E~l;;IÇÂ.O uem ira para...

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. ' 4-12-925 PROCURADORIA _ Consultas gratis sc.bre inquilioato. lovestigação de residencies de no estrangeiro. Todos oa assuntos forenses. RUA DO CARMO, 69, 1. •, E. TELE_ !'· A .. _ ... . ATELIER DE -- D'E SENHORA "" chie.; bom gesto e não . -.;gam lqxês, só na - .. MANON Rua Jolio Crlsostomo, 115, Telef. N. 5551 A. NEVES PRESIDENCIAL ... __ ___ ___ .- ___ .. _ .. . _. __ _,,, c+ :+:a ... . .,.. ·- . , uem ira para Delem? 1 'Ds politic os pe nsaram a serio neste problema ? Se pensaram e dirigiram al g um co nvite, esse conviie é claro que dev e ser aceite" O s r. dr. Bernardino Machado vai d i- zendo para nós, com a sua habit ual ama- bili dade, qu ando o i nterrogámos a pro- [ osito da indicação do seu n ome para a I"residencia da Rep ublica : - Creio que an tes de ma is nada terá de se r cons iderado o problema da Preside n- cia. P roble ma impor ta nt íssimo, p roblema dE cap i tal i mpo r ta n cia. Ess a i mpo rt ancia es tamos todos nós a s er.t i-la n este momento em que se anu n- cia a renuncia do act ual Chefe do Estado. Assentemos, por ta n to, em que ha UI '.l p1 oble ma de pres i de n cia, e como conse- qnencia dele, u ma sér ie de ou tros proble- mas , menos importan tes, é certo, mas que muito pódem afectar tambem a ma r ch a d::i vida publi ca portugues a. o d r. Bernardino l\Iachado acres- cC'nta: -J á pensaram a sér io nesse problema os polít icos? J á o consideraram aq uele8 que têm o deve r , a obrigação imperiosa de zelar os in teresses publicos? Não é descabida a perg un ta . Po rqu e a ind a n ão vi indicação cla ra, cntegor ica de q ue tal se houvesse fei to . E' possivel que isso seja d ev ido a igno- rancia minh a. Não es to u no segredo dos .. deuses dos part id os. Nat ur alme nte ignoro os seus propositos, as suas te ndencias, os seus pontos de vi sta. Nada se i tambem d as suas reuniões e conve rsas. l\í as , se o ass unto ai nda não foi tratad o nos te r- mos em que acab o de expô r--lhe, en te ndo que é de m ax ima conve ni encia que se e n- tt' nd am to dos: em rel ação ao probl emi i, p1 i me i ro; d ep ois, em relação ao homem. St'm isso n ada feito. Co ntinu ar, como até a qui se te m fe ito um pouco, em r eg ime de t irar bola s de um saco, de ixa ndo ao acaso qu e en tr eg ue a felicidade ou a d esg r aça á .coi sa pub li- ca, não póde ser, n ão deve se r. N em é re pub lica no, nem é moral. Vejamos o qu e conveJ:!l e proceda mos de acordo com essa conveni enciau. * * * O jorn al ista a rri scou u ma in te r rogação: - Que devem fa zer os polít icos uma vez p osta a qu estão nesses te rmos? -Ver as co ndições a qu e deve sat isfa- 7,e r o novo P res ide nte da Re public a. Per- de u-se um eq uilíbri o que é necessa rio : e- Cl •pera r. Ta nt o se pe rd eu o equilíbrio po- lit ico que está aí, a s ur gi r, um a c ri se de p resi dencia. Ha, p orta n to, qu e r esta belecer as con- d ições de norml a id ade na vi da pu bli ca e qu e vá qu em es teja i ndi cado pa ra desem- pe nh ar essa fun ção". E foi acresce nt ando: - As ul timas eleições trouxe r am-nos dois gqm des, dois preciosos ens in amentos. Pri meiro: qu e os monarqu icos não têm 1; rmbra de força sequ er por esse país fó- r a. Po r outras pal avras : que a Re pu bli- <·a está en ra i zada na al ma do povo. Re - jub il o com ele. Segundo ensinamento: que se' manif es- to u uma for te cor rente esquerdi s ta , tra- duzida em votos e em numeros que não é possivcl