Emigração

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Emigração

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FUNDAMENTAÇÃO

TEÓRICA

Emigração

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Olhai, olhai, vão em manadas

Os emigrantes…

Uivos de dó pelas estradas,

Junto dos cais, nas amuradas

Das naus distantes…

Velhinhas, noivas e crianças,

Senhor! Senhor!

Ao voar das últimas esp’ranças

Crispam as mãos, mordendo as tranças,

Loucas de dor!

Lá vão levados, lá vão levados,

Pelo mar alto…

Adeus, ó noites nos eirados…

Adeus, ó beijos perfumados,

Beijos d’Agosto à luz do luar!...

Adeus, divinos horizontes,

Inda a cantar nos olhos seus!

Adeus, manhãs doirando os montes!

Erva do campo, água das fontes,

P’ra sempre… adeus!

Lá vão levados, mar sem fundo,

Longe das noivas e dos pais!...

Terras, Jesus! Nos fins do mundo…

Voltarão? Quando, mar profundo?1

Desde o princípio dos tempos que o Homem deixa o lugar onde nasceu

e se desloca para novos locais. Os motivos são muitíssimo variados,

combinando-se entre si e levando milhões de pessoas a, durante toda a

1 Finis Patriae (1890), 6.ª ed., p.56. In SERRÃO, Joel – A Emigração Portuguesa. Lisboa: Livros Horizonte 1977.

O fenómeno da emigração em Portugal

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História, deixar o seu local de origem e mudar-se para um novo sítio em busca

de uma vida melhor.

Actualmente, com a crescente mutação do mundo para uma aldeia

global, é cada vez mais fácil a deslocação, tornando-nos, mais do que pessoas

com diferentes nacionalidades, cidadãos do mundo.

O fenómeno da emigração tem estado presente

ao longo dos tempos, sendo um factor determinante

para a estrutura do mundo actual. Responsável por

conflitos culturais, pela reconstrução de cidades em

ruínas, por piadas infames e tantos outros aspectos, a

emigração é fonte de controvérsias e debates, sendo

apenas unânime o facto de que, se os povos não

tivessem começado a deslocar-se, o mundo que hoje

conhecemos não seria o mesmo.

Devido a um conjunto de condicionalismos históricos e geográficos,

coube a Portugal e Espanha a tarefa de iniciar a expansão europeia no “novo

mundo”.

Desde inícios do século XV até meados do século seguinte, Portugal

vive a aventura dos Descobrimentos, dando início, mesmo sem o saber, a uma

das formas mais primárias da emigração: a colonização.

Desde a conquista de Ceuta, em 1415, logo seguida da descoberta da

Madeira (1419), passando pela descoberta do Brasil, em 1500, e pelas Áfricas,

os portugueses tiveram não só a missão de chegar a terras até então

desconhecidas, mas também de as povoar e de as moldar à imagem da sua

metrópole. A expansão ultramarina trouxe, assim, consequências

demográficas, levando vários marinheiros a ficar-se pelas terras descobertas e

um número considerável de portugueses a deslocar-se para os novos solos do

império. À capital do reino vinham parar escravos importados, trabalhando no

A emigração portuguesa

Figura 1 – Símbolos da emigração.

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lugar daqueles que haviam saído para espalhar os costumes, a língua a

religião dos portugueses.

No entanto, há que distinguir os conceitos de colonização e emigração,

que, embora intimamente ligados, possuem algumas diferenças relevantes.

Colonização, ideia inserida num determinado contexto temporal, tem um

carácter menos lato do que emigração, uma vez que implica o abandono da

pátria com destino a uma colónia, incentivado por iniciativa estatal. Emigração,

por sua vez, é um conceito mais amplo, pois consiste somente em abandonar o

país de origem por motivos pessoais, muitas vezes até em oposição ao

definido pelo Estado.

Já nesta altura, muitos foram os autores a descrever a situação,

destacando-se Garcia de Resende, que tão bem retrata o papel dos

portugueses no povoamento do mundo novo:

Vijimos muyto espalhar

portugueses no viver,

Brasil, Ilhas povoar

a aas Indias yr morar,

natureza lhes squecer:

Veemos no reyno metter

tantos captivos crescer,

E yremse hos naturaes,

que se assi for, seram mais

elles que nos, a meu veer.2

Como podemos observar, foram muitos os portugueses que foram,

sucessivamente, trocando a terra natal pelo mundo até então desconhecido

que era desbravado pelas frotas nacionais, marcando o início deste movimento

a que hoje chamamos emigração.

