Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

8
Especial MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Segurança: candidatos ao governo debatem o tema EM TEMPO propõe uma série de reportagens com os candidatos ao governo, começando pelas questões de segurança pública O caderno de políti- ca do EM TEMPO, intitulado “Eleições 2014”, começa hoje (24) uma série de reportagens com os candidatos ao gover- no do Estado sobre variados temas de relevância para a sociedade amazonense. Para este domingo, o tópico esco- lhido foi segurança pública. Os candidatos, ao apresentarem suas propostas de governo para este assunto, não deixa- ram de criticar governos ante- riores e o atual com relação às falhas com a questão. José Melo (Pros), governador e candidato à reeleição, pela coligação Fazendo Mais por Nossa Gente, lembrou que no governo Omar e Melo o índice de criminalidade diminuiu, en- quanto que no governo anterior (de Eduardo Braga), o número aumentou em 83%. “Só para comparar, nos oito anos do governo anterior o índice de criminalidade no caso de homicídio subiu 83% e em nosso caso, em quatro anos, reduziu em 23%, isso fruto naturalmente dos investimen- tos, mas, sobretudo do Ronda no Bairro, que é uma polícia presente e consequentemente inibe aquela questão da mar- ginalidade”, finalizou. Consta no plano de governo do candidato a expansão do programa Ronda no Bairro a todos os municípios do interior do Estado, além da realização de concurso pú- blico para preencher as ne- cessidades nos quadros da polícia Civil e Militar. “Vamos continuar expandin- do o progra- ma Ronda no Bairro para outros mu- nicípios, em quatro anos teremos o Ronda pre- sente em todos os municípios. Em Ma- naus, vamos aprimorar cada vez mais o sistema que já temos hoje, onde o Ronda é parte integrante e é pensa- mento meu também fazer um novo concurso, ao final deste que temos ainda em vigência, para continuar suprindo as necessidades que têm as po- lícias Militar e Civil nos seus quadros”, destacou. Melo disse ainda que quer ter uma polícia mais humanizada e que também pretende trazer a comunidade para dentro do sistema. “Agora eu pretendo ter uma polícia mais humani- zada. Quero utilizar educação, saúde social e segurança pú- blica, juntar todos para que a gente possa trazer a comuni- dade para dentro do sistema e ao trazer a comunidade para dentro do sistema”, destacou. Braga critica o Ronda Candidato ao governo do Es- tado pela coligação Renovação e Experiência, senador Edu- ardo Braga (PMDB) criticou o programa Ronda no Bairro, implantado no governo Omar e Melo e destacou seus prin- cipais pontos de governo para a segurança pública. “O Ronda no Bairro, progra- ma do atual governo escolhido para ser o carro-chefe no com- bate à violência não responde aos anseios e às expectati- vas da população. O projeto é bom, mas a falta de qualidade da gestão compromete a sua eficiência. O Ronda no Bairro precisa ser reestruturado, me- lhorando a sua atuação nas ruas, no serviço prestado à população”, disse. Braga pontuou alguns proje- tos para a melhoria na segu- rança pública do Estado, tais como: Elaborar o Plano Estra- tégico de Segurança Pública, como política de Estado, com diretrizes estratégicas, incor- porando metas estruturantes (combate ao tráfico de drogas e redução das mortes inten- cionais violentas); implantar o Fronteira Segura, programa de defesa das fronteiras para coibir o narcotráfico interna- cional, por meio de parceria entre as polícias Civil e Militar do Amazonas e a Polícia Fede- ral, Exército, Judiciário e outros órgãos; instituir o Programa de Revitalização da Polícia Técni- co-Científica (Politec), com a integração física e funcional dos Institutos de Identificação, Criminalística, Médico Legal e de Genética Forense, tornando a perícia forense do Amazonas referência na Região Norte; entre outros. MOARA CABRAL Equipe EM TEMPO Chico Preto (PMN) faz du- ras críticas à execução do programa Ronda no Bairro. Segundo ele, a ideia é boa, mas não foi bem executada. “A própria ideia do Ronda no Bairro é algo de planejamento que faz todo sentido, porém a execução do programa tem mostrado falhas gritantes e essas falhas por certo têm proporcionado o descrédito que ano após ano vem se acumulando da comunidade de modo em geral”, disse Chico revela que, se chegar a comandar o governo do Es- tado, pretende ter uma relação próxima com as pessoas que cuidarão da segurança pública, pois são essas pessoas que conhecem de perto as neces- sidades. “Eu pretendo, à frente do governo do Estado, ter uma relação muito próxima com as pessoas que executarão a segurança pública para que eu, como governador, possa auto- rizar e tomar as decisões de correção sempre num menor espaço de tempo”, destacou. Parcerias O candidato também abra- çou como proposta de governo realizar parceria com as prefei- turas do interior para criar pos- tos do Corpo de Bombeiros. “Em quatro anos, vamos do- tar o Amazonas de estrutura em compartilhamento com a prefeitura de pequenas uni- dades de combate ao incêndio no Amazonas. No interior do Estado, quando pega fogo, a população só espera o fogo consumir tudo para depois ir lá e ver o que sobrou, porque não tem combate, e olha que água não é nosso problema. O pro- blema é exatamente essa visão de você dotar os municípios, além da polícia civil e militar, de uma pequena estrutura com pequeno carro de combate ao incêndio dimensionado ao ta- manho da cidade”, finalizou. ‘Ronda não foi bem executado’ Para o candidato do PSOL, Abel Alves, as questões liga- das à segurança são muito amplas, e envolvem a cons- cientização da população para o que realmente é segurança pública. “Essa é uma questão que engloba muito mais do que a polícia, temos que conscien- tizar a população para o seu papel,” explica Alves. Além dos projetos que envol- vem palestras e um trabalho de reorganização dentro do âmbito da segurança, o candi- dato defende ainda a unifica- ção das polícias, assim como sua desmilitarização. Para o candidato, é necessário que a polícia trabalhe em parceria com o Poder Judiciário para que assim o modelo de segu- rança funcione de forma com- pleta. “Não adianta a polícia prender, e o Judiciário soltar,” dispara o candidato. Defendendo sempre que a informação é a melhor arma em qualquer combate, o polí- tico pensa em investir pesado nas campanhas de conscien- tização tanto no combate as drogas quanto à violên- cia infantil, pois, segundo o candidato, a guerra começa dentro do seio familiar, princi- palmente no que diz respeito à violência infantil. Forças especiais Já Marcelo Ramos (PSB) de- fende em seu plano de gover- no o direito à vida. Pensando nisso, segundo ele, o programa Ronda no Bairro será estrutu- rado ao seu propósito: polícia de base no bairro. Além de investir em inte- ligência e forças especiais. “Vamos investir em forças especiais e inteligência para asfixiar o crime organizado e o tráfico de drogas, pois a maior parte da criminalidade está ligada ao tráfico de drogas e ao crime organizado”, disse, explicando que esse projeto é para a capital e interior. ‘Segurança é mais do que polícia’ Vamos investir em forças espe- ciais e inteligência para asfixiar o crime organizado e o tráfico de drogas Marcelo Ramos, deputado estadual Candidatos ao governo do Amazonas debatem o tema de Segurança Pública tendo o programa Ronda no Bairro como principal alvo de críticas e de mudanças para melhorar o modelo IONE MORENO ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 8/22/2014 11:45:09 PM

