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ELISA TOFFOLI RODRIGUES MARIA JOSÉ PAULA AVELAR RELEITURA DA MATÉRIA MÉDICA DO OPIUM UBERLÂNDIA 2016

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ELISA TOFFOLI RODRIGUES

MARIA JOSÉ PAULA AVELAR

RELEITURA DA MATÉRIA MÉDICA DO OPIUM

UBERLÂNDIA

2016

1

CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM HOMEOPATiA DE LONDRINA

POLO UBERLÂNDIA

ELISA TOFFOLI RODRIGUES

MARIA JOSÉ PAULA AVELAR

RELEITURA DA MATÉRIA MÉDICA DO OPIUM

Orientadora: Rosana Ceribeli Nechar

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado

como requisito para conclusão do curso de Especialização em Homeopatia

ao Centro de Especialização em Homeopatia de Londrina – polo Uberlândia.

UBERLÂNDIA

2016

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Sumário

Apresentação ......................................................................................................... 03

Capítulo 1 – A substância do medicamento .......................................................... 04

1.1- As característica da planta Papaver somniferum ...................................... 05

1.2 - Da planta à substância Opium ................................................................. 08

1.3 - A história do Opium................................................................................. 10

1.4 – Opium e mitologia .................................................................................. 13

1.5 – Farmacologia e indicações alopáticas do Opium ................................... 14

1.6 – Preparação homeopática do medicamento Opium................................... 17

Capítulo 2 – As analogias das características da substância com os sintomas...... 19

2.1- Analogias relacionadas a mitologia e história do opium........................... 19

2.2 - Analogias relacionadas à preparação do medicamento............................ 21

2.3 - Analogias relacionadas às características da planta/substância e do seu

cultivo.....................................................................................................................

23

2.4 – Analogias relacionadas às características da flor .................................... 26

2.5 – Analogias relacionadas às características da papoula.............................. 30

2.6 – Analogias relacionadas às características da folha ................................. 32

Capítulo 3 – As contradições da Matéria Médica Pura do Opium ........................ 33

Capítulo 4 – Considerações sobre a Matéria Médica de Opium de diferentes

autores....................................................................................................................

49

Capítulo 5 - O tema .............................................................................................. 52

Referências bibliográficas ..................................................................................... 55

3

Apresentação

O presente trabalho inclui as considerações teóricas sobre a matéria médica do

opium. O intuito é descrever um novo olhar sobre o medicamento, a partir de um estudo

sistematizado, que auxilie no entendimento sobre o Opium e, consequentemente, no seu

uso correto na prática clínica homeopática, ou seja, a prescrição do similimmum da

pessoa que está sendo cuidada.

A proposta da releitura da matéria médica do Centro de Especialidades

Homeopáticas de Londrina (CEHL) nos permite compreender profundamente a dinâmica

de um medicamento e sistematiza uma nova forma de estudar e aprender matéria médica.

O estudo começa com a descrição sobre a substância em si: as características da

planta, seu histórico, a mitologia, seus usos na alopatia, fitoterapia ou uso popular. Ainda

sobre a substância há a descrição dos sintomas encontrados na intoxição, a farmacologia

da substância e o preparo do medicamento homeopático.

O segundo capítulo é destinado para a descrição da analogia dos sintomas

encontrados na Matéria Médica Pura de Hahnemann com as características da substância

descritas anteriormente.

No terceiro capítulo é descrito sobre as contradições do medicamento opium, a

partir de um estudo detalhado da Matéria Médica Pura.

No quarto encontra-se a descrição de alguns pontos importantes de diferentes

Matérias Médicas do Opium .

No quinto capítulo há o encerramento da releitura da Matéria Médica do Opium,

a partir da definição de um tema para o medicamento, integrando todas as discussões

anteriores.

Por último, são descritas as referências bibliográficas utilizadas para eloboração

deste estudo.

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Capítulo 1: A substância do medicamento

A palavra opium vem do Latim: opium; Grego: ὄπιον

O opium é obtido a partir do suco espesso que se extrai por incisão feita nos

frutos imaturos (cápsulas), depois da floração, de várias espécies de papoulas soníferas

(gênero Papaver). Quando seco é conheciedo como pó de ópio.

A planta do opium é da espécie Papaver somniferum.

1.1- As característica da planta Papaver somniferum

A planta Papaver somniferum é também conhecida como Papoula do Oriente,

dormideira-brava, dormideira-dos-jardins, dormideira-das-boticas.

Ficha da planta:

Nome científico: Papaver somniferum L.

Família: Papaveráceas

Origem: Ásia

Floração: verão

Propagação: por sementes

Luminosidade: precisa de muita luz, o ideal é que receba luz solar direta apenas nos

horários mais amenos do dia (pela manhã ou à tarde)

Clima ideal: ameno

Regas: deve ser regada regularmente, mas o solo não deve nunca ficar encharcado.

Solo: rico em matéria orgânica

Ereta, anual, glabra ou quase glabra, pode atingir uma altura de até 1,5 m. Caule

ereto, simples ou ramificado.

Folhas grandes, ovado-oblongas, sinuadas, crenadas ou dentadas, sendo as da

base sésseis e amplexicaules as restantes.

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http://calphotos.berkeley.edu/cgi/img_q

uery?enlarge=0175+3301+2363+0027

5

Flores grandes de até 10 cm de diâmetro, cor branca, lilás ou púrpura, com

pétalas arredondadas de até 4 cm, às vezes com manchas escuras na base.

Floresce de maio a julho (verão) em campos, terrenos baldios e calçadas em toda

a Europa.

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8

Fruto de até 9 cm, constituídos por uma cápsula sub-globosa, encimada por um

disco lobado com diâmetro superior à base da cápsula, com raios bem salientes, cujo

número pode variar entre 5 e 18.

http://calphotos.berkeley.edu/cgi/img_query?enlarge=0175+3301+2363+0027

Em relação a capacidade da planta de suportar condições adversas, pode-se

afirmar que a papoula consegue suportar temperaturas mínimas na ordem de -18ºC (0 ºF)

a -12ºC (10 ºF).

A espécie Papaver somniferum se desenvolve melhor em solos com pH ácido,

neutro ou alcalino. Sua parte subterrânea cresce com vigor em suportes com textura

arenosa ou argilosa, solos que podem se manter úmidos.

Alguns botânicos afirmam que é uma planta nativa da Ásia e aperfeiçoada pelo

cultivo. É cultivada na China, Irã, Índia, Líbano, Iuguslávia, Grécia, Turquia e sudoeste

da Ásia.

Cultivada para fins medicinais.

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1.2 – Da planta à substância opium

Através de incisões na cápsula desta planta se obtém um látex que, depois de

seco, se transforma no ópio.

A parede da cápsula é atravessada por uma rede de ramificação e anastomose de

vasos lácteos que contêm o látex.

Na cápsula verde, o látex é mais rico em morfina; mas à medida que elas ficam

amarelas e amadurecem, o conteúdo de morfina diminui e o conteúdo de codeína e

narcotina aumentam.

http://1.bp.blogspot.com/_PXyf3nnhERY/S_7MnJ7kzOI/AAAAAAAAAEk/c

vuLtunwWFA/s1600/opium-poppy.jpg

Pouco depois das pétalas e estames caírem, geralmente no final da tarde ou de

manhã cedo, enquanto a temperatura é baixa, incisões oblíquo transversal ou ventrais são

feitas nas cápsulas verdes com uma faca, tomando cuidado para não cortar a parede

interior da cápsula para que o suco valioso seja perdido e as sementes feridas.

10

http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-colhendo-o-ópio-afeganistão-do-leste-

image20325370

O suco branco exala e endurece rapidamente na parede do lado de fora da cápsula

formando massas acastanhados que são raspadas no dia seguinte num tabuleiro de

madeira.

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Figura x: Um agricultor afegão coleta ópio bruto em um campo de papoulas na província de

Nangarhar. Disponível em:

<http://www.leiaja.com/noticias/2013/cultivo-de-opio-bate-recorde-no-afeganistao/>

As raspas são posteriormente transferidos para vasos de barro ou bandejas

maiores ou despejados no solo, onde o ópio é amassado com a mão até obter uma

consistência uniforme. Em seguida, é moldado em bolas, bolos, ou varas, pronto para a

comercialização.

O ópio tem um cheiro típico, desagradável (principalmente no calor).

O sabor dele é amargo e um pouco acre, sendo castanha a sua cor.

As sementes podem ser utilizadas como óleo para alimentação e para fins

industriais.

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1.3 - A história do opium

O “opim” é extraído da planta Papaver somniferum, de nome popular papoula.

A papoula é conhecida há mais de 5 mil anos. Os antigos comiam a flor inteira ou a

maceravam para obter o sumo. Na Mesopotâmia, curavam-se doenças como insônia e

constipação intestinal com infusões obtidas a partir da papoula. Mais tarde, os assírios e

depois os babilônios herdaram a arte de extrair o suco leitoso dos frutos para fazer

remédios.

O suco da papoula é uma droga mencionada nos primeiros documentos escritos

( placas de barro cozido da civilização suméria, aproximadamente 2.000 a.C) Chamada

pelos sumérios há seis mil anos de “planta da alegria”, a papoula teve largo emprego

medicinal no Egito. Os gregos usavam as sementes como condimento e um chá da planta

como soporífero suave.

Segundo o antigo poema épico Odisseia, escrito por Homero no século VIII a

C, é possível que a droga que Polidamna dera a Helena, "capaz de fazer esquecer toda a

tristeza", era o ópio.

Gregos e romanos acreditavam que as triagas, que eram antídotos genéricos,

tomados diariamente, protegiam de enfermidades e envenenamentos. Quase todos os

patrícios consumiam essas receitas, que além do ópio, tinham carne de víbora e

especiarias orientais. Para ficar mais acessível para a população, o governo

subvencionava o ópio. O ópio foi a aspirina do seu tempo, sendo que o hábito de ingerir

ópio se equiparava ao de comer outros alimentos, fazer exercícios corporais ou dormir e

acordar em horários específicos.

Deve-se aos árabes a disseminação dessa substância no Oriente e Ocidente. A

opiomania, vício de fumar ou comer ópio, foi comum entre os asiáticos, sobretudo os

chineses, que o importavam da Índia.

Hipócrates foi um dos primeiros a descrever seus efeitos medicinais contra

diversas enfermidades. Há quem defenda que mais tarde, um médico grego em Roma,

padronizou a preparação do ópio com uma fórmula (o mitridato) e a receitava aos

gladiadores.

O uso do ópio difundiu-se pela Europa no início do século XVI, mas sofreu forte

combate quando a Igreja Católica começou a controlar os remédios. Foi por essa época

que Paracelso, o famoso médico e alquimista suíço, elaborou um concentrado de suco de

papoula - o láudano, que era uma solução hidro alcóolica de ópio em pó, que teria o poder

de curar muitas doenças e até de rejuvenescer. A disseminação desta crença levou à

popularização do seu uso em todo o mundo ocidental.

O Laudano de Paracelso mais tarde seria aperfeiçoado por Thomas Sydenham,

médico inglês que criou a tintura de ópio canforada, conhecida como láudano de

Sydenham. Em 1804, o cientista alemão Friedrich Wilhelm Serturner observando que os

diferentes subprodutos da papoula produziam efeitos diversos, isolou a morfina e, em

1832, Pierre Jean Robiquet obteve a codeína. Deve-se aos árabes a disseminação dessa

substância no Oriente e Ocidente.

Em 1848 há o isolamento da papaverina, outra substância que compõe o opium.

Durante o século XIX os EUA teve grande consumo de opium devido imigrantes chineses

e vítimas de guerra. A morfina passou a ser remédio para combater o vício do ópio.

No final do século XIX, os EUA e outros países iniciaram um movimento anti-

ópio. Inglaterra e Holanda, grandes produtoras na época, foram contra esse movimento.

Em 1931 é decretada a Lei dos Narcóticos de Harisson, nos EUA, a qual

controlava o comércio e tornava ilegal a posse do ópio por pessoas não autorizadas.

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A guerra do ópio

A Guerra do Ópio foi um conflito armado ocorrido em território chinês, em

meados do século XIX, entre a Grã-Bretanha e a China. Ocorreram dois conflitos: A

Primeira Guerra do Ópio (entre os anos de 1839 e 1842) e a Segunda Guerra do Ópio

(entre 1856 e 1860).

A Grã-Bretanha, em plena Segunda Revolução Industrial, buscava avidamente

mercados consumidores para seus produtos industrializados, porém as medidas

protecionistas chinesas dificultavam o acesso dos britânicos ao amplo mercado

consumidor chinês. Então, os ingleses passaram a vender ópio, de forma ilegal, para a

população da China como forma de ampliar os lucros. O ópio, cultivado na Índia (colônia

britânica) era viciante e fazia muito mal a saúde. Em pouco tempo, os ingleses estavam

vendendo toneladas de ópio na China, tornando o vício uma epidemia. O governo chinês

chegou a enviar uma carta para a rainha Vitória I da Inglaterra protestando contra este

verdadeiro tráfico de drogas mantido pelos ingleses.

Nos dois conflitos a China foi derrotada, e o Reino Unido, juntamente com seus

aliados, tiveram benefícios econômicos em relação a liberação do comércio do ópio no

grande mercado econômico Chinês.

Com o tempo e com a expansão das rotas comerciais, o ópio acabou por se

tornar uma droga universal.

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Museu do Ópio – disponível em:

http://alicevioleta.blogspot.com.br/2011/10/opium-museum.html. Acesso em julho

2014.

Museu do Ópio – disponível em:

http://alicevioleta.blogspot.com.br/2011/10/opium-museum.html. Acesso em julho 2014.

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1.4 - Opium e mitologia

A papoula foi muito conhecida nos tempos remotos, tinha muito prestígio entre

os médicos da Grécia antiga. Na mitologia grega era relacionada a Hipnos, o deus do

sono, pai de Morpheu - que a tinha como planta favorita e, por isso, era representado com

os frutos desta planta na mão.

Morpheus tinha a função de induzir sonhos em quem dormia e adotar a aparência

humana para aparecer neles, principalmente igual aos entes queridos dos mortais.

Há também uma estreita relação entre a papoula e a deusa grega Nix, a Noite.

Deusa das Trevas, filha do Caos, é na verdade a mais antiga das divindades.

Freqüentemente, ela é representada coroada de papoulas e envolta num grande manto

negro e estrelado. Em muitas referências ela se localiza no Tártaro, entre o Sono e a

Morte, seus dois filhos. Os romanos não a representavam em um carro, mas sempre

adormecida.

