúmeras atividades (2004, p.116) entre as quais,

- Estabelecer políticas e estratégias de educação ambiental, ordenamento e

reordenamento de áreas que sejam economicamente viáveis, socialmente justas e

ecologicamente adequadas;

- Planejar e implementar o desenvolvimento de sistemas integrados de produção e

selecionar áreas para exploração agrícola, pastoril e florestal intensivas à nível de

propriedade rural;

- Identificar e avaliar os impactos ambientais induzidos pela ação do homem e fornecer

apreciação da qualidade e realidade dos recursos naturais;

- Planejar, elaborar programas e identificar problemas de práticas de manejo e

conservação do solo e da água;

24

CAMPUS UEL PR 445

ÁREA DO TRABALHO

- Estudos de avaliação de fertilidade natural, impedimentos à mecanização, tráfego de

maquinas pesadas, suscetibilidade a erosão, profundidade do solo e lençol freático.

2. A ÁREA DE ESTUDO 2.1 Localização, Uso Atual e Caracterização Física da Área de Estudo

A fazenda-escola é um prolongamento do Campus da Universidade

Estadual de Londrina. O local esta situado entre os paralelos 23º 20’,00 latitude sul e

51º 12’,00 longitude oeste, apresentando altitude média de 550 metros e uma topografia

que varia de suave a suavemente ondulado.

A área da fazenda-escola foi anexada à universidade em 1988, em

sistema de comodato com a Prefeitura Municipal de Londrina. Compreende uma área

de 74,8 ha, tendo como limites principais o Campus da UEL, propriedade rural particular

(fazenda) e com condomínios e bairros residenciais (figura 01 e foto 01).

Figura 01: Vista área da área de estudo. Fonte: Google earth, 2006 (modificado) / Org.: GONÇALVES, M. A.

25

Foto 01: Vista parcial da área de estudo. Fazenda-Escola UEL – Londrina / PR

Autor: Marcos Aparecido Gonçalves.

Atualmente, a fazenda-escola é utilizada como área experimental para

produção vegetal e possui áreas de produção de grãos (milho, soja e trigo) e culturas

perenes como café, cana, frutíferas e hortaliças.

O município de Londrina está situado no Terceiro Planalto do Paraná,

estando inserido no Bloco Planalto Apucarana. De acordo com trabalho realizado pela

EMBRAPA / IAPAR (1984), o Planalto Apucarana se estende à oeste do rio Tibagi,

constituindo o divisor de águas dos rios Paranapanema – Ivaí (p. 22). É caracterizado

como sendo bloco planáltico, suavemente ondulado no sentido do rio Paraná e

ondulado nos sentidos noroeste e sudeste.

O substrato rochoso desta área é constituído por rochas ígneas básicas

que fazem parte dos espessos derrames basálticos e rochas intrusivas associadas à

Formação Serra Geral (115 a 130 milhões de anos) (EMBRAPA / IAPAR, 1984).

De acordo com a classificação climática de Koppen, a área pode ser

classificada como pertencente ao tipo climático Cfa, ou seja, clima subtropical úmido

mesotérmico, com verões quentes, geadas pouco freqüentes, sem estação seca bem

definida, com uma temperatura média de 21º C. Apresenta chuvas em todas as

26

estações, porém no inverno a pluviosidade é muito baixa, havendo uma tendência à

concentração de chuvas nos meses de verão.

A média anual dos índices pluviométricos em Londrina está em torno de

1588 mm (IAPAR).

3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Metodologia Utilizada 3.1.1 Procedimentos gerais

Sendo um dos objetivos centrais deste trabalho à realização do

levantamento físico de solos da fazenda-escola, para em seqüência serem verificadas

as alterações do solo, ocasionados pela ação antrópica, algumas etapas foram

percorridas para a realização deste estudo.

Os procedimentos para o referido estudo foram desenvolvidos a partir

de observações em fotografias aéreas, uso de imagens de satélite, levantamentos /

observações de campo, coleta de amostras, analises de laboratório e diagnóstico dos

resultados obtidos, além da realização de levantamentos bibliográficos a respeito do

tema. Desta forma, procurou-se observar e analisar as conseqüências do uso do solo

sobre as características físicas e sobre o processo evolutivo deste recurso, além de

verificar as conseqüências diretas que a forma de uso do solo acarreta aos demais

recursos naturais, com o direcionamento para possíveis alternativas menos

degradadoras de uso, sendo para isso relevantes, o conhecimento de alguns aspectos

do solo - propriedades físicas e características morfológicas – verificados na realização

do levantamento físicos de solo da fazenda-escola.

27

3.1.2 - Procedimentos de campo e de laboratório No que se refere aos procedimentos de campo, estes dizem respeito às

sondagens e as coletas de amostras de solo para a realização das analises de

laboratório (analises físicas e morfológicas).

Para a realização das sondagens, a área de estudo foi dividida em

colunas de A até H, seguindo a orientação do relevo, conforme indica a figura a seguir.

Figura 02: Figura indicando os pontos de sondagem e coleta realizados na fazenda-escola da UEL.

FONTE: Google earth, 2006 (modificado). Org.: GONÇALVES, M.A.; FUKUDA, E.A.

As sondagens compreendem a perfurações de solo realizados em

intervalos de 50 metros, com cerca de 2 m de profundidade. No total, foram realizados

Coluna A

Coluna E Coluna D

Coluna B

Coluna H

Coluna F

Coluna G

Coluna C

PONTOS DE COLETA

PONTOS DE SONDAGEM DIREÇÃO DAS PERFURAÇÕES.

28

121 pontos de sondagem. De cada ponto foi realizado, além da análise preliminar das

características físicas dos solos, a coleta de amostras de solo para a verificação dos

valores de densidade aparente dos horizontes superficiais, com o intuito final de se

verificar e delimitar as áreas com problemas de compactação de solo.

Posterior a análise preliminar de solos, foi feita a coleta dos perfis

representativos (figura 03), com a posterior delimitação dos horizontes e realização da

descrição morfológica e análise física dos mesmos.

Figura 03: Figura mostrando a localização e identificação dos pontos de coleta dos perfis de solo.

FONTE: Google earth, 2006 (modificado). Org.: GONÇALVES, M. A.; FUKUDA, E. A.

No que diz respeito à metodologia de coleta dos perfis de solo, esta foi

elaborada tendo-se por base a metodologia de Tagima & Kadozawa (2001), com

algumas alterações.

EP8

CP17

EP16

CP1 DP7

CP20 CP22

CP9 MATA

BP16

AP20

AP10

PONTOS DE COLETA DOS PERFIS DE SOLO

29

Desta forma, as amostras coletadas foram trazidas para o Laboratório

de Pedologia da UEL para a realização de análise física do solo que compreende ao

cálculo de densidade real, densidade aparente e porosidade, além da descrição

morfológica (cor, textura e estrutura) e análise granulométrica das partículas minerais.

Para a realização dos cálculos de densidade e porosidade do solo,

foram feitas coletas de amostras de solo com o uso de anel volumétrico ou anel de

Kopeck (Kiehl, 1979, p.78).

Para a descrição morfológica, foram feitas as coletas dos perfis de solo

das classes de solo delimitadas. No laboratório de pedologia, foram deixados em

secagem ao ar por alguns dias (5 a 6 dias) para em seguida serem realizadas as

delimitações dos horizontes e finalmente proceder-se a descrição morfológica dos

mesmos (fotos 02 e 03).

Além das coletas de amostras de solo para análise, foram levantadas

informações sobre declividade, altimetria e coordenadas geográficas dos pontos de

coleta, com o uso de clinômetro, altímetro e GPS, respectivamente.

Foto 03: Perfis de solo coletados e deixados em secagem ao ar para posterior realização da descrição morfológica. Foto: FUKUDA, E.A.

Foto 02: Coleta do perfil de solo em forma metálica com posterior transferência do conteúdo para forma de macropedolito. Foto: FUKUDA, E.A.

30

3.1.3 - Análises físicas

No que se refere aos métodos empregados nas analises físicas, estes

foram em parte adaptados, tendo por base o Manual de Edafologia (Kieh, 1979) e o

Manual de Métodos e Análise de Solo (Brasil, 1997).

• Densidade Aparente

A densidade aparente de um solo reflete o grau de compactação a que

este se encontra. De acordo com Kieh (1979), pode ser definido como a relação

existente entre as massas de uma amostra de solo seca a 110º graus e a soma dos

volumes ocupados pelas partículas e pelos poros.

Para cada classe de solo existem as chamadas amplitudes de variação

de densidade aparente. Assim, solos que possuem densidade aparente dentro dos

valores estabelecidos são considerados solos normais, não compactados. Solos

argilosos possuem uma amplitude de variação em torno de 1,00 a 1,25g/cm3 (Kieh,

1979, p. 83).