description

Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

Transcript of Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

Page 1: Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

Espe

cial

MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

cial

Segurança: candidatos ao governo debatem o temaEM TEMPO propõe uma série de reportagens com os candidatos ao governo, começando pelas questões de segurança pública

O caderno de políti-ca do EM TEMPO, intitulado “Eleições 2014”, começa hoje

(24) uma série de reportagens com os candidatos ao gover-no do Estado sobre variados temas de relevância para a sociedade amazonense. Para este domingo, o tópico esco-lhido foi segurança pública. Os candidatos, ao apresentarem suas propostas de governo para este assunto, não deixa-ram de criticar governos ante-riores e o atual com relação às falhas com a questão.

José Melo (Pros), governador e candidato à reeleição, pela coligação Fazendo Mais por Nossa Gente, lembrou que no governo Omar e Melo o índice de criminalidade diminuiu, en-quanto que no governo anterior (de Eduardo Braga), o número aumentou em 83%.

“Só para comparar, nos oito anos do governo anterior o índice de criminalidade no caso de homicídio subiu 83% e em nosso caso, em quatro anos, reduziu em 23%, isso fruto naturalmente dos investimen-tos, mas, sobretudo do Ronda no Bairro, que é uma polícia presente e consequentemente inibe aquela questão da mar-ginalidade”, fi nalizou.

Consta no plano de governo do candidato a expansão do programa Ronda no Bairro a todos os municípios do interior do Estado, além da realização de concurso pú-blico para preencher as ne-cessidades nos quadros da polícia Civil e Militar.

“Vamos continuar expandin-

do o progra-ma Ronda no Bairro para outros mu-nicípios, em quatro anos teremos o Ronda pre-sente em todos os municípios. Em Ma-naus, vamos aprimorar cada vez mais o sistema que já temos hoje, onde o Ronda é parte integrante e é pensa-mento meu também fazer um novo concurso, ao fi nal deste que temos ainda em vigência,

para continuar suprindo as necessidades que têm as po-lícias Militar e Civil nos seus quadros”, destacou.

Melo disse ainda que quer ter uma polícia mais humanizada e que também pretende trazer a comunidade para dentro do sistema. “Agora eu pretendo ter uma polícia mais humani-zada. Quero utilizar educação, saúde social e segurança pú-blica, juntar todos para que a gente possa trazer a comuni-dade para dentro do sistema e ao trazer a comunidade para dentro do sistema”, destacou.

Braga critica o RondaCandidato ao governo do Es-

tado pela coligação Renovação e Experiência, senador Edu-ardo Braga (PMDB) criticou o programa Ronda no Bairro, implantado no governo Omar e Melo e destacou seus prin-cipais pontos de governo para a segurança pública.

“O Ronda no Bairro, progra-ma do atual governo escolhido para ser o carro-chefe no com-bate à violência não responde aos anseios e às expectati-vas da população. O projeto é bom, mas a falta de qualidade da gestão compromete a sua efi ciência. O Ronda no Bairro precisa ser reestruturado, me-lhorando a sua atuação nas ruas, no serviço prestado à população”, disse.

Braga pontuou alguns proje-tos para a melhoria na segu-rança pública do Estado, tais como: Elaborar o Plano Estra-tégico de Segurança Pública, como política de Estado, com diretrizes estratégicas, incor-porando metas estruturantes (combate ao tráfi co de drogas e redução das mortes inten-cionais violentas); implantar o Fronteira Segura, programa de defesa das fronteiras para coibir o narcotráfi co interna-cional, por meio de parceria entre as polícias Civil e Militar do Amazonas e a Polícia Fede-ral, Exército, Judiciário e outros órgãos; instituir o Programa de Revitalização da Polícia Técni-co-Científi ca (Politec), com a integração física e funcional dos Institutos de Identifi cação, Criminalística, Médico Legal e de Genética Forense, tornando a perícia forense do Amazonas referência na Região Norte; entre outros.

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

Chico Preto (PMN) faz du-ras críticas à execução do programa Ronda no Bairro. Segundo ele, a ideia é boa, mas não foi bem executada. “A própria ideia do Ronda no Bairro é algo de planejamento que faz todo sentido, porém a execução do programa tem mostrado falhas gritantes e essas falhas por certo têm proporcionado o descrédito que ano após ano vem se acumulando da comunidade de modo em geral”, disse

Chico revela que, se chegar a comandar o governo do Es-tado, pretende ter uma relação próxima com as pessoas que

cuidarão da segurança pública, pois são essas pessoas que conhecem de perto as neces-sidades. “Eu pretendo, à frente do governo do Estado, ter uma relação muito próxima com as pessoas que executarão a segurança pública para que eu, como governador, possa auto-rizar e tomar as decisões de correção sempre num menor espaço de tempo”, destacou.

