EM TEMPO - 13 de dezembro de 2015

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MÁX.: 37 MÍN.: 26 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 8.965 DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO DENÚNCIAS • FLAGRANTES 981163529 SUPLEMENTOS BOLSONARO Política A5 Polêmico, radical e ambicioso Goleiro artilheiro deixa legado de conquistas Vitorioso embaixo das traves, Rogério Ceni também se destacou pelos gols que fez durante sua trajetória profissio- nal. Exemplo seguido por outros goleiros do país. Pódio E5 Terror do zika vírus André Vasconcelos não resistiu aos ferimentos após atear fogo no próprio corpo durante a rein- tegração na comunidade Cidade das Luzes. Última hora A2 Morre homem que ateou fogo em si próprio Conhecida por auxi- liar no combate a in- fecções na garganta, a bala de mangarataia tem outras funções terapêuticas. Dia a dia C3 Mangarataia no combate a infecções Chafariz do Paço da Liberdade, mesmo revitalizado, não funciona como atrativo ao público IONE MORENO RICARDO OLIVEIRA ARTUR CASTRO NELSON ANTOINE/FRAME Antigos ou recentes, em estilo clássico ou moderno, chafarizes em Manaus são monumentos públicos praticamente inúteis. Não jorram água e, consequente- mente, não servem à função para a qual foram construídos. Dia a dia C4 e C5 Decadência e inutilidade das belezas por Manaus CHAFARIZES REINTEGRAÇÃO IONE MORENO BALAS CENI O vírus que tem deixado preocupadas as grávidas de todo o país fez com que a Prefeitura de Manaus decretasse situação de emergência por 180 dias em decorrência da epidemia de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. E, embora o Ministério da Saúde também já trabalhe com a informação de circulação do vírus no Amazonas, as autoridades de saúde recomendam cautela na associação do vírus à microcefalia, para evitar pânico entre as futuras mães. Dia a dia C1

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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MÁX.: 37 MÍN.: 26TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700

ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR.

VENDA PROIBIDA

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ASSINANTEVENDA PROIBIDA

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R$

2,00O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII � N.º 8.965 � DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015 � PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES � DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116�3529

SUPLEMENTOSSUPLEMENTOS

BOLSONARO

Política A5

Polêmico, radical e ambicioso

Goleiro artilheiro deixa legado de conquistas

Vitorioso embaixo das traves, Rogério Ceni também se destacou pelos gols que fez durante sua trajetória profi ssio-nal. Exemplo seguido por outros goleiros do país. Pódio E5

Terror do zika vírus

André Vasconcelos não resistiu aos ferimentos após atear fogo no próprio corpo durante a rein-tegração na comunidade Cidade das Luzes. Última hora A2

Morre homem que ateou fogo em si próprio

Conhecida por auxi-liar no combate a in-fecções na garganta,

a bala de mangarataia tem outras funções terapêuticas. Dia a dia C3

Mangarataia no combate a infecções

Chafariz do Paço da Liberdade, mesmo revitalizado, não funciona como atrativo ao público

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Antigos ou recentes, em estilo clássico ou moderno, chafarizes em Manaus são monumentos públicos praticamente inúteis. Não jorram água e, consequente-mente, não servem à função para a qual foram construídos. Dia a dia C4 e C5

Decadência e inutilidade das belezas por Manaus

CHAFARIZESREINTEGRAÇÃO

IONE

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BALAS

CENI

O vírus que tem deixado preocupadas as grávidas de todo o país fez com que a Prefeitura de Manaus decretasse situação de emergência por 180 dias em decorrência da epidemia de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. E, embora o Ministério da Saúde também já trabalhe com a informação de circulação do vírus no Amazonas, as autoridades de saúde recomendam cautela na associação do vírus à microcefalia, para evitar pânico entre as futuras mães. Dia a dia C1

CENI

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015A2 Ultima horaUltima horaMorre homem que ateou fogo no corpo em invasãoCom 90 % do corpo queimado, André Júnior Oliveira morreu no hospital 28 de Agosto após passar por cirurgia e fi car na UTI

Com 90% do corpo queimado após atear fogo em si mesmo durante a reintegra-

ção de posse na comunida-de Cidade das Luzes, bairro Tarumã, Zona Oeste de Ma-naus, André Júnior de Olivei-ra Vasconcelos, 32, morreu na noite de sexta-feira (11) as 21h53 no hospital pronto-socorro 28 de Agosto.

De acordo com a secreta-ria de Estado de Saúde, o paciente deu entrada na uni-dade hospitalar às 8h18, já em estado gravíssimo, com os órgãos comprometidos

e respirando por ventila-ção mecânica. Em seguida passou por uma cirurgia e depois foi encaminhado para Unidade de Terapia In-tensiva (UTI) do Centro de Tratamento de Queimados (CQT) onde ficou entubado.

Segundo informações da assessoria de imprensa do hospital 28 Agosto, como se tratou de uma morte violenta foi instaurado um inquérito policial e o Insti-tuto Médico Legal (IML) é quem vai atestar a causa oficial da morte. Até o fe-chamento desta edição, o corpo ainda não havia sido removido do hospital para o Instituto Médico Legal.

Entenda o casoEm situação de desespero,

André Junior tentou impedir a derrubada do barraco onde morava durante reintegração de posse na comunidade Ci-dade das Luzes, e se acorren-tou a um balde de gasolina e abriu a válvula do botijão de gás. Em seguida ateou fogo no próprio corpo. O titular do Comando de Operações Especiais, capitão Laércio Jandir Arndt, em um ato de bravura, apagou o fogo que envolvia o corpo de André Júnior, com isso, chegou a queimar parte do seu corpo. O comandante foi internado no HPS 28 de Agosto e passa por observação.

HENDERSON MARTINSE MICHELLE FREITAS

Durante reunião na ma-nhã de sábado (12), no auditório João Bosco, na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), o Partido trabalhista do Brasil (PT-doB) e definiu participa-ção nas eleições de 2016 apoiando o pré-candidato a Prefeitura de Manaus e ex-deputado estadual Mar-celo Ramos (PR).

De acordo com o presi-dente do PTdoB, Evilásio Nascimento, a decisão foi tomada com o objetivo de lançar chapa própria de vereadores e para forta-lecer a pré-candidatura de Marcelo Ramos.

“Nós vamos lançar 124 vereadores, sendo 62 do PR e 62 do PTdoB. Isso

dividindo a mesma es-trutura para o pleito de 2016. O Marcelo é uma jovem liderança, mas que já tem experiência política e está preparado”, disse Evilásio Nascimento.

Marcelo Ramos fez du-ras críticas a gestão do prefeito Arthur Neto, e afirmou ainda que está fazendo uma leitura em toda a cidade para avaliar as condições da capital amazonense.

“O Alfredo construiu a Vila Olímpica, fez escolas, investiu na saúde, criando o programa Casinha do Médico, isso com um orça-mento de R$ 700 milhões. Hoje o prefeito Arthur com 4,5 bilhões está fechando

escolas e não consegue asfaltar os bairros da ci-dade”, disse Ramos.

O ex-deputado afirmou ainda , que o atual prefeito de Manaus aumentou seus gastos com propagandas para R$ 190 milhões.

“Isso representa um au-mento de 57% em relação a anos anteriores. O ex prefeito Serafim gastava R$ 57 milhões em propa-ganda e o Arthur quadru-plicou esse valor”, contou Marcelo. No encontro, o PTdoB anunciou a nova composição do Diretório Municipal, que passa a ser presidida por Roberval Ca-bral um dos pré-candidatos para a Câmara Municipal de Manaus (CMM).

ELEIÇÕES 2016

PTdoB declara apoio a RamosNA ZONA OESTE

O ex-presidiário Marcos Paulo Articlino Mota, o ‘Presença’, 22, foi morto com quatro tiros na noite da última sexta-feira (11), por volta das 19h30, após atirar contra policiais militares da 21ª Companhia Interativa Comuni-tária (Cicom), na rua Santa Rita, bairro Santo Augustinho, Zona Oeste de Manaus. Na troca de tiros, Presença foi alveja-do quatro vezes, sendo um na cabeça, um na perna direita e duas vezes no peito.

De acordo com a polícia, a viatura foi acionada pelo Centro Integrado de Operações de Segu-rança (Ciops), com informações de que três homens estavam em um veículo de modelo Fox, cor preta, placa NOX-6700, com restrição

de roubo, realizando arrastões na área da Compensa, também na Zona Oeste.

Os policiais militares avistaram o veículo na avenida Cirilo Neves e ordenaram que o trio parasse. Os ocupantes iniciaram fuga até a rua Santa Rita (sem saída) e, quando a polícia se aproximou do veículo, os suspeitos atiraram contra a viatura. Os policiais tam-bém atiraram e Marcos Paulo foi atingido morrendo no local. Os dois suspeitos conseguiram fugir.

Ainda segundo a polícia, Marcos Paulo havia recebido o induto de Natal, onde cumpria pena por la-trocínio na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) e estava em liberdade há uma semana. Ele mo-rava no bairro da Betânia, Zona Sul.

O corpo foi removido pelo Insti-tuto Médico Legal (IML). O veículo foi levado ao 19° Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde o caso foi registrado. A Delegacia Especiali-zada em Homicídios e Sequestros (DEHS) vai investigar o crime.

Operação ÁguiaUm homem identifi cado por

Anderson Oliveira Sifuente, 33, foi preso por policiais milita-res durante uma abordagem da operação Águia, na noite de sexta-feira (11), na rua Acopiara, conjunto Hiléia II, bairro Reden-ção, Zona Centro-Oeste com 33 trouxinha de cocaína, revólver com numeração raspada, além de R$ 1,5 mil, dentro do interior de uma veículo S10, placa NOJ 8532

Ex-presidiário é morto a tiros

MÁR

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MEL

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Ao menos cinco famílias dormiram ao relento após a reintegração de posse na comunidade Cidade das Lu-zes, que iniciou na manhã de sexta-feira (11) e continuou no sábado (12). Em barracas improvisadas de lona, col-chões velhos e pedaços de papelão, homens, mulheres, idosas e crianças, decidiram passar a noite no local, na esperança de continuar mo-rando na comunidade.

A dona de casa Gilsandra Barroso da Silva, 32, foi uma das pessoas que decidiram dormir com o marido, e os três fi lhos, com idades de

6, 5 e 12 anos, em um local improvisado com lençóis e colchões velhos. Ela explicou, que a polícia não fi cou na co-munidade durante a noite, por isso muitas famílias decidi-ram fi car. Porém sábado pela manhã, as famílias decidiram deixar o local e foram para casa de amigos e parentes.

“Aqui na rua em que eu morava, a Esteroide com Lua Nova, havia cinco famílias, mas nas outras ruas havia mais. Teve gente que dormiu no chão, sem nenhuma pro-teção, e fi cou desconfortável. Pela manhã, a polícia voltou e todos saíram”, disse.

De acordo com a dona de casa, os moradores não têm para onde ir, por isso decidiram que, farão uma manifestação e tentarão voltar a adentrar o terreno para reconstruir suas casas. “Não queremos desistir, porque não temos a quem pedir ajuda. Precisamos desse terreno para ter nossa casa. Nossos fi lhos não podem fi car na rua”, disse.

O titular do Comando de Policiamento Especial (CPE) coronel Cleitman Rabelo, negou que as famílias ti-vessem dormido no local, e afi rmou que as pessoas que ainda estavam no terreno,

voltaram apenas para pegar seus pertences. Ele disse ainda, que policiais da For-ça Tática devem continuar na comunidade por mais três dias, para evitar que o terreno volte a ser ocupado.

“Hoje (sábado) estávamos

apenas fazendo o acompa-nhamento das famílias que tiravam seus pertences. Não tem mais nenhuma família morando por aqui e agora vamos apenas manter a polí-cia no local, para evitar novas invasões”, afi rmou.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), para ve-rifi car se as famílias recebe-riam ajuda, porém as ligações não foram atendidas.

Famílias passam a noite no local

Moradores foram na comunidade Cidade das Luzes para retirar o que sobrou dos pertences após reeintegração

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015A3OpiniãoOpinião

Preso por racismo contra Maria Júlia Coutinho, a moça do tempo do Jornal Nacional, Erico Monteiro dos Santos, que administra grupo na internet, em Sorocaba (SP), declarou: “O grupo queria fi car famoso e achar uma maneira de propagar a fama fácil, fazendo ataque de racismo”. Ele negou ser racista. Negação que pouco ameniza a atitude do grupo contra “Maju”. O preconceito revela mais o que, e quem, somos do que sobre as pessoas atacadas por manifestações racistas. Não só sobre a personalidade, mas a relação que tem com o ambiente social. Na era da exposição midiática, aparecer se tornou uma obsessão. É quase como uma obrigação sair do anonimato. A selfi e e o YouTube permitiram a qualquer um se revelar por inteiro e arrebanhar seguidores. A tecnologia criou a sensação de fama fácil e, na mesma proporção, de frustração.

Erico pode ser um “produto” desse novo “homem midiaticus”, embora sua insensatez tenha mais a ver com o tipo de educação que recebeu na vida escolar e familiar. Ou seja, com a qualidade da educação praticada no país e da orientação que os pais estão dando aos filhos. Deduzir que obteria fama fácil revela uma desorientação social. A opção, no caso, foi pela má fama.

Em um ponto, Erico tem razão. A internet ampliou de forma universal a liberdade de manifestação, para o bem e para o mal. É cada vez mais fácil se manifestar, seja em palavras, em áudio e vídeo. Na mesma proporção, as consequências da expressão são imediatas, o que aumenta a responsabilidade com o que se diz e se mostra. Sem estar em evidência, Erico e seu grupo optaram por fi car conhecidos pelas ofensas e pelo sentimento de exclusão dos que não se “enquadram” em seu conceito de humanidade. Se tonaram famosos pela manifestação de insanidade.

Muito pelo contrário

Oliveira disse que sua decisão não se caracteriza um ato de rebeldia contra o governador José Melo (Pros) ou contra o prefeito, Arthur Virgílio (PSDB).

— Pelo contrário, isso vai ajudar o próprio Arthur, porque todos os outros candidatos são do esquema de Eduardo Braga (PMDB). Vou chegar para pul-verizar esses votos – avaliou o “cabeção”.

Conta de luz

Enfi m, uma boa notícia partin-do do setor elétrico.

Consumidores inadimplentes com a Eletrobras Distribuição Amazonas terão a oportunida-de de quitar seus débitos junto à concessionária, com direito à dispensa de até 100% de juros e multa.

100% de desconto

Os clientes que optarem pelo pagamento à vista das pendên-cias terão 100% de desconto de juros e multas.

Caso decidam pelo parcela-mento, a redução é de 80% de juros e multas, sendo que 5% do valor da dívida deve ser pago como entrada, parcelando o res-tante em até 12 vezes.

Adimplência

A campanha de adimplência da Eletrobras atende aos clientes residenciais, comerciais, indus-triais e rurais e vai até o dia 31 de dezembro de 2015.

Onde negociar

Para quitar a dívida haverá expediente na sede da avenida 7 de Setembro, no Centro, em Manaus.

Os acordos podem ser feitos em qualquer um dos seis pontos de atendimento da Eletrobras Distribuição Amazonas em Ma-naus ou nas agências do interior.

Concessões

Falando em Eletrobras, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, garantiu que o governo terá um plano respon-sável para as distribuidoras de energia elétrica vinculadas ao Grupo Eletrobras.

Até o fi m deste mês, as seis distribuidoras ligadas à estatal assinarão os contratos de reno-vação de suas concessões por mais 30 anos.

Privatizações

As dúvidas sobre a renovação dos contratos constituem entra-ves para que a Eletrobras possa, enfi m, dar início ao processo de privatização dessas empresas.

— Teremos plano responsável para distribuidoras de energia da Eletrobras. A privatização da Celg no começo de 2016 pode ser o modelo para as demais empresas do grupo – , disse Braga.

Vem mais por aí

De acordo com o ministro, após a privatização da com-panhia goiana, o governo fará um balanço para decidir sobre as demais distribuidoras da Ele-trobras.

Relatório de Omar

Comissão de Ciência, Tecno-logia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) tem reunião na terça-feira (15) para apresenta-ção de relatório do senador Omar

Aziz (PSD-AM) sobre políticas públicas voltadas à formação de recursos humanos para ciência, tecnologia e inovação.

Sem Fronteiras

No documento, Omar Aziz dá especial enfoque ao Programa Ciência sem Fronteiras.

O programa foi instituído pelo decreto 7.642/2011 e busca pro-piciar a formação e capacitação de brasileiros em universidades, instituições de educação profi s-sional e tecnológica, e centros de pesquisa estrangeiros de ex-celência.

Verba de publicidade

Além de votar o relatório de Omar Aziz, a CCT também pode votar uma série de projetos de lei, entre eles o PLS 86/2014, que obriga órgãos públicos federais do Executivo, Legislativo e Judici-ário a divulgar as despesas com publicidade.

Day a� er

O senador José Serra (PS-DB-SP), o mais próximo entre os tucanos do vice-presidente Michel Temer (PMDB), fez uma revelação nesta sexta-feira, 11.

O tucano disse enxergar clara-mente que Dilma Rousseff prova-velmente perderá o mandato de presidente da República.

Pensando nisso, Serra defen-deu que é preciso pensar no “day a® er” do impeachment.

Mirem-se no exemplo

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), de-terminou nesta sexta-feira a re-dução em 10% do próprio salário e dos salários do vice-governador Francisco Dornelles (PP) e dos secretários estaduais.

Perguntado à queima-roupa, quando chegava ao Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam), na manhã de sexta-feira, se era candidato a vice-prefeito na chapa de Arthur Virgílio nas eleições de 2016, o governador interino Henrique Oliveira (SDD) nem piscou.

— Não tem nem como!— Por quê? – insistiu o repórter.— Porque eu também sou candidato a prefeito.

Vice-prefeito, eu?

A fama da [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

VAIAS APLAUSOS

Para o senador José Serra (PSDB-SP) e para a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que prota-gonizaram a cena mais esdrúxula da semana. Se dirigndo à ministra, Serra comentou: “Kátia, dizem por aí que você é muito namoradeira”. Em resposta, Kátia jogou vinho na cara de Serra e disse: “Nunca lhe dei esse direito nem essa ousadia. Por favor, saia dessa roda, saia daqui imediatamente”.

Afasta de mim esse cálice! DIVULGAÇÃO

Para o Senado, que aprovou uma PEC que am-plia a licença-maternidade das mães de bebês prematuros. Hoje, esse prazo está limitado a 120 dias para trabalhadoras do setor privado, e 180 dias no serviço público. Pelo texto, o prazo da licença-maternidade passa a ser contado a partir da alta hospitalar da criança. Com isso, a mãe ‘ganha’ cinco semanas.

Licença-maternidade ampliadaDIVULGAÇÃO

[email protected]

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPOConta-se que, no Senado Romano, Catão, o Velho, grande tribuno, dia-riamente discursava e diariamente concluía sua oração com a insistente conclamação “Delenda est Carthago” (É preciso destruir Cartago), porque de lá, na África, partia a grande ameaça que pairava sobre Roma e seu Império. E este fato tinha que ser mantido vivo na consciência de todos os cidadãos.

Pela ameaça que Cartago represen-tava para Roma, enquanto entre am-bas se travavam as históricas Guerras Púnicas, nos últimos séculos antes da era cristã, vencer defi nitivamente os cartagineses constituía o mote que motivava a Catão e certamente aos romanos em geral.

Recentemente, sob a liderança de Osama Bin Laden, inúmeros grupos islâmicos, árabes, afegãos, paquista-neses, se organizaram com o objetivo de travar uma “guerra santa”, como se alguma guerra pudesse ter santidade, uma “jihad”, contra principalmente os Estados Unidos da América, porque entendiam que o seu principal inimigo, o Estado Judeu de Israel, subsistia e ganhava força graças ao apoio e à ajuda econômica e militar que recebia dos americanos. E daí partiu a Al Qaeda para os ataques e aten-tados contra o gigante americano e seus aliados, até conseguir chegar ao absurdo do 11 de setembro de 2001. Vigorava como norma a velha máxima que diz que o amigo do meu inimigo necessariamente é também meu inimigo.

Nesses casos não pontifi cou a razão que predominou, por exemplo, nos confrontos da Segunda Guerra Mun-dial, 1939 a 1945, quando países se armaram e atacaram outros países, nitidamente numa atitude expansio-nista e de conquista da hegemonia política e econômica. Assim, pelo menos, atuaram os membros do Eixo: Alemanha, Japão e Itália.

