ELISEU - Exegese - Defesa Da Fé- 01 - Online

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OS CRENTES COLOCADOS À PROVA NO TESTEMUNHO E NO PROCEDIMENTO — INSTRUÇÕES EM 1 PEDRO 3.13-17 Lição 1 – REVISITANDO A COMUNIDADE DE PEDRO 1. INTRODUÇÃO a. Objetivo : dois trilhos: a palavra e a conduta; a pregação e a prática; obter instruções para a conduta correta dos cristãos quando submetidos à prova da perseguição, hostilidade, rejeição social e questionamentos quanto à fé cristã. b. Problemática : Os cristãos são chamados a viver de um modo que coloca em questão muitos valores da sociedade em redor, constituindo, em sua essência uma cultura própria. A conduta cristã pode provocar reações que vão da admiração à hostilidade, mas não a indiferença. i. Método : ii. Exegético : 4 lições (1) Conhecer a primeira comunidade destinatária da epístola: revisitar a comunidade cristã constituída principalmente de gentios, em uma região fora da influência judaica, nos limites do império romano a fim de verificar os problemas que enfrentavam na nova fé que haviam abraçado. (2) Analisar palavra por palavra e verificar o sentido. (3) Traçar o paralelo entre a comunidade de Pedro e a nossa, estabelecendo pontos de contato e lições para praticar; verificar como as recomendações do apóstolo os ajudariam a enfrentá-las, especialmente em relação ao questionamento e a perseverança na prática do bem. iii. Temático : 3 lições (1) Analisar o conteúdo da fé cristã. (2) Analisar o conflito fé cristã e razão. (3) Analisar a relação fé cristã e esperança. 2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS a. Autor : “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo” (1.1) b. Destinatários : “aos eleitos que são forasteiros da Dispersão, no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1.1); i. Localização geográfica : províncias romanas que envolvem a quase toda a Ásia Menor, deixando de citar apenas as regiões de Lícia, Panfília e Cilícia, no extremo sul (HOLMER, 2008,

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OS CRENTES COLOCADOS À PROVA NO TESTEMUNHO E NO PROCEDIMENTO — INSTRUÇÕES EM 1 PEDRO 3.13-17

Lição 1 – REVISITANDO A COMUNIDADE DE PEDRO

1. INTRODUÇÃOa. Objetivo : dois trilhos: a palavra e a conduta; a pregação e a prática; obter

instruções para a conduta correta dos cristãos quando submetidos à prova da perseguição, hostilidade, rejeição social e questionamentos quanto à fé cristã.

b. Problemática : Os cristãos são chamados a viver de um modo que coloca em questão muitos valores da sociedade em redor, constituindo, em sua essência uma cultura própria. A conduta cristã pode provocar reações que vão da admiração à hostilidade, mas não a indiferença.

i. Método : ii. Exegético : 4 lições

(1) Conhecer a primeira comunidade destinatária da epístola: revisitar a comunidade cristã constituída principalmente de gentios, em uma região fora da influência judaica, nos limites do império romano a fim de verificar os problemas que enfrentavam na nova fé que haviam abraçado.

(2) Analisar palavra por palavra e verificar o sentido.(3) Traçar o paralelo entre a comunidade de Pedro e a nossa, estabelecendo

pontos de contato e lições para praticar; verificar como as recomendações do apóstolo os ajudariam a enfrentá-las, especialmente em relação ao questionamento e a perseverança na prática do bem. iii. Temático : 3 lições

(1) Analisar o conteúdo da fé cristã.(2) Analisar o conflito fé cristã e razão.(3) Analisar a relação fé cristã e esperança.

2. CONSIDERAÇÕES INICIAISa. Autor : “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo” (1.1) b. Destinatários : “aos eleitos que são forasteiros da Dispersão, no Ponto, Galácia,

Capadócia, Ásia e Bitínia” (1.1); i. Localização geográfica : províncias romanas que envolvem a quase toda a Ásia

Menor, deixando de citar apenas as regiões de Lícia, Panfília e Cilícia, no extremo sul (HOLMER, 2008, p. 131).

ii. Condição social : maioria dos crentes eram gentios convertidos (p.ex., 1.14, 18; 2.10; 4.3ss), embora houvesse judeus também. (1) “forasteiros da dispersão” (1.1) (2) “peregrinos e forasteiros” (2.11). (3) “tempo da vossa peregrinação” (1.17) sugere um sentido espiritual, parece

que os cristãos eram, em sua maioria, pessoas simples. (4) Servos (2.18), mas não senhores: Elliott (citado por MUELLER, 1988, p.

