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Universidade Presbiteriana Mackenzie 1 HABITAÇÃO SOCIAL NO BRASIL (1930 - 1964): HISTÓRIA, POLÍTICA E TIPOLOGIA Elisa Felca Glória (IC) e Denise Antonucci (Orientadora) Apoio: PIVIC Mackenzie Resumo Este trabalho tem por objetivo analisar dentro da história da arquitetura e da política pública brasileira as origens das habitações sociais, no período de 1930 a 1964, pelos dirigentes fundamentais de habitação econômica da época – Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs), Fundação da Casa Popular (FCP) e Departamento de Habitação Popular (DHP) do Distrito Federal (RJ); bem como identificar as tipologias adotadas dos conjuntos residenciais aqui estudados. A sistematização e complementação de informações sobre os conjuntos habitacionais foram realizadas por meio de pesquisas em acervos públicos, em trabalhos já realizados por professores e alunos de Planejamento Urbano VII da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie e em levantamento de campo, resultando num inteiro e novo material de análise sobre os edifícios, ampliando as informações sobre o assunto ao longo do tempo. As soluções arquitetônicas e urbanísticas adotadas foram significativas para inclusão das habitações na vanguarda modernista. A racionalização dos fluxos de circulação, o aproveitamento da luz natural, os espaços de uso comum e áreas verdes, assim como a localização no território e na cidade e o público alvo foram aspectos fundamentais do partido arquitetônico durante a atuação desses órgãos. Portanto mapeamos as diversas tipologias encontradas ao longo do período de pesquisa e análise em determinadas regiões do Brasil. Palavras-chave: habitação social, arquitetura moderna, política e tipologia. Abstract This study aims to examine into the history of architecture and Brazilian public politics, the origins of social housing in the period 1930 to 1964, by the fundamental managers of economic dwelling of the epoch - Institutes of Retirement and Pension (IAPs), Foundation House People (FCP) and Housing Department (PHD) of the Federal District (RJ), and identify the typologies adopted of the housing developments here studied. The systematization and complementary of information about the housing were carried by means of researches in public collections, the work already done by teachers and students of Urban Planning VII of the Faculty of Architecture and Urbanism Mackenzie and field surveys, resulting in a whole new and material for analysis of buildings, expanding the information on the subject over time. The architecture and urban solutions adopted were significant for inclusion in the vanguard of modernist homes. Streamlining the flow of movement, the use of natural light, common use spaces and green areas, as well as the location within the city and target audience and were key aspects of the architectural style during the performance of these organs. So we map the various types found throughout the period of research and analysis in certain regions of Brazil. Key-words: social housing, modern architecture, politics and typology.

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Universidade Presbiteriana Mackenzie

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HABITAÇÃO SOCIAL NO BRASIL (1930 - 1964): HISTÓRIA, POLÍTICA E TIPOLOGIA

Elisa Felca Glória (IC) e Denise Antonucci (Orientadora)

Apoio: PIVIC Mackenzie

Resumo

Este trabalho tem por objetivo analisar dentro da história da arquitetura e da política pública brasileira as origens das habitações sociais, no período de 1930 a 1964, pelos dirigentes fundamentais de habitação econômica da época – Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs), Fundação da Casa Popular (FCP) e Departamento de Habitação Popular (DHP) do Distrito Federal (RJ); bem como identificar as tipologias adotadas dos conjuntos residenciais aqui estudados. A sistematização e complementação de informações sobre os conjuntos habitacionais foram realizadas por meio de pesquisas em acervos públicos, em trabalhos já realizados por professores e alunos de Planejamento Urbano VII da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie e em levantamento de campo, resultando num inteiro e novo material de análise sobre os edifícios, ampliando as informações sobre o assunto ao longo do tempo. As soluções arquitetônicas e urbanísticas adotadas foram significativas para inclusão das habitações na vanguarda modernista. A racionalização dos fluxos de circulação, o aproveitamento da luz natural, os espaços de uso comum e áreas verdes, assim como a localização no território e na cidade e o público alvo foram aspectos fundamentais do partido arquitetônico durante a atuação desses órgãos. Portanto mapeamos as diversas tipologias encontradas ao longo do período de pesquisa e análise em determinadas regiões do Brasil.

Palavras-chave: habitação social, arquitetura moderna, política e tipologia.

Abstract

This study aims to examine into the history of architecture and Brazilian public politics, the origins of social housing in the period 1930 to 1964, by the fundamental managers of economic dwelling of the epoch - Institutes of Retirement and Pension (IAPs), Foundation House People (FCP) and Housing Department (PHD) of the Federal District (RJ), and identify the typologies adopted of the housing developments here studied. The systematization and complementary of information about the housing were carried by means of researches in public collections, the work already done by teachers and students of Urban Planning VII of the Faculty of Architecture and Urbanism Mackenzie and field surveys, resulting in a whole new and material for analysis of buildings, expanding the information on the subject over time. The architecture and urban solutions adopted were significant for inclusion in the vanguard of modernist homes. Streamlining the flow of movement, the use of natural light, common use spaces and green areas, as well as the location within the city and target audience and were key aspects of the architectural style during the performance of these organs. So we map the various types found throughout the period of research and analysis in certain regions of Brazil.

Key-words: social housing, modern architecture, politics and typology.

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1. Conceituação e características

A pesquisa consiste em promover um interesse pela história da habitação no Brasil, sendo

influenciador para os novos projetos de moradia popular, encarando o problema de forma

positiva e identificando questões urbanas e arquitetônicas que possam caracterizar o edifício

e sua tipologia.

Para isso podemos dividir o trabalho em três princípios básicos para fornecer subsídios para

reflexões e discussões do panorama urbano e arquitetônico. Preocupação em selecionar e

mapear em diferentes regiões projetos de interesse, não pela quantidade, mas sim pela

importância das informações oferecidas, que possam vir a ser debatidos; que tais projetos

expressem uma possibilidade de intervenção, segundo as diretrizes urbanas – circulação de

automóveis e pedestres, espaços coletivos entre outros e uma questão política de forte

envolvimento nesse setor habitacional.

Os projetos foram elencados após discussões entre orientador e aluno, na perspectiva de

incorporar empreendimentos de regiões distintas, onde os órgãos públicos administrativos

da época (1930 / 1964) foram mais expressivos. A princípio foram selecionados: Rio de

Janeiro – O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho), Conjunto

Residencial Marquês de São Vicente (Gávea) e Projeto do Realengo; São Paulo – Conjunto

Residencial Mooca, CR Várzea do Carmo, CR Santa Cruz, CR Vila Guiomar, CR Armando

de Arruda Pereira (Japurá), CR Piratininga, CR Vila Mariana, CR Nove de Julho e CR Santo

Antônio.

O processo de seleção de dados ocorreu inicialmente a partir de referências bibliográficas e

complementado com consultas em órgãos públicos nacionais (Arquivo do Estado,

Sindicatos, prefeituras e INSS), acervos físicos e Universidades e Faculdades de Arquitetura

e Urbanismo.

A análise focou questões políticas, urbanas e arquitetônicas que caracterizam os edifícios. A

relação do projeto com o preexistente e entorno; a importância das ligações viárias; os

equipamentos locais e espaços coletivos e públicos; as circulações e acessos prevendo a

relação do pedestre para com os veículos; a densidade populacional; a diversificação das

tipologias adotadas e o sistema construtivo.

2. Introdução

2.1. Panorama histórico

A produção habitacional no Brasil destacou-se no momento em que o Estado passa a

intervir nos problemas de moradia e deixa de lado a questão da construção,

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comercialização, financiamento e locação nas forças do mercado imobiliário. Essa

intervenção estatal colocada em prática pelo governo de Getúlio Vargas impulsionou a

formação de uma sociedade de cunho urbano – industrial, ativando a economia do país.