As Guerras Púnicas, como eram defendidas no Senado Romano, ti-nham apenas o sentido de prevenir o avanço cartaginês.

Os ataques da Al Qaeda não traziam a ingênua esperança de derrotar e dominar os Estados Unidos, mas signifi cavam somente o desejo de vingança e de desforra, prenhe de conteúdo ideológico, contra a nação que julgavam sustentar seu maior inimigo que, aliás, nenhuma diferença étnica ostenta em relação aos povos islâmicos, mas simplesmente se dis-tancia deles pela crença religiosa.

Agora, enfraquecida a Al Qaeda, surge uma nova organização que denomina a si mesma como Estado Islâmico, ISIS ou Califado Islâmico, incrustado em territórios tradicio-nalmente sírios e iraquianos, onde se apropria de petróleo que vende a preço aviltado e de onde parte, de novo em jihads, contra o que consideram “nações infi éis e corrompidas”.

Neste momento, o alvo preferencial do ISIS parece ser a Europa Ocidental, geografi camente mais acessível para quem tem suas bases no Oriente Médio e cujas fronteiras se vêem fragilizadas em razão das levas de refugiados que chegam, no meio dos quais todos os gatos são pardos e indiscerníveis.

Na perspectiva de um islamismo estreito e distorcido, nenhuma nação ocidental melhor se presta à sua ação destrutiva do que a França. Afi nal, pela sua tradição de respeito às in-dividualidades humanas, fi ca muito fácil apresentá-la como exemplo de tolerância ao pecado. Aliás, o pecado, no caso, nunca será a morte impiedosa de entes humanos.

A tradição humanística da França, a sua postura tolerante e, de início, a sua audaciosa bandeira de “liberdade, igualdade, fraternidade”, para esse modelo de crença, sempre será uma forma de degenerescência.

Por que a França? [email protected]

João Bosco Araújo

Neste mo-mento, o alvo preferencial do ISIS pare-ce ser a Euro-pa Ocidental, geografi ca-mente mais acessível para quem tem suas bases no Oriente Médio e cujas fronteiras se vêem fragili-zadas em ra-zão das levas de refugiados que chegam, no meio dos quais todos os gatos são pardos e in-discerníveis

Editorial [email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015A4 OpiniãoOpinião

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Me-tropolitano de

Manaus

Painelde votos se amplie, expondo ainda mais a fragilidade da base governista.

Elenco Líderes de oposição começam a elencar nomes para falar na comissão. Augusto Nar-des, do TCU, o ex-ministro Guido Mantega e o jurista Hélio Bicu-do, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma, são alguns dos mais lembrados.

Pipoca Bicudo, 93, estará em um dos trios elétricos do Vem Pra Rua nos protestos deste domingo em São Paulo. O grupo prepara esquema de segurança para que ele consiga chegar até o caminhão.

Liberado A Polícia Federal usa o parecer da juíza Célia Regina Ody Bernardes para refutar a afi rmação dos advogados da família Lula de que informações sobre Luís Cláudio, fi lho caçula do ex-presidente, foram vaza-das à imprensa por servidores.

Deadline Foi a própria ma-gistrada que, em sua decisão, determinou o fi m do sigilo tão logo fossem cumpridos os atos de busca e apreensão no escri-tório de Luís Cláudio.

Voo solo Em recente reunião com tucanos no Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin reclamou do silêncio do PSDB durante as manifestações con-tra a reorganização escolar que era proposta pelo seu governo.

Bom entendedor João Do-ria, pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, recebeu o apoio de José Herinque Reis Lobo, fi el escudeiro do senador José Serra.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC-PE) passou a quarta-feira provocando e cobrando de deputados da base a posição sobre a votação da véspera, que escolheu a comissão do impeachment –chapa um, governista, ou chapa dois, de oposição.Na hora do almoço, esbarrou com Guilherme Mussi (PP-SP) e cutucou, já sabendo a resposta:–Deputado, me diga uma coisa. Votou como ontem? Chapa um ou chapa dois?–Chapa dois –cravou Mussi.–Mas o PP é da base! –retrucou Costa.–F...-se! –encerrou Mussi.

Direto e reto

TIROTEIO

O voto no processo de impeachment vai ser o meu momentode também mandar uma cartinha para a presidente Dilma.

DO DEPUTADO BRUNO COVAS  PSDB­SP�, sobre o PSDB ter fechado apoio à deposição da presidente e a carta do vice Michel Temer a Dilma.

O governo prepara o que chama de uma “suave corre-ção de rota” caso a presidente da República sobreviva ao processo de impeachment. Auxiliares asseguram que Dilma Rousseff tenderá, aos poucos, para a esquerda. “Não a esquerda irresponsável e expansionista”, diz um ministro próximo. Há pressão na Esplanada, mas a cobrança maior vem do PT e do ex-presidente Lula, em resposta àque-les que, na hora do aperto, vão para as ruas defender o mandato da petista.

Primeira vítima Mesmo ministros que, até agora, es-tavam ao lado de Joaquim Levy na defesa de um su-peravit primário de 0,7% do PIB em 2016 já começam a dizer que a meta estabele-cida pelo titular da Fazenda não é “razoável”.

Galileu Eis a explicação: o PIB está “em queda livre”. Não se trata mais de ado-tar medidas para estimular a atividade –mas sim para estabilizar a economia, pon-dera um dos aliados de Levy.

Eu sozinho O pedido de impeachment foi aceito há 11 dias e, até o momen-to, a presidente ainda não conta com um gabinete de crise nos moldes do montado pelo antecessor na época do mensalão.

Muita calma Durante o segundo turno das eleições de 2014, o risco de derrota fez o Estado-Maior petista passar a se reunir regular-mente. Agora, com o im-peachment em curso, nem mesmo uma reunião entre a presidente e o antecessor foi marcada.

Exílio Lula, a propósito, praticamente não falou com Dilma desde a abertura do processo por Eduardo Cunha.

Pouca prosa Apesar de afastado da pupila, o ex-pre-sidente telefona quase que diariamente para ministros próximos a ele. Dá palpites e reclama da falta de acenos para a base política do PT.

Agora é sério De tanto ameaçar que deixará a Fa-zenda, colegas brincam que o ministro Joaquim Levy já mandou plastifi car sua carta de demissão e anda com ela no bolso. “Só passa Liquid Paper na data”, atira um gaiato.

Pensando bem 1 Ape-sar da versão adotada por articuladores do Planalto para justifi car a derrota na escolha da comissão do im-peachmente –de que o “voto secreto é a tentação do de-mônio”–, parte do governo tem receio de uma nova eleição aberta.

Pensando bem 2 O temor é que a derrota inicial dê fô-lego à oposição e a diferença

Na semana passada fiz uma visita à ocupação que ficou co-nhecida como Cidade das Luzes. Quem chega, facilmente cons-tata que aí aconteceu um grave crime ambiental. Não se entende como isto pode acontecer numa cidade tão machucada pela ocu-pação desordenada de outras áreas que poderiam ter sido pre-servadas. Hoje a consciência e a legislação ambiental deveriam impedir tais ações criminosas. Ora, se houve crime que os cri-minosos sejam punidos. Que se identifiquem os organizadores da invasão, os que traçaram as ruas, os que fizeram terraplana-gem, os que venderam os terre-nos, mas também os que foram omissos na função de proteger o patrimônio público, os trafican-tes que aí se instalaram, os que roubaram energia e a venderam para o povo. Nossa polícia tem capacidade investigativa para apurar nomes e responsabilida-des e o judiciário tem os meios para clarear a situação jurídica de uma vez por todas, quem re-almente é dono e quais os seus direitos. Deveria ficar claro que este crime não compensa e que outras invasões não serão tolera-das e imediatamente reprimidas rompendo a lógica de que tudo finalmente se ajeita.

Mas ali houve também um crime social. Encontrei pessoas pobres, não necessariamente abaixo da linha da miséria, que seguindo o sonho da casa própria para si e para seus filhos com-praram um pedaço de terra para construir sua moradia. Pode-se dizer que sabiam dos riscos, mas a grande maioria não agiu de má fé. E estão ali senhoras idosas que passaram a vida indo de um lado para outro, crianças de colo,

pessoas com deficiência, estran-geiros e migrantes. São vítimas do engodo, da falta de moradia, do crescimento desordenado da metrópole. Não são criminosos mas vítimas, sobretudo as crian-ças. Tirar todos a força talvez traga de volta a ordem legal, isto se o jogo de liminares e titula-ridades realmente permitir que se restaure o que foi destruído, mas não quebra a corrente das invasões porque os verdadeiros criminosos já lucraram e como num filme já visto se aproveita-rão da dor e da revolta e partirão para a enésima invasão.

Não seria o caso de identificar culpados, ver quem realmente precisa de moradia, encaminhar os casos de verdadeira necessi-dade, já começar a restauração do local? Na ocupação existem numerosas igrejas, pessoas que participavam de associações an-tes de aí chegar, enfim muita gen-te séria com liderança, capazes de ajudar neste levantamento. O poder público gastaria menos se desse estes encaminhamentos e evitaria outras invasões. Mi-nhas reflexões não são de cunho cientifico, mas temos pessoas altamente qualificadas que po-deriam colaborar com argumen-tos sociológicos, geográficos e até psicológicos para achar uma solução que deveria partir da pro-teção as vítimas, a natureza e os indefesos aí colocados. Também a dimensão religiosa deve ser levada em conta. A maioria das pessoas católicas ou não tem hoje uma experiência pentecos-tal da fé que longe de alienar dá força e sentido às lutas diárias por melhoria de vida. Querer resolver só com bases jurídicas e como caso de polícia não parece ser o melhor caminho.

Crime [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Natuza Nery

CONTRAPONTO Encontrei pes-soas pobres, não necessa-riamente abai-xo da linha da miséria, que seguindo o sonho da casa própria para si e para seus fi lhos compra-ram um pe-daço de terra para construir sua moradia. Pode-se dizer que sabiam dos riscos, mas a grande maioria não agiu de má fé

Saída pela esquerda

Frase

RICARDO OLIVEIRA

De Vladimir Putin, presidente da Rússia, durante um encontro com a cúpula militar russa. Declaração foi ava-liada por analistas como um aceno de Putin à coalizão

liderada pelos Estados Unidos que atua na Síria

OLHO DA [email protected]

Nossa Força Aérea está unindo os esforços das tropas governamentais e do ELS. Assim como fazemos com

o Exército sírio, damos apoio aéreo ao ELS. Também o ajudamos com armas, munição e suprimentos

As belezas do interior do Amazonas são sempre impressionantes. Há um potencial no turismo ecológico praticamente ilimitado em nossa região. Há paisagens disponíveis para entretenimento sustentável ao longo de todo ano. É uma pena que esse potencial seja deixado de lado em detrimento a outras políticas econômicas, muito menos efi cientes

De Vladimir Putin, encontro com a cúpula militar russa. Declaração foi ava-liada por analistas como um aceno de Putin à coalizão

Nossa Força Aérea está unindo os esforços das tropas Nossa Força Aérea está unindo os esforços das tropas Nossa Força Aérea está unindo os esforços das tropas governamentais e do ELS. Assim como fazemos com governamentais e do ELS. Assim como fazemos com governamentais e do ELS. Assim como fazemos com

o Exército sírio, damos apoio aéreo ao ELS. Também o

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015

2015

Prefeituras terminam no vermelho

Política A6 e A7

EM T

EMPO

EM TEMPO - O senhor tem uma grande quantidade de admiradores que defendem sua candidatura à Presidên-cia. Ela é um fato ou ainda é apenas uma hipótese?

Jair Bolsonaro - Se você se colocar na pele do próximo presidente da República, você tem de chorar. Os problemas estão aí. Mas alguém tem de limpar esse chiqueiro, que foi no que se transformou a política do atual governo. É o que eu tenho conversado com o PSC (Partido Social Cristão), que deve ser meu futuro partido. Caso tenha-mos condições de disputar uma Presidência, que essa legenda não seja negociada com outro partido, como foi o que acon-teceu no ano passado. E estou andando pelo Brasil. Em lin-guajar popular: estou treinando, conversando com as pessoas e sendo muito bem recebido. Os que protestam contra mim são os mesmos de sempre: LGBT, gente ligada à OAB e outros grupos minoritários que vivem de dinheiro público e ainda fa-zem demagogia em cima disso.

Visto como radical, com declarações polêmicas e, ao mesmo tempo idolatrado e odiado, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) não perde o sono com os protestos e críticas que fazem aos seus posicionamentos. Paulista de nascimento, mas residente no Rio de Janeiro, Bolsonaro tem sido protagonista de diversos fatos infelizes, como posicionamentos racistas, machistas e homofóbicos. Mas ele não se importa. Pelo contrário, vendo que é querido por uma parcela da população, já articula sua candidatura presidencial para as eleições de 2018. Em Manaus na última semana para receber uma medalha, ele recebeu o EM TEMPO para uma entrevista

‘ALGUNS políticos PERDERAM Anoção de roubar’

Jair BOLSONARO

EM TEMPO - Essa sema-na começou o processo que pode levar ao impeachment da presidente Dilma. O se-nhor integra a comissão que vai analisar o proces-so. Como será a linha de trabalho do grupo?

JB - Demos um golpe (risos). Estamos congelados pela de-cisão do ministro (do STF, Luís Edson) Fachin. Eu espero que a decisão do Fachin não seja man-ter o rito principal sem solução de continuidade, ou seja, sem a questão do recesso. Porque aí resolve o problema do PT. Sem recesso, as chances dela (presi-dente Dilma) são muito grandes. Esse mês a mais é um mês a mais com o povo nas ruas, sen-tindo os efeitos da infl ação, da recessão, do desemprego. E há uma conscientização que vem das ruas de quantos malefícios esse governo tem causado em todas as áreas.

EM TEMPO - A perda do mandato de um presidente gera um impacto forte na economia do país. É seguro passar por este processo em um momento tão delicado da economia brasileira?

JB - Eu entendo que a eco-nomia só poderá encontrar seu ponto de infl exão quando extirparmos o PT de lá. A eco-nomia está com um viés ideo-lógico. Estive há pouco tempo em Recife. Pernambuco é o Estado que mais vai decres-cer economicamente por falta de investimentos no porto de Suape. Isso porque o senhor Lula e a senhora Dilma preferi-ram investir no porto de Mariel (em Havana, Cuba). Para se ter uma ideia, há poucos meses foi inaugurada uma linha de transmissão energética entre Itaipu e Assunção, capital do Paraguai. Isso porque o Lugo (ex-presidente do Paraguai), na época em que estava no poder, fez muita pressão no Mercosul. Agora, se coloque na pele do empresário de São Paulo, que não possui nenhuma garantia energética, depende mais de 40% do gás da Bolívia, e res-ponda: você investiria? Moder-nizaria seu parque industrial? Não. Eles estão nesse impasse. São Pedro não tem nos ajudado. E a explosão populacional pesa contra nós. Crescemos quase 1 milhão de pessoas ao ano. E essas pessoas precisam se

FRED SANTANA

ARTH

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CAST

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vestir, consumir água, etc. E o governo, ao invés de adotar uma política de planejamento familiar, adota uma política de paternalismo irresponsável, co-nhecido como Brasil Carinhoso, onde cada criança rende R$ 70 para cada mãe até os 17 anos.

EM TEMPO - É saudável para esse processo a presen-ça na Câmara do presidente Eduardo Cunha, sendo que pairam sobre ele acusações graves? Não seria melhor o seu afastamento para o andamento dos trabalhos?

JB - Vou te falar como capi-tão do Exército. Em combate, você não escolhe quem está ao seu lado. Assim fi zeram os Estados Unidos ao se aliarem à URSS contra o mal maior que era o nazismo. Aqui é a mesma coisa. Eduardo Cunha, ao que tudo indica, tem uma culpa muito grande. Mas sem ele, jamais o processo de impea-chment iria adiante. O impe-achment é um processo legal. Um dos incisos do artigo 86 (que trata do impeachment) é a interferência do Executivo nos trabalhos do Legislativo. E foi o que aconteceu quando o governo escancarou as por-tas da Petrobras em troca de apoio na Câmara.

EM TEMPO - Se eleito pre-sidente, quais seriam seus

principais atos administra-tivos imediatos?

JB – Eu preferia não responder porque seria o mesmo que mar-car a data de casamento sem ter namorada. Seria a brecha que a mídia quer para me atacar.

EM TEMPO - O senhor enxerga condições de um bom governo do vice, Mi-chel Temer?

JB – Eu não quero criticar aqui o Temer. Acredito que a carta dele é uma mistura de esta-dismo com oportunismo, visto que ele está no sexto ano como vice e o partido há 13 na base do governo nessa espécie de concubinato. A meu ver, a car-ta é uma declaração de que o barco está afundando e que eles precisam de uma saída honrosa para não morrerem abraçados.

EM TEMPO - Como o se-nhor articularia sua gover-nabilidade tendo posições consideradas por muitos como radicais? O senhor enxerga condições para construir uma plataforma de governo mesmo tendo de negociar com opositores?

JB – Quem assumir em 2019 vai ter uma caneta sem tinta e uma vaca sem leite. Acho que o Congresso não vai querer partir para negociações de cargos e ministérios como é feito hoje em dia. Eu não tenho nada disso e

não quero fazer parte. Inclusive, não tenho nenhuma acusação no STF. O Joaquim Barbosa (ex-ministro do STF) disse que fui o único que não fui comprado pela base aliada. O Alberto Youssef disse que fui um dos únicos que não recebeu dinheiro da Petrobras. Isso é minha virtude. Estou vendo que vai dar coisa errada. De onde eu vim, de uma das áreas mais pobres de São Paulo, estou muito bem. Não me interessa ter três lagostas na mesa. Comendo uma estou bem. Veja bem a besteira que vou dizer: alguns políticos per-deram a noção de roubar.

EM TEMPO – Seria possí-vel erradicar a corrupção do meio político?

JB – Não é possível. Se um candidato disser que vai aca-bar com a corrupção, eu não voto nele. É como a violência: é possível atenuá-la. Eu gostaria de, se fosse presidente, nomear como ministro da Educação um general do Exército. O modelo das escolas militares dá muito certo e deveria ser copiado. Nele, professor se preocupa em lecionar, em exercer sua autori-dade. Acabaria com a indiscipli-na, o homossexualismo e o par-tidarismo. Hoje, a doutrinação começa na infância. Marx é visto como um herói. O capitalismo é o céu e o socialismo é o inferno. Isso tem de acabar.

Vou te falar como capitão do Exér-cito. Em combate, você não escolhe quem está ao seu lado. Assim fi ze-ram os Estados Unidos ao se alia-rem à URSS con-tra o mal maior que era o nazismo. Aqui é a mesma coisa. Eduardo Cunha, ao que tudo indica, tem uma culpa muito grande. Mas, sem ele, jamais o pro-cesso de impeach-ment iria adiante. O impeachment é um processo legal”

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A6 PolíticaPolíticaPrefeituras do interior fecham 2015 no ‘vermelho’

As prefeituras do inte-rior do Amazonas fe-charão 2015 em meio a uma crise política,

fi nanceira e administrativa. Às vésperas das eleições munici-pais, onde grande parte dos prefeitos do interior do Estado podia ser candidata à reelei-ção, parte dos gestores termi-nará o ano presa, afastada dos cargos e/ou denunciada por improbidade administrativa.

Nem o presidente da Asso-ciação Amazonense dos Muni-cípios (AAM) e prefeito de Boca do Acre, Iran Lima (PSD), escapa dessa estatística. Responsável por administrar uma entidade que cuida dos interesses de 61 municípios, o gestor já foi afas-tado do cargo por duas vezes desde que assumiu o mandato, em janeiro de 2013. A última, no fi nal de novembro, foi fruto de uma liminar do juiz de Boca do Acre, Jeff erson Galvão Melo, em que proibia Lima de chegar a menos de 100 metros dos órgãos municipais da cidade. A liminar atende a uma ação civil pública de improbidade administrativa movida contra o gestor pelo Ministério Público do Estado (MPE). Mas, no último dia 4, Iran Lima conseguiu der-rubar a proibição e reassumiu suas funções.