O nome científico da planta "somniferum" (relacionado a sono) e a origem do

nome "morfina"(relacionada ao deus da mitologia grega Morfeu, o deus dos sonhos) nos

levam a compreender os efeitos que o ópio e a morfina podem produzir: são depressores

do sistema nervoso central. Além disso, o ópio ainda contém outras substâncias, como a

codeína, e é dele também que se obtém a heroína, uma substância semi-sintética, resultado

de uma modificação química na fórmula da morfina.

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1.5 – Farmacologia e indicações alopáticas do opium

Os compostos benzilisoquinolínicos mostram uma ação sedativa geral, mas

também causam uma inibição respiratória e constipação. Exceto a noscapina, todos eles

oferecem um alto potencial de vício. O alcaloide codeína é o monometil éter da morfina.

Juntamente com a morfina, faz parte de um grupo farmacológico presente em espécies

de papaverina e de ópio: os alcaloides fenantrenos. Um outro mecanismo é encontrado

no caso dos alcaloides codeína e noscapina, que suprimem o centro da tosse no tronco

encefálico.

A papaverina é um alcaloide secundário do opio, possuindo uma ação coronário-

dilatadora. Seu efeito não é muito forte e nem duradouro.

Fórmula estrutural da papaverina:

PAPAVERINA (Papaver somniferum)

Alcalóides do ópio:

Opiáceos naturais: morfina e codeína

Opiáceos semi-sintéticos: heroína

Opióides: substâncias sintéticas com ação semelhante à dos opiáceos, como

meperidina, propoxifeno e metadona

A tabela 1 mostra os principais usos dos derivados do opium.

Opium – Usos populares/ fitoterápicos

É cultivada como planta ornamental em jardins de pleno sol. É considerada

uma planta daninha de lavouras de cereais. É comum , nas regiões de origem, a morte

de animais por ingestão da planta encontrada nas pastagens. Suas sementes moídas são

utilizadas ocasionalmente como condimento na culinária.

É empregada na medicina popular desde tempos remotos nas suas regiões de

origem, como medicamento para o sistema respiratório, contudo, desde essa época é

sabido que se deve-se respeitar as doses recomendadas para evitar intoxicação.

Suas pétalas, que contém morfina, são consideradas adstringente, expectorante

e sedativa.

Usadas como analgésica, antiespasmódica e estimulante da digestão. Suas

preparações feitas com as pétalas são empregadas contra insônia, tosse, má digestão,

dores pouco intensas, azia, gastrite e distúrbios digestivos de origem nervosa.

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As pétalas para uso medicinal devem ser grandes e de cor bem vermelha,

devendo ser colhidas em plena floração, dessecadas e, para garantir sua conservação,

devem ser dispostas em camadas finas, em lugar seco.

Os alcaloides não estão presentes nas sementes.

Tabela 1: Princiais usos dos derivados do Opium

Opiáceo ou

Opióide Indicação de

uso médico Nomes comerciais dos medicamentos

Preparações

farmacêuticas

Naturais

Morfina

Analgésico Morfina Ampolas;

comprimidos

Pó de ópio Anti-diarréico;

Analgésico

Tintura de ópio; Elixir Paregórico; Elixir

de Dover

Tintura alcoólica

Codeína Antitussígeno Belacodid; Belpar; Codelasa; Gotas

Binelli; Naquinto; Setux; Tussaveto;

Tussodina; Tylex; Pastilhas Veabon;

Pastilhas Warton; Benzotiol

Gotas;

comprimidos;

supositórios

Sintéticos

Meperidina ou

Petidina

Analgésico Dolantina; Demerol; Meperidina Ampolas;

comprimidos

Propoxifeno Analgésico Algafan® ; Doloxene A; Febutil;

Previum Compositum; Femidol

Ampolas;

comprimidos

Fentanil Analgésico Fentanil; Inoval Ampolas

Semi-Sintético:

Heroína

Proibido o uso

médico

-- --

Metadona Tratamento de

dependentes de

morfina e

heroína

Não existe no Brasil --

Zipeprol* Antitussígeno Eritós; Nantux; Silentós; Tussiflex Gotas; xaropes;

supositórios

Um pouco mais sobre a utilização do Opium

Mesopotâmia: curar insônia e constipação intestinal com infusões da papoula

Depressão do sistema nervoso central, analgésico, antitussígeno

Alto poder de causar dependência

Morfina e heroína: euforia dos sonhos, seguido de sedação associada a uma

sensação de bem estar

Uso constante e prolongado: deterioração física até a morte

Abstinência à droga: náuseas, insônia e intensas dores musculares

Tailândia: grupo dos Hmong (oriundos da China) cultivam a papoula e usam

uma parte da flor para cerimônias religiosas

18

19

1.6 – Preparação homeopática do medicamento Opium

Planta: Papaver somniferum L.

Família: Papaveraceae

Classificação: Semi policresto

Denominação Homeopática: Opium

Abreviatura: Op.

Nomes vulgares: Papoula, Dormideira, Amapola

Latim: Succus thebaicus

Parte usada: látex que exsuda da capsula verde da papoula

Título em etanol: 65%

Tintura ou Trituração

Resíduo seco > 1%

Esta substância faz parte da lista de medicamentos de controle sanitário especial

constantes na portaria 344/96 da Secretaria da Vigilância Sanitária.

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Segundo a Matéria Médica do opium (Hahnemann, 1830), o medicamento

opium é preparado a partir do suco leitoso secado das cabeças verdes, meio -

amadurecidas da Papaver somniferum, especialmente da papoula branca de cabeça

grande, Papaver officinale (OPIUM Matéria Médica Hahnemann,do vol. I, 3a edição,

1830.).

As espécies a serem utilizadas em homeopatia devem ser coletadas em épocas

e em condições adequadas, seguidas de identificação, complementada em laboratório por

profissional habilitado. O vegetal deve estar em estado hígido, isentos de contaminação

patogênica ou de outra natureza qualquer e sem sinais de deterioração. Devem ser

preferencialmente coletadas na época de sua floração.

O Opium pode ser preparado para uso homeopático a partir da Tintura mãe ou

Trituração. É considerado um “sarcódio” , ou seja, é preparado a partir de secreções

fisiológicas da planta.

O ópio é extraído da papoula da espécie Papaver somniferum L. É obtido

através da realização de uma incisão numa cápsula de sementes verdes da papoula, de

onde sai um líquido de aspecto leitoso que solidifica com facilidade (um látex

parcialmente seco). Deriva da palavra grega “opion” que significa “sumo de uma planta”.

É constituído por 12% de morfina, codeína, papaverina, tebaína e noscapina.

PREPARAÇÃO DE TINTURA-MÃE D0 OPIUM

Símbolos TM ou Ø

Determinação do resíduo sólido: Tomar uma quantidade de peso definido da

secreção obtida do ópio. Fracioná-la em fragmentos reduzidos, deixando-os na estufa em

temperatura inferior a 50°C, até que seu peso seja constante. Calcular a porcentagem do

resíduo sólido na amostra. Calcular o peso total do resíduo sólido contido no vegetal

fresco. Multiplicar este número por dez para obter o volume final da Ti ntura mãe.

Podemos aplicar a seguinte fórmula: V = Vf x r.sol/10

V = volume da tintura-mãe a ser obtido (mL);

Vf = Quantidade do vegetal fresco (g);

r.sol = resíduo sólido (%)

Relação Droga/Insumo inerte = 1:10 (p/v) 10%

Líquido extrator: etanol. O teor alcoólico no início da extração deverá ser de

60% (v/v) e ao final da extração deverá ser de 55% (v/v) a 65% (v/v).

Processo: Deixar o vegetal devidamente dividido, por vinte dias, em contato com

85% do volume total do líquido extrator (solução hidro-alcóolica) em ambiente protegido

de luz e calor, agitando o recipiente diariamente. Filtrar o guardar o filtrado. Prensar o

resíduo, filtrar e acrescentar ao do primeiro processo. Juntar ao resíduo da prensagem

mais líquido extrator, misturar e prensar de novo. Filtrar e completar o volume final

calculado. Deixar repousar por 48h. Finalmente, filtrar e armazenar em vidro protegido

do calor e luz direta.

A outra forma de obtermos o Opium é através da trituração.

PROCESSO DA TRITURAÇÃO:

Trituração é a redução do fármaco a partículas menores, por ação mecânica, com

lactose como excipiente, em gral de porcelana, visando solubilizar, diluir e dinamizar o

mesmo. - Insumo inerte: Lactose malha 200 - Insumo ativo: Fármaco ou droga insolúvel

Duração de 60 minutos Material: gral, pistilo e espátula de porcelana. Processo

(manual) : - 1 parte para 9 ou 99 partes do insumo inerte; - Proceder a trituração até a 3ª.

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dinamização na escala centesimal – obtendo-se a 3 CH trit. - Ou até a 6ª. dinamização na

escala decimal – obtendo-se 6 DH trit. - A partir daí todas são solúveis

Descrição do processo: A quantidade de lactose pretendida deve ser dividida em

três partes iguais; - Uma terça parte deve ser colocada no gral de porcelana para fechar

os poros; - Sobre esse primeiro terço da lactose, coloca-se 1 parte do insumo ativo a ser

triturado; - Homogeneizar com uma espátula; - Triturar vigorosamente, durante 6

minutos; - Raspar o triturado do gral e do pistilo durante 4 minutos, homogeneizando-os;

- Triturar vigorosamente, durante 6 minutos, sem acrescentar lactose; - Raspar o triturado

do gral e do pistilo durante 4 minutos, homogeneizando-os; - Acrescentar a segunda terça

parte de lactose. Homogeneizar; - Triturar vigorosamente, durante 6 minutos; - Raspar o

triturado do gral e do pistilo durante 4 minutos, homogeneizando-os; - Triturar

vagorasamente, durante 6 minutos, sem acrescentar lactose; - Raspar o triturado do gral

e do pistilo durante 4 minutos, homogeneizando-os; Acrescentar o último terço de lactose.

Homogeneizar; - Triturar vigorosamente, durante 6 minutos; - Raspar o triturado do gral

e do pistilo durante 4 minutos, homogeneizando-os; - Triturar vagorasamente, durante 6

minutos, sem acrescentar lactose; - Raspar o triturado do gral e do pistilo durante 4

minutos, homogeneizando-os;

As operações de trituração e raspagem constituem a fase da dinamização de

sólidos responsáveis pela liberação de energia medicamentosa. Todo processo deve ser

realizado por um único manipulador e sem interrupção. O triturado deve ser

acondicionado em frasco bem fechado e protegido da luz solar direta, recebendo o nome

da substância medicinal e a designação de primeiro triturado: 1/100 ou 1/10.

Para prepararmos a Cinquenta Milesimal (LM), originalmente são necessárias

três triturações para dar início ao processo de obtenção do medicamento.

“a experiência me mostra que o suco parece adquirir mais dinamização quando

triturado.” (Hahnemann,1989)

Com a finalidade de efetuar ao máximo esse desenvolvimento da força, uma

pequena parte da substância a ser dinamizada, digamos um grão, é submetida a três horas

de trituração, com três vezes cem grãos de açúcar do leite, até a milionésia parte em forma

pulverizada, de acordo com o método da trituração.

Todas as plantas são processadas quando frescas, com um intervalo entre o início

da coleta e o início da produção da trituração C1 não maior que uma hora, para que nada

seja alterado da natureza da planta.

Capítulo 2: As analogias das características da substância com os sintomas

Após o conhecimento das principais características da substância, como sua

história, mitologia, cor, consistência, forma, componentes, utilidades, fisiologia e outros

tópicos, é possível revermos, com um novo olhar, os sitomas patogenéticos. Isso pode ser

realizado como um mecanismo didático para releitura da Matéria Médica, com o intuito

de ajudar na memorização de alguns sintomas.

Importante ressaltar que as analogias são realizadas com alguns sintomas, não

abrangendo a totalidade sintomática do medicamento. Além disso, sabe-se que não há o

esgotamento das possibilidades de analogias nesta descrição, podendo os leitores

aguçarem a imaginação para realização de novas comparações.

As analogias estão organizadas de acordo com as características da história e

mitologia relacionadas ao opium, do modo de preparo do medicamento homeopático, das

características gerais da planta e da sua forma de cultivo, além das características

específicas de seus componentes, como a flor, o fruto (papoula) e a folha.

22

2.1 – Analogias relacionadas a MITOLOGIA E HISTÓRIA do opium

2.1.1 - A papoula era chamada pelos sumérios, há seis mil anos atrás, como

“planta da alegria”. Observamos vários sintomas na experimentação que dão esse

sensação agradável ou alegria, contentamento.

Contentamento (S598)

Estado alternado de mal humor despreocupado e alegria. (S599)

Sempre alegria quieta do espírito; como se no céu. (S602)

Livre de dor, ele permaneceu a noite inteira em extrema alegria da alma. (Ele

havia ingerido um grão no anoitecer, para uma dor muito incômoda). (S603)

A mais agradável sensação que pode ser imaginada, com tranquilidade de

espírito e esquecimento de todos os males. (S604)

De nehum outro modo ela conseguia lograr por si mesma, completa

tranquilidade e felicidade do espírito. (S605)

Tranquilidade do espírito. (S611)

Atividade do espírito. (S612)

Uma mulher sujeita a pensamentos melancólicos é maravilhosamente aliviada

por ele; o pesar dela cessou por algum tempo. (Mas, como ele agiu de forma antipática

(de forma paliativa), a fim de alcançar o mesmo alívio, ela teve não somente que continuar

o uso do ópio, mas aumentar as doses, de maneira que ela por fim foi obrigada a tomar

uma onça e meia de ópio em uma semana. (S613)

Ele faz com que os transtornos mentais sejam esquecidos por um tempo e traz

um êxtase e uma felicidade refrescante da alma. (S614)

Ele torna felizes os comedores (usualmente tristes, estúpidos) de ópio; eles são

muito devassos, cantam músicas de amor, riem muito e cometem outras travessuras; esta

agradável elevação da mente e espírito dura uma hora, então eles ficam irados e

incontroláveis, depois do que eles novamente se entristecem e choram, até que

adormecem, e asim de novo retonam ao seu estado anterior. (S615)

Alegria, vivacidade, contentamento, força aumentada. (S616)

Alegria, vontade de trabalhar, destemor, coragem. (S619)

Primeiro êxtase e depois disto tristeza e depressão. (S645)

2.1.2 - O nome científico da planta "somniferum" (relacionado a sono) e a

origem do nome "morfina", um dos derivados do opium (relacionada ao deus da mitologia

grega Morfeu, o deus dos sonhos) nos levam a compreender os efeitos que o ópio e a

morfina podem produzir: são depressores do sistema nervoso central.