sofis mar, e que essa corr ente não póde cl E> ixar de ser cons iderada corn o um ralor ad e ntro do quadro das fo r ças do regtmc. O norn Presiden te da Republi ca tem Afinal quem vai ocupar o palacio de Belem? ''Não aceitarei esse cargo em nenhuma circunstancia. Sou incapaz de aparecer na chefia do Estado como ó presidente dum parlido" A pergunta anda de bôca em bôca. O pedido de renuncia do sr. Teixeira Gomes está por dias, estará talvez por horas. ,_-2., Foi dirigido um convite telegrafico ao dr. Duarte Leite, que se encontra no Rio, lgnora·se ainda, á hora em que escrevemos estas linha!, a resposta do nosso embain· dor no Brasil. Mas os noticiaristas da especialidadr, os que sabem e bem do fino, puzerem já dois nomes, indicando que entre eles se travará de lute, da qual ha·de soir a indicação do novo Chefe do Estado. Esses dois nomes são dos srs. dr. Bernardino Machado e general Correia Barreto. Desnecessario enumerar serviços ou considerar qualidades, que existem nesses re· publicenos. O paiz conheceu·os suficientemente. O cDiario de Lisboa> recolhe hoje as sues opiniões, erquivendo·as como documen• tos de interesse para o estudo e analise do actual momento político. [orreia ... , .. ,__ _________ _ do ser uma pessoa que t .3nha o p restigio e a autoridade bastantes pa ra r estabele- cer o equilíbrio pe rdido, torna ndo possi- vel, de acordo com a Constit ui ção e com a Rep ublica, a vida de todos os agr up a- mentos. R ep i to: já consi deraram tudo os i sto os partidos ?n Depois: - ((Uma vez pos tas as coisas assim em C(l_uação, será considerada a pessoa capaz, idonea, bastante para da r a sol ução ao probl e ma. E depois di rigir- l he um co n- vite em termos honrosos». - Foi dirigido um convite ao s r. dr. Duar te Leite - a\·eu mos nós. - (<Li-o nos j ornais. Penso que ni n gue m tem o dir eito de se recu sa r ao cu mp r i- mento do que, nessas condições, se trans- forma num verdade iro dever civico». A conrnrsa mu dou de rumo . P assamoo dos p rin cíp ios para as pessoas: , -0 sr. dr. Be rn ard in o Machado ... '-Te nho receb ido as visi tas, as indi cações aE in fo rma ções de pessoas r ep rese nt atí vas de to das as corr en tes part id a ri as. H a amigos me us que nunca deixam de me visi ta r, que n unca deixam de fa lar comi- go. Pessoal me n te, nun ca so ub e opôr u ma n ogat iva a qualquer convi te para ass u- m ir r esp onsabili dades . Mas t ambe m so u- be sempre exo nera r- me d os ca rgos onde me não se ntia bem, ou on de sen ti a qu e incomod ava os out ros». R eco rdou p assage ns da sua v ida ag i- ta da e prest igiosa . - (( Quem quer que pa ra a Pres ide n- cia da Re publ ica tem de ir ga ra ntido por co ndi ções qu e o ha bili te m a resolver a c ri- se políti ca» . E' preciso não ag ra va r; é preciso dar gara ntias a to dos os que merecem gara n- ti as. P a ra qu e nin guem te nh a de sa ír de fo r m ul as esta beleci das e consagradas,en ve- r edan do pelo cami nho d as solu ções r evo- lucionari as e di ta to ri ais, ou manifest and o. se , pelo men os , s ub re r sivame n te . En tre- guemos a c ad a um, a qu ilo que a ca da um pe rtence. -V . E x .