Em seu terceiro mandato, ele é acusado por servidores públi-cos das Secretarias de Saúde e Meio Ambiente de não pa-gar o 13º salário e as férias do funcionalismo dos anos de 2013 e 2014. Para este ano, os servidores informaram que já foram comunicados que não há previsão de pagamento.

A situação é semelhante em Juruá, Beruri e Maués, coman-dadas, respectivamente, pelo secretário-geral da AAM, Ta-bira Ferreira (PSD), Odemilson Magalhães (PSD) e padre Car-los Goés (PT), onde servidores denunciaram à imprensa, na última semana, o atraso no

pagamento do funcionalismo público. Em Rio Preto da Eva, o então prefeito Ricardo Cha-gas (PRP) renunciou ao cargo, no início do mês, após tomar conhecimento de que o pedido de cassação do mandato seria aceito no Legislativo municipal.

O prefeito tinha sido afastado em junho deste ano também acusado de atrasar, sem justi-fi cativa, o pagamento do salá-rio dos servidores municipais. Em 2013, ele foi afastado pelo Legislativo municipal após de-núncias de irregularidades nas contas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educa-ção Básica (Fundeb).

Em entrevista ao EM TEMPO, o procurador-geral de Justiça, Fábio Monteiro, informou que tramitam no Ministério Público do Estado (MPE) ações de inves-tigação contra mais de 30 das 62 prefeituras do Amazonas.

“Não se trata de caça às bruxas. Não estamos dizendo que há corrupção em todas as gestões. O que existe são denún-cias aos promotores no interior do Estado e procedimentos ins-taurados. Ou seja, vamos inves-tigar”, frisou Monteiro.

Aliado a denúncias de má gestão, corrupção e descaso com os munícipes, ainda há ca-sos extremos em que gestores foram presos no exercício do mandato, pesando sobre eles acusações gravíssimas, como crimes sexuais, de pedofi lia, e de comandar organizações cri-minosas que praticavam atos ilícitos dentro das prefeituras. Nesses casos, podemos citar o ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, preso em 8 de fevereiro de 2014, no exercício do manda-to, acusado de chefi ar uma rede de pedofi lia na cidade; e mais recente, o prefeito de Iranduba, Xinaik Medeiros (Pros), preso no dia 10 de novembro, acusado de comandar uma quadrilha que fraudava licitações na prefeitu-ra. Adail teve o mandato cassa-do, enquanto Xinaik foi afastado do cargo e está sendo alvo de uma comissão processante na

Câmara Municipal de Iranduba para cassar seu mandato.

De todos os 61 prefeitos do interior, ao menos estes dois últimos já estão inelegíveis para as eleições de 2016. Adail e Xinaik dividem a mesma cela, em Manaus, no Comando de Po-liciamento Especializado (CPE) da Polícia Militar.

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) não se ma-nifestou quanto às prisões dos prefeitos por corrupção, mas tem realizado, desde 2014, di-versos estudos que demons-tram a queda no repasse de recursos federais para as ci-dades brasileiras e os cortes orçamentários que acarretam em mais despesas para os or-çamentos municipais.

Em recente pesquisa realiza-da, 18 municípios do Amazonas informaram à CNM que vêm sofrendo os efeitos da crise. A pesquisa foi realizada entre os meses de setembro e no-vembro com 4 mil dos 5,5 mil municípios brasileiros.

“Fica o questionamento se os gestores vão conseguir fechar o ano com o pagamento em dia das despesas. Os números preocupam. O estudo da CNM revela que para 43% dos mu-nicípios essa tarefa não será possível. Certamente, o cenário de instabilidade na economia brasileira, aliado à queda de repasses vitais, como o Fundo de Participação dos Municí-pios (FPM), torna a missão dos prefeitos de fechar as con-tas em dia quase impossível”, informou a Confederação na conclusão da pesquisa.

Descrença em 2016Se 2015 já foi um ano para

lá de conturbado no cenário político de algumas cidades do interior, seja por escândalos envolvendo prefeitos e secre-tários ou até mesmo por conta da crise econômica pela qual o país passa, a tendência é que 2016 seja ainda pior no que diz respeito a investimentos. Com o repasse de recursos

reduzidos, “enxugar” custos deve ser uma das palavras mais utilizadas pelos gestores dos municípios amazonenses.

Para o prefeito de Autazes, José Thomé Filho (PSD), a previsão é de um 2016 sofrí-vel. Segundo ele, que esteve em Brasília há duas semanas, a abertura do processo de impeachment contra a pre-sidente Dilma Rousseff (PT) deve agravar ainda mais a situação do país, já que todas as atenções se voltarão para a disputa entre ela e o presiden-te da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Vai piorar (ano que vem). Está tudo parado e orçamento fechado. É um momento de-sesperador, você não consegue enxergar uma luz no fi m do túnel. O governo não sinaliza nada, o que é muito frustrante para nós, que pensamos em trazer melhoria de vida para o povo do interior. Ainda estou com a folha de pagamento dos servidores públicos em dia, mas tenho vários colegas prefeitos, que já estão devendo duas folhas”, disse.

De acordo com Thomé Filho, alguns municípios do Amazonas já começaram a demitir funcio-

nários para enxugar a folha de pagamento e manter as contas em dia. Sobre os investimentos para o ano que vem, ele acredita que difi cilmente grandes obras sejam realizadas em Autazes, já que o recurso recebido pela cidade foi reduzido ou está en-gessado e comprometido. “O prefeito só vive do Fundo de Participação dos Municípios. Nós somos dependentes de uma receita que está praticamente congelada, por conta do pró-prio Distrito (Polo Industrial de Manaus) que está praticamente parado. O próprio Estado está com difi culdade em fechar a folha, imagina os municípios. Nós temos que, ao menos, fazer o funcionalismo respirar com a folha em dia e fazer o dinheiro girar na cidade, no momento em que atrasa a folha a situação tende a piorar”, disse.

Assim como Thomé Filho, a prefeita de Anori, Sansuray Xavier (PSD), acredita que o cenário em 2016 não será dos mais favoráveis. Neste ano, o município sofreu com enchente, seca e queimadas e, por conta desse cenário desalentador, re-duções ou cortes terão de ser feitos, o que pode impactar nos serviços prestados pelo funcio-

nalismo público local.“Nós estamos atravessando

uma difi culdade muito grande, os municípios estão com difi -culdade de honrar suas folhas de pagamento. As prefeituras nunca viveram isso antes e a perspectiva não é das melhores. Estamos fazendo reajustes e cortes no orçamento, reade-quando as secretarias para po-der manter a cidade funcionan-do com os serviços essenciais, como saúde e educação, que têm sido tratados com priori-dade”, disse Sansuray.

Para o vice-prefeito de Apuí, Delmar Hister (PRP), ajustes serão feitos para encarar o ano de 2016. À espera de uma arrecadação menor do que foi neste ano, as prioridades do município serão manter os serviços na área de saúde, educação e segurança.

“O repasse do recurso de saú-de está em atraso e o governo fez o compromisso de passar 50% agora em dezembro e outros 50% ainda não tem nem previsão. Pode haver redução na compra de medicamentos por conta da redução de custos, o que pode afetar diretamente o atendimento aos cidadãos de Apuí”, disse Hister.

ANDRÉ TOBIAS CAMILA CARVALHO

Além da crise econômica que castiga o país, os municípios amazonenses ainda sofrem com má gestão de prefeitos corruptos, acusados de chefi ar quadrilhas, desviar recursos públicos e ainda cometer crimes contra quem deveria proteger

Em Tefé pesam denúncias contra o prefeito Jucimar Veloso, que assumiu ano passado, após a cassação do mandato do então gestor, Antenor Paz

O município de Coari foi um dos mais afetados com insegurança política e jurídica nos últimos 3 anos

Todos os 61 municípios do Ama-zonas sofrem com as consequên-

cias da crise e da corrupção

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A7MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015

Prefeituras do interior fecham 2015 no ‘vermelho’

nalismo público local.“Nós estamos atravessando

uma dificuldade muito grande, os municípios estão com difi-culdade de honrar suas folhas de pagamento. As prefeituras nunca viveram isso antes e a perspectiva não é das melhores. Estamos fazendo reajustes e cortes no orçamento, reade-quando as secretarias para po-der manter a cidade funcionan-do com os serviços essenciais, como saúde e educação, que têm sido tratados com priori-dade”, disse Sansuray.

Para o vice-prefeito de Apuí, Delmar Hister (PRP), ajustes serão feitos para encarar o ano de 2016. À espera de uma arrecadação menor do que foi neste ano, as prioridades do município serão manter os serviços na área de saúde, educação e segurança.

“O repasse do recurso de saú-de está em atraso e o governo fez o compromisso de passar 50% agora em dezembro e outros 50% ainda não tem nem previsão. Pode haver redução na compra de medicamentos por conta da redução de custos, o que pode afetar diretamente o atendimento aos cidadãos de Apuí”, disse Hister.

Além da crise econômica que castiga o país, os municípios amazonenses ainda sofrem com má gestão de prefeitos corruptos, acusados de chefiar quadrilhas, desviar recursos públicos e ainda cometer crimes contra quem deveria proteger

A Associação Amazo-nense de Municípios (AAM) também não vê 2016 com otimismo. Segundo a dire-ção da entidade, a melhoria do quadro econômico, caso aconteça, tende a ser de-vagar. Diante desse quadro, cabe aos gestores munici-pais dar continuidade em ações criativas para conse-guir administrar as cidades da melhor maneira possível.

“Assim como no restante do Brasil, os prefeitos ama-zonenses continuarão se es-forçando para fazer muito com pouco. Os programas básicos de assistência à população terão prioridade

na gestão pública. A Asso-ciação vai continuar dando toda a assistência técnica aos gestores municipais, além de articular encon-tros e reuniões que visem à melhoria da qualidade de vida dos moradores dos 62 municípios do Amazo-nas”, assegura a direção da AAM, em nota.

Sobre os cortes nos gas-tos, a entidade afirma que isso já está sendo feito des-de o início de 2015, já que os prefeitos precisam se adap-tar à realidade econômica atual. Contudo, assegura que a redução não com-promete a gestão pública.

Ao expor indicadores da economia brasileira e do Amazonas, durante o lança-mento do pacote de combate à sonegação fiscal, na últi-ma semana, o secretário de Estado da Fazenda, Afonso Lobo, destaca que o cenário da economia para os anos de 2016 e 2017 é de recessão, podendo evoluir para uma depressão econômica. Ele mostrou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE) que mostram que o PIB brasileiro caiu 3,2% de janeiro a setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2014

Grande parte dessa queda

do PIB é atribuída à diminui-ção da produção industrial, que foi de 5,6% nesse mesmo período de comparação, com grande impacto na econo-mia do Amazonas. Conforme dados do IBGE, o Amazonas é o Estado brasileiro em que há maior queda da produção industrial, da ordem de 14% neste ano comparado 2014.

“Não há um indicador que mostre reversão da trajetó-ria de queda do desempenho da economia do país, o que indica que a crise deve se agravar em 2016 e 2017. É possível que tenhamos al-guma recuperação somente em 2018”, afirmou Lobo.

Criatividade é a aposta da AAM Recessão pode durar até 2017

Em Tefé pesam denúncias contra o prefeito Jucimar Veloso, que assumiu ano passado, após a cassação do mandato do então gestor, Antenor Paz Na cidade de Autazes, prefeito projeta um cenário sofrível para 2016

Manaquiri encontra-se abandonada, com um prefeito ausente da cidade

O município de Coari foi um dos mais afetados com insegurança política e jurídica nos últimos 3 anos

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015A8 PolíticaPolítica

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

PODER SEM PUDOR

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

O julgamento do Supremo será muito bem-vindo”

MINISTRO EDUARDO CARDOZO �JUSTIÇA� apostando suas fi chas na virada de mesa do STF Memória

seletivaJosé Maria Alkimin, a mais

célebre das “raposas políticas” mineiras, era secretário de Estado e foi ao interior inau-gurar obras. Cometeu o erro de esquecer o deputado da região, que depois o procurou para se queixar:

- O sr. foi à cidade onde sou majoritário e se esqueceu de me chamar...

O malandro arranjou uma desculpa em cima da bucha:

- “Esqueceu”, não! Não te chamei porque sabia que a cidade não tem um hotel digno de te hospedar!

Cunha quer ajudar a derrubar Dilma antes de cair

Sem voltaAliado fi el de Cunha, o deputado Pau-

linho da Força (SD-SP) considera certa a aprovação admissibilidade: “Todos já sabemos disso”.

Pena abrandadaNo Conselho de Ética, aliados tentam

negociar punição alternativa à cassação de Eduardo Cunha, como suspensão ou censura.

Punição duraA cassação por mentir à CPI da Pe-

trobras é o grau de punição mais duro previsto no regimento da Câmara. O mais ameno é a advertência.

Um pelo outroEm último caso, Cunha poderá re-

petir Renan Calheiros e abrir mão da presidência da Câmara para preservar

o mandato de deputado.

Governo corta R$ 10 bi da educa-ção sem protestos

O corte de quase R$ 70 bilhões (R$ 69,9 bilhões) na Lei Orçamentária da “Pátria Educadora” atingiu em cheio o Ministério da Educação, que perdeu R$ 9,42 bilhões. Esse corte foi maior que o dos ministérios de Cidades e de Saúde. Esse cancelamento de recursos é consi-derado o mais duro golpe à Educação na nossa História recente, mas entidades ligadas à área educacional nem sequer esboçaram qualquer protesto.

Corte de 20%O Congresso havia aprovado um or-

çamento de R$ 48,81 bilhões, mas com o corte de quase 20%, isso recuou para R$ 39,38 bilhões.

Mordaça do PCdoB

Mesmo preocupado com a ameaça de ação da Justiça por atrapalhar o processo contra ele no Conselho de Ética, o deputado Eduardo Cunha tem deixado claro aos aliados que é sua determinação não aceitar qualquer aceno de conciliação com o governo. Ele não acredita na perda da presidência da Câmara e o mandato, mas sustenta que qualquer das hipóteses só aconteceria após o impeachment de Dilma.

O corte de Dilma nos recursos para Educação não mereceu protesto da União Nacional dos Estudantes (UNE), que é controlada pelo PCdoB.

Quem se importa?Sindicatos de professores, em geral

controlados pelo PT, não demonstra-ram incômodo com os cortes de re-cursos para Educação.

Acordo precárioNa reunião entre Dilma e Michel

Temer fi cou defi nido um acordo de não agressão, com direito a cumpri-mentos em eventos ofi ciais. “Só falta combinar com os russos”, como disse o Garrincha ao receber instruções do treinador para driblar toda defesa da Rússia e fazer o gol.

Barco à derivaCircula no Congresso, entre gover-

nistas e oposição, que ninguém “vai se agarrar com um barco afundando”. Todos correm para o que chamam de “bote infl ado”, no caso o vice-presiden-te Michel Temer.

Prisão à vista“Quando pensa que não pode

piorar, ele se supera”, critica Jar-bas Vasconcelos (PMDB-PE) sobre o adiamento do processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética. “Vai acabar preso”, prevê.

DerretendoO Planalto refez as contas, sob a

coordenação do ministro Ricardo Ber-zoini (Governo), e concluiu que, no dia

seguinte, já não repetiria a votação de 199 votos da chapa governista. O governo derrete.

Disputa pelo PPOs deputados Arthur Lira (PP-AL) e

Agnaldo Ribeiro (PP-PB) estão de olho na liderança da bancada do partido na Câmara. Lutam para, em 2016, toma-rem a cadeira ocupada por Eduardo da Fonte (PP-PE).

OtimismoAliados afi rmam que Eduardo Cunha

tem esperanças de que a eventual posse de Michel Temer na Presidência da República aumentam as chances de ele não ser cassado.

Piada prontaO Código de Conduta da Alta Admi-

nistração Federal do Brasil determi-na que autoridades a ele submetidas devem atuar de maneira a motivar o respeito e a confi ança do público. Na Suíça, talvez.

Tá feia a coisaA crise econômica acen-

deu o sinal vermelho na Confederação Nacional do Comércio. Dados da CNC mostram que, na crise de 2008, houve 50 recuperações judi-ciais. Neste ano, já são mais de mil.

Responda rápidoVocê compraria um carro usado do

deputado Eduardo Cunha?

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015

Ceia do amazonense está mais salgada neste Natal Consumidores que optarem em fazer a mesa natalina tradicional vão encontrar produtos que variam 366% em Manaus

O consumidor que pre-tende manter os pro-dutos requintados da tradicional ceia de

Natal terá que pesquisar os preços antes de comprar. Isto porque a variação de alguns itens essenciais para o jantar natalino chega a 366, 63% nos estabelecimentos de Manaus.

Dentre os itens com preços mais elevados estão ameixas, uvas passas, castanhas e no-zes, que são os produtos mais solicitados entre os clientes.

A apenas duas semanas para a comemoração do Na-tal, alguns consumidores afi r-maram que estão indecisos sobre o que levar, depois que foram surpreendidos com os preços altos.

ExclusãoA aposentada Maria Lin-

dalva, 67, contou que neste ano, precisou excluir alguns itens da lista para não ter que pagar mais caro. “Fiquei surpresa com os preços das frutas. Não são produtos tão baratos, mas neste ano estão mais caros. Para levar todos os itens da lista é pre-ciso abrir o bolso e com essa crise, o melhor é economizar. Neste ano, não vou levar kiwi e nem as nozes, pois achei o preço desses produtos muito caro”, revela.

Após uma comparação de preços realizada pelo EM TEMPO em alguns estabele-cimentos visitados por consu-midores de classe média alta foi possível identifi car uma grande diferença nos valores.

É o caso da ameixa seca. No empório Roma, na Zona Centro-Sul, o quilo do produto custa R$18,50, enquanto que o quilo no supermercado Fuji, no Centro, o cliente pode pagar apenas R$ 8,09, uma diferença

equivalente a 366,63%.Outro item que também cau-

sou espanto no preço para alguns clientes são as nozes.

No empório Roma elas cus-tam, em média, entre R$156 e R$ 200, o quilo. Já no empório Santa Fé, o quilo custa R$119, enquanto que no Fuji, o preço cobrado pelo quilo das nozes é de R$ 88,50, variação de 39% entre o maior e o menor valor.

O ingrediente, que é utiliza-do em vários pratos da ceia de Natal, pode ser substituído no momento da compra, como disse a veterinária Sandra Vieira, 34.

“Alguns produtos dá para relevar os preços e colocar no

carrinho de compras, outros a gente tem que substituir, porque o valor está bem ele-vado. O importante é não deixar faltar o pernil e o peru na mesa”, comenta.

A famosa uva passa, que também é acrescentada na maioria dos pratos servidos nas festas de fi m de ano, apre-senta um preço bem diferente, comparando o valor de um estabelecimento para o outro.

O consumidor que pretende comprar o alimento mais em conta no supermercado pode achá-lo no valor de R$ 4,22, mas nos empórios pode pagar até R$18 no quilo, variação de 338%, entre os estabele-cimentos comerciais.

FRUTAS

O quilo da tâmara va-ria quase 200% entre os supermercados e os empórios pesquisa-dos pelo EM TEMPO, enquanto que o preço do quilo do fi go tem variação de 281% entre os estabeleci-mentos de Manaus

De acordo com a gerente de vendas Gleice Ladeslau, que trabalha no Empório Santa Fé, na avenida Cons-tantino Nery, na Zona Cen-tro-Sul, com o aumento do dólar, alguns produtos da loja sofreram um reajuste de até 30%.

“Os consumidores recla-mam bastante dos preços. Foi preciso aumentar o va-lor da mercadoria, principal-

mente dos produtos que são importados. O nosso custo aumentou e, infelizmente, re-fl ete no bolso dos clientes. Tivemos uma queda de 35% de compras por conta dessas mudanças”, explica.

A gerente contou que para atrair os clientes a empresa tem investido em produtos novos para compor as cestas desse fi m de ano. “O que sal-va as nossas vendas são as

frutas Blueberry e Cramberry cristalizadas. Elas são novi-dades. É a primeira vez que colocamos nas prateleiras. São bastante procuradas pe-los clientes. Elas custam R$ 63,61 e R$ 181, respectiva-mente, o quilo. Mesmo sendo um produto um pouco mais caro quando comparado aos outros do mesmo porte, tem vendido com frequência”, re-lata a gerente.

