Eletrodin^amica de Maxwell modi cada por termo CPT-par de … · 2018-01-31 · Resumo O Modelo...
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Universidade Federal do Maranhao
Centro de Ciencias Exatas e Tecnologia
Curso de Pos-graduacao em Fısica Teorica de Partıculas e Campos
Letıcia Lisboa dos Santos
Eletrodinamica de Maxwell modificada por termo CPT-par de
altas derivadas e violacao da simetria de Lorentz
Sao Luıs
2016
Letıcia Lisboa dos Santos
Eletrodinamica de Maxwell modificada por termo CPT-par de
altas derivadas e violacao da simetria de Lorentz
Dissertacao apresentada ao Curso de Fısica Teorica
de Partıculas e Campos da UFMA, como requisito
para a obtencao parcial do grau de MESTRE em
Fısica Teorica de Partıculas e Campos.
Orientador: Dr. Manoel Messias Ferreira Jr
Sao Luıs
2016
Santos, Letıcia
Eletrodinamica de Maxwell modificada por termo CPT-par de altas
derivadas e violacao da simetria de Lorentz / Letıcia Santos - 2016
xx.p
1.Teoria de Campos e Partıculas Elementares. I.Tıtulo.
CDU
Letıcia Lisboa dos Santos
Eletrodinamica de Maxwell modificada por termo CPT-par de
altas derivadas e violacao da simetria de Lorentz
Dissertacao apresentada ao Curso de Fısica Teorica
de Partıculas e Campos da UFMA, como requisito
para a obtencao parcial do grau de MESTRE em
Fısica Teorica de Partıculas e Campos.
Aprovado em 00 de mes de 2016
BANCA EXAMINADORA
Dr. Manoel Messias Ferreira Jr
Dr. Rodolfo Alvan Casana Sifuentes - UFMA
Dr. Frederico Elias Passos dos Santos - UFMA
Dr. Roberto Vinhaes Maluf Cavalcante - UFC
Resumo
O Modelo Padrao Estendido (MPE), proposto em 1989 por V. A. Kostelesky
e S. Samuel, compartilha varias propriedades do Modelo Padrao ja conhecidas, tais como
renormalizabilidade, conservacao da energia e momento, simetria e estrutura de calibre,
mas nao preserva a simetria de Lorentz, alem de poder violar a simetria CPT [8]. O
setor de gauge do MPE contem um termo CPT-par e outro CPT- ımpar, sendo objeto de
estudo nesta dissertacao apenas o setor CPT-par, representado pelo tensor (kF )κλµν , que
contem 19 componentes independentes. No terceiro capıtulo, apresentamos uma revisao
da eletrodinamica de Maxwell modificado pelo termo CPT-par e nao birrefringente, sendo
o tensor (kF )αλµν reduzido ao tensor simetrico, Dαλ. A parametrizacao desse tensor e dada
por (CαBλ + CλBα) /2, cujo o traco e nulo.
No quarto capıtulo, como prototipo de teoria eletromagnetica com altas de-
rivadas, estudamos a eletrodinamica de Podolsky, analisando algumas de suas principais
caracterısticas. Analisamos as equacoes de movimento para os potenciais, encontrando a
solucao para o potencial eletrostatico atraves do metodo de Green. Em seguida, calcula-
mos o propagador de Feynman, cujos polos fornecem as relacoes de dispersao da teoria,
que permitem avaliar a causalidade, estabilidade e unitariedade da teoria.
No quinto capıtulo desta dissertacao, examinamos uma eletrodinamica de altas
derivadas, contendo um termo do tipo ∂σFσβ∂λF
λαDβα, onde Dβα e um tensor de violacao
da simetria de Lorentz, simetrico e CPT-par. Este termo pode ou nao conter o termo
de Podolsky, associado ao traco do tensor Dνµ. Usando uma parametrizacao adequada,
Dνµ = 12
(CνBµ + CµBν), calculamos o propagador de Feynman desta eletrodinamica,
obtendo tambem as relacoes de dispersao desta teoria, e examinando a causalidade de
varios setores. Finalizamos apresentando as solucoes classicas para teorias de derivadas
superiores modificadas pelo background de VL.
Palavras-chaves: Modelo Padrao Estendido, Violacao de Lorentz, eletrodinamica
com altas derivadas, Eletrodinamica de Podolsky.
Sumario
1 Introducao 9
2 O Modelo Padrao Estendido 12
2.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.2 Setor de gauge CPT- par do Modelo Padrao Estendido . . . . . . . . . . . 13
2.2.1 Parametrizacao matricial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.2.2 MPE nao-mınimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 Eletrodinamica CPT-par com Violacao de Lorentz 18
3.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.2 Propagador de Feynman . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.2.1 Relacoes de Dispersao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2.2 Analise da estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.3 Analise da causalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4 Eletrodinamica de Podolsky 31
4.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.2 Equacoes de movimento e solucoes classicas . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.3 Propagador de Feynman para a eletrodinamica de Podolsky . . . . . . . . 36
4.3.1 Analise da estabilidade e causalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.3.2 Analise da unitariedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.4 Propagador de Feynman com o gauge generalizado . . . . . . . . . . . . . 40
5 Eletrodinamica de Maxwell com altas derivadas e violacao da simetria
de Lorentz 43
5.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.2 Eletrodinamica de Maxwell modificada por termo de altas derivadas . . . . 44
5.3 O propagador de Feynman da eletrodinamica com altas derivadas . . . . . 47
5.4 Relacoes de dispersao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.5 Analise de alguns setores da teoria: relacao de dispersao, positividade de
energia e causalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.5.1 Setor isotropico do traco (com θ = 0) . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.5.2 Setor isotropico temporal (com θ = 0) . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.5.3 Setor espacial anisotropico (com θ = 0) . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.5.4 Setor espacial anisotropico paridade-par e livre do termo de Po-
dolsky (com θ = 0) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.5.5 Setor anisotropico paridade-ımpar e livre do termo de Podolsky
(com θ = 0) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.5.6 Eletrodinamica de Podolsky (θ 6= 0) modificada por termo isotropico 60
5.6 Analise da unitariedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
6 Eletrodinamica Classica 63
6.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.2 Equacao de movimento e solucao classica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.2.1 Solucao estacionaria para o potencial escalar . . . . . . . . . . . . . 65
6.2.2 Solucao estacionaria para o potencial vetorial . . . . . . . . . . . . 66
7 Conclusao 71
Referencias Bibliograficas 73
A A funcao de Green para o potencial escalar e vetorial 75
7
9
1 Introducao
Teorias com derivadas superiores tem sido muito estudadas, em diversas areas
da Fısica. O seu estudo tem sido motivado pelas boas propriedades obtidas, como por
exemplo na modelagem de diversos processos como reguladores ultravioletas [1], em teorias
Quantica de Campos com o intuito de tratar as divergencias do ultravioleta, como tambem
em teorias mais fundamentais como Teoria de Cordas [2] e Teorias Nao-Comutativas [3].
Muitos dos problemas de teorias de campos com altas derivadas, como instabilidade,
violacao da causalidade e a nao uitariedade que e a presenca de estados fantasmas com
norma negativa, estao intimamente ligadas ao fato de que a energia nao tem limite inferior.
Portanto, sao de interesse em problemas com que a escala de energia e bem definida. Nesse
sentido, problemas como a nao unitariedade da teoria deixam de ter tanta relevancia como
em uma teoria fundamental. A presenca de derivadas de ordem superior na lagrangeana
modifica a estrutura da teoria atraves da adicao de novos graus de liberdade. Essa adicao
nos graus de liberdade, quanticamente, altera o propagador da teoria melhorando os
aspectos da renormalizabilidade [4],[5] no regime de baixas frequencias.
Alguns exemplos de lagrangeana, com termos de segunda ordem na derivada,
sao encontradas na literatura como a lagrangeana efetiva de Alekseev, Arbuzov e Baikov
[6], que descreve o regime infravermelho do gluon na QCD. Uma outra teoria com termos
de segunda ordem na derivada e a eletrodinamica de Podolsky [7], cuja proposta foi:
”Se supusermos que as equacoes da eletrodinamica sao derivaveis a partir
de uma lagrangiana, L, e quisermos preservar o carater linear das equacoes de
campo (o princıpio de superposicao) a fim de tornarmos a quantizacao facil,
entao, a nao ser que estejamos preparados para introduzir novos campos, a
unica maneira de generalizar a teoria de Maxwell parece ser permitir que a
lagrangiana do campo contenha termos envolvendo derivadas dos campos E e
B.
Obtemos, entao, como equacoes de campo, equacoes diferenciais parci-
ais de ordem superior a usual. Longe de ser um problema, isto parece ter
1 Introducao 10
sido necessario. Pois, os varios metodos propostos de truncar efeitos de al-
tas frequencias parecem indicar que as derivadas superiores, que se tornam
importantes para as altas frequencias, nao sao tratadas de forma apropriada
pelas equacoes usuais de segunda ordem. Alem disso, a liberdade adicional
da escolha de uma solucao para ser utilizado em qualquer problema particu-
lar, fornecido por equacoes de ordem superior, permite de uma imposicao de
condicoes finitas, analogo ao procedimento de Schroedinger, que serve tambem
para remover infinitos inerentes ao tratamento habitual de cargas pontuais.”
A eletrodinamica de Podolsky e a eletrodinamica de Lee-Wick sao as mais
simples teorias de segunda ordem no campo de gauge que pode ser construıda, possuindo
muitos resultados ja conhecidos [19-24]. Ambas as teorias levam a mesma forma ma-
tematica implicando nos mesmos resultados para o propagador, que sera analisado mais
adiante. No presente trabalho sera estudado apenas a teoria de Podolsky lembrando que
as propriedades sao as mesmas para ambas as teorias.
A eletrodinamica de Podolsky foi proposta no inıcio dos anos 40 [7], sendo uma
teoria de segunda ordem que preserva as duas simetrias basicas da teoria eletromagnetica
(gauge e Lorentz) [22] e que preserva o carater linear das equacoes de campo. Trata-se,
portanto, de um termo de dimensao 6, gauge-invariante e Lorentz-invariante, mas que nao
compartilha a simetria de dualidade do campo eletromagetico livre.
Section Uma das caracterısticas marcantes da eletrodinamica de Podolsky e
que a mesma gera um modo propagante massivo, sem quebrar a simetra de gauge, aspecto
em que se diferencia da teoria de Proca, que envolve um termo de massa incompatıvel
com a simetria de gauge. A lagrangeana de Podolsky tem a forma
L = −1
4FµνF
µν +θ2
2∂αF
αβ∂λFλβ − jµAµ,
em que θ e o parametro de Podolsky e tem dimensao de inverso de energia, conduzindo a
um conjunto de equacoes de campo(1 + θ2
)∂αF
ακ = jκ,
que sera melhor detalhada no capıtulo 4. Em seguida apresentamos as solucoes classicas
para o potencial escalar e vetorial, analisamos a relacao de dispersao, advinda do propa-
gador, identificando dois modos para o campo Aµ, um modo massivo e um nao massivo.
Por fim analisamos a causalidade, estabilidade e a unitariedade da teoria.
1 Introducao 11
O objetivo desta dissertacao e estudar teorias de ordem superior com violacao
de Lorentz. Investigando como o background de VL modifica a teoria usual, analisando
os efeitos causados. Um estudo da eletrodinamica de Maxwell modificado, por termo de
derivada superior com violacao de Lorentz e encontrado na literatura na ref. [11].
No capıtulo 2 fizemos um breve estudo sobre o Modelo Padrao Estendido
(MPE) fazendo um estudo do setor de gauge CPT-par. No capıtulo 3 apresentamos a ele-
trodinamica CPT-par com Violacao de Lorentz [?], onde o tensor (kF )αλµν foi substituıdo
pelo tensor simetrico de VL Dαλ, Em que usando a parametrizacao desse tensor dada por
Dαλ = (CαBλ + CλBα) /2, calculamos o propagador e obtivemos as relacoes de dispersao
analisando a estabilidade e causalidade dos setores do background de VL.
No capıtulo 5, apresentamos um estudo da eletrodinamica de Maxwell com
altas derivadas, de dimensao 6, com duas ordens derivativas adicionais, tal qual o termo
de Podolsky, e contendo um tensor de raking 2, Dβα, violador da simetria de Lorentz,
dado por ∂σFσβ∂λF
λαDβα onde o tensor Dβα CPT-par e simetrico sendo parametrizado
na forma Dβα = (CβBα + CαBβ) /2. Fizemos algumas analises nos diversos setores do
background de VL, entre elas a equivalencia com o termo de Podolsky mantendo o traco
nao-nulo do tensor e considerando o Tr (Dβα) = 0 que nao contem o termo de Podolsky.
Feito essas analises faremos o calculo do propagador de Feynman e obteremos as relacoes
de dispersao da teoria. As relacoes de dispersao sao utilizados para analisar o conteudo
fısico dos modos de propagacao do sistema. Atraves do calculo do propagador e das
relacoes de dispersao podemos analisar a causalidade, estabilidade e unitariedade da te-
oria. O procedimento de caculo do propagador e baseado na existencia de uma algebra
fechada de projetores, definidos sobre os coeficientes de violacao de Lorentz de cada setor.
Seguiremos analisando alguns setores desta teoria, na busca de configuracoes do tensor
de fundo que proporcionem teorias fısicamente consistentes.
No capıtulo 6 faremos um estudo das solucoes classicas das teorias de derivadas
superiores com violacao de Lorentz. Um estudo das solucoes classicas no cenario com
quebra de VL, para derivadas de ordem superior e encontrado na ref. [11], em que
e analisado efeitos relevantes nos fenomenos de baixa energia e analisado modificacoes
essenciais nos campos eletricos e magneticos causados pela VL.
12
2 O Modelo Padrao Estendido
2.1 Introducao
O Modelo Padrao Estendido (MPE) e uma teoria efetiva que compartilha
varias propriedades do Modelo Padrao ja conhecidas, tais como renormalizabilidade, con-
servacao da energia e momento, simetria e estrutura de calibre, mas nao preserva a simetria
de Lorentz, alem de poder violar a simetria CPT [8]. O Modelo Padrao Estendido foi
proposto em 1998. Em 1989 V. A. Kostelecky e S. Samuel [9][10], lancaram a ideia da
quebra espontanea da simetria no contexto da teoria das cordas .
Neste modelo, a violacao de Lorentz ocorre de forma explıcita, gerando valores
esperados no vacuo de quantidades tensoriais, que sao os campos de fundo, entidades fixas,
que indicam direcoes privilegiadas no espaco. Esta quebra e causada pela presenca de
campos de fundo tensoriais e vetoriais devido a processos de transicao de fase selecionando
uma direcao privilegiada. A adicao de termos que incorporam a violacao das simetrias
CPT e Lorentz sao constituıdos pela contracao de operadores de campos com constantes
de acoplamento tensoriais, que carregam um ou mais ındices de Lorentz. Essas constantes
de acoplamento tensoriais induzem a quebra das simetrias CPT e Lorentz permeiando o
espaco-tempo, fornecendo uma estrutura para o vacuo da teoria. A violacao da simetria
de Lorentz so ocorre devido a uma transformacao de referencial ativa de Lorentz [12],
conhecida tambem como transformacao de partıcula onde a covariancia de Lorentz e
perdida e as transformacoes de Lorentz inversa nao e a mesma de uma espaco-tempo
isotropico.
O setor de gauge do MPE e constituıdo pelos setores CPT-par e CPT- ımpar.
O setor CPT- ımpar e representado pela eletrodinamica de Carrol-Field-Jackiw [13], com
muitas propriedades estudadas na literatura [14]. O setor CPT- par tem sido muito
estudado desde 2002, apos as contribuicoes iniciais de Kostelecky e Mewes [15], [?]. O
setor CPT-par e representado pelo tensor (kF )κλµν , sendo suas simetrias compatıveis com
2.2 Setor de gauge CPT- par do Modelo Padrao Estendido 13
a maneira como o mesmo esta acoplado ao tensor do campo eletromagnetico.
2.2 Setor de gauge CPT- par do Modelo Padrao Es-
tendido
A lagrangeana do setor de gauge CPT-par do MPE, no que se refere ao setor
de fotons, e dada por
L = L0+LLV , (2.1)
L = −1
4FµνF
µν − 1
4(kF )αλµν F
αλF µν , (2.2)
onde (kF )κλµν representa um tensor de rank-4, real, adimensional e possui as mesmas
simetrias do tensor de Riemann, dadas pelas relacoes
(kF )αλµν = − (kF )λαµν = (kF )λανµ = − (kF )µνλα , (2.3)
(kF )αλµν + (kF )αµνλ + (kF )ανλµ = 0. (2.4)
As simetrias acima reduzem o numero de componentes independentes do tensor (kF )αλµν
de 256 para 20. O fato de possuir o duplo traco nulo,
(kF ) αναν = 0,
reduz uma componente a mais, perfazendo o total de 19 componentes independentes. O
duplo traco nulo tem por objetivo excluir a contribuicao Lorentz-invariante, (E2 −B2)
termo de Maxwell, da estrutura (kF )αλµν FαλF µν .
O termo de violacao da simetria de Lorentz pode ser escrito desenvolvendo a
soma de Einstein:
(kF )κλµν FκλF µν = 4 (kF )0i0j F
0iF 0j + 4 (kF )0ilm F0iF lm + (kF )ablm F
abF lm. (2.5)
Sabendo-se que
F 0i = Ei, F lm = εlmpBp,
a lagrangeana em termo dos campos eletrico e magnetico assume forma
LLV = −1
4
[4 (kF )0i0j E
iEj + 4 (kF )0ilm εlmpEiBp + (kF )ablm εabqεlmpBqBp
]. (2.6)
A simetria discreta CPT corresponde a combinacao das simetrias discretas de
conjugacao de carga (C), paridade (P ) e reversao temporal (T ). A simetria P quando
2.2 Setor de gauge CPT- par do Modelo Padrao Estendido 14
aplicada a um sistema de coordenadas muda a orientacao dextrogira (orientacao para a
direita) para uma orientacao levogira (esquerda). A simetria discreta C nao tem nenhuma
relacao com as coordenadas espaco-tempo. Essa simetria relaciona as partıculas com suas
anti-partıculas. A simetria T , a reversao temporal, como o nome ja diz, reverte o sinal do
tempo mantendo fixa as coordenadas espaciais.
Vamos agora realizar a classificacao sobre as simetrias discretas CPT dos coe-
ficientes de (kF )κλµν .
Sob a transformacao de carga - C,ocorre: E → −E e B → −B. Como todos os
termos da lagrangeana (2.6) sao bilineares nos campos E e B, nao ha qualquer reversao
de sinal, indicando que os coeficientes (kF )0i0j, (kF )0ilm, (kF )ablm sao C− pares.
Sob a transformacao de paridade - P , ocorre: E → −E e B → B. Vemos que
o unico termo que ha reversao de sinal e
(kF )0ilm εlmp(−Ei
)Bp, (2.7)
indicando que os coeficientes (kF )0i0j, (kF )ablm sao P− pares e (kF )0ilm e P− ımpar.
Sob a transformacao temporal - T , ocorre E → E e B → −B. Do mesmo
modo, temos que o unico termo que inverte o sinal e
(kF )0ilm εlmpEi (−Bp) , (2.8)
indicando que os coeficientes (kF )0i0j, (kF )ablm sao T− pares e (kF )0ilm e T− ımpar.
Sob as transformacoes, CPT temos que E → E e B → B. Logo os coeficientes
(kF )0i0j, (kF )0ilm, (kF )ablm sao CPT− pares.
C P T CPT
(kF )0i0j + + + +
(kF )0ilm + − − +
(kF )ablm + + + +
2.2.1 Parametrizacao matricial
Uma parametrizacao muito util para abordar esta teoria pode ser encontrada na
referencia [15]. As 19 componentes do tensor (kF )κλµν podem ser reescritas na forma de
quatro matrizes 3× 3,
(κDE) , (κHB) , (κDB) , (κHE) ,
2.2 Setor de gauge CPT- par do Modelo Padrao Estendido 15
que sao definidas como
(κDE)jk = −2 (κF )0j0k , (2.9)
(κHB)jk =1
2εjpqεklm (κF )pqlm , (2.10)
(κDB)jk = − (κHE)kj = εkpq (κF )0jpq , (2.11)
em que a expressao (2.11) implica em (κDB) = − (κHE)T . Em concordancia com esta
parametrizacao, temos que
(κDE)jk = (κDE)kj e (κHB)jk = (κHB)kj , (2.12)
de modo que (κDE) e (κHB) sao matrizes simetricas com 6 componentes cada. Como
(κDB)jk nao tem simetria definida, tem a princıpio 9 componentes.
