Eletricidade ELE
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1
MARINHA DO BRASIL
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS
ENSINO PROFISSIONAL MARTIMO
ELETRICIDADE
(ELE)
1 edio
Belm-PA
2009
-
2
' 2009 direitos reservados Diretoria de Portos e Costas
Autor : Raimundo Jorge Felipe Atade
Reviso Pedaggica: Erika Ferreira Pinheiro Guimares Suzana
Reviso Ortogrfica : Esmaelino Neves de Farias
Digitao/Diagramao : Roberto Ramos Smith
Coordenao Geral : CC Maurcio Cezar Josino de Castro e Souza
____________ exemplares
Diretoria de Portos e Costas
Rua Tefilo Otoni, n o 4 Centro
Rio de Janeiro, RJ
20090-070
http://www.dpc.mar.mil.br
Depsito legal na Biblioteca Nacional conforme Decr eto no 1825, de 20 de dezembro de 1907
IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL
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3
APRESENTAO ...................................... ........................................................ 6
1. MAGNETISMO ............................................................................................... 7
1.1-natureza do magnetismo .......................................................................... 7
1.2- comportamento dos materiais quanto ao magnetismo ............................ 8
1.3- polaridade de um m ......................... ..................................................... 9
1.4- linhas de fora de um m .................... ................................................. 11
1.5- ims naturais e artificiais .................. ..................................................... 12
1.6- campo magntico .................................................................................. 12
1.7- obteno de ims artificiais ................. .................................................. 14
1.8- classificao dos materiais magnticos ....... .......................................... 15
1.9- fluxo magntico ..................................................................................... 16
1.10- permeabilidade magntica ................................................................... 18
1.11- blindagem magntica ........................................................................... 18
1.12- curva de histerese ............................................................................... 19
2. LEIS DA ELETRICIDADE............................................................................. 21
2.1- Lei de Faraday- induo magntica ............ .......................................... 21
2.2 - Lei de Lenz ........................................................................................... 23
2.3 - motor elementar ................................................................................... 24
2.4- gerador elementar de corrente contnua ................................................ 27
2.5 - gerador elementar de corrente alternada ............................................. 28
2.6- correntes parasitas ou de Foulcault. ...................................................... 30
3. CONCEITOS DE CIRCUITOS ..................................................................... 32
3.1- corrente eltrica ..................................................................................... 32
3.2- intensidade de corrente eltrica ............................................................. 33
3.3- condutores e isolantes ........................................................................... 33
3.4- tenso eltrica ou diferena de potencial .... .......................................... 34
3.5- analogia com a hidrosttica ................................................................... 36
3.6- resistncia eltrica- condutncia ........................................................... 38
3.7- fatores que influenciam no valor da resistncia eltrica ........................ 41
3.8- associao de resistores ..................... .................................................. 42
3.9- resistores em srie ................................................................................ 42
3.10- resistores em paralelo ......................................................................... 44
3.11- divisores de tenso e divisores de corrente . ........................................ 45
3.12- leis de Kirchhoff .................................................................................. 47
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4
3.13- indutncia .................................. .......................................................... 50
3.14- associao de indutores ..................... ................................................. 52
3.15- capacitncia ................................ ......................................................... 53
3.16- associao de capacitores ................... ............................................... 56
4. CARACTERSTICAS DA AC ........................................................................ 58
4.1- Frequncia da tenso AC ...................................................................... 58
4.2- fase ........................................................................................................ 59
4.3- diferena de fases ........................... ...................................................... 60
4.4- perodo de uma tenso AC ..................... ............................................... 62
4.5- valor de pico de uma tenso ou corrente AC ... ...................................... 62
4.6- valor mdio de uma tenso ou corrente AC .......................................... 64
4.7- valor eficaz de uma tenso ou corrente AC .... ....................................... 65
5 .CORRENTE E TENSO SENOIDAIS-IMPEDNCIA COMPLEXA ............. 67
5.1- Representao fasorial ....................... ................................................... 67
5.2- circuito resistivo em CA ......................................................................... 67
5.3- circuito indutivo em CA .......................................................................... 69
5.4- circuito capacitivo em CA ...................................................................... 71
5.5- impedncia ................................... ......................................................... 73
5.6- circuitos de CA ...................................................................................... 73
5.7- teorema da mxima transferncia de potncia ...................................... 76
6. POTNCIA E CORREO DO FATOR DE POTNCIA ....... ...................... 77
6.1- Potncia Ativa ........................................................................................ 77
6.2- potncia reativa ..................................................................................... 79
6.3- potncia aparente .................................................................................. 82
6.4- tringulo de potncias............................................................................ 83
6.5- correo do fator de potncia ............................................................... 86
7.SISTEMAS TRIF`SICOS ............................. ................................................. 89
7.1- Vantagens do sistema trifsico sobre o monofsico .............................. 89
7.2- o gerador de corrente alternada trifsica ............................................... 90
7.3- sequncias de fases em um sistema trifsico ....................................... 92
7.4- ligaes estrela(Y) e tringulo ( ) em alternadores trifsicos ................ 94
7.5- parmetros de circuitos trifsicos .......................................................... 97
8.TRANSFORMADORES............................................................................... 100
8.1- Aplicaes de transformadores ................ ........................................... 100
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5
8.2- transformador monofsico ................................................................... 100
8.3- transformador elementar ..................................................................... 100
8.4- funcionamento do transformador ......................................................... 101
8.4- perdas no transformador ..................................................................... 103
8.6- transformadores trifsicos ................................................................... 105
8.7- aspectos construtivos .......................................................................... 106
8.8- polarizao dos transformadores .............. .......................................... 109
8.9- tipos de Ligaes de um transformador trifsico ................................. 111
8.10- placa de identificao de um transformador tr ifsico ......................... 113
8.11- autotransformadores.......................................................................... 114
8.12-transformador de potencial ................................................................. 115
8.13-transformador de corrente .................................................................. 116
REFERNCIAS ....................................... ....................................................... 118
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6
APRESENTAO
Este trabalho tem como objetivo dar ao futuro Capito Fluvial os
conhecimentos bsicos para que entenda o funcionamento dos equipamentos
e componentes eltricos de uma embarcao fluvial.
Na unidade de ensino 1, estudaremos o magnetismo, conheceremos sua
natureza, propriedades e aplicaes prticas. Na un idade de ensino 2, sero
abordadas a Lei de Faraday e Lei de Lenz, que so o princpio de
funcionamento das mquinas eltricas estticas e dinmicas, com ampla
aplicao martima.
Os elementos bsicos de circuitos eltricos sero estudados na unidade
de ensino 3. A corrente alternada, com seus parmet ros e conceitos, ser
analisada nas unidades de ensino 4, 5 e 6.
Na unidade de ensino 7, estudaremos os conceitos de circuitos trifsicos,
abordando o princpio de funcionamento dos alternadores ou geradores
sncronos, que so as fontes de energia eltrica a bordo de embarcaes
fluviais. A unidade de ensino 8 dedicada ao estudo das mquinas eltricas
estticas ou transformadores.
Esperamos, com isso, que o objetivo deste trabalho seja alcanado, para
que voc adquira as habilidades necessrias ao desempenho da funo que ir
exercer, com proficincia e vontade marinheira.
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7
1. MAGNETISMO
Este assunto de fundamental importncia, pois no sistema eltrico de
um navio e de qualquer outra natureza, os conceitos que sero apresentados
so aplicados na quase totalidade dos dispositivos e equipamentos
empregados.
Os motores eltricos, geradores, transformadores, rels, lmpadas
fluorescentes, e outros equipamentos no existiriam se no houvesse o
conhecimento das propriedades caractersticas dos campos e das substncias
magnticas, ou magnetismo.
1.1- natureza do magnetismo
A descoberta do magnetismo deve-se existncia de um minrio de
ferro, a magnetita, ver fig. 1.1, que possui a propriedade de atrair objetos de
ferro.
Tal minrio foi encontrado na Magnsia, cidade da antiga Ldia, na `sia
Menor. Somente sculos depois o magnetismo comeou a ser estudado, sendo
estabelecidos fatos e desenvolvidas teorias para explic-lo.
Sabe-se hoje que, alm do ferro, o cobalto, o nquel, determinadas ligas
desses metais e o xido salino de ferro tambm so atrados pela magnetita,
por isto denominada de im natural .
Fig. 1.1
Fonte:www.explorandomexico.com.mx
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8
1.2- comportamento dos materiais quanto ao magnetis mo
D-se o nome de m aos materiais industrializados ou no, originados
da magnetita ou no, que possuem propriedades magnticas. Mas de onde
vem essa propriedade magntica? Como ela surge em um material?
Essa fora ou propriedade origina-se na est rutura molecular do material.
Quando as molculas do material esto alinhadas aleatoriamente, ou seja, com
os domnios magnticos desalinhados, este no possui propriedades
magnticas( fig. 1.2-a). Quando os domnios magnticos esto alinhados em
uma nica direo e sentido, esse material possui propriedades magnticas(fig.
1.2-b).
Fig. 1.2-a
Fonte:ciencia.hsw.uol.com.br
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9
Fig. 1.2-b
Fonte: ciencia.hsw.uol.com.br
1.3- polaridade de um m
Um m possui dois polos: o polo norte e o polo s ul. No importa em
quantas partes esse material seja dividido. At a ltima molcula, um pedao
continuar com dois polos (fig. 1.3-a). A nomenclatura dos polos foi estipulada
considerando que um dos lados de um m sempre apon ta para o Polo Norte
Terrestre.
Fig. 1.3-a
Fonte: rbrebello.files.wordpress.com
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10
Este fato levou o cientista ingls Willian Gilbert a publicar seus primeiros
trabalhos, afirmando que a Terra comportava-se como um gigantesco
m(fig.1.3-b).
Fig. 1.3-b
.Fonte:rbrebello.files.wordpress.com
Um m, na presena de outro, poder se comportar de duas maneiras:
exercendo uma fora de atrao ou uma fora de repu lso. Se os polos Norte
de dois ms so aproximados, haver uma fora de r epulso. De igual modo,
se os polos sul so aproximados, tambm haver uma fora de repulso
Quando polos opostos dos ms so aproximado s, ocorre uma fora de
atrao( fig. 1.3-c).