Ainda conforme a funcio-nária, mesmo com os preços em alta, a expectativa é que as vendas melhorem até a semana do Natal. “No ano passado, entre os dias 10 e 15, a nossa loja esta-va cheia de clientes, hoje é bem diferente. O número caiu bastante. Se não aumentar o fl uxo de clientes, teremos que rever o que pode ser feito”, revela Gleice.

Novidades para atrair a clientela

Itens essenciais na mesa natalina tradicional estão com diferenças de preços de até 466% nos estabelecimentos comerciais de Manaus

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Falta coco para vender em Manaus

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BRUNA SOUZA

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015B2 EconomiaStartups e suas ‘armas’ para alcançar o sucessoMentores de startups amazonenses falam do cenário e da troca de experiências com pequenas empresas de base tecnológica

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AÇÃO

Daniel, da aceleradora de startups FabriQ, diz que, além de apontar acertos e falhas de uma ideia, o mentor deve provocar refl exões sobre o negócio

As startups contam com uma fi gura es-sencial para o seu crescimento, fortale-

cimento e sucesso, já que, em regra geral, uma startup pode signifi car um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza. Essa fi gura primordial, conhecida como “mentor”, e também carinho-samente chamada de “Guru”, é uma pessoa que reúne expe-riência prévia e aconselha nos passos iniciais de uma startup.

Para o analista de sistemas e especialista em gerencia-mento de projetos da FabriQ Aceleradora de Negócios, Daniel Goettenauer, o maior benefício em ser um mentor é a troca de experiências e a possibilidade de contribuir com quem está começando. Ele destaca ainda, que ser mentor não é apenas dizer o que está certo ou errado em uma iniciativa de empre-endedorismo.

“O ponto mais importante não é apontar acertos ou falhas de uma ideia. Ser um mentor é muito mais que isso, é provocar uma refl exão porque, refl etindo é possível encontrar uma forma melhor de iniciar um negócio”, enfatiza Goettenauer.

Armas secretas das star-tups de sucesso, os mentores são pessoas reconhecidas por terem conhecimentos e experiências em determina-dos segmentos, que podem ser técnicos ou conhecimen-tos de negócios.

A mentoria é uma das ca-tegorias do prêmio “Jaraqui Graúdo”, promovido pela Co-munidade de Ecossistemas Jaraqui Valley, cuja votação ocorre pela internet até o dia 14 de dezembro no site http://goo.gl/forms/jhElIM9q6j.

Os vencedores serão co-nhecidos nesta terça-feira, dia 15, durante evento no

Barão Cervejas & Empório Manaus. A FabriQ Acelerado-ra de Negócios está entre as fi nalistas na categoria Ação Incentivadora ao Empreen-dedorismo e Daniel fi nalista na mentoria regional.

NetworkingSegundo o especialista em

Melhoria de Processo de Sof-tware pela Universidade de Lavras em Minas Gerais, Sau-lo Arruda, um dos mentores fi nalistas do Jaraqui Graúdo, a oportunidade de oferecer mentoria signifi ca aprender, obter mais conhecimentos e ampliar o networking, ou seja, a rede de contatos profi s-sionais que acaba gerando oportunidades de negócios.

“A mentoria é importante tanto para a startup quanto para a carreira pessoal. O mentor precisa ser alguém em

que o empreendedor confi e e que o ajude na tomada de deci-sões estratégicas e operacio-nais. Toda empresa precisa de mentores que serão úteis em determinado momento, mas é preciso lembrar que o principal mentor de uma empresa é o mercado”, destaca Saulo, que é o CEO da Jera, empresa espe-cializada em desenvolvimento de aplicativos.

Saulo está entre os men-tores nacionais fi nalistas do prêmio Jaraqui Graúdo, que acontecerá no próximo dia 15 de dezembro.

COMPORTAMENTO

Diante da instabilidade fi -nanceira do país, a adoção de uma postura empreendedora e um perfi l voltado para a adaptação às novidades de mercado são fundamentais para a obtenção do sucesso em qualquer segmento pro-fi ssional. Com isso, o estudo a respeito das potencialida-des de cada profi ssional é a primeira etapa para que o empreendedorismo resulte em ações que resultem ob-jetivamente no crescimento de qualquer empresa.

“Manter um negócio de su-cesso requer uma habilidade especial para lidar com as mudanças do mercado. Inde-pendente do ramo de atua-ção, para tudo é preciso ter espírito empreendedor, que faz reconhecer as oportuni-dades e transformá-las em resultados que potencializem a atuação tanto dos profi ssio-nais quanto das empresas”, afi rma a corporate partner da SBCoaching, Eliana Pinheiro.

De acordo com a especia-lista, ter uma base defi nida de onde quer chegar e no

seu autoconhecimento são as bases fundamentais para que um empreendedor ob-tenha sucesso profi ssional. “Quando uma pessoa sabe exatamente quais são seus pontos fortes e fracos, ela identifi ca as situações onde pode aplicá-los e se permi-

te corre riscos dentro des-se universo, lidando com os desafi os de maneira prática e a seu favor, e na maioria das vezes transformando-os em oportunidades”, ressalta.

Ainda de acordo com Elia-na, o perfi l empreendedor de um líder causa um gran-

de impacto positivo dentro das organizações. Segundo ela, um líder bem treinado, com ideias inovadoras, e o estabelecimento de um novo padrão para agir, que alia ao empreendedorismo e postura coaching, é capaz de manter a equipe motivada e de de-senvolver projetos efi cientes, mesmo em períodos e cená-rios desafi adores.

CotidianoA postura coaching para

empreendedores possibilita transformar as situações do cotidiano corporativo em vantagens, extraindo sempre o máximo de potencial dos envolvidos. Ele dá as pessoas e às empresas novas pers-pectivas de mercado, mais sólidas e adequadas para enfrentar mudanças.

As conquistas atingidas com as mudanças compor-tamentais, têm efeito dura-douro e formam uma cadeia crescente de benefícios, pois cada líder treinado é uma fonte de conhecimento para os colaboradores.

Adoção de postura empreendedora

Eliana Pinheiro diz que para manter um negócio de sucesso é necessário lidar com as mudanças de mercado

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AÇÃO

A mentora Fabiany Lima, reconhecida mundialmente e fundadora da Timo Kids expli-ca que ser mentor não é um status e sim ser uma pessoa comprometida com a ideia de ajudar e também ser humilde e entender que a decisão fi nal é sempre do empreendedor.

“Para mim a mentoria é um pouco como uma relação de

pai para fi lho, eu faço com muita paixão, visto a camisa da empresa e penso como se fosse o meu dinheiro que ti-vesse sendo gasto. Tenho uma relação bem intensa com as startups. Separo horas e horas para a dedicação, mas sempre dando a liberdade para que o grupo aprenda e ao mes-mo tempo caminhe sozinho

a partir de um determinado momento”. Ela também faz questão de revelar o que mais a inspira em ser mentora. “Eu faço isso porque é mais que acreditar em um projeto em si, eu acredito nas pessoas por-que as pessoas que buscam orientação são pessoas que querem crescer e elas sempre terão meu apoio”, concluiu.

Fabiany atua em startups de tecnologia há 4 anos, com ênfase na gestão de pessoas. Possui 10 anos de experiência na área comer-cial, fundou três startups, além de três empresas no mercado tradicional. Ao lado de Saulo, ela disputa a fi nal na categoria Mentor Nacio-nal no Jaraqui Graúdo.

Uma boa relação de pai para fi lho

ECOSSISTEMA

As startups de base tecnológica em Ma-naus tem ampliado o ecossistema do seg-mento nos últimos 2 últimos anos e virado pauta frequente no âmbito privado e go-vernamental (municí-pio e do Estado)

SOLUÇÕES

A SBCoaching é re-ferência em soluções de performances de pessoas, times e em-presas que queiram maximizar resulta-dos e desempenhos, por meio de serviços e treinamentos de coaching

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015B3Economia

Trabalho escravo ainda é um grande desafi o no AMMPT avalia que a maior barreira para combater essa exploração é a vulnerabilidade socioeconômica de muitos amazonenses

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Apesar de Manaus liderar o número de incidências de trabalho escravo, é no interior o maior desafi o do MPT

O número de denúncias contra a exploração do trabalho escravo contemporâneo no

Amazonas caiu 14,2% neste ano (36), em relação a 2014 (42). Segundo dados do Mi-nistério Público do Trabalho (MPT) da 11ª Região, Manaus encabeça a lista de cidades do Amazonas com maior incidên-cia de trabalho escravo, com um total de 125 procedimen-tos instaurados ao longo dos últimos para apurar supostos casos de escravidão.

Conforme o procurador do MPT, Renan Bernardi Kalil, a maior difi culdade para com-bater essa exploração, no âm-bito preventivo, é a situação socioeconômica de muitos amazonenses. O que difi culta a tentativa de tirar o trabalha-dor do ciclo de escravidão ou mesmo impedir o seu ingresso em trabalhos forçados, princi-palmente no meio rural.

“Dentro desta perspectiva, de não deixar que ele ingres-se, é mais difícil, pois geral-mente o trabalhador aliciado para esse tipo de atividade tem vulnerabilidade econômi-ca ou social muito grande. No Amazonas, tem uma incidência

muito grande no meio rural. Se fi zermos um levantamento nos últimos 5 anos, onde teve o maior número de trabalha-dores resgatados, a gente vai ver em Barcelos, Boca do Acre e Humaitá, onde existe maior incidência”, afi rma Kalil.

Segundo dados do MPT, de 2008 a 2014 foram resga-tados 376 trabalhadores em situações análogas ao tra-balho escravo no Amazonas. Atualmente existe no MPT 11ª Região um acervo de 50 processos ativos.

“A lista suja que congrega as empresas que foram fl agradas explorando o trabalho escravo está suspensa por uma decisão do Supremo Tribunal Fede-ral (STF). No âmbito criminal há uma difi culdade de fazer uma responsabilização entre as empresas que compõem a lista. Isso ocorre em grande parte pelo tempo da pena. O fato de a pena ser muito baixa, durante o processo o crime prescreve”, explica Kalil.

Após a capital amazonense o município de Lábrea registra 25 procedimentos, seguida de Manicoré com 23 e Boca do Acre com 9 ocorrências. Em 2014, foram realizadas duas ações fi scais que resultaram no resgate de vários trabalha-

dores, nas cidades de Barcelos e Lábrea. Dentre as atividades mais propensas a serem reali-zadas por pessoas em regime de escravidão estão o extrati-vismo e atividades agrícolas. A agroindústria e subempregos em fazendas também fi guram nesse tipo de crime.

O procurador observa que em áreas de difícil acesso, longe do centro urbano, em madeireiras e serrarias possívelmente se encontraria trabalhadores em condições de escravidão.

BrasíliaEm Brasília, o procurador-

geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, critica a proposta de votação na próxima terça-fei-ra (15) do projeto de lei do Senado 432/2013, de auto-ria do senador Romero Jucá (PMDB-RO), que regulamen-ta a Emenda Constitucional 81 sobre a expropriação das terras onde for constatada o trabalho escravo. A proposta de regulamentação quer ame-nizar a punição e mudar a defi -nição desse crime estabelecida no artigo 149 do Código Penal. Dessa forma, a ação criminosa só valeria para os casos de trabalho forçado e servidão, excluindo condições degradan-tes e jornada exaustiva.

CECÍLIA SIQUEIRA

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015B4 EconomiaEstudantes criam linguiça com carne de caititu no AMDesenvolvida com apoio da Fapeam, a linguiça estará disponível para comercialização no segundo semestre de 2016

Um alimento que faz su-cesso como petisco e até mesmo como prato principal num dia de

churrasco de família, a linguiça ganha uma nova fonte de pro-dução no Amazonas. Com apoio do governo do Estado via Fun-dação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fape-am), estudantes desenvolveram a linguiça com carne de caititu, conhecido popularmente como porco do mato.

O produto, que está em fase de fi nalização, tem como pre-visão para ser comercializado o segundo semestre do ano que vem, de acordo com a coorde-nadora do projeto, Kilma Neves.

A linguiça é resultado de um projeto de pesquisa desenvolvi-do no âmbito do Programa de Iniciação Científi ca da Fapeam pelos acadêmicos de medicina veterinária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-nologia do Amazonas (Ifam), campus Zona Leste, Alessandro Pereira e Rafaela Vieira, orien-tados por Kilma.

A proposta surgiu, segundo a coordenadora, a partir de um estudo da professora Flávia de Carvalho, co-orientadora do projeto, ao longo do curso de es-pecialização em tecnologia de alimentos do Ifam. Na primeira

experiência ela desenvolveu um tender com a carne do caititu.

“A ideia surgiu em parceria com o professor Paulo Andra-de, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a partir do trabalho da minha então orientanda Flávia de Carvalho, que elaborou o tender de caiti-tu e avaliou as características nutricionais e microbiológicas deste produto e da carne in natura de caititu”, conta.

Foi então depois da confi r-mação do sabor e do seu valor nutritivo que o grupo partiu para a nova fase do produto. “A partir do entendimento de que a carne de caititu é saborosa, com baixo teor de lipídios, fonte de proteína e com potencial comercial para nossa região, decidimos prosseguir com os estudos elaborando outro pro-duto”, afi rma a professora.

O acadêmico do 4º período de medicina veterinária e inte-grante do grupo de pesquisa, Alessandro Pereira, diz que a experiência tem sido enrique-cedora. Segundo ele, o sabor da linguiça é inconfundível. “Me sinto privilegiado em poder par-ticipar da pesquisa. Elaboramos um projeto e conseguimos o recurso da Fapeam e isso nos motivou ainda mais”, comenta.

Alessandro, que tem atu-

ado nos laboratórios, avalia a experiência de mergulhar nesse universo como impor-tante para o desenvolvimento de novos mercados na região. “A linguiça que desenvolvemos tem um sabor único”, aponta.

ProcessoA linguiça defumada foi ela-

borada de forma artesanal, com carne moída de caititu e condi-mentos. Segundo a coordena-dora do estudo, após a homo-geneização dos ingredientes e embutimento em tripa natural, as linguiças foram defumadas.

O projeto deve ser concluí-do até julho de 2016. Ate lá, segundo a professora, outras análises deverão ser realiza-das para que, de fato, a lingui-ça possa ser disponibilizada ao consumidor. Enquanto isso, o grupo de pesquisa já trabalha no desenvolvimento de outros alimentos a partir do proces-samento da carne de caititu.

“O produto é elaborado em nível experimental, para a rea-lização das análises. Os resul-tados poderão ser utilizados como parâmetros para futuras possibilidades de comercializa-ção. Nosso grupo de pesquisa também está elaborando um hambúrguer de carne de caiti-tu”, conta a pesquisadora. Projeto é resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido no Programa de Iniciação Científi ca da Fapeam

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Coco fi ca mais caro por conta da falta de chuvaVendedores reclamam de contingenciamento por parte dos distribuidores do produto, que vem do interior e Estados vizinhos

A falta de chuvas em Manaus e em cidades do interior do Ama-zonas e de Estados

vizinhos tem prejudicado um dos produtos mais consumi-dos pelos manauenses em dias de calor. A escassez do coco tem sido sentida tanto por comerciantes quanto pelos consumidores, que reclamam da má qualidade do produto e também do aumento no valor.

Segundo o revendedor Cos-me Loureiro, o coco que vem para Manaus é plantado em sítios próximos à cidade como Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo e de lugares mais distantes, como a capital ro-raimense Boa Vista e a cidade paraense de Óbitos. Segundo ele, a falta de chuva é um dos principais fatores que têm causado a carência. “A falta de água diminuiu a produção e até diminui o tamanho do fruto, e os vendedores reclamam, mas não temos o que fazer”, afi rma.

Em um dos pontos de maior movimento de venda do coco, os quiosques localizado na entrada da praia da Ponta Negra e na estrada do turismo, Zona Oeste, vendedores falam da difi culda-de de comprar o fruto.

Segundo John Kelvit, pro-prietário de um quiosque, o preço do produto subiu muito nos últimos meses. “O preço do coco, como ele está em falta, subiu demais. Estamos vendendo um coco a R$ 6, o que antes vendíamos a R$ 5, e as vendas têm caído”, afi rma.

Conforme o vendedor, os comerciantes têm comprado

o produto no Pará, da cida-de de Óbitos. Segundo ele, os fornecedores de Manaus e Presidente Figueiredo, não estão conseguindo atender a demanda, devido à escassez. “Esse produto vem de balsa e tem encarecido bastante o preço fi nal do produto”, aponta.

Em outro ponto da cidade, no bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste, o vendedor de verduras

Wilzon Urbano garante que os consumidores têm reclamado da má qualidade dos cocos fornecidos em Manaus. “A difi -culdade de encontrar coco está muito grande. Meu fornecedor, que trazia duas vezes por sema-na, agora só traz uma vez. Ele vem do Rio Preto da Eva, mas é um coco de baixa qualidade, sem água. Estamos comprando do fornecedor R$ 1,80. Com-právamos de R$ 1,50, e é bem pequeno”, garante.

O comerciante conta que ele teve que repassar o aumento para os consumidores, que re-clamam da má qualidade do fruto. “Isso é causado pelo ve-rão. Os cocos de boa qualidade só devem chegar com a período das chuvas, que já deveriam ter chegado com mais intensidade neste mês”, fi naliza.

ContingenciamentoComerciantes da avenida do

Turismo afi rmam que os distri-buidores diminuíram a quanti-dade das unidades fornecidas e elevaram o preço considera-velmente. “Agora temos com-prado apenas de 60 a 70 cocos por semana. Antes pegávamos mais de 400. O preço também aumentou. O que antes eles nos repassavam a R$ 1,50, hoje é R$ 2”, afi rma a vendedora Luiza.

STÊNIO URBANO

PONTOS

Além dos mercadinhos e mercearias que ven-dem coco na cidade, os principais pontos de comercialização do produto em Manaus são a praia do bairro Ponta Negra e a es-trada do Turismo, no Tarumã

Além de mais caro, o coco que chega em Manaus tem apresentado qualidade inferior, segundo consumidores

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LARVICIDAS EBC

Dengue - O Ministério da Saúde enviou esta semana larvicida para estados do Nordeste e do Sudeste como parte das ações de combate ao Aedes aegypti. Segundo a pasta, foram enviadas 17,9 toneladas do produto, confor-me solicitação dos governos estaduais.

O Aedes aegypti – mosqui-to transmissor de doenças como a dengue, a febre ama-rela, a febre chikungunya e o vírus zika – é originário do Egito, na África, e vem se espalhando pelas regi-ões tropicais e subtropicais do planeta desde o século 16. No Brasil, segundo pes-quisadores, o vetor chegou ainda no período colonial. “O mosquito veio nos navios com os escravos”, explica a pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, Margareth Capurro.

De acordo com o Institu-to Oswaldo Cruz, o Aedes aegypti foi descrito cien-tifi camente pela primeira vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti. O nome defi nitivo veio em 1818, após a descrição do gênero Aedes. Em território nacional, desde o início do século 20, o mosquito já era considerado um proble-ma. À época, no entanto, a principal preocupação era a transmissão da febre ama-

rela. “Na campanha contra a febre, o Aedes aegypti foi erradicado do Brasil usando inseticida químico”, lembra a pesquisadora.

Porém, não demorou mui-to para o mosquito voltar e se espalhar pelo extenso território brasileiro. Em me-ados dos anos de 1980, o Ae-des aegypti foi reintroduzido no país, por meio de espécies que vieram principalmente de Cingapura. Hoje, confor-me estudiosos, falar em er-radicação é algo improvável. “O fato de usarmos muitos inseticidas químicos fez com que sejam selecionados os mosquitos mais resistentes. A resistência atual desses vetores é muito grande. Jus-tamente por isso, tende-se a diminuir ao máximo o uso de inseticida químico”, es-clarece Capurro.

Segundo o Levantamento Rápido de Índices para Ae-des aegypti (Liraa) – que se baseia em dados dos meses de outubro e novembro de 2015 e acumula informa-

ções de 1.792 cidades –, um total de 199 municípios brasileiros estão em situ-ação de risco de surto de dengue, chikungunya e vírus Zika devido à presença sig-nifi cativa do Aedes aegypti. A classifi cação, feita com base em dados reunidos pelo Ministério da Saúde, leva em conta o fato de que em mais de 4% das casas visitadas nesses locais foram encon-tradas larvas do mosquito.