O método empregado na determinação da densidade aparente foi o

anel volumétrico ou anel de Kopeck (Kieh, 1979, p. 79).

• Densidade Real

Segundo Kieh (1979, p. 89), a densidade real refere-se ao volume de

sólidos de uma amostra de terra, sem considerar a porosidade. Por definição, entende-

se densidade real como sendo a relação entre a massa de uma amostra de solo e o

volume ocupado pelas suas partículas sólidas.

Os valores de densidade real variam entre 2,3 e 2,9g/cm3, entretanto,

como valor médio, para efeito de cálculos, é utilizado 2,65g/cm3, este valor se deve ao

fato de que a maior parte dos constituintes minerais do solo como quartzo, feldspatos e

silicatos coloidais estarem em torno desse valor. Nos casos em que há ocorrência de

31

uma alta quantidade de minerais pesados como a magnetita, zircão, granada, epídoto,

turmalina e hornblenda, a densidade real do solo pode variar de 2,75 a 3,0g/cm3.

O método empregado para a determinação da densidade real foi o do

balão volumétrico (Kieh, 1979, p. 90).

• Porosidade

A porosidade refere-se à quantidade de poros (expressos em

porcentagem) presentes no solo e que não estão preenchidos por componentes sólidos

(minerais).

Para a obtenção da porosidade total do solo foi utilizado método

indireto, citado por Kieh (1979, p. 99), no qual a porosidade total é calculada pela

relação entre as densidades real e aparente.

Considera-se em média que solos argilosos possuem porosidade que

varia de 40% a 60% (Kieh, 1979, p.105).

3.1.4 Descrição morfológica

As principais características a serem observadas na descrição

morfológica de um perfil de solo são a cor, a textura e a estrutura do solo. Para isso,

foram utilizados o Munsell Soil Colors Chart (1994) e o Manual de descrição e coleta de

solos no campo (Lemos, 1996) e fichas para a descrição do perfil e dos horizontes

constituintes.

3.1.5 Análise granulométrica

A granulometria refere-se à proporção de areia, argila e silte

distribuídos no solo, de acordo com o tamanho destas partículas. Para a realização da

analise granulométrica, foi utilizado o método proposto por Brasil (1997), com algumas

alterações.

32

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir dos levantamentos realizados e resultados obtidos, puderam

ser verificados alguns dos principais problemas que envolvem o uso contínuo e

intensivo do solo, além da situação atual da área de estudo. As alterações em relação

às características físicas foram bastante visíveis, causando dificuldade no trabalho de

identificação e delimitação dos horizontes dos perfis, em função, da interferência

antrópica nos processos pedogenéticos.

De uma forma geral, pôde-se observar que a parte mais alterada ficou

nos horizontes superficiais dos perfis de solo analisados, com exceção do perfil mata

que de certa forma manteve, suas características naturais, embora, também bastante

modificada, por se tratar de uma área de mata secundária.

A seguir estão as análises do diagnóstico dos perfis de solo, com a

caracterização geral dos aspectos físicos e morfológicos, além dos principais problemas

ligados ao uso do solo verificados na fazenda-escola.

4.1 - Compactação do Solo

Em termos de compactação de solo, dos perfis analisados, a maioria

apresentou valores elevados de densidade aparente para o horizonte superficial Ap,

conforme mostra a tabela 01, a exceção do perfil mata e do perfil CP 22, que

apresentaram valores 1,04 e 0,83g/cm3 respectivamente.

Segundo Kieh (1979, p.83), a amplitude de variação da densidade

aparente para solos argilosos varia de 1,00 a 1,25g/cm3 (limite médio). De maneira

geral, pode-se afirmar que, quanto mais for elevada a densidade aparente do solo,

maior será sua compactação e menor a sua porosidade total.

33

PERFIL HORIZONTE Ap (g/cm3) HORIZONTE B (g/cm3)

CP 1 1,42 1,07

CP 9 1,37 1,07

CP 17 1,29 1,16

EP 8 1,39 1,10

AP 10 1,46 0,87

DP 7 1,52 1,02

CP 22 1,04 1,16

BP 16 1,57 1,17

AP 20 1,33 0,95

CP 20 1,26 0,77

EP 16 1,35 1,15

Mata 0,83 1,07

Tabela 01 - Dados de densidade aparente dos horizontes superficiais e

subsuperficiais dos perfis de solo coletados. Org.: FUKUDA, E. A.

Desta forma, de acordo com Kieh, analisando os dados da tabela 01,

pode-se concluir que, à exceção dos perfis CP 22 e Mata, todos os demais horizontes

superficiais se encontram acima do limite médio de densidade aparente, portanto,

estando compactados.

A analise dos dados permite concluir também que todos os horizontes

superficiais das áreas de cultivo (exceto o perfil CP 22), apresentaram densidade

aparente maior do que o da área de mata (perfil mata).

Estes resultados estão de acordo com os obtidos por Araújo; Tormena

e Silva (2004, p.341) que constataram um valor médio de densidade aparente

significativamente maior em área cultivada comparada com solo sob mata nativa. Silva

& Ribeiro (1992) também obtiveram resultados similares, comparando solo cultivado

com cana e sob mata nativa.

No caso do perfil CP 22 a presença de matéria orgânica (restos de

folhas, raízes), contribuiu para reduzir a densidade aparente do solo, assim como no

caso do perfil mata. Já os demais perfis, a questão de manejo do solo (gradagem,

34

aração e plantio) e a perda e/ou redução de matéria orgânica, foram fatores que

favorecem o aumento da densidade aparente destas áreas.

Assim, concordamos com Hajabbasi; Jalalian e Karimzadeh (1997),

quando afirmam que a maior densidade aparente nos solos cultivados está relacionada

com a compactação do solo pelo trafego de máquinas e implementos e com a redução

de teores de matéria orgânica em comparação com o solo sob mata nativa.

Já em relação aos pontos de sondagem, os valores de densidade

aparente (em anexo) obtidos, permitiram verificar e delimitar as áreas com maiores

problemas de compactação. A figura a seguir mostra o esquema com a delimitação das

áreas mais representativas em termos de compactação de solo2.

Figura 04: Delimitação das áreas com maior problema de compactação de solo. ORG: ORG.: GONÇALVES, M. A.; FUKUDA, E.A.

2 A delimitação realizada teve valor apenas representativo não seguindo padrão de curvas de nível ou outrem. Apenas observou-se que para o total de sondagens realizadas, as áreas delimitadas na figura apresentaram um maior numero de pontos de sondagem com problemas de compactação em comparação às demais áreas.

Área 2

Área 1

35

Como já mencionado anteriormente, os horizontes superficiais

apresentaram maiores alterações físicas, principalmente em termos de densidade

aparente ou compactação de solo, o que se deve principalmente ao manejo de solo.

Este resultado é compatível com as observações feitas por Buckman & Brady (1976, p.

72) quando expõe que sistemas de culturas e de administração exercem influência na

densidade aparente do solo, especialmente nas camadas superficiais.

A compactação do solo como já visto na fundamentação teórica, é um

dos grandes problemas do manejo inadequado do solo. Em termos edafológicos, é ruim

para as plantas, pois impede o desenvolvimento adequado das raízes, a circulação de

água e ar, portanto, limitando o desenvolvimento das plantas. Em termos ambientais, o

solo quando se encontra em estado de compactação, apresenta porosidade total baixa,

o que impede a infiltração da água, que por sua vez, escoa superficialmente, arrastando

partículas superficiais, as quais podem ser transportadas para dentro dos rios, podendo

em casos de ausência de mata ciliar, provocar o seu assoreamento.

Em análise específica ao perfil CP 1 (dados de analise em anexo),

pôde-se notar no seu horizonte superficial o acúmulo significativo de sedimentos

apluviais, ou seja, materiais que provavelmente foram arrastados (dos perfis

adjacentes) pelas águas das chuvas (escoamento superficial) e transportados para

próximo ao leito dos rios, como foi o caso do perfil CP 1. O fato de haver a presença de

fragmento de mata, neste caso, pode ter contribuído para que os sedimentos não

fossem transportados para o rio, impedindo o seu assoreamento (fotos 04 e 05).

Foto 04: Vista do Ribeirão Esperança com sua área de mata ciliar. Foto: FUKUDA, E.A.

Foto 05: Área de mata ciliar do Rib. Esperança. A presença de área de mata contribuiu para que os sedimentos erodidos não fossem transportados para o rio. Foto: GONÇALVES, M.A.

