ELETROCONVULSOTERAPIA ECT · INTRODUÇÃO A eletroconvulsoterapia (ECT) consiste na indução...

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ELETROCONVULSOTERAPIA(ECT) PROF . JOÃO GREGÓRIO NETO

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ELETROCONVULSOTERAPIA(ECT)

PROF. JOÃO GREGÓRIO NETO

INTRODUÇÃO

A eletroconvulsoterapia (ECT) consiste na indução

controlada de crises com finalidade terapêutica .

É um dos tratamentos biológicos mais utilizados em

psiquiatria.

O uso da eletroconvulsoterapia tem gerado muita

controvérsia, mas hoje ela é considerada um tratamento

atual e seguro.

Os profissionais da área e familiares que antes

combatiam o uso da ECT, hoje procuram o tratamento

expressando a aceitação.

HISTÓRICO

Foi Joseph Von Meduna neuropsiquiatra Húngaro, o

primeiro a induzir convulsões com finalidade

terapêutica;

Utilizando cânfora (planta utilizada para fabricação de

incenso e medicamentos);

Em 1934 induziu uma série de convulsões em

pacientes com quadros esquizofrênicos dos 26

tratados 10 apresentaram recuperação completa.

HISTÓRICO

Movimentos “antipsiquiátricos” e sensacionalismo dos

meios de comunicação criaram uma imagem negativa

e estigmatizada desse tratamento;

Visto como ultrapassado, cruel e desumano;

Intervenção terapêutica mais polêmica da história;

Criação de leis proibindo o seu uso nos EUA e alguns

países.

MECANISMOS DE AÇÃO

A ECT consiste na indução de uma crise

convulsiva pelo uso de corrente elétrica ;

Apesar dos benefícios para o paciente, o

mecanismo de ação ainda não é totalmente

conhecido;

INDICAÇÕES

A ECT é um tratamento eficaz e seguro, desde

que indicado com critérios definidos ;

Depressão grave com risco de suicídio;

Psicoses agudas acompanhadas de delírios e

alucinações;

Esquizofrenia catatônica (pessoa fica parada,

quieta e muda);

CONTRA-INDICAÇÕES

Não há contra-indicação absoluta para ECT;

Lesões cerebrais expansivas;

Aneurisma ou má-formação vascular;

Doença coronária crônica;

Hipertensão arterial não controlada;

Hipertensão intracraniana;

Glaucoma;

Deslocamento de retina;

Acidente vascular recente;

Luxação e subluxação cervical;

Contra-indicações de uso anestésico;

CONTRA-INDICAÇÕES

Não há contra indicação durante a gravidez,

exige-se uma avaliação clinica, principalmente

no terceiro trimestre da gestação.

ATENÇÃO ESPECIAL

Uso de marca-passo cardíaco;

Arritmias;

Osteoporose e doenças ósseas;

Hipertensão arterial sistêmica;

Doença pulmonar;

Diabetes.

NÚMERO E FREQÜÊNCIA

O número total de aplicações da ECT varia de

acordo com o quadro clínico e do critério

médico.

Em geral vai de 6 a 12, podendo chegar a 20

sessões.

Sessões variam de 2 a 3 por semana, em dias

alternados, para uma melhor recuperação

cognitiva;

Em alguns casos é necessário tratamento de

manutenção em intervalos semanais,

diminuindo as aplicações.

EQUIPE BÁSICA

Psiquiatra;

Anestesista;

Clínico;

Enfermeiro;

Psicólogo;

Auxiliar de enfermagem.

Indicação de ser realizado no Centro Cirúrgico.

AVALIAÇÃO PRÉ-TRATAMENTO

O cliente deve ser submetido a avaliação clinica

completa;

Avaliação neurológica;

Avaliação psiquiátrica;

Avaliação odontológica;

Exames laboratoriais;

Hemograma completo;

Glicemia de jejum;

Raio x de tórax;

Eletrocardiograma;

Hormônios tireoideanos.