FIG.1.3-c.
.Fonte:rbrebello.files.wordpress.com
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11
1.4- linhas de fora de um m
O fenmeno da atrao ou repulso estudado no item anterior
acontece devido ao encontro ou desencontro das linhas de fora do campo
magntico ao redor dos ms. As linhas de fora seg uem do polo Norte para o
Sul de um m de maneira tridimensional, isto , ao redor de todo o corpo do
m (fig. 1.4-a).
Fig.1.4-a
Fonte: www.scielo.br
As linhas de fora so invisveis, mas um p equeno ensaio pode possibilitar
a visualizao de seu percurso. Com uma folha de pa pel, um m e um pouco
de limalha de ferro possvel observar a presena das linhas de fora em torno
do m. Mantenha o m embaixo da folha com os polo s na horizontal, espalhe
uma pequena quantidade de limalha sobre a folha ao redor do m, a partir das
suas extremidades. A limalha ir se alinhar sob orientao das linhas de fora
do campo magntico do m (fig. 1.4-b).
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12
Fig. 1.4-b.
Fonte: www.scielo.br
1.5- ims naturais e artificiais
Os ms naturais so minrios que manifestam as pro priedades
relacionadas com o magnetismo, ou seja, atraem metais tais como ferro,
nquel, cobalto etc., sendo eles basicamente compostos por xido de ferro
(ferro combinado com oxignio) como, por exemplo a, magnetita.
Os ms artificiais podem ser obtidos quand o esfregamos determinados
materiais chamados imantveis como, por exemplo, o ao, ou ainda, quando
submetemos estes materiais a processos especiais de magnetizao, como
veremos adiante. Portanto, os ms artificiais tm seu magnetismo adquirido
por processos artificiais.
1.6- campo magntico
Os pontos do espao que so afetados quando submeti dos influncia de
um corpo magnetizado, ou seja, os pontos do espao nos quais existe uma
influncia magntica, se dizem sob a ao de um campo magntico . Atravs
das linhas de fora podemos representar os campos m agnticos dos diversos
corpos imantados.
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Cada ponto de um campo magntico caracterizado por um vetor B
denominado vetor induo magntica ou vetor campo m agntico, sempre
tangente s linhas de campo e no mesmo sentido dela s. A figura 1.6-a ilustra a
configurao do campo magntico de um solenide, e a figura 1.6-b, a de um
m em forma de ferradura.
Fig. 1.6-a
Fonte: profs.ccems.pt
Fig. 1.6-b
Fonte: efisica.if.usp.br
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1.7- obteno de ims artificiais
O processo de magnetizao consiste em transformar um material no
magntico em um m permanente. Para que ocorra a magnetizao
permanente devemos mudar a orientao aleatria dos domnios magnticos
de um corpo para uma orientao ordenada. Isto sign ifica dizer que quanto
maior o nmero de domnios apontando no mesmo sentido, ou, pelo menos, de
componentes deles, maior a intensidade do campo magntico gerado pelo
m.
Na prtica, para magnetizar um corpo necessrio que ele seja imerso
em um campo magntico muito intenso. Nesse caso, a maioria dos domnios
magnticos dos materiais orientada em uma direo preferencial. Caso estas
modificaes internas se tornarem definitivas, tere mos um m permanente
capaz de gerar seu prprio campo magntico. Isso pode ser conseguido de
diversas formas como, por exemplo:
a) introduzindo uma barra de material ferromagntico no interior de uma
bobina percorrida por uma corrente eltrica muito intensa, figura 1.7-a;
Fig. 1.7-a.
Fonte: www.minha.com.br
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b) esfregando, por exemplo, a extremidade de uma chave de fenda em um
dos polos de um m e sempre no mesmo sentido, como fazem os
eletricistas e mecnicos para que ela seja capaz de segurar pequenos
parafusos de ferro;
c) aquecendo um material ferromagntico at ficar incandescente e deixar
que ele esfrie lentamente na presena de um campo m agntico. Assim
os domnios magnticos se alinham medida que o ma terial esfria;
d) martelando um material ferromagntico na presena de um campo
magntico intenso, colocando o material alinhado com as linhas do
campo magntico.
1.8- classificao dos materiais magnticos
A classificao dos materiais em magnticos e no m agnticos foi obtida
a partir de resultados experimentais ao longo do tempo. Podemos testar se
alguma substncias tm propriedades magnticas ou no fazendo o seguinte
experimento: fixemos um m muito potente e aproxim emos, na regio dos
polos, diferentes materiais e observemos:
- se a substncia for repelida, trata-se de material diamagntico;
- se a substncia for fracamente atrada, trata-se de material paramagntico;
- se a substncia for atrada fortemente, com uma p ossvel imantao
permanente desta substncia, trata-se de um mate rial ferromagntico.
Os materiais so classificados em diamagnticos, paramagnticos ou
ferromagnticos, segundo uma constante denominada permeabilidade
magntica . Esta constante menor do que 1 para materiais paramagnticos e
muito maior que 1 para materiais ferromagnticos. Ela depende da intensidade
do campo em que so submetidas e do passado magntico do material,
chamado magnetismo residual ou histerese, que veremos posteriormente.
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A tabela I mostra o valor da constante diamagntica para alguns materiais.
O estudo de materiais magnticos importante, pois o surgimento de
novas alternativas tem revolucionado vrios campos da atividade humana
como o surgimento de equipamentos mais sofisticados e econmicos na rea
da eletrnica; ms empregados nos aceleradores de partculas; a ressonncia
magntica nuclear que permite fazer diagnsticos de doenas; a revoluo no
campo da informtica com o surgimento de computadores cada vez mais
potentes e com maior capacidade de armazenamento, possvel graas ao
surgimento de fitas magnticas e agora discos rgidos cada vez menores e com
maior capacidade. Nestes dispositivos, os dados so armazenados em forma
de polos, pois so revestidos de uma fina camada de partculas
ferromagnticas.
1.9- fluxo magntico
Nos tpicos precedentes falamos sobre linha s de fora, campo magntico,
permeabilidade magntica etc., sem entretanto quantific-las Abordaremos
agora as grandezas magnticas e suas unidades de medida, de uma forma
bastante simples, sem a complexidade matemtica envolvida.
Anteriormente nos referimos ao campo magntico de um m, definindo-o como
a regio do espao no qual a fora magntica atua. A forma desse campo
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17
representada por linhas de campo que, conforme vimos em figuras anteriores,
dirigem-se do polo norte para o polo sul do m. O nmero total de linhas de
um m denominado fluxo de induo magntica, s endo representado pela
letra e sua unidade no Sistema Internacional o Weber (Wb). Por
definio:
Onde:
B= vetor induo magntica;
S= rea de seo transversal perpendicular ao vetor B;
= ngulo entre a normal superfcie da espira e B .
As figuras 1.7 a,b e c ilustram trs situaes em que uma espira
circular de rea S colocada no interior de um campo de induo magntica
uniforme B. Considere o ngulo que B forma com a normal n ao plano da
espira.
Fig.1.7-a Fig.1.7-b Fig. 1.7-c
Fig. 1.7
Fonte:Fsica Histria & Cotidiano, Bonjorno & Clint on.
Analisando a expresso = B.S.cos , observamos que o fluxo
magntico pode variar quando se altera a intensidade do campo magntico B,
a rea da superfcie S ou o ngulo entre n e B.
= B.S.cos
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1.10- permeabilidade magntica
As linhas de fora de um m, encontram cer ta resistncia para cortar o ar.
Tomando o vcuo como referncia, existem materiais que se deixam
atravessar facilmente pelas linhas de fora e outro s em que esta facilidade no
existe. Aos materiais que se deixam atravessar facilmente, diz-se que possuem
boa condutividade magntica, j aos que no se deixam atravessar facilmente,
diz-se que possuem pssima condutividade magntica. A essa condutividade
d-se o nome de permeabilidade magntica , representada pela letra . Essa
unidade indica quantas vezes um material conduz melhor, que o vcuo as
linhas do campo magntico.
1.11- blindagem magntica
Sabemos que as linhas de fluxo magntico podem atravessar materiais de
qualquer natureza, estando includos os que no pos suem propriedades
magnticas.
Quando as linhas de campo magntico atingem uma determinada rea do
espao, modificam a configurao da mesma. Esta mod ificao pode ser
interpretada como uma perturbao ao meio fsico at ingido.
Na prtica, os instrumentos ou equipamentos eletroeletrnicos ao serem
atingidos por campos magnticos externos sofrem distrbios em relao ao
funcionamento normal. Por exemplo, em sua embarca o os instrumentos de
navegao podero, sob a ao de campos magnticos externos, dar
informaes errneas, os instrumentos de radiocomun icao podero
apresentar nveis de rudos indesejveis e outros tipos de situaes
insatisfatrias.
Os materiais de diversas naturezas oferecem alta ou baixa resistncia
passagem das linhas de fora. Esta propriedade conhecida como relutncia,
e so de baixos valores nos materiais magnticos. Essa caracterstica permite
isolar um corpo dos efeitos das linhas de fora mag nticas externas,
envolvendo-o com um material magntico de baixa relutncia e alta
permeabilidade magntica.
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Observando os equipamentos eletroeletrnico s de sua embarcao voc
ver que os mesmos possuem um invlucro metlico que possui dupla
finalidade: apoio para os componentes internos, e blindagem magntica contra
campos externos, j que as linhas de foras ficaro confinadas ao circuito
magntico do invlucro, no afetando a parte intern a do equipamento(figura
1.9).
Fig. 1.9
Fonte: pitstopbrasil.wordpress.com
1.12- curva de histerese
Conforme estudado anteriormente, os ms ar tificiais possuem maiores
aplicaes prticas que os naturais. Geralmente so usados eletroms nos
equipamentos e dispositivos eletroeletrnicos, form ados por um solenide cujo
ncleo formado por um material ferromagntico.