ParceriasO candidato também abra-

çou como proposta de governo realizar parceria com as prefei-turas do interior para criar pos-tos do Corpo de Bombeiros.

“Em quatro anos, vamos do-tar o Amazonas de estrutura em compartilhamento com a prefeitura de pequenas uni-dades de combate ao incêndio no Amazonas. No interior do Estado, quando pega fogo, a população só espera o fogo consumir tudo para depois ir lá e ver o que sobrou, porque não tem combate, e olha que água não é nosso problema. O pro-blema é exatamente essa visão de você dotar os municípios, além da polícia civil e militar, de uma pequena estrutura com pequeno carro de combate ao incêndio dimensionado ao ta-manho da cidade”, fi nalizou.

‘Ronda não foi bem executado’

Para o candidato do PSOL, Abel Alves, as questões liga-das à segurança são muito amplas, e envolvem a cons-cientização da população para o que realmente é segurança pública. “Essa é uma questão que engloba muito mais do que a polícia, temos que conscien-tizar a população para o seu papel,” explica Alves.

Além dos projetos que envol-vem palestras e um trabalho de reorganização dentro do âmbito da segurança, o candi-dato defende ainda a unifi ca-ção das polícias, assim como sua desmilitarização. Para o candidato, é necessário que

a polícia trabalhe em parceria com o Poder Judiciário para que assim o modelo de segu-rança funcione de forma com-pleta. “Não adianta a polícia prender, e o Judiciário soltar,” dispara o candidato.

Defendendo sempre que a informação é a melhor arma em qualquer combate, o polí-tico pensa em investir pesado nas campanhas de conscien-tização tanto no combate as drogas quanto à violên-cia infantil, pois, segundo o candidato, a guerra começa dentro do seio familiar, princi-palmente no que diz respeito à violência infantil.

Forças especiaisJá Marcelo Ramos (PSB) de-

fende em seu plano de gover-no o direito à vida. Pensando nisso, segundo ele, o programa Ronda no Bairro será estrutu-rado ao seu propósito: polícia de base no bairro.

Além de investir em inte-ligência e forças especiais. “Vamos investir em forças especiais e inteligência para asfi xiar o crime organizado e o tráfi co de drogas, pois a maior parte da criminalidade está ligada ao tráfi co de drogas e ao crime organizado”, disse, explicando que esse projeto é para a capital e interior.

‘Segurança é mais do que polícia’

Vamos investir em forças espe-

ciais e inteligência para asfixiar

o crime organizado e o tráfico de drogas

Marcelo Ramos, deputado estadual

Candidatos ao governo do Amazonas debatem o tema de Segurança Pública tendo o programa Ronda no Bairro como principal alvo de críticas e de mudanças para melhorar o modelo

IONE MORENO

ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 8/22/2014 11:45:09 PM

Page 2: Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

2 MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato não divulgou agenda.

EDUARDO BRAGA

Candidato realiza caminhada na Zona Leste às 9h e às 11h tem reunião de planejamento de campanha com equipe.

MARCELO RAMOS

Candidato não divulgou agenda.

HERBERT AMAZONAS

Candidato fará caminhada no bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste, e no fi m da tarde caminhada no núcleo 16 do bairro Cidade Nova, Zona Norte.

ABEL ALVES

Candidato não divulgou agenda.

JOSÉ MELO

Candidato fará caminhada no bairro da Raiz e à noite tem encontro popular com moradores do bairro Santo Antônio.

CHICO PRETO

Candidato irá realizar visita à cidade de Novo Airão.

NAVARRO

Os cabos eleitorais aguentam o cansaço, fadiga e horas de sede. A maioria dos trabalhadores defende uma única causa: seu sustento

A pesada bandeira para o sustento

Contratados para se-rem combatentes das estratéas dos candi-datos na eleição des-

te ano, os cabos eleitorais de ruas entregam ‘‘santi-nhos’’, panfl etos de proposta, carregam placas e também atuam como agitadores de bandeira. Sempre sorriden-tes e fazendo muito barulho, esses trabalhadores enfren-tam muitas difi culdades para executar sua tarefa e a maio-ria confessa: estão atuando naquela função pelo dinheiro e não pelo candidato.

Sob o sol escaldante às 10h da manhã do último sábado, um grupo de 20 pessoas tra-balhava fazendo bandeirada para um candidato ao governo na Bola do Eldorado, Zona Centro-Sul. Para enfrentar o calor, muita água e protetor solar, além do boné. Os cabos eleitorais percorriam os pon-tos de grande fl uxo nos sinais, e balançavam o estandarte com o nome e o número do candidato. Sempre acompa-nhados dos guardadores de placas – aqueles que fi cam nas esquinas segurando a placa dos candidatos.

‘ ‘ T o d o dia é um lugar di-ferente. O sol é de ra-char, mas nós rece-bemos um tubo de p r o t e t o r solar e algumas recomenda-ções para evitar algum tipo de doença’’, esclarece a equipe de três agitadores de bandeira.

Vida fácil Engana-se quem pensa que

o trabalho deles se restringe apenas a balançar bandei-ras por algumas horas. Des-de cedo, os cabos eleitorais se organizam com líderes de grupo, geralmente nos comi-tês devidamente montados, e abastecidos com materiais da campanha. De lá, as equipes são divididas e encaminhadas para o ponto defi nido.

‘‘Eles (líderes de divulgação da campanha) nos orientam a usar chapéu e o protetor solar que eles nos dão. E nos permitem até usar sombri-nhas e buscar sombra para não fi car tão expostos ao sol. Mas, tem muita gente que reclama. Eu estou aqui mais pelo dinheiro mesmo. Nunca

nem vi de perto o candidato para quem trabalho’’, disse um cabo eleitoral.

Entre as principais difi -culdades enfrentadas pelos trabalhadores está o calor e falta de banheiro. Segun-do uma equipe que trabalha para um deputado federal, para driblar as difi culdades, os cabos eleitorais de rua procuram “dar um jeitinho’’ para cada necessidade diária. Eles almoçam perto da kom-bi que traz suas refeições e aproveitam a distribuição de água para amenizar a sede e se refrescar.