A idéia era cria uma política habitacional que atendesse a demanda populacional moradora

em cortiços e reduzir o valor despendido pelos trabalhadores com a moradia e

conseqüentemente diminuir os custos de mão–de–obra e estimular a industrialização.

Entre as medidas mais importantes implantadas pelo governo estão: produção de moradias

por financiamento público; redução dos custos por meio da racionalização da construção;

congelamento dos aluguéis; a autoconstrução de casas; e a criação das carteiras prediais

dos Institutos de Aposentadoria e Pensão e da Fundação da Casa Popular.

Com essa política em vigor podia-se dizer que garantia ao menos na aparência, melhores

habitações e qualidade de vida urbana aos trabalhadores. Segundo Bonduki:

“Qualquer que fossem as soluções nesse sentido-produção de moradias com subsídios ou financiamento público, redução do custo de produção através da racionalização da construção e diminuição das normas legais, congelamento de aluguéis e regulamentação do mercado de locação ou a autoconstrução de casas pelos próprios trabalhadores era bem-vinda, pois estimularia a industrialização” (BONDUKI, 2004, p.77).

A questão habitacional assumiu um papel importante nesse período, os trabalhadores que

dependiam de alguma facilidade de financiamento para a compra de uma residência, a partir

dessa década tornou-se possível - qualquer assalariado poderia adquirir sua casa própria.

Para os trabalhadores, a viabilização ao acesso à propriedade, estaria simbolizando o

progresso material, valorizando o trabalho, demonstrando que compensa e gera lucros. E

com isso o Estado gerava o bem comum, afastando o operário das revoltas contra a ordem

política e social.

Durante o período populista, a atuação do Estado na produção de moradias e na facilidade

de financiamento dessas para os operários foi analisada pela aplicação dos Institutos de

Aposentadorias e Pensão e da Fundação da Casa Popular, órgãos que atuaram na política

de habitação social no país.

Os IAPS foram mais importantes e estratégicos para construção de moradias - seis institutos

divididos em categorias profissionais (comerciário, industriário, marítimo, bancário,

condutores de veículos e empregados de empresas de petróleo e estivadores).

Embora os Institutos fossem os primeiros órgãos públicos a tratarem das questões

habitacionais, sempre aparecem de uma forma ambígua, pois os IAPs tinham como

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finalidade proporcionarem benefícios previdenciários (aposentadorias e pensões) e

assistência médica.

Portanto, durante o período populista a habitação ora se via ligada à seguridade social

plena, ora como mero instrumento de capitalização, desprovida de fins sociais cujas

diferenças se apoiavam na forma de contribuição dos assalariados.

A base ideológica dessa iniciativa pública foi a Lei Elói Chaves de 1923, que deu origem a

Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAPS), cujo controle era feito pelos próprios

trabalhadores, existindo um maior controle sobre os recursos arrecadados pelo sistema

previdenciário autônomo. O contrário acontecia nos IAPS onde a presença do Estado era

determinante, com gestão do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC) a quem

cabia nomear os presidentes dos institutos.

No entanto era comum entre esses sistemas previdenciários (as CAPs e os IAPs), segundo

Bonduki, o “regime de capitalização”, onde os recursos arrecadados pelos contribuintes

deveriam gerar aumento do fundo, o que se tornava uma fonte importante para investimento

público de desenvolvimento econômico, como a Companhia Siderúrgica Nacional em Volta

Redonda e a construção de Brasília.

“Até então as CAPs pouco fizeram para a construção de moradias, sendo apenas três conjuntos com 576 unidades no Rio de Janeiro, destinados apenas para funcionários públicos e 118 distribuídos entre Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. (PORTO, 1938, p. 28-9)

Os Institutos criaram as carteiras prediais – conhecidos como o “modus operandi” no setor

habitacional para destinar até metade de suas reservas para o financiamento das

construções. Estabelecia então algumas condições como redução das taxas de juros de 8%

para 6%; prazo de pagamento de 10 para 25 anos; elevação do limite máximo de custeio e

permissão da construção de casas para associados que já fossem proprietários, desde que

não tivessem obtido financiamento pelo Estado.

No entanto não é simples determinar a quem esses objetivos beneficiavam, talvez tenham

melhorado as condições de moradia no país facilitando o acesso à casa própria, ou que

possa ter ampliado a rentabilidade das reservas dos IAPs, ou ainda ambos estivessem

acontecido.

De fato ocorreram e até certo ponto melhoraram o atendimento social, pois o aumento dos

prazos de pagamento e redução dos juros possibilitou que classes de menor renda

alcançassem o desejo da casa própria. Já para os Institutos, os lucros foram menores e as

reservas conseqüentemente foram diminuindo até seu esgotamento quase total pela

implantação em 1942 do congelamento dos aluguéis.

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Aos poucos o IAPI (industriários) foi influenciando as demais organizações pela adoção de

três planos, nas operações imobiliárias. Eram eles:

Plano A – locação ou venda de unidades habitacionais em conjuntos residenciais adquiridos

ou construídos pelos institutos;

Plano B – financiamento aos associados para aquisição ou construção de terreno próprio;

Plano C – empréstimo hipotecário feitos a qualquer pessoa física ou jurídica com objetivo de

assegurar maior rentabilidade para o capital existente.

Os dois primeiros planos possuíam um caráter social, ainda que os Institutos atendessem a

classe média e alta, mas que concretizou de alguma forma a política habitacional. Enquanto

o último representava a segurança dos institutos, garantindo a máxima rentabilidade para

acúmulo dos fundos financeiros.

Os IAPs foram essenciais para a viabilização das incorporações imobiliárias, sobretudo no

Rio de Janeiro. O crescimento financeiro possibilitou um intenso processo de verticalização

e especulação imobiliária. Processo que ficou conhecido, segundo Melo (1992), por “boom

do século”.

No entanto, o período em que mais se construiu edifícios habitacionais foi no governo Dutra

durante o pós guerra. Temendo uma nova rebelião gerada pela crise de habitação e de

abastecimento em geral, Dutra adotou uma política que gerasse maior recurso para os

planos A e B, o que favoreceu o aluguel de moradias aos associados dos IAPs.

A adoção dos alugueis, por meio do Plano A, mostra a ambigüidade gerada no período, já

que em 1941, no governo Vargas, havia uma preferência pela casa própria. A construção a

partir do final da década de 30 destinou-se aos trabalhadores vinculados aos IAPs. Ao

contrario do Plano B que financiava aquisição ou a construção da moradia própria aos

associados.

No entanto, para a política, o plano A teve maior importância. Enquanto no B os resultados

se dissipavam em edificações invisíveis que eram financiadas a longo prazo e sem correção

monetária. O lucro era baixo, ao contrário da opção pelo aluguel, que além de preservar e

valorizar os patrimônios e os recursos previdenciários, garantiu ao Estado diversos terrenos

urbanos em diferentes pontos do país, o financiamento era feito pelos investimentos das

reservas previdenciárias e por ser rentável, gerava um lucro maior para os institutos.

Em 1942 entra em vigor o congelamento dos aluguéis (pela lei do Inquilinato) e embora

fosse para beneficiar os inquilinos, repercutiu a favor dos institutos, pois a lei era genérica e

não havia nada que especificasse o quanto de aluguel deveria ser cobrado. Nesse sentido

para que não houvesse rendimentos insignificantes, na segunda metade de 1950, os valores

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dos aluguéis ou prestações foram fixados em nível alto e por conseqüência muitos dos

edifícios construídos pelos IAPs ficaram desocupados por meses e até anos, o que levou a

invasões dos mesmos pelos próprios associados.

Aqueles institutos que optaram pelo plano B tiveram pior resultado, pois as prestações dos

financiamentos que eram fixas depreciaram com o tempo, ocasionando um retorno menor

aos institutos e a aquisição da casa própria por parte de seus beneficiados a prestações

baixas.

