Em Porto Alegre, o maior evento de Cardiologia do...

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JORNAL SBC - NOV/DEZ 2005 5 D e 17 a 21 de setembro, o Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, foi palco do 60º Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o maior evento do setor, que trouxe ao Rio Grande do Sul mais de 5.600 especialistas do Brasil e de outros países (93, sendo 84 de Portugal), com des- taque para 26 conferencistas dos Estados Unidos, Itália, França, Canadá, Venezuela, Portugal e Argentina, todos eles mundialmen- te reconhecidos por pesquisas ou conheci- mento específico de ponta, e que compare- ceram por indicação e suporte de suas Socie- dades Nacionais em um modelo de intercâm- bio formatado pelo Presidente da SBC, Anto- nio Felipe Simão. Os acompanhantes, em número de 2.240 (40%), e mais de 500 funcionários das 100 empresas expositoras, completaram o número de pessoas participantes do con- gresso, o que, aliado ao pessoal que traba- lhou no evento (emprego temporário), cerca de 2.500 (segurança, limpeza, montadoras, transporte, recepcionistas etc.), movimentou financeiramente para a cidade de Porto Ale- gre e outras cidades da Serra Gaúcha mais de R$ 12 milhões (hotelaria, restaurantes, compras diversas etc.). O programa envolveu 556 palestrantes nacionais e foi desenvolvido em 22 salas ci- entíficas, funcionando simultaneamente (das 22 salas, 3 com tradução simultânea), sem que fosse necessária a construção temporá- ria de anfiteatros pela SBC. As inovações na programação foram as sessões especiais baseadas nas sugestões da comunidade vindas por meio da internet, dos departamentos e Diretoria da SBC, cumprindo uma relação de intercâmbio internacional. Outra novidade foi a apresentação dos temas livres selecionados em forma exclusivamente oral. O grande sucesso, contudo, ficou com a atividade didática lúdica – cardiologia é o li- mite, que, ao que parece, veio para ficar –, assim como os highlights, sessões especiais nas quais se resumiu o “estado da arte” de cada setor da Cardiologia, permitindo aos colegas receberem numa única sessão todos Em Porto Alegre, o maior evento de Cardiologia do Brasil os dados sobre os grandes congressos inter- nacionais e as apresentações do próprio con- gresso da SBC do ano em curso. Durante o evento a SBC primou na divul- gação dos fatores de risco para o coração, divulgando o “Atlas Corações do Brasil”, em um considerável número de inserções na mídia local e nacional. Como destaque espe- cial registra-se a participação da Rede Vida, que transmitiu ao vivo várias atividades do congresso, incluindo a concorrida sessão de abertura e a missa do coração, com a parti- cipação do padre Marcelo Rossi. Iran Castro Presidente do 60 o Congresso da SBC e-mail: [email protected] Iran Castro, Presidente do 60 o Congresso da SBC. A evolução da ciência é um dos de- safios da sociedade moderna que busca novos conhecimentos como substrato para o bem-estar da população. Nesse ce- nário, durante cinco dias, o Rio Grande do Sul foi sede de uma sociedade de especia- listas cujos objetivos incluíram, entre ou- tros, o aprendizado e a possibilidade de debates esclarecedores. Para tal, foi im- portante a convocação de pesquisadores nacionais e internacionais como resultado do consenso dos departamentos da Socie- dade Brasileira de Cardiologia e da Comis- são Científica, composta de profissionais de 60 o Congresso SBC reconhecido saber nas diferentes áreas de cardiologia. O conteúdo programático per- mitiu exposições nas áreas de pesquisa bási- ca, métodos diagnósticos e terapêuticos, sem esquecer o “mundo real” da prática clínica diária. Os debates tornaram-se mais freqüen- tes, aproximando os apresentadores da pla- téia nas sessões especiais, uma inovação bem-sucedida com perspectivas de ser mantida nos congressos futuros. Não estamos distantes do “congresso ideal” e, dificilmente, iremos contemplar as necessidades de todos os congressistas. A inovação será uma constante e o produto final dependerá da evolução da ciência. O congressista é prático, buscando informa- ções, transferindo o saber para a prática médica e, conseqüentemente, benefician- do a população. E o modelo adotado pela diretoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia e pelo presidente do congresso confirmou que nada vence o trabalho. Dikran Armaganijan Diretor Científico da SBC e-mail: [email protected] JORNAL SBC 72.p65 9/12/2005, 12:13 5