Vamos seguinte experincia:
1) partindo da situao em que o ncleo do eletrom esteja
magneticamente neutro, alimentaremos a bobina ou espiras do
eletrom com uma fonte de tenso c.c., aumentando lentamente a
corrente a partir de zero. Observaremos, em um grfico induo
magntica versus corrente aplicada (fig. 1.10 ), que o ncleo ir
adquirindo valores crescentes de induo magntica medida em que a
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20
corrente aumenta, at chegar no valor Bmx, correspondente ao valor
Imx. Aps este ponto, podemos aumentar o valor da corrente,
entretanto, no conseguiremos aumentar o valor da i nduo magntica;
dizemos ento que o material ferromagntico do ncleo atingiu a
saturao magntica, ou seja, conseguimos a mxima magnetizao
para este material.
2) tentemos agora desmagnetizar o ncleo do eletrom, diminuindo
lentamente a corrente. Notamos que a curva de reduo da corrente
est acima da correspondente ao aumento; em particular, observamos
que no ponto BR, embora a corrente seja nula, o material ferromagntico
do ncleo do eletrom apresenta uma quantidade de induo
correspondente ao denominado magnetismo residual .
3) repetamos os procedimentos do item 1, porm, invertendo o sentido da
corrente, ou seja, invertendo a polaridade do eletrom obtemos a
saturao em sentido inverso.
Fig.1.10
Fonte: www.micromag.com.br
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2. LEIS DA ELETRICIDADE
Nesta unidade iremos estudar a Lei de Faraday e a Lei de Lenz que so
as bases de funcionamento de todas as aplicaes pr ticas do
eletromagnetismo. Sabemos que um condutor eltrico quando percorrido por
uma corrente eltrica faz surgir, em seu entorno, linhas de fora de um campo
magntico. Este funcionamento especialmente importante para entendermos
como funcionam os eletroms. Voc, com certeza, j se perguntou como
funciona um gerador. A resposta para esta pergunta voc ter agora, pois as
leis que iremos estudar explicam o funcionamento de todas as mquinas
eltricas, tais como geradores, motores eltricos e transformadores.
2.1- Lei de Faraday- induo magntica
O fundamento desta lei est associado ao movimento relativo entre um
condutor eltrico e um campo magntico. Por volta de 1831, o fsico ingls
Michael Faraday apresentou uma srie de trabalhos em um volume intitulado
Pesquisas Experimentais em Eletricidade. Nesse ma terial estavam os ensaios
que comprovavam os fenmenos da induo magntica.
Faraday havia descoberto
que, ao aproximar um m de
uma bobina conectada a um
galvanmetro, mesmo sem
baterias conectadas ao circuito,
havia o aparecimento de uma
corrente eltrica. O mesmo
acontece se aproximarmos a
bobina do m (fig. 2.1).
Fig. 2.1-a Fonte: www.brasilescola.com
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Movimentando um condutor, prximo a um campo magn tico, surge nas
extremidades do condutor uma tenso induzida, que p roduz uma corrente
induzida, se o sistema estiver fechado. A corrente induzida pode ser observada
pelo deslocamento do ponteiro do galvanmetro, porm, cessando o
movimento do condutor, cessa a induo de corrente.
O procedimento oposto tambm pode induzir corrente, ou seja,
movimentando um campo magntico prximo a um condutor, surge nas
extremidades do condutor uma tenso induzida, que p roduz uma corrente
induzida se o circuito estiver fechado (fig.2.1-b)
Fig. 2.1-b
Fonte www.unb.br
Matematicamente, a Lei de Faraday pode ser expressa na forma:
Voc deve estar perguntando: Porque o sinal negativo na equao da Lei
de Faraday? A resposta sua pergunta est na Lei de Lenz , que estudaremos
a seguir.
V= - /dt
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2.2 - Lei de Lenz
Para entender o enunciado da Lei de Lenz observe atentamente as
figuras abaixo:
SENTIDO DA CORRENTE INDUZIDA
Anti-horrio Horrio
Fig. 2.2
Fonte:pt.wikipedia.org
A fora eletromotriz ou tenso induzida e, consequentemente, a corrente
geram um campo magntico cujo sentido se ope ao movimento do m. Em
ambos os casos, a oposio verificada. como se, em cada caso, no lugar
da espira, aparecesse outro m de mesma polaridade quando o primeiro m
se aproxima, ou de polaridade oposta, quando ele se afasta. Essa oposio
representada matematicamente pelo sinal negativo da equao da Lei de
Faraday, e expressa o enunciado da Lei de Lenz: A corrente eltrica
induzida em um circuito cria um campo magntico que se ope variao
do fluxo magntico que induz essa corrente.
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2.3 - motor elementar
O funcionamento do motor eltrico baseia-se na interao entre um
campo magntico e um condutor percorrido por corrente eltrica. Essa corrente
produz um campo magntico em torno do condutor, que ir deformar as linhas
de fluxo existentes entre os dois polos magnticos, deslocando-os na mesma
direo e sentido das linhas de fora do condutor. As linhas de fluxo
deformadas tentam voltar configurao inicial, ex ercendo uma fora de
repulso sobre o condutor, empurrando-o para a regi o de menor concentrao
de linhas. Esse o princpio de funcionamento do motor eltrico. A regra da
mo direita, para motores, permite determinar o se ntido do movimento do
condutor( fig. 2.3-a ).
Fig. 2.3-a.
Fonte: Harry Mileaf -vol. 1
.
Se uma espira de fio condutor for ligada a uma bateria atravs de escovas
e uma lmina condutora em forma de meio crculo, de nominada comutador, a
corrente nesse fio produzir campo magntico que ser repelido pelas linhas
de fora dos dois polos magnticos. Isso provocar a rotao da espira, ou
seja, a produo de um torque (fig.2.3-b). Quando a espira atingir a posio
mostrada na figura 2.3-c, a fora de repulso deixa r de existir, porm, a
inrcia permitir a continuidade do movimento at a posio mostrada na figura
2.3-d, onde a repulso do campo atuar novamente. O comutador necessrio
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25
porque, ao passar pela posio da figura 2.3-d, a e spira seria repelida de volta
posio da figura 2.3-b.
Como os segmentos do comutador so separado s, nesse ponto, a
corrente atravs do fio ser invertida e o condutor empurrado no mesmo
sentido anterior, dando continuidade ao movimento. Na prtica, o rotor deve ter
muitas espiras e muitos segmentos de comutador.
Fig. 2.3-b
Fonte: Harry Mileaf -vol. 1
Fig. 2.3-c
Fonte: Harry Mileaf -vol. 1
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26
Fig. 2.3-d
Fonte: Harry Mileaf -vol. 1
Fig. 2.3-e
Fonte: Harry Mileaf -vol. 1
No motor elementar, atravs da Lei de Farad ay, a energia eltrica
transformada em energia mecnica.
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27
2.4- gerador elementar de corrente contnua
O funcionamento do gerador o processo inverso do funcionamento do
motor. Ao invs de alimentarmos os enrolamentos do rotor com uma corrente
eltrica, para produzir um campo magntico, o rotor girado mecanicamente,
normalmente por um motor, denominado mquina primria.
Nesse caso, quando os enrolamentos do rotor atravessam ou cortam as
linhas de fora do campo magntico, no condutor induzida uma tenso,
originando uma corrente eltrica no condutor.
Voc lembra-se da Lei de Faraday? Quando o condutor se movimenta no
sentido do campo magntico, a corrente tem um determinado sentido. Se o
sentido do movimento for invertido, a corrente tambm inverter seu sentido. O
comutador, entretanto, comuta os fios externos ao gerador, enquanto o rotor
gira, de forma a manter a corrente do medidor sempre no mesmo sentido. Por
isso, chamado gerador de corrente contnua (c.c.) (figura 2.4-a).
Fig. 2.4-a
Fonte: Harry Mileaf -vol. 1
A regra da mo esquerda, para geradores, permite determinar o sentido
da corrente produzida pelo movimento de um condutor atravs de um campo
magntico de polaridades fixas (fig. 2.4-b).
-
28
Fig. 2.4-b.
Fonte: Harry Mileaf -vol. 1
No gerador elementar, atravs da Lei de Far aday, a energia mecnica
transformada em energia eltrica.
2.5 - gerador elementar de corrente alternada
Se fizermos a seguinte alterao construtiva no ge rador C.C. estudado
no item anterior : em cada extremidade da espira substitumos o segmento do
comutador por uma lmina condutora em forma de um cilindro vazado
denominada anel coletor e atravs de contatos de escovas ligarmos fios
condutores um resistor de carga( fig. 2.4-a), e r egistrarmos a forma de onda
da tenso de sada do induzido para uma volta compl eta, ou seja, 360 no
espao compreendido entre as peas polares que form am o campo magntico
de polaridas fixas, no sentido de rotao horrio, obteremos a forma senoidal
da fig. 2.4-b.
-
29
Fig. 2.4-a
Fonte: Harry Mileaf -vol. 1
Fig. 2.4-b
Fonte: Harry Mileaf -vol. 1
Na posio A, a parte superior da espira fo rma um ngulo de 0 com as
linhas de fora do campo magntico das peas polare s, no havendo tenso
induzida pois no h movimento relativo entre campo e condutor, a forma de
onda estar no valor zero. Ao se deslocar da posio A(0) para a posio
B(90) , a tenso induzida aumentar do valor zero ao valor mximo pois
haver um corte ou movimento relativo envolvendo um nmero crescente de
linhas de fora. Observe que o movimento da parte s uperior da espira neste
trajeto para baixo , resultando pela regra da mo esquerda nas polaridades
indicadas para a tenso e corrente no resistor de c arga. Da posio B(90)
para a posio C(180), a tenso induzida diminuir do valor mximo ao valor
-
30
zero pois haver um corte ou movimento relativo envolvendo um nmero
decrescente de linhas de fora. Observe que o movim ento da parte superior da
espira neste trajeto ainda pra baixo, permanecendo a tenso e corrente no
resistor de carga com as polaridades anteriores.
Da posio C(180) para a posio D(270), a tenso induzida aumentar
do valor zero ao valor mximo pois haver um corte ou movimento relativo
envolvendo um nmero crescente de linhas de fora. Observe que o
movimento da parte superior da espira neste trajeto para cima, invertendo as
polaridades da tenso e corrente no resistor de car ga. Da posio D(270) para
a posio A(360), a tenso induzida diminuir do valor mximo ao valor zero
pois haver um corte ou movimento relativo envolvendo um nmero
decrescente de linhas de fora. Observe que o movim ento da parte superior da
espira neste trajeto ainda para cima, permanecendo a tenso e corrente no
resistor de carga com as polaridades anteriores.
