Em Família Criciúma ed 07

52
A magia da leitura 1º SEMESTRE/2011

description

Edição de junho/2011 da revista Em Família - Criciúma

Transcript of Em Família Criciúma ed 07

Page 1: Em Família Criciúma ed 07

A magiada leitura

1º SEMESTRE/2011

Page 2: Em Família Criciúma ed 07

ENRIQUE RODRIGUEZCOLEÇÃO 2011

www.oxfordporcelanas.com.br

Page 3: Em Família Criciúma ed 07

ENRIQUE RODRIGUEZCOLEÇÃO 2011

www.oxfordporcelanas.com.br

Page 4: Em Família Criciúma ed 07

4 Expediente

A Província Marista Brasil Centro-Sul atua nas áreas de educação, solidariedade, saúde,

editorial e comunicação. A PMBCS está presente nos Estados do Paraná, Santa Catarina,

São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Sua forma de atuação busca, por

meio de processos educacionais, uma efetiva contribuição social e cultural, posicionan-

do-se na defesa e promoção dos direitos das infâncias e juventudes.

Desenvolver equilibradamente, afetividade e inteligência, dimensão comunitária e social,

valores humanos e cristãos é a proposta da instituição.

Rua Imaculada Conceição, 1155Prado Velho – Curitiba – PRPrédio Administrativo PUCPR – 8º andarCEP: 80215-901Tel.: (41)3271-6500

www.marista.org.br

PRESIDENTE DAS MANTENEDORAS: Ir. Dario Bortolini

VICE PRESIDENTE DA MANTENEDORA: Ir. Davide Pedri

SUPERINTENDENTE ABEC/UCE: Paulo Serino de Souza

REDE DE COLÉGIOS: Ir. Paulinho Vogel, André Garcia, Isabel Cristina

Michelan Azevedo

COMUNICAÇÃO E MARKETING (ABEC/UCE): William Strauss Fleming,

Patrícia Fatuch, Pollyana D. Nabarro, Alexandre L. Cardoso, Silvia S.

Tateiva, Kelen Y. Azuma, Patrícia L. Egashira, Fábio Egg Mais, Tiago

Ienkot

COMUNICAÇÃO E MARKETING (COLÉGIOS): Bruna Gonçalves,

Bruno Bonamigo, Caroline Damin Mertens, Cláudia Cristina Batistela

Francisco, Daliane Teston, Fábio Viviurka Correia, Katia Macedo Dias,

Kely C. de Souza, Luana Santos, Mayara Haudicho, Paula Kostiuk,

Raquel Bortoloso, Renato Campos, Samira Dutra, Tatiana Stoicov

A Revista Em Família é uma publicação da Editora Ruah para a Rede Marista de Colégios, com distribuição dirigida aos pais e colaboradores.

Visite o blog da revista e envie sua opinião: www.maristaemfamilia.com.br

CAPA:

Mateus Mera Barbosa

FOTO:

Caixa Mágica/Ribeirão Preto

(www.caixamagica.com.br)

PRODUÇÃO:

Mayara Amaral Haudicho

EDITOR: Luís Fernando Carneiro | DIAGRAMAÇÃO: Eduardo, Goretti Carlos | PUBLICIDADE: Ariane Rodrigues | R. Casemiro José Marques de

Abreu, 706 – Ahú – Curitiba/PR – CEP: 82200-130 – Fone: (41) 3018-8805 | www.editoraruah.com.br | Quer anunciar? Entre em contato

conosco pelo fone (41) 3018-8805 ou pelo site www.editoraruah.com.br

Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

Colégio Marista de Brasília - Educação Infantil e Ensino Fundamental - SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-690 - (61) 3442-9400

Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio - SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-750 - (61) 3445-6900

CASCAVEL • Colégio Marista de Cascavel - Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel - PR - 85812-011 - (45) 3036-6000

CHAPECÓ • Colégio Marista São Francisco - Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó - SC - 89801-500 - (49) 3322-3332

CRICIÚMA • Colégio Marista de Criciúma - Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma - SC - 88811-503 - (48) 3437-9122

CURITIBA • Colégio Marista Paranaense - Rua Bispo Dom José, 2674 Seminário - Curiti-ba - PR - 80440-080 - (41) 3016-2552

Colégio Marista Santa Maria - Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - Curitiba - PR - 82200-210 (41) 3074-2500

JARAGUÁ DO SUL • Colégio Marista São Luís - Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 Centro - Jaraguá do Sul - SC - 89251-700 - (47) 3371-0313

JOAÇABA • Colégio Marista Frei Rogério - Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba - SC - 89600-000 - (49) 3522-1144

LONDRINA • Colégio Marista de Londrina - Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina - PR - 86060-000 (43) 3374-3600

MARINGÁ • Colégio Marista de Maringá - Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Cen-tro - Maringá - PR - 87010-430 - (44) 3220-4224

PONTA GROSSA • Colégio Marista Pio XII - Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho - Ponta Grossa - PR 84015-440 - (42) 3224-0374

RIBEIRÃO PRETO • Colégio Marista de Ribeirão Preto - Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis - Ribeirão Preto - SP - 14015-130 - Fone:(16) 3977-1400

SÃO PAULO • Colégio Marista Arquidiocesano - Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana - São Paulo - SP - 04035-000 - (11) 5081-8444

Colégio Marista Nossa Senhora da Glória - Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo - SP - 01518-000 - (11) 3207-5866

A magiada leitura

1º semestre/2011

Em Família | 7ª Edição | 1º Semestre 2011

Page 5: Em Família Criciúma ed 07

Nesta edição do primeiro semestre

da Revista Em Família, destaca-

mos o tema da literatura: a arte de criar

e recriar textos, o exercício da eloquên-

cia e da poesia.

A literatura é um fenômeno da lin-

guagem, fruto da experiência existen-

cial, social, política e cultural de quem a

vive. Assim, um texto literário é objeto

artístico e de linguagem variada que

questiona convenções e envolve o lei-

tor num jogo de descobertas e redes-

cobertas de sentido, ajudando-o a

compreender a si próprio, as culturas e

o mundo em que vive.

Para as escolas da Rede Marista, o

estudo de textos literários é potenciali-

zador das aprendizagens que geram as

condições necessárias para proporcio-

nar inúmeras situações de compreen-

A arte da leituraPrimeira impressão por Ir. Paulinho Vogel

Prazerosa e lúdica, de início, a leitura

não é um ato solitário, mas algo a ser

socializado, mediado pelo professor e

adquirido por meio dos gêneros diver-

sos a serem aprofundados em níveis de

maior exigência intelectual. Aprender a

ler é um processo que deve ser integra-

do à produção de textos.

Em suma, a leitura deve ser uma

prática constante e processual em

todas as fases da vida do estudante

criança, jovem e adulto, potencializan-

do-os a fim de estar e intervir solidaria-

mente na realidade. Assim, e somente

assim, faz sentido orgulharmo-nos de

nossos alunos.

Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede

Marista de Colégios

são e produção de conhecimentos.

A leitura possibilita ampliar as infini-

tas possibilidades de conhecer e inter-

pretar o contexto em que se insere o

principiante leitor. Mediar essa experi-

ência do conhecimento é uma questão

crucial para a aprendizagem da leitura

e para a formação dos sujeitos, bem

como para a construção de um conhe-

cimento crítico de análise e interven-

ção da realidade. As bibliotecas esco-

lares da Rede Marista de Colégios pos-

suem ações culturais e educacionais,

bem como, espaços privilegiados para

a formação de leitores artífices do seu

conhecimento.

Para nós, a leitura é uma forma

exemplar de aprendizagem, pois o apri-

moramento dessa capacidade subsidia

todo processo ensino-aprendizagem.

Os alunos João Vitor, Marcela e Mateus divertem-se na sessão fotográfica para essa edição

Page 6: Em Família Criciúma ed 07

6 Entrevista

O (re)descobridor do Brasil

Div

ulg

ação

Page 7: Em Família Criciúma ed 07

Em entrevista à revista Em Família, Laurentino Gomes conta como transformou a história do Brasil num delicioso sucesso de vendas

Luís Fernando Carneiro

O Brasil foi descoberto em 1500, mas, de verdade, só foi inventado como país

em 1808. Foi quando a família real portuguesa chegou ao Rio de Janeiro e

transformou uma colônia atrasada e ignorante em uma nação independente.

Nenhum outro período da história brasileira testemunhou mudanças tão pro-

fundas. Mas foi quase 200 anos anos depois que um jornalista resolveu contar

essa história direito. Em 2007, Laurentino Gomes lançou “1808”, vendeu mais de

meio milhão de livros e conquistou duas categorias do Prêmio Jabuti, Melhor Livro

Reportagem e Livro do Ano de Não-Ficção.

No ano passado foi a vez de “1822”, um relato detalhado sobre a Independên-

cia do Brasil, conquistar as prateleiras das livrarias e rapidamente os primeiros

lugares em vendas.

Mas como transformar a história do Brasil em um sucesso de público e crítica?

Você vai perceber nessa entrevista que Laurentino Gomes concedeu à Em Família

que a receita do seu sucesso gira em torno de uma grande história, um forte tra-

balho de pesquisa e uma sintonia verdadeira com o leitor.

“ESPERO, PELA

LEITURA, AJUDAR A

PROMOVER A VIDA DE

OUTRAS PESSOAS,

TANTO QUANTO

MEUS PAIS FIZERAM

POR MIM AO ME

ESTIMULAR A LER E

A ME INTERESSAR

PELA HISTÓRIA"Você sempre gostou de ler? Qual a

influência da sua família nesse seu inte-

resse por leitura?

Meus pais eram cafeicultores pobres

do interior do Paraná. Tinham pou-

cos anos de estudo. Apesar disso,

valorizavam muito a educação e,

em especial, a leitura. Meu pai, que

havia estudado só até o quinto ano

primário, era um leitor voraz. Lia

obras de História e Filosofia que

tomava emprestadas ao pároco

local, um homem bastante culto.

Mesmo vivendo em uma região dis-

tante e carente de tudo, meus pais

conseguiram criar condições para

que todos os quatro filhos comple-

tassem o curso superior. Tenho mui-

to orgulho das minhas origens, o que

também reforça em mim um gran-

de senso de missão como escritor.

Espero, pela leitura, ajudar a promo-

ver a vida de outras pessoas, tanto

quanto meus pais fizeram por mim

ao me estimular a ler e a me interes-

sar pela história.

Page 8: Em Família Criciúma ed 07

8 Entrevista

"ESTAMOS EM UM NOVO

SÉCULO QUE PEDE

UMA NOVA LINGUAGEM

E NOVOS FORMATOS

CAPAZES DE ATINGIR

NOVAS AUDIÊNCIAS OU

NOVOS PÚBLICOS."

Algum dia nos seus sonhos você imagi-

nou ter um best-seller sobre história?

Nunca imaginei que livros de História

do Brasil pudessem ter uma repercus-

são tão grande. Ainda hoje me surpre-

endo com a reação dos leitores. Rece-

bo dezenas de e-mails todos os dias,

nos quais fazem elogios, sugerem

temas para futuras obras e pedem

que eu não pare de escrever. Um livro

tem grande poder de transformação.

E o primeiro alvo da mudança geral-

mente é o próprio autor. Minha vida

mudou bastante desde que lancei o

“1808”, em 2007. Hoje passo boa par-

te do meu tempo lendo, pesquisando

ou viajando pelo Brasil para dar aulas,

fazer palestras e participar de sessões

de autógrafos e bate-papos com os

leitores. E confesso que nunca estive

tão feliz. O reconhecimento e o con-

tato com os leitores tem funcionado

como um elixir da juventude para

mim. Sinto-me renovado e com muita

energia para me dedicar aos futuros

livros.

Conhecer a sua própria história pode

mudar o presente e o futuro de um país?

O estudo de História é fundamental para

a construção do Brasil do futuro. Uma

sociedade que não estuda História não

consegue entender a si própria, porque

desconhece as razões que a trouxeram

até aqui. E, se não consegue entender a

si mesma, provavelmente também não

estará preparada para construir o futu-

ro de forma organizada e estruturada. É

quase impossível compreender o Brasil

de hoje sem estudar a vinda da corte de

D. João para o Rio de Janeiro e a influ-

ência decisiva que esse acontecimento

teve na Independência, em 1822. Eu

diria que todas as nossas características

nacionais, todos os nossos defeitos e

virtudes, já estavam presentes lá.

