em Saúde - Divis??o de Processamento de Imagens · Biológicos – o agente ... fontes de infos:...
Transcript of em Saúde - Divis??o de Processamento de Imagens · Biológicos – o agente ... fontes de infos:...
Aplicações do Sensoriamento Remotoem Saúde:
estado da arte e necessidades brasileiras
Virginia Ragoni de Moraes Correia([email protected])
Marilia Sá Carvalho([email protected])
Paulo Chagastelli Sabroza([email protected])
Escola Nacional de Saúde PúblicaFundação Oswaldo Cruz
Ou:A arte da construção de parcerias
Escola Nacional de Saúde PúblicaFundação Oswaldo Cruz
Inter e transdisciplinariedade
Introdução
� Em 1970, Cline escreve o artigo “Neweyes for epidemiologists: aerialphotography and other remote sensingtechniques”, sugerindo que o SRtambém era aplicável ao monitoramentodos surtos de doenças (Am J Epidemiol 1970
Aug;92(2):85-9).
Uso de imagens SR: por que?
� A prática de vigilância epidemiológica estácentrada no diagnóstico, notificação einvestigação de casos de doençasespecíficas.
� Limitações do modelo:� Doenças emergentes� Aspectos ambientais� Nenhuma abordagem geográfica
Uso de imagens SR: por que?
� A vigilância, e portanto a possibilidadede controle, centrada apenas naidentificação de casos humanos, emboraem muitas situações possa ser a únicapossível, é limitada.
Vigilância ambiental
� Transferir a vigilância dos problemas desaúde aos processos anteriores àocorrência de casos humanos.
� Monitorar:� Fatores de risco em grupos humanos;� Circulação dos parasitas e populações de
animais reservatórios;� Vetores.
� Em unidade territorial definida
Definições
� Reservatório: habitat de um agenteinfeccioso, no qual este vive, cresce e semultiplica:� Humano;� Animais (malária, leishmaniose, dengue);� Ambiente (legionelose, paracoccidioides).
� Fonte de infecção: responsável eventualpela transmissão.
Definições
� Transmissão:� Direta – contato físico ou secreções (espirro)� Indireta – por veículo inanimado ou vetores
� Vetores:� Mecânicos – acidental (mosca)� Biológicos – o agente desenvolve uma fase
do seu ciclo biológico no vetor.
Fatores de risco empopulações humanas
� O ciclo de transmissão se fecha quandoo agente encontra hospedeiro suscetível
� Populações suscetíveis – onde deve seconcentrar a vigilância:� Migração – assentamentos rurais, periferias
urbanas� Trabalho – garimpo
Circulação de parasitas ehospedeiros
� Presença de hospedeiro – indica
suscetibilidade à colonização.
� Vetores dependem de ambiente
específico.
Território
� Tradicionalmente utiliza-se dadosconsolidados por grandes áreas político-administrativas - municípios ou bairros:� O mosquito municipal
� O ecosistema
Território
� Mesmo em quando utilizando áreas
pequenas (setores censitários) não há
informação ambiental
� O agente de saúde do PSF deve ter
“visão ambiental”: como???
Uso de imagens SR: vantagens
� Resolução espacial e temporal:� Escala desejável no espaço deve ser definida
para cada problema: compromisso entre altaresolução temporal (NOAA) e alta resoluçãoespacial (SPOT)
� Escala no tempo idem:� Sazonalidade,� Alterações naturais,� Alterações causadas por populações humanas
� Resolução espectral
Uso de imagens SR: vantagens
� Informações atualizadas
� Disponíveis (custo?)