2 Garcia de Resende, Miscelânea, n.º 189. In SERRÃO, Joel – A Emigração Portuguesa. Lisboa: Livros Horizonte 1977.

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Sendo um fenómeno presente ao longo de toda a História portuguesa

(tendo até em conta a localização geográfica do país), a emigração atingiu o

seu “boom” no século XX. Foram os cem anos em

que mais mudanças se verificaram a nível mundial,

abrindo caminho para o ritmo frenético em que a

sociedade do século seguinte viria a viver. O

mundo sobreviveu a duas guerras, tocou os astros,

ultrapassou as barreiras do espaço e do tempo,

revelando o melhor e o pior da espécie humana.

Nestes tempos conturbados, não admira que o

fenómeno da emigração tenha atingido o seu pico

em Portugal.

Estima-se que, ao longo do último século,

tenham saído de Portugal continental mais de três

milhões de pessoas, sendo que cerca de metade

abandonou o país entre 1960 e 1971.

No início do século, privilegiavam-se os destinos transoceânicos,

principalmente no que diz respeito à América e, inevitavelmente, ao Brasil. Esta

preferência, que se prolongou até ao início dos anos 60, deveu-se

essencialmente aos laços políticos e culturais que uniam os países, ao facto de

terem em comum a língua portuguesa e à exploração das potencialidades da

ex-colónia, que começava agora a ser feita pelos brasileiros. É curioso

constatar que as próprias colónias portuguesas da época não recebem nem

uma centésima parte da corrente migratória.

No entanto, a crise iniciada pelo crash na Bolsa norte-americana (1929)

não deixou de atingiu os sul-americanos, iniciando um período de dificuldades

e carências. Num esforço para salvaguardar a economia e aumentar o

desemprego, o Brasil fechou os seus portos à emigração europeia. Portugal

começou também a impor medidas restritivas à saída da população, o que

contribui de forma determinante para uma enorme diminuição dos fluxos.

Século XX

Figura 2 – Emigrantes portugueses

mudam de comboio na fronteira

franco-espanhola (anos 60).

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Apesar das medidas do Governo português, as condições de vida no

país continuavam a ser difíceis, pelo que as fugas subsistiam. Visto que era

mais difícil e dispendioso sair do país através dos portos, onde o controlo era

maior, os portugueses voltaram-se para a Europa, mais acessível e também

ela uma fonte de novas oportunidades.

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945), apesar de não ter contado com

a participação de Portugal, acarretou consequências para o país e para os

fluxos migratórios de então. Uma vez que a Europa foi o seu palco principal, o

volume de saídas foi bastante reduzido durante os tempos de guerra, mas

apenas para dar origem à maior corrente migratória jamais vista em Portugal

nos anos seguintes.

Foi na década de 60 que se assistiu a uma saída em massa por parte da

população portuguesa, sendo que só em 1966 abandonaram o país cerca de

120 mil pessoas (QUEIRÓS, 2007). Os emigrantes voltaram a sua atenção

para a Europa Ocidental, com países em franco desenvolvimento industrial e

com necessidade de mão-de-obra para os apoiar na sua reconstrução durante

o pós-Guerra. Os trabalhos que iam desempenhar nesses países eram de

baixo prestígio social, pouco exigentes em termos de qualificação profissional,

mas de grande esforço físico e mal renumerados (conseguindo, mesmo assim,

superar os salários portugueses).

Os principais países de destino eram a França, a Alemanha, o

Luxemburgo e a Suíça, para onde os portugueses fugiam da Guerra Colonial

(1961-1974), da forme, da pobreza, do isolamento e da opressão do sistema

Figura 3 – Comparação entre os salários médios

em vários países.

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político. Procuravam trabalho e melhores condições de vida, estabelecendo-se

nos países de acolhimento por grandes períodos de tempo, mas tendo sempre

em vista o regresso a Portugal, onde muitas vezes deixavam as suas famílias,

enviando-lhes remessas do pouco dinheiro que conseguiam acumular. A

proximidade geográfica permitia aos emigrantes poder esperar regressar um

dia, possibilidade que, com a emigração transoceânica, era quase sempre nula,

tornando a saída um acto definitivo.