ª .. . -J á lhe disse: não recebi qu a lqu er co n v ite, não ti,-e qu a lqu er s ugest ão. .Ag uardo os aco nt eci me nt os . Com a ce rt e- za de qu e te nho se mpre proc urado cum- p1 ir o meu dever. _ A dou t rin a e os pr incipios qu e aca bo de pôr, á sua conscienc ia, á consciencia e á int eligencia de todos os re publ icanos e de to d os os po rtu gueses, não exclu e a minh a pessoa. P orque sou re publi ca no e sou por- tug uês. A seguir : (( Vamos entrar nu m pe ri ocl o qu e bem ].J Óde se r decisivo para a v id a do r eg i me . Se me fôsse p ossirn l dizer aos meus com- pat r iotas qu e atentassem n isso, h av ia ue lh'o dizer. Nu nca recu sei um pos to de combate . N un ca tambem proc ur ei ho nr a- ri as. Nun ca tambem conseg ui van tagens. Ten ho-me l im itado, em todas as c ircu ns- tancias, ás condições inerentes ao me u e á minha int e ligenci a. O tr ibu to do me u d epo ime nto , sincero, n unca o re- cusei tambem. Es tou-l ho pres ta ndo ai n da momento. O general sr. Correia Barreto, ministro da As circunstancias da nossa vida publica não Guerra que foi do governo provisorio, presi· quizersm ainda que tal reper ão lhe sse dente que é do Senado, diz, francamente, o dada. Parece-me que é este o momento. que pensa: E' um republicano do tempo em que não -Não aceito. Teoho tanto de re· era, nem util, nem agradavel, nem vantajoso cusar como tem o sr. dr. Leite, como ser republicano. E' um cidadão exemplar. W tem qualquer º""'º Sou ama pes· , uma figura de altissimo relevo meotal, pro· soa que. procura satisfazer sempre os seus fcssor e homem publico, publicista e parla· •. Sou_ tembe_m .uma pessoa que mentar, reunindo todas as condições para o se iulge na de nao 1r onde eo- desempenho de tão alto cargo. tende que nno deve ir. q que s.e diz, o que se Afastado por uma dictadura, quantos peo• fala, o que se escreve, nao me 10teressa. savam em seriamente renovar o período da -M as v. ex.ª... normalidade, legal e constitucional, em que o -Sei q.ue tenho como candi· dr. Bernardino Machado presidi a aos de sti· dato, e ate como candidato oficial do P. R. P. nos do pa iz ? Os que peosam que isso é verdade, não me Não sei, não posso fazer uma ideia seuura suficientemen:e, era i_?c apaz de sobre a person ali dade que vai ascenderá Pre· 1r para Belem dar ao pais a 1mpressao de que sidenci a da Republica. Mas per e ce -me que vai estava lá. a servir o meu pHt .ido. Se tal fizes · sendo tempo de prestar just a, inteira e ca• se eu te.na um pess1mo, um b. al, a quem soube, no ponto de. vista patrio- v:el serviço . ºªº so ªº. agrupam;nto que °! t1co e no ponto de vista republicano, secrifi· lito, mas a Republica, mas a propna Patr1a. car·se e sujeitar·se 11 todas as contingencias, Não quero isso. Quero como até aqui ter a A figura do dr. Bernardino Mdchado avulta, cooscienciá tranquila e a certesa de que bem neste momento, aos nossos olho3. E o seu me d.esempenho das missões que me são in· nome constitue uma indicação que ninguem cumb1das. deve pôr de banda. -V._ ex.• foi consultado? . -A posição política de v. ex.•? -;-Nao, seohor. Nem . um convite, uma -Eu devo continuar onde estou. A presi• nem orna sugestao. Junto denci11 do Senado, que venho ocupando o de mim nao pusera?'l a10da o problema. Eu melhor que posso e o melhor que sei, tem tambem, e por que t?dos devem sido para mim fertil em lições. Ali trabalha• reconhecer e respeitar, nao tratei o assunto se. Aqueles que desdenham e têm em me• com qualquer do.s correligionarios, com nos consideração ou apreço o re gime parla• qualquer dos meus amigos. Mas se porveotu· mentar devem pôr os olhos no Sena do da ra me interrogassem, se procurassem sondar- Republica. me, mesmo que, com caracter oficial, se avis· E concluindo: tassem_ comigo para esse ?feito, -Sou general oo Exercito. Desejo ser sim· um cnao> como resposta. D1r·lhes·h1a, redoo· ple<J