Voc observou que em uma volta de 360 da espira na regio entre os
polos fixos de um campo magntico, ser gerada uma tenso, e, se houver
carga ligada, consequentemente uma corrente eltrica, cujas formas de onda
ser de uma polaridade nos primeiros 180 e de polaridades opostas nos 180
seguintes, sendo portanto a mquina elementar estudada denominada de
gerador de corrente alternada ou alternador.
2.6- correntes parasitas ou de Foulcault
As correntes parasitas (eddy current), ou de Foucault, so originadas em
uma massa metlica que se encontra sob a ao de um campo magntico, por
induo eletromagntica, o que acontece quando h variao do fluxo
magntico que atravessa essa massa metlica. Voc lembra da Lei de
Faraday?
Exatamente como voc pensou! Sempre que h movimento relativo entre
campo magntico e um condutor, haver neste ltimo o surgimento de uma
diferena de potencial, que em um circuito fechado, originar uma corrente
eltrica, havendo aquecimento por efeito joule.
-
31
Em mquinas eltricas como geradores, motores e transformadores as
correntes parasitas geram perdas de rendimento. Para minimizar estas perdas,
as peas metlicas internas de tais mquinas so laminadas, isoladas com
verniz e justapostas, reduzindo a intensidade de tais correntes indesejveis.
Estas correntes podem ser geradas intencionalmente, como em fornos e
foges de induo e em aplicaes para detetar defe itos, como por exemplo,
na indstria naval aplica-se intencionalmente correntes parasitas em chapas
metlicas que sero utilizadas na construo de um navio para detetar
possveis fissuras internas. A rigor, as correntes de Foulcault no so to
parasitas como pensamos inicialmente.
-
32
3. CONCEITOS DE CIRCUITOS
Nesta unidade estudaremos os fundamentos de circuitos eltricos, seus
componentes bsicos, as leis aplicadas e mtodos de resoluo. Na prtica,
em instalaes eltricas martimas, muitas vezes pr ecisamos elaborar circuitos
com a finalidade de eliminar umidade de motores, circuitos com divisores de
tenso, etc. Vamos pois, dedicarmo-nos ao estudo de tais fundamentos.
3.1- corrente eltrica
Sabemos que os materiais existentes na natureza possuem eltrons livres
que esto em movimento aleatrio em seus interiores ( fig. 3.1-a); no entanto,
em certas condies, esse movimento torna-se ordena do, dando origem ao
que chamamos corrente eltrica, ou seja, por definio: corrente eltrica o
movimento ordenado de cargas eltricas em um determinado meio( fig. 3.1-b).
Particularmente estudaremos a corrente eltrica no interior de metais, ou
seja, no interior de fios, cabos eltricos e equipamentos que visualizamos em
nosso dia-a-dia. Tradicionalmente admite-se que o sentido da corrente eltrica
oposto ao movimento dos eltrons. (Ver fig. 3.1-c).
Fig. 3.1-a
Fonte: www.acervosaber.com.br
Fig. 3.1-b
Fonte: www.acervosaber.com.br
-
33
Fig. 3.1-c
Fonte: www.acervosaber.com.br
3.2- intensidade de corrente eltrica
A intensidade de corrente eltrica definida como sendo a quantidade de
carga que atravessa uma seo transversal de um mat erial condutor durante
um determinado intervalo de tempo. (fig. 3.2)
Fig. 3.2
Fonte: www.acervosaber.com.br
Quantificando a definio de intensidade de corrente eltrica, podemos
escrever:
Onde:
Q= carga eltrica em Coulomb (C);
t= intervalo de tempo em segundo (s); e
i= intensidade de corrente eltrica em Coulomb/segundo = Ampre (A).
3.3- condutores e isolantes
Um condutor eltrico definido como sendo todo material que permite a
movimentao de cargas eltricas em seu interior. S e o material no permitir
essa movimentao, ele ser definido como um isolante eltrico.
i= Q/ t
-
34
Como exemplo de materiais bons condutores citaremos os metais em
geral, grafite, cermica, gua. Para exemplificar os bons isolantes citaremos:
vidro, cera, borracha, seda etc.
Os metais, que caracterizam-se por possurem grande quantidade de
eltrons livres que possuem fraca ligao com o ncleo e com certa liberdade
de movimentao, so considerados os condutores el tricos mais comuns (fig.
3.3).
Fig. 3.3
Fonte:www.mdpolicabos.com.br
3.4- tenso eltrica ou diferena de potencial
As cargas eltricas livres em um condutor metlico, em condies
normais, esto em movimento aleatrio, desordenado, porm, em
determinadas condies, podemos transformar este mo vimento desordenado
em ordenado, para isso devemos ligar as extremidades do condutor aos
terminais de um dispositivo chamado gerador, cuja funo fornecer s cargas
eltricas a energia necessria para coloc-las em movimento ordenado,
evidentemente custa de outra forma de energia, ou seja, o gerador o
dispositivo que transforma um tipo qualquer de energia em energia eltrica, em
-
35
particular, no caso de embarcaes fluviais h uma transformao de energia
mecnica de um motor de combusto interna em energi a eltrica no gerador.
Na prtica, os dispositivos utilizados para criar uma diferena de potencial
so: as pilhas, as baterias de relgio, as baterias de automvel, os dnamos, os
alternadores etc.
medida que as cargas movimentam-se, elas se chocam com os tomos
que constituem a rede cristalina do condutor, provocando uma converso de
energia eltrica em energia trmica. Assim, as cargas eltricas iro perdendo a
energia que receberam do gerador.
Consideremos a figura 3.4, na qual a extremidade B do condutor
apresenta as cargas elementares que possuem energia eltrica EB menor que
a energia eltrica EA na extremidade A, ou seja, EBVB
-
36
Unidades no Sistema Internacional (SI):
E= Energia em Joule [J];
e= Carga elementar em Coulomb [c];
V= Potencial Eltrico em Joule/Coulomb= Volt [V]; e
U= Diferena de Potencial em Joule/Coulomb= Volt [V ].
3.5- analogia com a hidrosttica
Para que voc entenda melhor a importncia da diferena de potencial
entre dois pontos de um condutor para que uma corrente eltrica circule,
faremos a analogia entre a hidrosttica e a eletricidade.
Na figura 3.5a apresentamos um vaso comunicante no qual o nvel de
lquido em seu interior igual em ambos os lados. Logicamente, no haver
deslocamento de lquido para nenhum dos dois lados.
Fig. 3.5-a
Fonte: www.acervosaber.com.br
Na figura 3.5b, o vaso comunicante apresentado com um desnvel de
lquido entre os dois lados.
-
37
Fig. 3.5-b
Fonte: www.acervosaber.com.br
Neste caso o lquido tender a se mover at o instante em que os dois
lados do vaso comunicante nivelem-se novamente. (figura 3.5 c).
Fig. 3.5-c
Fonte: www.acervosaber.com.br
Conclumos que para existir o deslocamento de lquido entre os dois lados
do vaso comunicante necessrio que exista uma diferena de nvel entre os
dois lados do tubo. Para que o movimento seja contnuo, iremos inserir uma
bomba para retirar o lquido de um lado para o outro, criando uma diferena de
nvel entre os dois lados do vaso comunicante.(Fig. 3.5 d).
Fig. 3.5-d
Fonte: www.acervosaber.com.br
-
38
Vamos agora substituir o tubo em forma de U por um condutor eltrico e a
bomba por uma pilha, teremos a situao apresentada na fig. 3.5-e.
Fig. 3.5-e
Fonte: www.acervosaber.com.br
Da mesma forma que a bomba mantm uma diferena de nvel para
manter o movimento do lquido, o gerador mantm a diferena de potencial
eltrico (d.d.p.) para dar continuidade ao movimento ordenado de eltrons, ou
seja, manter a circulao de uma corrente eltrica. Se o condutor apresentar
uma resistncia eltrica (que estudaremos a seguir) no desprezvel, podemos
esquematizar o circuito da fig. 3.5-f.
Fig. 3.5-f
Fonte: www.acervosaber.com.br
3.6- resistncia eltrica- condutncia
Nos materiais, denomina-se condutncia a fa cilidade com que a corrente
eltrica flui atravs dos mesmos. Podemos dizer tambm que materiais de
baixa condutncia se opem ou resistem passagem d a corrente eltrica.
-
39
Todo material considerado condutor possui eltrons livres que, acelerados
pela diferena de potencial (ddp), encontram maior ou menor dificuldade para
se movimentar, devido aos eltrons presos do material condutor. Esse efeito
recebe o nome de resistncia eltrica do material.
oportuno lembrar que apesar de serem comu ns, os termos resistor e
resistncia eltrica no devem ser confundidos. Resistor o componente fsico,
dispositivo ou material que se ope passagem da c orrente eltrica, enquanto
resistncia eltrica define o fenmeno da maior ou menor dificuldade que tem a
corrente eltrica de fluir por um determinado material.
A determinada condutncia exatamente o oposto, definindo a facilidade
com que certos materiais, como fios e cabos eltricos, facilitam a passagem da
corrente eltrica. A resistncia mxima apresentada pelos materiais isolantes
ou dieltricos, como vidro, porcelana, borracha e determinados materiais
sintticos. Resumindo: maior resistncia eltrica significa menor condutncia,
e menor resistncia eltrica corresponde maior condutncia.
Como a voltagem ou diferena de potencial medida em volts e a
corrente eltrica medida em ampres, a resistncia eltrica tambm pode ser
medida e possui um smbolo prprio. A unidade de me dida o OHM,
simbolizada pela
letra grega mega ( ) e indicada pela letra R. O nome desta unidade de
medida uma homenagem a seu descobridor, o fsico alemo Georges Simon
Ohm. A figura 3.6 nos mostra as simbologias utilizadas para a representao
de um resistor em um circuito eltrico.