Isso fortaleceu o populismo, onde os financiamentos e aluguéis das moradias a baixo custo

não rendia lucros para continuidade dessa ação e, portanto era vista não como política

social, e sim com uma aliança entre classes média urbana e operária.

Com isso os institutos estavam tendo seus fundos dilapidados por um investimento

imobiliário que não dava retorno e foram gradativamente deixando de investir nos planos.

Além disso, existiam casos de apadrinhamento e clientelismo em que aqueles que ocupavam o topo da pirâmide social e também a burocracia sindical, tinham privilégios quanto às qualidades das moradias. Havia também uma distinção entre aqueles que podiam ou não ser beneficiados é o caso dos trabalhadores assalariados (que tinham direitos sociais) e os subsidiados que não faziam parte dessa ordem social e nem eram integrados na economia formal capitalista. (BONDUKI, 2004, p.108-9)

Por outro lado, das categorias profissionais dos IAPs, os bancários eram melhores

atendidos pelo seu instituto (IAPB) nas questões habitacionais, já que recebiam salários

médios muito superiores aos dos demais trabalhadores. O que gerou resistência na

unificação dos institutos e das carteiras prediais e protesto contra o desvio da finalidade

social dos fundos previdenciários.

De fato não eram responsabilidade dos IAPs as questões das moradias, mas desde 1930

até o Estado Novo, Vargas vinha se responsabilizando pelo assunto e encarregou os

institutos de cuidar do problema, já que do volume de recursos arrecadados dos

trabalhadores, metade poderia ser utilizada nas carteiras prediais.

No final do Estado Novo, Vargas deu ênfase na necessidade de intervir com mais força na

questão habitacional, ao mesmo tempo em que “pretendia aplicar os recursos

previdenciários numa perspectiva social” (BONDUKI, p. 113), rompendo com a estrutura dos

IAPs. Além disso, o discurso tornava-se mais populista ganhando apoio maior contra a

oposição democrática em fortalecimento.

Vargas então criou a Comissão de Aplicação das Reservas da Previdência Social (Carps),

encarregada de estudar as aplicações dos recursos e propor alternativas. Getúlio também

tinha o projeto de unificação dos institutos, o que permitia aproximar-se de um populismo

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universalista, e um órgão específico para tratar das moradias no Brasil. Chegou a ser

instituído com a criação do Instituto de Serviço Social do Brasil (ISSB).

Com o fim do governo Vargas, em 1945, interrompeu-se o processo de criação de política

habitacional e com fracasso da unificação dos institutos, levou progressivamente a queda da

ação dos IAPs na área da moradia.

Eliminado a possibilidade da Fundação da Casa Popular administrar os lucros

previdenciários e após o governo Dutra ter incentivado a produção de conjuntos

habitacionais durante o período pós-guerra, a tecnoburocracia dos institutos aceitou o

financiamento habitacional de cunho social – destacando tratar-se de uma “cota de

sacrifício”.

Ao longo da década de 1950, o retorno dos investimentos em habitação declinou

progressivamente deixando de ser uma alternativa para o financiamento de moradias.

Malgrado a descontinuidade política, a produção habitacional foi significativa, em especial os

conjuntos habitacionais do IAPI, que contribuíram com importantes resultados arquitetônico,

urbanístico e social que marcou a origem da habitação no Brasil.

3.2. Arquitetura Moderna Aplicada As Habitações Sociais Dos iaps

A arquitetura moderna surgiu com o principio básico de renovar e rejeitar características dos

movimentos anteriores, principalmente as do século XIX expressada no ecletismo.

O ecletismo defendia um modelo através das determinantes construtivas, culturais e locais,

e projetos de caráter funcional, estético e tipológico. Os modernistas por sua vez tinham

como objetivo transformar essas diretrizes em formas geométricas, de conceito lógico e de

entendimento universal, onde a forma era ou parecia ser determinada pela função interna e

a estrutura necessária.

A expressão da modernidade e a dimensão física dos lugares são consideradas como

mediadora dos fluxos. É ele que vai permitir a integração entre o interior e o exterior

A idéia de criar espaços mínimos, econômicos, limpos, úteis e a preocupação com a

incidências de luz e ventilação natural asseguram um lugar importante na história da

arquitetura moderna.

Lembrarmos os três pontos fundamentais do modernismo postulado por Le Corbusier: os

pilotis, permitindo que o solo fique livre do volume construído; as fachadas livres de

estrutura e os terraços-jardins.

A arquitetura moderna, porém não era apenas composta por técnicas avançadas, e por

formas puras, mas, sobretudo pela transformação do espaço da sociedade. Alguns fatores

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essenciais da arquitetura moderna eram: a existência de residências para todos

independente da faixa social; a habitação coletiva; a combinação no interior de imóvel com

seus prolongamentos, onde pudesse se encaixar todas as necessidades dos seus

habitantes num único empreendimento (comércio, creche, escola, associações esportivas,

área de lazer, entre outros).

Os arquitetos modernos levaram em consideração a funcionalidade do conceito por permitir

sua reprodução e utilização infinita vezes e, ainda a possibilidade de construção em

qualquer contexto.

No Brasil, a arquitetura moderna surgiu na década de 1920, pela influência de arquitetos

como, Gregori Warchavchik, Rino Levi, Lucio Costa e Flávio de Carvalho e afirma este

movimento em 1930, dando origem a experiências e contribuições que marcaram as artes

visuais do país, inclusive no campo da moradia popular e das tipologias verticais.

“[...] contrário ao liberalismo da Primeira República, a Revolução de 1930 tinha como um de seus objetivos as reivindicações sociais ligadas a habitação, e o fazia através dos Institutos de Aposentadoria e Pensão, IAPs que se de um lado dispunham de recursos para isso, de outro reforçavam assim a estrutura de controle corporativo pela qual haviam sido organizados” (BRUNA, 2010: p.120).

Essa política habitacional não dispunha apenas da construção de casas térreas e isoladas,

mas por conjuntos habitacionais multifamiliares, racionalmente projetados e construídos, o

que resultou em moradias de qualidade a baixo custo.

Somando as unidades feitas pela Fundação da Casa Popular – FCP no período que

compreende entre 1946 e 1960 chega-se ao total de 140.989 unidades habitacionais. Este

período compreende o governo de Eurico Gaspar Dutra (1946 a 1950) que pressionado pelo

crescimento urbano acelerado, sobretudo no Rio de Janeiro, deu ênfase a construção de

moradias, por meio dos dois órgãos públicos relacionados: IAPs e FCP.

Entretanto de nada adiantaria a quantidade de unidades habitacionais construídas se estas

não tivessem uma boa relação com o núcleo familiar, desde o espaço interno até a

organização urbanística. Segundo Bruno Zevi (1978) a arquitetura “é a arte, em relação a

qual o homem não é mero observador podendo admirar ou rejeitar, mas em cujo espaço o

homem penetra, passa a integrá-la e estabelece com ela uma relação vital.”

Quando a construção de moradias envolvia o custo elevado do terreno para a locação ou a

moradia própria de operários solteiros ou com filhos, era recomendável prestar atenção em:

1. Implantação do bloco habitacional em relação ao terreno

2. Espaço interno e a relação quarto do casal com do filho e demais ambientes.

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3. Disposição dos apartamentos nos blocos e orientação cardeal.

4. Percursos, superfícies livres, insolação e sombras internas.

5. Métodos e materiais de construção.

Uma casa bem projetada, com boa ventilação e insolação, sem umidade e nem calor e frio

em excesso é sem dúvida um lugar confortável e saudável aos moradores. E ainda áreas

livres que ofereçam boa arborização, jardins, campos de esporte e área de lazer certamente

será um lugar difícil para entrada de doenças.