� Facilidade de integração eprocessamento
� Visão panorâmica
� Série histórica
Algumas restrições
� Cobertura de nuvens e ruídos:� dificuldade em algumas épocas e locais
� Programas de processamento:� Custo e difusão da tecnologia
� Integração SIG, estatística, ainda poucoamistosa
� Capacitação do setor saúde
Informações de SRrelacionadas às endemias
� Tipo de vegetação e tipo de culturaagrícola:� habitat de vetores e reservatórios� fonte de alimentação e áreas de repouso
� Crescimento da vegetação:� relacionado a chuvas� formação de habitat� movimento de reservatórios, vetores e
hospedeiros
Informações de SRrelacionadas às endemias
� Ecótonos:� Zona de contato ou transição entre duas
formações vegetais com característicasdistintas
� Áreas de contato entre homem e vetores
� Água permanente:� Habitat de larvas e caramujos
Informações de SRrelacionadas às endemias
� Desmatamentos:� Assentamentos novos em áreas endêmicas� Migração de reservatórios infectados à procura
de novos habitats� Colonização de áreas receptivas por população
infectada
� Características urbanas:� habitat de artrópodes urbanos� tipo e qualidade das habitações
Revisão Bibliográfica (1996-2002)
25%
7%
9%12%
29%
18%
Esquistossomose
Malaria
Tripanossomíase
Lyme
Leishmaniose
Outros
Outros : Bartonelose, Cólera, Dracunculíase, Ébola, EEE,Fasciolose, Febre do Vale, Febre Q, Filariose, Hantavirus, RRV
Total de artigos: 57
Revisão Bibliográfica (1996-2002)
115Tripanossomíase
568Malária
32Lyme
22Leishmaniose
3Hantavirus
2Fasciolose
3 7Esquistossomose
SPOTLANDSATNOAADoença
Revisão Bibliográfica
� Principais Revistas Saúde:-Acta Trop-Adv Parasitol-Am J Epidemiol-Am J Trop Med Hyg-Emerging Infectious Diseases-Env Health Perspect-Env Monit Assess-Journal Vector Ecology
� Revistas SR: -Int J Remote Sensing -Photogrammetric Engineering & Remote Sensing
-Kobe J Med Sci -Med Vet Entomol -Mem Inst Oswaldo Cruz -Parasite -Parasitology Today -Trans R Soc Trop Med Hyg -Trop Med and Int Health - Revista de Saúde Pública - Cadernos de Saúde Pública
Doença de Chagas
Tipo devegetação
Florestas depalmáceas
Áreas de extração defolhas de palma na
Amazônia
Silvestre
Distância dascasas emrelação àvegetação
naturalAfloramentos
rochosos
Região seca,pedregosa e com
abrigos de animaisdomésticos em
regimesemi-extensivo
Áreas de agriculturatradicional do
semi-árido
Peri-domiciliar
Padrão deocupação do
terreno
Habitações precárias
Cidades pequenas enúcleos de
assentamento rural,com domicílios
precários
Domiciliar
Fatores SRO que mapearÁreas de RiscoPadrão
Esquistossomose
� Expansãourbana emregiõesagrícolas
� Coleçõeshídricaspermanentescom vegetaçãonatural
Coleçõeshídricas emperiferias
urbanas e áreasagrícolas semsaneamento
(cruzar com outrasfontes de infos:
censo demográfico,agropecuário)
� Núcleos urbanos emáreas agrícolas:
� pequeno ou médioporte;
� coleções hídricaspermanentesutilizadas ematividadesdomésticas e delazer;
� contaminação porfezes humanas.