-
40
RESISTNCIAS
SMBOLOS DENOMINAO SMBOLOS DENOMINAO
Potencimetro
Resistencia smbolo
general
Potencimetro de ajuste
predeterminado Resistencia smbolo
general
Variable por escalones
Potencimetro de
contacto mvil
Impedancia
Resistencia ajustable
Variable de variacin
continua
Resistencia no reactiva
VDR
NTC
PTC
Resistencia variable
Elementos de calefaccin
Resistencia con toma de
corriente
Resistencia en derivacin
con conexiones de corriente
y tensin
LDR
Resistencia no reactiva
Resistencia dependiente de
un campo magntico
Resistencia con tomas
fijas
LDR
Resistencia ajustable
Fig. 3.6.
Fonte: www.eletrohoo.com.br
-
41
3.7- fatores que influenciam no valor da resistnci a eltrica
A resistncia eltrica de um material depende de seu comprimento, sua
rea de seo transversal, da temperatura ambiente e de uma caracterstica
intrnseca do mesmo denominada resistividade ( ).
A resistncia de qualquer material, efetivamente, depende do nmero de
eltrons livres que ele tem disponvel. Portanto, um bom condutor deve dispor
de um nmero de eltrons livres que possibilite o fluxo de muitos ampres.
Sendo a corrente eltrica uma medida do fluxo de eltrons por um ponto
do condutor, pode-se aumentar a disponibilidade de eltrons aumentando-se a
espessura do mesmo, possibilitando um fluxo maior de corrente, ou seja:
quando aumentamos a rea da seo transversal de um condutor,
diminuiremos a sua resistncia eltrica. Portanto, a resistncia eltrica
inversamente proporcional rea da seo transvers al do condutor.
Atravs de experincias podemos concluir que a resistncia eltrica de um
material aumenta quando aumentamos o comprimento do mesmo. Se
triplicarmos o comprimento de um condutor, sua resistncia tambm triplicar.
Devido a essa relao, dizemos que a resist ncia de um material
diretamente proporcional ao seu comprimento.
Quantificando o que estudamos sobre resistncia eltrica, temos que:
Onde:
R= resistncia eltrica em OHM ( );
= resistividade do material ( .m);
l= comprimento do material (m); e
A= rea da seo transversal (m).
Os valores relativos de resistncia vistos at agora aplicam-se aos metais
temperatura ambiente. Em temperaturas mais elevad as ou mais baixas, as
resistncias de todos os materiais tm seu valor alterado. Se a resistncia de
um material aumenta quando a temperatura cresce, dizemos que ele possui um
coeficiente de temperatura positivo. Este o caso dos condutores metlicos.
R= .l/A
-
42
Se a resistncia de um material diminui quando a temperatura cresce,
dizemos que ele possui um coeficiente de temperatura negativo.Este o caso
dos semicondutores.
3.8- associao de resistores
Em circuitos eltricos prticos necessita-se constantemente de
resistores cujas resistncias hmicas no encontramos comercialmente. Para
encontrar o valor que necessitamos, precisamos combinar ou associar dois ou
mais resistores comerciais.
H duas maneiras bsicas utilizadas em tais situaes prticas, que so
a associao em srie e a associao em paralelo. N a maioria das situaes,
combina-se dois tipos bsicos de associao, originando o que chamamos de
associao mista. Estudaremos pois, estas associa es.
3.9- resistores em srie
Na associao em srie, os resistores so ligados um aps o outro,
tendo somente um ponto comum, sendo que aos terminais da fonte so ligadas
as extremidades livres do primeiro e do ltimo resistor. Nesta associao a
corrente fornecida pela fonte percorre cada resistor componente, e o somatrio
das quedas de tenso nos mesmos igual tenso da fonte de alimentao.
A figura 3.9 mostra a associao em srie d e N resistores e o respectivo
circuito equivalente. R1 R2 R3 RN
VI
IV
Fig. 3.9
-
43
Iremos agora determinar a resistncia equivalente de uma associao em
srie de N resistores: para tanto, aplicaremos a Lei de OHM aos circuitos
original e equivalente.
Aplicando a Lei de OHM ao circuito original, ou seja, em cada resistor da
associao, teremos:
V1= R1.I1
V2= R2.I2
V3= R3.I3
...
Vn= Rn.In
Como V1+V2+V3+...+Vn V, ento:
R1.I1+R2.I2+R3.I3+...+Rn.IN=V;
porm, I1= I2= I3=...=In, logo:
R1.I+R2.I+R3.I+...+RN.I= V; e
I= (R1+R2+R3+...+RN)= V (1)
Aplicando a Lei de OHM aos circuitos equivalentes, teremos:
V= Req.I (2)
Igualando as equaes (1) e (2):
I.Req= I.(R1+R2+R3+...+Rn)
Req= R1+R2+R3+...+Rn
ou seja, em uma associao em srie, o resistor eq uivalente igual a
somatria dos valores das resistncias associadas.
-
44
3.10- resistores em paralelo
Na associao em paralelo, os resistores s o ligados de forma que
possuiro dois pontos comuns: os terminais da esque rda e os da direita.
Estes pontos so ligados aos terminais pos itivo e negativo da fonte. As
caractersticas principais desta associao so que a diferena de potencial em
cada componente igual da fonte, e a corrente fornecida pela mesma
dividida ao chegar ao ponto comum do lado esquerdo da associao, e
restabelecida no ponto comum do lado direito.
A figura 3.10 mostra a associao em para lelo de N resistores e o
respectivo circuito equivalente. R1
R2
R3
RN
V
IV
Fig. 3.10
Aplicando a Lei de OHM em cada resistor do circuito original, e
adicionando-os, obteremos:
V= R1.I1 -> I1= V/R1
I2= V/R2
I3= V/R3
...
I4= V/Rn
---------------------------------
I1+I2+I3+...+In= V (I/R1+I/R2+I/R3+...+I/RN) (1)
Aplicando a Lei de OHM ao circuito equivalente, teremos:
-
45
V= Req. I
I= V/Req (2)
Porm,
I1+I2+I3++In= I, logo:
V/Req= V (I/R1+I/R2+I/R3+...+I/Rn) (corta-se v co m v), ou seja:
Ou seja:
1/Req=1/R1+1/R2+1/R3+...+1/Rn
Conclui-se que o inverso da resistncia equivalente de uma associao
em paralelo igual soma dos inversos das resistncias que a compem.
Casos particulares:
1) Para dois resistores diferentes, R1 e R2:
Req= R1.R2/R1+R2
2) Para dois resistores iguais:
Req=R/2
3) Em uma associao em paralelo, o resistor equiva lente possui
resistncia sempre menor do que qualquer uma das resistncias associadas.
Por exemplo: se trs resistores de resistncias 1W , 200W e 1000W estiverem
associados em paralelo, a resistncia equivalente ser, certamente, de valor
inferior a 1W .
3.11- divisores de tenso e divisores de corrente
Outro aspecto vlido e muito importante a acrescentar, que os circuitos
em srie so divisores de tenso, enquanto os circu itos em paralelo so
divisores de corrente.
-
46
Vamos ilustrar a afirmao acima, com exemplos:
Considere o circuito de corrente contnua da figura 3.11-a:
Fig. 3.11-a
Como a resistncia equivalente igual a Req = 2+3 = 5 , teremos, pela
lei de Ohm, que a intensidade da corrente eltrica que percorre o circuito
igual a I = 10/5 = 2 A.
A queda de tenso no resistor de 2 ser, pela lei de Ohm:
VAB = R.I = 2.2 = 4V;
A queda de tenso no resistor de 3 ser, pela lei de Ohm:
VBC = R.I = 2.3 = 6V;
Ora, a tenso 10V, foi dividida em 4V e 6V , da, dizermos que temos um
divisor de tenso
Considere agora o circuito da figura 3.11-b:
-
47
Fig. 3.11-b
A resistncia equivalente ser igual a 1 . (2 // 2 = 1 )
A corrente total I, ser igual a I = 10V / 1 = 10 A .
Como ambos os resistores esto submetidos tenso de 10V (lembre-se
que eles esto em paralelo) , teremos que eles ser o percorridos por correntes
iguais a 10V/2 = 5 A.
Ora, a corrente 10 A foi dividida em 5 A e 5 A, da, dizermos que temos
um divisor de corrente.
3.12- leis de Kirchhoff
Na determinao de parmetros de circuitos eltricos, utilizam-se duas
leis bsicas, formulados pelo fsico alemo Gustav Robert Kirchhoff, uma
relativa s tenses, e a outra relativa s corrente s.
1 - A lei das tenses de Kirchhoff
A soma das elevaes de tenso ao longo de um deter minado circuito
igual soma das quedas de tenso nesse mesmo circu ito.
2 - A lei das correntes de Kirchhoff
A soma das correntes que chegam em um n de um circ uito igual
soma das correntes que dele saem.
-
48
Exemplos de aplicao das leis de Kirchhoff
1 - Seja o circuito representado a seguir, onde temos uma rede resistiva
com uma s malha.
Fig. 3.12-a
Aplicando a primeira lei de Kirchhoff, vem:
E1 - E2 = R1.I + R2.I = I(R1 + R2)
Logo,
2 - Dado o circuito indicado na figura abaixo, pede-se calcular as
intensidades das correntes I1 , I2 e I3 .
Fig. 3.12-b
-
49
Aplicando a segunda lei no n C, vem: I 1 = I2 + I3 ;
Aplicando a primeira lei na malha ABCDA, vem: +30 = 2.I1 + 6.I2 ;
Aplicando a primeira lei na malha DCFED, vem:
+40 + 50 = 4.I3 + 5.I3 + 3.I3 - 6.I2
Observe que ficamos com um sistema de 3 equaes e 3 incgnitas:
I1 = I2 + I3
30 = 2.I1 + 6.I2
40 + 50 = 4.I3 + 5.I3 + 3.I3 - 6.I2
Simplificando a terceira equao e arrumando o sist ema
convenientemente, teremos:
1.I1 - 1.I2 + 1.I3 = 0
2.I1 + 6.I2 + 0.I3 = 30
0.I1 - 6.I2 + 9.I3 = 90
Resolvendo o sistema acima, obteremos:
I1 = - 7,5 A
I2 = + 7,5 A
I3 = + 15,0 A
Qual a interpretao para o fato de a corrente I 1 ter valor negativo?
simples: isto significa que o sentido adotado para a corrente I1, no esquema
eltrico acima, oposto ao sentido real.