“Nossa função é simples: balançamos a bandeira num local bem movimentado para que o ‘candidato seja visto’.E ali estamos sujeitos a tudo, desde cantadas, até a um atropelamento, pois mesmo fi cando nas calçadas pode de repente um carro perder o controle e nos atingir. Se alguém quer ir ao banheiro somos parceiros de cobrir o ponto dele. Usamos banhei-ros públicos ou pedimos em alguma loja, eles nos ajudam” comentou uma moça que pre-feriu não se identifi car.

O almoço também é im-provisado. Segundo os tra-balhadores, quando a kombi

vem deixar as quentinhas, eles aproveitam os assentos para almoçar e beber água. “Não é fácil, fi camos muito tempo em pé, no sol, apenas com um garrafão de água, que esquenta rápido demais. Mas, precisamos do salário”, declarou um estudante.

Uma das trabalhadoras que não importou de se identifi car é Maria Sueli. Autônoma, tem como fonte de renda apenas serviços de costura e toda campanha eleitoral aprovei-ta para ganhar um trocado. ‘‘Vale a pena para quem não tem trabalho. Na minha equi-pe todos estavam precisando. Estavamos desempregados. Eu nunca trabalhei de car-teira assinada. Faço serviços de bico em atelier e roupas para festivais. Este serviço de cabo eleitoral é uma ajuda que favorece pessoas. E no fi nal do mês compensa’’, comenta.

Segundo apurou a equipe do EM TEMPO, a maioria dos candidatos vem pagando um salário minino de R$ 724,00, além de bancar a alimenta-ção e o transporte. O horário de trabalho fi ca entre seis e oito horas por dia. “Não é o trabalho ideal, mas como não temos estudos, é o que nos resta”, lamentou Maria.

DENY CÂNCIOEspecial EM TEMPO

Trabalhadores recebem um salário mínimo para atuar nas ruas

FOTO

S: R

ICAR

DO

OLI

VEIR

A

ELEIÇÕES 2014 - 02.indd 2 8/22/2014 11:49:15 PM

Page 3: Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

3MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Nossa can-didatura tem recebido um favoritismo nas pesquisas e temos visto isso com muita humil-dade. Porque o povo vê a necessidade de termos uma ges-tão de uma forma mais efi ciente”

Não dá para gastar milhões e milhões com aluguel de carro com uma Delta, nacional-mente en-volvida em escândalos, e enquanto isso o nosso policial não é bem trei-nado”

Senador da República, governador do Amazo-nas por dois mandatos, prefeito de Manaus por

quatro anos. Eduardo Braga (PMDB) volta ao palanque em busca da terceira eleição ao cargo de chefe do Executivo estadual, com críticas severas aos seus sucessores. Braga se diz confi ante no apoio popular para mais uma conquista. Em um bate-papo com a reporta-gem do EM TEMPO, ele falou de suas propostas e de como pretende governar o Estado caso saia vitorioso das urnas no dia 5 de outubro. Leia e fi que por dentro das propostas do candidato do PMDB.

EM TEMPO - Mesmo carre-gando um mandato de sena-dor da República e fi gurando como líder do governo fede-ral no Congresso, o senhor pleiteia o cargo de governa-dor do Estado do Amazonas. Quais os motivos que lhe levam a desejar o comando do Executivo estadual pela terceira vez?Eduardo Braga - Primeiro, quero governar o Amazonas novamente pela experiência. Meus dois mandatos de gover-nador, um mandato de prefeito e agora de senador da República me fi zeram conhecer como fun-ciona Brasília de uma maneira muito mais próxima do que eu tinha experimentado até então. Creio que no Amazonas estamos precisando de uma gestão que faça com que as coisas possam andar mais rápido. Não é que o Estado esteja parado, o Estado está andando, mas de maneira muito devagar.

EM TEMPO - Como o senhor descreve essa estagnação?Eduardo Braga - A ponte sobre o Rio Negro, que é uma obra de grande envergadura, nós conse-guimos executar, entre projeto, licitação e fi nanciamento, em 5 anos. No entanto, a duplicação da AM-070, que é a duplicação de Manaus/Manacapuru, mesmo tendo dinheiro desde 2010, mes-mo tendo projeto, está andando muito devagar. A cidade universi-tária, que foi lançada com tanta pirotecnia, não tem nenhuma obra de universidade ali. O que existe até agora é apenas o arru-amento e uma estrada de acesso. Portanto, as obras vão muito devagar. A avenida das Torres, ou das Flores, que por sinal não tem fl or nenhuma, era para estar pronta há um ano. Enquanto isso, a cidade está sem mobilidade urbana, com um transporte ur-bano lento e o povo sofrendo. A lentidão também abrange as questões ligadas à saúde. Nós tínhamos praticamente acabado com as fi las e agora isso tudo

voltou. As pessoas estão indo de madrugada para as policlínicas. Quando eu construí os Serviços de Pronto Atendimento (SPAs), acabaram as fi las. Nós criamos uma central de regulação, fazía-mos a hora marcada e as pesso-as tinham um tratamento mais humanizado, criei os Amigos da Saúde. Os coloquei dentro das unidades e isso tudo acabou.

EM TEMPO - Em seu plano de governo, o senhor des-taca bastante os projetos voltados para a segurança pública, que é considerada serviço essencial. Algumas declarações repercutiram de forma negativa dentro dos quartéis, onde em boa parte estão os policiais ligados ao programa Ronda no Bairro, instituído pelo seu sucessor Omar Aziz. Como o senhor enxerga o atual momento da segurança pública do Amazo-nas? Nesse contexto, o Ronda no Bairro tem espaço na sua administração, caso eleito?Eduardo Braga - Nós tivemos a maior fuga de todos os tempos dos nossos presídios, 170 presos fugiram de uma vez. O que para mim é uma vergonha. O Ronda no Bairro é um bom projeto, e agora estamos tomando conhe-cimento de estupros dentro das viaturas, de violência policial, isso tudo é gestão. Eu nunca acabo com o que é uma boa ideia, procuro fazê-la funcionar bem. Eu quando sucedi o Amazonino, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) era uma boa ideia e não estava consolidada e eu consolidei a universidade. Chego ao governo do Estado, se for da vontade de Deus e do povo, com o compromisso de fazer segurança pública.