Usando estas parametrizacoes, a lagrangeana (2.6) assume a forma:
LLV =1
2
[(κDE)ij E
iEj + 2 (κDB)ipEiBp − (κHB)qpBqBp
]. (2.13)
Sabendo a forma como os campos E e B se transformam sob C, P , T , os
coeficientes (κDE)ij, (κHB)qp, (κDB)ip e (κHE)ip sao classificados sob simetrias discretas
como mostrado na tabela seguinte.
C P T CPT
(κDE)ij + + + +
(κHB)qp + + + +
(κDB)ip + − − +
(κHE)ip + − − +
O duplo traco nulo (kF ) αναν = 0 implica em
(kF ) αναν = 2 (κF )0i 0i, + (κF )ij ij, = − (κDE)ii − (κHB)l l = 0,
(κDE + κHB)ii = 0. (2.14)
Isso mostra que a matriz (κDE + κHB), tem traco nulo. Logo
tr (κDE) + tr (κHB) = 0,
tr (κHB) = −tr (κDE) .
Esta condicao reduz a soma das componentes de κDE e κHB de 12 para 11 componentes
independentes.
2.2 Setor de gauge CPT- par do Modelo Padrao Estendido 16
Por outro lado, usando a propriedade (2.4), temos que
(kF )0ilm + (kF )0lmi + (kF )0mil = 0, (2.15)
multiplicando por εlmp podemos escrever
(kF )0ilm εlmp + (kF )0lmi εlmp + (kF )0mil εlmp = 0, (2.16)
(kDB)ip + (kF )0lmi εlmp + (kF )0mil εlmp = 0, (2.17)
onde foi usado a propriedade (2.11). Multiplicando por δip e usando novamente (2.11)
obtemos
(κDB)mm = 0. (2.18)
Lembrando que, (κDB) = − (κHE)T , implica em tr (κDB) = −tr (κHE). Concluımos que
as matrizes κDB e κHE possuem ambas traco nulo. Possuem assim, juntas, (9− 1) = 8
componentes independentes. Totalizando 19 componentes independentes , 11do setor par
e 8 do setor ımpar.
2.2.2 MPE nao-mınimo
O Modelo Padrao Estendido nao-mınimo e uma generalizacao do MPE que
inclui termos nao-mınimos de altas derivadas e nao renormalizaveis. Neste contexto, o
MPE mınimo pode ser entendido como uma correcao em ordem zero do Modelo Padrao.
As correcoes em ordens superiores envolvem derivadas de ordens mais altas que se tornam
relevantes a medida em que a escala de energia cresce. A densidade de Lagrangeana para o
MPE nao-mınimo (no setor fotonico) pode ser escrita de uma maneira similar a construcao
do setor fotonico do MPE mınimo [16], a saber
L = −1
4FµνF
µν +1
2εκλµνAλ
(kAF
)κFµν −
1
2Fκλ
(kF
)κλµνFµν . (2.19)
Os operadores kAF e kF representam agora as versoes nao-mınimas daqueles presentes no
MPE mınimo, envolvendo termos de derivadas superiores, dados por:
(kAF )κ =d = Impar
(k(d)AF
)α1...α(d−3)
κ∂α1 . . . ∂...α(d−3)
, (2.20)
(kF )κλµν =d = Par
(k(d)F
)κλµνα1...α(d−4)
∂α1 . . . ∂...α(d−4). (2.21)
2.2 Setor de gauge CPT- par do Modelo Padrao Estendido 17
onde d e a dimensao de cada termo, e os ındices αi rotulam as derivadas superiores. No
termo CPT-ımpar, vale d ≥ 3, enquanto no termo CPT-par temos d ≥ 4. No termo CPT-
ımpar, d = 5 e d = 7 envolvem uma e duas derivadas adicionais, respectivamente. No
caso do termo CPT-par, as mesmas sao designadas por d = 6 e d = 8, respectivamente.
Os coeficientes do MPE nao-mınimo sao nao renormalizaveis e se tornam rele-
vantes quando estamos interessados em investigar propriedades fundamentais, tais como
causalidade, estabilidade e unitariedade [17] em escalas de energia mais altas. A depen-
der da escala de energia em questao os efeitos destes coeficientes nao renormalizaveis
podem tornar-se dominante. Como exemplo, a acao da eletrodinamica quantica nao-
comutativa [18] incorpora os efeitos de violacao da simetria de Lorentz associados com
a nao-trivialidade das relacoes de comutacao entre as coordenados do espaco-tempo [19].
De maneira similar, operadores com valores de d muito grande dominam em teorias com
violacao da simetria de Lorentz em supersimetria [20].
18
3 Eletrodinamica CPT-par com Violacao de
Lorentz
3.1 Introducao
Neste capıtulo estudamos a eletrodinamica CPT-par com VL [?], onde o tensor
(kF )αλµν foi substituıdo pelo tensor simetrico de VL Dαλ. Um estudo similar a este e
encontrado na referencia [21].
A parametrizacao do tensor Dαλ e dada por (CαBλ + CλBα) /2. O termo da
lagrangeana com violacao de Lorentz, F λβF
αβDαλ, em funcao dos campos eletricos e
magneticos tem a forma
F λβ F
αβDαλ = F ijF
0jD0i + F 0j F
ijDi0 + F 0i F
0iD00 + F ijF
ijDii + F i0F
i0Dii, (3.1)
F λβ F
αβDαλ = εijlBlEjD0i + EjεijlB
lDi0 +(Ei)2Dii −
(Ei)2D00 − 6
(Bl)2Dii,(3.2)
onde εijlεijl = 6.
Sob a transformacao de conjugacao de carga (C), sabemos que os campos
eletrico e magnetico revertem seus sinais: E → −E e B → −B, enquanto as derivadas
sobre o espaco-tempo nao sao alteradas: ∂µ → ∂µ. Sob paridade (P ), os campos eletrico
e magnetico se transformam como E → −E e B → B, e ∂a → −∂a, ∂0 → ∂0. Ja sob
reversao temporal (T ), o campo magnetico reverte o sinal B→ −B, enquanto o campo
eletrico mantem-se invariante, E→ E. Alem disso, ∂a → ∂a, ∂0 → −∂0.
O comportamento dos coeficientes do tensor Dβα sob CPT sao classificados na
seguinte forma.
C P T CPT
C0B0 + + + +
CiB0 + − − +
C0Bi + − − +
CiBi + + + +
Fazendo o uso dessa parametrizacao realizaremos o calculo do propagador que
3.2 Propagador de Feynman 19
e um procedimento de caculo baseado na existencia de uma algebra fechada de projetores,
definidos em cima dos coeficientes de violacao de Lorentz de cada setor. Atraves do calculo
do propagador podemos obter as relacoes de dispersao.
3.2 Propagador de Feynman
Para calcular o propagador devemos escrever a Lagrangeana na forma quadratica
em termos dos campos bilineares Aνe Aµ. Seja a Lagrangeana
L = −1
4FµνF
µν − 1
2Fβ
λFαβDαλ +1
2ξ(∂µA
µ)2 , (3.3)
onde Dαλ e o tensor simetrico que induz a violacao da simetria de Lorentz, dado por
Dλα = Dαλ =1
2[CαBλ + CλBα] . (3.4)
A Lagrangiana quadratica assume a seguinte forma
L =1
2AνOµνA
µ,
onde
Oµν = Θµν −1
ξΩµν + ∂µ∂
κDκν −Dµν − gνµ∂γ∂κDγκ + ∂κ∂νDµκ, (3.5)
onde
Θµν = gµν − ωµν , ωµν = pµpν/p2, (3.6)
sao os projetores transversais e longitudinais. Com a parametrizacao de Dλα, temos
Oµν = (Θµν −1
ξΩµν +
1
2ρ∂µBν +
1
2ρ∂νBµ +
1
2η∂µCν +
+1
2η∂νCµ −
1
2CµBν −
1
2CνBµ − ηρgνµ),
onde gµν = (+,−−−) e o tensor metrico, ρ = Cµ∂µ e η = Bν∂
ν .
O propagador de Feynman do campo de gauge e o definido como
〈0 |T (Aν (x)Aα (y))| 0〉 = i (∆)να (x− y) , (3.7)
onde ∆µν e o operador tensorial que satifaz a relacao:
Oµν∆να = gµα. (3.8)
3.2 Propagador de Feynman 20
Para resolver a Eq. (3.8), precisamos primeiro encontrar uma algebra fechada dos opera-
dores tensoriais. Invertendo Oµν onde a mesma e composta pelos seguintes projetores:
Θνα,Ω
να, Bα∂
ν , CνBα, Cν∂α, B
ν∂α, CαBν , Cα∂
ν .
Desta forma, propoe-se para o propagador a forma geral:
∆να = aΘν
α + bΩνα + cBα∂
ν + dCνBα+
+eCν∂α + fBν∂α + gCαBν + hCα∂
ν ,
que e a inversa do operadorOµν e os coeficientes, a, b, c, d, e, f, g, h sao funcoes do momento
a serem determinados.
Ao realizar o produto (3.8) temos 2 novos elementos
BµBα, CµCα,
temos que incluı-los para fechar a algebra
∆να = aΘν
α + bΩνα + cBα∂
ν + dCνBα + eCν∂α+ (3.9)
+fBν∂α + gCαBν + hCα∂
ν + iBνBα + jCνCα. (3.10)
A algebra fechada dos projetores mostrada na Tabela I, na Tabela II e na Tabela III.
Vemos que estes operadores satisfazem uma algebra fechada:
Ao realizar todas as contracoes tensoriais advindas da expressao (3.8), obtemos um sistema
de dez equacoes para os dez coeficientes a, b, c, d, e, f, g, h, i, j. Onde a solucao para cada
uma desses coeficientes sao:
a =1
(− ρη), b =
(LM + TN − 2ξΠ)
2 (− ρη) Π, c = f =
T
(− ρη) Π,
d = g = − Γ
(− ρη) Π, e = h =
L
(− ρη) Π, i =
(ρ2 −C2)
(− ρη) Π, j =
(η2 −B2)
(− ρη) Π.
Onde foi usado
ρ = Cµ∂µ, η = Bν∂
ν ,
L =(ηΓ− ρη2 + ρB2
),
T =(ρΓ− ηρ2 + ηC2
),
M =(ξρ (C ·B)− 2ρ (ξ + 1) + ξηC2
),
N =(ξη (C ·B)− 2η (ξ + 1) + ξρB2
),
3.2 Propagador de Feynman 21
Θνα Ων
α Bα∂ν CνBα
Θµν Θµα 0 0 CµBα − ρBα∂µ
Ωµν 0 Ωµα Bα∂µρBα∂µ
Bν∂µ Bα∂µ − ηΩµα ηΩµα ηBα∂µ (C ·B)Bα∂µ
CµBν CµBα − ηCµ∂α
ηCµ∂α ηCµBα (C ·B)CµBα
Cµ∂ν 0 Cµ∂α CµBα ρCµBα
Bµ∂ν 0 Bµ∂α BµBα ρBµBα
CνBµ CαBµ − ρBµ∂α
ρBµ∂α ρBµBα C2BµBα
Cν∂µ Cα∂µ − ρΩµα ρΩµα ρBα∂µ C2Bα∂µ
BµBν BµBα − ηBµ∂α
ηBµ∂α ηBµBα (C ·B)BµBα
CµCν CµCα − ρCµ∂α
ρCµ∂α ρCµBα C2CµBα
Tabela 3.1: Algebra dos projectores.
Cν∂α Bν∂α CαBν
Θµν Cµ∂α − ρΩµα Bµ∂α − ηΩµα CαBµ − ηCα∂µ
Ωµν ρΩµα ηΩµαηCα∂µ
Bν∂µ (C ·B) Ωµα B2Ωµα B2Cα∂µ
CµBν (C ·B)Cµ∂α B2Cµ∂α B2CµCα
Cµ∂ν ρCµ∂α ηCµ∂α ηCµCα
Bµ∂ν ρBµ∂α ηBµ∂α ηCαBµ
CνBµ C2Bµ∂α (C ·B)Bµ∂α (C ·B)CαBµ
Cν∂µ C2Ωµα (C ·B) Ωµα (C ·B)Cα∂µ
BµBν (C ·B)Bµ∂α B2Bµ∂α B2CαBµ
CµCν C2Cµ∂α (C ·B)Cµ∂α (C ·B)CµCα
Tabela 3.2: Algebra dos projectores.
3.2 Propagador de Feynman 22
Cα∂ν BνBα CνCα
Θµν 0 BµBα − ηBα∂µ CµCα − ρ
Cα∂µ
Ωµν Cα∂µηBα∂µ
ρCα∂µ
Bν∂µ ηCα∂µ B2Bα∂µ (C ·B)Cα∂µ
CµBν ηCµCα B2CµBα (C ·B)CµCα
Cµ∂ν CµCα ηCµBα ρCµCα
Bµ∂ν CαBµ ηBµBα ρCαBµ
CνBµ ρCαBµ (C ·B)BµBα C2CαBµ
Cν∂µ ρCα∂µ (C ·B)Bα∂µ C2Cα∂µ
BµBν ηCαBµ B2BµBα (C ·B)CαBµ
CµCν ρCµCα (C ·B)CµBα C2CµCα
Tabela 3.3: Algebra dos projectores.
Γ = (2− ρη −C ·B) ,
Π =[(ρ2 −C2
) (η2 −B2
)− (2− ρη −C ·B)2
].
Logo o propagador tem a seguinte forma
∆να = aΘν
α + bΩνα + cBα∂
ν + dCνBα + eCν∂α+
+fBν∂α + gCαBν + hCα∂
ν + iBνBα + jCνCα,
(∆)να =1
(− ρη)
[Θνα +
(LM + TN − 2ξΠ)
2ΠΩνα +
T
Π(Bα∂
ν +Bν∂α)
]+
+1
(− ρη)
[L
Π(Cα∂
ν + Cν∂α)− Γ
Π(CνBα + CαB
ν)
]+
+1
(− ρη)
[+ (ρ2 −C2)
ΠBνBα +
(η2 −B2)
ΠCνCα
]. (3.11)
O propagador de Feynman, no espaco dos momentos, assume a forma
〈0|T (Aν (x)Aα (y)) |0〉 = − i
[p2 − (C · p) (B · p)] Π (p)Π (p) Θν
α+
− i
[p2 − (C · p) (B · p)] Π (p)
[[LM (p) + TN (p)− 2ξΠ (p)]
2Ωνα + 2L′ (p) ρνα
]+
− i
[p2 − (C · p) (B · p)] Π (p)
[2T ′ (p)κνα + 2p2Γ (p)Dν
α
]+
+i
[p2 − (C · p) (B · p)] Π (p)
[p2(p2C2 − (C · p)2
)BνBα + p2
(p2B2 − (B · p)2
)CνCα
],
(3.12)
3.2 Propagador de Feynman 23
onde
2κνα = Bνpα +Bαpν , (3.13)
2Dνα = CνBα + CαBν , (3.14)
2ρνα = Cνpα + Cαpν . (3.15)
3.2.1 Relacoes de Dispersao
A relacao de dispersao e obtida atraves dos polos do propagador. Obtemos
duas relacoes de dispersao dadas por:
(− ρη) = 0
Π =(ρ2 −C2
) (η2 −B2
)− (2− ρη −C ·B)2 = 0.
No espaco dos momentos, podem ser escrita como
p2 − (C · p) (B · p) = 0, (3.16)
p2 = 0, (3.17)
p2(
1− C2B2
4
)+
1
4
[B2 (C · p)2 + C2 (B · p)2 − 4 (B · p) (C · p)
]+
+p2
4(C ·B)2 +
1
2(C ·B) (B · p) (C · p)− p2(C ·B) = 0. (3.18)
Atraves das relacoes de dispersao podemos analisar a causalidade, estabilidade e birre-
frigencia desta teoria. Para isso, temos que analisar as relacoes de dispersao para os
coeficientes C0B0, CiB0, C0Bi, CiBi.
Analise da isotropia e anisotropia da relacao de dispersao
Para a relacao de dispersao (3.16) , analisando as componentes temporais, caso
isotropico Cα = (C0, 0) , Bα = (B0, 0) , temos
p2 − (C0p0) (B0p0) = 0, (3.19)
o que leva a seguinte relacao de dispersao:
p0 =|p|√
1− C0B0
. (3.20)
3.2 Propagador de Feynman 24
Esta e uma relacao isotropica uma vez que nao depende da direcao do momento: todas
as direcoes sao alteradas da mesma forma.
Uma outra escolha possıvel, Cα = (0,C), Bα = (B0, 0) , leva a relacao de
dispersao,
p20 = p2 +B0p0(C · p), (3.21)
cuja solucoes sao dadas por
p0± =B0(C · p)±
√B2
0(C · p)2 + 4p2
2,
sendo esta uma relacao anisotropica, uma vez que depende da direcao do momento p em
direcao a C. Do mesmo modo para Cα = (C0, 0) , Bα = (0,B) , obtemos a relacao de
dispersao
p20 = p2 + C0p0 (B · p) , (3.22)
p0± =C0(B · p)±
√C2
0(B · p)2 + 4p2
2,
que tambem e anisotropica ja que depende da direcao do momento em direcao a B.
Podemos tambem escolher para Cα = (0,C) , Bα = (0,B), que leva a relacao
de dispersao
p20 = p2 + (C · p) (B · p) , (3.23)
que tambem e anisotropica, dependendo da direcao do momento em direcao a C e B.
Analisando agora para a relacao de dispersao (3.18) , temos que para as com-
ponentes temporais, caso isotropico Cα = (C0, 0) , Bα = (B0, 0) , a relacao de dispersao
p2(
1− C20B
20
4
)+
1
4
[2B2
0C20p
20 − 4B0C0p
20
]+p2
4B2
0C20 +
1
2B2
0C20p
20 − p2B0C0 = 0, (3.24)
tem a forma
p20 = p2 (1−B0C0)
(1 +B20C
20 − 2B0C0)
, (3.25)
p0 = |p|
√1−B0C0
1 +B20C
20 − 2B0C0
. (3.26)
Esta por sua vez tambem e isotropica, uma vez que nao depende da direcao do momento.
Considerando Cα = (0,C) , Bα = (B0, 0), temos que a relacao de dispersao
p2(
1 +C2B2
0
4
)+
1
4
[B2
0 (C · p)2 −C2B20p
20 + 4B0p0 (C · p)
]= 0,
3.2 Propagador de Feynman 25
podendo ser reescrita na forma
p20 = 4B0p0 (C · p) + p2 − p2C2B20 −B2
0 (C · p)2 ,
cuja solucao para p0
p0± = 2B0 (C · p)±√
p2 − p2C2B20 + 3B2
0 (C · p)2,
e anisotropica ja que C depende da direcao do momento. De modo analogo, temos que
para Cα = (C0, 0) , Bα = (0,B) a relacao de dispersao tem a forma
p20 = 4C0p0 (B · p) + p2 − p2B2C20 − C2
0 (B · p)2 , (3.27)
cuja solucao
p0± = 2C0 (B · p)±√(
p2 − p2B2C20 + 3C2
0 (B · p)2),
que tambem e anisotropica ja que B depende da direcao do momento. Uma outra possıvel
escolha e Cα = (0,C) , Bα = (0,B), em que a relacao de dispersao e dada por:
p2(
1− C2B2
4
)+
1
4
[B2 (C · p)2 + C2 (B · p)2 − 4 (B · p) (C · p)
]+
+p2
4(C ·B)2 +
1
2(C ·B) (B · p) (C · p)− p4(C ·B) = 0, (3.28)
podendo ser reescrita na forma
p20 = p2 −[B2 (C · p)2 + C2 (B · p)2 + 2 (B · p) (C · p) [(C ·B)− 2]
][4−C2B2 − 4(C ·B) + (C ·B)2
] . (3.29)
Em que essa relacao e anisotropica, pois depende da direcao do momento em direcao a C
e B.
3.2.2 Analise da estabilidade
Os modos de propagacao obedecem
p20 =p2
(1− C0B0), (3.30)
p0± =|p|√
(1− C0B0), (3.31)
a energia e sempre positiva desde que C0B0 < 1.