-
50
3.13- indutncia
Se as extremidades de um condutor eltrico retilneo, de determinado
comprimento, forem introduzidas em uma tomada, provocaremos um curto-
circuito. Isto deve-se ao fato da resistncia hmica do condutor ter um valor
desprezvel. Entretanto, se com este condutor formarmos uma bobina com
vrias espiras e repetirmos a experincia anterior, verificaremos que no
haver mais curto-circuito. Qual a explicao para este fato?
Quando o condutor foi transformado em uma bobina de vrias espiras,
formamos um outro elemento de circuito denominado indutor, que possui
caractersticas distintas ao ser alimentado com corrente contnua e corrente
alternada. Na presena de corrente contnua o indut or se comportar como um
resistor, na presena de corrente alternada, alm do comportamento resistivo
surgir uma caracterstica em oposio a passagem da corrente alternada,
denominada reatncia indutiva(XL).
Para uma determinada amplitude e frequncia da corrente, a fora contra-
eletromotriz produzida num condutor depende de sua forma, e a relao exata
entre essas trs variveis pode ser expressa matematicamente. Quando uma
bobina percorrida por uma corrente eltrica, gera um campo magntico cujo
fluxo total igual ao produto do nmero de espiras pelo fluxo de uma espira. A
indutncia dada por:
L=N./i (Henry)
onde:
L a indutncia do indutor em Henry;
N o nmero de espiras eu formam o indutor;
B o fluxo magntico de uma espira; e
I a corrente que percorre a bobina.
A figura 3.13 ilustra vrios tipos de indutores comerciais.
-
51
Fig. 3.13-a
Fonte: www.tecnotrafo.com.br
A indutncia a caracterstica que um indutor possui de se opor
qualquer mudana na corrente eltrica, quando a corrente aumenta a
indutncia tenta mant-la baixa, quando a corrente diminui a indutncia tenta
mant-la alta.
A figura 3.13-b mostra as representaes de um indu tor em um circuito.
Bobina com
ncleo de ar
Bobina com
ncleo de ar
com derivaes
Bobina com
ncleo de ferro
Bobina com
ncleo de
ferrite
Fig. 3.13-b
Fonte:www.cefetrs.tche.br
-
52
A reatncia indutiva Xl, sendo a oposio oferecida pelo indutor
passagem da corrente alternada, possui a mesma unidade da resistncia
eltrica, e dada por:
Xl= 2. .f.L ( ),
Onde:
Xl a reatncia indutiva em Ohm;
f a frequncia da corrente em Hertz; e
L a indutncia do indutor em Henry.
3.14- associao de indutores
Tal como os resistores, os indutores so associados para determinadas
funes em circuitos eltricos, portanto, devemos d eterminar o indutor
equivalente de tais associaes.
a) Associao em srie:
Se n indutores esto ligados em srie, o indutor equivalente ser
obtido atravs da soma das n indutncias associadas, ou seja:
Leq= L1+L2+L3+.............+Ln.
b) Associao em paralelo:
Se n indutores esto ligados em paralelo, o inver so do indutor
equivalente igual a soma dos inversos dos n indutores associados, ou
seja;
1/Leq= 1/L1 + 1/L2 + 1/L3 +........... +1/Ln.
-
53
3.15- capacitncia
Um dispositivo muito usado em circuitos eltricos o capacitor,
destinado a armazenar cargas eltricas, sendo constitudo por dois
condutores separados por um isolante. Os condutores que formam o
capacitor so denominados armaduras ou placas, j o isolante localizado
entre as placas denominado de dieltrico.Os capacitores so denominados
de acordo com a forma de suas armaduras. Assim temos o capacitor plano,
capacitor cilndrico, capacitor esfrico etc. O dieltrico pode ser um isolante
qualquer como o vidro, a parafina, o papel e muitas vezes o prprio ar. As
fig. 3.15 mostram vrios tipos comerciais de capacitores.
Fig. 3.15-a
Fonte: www.zincometal.com.br
Fig. 3.15-b
Fonte: www.zincometal.com.br
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54
Fig. 3.15-c
Fonte: www.zincometal.com.br
A oposio oferecida por um capacitor pas sagem da corrente
alternada denominada de reatncia capacitiva(Xc), tendo como unidade
o ohm( ), e dada por:
Xc=1/(2. .f.C),
onde:
Xc a reatncia capacitiva em ohm( );
f a frequncia da corrente em Hertz;
C a capacitncia em faraday(F).
A figura 3.15-b mostra as representaes de um capa citor em um circuito.
-
55
Fig. 3.15-d
Fonte: www.eletrohoo.com.br
Em um capacitor, a quantidade de carga em suas placas
diretamente proporcional diferena de potencial e ntre as mesmas. Ao
quociente entre carga (Q) e a diferena de potencia l V d-se o nome de
capacitncia ( C).
C = Q/V
-
56
Onde:
C a capacitncia do capacitor em faraday (F);
Q a carga do capacitor em coulombs; e
V a diferena de potencial entre as placas, em volt(V).
A unidade de capacitncia, coulomb por vol t, denominada farad (F) em
homenagem a Michael Faraday, pioneiro no desenvolvimento deste conceito.
Entretanto, a unidade muito grande para a maioria dos valores prticos e os
submltiplos (F, nF, pF) so bastante empregados.
Os capacitores possuem inmeras aplicaes em circuitos eletrnicos,
como por exemplo: filtros, circuitos ressonantes, equipamentos de navegao ,
estaes de rdio, etc.
3.16- associao de capacitores
Para a obteno de diversas aplicaes prticas, os capacitores so
associados de diversas maneiras originadas dos tipos bsicos que so as
associaes em srie e em paralelo.
a) Na associao em paralelo, todos os capacitores esto com a mesma
diferena de potencial entre suas placas. A figura 3.16-a mostra a associao
de n capacitores em paralelo
Fig. 3.16-a
-
57
O capacitor equivalente(Ceq) de uma associao em paralelo igual
soma das capacitncias de cada componente, tal como o equivalente de uma
associao de resistores em srie, ou seja:
b) Na associao em srie,os capacitores adjacentes adquirem cargas por
induo, sendo diferentes as voltagens em cada comp onente da associao. A
figura 3.16-b mostra a associao de n capacitores em srie.
Fig. 3.16-b
O inverso do capacitor equivalente(Ceq) de uma associao em srie
igual soma dos inversos das capacitncias de cada componente, tal como o
equivalente de uma associao de resistores em para lelo, ou seja:
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58
4. CARACTERSTICAS DA AC
Na unidade de ensino 2.0, item 2.5, estudamos a gerao de uma
tenso alternada, atravs do gerador elementar de AC. Iremos, agora, definir
as caractersticas de uma gerao em AC.
4.1- Frequncia da tenso AC
Quando a espira de um gerador CA elementar percorre 360 do espao
de um campo magntico constante, dizemos que se realizou um ciclo. Para isto
a forma de onda comea em zero, vai at um valor mximo positivo, retornando
a zero, continua at um valor mximo negativo, retornando novamente ao valor
zero. Quando a onda comea a se repetir, teremos co mpletado um ciclo e
iniciado o ciclo seguinte. A frequncia da onda AC corresponde ao nmero de
ciclos completos em um intervalo de tempo de 1 segundo. Quanto maior o
nmero de ciclos realizados em 1 segundo, maior a frequncia.
Fig. 4.1
Fonte: Harry Mileaf- Vol.4
A unidade de frequncia o Hertz, em homenagem ao cientista Heinrich
Hertz,e representada por Hz, ou seja:
1 Hz= 1 ciclo/ segundo.
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59
No Brasil a frequncia padronizada 60 Hz; Na Europa e restante da
Amrica do Sul, 50 Hz. Todo equipamento ou aparelho eltrico deve trazer
em sua placa de dados a sua frequncia nominal.
Em um gerador trifsico, como o que supre um navio, a frequncia
determinada por:
f= N.P/ 120 Hz, onde:
f= frequncia nominal em Hz;
N= rotao da mquina primria em R.P.M.; e
P= nmero de polos do gerador.
Como o nmero de polos de um gerador definido na construo do
mesmo, a frequncia variar com a rotao do motor diesel, sendo que esta
velocidade depende da carga alimentada pelo gerador. Quando a carga
aumenta, a velocidade diminui, reduzindo a frequncia, e, na diminuio da
carga a velocidade aumenta, implicando na elevao da frequncia. Lembre-se
que um grupo gerador possui o regulador de velocidade da mquina primria
cuja funo manter a frequncia constante em 60 Hz, para qualquer variao
de carga.
4.2- fase
Admitindo formas senoidais para a tenso e corrent e gerada por um
alternador, dizemos que as mesmas esto em fase qua ndo os valores
mximos, zero e mnimos so atingidos em instantes iguais, ou seja, podemos
interpretar a fase como uma relao de tempo entre tenses e correntes
alternadas.
Quando duas correntes, ou tenses, esto em fase, suas intensidades
no so, necessariamente, iguais. Os valores mximos so atingidos no
mesmo instante, mas podem ter valores diferentes.
-
60
Fig. 4.2
Fonte: Harry Mileaf- Vol.4
4.3- diferena de fases
Se dois geradores idnticos forem acionados no mesmo instante e
girarem mesma velocidade, os valores mximo e mnimo da tenso da sada
sero atingidos simultaneamente, ou seja, as duas t enses de sada estaro
em fase. Porm, se um gerador for acionado depois do outro, os valores
mximo e mnimo da tenso de sada do primeiro sero atingidos antes dos
valores relativos ao gerador acionado por ltimo. Nesse caso, as sadas
estaro defasadas, ou fora de fase, isto , existir uma diferena de fase entre
as duas tenses. O valor da diferena de fase depen de do atraso de uma sada
em relao outra.
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61
Fig. 4.3
Fonte: Harry Mileaf- Vol.4
A diferena de fase pode ser expressa em fraes d e um ciclo. Se uma
das tenses comear quando a outra tiver completado meio ciclo, a diferena
de fase ser meio ciclo. Normalmente, para maior preciso, a diferena de fase
dada em graus. Como um ciclo completo corresponde a 360 graus, uma
diferena de fase de meio ciclo equivale a 180 grau s; um quarto de ciclo de
diferena corresponde a 90 graus de diferena de fa se etc.