soldado em política. O momento é gra• damente, não. . ve e as circunstancias dificeis. Compenetrem• E o ireneral sr. Correia. evoca; se disto todos aqu eles que têm a função de :- : Quando na .Cooshtu10te se tratou da 009 dirigir e orientar. Oulá eles saibam es• de um desassombradamen- colher quem mais digno e mais capaz é de te disse o que queria e o que pensava. De· ocupar, nesta hora, o lagar de primeiro ma• sassombredemente votei tambem. gistrado e de primeiro cidadão deste país. cFui dos dez ou onze representantes da nação que, nesse momento, se manifestaram cootra a existencia de u:n Presidente de Re· publica. cAs circunstancias e os acontecimentos, o conselho dos homens e a marcha da vida pu· blica naciooel, ainda não conseguiram site· rar o meu cooceíto então formulado. Penso boje como nessa· altura pensava. Pergunto: com que autoridade iria eu desempenhar uma função que condenei abertamente, oão me tendo ainda arrependido? Referi mo· nos nós, nesta altura da conversa, á situação politica e aos aspeztos que ela está revesti o do: -Outro inconveniente para a minha subida á Presidencia. A situ ação política, quaoto a mim, está embrulhada. Muito embrulhada mesmo. O ode se encontra a solução? - Quem deve governar? -lodicou·o claramente o país: o partido democratico. E eu não vejo_ maneira airosa,- pode ser que outros a eocoritrem-de entr eg.ar como 'talvez fosse até util e conveniente, o governo e um outro agrupamento. As urnas Na verdade deve governar o P. R. P. -Mas V. Ex.• tem ao meoos um candida· dato .•• -s ·m, senhor. O meu candidato é o sr. dr. Bernardino Machado. Todos os republicanos devem votar no seu nome. Por que todos lhe devem e'lsa rep"r"çii g ele 1Hture7.a moral e foi <Zlczi to presidente do Senado o sr. Correia Barreto No foi hoje a mesa que ha·dc dirigir os t ra balhos, tendo sido escolh idos pa ra a prcsi dl' ncia o sr. Cerreis Barreto, para vice-- presid cot c o sr. Dcmiogc; a Frias 6 para 1,o secretario o 1r. Ramoa Pereira, todc..1 dcmocraticcs. Para 2.o secr e tar io foj elrito o caciona· li sta sr. Alfredo Portu gal. O sr. Ccrreia Barreto prooonciou um di scurso agra• deccodo o ter tido d eito para aquele cargo. O sr. dr. Bernardino Machado, em seu nome pesst al 1audou o sr, Cc..rr d a Barreto. · Foram em s êg uida pr oc1amadca seoadcrea ca srs.r Cataoho de Meoesu1. Frand ·co José Pcrtira, Vasco Mar• ques, J ci o Au ir usto Freita!t , Jo Varela , Jcão de Azo• vedo Ccutioh o, Ca ldei ra Ou eiro1, A lvaro Mendonça, - Nicol au de Mesquita, Jo1ê Pontes; Jc aquim Cc:art ia de A lmei da Lei Uo, GaspJr de Lemo s, Pert ir a Gil, Brrnar dioo Ma chado, H erculano Gal hardo, V irR"cli no Cbaves, Elisio Pin to de Almei da e Cast ro , Q uerubim Guimar ãe•, Cu :t a Ju ni or, Sil va Ba1rcto, Correia Barrrto. Santc..s Gra• ça, Augusto de Va sconcelos, de Alaiti da, Cuoha Barbosa e Alv es Mo o h: iro. A proxima sessã l é na fd ra. A favor dos hospitais H.: je, 22 horas, realiu · s" no Club Maxim's, r. e Pnça dos Rutauradorc11 , uma brilhante festa de ca ri dade, cujo produto t oh l reverte a tavcr dos Hotpita is Civis de Li sboa. Diga no seu jo rn al, aos re pu blicanos, como eu, aos pat r iotas, como eu, que todos eles devem procede r tambem ass im •. política. · Tema m c.bsCquiosamente pa1 te na referida festa as rl istin tas actrizes O. Maria P ires Ma ri nho, D. Maria de Lo ur de s Cabr al, D. Un a Demoel e O!I actores 11111. Erico Almeida Cruz, Joaquim Almada, Alfredo Ruas, Guilherme Caupers, Alberto Reis, Ca etano Reis.