Livros são também importantes para

quem já saiu da escola há bastante

tempo?

Ler é uma das formas mais agradáveis

e prazerosas de aprender. Quem lê

consegue ir além dos limites da pró-

pria vida, porque amplia seus horizon-

tes com a experiência dos outros. Ao

ler um romance de Machado de Assis,

por exemplo, nós somos transportados

para outro lugar e outro tempo, no Rio

de Janeiro do final do Século 19, distan-

te da nossa realidade de hoje. Consegui-

mos, portanto, ter uma experiência de

vida anterior à época em que nascemos.

No caso dos livros de História do Brasil,

pode haver também um benefício de

natureza psicológica relacionado à for-

ma como nos identificamos em relação

ao nosso país. Hoje os brasileiros convi-

vem com um sério problema de autoes-

tima. O estudo de História mostra que

o Brasil não é pior nem melhor do que

qualquer outro país. É apenas diferente,

porque as nossas raízes são diferentes.

O que significa que o nosso futuro pro-

vavelmente também será diferente.

Qual o segredo para tornar a história do

Brasil atrativa para o leitor comum?

Procuro sempre observar os persona-

gens e acontecimentos com os olhos

de um leitor adolescente ou um adulto

mais leigo, não habituado a ler sobre

História do Brasil. Se esse leitor conse-

guir entender o que eu tento explicar,

todos os demais também entenderão.

Eu leio muito sobre o assunto, pesqui-

so documentos e visito os locais em

que as coisas aconteceram dois sécu-

los atrás. Apesar da distância no tem-

po, esses lugares ainda guardam hoje

muita informação para quem tiver o

olhar atento. Também procuro orienta-

ção adequada logo no início do projeto.

Por fim, ao escrever, tento ser o mais

Page 9: Em Família Criciúma ed 07

claro e didático possível na linguagem.

Também me esforço para misturar na

narrativa elementos pitorescos e bem

humorados com uma mergulho mais

profundo das situações que descrevo.

Acho que ninguém precisa sofrer para

estudar História.

Qual a melhor maneira de se olhar para

a História do Brasil?

Infelizmente, a História do Brasil é

muito contaminada por dois tipos de

deturpações. A primeira é a chama-

da História oficial, que se esforça em

fazer em celebração épica dos heróis

e acontecimentos, como se eles tives-

sem construído ou dado origem a um

Brasil melhor do que o que vemos hoje

nas ruas, esquinas, morros e favelas.

É uma visão da história que predo-

mina especialmente em período de

ditaduras, como no ensino nas disci-

plinas de Organização Social e Política

Brasileira (OSPB) e Educação Moral e

Cívica durante o regime militar de 64.

A segunda deturpação é marcada por

uma tentativa de desconstrução des-

sa História oficial. São livros, filmes e

minisséries que banalizam os fatos e

personagens, como se pertencessem

a um Brasil viralatas indigno do seu

passado. É o que se vê, por exemplo,

no filme “Carlota Joaquina, Princesa do

Brasil”, de Carla Camurati, e na série de

televisão “Quinto dos Infernos”. A ver-

dade, como sempre, está no meio. O

que procuro mostrar nos meus livros

é que a História do Brasil tem, sim,

personagens engraçados, pitorescos

e caricatos, como D. João VI e Carlota

Joaquina, mas não se resume a isso.

Você acredita que por conta de "Harry

Potter", "Crepúsculo", "Lua Nova" os

jovens acabam sendo portas de entrada

interessantes para livros mais densos?

Eu não tenho qualquer preconceito

contra esses livros. Ao contrário, acho

que uma forma de estimular a leitura

numa faixa etária que, aparentemente,

não está lendo tanto quanto deveria. A

melhor forma de criar novos leitores é

associar a leitura a uma atividade pra-

zerosa. Por isso, melhor começar com

Harry Potter do que forçar uma criança

ou um adolescente a ler obras como as

de Machado de Assis mediante o risco

de passar ou reprovar num exame. O

risco, nesse caso, é afastá-la para sem-

pre dos livros. Se o estudante entender

que ler é sinônimo de prazer, no futuro

provavelmente se interessará também

por essas obras mais complexas e sofis-

ticadas do ponto de vista literário.

Você deu um passo à frente ao enten-

der que os leitores precisavam de uma

nova linguagem. Qual é o papel da

escola diante dessa nova realidade?

Tenho observado uma mudança na ati-

tude dos professores e das escolas em

geral. Estão mais empenhados em usar

uma linguagem acessível aos estudan-

tes e, no caso da História, uma narrativa

mais equilibrada dos acontecimentos

do passado. Isso é muito bom. O Brasil

vive um momento de mudanças com

a redução do números de pessoas que

viviam na pobreza absoluta e o cresci-

mento das classes “B” e “C”. Significa

que estamos, finalmente, conseguin-

do distribuir renda, emprego, saúde,

educação e outras oportunidades. Há

novos consumidores, novos leitores e

novos estudantes participando desse

processo de ascensão social. Temos

de ser generosos com eles produzindo

livros, aulas e material didático aces-

síveis na linguagem. O uso de uma

linguagem mais didática e acessível é

uma forma de democratizar e ampliar

o conhecimento no Brasil.

O que pensa dos e-books? Os escrito-

res têm de estar atentos a novos for-

matos?

O futuro do livro e o futuro do papel

são coisas diferentes. O formato papel

parece estar mesmo com seus dias

contados, mas o conteúdo dos livros

continuará a ser tão relevante quan-

to sempre foi. A República, de Platão,

que já foi uma obra prima no perga-

minho, permanece relevante hoje no

papel e continuará a ser nos meios

digitais. Nosso desafio, portanto, não

é a mudança nos formatos, mas a

qualidade do conteúdo. Estamos em

um novo século, que pede uma nova

linguagem e novos formatos capazes

de atingir novas audiências ou novos

públicos. Há um público jovem que,

aparentemente, não está lendo mui-

to no papel, mas passa boa parte do

tempo surfando na internet e é muito

seduzido pela linguagem audiovisual.

Por essa razão, daqui para frente nós

– jornalistas, escritores, professores,

historiadores, produtores de conhe-

cimento de forma geral – precisamos

ter estratégias multimídia para atingir

diferentes públicos.

Div

ulg

ação

Page 10: Em Família Criciúma ed 07

10 Capa

Uma boa notícia. Os livros não vão acabar justamente porque só eles permitem a adultos e crianças recriar histórias, viajar por mundos reais e imaginários e serem protagonistas em um mundo que insiste em colocá-los como espectadores

A magiada leitura

Marcela e João Vitor

Cai

xa M

ágic

a/R

ibei

rão

Pre

to

Page 11: Em Família Criciúma ed 07

"À s vezes, antes do café da manhã, eu já acredi-

tei em mais de seis coisas impossíveis.” A fra-

se é de Alice e a invenção linguística está no famoso

clássico de Lewis Carroll. Entretanto, o que se apre-

senta de uma forma simples e despretensiosa, talvez

seja a grande chave para definirmos a magia da leitu-

ra. Ler nos dá a possibilidade de acreditar no impos-

sível, de encontrar nas histórias de Monteiro Lobato

um caminho para uma vida melhor, com bonecas

que ganham vida, num ambiente que alimenta as

travessuras das crianças de todas as idades.

Entrevistamos muitos alunos maristas para com-

por essa reportagem e o melhor foi perceber que

a maioria deles sabe muito bem o que quer quan-

do toma um livro nas mãos: viajar. Curiosamente,

essa geração cercada de tecnologia tem as mesmas

expectativas que nossos avós quando o assunto é

literatura. Eles querem embarcar em um mundo de

sonhos, de conhecimentos reais e imaginários, de

fantasia; desejam dar um tempo no corre-corre diá-

rio que violenta a criatividade e a paz. Em resumo:

para Mateus Mera Barbosa, João Vitor Zeviani Montei-

ro de Barros e Marcela Marques Cilento, que apare-

cem nas fotos desta matéria, ler é uma forma incrível

de se relacionarem com autores de todas as épocas

e de construírem em suas mentes os cenários e os

detalhes de cada obra. Num filme isso não é possível.

Ali, tudo já vem processado, os vestidos têm cores

certas e as expressões são fruto do talento dos atores

e diretores. Quem lê um livro é livre para (re)criar.

A escola é, portanto, um ambiente que deve

investir em espaço adequado, em acervo que conta

com obras literárias clássicas, modernas e contem-

porâneas, de modo a se tornar a estação ideal para

que esse embarque aconteça.

A família é outra estação fundamental. Por esse

motivo, convidamos para um bate-papo a escritora e

mãe de aluno marista, Liana de Camargo Leão, tam-

bém professora de Literaturas de Língua Inglesa na

Universidade Federal do Paraná, doutora pela USP e

mestre pela UFPR e pela UFRJ. Ela aposta que a leitura

em voz alta e a conversa em torno do livro são funda-

mentais para construir pontes entre pais e filhos. “A

leitura compartilhada desenvolve a arte da conversa-

ção em família, é momento propício para se discutir

valores, desenvolver o vocabulário e o pensamento

abstrato”, explica. Confira trechos dessa conversa

com a escritora.

Page 12: Em Família Criciúma ed 07

12 Capa

A INFÂNCIA FOI ENCURTADA?A infância é um período curto, hoje

ainda mais encurtado por um “ado-

lescer” precoce: as crianças são muito

cedo intimadas a entrar no mundo do

erotismo e do consumo. Mais do que

nunca é preciso recuperar a magia das

rimas, das cantigas de roda, dos con-

tos de fada e da literatura.

LINGUAGEM COMO FORÇA CRIADORAÉ no periodo da infância que a criança

vive a linguagem como força criado-

ra: “Mãe, tô apertada. Quero ir ao vaso

solitário.” O mesmo tipo de invenção

linguística está em Lewis Carroll (1832-

1898), o autor de "Alice no País Das

Maravilhas": “Às vezes, antes do café

da manhã, eu já acreditei em mais de

seis coisas impossíveis.” Carroll propôs

deliciosos neologismos: “Me deram

como presente de des-aniversário".

[em inglês, “un-birthday present”.]

Na abertura de Alice, Carroll convida

o leitor a passar ao mundo do faz-de-

conta: Alice segue o Coelho Branco

que carrega um relógio no bolso do

colete e está muito atrasado: “Ai, ai,

ai! Vou chegar atrasado demais!” Hoje,

somos como o Coelho Branco de Alice:

atrasados, apressados, correndo atrás

do tempo, um tempo que nos esca-

pa, um tempo do qual nos queixamos

sempre e que não nos permite ler.

FALANDO EM TEMPO, QUAL É O TEM-PO PARA A LEITURA? Entre as mais frequentes queixas das

mães quanto à educação dos filhos

está a de que eles preferem vídeo-

-games e televisão ao livro. A ausência

do livro na vida das crianças reflete a

ausência do livro na vida dos pais. Os

pais alegam falta de tempo para leitu-

ra. Ler requer tempo, requer disponi-

billidade, mental e emocional. E tempo

é questão de prioridade.

Em uma época de excesso de informa-

ção e excesso de oferta de produtos, o

ser humano passa a ser definido como

“espectador” e “consumidor”. São rou-

pas, ipods, ipads, celulares, aparelhos

eletrônicos que nos atraem com a pro-

messa de definir nossa subjetividade e

suprir nossas insatisfações. Entramos

no mundo do descartável, dos obje-

tos-símbolos que terminam por criar

em nós um vazio permanente.

O tempo do consumo é contínuo; e

nos consome. É um tempo acelerado

que nos atropela: consome a nossa

noção de identidade, nos encolhe,

nos diminui. O tempo da leitura é, ao

contrário, um tempo que expande o

ser humano. É também um tempo

de recolhimento, de introspecção, de

mergulho para dentro, de diálogo con-

sigo mesmo, um tempo de formação

do acervo pessoal, de nossa biblioteca

interna.