Em situação um pouco menos crítica – com 1% a 3,9% dos imóveis com foco do mosquito –, o ministério identifi cou um total de 665 municípios brasileiros em alerta. Outros 928 foram considerados com índices satisfatórios – já que nessas localidades menos de 1% das residências apresenta-ram larvas do mosquito.

O levantamento identifi -cou ainda a presença do mosquito Aedes albopictus em 261 municípios. Esse ve-tor também pode transmitir a chikungunya e o vírus zika.

A história da dengue no Brasil

“O mosquito veio nos navios com os escravos”, explica a pesquisadora da USP, Margareth Capurro

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AÇÃO

Vacina contra a dengue está ainda mais próximaNesta etapa, a vacina será testada em 17 mil voluntários de 13 cidades, em 12 Estados das cinco regiões brasileiras

O Instituto Butantan iniciou na sexta-feira (11) a terceira e última etapa de

desenvolvimento da vacina contra o vírus da dengue. Nesta etapa, a vacina será testada em 17 mil voluntários de 13 cidades, em 12 Estados das cinco regiões brasileiras. O Butantan e o governo do Estado de São Paulo estimam que a vacina poderá ser dis-ponibilizada até 2017.

A vacina desenvolvida pelo Butantan mostrou capacida-de, nas duas primeiras fases de testes, de combater os quatro tipos de vírus da den-gue, mas não tem efi cácia contra o vírus causador da febre chikungunya e o vírus Zika, também transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.

O desenvolvimento da ter-ceira fase da vacina custa-rá cerca de R$ 270 milhões. Segundo o governo de São Paulo, o setor privado e o Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social

(BNDES) poderão participar como parceiros.

Na manhã desta sexta-fei-ra, a Agência Nacional de vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que havia aprovado o Dossiê de Desenvolvimen-to Clínico de Medicamento sobre a vacina enviado pelo Butantan. “A documentação, enviada à Anvisa no último dia 8, possibilita o sinal verde para que o Instituto Butantan inicie os estudos Fase 3. Esta é a última etapa necessária para que o Instituto proto-cole o pedido de registro da vacina à Anvisa, que avaliará a qualidade, segurança e efi -cácia do produto”, destacou aagência em nota.

Os interessados em par-ticipar dos testes como vo-luntários devem aguardar a divulgação do convite para que façam parte do estudo em sua cidade. Eles preci-sam se enquadrar em três faixas-etárias (2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos) eestar saudáveis. Vacina desenvolvida mostrou capacidade de combater os quatro tipos de vírus da dengue, mas não tem efi cácia contra o vírus da febre chikungunya

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015B7PaísPaís

Collor foi afastado pelo Senado em rito sumárioEntre a decisão da Câmara a favor do impeachment e o afastamento do ex-presidente, passaram-se apenas três dias

Única referência his-tórica de um impe-achment no Brasil, o afastamento do ex-

presidente Fernando Collor de Mello foi decidido, em 1992, a toque de caixa pelo Senado.

Segundo registros ofi ciais da época, entre a decisão da Câmara a favor do impea-chment e o afastamento de Collor, autorizado pelo Se-nado, passaram-se apenas três dias.

No dia seguinte à decisão dos deputados, em 30 de se-tembro, o Senado recebeu o ofício comunicando o resulta-do da votação e, ato contínuo, fez a leitura do documento em plenário e elegeu, em votação secreta, a chamada “comissão processante”, que elaborou um parecer pela continuidade do processo no Senado.

Esse documento foi votado no dia seguinte pelos senado-res, em procedimento simbó-lico. Nenhum deles teve que registrar o voto, apenas se manifestar em plenário.

Na ocasião, o então senador Odacir Soares chegou a ques-tionar o presidente do Senado sobre a celeridade do pro-cesso. Na sessão, ele sugeriu que a Casa havia recebido da Constituição de 1988 a atri-

buição de “processar e julgar” o presidente da República.

Com esse argumento, per-guntou se não seria necessário ampliar a discussão sobre o afastamento de Collor. O ar-gumento se assemelha ao que o Senado usa hoje para levan-tar, no STF (Supremo Tribunal Federal) a dúvida se pode ou não derrubar eventual decisão

proferida pela Câmara.Hoje, o Senado defende que

uma eventual decisão da Câ-mara de admitir o processo de impeachment da presiden-te Dilma Rousseff teria, que obrigatoriamente ser valida-da pelo Senado.

No dia 2 de outubro, Collor foi ofi cialmente afastado da Presidência e o então vice, Itamar Franco, assumiu. No dia 2 de outubro de 1992, Fernando Collor de Mello foi ofi cialmente afastado da Presidência da República e o então vice, Itamar Franco, assumiu

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ULG

AÇÃO

HISTÓRIA

Na ocasião, o en-tão senador Odacir Soares sugeriu que a casa havia recebido da Constituição de 1988 a atribuição de “processar e julgar” o presidente da Repú-blica

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015

Em 1993, a Assembleia Geral da ONU adotou a Declaração Para a Eliminação da Violên-

cia Contra as Mulheres, que forneceu um quadro de ação para responder à questão. No entanto, após mais de duas décadas, agências da ONU alertam que uma em cada três mulheres continuam a sofrer violência sexual ou física, sendo a maioria rea-lizada por parceiros.

“Existem causas sociais, cul-turais e interpretação religio-sa de normas, que reforçam as construções patriarcais de pa-péis e responsabilidades das mulheres e meninas diante da autoridade de homens e me-ninos”, afi rmou a vice-diretora executiva da ONU Mulheres, Lakshmi Puri, acrescentando que uma das causas principais deste tipo de violência é a crença em muitas partes do mundo na superioridade entre

os gêneros.A representante da ONU

explica que a violência con-tra a mulher assume diferen-tes formas, o que difi culta a possibilidade de responder a esse problema com uma única solução que possa ser aplicada em todos os casos. Muitas vezes, os agressores não sabem que estão agindo de forma criminosa, segun-do Puri. Casos de violência doméstica, por exemplo, são reconhecidos como crime em apenas 119 países.

Ela destacou que, em mui-tos países, o crime de violên-cia doméstica é visto muitas vezes como questão de fa-mília que deve ser resolvida em casa, e declarou que a violência contra a mulher é um problema epidêmico.

Puri citou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) n° 5 promove um mun-do igualitário entre homens e

mulheres. “Pela primeira vez na história da igualdade de gênero e do ativismo e ação relacionado ao empodera-mento, existe um reconheci-mento na Agenda 2030 de que o fi m da discriminação e violência contra a mulher é, sobretudo, uma questão de desenvolvimento sustentável. Isso tem consequências para além dos direitos das mulhe-res.”, afi rmou Puri.

Para se dirigir à questão, agências da ONU, membros da academia e organizações não governamentais se reuniram no encontro global das Nações Unidas em Istambul entre os dias 9 e 10 de dezembro, mar-cando o fi nal dos 16 dias de ativismos pelo fi m da violência de gênero. Com o tema, “Aca-bar com a Violência Contra as Mulheres: Gerando Progresso Para Acelerar a Mudança”, a reunião identifi cou desafi os e renovou compromissos po-

ONU faz alerta sobre violência contra a mulherEntidade diz que uma em cada três mulheres continua a sofrer violência física, a maioria causada por seus parceiros

ARGENTINA

Macri encerra acordo com IrãO novo governo argentino

anunciou na sexta-feira (11) que retirará, na segunda-feira, a apelação feita pelo governo de Cristina Kirchner contra o pedido de inconsti-tucionalidade do acordo co-mercial do país com o Irã. Com a decisão, o tratado econômico com o país persa deixará de existir.

Fontes do Ministério da Justiça argentino confi rma-ram ao jornal “Clarín” que o ministro German Garavano apresentará na segunda-fei-ra a carta.

Nela, o governo retirará a apelação contra a decisão do Tribunal Federal de Buenos Aires que havia declarado inconstitucional o acordo.

A presidente Cristina Kir-chner havia insistido obses-sivamente no tratado com o Irã, a ponto de retirar dois juízes da Câmara Nacional de Cassação Penal -Luis Cabral e Juan Carlos Gemignani- que defendiam a inconstitucio-nalidade da aliança.

A inconstitucionalidade do pacto com o Irã é passo fundamental para reabrir

denúncia do ex-promotor Alberto Nisman contra Cris-tina Kirchner e o ex-minis-tro das Relações Exteriores Héctor Timerman.

O ex-promotor, que mor-reu em janeiro deste ano, em circunstâncias ainda não esclarecidas, havia denun-ciado a ex-presidente por su-postamente prejudicar, em troca do acordo comercial, investigações sobre a parti-cipação do Irã no atentado a uma organização judia em Buenos Aires.

Em 1994, a sede da Amia

(Associação Mutual Israelita Argentina) na capital argen-tina foi alvo de um atentado que deixou 85 mortos.

Investigações prelimina-res indicaram a participação de cinco agentes iranianos no ataque. O pacto do go-verno de Cristina feito com o Irã previa a criação de uma “comissão da verdade” que agiria como intermediário entre a Justiça argentina e os cinco iranianos, que se-riam apenas interrogados, e não “indagados”, como prevê o Código Penal.Com a decisão, o tratado econômico com o país persa deixará de existir

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ULG

AÇÃO

líticos globais para pôr fi m à violência contra mulheres e meninas.

Desde 1996, a ONU possui um Fundo Fiduciário dedicado ao fi m da violência conta as mulheres. Nos próximos anos, a entidade dedicará fundos

específi cos para a prevenção da violência.

A chefe do Fundo Fiduciário, Adijana Sisic, explicou que o impacto dos projetos realiza-dos com este fi nanciamento específi co ocorre através da prevenção. Seja através da

mudança de leis, seja através de programas educacionais que ressaltem que homens e mulheres são iguais. “A única maneira de acabar com a violência contra a mulher é prevenir que ela acontece em primeiro lugar”, disse.

MIN

ISTÉ

RIO

DA

CULT

URA

Violência assume diferentes formas, o que difi culta a possibilidade de responder ao problema de única maneira

TECNOLOGIA

PNU

MA

NOVIDADE Ministros e altos representantes da indús-tria, da sociedade civil e de organizações internacionais pediram na terça-feira (08) uma mudança para veículos zero emissões (VZE) como um componente-chave da futura estratégia global contra a mudança do clima

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Dia a [email protected]

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RETIRADA

A realidade da Cidade das Luzes

Dia a dia C2

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Apesar de Manaus não registrar nenhum caso ofi cial da doença, futuras mãe estão preocupadas com o caso e mudando a rotina para não serem infectadas

ZIKA Gravidez em tempos de

Mesmo sem nenhum caso confi rmado de grávidas que te-nham contraído o

vírus zika em Manaus, o surto de microcefalia no Nordeste do país tem deixado as gestan-tes do Amazonas em pânico. Dentre as 11 amostras de sangue de mulheres gestan-tes recebidas pelo Laborató-rio Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM) na última semana, nove deram negativa e duas, que tiveram resultado indeterminado, se-rão analisadas pelo laborató-rio Evandro Chagas, no Pará.

Prestes a completar oito meses de gestação de Isaac, a gerente de recursos humanos Viviane Paes, 34, diz que se fi cou assustada quando soube dos casos de bebês nascidos com a má-formação. O te-mor foi em dobro: Viviane é alérgica a várias substâncias químicas e por isso não pode utilizar repelentes.

Apreensiva, Viviane aprovei-tou a última consulta com o obstetra que faz o pré-natal para tirar dúvidas de como se prevenir do vírus zika. “Na minha consulta, este mês, o médico me deu todas as instruções para prevenir contra essas doenças. Eu tenho alergia a várias coisas, inclusive a repelentes. Até man-dei dedetizar minha casa”, disse.

Para se prevenir, Viviane evi-tar andar por áreas propensas a serem focos do Aedes aegypti e isso a privou do lazer nos fi ns de semana em um sítio afastado da cidade. “Há quase um mês não vou ao meu sítio. Estou evitando ao máximo fi car perto de lugares com mato. Evito me expor”, afi rma, acrescentando que todos os dias faz uma es-pécie de inspeção na casa para detectar possíveis criadouros.

Além de Isaac, previsto para nascer em janeiro, a gerente aumentou os cuidados com a fi lha de 6 anos. “Eu me assus-

tei muito com esse surto e protejo a mim e minha família da melhor forma que posso”, concluiu Viviane.

Outra grávida que vem ado-tado medidas de prevenção, entretanto, sem paranoia é a auxiliar de departamento pes-soal Jéssica Stem, 23, mãe de primeira viagem. Ela foi pega de surpresa com a gravidez há duas semanas.

Com cautela, Jéssica se apres-sou a marcar o pré-natal, pois ainda tem quatro meses de gestação pela frente. Yasmin deve vir ao mundo em abril. “Não sou dessas grávidas paranoícas, mas ando bem preocupada com essas coisas que estão aconte-cendo. Minha médica pediu para eu usar um repelente e eu vou fazer novamente todos os exa-

mes que fi z assim que descobri a gravidez”, conta Jéssica.

Assim como Viviane, a auxiliar também deixou de lado o lazer por precaução. Após ter des-coberto dois pneus com água parada, em casa, Jéssica asse-gura que vai fi car mais atenta. “Na última quinta-feira uma prima do meu marido morreu de dengue hemorrágica. Estou triste com isso. Todos temos que nos conscientizar”, destaca.

Circulação do vírusO vice-diretor e pesquisador

do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazô-nia), Felipe Naveca, acredita que o vírus zika já esteja em circula-ção na Região Norte, mas para que a hipótese seja confi rmada, será preciso fazer a coleta de

um número maior de amostras de sangue. “O próprio Ministério da Saúde já trabalha com a in-formação de circulação do vírus no Amazonas, assim como em quase todos os estados”, afi rma.

Naveca afi rma que a cor-relação entre o zika e a mi-crocefalia precisa ser bem observada no Amazonas, pois existe uma média de casos de má-formação de bebês antes mesmo da epidemia.

“Estamos monitorando de perto e, inclusive, as grávidas compõem um grupo de risco que estamos acompanhando e fazendo o diagnóstico delas pre-ferencialmente para ver se vai acontecer aquilo que acontece no Nordeste”, diz.

Por conta da incidência do vírus, a Prefeitura de Manaus decretou situação de emer-gência em razão da epidemia por doenças infecciosas virais, em especial às de transmissão pelo mosquito Aedes aegypti. Em decreto publicado no Di-ário Ofi cial do Município na sexta-feira (4). A situação de emergência terá vigência pelo período de 180 dias.

Pré-natalDe acordo com o diretor da

maternidade Balbina Mestri-nho, Marco Lourenço, indepen-dente da epidemia de micro-cefalia em outros Estados, as mulheres que estão esperando bebês devem fazer o pré-na-tal tão logo a gravidez seja descoberta, para que qualquer problema na formação do feto seja detectado desde o início.

“Existem muitas mulheres que vêm até nós para fazer o fi m do pré-natal, ou seja, não se tratamento nenhum momento. O Ministério da Saúde preconiza a partir de sete consultas são aceitá-veis para um bom pré-natal. Em primeiro lugar, a grávida deve evitar que em torno de si tenha algo propício a ser criadouro do mosquito”, explica o obstetra.

Estou sem ir ao meu sítio há mais de um mês. Estou mantendo tam-bém a constan-te vigilância na minha casa. Tudo para pro-tejer a mim e a minha família contra a transmissão”

Preferi não en-trar em para-noica com essa questão da infec-ção do zika vírus, mas estou pro-curando manter certos cuidados com a minha saúde e evitar lo-cais que possam ser possíveis focos da doença”

CECÍLIA SIQUEIRA

Leia mais informaçõessobre o assunto aqui

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Viviane Paes,mãe do Isaac

Jéssica StenGrávida há duas semanas

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015C2 Dia a dia

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O lado escuro daCidade das LuzesO drama dos moradores que tentaram implantar uma das maiores invasões do Amazonas

Cidade das Luzes, 6h de 11 de dezembro de 2015. Enquanto mais de 700 policiais se pre-

paravam para cumprir a rein-tegração na comunidade, pelo menos 5 mil famílias viviam o dilema entre atender a Justiça e deixar para trás tudo o que construíram em quase 2 anos.

Moradora da área há 2 anos, a desempregada Elke Helena, 35, mãe de três fi lhos com idade inferior a 7 anos, viu sua casa destruída por tratores na manhã da última sexta-feira (11). “Perdi tudo. Meus fi lhos perguntam para onde vamos e eu não sei o que responder para eles. Porque não temos para onde ir. Estávamos tão bem aqui na Cidade das Luzes, não entendo porque só vieram tirar a gente daqui agora. Moramos aqui há 2 anos. Tudo o que conquistei foi fruto de trabalho, mas agora es-tou desempregada e nem tenho para onde ir com meus fi lhos”.

Investindo mais de R$ 2 mil em tijolos na construção de sua casa, a autônoma Elisân-gela Brilhante, 37, explicou que ganhou o terreno da vizinha e

que a vida na ocupação era tranquila e sem problemas. “Morávamos aqui e era tudo muito bom. Muita gente aqui não tem casa e vem de lugares que já passavam por problemas. Eu não sou bandida para ser tratada como tal, porque nem um animal deve ser tratado assim. Chegar atirando não é a solução. O gosto de perder a casa é mais amargo do que o gosto desse gás que eles (po-liciais) jogam na gente”, disse.

A autônoma Elísia Lucas Fer-reira, 52, que teve a casa devas-tada, disse que mora com sete fi lhos. Ela foi morar na invasão após ganhar o terreno. Na ma-nhã da reintegração, com dois fi lhos ainda crianças, ela erguia uma bandeira branca como alu-são a um pedido de paz. “Se eles (policiais) têm que tirar a gente daqui, que tire com uma forma mais humana. Eles têm que entender que não temos para onde ir. Queremos uma respos-ta. Será que ninguém se coloca no nosso lugar?”, indagou.

Com cabelos brancos e rosto cansado, a dona de casa Dalva Rosária, 52, natural de Porto Alegre, tentava salvar com cui-dado o que escapava da linha

de frente dos grandes veícu-los. “Minhas plantas, poxa vida. Passaram por cima das minhas plantas”, lastimou.

A todo momento, informa-ções desencontradas deixavam o ambiente ainda mais tenso. No cenário apocalíptico, a re-juntadora Terezinha Cardoso, 42, disse que fi cou ao lado de fora da área da reintegração porque era mais seguro, mas a preocupação do sumiço de suas coisas era existente. “Não sabemos como estão as nossas coisas lá dentro (ocupação). Fi-quei do lado de fora, e só estou com a roupa do corpo. Eles vão destruir nossas casas com tudo o que estiver dentro”, disse.

Pensativo, o morador Ângelo Alves, 23, assistia à demolição da sua casa sentado ao lado de sua vizinha, uma senhora em aparente estado de choque. “Vamos passar o Natal na rua. Eu ainda não estou acreditando nisso”, afi rmou.

Desesperança Cansados e com os olhos

cheios de esperanças, inúmeras pessoas retiravam o pouco que restava. Eram televisores, ca-mas e geladeiras. Enquanto os

tratores passavam por cima das casas, crianças ajudavam seus pais a retirarem os pertences e, aos poucos, tudo era deixado ao lado de fora, em meio à grande poeira, nas ruas.

Inconformada, a costureira Keyla Corrêa, 41, explicou que cada pessoa sente amor por aquilo que acha mais impor-tante na vida. Ela explicou que só iria sair de sua casa quando encontrasse seus 25 gatos de estimação. “Eu tentei sair de casa com todos eles, mas eu só encontrei 20. Estou muito triste porque não sei o que vou fazer da minha vida sem os meus bichos. As pessoas estão esquecendo os seus animais aqui (ocupação) e eu não consigo entender que amor é esse”, lamentou, com os olhos cheios de lágrimas.

Um estudante de 11 anos que passeava com seu cachorro nas ruas de terra batida da invasão disse que estava preocupado a alimentação do animal. “Eu ainda não comi nada o dia todo, estou sem fome. A úni-ca coisa que eu queria agora era encontrar alguma coisa para dar para o meu cachorro comer. Não tem água e nem comida”, comentou.

A Secretaria de Segu-rança Pública (SSP–AM) revelou, por meio do secretário executivo do Gabinete de Gestão In-tegrada (GGI), Frederico Mendes, que ações para o impedimento de for-mação de novas invasões sejam erguidas em Ma-naus. De acordo com o secretário, a capital está regredindo em termos de formação de áreas habitacioanais. “O que preocupa é que o crime organizado está presente em todas essas invasões que estão surgindo, por-que corre muito dinheiro. Tudo é pago e as pes-soas boas são induzidas cada vez mais a entra-rem nesse negócio pelo simples fato do sonhoda casa própria”.