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PROCURADORIA _ ~- ~ INTERNACIONAL Consultas gratis sc.bre inquilioato. lovestigação de residencies de po~

tu~ueses no estrangeiro. Todos oa assuntos forenses.

RUA DO CARMO, 69, 1. •, E. TELE_!'· c,_±.~4~---

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MANON Rua Jolio Crlsostomo, 115, Lº

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uem ira para Delem? 1'Ds politicos já pensaram a serio neste problema ? Se pensaram e dirigiram algum convite, esse conviie é claro que deve ser aceite"

~il-no~ ~ernar~ino Mô[~a~o O sr. dr. Bernardino Machado vai di­

zendo par a nós, com a sua habitua l ama­bilidade, quando o interrogámos a p r o­[ osito da indicação do seu nome para a I"residencia da R epublica :

- Cr eio que an tes de mais nada terá de ser considerado o p roblema da Presiden­cia. P roblema impor tan t íssimo, p roblema dE capi tal importancia.

Essa importa ncia estamos todos nós a ser.t i-la neste momento em que se anu n­cia a renuncia do actual Chefe do Estado.

Assentemos, por tan to, em que ha UI '.l

p 1 oblema de presidencia, e como conse­qnencia dele, uma série de outros proble­mas, menos importan tes, é certo, mas que muito pódem afectar tambem a marcha d::i vida publica portuguesa. ~ o dr. Bernardino l\Iachado acres­

cC'nta: -Já pensaram a sério nesse problema

os políticos? J á o consideraram aquele8 que têm o dever , a obrigação imperiosa de zelar os in teresses pu blicos?

Não é descabida a pergunta. Porque a inda não vi ind icação clara,

cntegorica de que tal se houvesse feito. E' possivel que isso seja devido a ig no­

rancia minha. Não estou no segredo dos .. deuses dos partidos. Naturalmente ignor o os seus p ropositos, as suas tendencias, os seus pontos de vista. Nada sei tambem das suas reuniões e conversas. l\ías, se o assunto a inda não foi tratado nos ter­mos em que acabo de expôr--lhe, entendo que é de max ima conveniencia que se en­tt'nda m todos: em r elação ao problemii, p1 imeiro; depois, em r elação ao homem. St'm isso nada fe it o.

Continuar , como até aqui se tem fe ito um p ouco, em r egime de t irar bolas de um saco, deixa ndo ao acaso que entregue a felicidade ou a desgr aça á .coisa publi­ca, n ão póde ser , não deve ser . Nem é republicano, nem é mor al.

Vejamos o que conveJ:!l e procedamos de acor do com essa convenienciau .

* * * O jornal ista a rriscou uma inter rogação: - Que devem fazer os polí t icos uma vez

posta a quest ão nesses termos? -Ver as condições a que deve satisfa-

7,e r o novo P res idente da R epublica. P er­deu-se um equilíbrio que é necessario :e­Cl•perar . Tanto se perdeu o equilíbrio po­li t ico que está aí , a surgir , uma crise de presidencia.

H a , portan to, que restabelecer as con­d ições de normla idade na vida publica e que vá quem esteja indicado para desem­penha r essa fun ção".

E fo i ac rescenta ndo: - As ult imas eleições trouxer am-nos

dois gqm des, dois preciosos ens inamentos. P r imeiro: que os mona rqu icos não têm 1;rmbra de força sequer por esse pa ís fó­ra. Por outras palavras : que a R epu bli­<·a está en ra izada na a lma do povo. Re­jub ilo com ele.

Segundo ensinamento: que se' manifes­tou uma for te corrente esquerdista, tra­duzi da em votos e em n umeros que não é possivcl sofismar, e que essa corre nte não póde cl E> ixar de ser cons iderada corno um ralor adentro do quadro das fo rças do reg tmc.