"A LEITURA PERMITE QUE NOSSAS

EXPERIÊNCIAS DE VIDA SEJAM

COMPARTILHADAS E É FUNDAMENTAL

PARA QUE AS CRIANÇAS PERCEBAM

QUE AS SUAS EXPERIÊNCIAS,

COMO CRESCER, SE APAIXONAR E

ENFRENTAR DIFICULDADES TAMBÉM

PODEM SER PARTILHADAS."

Page 13: Em Família Criciúma ed 07

A LEITURA É UMA PROTEÇÃO CONTRA O EXCESSO DE ESTÍMULOS? Com certeza. Freud sugere que a

proteção contra estímulos é uma

função quase mais importante do que

a recepção dos estímulos. Desenvolver

a linguagem, a capacidade linguística

de expressar o pensamento e assim

possibilitar a criação de uma ponte

entre a experiência intelectual e a

experiência emocional para poder

construir linguisticamente a própria

história, o próprio relato e refazê-

lo a cada baque, quando a vida for

nos marcando, nos torcendo: isso

me parece essencial à formação de

uma subjetividade sadia, capaz de

superar conflitos e de auxiliar o outro

no enfrentamento e na superação

de etapas. Desenvolver a empatia e

aprender o caminho entre emoção

e intelecto são efeitos colaterais

da leitura. A leitura permite que

nossas experiências de vida sejam

compartilhadas e é fundamental

para que as crianças percebam que

as suas experiências, como crescer,

se apaixonar e enfrentar dificuldades

também podem ser partilhadas.

EDUCAR NÃO É TERCEIRIZARAdministrar é delegar tarefas e cobrar

resultados. Não sei se o modelo é ade-

quado quando se trata de criança, de

afeto, de leitura, de educação. Como

Liana Leão: “O livro é a casa que abriga a cabeça da gente”

"O TEMPO DA LEITURA É UM TEMPO DE RECOLHIMENTO, DE

INTROSPECÇÃO, DE MERGULHO PARA DENTRO, DE DIÁLOGO

CONSIGO MESMO, UM TEMPO DE FORMAÇÃO DO ACERVO

PESSOAL, DE NOSSA BIBLIOTECA INTERNA."

Entre os livros de Liana Leão

estão: "Shakespeare, Sua

Época e Sua Obra"; "O Livro

das Casas"; "O Livro dos Pés";

"Dona Salete de Copacabana

e Seus Amigos de Estimação",

em co-autoria com Luiz Otávio

Leão; “Julieta de Bicicleta";

"Diferentes: pensando

conceitos e preconceitos";

"A caixinha de narizes", em

co-autoria com sua filha

Anna Beatriz.

delegar a tarefa de compartilhar o

dia-a-dia com os filhos? Será que só

os professores, psicólogos, babás,

personagens de tevê e de videoga-

me podem popular a vida dos nossos

filhos? A principal “conversa” de uma

criança será com a televisão?

A leitura em voz alta e a conversa em

torno do livro constroem pontes entre

pais e filhos. A leitura compartilhada

desenvolve a arte da conversação em

família, é momento propício para se

discutir valores, se desenvolver o voca-

bulário e o pensamento abstrato.

E O FUTURO DO LIVRO?Vivemos uma mudança nos hábitos

de leitura: o livro digital, mais fácil de

produzir e distribuir, ecologicamente

correto, e, em breve, também mais

barato. Na escola isso significará mui-

to menos peso na mochila! E dá para

fazer anotações, apagar anotações,

aumentar a letra, etc. Quando a gente

fala em futuro do livro, pensa em futu-

ro do livro de papel. Mas o livro eletrô-

nico é o futuro do livro. O que importa

é o conteúdo e, é claro, a possibilidade

de acesso. O livro eletrônico traz aces-

so instantâneo.

Mais: Confira no blog da Revista Em Família uma

reportagem completa sobre o futuro da literatura

e os livros digitais. www.emfamiliamarista.com.br

Page 14: Em Família Criciúma ed 07

14 Perfil

Como você descreve a magia de ler?

Para mim, ler é sempre uma viagem.

Conheço muitos lugares em diferentes

partes do mundo, não apenas porque

sempre viajei, mas porque leio bas-

tante. Para mim, ler é viajar sem sair

do lugar. A leitura proporciona à nos-

sa mente a possibilidade de estar em

todos os lugares descritos nos livros.

E a magia está quando visitamos fisica-

mente um lugar descrito em um livro

que já lemos! Isso acontece sempre

comigo. Essa relação do livro com a rea-

lidade é encantadora e cativante!

De onde vem sua paixão pelos livros?

Aprendi a amar os livros com a minha

mãe e meu avô. Aprendi com eles o

prazer da leitura e não a obrigação de

ler. Isso muda tudo na vida da gente!

A criança ou adolescente que só lê por

obrigação imposta pela escola nunca

vai desenvolver o gosto pela leitura.

Por isso, nós – pais, tios e avós – temos

a grande tarefa de mediar a leitura

com nossos filhos, sobrinhos e netos,

desenvolvendo neles o gosto pela lei-

Brilho nos olhos

tura. Na minha época, a internet e a

televisão não competiam com a leitura

no quesito entretenimento, o que tor-

nava mais fácil essa tarefa para minha

mãe e meu avô. Hoje, creio que o nos-

so maior desafio nessa área é orientar

crianças e adolescentes a buscar bom

conteúdo na internet. O meio pode ter

mudado, mas a mediação da leitura

ainda se faz necessária dentro de casa.

No ano passado, ainda como deputa-

do federal, você solicitou ao ministro

da Educação, Fernando Haddad, que a

leitura fosse incluída na pauta de priori-

dades de ações do ministério para este

ano. O que falta para o Brasil investir

mais em leitura?

Falta muita coisa! Mas, na área educa-

cional, o primeiro passo tem que ser

dado com os professores e não com

os alunos. Temos que fazer com que

os nossos professores sejam, primeiro,

leitores para depois pedir para que eles

estimulem a leitura em seus alunos. Nos

últimos anos, em razão das atividades

que promovo de leitura, tenho encon-

trado muitos professores que não leem,

que declaram publicamente que não

gostam de ler. Como um profissional

desses poderá formar novos leitores?

Nos tempos de Marista você lembra de

alguma obra ou atividade que o mar-

cou nesse sentido da literatura?

O colégio era como a extensão da minha

casa. Morava quase do lado! Éramos

adolescentes agitados pela idade e pela

mudança do ginásio para o científico.

Não lembro mais o nome dela, mas

tinha uma professora de Português que

quando falava sobre um livro, seus olhos

brilhavam! Esse era o mesmo encanta-

mento que eu via no meu avô, em casa.

Não tenho lembrança específica sobre

algum momento marcante, mas essa

sensação de estar em casa, de encontrar

na escola o mesmo ambiente que eu

tinha em casa, no que se referia à leitura,

é uma sensação que guardo até hoje!

Mais: Quer conhecer o programa conversa entre amigos? Então acesse o site www.conversaentre-amigos.com.br

O ex-aluno marista Marcelo Beltrão de Almeida é um devorador de livros. For-

mado pela PUCPR em Engenharia Civil, acionista do Grupo CR Almeida - um

dos maiores grupos empresariais brasileiros - é ex-deputado federal. Com uma

carreira tão extensa, apesar de ter apenas 44 anos, Almeida é mais conhecido por

ser um grande incentivador da leitura. Na Câmara dos Deputados, foi o criador e

presidente por três anos da Frente Parlamentar Mista da Leitura, que colocou os

assuntos de incentivo ao livro e à leitura na pauta política nacional. Em Curitiba

(PR), criou o programa “Conversa entre amigos”, no qual mais de mil participan-

tes leem uma mesma obra e depois participam de encontros para discutir o livro.

O programa já contou com as participações de escritores importantes, como

Laurentino Gomes, Caco Barcellos, Cristóvão Tezza, Domingos Pellegrini, Miguel

Sanches Neto e Roberto da Matta.

Page 15: Em Família Criciúma ed 07
Page 16: Em Família Criciúma ed 07

16 Dia a dia

Até para as supermulheres, elasticidade tem limiteComo a elástica Senhora Incrível, as mulheres se desdobram para cumprir vários papéis. Mas é preciso cuidado: sabemos o que acontece quando esticamos demais um elástico...

Maria Sandra Gonçalves

Helena é mulher bonita, dedicada a

cuidar da casa, dos três filhos e do

marido Roberto, que vive se queixan-

do dos problemas de trabalho. Você

certamente já foi apresentado à histó-

ria dessa heroína. Como? Não achou a

vida dela muito heróica? Pois Helena é

ninguém menos que a Mulher Elástica,

aquela que no filme “Os Incríveis” se vê

forçada a abrir mão da vida pacata e da

superproteção das crianças para salvar

o marido e o planeta das armas do mal-

vado Síndrome.

Na vida real a mudança de papéis

não é assim tão visível. As Helenas do

nosso dia a dia vão usando suas habili-

dades sem fazer muito alarde. Mesmo

que não estejam de uniforme vermelho

e máscara no rosto, as mulheres preci-

sam mesmo de muita elasticidade para

conciliar a vida doméstica, os cuidados

pessoais, a atenção aos filhos e – em

muitos casos – a dedicação ao trabalho.

Cada uma tem seus segredinhos

para dar conta de tudo. E, ao contrá-

rio do que aconteceria no cinema, nós

podemos revelá-los. Eles se resumem à

busca do equilíbrio.

Equilíbrio no trabalho, pois, mais

que presentes materiais, os filhos que-

Div

ulg

ação

Page 17: Em Família Criciúma ed 07

Números incríveisA presença feminina na população econo-micamente ativa (PEA) é maior que a dos Homens, 17% comparando com os 13% masculinos. Já a participação feminina com nível superior ultrapassou a masculina e é de um pouco mais de 54%.Em 2010 a taxa de mulheres que trabalham com carteira assinada aumentou para 44%, em 2000 essa taxa era de 33%.As mulheres ocupam quase 22% dos cargos elevados (presidência, gerência...) no Brasil.A participação das mulheres no mercado de trabalho desde a década de 70 ao ano 2000 subiu de 17 para 35%.Fonte: IBGE (ibge.gov.br) e Rede Brasil Atual (www.redebra-silatual.com.br)

"AS HEROÍNAS TAMBÉM FALHAM. DÊ A SI MESMA O DIREITO DE APRENDER E PROGREDIR COM SEUS ERROS."

rem – e merecem atenção – com essa

máxima em mente, fica mais fácil deci-

dir entre assumir tarefas extras ou vol-

tar mais cedo para casa. Afinal, a pro-

moção que permite comprar uma casa

na praia também rouba muitas horas

de convivência familiar. Ponha tudo na

balança e veja o que vale mais a pena.

Os sábios alertam: “dinheiro perdido dá

para recuperar; tempo perdido jamais”.

Equilíbrio na divisão de tarefas.

Toda Mulher-Elástico pode atuar

melhor com o apoio do Sr. Incrível. Ou

seja, as mulheres podem – e devem

– compartilhar as tarefas com seus

companheiros. Quando os dois estão

sobrecarregados, é preciso encontrar

soluções simples para que toda a famí-

lia viva em harmonia. Quer um exem-

plo? Você adora levar as crianças para

a escola, mas, para isso, enfrenta um

estresse diário e deixa o trabalho atra-

sado. De quebra, vive se perguntando

por que essa tarefa cabe somente a

você. Resultado: a ida para a esco-

la (ou a volta) se transforma em um

momento de tensão. Que tal mandar

seus filhos de transporte escolar e se

organizar melhor para dar atenção a

eles em casa? Sem a pressão do trân-

sito e dos horários, as chances de boa

convivência entre pais e filhos aumen-

tam muito.

Na vida pessoal, o bom senso tam-

bém deve ditar as regras. É muito sau-

dável cuidar da aparência e da saúde,

mas se as visitas ao salão de beleza são

sempre mais sagradas do que as situa-

ções em que sua presença é requisita-

da na família, alguma coisa está errada.

O equilíbrio também se aplica a

autoavaliação. A autoindulgência exa-

gerada é um erro, mas culpar-se por

tudo traz resultados ainda piores.