Na experimentação, há vários sintomas relacionados ao sono e sonhos. Observa-

se que a pessoa fica num estado de adormecimento, torpor, estupefação. Isso pode ser

contrastado com estado de alegria, euforia, ou mesmo suscedidos por estes, mas de forma

geral, o opium deixa a pessoa sonolenta, associado inclusive a confusão da cabeça ou da

mente. Além disso, os experimentadores do opium tem sonhos em demasia, muitas

pessoas que não sonhavam antes passam a sonhar após o uso do opium, sendo que esses

sonhos podem ser lascivos, sonhos com visões, fantasias, caretas, algumas vezes

horríveis, tristes, inquieitos e/ou ansiosos e outras vezes agradáveis. Além disso, há

sintomas descritos como um estado de espírito tranquilo que se assemelha a um sonho

acordado.

SONO:

23

Comedores de ópio são sonolentos e quase estúpidos. (S51)

Palidez da face e náusea, com sensação de sonolência e diminuição de todas as

secreções e excreções, amúide mesmo da transpiração. (S84)

Sonolência. (S466)

Grande vontade de dormir. (S467)

Adormecimento súbito (após uns poucos minutos). (S468)

Caindo de sono acordado. (S469)

Palavreado incompreensível caindo de sono. (S470)

Uma espécie de sono estupefaciente, com olhos semi-abertos, globos oculares

virados para cima sob a pálpebra superior, boca mais ou menos aberta e inspiração

estertorosa. (S471)

Sonolência, sono leve, estupefação. (S472)

Sono leve. (S473)

Em lugar de sono profundo, ele facilmente induz um sono leve mórbido. (S474)

Ele permanece como se mergulhado em sono leve. (S475)

Sono leve continuado, noturno, com sede aumentada, língua quase limpa, com

bordas vermelho-escuras e lábios secos rachados. (S476)

Cochilo entorpecido. (S477)

Um sono leve estupefaciente tal que uma resposta não consegue ser obtida dele.

(S479)

Sono muito profundo com respiração estertorosa, como depois de apoplexia

(após 6hs.). (S480)

Durante sono leve quase constante, com pálpebras semicerradas, ele apresenta

crocidismo e sente tudo a sua volta. (S481)

Sono estúpido sem qualquer consciência, com estertores no peito. (S482)

Sono com consciência: ele ouve tudo a sua volta, mas não consegue despertar a

si mesmo; acorda depois de duas horas. (S483)

Sono invencível, no qual, entretanto, ele sente dor, e quando beliscado, abre seus

olhos. (S486)

Sono irresistível (imediatamente depois de ingerir dois grãos e mais), mas que é

perturbado por sonhos, e ao despertar, ele não está revigorado, mas sente náusea. (S487)

Sono profundo, pesado, com respiração estertorosa, como um apoplético. (S508)

Sono leve prazeroso, suave, do qual ele é subitamente despertado por arrancos

horríveis nos membros. (S524)

Sono e vermelhidão da face. (S533)

SONHOS:

Desejo sexual exaltado, com ereções, poluções, e sonhos lascivos. (S287)

Sonhos lascivos e emissões noturnas de sêmen. (S289)

Êxtase amoroso, ereção do pênis por vinte e quatro horas, sonhos lascivos,

emissões seminais noturnas. (S291)

Sono irresistível (imediatamente depois de ingerir dois grãos e mais), mas que é

perturbado por sonhos, e ao despertar, ele não está revigorado, mas sente náusea.(s487)

Mais exausto depois de acordar, por causa de sonhos inquietos durante a noite.

(s499)

Um homem que há muito estava desacostumado a sonhar, sonha depois de

ingerir ópio. (S500)

O sono por grandes doses de ópio não é sem sonhos. (S501)

A noite inteira ocupado com um número de visões e fantasias no sono. (S502)

O sono do ópio está sempre associado com sonhos e caretas. (S503)

24

Sonhos felizes. (S504)

Sonhos algumas vezes agradáveis, algumas vezes tristes, algumas vezes ansiosos

e assustadores. (S505)

Sono perturbado algumas vezes por sonhos prazerosos, algumas vezes horríveis,

degenerando ou para estupor ou para uma morte apoplética com convulsões. (S506)

O ópio afeta o cérebro e produz sonhos inquietos. (S507)

Sono ansioso, cheio de sonhos (após 7 hs.). (S514)

Sonhos ansiosos. (S515)

Sonho ansioso perturbado pelos sonhos mais tristes, de forma que na embriaguez

sonolenta ele parece estar constantemente em delírio. (S516)

Sono repleto de sonhos. (S517)

Sono repleto de fantasias horríveis e sonhos assustadores.(S519)

Sono repleto de horrores; quando ele fecha seus olhos, sente como se tivesse

perdido sua razão ( após 3 hs.). (S520)

Sonhos vexatórios, muito vívidos, nos quais tudo dá errado; há muito de um

caráter que aborrece e irrita (após 2 hs.). (S521)

Sonhos horríveis. (S522)

Entre acordado e dormindo, sonhos e visões de dragões, esqueletos, e fantasmas

horríveis e caretas. (S531)

Sensação como se ele estivesse no céu, fantasias fortes, deleitosas, pairam diante

dele como sonhos acordados, que afugentam o sono. (S609)

A alegria do espírito pelo ópio pode ser mais propriamente chamada de um

sonho sem sono.(S610)

2.2 – Analogias relacionadas a PREPARAÇÃO DO MEDICAMENTO

2.2.1 - Para preparar o medicamento ópio tem que fazer incisões nas cápsulas da

semente. Assim obtem-se o látex, que posteriormente deve ser seco para preparar o

medicamento. Ou seja, temos que machucar a planta para retirar seu proveito. Isso é

observado no efeito da intoxicação – a pessoa tem um extase, alegria, mas é também

“machucada” e fica dependente. O opium inspira uma coragem nas pessoas mas depois o

deixa covarde, provoca sono inicialmente e depois insônia.

Selvageria, crueldade como bestas furiosas. (Em doses maiores do que aquelas

que deram paliativamente coragem e força aumentada ao tímido e fraco, o ópio causa

ousadia, perturbação, raiva, e fúria. Esta ação primária paliativa levaram os turcos durante

a primeira arremetida no começo de uma batalha a uma fúria aguerrida, quase irresistível,

o que, entretanto, em uma hora ou duas se transformou na irresolução ou estupefação de

maneira mais covarde, no que eles são mais facilmente conquistados do que qualquer

outro exército.) (S625)

2.2.2 – O opium para ser preparado precisa ser macerado até se tornar pó.

Existem diversos sintomas que nos lembram esse processo de preparação, com sensação

de dor como se tivesse sido lacerado, quebrado, cortado em pedaço ou despedaçado. Além

disso o pó nos lembra do sedimento que aparece na urina, descrito na patagonesia.

Dor como se tudo estivesse lacerado na cabeça, e sensação como se tudo girasse

no corpo, com desconforto irritado.(S77)

Dor no abdome, como se os intestinos fossem cortados em pedaços. (S236)

25

Horrível dor que pressiona despedaçando no reto (entre 4 e 6 hs.). (S264)

Urina cor de limão, com muito sedimento.(S265)

Urina vermelha muito escura, a qual deposita um sedimento.(S268)

A urina apresenta um sedimento cor de tijolo.(S271)

Bocejos por muitas horas, com dor nas articulações dos maxilares com se elas

quebrassem. (S465)

2.2.3 – No preparo do medicamento, o suco leitoso extraído da papoula deve ser

secado. Percebe-se na matéria médica pura vários sintomas que relacionados à secura de

diversas partes do corpo, como a boca, língua, garganta, pele e olhos, além de tosse seca.

Boca, lábios, língua, garganta seca

Suprime a secreção das glândulas salivares, o muco nasal e aquela das glândulas

da laringe. (S150)

Engrossa a saliva, o muco nasal, o muco da traquéia, e torna a língua seca. (S151)

Secura da língua, palato e fauce, sem desejo de beber. (S152)

Sensação de secura da parte anterior da língua, sem sede, pela manhã. (S153)

Com secura da boca, sem desejo de beber, frio sobre o abdome. (S154)

Secura da boca inteira, com pouca sede. (S155)

Secura na parte de trás da garganta. (S156)

Secura na garganta e na língua. (S157)

Secura da boca, de modo que ele mal consegue pronunciar uma palavra. (S158)

Urina escura e língua seca (nele mesmo). (S267)

Retenção de urina, com boca totalmente seca e sede aumentada. (S280)

Rouquidão, com boca muito seca e língua branca. (S306)

Sono leve continuado, noturno, com sede aumentada, língua quase limpa, com

bordas vermelho - escuras e lábios secos rachados.(S476)

Depois do sono do ópio, exaustão, (Melhor. "lassidão".) peso da cabeça, e secura

da garganta. (S492)

Depois de acordar, dificuldade em mover a língua. (Com a secura da boca do

S.158) (S495)

Febre: tremer de frio com sede, então calor aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de cama, com pulso cheio, forte, secura da fauce sem

sede, e vivacidade das idéias e da memória) (após 1 h.). (S558)

Aumenta o calor do corpo inteiro e deixa secura da boca e sede. (S577)

Tosse seca

Tosse oca, muito seca (imediatamente depois de ingeri - lo); ela desaparece de

novo rapidamente. (S311)

Acesso de tosse seca, violenta; depois disto, bocejos e grito alto súbito (após 36

hs.). (S312)

Pele seca

Algumas vezes pele seca, quente, algumas vezes transpiração branda.(S578)

Transpiração especialmente nas partes superiores, enquanto as partes inferiores

estão quentes e secas. (S589)

Palidez da face e náusea, com sensação de sonolência e diminuição de todas as

secreções excreções, amiúde mesmo da transpiração. (S84)

26

Face intumescida, pele seca, quente, língua branca, rouquidão, respiração muito

oprimida, tosse com sangue (hemoptise). (A partir do ópio tomado para um resfriado

incipiente quando no estado pletórico. (S93)

Sensação de olhos secos

Atordoamento na cabeça, com uma sensação quente, seca, nos olhos, e tendência

dos olhos fecharem , sem sonolência, com uma sensação como se ele não tivesse

dormido na noite anterior. (S13)

2.3 – Analogias relacionadas às CARACTERÍSTICAS DA

PLANTA/SUBSTÂNCIA E DO SEU CULTIVO

2.3.1 – O solo nunca deve ser encharcado mas deve ser regado regularmente. O

corpo humano também necessita de água em quantidade suficiente para seu bom

metabolismo, no entanto, quando há um desequilíbrio na quantidade de água, pode-se

causar edemas.

Face intumescida. ("Um tanto inchada" representaria melhor o original.) (S92)

Face intumescida, pele seca, quente, língua branca, rouquidão, respiração muito

oprimida, tosse com sangue (hemoptise). (A partir do ópio tomado para um resfriado

incipiente quando no estado pletórico (S93)

Face vermelha, inchada, intumescida [(A partir de uma mistura de tintura de

tebaico e analgésico de Hoffmann, dada para uma afecção nervosa (p. 55)] (S96)

Face intumescida, vermelha, e vasos sangüíneos dilatados na cabeça. (S98)

Vermelhidão incomum da face com lábios inchados.(S102)

Inchaço das pálpebras inferiores. (S124)

Inchação do pé. (S380)

Pulso lento, com respiração lenta, gemente, face intumescida, vermelha, e

transpiração muito profusa com convulsão.(S544)

Ele mesmo se atira de um lado a outro no chão num estado maníaco, com ira

queimante e expressão ameaçadora; ele não conhece seus amigos; com cabeça e face

inchadas, lábios azul - avermelhados, inchados, e olhos inflamados que se

projetam.(S644)

2.3.2 – A planta Papaver somniferum consegue suportar temperaturas de até -

18oC e nevadas.

a – A primeira analagia em relação à temperatura está no fato da planta suportar

bem condições adversas, como muito frio ou nevadas. É esperado que uma pessoa que

vivencie situações adversas fique de mal humor, triste, irritado, mas pelo contrário, os

experimentadores de opium tem sensação de bem-estar, alegria ou sentimentos bons

nessas situações. O Opium traz sensação de tranquilidade e alegria de espírito, com

esquecimento de todos os males ou melhora da melancolia, esquecimento de transtornos

mentais. Mesmo com problemas graves a pessoa se sente bem. O experimentador também

consegue enfrentar outros tipos de reações adversas, como uma cirurgia (passa a ter

coragem para enfrentá-la).

Livre de dor, ele permaneceu a noite inteira em extrema alegria da alma. (Ele

27

havia ingerido um grão no anoitecer, para uma dor muito incômoda.) (S603)

A mais agradável sensação que pode ser imaginada, com tranqüilidade do

espírito e esquecimento de todos os males. (S604)

Ele não dormia, mas ficava tão tranqüilo como se ele estivesse no céu. [Eph.

Nat. Cur., Dec. ii, ann. x, obs. 80 (Depois de ingerir uma dose moderada de ópio para dor

intolerável de pedra. (N. T. Bras.: em inglês "pain from stone", em alemão

"Steinschmerzen". Aqui está se referindo ou à calculose renal biliar. O contexto tanto

da nota quanto do sintoma não nos permite fazer tal conclusão.)] (S607)

Fantasias doces, deleitosas, as quais ela prefere à toda felicidade conhecida,

sobretudo quando ela foi anteriormente atormentada por dores. (S608)

Uma mulher sujeita a pensamentos melancólicos é maravilhosamente aliviada

por ele; o pesar dela cessou por algum tempo. (Mas, como ele agiu de forma antipática

(de forma paliativa), a fim de alcançar o mesmo alívio, ela teve não somente que continuar

o uso do ópio, mas aumentar as doses, de maneira que ela por fim foi obrigada a tomar

uma onça e meia de ópio em uma semana.) (S613)

Ele faz com que os transtornos mentais sejam esquecidos por um tempo e traz

um êxtase e uma felicidade refrescante da alma. (S614)

O ópio inspira coragem e resolução em quem tem medo de operação cirúrgica.