O norn Presiden te da R epublica tem

Afinal quem vai ocupar o palacio de Belem? ''Não aceitarei esse cargo em nenhuma circunstancia. Sou incapaz de aparecer na chefia do Estado como ó presidente dum parlido"

A pergunta anda de bôca em bôca. O pedido de renuncia do sr. Teixeira Gomes está por dias, estará talvez por horas. '· ,_-2.,

Foi dirigido um convite telegrafico ao dr. Duarte Leite, que se encontra no Rio, lgnora·se ainda, á hora em que escrevemos estas linha!, a resposta do nosso embain· dor no Brasil.

Mas os noticiaristas da especialidadr, os que sabem e bem do fino, puzerem já dois nomes, indicando que entre eles se travará de lute, da qual ha·de soir a indicação do novo Chefe do Estado.

Esses dois nomes são dos srs. dr. Bernardino Machado e general Correia Barreto. Desnecessario enumerar serviços ou considerar qualidades, que existem nesses re·

publicenos. O paiz conheceu·os suficientemente. O cDiario de Lisboa> recolhe hoje as sues opiniões, erquiv endo·as como documen•

tos de interesse para o estudo e analise do actual momento político. ~~rma-no~ [orreia ~arr~t~ ~--------~ ... , .. ,__ _________ _ do ser uma pessoa que t .3nha o p restigio e a autoridade bastantes para r estabele­cer o equilíbrio perdido, tornando possi­vel, de acordo com a Constituição e com a Repu blica, a vida de todos os agrupa­mentos.

R epito: já consideraram t u do os isto os partidos ?n

Depois: - ((Uma vez postas as coisas assim em

C(l_uação, será considerada a pessoa capaz, idonea, bastante para dar a solução ao problema. E depois d irigir-lhe um con­vite em termos honrosos» .

- Foi dirigido u m convite ao sr. dr. D ua r te Leite - a\·eutámos nós.

- (<Li-o nos jornais. Penso que ninguem tem o d ireito de se recusar ao cumpr i­mento do que, nessas condições, se trans­forma num verdadeiro deve r civico».

A conrnrsa mudou de rumo. P assamoo dos p rincíp ios par a as pessoas: ,-0 sr . d r . Bernar dino Machado .. . '-Tenho r ecebido as visi tas, as indicações

aE informações de pessoas repr esentatívas de todas as correntes par t ida rias. H a amigos meus q ue nunca deixam de me vis itar, que nunca deixam de fala r comi­go. P essoalmente, nunca soube opôr u ma nogativa a qualquer convite pa r a assu­mir responsabili dades. Mas t ambem sou­be sempre exoner a r-me dos cargos onde me n ão sent ia bem, ou onde sentia que incomodava os out ros» .

R ecordou p assagens da sua vida agi­ta da e prestigiosa.

- ((Quem quer que vá pa ra a Presiden­cia da R epublica tem de ir garantido por condições que o habilitem a r esolver a cri­se política».

E ' preciso não agravar; é preciso da r gar antias a todos os que merecem gar a n­tias. P a ra que ninguem tenha de saír de for mulas estabelecidas e consagradas,enve­redando pelo caminho das soluções r evo­lucionarias e ditatoria is, ou manifestando. se, pelo men os, subrersivamente. Ent re­guemos a cada u m, aquilo que a cada um pertence. -V. E x .ª .. . -Já lhe d isse: não r eceb i qualquer

convite, não ti,-e qu alquer sugest ão. .Aguardo os acontecimentos . Com a certe­za de que t enho sempre procurado cum-p1 ir o meu dever . _

A dou t rina e os princ ipios que acabo de pôr , á sua consciencia, á consciencia e á inteligencia de t odos os republ icanos e de todos os portug ueses, não exclue a minha pessoa. P orque sou republica no e sou por­tuguês.

A seguir :

((Vamos ent r a r nu m perioclo que bem ].JÓde ser decis ivo para a vida do r egime. Se me fôsse possirnl dizer aos meus com­patr iotas que atentassem n isso, h avia ue lh 'o d izer . N u nca r ecusei um posto de combate. N unca tambem procure i honra­ri as. Nunca tambem consegui va ntagens. Tenho-me lim itado, em todas as circuns­tancias, ás condições inerentes ao me u e~ forço e á minha inteligencia. O tributo do meu depoime nto, s incero, nunca o re­cusei tambem. E stou-lho prestando ainda r.e~te momento.