Todas essas qualidades que buscamos dar às obras visam ao bem estar social geral da

pessoa para quem projetamos.

O arquiteto que projetou um grande conjunto habitacional e tornou-se referência mundial era

Afonso Eduardo Reidy e o Conjunto Reisdencial Pedregulho, localizado no Rio de Janeiro.

Uma obra que se destacou pelos seus aspectos arquitetônicos e urbanísticos.

A idéia era oferecer aos funcionários públicos do Distrito Federal de baixa renda, jardim de

infância, escola primária, supermercado numa única quadra, o que facilitou aos moradores

menor deslocamento para fazer atividades diárias.

O projeto deu certo, mas infelizmente os historiadores não perceberam que Pedregulho não

foi o primeiro edifício a ter inovações técnicas e construtivas da arquitetura moderna e sim

que esse já vinha da seqüência de conjuntos anteriormente projetados, no período de 1937

a 1950, que abordaram de maneira criativa os problemas da habitação social e do

urbanismo crescente e acelerado.

Assim parte dos arquitetos que se envolveram com a produção de moradias, pelos Institutos

de Aposentadoria e Pensão (IAPs) e do Departamento de Habitação Popular do Distrito

Federal (DHP), adotou atitudes de projeto concebidas pelo movimento moderno, garantindo

para os trabalhadores de renda mínima, qualidade de vida a custo baixo.

No entanto, houve empobrecimento gradativo dos projetos habitacionais, devido ao

equívoco por parte do governo de implantação dessa ação, chegando ao auge com a

produção massiva pelo BNH, a partir de 1964 onde havia apenas preocupação em redução

de custos sem levar em conta outros princípios modernos.

Em comparação aos dias atuais, o BNH – Banco Nacional da Habitação e companhias

habitacionais como COHAB e CDHU se equivalem no que diz respeito aos projetos de

habitação social brasileira, “um suposto racionalismo formal desprovido de conteúdo,

consubstanciado em projetos de péssima qualidade monótonos, repetitivos, desvinculados

do contexto urbano e do meio físico e principalmente, desarticulados de um projeto social”

(BONDUKI, 1998, p.135).

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Situação que desgastou as moradias sociais produzidas pelo repertório da arquitetura

moderna e rejeitadas, a introdução desses órgãos de financiamento e construção de

empreendimentos imobiliários. Portanto merecem serem reavaliados os conjuntos

realizados anterior a 1964, “nas origens da habitação social no Brasil”, de inspiração

moderna e que deveriam ter influenciado a arquitetura do pós- moderno.

3.3. Os Conjuntos habitacionais produzidos pelos IAPs: de 1940 a 1960

Abaixo estão relacionados apenas 8 dos 20 conjuntos habitacionais pesquisados, devido a

limitação de páginas para a publicação deste artigo científico. A lista de edifícios conta com

a presença de imagens, plantas, tipologias e suas descrições.

Conjunto Residencial Vila Guiomar 1940 - 1951

Instituo responsável – IAPI

Arquitetos: Carlos Frederico Ferreira

Número de unidades habitacionais: 1724

Município: Santo André

Os conjuntos começaram a ser construídos em 1942 com uma série de residências

unifamiliares. Apenas dois anos depois é que se iniciaram os primeiros blocos de

apartamentos, inaugurados em 1948. As obras de infraestrutura – esgoto, água potável,

eletricidade e escoamentos de águas pluviais, foram financiadas pelo próprio IAPI.

Hoje o conjunto suporta uma população maior do que o projeto original, pois os térreos livres

sobre pilotis foram apropriados, loteados e fechados formando outros apartamentos, além

de privatizar o espaço público.

O conjunto localiza-se nas proximidades do centro de Santo André, no ABC Paulista.

Margeado pela rua da Catequese que faz parte da conexão do centro da cidade ao anel

viário metropolitano.

Em seu entorno há presença de Escola Estadual Arnaldo Sebastião Vieira, Escola Estadual

Odylo da Costa Filho, o posto de saúde Vila Guiomar – INSS e o Ambulatório de Saúde

Mental, além da igreja Santo Antônio, construída em mutirão pelos moradores da Vila

Guiomar em conjunto com o da Vila Alpina. Também está presente em torno de 1 km o

Paço Municipal – na praça Centenário – a Polícia Militar, a Faculdade de Medicina da

Fundação ABC, além de outras praças e escolas.

O terreno foi adquirido pelo IAPI, mas parte foi comprada pela prefeitura de Santo André e a

cooperativa habitacional do ABC e ocupada por empreendimentos do BNH denominado

conjunto residencial Zodíaco, destinado a empregados de metalúrgicas do ABC.

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O conjunto é composto por cassas térreas e blocos laminares de quatro pavimentos,

implantados seguindo a topografia do terreno e procurando a melhor orientação solar. Ao

todo o conjunto compreende 61 blocos de apartamentos e 265 casas. Construídas de 1941

a 1942 as casas são térreas geminadas duas a duas e possuem área útil de 49,42 m² com

dois dormitórios. Na segunda fase, as residências construídas em 1946 são isoladas com

47,72 m² ou 55 m² de área útil com três dormitórios.

Os acessos as unidades habitacionais se dá por caixas de escadas e corredores que

servem a quatro apartamentos. Na segunda fase os dois apartamentos são acessados pelo

próprio patamar da escada.

Os blocos projetados em 1946 e 1948 possuem plantas que podem alternar com um, dois

ou três dormitórios, sendo de área útil: um dormitório 27,85 m²; 2 dormitórios 41,44 m²; e

três dormitórios 51,29 m². Os de um e três dormitórios foram associados a um mesmo bloco,

já o de dois ocupam blocos sozinhos. Aqueles edifícios construídos até 1951 são de apenas

três dormitórios com área útil de 62,90 m².

Conjunto Residencial de Santos 1953

Instituo responsável – IAPI

Arquitetos: Alim Pedro

Número de habitações: 200

Município: Santos

“O projeto inicial previa a implantação de 35 blocos, mais equipamentos como escola,

ginásio, praça de esportes e centro comercial. Em razão das condições financeiras do

Instituto e da situação política vigente na época, apenas cinco blocos residenciais foram

Planta esquemática das casas com dois dormitórios (baseado em BRUNA, 1998) e Implantação das casas unifamiliares (BONDUKI, 1998; 191)

Vila Guiomar: estado atual dos blocos de habitação. (BRUNA, 2010, p. 194 e 198). Planta das residências da 1ª fase (Revista Industriários, 1950).

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executados, correspondentes a primeira fase de implantação prevista pelo IAPI. Em razão

disso, apenas ema pequena porção do grande terreno destinado ao conjunto foi

efetivamente construída. As áreas remanescentes foram sendo ocupadas por

empreendimentos habitacionais de interesse social realizados pelo BNH” (BRUNA, 2010, p.

199).

Estado das obras em 1957. Planta do pavimento tipo com três dormitórios (Revista Industriários, n. 60, dez.

1957).

O conjunto possui quatro pavimentos sustentados por pilotis no nível térreo, convivendo

apartamentos de dois e três dormitórios no mesmo andar, servidos por caixa de escada dois

apartamentos. A orientação das fachadas é nordeste / sudeste, sendo as áreas sociais mais

privilegiadas de insolação que aquelas predominantes de serviços.

Atualmente o conjunto se encontra em bom estado de conservação, mas a fachada dos

edifícios foi alterada em relação ao original.

O conjunto está localizado na quadra entre a avenida Alexandre Martins, rua Frei Francisco

de Sampaio, rua Professor Alcides Luiz Alves e rua Marques Gaspar. Caracteriza-se pelo

alinhamento de quatro edifícios que segue a extremidade da avenida. Seu entorno é bem

servido de serviços, comércio e equipamento urbano, garantindo uma boa localização e

inserção na malha urbana.