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JORNAL SBC - NOV/DEZ 2005 5

De 17 a 21 de setembro, o Centro deEventos FIERGS, em Porto Alegre,

foi palco do 60º Congresso da SociedadeBrasileira de Cardiologia, o maior evento dosetor, que trouxe ao Rio Grande do Sul maisde 5.600 especialistas do Brasil e de outrospaíses (93, sendo 84 de Portugal), com des-taque para 26 conferencistas dos EstadosUnidos, Itália, França, Canadá, Venezuela,Portugal e Argentina, todos eles mundialmen-te reconhecidos por pesquisas ou conheci-mento específico de ponta, e que compare-ceram por indicação e suporte de suas Socie-dades Nacionais em um modelo de intercâm-bio formatado pelo Presidente da SBC, Anto-nio Felipe Simão.

Os acompanhantes, em número de2.240 (40%), e mais de 500 funcionáriosdas 100 empresas expositoras, completaramo número de pessoas participantes do con-gresso, o que, aliado ao pessoal que traba-lhou no evento (emprego temporário), cercade 2.500 (segurança, limpeza, montadoras,transporte, recepcionistas etc.), movimentoufinanceiramente para a cidade de Porto Ale-gre e outras cidades da Serra Gaúcha maisde R$ 12 milhões (hotelaria, restaurantes,compras diversas etc.).

O programa envolveu 556 palestrantesnacionais e foi desenvolvido em 22 salas ci-entíficas, funcionando simultaneamente (das22 salas, 3 com tradução simultânea), semque fosse necessária a construção temporá-ria de anfiteatros pela SBC.

As inovações na programação foram assessões especiais baseadas nas sugestões dacomunidade vindas por meio da internet, dosdepartamentos e Diretoria da SBC, cumprindouma relação de intercâmbio internacional.Outra novidade foi a apresentação dos temaslivres selecionados em forma exclusivamenteoral. O grande sucesso, contudo, ficou com aatividade didática lúdica – cardiologia é o li-mite, que, ao que parece, veio para ficar –,assim como os highlights, sessões especiaisnas quais se resumiu o “estado da arte” decada setor da Cardiologia, permitindo aoscolegas receberem numa única sessão todos

Em Porto Alegre, o maiorevento de Cardiologia do Brasil

os dados sobre os grandes congressos inter-nacionais e as apresentações do próprio con-gresso da SBC do ano em curso.

Durante o evento a SBC primou na divul-gação dos fatores de risco para o coração,divulgando o “Atlas Corações do Brasil”, emum considerável número de inserções namídia local e nacional. Como destaque espe-cial registra-se a participação da Rede Vida,que transmitiu ao vivo várias atividades docongresso, incluindo a concorrida sessão deabertura e a missa do coração, com a parti-cipação do padre Marcelo Rossi.

Iran CastroPresidente do 60o Congresso da SBCe-mail: [email protected] Iran Castro, Presidente do 60o Congresso da SBC.

A evolução da ciência é um dos de-safios da sociedade moderna que

busca novos conhecimentos como substratopara o bem-estar da população. Nesse ce-nário, durante cinco dias, o Rio Grande doSul foi sede de uma sociedade de especia-listas cujos objetivos incluíram, entre ou-tros, o aprendizado e a possibilidade dedebates esclarecedores. Para tal, foi im-portante a convocação de pesquisadoresnacionais e internacionais como resultadodo consenso dos departamentos da Socie-dade Brasileira de Cardiologia e da Comis-são Científica, composta de profissionais de

60o Congresso SBCreconhecido saber nas diferentes áreas decardiologia. O conteúdo programático per-mitiu exposições nas áreas de pesquisa bási-ca, métodos diagnósticos e terapêuticos, semesquecer o “mundo real” da prática clínicadiária. Os debates tornaram-se mais freqüen-tes, aproximando os apresentadores da pla-téia nas sessões especiais, uma inovaçãobem-sucedida com perspectivas de sermantida nos congressos futuros.

Não estamos distantes do “congressoideal” e, dificilmente, iremos contemplaras necessidades de todos os congressistas.A inovação será uma constante e o produtofinal dependerá da evolução da ciência. Ocongressista é prático, buscando informa-ções, transferindo o saber para a práticamédica e, conseqüentemente, benefician-do a população. E o modelo adotado peladiretoria da Sociedade Brasileira deCardiologia e pelo presidente do congressoconfirmou que nada vence o trabalho.

Dikran ArmaganijanDiretor Científico da SBCe-mail: [email protected]

JORNAL SBC 72.p65 9/12/2005, 12:135