36

4.2 - Porosidade do Solo

Em termos de porosidade do solo, pode-se dizer que, ocorre uma certa

relação entre densidade aparente e porosidade total do solo (Kieh, 1979).

É possível observar, na tabela 02 que, dos perfis de solo coletados, os

horizontes que apresentaram valores elevados de densidade aparente, a porosidade

total tendeu a ser reduzida, enquanto que para valores menores, ocorre o inverso.

Conforme trabalhos de Tagima (2006) sobre a porcentagem de

porosidade total em solos argilosos derivados de basalto, argilitos e folhelhos; nos

derivados de basalto, os dados de porcentagem total apresentaram média de 53%,

enquanto nos de argilito, na faixa de 45%.

A diferença é atribuída ao fato de que a densidade real nos solos com

material materno basalto apresentarem grande proporção de oxido de Fe e Mn.

PERFIL DENS. APARENTE Ap (g/cm3)

POROSIDADE TOTAL (%)

DENS. APARENTE B

(g/cm3)

POROSIDADE TOTAL (%)

CP 1 1,42 53,13 1,07 65,14

CP 9 1,37 52,59 1,07 65,70

CP 17 1,29 54,42 1,16 62,82

EP 8 1,39 54,72 1,10 60,28

AP 10 1,46 51,8 0,87 72,11

DP 7 1,52 54,8 1,02 65,3

CP 22 1,04 64,62 1,16 61,71

BP 16 1,57 47,31 1,17 60,91

AP 20 1,33 55,36 0,95 70,03

CP 20 1,26 57,14 0,77 74,91

EP 16 1,35 54,08 1,15 59,64

Mata 0,83 60,8 1,07 63,60

Tabela 02 - Relação entre densidade aparente e porosidade dos horizontes A e B dos perfis

de solo analisados. Org.: Fukuda, E. A.

Observando-se os dados da tabela 02, verifica-se que em relação à

coluna do horizonte Ap que o perfil BP 16 apresenta a maior densidade aparente e

37

menor porosidade total, enquanto no perfil Mata ocorre o inverso. Já em relação à

coluna do horizonte B, todos os perfis apresentaram baixa densidade aparente,

portanto, a porosidade total também será maior em todos. Fernandes Barros (1996),

obteve os mesmos resultados, constatando que a porosidade total aumenta em

profundidade. Soares et. al. 2005 também verificou que a porosidade é reduzida nos

blocos compactados, porém bastante intensa nos horizontes subjacentes.

De acordo com a tabela e as observações de campo, permite-se

concluir que as áreas de cultivo apresentaram menor porosidade total (a exceção das

áreas onde há incorporação de matéria orgânica) em comparação à área de mata (perfil

Mata). Resultados similares foram obtidos por Araújo et. al. (2004) que constatou que a

porosidade total é menor em solos cultivados do que em comparação com os solos de

mata nativa.

A redução da porosidade total ocorre como conseqüência da

compactação do solo, onde os poros que deveriam ser ocupados por água e ar acabam

sendo preenchidos por partículas minerais. A própria estrutura do solo pode favorecer a

redução do espaço poroso do solo e por conseqüência, o aumento de sua densidade

aparente. Ambos os casos, são problemas que ocorrem em boa parte dos perfis

analisados, conforme já indicado na tabela 02.

Concordamos com Borges et. al. (1999) e Kay & Angers, 1999 quando

se referem a redução da porosidade total nos solos, como sendo decorrente do

aumento da compactação do solo, que é evidenciada pelo aumento na densidade

aparente do solo.

4.3 Erosão do Solo

A erosão é um dos maiores problemas em termos de manejo. Além de

degradar o solo, é extremamente danosa ao meio ambiente, causando sérios

problemas em termos de equilíbrio ambiental.

Em referência a área de estudo, pôde-se evidenciar a ocorrência de

erosão de solo, por motivos evidentemente antrópicos (fotos 06 e 07). Observação

importante em relação a isso e muito relevante para o presente estudo, foi o

38

conhecimento que tivemos sobre a ocorrência em uma determinada época, de um forte

processo erosivo em toda a área da fazenda-escola, causando grandes prejuízos ao

solo. Este processo erosivo se deu em decorrência da realização de aragem de solo

(sem a construção de terraços) seguida de intensa chuva, o que resultou em grandes

perdas de solo3.

Esse processo erosivo pode explicar, por exemplo, a ocorrência em

alguns perfis de solo, como no caso do perfil CP 9, de uma estrutura forte em blocos no

horizonte superficial (além de elevada compactação) e, no restante do perfil, presença

de estrutura moderada e com uma consistência que varia de ligeiramente duro à macia.

Corrobora-se neste sentido, a hipótese de que pode ter havido a perda de parte e/ou

total do horizonte A, pré-existente no início dos cultivos. Um outro fato, que pode

explicar essa alteração, é a constante aração/revolvimento do solo (misturando o

horizonte superficial e subsuperficial) que, aliado à compactação do solo,teria resultado,

em longo prazo, em alterações na morfoestrutura dos perfis de solo desta área.

Desta forma, verifica-se que fatores de administração e manejo do solo

da fazenda-escola e possivelmente o uso do solo anterior à sua aquisição pela

Universidade, são fatores que podem explicar as alterações físicas de solo verificadas

3 Informações obtidas em conversa informal com Profº Otávio do Departamento de Agronomia (CCA) da Universidade Estadual de Londrina.

Foto 06.: Ocorrência de erosão laminar, verificado em área de cultivo de citrus, na fazenda-escola. Foto: FUKUDA, E.A.

Foto 07: Lavagem e acúmulo de minerais de ferro no solo em decorrência de processo de erosão laminar. Foto: GONÇALVES, M.A.

39

nesta área e, em conseqüência, a dificuldade na identificação e classificação

pedológica.

O fato de estarmos trabalhando em uma área que já sofreu tantas

alterações no passado, assim como no presente, nos conduz a possibilidade de as

alterações físicas e morfológicas verificadas nos solos desta área, estarem ocasionando

segundo Bigarella et. al. (1996, p.543), “um processo de haploidização do solo com a

remoção superficial de material do solo e retardamento do seu desenvolvimento”, pois,

o que verificamos até o momento, foram significativos problemas de erosão que,

provavelmente ocasionaram grandes perdas de solo nesta área, especialmente das

camadas superficiais, fato este que se comprova, pela ocorrência de áreas sem a

presença mais do horizonte superficial, com o perfil se iniciando em horizonte B, já as

outras áreas (maioria) apresentam o horizonte superficial com características mais

próximas ao horizonte B do que ao horizonte A, havendo predominância de estrutura

em blocos já a partir do horizonte superficial.

Em alguns casos, a erosão provocou o arraste de partículas minerais

que foram depositadas em outras áreas, provocando processo de celamento,

resultando na redução da porosidade total do solo e aumento a densidade aparente das

áreas que receberam estes materiais. É o caso dos solos situados no limite da área de

cultivo com a área de mata ciliar do Ribeirão Esperança (fotos 08 e 09). Terrenos mais

baixos constituem áreas de acúmulo de material procedente das partes mais elevadas,

através do escoamento difuso superficial (BIGARELLA, 1996).

Fazendo-se a sondagem do solo da área de mata, também foi

verificada a ocorrência de acúmulo de material erodido (em menor quantidade),

resultando na alteração do solo desta área em termos estruturais. A densidade

aparente da área de mata foi baixa apenas para a superfície que estava recoberta por

matéria orgânica (restos de galhos e folhas) já o horizonte inferior, apresentava-se

bastante estruturado, com indício de elevada densidade aparente, possivelmente

porque houve também processo de celamento, com a translocação de materiais

coloidais entre os poros do solo, reduzindo, portanto, o seu espaço poroso e tornando-o

mais compacto / adensado.

40

4.4. Morfologia do Solo

A descrição morfológica foi realizada mediante a delimitação dos

horizontes dos perfis coletados. De uma forma geral, houve dificuldade na delimitação e

descrição dos perfis, visto o problema de alterações nas suas características naturais,

condição esta imposta pelo intensivo uso agrícola.

Os horizontes superficiais foram todos identificados como Ap (plowed =

misturado), pois possuem mistura de materiais do horizonte A e do horizonte B em

função do revolvimento constante do solo pelos maquinários agrícolas.

Em que se refere à cor do solo, foi verificado variação de cor de Bruno

avermelhado escuro a vermelho escuro para os horizontes superficiais e Bruno

avermelhado a vermelho para os horizontes subperficiais. Para os perfis CP1, CP17,

EP8, AP10 e BP16 a cor do solo apresenta-se Bruno avermelhado escuro nas camadas

superiores, variando de vermelho escuro a vermelho, em profundidade, em decorrência,

da influência mais acentuada dos óxidos de ferro (Soares; Espindola e Castro, 2005), já

para os demais perfis (CP9, DP7, CP22, AP20, CP20, EP16 e Mata) a coloração

apresentou-se mais homogênea, variando pouco a graduação de cor, entre Bruno

avermelhado escuro e vermelho escuro.