Mas, para mim, fazer seguran-ça não é acabar com o Ronda. Ao contrário, quero fazê-lo fun-cionar bem. Quero que a popu-lação possa se identifi car com uma polícia que é cidadã, que respeita o povo e que, ao mesmo tempo, combata o crime sem se transformar em criminosa. As cenas que temos visto re-voltam qualquer um. Ao mesmo tempo, existem várias denuncias relativas à conivência com o tráfi co. O que quero é acabar com isso. Queremos premiar o bom policial e tirar de circulação o mal profi ssional, não quero comandantes envolvidos com o crime dentro da polícia. Não dá para gastar milhões e milhões com aluguel de carro com uma Delta, nacionalmente envolvida em escândalos, e enquanto isso o nosso policial não é bem treinado, não é reconhecido. Então, que-ro dar melhores condições para esses policiais. O contrato com a Delta termina em dezembro, e se eu chegar ao governo rea-lizarei uma nova licitação. Uma licitação que não seja nem tanto e nem tão pouco.

EM TEMPO - Seu concor-rente mais forte é o atual governador José Melo, que tem nas mãos a máquina pública. Como o senhor se vê nesta disputa? Eduardo Braga - Nossa candidatura tem recebido um favoritismo nas pesquisas e temos visto isso com muita humildade. Porque o povo vê a necessidade de termos uma gestão de uma forma mais efi -ciente, isso me deixa bastante confi ante na vitória.

EM TEMPO - O senhor, durante seus mandatos, realizou ações conjuntas com a prefeitura munici-pal. Caso seja eleito em outubro, ações como es-sas devem ter destaque durante os quatro anos de mandato? Sua relação com o prefeito Arthur Neto permite cooperação?Eduardo Braga - Já fui pre-feito e quando prefeito fui o primeiro a fazer a famosa aliança, que no fi m se chamou ação conjunta. Na época, Ama-zonino Mendes governador e eu prefeito, isso fi cou marcado na cabeça das pessoas, porque foi a primeira grande parceria entre Estado e prefeitura.

Quando fui governador, ofe-reci a parceria a prefeitos de diversas matizes políticas. Ofe-reci ao Alfredo Nascimento, Luiz Alberto Carijó, Serafi m Corrêa e ao próprio Amazonino. Em algu-mas vezes conseguimos fazer parcerias, está aí o programa Águas para Manaus (Proama). O Serafi m entendeu que era importante liberar o Estado para que nós pudéssemos fazer o Pro-ama. Eu fi z o projeto, depois não queriam botá-lo para funcionar sabe lá Deus por que.

Alguns diziam até que a so-lução não era o Proama. Agora está aí, ele entrou em funciona-mento, passou seis meses estava resolvendo o problema da água. Houve um acidente e todo mundo reconheceu que ele faz falta. Por-tanto, eu vou procurar o prefeito, vou ter um diálogo institucional com ele, vou propor parceria para que possamos atuar. Quero conversar com o Arthur em alto nível, tive meus problemas com ele há um tempo, mas tenho conversado com ele depois disso. Ele também teve seus problemas comigo, mas também fi cou para trás. Eu tenho respeito pela his-tória política dele e tenho certeza que ele pela minha.

EM TEMPO - No seu plano de governo, o senhor voltou a defender o projeto do mo-notrilho, visando à melhoria da mobilidade urbana de Manaus. A tentativa fra-cassada do seu governo de construir o monotrilho, vez ou outra é lembrada por

seus opositores, como o se-nhor defende essa ideia?Eduardo Braga - Defendo o monotrilho porque na época que fomos fazer o projeto para a Copa do Mundo, contratamos as duas maiores empresas de consultoria do mundo, que nos apresentaram vários modais. Mas, os moldais estavam en-torno de uma espinha dorsal central, que era o anel viário do monotrilho recebendo contribui-ções de diversos modais, até do BRT, para que nós pudéssemos aliviar o engarrafamento. Me-lhorar a qualidade do transporte urbano, sem que nós tivéssemos problemas de desapropriação, que é muito cara em Manaus, especialmente nos corredores viários e ao mesmo tempo sem atrapalhar o trânsito que já é caótico. A grande vantagem do monotrilho é que você trabalha com vigas e pilares pré-molda-dos. Feita a fundação que se faz no canteiro central, o resto é trabalho aéreo que pode ser feito durante a noite. Nós co-meçaríamos o nosso monotrilho junto com o de São Paulo, o deles está quase pronto e o nosso nem começou. Não falta dinheiro, porque ele está ai. Falta vontade política.

EM TEMPO - Alguns polí-ticos amazonenses recla-mam de demora na libe-ração de verbas federais para o Amazonas. O senhor concorda com esse tipo de descontentamento?Eduardo Braga - Em época de política tem conversa para tudo e tudo aparece. A verda-de dos fatos é que o governo da presidente colocou muitos recursos no Amazonas, antes do governo da presidente não tinha creche no país. Para Ma-naus, a Dilma deu dinheiro para a construção de 55 unidades e o dinheiro está aí. Escolas de tempo integral, eu fui gover-nador, construí escolas desse modelo pela primeira vez.

A Dilma deu dinheiro para o Estado construir escolas de tem-po integral e isso nunca tinha acontecido. Mas, isso é um tipo de coisa que não se fala para o povo. O hospital do sangue, há três anos o dinheiro está depo-sitado na conta da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), o hospital de Manacapuru, há dois anos o dinheiro está depositado na conta do governo e a obra não começa. O hospital da Polícia Militar, há um ano o dinheiro está depositado na conta do governo e nada de acontecer obra.O anel viário que liga o Distri-to Industrial ao aeroporto, dois anos o dinheiro à disposição do Estado. A avenida das Torres, a segunda e terceira etapa é 100% fi nanciada com dinheiro do governo federal, ou da Caixa Econômica, ou a Fundo Perdido do Orçamento Geral da União.