Serviço para combater as novas ações

Reintegração da área ocor-reu na última sexta-feira. Clima foi de tensão no local

POR LUÍS OLIVEIRA

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015C3Dia a dia

Quem anda de ôni-bus pela cidade com certeza já teve em suas mãos uma

sacolinha com as famosas balas de mangarataia e, inevitavelmente, já escu-tou algum daqueles versi-nhos que rimam com tirar o “ram ram” da garganta. Sutilmente picantes, as ba-las de mangarataia também são conhecidas como balas de gengibre. Originária da China, da Índia e da ilha de Java, a mangarataia ou mangaratiá, tem seus be-nefícios comprovados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Embora seja mais conheci-da entre os manauenses por amenizar tosses e coceira na garganta, as balas de man-garataia também podem ser utilizadas para tratar náuse-as, dores de cabeça, vômitos, cólera, gripe e reumatismo. Produzidas, em sua maioria, em pequenas fábricas, as balas também são indicadas como anti-inflamatório, an-ticoagulante, antioxidante e bactericida.

Apesar de ter tantos prin-cípios ativos, o consumo de balas de mangarataia, em

sua maioria, está associado a lembranças afetivas. Este é o caso da turismóloga, Valentina Ferreira, 23, que diz lembrar da avó materna sempre que vê alguém ven-dendo balas de mangarataia nos ônibus da cidade, isso porque a senhora sempre presenteava a neta com um saquinho das balas embru-lhadas em papel manteiga.

“Minha avó sempre foi mui-to carinhosa e gostava de mi-mar os netos com saquinhos com balas de mangarataia. Eu comia sem saber para o que servia e até hoje não sei bem ao certo, só sei que aquele sabor meio picante me lembra um tempo bom, quando havia mais simpli-cidade no paladar e quando o carinho era mais singelo. Ainda não tenho filhos, mas quando os tiver vou apresen-tar a eles como é que se tira o ‘ram ram’ da garganta de um jeito diferente”, diverte-se.

A planta da mangarataia é ainda um excelente remédio para inflamações na gargan-ta, asma, bronquite e auxi-lia no combate ao câncer. O gengibre pode ainda ser utilizado como antibiótico, além de possuir componen-tes que tratam a depres-são. Os extratos de gengi-

bre estimulam os centros vasomotor e respiratório. A mangarataia também é um eficiente termogênico natu-ral, o que ajuda a acelerar o metabolismo.

No fi nal de 2014, o enfer-meiro Maurício Ladeia, em trabalho conjunto o com o Instituto Nacional de Pes-quisas da Amazônia (Inpa), desenvolveu um gel do óleo essencial do gengibre amar-go para ser utilizado na ci-catrização de feridas causa-das pelo diabetes. O produto está em fase de estudo e teste com pacientes. Além dos princípios terapêuticos, a mangarataia também pode ser utilizada no preparo de receitas doces e salgadas.

Contraindicaçõesdo gengibreApesar de ser natural e

de seus inúmeros benefícios para a nossa saúde, a man-garataia deve ser consumida com moderação por pessoas que sofrem de problemas cardíacos e também por quem tem úlcera estoma-cal, uma vez que acelera o metabolismo. Após manu-sear o gengibre, lave bem as mãos, pois assim como o limão causa manchas na pele quando exposto ao sol.

para combater o ‘ram ram’

Conhecida pelos manauenses, a mangarataia é fi gura fácil de encontrar na área central da cidade e está sempre presente na memória afetiva dos fi lhos da capital do Amazonas

Mangarataia

THIAGO FERNANDO

Ingredientes1 quilo de açúcar

refi nado100 gramas de

gengibre ralado20 gramas de

margarina1 copo de suco

de limão

Modo dePreparoMisturar todos

os ingredientes, le-var ao fogo, deixar ferver até dar ponto de bala. Para ver o ponto de bala é só encher um prato de água e ir pingando até obter o ponto. Despeje no már-more, deixe esfriar, puxe os pedaços e enrole a bola. Em-brulhe em papéis celofane coloridos.

Bala de mangarataia

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para combater o ‘ram ram’

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C4 Dia a dia C5MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015

Beleza e inutilidade de chafarizes pela cidadeVistos como monumentos charmosos antigamente, hoje os chafarizes perderama funcionalidade e o glamour e se tornaram apenas um objeto ilustrativo

Antigos ou recentes, em estilo clássico ou mo-derno, chafarizes em Manaus são monu-

mentos públicos praticamente inúteis. Não jorram água e, con-sequentemente, não servem à função para a qual foram construídos: decorar praças e outros locais públicos. Alguns custaram mais de R$ 2 milhões, em obra e desapropriações, sem sair uma cota de água.

É o caso do chafariz na ro-tatória do Parque do Mindu, no bairro Parque 10, Zona Cen-tro-Sul de Manaus. Em forma de cilindro, a obra custou R$ 1,7 milhão em indenização a comerciantes que ocupavam o local. Foi construída na ges-tão do ex-prefeito Amazonino Mendes (PDT), em 2012. No Complexo Turístico da praia de Ponta Negra, Zona Oeste, o chafariz foi inaugurado em 2011 também ao custo de R$ 1 milhão. A única água vista no local é a do rio Negro. Nada jorra do chafariz. Outro monu-mento, considerado histórico, é o do largo São Sebastiao, no Centro. Localizado em um dos principais pontos turísticos da cidade, não funciona há anos.

Manauaras ouvidos pelo EM TEMPO revelaram indignação. A universitária Paula Tavares, 24, disse que diariamente pas-sa pelo largo São Sebastião e

que nunca viu o chafariz funcio-nando. Situação semelhante acontece no monumento do Paço da Liberdade, no Centro. “Eu acredito que se o cha-fariz recebesse manutenção, iria deixar a praça muito mais bonita”, declarou. Já o taxista José Nogueira, 50, lembrou que esteve na Ponta Negra logo após a reinauguração. Noguei-ra disse ter fi cado encantado com as luzes e a água do chafariz. “Faz tempo que não vejo essa fonte funcionando, mas me lembro que, quando ela fi cava ligada, era muito bonita. Nesse período de fi m de ano, fi caria muito bonito se o chafariz voltasse a fun-cionar”, disse.

Para a bancária Tatiane Monteiro, 37, Manaus deveria ter mais lugares com lagos e fontes jorrando. Ela relembrou que o chafariz da rotatória do Mindu foi alvo de vandalismo. Adolescentes tomavam banho na fonte. “Elas são lindas e aliviam o calor, mas atualmen-te poucas estão de fato fun-cionando. Infelizmente, quem perde é a própria cidade, que fi ca feia e sem atrativos”, afi rmou Monteiro.

O historiador Otoni Mesquita disse que a cidade em situação de abandono e os chafarizes são apenas um pequeno deta-lhe dessa situação. Mesquista diz que é preciso uma mudança no modelo de gestão pública,

com mais preocupação com a urbanização. “Não são só os chafarizes que estão abando-nados, mas a cidade como um todo. Não há valorização das praças, dos monumentos, de nada. Também não adianta fazer a valorização de apenas uma praça por ser considerada histórica, como a do largo São Sebastiao, e deixar o resto entregue às moscas. É preciso que tenhamos bons gestores desses espaços, pessoas es-pecialistas no assunto e que tenham verdadeiro envolvi-mento”, criticou.

Em, nota, o Instituto Muni-cipal de Planejamento Urba-

no (Implurb) informou que o chafariz da primeira etapa da Ponta Negra recebeu decora-ção natalina, mas fi cará desa-tivado em função dos enfeites.

Quanto ao chafariz do Min-du, o órgão explicou que no momento não tem projetos novos para recuperar a obra. Segundo o Implurb, uma série de projetos urbanos de inter-venções e de melhorias em es-paços públicos já estão sendo elaborados. Serão reformados o chafariz da Praça da Matriz, Praça Adalberto Valle, Praça Tenreiro Aranha. Os projetos devem ser implementados so-mente em 2016.

MICHELE FREITAS

Um dos poucos chafarizes que funcionam é o um dentro de um hotel

Praça das águas na Ponta Negra não funciona mais duran-te o dia

O mesmo acontece com o mo-munento da rotatória da praia. Pedeu a funcionalidade

Em passeio pela cidade, casal admira o chafariz da Ponta Negra, mesmo sem funcionar

Polêmico, monumento da ro-tatória do Mindu até hoje não mostrou sua utilidade

Revitalizado, monumento do Paço da Liberdade também não funciona

Tradicional, monumento do largo São Sebastião é um cha-fariz sem utilidade

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C4 Dia a dia C5MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015

Beleza e inutilidade de chafarizes pela cidadeVistos como monumentos charmosos antigamente, hoje os chafarizes perderama funcionalidade e o glamour e se tornaram apenas um objeto ilustrativo

Antigos ou recentes, em estilo clássico ou mo-derno, chafarizes em Manaus são monu-

mentos públicos praticamente inúteis. Não jorram água e, con-sequentemente, não servem à função para a qual foram construídos: decorar praças e outros locais públicos. Alguns custaram mais de R$ 2 milhões, em obra e desapropriações, sem sair uma cota de água.

É o caso do chafariz na ro-tatória do Parque do Mindu, no bairro Parque 10, Zona Cen-tro-Sul de Manaus. Em forma de cilindro, a obra custou R$ 1,7 milhão em indenização a comerciantes que ocupavam o local. Foi construída na ges-tão do ex-prefeito Amazonino Mendes (PDT), em 2012. No Complexo Turístico da praia de Ponta Negra, Zona Oeste, o chafariz foi inaugurado em 2011 também ao custo de R$ 1 milhão. A única água vista no local é a do rio Negro. Nada jorra do chafariz. Outro monu-mento, considerado histórico, é o do largo São Sebastiao, no Centro. Localizado em um dos principais pontos turísticos da cidade, não funciona há anos.

Manauaras ouvidos pelo EM TEMPO revelaram indignação. A universitária Paula Tavares, 24, disse que diariamente pas-sa pelo largo São Sebastião e

que nunca viu o chafariz funcio-nando. Situação semelhante acontece no monumento do Paço da Liberdade, no Centro. “Eu acredito que se o cha-fariz recebesse manutenção, iria deixar a praça muito mais bonita”, declarou. Já o taxista José Nogueira, 50, lembrou que esteve na Ponta Negra logo após a reinauguração. Noguei-ra disse ter fi cado encantado com as luzes e a água do chafariz. “Faz tempo que não vejo essa fonte funcionando, mas me lembro que, quando ela fi cava ligada, era muito bonita. Nesse período de fi m de ano, fi caria muito bonito se o chafariz voltasse a fun-cionar”, disse.

Para a bancária Tatiane Monteiro, 37, Manaus deveria ter mais lugares com lagos e fontes jorrando. Ela relembrou que o chafariz da rotatória do Mindu foi alvo de vandalismo. Adolescentes tomavam banho na fonte. “Elas são lindas e aliviam o calor, mas atualmen-te poucas estão de fato fun-cionando. Infelizmente, quem perde é a própria cidade, que fi ca feia e sem atrativos”, afi rmou Monteiro.

O historiador Otoni Mesquita disse que a cidade em situação de abandono e os chafarizes são apenas um pequeno deta-lhe dessa situação. Mesquista diz que é preciso uma mudança no modelo de gestão pública,

com mais preocupação com a urbanização. “Não são só os chafarizes que estão abando-nados, mas a cidade como um todo. Não há valorização das praças, dos monumentos, de nada. Também não adianta fazer a valorização de apenas uma praça por ser considerada histórica, como a do largo São Sebastiao, e deixar o resto entregue às moscas. É preciso que tenhamos bons gestores desses espaços, pessoas es-pecialistas no assunto e que tenham verdadeiro envolvi-mento”, criticou.

Em, nota, o Instituto Muni-cipal de Planejamento Urba-

no (Implurb) informou que o chafariz da primeira etapa da Ponta Negra recebeu decora-ção natalina, mas fi cará desa-tivado em função dos enfeites.

Quanto ao chafariz do Min-du, o órgão explicou que no momento não tem projetos novos para recuperar a obra. Segundo o Implurb, uma série de projetos urbanos de inter-venções e de melhorias em es-paços públicos já estão sendo elaborados. Serão reformados o chafariz da Praça da Matriz, Praça Adalberto Valle, Praça Tenreiro Aranha. Os projetos devem ser implementados so-mente em 2016.

MICHELE FREITAS

Um dos poucos chafarizes que funcionam é o um dentro de um hotel

Praça das águas na Ponta Negra não funciona mais duran-te o dia

O mesmo acontece com o mo-munento da rotatória da praia. Pedeu a funcionalidade

Em passeio pela cidade, casal admira o chafariz da Ponta Negra, mesmo sem funcionar

Polêmico, monumento da ro-tatória do Mindu até hoje não mostrou sua utilidade

Revitalizado, monumento do Paço da Liberdade também não funciona

Tradicional, monumento do largo São Sebastião é um cha-fariz sem utilidade

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015C6 Dia a diaConsumo de tucumã para prevenção da obesidade Pesquisa utilizará o tucumã em análises e avaliará o efeito do fruto nos níveis de glicemia e colesterol no sangue

Utilizando o potencial de frutos amazônicos, especialmente o do tu-cumã, a pós-doutora

e pesquisadora da Universi-dade do Estado do Amazonas (UEA), Paty Karoll Picardi, está desenvolvendo, com apoio do governo do Estado, via Funda-ção de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), um estudo para avaliar o efeito do tucumã para a prevenção e tratamento da obesidadee do diabetes.

O projeto de pesquisa con-

siste em induzir animais, entre eles camundongos, a um estado pré-diabético e avaliar o efeito do tucumã no perfi l lipídico (série de exames laboratoriais para determinar dosagens de colesterol) e glicêmico (testes para verifi car os níveis de açú-car). Segundo a pesquisadora, como o tucumã é rico em ácidos graxos, especialmente o ácido oleico e o ômega 3, que podem ter um importante papel na prevenção e no tratamento de doenças, como o diabetes, a infl uência do consumo da fruta

pode trazer novas abordagens terapêuticas para a prevenção e tratamento da obesidade e do diabetes.

“Inicialmente, induziremos camundongos à obesidade, através de uma alimentação hiperlipídica (dieta com muita gordura), e, com o tempo, eles fi carão pré-diabéticos. Após isso, incluiremos na dieta de-les o consumo do tucumã e analisaremos se há melhora no quadro pré-diabético, ava-liando os níveis de glicemia e a dosagem de colesterol no

sangue”, explicou Karoll. Com os resultados obtidos,

pode-se ter uma nova forma de combate à diabesidade (diabe-tes atrelada à obesidade), o que trará um grande avanço para a medicina, principalmente no Amazonas, onde o estudo está sendo desenvolvido.

“A obesidade é uma doença infl amatória, podendo estar associada a morbidades como o diabetes. Os ácidos graxos insaturados podem diminuir essa infl amação e o tucumã, com suas propriedades nutri-

cionais, pode ter um efeito de reversão nesse status infl ama-tório”, disse.

Segundo a Organização Mun-dial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de adultos em todo o mundo estão acima do peso. E não é só a estrutura física corpo-ral que motiva a preocupação. A obesidade está relacionada a uma série de problemas de saúde como, por exemplo, do-enças cardiovasculares, Síndro-me Metabólica (que envolve o desenvolvimento de resistência à insulina) e diabetes tipo 2

(doença crônica que afeta a forma como o corpo metabo-liza a glicose, principal fonte de energia do corpo humano).

ProgramaO programa Universal Ama-

zonas tem por objetivo ampliar a produção científi ca, tecnoló-gica e de inovação em caráter interdisciplinar, incentivando a consolidação da infraestrutura institucional e a difusão dos resultados das pesquisas, con-tribuindo, assim, para o desen-volvimento do Amazonas.

Estudo irá ava-liar o efeito do

tucumã no perfi l de pessoas com

obesidades e diabetes

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AÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015C7Dia a dia

Funcionários de uma empresa fabricante de latas e tampas para be-bidas da América do Sul

vêm desenvolvendo o espírito solidário entre funcionários. Durante a próxima semana, a fábrica Rexam vai conduzir uma ação social em que vai entregar alimentos, roupas e brinquedos, fruto da campa-nha de Natal, para a insti-tuição Família do Amazonas, localizada no bairro Lírio do Vale, Zona Oeste de Manaus, que atende 63 crianças órfãs e sobrevive com o apoio da comunidade e de voluntários. A entrega será feita no pró-ximo dia 17.

O programa Good Day é uma iniciativa da companhia para reverter recursos para institui-ções e comunidades carentes a partir do atingimento das metas de produção, seguindo a segurança e qualidade con-forme as políticas da empresa. Cada recorde batido é reverti-do em doações da fábrica, que se acumulam e são destinadas a quem precisa.

A companhia ainda possui um calendário de doações, no qual funcionários participam com contribuições. Ao todo são cinco campanhas anuais, todas relacionadas a datas

especiais, como o Dia das Mães, das Crianças e Natal. “Além de incentivar os fun-cionários a bater suas metas, o programa Good Day é uma oportunidade de ajudarmos instituições e comunidades da nossa região de atuação. Temos como compromisso ajudar quem está ao nosso redor, faz parte da cultura da

empresa a responsabilidade social e o que nos posiciona como uma empresa atuante nessa área”, destaca Brigite Garrido, supervisora de Re-cursos Humanos da empresa.

Desde que a empresa co-meçou a atuar em Manaus, já arrecadou o equivalente a R$ 73 mil pelos colaboradores e já distribuiu sozinha cerca de 1,5 mil cestas básicas a 35

instituições de caridade da cidade. Somente neste ano, a Rexam já auxiliou outras quatro instituições, com a do-ação de itens escolares, cestas básicas e latas de leite.

A empresa ainda incentiva os funcionários a irem junto na entrega das doações. Um exemplo é o operador de pro-dução da fábrica, Antônio Lau-rindo, 27. Recém-contratado da empresa, o funcionário con-ta feliz como foi fazer parte de uma das entregas das doações da empresa neste ano. “Fiquei muito satisfeito em poder pra-ticar a generosidade por meio de uma empresa, embora eu já tenha a generosidade como hábito em minha vida pessoal. Topei a ideia na hora. Estou satisfeito em trabalhar numa empresa que se preocupa com a sociedade e em fazer o bem”, diz o colaborador, que é do Maranhão e mora há pouco tempo em Manaus.

A gerente de Comunicação e Sustentabilidade da Rexam na América do Sul, Thaís Moraes, diz que o grande objetivo da campanha é gerar engaja-mento para o voluntariado. Além disso, acrescentou, cada funcionário pode indicar uma instituição para ser benefi cia-da nas ações.

Voluntariado também é feito no local de trabalhoGrupo de funcionários, em parceria com a empresa, se reuniu para transformar o Natal de pessoas carentes de Manaus

Grupo de funcionários de uma fábrica promove uma ação de Natal em diversas instituições carentes

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INCENTIVO

Somente neste ano, o grupo já auxiliou qua-tro instituições. Em todas as campanhas, já foram arrecadados mais de R$ 73 mil, que foram revertidos em 1,5 mil cestas bá-sicas para 35 institui-ções carentes

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MOSTRA

Direitos humanos em exibição no CauaPlateia D7

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Tudo o que se pode aprender pela arte

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Diretor do fi lme “Tudo que aprendemos juntos”, Sérgio Machado questiona a distribuição para as produções nacionais

PALMAS (TO) – Sucesso de crítica nos Estados Unidos (EUA) e em pa-íses da Europa como a

Alemanha e a Suíça, o longa nacional “Tudo que aprende-mos juntos” chegou às salas de cinema de Manaus, com a promessa de emocionar o pú-blico e sentir orgulho do cinema nacional. A equipe EM TEMPO conferiu o lançamento do fi lme para a região Norte do país, rea-lizado na última quarta-feira (9), durante o 1º Ciclo de Debates e Capacitação Audiovisual de Tocantins, realizado em Palmas, pelo Instituto Soma Palmas (Ispa), Spatium Arte e Cultura e Associação Tocantinense de Cinema e Vídeo (ATCV).