Sabemos bem o que acontece se o elás-

tico for esticado demais. Não deu para

ir à reunião do colégio? Paciência. Mar-

que um horário particular com a pro-

fessora. Exagerou na dose ao chamar

atenção dos filhos? Peça desculpas. As

heroínas também falham. Dê a si mes-

ma o direito de aprender e progredir

com seus erros. Se a angústia aparecer,

esqueça as soluções incríveis e vá pelo

caminho certeiro: procure alguém com

um ombro amigo e disponibilidade

para ouvir um desabafo.

Maria Sandra Gonçalves é jornalista e mãe dos

alunos maristas Daniel e Mariana.

Page 18: Em Família Criciúma ed 07

18 Olhar por Fabrício Carpinejar

Felicidade não tem fim, tristeza simQuando não era pai, o riso pedia um motivo. Uma função. Uma explicação. A piada tinha que ser muito engraçada. Hoje a vida é mais engraçada do que a piada

M eus filhos nunca perguntam: por

que está triste? Eles me fazem

feliz antes de perguntar. Só passei a rir à

toa depois da paternidade. Rir por nada

mesmo. Rir porque vejo meu filho dese-

nhando uma casa com pernas ou reparo

no modo como ele segura o garfo, igual

à avó. Ou observando a concentração da

filha diante da televisão ou seu bocejo

esquecendo a proteção das mãos. Quan-

do não era pai, o riso pedia um motivo.

Uma função. Uma explicação. A piada

tinha que ser muito engraçada. Hoje a

vida é mais engraçada do que a piada.

Ao largar a pasta do trabalho, há um alí-

vio de que serei abraçado pelos filhos

até ser derrubado. Levantarei as pernas

para cima, desistindo das reservas. Meu

riso dá cambalhotas sem colchão.

Eu recebo diariamente pilhas de

livros. Poderia confessar que felicidade

é permitir que o Vicente abra os paco-

tes e me conte os títulos. Ele fica aluci-

nado em ajudar. Mas os livros foram se

espalhando, tomando os corredores. A

esposa me advertia do avanço do escri-

tório pelas peças. Tomei jeito e resolvi

pedir novas estantes. Garantiria folga

momentânea do problema e o filhote

seguiria rasgando os envelopes.

O marceneiro chegou, amaciado

de sotaque espanhol. Expliquei o que

desejava e fui para minhas atividades.

Não cessava de falar enquanto encaixa-

va os parafusos.

– Em que você trabalha?

– Sou escritor e professor.

– Professor de onde?

– Da Unisinos...

– Ah, a Unisinos, minha filha estuda lá, no

curso de Letras, ela é aplicada.

(Neste momento, vi que ele apenas

encontrava um motivo para falar da

filha. Achou o sinal do petróleo e não

cessaria sua perfuração.)

– Que bom, parabéns...

– Não, parabéns para ela, que não puxou

o pai e se dedicou a estudar. Quando olho

para minha filha, me sinto realizado. Tudo

o que passei na vida não teve borracha.

– Não teve borracha?

– Pai não apaga nada que viveu depois dos

filhos. Não põe fora nem um desenho...

Eu freei uma gargalhada desavisada.

Na última semana, fui ao lançamento de

um livro de alunos da Unisinos. Quando

me escorei para pedir um autógrafo,

Teresa, uma das autoras, me encarou:

– Põe esse livro na sua estante.

– Sim, vou colocar.

– Na estante de meu pai.

– Como?

– Ele fez sua biblioteca. Tenho orgulho

dele. Me ensinou a escrever e nem sabe.

O lápis que ele usava na orelha para

medir a altura das paredes, sua filha

pegou para escrever e alargar as pala-

vras. Felicidade é quando o filho coinci-

de com o pai e a mãe – e nenhum deles

precisa ter consciência disso.

Fabrício Carpinejar é poeta, autor de Meu Filho, Minha Filha (Ed. Bertrand Brasil, 2007), entre outros livros

Page 19: Em Família Criciúma ed 07

Nas próximas páginas você vai encontrar o conteúdo

exclusivo do Marista Criciúma. A revista Em Família é

uma excelente oportunidade de reforçarmos o nosso

compromisso com uma educação de excelência, pauta-

da em valores. Aqui trazemos algumas histórias, proje-

tos e principalmente um pouco das ideias que refletimos

juntos aos seus filhos todos os dias. Em cada aula, em

cada momento ou experiência partilhada, há um pou-

co de luz e de inspiração para fazer de cada criança ou

jovem um ser humano melhor, mais capacitado e mais

sensível às necessidades do mundo que está à sua volta.

Enfim, uma pessoa mais feliz.

Inspirar é preciso

Page 20: Em Família Criciúma ed 07

20 Com a palavra Valentin Fernandes - Diretor Geral

50 anos de históriaCom a missão de comprometer-se

com a ação eficaz na educação de

crianças e jovens, garantindo a prepara-

ção para a vida e a realização profissio-

nal, o Marista comemora, em 2011, 50

anos de história em Criciúma. Participar

da formação e da vida de tantas crianças

e jovens é algo que não tem preço. Dia-

riamente testemunhamos emocionan-

tes depoimentos de ex-alunos que nos

visitam. Confirmam a marca profunda

e significativa que o colégio deixou na

vida de cada um deles, os quais se trans-

formaram em grandes profissionais e

cidadãos éticos. Com satisfação, trazem

os filhos e netos para também fazerem

parte desta história, pois acreditam que

a boa formação e o ensino forte recebi-

dos sejam a melhor alternativa para eles.

Para marcar o início do ano 50,

apresentamos à Família Marista algu-

mas novidades:

• A nova cantina para qualificar o aten-

dimento e oferecer uma alimentação

mais saudável e diversificada. O espa-

ço inaugurado recentemente propor-

ciona momentos agradáveis de inte-

gração aos alunos, educadores, pais

e também está aberto aos ex-alunos;

• A papelaria, instalada no colégio,

oferece aos pais e alunos maior tran-

quilidade ao adquirir os uniformes e

materiais escolares;

• Outro destaque foi dado às salas de

aula. Equipadas com ar condiciona-

do, proporcionam aos alunos e pro-

fessores um ambiente aconchegante

em dias de calor;

• A reabertura do grupo escoteiro e

o laboratório de robótica, os quais

fazem parte do Núcleo de Atividades

Complementares;

• A instalação de câmeras no prédio da

Educação Infantil, proporcionando

maior segurança a todos do colégio.

O sinal de que o Marista é uma opção

acertada foi a extraordinária fidelização

de nossos alunos neste ano. O retorno

de muitas famílias que haviam nos dei-

xado nos anos anteriores também sina-

lizou significativa preferência, além do

número expressivo de novos alunos.

Aos pais que nos confiaram os seus

mais preciosos tesouros - os seus filhos

- a nossa gratidão. Aos educadores, os

quais se dedicam com amor à educa-

ção marista na formação de gerações,

o nosso muito obrigado.

Nosso propósito é oferecer um

ensino cada vez mais forte aos seus

filhos para que eles conquistem os

melhores resultados e a parceria dura-

doura entre família e escola é decisiva

para o alcance desse objetivo.

Tivemos e teremos muitas come-

morações alusivas ao cinquentenário,

programadas sempre como atividades

extracurriculares. Todos estão convida-

dos, participem!

É este o espaço e o tempo para

construirmos a nossa história!

Page 21: Em Família Criciúma ed 07
Page 22: Em Família Criciúma ed 07

22 Educa� Ensino de gerações

Há 50 anos educando gerações

Presente há 50 anos em Criciúma, o

Marista contribuiu e contribui para

a educação de gerações de crianças e

jovens de diferentes épocas, muitas

vezes, da mesma família. A Família

Búrigo, tradicional na cidade, há gera-

ções faz parte da história do Marista,

fundado em 1961, mesmo ano em que

Mário Búrigo, grande comerciante da

época, matriculou o filho, Mário César

Búrigo no colégio.

Apaixonado por futebol de campo,

Mário César, também conhecido como

Téia, aluno da 1ª turma do Científico

do Marista, era movido pelo esporte e

relembra que na época a maioria dos

educadores eram irmãos maristas. Seu

Diretor, Ir. Aquilino Betoni, era muito

comprometido e sempre manteve a

casa em ordem. “Tínhamos aulas de

latim, inglês, francês. Os professores

eram muito exigentes e a disciplina

era excelente”, relata Mário César. Seus

cinco irmãos também estudaram no

Marista e, naquele tempo, os recursos

existentes eram somente o quadro, giz

e mapas.

Após se formar no Científico, Mário

César cursou Medicina na FURG e fez

residência em Ortopedia em Porto Ale-

gre. Voltando a Criciúma, matriculou os

filhos no Marista, Juliana Búrigo e Mário

César Búrigo Filho. Sempre presente na

educação dos filhos, Mário César fez

parte da APP-Marista, a qual se compro-

meteu com a construção do Auditório

Champagnat cuja inauguração ocorreu

em 1992 e teve como primeiro evento

a formatura do filho Mário César Búrigo

Filho, no Científico.

Atleta de handebol e futsal, Mário

César Filho entrou no Marista em 1980

Família Búrigo conta como o Marista fez parte da sua históriaMário César Filho

Page 23: Em Família Criciúma ed 07

“Acreditem nA

formAção mAristA,

que é umA formAção

não só de intelecto,

mAs de cAráter

tAmbém. Assim, os

frutos virão no

futuro”

e nos relata: “também tenho minha

trajetória aqui pautada no esporte. O

esporte pra mim é tudo e sempre foi

um grande meio de socialização. Ele

me concedeu amigos que tenho até

hoje, porque nós formávamos uma

família”.

Na década de 80, havia aula curri-

cular de datilografia na 5ª série e, na 8ª

série, fez parte da 1ª turma das aulas

de computação que eram ainda com

o sistema operacional DOS. “Passei por

grandes mudanças aqui no Marista, o

auditório sendo construído, a troca das

antigas carteiras para cadeiras, a tran-

sição de irmãos para leigos...” relata

Mário César Filho.

Em 1992, formou-se no Científi-

co e, em 1995, entrou para faculdade

de Medicina na Universidade Católica

de Pelotas e, em Passo Fundo, fez sua

Residência, também como o pai, em

Ortopedia. Quanto à atuação profissio-

nal, Marinho nos conta que “o Marista

contribuiu para a formação de valores

pra minha vida até hoje. Descobri pou-

ca coisa fora da formação que recebi

aqui no Marista”.

Hoje, Mário César Filho tem os dois

filhos, Tomas e Matias, no Marista. “Ter

meus filhos aqui é todo dia reviver os

momentos que aqui passei. Tenho

múltiplas sensações e lembranças

quando entro no colégio. Pra mim,

o diferencial do Marista presente em

todas as gerações é o sentido de famí-

lia, amizade. Me criei com meus pais

aqui dentro, ajudando o colégio. Hoje,

eu e minha esposa também somos

chamados a participar da educação de

nossos filhos.”

Page 24: Em Família Criciúma ed 07

24 Ser melhor

O que você está fazendo para preservar a vida?

Na cidade de Criciúma, muitas

vezes, podemos nos assustar ao

vermos áreas tão devastadas em virtu-

de da extração do carvão. Encontramos

regiões imensas cobertas por pirita,

rios que se transformaram em reserva-

tórios de resíduos do carvão. Muitos de

nossos bairros sofrem inundações, isso

porque nós ainda não desenvolvemos

uma cultura de preservação, de respei-

to e de conscientização em relação às

questões ambientais. E agora, quem

corrigirá esses males causados ao meio

ambiente? Será que ainda é possível

reverter esta situação?

A Campanha da Fraternidade- 2011,

cujo tema é “Fraternidade e a Vida no

Planeta” e o lema “A criação geme em

dores de parto (Rm 8,22)” propõe

que “todas as pessoas de boa vonta-

de olhem para a natureza e percebam

como as mãos humanas estão con-

tribuindo para o fenômeno do aque-

cimento global e as mudanças climá-

ticas, com sérias ameaças para a vida

em geral, e a vida humana em especial,

sobretudo a dos mais pobres e vulnerá-

veis” (Manual CF-2011).