Eduardo BRAGA

Um GOVERNO de EXPERIÊNCIA

...quero governar o Amazonas novamente pela experiência. Meus dois mandatos de go-vernador, um mandato de prefeito e agora de senador da República me fi zeram conhecer como funciona Brasília de uma maneira muito mais próxima do que eu tinha experimentado até então...”

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

IONE MORENO

ELEIÇÕES 2014 - 03.indd 3 8/23/2014 12:13:00 AM

Page 4: Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

4 MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014 5MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

OSAMA BIN LADEN É CANDIDATO NO AMAZONASE disputa uma vaga na Assembleia Legislativa contra Leandro Papa Sopa (PP), Felipe Kaboco de Ferro (PP), Madonna da Compensa (PRP), Risca Faca (PSOL) e Palhaço Quiabo (PTN)

Você votaria em um candidato com o nome de Osama Bin Laden? Leandro Papa–Sopa,

Madonna da Compensa ou ainda Risca Faca? Os leito-res e eleitores podem até es-tar pensando que isso é um texto de humor. Mas não é, esses candidatos existem e estão inscritos ofi cialmente no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AM) para disputar as Eleições de 2014.

Se você é daqueles que acham que eleição é uma festa e aquilo que dá para “ chorar também dá para rir”, vai ter um leque de opções para escolher seu candidato, principalmente à Assembleia Legislativa, onde estão con-centrados os nomes mais en-graçados e, até certo ponto, bizarros, que disputam uma cadeira no parlamento. Tem candidato para todos os gos-tos e humores: Kaboco de Ferro, Pão Torrado, Pai Amado, Ombro Amigo, Rosa do Co-ração, Zé Bonitinho, Palhaço Quiabo e por aí afora.

Candidato que pretende se eleger sem gastar muito, faz de tudo e adota as mais incríveis e apelativas “técnicas de mar-keting” para divulgar o nome. Até mesmo mudando o próprio nome. Nesse apelo acaba ado-tando os nomes mais bizarros. E se você pensa que isso pode surtir um efeito negativo, está muito enganado.

A história política do Brasil registra casos em que “can-didatos” que usaram nomes “patéticos” acabaram se ele-gendo. No Amazonas, o maior fenômeno foi o veterano ra-dialista José Costa de Aquino que, com o apelido de “Car-rapeta”, se elegia nos anos

1970–80 sem imprimir uma carta. No dia em que fi cou muito sério e resolveu adotar o sisudo “Costa de Aquino” nunca mais se elegeu.

Na maioria das vezes, o fe-nômeno dos votos pode ter sido alimentado pelo voto do protesto e do descrédito com a categoria política. O caso mais curioso da história política no Brasil é do “Bode Cheiroso”, que foi eleito vereador na década de 50, no município de Jaboatão dos Guararapes, no interior de Pernambuco. A história foi mais ou menos assim: a população do município já andava “porraqui” com o perfi l dos vereadores e resolveram protestar nas urnas, descarregando os votos num

bode que andava pelas ruas da cidade, o famosíssimo “Bode Cheiroso”, um velho conhecido da comunidade. Quando abri-ram as urnas não deu outra: o Bode Cheiroso foi eleito com centenas de votos! Mas não assumiu, porque o TRE de Per-nambuco anulou a candidatura. Quer dizer, “Bode Cheiroso” foi cassado antes de assumir!

Baseado nesses “estranhos fenômenos”, a cada eleição surgem candidatos com nomes esquisitos, estranhos, bizarros, curiosos e, por que não dizer, engraçados. São aqueles que pretendem se eleger sem gas-tar muito, por isso fazem de tudo e adotam as mais incrí-veis e apelativas “técnicas de

marketing” para divul-gar o nome. Até mesmo m u d a n d o o próprio nome. Nesse apelo, acaba transpondo a barreira do absurdo.

E em 2014 não poderia ser diferente. A corrida eleitoral do Amazonas está abarrotada de candidatos com esse perfi l. Por exemplo, do baiano Manoel Nunes, que vive no Amazonas e quer abocanhar uma vaga na Assembleia com o bombástico (perdoem o trocadilho) nome de Osama Bin Laden. Além de usar o nome do terrorista que detonou as Torres Gêmeas nas barbas de George Bush, o cara ainda se veste como tal. Na verdade, Osama Bin Laden é Manoel Nunes de Assis, candi-dato a deputado estadual pelo PTN sob o número 19.171, da coligação “Fazendo Mais por Nossa Gente”

Bin Laden vai disputar uma cadeira na Assembleia com ad-versários que também estão bebendo na mesma fonte do marketing: o escracho. Confi -ram quem são seus adversários: Leandro Papa Sopa, cujo ver-dadeiro nome é Leandro José Péres de Araújo, candidato a deputado estadual pelo PP, na coligação “Renovação e Experi-ência” , com o número 11.211; Madonna da Compensa (Iranete Souza Marinho), candidata pelo PRP, nº 44.400, coligação “Fa-zendo Mais por Nossa Gente”; Risca Faca (José Carlos Ramalho Cutrim), candidato do Psol com o nº 50.090; Jackson Saúde e Fé (Jackson Guimarães Cordeiro), do PTB, com o nº 14.145; Pai Amado (Carlos Alberto Brito Davila), do PV, nº 43.111, na coligação “Juntos Pelo Povo”.

PROTESTANDONa maioria das vezes, o fenômeno dos votos pode ter sido alimenta-do pelo voto do pro-testo e descrédito com a categoria política

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

O baiano Manoel Nunes de Assis tem 46 anos. De-sempregado, resolveu se lançar candidato a depu-tado estadual pelo PTN, na coligação “Fazendo Mais pela Nossa Gente”, usado o nome Osama Bin

Laden. Apesar de ter feito a opção pelo nome de um

terrorista que estarreceu o mundo ao detonar, no mais

ousado atentado da história, as

torres gêmeas do World Cen-ter, em Nova York, a can-didatura de

N u n e s t e m

sido bem aceita pelos mo-radores do Tancredo Ne-ves, o bairro onde vive. Ele explica porque:

EM TEMPO – O senhor sobrevivia de que, antes de decidir entrar na po-lítica?