EQUIPAMENTO DE TRATAMENTO

Aparelhos de ECT e de eletrocardiograma(ECG)

com monitores;

Oxímetro;

Aspirador;

Material completo para atender a uma parada

cardiorespiratória;

Desfibrilador;

Cardioscópio;

Material para entubação;

Sala de recuperação anestésica.

TÉCNICA

Pode ser estimulada por diferentes ondas

elétricas;

Semelhante com os sinais elétricos endógenos

do cérebro;

A voltagem deve ser ajustada de acordo com

cada cliente;

Oscila entre 70 e 110v, quanto menor a voltagem

maior a preservação da memória.

COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS

Bilateral: colocado frontotemporalmente;

Unilateral: um eletrodo estimulador é colocado na

região frontotemporal não dominante, geralmente á

direita

DURAÇÃO DA CRISE

20 segundos para resposta motora;

25 segundos para resposta eletroencefalográfica;

O início da convulsão deve ocorrer entre 20 e 40

segundos após a aplicação;

Caso a crise não ocorra, o médico deve fazer uma

nova aplicação.

REAÇÕES ADVERSAS

Confusão mental passageira;

Cefaléia;

Dores musculares;

Náuseas;

Sonolência.

CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (

observado rigorosamente);

A compreensão do conteúdo tanto pelo cliente

quanto pela família ou responsável;

Se o cliente puder assinar, um responsável

deve assinalá-lo;

Realizar avaliação clínica;

Os procedimentos anestésicos de acordo com

Lei n.1640/2002 do Conselho Federal de

Medicina.

INTERVENÇÕES ANTES DO

TRATAMENTO

Preparar o cliente e família sobre o tratamento;

Distribuir um folder para o cliente e seus familiares

para esclarecer dúvidas, mitos e receios;

O modo de orientação do enfermeiro influencia na

aceitação do tratamento;

Conhecer previamente o tratamento e os

profissionais envolvidos;

Minimizar o medo.

INTERVENÇÕES ANTES DO TRATAMENTO

Orientar a necessidade do jejum;

Orientar não usar maquiagem nem esmalte;

Ter os cabelos limpos e secos;

Usar roupas confortáveis;

Necessidade de um acompanhante adulto.

PRIMEIRA APLICAÇÃO

Certificar-se da assinatura do termo de Livre

Consentimento;

Esclarecer as dúvidas sobre o tratamento;

Oferecer apoio para que eles sintam segurança;

Informar-se sobre comportamento do cliente;

Registrar o comportamento do cliente;

Assegurar o jejum e mantê-lo assim até sua

recuperação anestésica evitando refluxo, vômito

e possível risco de aspiração.

PRIMEIRA APLICAÇÃO

Conduzi-lo ao sanitário,pois o tratamento provoca

relaxamento dos esfíncteres anal e uretral;

Não ingerir água nesse momento;

Vestir roupas confortáveis;

Retirar óculos, lentes de contato, prótese

ocular,auditiva e dentária;

Verificar sinais vitais;

Se houver alterações discutir com a equipe de

ECT sobre a realização da sessão.

DURANTE A TRATAMENTO

Auxiliar o anestesista (puncionando veia, aspirando

vias aéreas);

Instalar no cliente eletrodos do ECG;

Colocar o manguito desinsuflado para monitorar a

pressão arterial;

Instalar o oxímetro para saturação do oxigênio;

DURANTE TRATAMENTO

Colocar o protetor das arcadas dentárias;

Observar e registrar no prontuário o tipo de crise,

duração e intercorrências;

Ficar atento aos parâmetros vitais até a sua

normalização;

Retirar o scalp;

RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

Manter paciente em decúbito lateral, para evitar

broncoaspiração;

Aferir sinais vitais;

Ouvir queixas do cliente sendo as mais comum

cefaléia;

Indicado permanecer ao lado do cliente até que

este esteja desperto;