O espaço público compõe-se apenas pelas vias e calçadas que servem ao conjunto. E o

semiprivado que seriam os espaços livres no térreo integrados por jardins, foi cercado

(térreos de cada edifício) e utilizado em parte para área de manobras e estacionamento.

Já os espaços privados que são as próprias unidades residenciais, possuem duas

tipologias, organizadas em dois blocos distintos. Os blocos tipo A possuem seis

apartamentos de dois dormitórios e quatro de três dormitórios. Os blocos tipo B possuem

quatro apartamentos de dois dormitórios e seis apartamentos de três dormitórios.

Page 13: Elisa felca

Conjunto Residencial Japurá

Instituo responsável - IAPI

Arquitetos: Eduardo Kneese de Mello

Número de habitações: 310

Município: São Paulo

O edifício projetado pelo arquiteto Eduardo Kneese

características do movimento moderno, fazendo referências a unidades habitacionais de

Marselha, ao conjunto residencial do Pedregulho e

Localizado na região central da cidade, o arquiteto resolve o projeto com duas l

delgadas, acompanhando o traçado do lote, com recuo frontal ocupado

misto com restaurante, bar, serviço e área de lazer na cobertura do edifício habitacional.

Atualmente o entorno é privilegiado por diversos equipamentos urbanos e proximidade de

vias importantes como a rua da Consolação, avenida Nove de Julho e rua Augusta, Além da

estação de metrô Anhangabaú e outros transportes coletivos.

O conjunto habitacional é formad

abrigando 288 unidades residenciais em forma de duplex, ocupando dois pavimentos cada

unidade e o menor bloco que comporta 22 quitinetes distribuídas em três pavimentos de uso

misto que também abriga com

O espaço público do edifício constitui

do conjunto. Já a área semip

serviço localizado nos primeir

Os espaços semiprivados destinados ao lazer coletivo compõem

na cobertura. As circulações verticais são caracterizadas exclusivamente por um bloco de

escada locado na extremidade lateral (no caso do bloco de uso misto)

e duas escadas locadas eqüidistantes que fazem a ligação das passarelas aos corredores

internos (no caso do bloco exclusivamente residencial)

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Conjunto Residencial Japurá

Arquitetos: Eduardo Kneese de Mello

Número de habitações: 310

O edifício projetado pelo arquiteto Eduardo Kneese de Mello evidencia diversas

características do movimento moderno, fazendo referências a unidades habitacionais de

Marselha, ao conjunto residencial do Pedregulho e ao Parque Guinle.

central da cidade, o arquiteto resolve o projeto com duas l

delgadas, acompanhando o traçado do lote, com recuo frontal ocupado

misto com restaurante, bar, serviço e área de lazer na cobertura do edifício habitacional.

o entorno é privilegiado por diversos equipamentos urbanos e proximidade de

vias importantes como a rua da Consolação, avenida Nove de Julho e rua Augusta, Além da

estação de metrô Anhangabaú e outros transportes coletivos.

O conjunto habitacional é formado por dois blocos sendo mais de dezesseis pavimentos

abrigando 288 unidades residenciais em forma de duplex, ocupando dois pavimentos cada

unidade e o menor bloco que comporta 22 quitinetes distribuídas em três pavimentos de uso

misto que também abriga comércio e serviços nos dois primeiros pavimentos.

O espaço público do edifício constitui-se das calçadas e vias que dão acesso ao perímetro

do conjunto. Já a área semipública é caracterizada pelas áreas destinadas ao com

serviço localizado nos primeiros blocos.

Os espaços semiprivados destinados ao lazer coletivo compõem-se tanto no térreo quanto

na cobertura. As circulações verticais são caracterizadas exclusivamente por um bloco de

escada locado na extremidade lateral (no caso do bloco de uso misto)

e duas escadas locadas eqüidistantes que fazem a ligação das passarelas aos corredores

internos (no caso do bloco exclusivamente residencial)

Fachada principal.

Fonte: acervo RALMF

Universidade Presbiteriana Mackenzie

13

1947

de Mello evidencia diversas

características do movimento moderno, fazendo referências a unidades habitacionais de

central da cidade, o arquiteto resolve o projeto com duas lâminas

delgadas, acompanhando o traçado do lote, com recuo frontal ocupado por edifício de uso

misto com restaurante, bar, serviço e área de lazer na cobertura do edifício habitacional.

o entorno é privilegiado por diversos equipamentos urbanos e proximidade de

vias importantes como a rua da Consolação, avenida Nove de Julho e rua Augusta, Além da

o por dois blocos sendo mais de dezesseis pavimentos

abrigando 288 unidades residenciais em forma de duplex, ocupando dois pavimentos cada

unidade e o menor bloco que comporta 22 quitinetes distribuídas em três pavimentos de uso

rcio e serviços nos dois primeiros pavimentos.

dão acesso ao perímetro

blica é caracterizada pelas áreas destinadas ao comércio e

se tanto no térreo quanto

na cobertura. As circulações verticais são caracterizadas exclusivamente por um bloco de

escada locado na extremidade lateral (no caso do bloco de uso misto) e por seis elevadores

e duas escadas locadas eqüidistantes que fazem a ligação das passarelas aos corredores

Page 14: Elisa felca

Os espaços privados constituído pelas unidades residenciais obedecem duas tipologias: as

quitinetes e os apartamentos

As quitinetes possuem área de 20 m² e são distribuídas em dormitório

cozinha. Já os apartamentos duplex, com área útil de 69,50 m² foram concebidos de tal

forma que se aproveitasse o máximo possível sua espacialida

inferior – sala e cozinha; e piso superior

Conjunto Residencial Jardim Piratininga

Instituo responsável - IAPI

Arquitetos: Carlos Frederico Ferreira

Número de habitações: 406

Município: Osasco

O conjunto habitacional Jardim Piratininga apresenta uma disposição de configuração

horizontal. Cercado por uma

onduladas que possuem lotes individuais

Situado junto à rodovia Castelo Branco e vizinho ao INOCOOP Piratininga, o conjunto

residencial é servido em suas proxi

esportivo, o quartel do exército Quintaúna e a estação de ferro Comandante

VII Jornada de Iniciação Científica

Os espaços privados constituído pelas unidades residenciais obedecem duas tipologias: as

os apartamentos duplex.

As quitinetes possuem área de 20 m² e são distribuídas em dormitório

cozinha. Já os apartamentos duplex, com área útil de 69,50 m² foram concebidos de tal

forma que se aproveitasse o máximo possível sua espacialidade. São

sala e cozinha; e piso superior – dois dormitórios e banheiro.

Conjunto Residencial Jardim Piratininga

Arquitetos: Carlos Frederico Ferreira

Número de habitações: 406

O conjunto habitacional Jardim Piratininga apresenta uma disposição de configuração

por uma topografia em geral plana, são caracterizadas por vias

onduladas que possuem lotes individuais e habitações uifamiliares.

rodovia Castelo Branco e vizinho ao INOCOOP Piratininga, o conjunto

residencial é servido em suas proximidades de quatro escolas estaduais, um centro

rcito Quintaúna e a estação de ferro Comandante

Conjunto de casas em Osasco

– SP (Revista Industriarios, n.

4, ago. 1948).

Tipologia casa unifamiliar de

três dormitórios

Industriarios, 1950)

Da esquerda para a direita:

Apartamento tipo

Fonte: Acrópole, 1948, n.

119, p. 284. Redesenho:

Evie Cristine Meyer

Planta dos pavimentos

ímpares.