O maior pecado cometido pela

humanidade ao meio ambiente é “ver

e não enxergar”. Encontramos lixos

nas ruas, porém ainda os jogamos em

locais inapropriados. Deparamo-nos

com pessoas morrendo, no entanto

continuamos poluindo. Precisamos

acordar e entender que somos res-

ponsáveis pela vida no planeta. Mudar

pequenos hábitos pode ser a garantia

de muitas vidas futuras. A exemplo de

São Marcelino Champagnat, devemos

ser pessoas com iniciativa, movidas

não pelo egocentrismo, mas voltadas

para o bem comum.

Não podemos esquecer que a natu-

reza sempre responde aos males que

a causamos. Portanto, cabe-nos res-

peitá-la para que as próximas gerações

gozem das belezas que ainda temos

e desfrutem do contato com os seres

vivos que ainda existem.

As suas ações podem mudar o rit-

mo do mundo, por isso faça opções

certas, pois essas garantirão a qualida-

de da vida em nosso planeta Terra.

Anerino Cândido Galdino, Assessor de Pastoral

não podemos

esquecer que A

nAturezA sempre

responde Aos mAles

que A cAusAmos.

Page 25: Em Família Criciúma ed 07
Page 26: Em Família Criciúma ed 07

26 Caleidoscópi�

Conheça o Laboratório da

Robótica Educacional, que

estimula o desenvolvimento das

habilidades na interação do uso

de novas tecnologias de maneira

crítica e através da prática.

Para facilitar a compra de

materiais escolares e uniformes,

o Colégio Marista apresentou,

neste início de ano, o novo

espaço da loja Lolly Pop –

Papelaria e Presentes, localizado

ao lado da Cantina Mais.

Inaugurada em fevereiro, a Cantina

Mais possui estrutura moderna

para atender alunos e pais,

reunindo toda a família marista.

Orgulho Marista: os recém-formados

no Ensino Médio, preparados para

as provas da vida, já garantiram

vagas para grandes universidades

Em fevereiro, nossos professores

participaram da Camar –

Caminhada de Aperfeiçoamento

Marista, um grande momento

de integração e fortalecimento

dos valores Maristas

As comemorações para o

cinqüentenário envolverão

exposições, esportes, gincanas,

momentos de espiritualidade,

shows e homenagens. Acesse

o blog e fique por dentro:

50anosmarista.blogspot.com

Page 27: Em Família Criciúma ed 07

Desde o início do maternal, em

2002, Arthur Felisbino Serafin des-

tacava-se em meio aos colegas que cor-

riam e pulavam enquanto ele lia livros.

Hoje, está no 7º ano do Ensino Funda-

mental II. Como sempre gostou muito

de ler e ver filmes, despertou a curiosi-

dade para encenar e fazer teatro.

No colégio, Arthur se identifica com

matérias como Língua Portuguesa,

Artes, Geografia e História, a única de

que não gosta é Matemática. “Em todas

as matérias pode-se ir mais além e ima-

ginar, mas a Matemática não, é aquilo e

pronto. Talvez deva ser por isso que eu

não gosto muito”, relata Arthur. Orga-

nizado e estudioso, procura a excelên-

cia em tudo que faz, sofre um pouco

com isso, mas também cresce. Criou

histórias e fábulas as quais expressam

os seus sentimentos durante o percur-

so escolar e pretende publicá-las.

Apaixonado pelo teatro, Arthur

destaca-se ao encenar, decorar e atuar.

“A arte sempre foi muito presente na

vida do Arthur. Desde pequeno, mon-

tava um palco no próprio quarto e cha-

mava a plateia, composta por mim, o

irmão, avó Márcia e Tia Baba. Em segui-

da, colocava cartola, ternos, fantasias

e instrumentos, para cantar e contar

piadas”, relata sua mãe Rose.

O estilo preferido de Arthur é a

comédia. Ele busca inspiração em ato-

res como Jim Carrey, Charles Chaplin,

Eddie Murphy e a brasileira Fernanda

Montenegro. No futuro, pensa em ser

um artista, não só de teatro; quer ir

mais longe: ser um artista da TV e pro-

duzir filmes.

Aluno Marista de coração, o peque-

no artista é também autor do blog de

tirinhas criadas por ele: blueberry.blo-

gspot.com. Sua mãe, maior incentiva-

dora, relata: “tenho muita satisfação de

ter sido escolhida para ser a mãe dele.

Desejo que Arthur continue assim, res-

peitando as pessoas pelo que elas são,

não o que elas têm. EU ESTAREI SEMPRE

DO LADO DELE!”

27Destaque

Conheça um pouco mais sobre o aluno Arthur, um apaixonado pelas artes

Em cena

Page 28: Em Família Criciúma ed 07

28 Diz aí

Estudar no Colégio Marista sempre foi

uma opção dos meus pais e, principal-

mente, minha. Diferentemente dos

outros colégios, o Marista apresenta

um diferencial o qual eu admiro: os

alunos que aqui se formam não saem

apenas com o diploma acadêmico,

saem com o diploma de cidadão e com

os valores aprendidos nessa institui-

ção. Como estudo no Marista desde a

1ª série do Ensino Fundamental, posso

dizer que o colégio participa do meu

crescimento. Consequentemente, vivi

muitos momentos aqui e seria injus-

to ressaltar somente um, uma vez que

todos foram marcantes. Fico feliz em

saber que faço parte da história Marista

e que tenho a honra de comemorar seu

cinquentenário! Parabéns a esse colé-

gio espetacular!

Ana Letícia Guidi (3ª série do Ensino Médio)

Mais que um colégio, o Marista traz

consigo uma história de superação típi-

ca dos momentos turbulentos do final

do século XVIII. Educar com amor foi a

mensagem deixada por seu fundador

e ainda é seguida por todos os maris-

tas do globo. Estudo nessa instituição

há onze anos e ainda me surpreendo

com a qualidade de ensino na qual alu-

nos e professores caminham juntos

como uma verdadeira família sedenta

por conhecimento. Essa parceria é fun-

damental, pois por trás de cada aluno

existe um jovem que tem por direito

todo o tipo de zelo e atenção. Agora,

completando 50 anos, o Marista reve-

la-se uma potência estrutural, mesmo

assim não se esquece dos antigos valo-

res que há tanto tempo são transmi-

tidos e deixam os pais tranquilos em

casa ou no trabalho. Sou feliz por estar

na 3ª série do Ensino Médio e, desde

2001, fazer parte desta história.

Ricardo Bortolotto (3ª série do Ensino Médio)

Em uma instituição como esta, são

muitos os bons momentos vividos.

Recordo-me bem de quando cheguei

no primeiro dia de aula e fui muito

bem acolhido como se já fizesse pare

da Família Marista, e no fundo já fazia.

Outro grande momento que guardo

ainda vivo na memória é a OLICHAMP.

Um evento realizado por nossa escola

de uma forma peculiar que só poderia

ser feita no Marista. Vencer apenas nos

últimos jogos e provas e derrotar séries

favoritas são lembranças as quais carre-

garei pelo resto da vida. Tenho uma filo-

sofia de que esporte, disciplina e edu-

cação caminham juntos, portanto sou

grato ao Marista por proporcionar não

apenas a mim, mas a todos os seus alu-

nos, momentos como esses, que aliam

princípios e qualidade para formação

de caráter, momentos que, sem dúvi-

da, sempre lembraremos e teremos

orgulho de contar para filhos e netos

que foram vividos aqui, no Marista!

Luiz Henrique Garcez (3ª série do Ensino Médio)

Qual foi seu melhor momento no Marista?

Page 29: Em Família Criciúma ed 07

MULTIPLICAMOS BOAS NOTÍCIAS

Revistas são a nossa especialidade. Com uma equipe talentosa e comprometida com os seus resultados, editamos a sua publicação de forma objetiva, ágil e com muita qualidade.

Conheça o nosso portfólio no site ww.editoraruah.com.br e entre em contato conosco.

Pensou revista,

pensou Ruah

Alunos falam sobre a experiência transformadora de passar 15 dias em uma comunidade carente no sertão do Piauí

abril 2011nº 204

Alunos falam sobre a experiência transformadora de passar

Saia do quadrado

Page 30: Em Família Criciúma ed 07

30

Claudia Kochhann de Lima, Assessora psicopedagógica da Ed.Infantil e Ens. Fundamental I

Praça dos saberesHall é um dos elementos principais como espaço de aprendizagem da Educação Infantil

Educa� Educação Infantil

Ao entrar em uma escola Marista,

as famílias e as crianças precisam

vivenciar a sensação de hospitalidade,

uma atmosfera de descoberta e de

serenidade para que aconteçam rela-

cionamentos, afetividade, experiên-

cias, fascínio e descoberta para a cons-

trução de atitudes, procedimentos,

conhecimentos e cultura por todos da

comunidade educativa.

A construção dos espaços do hall

da Educação Infantil foi um projeto

desenvolvido pelos educandos e edu-

cadores pensando em dar continuida-

de aos espaços contidos nas salas de

aula os quais favorecem uma grande

variedade de relacionamentos e diálo-

gos que permitem a interação com as

múltiplas linguagens.

É por meio da linguagem que as

crianças constroem o pensamento, a

capacidade de decodificar e interpretar

as experiências, ou seja, a capacida-

de de aprender. Na Educação Infantil

e no 1º ano do Ensino Fundamental

a função da linguagem não é apenas

comunicar, mas também produzir

significados a partir da experiência da

criança com e no mundo. Dessa forma,

as múltiplas linguagens correspondem

às diversas maneiras de construção de

significados, ampliando a compreen-

são da criança de modo que o mundo

seja percebido e construído de infinitas

maneiras.

Na nossa escola, o hall é comparado

metaforicamente com uma praça, local

onde as relações de um grande grupo

acontecem. Sendo assim, podemos ter

um exemplo claro de uma escola como

reflexo da sociedade. O hall (praça)

depende do cuidado de todos para a

conservação e organização. As regras

para utilização desse espaço foram

construídas pelas crianças, repassadas

aos pais e constantemente reavaliadas

pelos educandos e educadores para

que a cada dia a responsabilidade de

toda a comunidade educativa (pais,

crianças, professores) se torne cada

vez maior, pois todos que nele habitam

co-participam sentimentos, experiên-

cias, ideias e valores que consolidam

vínculos e o sentimento de pertença.

Compartilhar esse espaço é participar,

pertencer e construir com reciprocida-

de. Contamos com a colaboração de

todos para a conservação e ampliação

desse ambiente o qual assume papel

educativo dentro da escola.

Page 31: Em Família Criciúma ed 07

31

Titulância é uma alternativa para a escola da atualidadeIngrid Roussenq Fortunato Martins, Assessora Psicopedagógica Ens. Fundamental II e Ensino Médio

Voz e vez

Educa� Ensino Fundamental

O conhecimento é concebido como

construção contínua e inacabada.

A forma como a sociedade está organi-

zada exige uma reordenação da insti-

tuição escolar. Os alunos da atualidade

não são passivos diante da fartura de

informações a qual lhes são dadas. Por-

tanto, faz-se necessário um trabalho

voltado especificamente aos anseios

dos discentes. Um movimento que dê

conta não apenas do aspecto cognitivo

do aluno, mas de sua interdimensiona-

lidade. Ele precisa ter voz ativa e sentir-

-se parte do ambiente onde vive.

É nessa perspectiva que o Colé-

gio Marista propõe a nova categoria

de trabalho denominada titulância. O

objetivo é atingir alunos dos 6º ano do

Ensino Fundamental a 3ª série do Ensi-

no Médio.

Os professores escolhidos para

desenvolverem essa atividade preci-

sam ter um perfil de mediadores de

conflitos, pois a intervenção desses

profissionais não se dá apenas em ter-

mos de conhecimento, mas também

nas relações pessoais. Os encontros são

realizados no período vespertino, base-

ando-se no ouvir o que o educando

precisa dizer sobre suas principais difi-

culdades, intra e interpessoais as quais

podem ocorrer na escola e/ou família.