Com a direção de Sérgio Ma-chado e o ator Lázaro Ramos como protagonista, o fi lme que tem potencial para indicação ao Oscar de melhor fi lme estran-geiro, busca fugir da fórmula convencional da narrativa do cinema brasileiro da violência pela violência, impressa em longas de sucesso como Tropa de Elite e Cidades de Deus, por exemplo, que não apontam uma luz no fi m do túnel. Machado, que é fi lho de músico, expli-ca que “Tudo que aprendemos juntos” tem como ideia central a educação e a cultura como elementos de transformação.

Vivida na favela de Heliópo-lis, a história baseada na peça “Acorda Brasil” conta – sem perder ritmo – a construção da relação do talentoso violinista Laerte (Lázaro Ramos) com alunos de uma escola pública que participavam de um pro-jeto social que buscava trans-formá-los em uma pequena orquestra – hoje Orquestra Sinfônica de Heliópolis.

Laerte que se cobrava muito para alavancar a sua carreira viveu uma frustração na sua primeira oitiva para integrar aos quadros da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), o que o levou a virar o professor do projeto na favela.

Num mosaico de várias nar-rativas secundárias, a obra se fortalece com cada um dos pequenos dramas construídos a partir de histórias reais, ex-traídas do cotidiano dos ado-lescentes da comunidade, con-vidados a participar do fi lme. Entre os relatos estavam o en-volvimento com a criminalida-de e os efeitos da desestrutura familiar, intensamente mos-trados na interpretação dos atores Kaique Jesus (Samuel) e Elzio Vieira (o VR). O fi lme conta ainda com a participação especial do rapper Crioulo, no papel do trafi cante Cleyton, que comanda a comunidade.

“Houve de fato histórias reais que foram usadas pelos adoles-centes na cena como argumen-

EMERSON QUARESMA*

tos para justifi car a presença ou não nas aulas no sábado. Os relatos fi zeram o Lázaro Ra-mos chorar, o que mostrou para nós o momento que marca a transformação do professor pe-los alunos”, comenta Machado, também diretor de fi lmes como “Cidade Baixa”, e roteirista de “Abril Despedaçado”.

O diretor conta que essa es-sência do fi lme nasceu quando no primeiro ensaio, com a prepa-radora de elenco Fátima Toledo,

pediu-se que os meninos e as meninas falassem um pouco da vida deles. “Vi naquele mo-mento que esses adolescentes já tinham sofrido o que muito adulto não sofreu a vida inteira. Achei muito duro. Para amenizar o clima, a Fátima pediu para que cada um mostrasse o talento que tinha e ali descobrimos grandes dançarinos, músicos, poetas e uma adolescente so-prano que, na Alemanha, quando mostramos o fi lme, as pessoas

acharam até que ela estava sendo dublada”, conta.

ValorizaçãoO lançamento diferenciado do

“Tudo que aprendemos juntos” para o Norte, com uma avant-première numa das capitais da região, segundo vem como es-tratégia de melhorar a bilheteria do e vencer o preconceito sobre o cinema nacional. “O desafi o no Brasil é que estamos lançando o fi lme entre “Jogos Vorazes” e

“Star Wars”. Há indicadores que lá fora estamos muito bem. E é ridículo o volume de dinheiro que temos com blockbuster ameri-cano”. Machado avalia que a produção de cinema no Bra-sil está descentralizada e tem bastante recurso disponível. Ele diz achar até melhor fi lmar no Brasil do que na maioria dos países do mundo. Para eles, a produção brasileira enfrenta dois problemas, um que já está sendo enfrentado, que é conse-

RESULTADOS

Além da boa recepção da crítica internacio-nal, “Tudo que apren-demos juntos” foi o vencedor do prêmio do público como melhor fi lme brasilei-ro da 39ª Mostra de Cinema de São Paulo

guir fazer o fi lme, mas tem ainda a difi culdade de desenvolver o projeto, de escrever a história.

O principal desafi o do cine-ma no Brasil, para o diretor e roteirista, é a distribuição que é muito inferior à das grandes produções estrangeiras. Ele observa que a divulgação dos fi lmes nacionais é quase sempre com material simples, enquanto “o fi lme americano chega com um negócio 30 vezes maior”.

“É muito mais fácil para um fi lme estrangeiro vender no Brasil, onde temos afi rmações absurdas como, por exemplo, o cara que chega na bilheteria e diz com desdém que o fi lme é nacional. Por isso essa ideia de vir um pouco para o Norte, onde as pessoas diziam que não dá público. Mas eu sempre ques-tionei: como você sabe se isso nunca é uma prática? Por que não lançar uma vez em Belém, outra vez em Manaus e outra em Palmas?”, diz Machado.

O diretor que tem fi lmado documentários no Norte, apon-ta as belezas da região, mas sugere que ela não pode ser só cenário. “A região tem que ser lugar de debate. O pessoal estranhou quando eu quis trazer para Norte, porque no máxi-mo que eles vão, fora do eixo Rio São Paulo, é Minas Gerais, Pernambuco no Nordeste e Rio Grande do Sul, no Sul”, afi rma.

InspiraçãoInspirado na peça “Acorda

Brasil”, escrita por Antônio

Ermírio de Moraes, que se baseia em experiência do ter-ceiro setor de Heliópolis, sobre a criação Instituto Baccarelli, o fi lme tira da peça, segundo Machado, apenas a relação central entre o professor e dois garotos. Na vida real, Kaique e Elzio relataram ex-periências com Organizações Não Governamentais (ONGs) que ajudaram a superar o ambiente onde cresceram.

Para Kaique, que já atuou em “Linha de passe” (Walter Salles e Daniela Thomas), conta que contou muito a experiência que ele viveu numa ONG próxi-mo a sua casa. Ele lembra de casos em que a coordenadora precisou ir resgatar adoles-centes em boca de fumo. “E hoje muitos desses caras são professores lá na ONG”, conta.

Elzio que é dançarino e pas-sou a fazer artes cênicas por conta do fi lme, avalia que ele é um bom exemplo de que, assim como no fi lme, na vida real a música salva. “Tive um bom professor de dança. Anos depois eu e outros amigos formamos um coletivo, com recursos próprios, que busca-va salvar mais pessoas. Eu já tive professores que falavam que eu ia ser lixeiro. Mas esse trabalho social me aju-dou a chegar até aqui hoje”, comemora.

* O repórter viajou a con-vite do Ispa, Spatium e ATCV

Kaique Jesus diz que esperi-ência com ONG ajudou a inter-pretar Samuel

Lázaro Ramos dá vida ao violinista Laerte, que trans-forma a realidade de adolescentes

Veja outras imagensdeste evento aqui

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GALERIA

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015D2 Plateia

Fashion. A turma ligada a fast-fashion está

contando os dias.. Inaugura no próximo dia 17, com

exclusive so� opening, a loja Forever 21 no Amazonas Shopping.

. A marca que se iniciou em Los Angeles, Eastados Unidos, é hoje uma das campeãs em vendas de roupa em todo o mundo.

[email protected] - www.conteudochic.com.br

Fernando Coelho Jr.

Brazilian boy. Tem um baiano trabalhando com Madonna

que está dando o que falar nas redes sociais.

. É que o bonitão Bruno Alcântara, que trabalha na nova turnê da rainha do pop, apareceu sensualizando ao lado dela durante a apresentação da música “Unapologetic Bitch”, no show da Rebel Heart Tour em Amsterdam, causando furor na plateia. Durante a perfor-mance, Madonna chegou até a dar tapinhas no bumbum dele e pedir para ele colocar uma banana nas suas calças, isso porque Bruno é chamado por Madonna de Banana Boy. O apelido caiu tão bem, que o pessoal da pro-dução do show quer fazer uma camiseta com Bruno, Madonna e a banana.

Símbolo cultural. Em comemoração aos 346 da cidade de

Manaus, até o dia 31 de dezembro, o Ma-nauara Shopping realiza, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (SEC), por meio de edital público, uma exposição sobre o principal símbolo da arte e da cultura do Estado, o Teatro Amazonas.

. Intitulada “Teatro Amazonas - A Glo-rificação das Artes”, a mostra propõe um passeio pela história do Teatro Amazonas através de imagens, maquete, livros, sons e a reprodução das plantas de construção do monumento.

. A mostra faz parte da programação especial que o Governo do Amazonas, por meio da SEC, está realizando em comemo-ração ao aniversário de 346 de Manaus, completados no dia 24 de outubro.

Comemoração. A querida Maria do Carmo Lins ganhou co-

memoração de aniversário, no fim de semana.. A família organizou festa cheia de charme,

no espaço de eventos da Fametro. A aniversa-riante é uma das amizades queridas da coluna, ela é antenada, preparada, viajada, educada e faz parte do elenco que tem conteúdo especial na cidade.

. Painel da Hermès decorava a mesa dos parabéns na festa alto astral.

Objeto de desejo• .Uma das maiores reclamações dos donos de

iPhone é a pouca duração de sua bateria, ou melhor, era. Já está à venda nas lojas da Apple, nos Estados Unidos, uma capinha “carregador” que dará mais 25 horas de vida útil para o seu smartphone, e até 18 horas de navegação no 4G.

. Disponível para iPhones 6 e 6s o acessório custa US$ 100 e está disponível em três cores, branco, cinza e preto.

1- Maria do Carmo e Wellington Lins, na festa de comemoração do aniversário dela, no fi m de semana passado, no espaço de eventos da Fametro

2- Wellington Lins com os fi lhos Leandro e Wellington Junior

3- A querida Maria Eugênia Lins com os fi lhos Isabel e Bernardo

4- A presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, Graça Figueiredo com a nova desembargadora Nélia Caminha Jorge, durante sua posse

5- O juiz Cássio Borges, o desembargador Flávio Pascarelli, o vice-governador Henrique Oliveira, o desembargador Domingos Chalub e a desembargadora Socorro Guedes Moura, na posse da nova desembargadora Nélia Caminha Jorge

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Iniciativa analisa as particularidades da literatura infantojuvenil

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AÇÃO

Lugar Uma promove ofi cina de literatura infantojuvenilA professora e pesquisadora Ecila Mabelini comanda atividade de formação de 14 a 18 de dezembro. Inscrições gratuitas

A literatura feita para crianças e adoles-centes e suas par-ticularidades serão

tema de uma ofi cina no Lugar Uma de Artes, no Centro. A atividade será comandada pela professora e pesqui-sadora amazonense Ecila Mabelini, e acontecerá a partir desta segunda-feira (14) até a próxima sexta-feira (18), das 10h às 12h.

As inscrições para a oficina são gratuitas e podem ser feitas no primeiro dia da atividade. O trabalho integra a agenda da Ocupação Lugar Uma, iniciativa do Projeto Cênica Corporal Uma con-templada pelo Prêmio Ma-naus de Ocupação Artística 2015, da Fundação Muni-cipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).

O tema da ofi cina é “Litera-tura infantil e juvenil: Relações de interação da criança e do jovem com o universo literário e com o mundo dos senti-dos percebidos”. A propos-ta, segundo Ecila, é explorar obras literárias infantojuvenis e evidenciar sua linguagem diferenciada em relação às obras para adultos. “Algumas obras da literatura infantil e juvenil lidam com uma lingua-

gem carregada de signifi ca-ções, porém transmitidas via percepção, no nível sensível”, destaca a pesquisadora. “A ideia é explorar a sensibilidade que essa literatura traz”.

Verbo-visuaisEcila assinala que as obras

em questão não se resumem a textos escritos, mas a tex-tos verbo-visuais – formato mais comum às obras voltadas ao público juvenil no Brasil a partir dos anos 1970, como aponta a especialista. “É uma outra forma de leitura, que passa também pelo sentido”, explica ela. “É uma linguagem que cria uma interação, em que o jovem tem lugar, não é mero espectador. Não é uma literatura doutrinária ou pedagógica, como se fazia antes, mas arte”.

A pesquisadora salienta ainda a importância de des-fazer a visão de que a lite-ratura para crianças e jovens é mero “entretenimento”. “Ela explora o universo, o mundo e as relações por meio de uma linguagem sensível, delicada, mas também muito potente. Não é uma literatura menor, mas literatura, e literatura que cumpre um papel funda-mental na iniciação e cons-

cientização do público infantil e juvenil”, declara.

PalestraAlém da ofi cina, Ecila Mabe-

lini irá realizar uma palestra gratuita no Lugar Uma de Ar-tes, no dia 19, sábado, também dentro da agenda da Ocupação Lugar Uma. “Artes e diálogos intercódigos: A percepção pos-sível” será o tema da preleção.

“A proposta é pensar a ques-tão da linguagem na arte. No-tar os diálogos que se travam entre artes como a literatura, o cinema, a dança, e como elas estreitam relações, como articulam sentidos”, explica a pesquisadora, que vai enfo-car, entre outras, a ideia da intertextualidade, estendida ao campo das artes em geral.

“É algo muito recorrente na arte. Em cada obra há traços de outras obras, rastros, ou-tros sentidos”, aponta. A partir dessas relações, a especialista busca apontar o caráter efeti-vamente criativo na produção artística. “A intenção é ver como esses diálogos aconte-cem, como produzem signifi ca-ção, como destituem o sujeito do seu lugar comum”, afi rma ela, explicando o que chama de “movência” das artes. “São as linguagens se interligando

e desconstruindo os lugares e pensares. Um diálogo em que as artes se articulam e desarticulam o outro”.

A ofi cina e a palestra de Ecila Mabelini no Lugar Uma são voltadas a estudantes de graduação de cursos de Letras e Artes, pedagogos, professores, escritores, artis-tas, psicólogos e interessados no universo da literatura in-fantojuvenil. Os participantes das atividades irão receber declaração de participação e/ou declaração para horas complementares.

Nascida em Manaus (AM), Ecila Mabelini é professora e pesquisadora, graduada em Letras pelo Centro Universitá-rio Fundação Santo André (SP) e Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Uni-versidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente é Douto-randa no Programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Universi-dade de São Paulo (USP).

Atuou como professora em diversas instituições de ensi-no superior de Manaus, entre elas a Universidade do Esta-do do Amazonas (UEA), Uni-norte Laureate International Universities e Escola Superior Batista do Amazonas (Esbam).

SERVIÇO

Ofi cina “Literatura infantil e juvenil: Relações de inte-ração da criança e do jovem com o universo literário e com o mundo dos sentidos percebidos”, com Ecila MabeliniONDE: Lugar Uma de Artes (avenida Joaquim Nabuco, 1.436, Centro)QUANDO: de 14 a 18/12, das 10h às 12hQUANTO: inscrições gratuitas, a serem realizadas no pri-meiro dia da atividade

Palestra “Artes e diálogos intercódigos: A percepção possível”, com Ecila MabeliniONDE: Lugar Uma de ArtesQUANDO: dia 19/12 (sábado), das 18h30 às 19h30QUANTO: acesso gratuito

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Impunidade protagoniza a tragédia do Bateau MoucheEmbora tenha argumento intenso, conteúdo do livro de Ivan Sant’Anna por pouco não atinge a marca de “satisfatório”

SÃO PAULO, SP (FO-LHAPRESS) – A clas-sifi cação de “Bateau Mouche – Uma tra-

gédia brasileira” como “livro-reportagem” é imprecisa. A obra de Ivan Sant’Anna sobre o naufrágio que matou 55 pessoas no Rio de Janeiro não chega a ser uma reportagem muito boa. Mas é um livro muito bom. O escritor entre-vistou sete pessoas, sendo duas por telefone. A magreza de depoimentos enfraquece o resultado. A repetição de informações na narrativa também não ajuda.

A compensação vem de consultas a material de im-prensa e processos. A deta-lhada reconstituição do que aconteceu na noite de 31 de dezembro de 1988 é um dos maiores trunfos da obra. O outro é a capacidade do autor de prender a atenção do leitor, já demonstrada nas obras anteriores sobre desastres aéreos. Lê-se o livro com rapidez, tensão e até ódio. Explica-se o ódio no subtítulo “Uma tragédia brasileira”: Sant’Anna faz a crônica de um naufrágio anunciado, uma desgraça que poderia ter sido evita-da, não fossem a inépcia, a

corrupção, a ganância.Construído no início dos

anos 1970, o Bateau Mouche IV era a transformação gros-seira de um lagosteiro com capacidade para 20 pessoas num barco de passeio autori-zado a levar 153. No réveillon trágico, transportava 142 ou 143 – não se sabe ao certo, pois nenhum responsável se preocupou em contar naquela noite. Permitida pela Capita-nia dos Portos, a lotação te-merária se tornava criminosa diante do estado precário da embarcação, que tinha, entre outros problemas, seis furos no casco. A Capitania não viu.

O mestre arrais Camilo Faro, cuja decisão de levar o barco até Copacabana para o espetáculo dos fogos re-sultou no naufrágio, voltou ao cais por volta de 22h15, acompanhado de dois sar-gentos da Marinha. Tinha noção do perigo. Mas a insis-tência dos donos do barco fez o Bateau Mouche IV retomar sua jornada. Ele virou por volta de 23h50 e afundou de vez vinte minutos depois.

A tragédia só não teve mais vítimas porque Jorge Souza Viana, dono de uma traineira, e Oscar Gabriel Júnior, de um iate, salvaram dezenas

de pessoas. Já um sócio do Iate Clube se recusou a zarpar para ajudar quem se afogava.

Morreram a atriz Yara Ama-ral, crianças, idosos, gente que sabia e não sabia nadar. Não havia coletes salva-vi-das para todos – e o acesso aos que havia não era fácil. O português Álvaro Pereira da Costa e os espanhóis Avelino Rivera e Faustino Puertas Vi-dal, donos da Bateau Mouche Rio Turismo, chegaram a ser condenados por homicídio culposo, mas fugiram para a Europa e nunca retornaram.

Após 27 anos, as famílias das vítimas ainda buscam indenizações na Justiça. Só uma conseguiu até hoje. O país em que coisas como essas acontecem é o pro-tagonista oculto do livro de Sant’Anna.

Por Luiz Fernando Vianna

SERVIÇO

AUTOR: Ivan Sant’AnnaEDITORA: ObjetivaQUANTO: R$ 23,90 (168 págs)

BATEAU MOUCHE � UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA

Famílias ainda esperam respostas e indenizações pelo naufrágio de 1988

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TV TudoDestinoO repórter Juliano Dip, atu-

almente no “CQC”, vai migrar para o jornalismo da Bandei-rantes em 2016. Pelo menos este é o desejo da emissora, uma vez que o programas das noites de segunda-feira não será apresentado na próxima temporada. Dip foi muito elogiado internamente devi-do ao trabalho na cobertura da tragédia de Mariana, em Minas Gerais.

Outro planoO jornalismo da Band

será a primeira opção para o Dip no ano que vem. Mas existe também uma ala da Eyeworks que defende sua entrada no elenco de “A Liga”, para trabalhar ao lado de Mariana Weickert e Thaide.

Desconfi ômetroApesar de a Band ter ga-

rantido em comunicado que o “CQC” voltará em 2017, 9 entre 10 profi ssionais envol-vidos no programa não estão acreditando muito nessa his-tória de ano sabático. Para eles, o programa, que terá sua última edição ao vivo dia 21, acabou e pronto. Em todo caso, a versão da emissora é outra e só resta aguardar.

MúsicaO canal Viva preparou uma

programação musical espe-

cial para o fi m de ano. No dia 23, a emissora exibe um show dos “Três Tenores” José Carreras, Plácido Domingo e Luciano Pavarotti. No dia 24, vai ao ar uma apresentação de Michael Bublé. O destaque do dia 30 fi ca por conta de Andrea Bocelli, que, em 2011, em Nova York estrelou um concerto com as participações de Celine Dion, Tony Bennett, Bryn Terfel, Chris Botti, Da-vid Foster, Andrea Griminelli, Nicola Benedetti, Anna Maria Martinez e Pretty Yende.

Aguardando estreiaO longa “Mais forte que

o mundo”, sobre a trajetória de José Aldo e protagonizado por José Loreto, chegará aos

cinemas no primeiro semestre de 2016. A ideia é lançar num período que não sofra tanto a concorrência de produções norte-americanas.

Sai pra láEm relação ao desejo da

Record em fazer um remake de “Pai Herói” baseado na radio-novela “Um Estranho na Terra de Ninguém”, na qual Janete Clair se baseou para escrever o folhetim, duas informações: a primeira, é que a Globo renovou seu domínio sobre o título, portanto, a concorrente não poderá fazer uso dele. E a segunda, os direitos da novela de Janete Clair, exibida em 1979, permanecem com a emissora carioca.