Planta dos pavimentos

pares. (Arquiteto Eduardo

Kneese

VII Jornada de Iniciação Científica - 2011

14

Os espaços privados constituído pelas unidades residenciais obedecem duas tipologias: as

As quitinetes possuem área de 20 m² e são distribuídas em dormitório-sala/ banheiro e

cozinha. Já os apartamentos duplex, com área útil de 69,50 m² foram concebidos de tal

de. São distribuídos em: piso

1946-1950

O conjunto habitacional Jardim Piratininga apresenta uma disposição de configuração

topografia em geral plana, são caracterizadas por vias

rodovia Castelo Branco e vizinho ao INOCOOP Piratininga, o conjunto

midades de quatro escolas estaduais, um centro

rcito Quintaúna e a estação de ferro Comandante Sampaio.

Conjunto de casas em Osasco

SP (Revista Industriarios, n.

4, ago. 1948).

Tipologia casa unifamiliar de

três dormitórios (Revista

Industriarios, 1950)

Da esquerda para a direita:

Apartamento tipo –quitinete.

Fonte: Acrópole, 1948, n.

119, p. 284. Redesenho:

Evie Cristine Meyer

Planta dos pavimentos

ímpares.

Planta dos pavimentos

pares. (Arquiteto Eduardo

Kneese de Mello).

Page 15: Elisa felca

Suas tipologias habitacionais se caracterizam em dois tipos: tipo 1 com três dormitórios e

tipo 2 com dois dormitórios.

Conjunto Residencial Nove de julho

Instituo responsável - IAPB

Arquiteto: Plínio Arruda Botelho

Número de habitações: 452

Município: São Paulo

O conjunto Nove de Julho é composto por três edifícios em formas diferenciadas

por vias públicas – Avenida Nove de Julho e Av. São Gabriel que levam a zona sul da

cidade de São Paulo.

Ainda nas proximidades o conjunto conta com comércios e serviços como o UniCor,

Sociedade Harmonia de Tênis, a igreja São Gabriel, Museu da Imagem e do Som e o Museu

Brasileiro da Escultura.

O edifício 16 de Abril em forma de “I” e em tom verde possui 14 apartamentos por

pavimento, sendo 11 andares, totalizando 154 apartamentos.

O edifício 12 de Setembro possui a forma de um “T” e cor azul é composto por uma parte de

sete pavimentos e outra com 11 pavimentos, sendo 12 apartamentos por andar, num total

de 100 apartamentos.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Suas tipologias habitacionais se caracterizam em dois tipos: tipo 1 com três dormitórios e

tipo 2 com dois dormitórios.

Conjunto Residencial Nove de julho

IAPB

Arquiteto: Plínio Arruda Botelho

Número de habitações: 452

conjunto Nove de Julho é composto por três edifícios em formas diferenciadas

Avenida Nove de Julho e Av. São Gabriel que levam a zona sul da

Ainda nas proximidades o conjunto conta com comércios e serviços como o UniCor,

Sociedade Harmonia de Tênis, a igreja São Gabriel, Museu da Imagem e do Som e o Museu

l em forma de “I” e em tom verde possui 14 apartamentos por

pavimento, sendo 11 andares, totalizando 154 apartamentos.

O edifício 12 de Setembro possui a forma de um “T” e cor azul é composto por uma parte de

ete pavimentos e outra com 11 pavimentos, sendo 12 apartamentos por andar, num total

Edifico 16 Fonte: autora.

Edifico 12 de Setembro. Fonte: autora.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

15

Suas tipologias habitacionais se caracterizam em dois tipos: tipo 1 com três dormitórios e

1946-1950

conjunto Nove de Julho é composto por três edifícios em formas diferenciadas cortadas

Avenida Nove de Julho e Av. São Gabriel que levam a zona sul da

Ainda nas proximidades o conjunto conta com comércios e serviços como o UniCor,

Sociedade Harmonia de Tênis, a igreja São Gabriel, Museu da Imagem e do Som e o Museu

l em forma de “I” e em tom verde possui 14 apartamentos por

O edifício 12 de Setembro possui a forma de um “T” e cor azul é composto por uma parte de

ete pavimentos e outra com 11 pavimentos, sendo 12 apartamentos por andar, num total

Edifico 16 de Abril. Fonte: autora.

Edifico 12 de Setembro. Fonte: autora.

Page 16: Elisa felca

VII Jornada de Iniciação Científica - 2011

16

Por fim o edifício 28 de Agosto, o maior dos três edifícios tem forma de “L” em tom marrom e

possui 18 apartamentos por andar, também com 11 pavimentos, totalizando 198

apartamentos. Os três edifícios compõem um total de 452 unidades habitacionais.

De cima para baixo da esquerda para a direita: Planta do apartamento n. 1 com três dormitórios; os blocos são muito profundos e as unidades de organizam em torno de pátios internos (arquivos INSS-SP). Planta do apartamento n. 2 com dois quartos (arquivos INSS-SP). Planta do apartamento n. 3 com dois quartos (arquivos INSS-SP). Planta do apartamento n. 4 com três quartos (arquivos INSS-SP)

Os espaços semiprivados consistem nas áreas livres, garagens e circulações verticais –

escadas e elevadores, e horizontais – corredores de acesso às unidades sendo que cada

escada e elevador servem dois apartamentos.

As tipologias habitacionais são cinco ao todo. Com 2, 3 e 4 dormitórios, segundo áreas

úteis: Apartamento de: 66,15 m², 66,35 m², 90,75 m², 98,10 m² e 114,50 m².

Conjunto Residencial da Mooca 1946-1950

Instituo responsável - IAPETEC

Número de habitações: 242

Município: São Paulo

Edifício 28 de Agosto. Fonte: autora.

Page 17: Elisa felca

O conjunto residencial IAP

curvas de nível. Na época o empreendimento não chegou a ser ocupado por completo, isso

só aconteceu após a extinção dos FAPs, por outros planos de habitação, o que não foi de

todo ruim, já que mantiveram a mesma tipologia e a identidade do projeto inicial.

Esse conjunto residencial localiza

Também estão presentes a Radial Leste, Av. Salim Farah Maluf, Av. Paes de Barros, via

férrea, estação da Mooca e o Terminal Rodoviário Bresser.

Dos equipamentos urbanos estão presentes: a Faculdade São Judas, o Centro esport

Recreativo do Trabalhador

Ypiranga e o centro educacional e espor

O núcleo residencial da Mooca contém 242 habitações distribuídos em blocos de 3

pavimentos com unidades unifamiliares. Os blocos encontram

dois a dois e as casas são geminadas em renques de 4

As quadras estão orientadas segundo o eixo norte

contenham as áreas sociais com máxima insolação possível ao passo que fachadas que

contenham áreas de serviços pratic

Conjunto Residencial de Deodoro

Fundação da Casa Popular

Arquiteto: Flávio Marinho Rego

Número de habitações: 1.314

Município: Rio de Janeiro

Conjunto Habitacional Presidente Vargas

Universidade Presbiteriana Mackenzie

residencial IAPETEC foi implantado em terreno acidentado, acompanhando as

curvas de nível. Na época o empreendimento não chegou a ser ocupado por completo, isso

só aconteceu após a extinção dos FAPs, por outros planos de habitação, o que não foi de

im, já que mantiveram a mesma tipologia e a identidade do projeto inicial.

Esse conjunto residencial localiza-se próximo ao outro conjunto realizado pelo IAPI.

Também estão presentes a Radial Leste, Av. Salim Farah Maluf, Av. Paes de Barros, via

tação da Mooca e o Terminal Rodoviário Bresser.

Dos equipamentos urbanos estão presentes: a Faculdade São Judas, o Centro esport

Recreativo do Trabalhador (CERET), o parque municipal de Tatuapé, o Clube Atlético

Ypiranga e o centro educacional e esportivo Arthur Friedenrich.

O núcleo residencial da Mooca contém 242 habitações distribuídos em blocos de 3

pavimentos com unidades unifamiliares. Os blocos encontram-se isolados ou associados

e as casas são geminadas em renques de 4 a 6 unidades.