Lembrar: Para saber quanto o valor da diferena de fase num ciclo,
basta fazermos a seguinte regra de trs:
360------1 ciclo
x------------1/2 ciclo .:.x= 180
Os termos adiantado e atrasado so usados para descrever as posies
relativas no tempo de duas tenses, ou correntes, d efasadas. A corrente, ou
-
62
tenso, que est na frente no tempo dita adiantada, caso contrrio, dizemos
que est atrasada.
4.4- perodo de uma tenso AC
O perodo de uma tenso ou corrente AC definido como o tempo
necessrio para ela realizar um ciclo completo. Conhecendo-se a frequncia,
podemos facilmente determinar o perodo, pois so t ermos inversos, ou seja:
Perodo= 1/ frequncia [segundo]
Fig 4.4
Fonte: Harry Mileaf- Vol.4
4.5- valor de pico de uma tenso ou corrente AC
Para especificar o valor de uma tenso ou corrente DC, no existe
problema, uma vez que os valores DC so constantes. Entretanto, os valores
de tenses e correntes AC variam continuamente, tor nando difcil especific-
los. Antes de fornecermos o valor de uma tenso ou corrente AC,
normalmente, devemos determinar qual o tipo de valor necessrio, e isso
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63
depende de como queremos utiliz-lo. Provavelmente, o valor mais lgico o
valor do pico que d amplitude ou valor mximo da tenso ou corrente.
Algumas vezes, usa-se o valor de pico-a-pico que igual a duas vezes o
valor de pico. Na forma de onda, o valor de pico-a-pico dado pela distncia
entre valor mximo positivo e o valor mximo negativo.
Fig. 4.5
Fonte: Harry Mileaf- Vol.4
Eventualmente, podemos estar interessados no valor instantneo de
tenso ou corrente. Esse valor dado para um instante particular de tempo.
Conforme o instante considerado, o valor instantne o pode variar de zero at o
valor de pico.
Na maior parte dos casos, nenhum destes valores (valores de pico, pico-
a-pico e instantneo), satisfatrio para caracter izar os valores reais de uma
tenso ou corrente AC. Ao invs deles, geralmente utilizamos dois outros
valores: valor mdio e valor eficaz.
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64
4.6- valor mdio de uma tenso ou corrente AC
O valor mdio de uma tenso ou corrente AC a mdia de todos os
valores instantneos durante o meio ciclo, ou alter nao. Durante meio ciclo, a
tenso ou corrente varia de zero at o valor de pico e retorna a zero
novamente; portanto, o valor mdio deve estar situado entre zero e o valor do
pico. Para uma onda senoidal pura, que a forma de onda mais comum em
circuitos AC, o valor mdio 0,637 vezes o valor de pico. Para uma tenso,
isso expresso pela equao:
Em= 0,637 Ep
Por exemplo, se a tenso de pico for de 100 volts, a tenso mdia ser:
Em= 0,637 Ep=0,637x100= 63,7 volts.
A equao para a corrente mdia em funo da corre nte de pico
idntica equao para tenso.
Deve-se tomar cuidado para no confundir o valor m dio, que a mdia
de uma metade de ciclo, com a mdia do ciclo completo. Como ambos os
meios ciclos so iguais, sendo um positivo e outro negativo, a mdia relativa a
um ciclo completo zero.
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65
Fig. 4.6
Fonte: Harry Mileaf- Vol.4
4.7- valor eficaz de uma tenso ou corrente AC
Embora os valores mdios de tenso e corrente AC sejam teis, no
possuem qualquer relao com valores DC. Se um circ uito for percorrido por
uma corrente AC de valor mdio de 10 ampres, no saberemos como
comparar esse valor com o de um mesmo circuito percorrido por uma corrente
DC de 10 ampres. Como muitos equipamentos eltricos possuem tanto os
circuitos AC como os circuitos DC, conveniente expressar as correntes e
tenses AC em valores relacionados com DC. Isto possvel, utilizando-se os
valores eficazes.
O valor eficaz de uma tenso ou corrente AC aquele que provoca a
produo da mesma quantidade de calor, num circuito contendo apenas
resistncias, que uma tenso ou corrente DC de igual valor. Portanto, uma
corrente alternada com valor eficaz igual a 1 ampre produz o mesmo calor
num resistor de 10 ohms que uma corrente contnua de 1 ampre. O valor
eficaz conhecido, tambm, como valor rms (root-mean-square) devido sua
-
66
definio matemtica: a raiz quadrada do valor mdio dos quadrados de
todos os valores instantneos da corrente ou tenso , durante meio ciclo.
Para uma onda senoidal pura, o valor eficaz 0,707 vezes o valor de
pico.Portanto, as equaes para os valores eficazes da tenso e da corrente
so:
Ief= 0,707Ip Eef=0,707Ep
Portanto, uma tenso de pico de 100 volts, uma ten so AC teria um
valor rms igual a 70,7 volts. Isso significa que um resistor ligado a uma fonte
AC de 100 volts produziria o mesmo calor se fosse ligado a uma fonte DC de
70,7 volts.
O valor eficaz, normalmente, o valor escolhido para especificar as
tenses e correntes AC. A tenso de linha residenci al tem um valor rms igual a
110 volts. As indstrias, normalmente, so alimentadas com 220 volts rms.
Fig, 4.7
Fonte: Harry Mileaf- Vol.4
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5 .CORRENTE E TENSO SENOIDAIS-IMPEDNCIA COMPLEXA
Nos circuitos de corrente alternada, devido a defasagens entre formas
de ondas de tenses e correntes nos elementos de ci rcuitos estudados na
unidade de ensino 3, a soluo dos mesmos envolve c lculos matemticos que
ainda no so do conhecimento exigido para o nosso curso. Para atingirmos os
objetivos de nossos estudos, iremos abordar este assunto de uma forma em
que esses cculos no sejam envolvidos, entretanto, de modo a entender o
comportamento de tais elementos bsicos de circuitos, quando alimentados
com C.A.
5.1- Representao fasorial
Como estudado na unidade de ensino 4, uma tenso alternada pode ser
representada por V=Vp.senwt, onde podemos observar que seu valor
instantneo varia com a posio angular entre espir a e campo magntico de
polaridade fixa, lembra?
Podemos representar esta tenso senoidal at ravs de um ente que
denominaremos de fasor ( vetor giratrio que representa as grandezas
eltricas de um circuito de corrente alternada) , determinado atravs de uma
intensidade ou mdulo e um ngulo de fase. Admitind o como mdulo de um
fasor o valor eficaz(0,707.Vp), e, como ngulo o va lor de referncia zero,
poderemos representar V=Vm.senwt por V=IVI 0, onde:
IVI=0,707.Vp
5.2- circuito resistivo em CA
No circuito da fig. 5.2-a, temos um resistor sendo alimentado por uma
fonte de tenso C.A. Quando um circuito contm apen as resistncias puras, a
corrente, devido a Lei de Ohm(voc lembra?), em qualquer instante
proporcional tenso aplicada.
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Fig. 5.2-a
Se registrarmos, atravs de um osciloscpio, as formas de onda da
tenso e da corrente, obteremos a fig. 5.2-b, onde observamos que corrente e
tenso atingem os valores mximos no mesmo instante, o mesmo acontecendo
quando anulam-se, ou seja, em um circuito puramente resistivo, tenso e
corrente esto em fase, significando que, como atri bumos ngulo zero para o
fasor tenso, o fasor corrente tambm ter ngulo zero, no havendo
defasagem entre os mesmos.
Fig. 5.2-b
Fonte: www.eletronica24h.com.br
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Ao cosseno do ngulo de defasagem entre tenso e c orrente d-se o
nome de fator de potncia(cos ). O fator de potncia significa a percentagem
da energia eltrica que est sendo transformada em outras formas de energia.
Atravs da definio do fator de potncia, conclumos que, em um
circuito puramente resistivo, como cos =1, toda a energia eltrica fornecida
pela fonte transformada em calor atravs do efeito joule.Se representarmos
as grandezas tenso e corrente de um circuito puram ente resistivo,
vetorialmente, teremos dois vetores colineares, conforme a fig. 5.2-c.
Fig. 5.2-c
5.3- circuito indutivo em CA
A fig. 5.3-a nos mostra um indutor sendo alimentado por uma fonte de
tenso CA.
Fig. 5.3-a.
Fonte: www.eletronica24h.com.br
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Na unidade de ensino 3(tem 3.13), estudamos a caracterstica que um
condutor eltrico em forma de bobina apresenta, denominada indutncia, que
manifesta-se quando h variao na corrente eltrica que percorre este
condutor, denominado indutor. Este fato deve-se a utoinduo que, pela Lei
de Lenz, contrria causa que lhe deu origem, conforme estudado na
unidade de ensino 2(item 2.2); voc est lembrado?
A caracterstica da indutncia da eletricidade anloga da inrcia da
mecnica. Na mecnica, a inrcia a propriedade re lacionada a movimento ou
repouso, ou seja, um corpo tende a permanecer em repouso quando
colocado em movimento, e tende permanecer em movimento, quando
tentamos par-lo. Na eletricidade, a indutncia a propriedade que os
indutores possuem de tentar impedir a passagem da corrente eltrica no
momento da energizao e de tentar mant-la em circulao, no momento da
desenergizao.
Se registrarmos, atravs de um osciloscpio, as formas de onda da
tenso e da corrente, obteremos a fig. 5.3-b. Obse rvamos que quando a
corrente se anula, a tenso mxima(positiva ou negativa), e que quando a
corrente atinge os seus mximos negativos ou positivos a tenso anula-se, ou
seja, em um circuito puramente indutivo, a tenso e st adiantada de 90 em
relao corrente, significando que, como atribuim os ngulo zero para o fasor
tenso, o fasor corrente ter ngulo -90. Sendo cos(-90) igual a zero, ento o
fator de potncia ser nulo, significando que em um indutor puro no h
transformao de energia eltrica em outra forma de energia, havendo to
smente o armazenamento dessa energia em um campo m agntico. A
formao de campos magnticos atravs de indutores a base do princpio de
funcionamento das mquinas eltricas, tais como o gerador e os
transformadores componentes do sistema eltrico de sua embarcao. Se
representarmos vetorialmente as grandezas tenso e corrente de um circuito
puramente indutivo, teremos dois vetores defasados de 90, conforme a fig.