Para a relacao de dispersao (3.21),
p20 = p2 +B0p0(C · p), (3.32)
3.2 Propagador de Feynman 26
resolvendo para p0, temos
p0± =B0(C · p)±
√B2
0(C · p)2 + 4p2
2, (3.33)
∆p0 =√B2
0(C · p)2 + 4p2. (3.34)
Os modos de propagacao tem sempre energia positiva. Do mesmo modo temos que para
a relacao de dispersao (3.22) a energia e positiva dados por
p20 = p2 + C0p0 (B · p) , (3.35)
p0± =C0(B · p)±
√C2
0(B · p)2 + 4p2
2, (3.36)
∆p0 =√C2
0(B · p)2 + 4p2, (3.37)
Para o coeficiente Cα = (0,C) , Bα = (0,B), vemos que os modos de propagacao da
relacao de dispersao (3.23) , dados por
p0± = ±√
p2 + (C · p) (B · p), (3.38)
∆p0 = 2√
p2 + (C · p) (B · p), (3.39)
tem energia positiva
p20 = p2 + (C · p) (B · p) . (3.40)
Para a relacao de dispersao (3.29), temos
p0± = ±
√p2 −
[B2 (C · p)2 + C2 (B · p)2 + 2 (B · p) (C · p) [(C ·B)− 2]
][4−C2B2 − 4(C ·B) + (C ·B)2
] , (3.41)
que e estavel para p0+.
3.2.3 Analise da causalidade
A causalidade esta associada a transmissao de sinais com velocidades inferiores a da luz.
Para velocidades maiores que a da luz temos a nao causalidade, ligados a propagacao
de sinais superluminais conduzindo a violacao do princıpio da causalidade. O que nao e
fisicamente aceitavel. Para analisar a causalidade dos modos de propagacao temos que
calcular as velocidades de grupo e de frente de onda, obedecendo ug < 1 e ufrente ≤ 1.
Para o coeficiente P-par Cα = (C0, 0) , Bα = (B0, 0), as relacoes de dispersao
(3.16) e (3.18) assumem a mesma forma, sendo necessario apenas uma analise para ambas
3.2 Propagador de Feynman 27
as relacoes. Desse modo, temos que a velocidade de grupo dos modos de propagacao (3.31)
e dada por:
ug =dp0d |p|
=1√
1− C0B0
=p0|p|
. (3.42)
Expandindopara C0B0 pequeno ate a segunda ordem, temos que
ug =dp0d |p|
=1√
1− C0B0
=
(1 +
1
2C0B0
)=
p0|p|
. (3.43)
Sabendo que C0B0 e muito menor que um, temos que ω > |p|, consequentemente ug > 1
violando a causalidade. A velocidade de frente e dada por
ufrente = lim|p|→∞
p0|p|
=1√
1− C0B0
=
(1 +
1
2C0B0
)> 1. (3.44)
O modo e dito causal quando ug < 1 e ufrente ≤ 1 simultaneamente. Logo o coeficiente
C0B0 e nao causal. Para que o coeficiente seja causal satisfazendo as condicoes de ug < 1
e ufrente ≤ 1,a violacao deve ser negativa.
Para a relacao de dispersao (3.40) ,o coeficiente P-par Cα = (0,C) , Bα = (0,B)
pode ser reescrito com o momento em coordenadas esfericas dado por
p = |p| (sin θ cosφ, sin θ sinφ, cos θ) . (3.45)
Considerando o diagrama mostrado na Figura-2.1, temos que o coeficiente C esta na
direcao-x e B na direcao-y.
Figura 3.1: Diagrama dos coeficiente de violacao e momento
Logo os produtos escalar (C · p) (B · p), podem ser reescrito na forma:
p0 =√|p|2
(1 + |C| |B| sin2 θ cosφ sinφ
), (3.46)
usando a relacao trigonometrica
sin (a+ b) = sin a cos b+ sin b cos a,
3.2 Propagador de Feynman 28
temos
p0 = |p|
√(1 +|C| |B|
2sin2 θ sin 2φ
). (3.47)
A velocidade de grupo dos modos de propagacao e dada por:
ug =dp0d |p|
=
√(1 +|C| |B|
2sin2 θ sin 2φ
)=
p0|p|
= ufrente, (3.48)
onde os senos de θ e φ sao limitados em um intervalo de −1 a 1. Temos que quando
φ = π/4, 5π/4 para sin θ 6= 0, ug = ufrente > 1 violando a causalidade. Mas para φ =
3π/4, 7π/4 com sin θ 6= 0 a expressao (3.48) assume a forma
ug =dp0d |p|
=
√(1− |C| |B|
2sin2 θ sin 2φ
)=
p0|p|
= ufrente < 1, (3.49)
implicando em causalidade, pois ug < 1 e ufrente < 1.
Do mesmo modo podemos reescrever a relacao de dispersao (3.41) em termos
dos angulos θ e φ com CB ortogonais na forma:
p0 = |p|
√1− [|B| |C| − 2 sin 2φ]
[4−C2B2]|B| |C| sin2 θ, (3.50)
p0 = |p|√
1 +[sin 2φ− |B| |C| /2]
2[1− C2B2
4
] |B| |C| sin2 θ. (3.51)
A velocidade grupo para esse caso tem a forma
ug = ufrente =
√1 +
[sin 2φ− |B| |C| /2]
2[1− C2B2
4
] |B| |C| sin2 θ,
para a primeira ordem do background, temos que
ug = ufrente =
√1 +|B| |C| sin2 θ sin 2φ
2,
implicando em causalidade e nao causalidade dependendo dos valores que φ pode assumir,
mostrados nas equacoes (3.48) e (3.49) .Em ambos os casos a energia continua sendo
positiva, implicando em estabilidade.
Concluımos que os coeficientes de paridade par, Cα = (C0, 0) , Bα = (B0, 0) e
Cα = (0,C) , Bα = (0,B) , para ambas as relacoes de dispersao (3.16) e (3.18) e estavel,
podendo ser causal ou nao causal, dependendo dos valores de φ.
Para a relacao de dispersao (3.16) , o coeficiente Cα = (0,C), Bα = (B0, 0) em
termos dos angulos θ e φ assumem a forma:
p0 =B0 |C| |p| sin θ cosφ± |p|
√B2
0 |C|2 sin2 θ cos2 φ+ 4
2, (3.52)
3.2 Propagador de Feynman 29
sabendo que o sin θ e cosφ sao limitados de −1 a 1, temos que
−B0 |C| |p| ± |p|√B2
0 |C|2 + 4
2≤ p0 ≤
B0 |C| |p| ± |p|√B2
0 |C|2 + 4
2, (3.53)
expandindo para B20 |C|
2 pequeno
− |p|2
(B0 |C| ∓
(2 +
1
4B2
0 |C|2
))≤ p0 ≤
B0 |C| |p|2
± |p|2
(2 +
1
4B2
0 |C|2
), (3.54)
considerando a primeira ordem do background e ω > 0 para garantir a estabilidade ,
temos
|p|(−B0 |C|
2±1
)≤ p0 ≤ |p|
(B0 |C|
2± 1
). (3.55)
Podemos analisar a causalidade para alguns casos.
Para o valor maximo de p0
Para que seja causal deve valer ug < 1 e ufrente ≤ 1 simultaneamente.
ug =dp0d |p|
=
(B0 |C|
2+ 1
), (3.56)
para B0 |C| 6= 0 implica que ug > 1, violando o princıpio da causalidade. Por completeza,
para a velocidade de frente, temos que
ufrente = lim|p|→∞
p0|p|
=
(B0 |C|
2+ 1
)> 1. (3.57)
Para o valor mınimo de p0
Do mesmo modo, temos que
ug =dp0d |p|
=
(1− B0 |C|
2
)< 1, (3.58)
ufrente = lim|p|→∞
p0|p|
=
(1− B0 |C|
2
)≤ 1. (3.59)
Vemos que o coeficiente Cα = (0,C), Bα = (B0, 0) e causal para o valor mınimo de p0.
Podemos concluir que para a primeira ordem do coeficiente Cα = (0,C), Bα =
(B0, 0) , da expressao (3.52) a velocidade de grupo dada por
ug =dp0d |p|
=
(B0 |C| sin θ cosφ
2+1
)=
p0|p|
, (3.60)
sera causal, nas seguintes configuracoes:
θ = π/2 e φ = π ou θ = 3π/2 e φ = 0,
3.2 Propagador de Feynman 30
simultaneamente. Do mesmo modo temos para o coeficiente Cα = (C0, 0) , Bα = (0,B),
fazendo B0 → C0 e |C| → B em (3.56) a (3.59).
Concluımos que para as relacoes de dispersao (3.16) e (3.18) o resultado para
o coeficiente Cα = (C0, 0) , Bα = (0,B) , sera o mesmo do coeficiente Cα = (0,C), Bα =
(B0, 0), fazendo as mesmas consideracoes. Logo os setores de paridade ımpar sera causal
se algumas consideracoes forem satisfeitas.
31
4 Eletrodinamica de Podolsky
4.1 Introducao
A eletrodinamica de Podolsky e uma generalizacao da teoria de Maxwell, que
consiste na introducao de um termo de altas derivadas, contendo duas ordens derivativas
alem do termo de Maxwell, ou mais expecificamente, ∂αFαβ∂λF
λβ. A teoria de Podolsky
foi proposta no inıcio dos anos 40 [7], sendo a unica teoria de segunda ordem que preserva
as duas simetrias basicas da teoria eletromagnetica (gauge e Lorentz) [22]. Trata-se,
portanto, de um termo de dimensao 6, gauge-invariante e Lorentz-invariante, mas que
nao compartilha a simetria de dualidade do campo eletromagetico livre.
Uma das caracterısticas marcantes da eletrodinamica de Podolsky e que a
mesma gera um modo propagante massivo, sem quebrar a simetra de gauge, aspecto em
que se diferencia da teoria de Proca, que envolve um termo de massa incompatıvel com a
simetria de gauge.
Os estudos sobre a teoria de Podolsky, iniciados em 1942, continuam sendo
desenvolvidos nos ultimos anos, como exemplo representativo de teoria eletromagnetica
com altas derivadas. Um estudo interessante acerca da condicao de calibre adequada
para a consistente tratamento e quantizacao desta teoria foi desenvolvido na Ref.[23].
A eletrodinamica de Podolsky a temperatura finita foi examinada na Ref. [24], onde
foram calculadas correcoes a lei de Stefan-Boltzmann. A quantizacao covariante da ele-
trodinamica de Podolsky [25], pelo metodo dos vınculos de Dirac, foi tambem investigada,
envolvendo ainda o calculo de funcoes de Green a 1-loop. A obtencao de solucoes classicas
para esta teoria, baseada no calculo da correspondente funcao de Green e das expansoes
multipolares, foi realizada recente na Ref. [27].
Neste capıtulo, faremos um estudo dos aspectos mais elementares da eletro-
dinamica de Podolsky. Iniciamos apresentando a densidade de lagrangeana de Podolsky
e as equacoes de movimento e as equacoes de onda satisfeitas pelos potenciais. Fixando a
condicao de calibre adequada, obtemos a equacao de onda estacionaria para o optencial
escalar e vetor, para as quais a correspondente funcao de Green e calculada. Apresen-
4.2 Equacoes de movimento e solucoes classicas 32
tamos a solucao do potencial eletrostatico, particularizando-o para o caso de uma carga
pontual, e discutindo alguns limites interessantes. Por fim, calculamos o propagador de
Feynman desta teoria, obtendo as relacoes de dispersao a partir dos seus polos. Finaliza-
mos analisando a causalidade, estabilidade e unitariedade da teoria.
4.2 Equacoes de movimento e solucoes classicas
A Lagrangiana de Podolsky, na presenca de fontes, e dada por
L = −1
4FµνF
µν +θ2
2∂αF
αβ∂λFλβ − jµAµ, (4.1)
onde θ2 e um fator com dimensao de [massa]−2 , F µν = (∂µAν − ∂νAµ) e o tensor de
Maxwell e jµ = (ρ, j) e a 4-corrente que representa as fontes do campo.
Antes de determinar a equacao de movimento desta teoria, podemos apresentar
a Lagrangeana (4.1) em termos dos campso E e B. Para isto, desenvolvemos as somas do
termo de Podolsky, ∂αFαβ∂λF
λβ = ∂αF
α0∂λFλ0 − ∂αFαi∂λF
λi, ou
∂αFαβ∂λF
λβ = ∂iF
i0∂jFj0 − ∂0F 0i∂0F
0i − 2∂0F0i∂jF
ji − ∂aF ai∂jFji. (4.2)
Usando as componentes,
F0i = F i0 = Ei, Fij = F ij = −εijkBk, (4.3)
encontramos
∂αFαβ∂λF
λβ = ∂iE
i∂jEj − ∂0Ei∂0E
i − 2εjik∂0Ei∂jB
k − ∂aBk∂aBk + ∂aB
k∂kBa, (4.4)
onde εaikεjil∂aBk∂jB
l = ∂aBk∂aB
k − ∂aBk∂kB
a. A lagrangeana (4.1), em termos dos
campos, e dada por:
L = −1
2(E2−B2)+
θ2
2
[(∇ · E)2 − (∂tE)2 + 2 (∂tE) · (∇×B)−
(∇Bk
)·(∇Bk
)+ ∂aB
k∂kBa].
(4.5)
A equacao de Euler Lagrange para teorias com derivadas de ordem superior
[28] e∂L
∂Aκ− ∂ρ
∂L
∂ (∂ρAκ)+ ∂ν∂ρ
∂L
∂ (∂ρ∂νAκ)= 0. (4.6)
4.2 Equacoes de movimento e solucoes classicas 33
Sabemos que
∂L
∂Aκ= −jκ, ∂L
∂ (∂ρAκ)= −F ρκ, (4.7)
∂ρ∂β∂L
∂ (∂β∂ρAκ)= θ2∂λF
λκ, (4.8)
e observamos que o ultimo termo da eq. (4.6) so resulta nao-nulo quando atua sobre o
termo de Podolsky. A equacao de Euler Lagrange entao fornece:(1 + θ2
)∂αF
ακ = jκ, (4.9)
o que leva as duas equacoes de Maxwell nao-homogeneas (modificadas pelo termo de
Podolsky). obtemos: (1 + θ2
)∂jE
j = ρ, (4.10)(1 + θ2
) (εijk∂jB
k − ∂tEi)
= ji, (4.11)
Da identidade de Bianchi,
∂αFµν + ∂µFνα + ∂νFαµ = 0,
advem as duas equacoes de Maxwell homogeneas
∂jBj = 0, (4.12)(
εijk∂jEk + ∂tB
i)
= 0. (4.13)
O conjunto das equacoes de Maxwell modificadas e dado por(1− θ2
)(∇ · E) = ρ, (4.14)(
1− θ2)
(∇×B− ∂tE) = j, (4.15)
∇ ·B = 0, ∇× E + ∂tB = 0, (4.16)
cuja forma estacionaria e (1− θ2∇2
)(∇ · E) = ρ, (4.17)(
1− θ2∇2)
(∇×B) = j, (4.18)
∇ ·B = 0, (4.19)
∇× E = 0. (4.20)
Uma das caracterısticas da teoria de Maxwell, na ausencia de fontes, e a sime-
tria de dualidade, baseada na invariancia das equacoes de Maxwell sob as transformacoes
4.2 Equacoes de movimento e solucoes classicas 34
de dualidade, E→ B′,B→ −E′. Aplicando tais transformacoes sobre as eqs. (4.14-4.16),
vemos que tais equacoes nao permanecem invariantes, indicando a que a eletrodinamica
de Podolsky nao possui simetria de dualidade.
Lembrando que Fακ = (∂αAκ − ∂κAα) , obtemos a equacao de onda para o
4-potencial, (1 + θ2
) (Aβ − ∂β∂αAα
)= jβ. (4.21)
Na eletrodinamica de Podolsky, assim como ocorre na eletrodinamica de Maxwell pura, o
numero de graus de liberdade fısicos e menor que o numero de componentes do campo de
gauge, surgindo a necessidade de fixacao do calibre. Uma escolha possıvel e covariante,
seria o calibre de Lorentz, ∂αAα = 0, com o qual a eq. (4.21) recai em
(1 + θ2
)Aβ = jβ. (4.22)
Partindo da eq. (4.21), encontramos as equacoes estacionarias para os potenciais escalar
e vetorial:
(1− θ2∇2
) (∇2A0
)= −ρ, (4.23)(
1− θ2∇2) (
∇2Ai −∇ (∇ ·A))
= −ji. (4.24)
Na literatura especializada, ha um calibre especıfico para a eletrodinamica de Podolsky,
encontrado na Ref. [23], denominado de calibre de Coulomb generalizado,
(1− θ2∇2
)(∇ ·A) = 0. (4.25)
Adotando-o, a eq. (4.24) assume a mesma forma diferencial da eq. (4.23):
(1− θ2∇2
)∇2Ai = −ji. (4.26)
Tais equacoes podem ser solucionadas pelo tradicional metodo de Green, calculando-se a
funcao de Green G(r, r′) que satisfaz a equacao diferencial:
(1− θ2∇2
)∇2G(r, r′) = δ(r− r′). (4.27)
As solucoes procuradas sao genericamente dadas pelas integrais
A0 (r) = −∫G(r, r′)ρ (r′) d3r′, (4.28)
A (r) = −∫G(r, r′)j (r′) d3r′. (4.29)
4.2 Equacoes de movimento e solucoes classicas 35
Para encontrar a funcao de Green que satisfaz eq. (4.27), escrevemos:
G (R) =
∫d3p
(2π)3G (p) e−ip·R, δ3(R) =
∫d3p
(2π)3e−ip·R, (4.30)
onde R =(r− r′). Substitindo tais relacoes na eq. (4.27), encontramos
G (p) = − 1
(1 + θ2p2) p2, (4.31)
de modo que
G (R) = −∫
d3p
(2π)3e−ip·R
(1 + θ2p2) p2, (4.32)
G (R) = −∫
d3p
(2π)3
[1
p2− θ2
(1 + θ2p2)
]e−ip·R. (4.33)
Usando os seguintes resultados de integrais no plano complexo,∫d3p
(2π)31
p2e−ip·R =
1
4πR, (4.34)
∫d3p
(2π)3e−ip·R
p2 +m2=
1
4π
e−mR
R, (4.35)
cujos detalhes estao dados no Apendice 1, encontramos a seguinte funcao de Green:
G (R) = − 1
4π
(1− e−R/θ
)R
. (4.36)
Neste caso, os potenciais escalar e vetorial sao dados por
A0 (r) =1
4π
∫1− e−Mp|r−r′|
|r− r′|ρ (r′) d3r′, (4.37)
A (r) =1
4π
∫1− e−Mp|r−r′|
|r− r′|j (r′) d3r′, (4.38)
onde Mp = 1/θ representa o fator de massa de Podolsky. Para uma carga pontual,
q (r′) = qδ3 (r′) , temos:
A0 (r) =q
4π
∫1− e−Mp|r−r′|
|r− r′|δ3 (r′) d3r′, (4.39)
A0 (r) =q
4π
1− e−Mp|r|
|r|. (4.40)
Importante observar que o comportamento coulombiano usual, A0 (r) ∝ |r|−1 , esta pre-
sente na equacao acima. No limite θ → 0 ou Mp → ∞, a solucao (4.40) reproduz o
comportamento puro coulombiano. No limite de grandes distancias, |r| → ∞, a solucao
(4.40) tambem reproduz o comportamento puro coulombiano. Porem, no limite de pe-
quenas distancias da fonte, |r| → 0, temos e−Mp|r| ∼ (1 −Mp |r|), e a eq. (4.40) leva ao
resultado constante,
A0 (r) =q
4πMp, (4.41)
4.3 Propagador de Feynman para a eletrodinamica de Podolsky 36
evidenciando que na eletrodinamica de Podolsky os campos nao divergem nas proximi-
dades das cargas pontuais. Uma interessante e atual analise sobre a expansao multipolar
das solucoes classicas de Podolsky foi recentemente desenvolvida na Ref. [27].