As quadras estão orientadas segundo o eixo norte-sul resultando em fachadas que

contenham as áreas sociais com máxima insolação possível ao passo que fachadas que

contenham áreas de serviços praticamente não são insolaradas.

Deodoro

Fundação da Casa Popular

Flávio Marinho Rego

1.314

Conjunto Habitacional Presidente Vargas – Guadalupe. Fonte: <www.skyscrapercity.com> e Google map 2010.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

17

C foi implantado em terreno acidentado, acompanhando as

curvas de nível. Na época o empreendimento não chegou a ser ocupado por completo, isso

só aconteceu após a extinção dos FAPs, por outros planos de habitação, o que não foi de

im, já que mantiveram a mesma tipologia e a identidade do projeto inicial.

se próximo ao outro conjunto realizado pelo IAPI.

Também estão presentes a Radial Leste, Av. Salim Farah Maluf, Av. Paes de Barros, via

Dos equipamentos urbanos estão presentes: a Faculdade São Judas, o Centro esportivo e

(CERET), o parque municipal de Tatuapé, o Clube Atlético

O núcleo residencial da Mooca contém 242 habitações distribuídos em blocos de 3

se isolados ou associados

sul resultando em fachadas que

contenham as áreas sociais com máxima insolação possível ao passo que fachadas que

1946-1950

e Google map 2010.

Vista do edifico e planta-tipo (arquivos INSS-SP)

Page 18: Elisa felca

Construído com recursos da Fundação da Casa Popular na década de 1950 numa área de

165.000 m², o projeto idealizado p

dos Conjuntos Residencia

d’Habitation de Le Corbusier.

Num total de 1314 unidades, distribuídas em 26 blocos de apartamento sobre pilotis, sendo

dois deles sinuosos e com sete pavimentos, e os demais com três pavimentos.

No planejamento do empreendimento estava previsto a inclusão de serviços comunitários,

centro de saúde, mercado, ginásio, quadras esportivas, piscinas, vestiários, administração, e

outros, que não foram desenvolvidos plenamente.

Marinho Rego em seu estudo procurou aproveitar ao máximo a área do terreno, adensando

o através da verticalização evitando movimento de terra no terreno de declive até 15

com emprego de pilotis e a constru

topografia. Os demais 24 blocos laminares foram alinhados paralelamente em distância de

20 metros entre si, obtendo boa iluminação e ventilação.

O uso de pilotis nos blocos residenciais tem sua justificativa fundada no uso coletivo da área

não construída, para liberação do solo e conseqüente livre circulação de pedestres na área

O arquiteto teve a preocupação de resguardar os apartamentos das vias de circulação de

automóveis, separando o tráfego com apenas duas vias de acesso que não dão

continuidade a malha urbana.

marginais do rio Acare, se

uma ponte e uma passarela.

Marinho Rego procurou elabora

7000 moradores, adotando um programa aos moldes proposto pelo movimento moderno, no

qual “habitar é um conceito que não envolve apenas

atender ao lazer, educação, assistência medica e

Residencial de Deodoro: A Experiência Moderna da Fundação da Casa Popular

em: www.docomomo.org.br

VII Jornada de Iniciação Científica

Construído com recursos da Fundação da Casa Popular na década de 1950 numa área de

, o projeto idealizado por Flavio Marinho Rego, foi inspirado nas barras sinuosas

Residenciais Pedregulho e Gávea de Affonso Eduardo Reidy, e

d’Habitation de Le Corbusier.

Num total de 1314 unidades, distribuídas em 26 blocos de apartamento sobre pilotis, sendo

eles sinuosos e com sete pavimentos, e os demais com três pavimentos.

No planejamento do empreendimento estava previsto a inclusão de serviços comunitários,

centro de saúde, mercado, ginásio, quadras esportivas, piscinas, vestiários, administração, e

não foram desenvolvidos plenamente.

Marinho Rego em seu estudo procurou aproveitar ao máximo a área do terreno, adensando

o através da verticalização evitando movimento de terra no terreno de declive até 15

com emprego de pilotis e a construção de dois blocos sinuosos para acompanhar a

topografia. Os demais 24 blocos laminares foram alinhados paralelamente em distância de

20 metros entre si, obtendo boa iluminação e ventilação.

O uso de pilotis nos blocos residenciais tem sua justificativa fundada no uso coletivo da área

não construída, para liberação do solo e conseqüente livre circulação de pedestres na área

O arquiteto teve a preocupação de resguardar os apartamentos das vias de circulação de

automóveis, separando o tráfego com apenas duas vias de acesso que não dão

continuidade a malha urbana. Apenas uma avenida consolidada atravessa o conjunto às

s do rio Acare, separando sete blocos do conjunto, onde o acesso acontece por

uma ponte e uma passarela.

Marinho Rego procurou elaborar um projeto com qualidade de vida a aproximadamente

7000 moradores, adotando um programa aos moldes proposto pelo movimento moderno, no

“habitar é um conceito que não envolve apenas moradia, mas engloba condições para

atender ao lazer, educação, assistência medica e social” (MANOEL, Sálua Kairuz.

Residencial de Deodoro: A Experiência Moderna da Fundação da Casa Popular

www.docomomo.org.br)

Planta da célula tipo fonte: Revista Municipal de Engenharia, 1953, p. 74

VII Jornada de Iniciação Científica - 2011

18

Construído com recursos da Fundação da Casa Popular na década de 1950 numa área de

arinho Rego, foi inspirado nas barras sinuosas

Pedregulho e Gávea de Affonso Eduardo Reidy, e na Unité

Num total de 1314 unidades, distribuídas em 26 blocos de apartamento sobre pilotis, sendo

eles sinuosos e com sete pavimentos, e os demais com três pavimentos.

No planejamento do empreendimento estava previsto a inclusão de serviços comunitários,

centro de saúde, mercado, ginásio, quadras esportivas, piscinas, vestiários, administração, e

Marinho Rego em seu estudo procurou aproveitar ao máximo a área do terreno, adensando-

o através da verticalização evitando movimento de terra no terreno de declive até 15 metros,

o de dois blocos sinuosos para acompanhar a

topografia. Os demais 24 blocos laminares foram alinhados paralelamente em distância de

O uso de pilotis nos blocos residenciais tem sua justificativa fundada no uso coletivo da área

não construída, para liberação do solo e conseqüente livre circulação de pedestres na área.

O arquiteto teve a preocupação de resguardar os apartamentos das vias de circulação de

automóveis, separando o tráfego com apenas duas vias de acesso que não dão

uma avenida consolidada atravessa o conjunto às

parando sete blocos do conjunto, onde o acesso acontece por

qualidade de vida a aproximadamente

7000 moradores, adotando um programa aos moldes proposto pelo movimento moderno, no

moradia, mas engloba condições para

Sálua Kairuz. Conjunto

Residencial de Deodoro: A Experiência Moderna da Fundação da Casa Popular. Disponível

célula tipo fonte: Revista Municipal de Engenharia, 1953, p. 74

Page 19: Elisa felca

Universidade Presbiteriana Mackenzie

19

Nos dois principais blocos sinuosos há um pavimento intermediário livre, pelo qual se

acessa o edifício e cria um espaço de convivência aos moradores.

O conjunto apresenta somente uma tipologia, com três dormitórios, sala, cozinha, banheiro e

área de serviço. As áreas molhadas estão concentradas a fim de facilitar a instalação

hidráulica. A cozinha e o banheiro recebem iluminação e ventilação indireta pela área de

serviço. Os quartos estão voltados para o lado leste e a sala e área de serviço para o lado

oposto – a oeste.