Foto 08: A foto mostra vertente com significativa inclinação, e que vai de encontro à área de mata ciliar do Regato Esperança. Foto: FUKUDA, E.A.

Foto 09: Vista de um outro ângulo da mesma vertente da foto anterior. É nesta faixa de encontro entre a vertente e a mata que ocorre acúmulo de sedimentos, advindos de áreas adjacentes. Foto: FUKUDA, E.A.

41

Guerra et. al. (1999) faz algumas correlações entre a cor do solo e

processos atuantes no mesmo. Segundo o autor,

Solos mais escuros (enriquecidos com matéria orgânica) tendem a ser menos suscetíveis à erosão, em função da maior presença de matéria orgânica que confere maior estabilidade aos agregados do solo. Quando o solo apresenta cores mais claras (amareladas ou brunadas), dizem respeito ao teor de umidade do solo (solos mais secos) e o desenvolvimento da vegetação. A pouca umidade inibe o crescimento da cobertura vegetal, diminuindo a sua eficiência, aumentando assim, o risco a erosão. (GUERRA, 1999, pág.105).

Quanto à textura, houve variação textural, geralmente entre argila,

argila siltosa e argila pesada. Para praticamente todos os horizontes dos perfis

analisados, houve a presença em mais de 50% do teor de argila, naturalmente por se

tratarem de solos derivados de basalto, com o aumento de argila em profundidade (até

uma certa profundidade) e depois havendo novamente o seu decréscimo, fato este que

se deve, a diferenciação existente entre horizontes, resultantes da ação dos processos

pedogenéticos. Apenas para o perfil CP 17 (horizonte superficial) e o perfil EP 8

(horizonte B22 e B23), houve uma quase igualdade de proporção entre silte e argila

(analises granulométricas em anexo, p. 77).

Ao que tudo indica, a razão para tal ocorrência são distintas em ambos

os casos, devido ao comportamento analisado entre o resultado das analises

granulométricas e a avaliação morfológica do solo.

Para o CP 17, a presença em quantidade do silte se explica

possivelmente pelo uso de peneira 0,053 (USA) ao invés de peneira com abertura de

malha 0,02 mm (Internacional). O que comprova a ocorrência de maior teor de argila

neste horizonte em relação ao silte, foi a verificação da consistência do solo, notando-

se que o mesmo apresentava plasticidade e pegajosidade, propriedades que são

característicos da presença de argila no solo. Normalmente, a consistência com

amostras molhadas em silte apresenta resistência a moldagem o que não acontece

com a fração argila.

Quanto ao perfil EP 8, a analise da consistência do solo resultou em

pouca moldabilidade e pegajosidade, indicando a presença em quantidade de silte.

Este comportamento (ocorrência de silte em proporção) ocorre geralmente em

CAMBISSOLOS e / ou NITOSSOLOS com horizonte B pouco profundo, por se tratar de

42

perfis pouco desenvolvidos ou incipientes. Nestes casos, a intensidade do

intemperismo nos minerais primários existentes foi de pequena proporção, enquanto

nos LATOSSOLOS ocorrem o contrário.

No que se refere à estrutura dos perfis analisados, verificou-se a

presença predominante de estrutura em blocos (angulares e subangulares), além da

ocorrência em menor proporção de estrutura granular.

A estrutura granular em grumos foi verificada apenas no horizonte Ap do

perfil Mata, pois é um tipo de estrutura mais característico a solos que apresentam certo

teor de matéria orgânica, como é o caso dos solos de mata. Os demais perfis

apresentaram estrutura em blocos em todos os seus horizontes, a exceção dos perfis

CP 20 e CP 22 que apresentaram em seus horizontes superficiais (Ap), mistura de

estrutura em blocos subangulares e estrutura granular (em menor quantidade), o que se

deve, no caso destes perfis à presença de pequeno teor de matéria orgânica (restos de

raízes e folhas), que possibilitou a formação de uma pequena porção de estrutura

granular.

De uma forma geral, foi possível verificar um comportamento similar em

relação ao tipo de estrutura encontrado nos horizontes para a maioria dos perfis

analisados, podendo-se observar a ocorrência de estrutura em blocos angulares em

superfície e blocos subangulares nos horizontes inferiores. Em trabalhos realizados por

Tagima & Kadozawa (2001) e Tagima & Terabe (2006) foi constatado que a estrutura

dos subhorizontes pode passar de blocos subangulares para angulares podendo

chegar a laminar de conformidade com o grau de compactação mecânica.

A estrutura do solo constitui uma característica de grande importância

em relação interpretação da gênese e classificação de solos e afeta profundamente a

retenção e o movimento da água, as condições de arejamento, a maior ou menor

facilidade dos trabalhos de mobilização do solo, a suscetibilidade à erosão, entre outros

(BOTELHO, 2004). Também tem relação com características do solo influenciando os

valores de densidade aparente e porosidade do solo (BUCKMAN & BRADY, 1976).

Guerra et. al. (1999) faz importante menção à relação entre os tipos de

estrutura e o bom desenvolvimento das características do solo. Segundo o autor,

43

A presença de um ou mais tipos de estruturas no solo pode ter diversas interpretações, e a correta análise dessas estruturas pode resultar em um melhor aproveitamento do solo. Assim, a presença de estruturas arredondadas significa um meio poroso onde a água, o ar e a vida animal e vegetal circulam livremente. Normalmente, esses agregados são estáveis em água, indicando uma boa resistência à erosão (1999, p. 107).

Os agregados angulosos são mais compactos e, conseqüentemente,

restringem a atividade biológica, principalmente a animal. Em períodos úmidos essa

circulação de água é restrita, em função da expansão dos minerais de argila e do

conseqüente fechamento das fissuras, acarretando um impedimento á circulação

vertical de água, podendo promover aparecimento de sinais erosivos nos solos que

apresentam tais estruturas (GUERRA et. al. 1999).

4.5 Uso Potencial dos Solos

De acordo com as observações em fotografia aérea e os levantamentos

de campo, a área de estudo foi identificada como NITOSSOLO (figura 05), havendo

variação para o terceiro e quarto nível categórico desta classe de solo (NITOSSOLO

VERMELHO Distroférrico típico, NITOSSOLO VERMELHO Distroférrico latossólico e

NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico latossólico), além da ocorrência de áreas com

presença de blocos de rochas a cerca de 1,50 m de profundidade.

44

Figura 05: Figura esquemática representando as classes de solos identificados na fazenda-escola. NVef I – NITOSSOLO VERMELHO Distroférrico típico; NVef II – NITOSSOLO VERMELHO Distroférrico latossolico, possível área anterior; NVef III – NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico latossólico, onde antes seria Latossolo Vermelho. ORG: GONÇALVES, M.A.

Os NITOSSOLOS compreendem solos constituídos por material

mineral, com horizonte B nítico, textura argilosa ou muito argilosa, estrutura em blocos

subangulares ou angulares, ou prismática, de grau moderado ou forte, com cerosidade

expressiva nas superfícies dos agregados (Brasil, 2006).

São solos localizados em encostas com declividade na faixa de 6 a

10%, com profundidade de perfis em torno de 1,20 a 2,50m, apresenta o horizonte A

NVef II

NVef II

NVef II

NVef II

NVef III

NVef III

NVef I

NVef III

NVef III

NVef II

NVef I

NVef III

Área com presença de blocos de rocha.

45

eluvial fraco, com estrutural granular e horizonte B iluvial, com estrutura em blocos

angulares e subangulares, porosos e textura argilosa (VERLINGUE, 2004).

Tagima e Terabe (2006), caracterizam os NITOSSOLOS como perfis

pedológicos relativamente profundos e que possuem capacidade de absorver as águas

pluviais mediante práticas mecânicas ou vegetativas adequadas.

Para a nossa área de estudo, esta classe de solo apresenta uma

variação de declividade do terreno de 4% a 9% (conforme os dados obtidos em campo)

com o relevo variando de suave à suavemente ondulado (foto 10).

O uso potencial para os solos desta área pode ser definido tendo por

base a declividade do terreno e a profundidade dos perfis de solo.