(S623)

Criminosos (na Índia) perderam seus medos de morte e foram para a execução

de forma corajosa. (S624)

b- Ainda em relação à temperatura, relacionado à capacidade da planta de

suportar ambientes frios, percebe-se vários sintomas do opium relacionados ao frio,

como: frio de parte do corpo, do corpo inteiro ou mesmo sensação de frio em órgão

internos (“como se água gelada fluísse através dos vasos sanguíneos”); frio associado a

febre, sede ou transpiração.

Citando as palavras de Hahneman, na introdução da Matéria Médica do Opium,

percebe-se que essa substância pode causar reações preliminaries raras e momentâneas

em algumas pessoas, como:

“palidez mortal, frieza dos membros ou do corpo inteiro,

transpiração fria, ansiedade temerosa, tremor e desespero, evacuações

mucosas dos intestinos, vômitos transitórios ou tosse curta, e muito

raramente certos tipos de dor.” (grifo nosso)

Além disso, Hahnemman afirma que os orientais, que tinham grande vício pelo

ópio, sempre se encontravam:

“num sempre num estado de ação secundária do ópio; suas

faculdades mentais estão muito enfraquecidas pelo vício muito

freqüente na droga. Com frio, pálidos, inchados, trêmulos, abatidos,

fracos, estúpidos, e com um perceptível mal - estar interno ansioso, eles

cambaleiam de manhã para dentro das tabernas para ingerirem seu

número de pílulas de ópio, a fim de acelerarem a circulação do seu

sangue e esquentarem, para reanimarem suas forças vitais deprimidas,

para reanimarem sua imaginação embotada com algumas idéias, e para

infundirem, de uma maneira paliativa, alguma atividade dentro de seus

músculos paralisados.” (grifo nosso)

Lembrar que o opium também traz, contraditorariamente, vários sintomas

relacionados ao calor, que não serão citados nesse tópico.

28

Abaixo os sintomas do opium relacionados ao frio:

Ele não está destituído de visão e audição, mas dos sentidos do paladar, do olfato

e do toque quanto aos objetos externos; e contudo, ele sente frieza de seu próprio corpo

(A última parte no original é: "Ele sentiu suas bochechas frias quando as tocava.") (após

1 1 / 2 h.). (S47)

Com secura da boca, sem desejo de beber, frio sobre o abdome. (S154)

Ela fica subitamente azul na face e quer tossir, mas a respiração pára (espasmo

sufocante); depois disto sono profundo com suor frio do corpo (após 30 hs.). (S313)

Sensação, algumas vezes como se lampejos de fogo, algumas vezes como se

água gelada fluísse através dos vasos sangüíneos. (S375)

Dormência e insensibilidade dos membros com frieza do corpo inteiro (após 2

hs.). (S404)

Corpo rígido, frio. ("O corpo inteiro paralisado e rígido" é a afirmação de PYL.)

(S405)

Tremor no corpo inteiro, como se ele tivesse sido assustado, com arrancos

isolados do corpo e fasciculações nos membros, em que somente os músculos flexores

são envolvidos, com frieza externa do corpo. (S420)

De 108, o pulso cai para 72; ao mesmo tempo frio e estremecimento, atividade

diminuída, grande exaustão e, contudo, fome aumentada. (S534)

Ele se queixa de frio. (S547)

Tendência a estremecer. (S548)

Diminuição da temperatura. (S549)

Frio nas costas, com pulso suprimido, raramente perceptível. (S550)

Frio nas costas. (S551)

Frieza dos membros. (S552)

Sede durante o frio (S553)

Febre: de início frio, depois calor volante na face (com língua branca, e

transpiração antes da meia - noite). (S554)

Febre: primeiro calafrio, depois calor com sono, durante o que ele transpira

profusamente. (S555)

(Febre: ele adormece durante o frio; nenhuma sede durante o frio; durante o

calor, sede e transpiração generalizada profusa.) (S556)

No anoitecer, na cama, imediatamente frio, e tão logo ela adormece, irrompe em

transpiração, a qual é particularmente profusa na cabeça. (S557)

(Febre: tremer de frio com sede, então calor aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de cama, com pulso cheio, forte, secura da fauce sem

sede, e vivacidade das idéias e da memória) (após 1 h.). (S558)

Frieza externa dos membros.

Frieza com estupefação. (S560)

No início, temperatura diminuída (mostrada pelo termômetro), depois disto

exalação aumentada. (S561)

Alternância entre calor moderado e frio. (S572)

Grande vermelhidão da face, com calor queimante do corpo, durante oito horas;

então arremessos convulsivos do braço e da perna direita, com grito alto, respiração difícil

e frieza da face e mãos, cobertas com gotas de transpiração (pouco depois de ingeri -

lo). (S574)

Suor frio na testa. (S588)

29

2.3.3 – O opium tem sabor amargo e um pouco acre, sendo que na

experimentação gera sintomas de amargor na boca.

Amargor da boca.(S168)

Gosto amargo na boca, na manhã seguinte.(S171)

2.3.4 - O ópio tem um cheiro típico – desagradável (principalmente no calor)

Fezes fétidas (S255)

Diarréia muito fétida (S260)

2.3.5 – Coloração do ópium é castanha – asociado a coloração da face e da urina

na experimentação. Além disso, a cor se aproxima a cor do café, o principal antídoto do

Opium.

Face marrom-cereja (S98)

Urina de cor escura. (S266)

Urina escura e língua seca (nele mesmo). (S267)

A urina apresenta um sedimento cor de tijolo. (S271)

2.3.6 – Látex extraído da papoula é um líquido de aspecto leitoso lembrando o

sintoma de suor espesso descrito por um dos experimentadores.

Transpiração ("Suor espesso" no original.) primeiro na cabeça, depois no corpo

todo, como gotas orvalho, e sono.(S583)

2.4 – Analogias relacionadas às características da FLOR

2.4.1 – A coloração das flores pode ser branca, lilás ou púrpura, assim como

podem ser observadas a cores branca (pálida) ou avermelhada da face.

Face pálida

Face pálida, encovada. (S81)

Face pálida. (S82)

Alternância frequente de vermelhidão e palidez da face. (S83)

Palidez da face e náusea, com sensação de sonolência e diminuição de todas as

secreções e excreções, amúide mesmo da transpiração. (S84)

Face e testa pálidas, olhos vítreos. (O observador acrescenta “fixos”antes de

“vítreo”.). (S85)

Face vermelha

Alternância frequente de vermelhidão e palidez da face. (S83)

Face vermelho-escura. (S94)

Face totalmente vermelha. (S95)

Face vermelha, inchada, intumescida. (S96)

Face marrom-cereja. (S97)

Vasos sanguíneos dilatados na face. (S98)

Face intumescida, vermelha, e vasos sanguineos dilatados na cabeça. (S99)

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Face vermelha e olhos vermelhos. (S100)

Face vermelha e olhos vermelhos inflamados. (S101)

Vermelhidão incomum da face com lábios inchados. (S102)

Face não simplesmene vermelha, mas como se inflamada. (S103)

Face completamente vermelha, como olhos selvagens, que se projetam,

vermelhos.

Sono e vermelhidão da face. (S104)

Puso lento, com respiração lenta, gemente, face intumescida, vermelha, e

transpiração muito profusa com convulsão. (S533)

Pulso duro, violento, rápido, com face vermelho-escura. (S544)

Grande vermelhidão da face, com calor queimante do corpo, durante oito horas;

então arremessos convulsivos do braço e da perna direita, com grito alto, repiração difícil

e frieza da face e mão, cobertas com gotas de transpiração. (S574)

Mania violenta com face vermelha, olhos cintilantes e maior atividade do corpo.

(S643)

2.4.2 – Flores são de cores variadas, geralmente com manchas escuras na base.

Percebe-se manchas no corpo em alguns sintomas.

Pequenas manchas vermelhas, (MATTHAEI acrescenta "grossas" à "vermelhas".)

pruriginosas, aqui e ali na pele. (S400)

Manchas azuis aqui e ali no corpo (após 15 hs.). (S388)

Manchas vermelhas nas bochechas pálidas. (S91)

2.4.3 – A flor branca nos lembra os sintomas de língua branca.

Língua branca (S144)

Rouquidão, com boca muito seca e língua branca. (S306)

Sede durante o frio Febre: de início frio, depois calor volante na face (com

língua branca, e transpiração antes da meia - noite). (S554)

2.4.4 – Em relação às flores vermelhas, o centro (“miolo”) amarelado rodeado

pelas pétalas vermelhas lembram o sol (amarelo) com o calor (vermelho) irradiando para

todos os lados. Isso nos remete a sintomas relacionados ao calor ou à queimação.

a – Sintomas relacionados a queimação:

Quando mastigado, ele queima a boca e a língua, e inflama a fauce. (S163)

31

Causa queimação que morde intolerável, como pimenta sobre a língua.(S164)

Fezes espumosas, fluidas, com queimação pruriginosa no ânus e pressão

(tenesmo) violenta.(S259)

No coração, queimação como por carvões em brasa, de maneira que ele pensa

que deve morrer. (S359)

Dor queimante, (No original, simplesmente "queimação".) algumas vezes

coceira da pele. (S390)

Queimação, coceira e elevação da epiderme chegando até pústulas. (S391)

Ele mesmo se atira de um lado a outro no chão num estado maníaco, com ira

queimante e expressão ameaçadora; ele não conhece seus amigos; com cabeça e face

inchadas, lábios azul - avermelhados, inchados, e olhos inflamados que se projetam.

(S644)

Dor queimante e irritação.(S656)

b – Sintomas relacionados ao calor:

Sensação de um peso no abdome, na região umbilical, com ansiedade, sensação

de calor interno, passageiro, e estupefação da cabeça (após 1 h.).

Ele sente calor no peito (em si mesmo).

Febre: de início frio, depois calor volante na face (com língua branca, e

transpiração antes da meia-noite). (S554)

Febre: primeiro calafrio, depois calor com sono, durante o que ele transpira

profusamente. (S555)

(Febre: tremer de frio com sede, então calor aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de cama, com pulso cheio, forte, secura da fauce sem

sede, e vivacidade das idéias e da memória) (após 1 h.). (S558)

No início, temperatura diminuída (mostrada no termômetro), depois disto

exalação aumentada. (S561)

Calor aumentado. (S571)

Alternância entre calor moderado e frio. (S572)

Calor. (S573)

Grande vermelhidão da face, com calor queimante do corpo, durante oito horas;

então arremessos convulsivos do braço e da perna direita, com grito alto, respiração difícil

e frieza da face e mãos, cobertas com gotas de transpiração (pouco depois de ingeri -

lo). (S574)

Por seis anoitecer sucessivos, um calor queimante na face e sensação de calor

especialmente nos olhos, sem sede. [Ctz.]. (S575)

Calor com sede. (S576)

Aumenta o calor do corpo inteiro e deixa secura da boca e sede. (S577)

Calor do corpo com grande ansiedade. (S579)

Calor intolerável com grande ansiedade. (S580)

Com agitação, opressão, idéias confusas e faíscas diante dos olhos, aí sobe um

calor queimante desagradável para dentro da cabeça, o qual então se espraia sobre todo o

corpo.(S582)

Aplicado na pele como um emplastro, ele causa grande calor e dores, levanta

uma bolha, corrói a pele produz gangrena. (S658)

2.4.5 – Pétalas são efêmeras, duram pouco tempo, assim como efeito primário

da droga e os sintomas descritos na patogenesia. Isso pode ser observado também no

processo de preparo da substância, pois ao se extrair o látex da papoula a substância

32

branca leitosa rapidamente se transforma em uma massa acastanhada, assim como os

efeitos primários rapidamente desaparecem e surgem efeitos secundários contraditórios.

“Em grandes doses os sintomas da ação primária não somente sobem a um nível

muito mais perigoso, mas eles passam de um para outro com rapidez impetuosa, amiúde

associados com ações secundárias ou rapidamente se transformando nestas últimas.” MM

pura Hahnemann (p.1)

2.4.6 – Quando observamos a flor, percebemos que ela é bela, frágil, delicada,

sensível em sua aparência, diferente do fruto (papoula), que tem um aspecto de dureza,

solidez. A flor, em sua delicadeza, pode nos remeter a fraqueza que aparece de diversas

formas na matéria médica do Opium, como a fraqueza da mente e da memória, ou a

fraqueza física, como a perda de força, voz fraca ou sensação subjetiva de fraqueza, ou

ainda a fraqueza do pulso.

Fraquza da mente e da memória

Fraqueza da mente.(S30)

Obscurecimento e fraqueza do entendimento; ilusão de si mesmo, como se os

olhos dele fossem quatro vezes maiores e seu corpo (O observador nada diz a respeito do

corpo dele.) de um tamanho gigantesco. (S45)

Fraqueza freqüente da memória (pelo uso freqüente do ópio).(S55)

Fraqueza física

A voz está fraca quando ele fala; ele só consegue falar alto com um esforço.

(S141)

Extrema aversão de comida, com grande fraqueza.(S178)

Ele causa notável perda das forças, e priva as partes firmes de tônus e

mobilidade.(S440)

Relaxamento dos membros e fraqueza. (S441)

A força de movimento dos músculos está deprimida. (S442)

Peso dos membros (após 1 1 / 4 h.). (S443)

Fraqueza das forças. (Pelo abuso diário de ópio.) (S444)

Perda das forças. (Até a morte.) (S446)

Debilidade, perda das forças. (S447)

Incapaz para todo trabalho, exausto e fraco.(S448)

Ele permanece na maior fraqueza.(S451)

Desmaio (síncope) retornando a cada quinze minutos; ele fecha seus olhos, deixa

a cabeça pender com respiração fraca, sem consciência, com pulso inalterado; então

alguns choques espasmódicos do corpo, no que depois de uns poucos minutos, o

paroxismo termina com um suspiro; seguido de ansiedade. (Os sintomas do paciente de

MÜLLER, antes e depois de tomar o ópio, eram tão semelhantes, que os efeitos atribuídos

à droga em seu nome, são muito duvidosos.) (S461)

Com forças aumentadas ela tenta levantar da cama, mas se torna fraca e

vertiginosa imediatamente; ao deitar de novo, ela revive imediatamente.(S463)

Pulso fraco

33

De início, pulso lento, cheio, depois pulso fraco. (S543)

Pulso pequeno, lento, suprimido, fraco.(S546)

Frio nas costas, com pulso suprimido, raramente perceptível. (S550)

Pulso forte, muito rápido, que por fim (após 8 1/2hs.) enfraquece e fica

intermitente (pouco antes da morte). (S562)

Pulso rápido e incomumente fraco, com respiração ansiosa, oprimida, rápida

(após muitas horas). (S563)

Febre aguda com delírio, que ocorreu depois de um sono curto e durou doze

horas, depois do que ele ficou muito fraco e com mal - estar, pulso fraco; após três horas,

o delírio retornou o qual permaneceu quarenta e oito horas, com pulso cheio, forte; depois

disto, sono durante oito horas.(S581)

2.5 – Analogias relacionadas às características da PAPOULA

2.5.1 – Papoula é semelhante a uma cabeça, é arredondada, está na parte superior

da planta. Há vários sintomas na matéria médica que tem relação com a cabeça. Primeiro

grupo de sintomas seriam aqueles relacionados a confusão da cabeça, ideias confusas,

embotada. O segundo grupo de sintomas está relacionado a dores de cabeça.