OSAMA BIN LADEN, candidato do PRN – Estou desempregado, sobrevivo do aluguel de uma casa.

EM TEMPO – O senhor é baiano?

BIN LADEN – Na verdade eu sou um sertanejo. Nasci no sertão baiano, em Santa Maria da Vitória.

EM TEMPO – Por que o senhor decidiu entrar na política?

BIN LADEN – Eu já tinha me candidatado outra vez, com meu nome natural, a

deputado estadual pelo PHS, em 2002. Tive ape-

nas 396 votos, mas ganhei uma grande experiência.

EM TEMPO – Por que o nome Osama Bin La-den?

BIN LADEN – Esta é uma candidatura de protesto.

Existe uma revolta em re-lação aos políticos, digo, ao péssimos políticos. Por isso optei por ser um candida-to que pudesse falar o que pensava, sem medo de par-tidos ou de eleitor. O nome pode infl uenciar, porque o personagem, apesar de ter sido um terrorista, era um destemido que não temia os poderosos.

EM TEMPO – Também contou a questão do visual, não é?

BIN LADEN – Sim, claro. Quando meus amigos soube-ram da minha ideia de criar o personagem para falar o que pensa, começaram a obser-var que eu estava parecido fi sicamente com o Bin Laden. Aí um amigo conseguiu a farda, eu mesmo confeccio-nei o turbante e registrei o nome no Tribunal Regional Eleitoral.

EM TEMPO – Bin Laden era o terrorista mais pro-curado do mundo, acusado de ter detonado as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Isso não poderia criar um efeito contrário no eleitor e em vez de atrair votos, criar uma rejeição?

BIN LADEN – Isso pode

acontecer, mas eu estou pre-parado, pois tenho um argu-mento. Se alguém questio-nar, eu respondo: “Mas vocês mandam para Brasília, em toda eleição, bandidos, as-sassinos, corruptos... Quando desviam o dinheiro do remé-dio dos hospitais públicos e pessoas inocentes morrem, os políticos estão matando que nem Bin Laden; quando desviam o dinheiro do asfalto e um carro capota por causa de buracos na estrada e as pessoas morrem, os políticos estão matando que nem Bin Laden. No fundo, eles tam-bém elegem terroristas.

EM TEMPO – Mas o povo o chamou de terrorista, durante a campanha, nas ruas?

BIN LADEN – Ao contrá-rio, o povo me surpreendeu quando eu fui para rua. Fazem selfi e comigo, me abraçam, acenam quando me veem. E eu que pensava que o eleitor iria me confrontar.

EM TEMPO – Qual o seu número?

BIN LADEN – 19.171.

EM TEMPO – No Código Penal isso é estelionato?

BIN LADEN – Ué, mas não está cheio de 171 lá em Brasília?

“Uma candidatura para explodir a corrupção” Confi ra outros candidatos com nomes curiosos e diferentes:

Madonna da Compensa (Iranete Souza Marinho) – PRP.

Risca-Faca (José Carlos Ramalho Cutrin) – Psol

Leandro Papa-Sopa (Leandro José Péres de Araújo) – PP.

Papinha (João Paulo Repolho Cruz) – PSB.

Chegou Chegou (Robelson Oliveira da Silva) – PV

Palhaço Lero Lero (Raimundo Nonato Nascimento) – PSDC.

Edivan Bal Amigo da Naval (Edivan Costa do Nascimento) – PV. Lica Generoso (Elidiane Samia Vieira de Oliveira) – PSDC.

Elizoneide Afro Indígena (Elizoneide Rodrigues Silva) – PCdoB

Pai Amado (Carlos Alberto Brito D’ Ávila) – PV

Felipe Kaboco de Ferro (Felipe Ramos André) – PP.

Guarda Sorriso (Hermenegildo de Castro Cavalcante) – PCdoB.

João Couto Ombro Amigo (João Couto da Silva) – PTB.

Ligeirinho (João Luiz da Silva) – PSTU.

Papinha (João Paulo Repolho Cruz) – PSB.

João Chapinha (João Soares dos Santos) –PSDC.

Barreto da Estiva (Clodomir Farias Barreto) – PCdoB.

TERROR NA POLÍTICA

O candidato Osa-ma Bin Laden, cuja

identidade “secreta” é Manoel Nunes de Assis, adotou como slogan “uma candi-

datura para explodir a corrupção”

Conscientes de que seu voto seria nulo, o eleitor brasileiro já tirou muito sarro durante um momen-to tão sério como uma elei-ção. A democracia brasilei-ra registra casos hilários, como a expressiva votação do Macaco Tião, lançado candidato a prefeito do Rio de Janeiro pela turma do “Casseta & Planeta”.

As eleições municipais de 1988 transcorriam no maior tédio, até surgir o candidato do zoológico.

O Macaco Tião era um personagem irreverente da cena carioca, que jogava fe-

zes sobre os seus visitantes. Pois a revista de Bussunda e Cia. resolveu lançá-lo para prefeito, com o seguinte argumento: “Se o voto é obrigação, vote no Macaco Tião. Ele já tem uma grande vantagem diante dos outros candidatos: já está preso.”

Os Cassetas foram os maiores defensores da can-didatura com o mote de “dar uma banana para a cadu-quice na política”. A candi-datura de “Sebastião Alves Paranhos Paiva de Prata, 25, o popular Macaco Tião, o últi-mo preso político brasileiro”, cresceu e ganhou as ruas.

A brincadeira era séria e foi conquistando adesões. Boa parte do elenco da TV Pirata posaria para os fotógrafos vestindo a camiseta da cam-panha (vendida aos milha-res), que trazia uma foto do candidato em sua jaula e o slogan “tudo pela evolução, vote Macaco Tião”.