Em relação à declividade, este não é um fator que limita a

mecanização, deve-se observar, no entanto, que para os solos com declividade na faixa

de 6 à 10% sua utilização para culturas agrícolas, requer algumas práticas

conservacionistas como, a construção de terraços para diminuir a velocidade do

escoamento superficial, assim como, deve-se ter o devido cuidado com a compactação

do solo, visto que é um dos maiores responsáveis pelo aumento do escoamento

superficial e erosão dos solos, e pelo que foi constatado em nossos estudos, é um sério

problema que foi observado em áreas localizadas da fazenda-escola.

Já para as faixas de declividade em torno de 4 à 5%, não existem

impedimentos para o cultivo de culturas perenes e/ou anuais, por serem pouco

declivosos e profundos, mas também devem se ter o cuidado com problemas de

compactação como já referido no parágrafo anterior.

Segundo Tagima & Terabe (2006), as áreas com ocorrência de

NITOSSOLO VERMELHO, são recomendáveis à exploração de fruticultura como uva,

caqui, abacate, citrus ou hortaliças irrigadas e como prática conservacionista, o uso de

cobertura morta com rotação de espécies de gramíneas e leguminosas para a forragem

do solo.

Enfim, como a área de abrangência do nosso estudo foi pequena, a

classe de solo e o uso potencial de solos ficaram limitados apenas aos NITOSSOLOS,

entretanto, em se tratando de trabalhos de levantamento físico que abranjam áreas

maiores como o entorno de bacias hidrográficas, é possível fazer um levantamento com

46

maior variedade de classes de solo, possibilitando o uso potencial, de acordo, com essa

classe pedológica. Neste sentido, levantamentos físicos em áreas de bacia hidrográfica,

representarem estudos também extremamente importantes, em termos de preservação

e uso equilibrado dos recursos naturais, a exemplo de trabalhos como de Verlingue

(2004) e de Tagima &Terabe (2006).

47

2

Foto 10: Disposição do relevo em vários trechos da fazenda-escola. Foto: FUKUDA, E. A.

1

3 4

5 6

7 8

48

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados do levantamento físico dos solos da fazenda-escola

demonstraram profundas alterações físicas nos solos desta área, decorrentes do seu

uso constante, intensivo e por vezes inadequado.

Os valores de densidade aparente para a maioria dos horizontes

superficiais dos perfis analisados, estavam elevados, indicando, portanto, a

compactação dos mesmos.

Em termos de erosão de solo, tivemos conhecimento de que a fazenda-

escola em uma certa época sofreu intenso processo erosivo em toda a sua área, em

decorrência da realização de aragem do solo seguida de intensa chuva, o que resultou

em grandes perdas de solo, especialmente dos horizontes superficiais. A existência de

fragmento de mata no percurso do Regato Esperança pode em muito ter contribuído

para que os sedimentos erodidos não fossem parar dentro do rio, fato que se

comprova, pela verificação de acúmulo de material apluvial a cerca de

aproximadamente 30 m do rio, justamente na faixa em que começa o fragmento de

mata. Às alterações verificadas nos solos da fazenda-escola, deve ser

considerado o fato de que esta é uma área que já passou por sucessivas

administrações, logo, por sucessivas modificações quanto ao manejo de solo. Desta

forma, estes fatores em conjunto, podem ter ocasionado a longo prazo, alterações

morfoestrutrurais no perfil de solo desta área, não devendo se esquecer, do uso

anterior a sua aquisição pela universidade, a qual tivemos pouquíssimas informações, o

que não nos possibilita fazer afirmação alguma a respeito do uso do solo desta área

antes de se tornar fazenda-escola da UEL.

As alterações físicas verificadas, além de dificultar o trabalho de

levantamento físico, nos conduziu a possibilidade de estar havendo um processo de

involução ou haploidização dos solos da fazenda-escola, resultado de ações antrópicas

intensas ao longo do tempo e que, portanto, levam a necessidade de se defender mais

do que nunca uma utilização mais equilibrada dos recursos existentes na natureza,

especialmente o uso do solo.

49

Em termos de planejamento de uso do solo, seja ele agrícola ou

urbano, é de extrema importância à realização dos levantamentos físicos de solos,

primeiro porque, permitem a identificação de áreas que apresentaram problemas em

termos de manejo e a partir disso, a modificação de manejo de solo desta área,

buscando-se uma alternativa de uso mais adequado e condizente com as condições do

solo e segundo, os levantamentos pedológicos permitem estabelecer um planejamento

de uso do solo, de acordo com as características inerentes a cada classe e, no caso

dos solos urbanos, este tipo de levantamento possibilita o uso e ocupação da mesma

forma que na área rural, das áreas mais adequadas, de acordo com as características

peculiares a cada classe de solo, sendo, portanto, um trabalho também importantíssimo

em termos de planejamento, de gestão urbana.

50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, S. M. do. Evolução do uso do solo e suas implicações ambientais: estudo de caso da Bacia do Córrego Unda – Cambé. Monografia (Bacharelado em Geografia) – Universidade Estadual de Londrina, 1989. ANDRADE, M. C. de. Geografia Econômica. 12ª edição. São Paulo, ATLAS, 1998. ARAÚJO, M. A., TORMENA, C. A. e SILVA, A. P. Propriedades físicas de um Latossolo Vermelho distrófico cultivado e sob mata nativa. Rev. Bras. Ciênc. Solo, Abr 2004, vol.28, nº. 2, p.337-345. BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. Livroceres: Piracicaba, SP, 1999. BIGARELLA, J.J.; BECKER, R.D.; PASSOS, E. Estrutura e origem das paisagens tropicais e intertropicais. Florianópolis: Editora da UFSC, 1996. BRASIL. Ministério da Agricultura; EMBRAPA. Manual de Métodos de Análise de Solo. 2. ed. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa de Solos, 1997. 212 p. BRASIL. Ministério da Agricultura; EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Produção de Informação, 2006. 306 p. BUCKMAN, H. O. e BRADY, N.C. Natureza e Propriedades dos Solos. Tradução de Antônio Neiva Figueiredo. 4ª edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1976. COOTE, D.R. & RAMSEY, J.F. Quantification of the effects of overs 35 years of intensive cultivation on four soils. Can. J. Soil Sci., 63: 1-14, 1983. CURTIS, R.O. & POST, B.W. Estimating bulk density from organic matter content in some Vermont forest soils. Soil Sci. Soc. Am. Proc., 28:285-286, 1964. DERPSCH, R.; ROTH, C.H.; SIDIRAS, N.; KOPKE,U. Controle da erosão no Paraná, Brasil: Sistemas de cobertura do solo, plantio direto e preparo conservacionista do solo. Londrina, IAPAR, 1990, 272 p. EMBRAPA / IAPAR. Levantamento de reconhecimento dos solos do estado do Paraná. Londrina: EMBRAPA / IAPAR, 1984. 414p. (Boletim Técnico, nº 57). FARIA, G.G. Caracterização física e analise comparativa das formas de uso e ocupação do solo (1970-1999) na microbacia hidrográfica Ribeirão Cambé, Londrina – PR. Geografia. V.14, n.2, jul/dez 2005 – Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Geociências.

51

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52

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53

ANEXO A – DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DOS PERFIS DE SOLO COLETADOS

PERFIL N.º 1 CP 1

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade / estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto nas proximidades do Regato Esperança.

COORDENADAS S 23° 20,328 WO 51° 12,505 22 K 0478694 UTM 7418955

ALTITUDE 519m

DECLIVIDADE 5%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Basalto

RELEVO LOCAL Suavemente ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Cultura anual

USO ATUAL Cultura anual

54

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-35

2,5YR 3/4 bruno avermelhado escuro quando

seco, 10R 2,5/2 vermelho acinzentado quando

úmido, textura argilosa, estrutura forte, pequena em

blocos angulares, consistência muito duro quando

seco e muito firme quando úmido, plástico, muito

pegajoso, raízes comuns.

B1

35-64

2,5YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena em blocos

angulares, consistência muito duro quando seco e

firme quando úmido, plástico, muito pegajoso,

raízes escassas.

B21

64-134

2,5YR 4/6 vermelho quando seco, 10R 2,5/2

vermelho acinzentado quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena em blocos

angulares, consistência muito duro quando seco e

firme quando úmido, plástico, muito pegajoso,

raízes escassas.

B22

> 134

2,5YR 4/6 vermelho quando seco, 10R ¾ vermelho

escuro quando úmido, textura argila pesada,

estrutura forte, pequena em blocos subangulares,

consistência duro quando seco e firme quando

úmido, plástico, muito pegajoso, raízes escassas.

55

PERFIL N.º 2 CP 9

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto ao lado da sede da Fazenda – Escola.