Confusão da cabeça

Tontura e estupefação da cabeça. (S03)

Tontura e confusão da cabeça. (S07)

Confusão da cabeça. (S15)

Confusão da cabeça, como se fumaça tivesse entrado no cérebro. (A partir de

uma mistura analgésico de Hoffmann e ópio; ocorrendo momentaneamente.) (S16)

Sensação na cabeça como se ele tivesse dormido sob o efeito de uma severa

bebedeira de vinho e acordasse.(S22)

Confusão da cabeça; ele não tem uma concepção verdadeira de algo, e não consegue

entender o sentido daquilo que lê. (S37)

Obtusidade dos sentidos (após 8, 12 hs.). (S38)

Ele não conhece seus parentes mais próximos, nem os objetos mais familiares. (S39)

Com agitação, opressão, idéias confusas e faíscas diante dos olhos, aí sobe um

calor queimante desagradável para dentro da cabeça, o qual então se espraia sobre todo o

corpo. (S582)

Sensação de coragem e felicidade, de modo que ele está como se levasse a

cabo o que foi exigido, com energia, sem repugnância ou medo, com uma sensação

peculiar de voluptuosidade (mas durando apenas uns poucos minutos) (após 1 / 4 h.);

imediatamente depois embotamento na cabeça, etc. (S621)

Confusão da razão. (S630)

Dores de cabeça

Dor de cabeça muito dolorosa, envolvendo o occipício. (A partir de uma

grande dose tomada por uma mulher, no oitavo mês de gravidez) (S67)

Dor de cabeça unilateral na fronte, como se pressionada para fora, diminuída

por pressão externa. (S68)

Dor de cabeça como pressão para fora na fronte. (S69)

Uma espécie de pressão na fronte que parecia se estender para os olhos e nariz.

34

(S72)

Uma sensação de tensão na cabeça. (S73)

Dor de cabeça. (S74)

Dor de cabeça violenta. (S75)

Dor dolorida na cabeça. (S76)

Dor como se tudo estivesse lacerado na cabeça, e sensação como se tudo

girasse no corpo, com desconforto irritado. (S77)

Pulso rápido com dor de cabeça. (S564)

2.5.2 - Papoula pode estar virada para baixo, dando a sensação que está pesada,

assim como há diversos sintomas de sensação de peso na cabeça.

A cabeça está pesada, e como se embriagada (N. T. Bras.: aqui se refere a um

certo estado de confusão mental, atordoamento, e não ao quadro de intoxicação aguda

pelo álcool etílico.) (após 12 hs.) . (S14)

Peso da cabeça. (S78)

Durante inúmeros dias cabeça muito pesada, o occipício como chumbo, de

forma que a cabeça sempre caía para trás e ele não conseguia mantê - la ereta. (S79)

Ele não consegue manter a cabeça ereta; ela oscila de um lado para outro. (S80)

Grande desejo de se apoiar em tudo, de esticar os membros inferiores de forma

preguiçosa, e de apoiar a cabeça numa mão. (S430)

Diminui (em pessoas robustas) a força dos músculos sujeitos à vontade, provoca

peso da cabeça e grande exaustão. [TRALLES, l. c., p. 107 (O ópio diminui somente na

ação secundária a força dos músculos sujeitos à vontade, e depois também os paralisa

completamente; mas em sua ação primária ele os estimula; mas se esta ação primária é

interrompida pela estupefação e sono leve estupefaciente, então neste sono do ópio, um

ou outro membro contrai de forma espasmódica.)] (S438)

Depois do sono do ópio, exaustão, (Melhor. "lassidão".) peso da cabeça, e secura

da garganta. (S492)

2.5.3 – Papoula é extremamente ramificada lembrando a rica vascularização da

cabeça e sintomas relacionados aos vasos da cabeça.

Pulsação das artérias da cabeça com várias doses. (S65)

Ele ouve as artérias trazendo o sangue para o cérebro. (S66)

Face intumescida, vermelha, e vasos sanguíneos dilatados a cabeça (S99)

2.5.4 – Na parte superior da papoula há um disco que lembra uma coroa. A coroa

é um símbolo da realeza, nos remetendo à coragem que os reis e as rainhas precisam ter

para governar o seu reino. Os sintomas relacionados à corageem, descrito na materia

médica pura do Opium estão listado a seguir:

Alegria, vontade de trabalhar, destemor, coragem. (S619)

Coragem, intrepidez, magnanimidade. (S620)

Sensação de coragem e felicidade, de modo que ele está como se levasse a cabo

o que foi exigido, com energia, sem repugnância ou medo, com uma sensação peculiar

de voluptuosidade (mas durando apenas uns poucos minutos) (após 1 / 4 h.);

imediatamente depois embotamento na cabeça, etc. (S621)

Intrepidez no perigo. (S622)

O ópio inspira coragem e resolução em quem tem medo de operação cirúrgica.

35

(S623)

Criminosos (na Índia) perderam seus medos de morte e foram para a execução

de forma corajosa. [TRALLES, l. c. (Os últimos nove sintomas são ações primárias

paliativas do ópio em espíritos por outro lado melancólicos, medrosos.)] (S624)

Selvageria ousada. (S625)

2.6 – Analogias relacionadas às características da FOLHA

2.6.1 - Folhas são glabras e cobertas com cera que lhes dá um aspecto brilhante.

O aspecto brilhante da folha nos lembra os olhos brilhantes que aparecem em alguns

sintomas.

Olhos brilhantes, que faíscam. (S109)

Olhos fixos, de brilho excessivo (S110)

Transpiração generalizada do corpo extremamente quente, com grande sede,

pulso forte, cheio, olhos brilhantes e mente ativa. (S597)

36

Capítulo 3: As contradições da Matéria Médica Pura do Opium

Os sintomas contraditórios indicam as polaridades do medicamento. O mesmo

medicamento pode produzir, por exemplo, sono ou insônia, calor ou frio, perda de

memória ou memória exaltada, perda do apetite ou apetite voraz em indivíduos diferentes

ou no mesmo indivíduo, em ocasiões diferentes. A princípio, isso parece ambíguo e

parece ser um argumento contrário à homeopatia. Como encontrar um medicamento

semelhante ao paciente (simillimun) se o mesmo medicamento pode ter características

tão opostas?

Importante responder essa pergunta para dar continuidade a releitura da matéria

médica do Opium (ou de outros medicamentos) e entender o exercício de encontrar e

analisar os sintomas contraditórios.

As rubricas discrepantes ou contraditórias indicam os diferentes miasmas que

podem estar governado no indivíduo. Na homeopatia, podemos descrever três miasmas:

a psora, a sicose e a sífilis.

Na psora as patologias tendem a ser inflamatórias e irritantes, e são

consequências das defesas fisiológicas do organismo. Assim, são comuns as dermatites,

rinites, amidalites, bronquites. Ela é mais evidente em bebês e em crianças. Na sicose, as

patologias estão associadas ao crescimento e são respostas da defesa construtiva do

organismo, seja no nível físico ou mental, das emoções. Essas pessoas estão propensas a

adquirir crescimentos, espessamentos, tumores, inflamações crônicas não resolvidas. É

mais comum nas pessoas de meia-idade. Já na sífilis as patologias são destrutivas e

provém de uma resposta de defesa destrutiva do organismo. Os indivíduos tendem a

combater os agentes nocivos (físicos ou mentais) por meio da destruiçãoo de céluas e

tecidos. Por isso, é comum as pessoas adquirirem hemorragias, infecções incontroláveis,

destruições. Predominam na velhice.

Os sintomas mentais do indivíduo acompanham os sintomas físicos. Na verdade,

a mente controla nosso o organismo e se o indivíduo está na psora, os sintomas mentais

serão relacionados a psora, bem como os sintomas físicos, descritos acima. Na psora

predominam a ansiedade, sensibilidade, timidez, irritabilidade, raiva, dentre outros. A

covardia, fragilidade, medos, ocultar escondendo, projeções, fachada, descarado,

acúmulos às escondidas, acúmulos de dinheiro, propriedades, tesouros, exibicionismo,

esperteza, segredos, astúcia, manipulação, política sem vergonha, egoísmo,

egocentrismo, etc são algumas rubricas da sicose. Já a sífilis se expressa por emoções fora

de controle, com distorções ou feias, como: expressão não equilibrada, fala apressada,

estupidez, histeria, etc.

Assim, a descrição dos sintomas contraditórios pode ajudar, inicialmente, a abrir

a mente do homeopata, que passa a enxegar com mais clareza as polaridades do

medicamento. Por outro lado, para que seja bem prescrito, é preciso associar os sintomas

ao miasma do paciente, caso contrário o medicamento Opium seria uma panaceia, que

poderia ser utilizada em diversos casos, já que é um dos medicamentos que mais

apresentam sintomas contraditórios na matéria médica.

A seguir são listados os sintomas contraditórios do Opium encontrados na

Matéria Médica Pura de Hanhnemann.

37

Tabela 2: Sintomas contraditórios do Opium, descritos na Matéria Médica Pura de

Hanhnemann

Sintoma MM Pura Hahnemann No Sintoma MM Pura Hahnemann No

Confusão da cabeça

Tontura e estupefação da cabeça.

Tontura e confusão da cabeça.

Confusão da cabeça.

Confusão da cabeça, como se fumaça

tivesse entrado no cérebro.

Sensação na cabeça como se ele tivesse

dormido sob o efeito de uma severa

bebedeira de vinho e acordasse.

Confusão da cabeça; ele não tem uma

concepção verdadeira de algo, e não

consegue entender o sentido daquilo

que lê.

Obtusidade dos sentidos (após 8, 12

hs.).

Ele não conhece seus parentes mais

próximos, nem os objetos mais

familiares.

Com agitação, opressão, idéias confusas

e faíscas diante dos olhos, aí sobe um

calor queimante desagradável para

dentro da cabeça, o qual então se espraia

sobre todo o corpo.

Sensação de coragem e felicidade, de

modo que ele está como se levasse a

cabo o que foi exigido, com energia,

sem repugnância ou medo, com uma

sensação peculiar de voluptuosidade

(mas durando apenas uns poucos

minutos) (após 1 / 4 h.); imediatamente

depois embotamento na cabeça, etc.

Confusão da razão.

03

07

15

16

22

37

38

39

582

621

630

Fluxo copioso de ideias

24

Fraqueza da mente

As faculdades mentais se afastam.

Sentidos obtusos.

Obtusidade da mente.

Todas as faculdades da mente, todos os

sentidos, estão embotados.

Obtusidade dos sentidos (após 8, 12

hs.).

Ele não conhece seus parentes mais

próximos, nem os objetos mais

familiares.

Obtusidade dos sentidos, insensível,

quase inconsciente de sua existência, e

contudo as respostas dele são

razoavelmente adequadas.

30

31

32

33

34

38

39

40

Mente mais viva e disposta a trabalho

sério

Transpiração generalizada do corpo

extremamente quente, com grande sede,

pulso forte, cheio, olhos brilhantes e

mente ativa

25

597

38

Não está em sua clara consciência.

Estupefação dos sentidos e perda da

razão.

Comedores de ópio estão sempre com

preguiça e embriagados

41

42

52

Perda de memória

Falta de memória.*

Perda de memória.*

Fraqueza frequente da memória (pelo

uso frequente do ópio).*

Perda de memória por muitas semanas.*

Perda prolongada de memória.*

Perda de memória.*

*Nota para Ss. 53 a 58: ação secundária.

53

54

55

56

57

58

Memória exaltada

Toda vontade de dormir desapareceu

(depois de usar ópio no anoitecer anterior),

a faculdade imaginativa e a memória se

tornaram exaltadas até um grau

maravilhoso, de maneira que ele foi

compelido, por assim dizer, a passar a

noite nas mais profundas meditações; no

alvorecer do dia ele teve um sono leve por

algumas horas, mas depois não conseguiu

mais lembrar tudo o que ele tinha estado

pensando de noite (...).

Febre: tremer de frio com sede, então calor

aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de cama,

com pulso cheio, forte, secura da fauce

sem sede, e vivacidade das ideias e da

memória (após 1h.).

27

558

Sonolento:

Comedores de ópio são sonolentos e

quase estúpidos.

Palidez da face e náusea, com sensação

de sonolência e diminuição de todas as

secreções e excreções, amúide mesmo da

transpiração.

Sonolência.

Grande vontade de dormir.

Adormecimento súbito (após uns poucos

minutos).

Caindo de sono acordado.

Palavreado incompreensível caindo de

sono.

Uma espécie de sono estupefaciente,

com olhos semi-abertos, globos oculares

virados para cima sob a pálpebra

superior, boca mais ou menos aberta e

inspiração estertorosa.

Sonolência, sono leve, estupefação.

Ele permanece como se mergulhado em

sono leve.

51

84

466

467

468

469

470

471

472

475

476

Sem sono/insônia:

Mais disposto para contemplações

elevadas a noite toda, sem sono.

Toda vontade de dormir desapareceu

(depois de usar ópio no anoitecer anterior),

a faculdade imaginativa e a memória se

tornaram exaltadas até um grau

maravilhoso, de maneira que ele foi

compelido, por assim dizer, a passar a

noite nas mais profundas meditações; no

alvorecer do dia ele teve um sono leve por

algumas horas, mas depois não conseguiu

mais lembrar tudo o que ele tinha estado

pensando de noite (...).

Noite inquieta, com insônia.

A despeito de sonolência ele não consegue

dormir, com pulso lento.

O poder de produzir sono do ópio é muito

diminuído por grande dor ou aflição séria.

Noite insone com inquietude e conversa

sem sentido.