5.3-c, com a tenso adiantada em relao corrente .
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Fig. 5.3-b.
Fonte: www.eletronica24h.com.br
Fig. 5.3-c.
5.4- circuito capacitivo em CA
Iremos agora estudar o comportamento de um capacitor puro em um
circuito alimentado por tenso AC (fig. 5.4-a).
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Fig. 5.4-a.
Quando uma tenso alternada aplicada a um capacitor, o seu
comportamento conseqncia direta do que ele manifesta no caso de uma
tenso contnua.
Quando a tenso varia periodicamente, o capacitor submetido, durante
uma metade do ciclo, a uma tenso contnua e, duran te a outra metade do
ciclo, a uma tenso idntica, mas de sinal oposto. O dieltrico submetido a
solicitaes alternadas que variam de sinal muito r apidamente e, portanto, sua
polarizao muda com o mesmo ritmo. Se a frequncia aumenta, o dieltrico
no pode seguir as mudanas com a mesma velocidade com que ocorrem, e a
polarizao diminui, o que arrecata uma reduo da capacitncia. Portanto,
devido ao fato de que a capacitncia do capacitor t ende a diminuir com o
aumento da frequncia, apenas alguns tipos muitos particulares de dieltricos
podem ser empregados em alta frequncia.
Com as tenses alternadas, produzindo-se o fenmen o descrito de
sucessivas cargas e descargas, pode-se dizer que se verifica uma circulao
de corrente, embora esta no flua diretamente pelo dieltrico. Assim, chega-se
a uma das principais aplicaes dos capacitores: a de separar a corrente
alternada da contnua, quando estas se apresentam simultaneamente. Alm do
fato de que a corrente alternada pode circular por um capacitor, entre esta e a
tenso aplicada em seus terminais, produz-se uma de fasagem, de modo que,
quando a corrente atinge seu valor mximo, a tenso passa nesse mesmo
instante pelo valor zero, ou seja, em um capacitor, a corrente est adiantada de
90 em relao tenso, conforme mostrado na fig ura 5.4-b.
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Fig. 5.4-b
Fonte: www.eletronica24h.com.br
5.5- impedncia
Na soluo de circuitos eltricos alimentados por f ontes de corrente
alternada, os componentes bsicos estudados(resistores, indutores e
capacitores) apresentam comportamentos distintos,ou seja: os resistores iro
dissipar a energia eltrica em forma de calor; os indutores iro armazenar
energia eltrica em um campo magntico e os capacitores armazenaro a
energia em um campo eltrico. Lembre-se que a caracterstica de cada
elemento bsico determinada pelo seu fator de potncia.
Cada elemento bsico de circuito apresentar uma determinada reao,
ou melhor, oposio passagem da corrente alternad a. Como estudado na
unidade de ensino 3, o resistor apresenta como oposio resistncia
eltrica(R), o indutor ope-se atravs de sua reat ncia indutiva(Xl) e o
capacitor atravs de sua reatncia capacitiva(Xc). Quando estes elementos
esto presentes em um circuito AC, a oposio total passagem da corrente
alternada denominada de impedncia, sendo representada pela letra Z,
tendo como unidade o ohm( ) , e dada por:
Z= ( R + X )
onde:
X= Xl Xc ( circuito indutivo )
X= Xc Xl ( circuito capacitivo )
5.6- circuitos de CA
Resolveremos alguns exerccios para que tenhamos uma viso de
como os circuitos de CA diferem dos correspondentes de CC.
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74
a) Impedncia indutiva (bobina e resistncia)
Na prtica, como no existe indutor puro,ou seja, nenhuma bobina
possui resistncia nula, podemos representar um bobina real como uma
bobina ideal em srie com uma resistncia ideal. No exerccio que iremos
resolver, analisaremos o comportamento de um circuito indutivo:
* Determine a reatncia indutiva e a corrente que p ercorre uma bobina de
0,1H, quando a mesma alimentada atravs de uma fonte AC de 10V de
valor eficaz de tenso e frequncia de 50Hz.
Soluo:
A reatncia determinada por:
Xl = 2x xfxL= 2x3.14x50x0,1=31,4 .
O valor eficaz da corrente
I=V/Xl=10/31,4=0,32A.
A tenso no resistor(Ur) est em fase com a corrente, e a tenso na
bobina(Ul) est adiantada de 90, conforme mostra a fig. 5.6-a.
Fig. 5.6-a.
* Uma bobina de indutncia 0,1H e resistncia de 80 alimentada por uma
fonte A.C. de 100V de tenso eficaz e frequncia de 600Hz.Determine
aimpedncia do circuito e a corrente fornecida pela fonte.
Soluo:
A reatncia indutiva dada por:
Xl=2x xfxL=2X3.14X600X0,1=376,8 .
Sendo a resistncia R=80 , a impedncia do circuito ser:
Z= (R + Xl )= ( 80 + 376,8 )= 385 .
Atravs da Lei de Ohm, aplicada a circuitos CA, determinaremos a
corrente fornecida pela fonte:
-
75
V=ZXI ( Lei de Ohm )
I=V/Z=100/385=0,26A.
b) Impedncia capacitiva(capacitor e resistncia )
Agora iremos analisar o comportamento, em AC, de um circuito srie de
um capacitor e uma resistncia.
* Liga-se um capacitor de 50F em srie com uma res istncia de 40 em
uma fonte AC de tenso eficaz de 110V. Sendo de 2A a corrente no circuito,
determine:
a) a frequncia da fonte de alimentao; e
b) as tenses na resistncia e no capacitor.
Soluo:
Primeiramente, determinaremos a impedncia do circ uito para a
corrente de 2A:
Z= V/I = 110/2 = 55 .
Determinaremos, em seguida, a reatncia capacitiva :
Z= (R + Xc ) = 55 = ( 40 + Xc)
Xc = ( 55 - 40 ) = 37,7 .
A frequncia determinada por
f= 1/(2x xCxXc)= 1/(2x3.14x0,00005x37,7) = 84,3Hz.
A tenso na resistncia dada por
Vr= RxI = 40x2 = 80V.
A tenso no capacitor dada por
Vc = XcxI = 37,7x2 = 75,4V.
-
76
* Um capacitor de capacitncia 1F recebe alimenta o CA de tenso eficaz
de 10V e frequncia de 100Hz. Determine a reatncia capacitiva e a corrente
responsvel pela formao do campo eltrico onde ser armazenada a
energia eltrica.
Soluo:
A reatncia capacitiva determinada por
Xc= 1/(2X XfxC)= 1/ (2X3.14X100XO,000001)=1/0,000628= 1592 .
Atravs da Lei de Ohm aplicada a circuitos C.A., determinaremos a
corrente fornecida pela fonte, que a responsvel pela formao do campo
eltrico onde ser armazenada a energia eltrica.
V=ZXI; porm, admitindo-se capacitor ideal (R=0), Z=Xc=1592 .
I=V/Z=10/1592=0,006A = 6mA.
5.7- teorema da mxima transferncia de potncia
Em todo tipo de sistema, tais como hidrulico, pneumtico, hidro-
dinmico etc., espera-se a otimizao do mesmo. Um sistema eltrico
projetado para que as perdas de energia entre fonte e carga sejam mnimas,
ou seja, deve ser mxima a transferncia de potncia.
Atravs do clculo diferencial aplicado a circuitos eltricos, chega-se a
concluso de que, em um circuito de corrente contn ua, obtm-se a mxima
transferncia de potncia quando a resistncia da carga igual resistncia
interna da fonte; no caso de circuitos de corrente alternada, a mxima
transferncia de potncia conseguida quando as reatncias da carga
tenderem a anular-se, fazendo com que a impedncia do sistema tenda a ser
resistiva.
-
77
6. POTNCIA E CORREO DO FATOR DE POTNCIA
Em um sistema eltrico, esperado que o mesmo opere com eficincia
mxima, ou seja, que ocorra a transformao integral de toda a energia eltrica
em outra forma de energia. Na unidade de ensino 5, tivemos informaes sobre
condies necessrias para que ocorra a mxima transferncia de potncia
em circuitos eltricos. Em um circuito de corrente contnua, temos somente a
potncia ativa, dada pelo produto da tenso pela corrente, o mesmo ocorrendo
em um circuito de corrente alternada puramente resistivo. Na unidade de
ensino 5, item 5.2, definimos um termo denominado fator de potncia, que a
legislao atual de fornecimento de energia eltric a exige que seja no mnimo
igual a 0,92.Nas instalaes eltricas martimas, o fator de potncia deve ser
elevado para que a energia gerada tenha o mximo de aproveitamento, com
economia no leo diesel consumido no motor de combu sto interna acionador
do gerador.
6.1- Potncia Ativa
A potncia ativa, conforme enfatizamos, gerada na parte resistiva de
uma instalao ou circuito eltrico e quantificada por
P= Vx Ixcos ( W)
Onde:
P a potncia ativa, ou seja, a que integralmente transformada em
outras formas de energia, sendo sua unidade o Watt, cujo smbolo a letra W;
V a tenso ou diferena de potencial da f onte de energia, sendo sua
unidade o Volt, cujo smbolo a letra V;
I a corrente eltrica, sendo sua unidade o Ampr, cujo smbolo a letra
A; e
cos o fator de potncia da instalao.
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78
Se o circuito ou sistema for trifsico, a potncia ativa ser quantificada
por:
P= 3xVxIxcos ( W ).
Iremos apresentar dois exemplos de determinao da potncia ativa de
cargas tpicas:
a) a sauna de um navio fluvial de turismo trifsica solicitando, a plena carga,
uma corrente de 39,4A, quando alimentada em 220V eficazes, atravs do
quadro eltrico principal. Determine a potncia desta carga.
Soluo:
Sendo a sauna uma carga tpicamente resistiva, tenso e corrente esto
em fase, implicando em fator de potncia unitrio, pois cos=1, ento:
P= 3xVxIx cos.
P= 1,73x220x39,4x1
P= 14995,64W 15Kw.