COORDENADAS S 23º 20, 381’ WO 51º 12, 591’ 22K 0478549 UTM 7418857

ALTITUDE 541 metros

DECLIVIDADE 7%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha Magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Proveniente do intemperismo do basalto

RELEVO LOCAL Suavemente ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Cultura anual e perene

USO ATUAL Cultura anual e perene

56

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-30

2,5YR 2,5/4 bruno avermelhado escuro quando

seco, 10R 2,5/2 vermelho acinzentado quando

úmido, textura argilosa, estrutura forte, pequena em

blocos subangulares misturados com partículas

granulares, consistência duro quando seco e firme

Quando úmido, plástico, muito pegajoso, raízes

comuns.

B1

30-70

2,5YR ¾ bruno avermelhado escuro quando seco,

10R 3/3 vermelho escuro acinzentado quando

úmido, textura argila pesada, estrutura forte,

pequena em blocos subangulares, consistência

ligeiramente duro quando seco e firme quando

úmido, plástico, muito pegajoso, raízes comuns.

B21

70-97

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R 3/3

vermelho escuro acinzentado quando úmido,

textura argila pesada, estrutura moderada,

pequena em blocos subangulares, consistência

ligeiramente duro Quando seco e firme quando

úmido, plástico, muito pegajoso, raízes comuns.

B22

97-155

2,5 YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, muito pequena em

blocos subangulares, consistência ligeiramente

duro Quando seco e firme quando úmido, plástico,

muito pegajoso, raízes escassas.

B23

>155

2,5YR 2,5 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R

3/3 vermelho escuro acinzentado quando úmido,

textura argila pesada, estrutura moderada, muito

pequena em blocos subangulares, consistência

macio quando seco e muito friável Quando úmido,

ligeiramente plástico, pegajoso, raízes escassas.

57

PERFIL Nº. 3 CP 17

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto em área de plantio de cana.

COORDENADAS S 23º 20’, 533 WO 51º 12’, 759 22K 0478262 UTM 741857

ALTITUDE 573m

DECLIVIDADE 6%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha Magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Resultante do intemperismo do basalto.

RELEVO LOCAL Suavemente ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Cultura anual

USO ATUAL Cultura anual

58

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-19

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R 3/3

vermelho escuro acinzentado quando úmido, textura

argila siltosa, estrutura forte, pequena em blocos

angulares, consistência duro quando seco e firme

quando úmido, plástico, muito pegajoso, raízes

comuns, transição clara.

B1

19-41

2,5YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R 3/4

vermelho escuro quando úmido, textura argilosa,

estrutura moderada, pequena em blocos angulares,

consistência ligeiramente duro Quando seco e muito

friável quando úmido, plástico, muito pegajoso, raízes

comuns, transição gradual.

B21

41-72

2,5YR 4/6 vermelho quando seco, 10R ¾ vermelho

escuro quando úmido, textura argila pesada,

estrutura moderada, média em blocos subangulares,

consistência macio Quando seco e muito friável

quando úmido, ligeiramente plástico, pegajoso,

raízes comuns, transição gradual.

B22

72-120

2,5 YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R 3/4

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, média em blocos

subangulares, consistência macio Quando seco e

muito friável quando úmido, ligeiramente plástico,

pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

B23

>120

2,5YR 4/6 vermelho quando seco, 10R ¾ vermelho

escuro quando úmido, textura argilosa, estrutura

moderada, média em blocos subangulares,

consistência macio Quando seco e muito friável

quando úmido, ligeiramente plástico, ligeiramente

pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

59

PERFIL Nº. 4 EP 8

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto em área de cultivo de abacate.

COORDENADAS S 23º 20’, 261 WO 51º 12’, 768 22K 0478248 UTM 7419074

ALTITUDE 556m

DECLIVIDADE 9%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Proveniente do intemperismo do basalto

RELEVO LOCAL Ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Culturas

USO ATUAL Culturas

60

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-27

2,5YR 2,5/4 bruno avermelhado escuro quando seco,

10R 3/3 vermelho escuro acinzentado quando úmido,

textura argilosa, estrutura forte, pequena em blocos

angulares, consistência muito duro quando seco e

firme quando úmido, plástico, muito pegajoso, raízes

abundantes, transição gradual.

B1

27-52

2,5YR 4/6 vermelho quando seco, 10R ¾ vermelho

escuro quando úmido, textura argila pesada,

estrutura forte, pequena em blocos subangulares,

consistência ligeiramente duro quando seco e muito

friável quando úmido, plástico, muito pegajoso, raízes

comuns, transição gradual.

B21

52-103

2,5YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argilosa,

estrutura forte, pequena em blocos subangulares,

consistência duro quando seco e muito friável

quando úmido, plástico, pegajoso, raízes comuns,

transição difusa.

B22

103-134

2,5 YR 4/6 vermelho quando seco, 10R 3/6 vermelho

escuro quando úmido, textura argilo siltosa, estrutura

forte, média em blocos subangulares, consistência

duro quando seco e muito friável quando úmido,

ligeiramente plástico, pegajoso, raízes escassas,

transição difusa.

B23

>134

2,5YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argilo

siltosa, estrutura moderada, média em blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro quando

seco e muito friável quando úmido, ligeiramente

plástico, ligeiramente pegajoso, raízes escassas,

transição difusa.

61

PERFIL Nº. 5 AP 10

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto em área de plantio de mandioca.

COORDENADAS S 23º 20, 626’ WO 51º 12, 535’ 22K 0478646 UTM 7418411

ALTITUDE 548 m

DECLIVIDADE 6%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Derivado da decomposição do basalto

RELEVO LOCAL Suavemente ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Culturas

USO ATUAL Sem uso

62

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-24

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R 3/3

vermelho escuro acinzentado quando úmido, textura

argilosa, estrutura forte, pequena em blocos

angulares, consistência extremamente duro quando

seco e firme quando úmido, plástico, muito pegajoso,

raízes escassas, transição gradual.

B1

24-56

10R 4/4 vermelho quando seco, 10R ¾ vermelho

escuro quando úmido, textura argila pesada,

estrutura forte, muito pequena em blocos

subangulares, consistência duro quando seco e firme

quando úmido, muito plástico, muito pegajoso, raízes

escassas, transição gradual.

B21

56-107

2,5YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, pequena em blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro quando

seco e muito friável quando úmido, plástico, muito

pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

B22

107-135

2,5 YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R 3/6

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, pequena em blocos

subangulares, consistência duro quando seco e firme

quando úmido, muito plástico, muito pegajoso, raízes

escassas, transição difusa.

B23

>135

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, pequena em blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro quando

seco e muito friável quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

63

PERFIL Nº. 6 DP 7

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto em área próxima à área de cultivo de goiaba.

COORDENADAS S 23º 20, 299’ WO 51º 12, 666’

22K 0478417 UTM 7418998

ALTITUDE 546 m

DECLIVIDADE 8%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Proveniente do intemperismo do basalto

RELEVO LOCAL Suavemente ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Ausente

USO ATUAL Ausente

64

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-21

2,5YR 4/6 vermelho quando seco, 10R 3/4 vermelho

escuro quando úmido, textura argila pesada,

estrutura forte, pequena em blocos angulares,

consistência muito duro quando seco e firme quando

úmido, plástico, muito pegajoso, raízes escassas,

transição gradual.

B1

21-50

2,5YR ¾ bruno avermelhado escuro quando seco,

10R 3/4 vermelho escuro quando úmido, textura

argila pesada, estrutura moderada, pequena em

blocos subangulares, consistência ligeiramente duro

Quando seco e muito friável quando úmido, plástico,

muito pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

B21

50-95

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, média em blocos

subangulares, consistência macio quando seco e

muito friável quando úmido, plástico, muito pegajoso,

raízes escassas, transição difusa.

B22

95-128

2,5 YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R 3/6

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, pequena em blocos

subangulares, consistência macio quando seco e

muito friável quando úmido, plástico, muito pegajoso,

raízes escassas, transição difusa.

B23

>128

2,5YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, pequena em blocos

subangulares, consistência macio quando seco e

muito friável quando úmido, plástico, pegajoso, raízes

escassas, transição difusa.

65

PERFIL N.º 7 CP 22

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto em área de cultivo de culturas anuais.

COORDENADAS S 23° 20,594 WO 51° 12,832 22K 478138 UTM 7418457

ALTITUDE 585m

DECLIVIDADE 3%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Intemperismo do basalto

RELEVO LOCAL Plano

VEGETAÇÃO LOCAL Cultura anual

USO ATUAL Cultura anual

66

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-27

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos

subangulares (predominante) com mistura de

estrutura granular, consistência muito duro quando

seco e firme quando úmido, plástico, muito

pegajoso, raízes abundantes, transição clara.