Insônia acompanhada de visões

desagradáveis e cheia de fantasias, que são

26

27

526

527

528

529

530

39

Sono leve continuado, noturno, com sede

aumentada, língua quase limpa, com

bordas vermelho-escuras e lábios secos

rachados.

Sono muito profundo com respiração

estertorosa, como depois de apoplexia

(após 6hs.).

Durante sono leve quase constante, com

pálpebras semicerradas, ele apresenta

crocidismo e sente tudo a sua volta.

Sono invencível, no qual, entretanto, ele

sente dor, e quando beliscado, abre seus

olhos.

Sono irresistível (imediatamente depois

de ingerir dois grãos e mais), mas que é

perturbado por sonhos, e ao despertar,

ele não está revigorado, mas sente

náusea.

Sono profundo, pesado, com respiração

estertorosa, como um apoplético.

Sono e vermelhidão da face.

480

481

486

487

508

533

muito diferentes das coisas ao redor dele,

como em insanidade.

Sono sem consciência

Sono estúpido sem qualquer consciência,

com estertores no peito.

482

Sono com consciência

Sono com consciência: ele ouve tudo a sua

volta, mas não consegue despertar a si

mesmo; acorda depois de duas horas.

483

Sono leve

Sonolência, sono leve, estupefação.

Sono leve.

Em lugar de sono profundo, ele

facilmente induz um sono leve mórbido.

Ele permanece como se mergulhado em

sono leve.

Sono leve continuado, noturno, com sede

aumentada, língua quase limpa, com

bordas vermelho-escuras e lábios secos

rachados.

Cochilo entorpecido.

Um sono leve estupefaciente tal que uma

resposta não consegue ser obtida dele.

Durante sono leve quase constante, com

pálpebras semicerradas, ele apresenta

crocidismo e sente tudo a sua volta.

Sono leve prazeroso, suave, do qual ele é

subitamente despertado por arrancos

horríveis nos membros.

472

473

474

475

476

477

479

481

524

Sono profundo

Sono muito profundo com respiração

estertorosa, como depois de apoplexia

(após 6hs.).

Sono profundo, pesado, com respiração

estertorosa, como um apoplético.

480

508

40

Face pálida

Face pálida, encovada.

Face pálida.

Alternância frequente de vermelhidão e

palidez da face.

Palidez da face e náusea, com sensação

de sonolência e diminuição de todas as

secreções e excreções, amúide mesmo da

transpiração.

Face e testa pálidas, olhos vítreos. (O

observador acrescenta “fixos”antes de

“vítreo”.).

81

82

83

84

85

Face vermelha

Alternância frequente de vermelhidão e

palidez da face.

Face vermelho-escura.

Face totalmente vermelha.

Face vermelha, inchada, intumescida.

Face marrom-cereja.

Vasos sanguíneos dilatados na face .

Face intumescida, vermelha, e vasos

sanguineos dilatados na cabeça.

Face vermelha e olhos vermelhos.

Face vermelha e olhos vermelhos

inflamados.

Vermelhidão incomum da face com lábios

inchados.

Face não simplesmene vermelha, mas

como se inflamada.

Face completamente vermelha, como

olhos selvagens, que se projetam,

vermelhos.

Sono e vermelhidão da face.

Puso lento, com respiração lenta, gemente,

face intumescida, vermelha, e transpiração

muito profusa com convulsão.

Pulso duro, violento, rápido, com face

vermelho-escura.

Grande vermelhidão da face, com calor

queimante do corpo, durante oito horas;

então arremessos convulsivos do braço e

da perna direita, com grito alto, repiração

difícil e frieza da face e mão, cobertas com

gotas de transpiração.

Mania violenta com face vermelha, olhos

cintilantes e maior atividade do corpo.

83

94

95

96

97

98

99

100

101

102

103

104

533

544

565

574

643

Todos os músculos faciais podem estar

relaxados

90 Espasmos dos músculos faciais

Fasciculações isoladas dos músculos

temporais

106-

108

71

(...) não sabe o que está acontecendo (...)

119 Perfeitamente lúcido mas queixa-se... 123

Pupilas dilatadas

Pupilas dilatadas (a primeira hora).

Pupilas facilmente dilatadas.

Os olhos apenas fechados pela metade,

as pupilas dilatadas, a contratilidade

delas se foi.

113

114

116

Pupilas contraídas

Pupilas contraídas

115

Língua branca

Língua branca.

144 Língua preta

Língua preta.

145

41

Rouquidão, com boca muito seca e

língua branca

Febre: de início frio, depois calor volante

na face (com língua branca, e

transpiração antes da meia-noite).

306

554

Diminuição da saliva/ Boca, língua,

garganta seca

Suprime a secreção das glândulas

salivares, o muco nasal e aquela das

glândulas da laringe.

Engrossa a saliva, o muco nasal, o muco

da traquéia, e torna a língua seca.

Secura da língua, palato e fauce, sem

desejo de beber.

Sensação de secura da parte anterior da

língua, sem sede, pela manhã.

Com secura da boca, sem desejo de

beber, frio sobre o abdome.

Secura da boca inteira, com pouca sede.

Secura na parte de trás da garganta.

Secura na garganta e na língua.

Secura da boca, de modo que ele mal

consegue pronunciar uma palavra.

Urina escura e língua seca (nele mesmo).

Retenção de urina, com boca totalmente

seca e sede aumentada.

Rouquidão, com boca muito seca e

língua branca.

Depois do sono do ópio, exaustão,

(Melhor. "lassidão".) peso da cabeça, e

secura da garganta

Depois de acordar, dificuldade em

mover a língua. (Com a secura da boca

do S.158)

Febre: tremer de frio com sede, então

calor aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de cama,

com pulso cheio, forte, secura da fauce

sem sede, e vivacidade das idéias e da

memória) (após 1 h.).

Aumenta o calor do corpo inteiro e deixa

secura da boca e sede.

150

151

152

153

154

155

156

157

158

267

280

306

492

495

558

577

Aumento da saliva

Fluxo de saliva. (Observação em uma

paciente, idosa e com tísica, que tinha este

sintoma sempre que ela tomava ópio para

bloquear uma diarréia coliquativa.).

Fluxo profuso de saliva.

Fluxo de saliva como por mercúrio.

Saliva fluía constantemente da boca.

Espuma na frente da boca.

146

147

148

149

417

Sem/pouca sede:

Secura da língua, palato e fauce, sem

desejo de beber.

Sensação de secura da parte anterior da

língua, sem sede, pela manhã.

152

153

154

Com sede:

Grande sede, especialmente por cerveja

ruim (de má qualidade).

Sede urgente.

Retenção de urina, com boca totalmente

seca e sede aumentada.

159

160

280

42

Com secura da boca, sem desejo de

beber, frio sobre o abdome.

Secura da boca inteira, com pouca sede.

Por seis anoitecer sucessivos, um calor

queimante na face e sensação de calor

especialmente nos olhos, sem sede.

Febre: ele adormece durante o frio;

nenhuma sede durante o frio; durante o

calor, sede e transpiração generalizada

profusa.

Febre: tremer de frio com sede, então

calor aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de

cama, com pulso cheio, forte, secura da

fauce sem sede, e vivacidade das ideias e

da memória (após 1h.).

155

575

556

558

Sono leve continuado, noturno, com sede

aumentada, língua quase limpa, com

bordas vermelho-escuras e lábios secos

rachados.

Calor com sede.

Aumenta o calor do corpo inteiro e deixa

secura da boca e sede.

Transpiração generalizada do corpo

extremamente quente, com grande sede,

pulso forte, cheio, olhos brilhantes e

mente ativa.

Sede durante o frio.

Febre: ele adormece durante o frio;

nenhuma sede durante o frio; durante o

calor, sede e transpiração generalizada

profusa.

Febre: tremer de frio com sede, então calor

aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de cama,

com pulso cheio, forte, secura da fauce

sem sede, e vivacidade das ideias e da

memória (após 1h.).

476

576

577

597

553

556

558

Sem sede no frio

Febre: ele adormece durante o frio;

nenhuma sede durante o frio; durante o

calor, sede e transpiração generalizada

profusa.

556

Com sede no frio

Sede durante o frio.

Febre: tremer de frio com sede, então calor

aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de cama,

com pulso cheio, forte, secura da fauce

sem sede, e vivacidade das ideias e da

memória (após 1h.).

553

558

Perda apetite:

Perda de apetite (anorexia)

(Em grandes doses) ele tira o apetite

imediatamente.

Perda de apetite.

Falta de apetite por comida e bebida.

172

173

174

175

Apetite aumentado/fome voraz

Apetite aumentado.

Fome voraz em acessos frequentes,

algumas vezes com gosto insípido na boca

(após 3 e mais horas)

Fome voraz.

Fome voraz, com distensão e opressão do

estômago depois de comer.

Fome excessiva com grande exaustão.

Fome voraz com repugnância de comida.

De 108, o pulso cai para 72; ao mesmo

tempo frio e estremecimento, atividade

diminuída, grande exaustão e, contudo,

fome aumentada.

181

182

183

184

185

186

534

“Vômitos” ineficazes

Ânsia de vômito violenta, ineficaz.

190

Vômitos eficazes

Repugnância e vômitos frequentes.

189

43

Esforços ineficazes para vomitar.

191 Vômitos (após uns poucos minutos).

Vômito depois de comer.

Estimula vômitos .

192

194

196

Constipação, evacuações raras, prisão

de ventre

Inatividade dos intestinos e fezes retidas.

Paralisia dos intestinos.

Quase sempre obstui os intestinos.

Evacuações raras.

Retenção constante da evacuação e

prisão de ventre.

Retenção das evacuações intestinais.

Fezes e urina interrompidas.

Constipação por dez dias (terminando

em morte).

Prisão de ventre por seis ou oito

semanas, com perda de apetite

(anorexia); os excrementos somente

saem com clisteres, e na forma de

pequenas bolas duras.

Prisão de ventre por muitos meses.

Prisão de ventre crônica, quase

incurável.

238

239

240

241

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249

250

252

Diarréia/ aumento da evacuação

O ópio algumas vezes causa diarréia (em

sua ação secundária).

Evacuação fecal aumentada.

Diarréia aquosa.

Diarréia muito fétida.

253

256

257

260

Fezes duras

Fezes duras, precedidas por beliscadura

no abdome e flatos

Fezes duras somente eliminadas com um

esforço, por seis dias.

Prisão de ventre por seis ou oito

semanas, com perda de apetite

(anorexia); os excrementos somente

saem com clisteres, e na forma de

pequenas bolas duras.

Fezes em pequenas, duras, pelotas, com

dores como de parto, como em

parturição.

246

248

249

251

Fezes pastosas/aquosas/fluidas

O ópio algumas vezes causa diarréia (em

sua ação secundária).

Evacuação do intestino, fezes pastosas.

Diarréia aquosa.

Fezes espumosas, fluidas, com queimação

pruriginosa no ânus e pressão (tenesmo)

violenta.

Diarréia muito fétida.

253

254

257

259

260

Diminuição/supressão/retenção da

urina

Urina muito escassa, muito vermelha,

sem turvação.

Ele elimina pouca urina de cor vermelha

muito escura, com dores cortantes

enquanto urina.

Suprime a eliminação da urina.

Urina suprimida.

Retenção de urina.

275

282

270

275

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278

279

Aumento da urina

Estimula a excreção urinária

O ópio algumas vezes suprime, outras

vezes promove a urina.

284

283

44

O ópio suprime a excreção de urina.

Retenção de urina, com boca totalmente

seca e sede aumentada.

Retém o esvaziamento da urina.

Enfraquece o poder contrátil da bexiga.

O ópio algumas vezes suprime, outras

vezes promove a urina.

280

281

282

283

Impotência

Rigidez do pênis durante o sono, e depois

de acordar, impotência completa.

Impotência.

Impotência em homens.

Durante o sono ereção do pênis, e depois

de acordar, impotência – em homem.

Indolência do poder sexual.

285

299

300

493

296

Rigidez/ereção do pênis

Rigidez do pênis durante o sono, e depois

de acordar, impotência completa.

Rigidez excessiva do pênis.

Desejo sexual exaltado, com ereções,

poluções, e sonhos lascivos.

Exaltação do desejo sexual, ereções do

pênis, emissões noturnas de sêmen.

Êxtase amoroso, ereção do pênis por vinte

e quatro horas, sonhos lascivos, emissões

seminais noturnas.

Durante o sono ereção do pênis, e depois

de acordar, impotência – em homem.

285

286

287

288

291

493

Diminuição do desejo sexual

Em alguns excitação, em outros

diminuição do desejo sexual.

É considerado como algo que emascula

e enfraquece o desejo sexual.

Esfriamento do desejo sexual.

295

297

301

Aumento do desejo sexual

Desejo sexual exaltado, com ereções,

poluções e sonhos lascivos.

Exaltação do desejo sexual, ereções do

pênis, emissões noturnas de sêmen.

Ele estimula o desejo sexual.

Êxtase amoroso, ereção do pênis por vinte

e quatro horas, sonhos lascivos, emissões

seminais noturnas.

Lascívia incontrolável.

Em alguns excitação, em outros

diminuição do desejo sexual.

Excitação do instinto sexual.

287

288

291

294

295

298

Respiração lenta

Respiração lenta.

Respiração estertorosa, difícil, lenta.

Respiração lenta, gemente (após 4hs.).

Diminui a rapidez do pulso e da

respiração.

323

345

346

535

Respiração rápida

Respiração rápida.

Respiração rápida, oprimida, ansiosa.

Respiração mais rápida, difícil.

319

320

321

Respiração curta

Respiração sempre mais e mais curta.

Respiração curta, estertorosa a qual de

tempos em tempos cessa por meio

minuto.

322

327

329

Respiração longa

As respirações são longas e com suspiro.

326

45

Crises de ansiedade de curta duração,

com respiração apertada, curta, e tremor

de braços e mãos.

Respiração silenciosa

Respiração imperceptível, algumas

vezes com um barulho.

349

Respiração ruidosa/com barulho

As respirações são longas e com suspiro.

Respiração curta, estertorosa, a qual de

tempos em tempos cessa por meio minuto.

Respiração profunda estertorosa.

Respiração ofegante, ruidosa.

Respiração ruidosa, difícil.

A respiração era algumas vezes

estertorosa e ruidosa, algumas vezes

difícil e muito fraca.

Respiração estertorosa, trabalhosa,

ruidosa.

Respiração estertorosa, difícil, lenta.