O general sr. Correia Barreto, ministro da As circunstancias da nossa vida publ ica não Guerra que foi do governo provisorio, presi· quizersm ainda que tal repereção lhe fô sse dente que é do Senado, diz, franc amente, o dada. Parece-me que é este o momento. que pensa: E' um republicano do tempo em que não

-Não aceito. Teoho tanto direi~o de re· era, nem util, nem agradavel, nem vantajoso cusar como tem o sr. dr. D~arte Leite, como ser republicano. E' um cidadão exemplar. W tem qualquer º""'º c~valhe1ro. Sou ama pes· , uma figura de altissimo relevo meotal, pro· soa que. procura satisfazer sempre os seus fcssor e homem publico, publicista e parla· co~prom1ssos •. Sou_ tembe_m .uma pessoa que mentar, reunin do todas as condições para o se iulge na ~br1ga ça? de nao 1r pa~a onde eo- desempenho de tão alto cargo. tende que nno deve ir. q que s.e diz, o que se Afastado por uma d ictadura, quantos peo• fala, o que se escreve, nao me 10teressa. savam já em seriamente renovar o período da

-Mas v. ex.ª... normal idade, legal e constitucional, em que o -Sei q.ue tenho si~o iodica~o como can di· dr. Bernardino Machado presidia aos desti·

dato, e ate como candidato oficial do P. R. P. nos do pa iz ? Os que peosam que isso é verdade, não me Não sei, não posso fazer uma ideia seuura ~onhecem suficientemen:e, ~u era i_?capaz de sobre a person alidade que vai ascenderá Pre· 1r para Belem dar ao pais a 1mpressao de que sidencia da Repub lica. Mas perece-me que vai estava lá. a servir o meu pHt.ido. Se tal fizes· sendo tempo de prestar justiça, inteira e ca• se eu te.na P!est~do um pess1mo, um detest~· b.al, a quem soube, no ponto de. vista patrio­v:el serviço .ºªº so ªº. agrupam;nto e~ que °!1· t1co e no ponto de vista republicano, secr ifi· lito, mas a Republica, mas a propna Patr1a. car·se e sujeitar·se 11 todas as contingencias,

Não quero isso. Quero como até aqui ter a A figura do dr. Bernardino Mdchado avulta, cooscienciá tranquila e a certesa de que bem neste momento, aos nossos olho3. E o seu me d.esempenho das missões que me são in· nome constitue uma indicação que ninguem cumb1das. deve pôr de banda. -V._ ex.• já foi consultado? . -·-A posição política de v. ex.•?

-;-Nao, seohor. Nem . um convite, ~em uma -Eu devo continuar onde estou. A presi• cdem~rche~, nem orna m~ples sugestao. Junto denci11 do Senado, que venho ocupando o de mim nao pusera?'l a10da o problema. Eu melhor que posso e o melhor que sei, tem tambem, e por m~hndri;_s que t?dos devem sido para mim fertil em lições. Ali trabalha• reconhecer e respeitar, nao tratei o assunto se. Aqueles que desdenham e têm em me• com qualquer do.s meu~ correligionarios, com nos consideração ou apreço o regime parla• qualquer dos meus amigos. Mas se porveotu· mentar devem pôr os olhos no Senado da ra me interrogassem, se procurassem sondar- Republica. me, mesmo que, com caracter oficial, se avis· E concluindo: tassem_ comigo para esse ?feito, r~c e beriam -Sou general oo Exercito. Desejo ser sim· um cnao> como resposta. D1r·lhes·h1a, redoo· ple<J soldado em política. O momento é gra• damente, não. . ve e as circunstancias dificeis. Compenetrem•

E o ireneral sr. Correia. B~rreto evoca; se disto todos aqueles que têm a função de :-: Quando na .Cooshtu10te se tratou da 009 dirigir e orientar. Oulá eles saibam es•

ele1.,;~o de um Pres1de~te, desassombradamen- colher quem mais digno e mais capaz é de te disse o que queria e o que pensava. De· ocupar, nesta hora, o lagar de primeiro ma• sassombredemente votei tambem. gistrado e de primeiro cidadão deste país.