B1

27-48

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos angulares,

consistência muito duro quando seco e firme

quando úmido, plástico, pegajoso, raízes escassas,

transição gradual.

B21

48-83

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, pequena, blocos

subangulares, consistência duro quando seco e

friável quando úmido, plástico, pegajoso, raízes

escassas, transição gradual.

B22

83 -150

2,5YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R

3/6 vermelho escuro quando úmido, textura argila

siltosa, estrutura moderada, pequena, blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro

quando seco e friável quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes escassas, transição abruptica.

B3 > 150

67

PERFIL N.º 8 BP 16

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto em área de culturas anuais.

COORDENADAS S 23° 20,579 WO 51° 12,682 22K 0478393 UTM 7418487

ALTITUDE 570m

DECLIVIDADE 4%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Decomposição do basalto

RELEVO LOCAL Suavemente ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Cultura anual

USO ATUAL Cultura anual

68

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-26

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos angulares,

consistência muito duro quando seco e muito firme

quando úmido, plástico, muito pegajoso, raízes

comuns, transição clara.

B1

26-53

2,5YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos angulares,

consistência muito duro quando seco e muito firme

quando úmido, plástico, muito pegajoso, raízes

escassas, transição gradual.

B21

53-110

2,5YR 4/6 vermelho quando seco, 10R 4/4

vermelho quando úmido, textura argila pesada,

estrutura forte, pequena, blocos angulares,

consistência muito duro quando seco e firme

quando úmido, plástico, muito pegajoso, raízes

escassas, transição difusa.

B22

110-150

2,5YR 4/6 vermelho quando seco, 10R ¾ vermelho

escuro quando úmido, textura argila pesada,

estrutura forte, pequena, blocos angulares,

consistência duro quando seco e firme quando

úmido, plástico, pegajoso, raízes escassas,

transição difusa.

B23

>150

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos angulares,

consistência duro quando seco e firme quando

úmido, plástico, pegajoso, raízes escassas,

transição difusa.

69

PERFIL N.º 9 AP 20

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto em área de culturas anuais.

COORDENADAS S 23° 20,47,88 WO 51° 12,42,36 K 0478340 UTM 7418084

ALTITUDE 543m

DECLIVIDADE 3%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Basalto

RELEVO LOCAL Suavemente ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Cultura anual

USO ATUAL Cultura anual

70

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-32

2,5YR 3/4 bruno avermelhado escuro quando

seco, 10R 3/4 vermelho escuro quando úmido,

textura argilosa, estrutura forte, pequena, blocos

subangulares, consistência duro quando seco e

firme quando úmido, plástico, muito pegajoso,

raízes comuns, transição gradual.

B1

32-70

2,5YR 3/4 bruno avermelhado escuro quando seco,

10R ¾ vermelho escuro quando úmido, textura

argila pesada, estrutura forte, pequena, blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro

quando seco e friável quando úmido, plástico,

muito pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

B21

70-109

2,5YR 3/4 bruno avermelhado escuro quando seco,

10R 3/4 vermelho escuro quando úmido, textura

argila pesada, estrutura forte, pequena, blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro

quando seco e friável quando úmido, plástico,

muito pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

B22

109-140

2,5YR ¾ bruno avermelhado escuro quando seco,

10R ¾ vermelho escuro quando úmido, textura

argila pesada, estrutura moderada, pequena,

blocos subangulares, consistência macio quando

seco e friável quando úmido, plástico, muito

pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

B23

>140

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argilosa,

estrutura moderada, pequena, blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro

quando seco e friável quando úmido, plástico,

muito pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

71

PERFIL N. º 10 CP 20

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto em área de culturas anuais.

COORDENADAS S 23° 20,34,44 WO 51° 12,48,66 22K 0478174 UTM 7418496

ALTITUDE 584m

DECLIVIDADE 3%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Basalto

RELEVO LOCAL Suavemente ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Cultura anual

USO ATUAL Cultura anual

72

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-25

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, mistura blocos

subangulares e granular, consistência muito duro

quando seco e firme quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes abundantes, transição clara .

B1

25-57

10R 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos angulares,

consistência duro quando seco e friável quando

úmido, plástico, muito pegajoso, raízes comuns,

transição gradual.

B21

57-109

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos

subangulares, consistência duro quando seco e

friável quando úmido, plástico, pegajoso, raízes

escassas, transição difusa.

B22

109-140

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argilosa,

estrutura moderada, pequena, blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro

quando seco e friável quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

B23

>140

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argilosa,

estrutura moderada, pequena, blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro

quando seco e friável quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

73

PERFIL N.º 11 EP 16

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto em área de cultura anual

COORDENADAS S 23º20’21,26” WO 51° 12,53,94 22 K 0478019 UTM 7418876

ALTITUDE 579m

DECLIVIDADE 9%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha Magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Basalto

RELEVO LOCAL Ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Cultura anual

USO ATUAL Cultura anual

74

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0 -17

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argilosa,

estrutura forte, pequena, blocos subangulares com

mistura de estrutura granular, consistência duro

quando seco e firme quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes comuns, transição gradual .

B1

17-39

2,5YR ¾ bruno avermelhado escuro quando seco,

10R ¾ vermelho escuro quando úmido, textura

argilosa, estrutura forte, pequena, blocos

angulares, consistência duro quando seco e firme

quando úmido, plástico, pegajoso, raízes escassas,

transição gradual.

B21

39 -77

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R 3/6

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos angulares,

consistência muito duro quando seco e firme

quando úmido, plástico, muito pegajoso, raízes

escassas, transição difusa.

B22

77 - 110

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argilosa,

estrutura moderada, pequena, blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro

quando seco e friável quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

B23

110 -150

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argilo

siltosa, estrutura moderada, pequena, blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro

quando seco e friável quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes escassas, transição abruptica.

B3 >150

75

PERFIL N.º 12 MATA

SOLO NITOSSOLO VERMELHO

PROCEDÊNCIA (cidade/estado) Londrina / Paraná

LOCALIZAÇÃO Fazenda – Escola da Universidade Estadual de Londrina.

SITUAÇÃO Perfil aberto dentro da mata nas proximidades do Regato Esperança.

COORDENADAS S 23º 20’,368 WO 51º 12’,417 22K 0478844 UTM 7418876

ALTITUDE 513m

DECLIVIDADE 3%

LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA Rocha Magmática da Formação Serra Geral

MATERIAL ORIGINÁRIO Basalto

RELEVO LOCAL Suavemente ondulado

VEGETAÇÃO LOCAL Mata

USO ATUAL Mata

76

HORIZONTE PROFUNDIDADE

(cm)

DESCRIÇÃO MORFOLOGICA

Ap

0-40

2,5YR 2.5/4 bruno avermelhado escuro Quando

seco, 10R 2,5/2 vermelho acinzentado quando

úmido, textura argila pesada, estrutura forte,

pequena, granular em grumos, consistência duro

quando seco e firme quando úmido, plástico, muito

pegajoso, raízes abundantes, transição clara .

B1

40-65

2,5YR 2.5/4 bruno avermelhado escuro Quando

seco, 10R 2.5/2 vermelho acinzentado quando

úmido, textura argila pesada, estrutura forte,

pequena, blocos subangulares, consistência duro

quando seco e firme quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes comuns, transição gradual.

B21

65-94

2,5YR 4/4 bruno avermelhado quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos

subangulares, consistência duro quando seco e

firme quando úmido, plástico, muito pegajoso,

raízes escassas, transição difusa.

B22

94-126

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro quando úmido, textura argila

pesada, estrutura forte, pequena, blocos

subangulares, consistência duro quando seco e

firme quando úmido, plástico, pegajoso, raízes

escassas, transição difusa.

B23

>126

2,5YR 3/6 vermelho escuro quando seco, 10R ¾

vermelho escuro Quando úmido, textura argila

pesada, estrutura moderada, pequena, blocos

subangulares, consistência ligeiramente duro

Quando seco e friável quando úmido, plástico,

pegajoso, raízes escassas, transição difusa.