É também importante destacar que, apesar dos números apresentados

oficialmente serem já elevadíssimos, estes não correspondem ao número total

de emigrantes que abandonaram o país, pois a emigração real foi sempre

superior à legal. Com o aumento das restrições, cada vez mais pessoas

abandonavam o país por sua conta e risco, fugindo ao controlo estatal e sendo

amiúde enganadas por muitos aproveitadores que prometiam levá-las ao

destino desejado, mas não passavam sequer a fronteira. A emigração

ultrapassa agora a população rural e estende-se para a generalidade social e

regional do Estado.

Pensa-se que a emigração clandestina, cujos destinos foram também na

Europa Ocidental, corresponda a cerca de um terço do total.

Mas além da França e da República Federal Alemã, também alguns

destinos transatlânticos continuaram a atrair os portugueses, especialmente os

Estados Unidos da América e o Canadá, que se mantiveram receptivos aos

portugueses durante mais tempo. É de destacar a existência de grandes

comunidades portuguesas nesses países, sendo que a maior parte dos

emigrantes aí presentes saíram da Região Autónoma dos Açores. Já em

relação à Madeira, as suas maiores comunidades encontram-se na Venezuela,

Brasil e África do Sul.

Após atingir o seu pico nos anos 60, os números da emigração

começaram a recuar, embora de forma irregular. Denota-se também uma maior

diversificação dos destinos, pois além do Canadá, Estados Unidos e Europa

Ocidental, a Austrália, a África do Sul e países do Médio Oriente começam a

cativar mais alguns portugueses.

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Em 1992, o Tratado de Maastricht e, mais tarde, a Convenção de

Schengen, que procuram facilitar a circulação de pessoas, levam a um

aumento dos fluxos de pessoas, bens e capitais entre os países signatários.

Assim sendo, cada vez mais a emigração assume um carácter temporário,

longe dos tempos em que muitos emigrantes ficavam para sempre afastados

do país.

Tendo em conta que estamos apenas a entrar na segunda década (ou a

finalizar a primeira, mas este não é o tempo nem o local indicado para tal

discussão) do século XXI, é difícil caracterizar a influência deste fenómeno nos

dias de hoje. O pouco distanciamento que temos em relação aos

acontecimentos deste século fazem com que seja difícil avaliar as

consequências que estes poderão ter, podendo apenas cingir-nos a previsões

sem carácter científico.

No início do século, estima-se que existiam cerca de 4,8 milhões de

portugueses a residir no estrangeiro, números que mostram a importância do

fenómeno da emigração na difusão da língua e cultura portuguesas no mundo.

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Século XXI

Figura 4 – Evolução da emigração portuguesa de 1926

a 1974.

Figura 5 – Evolução dos principais destinos da

emigração portuguesa.

a 1974.

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Portugal é o segundo país a nível

mundial, apenas ultrapassado pela Irlanda,

com maior percentagem de emigrantes em

relação à população total, podendo-se

assim constatar como este fenómeno veio a

alterar a estrutura do nosso país ao longo

dos anos.

Seguindo a tendência dos anos anteriores, a emigração tende a diminuir,

sendo que Portugal, considerado um país de emigração, é cada vez mais um

país de imigração, onde entram anualmente milhares de pessoas.

Vim há três meses para me juntar ao meu marido […] Estou contente por estar junto

dele e os com nossos dois filhos […] Mas sinto saudades de tudo o que deixei na minha terra

[…] Deixei o meu país porque… Porquê?3

O emigrante português, embora actualmente seja difícil de definir,

obedeceu durante os últimos anos a um certo conjunto de características.

Maioritariamente, quem saía do país eram homens, sendo,

posteriormente, acompanhados do resto da família. Eram, geralmente,

oriundos de meios rurais, particularmente do Norte e das ilhas, fazendo parte

da população agrícola portuguesa. Inseriam-se também na população activa do

país, sendo a média de idades entre os 15 e os 19 anos (COUTO, 2009).

Obviamente, muitas destas características já não correspondem à

realidade dos nossos dias, tendo em conta as mudanças no contexto social e

económico do nosso país.

3 Passei a fronteira, edição do C. E. P. F. In SERRÃO, Joel – A Emigração Portuguesa. Lisboa: Livros Horizonte 1977.

Perfil do emigrante português

Figura 6 – «O emigrante», José Malhoa (1915).