4.3 Propagador de Feynman para a eletrodinamica
de Podolsky
No intuito de calcular o propagador da teoria de Podolsky, reescrevemos a
lagrangeana (4.1) na ausencia de fontes e na presenca do termo de fixacao de calibre,
LPodolsky = −1
4FµνF
µν +θ2
2∂αF
αβ∂λFλβ +
1
2ξ(∂µA
µ)2 , (4.42)
em uma forma quadratica,
L =1
2AνOµνA
µ, (4.43)
onde Oµν e o operador tensorial dado por
Oµν =(+ θ22
)Θµν −
1
ξΩµν , (4.44)
e que satisfaz a identidade
Oµν∆να = gµα. (4.45)
Onde ∆να e operador inverso de Oµν . Lembrando que
gµν = Θµν + Ωµν , (4.46)
onde os projetores transversal e longitudinal estao dados, respectivamente, por
Θµν = gµν − Ωµν , (4.47)
Ωµν = ∂µ∂ν/. (4.48)
Podemos agora propor a seguinte forma para ∆µν , em termos dos projetores conhecidos,
∆να = aΘν
α + bΩνα. (4.49)
onde a e b sao constantes a serem determinadas. Estes operadores satisfazem uma algebra
tensorial fechada:
Θνα Ων
α
Θµν Θµα 0
Ωµν 0 Ωµα
4.3 Propagador de Feynman para a eletrodinamica de Podolsky 37
Substituindo a expressao (4.49) na relacao (4.45), realizando as contracoes tensoriais
envolvidas, encontramos[(+ θ22
)Θµν −
1
ξΩµν
](aΘν
α + bΩνα) = gµα, (4.50)
a(+ θ22
)Θµα −
1
ξbΩµα = Θµν + Ωµν . (4.51)
Soluciando este sistema, encontramos a e b:
a =1
(1 + θ2), b = − 1
ξ.
O operador inverso e determinado,
∆να =1
(1 + θ2)Θνα − ξ
Ωνα. (4.52)
Sendo o propagador de Feynman definido como
〈AνAα〉 = i∆να (x− y) , (4.53)
assume a seguinte forma:
〈AνAα〉 = − i
p2
[1
(1− θ2p2 )Θνα − ξΩνα
]. (4.54)
Este propagador fornece suas relacoes de dispersao:
p2 = 0, (4.55)(1− θ2p2
)= 0. (4.56)
Importante ressaltar que a relacao (4.56) nao faz sentido nenhum na ausencia do termo
de Podolsky, θ2 = 0 , com o que obterıamos 1 = 0. Vemos assim que esta relacao
representa um modo propagante tıpico da eletrodinamica de Podolsky, que obviamente
nao faz sentido fısico na ausencia do mesmo. As relacoes acima implicam em
p20 = p2, (4.57)
p20 = p2 +M2p , (4.58)
onde a segunda relacao representa um modo propagante massivo, sendo Mp = 1/θ a massa
de Podolsky.
Sabemos que o termo de Podolsky, ∂αFαβ∂λF
λβ, envolve duas ordens derivati-
vas alem do termo de Maxwell usual, possuindo dimensao 6. No ato de proposicao deste
4.3 Propagador de Feynman para a eletrodinamica de Podolsky 38
termo, ou no momento de se calcular seu propagador, uma pergunta oportuna e se exis-
tiriam outras possibidades diferentes de termos dim-6 (com 2 derivadas adicionais), tais
como:
FµνFµν , Fαβ(∂α∂λF
λβ), (∂α∂λF
αβ)F λβ. (4.59)
Escrevendo cada um destes termos na forma bilinear,
1
4FµνF
µν = −1
2Aν2ΘµνA
µ, (4.60)
1
2Fαβ∂α∂λF
λβ = −Aν2ΘµνA
µ,
1
2(∂α∂λF
αβ)F λβ = −Aν2ΘµνA
µ,
percebemos que geram termos de mesma estrutura na lagrangena, revela que todos eles
sao equivalentes entre si (possuem o mesmo conteudo fısico), de modo que o propagador
de Feynman calculado nesta secao representa o resultado que seria obtido para qualquer
umas das escolhas da Eq. (4.59).
4.3.1 Analise da estabilidade e causalidade
A relacao de dispersao e a usualmente conhecida na eletrodinamica de Maxwell
livre, sendo estavel e causal. Resta analisar a relacao (4.58), que representa um modo
massivo,
p0 = ±√
p2 +M2p (4.61)
de energia positiva p0 > 0, o que assegura a estabilidade de energia. Para analisar a
causalidade de um modo propagante, temos que calcular as velocidades de grupo ug =
dp0/d |p| e de frente de onda ufrente = lim|p|→∞(p0/ |p|). A causalidade estara assegurada
se ug ≤ 1 e ufrente ≤ 1. A velocidade de grupo para o modo (4.61) e dada por
ug =dp0d |p|
=|p|√(
|p|2 +M2p
) ≤ 1, (4.62)
ufrente = lim|p|→∞
p0|p|
=√
1 +M2p/ |p|
2 = 1. (4.63)
Temos ug < 1 e ufrente = 1, o que e consistente com a preservacao da causalidade. Logo,
a eletrodinamica de Podolsky e estavel e causal.
4.3 Propagador de Feynman para a eletrodinamica de Podolsky 39
4.3.2 Analise da unitariedade
A analise da unitariedade esta ligada a norma dos estados definidos no espaco
de Hilbert. Para que uma teoria seja unitaria, a norma de todos os estados deve ser
positiva. Quando os estados tem norma negativa a teoria e nao unitaria e os estados
sao chamados de estados fantasmas. Para analisar a unitariedade da eletrodinamica de
Podolsky, faremos uso do metodo da saturacao do propagador que consiste na contracao
tensorial entre as correntes Jν , Jα e a matriz do propagador escrita em cada um dos seus
polos envolvendo o calculo do resıduo do propagador. A saturacao do propagador [29] e
dada por
SP = JνRes [i∆να] Jα, (4.64)
em que a corrente satisfaz a lei de conservacao ∂νJν = 0. Considerando, o propagador
(4.54), a saturacao com as correntes sera dada por
SP = iJνRes
[1
θ2p2 (p2 − 1/θ2 )
(gνα −
pνpαp2
)+ ξ
pνpαp2
]Jα, (4.65)
que se reduz a
SP = iRes
[J2
θ2p2 (p2 − 1/θ2 )
], (4.66)
considerando a lei da conservacao da 4-corrente, ∂νJν = 0 ou pνJν = 0.
Para o polo p2 = 0, que e o mesmo polo da teoria de Maxwell, o calculo do
resıduo fornece a saturacao:
SP(p2=0) = i
[J2
θ2 (p2 − 1/θ2 )
]p2=0
= −iJ2, (4.67)
SP(p2=0) = i(J2 − J2
0
). (4.68)
No polo p2 = 0, vale p20 = p2. Da lei de conservacao de corrente, (p0J0 = p · J) , a eq.
(4.68) fornece
SP(p2=0) = i
(J2 − (p · J)2
p20
)=
i
p2
(p2J2 − (p · J)2
), (4.69)
SP(p2=0) =i
|p|2|p× J|2 > 0. (4.70)
Logo a saturacao no polo p2 = 0 e positiva, implicando que as excitacoes associadas com
este modo propagante sao unitarias.
4.4 Propagador de Feynman com o gauge generalizado 40
Para o polo p2 = 1/θ2, o calculo do resıduo e dado por
SP(p2=1/θ2) = iRes
[J2
θ2p2 (p2 − 1/θ2 )
]p2=1/θ2
= iJ2. (4.71)
SP(p2=1/θ2) = −i(J2 − J2
0
). (4.72)
Sabendo que o polo p2 = 1/θ2 implica em p20 = 1/θ2 + p2, e usando p0J0 = p · J, a eq.
(4.72) pode ser reescrita na forma
SP(p2=1/θ2) = −i
(J2 − (p · J)2
p20
), (4.73)
iRes
[1
p2J2
]p2=1/θ2
=−i
p2 + 1/θ2(J2/θ2 + p2J2 − (p · J)2
), (4.74)
SP = − i
p2 + 1/θ2
(J2
θ2+ |p× J|2
)< 0. (4.75)
Logo, a saturacao do propagador para o polo p2 = 1/θ2 e menor que zero, mostrando que
as excitacoes advindas do polo p2 = 1/θ2 tem norma negativa, violando a unitariedade.
Esses estados com norma negativa (estados fantasmas) sao tıpicos de teorias com derivadas
de altas ordens.
4.4 Propagador de Feynman com o gauge generali-
zado
No intuito de calcular o propagador da teoria de Podolsky, reescrevemos a
lagrangeana (4.1) na ausencia de fontes e na presenca do termo de fixacao de calibre,
L = −1
4FµνF
µν +θ2
2∂αF
αβ∂λFλβ +
1
2ξ
[(1 + θ2
)∂µA
µ]2. (4.76)
Do mesmo modo de como foi feito na secao anterior, temos que a lagrangeana na sua
forma quadratica e dada por:
=1
2AνQµνA
µ, (4.77)
onde Qµν e o operador tensorial dado por
Qµν = Θµν −1
ξ(1 + 2θ2+ θ42
)Ωµν + θ22gνµ − θ2∂ν∂µ, (4.78)
e que satisfaz a identidade
Qµν∆να = gµα. (4.79)
4.4 Propagador de Feynman com o gauge generalizado 41
Onde ∆να e operador inverso de Qµν . Lembrando que
gµν = Θµν + Ωµν , (4.80)
onde os projetores transversal e longitudinal estao dados, respectivamente, por
Θµν = gµν − Ωµν , (4.81)
Ωµν = ∂µ∂ν/. (4.82)
Podemos agora propor a seguinte forma para ∆να, em termos dos projetores conhecidos,
∆να = aΘν
α + bΩνα. (4.83)
onde a e b sao constantes a serem determinadas. Estes operadores satisfazem uma algebra
tensorial fechada:
Θνα Ων
α
Θµν Θµα 0
Ωµν 0 Ωµα
Vemos que a algebra para o gauge generalizado e a mesma que usando o gauge de Lorentz.
Usando a identidade (4.79) obtemos os valores de a e b, dados por:
a =1
(1 + θ2), b = − ξ
(1 + 2θ2+ θ42).
Obtido os valores para a e b e usando a expressao (4.83), o propagador tem a forma:
∆να =
1
(1 + θ2)Θνα −
ξ
(1 + 2θ2+ θ42)Ωνα, (4.84)
podendo ser reescrita na forma
∆να =1
(1 + θ2)
[Θνα − ξ
(1 + θ2)Ωνα
], (4.85)
em que no espaco dos momentos, o propagador de Feynman e dado por:
〈AνAα〉 = −i 1
p2 (1− θ2p2)2
[(1− θ2p2
)gνα −
(1− θ2p2
) pνpαp2− ξ p
νpα
p2
]. (4.86)
Podemos observar que as relacoes de dispersao nao foram alteradas, o que e consistente
com o entendimento que a escolha de calibre nao modifica a fısica do problema. O
propagador pode ser reescrito na forma
〈AνAα〉 = i
[m2
p2 (p2 −m2)gνα +
pνpα
p4− pνpα
p2 (p2 −m2)+ ξ
pνpα
p4 (1− θ2p2)2
], (4.87)
4.4 Propagador de Feynman com o gauge generalizado 42
onde θ2 = 1/m2. Vemos assim que a relacao de dispersao e a mesma para ambos os
gauges.
Para a analise da unitariedade, temos que quando fizermos a saturacao com as
correntes, obteremos os mesmo resultados para ambos os calibres considerados. Apesar
do gauge modificado ser o mais apropriado para tratar os aspectos de quantizacao desta
teoria, nada modifica os resultados de causalidade e unitariedade da teoria.
43
5 Eletrodinamica de Maxwell com altas
derivadas e violacao da simetria de Lorentz
5.1 Introducao
Neste capıtulo, apresentaremos uma eletrodinamica de Maxwell dotada de um
termo de altas derivadas, de dimensao 6, com duas ordens derivativas adicionais, tal qual
o termo de Podolsky, e contendo um tensor de raking 2, Dβα, violador da simetria de
Lorentz, dado por
∂σFσβ∂λF
λαDβα, (5.1)
na qual o tensorDβα e obrigatoriamente simetrico. Obviamente, existem outras contracoes
similares,
∂σFσβ∂λF
λαDβα = −∂βF σβ∂λFλαDσα. (5.2)
Existe uma unica contracao tensorial que nao esta contemplada na forma (5.1), a saber:
Fαβ∂ρ∂σFαβDρσ, (5.3)
cujas implicacoes nao serao discutidas num primeiro momento.
Iniciaremos discutindo propriedades gerais da eletrodinamica de Maxwell mo-
dificada pelo termo (5.1). Faremos o calculo do propagador de Feynman e obteremos
as relacoes de dispersao da teoria. As relacoes de dispersao sao utilizados para analisar
o conteudo fısico dos modos de propagacao do sistema. O procedimento de calculo do
propagador e baseado na existencia de uma algebra fechada de projetores, definidos em
cima dos coeficientes de violacao de Lorentz de cada setor. Seguiremos analisando al-
guns setores desta teoria, na busca de configuracoes do tensor de fundo que proprocionem
teorias fısicamente consistentes.
5.2 Eletrodinamica de Maxwell modificada por termo de altas derivadas 44
5.2 Eletrodinamica de Maxwell modificada por termo
de altas derivadas
O passo inicial nesta investigacao consiste em analisar a eletrodinamica de
Maxwell pelo termo (5.1), ou seja,
L = −1
4FµνF
µν + η2∂σFσβ∂λF
λαDβα. (5.4)
Uma pergunta pertinente e se o termo de violacao de Lorentz proposto, ∂σFσβ∂λF
λαDβα,
contem um setor que e equivalente ao termo de Podolsky ou nao. Sabemos que o termo
de Podolsky equivale a
∂αFαβ∂λF
λβ = ∂αF
α0∂λFλ0 − ∂αFαi∂λF
λi. (5.5)
No caso em que o tensor Dβα tem apenas as componentes D00 e Dii, temos:
∂σFσβ∂λF
λα Dβα = ∂σFσ0∂λF
λ0D00 + ∂σFσi∂λF
λiDii, (5.6)
explicitando as componente do tensor Dii
∂σFσβ∂λF
λα Dβα = ∂σFσ0∂λF
λ0D00 + ∂σFσ1∂λF
λ1D11
+∂σFσ2∂λF
λ2D22 + ∂σFσ3∂λF
λ3D33. (5.7)
Observamos que para reproduzir a estrutura de Podolsky devemos fazer a escolha
D11 = D22 = D33 = −D00, (5.8)
de modo que
∂σFσβ∂λF
λα Dβα = D00[∂σFσ0∂λF
λ0 − ∂σF σ1∂λF
λ1
−∂σF σ2∂λFλ2 − ∂σF σ3∂λF
λ3], (5.9)
∂σFσβ∂λF
λα Dβα = D00(∂αFαβ∂λF
λβ). (5.10)
Neste caso, o traco do tensor Dβα e
Tr (Dβα) = D00 −Dii = D00 − (D11 +D22 +D33), (5.11)
Tr (Dβα) = 4D00. (5.12)
Vemos que, para esta configuracao particular, o traco do tensor Dβα esta associado ao
termo de Podolsky na lagrangeana. Sabemos, contudo, que o traco pode ser definido para
5.2 Eletrodinamica de Maxwell modificada por termo de altas derivadas 45
configuracoes genericas em que nao vale a condicao (5.8). Neste caso, a princıpio o termo
do traco perde sua identificacao com a estrutura de Podolsky. Outra forma de discutir
esta possıvel equivalencia e definindo o tensor Dβα sem traco,
Dβα = Dβα −1
4gβαTr(Dµν), (5.13)
que implica em
∂σFσβ∂λF
λαDβα = ∂σFσβ∂λF
λα Dβα −1
4(∂σF
σβ∂λFλβ)Tr(Dµν). (5.14)
Vemos assim que o termo de Podolsky aparece realmente associado ao traco do tensor
Dµν , em que quando comparado com a expressao (5.12) temos que
1
4Tr(Dµν) = D00, (5.15)
que desempenha o papel da massa de Podolsky. Deste modo, surge alguns caminhos para
trabalhar a inclusao do termo de VSL em contextos de altas derivadas.
Uma opcao de abordagem seria discutir como a teoria de Podolsky e modificada
pelo termo de VSL, propondo
L = −1
4FµνF
µν +θ2
2∂αF
αβ∂λFλβ + η2∂σF
σβ∂λFλαDβα, (5.16)
onde Dβα representa a versao sem traco do tensor, ou seja, Tr(Dβα
)= 0, a fim de evitar
a presenca redundante do termo de Podolsky no termo de VLS.
Outra opcao formal seria trabalhar com a lagrangeana (5.4), mantendo o traco
nao-nulo do tensor a fim de contemplar a presenca do termo de Podolsky.
A terceira opcao seria investigar a lagrangeana (5.4), considerando Tr (Dβα) =
0. Neste caso, estarıamos examinando uma eletrodinamica de altas derivadas que nao
contem o termo de Podolsky,
L = −1
4FµνF
µν + η2∂σFσβ∂λF
λαDβα. (5.17)
No intuito de colher mais informacoes sobre o termo de altas derivadas contido
em todas estas opcoes pode ser escrito em componentes, podemos classifica-lo perante as
simetrias discretas. Para isso o escrevemos em componentes:
∂σFσβ∂λF
λαDβα = ∂σFσ0∂λF
λ0D00 + 2∂σFσ0∂λF
λiD0i + ∂σFσi∂λF
λjDij, (5.18)
5.2 Eletrodinamica de Maxwell modificada por termo de altas derivadas 46
∂σFσβ∂λF
λαDβα = ∂aFa0∂bF
b0D00 + 2∂aFa0∂bF
biD0i
+2∂aFa0∂0F
0iD0i + ∂0F0i∂0F
0jDij
+2∂0F0i∂bF
bjDij + ∂aFai∂bF
bjDij, (5.19)
onde a ultima linha equivale a soma de Einstein sobre ∂σFσi∂λF
λjDij. Lembrando que
F a0 = Ea, F bj = −εbjlBl, temos em termos dos campos eletrico e magnetico:
∂σFσβ∂λF
λαDβα = ∂aEa∂bE
bD00 − 2εbjl∂aEa∂bB
lD0i
−2∂aEa∂0E
iD0i + ∂0Ei∂0E
jDij
−2εbjl∂0Ei∂bB
lDij + εbjlεaim∂aBm∂bB
lDij. (5.20)
De posse desta ultima expressao, podemos fazer a classificacao destes coefici-
entes sob as transformacoes discrestas. Sob a transformacao de conjugacao de carga (C),
sabemos que os campos eletrico e magnetico revertem seus sinais: E → −E e B → −B,
enquanto as derivadas sobre o espaco-tempo nao sao alteradas: ∂µ → ∂µ. Deste modo,
todos os termos que e facil perceber que a expressao (5.20) nao muda de sinal perante C,
sendo C-pares os coeficientes D00, D0i, Dij.
Sob paridade (P ), os campos eletrico e magnetico se transformam como E→
−E e B → B, e ∂a → −∂a, ∂0 → ∂0. Desta forma, vemos que os termos proporcionais
a D0i mudam de sinal perante P . Assim, D0i e paridade-ımpar, enquanto D00 e Dij sao
paridade-par.
Ja sob reversao temporal (T ), o campo magnetico reverte o sinal B → −B,
enquanto o campo eletrico mantem-se invariante, E→ E. Alem disso, ∂a → ∂a, ∂0 → −∂0.
Aplicando estas transformacoes na expressao (5.20), percebemos novamente que os termos
proporcionais a D0i mudam de sinal perante T . Assim, D0i e T -ımpar, enquanto D00 e
Dij sao T -par.
O comportamento dos coeficientes do tensor Dβα sob CPT esta sumarizado na
Tabela 1:
C P T CPT
D00 + + + +
Di0 + − − +
D0i + − − +
Dij + + + +
Uma questao interessante e saber se o termo ∂σFσβ∂λF
λαDβα esta contido
5.3 O propagador de Feynman da eletrodinamica com altas derivadas 47
ou nao no Modelo Padrao Estendido nao-mınimo estudado na Ref. [16]. Como estamos
analisando um termo CPT-par de d = 6, cabe avaliar apenas a modificacao que advem
da equacao (2.21) com dimensao de massa d = 6, a saber(kF
)κλµν=(k(4)F
)κλµν+(k(6)F
)κλµνα1α2
∂α1∂α2 . (5.21)
O setor nao birrefringente desta teoria e parametrizado na forma,(kF
)κλµν→ 1
2
[gκµ (cF )λν − gλµ (cF )κν + gλν (cF )κµ − gκν (cF )λµ
]. (5.22)
O termo de dimensao 6 da estrutura (5.21) e dado por
F σβF λρ(kF
)σβλρ
= F σβF λρ (kF )σβλρα1α2∂α1∂α2 , (5.23)
que em sua forma nao birrefringente,(kF
)σβλρ→ gσλCβρ = gσλCβρα1α2∂
α1∂α2 , (5.24)
leva a
F σβF λρ(kF
)σβλρ→ F σβF λρgσλCβρα1α2∂
α1∂α2 = F σβF ρσ Cβρα1α2∂
α1∂α2 . (5.25)
Podemos mostrar que o mesmo conduz a seguinte forma bilinear:
F σβF ρσ Cβρα1α2∂
α1∂α2 = −Aν[(Cνµ
α1α2− ∂β∂νCµ
βα1α2+
−∂µ∂ρCνρα1α2
+ gνµ∂β∂ρCβρα1α2
)∂α1∂α2
]Aµ (5.26)
Considerando-se,
Cνµα1α2
= Cνµgα1α2 , (5.27)
resulta:
F σβF ρσ Cβρα1α2∂
α1∂α2 = −Aν[(2Cνµ − ∂β∂νCµ
β − ∂µ∂ρCν
ρ + gνµ∂β∂ρCβρ)]Aµ.