Bate – Rebate• A Endemol, além do quadro

dos gordinhos, tenta emplacar um outro formato de reality na Record...

• ...Por enquanto, silêncio so-bre o assunto.

• A Conspiração vai fazer a terceira temporada do “Adota-da” na MTV...

• ...Ocupa um espaço que foi da produtora Formata.

• Neto conversa com o cantor Daniel no programa “Baita Ami-gos”, amanhã, no BandSports.

• Lázaro Ramos está inves-tindo também no trabalho de roteirista...

• ...Ele escreveu um episódio de “Mister Brau” e ganhou elo-gios da equipe de roteiristas do programa.

• Programa da Renata Fan, “Jogo Aberto”, poderá apresen-tar uma ou duas mudanças na equipe de vídeo, para 2016...

• ...Contratos estão sendo discutidos.

Novo modelo de negócio com autores

JOÃO

CO

TTA/

GLO

BO

Com apresentação de Gugu Liberato e Sabrina Sato, a Record grava nesta segunda o especial “Amigo Secreto” para exibição dia 22, às 22h30. Uma gravação que promete, afinal, o que tem de apresen-tador se estranhando, na casa, é uma grandeza. Resta saber como vão administrar essa confusão toda e se os prin-cipais nomes irão participar.

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

Vida que segueVice-campeão da

“Dança dos Famo-sos”, Arthur Aguiar faz primeira ima-gem caracterizado como Osório, em “Êta Mundo Bom!”, próxima novela das 18h da Globo. Na história de Walcyr Carrasco que se passa nos anos 1940, o persona-gem mora na pensão de Camélia (Ana Lúcia Torre) e se apaixona pela neta dela, Gerusa (Giovanna Grigio), que sofre de uma doença misteriosa. Uma trama com requintes de “A culpa é das estrelas”.

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

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Canal 1

Em outubro do ano passado, foi des-tacado neste espaço que a forma de administrar o negócio televisão obedeceu transformações importantes. Entende-se que, nos dias atuais, não há mais a me-nor condição de pagar uma fortuna, para esse pessoal fi car dois ou até três anos fora da grade de programação. Essa nova ordem, segundo se comenta nas principais redes, valerá inclusive para as chamadas “grandes cabeças” da nossa TV.

Márcio Braz

ator, diretor e cientista social

Depois de um curto período de de-sarticulação, o Fórum do Audiovisual do Amazonas realiza, de 9 a 16 deste mês, a I Mostra do Cinema Amazonense, com fi lmes de diferentes durações, todos produzidos por artistas locais, naturais ou não. Até a escrita deste artigo foram dois dias de exibições seguidas de deba-tes, além de palestras, análises fílmicas e ofi cinas de capacitação. Há algum tempo não vemos reunidas as produções de fi lmes regionais, fora do âmbito das universidades, de modo que pudéssemos ter uma ideia, ainda que vaga, das condições de produção e dos caminhos estéticos trilhados pelos realizadores amazonenses e, o que podemos notar, é que houve um avanço signifi cativo no que diz respeito ao perfi l de produção, que se desenha mais profi ssional, em todas as suas etapas.

Do ponto de vista estético, a fotografi a e o roteiro dos fi lmes se destacam. O pri-meiro é composto por traços refi nados, sinuosos, poéticos e embasados retra-tando a atmosfera do fi lme sem os vícios e reducionismos de outrora (produções de dez anos atrás) fazendo o bom uso das qualidades da câmera. Os roteiros têm se apresentado de forma criativa, embora em alguns casos, percebo que a trama e a linguagem adotada para conduzi-las tem tido atropelos, talvez por conta da duração dos fi lmes – a maioria são curtas ou médias – onde em muitos casos, vide o depoimento de vários cineastas, para atender aos ob-jetivos dos editais, partes signifi cativas do fi lme são cortadas – ou preenchidas, a famosa “encheção de linguiça”.

Mas há outros fi lmes em que o roteiro não consegue dar espaço para que as personagens se desenvolvam tornando o conjunto inverossímil do ponto de vista narrativo. Em “O Compromisso”, por exemplo, fi lme dirigido por Max Michel, tive a impressão de que todo o mote da ação deveria girar sob a garota e não sob o namorado (noivo, fi cante, paquera et cetera) de modo

que, assim, pudéssemos compreender o desfecho da história (suicídio? Por quê?). São dispensáveis os planos que mostram a preparação do namorado para o encontro, assim como a câmera que passeia pelo seu quarto como se isto contribuísse para a trama.

Em “Os Monstros”, dirigido por Ber-nardo Ale Abinader, enquadrado nos chamados fi lmes “DR” (Discussão de Relação), termo cunhado por Arnaldo Jabor, autor da pavorosa peça teatral “Eu sei que vou te amar” e do fi lme de mesmo nome, igualmente chato e cheio de fetiches visuais, um casal discute o vivido e o que se deixou de viver de sua relação, através da verbalização de suas lembranças e sensações. A falha tam-bém é de roteiro, pois não chegamos a compreender o porquê da explosão fi nal das personagens, uma vez que não fomos conduzidos dramaticamente para tal.

Não posso deixar de mencionar, por outro lado, “Aquário” dirigido por Cris-tiane Garcia. Este é o exemplo do corte profi ssional a que venho me referindo neste e em outros artigos – assim como “A Floresta de Jonathas”, de Sérgio Andrade. Não estamos diante de um pieguismo malsão ou de uma obra pu-ramente de deleite; Garcia sempre quis e quer mais com seu cinema, marcado pelo rigor estético, pelo traço tênue da fotografi a e por atores que alcançam bons momentos, com destaque especial para Paulo Queiroz que não conduz a personagem para o melodrama, arma-dilha para um ator desatento. O aquário “rosebudiano” surge como elemento fulcral, ao contrário de outros fi lmes da programação, cujos objetos dispostos carecem de contribuição simbólica, pois são fugidios e decorativos.

No mais, as produções locais nos mostram um grupo de cineastas, atores e técnicos de grande talento. Foram apresentados fi lmes que, sem dúvida, nos afetam de forma positiva, legado que faria o saudoso Narciso Lôbo en-rubescer de orgulho.

Um cinema de heranç[email protected]

Márcio Braz

Há algum tempo não vemos reunidas as produções de fi lmes regionais, fora do âmbito das universidades, de modo que pudéssemos ter uma ideia, ainda que vaga, das condições de produção e dos caminhos estéticos trilhados pelos realizadores amazonenses”

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

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ULG

AÇÃO

Roberto Cabrini lidera reportagens investigativas em “Conexão Repórter”

SBT GLOBO3H45 JORNAL DA SEMANA SBT

5H BRASIL CAMINHONEIRO

5H30 TURISMO & AVENTURA

6H15 ACELERADOS

7H CHAVES

9H15 PEQUENOS CAMPEÕES

10H MUNDO DISNEY

11H DOMINGO LEGAL

13H ELIANA

17H RODA A RODA JEQUITI

17H45 SORTEIO DA TELESENA

18H PROGRAMA SILVIO SANTOS

22H CONEXÃO REPÓRTER

23H SÉRIE: ARQUEIRO

0H15 SÉRIE: TRUE BLOOD

1H BIG BANG

2H30 IGREJA UNIVERSAL

BAND

5H30 IGREJA INT. DA GRAÇA

9H TV KIDS

9H30 PROGRAMA AD & D

10H IGREJA DA GRAÇA

11H FIQUE LIGADO

12H EN CIRCUITO

13H30 TV KIDS

14H TE PEGUEI

14H30 SENSACIONAL

16H PROGRAMA VIAGEM CUL�

TURAL

16H30 CHEGA MAIS

18H ENCRENCA

20H30 TE PEGUEI NA TV

21H45 MEGA SENHA � REPRISE

22H45 OPERAÇÃO DE RISCO �

REPRISE

23H30 LUTA TRIBAL

0H30 BOLA NA REDE

1H30 IGREJA INT. DA GRAÇA

4H DRAGON BALL Z KAI6H SANTA MISSA NO SEU LAR7H DRAGON BALL Z KAI8H30 QUAL É O DESAFIO?9H45 VERDADE E VIDA10H PÉ NA ESTRADA10H30 PAGUE MENOS SEMPRE BEM11H BAND ESPORTE CLUBE12H COPA PETROBRAS DE MAR�CAS � AO VIVO � ETAPA DE INTER�LAGOS/SP13H MUNDIALITO DE CLUBES BE�ACH SOCCER � AO VIVO � FINAL14H15 GOL: O GRANDE MOMEN�TO DO FUTEBOL14H45 COPA CAIXA: TORNEIO INTERNACIONAL DE FUTEBOL FEMININO � BRASIL X MÉXICO16H50 3º TEMPO18H40 SABE OU NÃO SABE19H40 SÓ RISOS20H40 SÓ RISOS � EXTRA21H20 PÂNICO NA BAND0H15 CANAL LIVRE1H15 WENDELL & VINNIE1H45 EI ARNOLD!2H05 IGREJA UNIVERSAL

5H10 SANTA MISSA

6H11 AMAZÔNIA RURAL

6H39 PEQUENAS EMPRESAS, GRANDES

NEGÓCIOS

7H14 GLOBO RURAL

8H12 AUTO ESPORTE

8H45 ESPORTE ESPETACULAR

11H55 ESQUENTA

13H25 ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUN�

DO � NOVA GERAÇÃO ©ESTREIAª

14H17 TEMPERATURA MÁXIMA. FILME: HO�

MEM�ARANHA 2

16H31 DOMINGÃO DO FAUSTÃO ©MELHORES

DO ANOª

20H FANTÁSTICO

22H18 DOMINGO MAIOR. FILME: 007 �

QUANTUM OF SOLACE

0H10 ENCERRAMENTO PREVISTO ©MANU�

TENÇÃO MENSALª

Programação de TV

Star Wars – O Despertar da Força: EUA. 12 anos. No sexto capítulo da franquia, Star Wars: Episódio VI - O Retorno de Jedi (1983), Luke Skywalker (Mark Hamill) consegue fazer com que Darth Vader encontre o seu lado bom e elimine o Imperador Palpatine na segunda Estrela da Morte. Trinta anos se passam e Luke volta a unir forças com Princesa Leia (Carrie Fisher), Han Solo (Harrison Ford), Chewbacca (Peter Mayhew) e os robôs C-3PO (Anthony Daniels) e R2-D2 (Kenny Baker) para uma nova aventura espacial na disputa pela Força. Cinemark 4 – 00h01 (3D/dub/somente quarta-feira).

ÁRIES - 21/3 a 19/4Se você acalentava uma visão er-roneamente positiva a respeito de algum lado de sua personalidade, isto hoje vem por água abaixo. Uma autodesilusão pode acontecer.

TOURO - 20/4 a 20/5Sua relação com o prazer sensual está sendo refi nada. Seus afetos não podem se realizar como gos-taria. Risco de perdas materiais ao teimar impor suas vontades.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 As relações sociais e fi nanceiras lhe reservam uma mudança difícil de ser aceita. As amizades e as reações

instintivas estão em momento de transformação.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 As ilusões que você pudesse ali-mentar no trabalho serão trans-fi guradas pelo aspecto de Plutão e Vênus. Momento para olhar de perto a realidade que vive neste âmbito.

LEÃO - 23/7 a 22/8As questões que envolvam amigos e dinheiro provocam confl itos e prejuízos, a você ou a eles. O cultivo intelectual tende a ser interrom-pido bruscamente por urgências práticas.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Momento de confronto com auto-ridades no trabalho. Talvez você use de sua autoridade de modo inconveniente. Sentimentos for-tes mudam a frágil harmonia de suas relações.

LIBRA - 23/9 a 22/10O momento requer uma revisão de seu planejamento, nos as-suntos materiais. É preciso que a relação a dois coloque os pés no chão, para evitar que vocês se desiludam.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Vênus sob forte aspecto com

Plutão indica mudança impres-cindível na atitude diante do trabalho e do conforto material. Não tente idealizar condições que você não tem.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12Você vive momento de conflito no amor, pela distância entre seus sentimentos e a condição concreta com a pessoa amada. Idealizar a beleza não a torna mais possível.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1Não se iluda quanto a certas conquistas. Uma forte ansieda-de ou uma inquietação, como

se nada lhe agradasse ou fosse satisfatório, toma conta de você neste dia.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2Mesmo os obstáculos mais di-fíceis de lidar trabalham para refinar seus sentimentos e afe-tos. Momento para você aprender sobre a comunicação e a troca com as pessoas.

PEIXES - 19/2 a 20/3Seu gosto pessoal com relação a objetos e bens materiais será contrariado. Você terá que se adequar a situações contrárias à sua vontade pessoal.

CruzadinhasCinema

Horóscopo

PR�ESTREIA

ESTREIAS

CONTINUAÇÕES

No Coração do Mar: EUA. 14 anos. No inverno de 1820, o barco baleeiro da Nova Inglaterra Essex foi atacado por algo em que ninguém

podia acreditar: uma baleia de imenso tamanho e determinação, e um sentido de vingança quase humano. O desastre marítimo que ocorreu na vida real inspiraria Melville a escrever Moby-Dick. En-tretanto, o livro contou apenas metade da história. Heart of the Sea revela as terríveis consequências do encontro, à medida que a tripulação sobrevivente do barco é levada aos seus limites e forçada a fazer o impensável para permanecer viva. Enfrentando tempestades, fome, pânico e desespero, os homens serão levados a questionar suas crenças mais profundas, do valor de suas vidas à moralidade de sua atividade, enquanto seu capitão busca orientação no mar aberto e seu primeiro suboficial ainda tenta derrotar a grande baleia. Kinoplex 3 – 16h15, 18h50, 21h35 (3D/dub/diariamente), 13h45 (3D/dub/somente sábado e domingo), 16h15, 18h50 (3D/dub/diariamente), 21h25 (leg/diariamente).

Bem Casados: BRA. 10 anos. Cinemark 5 – 12h40 (exceto terça-feira), 14h50, 17h30, 19h50, 22h (diariamente); Kinoplex 2 – 15h, 16h55,

18h55, 20h55 (diariamente).

Victor Frankestein: EUA. 12 anos. Kinoplex 1 – 16h45, 19h05, 21h25 (dub/diariamente).Jogos Vorazes: A Esperança – O Final: EUA. 14 anos. Cinemark 1 – 12h (3D/dub/exceto terça-feira), 15h10,

18h25, 21h30 (3D/dub/diariamente), Cinemark 2 – 20h30 (dub/exceto quarta-feira); Kinoplex 5 – 15h10, 18h, 20h50 (3D/dub/diariamente).

O Reino Gelado 2: RUS. Livre. Cinemark 2 – 14h, 16h (dub/diariamente); Kinoplex 4 – 14h45 (dub/diariamente).O Último Caçador de Bruxas: EUA. 14 anos. Cinemark 2 – 18h (dub/diariamente); Kinoplex 4 – 16h45, 19h10,

21h35 (dub/diariamente).

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015D7Plateia

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Guto Oliveira

O relator geral do Orça-mento da União para 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), oficializou que manterá a proposta de corte de R$ 10 bilhões dos recursos que serão destinados ao Bolsa Família no próximo ano em seu parecer final. De acordo com o depu-tado, o corte não prejudicará os beneficiários do programa, mas o governo já se declarou contra a proposta.

O corte representa 35% dos R$ 28,2 bilhões que haviam sido estimados inicialmente. Dessa forma, o programa terá um orçamento de R$ 18,2 bilhões para o próximo ano. A econo-mia é feita para que o governo cumpra a meta de superavit de 0,7% do PIB para o ano que vem.

***

A mantenedora do Grupo Literatus, Elaine Saldanha, foi empossada como presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM), na sede da entidade. Durante a solenida-de, ela destacou a importância da união das instituições par-ticulares em prol da categoria.

***

O Governo do Estado enca-minhou à Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) mensa-gem com o Projeto de Lei que institui o Fundo Estadual de Segurança Pública (Fesp-AM). A medida segue tendência que já

vem sendo adotada na maioria dos Estados da federação, de criação de um fundo para capta-ção de recursos que possam ser usados no custeio e investimento dos órgãos de Segurança Públi-ca. Também foi encaminhado, na mesma ocasião, o PL para criação, nos mesmos moldes, do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (Funesbom).

***

Os boatos sobre o fechamen-to da Lanvin no Brasil circulam faz tempo – há mais de um ano! Mas agora, após baque da saída do estilista Alber Elbaz, a notícia ruim é que o boato fi nalmente se confi rmou. Os clientes da marca

receberam um e-mail bem simples agradecendo e informando que a loja do JK Iguatemi (a única da marca no país) só fi ca aberta até dia 31/12. Ele conclui convidando a continuar comprando Lanvin nas lojas de Miami, NY e Paris. Uma pena.

***O ministro Edson Fachin, do

Supremo Tribunal Federal (STF), ne-gou pedido do presidente da Câma-ra dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff volte a tramitar. Com a decisão, o ministro reafi rmou que a Corte vai julgar na próxima quarta-feira (16) a legalidade da Lei 1079/50, que defi ne as regras do procedimento de impeachment.

As especulações talvez não tivessem prevalecido se os

investigadores tivessem se dado ao trabalho de me ouvir”

Marcelo Odebrecht

***

E a nova parceria de Pedro Lourenço com a Nike que acaba de chegar nas lojas surpreende: é uma versão do Nike Air Ri® ! Sabe aquele tênis, pra alguns bem polêmico, que tem separação pro dedão e os outros dedos, e que é tão leve que parece uma sapatilha? Pois bem: a versão de Pedro é toda branca, que combina com a tendência de tênis brancos do momento. Mas, segundo ele, é uma homenagem à nossa tradição de se vestir de branco no Réveillon!

***

Grupos anti-Dilma em Manaus, que apoiam o impeachment da presidente, se articulam nas redes sociais e em grupos de WhatsApps chamando a população para aderir a um grande ato hoje. Ao mesmo tempo, apoiadores da presidente que se posicionam contrários ao que classifi cam de “golpe”, articulam um protesto para o próximo dia 16.

A loja SCA foi o cenário escolhido

pelo artista plásti-co Arnaldo Gargcez, para a mostra “Es-sência da Cor” com curadoria da arqui-

teta Sihame Cruz. As obras inspiradas no

cotidiano, com cores intensas e movimen-

to. Na foto, Gisela Bolognese e Monica Mello foram conferir

a exposição.

Arte

CAUA

Mostra destaca fi lmes sobre direitos humanosA partir de amanhã, Ma-

naus receberá a 10ª edição da Mostra Cinema e Di-reitos Humanos no Mun-do. São mais de 45 filmes que serão exibidos por todo país nas principais capitais brasileiras. Em Manaus, as sessões serão realizadas até o próximo dia 19, no Centro de Artes da Uni-versidade Federal do Ama-zonas (Caua-Ufam). Estão incluídos filmes com temá-ticas ligadas a diversidade, a escravidão, formas de violência social e repressão política. A mostra está divi-dida na exibição de filmes em quatro categorias: Mos-tra Panorama, Crianças e Adolescente, Homenagem e Acessibilidade.

A proposta da mostra é contribuir, por meio do ci-nema, para o desenvolvi-mento de uma sociedade baseada nos princípios da democracia, da cidadania e da justiça social. Criada em 2006, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a iniciativa busca despertar no público o exercício da solidariedade e do respeito à diversidade.

Este ano, entre os des-

taques estão “Betinho – A esperança equilibrista”, “500 – Os bebês roubados pela ditadura argentina” e “Encantados”. A progra-mação completa está no site http://mostracinema-edireitoshumanos.sdh.gov.br/2015/programacao/.

A Mostra Cinema e Direi-tos Humanos no Mundo é uma realização da Secre-taria Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres e da Igualdade Racial em parceria com o Ministério da Cultura.

Em Manaus, a produção local é da empresa cine-matográfica Amazon Film, com apoio do Centro de Ar-tes da Universidade Federal do Amazonas e Secretaria de Estado de Justiça e Ci-dadania.

DIV

ULG

AÇÃO

“Betinho - A esperança equilibrista” está entre os destaques

SERVIÇO

ONDE: Centro de Artes da Ufam (rua Monsenhor Coutinho, 724, Centro)QUANDO: de 14 a 19/12Informações: 3305-5150

MOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

Victor e Sihame Simões, na exposição de Arnaldo Gargcez na loja SCA

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