Os atendimentos podem ser soli-

citados tanto pela família quanto pela

escola, de acordo com a percepção da

necessidade estudantil. A partir do diá-

logo entre alunos e professores, podem-

-se encontrar soluções para os diferen-

tes problemas abordados. O espaço

proposto pelos encontros de titulância

proporciona reflexões de vivência em

sociedade e ressalta o compromisso do

adolescente/jovem diante do mundo.

Apesar da atividade ter iniciado neste

ano no Colégio Marista de Criciúma, ela

já apresenta resultados positivos. Den-

tre eles, podem-se destacar: o compro-

misso assumido pelos alunos no que se

refere aos estudos, o respeito ao outro

e ao bem estar do grupo.

os professores

escolhidos pArA

desenvolverem essA

AtividAde precisAm

ter um perfil de

mediAdores de

conflitos, pois A

intervenção desses

profissionAis não se

dá ApenAs em termos

de conhecimento,

mAs tAmbém nAs

relAções pessoAis

Page 32: Em Família Criciúma ed 07

32

O que fazer?Desejo... Pressão... Satisfação... Quanta angústia na hora do vestibular!Denise Iara Vieira, Profª de Língua Portuguesa e Literatura

Educa� Ensino Médio

Chega-se ao terceirão. E aí? O que

fazer? Vestibular à frente. Seguir

os desejos? Ceder às pressões? Agra-

dar a quem? Aos pais? À escola? A si

mesmo? Nossa, quantas dúvidas!

É um dos momentos mais angus-

tiantes pelos quais vemos nossos

estudantes passarem, o vestibular. O

exame seletivo o qual, para muitos, é

o mais temido. E, por quê? São várias

as razões causadoras de todo esse con-

flito vivido pelo jovem numa fase já

conturbada devido às transformações

psicofisiológicas, principalmente, a da

crise de identidade.

É na transição da adolescência para

a juventude que o indivíduo precisa

buscar definitivamente o autoconhe-

cimento para estabelecer as devidas

relações consigo e com a sociedade,

por meio de um processo de matu-

ração que nem sempre é fácil obter.

Por isso, a dificuldade que o estudan-

te apresenta ao escolher a profissão,

principalmente quando tal atitude lhe

é cobrada no fim do Ensino Médio.

Imagine escolher a profissão a qual

será exercida por toda a vida! Entrar no

mundo dos adultos e no mundo do tra-

balho, tendo de acertar, sem titubear.

Agradar aos pais, à escola, à sociedade.

Não é moleza, não!

Agradar aos pais, pois são eles os

“protagonistas” da existência do ado-

lescente. Veem, no futuro promissor

do filho, o reflexo da boa educação e a

certeza de que não houve erros. Dian-

te disso, alguns pais podem vivenciar

dificuldades em aceitar ou propiciar

a autonomia dos filhos em relação às

escolhas; processo que, talvez, gere

uma série de angústias, especialmen-

te, aos filhos.

Além disso, a escola como institui-

ção representativa da sociedade e a

detentora da função de mediação do

conhecimento científico com qualida-

de, de certa forma, também leva o estu-

dante a um patamar de pressões trans-

formadas em aflições e desalentos.

Por fim, além de todas essas ten-

sões, o estudante depara-se ainda com

outra situação: a acirrada competição.

“E agora, José?”, como diria Carlos

Drummond de Andrade. O que fazer?

Como enfrentar todas essas situações?

E os medos? Do fracasso? Da desi-

lusão? Da frustração? O medo mais

importante: o de não ser feliz?

Talvez não haja uma receita pronta

para que se resolvam todos esses con-

flitos, porém deve-se amenizá-los. Pais,

escola e estudantes podem formar uma

parceria comprometida, a princípio,

com o bem-estar do próprio estudan-

te e, depois, com os estudos de forma

consciente e equilibrada. É importante

o apoio incondicional de toda a comuni-

dade escolar para que o jovem consiga

faça a melhor escolha. Esse apoio não

se resume só a palavras incentivadoras,

mas também em atitudes estimulantes

que o levem a uma sobriedade capaz de

amenizar não todas as angústias viven-

ciadas, mas, ao menos, parte delas.

O resultado posterior, certamente,

será mais gratificante.

Então, que venha o VESTIBULAR!

Page 33: Em Família Criciúma ed 07

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

st_004_11_anuncio_21x28.pdf 1 18/02/2011 09:15

Page 34: Em Família Criciúma ed 07

34 Gente noss�

Sempre Marista

Sempre gostei de estudar e sempre

fui motivada em casa a isso. Porém,

isso não é o suficiente para construção

de um futuro, de uma personalida-

de, de uma vida. Ao entrar no colégio

Marista, eu entendi isso. E vejo os resul-

tados dessa mudança, até hoje.

Estudar é importante sim! O estu-

do é o combustível para realização dos

nossos sonhos, mas são com amigos,

bons contatos, boas lembranças, que o

sonho se torna possível. É aprendendo

a conviver com os outros que apren-

demos a viver em paz conosco. Certa-

mente, é esse um dos grandes diferen-

ciais que o aluno e o ex aluno Marista

possuem em comum.

Aprendi a fazer amigos, a me rela-

cionar com as pessoas, a fazer parte

do Marista e a sentir saudades desses

anos. Lembro das festas juninas, das

Olichamps, das aulas, dos recreios,

dos professores, dos amigos, do cli-

ma "família Marista" o qual todos que

já estudaram no Marista, com certeza,

sentem falta...

A professora de geografia Cris, a

dona Silvia de português, a Eliane de

Ciências, Jacira de química...e claro, a

Neusa de Matemática, que inclusive

nos deu "aula"de culinária para poder-

mos nos "virar"ao entrar numa facul-

dade, saber cozinhar o básico..!(a aula

foi ótima, lembro das dicas do ponto

da massa, mas devo confessar que só

desenvolvi as habilidades da arte da

degustação e limpeza após o preparo

das delícias...)

O Marista me ensinou tudo isso.

Forneceu-me conhecimento, habili-

dade de relacionar-me, e através do

estímulo dado aos alunos para con-

quistar seus sonhos, realizei alguns(

ainda faltam muitos!). E isso, na minha

vida profissional como dentista foi e é

fundamental. Ao mesmo tempo que

preciso de constante atualização cien-

tífica, preciso estar sempre “conectada

"com os pacientes, mantendo um rela-

cionamento baseado na credibilidade

de minha formação profissional ali-

cerçado à minha lealdade pessoal. Por

isso, alunos maristas de hoje, interajam

com os colegas, amigos e professores;

a troca sempre será propícia para o

aprendizado. Estudem, dediquem-se,

sonhem( sempre e muito!), sigam o

trajeto para as realizações dos mesmos

e sejam felizes nesse caminho.

Aqui aprendi a acreditar nas pessoas e fazer amigosAmanda Lima

Amanda, aluna Marista de 1997 a 2002, é cirurgiã

dentista, especialista em Prótese Dentária pela

UFSC, pós graduada em Odontogeriatria SP, em

Tecnologia em Odontologia na China, e autora do

blog www.draamandalima.com

Page 35: Em Família Criciúma ed 07
Page 36: Em Família Criciúma ed 07

36 Vestibular

É preciso aprender a lidar com o problema da tensão pré-vestibularFabíola Almeida

Abaixo a TPV!

“Foi a melhor sensação do mun-

do!”. É assim que a ex-aluna

Marista, Iana Dornelas Fonte Boa, des-

creve o que sentiu ao ver o nome na

lista dos aprovados. Mas a caloura em

Direito lembra que a preparação não

foi fácil e no 3º ano chegou a recorrer

a acompanhamento psicológico para

controlar a ansiedade pelo vestibular.

Assim como Iana, vários estudan-

tes sofrem com a tensão pré-vesti-

bular (TPV). Um levantamento feito

com 1.046 vestibulandos verificou

que 56,3% apresentaram sintomas de

ansiedade, considerando os níveis de

intensidade leve, moderado e grave.

Dentre os estudantes que apresenta-

ram transtorno depressivo, destacou-

-se a prevalência mais elevada em

meninas (59,3%) do que em meninos

(28,4%). De todos os participantes da

amostra, 947 (90,5%) responderam

ainda que o vestibular alterou seus

hábitos de vida, sendo as principais

modificações na vida social com ami-

gos, no relacionamento familiar, no

sono, na atividade física e na alimenta-

ção. O estudo foi comandado pelo psi-

quiatra Daniel Guzinski Rodrigues, da

Universidade Luterana do Brasil (Ulbra),

e pela psicóloga Cátula Pelisoli, da Uni-

versidade Federal do Rio Grande do Sul

(UFRGS)*.

Page 37: Em Família Criciúma ed 07

“ESTUDAR DEMAIS POR OBRIGAÇÃO PODE ATRAPALHAR MAIS DO QUE AJUDAR, PORQUE VOCÊ ACABA SE SOBRECARREGANDO E NÃO FIXA DIREITO O QUE APRENDEU. ACHO IMPORTANTE TER UM TEMPO PARA SE DIVERTIR E PENSAR EM OUTRAS COISAS, SENÃO FICA DIFÍCIL AGUENTAR A PRESSÃO DO VESTIBULAR.”Andre Luis Tavares

O ex-aluno Andre Luis Tavares, apro-

vado no Programa de Avaliação Seriada

(PAS), da UnB, e na Unicamp para o cur-

so de Ciência da Computação, reforça

a ideia de que a tranquilidade pode ser

um diferencial na hora de realizar as

provas. “Estudar demais por obrigação

pode atrapalhar mais do que ajudar,

porque você acaba se sobrecarregan-

do e não fixa direito o que aprendeu.

Acho importante ter um tempo para

se divertir e pensar em outras coisas,

senão fica difícil aguentar a pressão do

vestibular.”

TENSÃO PRÉ-VESTIBULAR Conhecida como TPV, a tensão pré-

-vestibular é quase inerente à vida dos

estudantes. Dificuldade de concentra-

ção, inquietação, dores de cabeça e

musculares, além de tonturas, são sin-

tomas típicos da TPV, de acordo com

a pesquisa. O medo da reprovação, as

incertezas relacionadas ao desempe-

nho no dia da prova, a forte cobrança

da família e de amigos, são situações

que acabam contribuindo para o sur-

gimento da ansiedade que, em muitos

casos, pode ultrapassar os limites da

normalidade e prejudicar o desempe-

nho.

A ex-aluna Fernanda de Carvalho,

recém-aprovada no PAS e no vestibu-

lar para o curso de Nutrição, conta que

com ela não foi diferente: “No último

ano procurei ficar mais calma e encarar

a prova com menos pressão, acho que

isso pode ter ajudado”.

A professora de Física Samara Mei-

ra acompanha os alunos na Central de

Vestibulares do Maristão, em Brasília, e

sugere que os jovens não mudem mui-

to a rotina: diversão, atividades físicas e

alimentação saudável ajudam a manter

o equilíbrio. “Exercite o pensar, exer-

cite a capacidade de crítica, exercite

o hábito da leitura”, destaca. Em resu-

mo, a TPV não mata, mas impede viver

intensamente um dos períodos mais

bonitos da vida.

* Para ler o artigo "Ansiedade em vestibulandos:

um estudo exploratório", de Daniel Guzinski Ro-

drigues e Cátula Pelisoli, disponível na biblioteca

on-line SciELO (Bireme/Fapesp).

Page 38: Em Família Criciúma ed 07

Estamos acostumados a ouvir diversas recomendações sobre bons hábitos de estudo, como esco-

lher um local silencioso, manter uma rotina para fazer tarefas, estabelecer metas e limites, entre

tantas outras. Mas como sabemos se esses hábitos são realmente bons?

38 Como fazer

Ricardo Marchesan

Esqueça o que você sabe sobre hábitos de

Page 39: Em Família Criciúma ed 07

Cérebro vivo é cérebro ativo!

“Pesquisas indicam que o cérebro inicia

um processo de declínio cognitivo já a

partir dos 25 anos de idade. É possível,

contudo, manter o cérebro afiado, adiar o

declínio das suas funções e habilidades, e

minimizar esse declínio, com atitudes ao

alcance de todos. Engajar-se em ativida-

des regulares de exercícios físicos e men-

tais, ajudam na estimulação do cérebro.”