(5.28)
Esta estrutura difere da forma bilinear (5.33) pelo ultimo termo. Vemos assim que o
termo ∂σFσβ∂λF
λαDβα nao esta contido no MPE nao mınimo da Ref. [16].
5.3 O propagador de Feynman da eletrodinamica
com altas derivadas
Em prosseguimento a nossa proposta, vamos considerar a lagrangeana (5.16), que e a
forma mais geral dos modelos acima propostos. Neste caso, temos a lagrangeana de
5.3 O propagador de Feynman da eletrodinamica com altas derivadas 48
Podolsky modificada:
L = −1
4FµνF
µν +θ2
2∂αF
αβ∂λFλβ + η2∂σF
σβ∂λFλ
+1
2ξ(∂µA
µ)2 . (5.29)
Os parametros θ, η e Dβα tem dimensao de comprimento, ou
θ = η = massa−1, (5.30)
enquanto o tensor Dβα e adimensional, ou seja, Dβα = (massa)0.
Como ja foi dito no capıtulo anterior, o primeiro passo para calcular o propa-
gador de Feynman e escrever a lagrangeana na forma bilinear,
L =1
2AνOµνA
µ, (5.31)
onde e Oµν e o operador tensorial que caracteriza este modelo. A lagrangeana (5.29) e
lida como,
L =1
2Aν[Θµν + θ2
[2 Θνµ
]− 1
ξΩµν+
]Aµ+
1
2Aν[2η22Dνµ − 2η2∂µ∂
αDνα − 2η2∂ν∂σDσµ + 2η2∂ν∂µ∂
σ∂αDσα
]Aµ, (5.32)
permitindo escrever
Oµν = Θµν + θ2[2 Θνµ
]− 1
ξΩµν+
2η22Dνµ − 2η2∂µ∂αDνα − 2η2∂ν∂
σDσµ + 2η2∂ν∂µ∂σ∂αDσα. (5.33)
onde foram usados os projetores, longitudinal e transversal, Ωβλ = ∂β∂λ/, Θβλ = gβλ −
Ωβλ, respectivamente.
Para calcular explicitamente o propagador de Feynman desta teoria, podemos
empregar a mesma parametrizacao apresentada no Capıtulo 3 para obter o propagador
da eletrodinamica CPT-par, modificada por um tensor simetrico, responsavel pela vi-
olacao da simetria de Lorentz. Sabendo que, para Dνµ simetrico, propomos a seguinte
parametrizacao:
Dνµ =1
2(CνBµ + CµBν) , (5.34)
podemos escrever
Oµν =(+ θ22
)Θµν +
(2η2ρκ− 1
ξ
)Ωµν + η22CνBµ+
+η22CµBν − η2κCν∂µ − η2κCµ∂ν − η2ρBν∂µ − η2ρBµ∂ν , (5.35)
5.3 O propagador de Feynman da eletrodinamica com altas derivadas 49
onde foi feito
κ = Bα∂α, ρ = Cα∂
α. (5.36)
O calculo do propagador consiste na inversao algebrico-tensorial do operador Oµν , com-
posto pelos seguintes projetores tensoriais:
Θµν ,Ωµν , Bν∂µ, Bµ∂ν , CµBν , CνBµ, Cµ∂ν , Cν∂µ. (5.37)
Podemos propor a seguinte forma para a inversa Oµν :
∆να = aΘν
α + bΩνα + cBα∂
ν + dCνBα+
+eCν∂α + fBν∂α + gCαBν + hCα∂
ν , (5.38)
que satisfaz a identidade
Oµν∆να = gµα,
Oµν∆να = Θµα + Ωµα, (5.39)
sendo o propagador de Feynman definido como
〈0 |T (Aν (x)Aα (y))| 0〉 = i∆να(x− y). (5.40)
Ao realizar todas as contracoes obtidas atraves da relacao (5.39) , surgem dois novos
elementos,
BµBα, CµCα,
nao considerados inicialmente na proposta (5.38), de modo que precisam ser incluıdos para
fechar a algebra e tornar Oµν inversıvel. Assim, propomos uma nova inversa incluindo esses
dois termos, dada por
∆να = aΘν
α + bΩνα + cBα∂
ν + dCνBα + eCν∂α+
+fBν∂α + gCαBν + hCα∂
ν + iBνBα + jCνCα. (5.41)
Ressaltamos que os projetores tensoriais contidos em (5.41) satisfazem uma algebra fe-
chada, exibida a seguir:
5.3 O propagador de Feynman da eletrodinamica com altas derivadas 50
Θνα Ων
α Bα∂ν CνBα
Θµν Θµα 0 0 CµBα − ρBα∂µ
Ωµν 0 Ωµα Bα∂µρBα∂µ
Bν∂µ Bα∂µ − κΩµα κΩµα κBα∂µ (C ·B)Bα∂µ
CµBν CµBα − κCµ∂α
κCµ∂α κCµBα (C ·B)CµBα
Cµ∂ν 0 Cµ∂α CµBα ρCµBα
Bµ∂ν 0 Bµ∂α BµBα ρBµBα
CνBµ CαBµ − ρBµ∂α
ρBµ∂α ρBµBα C2BµBα
Cν∂µ Cα∂µ − ρΩµα ρΩµα ρBα∂µ C2Bα∂µ
BµBν BµBα − ηBµ∂α
κBµ∂α κBµBα (C ·B)BµBα
CµCν CµCα − ρCµ∂α
ρCµ∂α ρCµBα C2CµBα
Cν∂α Bν∂α CαBν
Θµν Cµ∂α − ρΩµα Bµ∂α − κΩµα CαBµ − κCα∂µ
Ωµν ρΩµα κΩµακCα∂µ
Bν∂µ (C ·B) Ωµα B2Ωµα B2Cα∂µ
CµBν (C ·B)Cµ∂α B2Cµ∂α B2CµCα
Cµ∂ν ρCµ∂α κCµ∂α κCµCα
Bµ∂ν ρBµ∂α κBµ∂α κCαBµ
CνBµ C2Bµ∂α (C ·B)Bµ∂α (C ·B)CαBµ
Cν∂µ C2Ωµα (C ·B) Ωµα (C ·B)Cα∂µ
BµBν (C ·B)Bµ∂α B2Bµ∂α B2CαBµ
CµCν C2Cµ∂α (C ·B)Cµ∂α (C ·B)CµCα
5.3 O propagador de Feynman da eletrodinamica com altas derivadas 51
Cα∂ν BνBα CνCα
Θµν 0 BµBα − κBα∂µ CµCα − ρ
Cα∂µ
Ωµν Cα∂µκBα∂µ
ρCα∂µ
Bν∂µ κCα∂µ B2Bα∂µ (C ·B)Cα∂µ
CµBν κCµCα B2CµBα (C ·B)CµCα
Cµ∂ν CµCα κCµBα ρCµCα
Bµ∂ν CαBµ κBµBα ρCαBµ
CνBµ ρCαBµ (C ·B)BµBα C2CαBµ
Cν∂µ ρCα∂µ (C ·B)Bα∂µ C2Cα∂µ
BµBν κCαBµ B2BµBα (C ·B)CαBµ
CµCν ρCµCα (C ·B)CµBα C2CµCα
Uma vez a algebra fechada, daremos continuidade ao calculo do propagador. Substituindo
a expressao (5.41) na Eq.(5.39), obtemos um sistema de 10 equacoes para os 10 coeficientes
a serem determinados. O sistema de 10 equacoes se encontra no apendice B.
A solucao deste sistema fornece:
a =1
(1 + θ2 ), c = f =
κη4 (C2 − ρ2)− η2ρΠ
Γ (1 + θ2 ), (5.42)
b = − ξ
+η2(−η2ρ2 (B2 − κ2)− η2κ2 (C2 − ρ2) + 2ρκΠ)
Γ (1 + θ2 ), (5.43)
d = g =η2Π
(1 + θ2 ) Γ, e = h = η2
[η2ρ (B2 − κ2)− Πκ]
Γ (1 + θ2 ), (5.44)
I = −η4 (C2 − ρ2)Γ (1 + θ2 )
, j = −η4 (B2 − κ2)Γ (1 + θ2 )
. (5.45)
onde valem as definicoes:
Γ =[η2(C2 − ρ2
)η2(B2 − κ2
)− Π2
], (5.46)
Π =(1 + θ2+ η2 (C ·B)− η2ρκ
), (5.47)
Substituindo todos os valores para a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, o operador (5.41) assume a forma
∆να =
1
(1 + θ2 ) Γ
[ΓΘν
α +(−ξ(1 + θ2
)Γ + b′
)Ωνα + F (Bα∂
ν +Bν∂α) +
+η2Π (CνBα + CαBν) +H (Cν∂α + Cα∂
ν) +
−η4(C2 − ρ2
) BνBα − η4
(B2 − κ2
)CνCα
]. (5.48)
5.3 O propagador de Feynman da eletrodinamica com altas derivadas 52
O propagador de Feynman do campo de gauge no espaco dos momentos e definido como
〈AνAα〉 = − i
p2 (1− θ2p2 ) Γ (p)
[Γ (p) Θνα +
(b′ − ξ
(1− θ2p2
)Γ)
Ωνα +
−2iF (p)κνα − 2η2p2Π (p)Dνα − 2iH (p) ρνα+
η4p2((C · p)2 − p2C2
)BνBα + η4p2
((B · p)2 − p2B2
)CνCα
], (5.49)
onde
2κνα = Bνpα +Bαpν ,
2Dνα = CνBα + CαBν , (5.50)
2ρνα = Cνpα + Cαpν , (5.51)
b′ = η2(η2 (C · p)2((B · p)2 − p2B2
)+ (5.52)
+η2 (B · p)2((C · p)2 − p2C2
)− 2 (C · p) (B · p) Π(p), (5.53)
F (p) = iη2Π (p) (C · p)− iη4 (B · p)((C · p)2 − p2C2
), (5.54)
H (p) = iη2 (B · p) Π− iη4 (C · p)((B · p)2 − p2B2
), (5.55)
Γ(p) =[η2((C · p)2 − p2C2
)η2((B · p)2 − p2B2
)− Π2
], (5.56)
Π(p) =(1− 2θ2p2 − η2p2 (C ·B) + η2 (C · p) (B · p)
), (5.57)
em que [F ] = (massa)−1 e [Γ] = [Π] = (massa)0.
Na ausencia do termo de violacao de Lorentz, a lagrangeana (5.29) recupera
a forma da lagrangeana de Podolsky pura, dada na Eq. (4.1). Nesta situacao, por
consistencia, o propagador (5.48) deve reproduzir o propagador (4.52). No limite em que
η → 0, Dµν → 0, devemos fazer η = 0, B = 0, C = 0, de modo que:
limη→0
Π =(1 + θ2
), (5.58)
limη→0
Γ = − limη→0
Π2 = −(1 + θ2
)2, (5.59)
limη→0
1
(1 + θ2 ) Γ= − 1
(1 + θ2 )3, (5.60)
limη→0
b′ = 0, limη→0
F = 0, limη→0
H = 0. (5.61)
Implementando estes limites na Eq. (5.48), encontramos:
limη→0
∆να =
Θνα
(1 + θ2 )− ξ
Ωνα, (5.62)
que equivale ao propagador de Podolsky (4.52), como esperado.
5.4 Relacoes de dispersao 53
O propagador de Feynman do campo de gauge no espaco dos momentos para
a configuracao de θ = 0, e definido como
〈AνAα〉 = − i
p2Γ (p)[Γ (p) Θνα + (b′ − ξΓ) Ωνα +
−2iF (p)κνα − 2η2p2Π (p)Dνα − 2iH (p) ρνα+
η4p2((C · p)2 − p2C2
)BνBα + η4p2
((B · p)2 − p2B2
)CνCα
], (5.63)
onde
2κνα = Bνpα +Bαpν ,
2Dνα = CνBα + CαBν , (5.64)
2ρνα = Cνpα + Cαpν , (5.65)
b′ = η2(η2 (C · p)2((B · p)2 − p2B2
)+
+η2 (B · p)2((C · p)2 − p2C2
)− 2 (C · p) (B · p) Π(p), (5.66)
F (p) = iη2Π (p) (C · p)− iη4 (B · p)((C · p)2 − p2C2
), (5.67)
H (p) = iη2 (B · p) Π− iη4 (C · p)((B · p)2 − p2B2
), (5.68)
Γ(p) =[η2((C · p)2 − p2C2
)η2((B · p)2 − p2B2
)− Π2
], (5.69)
Π(p) =(1− η2p2 (C ·B) + η2 (C · p) (B · p)
). (5.70)
5.4 Relacoes de dispersao
As relacoes de dispersao desta teoria sao lidas a partir dos polos do propagador de Feyn-
man (5.48):
(1 + θ2
)= 0, (5.71)[
η2(C2 − ρ2
)η2(B2 − κ2
)−(1 + θ2+ η2 (C ·B)− η2ρκ
)2]= 0. (5.72)
No espaco dos momentos sao reescritas como
p2(1− θ2p2
)= 0,
η4(p2C2 − (C · p)2
) (p2B2 − (B · p)2
)+
−(1− θ2p2 − η2p2 (C ·B) + η2 (C · p) (B · p)
)2= 0. (5.73)
5.5 Analise de alguns setores da teoria: relacao de dispersao, positividade de energia e causalidade54
Essa relacao de dispersao pode tambem ser escrita em termos do tensor Dνµ, conforme
demonstrado no Apendice III, ou seja:
η4[2p4DνµDνµ − p4 (Dν
ν)2 − 4p2DνµDµαpνpα + 2p2 (Dνµp
νpµ)Dαα + (Dνµp
νpµ)2] =(1− 2θ2p2 − η2p2 (Dν
ν) + η2 (Dνµpνpµ)
)2. (5.74)
Se fizermos η2 = 0 nas relacoes (??,5.73), o que corresponde a eliminar os
termos de violacao da simetria de Lorentz da teoria, recuperamos:
p2 = 0 e(1− θ2p2
)= 0, (5.75)
que sao as mesmas relacoes de dispersao da eletrodinamica de Podolsky.
Na ausencia do termo de Podolsky, θ2 = 0, temos p2 = 0 (Maxwell) e a seguinte
relacao modificada:
η4(p2C2 − (C · p)2
) (p2B2 − (B · p)2
)+
−(1− η2p2 (C ·B) + η2 (C · p) (B · p)
)2= 0. (5.76)
E importante ressaltar que nao faz sentido fazer η2 = 0 na relacao (5.76), assim como
nao faz sentido tomar θ2 na relacao tıpica de Podolsky, (1− θ2p2 ) = 0. Tais relacoes so
fazem sentido completas.
5.5 Analise de alguns setores da teoria: relacao de
dispersao, positividade de energia e causalidade
No que se segue, analisamos alguns setores da teoria proposta, em busca de configuracoes
do tensor de fundo que proporcione eletrodinamicas consistentes.
5.5.1 Setor isotropico do traco (com θ = 0)
Como uma conferencia inicial, ou teste de consistencia, podemos avaliar a relacao de
dispersao (5.76), na situacao em que o tensor Dβα tem apenas elementos na diagonal,
(TrDβα) = Dµµ = D00 −Dii. (5.77)
5.5 Analise de alguns setores da teoria: relacao de dispersao, positividade de energia e causalidade55
Considerando apenas as componentes da diagonal principal, D0i = 0, Dij = 0, e com a
condicao D00 = −Dii, temos (TrDβα) = 4D00. Implementando a parametrizacao D00 =
C0B0 e Dii = CiBi na relacao (5.76), resulta:
η4p4C2B2 − η4p2C2 (B · p)2 − η4p2B2 (C · p)2 + η4 (C · p)2 (B · p)2
−(1− η2p2 (C ·B) + η2 (C · p) (B · p)
)2= 0. (5.78)
Impondo C0B0 = −CiBi e CiBj = 0, temos
η4[−4p4C20B
20 + 4p4C2
0B20 + C2
0B20
(p2)2
] =
=(1− η2p2 (C0B0 − CiBi) + η2C0B0
(p20 − p2
) )2. (5.79)
Agrupando os termos
η4[C20B
20
(p4)] =
(1− η2p2C0B0
)2, (5.80)
obtemos:
p20 = p2 +1
2η2D00
. (5.81)
Esta relacao e fisicamente equivalente a RD da teoria de Podolsky, em que nao ha violacao
de Lorentz com η2D00 = θ2. Vemos que e uma relacao isotropica, uma vez que nao depende
de uma direcao particular ou das componentes do momento, de modo que todas as direcoes
sao alteradas da mesma forma. Confirmamos assim que a lagrangeana (5.17) reproduz a
teoria de Podolsky na configuracao de puro traco. Como a relacao (5.81) ja foi avaliada no
ambito da teoria de Podolsdky no que concerne a causalidade, estabilidade e unitariedade,
nao sera refeito aqui.
5.5.2 Setor isotropico temporal (com θ = 0)
A configuracao de campo fundo isotropica mais simples possıvel e dada por Cµ = (C0, 0) ,
Bµ = (B0, 0), que corresponde a D00 = C0B0, D0i = Dij = 0. Para esta configuracao, a
relacao de dispersao (5.76) e dada por:
η2p2C0B0 = −1− η2p2C0B0 − η2C0B0p20 + η2p20C0B0. (5.82)
Apos simplificacoes, encontramos
p2 = − 1
2η2C0B0
. (5.83)
Esta relacao e fisicamente inaceitavel, pois leva a momentos imaginarios e nao representa
uma relacao entre energia e momento. Nesta situacao, temos traco nao-nulo, (TrDβα) =
5.5 Analise de alguns setores da teoria: relacao de dispersao, positividade de energia e causalidade56
D00 = C0B0, elementos nao diagonais nulos, e fısica diferente do modo de Podolsky.
Assim, percebemos que o simples fato de ter traco diferente de zero nao necessariamente
reproduz Podolsky, que requer traco nao nulo, com partes temporal e espacial iguais e
opostas. Como a relacao (5.83) nao faz sentido fısico, nao sera analisada no que concerne
a causalidade, estabilidade e unitariedade.
5.5.3 Setor espacial anisotropico (com θ = 0)
Para os coeficientes Cµ = (0, Ci), Bµ = (0, Bi), temos D00 = 0, D0i = 0, Dij = (CiBj +
CjBi)/2. Nesta configuracao, vale: C2 = −C2, B2 = −B2, (B · p) = −B · p, (C · p) =
−C · p. Substituindo tais informacoes na Eq. (5.78), temos:
η4(p4C2B2 + p2C2 (B · p)2 + (C · p)2 p2B2 + (C · p)2 (B · p)2
)+
−(1 + η2p2 (C ·B) + η2 (C · p) (B · p)
)2= 0. (5.84)
Desenvolvendo, podemos escrever
η4p4C2B2 − η4p4 (C ·B)2 + η4p2C2 (B · p)2
+η4p2B2 (C · p)2 − 1− 2η2p2 (C ·B)
−2η4p2 (C ·B) (C · p) (B · p)− 2η2 (C · p) (B · p) = 0, (5.85)
cuja simplificacao leva a
p20 = p2 +1 + 2η2 (C · p) (B · p)
η4C2 (B · p)2 + η4B2 (C · p)2 − 2η2 (C ·B)− 2η4 (C ·B) (C · p) (B · p).
(5.86)
Sem efeito de nenhuma aproximacao, vale
p20 = p2 +1 + 2η2 (C · p) (B · p)
η4[C (B · p)−B (C · p)]2 − 2η2 (C ·B). (5.87)
sendo esta uma relacao anisotropica, uma vez que depende da direcao do momento p em
relacao a C em relacao a B. Esta e uma relacao de dispersao a princıpio nao absurda, que
merece ser analisada fisicamente.