29,30) acha que forasteiros e peregrinos devem ser entendidos como classes sociais, podendo ser traduzidas como “estrangeiros residentes” e “estrangeiros visitantes”, respectivamente.

(5) dispersão ou diáspora (1.1), MUELLER (1988, p. 31) opina que deve ser entendida em relação a Babilônia (5.13), sendo ambos uma referência figurada ao cativeiro babilônico dos judeus.iii. Pedro X Paulo : Pedro se dirigiu a igrejas fundadas por Paulo?

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(1) Paulo circulou ao sul da Ásia, na região mais ligada à Síria. (2) Não há nenhuma evidência interna que forneça razão para crer que Pedro

tinha em vista as igrejas fundadas por Paulo. (3) A lista de Atos 2.10 inclui regiões da Ásia Menor e muitos peregrinos que

ouviram o sermão de Pedro no Pentecoste eram dessa região e devem ter pregado o evangelho nas cidades. c. Proveniência i. Babilônia (5.13) sugere que Pedro e seus colaboradores Silvano e Marcos

estavam juntos naquele lugar. MUELLER (1988, p. 34,35) diz que há três hipóteses para entender o que significa Babilônia: (1) citação literal referindo-se à cidade de Babilônia, mas não há nenhuma

evidência de missão cristã naquela cidade, nem que o apóstolo Pedro tenha passado por lá;

(2) uma cidade no nordeste do Egito, com esse mesmo nome, mas nesse caso, teria que haver alguma explicação adicional;

(3) uso figurado para Roma, recurso comum no final do século 1 entre os cristãos (como João faz em Ap 14.8; 16.19; 17.5; 18.2). Nesse caso, a epístola foi escrita de Roma, onde segundo fortes indícios da tradição, Pedro e Marcos estiveram.d. Data : depende diretamente da autoria da epístola. i. Se Pedro é o autor, então a redação da epístola pode ser datada nos anos 60 da

era cristã, quando Pedro ainda estava vivo e, provavelmente, atuando em Roma, onde segundo a tradição, ele foi morto, em 67 A.D., durante a perseguição desencadeada por Nero (MUELLER, 1988, p. 34). HOLMER (2008, p. 132) diz que as referências dos pais apostólicos são importantes para a datação da epístola, estimando, então, que foi escrita entre 60 e 65 A.D.. Ele defende que a referência a bispos em 5.1 é coerente com o uso primitivo deste cargo, pois ainda não era tão influente como se tornou depois.

ii. Quem não aceita a autoria petrina, defende que a epístola foi redigida entre 65 e 80 A.D., como o fazem Golpett e Elliott (MUELLER, 1988, p. 34).

e. Propósito : “exortar as igrejas da Ásia Menor e testemunhar ‘que essa é a verdadeira graça de Deus, na qual vos deveis inserir’” (HOLMER, 2008, p. 135).

i. 1º bloco — de 1.1 a 2.10 — mostrar a grandeza da redenção atual e futura e confirmar a fé dos crentes, a fim de que eles permaneçam fiéis ao Senhor, mesmo sob ameaças.

ii. 2º bloco — de 2.11 a 4.6 — orientar os cristãos a viverem a vida cotidiana segundo os princípios da fé cristã para que sejam aprovados como seguidores de Cristo em todas as situações.

iii. 3º bloco — de 4.7 a 5.14 — o objetivo é orientar os crentes em relação à igreja, mediante o exercício dos dons espirituais e relacionamento uns com os outros.

3. PARA REFLETIR a. felicidade x fidelidade : o que traz verdadeira felicidade? O que satisfaz de

verdade? Para responder, é necessário saber qual a necessidade real.

b. infância x maturidade : “no mundo tereis aflições, mas tenham bom ânimo. Eu venci o mundo” (Jo 16.33).

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