Suzana Herculano, neurocientista, desde 2008 é

apresentadora e roteirista do quadro Neurológi-

ca, do Fantástico, e autora de seis livros, “Pílulas

de Neurociência para uma Vida Melhor”

DICA ESPECIAL

Uma excelente matéria publicada

no jornal "The New York Times" anali-

sou as descobertas mais recentes em

hábitos de aprendizado e descobriu

muitos resultados surpreendentes que

podem ajudar qualquer pessoa, desde

uma criança aprendendo a fazer con-

tas, a um idoso aprendendo um novo

idioma. Muitas destas descobertas con-

tradizem a sabedoria popular, como

por exemplo, ao invés de manter ape-

nas um local de estudo, simplesmente

alternar a sala onde a pessoa estuda

aumenta a retenção.

De acordo com o autor da pesquisa,

o cérebro faz associações sutis entre o

que se está estudando e as sensações

exteriores naquele momento, indepen-

dentemente dessas percepções serem

conscientes. Forçar o cérebro a fazer

Cientistas descobriram que o estu-

do espaçado de um assunto – uma hora

hoje, uma hora no final de semana e

uma hora daqui a uma semana – melho-

ra a capacidade de recordar esse assun-

to. Uma explicação é que o cérebro,

quando volta naquele material num

outro dia, precisa reaprender um pouco

daquilo que ele havia esquecido e esse

processo, em si, reforça o aprendizado.

Essa é uma razão pela qual os cien-

tistas julgam que os testes – ou provas

simuladas – são ferramentas podero-

sas de aprendizagem, além de mera-

mente ferramentas de avaliação. O

processo de se extrair uma ideia pare-

ce fundamentalmente alterar a forma

com que a informação é armazenada

subsequentemente, tornando-a bem

mais acessível no futuro.

Nada sugere que somente essas

técnicas – alternar ambientes de estu-

do, misturar conteúdo, espaçar as ses-

sões de estudo, fazer testes – resol-

verão os problemas de aprendizado,

pois a motivação também importa

muito. Mas, pelo menos, essas técni-

cas oferecem aos pais e estudantes

um plano de estudo baseado em evi-

dências, e não em sabedoria popular

ou teorias vazias.

Vale lembrar que a forma como

aprendemos importa não só para

retermos eficientemente algumas

informações para as diversas tarefas

que executamos todos os dias, mas

também porque o aprendizado induz

mudanças neuroplásticas no cére-

bro que, consequentemente, podem

aumentar nossas reservas funcionais

e nossa saúde.

* Ricardo Marchesan é sócio fundador do Cérebro

Melhor, empresa especializada em treinamento

cerebral por meio de jogos online.

múltiplas associações com o mesmo

material pode, na verdade, dar a essa

informação mais relevância neural.

Variar o tipo de material estudado

numa única sessão de estudos – alter-

nando, por exemplo, entre vocabulário,

leitura e conversação de um novo idio-

ma – parece deixar uma impressão mais

profunda no cérebro do que se concen-

trar apenas em uma coisa de cada vez.

Muitos atletas também costumam tam-

bém misturar seus treinos com séries

de força, velocidade e habilidade.

Page 40: Em Família Criciúma ed 07

40 Como fazer

ALTERNE O AMBIENTE

Variar o ambiente onde se

estuda aumenta a retenção

da memória. Quando se tro-

ca de local, o cérebro faz associações

sutis entre o que se está estudando e

as sensações externas, sendo percep-

ções conscientes ou não. Quando for-

çamos o cérebro a praticar múltiplas

associações com o mesmo material,

essa informação passa a ganhar maior

relevância neural.

VARIE O MATERIAL A SER

ESTUDADO

Mesclar o tipo de material

numa mesma sessão de

estudos pode deixar uma impressão

mais profunda no cérebro do que se

concentrar apenas em um assunto de

cada vez. Assim como esportistas pos-

suem treinos alternados, poderíamos,

por exemplo, ter uma sequência que

passasse por vocabulário, leitura e con-

versação de um novo idioma.

ESTUDE ESPAÇADAMENTE

Quando montamos um cro-

nograma espaçado para a

aprendizagem de um deter-

minado assunto, como por exemplo,

uma hora hoje, uma hora no final de

semana e uma hora daqui a uma semana,

melhoramos nossa capacidade de recor-

dar esse tema. Ao voltar no material tra-

balho em um curto período de tempo,

nosso cérebro acaba reaprendendo uma

parte daquilo que ele havia esquecido,

dessa forma, se tornando um processo

de reforço de aprendizado.Alterar para:

“ ao voltar ao material trabalhado em um

curto período de tempo, nosso cérebro

acaba reaprendendo uma parte daquilo

que ele havia esquecido, dessa forma,

se tornando um processo de reforço de

aprendizado.

TESTES SÃO BEM VINDOS

As provas simuladas ou exer-

cícios são ótimas ferramen-

tas de aprendizagem e não

uma simples forma de avaliação. O

processo de se extrair o conhecimento

absorvido na resolução desses testes

acaba alterando a forma como essas

informações são armazenadas e, sub-

sequentemente, torna o acesso mais

fácil no futuro.

MOTIVE-SE

Assim como a prática, a moti-

vação é fundamental para o

aprendizado. Quanto mais

se pratica, mais chance o cérebro tem

de reforçar as modificações sinápti-

cas que constituem o que está sendo

aprendido. Quanto mais motivação se

tem, mais se pratica, mais importância

se dá ao aprendizado e, portanto, mais

facilmente acontecem as modificações

sinápticas do aprendizado.

Fonte: Cérebro Melhor (www.cerebromelhor.com.br)

Confira algumas estratégias que podem contribuir com os melhores hábitos de estudo, todas baseadas em pesquisas científicas:

hábitos de estudo campeões

OsEstreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.

Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).

As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!

O Kit do Aluno é composto de:

• 6 livros • 1 DVD

0800 772 2300

[email protected]

www.ftd.com.br

An_TECA.indd 1 10/05/11 11:11

Page 41: Em Família Criciúma ed 07

Estreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.

Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).

As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!

O Kit do Aluno é composto de:

• 6 livros • 1 DVD

0800 772 2300

[email protected]

www.ftd.com.br

An_TECA.indd 1 10/05/11 11:11

Page 42: Em Família Criciúma ed 07

42 Compartilhar

Não é preciso destacar o quanto a

rede mundial de computadores

revolucionou o dia a dia das pessoas e

transformou a sociedade. O que assus-

ta, ainda, é que por ser uma novidade

não há normas e leis específicas para

coibir os crimes praticados por meio

dos computadores. São fraudes finan-

ceiras, envio de vírus, roubo de senhas,

crimes contra a honra, calúnia, injúria,

difamação, cyberbullying (humilhação

de pessoas por meio de postagens na

Internet) e, talvez o crime mais preocu-

pante, a pedofilia.

“A despeito de terem sido criadas

delegacias especializadas, é importan-

te que todos os usuários da Internet

saibam que existem meios mais segu-

ros de usar a rede mundial, a partir da

adoção de alguns medidas práticas”,

destaca Luiz Flávio Borges D’Urso, Pre-

sidente da OAB SP, que organizou a

1 Lembre-se de que as relações esta-belecidas na Internet são relações inter-pessoais e, por isso, é importante ter os mesmos cuidados tomados no contato pessoal do dia a dia: não revele a estra-nhos informações pessoais que possam comprometê-lo ou comprometê-la, tais como: endereço, telefone, seu nome completo, nome de familiares, local de trabalho, nome da escola onde estuda, dados que indiquem sua rotina

2 Preserve sua intimidade: não divul-gue informações, contatos, fotos ou vídeos pessoais e tenha cuidado ao rea-lizar negócios e manter relacionamentos via Internet

3 Tome cuidado com novas amizades, procurando referências antes de consi-derá-las como conhecidas

4 Antes de publicar algo, lembre-se de que não são apenas os seus amigos e pessoas honestas que utilizam a Inter-net. Desconfie das pessoas e dos sites que desrespeitam as leis e promovem a intolerância ou se manifestam em desa-cordo com a ética

5 Utilize em seu computador um pro-grama firewall, um software antivírus e aplique mensalmente as atualizações mais recentes fornecidas pelo fabrican-te do sistema operacional e do software antivírus

6 Não clique em links da web pre-sentes em e-mails, nem abra arquivos anexos enviados por pessoas desco-nhecidas. Em caso de dúvidas entre em contato com o remetente da mensagem antes de clicar em um link ou abrir um arquivo anexo

A internet pode ser seguraPresença e diálogo são as grandes armas dos pais também no ambiente virtual

6 CUIDADOS PARA NÃO CAIR EM ARMADILHAS DA REDE

cartilha “Recomendações e boas práti-

cas para o uso seguro da Internet para

toda a família”.

SEM BARREIRASOs especialistas destacam que é

importante que a barreira digital que

separa os pais de seus filhos seja rom-

pida, já que muitos pais ficam alheios

à conduta de seus filhos no ambiente

virtual em razão do próprio desco-

nhecimento que têm a respeito da

informática. Respeitar a privacidade

dos filhos não pode ser sinônimo de

ausência de supervisão, de vigilância,

o que deve ser feito em consonância

com o respeito aos valores da pró-

pria família. É também essencial que

os filhos saibam que seus pais têm

conhecimento do que ocorre na Inter-

net e que podem confiar neles caso

sofram alguma agressão no meio vir-

tual. Além disso, é necessário que os

pais expliquem sobre a importância

do uso consciente da Internet e das

consequências que atitudes irrespon-

sáveis podem causar.

SERVIÇO: A Cartilha pode ser acessada no site

da OABSP, pelo link: www.oabsp.org.br/comisso-

es2010/crimes-alta-tecnologia/cartilhas/carti-

lha_internet.pdf

Page 43: Em Família Criciúma ed 07

Jean-Dominique Bauby (Mathieu

Amalric) tem 43 anos, é editor da

revista Elle e um apaixonado pela

vida. Mas, subitamente, tem um

derrame cerebral. Vinte dias depois,

ele acorda. Ainda está lúcido, mas

sofre de uma rara paralisia: o único

movimento que lhe resta no corpo

é o do olho esquerdo. Bauby se

recusa a aceitar seu destino. Apren-

de a se comunicar piscando letras

do alfabeto, e forma palavras, fra-

ses e até parágrafos. Cria um mun-

do próprio, contando com aquilo

que não se paralisou: sua imagina-

ção e sua memória. Um livro para

refletir sobre a nossa mania de

autossuficiência.

QUEM INDICA: Cristiane Mazolla

Vieira, Assessora Psicopedagógica

(Ensino Fundamental II) do Colégio

Marista Santa Maria

"GERAÇÃO Y"Sidnei de Oliveira, Editora IntegrareO autor apresenta de forma sutil as

eras em que vivemos como sociedade:

era da terra (do feudo), era da força do

trabalho, industrial, da informação e a

que vivemos hoje, a era das conexões.

O livro situa as pessoas no tempo em

que vivemos e dá um "toque" de que

precisamos aprender a nos relacio-

narmos respeitando essa diferença de

contexto (essa conexão é de se relacio-

nar). Especialmente entre pais e filhos,

afinal, os pais devem entender que a

era de seus filhos é bem diferente da

qual viveram antes.

O AMOR FECUNDA O UNIVERSOMarcelo Barros e Frei Betto, Editora AgirDiz Leonardo Boff que “o propósito da

vida não é só a simples sobrevivência,

mas a realização das potencialidades

presentes no Universo e que querem se

expressar”. Este livro, cheio de poesia e

mística, quer nos convocar ao cuidado

com a vida, com a espiritualidade que dá

sentido a todas as expressões de vida.

Com tantas versões catastróficas sobre o

nosso planeta e sobre o nosso papel no

mundo, buscar caminhos de compro-

misso ecológico e espiritual torna-nos

ainda mais vinculados com a transfor-

mação da realidade, integrando-nos à

grande sinfonia da Vida.