Vamos agora proceder a analise da relacao (5.87) no que concerne a estabilidade
e causalidade. Para melhor analisar a relacao de dispersao (5.87) , podemos escreve-la em
funcao dos angulos θB e θC que os vetores B e C formam com o momento p,
(B · p) = |B| |p| cos θB, (C · p) = |C| |p| cos θC , (5.88)
5.5 Analise de alguns setores da teoria: relacao de dispersao, positividade de energia e causalidade57
escrevendo:
p20 = p2 +1 + 2η2 |C| |B| |p|2 cos θC cos θB
η4 |C|2 |B|2 (cos θB − cos θC)2 |p|2 − 2η2 (C ·B). (5.89)
Um caso particular interessante e aquele em que os vetores B e C sao paralelos,
de modo θB = θC , e (C ·B) = |C| |B| , (C ·B)2 = C2B2. Neste caso, a expressao (5.89)
se reduz a:
p0 =
√p2 sin2 θC −
1
2η2 |C| |B|, (5.90)
que possui o problema de ser uma relacao tipo Podolsky modificada pelo fator sin2 θC , com
a desvantagem de ter o sinal do termo de massa, 1/2η2 |C| |B| , negativo, que compromete
a definicao da energia. Tanto a energia, quanto a velocidade de grupo,
ug =|p| (sin2 θC)√
p2 sin2 θC − 12η2|C||B|
, (5.91)
so sao bem definidas quando p2 >(2η2 |C| |B| sin2 θC
)−1, sendo este um cut-off mınimo
da teoria. O problema maior e que esse cut-off depende do angulo θC (do momento com
o vetor de fundo). Como o momento da partıcula pode, a princıpio, apontar em qualquer
direcao, o cut-off nao e fixo, sendo este um problema, obviamente, que descredencia a
expressao (5.90) como uma relacao de dispersao fisicamente consistente.
Numa tentativa de evitar este problema, podemos tomar os vetores B e C
sendo anti-paralelos, de modo que (C ·B) = − |C| |B| . Com cos θB = − cos θC . Fazendo
tais substituicoes na expressao (5.87), encontramos:
p0 =
√β2(cos2 θC) |p|4 + βp2 sin2 θC + 1
β2(cos2 θC) |p|2 + β(5.92)
onde β = 2η2 |C| |B| , sendo esta uma energia positivo-definida. Esta relacao fornece a
seguinte velocidade de grupo:
ug = β |p|
√β2(cos2 θC) |p|2 + β
β2(cos2 θC) |p|4 + βp2 sin2 θC + 1
[β2 cos4 θC |p|4 + 2β cos2 θC |p|2 − cos(2θC)
β(cos2 θC) |p|2 + 1
].
Podemos inferir que esta relacao implica em quebra da causalidade.
5.5.4 Setor espacial anisotropico paridade-par e livre do termo
de Podolsky (com θ = 0)
Vamos agora considerar outra possibilidade para a configuracao Cµ = (0, Ci), Bµ =
(0, Bi), que consiste em tomar (C ·B) = 0 ou seja, B e C ortogonais. Esta condicao
5.5 Analise de alguns setores da teoria: relacao de dispersao, positividade de energia e causalidade58
e especialmente interessante aqui, porque implica em tomar Dii = 0 e Tr(Dµν) = 0.
Portanto, a configuracao Cµ = (0, Ci), Bµ = (0, Bi) , (C ·B) = 0, representa uma teoria
de altas derivadas que nao contem o termo de Podolsky. Fazendo essa consideracao, a
relacao de dispersao (5.86) assume a forma:
p20 = p2 +1 + 2η2 (C · p) (B · p)
η4C2 (B · p)2 + η4B2 (C · p)2. (5.93)
E importante lembrar que a relacao de dispersao (5.93) representa uma teoria
de altas derivadas livre da presenca do termo de Podolsky. A mesma, em funcao dos
angulos, pode ser reescrita como:
p20 = p2 +1 + 2η2 |C| |B| cos θC cos θB |p|2
η4 |C|2 |B|2 (cos2 θB + cos2 θC) |p|2. (5.94)
Como C e B sao agora ortogonais, cos θC = ± sin θB, de modo que
p20 = p2 +1 + η2 |C| |B| sin 2θB |p|2
η4 |C|2 |B|2 |p|2, (5.95)
p20 = p2 +1± α1 |p|2
α3 |p|2, (5.96)
onde
α1 = η2 |C| |B| sin 2θB, α3 = η4 |C|2 |B|2 , (5.97)
e [α1] = (massa)−2, [α3] = (massa)−4. Obtemos entao:
p0 = |p|
√α3 |p|4 + 1 + α1 |p|2
α3 |p|4. (5.98)
Para que a condicao de causalidade seja satisfeita deve valer: ug ≤ 1, ufrente ≤ 1. Iniciamos
avaliando a velocidade de frente de onda,
ufrente = lim|p|→∞
√α3 |p|4 + 1 + α1 |p|2
α3 |p|4= 1, (5.99)
o que esta em conformidade com a preservacao da causalidade. Para a velocidade de
grupo, encontramos
ug =α3 |p|4 − 1
√α3 |p|2
√α3 |p|4 + 1 + α1 |p|2
. (5.100)
A despeito de α1 poder ser negativa, notamos que o termo (α3 |p|4+1+α1 |p|2)
e sempre positivo, sendo a velocidade de grupo real para qualquer momento p, e qualquer
angulo θB. Entretanto, para esta relacao de dispersao ser causal, ug ≤ 1, devemos ter
(α3 |p|4 − 1) ≤√α3 |p|4 (α3 |p|4 + 1 + α1 |p|2), (5.101)
5.5 Analise de alguns setores da teoria: relacao de dispersao, positividade de energia e causalidade59
condicao esta nao satisfeita para alguns valores de θB, que impliquem em α1 < 0.
A analise aqui realizada e correta apenas quando os vetores C, B e p sao
coplanares. Quando nao o sao, mantendo a ortogonalidade entre C e B, convem usar o
sistema de coordenadas apresentado no capıtulo 3, em que o vetor C esta na direcao-x e
o vetor B na direcao-y. Sendo θ o angulo do momento com eixo-z deste sistema, temos:
p = |p| (sin θ cosφ, sin θ sinφ, cos θ) . (5.102)
Neste caso, a relacao e reescrita como
p20 = p2 +1 + η2 |C| |B| sin2 θ(sin 2φ) |p|2
η4 |C|2 |B|2 sin2 θ |p|2, (5.103)
com
α1 = η2 |C| |B| sin2 θ(sin 2φ), α3 = η4 |C|2 |B|2 sin2 θ, (5.104)
de modo que continua valendo,
p20 = p2 +1± α1 |p|2
α3 |p|2, (5.105)
e toda nossa analise previa.
5.5.5 Setor anisotropico paridade-ımpar e livre do termo de
Podolsky (com θ = 0)
Consideremos agora a configuracao paridade-ımpar e anisotropica, Cµ = (C0, 0), Bµ =
(0, Bi) , que ao ser inserida na na Eq. (5.78), conduz a:
−η4p4C20B
2 − η4p2C20 (B · p)2 + η4p2B2 (C0p0)
2 − 1 + 2η2 (C0p0) (B · p) = 0,
organizada na forma
p20η4C2
0 [p2B2 − (B · p)2] + 2η2C0 (B · p) p0 − η4p2C20 [p2B2 − (B · p)2]− 1 = 0.
A solucao obtida e
p0 = ±
p2
√η4C2
0
(p2B2 − (B · p)2
)2+ B2 ∓ (B · p)
η2C0
[B2p2 − (B · p)2
] , (5.106)
tambem escrita como
p0 = ±
[ √1 + η4C2
0B2p4 sin4 θB ∓ cos θB
η2C0 |B| |p| sin2 θB
]. (5.107)
5.5 Analise de alguns setores da teoria: relacao de dispersao, positividade de energia e causalidade60
A velocidade de grupo associada e
ug = ±
[α2Bp4 − 1 + cos θB
√1 + α2
Bp4
αB |p|2√
1 + α2Bp4
],
ug =1
|p|2 αB
[(α2
Bp4 − 1)√α2Bp4 + 1
+ cos θB
], (5.108)
onde αB = η2C0 |B| sin2 θB. Embora ug seja bem-definida em termos de valores reais,
pode levar a valores maiores que 1, devido a arbitrariedade do angulo θB, o que viola a
causalidade.
5.5.6 Eletrodinamica de Podolsky (θ 6= 0) modificada por termo
isotropico
Mantendo-se θ 6= 0, temos a certeza de estar considerando uma eletrodinamica de Po-
dolsky, modificada pelo termo de altas derivadas violador da simetria de Lorentz. Neste
caso, a relacao de dispersao e dada pela expressao (5.73), ou seja,
η4p4C20B
20 − η4p2C2
0B20p
20 − η4p2B2
0C20p
20 − 1 + 2η2p2C0B0+
−2η2 (C0p0) (B0p0) − η4p4C20B
20 + 2η4p2C0B0 (C0p0) (B0p0)
+2θ2p2 − θ4p4 − 2θ2η2p4 (C ·B) + 2θ2η2p2 (C · p) (B · p) = 0.
A configuracao mais simples possıvel e o caso da eletrodinamica de Podolsky modificada
pela configuracao de campo de fundo isotropica, Cµ = (C0, 0), Bµ = (B0, 0) , implicando
em:
θ4p4 −[2θ2 + 2θ2η2C0B0p
2]p2 + 1 + 2η2p2C0B0 = 0,
cuja solucao leva a duas relacoes de dispersao distintas:
p2+ =1
θ2[1 + η2C0B0p
2], (5.109)
p2− =1
θ2. (5.110)
A segunda relacao e tipo Podolsky. A primeira e tipo Podolsky modificada:
p0 =
√1
θ2+
(1 +
η2C0B0
θ2
)p2. (5.111)
A velocidade de grupo e dada por
ug =
(1 + 2η2B0C0
θ2
)|p|√
1θ2
+(
1 + η2C0B0
θ2
)p2
, (5.112)
5.6 Analise da unitariedade 61
em que ω > |p| ,logo ug < 1. A velocidade de frente de onda e dada por,
ufrente =
√(1 +
2η2B0C0
θ2
), (5.113)
sendo menor que 1 apenas de B0C0 < 0. Neste caso, esta e a condicao que garante ug ≤ 1
e ufrente ≤ 1, e assegura a causalidade.
5.6 Analise da unitariedade
A analise da unitariedade esta ligada a norma dos estados definidos no espaco de Hilbert.
Para que uma teoria seja unitaria, a norma de todos os estados deve ser positiva. Quando
os estados tem norma negativa a teoria e nao unitaria e os estados sao chamados de
estados fantasmas. Para analisar a unitariedade da eletrodinamica de Podolsky, faremos
uso do metodo da saturacao do propagador que consiste na contracao tensorial entre as
correntes Jν , Jα e a matriz do propagador escrita em cada um dos seus polos envolvendo
o calculo do resıduo do propagador. A saturacao do propagador e dada por
SP = JνRes [i∆να] Jα, (5.114)
em que a corrente satisfaz a lei de conservacao ∂νJν = 0. Considerando, o propagador
(5.49), a saturacao com as correntes sera dada por
SP = iJνRes
[− 1
p2 (1− θ2p2 ) Γ (p)
[Γ (p) Θν
α +(b′ − ξ
(1− 2θ2p2
)Γ)
Ωνα +
−iF (p) (Bαpν +Bνpα)− η2p2Π (p) (CνBα + CαB
ν)− iH (p) (Cνpα + Cαpν) +
η4p2((C · p)2 − p2C2
)BνBα + η4p2
((B · p)2 − p2B2
)CνCα
]]Jα (5.115)
que se reduz a
SP = iRes
[1
θ2p2 (p2 − 1/θ2) Γ (p)[Γ (p) J2 − 2η2p2Π (p) (C · J) (B · J) +
η4p2((C · p)2 − p2C2
)(B · J)2 + η4p2
((B · p)2 − p2B2
)(C · J)2]
], (5.116)
onde foi considerado a lei da conservacao da 4-corrente, ∂νJν = 0 ou pνJν = 0.
5.6 Analise da unitariedade 62
Para o polo p2 = 0, que e o mesmo polo da teoria de Maxwell, o calculo do
resıduo fornece a saturacao:
SP(p2=0) = iRes[1
θ2 (p2 − 1/θ2) Γ (p)[Γ (p) J2 − 2η2p2Π (p) (C · J) (B · J) +
η4p2((C · p)2 − p2C2
)(B · J)2 + η4p2
((B · p)2 − p2B2
)(C · J)2]]p2=0 (5.117)
SP(p2=0) = −iJ2 = i(J2 − J2
0
).
No polo p2 = 0, vale p20 = p2. Da lei de conservacao de corrente, (p0J0 = p · J) , a eq.
(4.68) fornece
SP(p2=0) = i
(J2 − (p · J)2
p20
)=
i
p2
(p2J2 − (p · J)2
), (5.118)
SP(p2=0) =i
|p|2|p× J|2 > 0. (5.119)
Logo a saturacao no polo p2 = 0 e positiva, implicando que as excitacoes associadas com
este modo propagante sao unitarias, independentemente da configuracao do tensor de
fundo. Para qualquer que seja o coeficiente de CαBλ,o polo p2 = 0 implicara sempre no
mesmo resultado para a saturacao positiva, cujo o resultado e sempre dado pela expressao
(5.119).
Para o polo p2 = 1/θ2, o calculo do resıduo e dado por
SP(p2=1/θ2) = iRes[1
θ2Γ (p)[Γ (p) J2 − 2η2p2Π (p) (C · J) (B · J) +
η4p2((C · p)2 − p2C2
)(B · J)2 + η4p2
((B · p)2 − p2B2
)(C · J)2]]p2=1/θ2 . (5.120)
Para melhor analisar os polos p2 = 1/θ2, Γ (p) = 0, temos que calcular a unitariedade
separada para cada um dos coeficientes do background CαBλ. Os coeficientes que serao
analisados aqui, sao o do tipo tempo para a configuracao em que o background reproduz
Podolsky e para o setor espacial em que foi considerado os coeficientes CαBλ ortogonais
e depois paralelos. Os polos, sao dados pelas equacoes (5.81), (5.96) e (5.90) , respectiva-
mente.
63
6 Eletrodinamica Classica
6.1 Introducao
Neste capıtulo faremos um estudo das solucoes classicas da eletrodinamica de Podolsky
modificada por termo de altas derivadas CPT-par de violacao de Lorentz. O objetivo e
mostrar como os termos de violacao modificam as solucoes da eletrodinamica de Podolsky.
Atraves da equacao de movimento obtemos as equacoes de onda para o potencial escalar
e vetorial, em que usamos as transformadas de Fourier e obtemos a funcao de green que
e a solucao para o potencial escalar e vetorial. Com o potencial em maos podemos obter
os campos eletricos e magneticos e analisar as contribuicoes do tensor de violacao para os
campos.
6.2 Equacao de movimento e solucao classica
A equacao de movimento modificada para derivadas de ordem superior e dada pela
equacao de Euler Lagrange modificada
∂L
∂Aκ− ∂ρ
∂L
∂ (∂ρAκ)+ ∂ν∂ρ
∂L
∂ (∂ρ∂νAκ)= 0. (6.1)
A Lagrangiana de Podolsky modificada pelo termo de violacao de Lorentz e dada por
L = −1
4FµνF
µν +θ2
2∂αF
αβ∂λFλβ + η2∂σF
σβ∂λFλαDβα − jµAµ. (6.2)
Atraves da equacao de Euler Lagrange modificada obtemos a equacao de movimento, para
a eletrodinamica de Podolsky modificada pelo termo de violacao de Lorentz dada por:
(1 + θ2
)∂αF
ακ + 2η2(Dκ
α∂λFλα −Dρ
α∂κ∂ρ∂λF
λα)
= jκ. (6.3)
Escrevendo a equacao de movimento em termos dos campos Aα, obtemos:
(1 + θ2
)(∂αF
ακ) + 2η2 (Dκα−Dρ
α∂κ∂ρ)
(∂λF
λα)
= jκ, (6.4)
(1 + θ2
)(Aκ − ∂κ∂αAα) + 2η2 (Dκ
α−Dρα∂
κ∂ρ)(Aα − ∂α∂λAλ
)= jκ, (6.5)
6.2 Equacao de movimento e solucao classica 64
usando o gauge de Lorenz ∂αAα = 0, podemos escrever(
1 + θ2)Aκ + 2η2 (Dκ
α−Dρα∂
κ∂ρ)Aα = jκ, (6.6)[(
1 + θ2)gκα + 2η2Dκα2 − 2η2Dρα∂κ∂ρ
]Aα = jκ, (6.7)
ΛκαAα = jκ,
onde
Λκα =(1 + θ2
)gκα + 2η2Dκα2 − 2η2Dρα∂κ∂ρ.
Para solucionar Aα, temos que inverter o operador Λκα. A solucao e dada por:
Aα = (Λκα)−1 Jκ → Aα = GακJκ
que satisfaz a identidade
ΛκαGαµ = δκµ.
Propondo
Gαµ = agαµ + bDαµ + cDρµ ∂α∂ρ, (6.8)
temos[(1 + θ2
)gκα + 2η2Dκα2 − 2η2Dρα∂κ∂ρ
] [agαµ + bDαµ + cDρ
µ ∂α∂ρ]
= δκµ,
considerando apenas a primeira ordem do background(1 + θ2
)[aδκµ + bDκ
µ + cDκλ∂λ∂µ]
+ 2η22aDκµ − 2aη2Dκ
λ∂λ∂µ = δκµ,
obtemos os valores para as constantes a, b e c, dadas por
a =1
(1 + θ2), (6.9)
b = − 2η2
(1 + θ2)2(6.10)
c =2η2
(1 + θ2)2. (6.11)
A expressao (6.8) tem a forma
Gαµ =1
(1 + θ2)
[gαµ −
2η2(1 + θ2)
Dαµ +2η2
(1 + θ2)Dρµ ∂α∂ρ
]. (6.12)
Substituindo em
Aα = GακJκ,
temos
Aα =1
(1 + θ2)
[gακ −
2η2(1 + θ2)
Dακ +2η2
(1 + θ2)Dρκ ∂α∂ρ
]Jκ. (6.13)
No espaco dos momentos podemos escvrever a expressao para o potencial
Aα = − 1
p2 (1− θ2p2)
[Jα +
2η2p2
(1− θ2p2)DακJ
κ − 2η2
(1− θ2p2)Dρκ Jκpαp
ρ
]. (6.14)
6.2 Equacao de movimento e solucao classica 65
6.2.1 Solucao estacionaria para o potencial escalar
Fixando α = 0 na expressao (6.14), a solucao estacionaria para o potencial escalar assume
a forma
A0 =1
p2 (1 + θ2p2)
[J0 −
2η2p2
(1 + θ2p2)
(D00J
0 +D0iJi)]. (6.15)
Para J = 0 e J0 6= 0,temos:
A0 =1
p2 (1 + θ2p2)
[J0 −
2η2p2
(1 + θ2p2)D00J
0
]. (6.16)
Usando transformada de Fourier e considerando a carga pontual na origem, temos:
A0 =q
(2π)3
∫d3p
p2 (1 + θ2p2)eip·r − 2qη2D00
(2π)3
∫d3p
(1 + θ2p2)2eip·r. (6.17)
Resolvendo a primeira integral no plano complexo, em que os detalhes estao no apendice
A, temos ∫d3p
p2 (1 + θ2p2)eip·r =
∫d3p
p2eip·r − θ2
∫d3p
(1 + θ2p2)eip·r, (6.18)∫
d3p
p2 (1 + θ2p2)eip·r =
2π2
r
(1− e−Mpr
), (6.19)
onde Mp = 1/θ. Para resolver a segunda integral, podemos usar o resultado obtido em
(6.19) ∫d3p
(1 + θ2p2)2eip·r = − 1
2θ
∂
∂θ
(∫d3p
p2 (1 + θ2p2)eip·r
), (6.20)
logo ∫d3p
(1 + θ2p2)2eip·r = −π
2
θr
∂
∂θ
(1− e−Mpr
)=π2
θ3e−Mpr. (6.21)
A solucao do potencial escalar (6.17) para uma carga pontual, com violacao de Lorentz e
dada por:
A0 =q
4πr
(1− e−Mpr
)− q
4πM3
pη2D00e
−Mpr, (6.22)
para o background de violacao D00 = 0, obtemos:
A0 =q
4πr
(1− e−Mpr
), (6.23)
que e o potencial escalar eletrico da teoria de Podolsky.