Respiração lenta, gemente (após 4hs.).

Respiração interrompida, gemente. (Mais

propriamente “soluçante”.).

Uma espécie de sono estupefaciente, com

olhos semi-abertos, globos oculares

virados para cima sob a pálpebra superior,

boca mais ou menos aberta e inspiração

estertorosa.

Sono muito profundo com respiração

estertorosa, como depois de apoplexia

(após 6hs.).

Pulso amplo, lento, com respiração

estertorosa, trabalhosa, lenta.

Pulso lento, com respiração lenta,

gemente, face intumescida, vermelha, e

transpiração muito profusa com

convulsão.

Pulso lento, regular, cheio, com respiração

profunda estertorosa.

326

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338

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471

480

540

544

545

Dormência nos pés. 378

O pé está tão rígido e sensível que ela não

consegue nem caminhar.

379

Perda de força

Fraqueza das pernas.

Diminui (em pessoas robustas) a força

dos músculos sujeitos à vontade,

provoca peso da cabeça e grande

exaustão. (O ópio diminui somente na

ação secundária a força dos músculos

sujeitos à vontade, e depois também os

paralisa completamente; mas em sua

ação primária ele os estimula; mas se

374

438

Sensação de força/estímulo da força

Sensação de força.

Diminui (em pessoas robustas) a força dos

músculos sujeitos à vontade, provoca peso

da cabeça e grande exaustão. (O ópio

diminui somente na ação secundária a

força dos músculos sujeitos à vontade, e

depois também os paralisa

completamente; mas em sua ação

primária ele os estimula; mas se esta ação

431

438

46

esta ação primária é interrompida pela

estupefação e sono leve estupefaciente,

então neste sono do ópio, um ou outro

membro contrai de forma espasmódica.)

Ele causa notável perda das forças, e

priva as partes firmes de tônus e

mobilidade.

Relaxamento dos membros e fraqueza.

A força de movimento dos músculos está

deprimida.

Fraqueza das forças.

Perda das forças.

Debilidade, perda das forças.

Incapaz para o trabalho, exausto e fraco.

Ele mal consegue mover os pés, mas

consegue andar para frente mesmo

quando forçosamente compelido a fazê-

lo.

Exaustão das forças e incapacidade para

se mover.

Ele permanece na maior fraqueza.

Grande prostração, perda de todas as

forças vitais.

Com forças aumentadas ela tenta

levantar da cama, mas se torna fraca e

vertiginosa imediatamente; ao deitar de

novo, ela revive imediatamente.

440

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450

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458

463

primária é interrompida pela estupefação e

sono leve estupefaciente, então neste sono

do ópio, um ou outro membro contrai de

forma espasmódica.)

Com forças aumentadas ela tenta levantar

da cama, mas se torna fraca e vertiginosa

imediatamente; ao deitar de novo, ela

revive imediatamente.

Alegria, vivacidade, contentamento, força

aumentada.

463

616

Sonho horrível/agitado/ansioso

Sonhos algumas vezes agradáveis,

algumas vezes tristes, algumas vezes

ansiosos e assustadores.

Sono perturbado algumas vezes por

sonhos prazerosos, algumas vezes

horríveis, degenerando ou para estupor

ou para uma morte apoplética com

convulsões.

O ópio afeta o cérebro e produz sonhos

inquietos.

Sonhos ansiosos.

Sonho ansioso perturbado pelos sonhos

mais tristes, de forma que na embriaguez

sonolenta ele parece estar

constantemente em delírio.

Crise de sufocação no sono (pesadelo).

Sono repleto de fantasias horríveis e

sonhos assustadores.

Sonhos vexatórios, muito vívidos, nos

quais tudo dá errado; há muito de um

caráter que aborrece e irrita (após2hs.).

505

506

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515

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521

522

Sonho agradável/ feliz

Sonhos felizes

Sonhos algumas vezes agradáveis,

algumas vezes tristes, algumas vezes

ansiosos e assustadores.

Sono perturbado algumas vezes por

sonhos prazerosos, algumas vezes

horríveis, degenerando ou para estupor ou

para uma morte apoplética com

convulsões.

504

505

506

47

Entre acordado e dormindo, sonhos e

visões de dragões, esqueletos, e

fantasmas horríveis e caretas.

531

Pulso lento/ diminui o pulso

A despeito de sonolência ele não

consegue dormir, com pulso lento.

De 108, o pulso cai para 72; ao mesmo

tempo frio e estremecimento, atividade

diminuída, grande exaustão e, contudo,

fome aumentada.

Diminui a rapidez do pulso e da

respiração.

Pulso primeiro 14 batidas mais lento (as

primeiras 4hs.), depois (após 10hs.) 30

batidas mais rápido.

O coração bate quatro vezes mais

devagar. (Numa rã para quem ópio havia

sido dado).

Pulso amplo, lento, com respiração

trabalhosa, profunda.

Pulso amplo, lento, com respiração

estertorosa, trabalhosa, lenta.

Pulso lento.

Pulso lento, com respiração lenta,

gemente, face intumescida, vermelha, e

transpiração muito profusa com

convulsão.

Pulso lento, regular, cheio, com

respiração profunda estertorosa.

Pulso pequeno, lento, suprimido, fraco.

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Pulso rápido / aumenta o pulso

Pulso primeiro 14 batidas mais lento (as

primeiras 4hs.), depois (após 10hs.) 30

batidas mais rápido.

Pulso forte, muito rápido, que por fim

(após 8 1/2hs.) enfraquece e fica

intermitente (pouco antes da morte).

Pulso rápido e incomumente fraco, com

respiração ansiosa, oprimida, rápida (após

muitas horas).

Pulso rápido com dor de cabeça.

Pulso duro, violento, rápido, com face

vermelho-escura.

Pulso duro, rápido, violento, com

respiração obstruída difícil.

536

562

563

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565

568

Pulso fraco

De início, pulso lento, cheio, depois

pulso fraco.

Pulso pequeno, lento, suprimido, fraco.

Frio nas costas, com pulso suprimido,

raramente perceptível.

Pulso forte, muito rápido, que por fim

(após 8 1/2hs.) enfraquece e fica

intermitente (pouco antes da morte).

Pulso rápido e incomumente fraco, com

respiração ansiosa, oprimida, rápida

(após muitas horas).

Febre aguda com delírio, que ocorreu

depois de um sono curto e durou doze

horas, depois do que ele ficou muito

fraco e com mal - estar, pulso fraco; após

três horas, o delírio retornou o qual

543

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550

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581

Pulso forte

Pulso mais forte.

Febre: tremer de frio com sede, então calor

aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de cama,

com pulso cheio, forte, secura da fauce

sem sede, e vivacidade das ideias e da

memória (após 1h.).

Pulso forte, muito rápido, que por fim

(após 8 1/2hs.) enfraquece e fica

intermitente (pouco antes da morte).

Febre aguda com delírio, que ocorreu

depois de um sono curto e durou doze

horas, depois do que ele ficou muito fraco

e com mal - estar, pulso fraco; após três

horas, o delírio retornou o qual

permaneceu quarenta e oito horas, com

542

558

562

581

48

permaneceu quarenta e oito horas, com

pulso cheio, forte; depois disto, sono

durante oito horas.

pulso cheio, forte; depois disto, sono

durante oito horas.

Transpiração generalizada do corpo

extremamente quente, com grande sede,

pulso forte, cheio, olhos brilhantes e

mente ativa

597

Frio

Frio nas costas, com pulso suprimido,

raramente perceptível.

Frio nas costas.

Frieza dos membros.

Sede durante o frio.

Febre: de início frio, depois calor voante

na face (com língua branca, e

transpiração antes da meia-noite).

Freza externa nos membros.

Frieza com estupefação.

No início, temperatura diminuída

(mostrada no termômetro), depois disto

exalação aumentada.

Alternância entre calor moderado e frio.

550

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572

Calor

Sensação de um peso no abdome, na

região umbilical, com ansiedade, sensação

de calor interno, passageiro, e estupefação

da cabeça (após 1 h.).

Ele sente calor no peito (em si mesmo).

Febre: de início frio, depois calor voante

na face (com língua branca, e transpiração

antes da meia-noite).

Febre: primeiro calafrio, depois calor com

sono, durante o que ele transpira

profusamente.

(Febre: tremer de frio com sede, então

calor aumentado do corpo inteiro, com

tendência a jogar fora as roupas de cama,

com pulso cheio, forte, secura da fauce

sem sede, e vivacidade das idéias e da

memória) (após 1 h.).

No início, temperatura diminuída

(mostrada no termômetro), depois disto

exalação aumentada.

Calor aumentado.

Alternância entre calor moderado e frio.

Calor.

Grande vermelhidão da face, com calor

queimante do corpo, durante oito horas;

então arremessos convulsivos do braço e

da perna direita, com grito alto, repiração

difícil e frieza da face e mão, cobertas com

gotas de transpiração.

Por seis anoitecer sucessivos, um calor

queimante na face e sensação de calor

especialmente nos olhos, sem sede.

Calor com sede.

Aumenta o calor do corpo inteiro e deixa

secura da boca e sede.

Calor do corpo com grande ansiedade.

Calor intolerável com grande ansiedade.

Com agitação, opressão, idéias confusas e

faíscas diante dos olhos, aí sobe um calor

queimante desagradável para dentro da

cabeça, o qual então se espraia sobre todo

o corpo.

230

338

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582

49

Aplicado na pele como um emplastro, ele

causa grande calor e dores, levanta uma

bolha, corrói a pele produz gangrena.

658

Medo/ Falta de coragem

Temor e medo.

Falta de coragem.

Medo.

633

634

635

Coragem

Alegria, vontade de trabalhar, destemor,

coragem.

Coragem, intrepidez, magnanimidade.

Sensação de coragem e felicidade, de

modo que ele está como se levasse a cabo

o que foi exigido, com energia, sem

repugnancia ou medo, com uma sensaçao

peculiar de voluptososidade (mas durando

apenas uns poucos minutos) (após ¼ h.);

imediatamente depois embotamento na

cabeça, etc.

Intrepidez no perigo.

O ópio inspira coragem e resolução em

quem tem medo de operação cirúrgica.

Criminosos (na Índia) perderam seus

medos de morte e foram para a execução

de forma corajosa.

619

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Tristeza/ mal humor/ desconfiança

Estado alternado de mal humor

despreocupado e alegria.

Primeiro êxtase e depois disto tristeza e

depressão.

Tristeza.

Desesperança, espírito rabugento,

aborrecimento (após 8, 12hs.).

Choro lastimoso e lamentos (na primeira

hora).

Ela está aborrecida com uma dor de

maneira que ela chora.

Desconfiança.

Aborrecido.

Melancolia.

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Alegria/ sensação agradável

Contentamento

Estado alternado de mal humor

despreocupado e alegria.

Sempre alegria quieta do espírito; como se

no céu.

Livre de dor, ele permaneceu a noite

inteira em extrema alegria da alma. (Ele

havia ingerido um grão no anoitecer, para

uma dor muito incômoda).

A mais agradável sensação que pode ser

imaginada, com tranquilidade de espírito e

esquecimento de todos os males.

De nehum outro modo ela conseguia

lograr por si mesma, completa

tranquilidade e felicidade do espírito.

Tranquilidade do espírito.

Atividade do espírito.

Uma mulher sujeita a pensamentos

melancólicos é maravilhosamente aliviada

por ele; o pesar dela cessou por algum

tempo. (Mas, como ele agiu de forma

antipática (de forma paliativa), a fim de

alcançar o mesmo alívio, ela teve não

somente que continuar o uso do ópio, mas

aumentar as doses, de maneira que ela por

598

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602

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50

fim foi obrigada a tomar uma onça e meia

de ópio em uma semana.

Ele faz com que os transtornos mentais

sejam esquecidos por um tempo e traz um

êxtase e uma felicidade refrescante da

alma.

Ele torna felizes os comedores (usulmente

tristes, estúpidos) de ópio; eles são muito

devassos, cantam músicas de amor, riem

muito e cometem outras travessuras; esta

agradável elevação da mente e espírito

dura uma hora, então eles ficam irados e

incontroláveis, depois do que eles

novamente se entristecem e choram, até

que adormecem, e asim de novo retonam

ao seu estado anterior.

Alegria, vivacidade, contentamento, força

aumentada.

Alegria, vontade de trabalhar, destemor,

coragem.

Primeiro êxtase e depois disto tristeza e

depressão.

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Reage aumentando a reatividade

Aplicado diretamento nos nervos, ele

não tira a sensibilidade deles, mas ao

contrário, aumenta a dor.

661

Reage diminuindo a reatividade

Aplicado nos músculos, ele rapidamente

destrói a irritabilidade deles.

662

Sintoma aparece ao se mover

Vontade de vomitar ao se mover.

Dor contrátil (que aperta) no esterno e

nas costas, sentida quando se move.

193

357

Sintoma alivia ao se mover

Imediatamente depois de uma refeição,

pressão violenta na região do estômago,

aliviada por caminhar.

Distensão dolorida e pressiva do abdome

como se ele fosse explodir; era aliviada

por exercício corporal; ao sentar, o

dolorido retornava (após 2hs.).

208

227

Lateralidade esquerda

Pontadas no lado esquerdo do abdome,

também quando não respira (após 3 hs.).

Tremor do braço esquerdo em acessos

(após 3 hs.).

O braço (esquerdo) está paralisado (após

48 hs.).

233

366

370

Lateralidade direita

Excessiva dor dolorida no lado direito do

peito, também quando não respira, com

pontadas no mesmo lado enquanto inspira

(após 1 h.).

Dor nos hipocôndrios, especialmente o

direito.

Grande vermelhidão da face, com calor

queimante do corpo, durante oito horas;

então arremessos convulsivos do braço e

da perna direita, com grito alto, respiração

difícil e frieza da face e mãos, cobertas

355

360

574

51

com gotas de transpiração (pouco depois

de ingeri - lo).

52

Capítulo 4: Considerações sobre a Matéria Médica de Opium de diferentes autores

Opium e seus miasmas

Segundo Prafull Vijayakar (2004), o Opium tri-miasmático pode ser assim

representado:

Psora (inflamação): rápido, ligeiro, alegre, agudeza dos sentidos.

Sicose (crescimento): arrogante e vaidoso, planos gigantescos, torpor.

Sifilis (destruição): contente, extasiado, fantasias.

De maneira mais detalhada, ainda segundo Prafull Vijayakar (2004), os

principais sintomas relacionados ao Opium estão representados na tabela abaixo (Tabela

2).