Peri-urbano
Fatores SRO que mapearÁreas de RiscoPadrão
Febre Amarela
Desmatamento
Vegetação
Marcadores de
pressão antrópicaem áreas com
coberturaflorestal
Áreas dedesmatamento e
vias depenetração nas
florestas
Matas ciliares
Núcleos
habitacionais naproximidade de
florestas
Áreas com atividadesextrativas na floresta
amazônica
Frentes agrícolaspioneiras
Ecotónos comocupações humanas
próximas de florestaspreservadas
Silvestre e
Peri-urbano
Fatores SRO que mapearÁreas de RiscoPadrão
Leishmaniose Visceral
Características dascasas e terrenos do
espaço urbano
Limites das cidades edistância da vegetação
natural
Posição dos domicíliosem relação aos
afloramentos rochosos
Efeitos de variaçõesclimáticas na
vegetação
Organização eexpansão do espaço
urbano
Habitat nas cidadese arredores capazes
de sustentar areprodução dosreservatórios
Aglomerados
humanosencontrados em
boqueirões de serrano interior da
caatinga
Fronteira daexpansão
territorial damalha urbana
Vilas e pequenascidades na região
do semi-áridoonde há grandesdensidades do
vetor
Urbana
e
Rural
Fatores SRO que mapearÁreas de RiscoPadrão
Leishmaniose Tegumentar
� Áreas de uso agrícola intercaladas com matas secundárias ecapoeiras
� Novos conjuntos habitacionais no limite cidade/floresta(Padrão Manaus)
� Focos de transmissão nos limites entre áreas urbanizadas eáreas de preservação ambiental (Padrão RJ)
Mosaico rural
ExpansãoUrbana
Áreas de RiscoPadrão
Desmatamento� Áreas recentes de
pressão antrópica emflorestas tropicais
Florestastropicais
Silvestre
Fatores SRO que mapearÁreas deRisco
Padrão
�Novos assentamentos rurais�Abertura de estradas�Diferentes tipos de uso do solo �Tipos de vegetação �Proximidade das casas em relação a
mata �Caminhos utilizados pela população�Desmatamento �Novas construções �Tipo de vegetação natural �Padrão de distribuição das casas nas
áreas de transição �Diferentes tipos de cultivos nas áreas
de transição �Variação na cobertura vegetal
�Casas e população em áreas derisco (AR)
�Expansão populacional para AR �Trajetos dentro da AR�Localização dos novos conjuntos
habitacionais�Distância das casas à floresta� Áreas de preservação ambiental
nos espaços urbano�Novos pólos de atração de
população urbana junto à áreaspreservadas
�Ecótonos com característicasrurais entre as áreas urbanizadas ede preservação ambiental
Fatores SRO que mapear
Leishmaniose Tegumentar
Leptospirose
Etapa do ciclo decultivo de arroz
comamadurecimento
de sementes
Plantações dearroz irrigado por
alagamento
Culturas agrícolas decereais em áreas
alagadas Rural
Áreas inundadasem centros
urbanos
Adensamento dehabitações
precárias emáreas de baixa
declividade(outras fontes)
� Áreas urbanas comsaneamento precário
� alta densidade dehabitantes e roedores
� sujeita a inundaçõesocasionais
Urbano
Fatores SRO que mapearÁreas de RiscoPadrão
Malária
� Desmatamento� Expansão da
malha urbana� Abertura de
estradas� Novas clareiras e
assentamentos nafloresta
� Novosassentamentosrurais
� Canteiros deobras na floresta
� Garimpos ematividade
� Projetos decolonização agrícola
� Projetos dedesenvolvimentoeconômico
� Áreas de extraçãomanual de minério
Frentespioneiras
Coleções hídricascom água limpa e
vegetação nasmargens em áreas
habitadas
� Criadouros devetores em áreasurbanas
� Áreas deexpansão urbana
Área de expansãourbana com
infraestrutura precáriae presença de
criadouros do vetor
Urbano
Fatores SRO que mapearÁreas de RiscoPadrão
Outras possibilidades
� Qualidade da informação geográficapara modelagem
� “Mapear” áreas precárias:� Leptospirose na Bahia – Ikonos
� Integração SIG e Programa de Saúde daFamília – piloto em Jaú/Caruaru
� Identificar centróides populacionais emsetores censitários (Rio de Janeiro)
Benefícios para a Epidemiologia� Ampliar o conhecimento sobre: habitat, parasitas,
reservatórios, vetores e hospedeiros
� Conhecimento da biogeocenose (unidade de naturezaativa que combina ambientes abióticos e comunidade bióticas,
com os quais interagem) das áreas endêmicas
� Identificar alterações no ambiente que propiciameclosão de epidemias
� Vigilância no tempo e espaço, em diversas escalas.
� Otimizar recursos disponíveis para áreas prioritárias.
O que precisamos
� Nós epidemiologistas precisamos:� Aprender a explorar o potencial do SR para
obtenção de informação qualificada
� A partir disso, definir, em conjunto com osespecialistas em SR, que variáveis ambientaissão de interesse e podem ser colhidas
� Buscar uma política de acesso às imagens porum custo razoável
O que precisamos
� Os especialistas em SR precisam aprenderalgo da epidemiologia das doenças para“pensar” formas de identificar osambientes receptivos
� Desenvolver ambientes mais amistosospara tratamento da imagem