Para o potencial escalar com violacao de Lorentz temos que no limite θ → 0
ou Mp → ∞ a exponencial e−Mpr cai mais rapido, logo a solucao (6.22) reproduz o
comportamento puro coulombiano. No limite de grandes distancias, r → ∞, a solucao
(6.22) tambem reproduz o comportamento puro coulombiano. No limite de pequenas
6.2 Equacao de movimento e solucao classica 66
distancias da fonte, r → 0, temos e−Mpr ∼ (1 − Mpr), e a equacao leva ao resultado
constante
A0 =q
4πMp −
q
4πM3
pη2D00, (6.24)
evidenciando que na eletrodinamica de Podolsky com violacao, os campos tambem sao
constantes nas proximidades das cargas pontuais. Que e uma peculiaridade da teoria.
Para J 6= 0 e J0 = 0,o potencial escalar
A0 = − 2η2p2
p2 (1 + θ2p2)2D0iJ
i, (6.25)
pode ser reescrito usando transformada de Fourier
A0 = −2η2q (D0ivi)
(2π)3
∫d3p
(1 + θ2p2)2eip·r, (6.26)
cuja solucao tem a forma
A0 = −(D0iv
i) q
4πM3
pη2e−Mpr. (6.27)
Para o potencial escalar com violacao de Lorentz (6.27) temos que a presenca do termo de
violacao faz com que a corrente induza a um potencial escalar, nao existindo um analogo
na teoria de Maxwell puro. Vemos que no limite Mp → ∞ e para grandes distancias,
r → ∞,o potencial vai a zero. No limite de pequenas distancias da fonte, r → 0, temos
e−Mpr ∼ (1−Mpr), e a equacao (6.27) leva ao resultado constante
A0 = −(D0iv
i) q
4πM3
pη2. (6.28)
6.2.2 Solucao estacionaria para o potencial vetorial
Para a solucao estacionaria fixando α = i a expressao (6.14), assume a forma
Ai =1
p2 (1 + θ2p2)
[Ji −
2η2p2
(1 + θ2p2)
(Di0J
0 +DilJl)
+
+2η2
(1 + θ2p2)
(Dlj J
jpipl +Dj0 J0pipj
)], (6.29)
observando a expressao (6.29) vemos que os termos Dj0 J0pipj, Dlj J
jpipl tem a forma
de um gradiente, logo quando aplicado o rotacional para calcular o campo magnetico esses
termos serao nulos. Assim, o potencial vetorial pode ser reescrito na forma
6.2 Equacao de movimento e solucao classica 67
Ai =1
p2 (1 + θ2p2)
[Ji −
2η2p2
(1 + θ2p2)
(Di0J
0 +DilJl)]. (6.30)
Para a configuracao J 6= 0 e J0 = 0, temos:
Ai =1
p2 (1 + θ2p2)
[J− 2η2p2
(1 + θ2p2)
(DilJ
l)].
Usando a transformada de Fourier, podemos escrever:
Ai =
∫J
p2 (1 + θ2p2)
d3p
(2π)3eip·r −
∫1
p2 (1 + θ2p2)
2η2p2
(1 + θ2p2)
(DilJ
l) d3p
(2π)3eip·r, (6.31)
considerando uma carga pontual
J (p) =qv, (6.32)
temos que
Ai =qv
(2π)3
∫d3p
p2 (1 + θ2p2)eip·r −
2η2q(Dilv
l)
(2π)3
∫d3p
(1 + θ2p2)2eip·r.
Fazendo os mesmos procedimentos e usando os resultados ja obtidos, temos:
Ai =qvi4πr
(1− e−Mpr
)− q
4πM3
pη2(Dilv
l)e−Mpr, (6.33)
que e o potencial vetorial para a eletrodinamica de Podolsky com violacao de Lorentz.
Para J = 0 e J0 6= 0, temos:
Ai = − 2η2p2
p2 (1 + θ2p2)2Di0J
0. (6.34)
Usando a transformada de Fourier
Ai = −2qη2Di0
(2π)3
∫d3p
(1 + θ2p2)2eip·r,
e resolvendo a integral no plano complexo, temos que a solucao para o potencial vetorial
na cofiguracao J = 0 e J0 6= 0, tem a forma dada por:
Ai = − q
4πη2M3
pDi0e−rMp . (6.35)
Temos que a presenca do tensor de violacao Di0 faz com que uma carga produza um
potencial vetorial.
Os campos eletricos e magneticos para uma carga pontual podem ser obtido
para as configuracoes:
6.2 Equacao de movimento e solucao classica 68
Para a configuracao J 6= 0 e J0 = 0:
O potencial vetorial
Ai =qvi4πr
(1− e−Mpr
)− q
4πM3
pη2(Dilv
l)e−Mpr, (6.36)
produz o campo magnetico B, que pode ser obtido usando
B = (O×A)i = εijk∂jAk. (6.37)
Logo a expressao para o campo magnetico e dado a seguir:
Bi =q
4π
[−(1− e−Mpr
)r3
+Mp
r2e−Mpr
](r× v)i +
q
4πM4
pη2 εijkrj
(Dklv
l)
re−Mpr, (6.38)
onde
εijkrj(Dklv
l)
= (r× (D · v))i ,
logo
Bi =q
4π
[−(1− e−Mpr
)r3
+Mp
r2e−Mpr
](r× v)i +
q
4πM4
pη2 (r× (D · v))i
re−Mpr. (6.39)
No limite em que Mp →∞ a exponencial e−Mpr cai mais rapido, logo
Bi = − q
4π
1
r2(r× v)i , (6.40)
que e um termo de monopolo. No limite de grandes distancias, r →∞, o campo magnetico
vai a zero. No limite de pequenas distancias temos que e−Mpr ∼ (1−Mpr)
Bi = − q
4πrM2
p (r× v)i +q
4πM4
pη2 (r× (D · v))i
r− q
4πM4
pη2 (r× (D · v))iMp, (6.41)
Bi = − q
4πM2
p (r× v)i +q
4πM4
pη2 (r× (D · v))i . (6.42)
Se a velocidade for constante, o campo magnetico e constante.
Por outro lado, o potencial escalar
A0 = −(D0iv
i) q
4πM3
pη2e−Mpr, (6.43)
produz o campo eletrico, dado por
E = −OA0,
E = = − q
4πM4
pη2(D0iv
i) r
re−Mpr. (6.44)
Temos corrente gerando campo eletrico. Nos limites Mp →∞, r →∞, o campo eletrico
e nulo. No limite de pequenas distancias, r → 0, temos
E = = − q
4πM4
pη2(D0iv
i)r.
6.2 Equacao de movimento e solucao classica 69
Para a configuracao J = 0 e J0 6= 0 :
O potencial vetorial
Ai = − q
4πη2M3
pDi0e−Mpr, (6.45)
gera o campo magnetico Bi = (O×A)i = εijk∂jAk,
B =q
4πM4
pη2 εijkrjDk0
re−Mpr, (6.46)
onde Dk0 = D0k = D01 +D02 +D03, podemos escrever na forma
B =q
4πM4
pη2 (r×D0)i
re−Mpr.
Temos carga gerando campo magnetico. Nos limites Mp → ∞, r → ∞, o campo
magnetico e nulo. No limite de pequenas distancias, r → 0, temos
B =q
4πM4
pη2 (r×D0)i e
−Mpr.
O potencial escalar,
A0 =q
4πr
(1− e−Mpr
)− q
4πM3
pη2D00e
−Mpr, (6.47)
produz o campo eletrico, E = −OA0,
E =q
4π
(1− e−Mpr
) r
r3− q
4πMpe
−Mprr
r2− q
4πM4
pη2D00e
−Mprr
r. (6.48)
No limite em que Mp →∞ a exponencial e−Mpr cai mais rapido, logo
E =q
4π
r
r2, (6.49)
que e um termo de monopolo. No limite de grandes distancias, r →∞, o campo eletrico
vai a zero. No limite de pequenas distancias temos
E =q
4πM2
p
(1−M2
pη2D00
)r. (6.50)
Gauge generalizado com violacao de Lorentz
Podemos observar que atraves da equacao de movimento (6.3), para a eletrodinamica de
Podolsky modificada pelo termo de violacao de Lorentz podemos construir um novo gauge
generalizado(1 + 2θ2
)Aκ − ∂κ
[(1 + 2θ2
)∂λA
λ + 2η2Dρα∂ρA
α − 2η2Dρα∂ρ∂
α∂λAλ]
(6.51)
−2η2Dκα∂
α∂λAλ + 2η2Dκ
α2Aα = jκ, (6.52)
6.2 Equacao de movimento e solucao classica 70
dado por (1 + 2θ2
)∂λA
λ + 2η2Dρα∂ρA
α − 2η2Dρα∂ρ∂
α∂λAλ = 0. (6.53)
Logo a equacao de movimento assume a forma
(1 + 2θ2
)Aκ − 2η2Dκ
α∂α∂λA
λ + 2η2Dκα
2Aα = jκ. (6.54)
Atraves da equacao de movimento fazendo os mesmos procedimentos das equacoes (6.5)
a (6.14), obtemos uma expressao para o potencial
Aα = − 1
p2 (1− θ2p2)
[Jα +
2η2p2
(1− θ2p2)DακJ
κ
]. (6.55)
Podemos observar que a expressao (6.14) obtida usando o gauge de Lorentz se
diferencia da expressao (6.55), apenas pela adicao dos termos Dj0 J0pipj, Dlj J
jpipl nas
configuracoes J =0, J0 6= 0 e J 6= 0, J0 = 0 simultaneamente. Esse termo adicional, tem
a forma de um gradiente que quando aplicado o rotacional vai a zero. Nao alterando os
resultados obtidos para os campos magneticos de ambas as configuracoes J =0, J0 6= 0 e
J 6= 0, J0 = 0. Mostrando assim que o gauge generalizado com violacao
(1 + 2θ2
)∂λA
λ + 2η2Dρα∂ρA
α − 2η2Dρα∂ρ∂
α∂λAλ = 0, (6.56)
e de fato consistente. Pois os campos eletricos e magneticos gerados sao os mesmos para
ambos os gauges.
71
7 Conclusao
Neste trabalho fizemos um breve estudo do setor de gauge, CPT-par, do Modelo Padrao
Estendido. Analisamos a causalidade e estabilidade da eletrodinamica CPT-par, com VL
em que substituımos o tensor (kF )κλµν pelo tensor simetrico Dνµ cuja a parametrizacao e
dada por Dνµ = (CνBµ + CµBν) /2. Usando a parametrizacao calculamos o propagador e
atraves dos polos do propagador obtemos as relacoes de dispersao para analisar a causali-
dade e estabilidade da teoria. Concluımos que o coeficiente de paridade par, Cα = (C0, 0) ,
Bα = (B0, 0) e estavel e causal apenas para C0B0 < 0 e menor que 1. O coeficiente de pa-
ridade par Cα = (0,C) , Bα = (0,B) , para ambas as relacoes de dispersao (3.16) e (3.18)
e os setores de paridade ımpar sera causal se algumas consideracoes forem satisfeitas.
No capıtulo 4, fizemos um estudo da teoria de Podolsky que e uma teoria de de-
rivadas superiores, que tem como objetivo eliminar as divergencias do eletromagnetismo.
Calculamos as equacoes de movimento, obtemos a solucao da funcao de Green para o
potencial escalar e vetorial. Mostramos que no limite em que o parametro de Podolsky
θ → 0 e no limite de grandes distancias, |r| → ∞, o potencial escalar reproduz o compor-
tamento puro coulombiano. Porem, no limite de pequenas distancias da fonte, |r| → 0,
obtemos uma resultado constante, A0 (r) = q4πMp, evidenciando que na eletrodinamica de
Podolsky os campos nao divergem nas proximidades das cargas pontuais. Analisamos a
estabilidade, causalidade e unitariedade da teoria atraves da relacao de dispersao obtida
dos polos do propagador, em que o calculo do propagador, foi realizado usando o gauge
de Lorentz. Mostramos que a teoria de Podolsky e estavel e causal. A unitariedade so e
satisfeita apenas para o modo sem massa. Para o modo massivo apresenta a nao unitari-
edade, o que e comum em teorias de derivadas superiores. Mostramos tambem o calculo
do propagador usando o gauge generalizado e vimos que, apesar do gauge modificado ser
o mais apropriado para tratar os aspectos de quantizacao desta teoria, nada modifica os
resultados de causalidade e unitariedade da teoria.
No capıtulo 5, estudamos teorias de derivadas superiores com violacao de lo-
rentz. Onde introduzimos o termo de violacao de Lorentz, η2∂σFσβ∂λF
λαDβα, na lagran-
geana de Podolsky e analisamos alguns casos. Vimos que para o caso D00 = −Dii, com D0i
= Dij = 0, em que o traco e dado por Tr (Dβα) = D00−Dii = 2D00, o termo de Violacao
7 Conclusao 72
de Lorentz reproduz o termo de Podolsky na lagrangeana. Surgindo alguns caminhos
para trabalhar a inclusao do termo de VSL em contextos de altas derivadas. Analisa-
mos para o caso em que o parametro de Podolsky e nulo para algumas configuracoes do
background. Para o coeficiente Cα = (C0, 0) , Bα = (B0, 0), a relacao de dispersao e nao
fısica levando a momentos imaginarios. Para o setor espacial anisotropico, o coeficiente
Cα = (0,C) , Bα = (0,B) com C,B paralelos, possui o problema de ser uma relacao tipo
Podolsky modificada pelo fator sin2 θC , com a desvantagem de ter o sinal do termo de
massa, 1/2η2 |C| |B| , negativo, que compromete a definicao da energia. Tanto a energia,
quanto a velocidade de grupo, so sao bem definidas quando p2 >(2η2 |C| |B| sin2 θC
)−1,
sendo este um cut-off mınimo da teoria. O problema maior e que esse cut-off depende
do angulo θC (do momento com o vetor de fundo). Como o momento da partıcula pode,
a princıpio, apontar em qualquer direcao, o cut-off nao e fixo, sendo este um problema,
obviamente, que descredencia a expressao (5.90) como uma relacao de dispersao fisica-
mente consistente. Numa tentativa de evitar este problema, tomamos os vetores B e C
sendo anti-paralelos, de modo que a relacao de dispersao e positivo-definida, mas pode
implicar em quebra da causalidade. Ainda para a configuracao Cµ = (0, Ci), Bµ = (0, Bi),
tomamos (C ·B) = 0 ou seja, B e C ortogonais implicando em Dii = 0 e Tr(Dµν) = 0.
Portanto, a configuracao Cµ = (0, Ci), Bµ = (0, Bi) , (C ·B) = 0, representa uma teoria
de altas derivadas que nao contem o termo de Podolsky. Para a causalidade, temos que
a velocidade de frente de onda e satisfeita (ufrente ≤ 1). Para que a velocidade de grupo
seja menor que um, deve valer (α3 |p|4−1) ≤√α3 |p|4 (α3 |p|4 + 1 + α1 |p|2), com α1 > 0.
Nesses criterios podemos dizer que e causal. Outros setores que tambem foram analisados,
sao os de paridade-ımpar e anisotropica, Cµ = (C0, 0), Bµ = (0, Bi) , em que embora ug
seja bem-definida em termos de valores reais, pode levar a valores maiores que 1, devido
a arbitrariedade do angulo θB, o que viola a causalidade.
Para a eletrodinamica de Podolsky (θ 6= 0) modificada por termo isotropico de
Violacao de Lorentz, obtemos duas relacoes de dispersao. Em que a primeira relacao de
dispersao e tipo Podolsky modificada, ja a segunda relacao(p2− = 1/θ2
)e tipo Podolsky
e as analises foram feitas no capıtulo 4. Para a relacao do tipo Podolsky modificada,
temos que a causalidade so sera assegurada (ug ≤ 1, ufrente ≤ 1) se o tensor de violacao
B0C0 < 0 e menor que 1.
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75
A A funcao de Green para o potencial
escalar e vetorial
A funcao de Green e uma excelente tecnica para resolver equacoes diferenciais nao ho-
mogeneas. Fazendo uso dessa ferramenta podemos obter a funcao de Green para o po-
tencial escalar e vetorial, em que a parte nao homogenea das equacoes representam as
fontes do campo eletrico e magnetico. Neste apendice sera mostrado o calculo da funcao
de Green para o potencial escalar e vetorial da teoria de Podolsky.
Na eletrodinamica de Podolsky, assim como ocorre na eletrodinamica de Maxwell
pura, o numero de graus de liberdade fısicos e menor que o numero de componentes do
campo de gauge, surgindo a necessidade de fixacao do calibre. Uma escolha possıvel e
covariante, seria o calibre de Lorentz, ∂αAα = 0, com o qual a equacao(
1 + θ2) (Aβ − ∂β∂αAα
)= jβ, (A.1)
recai em (1 + θ2
)Aβ = jβ. (A.2)
Partindo da eq. (A.2), encontramos as equacoes estacionarias para os potenciais escalar
e vetorial: (1− θ2∇2
) (∇2A0
)= −ρ, (A.3)(
1− θ2∇2) (
∇2Ai −∇ (∇ ·A))
= −ji. (A.4)
Na literatura especializada, ha um calibre especıfico para a eletrodinamica de Podolsky,
encontrado na Ref. [23], denominado de calibre de Coulomb generalizado,(1− θ2∇2
)(∇ ·A) = 0. (A.5)
Adotando-o, a eq. (A.4) assume a mesma forma diferencial da eq. (A.3):(1− θ2∇2
)∇2Ai = −ji. (A.6)
Tais equacoes podem ser solucionadas pelo tradicional metodo de Green, calculando-se a
funcao de Green G(r, r′) que satisfaz a equacao diferencial:(1− θ2∇2
)∇2G(r, r′) = δ3(r− r′). (A.7)
A A funcao de Green para o potencial escalar e vetorial 76
As solucoes procuradas sao genericamente dadas pelas integrais
A0 (r) = −∫G(r, r′)ρ (r′) d3r′, (A.8)
A (r) = −∫G(r, r′)j (r′) d3r′. (A.9)
Para encontrar a funcao de Green que satisfaz eq. (A.7), escrevemos:
G (R) =
∫d3p
(2π)3G (p) e−ip·R, δ3(R) =
∫d3p
(2π)3e−ip·R, (A.10)
onde R =(r− r′). Substitindo tais relacoes na eq. (A.7), encontramos
G (p) = − 1
(1 + θ2p2) p2, (A.11)
de modo que
G (R) = −∫
d3p
(2π)3e−ip·R
(1 + θ2p2) p2, (A.12)
G (R) = −∫
d3p
(2π)3
[1
p2− θ2
(1 + θ2p2)
]e−ip·R. (A.13)
Reescrevendo as integrais nas coordenadas esfericas d3p = p2dpsenαdαdφ, temos
G (R) = − 1
(2π)3
∫ 2π
0
dφ
∫ π
0
dα
∫ ∞0
p2dpsenα
(2π)3
[1
p2− θ2
(1 + θ2p2)
]e−ipR cosα. (A.14)
Separando as integrais e resolvendo para a primeira, temos
−∫
d3p
(2π)31
p2e−ip·R = − 1
(2π)2
∫ ∞0
dp
∫ π
0
senαe−ipR cosαdα. (A.15)
Resolvendo a integral em α ∫senαdαe−ipR cosα =
∫eipRudu, (A.16)
onde foi usado a seguinte mudanca de variaveis
u = − cosα→ du = senαdα,
obtemos:
−∫ −11
eipRudu = −[eipRu
ipR
]u=∓1
=−i(eipR − e−ipR
)pR
. (A.17)
Substituindo a integral em α na equacao (A.15), temos:
−∫
d3p
(2π)31
p2e−ip·R = − 1
(2π)2
∫ ∞0
i(eipR − e−ipR
)pR
dp =i
(2π)2R
∫ ∞0
(eipR − e−ipR
)p
dp.
(A.18)
A A funcao de Green para o potencial escalar e vetorial 77
Usando que∫∞−∞
eipR
p(2π)dp = i
2obtemos a solucao para a primeira integral dada por:
−∫
d3p
(2π)31
p2e−ip·R =
i
2 (2π)R
[∫ ∞−∞
eipR
(2π) pdp−
∫ ∞−∞
e−ipR
(2π) pdp
]=
ii
2 (2π)R= − 1
4πR.