cFui dos dez ou onze representantes da nação que, nesse momento, se manifestaram cootra a existencia de u:n Presidente de Re· publica.

cAs circunstancias e os acontecimentos, o conselho dos homens e a marcha da vida pu· blica naciooel, ainda não conseguiram site· rar o meu cooceíto então formulado. Penso boje como nessa · altura pensava. Pergunto: com que autoridade iria eu desempenhar uma função que condenei abertamente, oão me tendo ainda arrependido?

Referi mo· nos nós, nesta altura da conversa, á situação politica e aos aspeztos que ela está revesti o do:

-Outro inconveniente para a minha subida á Presidencia. A situação política, quaoto a mim, está embrulhada. Muito embrulhada mesmo. O ode se encontra a solução?

- Quem deve governar? -lodicou·o claramente o país: o partido

democratico. E eu não vejo_ maneira airosa,­pode ser que outros a eocoritrem-de entr eg.ar como 'talvez fosse até util e convenient e, o governo e um outro agrupamento. As urnas falaram~ Na verdade deve governar o P. R. P.

-Mas V. Ex.• tem ao meoos um candida· dato .•• -s·m, senhor. O meu candidato é o sr. dr.

Bernardino Machado. T odos os republicanos devem votar no seu nome. Por que todos lhe devem e'lsa rep"r"çii g ele 1Hture7.a mor al e

foi <Zlczi to presidente do Senado

o sr. Correia Barreto No ~coado foi hoje el~ i ta a mesa que ha· dc dirigir

os trabalhos, tendo sido escolh idos para a prcsi dl' ncia o sr. Cerreis Barreto, para vice-- presid cotc o sr. Dcmiogc; a Frias 6 para 1,o secretario o 1r. Ram oa Pereira, todc..1 dcmocraticcs. Para 2.o secr etar io foj elrito o caciona· lista sr . Alfredo Portugal.

O sr. Ccrreia Barreto proooncio u um discurso agra• deccodo o ter t ido d eito para aquele carg o. O sr. dr. Bernardino Machado, em seu nome pesst al 1audou o sr, Cc..rrd a Barreto. ·

Foram em sêguida proc1amadca seoadcrea ca srs.r Cataoho de Meoesu1. Frand · co José Pcrtira, Vasco Mar• ques, Jcio Au irusto Fre ita!t, José Varela , Jcão de Azo• vedo Ccutioh o, Caldeira Oueiro1, A lvaro Mendonça, -Nicolau de Mesquita, Jo1ê Pontes; Jc aquim Cc:art ia de Almeida LeiUo, GaspJr de Lemo s, Pert ira Gil, Brrnar dioo Ma chado, H erculano Gal hardo, V irR"clino Cbaves, Elisio Pin to de Almeida e Castro , Q uerubim Guimarãe•, Cu:ta Ju nior, Silva Ba1rcto, Correia Barrrto. Santc..s Gra• ça, Augusto de Vasconcelos, ~ im õcs de Alaiti da, Cuoha Barbosa e Alv es Mo oh: iro.

A proxima sessã l é na se~onda· fd ra.

A favor dos hospitais H .: je, ptl a ~ 22 horas, realiu·s" no 5umpb1os~ Club

Maxim's, r.e Pnça dos Rutauradorc11 , uma bri lhante festa de cari dade, cujo produto tohl reverte a tavcr dos Hotpita is Civis de Lisboa.

Diga no seu jornal, aos r epublicanos, como eu, aos patr iotas, como eu, que to-· dos eles devem proceder tambem assim •. política. ·

Temam c.bsCquiosamente pa1 te na referida festa as rlistin tas actrizes O. Maria P ires Mari nho, D. Maria de Lourdes Cabral, D . Una Demoel e O!I actores 11111. Erico B ra~a , Alm eida Cruz, Joaquim Almada, Alfredo Ruas, Gui lherme Caupers, Alberto Reis, Caetano Reis.