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Nunca lá na terra tive um vintém de meu; e olhe que trabalhava como um moirinho

desde pela manhã até à noite. Agora empresto dinheiro a juros; já lá tenho 6 contos. 4

O fenómeno da emigração acarreta consequências, não só para os

países de acolhimento, mas também para os locais de partida.

Se é verdade que, ao chegarem a um novo país, os emigrantes

(normalmente ainda jovens) vão integrar a população activa desse país,

contribuindo para a sua Economia, não é menos verdade que o inverso se

verifica no país de origem.

Com a saída de milhares de pessoas num curto espaço de tempo,

Portugal registou, durante a década de 60 e os anos que se seguiram, uma

diminuição da população activa e falta de mão-de-obra. No entanto, tal não

teve um impacto negativo na Economia, que, até pelo contrário, beneficiou e

muito com as remessas enviadas pelos emigrantes. Nos anos 60, estas foram

responsáveis por 4% do PIB e duplicaram na década seguinte, beneficiando do

fraco poder do escudo face às outras moedas europeias (COUTO, 2009). Deu-

se um aumento do poder de compra, acompanhado de maior consumo interno

e um consequente equilíbrio da balança de pagamentos.

4 Diário de Lisboa, 2 de Junho de 1924. In SERRÃO, Joel – A Emigração Portuguesa. Lisboa: Livros Horizonte 1977.

Consequências da emigração

Figura 6 – Remessas dos portugueses chegadas a Portugal.

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No entanto, e apesar da vida estar menos difícil, o país estava

envelhecido; a natalidade baixara (uma realidade que podemos ainda hoje

analisar nas pirâmides da estrutura etária da população) e muitas regiões,

especialmente as rurais, estavam quase desertas.

Ao longo dos anos seguintes, uma certa percentagem dos emigrantes

voltou, normalmente para gozar a tranquilidade da sua reforma no país natal.

Com eles trazem capital, que investem no local de onde, há tantos anos,

partiram, desenvolvendo infra-estruturas inovadoras e ao mais alto estilo

europeu.

De uma forma geral, podemos concluir que a emigração continua a ser

um assunto controverso, uma vez que tanto apresenta aspectos positivos como

negativos para o país. Importa não esquecer que, recentemente, têm sido

postas a descoberto situações de exploração de mão-de-obra portuguesa em

países estrangeiros, bem como conflitos oriundos do choque de culturas a que

os emigrantes muitas vezes se submetem, constituindo esta a face mais negra

deste fenómeno.

Pelo dorso das vagas rugidoras

Eu corri de além-mar para estas plagas.

Pelas antenas, em nublada noite,

Ouvi o vento sul que assobiava,

E de ouvi-lo folguei. Da pátria vinha:

Seu rijo sopro refrescou-me as veias.5

Será, por certo, difícil compreender o que levou (e continua a levar)

milhares de pessoas a, todos os anos, deixar o seu país de origem, muitas

vezes o único que conheceram, e partir rumo ao desconhecido, procurando

uma vida melhor. Sujeitando-se a trabalhos árduos e condições de vida difíceis

5 Alexandre Herculano, A Harpa do Crente, «Tristeza do Desterro». In SERRÃO, Joel – A Emigração Portuguesa.

Lisboa: Livros Horizonte 1977.

Considerações finais

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no país de acolhimento, são estes emigrantes os responsáveis pela difusão da

língua, da cultura e dos valores portugueses pelo mundo, tarefa pela qual, na

maioria das vezes, não são sequer reconhecidos no país de origem.

Quer falemos de marinheiros e guerreiros, quer de

desterrados, como Luís de Camões, ou de cristãos-novos,

como Garcia da Orta, o que é certo é que Portugal é um

país de emigrantes, de descobridores e aventureiros, que

desafiam o destino e conseguem ultrapassar a

adversidade, devendo, por isso, ser reconhecido o seu

enorme valor.

COUTO, Célia Pinto do; ROSAS, Maria Antónia Monterroso - O Tempo da

História 12.º ano: 2.ª parte. Porto: Porto Editora, 2009.

QUEIRÓS, Adelaide – Preparação para o Exame Nacional 2008: Geografia

A. Porto: Porto Editora, 2007.

RODRIGUES, Arinda; BARATA, Isabel – Geografia A: 10.º ano. Lisboa: Texto

Editores, 2007.

SERRÃO, Joel – A Emigração Portuguesa. Lisboa: Livros Horizonte, 1977.

Bibliografia

Figura 6 – «O desterrado», Soares dos Reis.

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