(A.19)
Do mesmo modo podemos resolver para a segunda integral, dada por:
∫d3p
(2π)3θ2
(1 + θ2p2)e−ip·R =
θ2
(2π)3
∫ 2π
0
dφ
∫ ∞0
p2dp
(1 + θ2p2)
∫ π
0
dθsenθe−ipR cos θ, (A.20)
usando o resultado ja obtido da integral de α (A.17), temos:∫d3p
(2π)3θ2
(1 + θ2p2)e−ip·R = − iθ2
(2π)2R
[∫ ∞0
pdp
(1 + θ2p2)eipR −
∫ ∞0
pdp
(1 + θ2p2)e−ipR
].
(A.21)
Fazendo p→ −p∫d3p
(2π)3θ2
(1 + θ2p2)e−ip·R = − iθ2
(2π)2R
∫ ∞−∞
pdp
(1 + θ2p2)eipR, (A.22)
e escolhendo o contorno superior, temos que o polo da integral e dado por
p =i
θ.
Usando o Lema de Jordan e o teorema dos resıduos de Cauchy, podemos resolver a integral
(A.22) na seguinte forma:∫ ∞−∞
pdp
(1 + θ2p2)eipR = 2πi (res.f) (p) , (A.23)∫ ∞
−∞
pdp
(1 + θ2p2)eipR = 2πi
[limp→ i
θ
(p− i
θ
)peipR
θ2(p− i
θ
) (p + i
θ
)] , (A.24)
∫ ∞−∞
pdp
(1 + θ2p2)eipR = πi
e−Rθ
θ2. (A.25)
Logo a integral (A.22) assume a seguinte forma:∫d3p
(2π)3θ2
(1 + θ2p2)e−ip·R =
e−Rθ
4πR. (A.26)
Usando os resultados obtidos em (A.19) e (A.26), obtemos a funcao de Green para o
potencial escalar e vetorial dado por:
G (R) = − 1
4π
(1− e−R/θ
)R
. (A.27)
Fazendo o uso da funcao de Green (A.27), o potencial escalar e vetorial sao dados por:
A0 (r) =1
4π
∫1− e−Mp|r−r′|
|r− r′|ρ (r′) d3r′, (A.28)
A (r) =1
4π
∫1− e−Mp|r−r′|
|r− r′|j (r′) d3r′, (A.29)
A A funcao de Green para o potencial escalar e vetorial 78
onde Mp = 1/θ representa o fator de massa de Podolsky. Para uma carga pontual,
q (r′) = qδ3 (r′) , temos:
A0 (r) =q
4π
∫1− e−Mp|r−r′|
|r− r′|δ3 (r′) d3r′, (A.30)
A0 (r) =q
4π
1− e−Mp|r|
|r|. (A.31)
No limite θ → 0 ou Mp → ∞, a solucao (A.31) reproduz o comportamento puro cou-
lombiano. No limite de grandes distancias, |r| → ∞, a solucao (A.31) tambem reproduz
o comportamento puro coulombiano. Porem, no limite de pequenas distancias da fonte,
|r| → 0, temos e−Mp|r| ∼ (1−Mp |r|), e a eq. (A.31) leva ao resultado constante,
A0 (r) =q
4πMp, (A.32)
evidenciando que na eletrodinamica de Podolsky os campos nao divergem nas proximida-
des das cargas pontuais.
79
B Calculo do explıcito do propagador com
VL
A lagrangeana com altas derivadas incluindo o termo de violacao e dado por:
= −1
4FµνF
µν + θ2∂αFαβ∂λF
λβ + η2∂σF
σβ∂λFλαDβα +
1
2ξ(∂µA
µ)2 . (B.1)
Para obter o propagador de Feynman o primeiro passo e escrever a lagrangeana em termos
dos campos bilineares Aµ. Para a lagrangeana (B.1), temos:
=1
2Aν[Θµν + 2θ2
[2 Θνµ
]− 1
ξΩµν+
]Aµ+
1
2Aν[2η22Dνµ − 2η2∂µ∂
αDνα − 2η2∂ν∂σDσµ + 2η2∂ν∂µ∂
σ∂αDσα
]Aµ, (B.2)
=1
2AνOµνA
µ,
onde
Oµν =(+ 2θ22
)Θµν −
1
ξΩµν + 2η22Dνµ+
−2η2∂µ∂αDνα − 2η2∂ν∂
σDσµ + 2η2Ωµν∂σ∂αDσα. (B.3)
Usamos os projetores longitudinal e transversal dado por:
Ωβλ =∂β∂λ
, Θβλ = gβλ − Ωβλ.
Sabendo que o background de violacao Dνµ e simetrico, propomos a seguinte parame-
trizacao:
Dνµ =1
2(CνBµ + CµBν) . (B.4)
Fazendo uso da parametrizacao, o operador Oµν assume a forma
Oµν =(+ 2θ22
)Θµν +
(2η2ρκ− 1
ξ
)Ωµν + η22CνBµ+
+η22CµBν − η2κCν∂µ − η2κCµ∂ν − η2ρBν∂µ − η2ρBµ∂ν , (B.5)
B Calculo do explıcito do propagador com VL 80
onde foi feito κ = Bα∂α e ρ = Cα∂
α.
Uma vez obtida a lagrangeana na forma quadratica, temos que inverter o
operador Λµν , em que a sua inversa e o propagador procurado. Podemos propor a seguinte
forma para a inversa:
∆να = aΘν
α + bΩνα + cBα∂
ν + dCνBα + eCν∂α + fBν∂α + gCαBν + hCα∂
ν , (B.6)
que satisfaz a identidade
Oµν∆να = gµα,
Oµν∆να = Θµα + Ωµα. (B.7)
Substituindo o operador (B.5), (B.6) na identidade (B.7) e calculando todas as contracoes
obtemos dois novos elemento BµBα, CµCα. Temos que incluı-los no operador (B.6) para
fechar a algebra. Logo
∆να = aΘν
α + bΩνα + cBα∂
ν + dCνBα + eCν∂α+
+fBν∂α + gCαBν + hCα∂
ν + iBνBα + jCνCα. (B.8)
Vemos que estes operadores satisfazem uma algebra fechada:
Θνα Ων
α Bα∂ν CνBα
Θµν Θµα 0 0 CµBα − ρBα∂µ
Ωµν 0 Ωµα Bα∂µρBα∂µ
Bν∂µ Bα∂µ − κΩµα κΩµα κBα∂µ (C ·B)Bα∂µ
CµBν CµBα − κCµ∂α
κCµ∂α κCµBα (C ·B)CµBα
Cµ∂ν 0 Cµ∂α CµBα ρCµBα
Bµ∂ν 0 Bµ∂α BµBα ρBµBα
CνBµ CαBµ − ρBµ∂α
ρBµ∂α ρBµBα C2BµBα
Cν∂µ Cα∂µ − ρΩµα ρΩµα ρBα∂µ C2Bα∂µ
BµBν BµBα − ηBµ∂α
κBµ∂α κBµBα (C ·B)BµBα
CµCν CµCα − ρCµ∂α
ρCµ∂α ρCµBα C2CµBα
B Calculo do explıcito do propagador com VL 81
Cν∂α Bν∂α CαBν
Θµν Cµ∂α − ρΩµα Bµ∂α − κΩµα CαBµ − κCα∂µ
Ωµν ρΩµα κΩµακCα∂µ
Bν∂µ (C ·B) Ωµα B2Ωµα B2Cα∂µ
CµBν (C ·B)Cµ∂α B2Cµ∂α B2CµCα
Cµ∂ν ρCµ∂α κCµ∂α κCµCα
Bµ∂ν ρBµ∂α κBµ∂α κCαBµ
CνBµ C2Bµ∂α (C ·B)Bµ∂α (C ·B)CαBµ
Cν∂µ C2Ωµα (C ·B) Ωµα (C ·B)Cα∂µ
BµBν (C ·B)Bµ∂α B2Bµ∂α B2CαBµ
CµCν C2Cµ∂α (C ·B)Cµ∂α (C ·B)CµCα
Cα∂ν BνBα CνCα
Θµν 0 BµBα − κBα∂µ CµCα − ρ
Cα∂µ
Ωµν Cα∂µκBα∂µ
ρCα∂µ
Bν∂µ κCα∂µ B2Bα∂µ (C ·B)Cα∂µ
CµBν κCµCα B2CµBα (C ·B)CµCα
Cµ∂ν CµCα κCµBα ρCµCα
Bµ∂ν CαBµ κBµBα ρCαBµ
CνBµ ρCαBµ (C ·B)BµBα C2CαBµ
Cν∂µ ρCα∂µ (C ·B)Bα∂µ C2Cα∂µ
BµBν κCαBµ B2BµBα (C ·B)CαBµ
CµCν ρCµCα (C ·B)CµBα C2CµCα
Uma vez a algebra fechada, daremos continuidade ao calculo do propagador. A expressao
Λµν (Λ−1)να = Θµα + Ωµα implica em fazer:
a(+ 2θ22
)Θµα
+d(+ 2θ22
) (CµBα −
ρ
Bα∂µ
)+ e
(+ 2θ22
)(Cµ∂α − ρΩµα)
+f(+ 2θ22
)(Bµ∂α − κΩµα) + g
(+ 2θ22
) (CαBµ −
κ
Cα∂µ
)+i(+ 2θ22
) (BµBα −
κ
Bα∂µ
)+ j
(+ 2θ22
) (CµCα −
ρ
Cα∂µ
)+
B Calculo do explıcito do propagador com VL 82
b
(2η2ρκ− 1
ξ
)Ωµα + c
(2η2ρκ− 1
ξ
)Bα∂µ
+d
(2η2ρκ− 1
ξ
)ρ
Bα∂µ + e
(2η2ρκ− 1
ξ
)ρΩµα
+f
(2η2ρκ− 1
ξ
)κΩµα + g
(2η2ρκ− 1
ξ
)κ
Cα∂µ + h
(2η2ρκ− 1
ξ
)Cα∂µ
+i
(2η2ρκ− 1
ξ
)κ
Bα∂µ + j
(2η2ρκ− 1
ξ
)ρ
Cα∂µ+
aη22(CαBµ −
ρ
Bµ∂α
)+ bη22 ρ
Bµ∂α + cη22ρBµBα
+dη22C2BµBα + eη22C2Bµ∂α + fη22 (C ·B)Bµ∂α
gη22 (C ·B)CαBµ + hη22ρCαBµ + iη22 (C ·B)BµBα + jη22C2CαBµ+
aη22(CµBα −
κ
Cµ∂α
)+ bη22 κ
Cµ∂α + cη22κCµBα
+dη22 (C ·B)CµBα + eη22 (C ·B)Cµ∂α + fη22B2Cµ∂α
+gη22B2CµCα + hη22κCµCα + iη22B2CµBα + jη22 (C ·B)CµCα+
−aη2κ (Cα∂µ − ρΩµα)− bη2κρΩµα − cη2κρBα∂µ
−dη2κC2Bα∂µ − eη2κC2Ωµα − fη2κ (C ·B) Ωµα
−gη2κ (C ·B)Cα∂µ − hη2κρCα∂µ − iη2κ (C ·B)Bα∂µ − jη2κC2Cα∂µ+
−bη2κCµ∂α − cη2κCµBα
−dη2κρCµBα − eη2κρCµ∂α − fη2κκCµ∂α
−gη2κκCµCα − hη2κCµCα − iη2κκCµBα − jη2κρCµCα+
−aη2ρ (Bα∂µ − κΩµα)− bη2ρκΩµα − cη2ρκBα∂µ
−dη2ρ (C ·B)Bα∂µ − eη2ρ (C ·B) Ωµα − fη2ρB2Ωµα
−gη2ρB2Cα∂µ − hη2ρκCα∂µ − iη2ρB2Bα∂µ − jη2ρ (C ·B)Cα∂µ+
B Calculo do explıcito do propagador com VL 83
−bη2ρBµ∂α − cη2ρBµBα − dη2ρρBµBα
−eη2ρρBµ∂α − fη2ρκBµ∂α − gη2ρκCαBµ
−hη2ρCαBµ − iη2ρκBµBα − jη2ρρCαBµ = Θµα + Ωµα.
Obtemos um sistema de dez equacoes dadas por:
Para Θµα :
a(+ 2θ22
)Θµα = Θµα,
a =1
(+ 2θ22 )→ a =
1
(1 + 2θ2 ). (B.9)
Para Ωµα :
−e(+ 2θ22
)ρΩµα + e
(2η2ρκ− 1
ξ
)ρΩµα − eη2κC2Ωµα+
−eη2ρ (C ·B) Ωµα + b
(2η2ρκ− 1
ξ
)Ωµα − bη2κρΩµα − bη2ρκΩµα+
+f
(2η2ρκ− 1
ξ
)κΩµα − f
(+ 2θ22
)κΩµα − fη2κ (C ·B) Ωµα+
−fη2ρB2Ωµα + aη2ρκΩµα + aη2κρΩµα = Ωµα. (B.10)
Para Bµ∂α :
f(+ 2θ22
)(Bµ∂α)− aη22 ρ
Bµ∂α + bη22 ρ
Bµ∂α+
+eη22C2Bµ∂α + fη22 (C ·B)Bµ∂α − bη2ρBµ∂α+
−eη2ρ2Bµ∂α − fη2ρκBµ∂α = 0. (B.11)
Para Cµ∂α
e(+ 2θ22
)(Cµ∂α)− aη22 κ
Cµ∂α + bη22 κ
Cµ∂α+
+eη22 (C ·B)Cµ∂α + fη22B2Cµ∂α − bη2κCµ∂α+
−eη2κρCµ∂α − fη2κκCµ∂α = 0. (B.12)
B Calculo do explıcito do propagador com VL 84
Para BµBα
I(+ 2θ22
)(BµBα) + cη22ρBµBα + dη22C2BµBα + Iη22 (C ·B)BµBα
−cη2ρBµBα − dη2ρρBµBα − Iη2ρκBµBα = 0. (B.13)
Para CµBα
d(+ 2θ22
)CµBα + aη22 (CµBα) + cη22κCµBα + dη22 (C ·B)CµBα+
+Iη22B2CµBα − cη22κCµBα − dη2κρCµBα − Iη2κκCµBα = 0. (B.14)
Para Bα∂µ
−d(+ 2θ22
) ρBα∂µ − I
(+ 2θ22
) κBα∂µ + c
(2η2ρκ− 1
ξ
)Bα∂µ+
+d
(2η2ρκ− 1
ξ
)ρ
Bα∂µ + I
(2η2ρκ− 1
ξ
)κ
Bα∂µ − aη2ρ (Bα∂µ) +
−cη2ρκBα∂µ − dη2ρ (C ·B)Bα∂µ − Iη2ρB2Bα∂µ − cη2κρBα∂µ
−dη2κC2Bα∂µ − Iη2κ (C ·B)Bα∂µ = 0. (B.15)
Para CµCα
j(+ 2θ22
)+ jη22 (C ·B)− jη2κρ+ hη22κ
+gη22B2 − gη2κκ− hη2κ = 0. (B.16)
Para CαBµ
g(+ 2θ22
)(CαBµ) + aη22 (CαBµ) + gη22 (C ·B)CαBµ + hη22ρCαBµ+
+jη22C2CαBµ − gη2ρκCαBµ − hη2ρCαBµ − jη2ρρCαBµ = 0. (B.17)
Para Cα∂µ
B Calculo do explıcito do propagador com VL 85
−g(+ 2θ22
) κCα∂µ − j
(+ 2θ22
) ρCα∂µ + g
(2η2ρκ− 1
ξ
)κ
Cα∂µ+
+h
(2η2ρκ− 1
ξ
)Cα∂µ + j
(2η2ρκ− 1
ξ
)ρ
Cα∂µ+
−gη2ρB2Cα∂µ − hη2ρκCα∂µ − jη2ρ (C ·B)Cα∂µ+
−aη2κ (Cα∂µ)− gη2κ (C ·B)Cα∂µ − hη2κρCα∂µ − jη2κC2Cα∂µ = 0. (B.18)
A solucao deste sistema fornece os seguintes valores:
a =1
(1 + 2θ2 ), c = f =
κη4 (C2 − ρ2)− η2ρΠ
Γ (1 + 2θ2 ), (B.19)
b = − ξ
+η2(−η2ρ2 (B2 − κ2)− η2κ2 (C2 − ρ2) + 2ρκΠ)
Γ (1 + 2θ2 ), (B.20)
d = g =η2Π
(1 + 2θ2 ) Γ, e = h = η2
[η2ρ (B2 − κ2)− Πκ]
Γ (1 + 2θ2 ), (B.21)
I = −η4 (C2 − ρ2)
Γ (1 + 2θ2 ), j = −η
4 (B2 − κ2)Γ (1 + 2θ2 )
. (B.22)
onde valem as definicoes:
Γ =[η2(C2 − ρ2
)η2(B2 − κ2
)− Π2
], (B.23)
Π =(1 + 2θ2+ η2 (C ·B)− η2ρκ
), (B.24)
Substituindo todos os valores para a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, o operador (B.8) assume a forma
∆να =
1
(1 + 2θ2 ) Γ
[ΓΘν
α +(−ξ(1 + 2θ2
)Γ + b′
)Ωνα + F (Bα∂
ν +Bν∂α) +
+η2Π (CνBα + CαBν) +H (Cν∂α + Cα∂
ν) +
−η4(C2 − ρ2
) BνBα − η4
(B2 − κ2
)CνCα
]. (B.25)
O propagador de Feynman do campo de gauge no espaco dos momentos e definido como
〈AνAα〉 = − i
p2 (1− 2θ2p2 ) Γ (p)
[Γ (p) Θνα +
(b′ − ξ
(1− 2θ2p2
)Γ)
Ωνα +
−iF (p) (Bαpν +Bνpα)− η2p2Π (p) (CνBα + CαBν)− iH (p) (Cνpα + Cαpν) +
η4p2((C · p)2 − p2C2
)BνBα + η4p2
((B · p)2 − p2B2
)CνCα
], (B.26)
B Calculo do explıcito do propagador com VL 86
onde
b′ = η2(η2 (C · p)2((B · p)2 − p2B2
)+
+η2 (B · p)2((C · p)2 − p2C2
)− 2 (C · p) (B · p) Π(p), (B.27)
F (p) = iη2Π (p) (C · p)− iη4 (B · p)((C · p)2 − p2C2
), (B.28)
H (p) = iη2 (B · p) Π− iη4 (C · p)((B · p)2 − p2B2
), (B.29)
Γ(p) =[η2((C · p)2 − p2C2
)η2((B · p)2 − p2B2
)− Π2
], (B.30)
Π(p) =(1− 2θ2p2 − η2p2 (C ·B) + η2 (C · p) (B · p)
). (B.31)
87
A Relacao de dispersao em termos do tensor
Dµν
Para escrever a relacao de dispersao
η4(p2C2 − (C · p)2
) (p2B2 − (B · p)2
)= (A.1)
η4(p4C2B2 − p2C2 (B · p)2 − p2 (C · p)2B2 + (C · p)2 (B · p)2
), (A.2)
em termos do tensor Dµν , escrevemos os elementos:
Dνν =
1
2(CνB
ν + CνBν) = (C ·B) , (A.3)
Dνµpν =
1
2(CνBµ + CµBν) p
ν =1
2[(C · p)Bµ + (B · p)Cµ], (A.4)
Dνµpνpµ = (C · p) (B · p) , (A.5)
DνµDνµ =
1
2C2B2 + (Dν
ν)2 , (A.6)
C2B2 = 2DνµDνµ − (Dν
ν)2 , (A.7)
DνµDµαpνpα =
1
4[2(C · p)(B · p) (C ·B) + (B · p)2C2 + (C · p)2B2]. (A.8)
Assim, temos:
DνµDµαpνpα =
1
4[2 (Dνµp
νpµ)Dαα + (B · p)2C2 + (C · p)2B2], (A.9)
(B · p)2C2 + (C · p)2B2 = 4DνµDµαpνpα − 2 (Dνµp
νpµ)Dαα. (A.10)
Substituindo todos esses elementos na expressao (A.1), encontramos:
η4[2p4DνµDνµ − p4 (Dν
ν)2 − 4p2DνµDµαpνpα + 2p2 (Dνµp
νpµ)Dαα + (Dνµp
νpµ)2]
=(1− 2θ2p2 − η2p2 (Dν
ν) + η2 (Dνµpνpµ)
)2. (A.11)
Por inspecao, podemos verificar a situacao em Dνµ reduz-se a componente D00. Neste
caso, temos:
η4[p4D200 − 2D00D
00p20p2 +D2
00
(p0)4
] =(1− 2θ2p2 − η2p2
(D0
0
)+ η2
(D00p
20
) )2,
η4[p4D200 −D2
00p40 + 2D2
00p20p
2] =(1− 2θ2p2 + η2p2
(D0
0
) )2,