Conjunto Residencial de Lagoinha 1948

Instituo responsável - IAPI

Engenheiro: White Lírio da Silva

Número de habitações: 928

Município: Belo Horizonte

Vista aérea Conj. Residencial da Lagoinha – Belo Horizonte. Fonte: Bonduki 1998. Implantação Conjunto Residencial da Lagoinha – Belo Horizonte. Disponivel em: www.docomomo.org.br/seminario%203%20pdfs /subtema_A1F/Rodrigo_jesus.pdf Localizado em área suburbana, mais precisamente na atual avenida Antonio Carlos, via de

acesso que servia de interligação do centro com o complexo de lazer da Pampulha. O

conjunto habitacional IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários) foi

tombado pela Prefeitura de Belo Horizonte como um bem patrimonial do município, por sua

importância histórica, social e arquitetônica.

O projeto inicial contava com 11 prédios de apartamento, com inclusão de áreas livres

internas com jardins destinados ao lazer. O conjunto hoje conta com 928 moradoras

distribuídas em nove blocos, conta também com lojas, escolas públicas e área de lazer.

A aparência dos blocos em forma de ‘U’ cria um espaço vazio entre eles cercado e restrito.

A implantação simétrica se confronta com o tipo e a malha urbana do entorno. Sua entrada

principal é vigorosamente marcada e definida, as demais são compostas por passarelas

para facilitar o adentramento por parte dos pedestres, dada a quantidade de desníveis do

terreno.

Page 20: Elisa felca

Os blocos variam de cinco a oito pavimentos, totalmente fechados compondo um pátio

interno destinado a uso coletivo que recebe luz natural e torna possível o acesso aos

apartamentos por corredores e escadas. A circulação vertical e composta apenas por

escada, portanto desprovido de elevadores, sendo que para se chegar aos andares mais

altos deve ser pela rampa de entrada localizada no quinto pavimento.

Os apartamentos por sua vez, apresentam plantas mal projetadas, que dão lugar a má

insolação e mau aproveitamento de espaços.

44.. CCoonncclluussããoo

A pesquisa resultou basicamente em três partes: a

influenciaram nas decisões da construção e dos financiamentos de moradias para a

população de menor renda e que caracterizou o período, sobre incentivo de Getulio Vargas,

como “populismo”.

Em segundo a contribuição dos arquitetos modernos nos processos construtivos e projetuais

dessas habitações sociais. Moradias essas, responsáveis pelos Institutos de Aposentadoria

e Pensão – IAPs, que carregam ate hoje os traços modernistas essenciais para um bem

estar social – qualidade de insolação e ventilação, áreas de convivência e lazer, serviços e

comércios de fácil alcance aos moradores

conjunto para com a cidade.

55.. RReeffeerrêênncciiaass

AZEVEDO, Sérgio de e ANDRADE, Luís Aureliano Gama de.

fundação da casa popular ao banco nacional da habitação.

1981.

BONDUKI, Nabil Georges. Affonso Eduardo Reidy. São Paulo: Instituto Lina Bo e P. M.

Bardi, 2000.

BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil.

FAPESP, 1998.

CARMEN, Portinho. Por toda a minha vida.

VII Jornada de Iniciação Científica

Os blocos variam de cinco a oito pavimentos, totalmente fechados compondo um pátio

interno destinado a uso coletivo que recebe luz natural e torna possível o acesso aos

apartamentos por corredores e escadas. A circulação vertical e composta apenas por

escada, portanto desprovido de elevadores, sendo que para se chegar aos andares mais

tos deve ser pela rampa de entrada localizada no quinto pavimento.

Os apartamentos por sua vez, apresentam plantas mal projetadas, que dão lugar a má

aproveitamento de espaços.

A pesquisa resultou basicamente em três partes: a história registrada em fatos políticos que

influenciaram nas decisões da construção e dos financiamentos de moradias para a

população de menor renda e que caracterizou o período, sobre incentivo de Getulio Vargas,

ão dos arquitetos modernos nos processos construtivos e projetuais

dessas habitações sociais. Moradias essas, responsáveis pelos Institutos de Aposentadoria

IAPs, que carregam ate hoje os traços modernistas essenciais para um bem

qualidade de insolação e ventilação, áreas de convivência e lazer, serviços e

comércios de fácil alcance aos moradores e boa relação do espaço publico e privado do

conjunto para com a cidade.

AZEVEDO, Sérgio de e ANDRADE, Luís Aureliano Gama de. Habitação e Poder da

fundação da casa popular ao banco nacional da habitação. Rio de Janeiro, Zahar editores,

BONDUKI, Nabil Georges. Affonso Eduardo Reidy. São Paulo: Instituto Lina Bo e P. M.

Origens da habitação social no Brasil. São Paulo, Estação Liberdade /

Por toda a minha vida. Rio de Janeiro, 1999.

Vista da passarela e do pátio

interno.

Fonte:

/showthread.php?p=45543337

VII Jornada de Iniciação Científica - 2011

20

Os blocos variam de cinco a oito pavimentos, totalmente fechados compondo um pátio

interno destinado a uso coletivo que recebe luz natural e torna possível o acesso aos

apartamentos por corredores e escadas. A circulação vertical e composta apenas por

escada, portanto desprovido de elevadores, sendo que para se chegar aos andares mais

Os apartamentos por sua vez, apresentam plantas mal projetadas, que dão lugar a má

história registrada em fatos políticos que

influenciaram nas decisões da construção e dos financiamentos de moradias para a

população de menor renda e que caracterizou o período, sobre incentivo de Getulio Vargas,

ão dos arquitetos modernos nos processos construtivos e projetuais

dessas habitações sociais. Moradias essas, responsáveis pelos Institutos de Aposentadoria

IAPs, que carregam ate hoje os traços modernistas essenciais para um bem

qualidade de insolação e ventilação, áreas de convivência e lazer, serviços e

e boa relação do espaço publico e privado do

Habitação e Poder da

Rio de Janeiro, Zahar editores,

BONDUKI, Nabil Georges. Affonso Eduardo Reidy. São Paulo: Instituto Lina Bo e P. M.

São Paulo, Estação Liberdade /

Vista da passarela e do pátio

interno.

Fonte:www.skyscrapercity.com

/showthread.php?p=45543337

Page 21: Elisa felca

Universidade Presbiteriana Mackenzie

21

DINIZ, Luciana Nemer. Conjunto Habitacional Presidente Getúlio Vargas: da proposta

monumental a sobrevivência nos dias atuais. Disponível em: <www.docomomo.org.br/

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FICHER, Sylvia. Os arquitetos da POLI: ensino e profissão em São Paulo, São Paulo,

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JESUS, Rodrigo Otávio Santana de Conjunto Residencial da Lagoinha: O Impacto da

Construção de um Hofna Capital Mineira. Disponível em: <www.docomomo.org.br/

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MAGALHÃES, Sergio. Sobre a Cidade: habitação e democracia no Rio de Janeiro. São

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MANOEL, Sálua Kairuz. Conjunto Residencial de Deodoro: A Experiência Moderna da

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20pdf/subtema_B5F /Salua_manoel.pdf>. Acesso em: 10 de março de 2011.

MELLO, Benedito Assagra Ribas de; DAVID, Marcia; SANTOS, Ademir Pereira dos

PENEDO, Alexandre; LUNARDI, Carlos; CHAVEDAR, João Francisco; PIRES, Jorge

Simões; YUI, Luciana; JUNIOR, Roberto Bianchi; MAIO, Sônia Di; SANTOS, Valéria B.

Pedroso dos.Grupo de Trabalho Docomomo SP / Vale do Paraíba. Inventário de Arquitetura

Moderna no Vale do Paraíba e Alto Tietê. Disponível em:

<www.docomomo.org.br/seminario%203%20pdfs/subtema_A2F/Benedito_mello.pdf>

Acesso em: 13 de março de 2011.

VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo, FAPESP, 1998.

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