Tabela 3: Opium tri-miasmático, segundo Prafull Vijayakar (2004)

Opium psórico:

Sofrerá fisicamente de:

- epilepsia

- hiperacidez

- prurido cutâneo

Mentalmente:

- rápido, inteligente e espirituoso

- compreende facilmente

- assusta-se facilmente

- bom intelecto e memória ativa

Opium sicótico:

Sofrerá fisicamente de:

- constipado

- ptose palpebral

- condição hidrópica do corpo

Mentalmente:

- lento, torporoso

- mentiroso, enganador,

dissimulado

- cheio de ideias com planos

gigantescos

- sentidos embotados com fraqueza

da memória

Opium sifilítico:

Sofrerá fisicamente de:

- ausência de dor em suas queixas

- tremores e contraturas musculares

- condições de paralisia de intestino,

bexiga, etc.

- Estado comatoso e inconsciência

Mentalmente:

- Satisfeito e apático

- Imbecil

- Extasiado, excêntrico com

fantasias exaltadas

- Furioso, cheio de raiva e violência

- Gritos agudos, berra, falando e

gritando alto

Segundo a Matéria Médica de Vijnovsky (2012), os sintomas com três pontos,

de forma resumida, são:

Mentais:

1 - Transtornos acompanhados de grande estupor ou um sono muito profundo; o

paciente não sente a dor, não sofre nada, não se queixa de nada nem deseja nada; há uma

anestesia na pele e uma analgesia nos órgãos internos.

53

Graus de ofuscamento intelectual: tranquilidade, serenidade e calma,

contentamento, alegre exaltaçãoo, como se estivesse num sonho.

Indiferença a tudo (à alegria ou ao prazer mas também ao sofrimento) –

principalmente durante calafrios e febre.

Estado de estupefação, que sai com dificuldade.

Estupor apoplético com a mandíbula pendente.

Num grau mais profundo do ofuscamento há inconsciência total, mesmo que

ainda reponda quando falam com ele e depois logo recai na inconsciência.

Respiração estertorosa.

Apoplexia causada por hemorragia cerebral em hipertensos e alcoólatras.

2 – Delírios: raivoso, violento, loquaz; faz coisas absurdas, como rodar ou girar

pelo chão.

Importante medicamento para delírio tremens, principalmente em pessoas idosas

e magras e que aparee por pequenas quantidades de álcool, com profundo estupor e fortes

roncos.

Alucinações e ilusões variadas: vê animais, rostos horríveis ou fantasmas; pensa

que é um criminoso e precisa ser executado.

3 – Específico para: transtornos de origem emocional, por susto, principalmente

ao ver um acidente; por passar vergonha, por censuras.

Gerais

4 – Grande característica do Opium é a ausência de reação ou de reatividade,

falta de reação vital ou desaparecimento da suscetibilidade aos medicamentos.

Inatividade de alguns órgãos (tubo digestivo, reto, bexiga, músculos das

extremidades, cérebro, etc).

Ausência de dor em transtornos habitualmente dolorosos.

5 – Maioria dos casos os pacientes de Opium apresentam: sonolência,

ofuscaçãoo ou inconsciência, com respiração estertorosa, rosto vermelho escuro,

mandíbula pendente, olhos injetados (às vezes semiabertos) com pupilas insensíveis,

miose, suores quentes na pele.

Locais

6 – Rosto com cor vermelho intenso ou vermelho-escuro, quente, suores quentes,

com extremidades frias; rosto vermelho durante convulsões.

Mandíbula e lábio inferior pendente.

Contrações dos músculos da face, principalmente nas comissuras labiais.

Trismo.

Expressão envelhecida, sonolenta.

7 – Constipação devido atonia intestinal, principalmente por inatividade total ou

inércia do reto; fezes em cíbalos, duras, redondas e negras; dificuldade de expulsão das

fezes com musculatura retal, os esforços dos músculos abdminais fazem assomar as fezes,

que em seguida retrocedem

Retenção espamósdica das fezes no intestino.

Um dos remédios mais importantes na constipação.

Fezes involuntárias, depois de susto.

Ânus contraído espasmodicamente durante cólica.

54

Alterna diarreia e constipação.

8 – Afonia depois de um susto.

Tosse seca, cuja principal característica é uma respiração estertorosa, ruidosa e

persistente, respiração lenta (piores dormindo ou nas convulsões), suspirosa, com roncos.

Engasga logo que adormece, acorda sobressaltado.

Pneumonia em idosos, crianças e alcoólatras.

9- Sono letárgico ou comatoso, com intensos roncos ou respiraçãoo ofegante;

sono muito profundo durante os calafrios e a febre.

Como vígil.

Adormece durante a febre.

10 – Frio geral. Calfrios. Febre seguido de calor ardente; suores quentes, na

metade superior do corpo; quer ficar descoberto.

Um aspecto interessante a se observar na dinâmica do medicamento são os

sintomas que aparecem como medicamento único.

O opium apresenta 161 rubricas no repertório (Repertório de Homeopatia

Digital) como medicamento único.

Destes, os que tem 3 pontos são:

- MENTAL – DELIRIUM TREMENS – pequenas quantidades de

estimulantes alcoolicos, por

- MENTAL – DELIRIUM TREMENS – sopor com roncos

- MENTAL – DELIRIUM TREMENS – velhos emagrecidos, em

- ILUSÕES – CRIMINOSO, ele é um – executado, será

- GENITAIS FEMININOS – DOR – Útero – menstruação – durante

– insuportável

- RESPIRAÇÃO – LENTA – convulsões, durante

- EXTREMIDADES – TREMOR – susto, após

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Capítulo 5: O tema

A releitura da Matéria Médica do Opium nos permite escolher algumas

condições que o caracterizam, considerando todas as particularidades, dando uma ideia

geral sobre o medicamento. Isso poderia ser definido como o tema dessa substância.

O núcleo central do Opium gira em torno das seguintes condições: a

contradição, presente desde a planta, do modo de preparo do medicamento, dos sintomas

da intoxicação e dos sintomas patogenéticos; o não-sofrimento e a insensibilidade; o sono,

desde um estupor profundo até um sono leve ou mesmo insônia, associado a diversos

tipos de sonhos; e a alegria e coragem. Além disso, podemos considerar um grande

indicação clínica do Opium: o delirium tremens.

A contradição aparece desde a substância em si até aos sintomas apresentados

pelo paciente.

A flor, com sua aparência delicada e sensível, colorida, bonita gera um fruto com

aparência forte, uma fortaleza, que não é chamativo nem atraente. As folhas abraçam o

caule, numa sensação de querer companhia e ficar próximo mas ao mesmo tempo seu

aspecto crenado ou dentado dá sensação que vai espetar ou machucar e por isso é

necessário ficar longe.

No processo de preparo da substância é preciso machucar a planta para extrair o

látex, o qual dará origem ao opium, grande indutor de alegria e insensibilidade.

A contradição também aparece na intoxicação do Opium, onde os sintomas de

bem estar, alegria e euforia são logo substituídos por estupor e sonolência, viciando

facilmente a pessoa usuária dessa substância.

A matéria médica do Opium é uma das que possui mais sintomas contraditórios,

organizados abaixo de forma resumida como sintomas mentais, gerais e locais:

Sintomas mentais:

Confusão da cabeça, fraqueza da mente e diminuição dos sentidos X

mente ativa, disposta ao trabalho, com lucidez e fluxo copioso de ideias

Perda de memória X memória exaltada

Medo; falta de coragem X Coragem

Tristeza, mal humor, desconfiança X alegria, sensação agradável

Diminuição do desejo sexual X aumento do desejo sexual

Sintomas Gerais

Frio X Calor

Sem sede ou com pouca sede X com sede

Sem sede no frio X com sede no frio

Perda de apetite X apetite aumentado/ fome voraz

Sonolento X sem sono/insônia

Sono sem consciência X sono com consciência

Sono leve X sono profundo

Sonho horrível, agitado, ansioso X sonho agradável, feliz

Reage aumentando a reatividade X reage diminuindo a reatividade

Perda de força X sensação de força, aumento da força

Agrava ao se movimentar X melhora ao se movimentar

Lateralidade esquerda X lateralidade direita

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Dor X insensibilidade

Sintomas locais:

Face pálida X face vermelha

Relaxamento dos músculos faciais X espasmos e fasciculações dos

músculos faciais

Pupilas dilatadas X pupilas contraídas

Língua branca X língua preta

Diminuição da saliva; boca, língua e garganta seca X Aumento da saliva

“Vômitos ineficazes”; náuseas sem vômitos X Vômitos eficazes

Constipação, evacuações raras X diarreia e aumento da evacuação

Fezes duras X fezes pastosas, aquosas, fluidas

Diminuição, supressão ou retenção da urina X aumento da urina

Impotência X rigidez, ereção do pênis

Respiração lenta X respiração rápida

Respiração silenciosa X respiração ruidosa, com barulho

Pulso lento; diminuição do pulso; pulso fraco X Pulso rápido; aumento

do pulso; pulso forte

Importante ressaltar que a pessoa pode apresentar ao longo de sua vida esses

sintomas contraditórios. Numa fase é muito corajoso, com memória ativa e em outro

momento, quando está passando por uma dificuldade tem medo, fraqueza da mente e da

cabeça e estupor, com insensibilidade. Os sintomas contraditórios também podem

representar diferentes reações de pessoas diversas, frente a situações da vida. Lembrando

que reagimos de acordo com o nosso miasma.

O entendimento da dinâmica da substância e suas interconexões nos auxiliam a

entender os demais temas do Opium. Os sintomas primários do Opium são muito rápidos,

seguidos dos sintomas secundários que contrapõem a ação dos primeiros. O opium tem a

função de induzir alegria e coragem à pessoa, mantendo ativa sua mente. A droga já foi

muito utilizada na antiguidade para manter os soldados alertas, mais fortes ou para

estimular essas sensações agradáveis. No entanto, logo em seguida vem o estupor, o sono,

a depressão, antagonizando os sentimentos anteriores. Os soldados logo se tornam “presas

fáceis”, perdendo a batalha. Isso pode ser percebido no processo de preparaçãoo da

substância, onde “machucamos” a papoula para extrair o látex, que dará origem ao

Opium. A pessoa, para ter um resultado “bom”, acaba sendo “machucada” pela

substância. Assim, às custas de pequenos momentos de alegria, euforia, coragem e força,

a pessoa ingere cada vez mais a substância, cujos sintomas logo desaparecem dando lugar

ao estupor, depressão, perda de força, sonolência. Importante destacar que o sono está

frequentemente associado a sonhos, com muitas visões, sonhos horríveis, tristes,

ansiosos, muito vívidos ou as vezes até sonhos alegres.

Como forma de tentar suportar essa efemeridade dos sintomas, o Opium

desenvolve uma insensibilidade ou não resposta ao sofrimento. A insensibidade

compreende desde o fato de não sentir dor em diversos processos que seriam considerados

dolorosos ou não ter reações a determinados agravos ou situações, inclusive,

apresentando-se não responsivo à ação de diversos medicamentos. Mas de forma

contrária, o organismo reage a essa “inércia” sentindo dores terríveis. O indivíduo não

quer passar por determinada situação e acaba sofrendo mais por aquilo.

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A dinâmica do medicamento pode ser exemplificada a partir de um caso

acompanhado no ambulatório didático do curso de especialização em Homeopatia. Um

paciente de 66 anos, encaminhado ao ambulatório por queixa de nevralgia facial há 30

anos, não responsiva a medicamentos alopáticos. Chegava a tomar um frasco inteiro de

dipirona sem ter alívio da dor. Usava analgésico comum, opióides e anticonvulsivante

(pregabalina). Na sua história teve como grande noxa ter participado, aos 18 anos de

idade, quando servia o exército, do massacre de diversas pessoas (moradores locais,

índios e outros) na ocasião da construção da transamazônica. Recebia a ordem de atirar e

“acabar com o que estava na frente”, e assim o fez diversas vezes. Diz que a partir desses

fato ficou “insensível” à dor e ao sofrimento. Tinha história também de hipertensão

arterial grave, não controlada com associação de três classes de antihipertensivos. Já teve

dois IAM, suportou a dor sem procurar ajuda médica. Refere que não acredita na medicina

e que “se morrer não tem problema”. O paciente foi medicado com Opium (LM), sendo

acompanhado por mais de seis meses (ainda está em acompanhamento). Melhorou

consideravelmente a dor facial, não teve mais nenhum acesso de dor insulportável após

início da homeopatia, podendo inclusive diminuir a quantidade de analgésicos.

O interessante no caso é notar que apesar do paciente ter o tema de que não tem

mais sentido viver e que não sente mais nada (não sofre por nada...), o que mais lhe

incomodava era uma dor intensa. Ele não quer passar por isso mas acaba sofrendo mais

por determinada situação. Segundo Antolini, 1995, “a substância que alivia as dores, priva

o indivíduo da própria sensibilidade e percepção, indiferente ao mundo real, imerso no

prazer ilusório e transitório do vício”.

Em relação à indicação clínica do Opium, homeopaticamente é bem útil em

casos de alcoolismo, particularmente de delirium tremens.

O delirium tremens é decorrente da abstinência e ou suspensão do uso de álcool.

Os sintomas iniciais de bem-estar causados pelo uso da bebida alcóolica se transformam

numa manifestação clínica perigosa, associada a alucinações, tremor e consvulsões. Isso

está associado a essa dinâmica do Opium, que causa sensações de bem estar seguidas de

sintomas contraditórios. Vale destacar que não indicamos o Opium em qualquer caso de

alcoolismo ou delirium tremens, mas sempre que os demais sintomas do paciente se

parecem aos sintomas patogenéticos (aqueles apresentados pelo experimentador são) do

medicamento.

Na sua fuga da dor e na busca do prazer, o paciente Opium acaba encontrando

sua verdadeira infelicidade.

“Vou vos revelar a infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela

e florida que acolheis e desejais com todas as forças das vossas almas

equivocadas. A infelicidade é a alegria, é o prazer, é a fama, é a

agitação vã, é a loca satisfação da vaidade que fazem calar a

consciência, que comprimem a ação do pensamento, que atordoam o

homem sobre seu futuro; a infelicidade é o ópio do esquecimento que

chamais ardentemente”. (trecho retirado do tópico A Infelicidade Real, do

capítulo V - Bem Aventurados os Aflitos – do Evangelho Segundo o Espiritismo)

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