77

ANEXO B - ANÁLISES GRANULOMÉTRICAS

CP 1 Horizonte

(cm) Areia

(%) Silte (%)

Argila (%)

Classe textural

Ap 0-35 13,25 35,4 51,35 Argila B1 35-64 7,1 28 64,9 Argila pesada B21 64-134 4,3 19,3 76,4 Argila pesada B22 >134 4,5 19,6 75,9 Argila pesada CP 9 Ap 0-33 6,45 36 57,55 Argila B1 30-70 4,35 23,3 72,35 Argila pesada B21 70-97 4,65 20,55 74,8 Argila pesada B22 97-155 4,75 21,8 73,45 Argila pesada B23 > 155 5,75 20,15 74,1 Argila pesada CP 17 Ap 0-19 12,5 45,95 41,55 Argila siltosa B1 19-41 9,4 30,75 59,85 Argila B21 41-72 9,95 27,5 62,6 Argila pesada B22 72-120 10,35 28,3 61,35 Argila pesada B23 >120 10,5 31 58,5 argila EP 8 Ap 0-27 10,6 33,65 55,75 Argila B1 27-52 7,9 29,35 62,75 Argila pesada B21 52-103 8,2 33,85 57,95 Argila B22 103-134 8,45 45,5 46,05 Argila siltosa B23 >134 8,5 43,5 48,0 Argila siltosa AP 10 Ap 0-24 6,8 41,8 51,4 Argila B1 24-56 5,3 23,3 72,4 Argila pesada B21 56-107 5,1 27,5 67,4 Argila pesada B22 107-135 5,35 13,6 82,05 Argila pesada B23 >135 5,7 15,95 78,35 Argila pesada DP 7 Ap 0-21 7,1 26,5 66,4 Argila pesada B1 21-50 4,9 18,55 76,55 Argila pesada B21 50-95 6,45 17,8 75,75 Argila pesada B22 95-128 6,6 17,8 74,5 Argila pesada B23 >128 6,5 22,15 71,35 Argila pesada CP 22 Ap 0-27 13,25 25,3 61,45 Argila pesada B1 27-48 9,05 20,25 70,7 Argila pesada B21 48-83 9,45 24,2 66,35 Argila pesada B22 83-150 10,25 41,95 47,8 Argila siltosa BP 16 Ap 0-26 8,75 27,7 63,55 Argila pesada B1 26-53 5,75 18,25 76 Argila pesada

78

B21 53-110 4,00 12,6 83,4 Argila pesada B22 110-150 5,25 15,8 78,95 Argila pesada B23 >150 6,1 16,55 77,35 Argila pesada AP 20 Ap 0-32 14,35 26,65 59,45 Argila B1 32-70 9,4 16,75 73,85 Argila pesada B21 70-109 10,25 22,65 67,1 Argila pesada B22 109-140 10,6 25 64,4 Argila pesada B23 >140 11,5 30 58,45 Argila CP 20 Ap 0-25 10,85 26,4 60,5 Argila pesada B1 25-57 9,9 23,65 66,45 Argila pesada B21 57-109 10,95 28,2 63,55 Argila pesada B22 109-140 11,85 29,1 59,05 Argila B23 >140 13,8 30,95 55,25 Argila EP 16 Ap 0-17 14,85 29,3 55,85 Argila B1 17-39 13,5 27,95 55,55 Argila B21 39-77 9,85 23,05 67,1 Argila pesada B22 77-110 11,95 33,2 54,85 Argila B23 110-150 11,75 42,7 45,55 Argila siltosa B3 >150 ------- ------- ------- ------- MATA Ap 0-40 9,1 28,45 62,45 Argila pesada B1 40-65 5,2 19,75 75,05 Argila pesada B21 65-94 4,2 12,65 83,15 Argila pesada B22 94-126 4,35 10,2 85,45 Argila pesada B23 >126 5,45 11,1 83,45 Argila pesada

79

ANEXO C – DADOS DE ANÁLISE FÍSICA DOS PONTOS DE SONDAGEM

PONTO DE SONDAGEM

DENS. APARENTE (G. CM-3)

DENS. REAL (G. CM-3)

POROSIDADE (%)

AP 1 1,42 3,03 53,13

AP 2 1,43 3,07 53,42

AP 3 1,38 3,22 57,14

AP 4 1,52 3,17 52,05

AP 5 1,41 3,17 55,52

AP 6 1,16 2,98 59,86

AP 7 0,98 3,07 68,07

AP 8 1,00 3,03 67,00

AP 9 1,25 3,27 61,77

AP 10 1,46 3,03 51,83

AP 11 1,19 2,98 60,06

AP 12 1,51 2,94 43,64

AP 13 1,27 2,98 57,38

AP 14 1,15 2,98 61,41

AP 15 1,12 3,03 63,03

AP 16 1,09 2,94 62,92

AP 17 1,03 2,94 64,96

AP 18 1,07 2,89 62,97

AP 19 1,05 2,98 63,66

AP 20 1,02 2,94 65,30

BP 1 1,31 3,17 58,67

BP 2 1,28 3,07 58,31

BP 3 1,35 3,07 56,03

BP 4 1,30 3,03 57,09

BP 5 1,47 3,22 54,34

BP 6 1,36 3,03 55,11

BP 7 1,13 3,17 64,35

BP 8 1,09 3,38 67,75

BP 9 1,11 3,22 65,52

80

BP 10 1,25 2,98 58,05

BP 11 1,06 3,03 65,01

BP 12 1,33 3,07 56,67

BP 13 1,41 3,22 56,21

BP 14 1,48 3,22 54,03

BP 15 1,47 3,03 51,48

BP 16 1,57 2,98 47,31

BP 17 1,45 2,89 49,83

BP 18 1,26 2,98 57,72

BP 19 1,04 2,98 65,10

BP 20 1,27 3,03 58,08

CP 1 1,42 3,03 53,13

CP 2 1,32 3,07 57,00

CP 3 1,28 3,07 58,31

CP 4 1,42 3,03 53,13

CP 5 1,18 3,07 61,56

CP 6 1,23 3,07 59,93

CP 7 1,30 3,03 57,09

CP 8 1,23 2,94 59,52

CP 9 1,37 2,89 52,59

CP 10 1,29 2,94 56,12

CP 11 1,47 2,94 50,00

CP 12 1,25 2,89 56,75

CP 13 1,52 2,94 48,30

CP 14 1,43 2,81 49,11

CP 15 1,30 2,85 54,38

CP 16 1,18 2,77 57,40

CP 17 1,56 2,89 46,02

CP 18 1,53 2,98 48,65

CP 19 1,26 2,98 57,71

CP 20 1,26 2,94 57,14

CP 21 1,48 2,94 49,66

CP 22 1,34 2,94 54,42

81

CP 23 1,32 2,94 55,10

CP 24 1,04 2,89 64,01

CP 25 1,32 3,03 56,43

DP 1 1,29 2,98 56,71

DP 2 1,35 2,94 54,08

DP 3 1,26 2,98 57,71

DP 4 1,26 2,94 57,14

DP 5 1,19 3,03 60,72

DP 6 1,27 2,89 56,05

DP 7 1,52 3,33 54,35

DP 8 1,38 2,89 52,24

DP 9 1,21 2,98 59,39

DP 10 1,20 2,94 59,18

DP 11 1,07 3,03 64,68

DP 12 1,14 3,03 63,37

DP 13 1,26 3,03 58,41

DP 14 1,22 2,94 58,50

DP 15 1,47 3,03 51,48

DP 16 1,53 2,98 48,65

DP 17 1,40 2,94 52,38

EP 1 1,11 3,03 63,37

EP 2 1,24 2,98 58,39

EP 3 1,27 3,03 58,08

EP 4 1,46 2,94 50,34

EP 5 1,19 2,94 59,52

EP 6 1,02 2,89 64,70

EP 7 1,14 2,98 61,74

EP 8 1,34 3,03 55,77

EP 9 1,35 3,03 55,44

EP 10 1,30 3,07 57,65

EP 11 1,36 3,03 55,11

EP 12 1,13 2,98 62,08

EP 13 1,26 2,98 57,72

82

EP 14 1,60 2,94 45,58

EP 15 1,57 3,07 48,86

EP 16 1,35 2,94 54,08

FP 1 1,25 2,94 57,48

FP 2 1,25 2,94 57,48

FP 3 1,38 3,03 54,45

FP 4 1,39 3,03 54,12

FP 5 1,34 3,03 55,77

FP 6 1,43 3,22 55,59

GP 1 1,14 2,98 61,74

GP 2 1,14 3,07 62,86

GP 3 1,16 2,94 60,40

GP 4 1,18 2,98 60,44

GP 5 1,09 2,94 62,92

GP 6 1,48 2,94 49,66

GP 7 1,35 3,03 55,44

GP 8 1,20 2,98 59,73

GP 9 1,13 3,07 6319

HP 1 1,22 2,98 59,06

HP 2 1,22 2,98 59,06

HP 3 1,20 2,98 59,73

HP 4 1,04 3,03 65,67

HP 5 1,54 2,98 48,32

HP 6 1,28 2,98 57,04

HP 7 1,45 2,98 51,34

HP 8 1,03 3,03 66,01