QUEM INDICA: Marize

Mazzoli Rufino, Diretora

Educacional do Colégio

Marista de Londrina

Prateleira ídeo

QUEM INDICA: Ascânio

João Sedrez, Diretor

Educacional do Colégio

Marista Arquidiocesano

O ESCAFANDRO E A BORBOLETA

Page 44: Em Família Criciúma ed 07

44 Solidariedade

“Um mundo melhor é o que todos

nós queremos para nossos filhos

e para todas as crianças e adolescen-

tes. Um mundo digno, que respeite

nossa liberdade e a diversidade ide-

ológica, religiosa, étnica e de gêne-

ro, e que respeite também nossa

integridade humana. E é por esse

mundo que devemos trabalhar”,

afirma Jimena Djauara N. C. Grigna-

ni, assessora da Rede Marista de Soli-

dariedade.

Mais que caridade, o comprome-

timento de todos com a construção

de uma sociedade mais justa é que

define a cultura da solidariedade,

tão discutida e aplicada em cada

uma das unidades Maristas. Afinal,

se você é incentivado a pensar e agir

por um mundo melhor, sua posição

sobre a vida e as demais pessoas

será diferente daquela de alguém

que aprendeu apenas a buscar o

primeiro lugar num mundo compe-

Em que mundo você deseja viver?Proposta Marista nos convida a fazer parte da cultura da solidariedade

titivo. Essa maneira de pensar vai

além da postura de ajuda ao outro e

busca uma interação de pessoas de

realidades sociais distintas numa via

de mão dupla onde todos ganham. É

como afirmava João Paulo II: ser soli-

dário implica uma “determinação fir-

me e perseverante de se empenhar

pelo bem comum” em busca da jus-

tiça social e da fraternidade.

Em resumo, a cultura da solida-

riedade vem para inverter a lógica de

um mundo regido pela competição.

“Só quando nos aproximamos de

outras realidades sociais e econômi-

cas é que podemos exercitar a coo-

peração. Este é um movimento com-

plexo, uma nova maneira de ver as

coisas, mas à medida que essa cultu-

ra for sendo compreendida e viven-

ciada pelas pessoas, naturalmente a

realidade do país se transformará”,

finaliza Jimena.

Page 45: Em Família Criciúma ed 07

A partir do que indica a Missão Educativa Marista, educa-se na e para a solidariedade, pois

essa missão apresenta a Boa Nova, não apenas em termos pessoais, mas também a partir de

uma visão comunitária. Tal visão segue a lógica de Jesus Cristo, alcançando os mais empo-

brecidos, buscando o bem comum e assumindo a responsabilidade pelo presente e o futuro

da humanidade, assim como por toda a Criação.

Fonte: "Termos, Expressões e Valores Institucionais – Diretrizes para comunicação da Província Marista Brasil

Centro Sul – N°1".

BOA NOVA

Page 46: Em Família Criciúma ed 07

A Rede Marista de Solidariedade acredita que a cultura e a arte transformam as realidades de pessoas e comunidades.

Novosjuventudes

cenáriosparaasinfâncias&

www.solmarista.org.br

Page 47: Em Família Criciúma ed 07

Essência

A última grande Assembleia Geral do Instituto dos Irmãos

Maristas, ocorrida em Roma há dois anos, acentuou a

figura de Maria, mãe de Deus, como grande inspiradora e

protetora da obra marista no mundo.

Nos documentos publicados depois da Assembleia,

o exemplo de Maria e exaltação de suas virtudes foram

destacados, o que despertou a União Marista do Brasil

(UMBRASIL) a estabelecer um Ano Mariano. Com o tema

Maria no coração da Igreja e o lema Com Maria, para uma

nova terra, o Ano tem a perspectiva de reavivar a presença

de Maria na vida Marista e da Igreja Católica, contribuin-

do também como preparação para a comemoração dos

200 anos de nascimento do Instituto dos Irmãos Maristas

(1817-2017).

A celebração do Ano Mariano, no período de 25 de mar-

ço a 8 de dezembro de 2011, acontece em todas as Uni-

dades Maristas do Brasil por meio de atividades e eventos

nacionais. As ações propostas mostram que, sob diversos

títulos e matizes, Maria é retratada nas diversas culturas,

comunidades e povos como companheira, modelo de ins-

piração, força para acolher a realidade da vida e lutar para

sua transformação. Maria é a mulher plena de Deus, a mãe,

a irmã, a amiga, a intercessora junto a Cristo, solidária com

os pobres e humildes.

À Mãe,com carinhoMaristas do Brasil dedicam 2011 a Maria

TUDO POR MARIAInspirados em Maria, o marista se deixa transformar por ela para ser presença de qua-lidade na vida das pessoas, em especial dos que mais necessitam. Somos convidados a descobri-la como peregrina na fé. Como Jesus......ir ao encontro daqueles que estão à margem, fazê-los “avançar para águas mais pro-fundas” (Cf. Lc 5,1-4);...servir, escutando a voz serena e presente da Mãe: “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5); ...celebrar a vida, processando a conversão do coração: “não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?” (Lc 24,32); ...reafirmar a vocação e o desejo de ser filho e filha de Maria: “eis tua mãe!” (Jo 19,27).

Fonte: Documento de Orientações do Ano Mariano

“PARECE-ME QUE, ÀS VEZES, INCLUSIVE SEM DAR-NOS CONTA, SIMPLESMENTE

POR NOSSO MODO DE FAZER, POR NOSSAS OPÇÕES, POR NOSSA MANEIRA

DE RELACIONAR-NOS, MOSTRAMOS O ROSTO MARIANO DA IGREJA, QUE

REALMENTE QUEREMOS”Ir. Emili Turú, Superior-Geral dos Irmãos Maristas

Maria no coração da Igreja.

Page 48: Em Família Criciúma ed 07

48 Inspiração

Uma célebre frase de Albert Einstein

ensina que “só há duas manei-

ras de viver a vida: a primeira é vivê-la

como se os milagres não existissem; a

segunda é vivê-la como se tudo fosse

um milagre”. De fato, entre o nasci-

mento e a morte, cada momento deve

ser vivido como um milagre. E nossa

medida de felicidade certamente será

proporcional à nossa sensibilidade para

enxergar cada um destes pequenos

dons que recebemos ao longo da vida.

Com apenas 18 anos, logo após a

conclusão da 3ª série do Ensino Médio

no Marista, Pauline Becker Zacaron ini-

ciou uma batalha pela própria vida e

precisou rapidamente rever esses con-

ceitos. Com dores fortes, descobriu

que possuía um tumor em um dos ová-

rios e, então, fez a primeira operação.

Mesmo depois da cirurgia, as dores

não só continuaram, mas aumentaram

ainda mais. Vários exames foram reali-

zados e constataram-se algumas man-

chas na coluna. A jovem submeteu-se a

mais uma cirurgia para retirada de um

fragmento da coluna para biópsia e foi

descoberto que o problema na coluna

era consequência de uma das células

que havia se deslocado do ovário. “Na

hora da notícia, o desespero tomou

conta de mim ao saber que estava com

câncer. Segurei firme na mão do médi-

co e de meus familiares e disse: “façam

tudo que tiver que ser feito com a ajuda

de Deus, mas não me deixem morrer”,

relembra Pauline.

Foi realizada, então, a terceira cirur-

gia; dessa vez, porém, para retirada da

vértebra onde o tumor se alojara. Após

o procedimento cirúrgico de 12 horas,

Pauline iniciou as sessões de quimio-

terapia, momento em que sofreu bas-

tante com os sintomas: enjoo, falta de

apetite e queda dos cabelos, entretan-

to, jamais perdeu o desejo de viver.

Hoje, três anos depois da descoberta

da doença, Pauline faz faculdade

de Administração, está plenamente

curada e, acima de tudo, muito feliz.

A doença lhe trouxe muitas lições e a

principal delas é de que cada momento

deve ser vivido em sua plenitude,

algo que todos sabem, mas poucos

colocam em prática verdadeiramente.

“Como o hospital em Criciúma fica

em frente ao Marista, o colégio foi a

primeira imagem que tive após levan-

tar da cama do hospital. Com a ajuda de

meus familiares, dei os primeiros pas-

sos até a janela e não consegui segurar

as lágrimas. O Marista abriu as portas de

uma educação de qualidade e a virtude

como família. Os amigos que formei

e os funcionários sempre estarão em

meu coração”, conta. Como para cada

um de nós, também para Pauline o

colégio estava associado às amizades,

aos valores universais e às coisas mais

significativas que constroem a nossa

vida. Ali ela havia sido feliz e presen-

ciado todos os milagres diários que só

uma criança é capaz de enxergar.

Por isso, fica a dica: nos momentos

de dificuldades, que tal lembrar dos

tempos de colégio? Pode ser que a for-

ça daquela criança seja tudo o que o

homem ou a mulher de hoje precisem

para vencer os problemas e continuar a

enxergar os milagres diários.

Você acredita em milagres?A ex-aluna marista, Pauline Becker Zacaron, venceu o câncer e encontrou novas maneiras de ser feliz

Page 49: Em Família Criciúma ed 07

INFORME PUBLICITÁRIO

DIVERSÃO E CONHECIMENTO JUNTOS

É num cenário especial, que inte-

gra diversão com conhecimento,

que os alunos dos colégios maristas

de Londrina, Criciúma, Paranaense e

Santa Maria (Curitiba) estão aprenden-

do a fazer a diferença. Com modernas

ferramentas de eletrônica, informática

e mecânica, crianças a partir de cinco

anos constroem e desenvolvem proje-

tos incríveis com a orientação de pro-

fessores. É a L.A. Robótica Educacional,

uma rede de franquias presente em

quatro unidades do Marista e com pla-

nos de expansão.

Segundo o idealizador do proje-

to, o matemático Leandro Augusto,

a idéia principal do curso é propor ao

aluno o projeto e a construção de um

experimento investigatório e explo-

ratório que seja "divertido fazer". A

partir daí as crianças trabalham con-

DESENVOLVIMENTO

Confira o que a L.A Robótica Educacional

estimula e desperta nos alunos:

1. A curiosidade na criação e planeja-

mento de projetos

2. O interesse pelo estudo e análise de

mecanismos existentes

3. A compreensão dos conceitos físicos

presentes no cotidiano e as habilida-

des cognitivas, motoras e perceptivas

4. O curso amplia a visão de mundo

deles e estimula o sociabilizar do

aluno. Trabalho em equipe, a criati-

vidade e organização

INFORMAÇÕES:

www.laroboticaeducacional.com.br

ceitos e práticas de disciplinas como

matemática, física, eletrônica, infor-

mática, tudo isto com aplicação da

qualidade total. “Procuramos estimu-

lar o desenvolvimento e as habilida-

des do aluno na interação do uso de

novas tecnologias sempre de manei-

ra crítica e investigativa”, destaca o

professor.

Um dos pontos mais importantes

da robótica é o aprendizado conquis-

tado através do trabalho realizado

em grupo, desde a etapa de estudo.

Princípios de trabalho em equipe e

cooperação, que são exigidos na atu-

ação profissional, são desenvolvidos

nos alunos a partir de cada um dos

projetos. “O resultado é uma pessoa

muito mais preparada para enfrentar

os desafios educacionais e profissio-

nais”, finaliza Leandro Augusto.

NAS AULAS DE ROBÓTICA

Page 50: Em Família Criciúma ed 07

50 Humor

Page 51: Em Família Criciúma ed 07

Volume 23º. ano

Volume 2

Volume 11º. e 2º. anoVolume 1

Galera, a Turma Cósmica chegou!Venha com a gente nessa aventura

espacial! Jogos e desafi osincríveis esperam por você.

Conheça melhor a Turma Cósmica:www.turmacosmica.com.br ou 0800 772 2300

JogosEducativos.indd 1 10/05/11 11:11

Page 52: Em Família Criciúma ed 07

MULTIPLICAMOS BOAS NOTÍCIAS

Palavras podem andar depressa e até voar. Podem construir, registrar, bendizer, eternizar. A especialidade da Editora Ruah é reuni-las, organizá-las e multiplicá-las em revistas. Fazemos isso pelo Grupo Marista com as revistas Em Família (Rede de Colégios), Vida Universitária (PUCPR), Brasil Marista (Umbrasil) e podemos fazer pela sua empresa também.

Palavrastêm vida

www.editoraruah.com.br