No dia 15 de novem-bro, Marcello Alencar seria eleito com 31% dos vo-tos. Em terceiro lugar, com 9,5%, aparecia o vencedor (i)moral da eleição: Sebas-tião Alves Paranhos Paiva de Prata, o chimpanzé mais votado da história.

A democracia do escracho

FOTO

S: R

AIM

UN

DO

VAL

ENTI

M

Macaco Tião, lançado a prefeito do Rio pela revista “Casseta & Planeta”, acabou em 3º lugar nas eleições de 1988

Cacareco foi um rinoceronte do Zoológico de São Paulo que, nas eleições de outubro de 1959, teve mais de 100 mil votos

ELEIÇÕES 2014 - 04 e 05.indd 4-5 8/22/2014 11:59:26 PM

Page 5: Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

4 MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014 5MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

OSAMA BIN LADEN É CANDIDATO NO AMAZONASE disputa uma vaga na Assembleia Legislativa contra Leandro Papa Sopa (PP), Felipe Kaboco de Ferro (PP), Madonna da Compensa (PRP), Risca Faca (PSOL) e Palhaço Quiabo (PTN)

Você votaria em um candidato com o nome de Osama Bin Laden? Leandro Papa–Sopa,

Madonna da Compensa ou ainda Risca Faca? Os leito-res e eleitores podem até es-tar pensando que isso é um texto de humor. Mas não é, esses candidatos existem e estão inscritos ofi cialmente no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AM) para disputar as Eleições de 2014.

Se você é daqueles que acham que eleição é uma festa e aquilo que dá para “ chorar também dá para rir”, vai ter um leque de opções para escolher seu candidato, principalmente à Assembleia Legislativa, onde estão con-centrados os nomes mais en-graçados e, até certo ponto, bizarros, que disputam uma cadeira no parlamento. Tem candidato para todos os gos-tos e humores: Kaboco de Ferro, Pão Torrado, Pai Amado, Ombro Amigo, Rosa do Co-ração, Zé Bonitinho, Palhaço Quiabo e por aí afora.

Candidato que pretende se eleger sem gastar muito, faz de tudo e adota as mais incríveis e apelativas “técnicas de mar-keting” para divulgar o nome. Até mesmo mudando o próprio nome. Nesse apelo acaba ado-tando os nomes mais bizarros. E se você pensa que isso pode surtir um efeito negativo, está muito enganado.

A história política do Brasil registra casos em que “can-didatos” que usaram nomes “patéticos” acabaram se ele-gendo. No Amazonas, o maior fenômeno foi o veterano ra-dialista José Costa de Aquino que, com o apelido de “Car-rapeta”, se elegia nos anos

1970–80 sem imprimir uma carta. No dia em que fi cou muito sério e resolveu adotar o sisudo “Costa de Aquino” nunca mais se elegeu.

Na maioria das vezes, o fe-nômeno dos votos pode ter sido alimentado pelo voto do protesto e do descrédito com a categoria política. O caso mais curioso da história política no Brasil é do “Bode Cheiroso”, que foi eleito vereador na década de 50, no município de Jaboatão dos Guararapes, no interior de Pernambuco. A história foi mais ou menos assim: a população do município já andava “porraqui” com o perfi l dos vereadores e resolveram protestar nas urnas, descarregando os votos num

bode que andava pelas ruas da cidade, o famosíssimo “Bode Cheiroso”, um velho conhecido da comunidade. Quando abri-ram as urnas não deu outra: o Bode Cheiroso foi eleito com centenas de votos! Mas não assumiu, porque o TRE de Per-nambuco anulou a candidatura. Quer dizer, “Bode Cheiroso” foi cassado antes de assumir!

Baseado nesses “estranhos fenômenos”, a cada eleição surgem candidatos com nomes esquisitos, estranhos, bizarros, curiosos e, por que não dizer, engraçados. São aqueles que pretendem se eleger sem gas-tar muito, por isso fazem de tudo e adotam as mais incrí-veis e apelativas “técnicas de

marketing” para divul-gar o nome. Até mesmo m u d a n d o o próprio nome. Nesse apelo, acaba transpondo a barreira do absurdo.

E em 2014 não poderia ser diferente. A corrida eleitoral do Amazonas está abarrotada de candidatos com esse perfi l. Por exemplo, do baiano Manoel Nunes, que vive no Amazonas e quer abocanhar uma vaga na Assembleia com o bombástico (perdoem o trocadilho) nome de Osama Bin Laden. Além de usar o nome do terrorista que detonou as Torres Gêmeas nas barbas de George Bush, o cara ainda se veste como tal. Na verdade, Osama Bin Laden é Manoel Nunes de Assis, candi-dato a deputado estadual pelo PTN sob o número 19.171, da coligação “Fazendo Mais por Nossa Gente”

Bin Laden vai disputar uma cadeira na Assembleia com ad-versários que também estão bebendo na mesma fonte do marketing: o escracho. Confi -ram quem são seus adversários: Leandro Papa Sopa, cujo ver-dadeiro nome é Leandro José Péres de Araújo, candidato a deputado estadual pelo PP, na coligação “Renovação e Experi-ência” , com o número 11.211; Madonna da Compensa (Iranete Souza Marinho), candidata pelo PRP, nº 44.400, coligação “Fa-zendo Mais por Nossa Gente”; Risca Faca (José Carlos Ramalho Cutrim), candidato do Psol com o nº 50.090; Jackson Saúde e Fé (Jackson Guimarães Cordeiro), do PTB, com o nº 14.145; Pai Amado (Carlos Alberto Brito Davila), do PV, nº 43.111, na coligação “Juntos Pelo Povo”.

PROTESTANDONa maioria das vezes, o fenômeno dos votos pode ter sido alimenta-do pelo voto do pro-testo e descrédito com a categoria política

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

O baiano Manoel Nunes de Assis tem 46 anos. De-sempregado, resolveu se lançar candidato a depu-tado estadual pelo PTN, na coligação “Fazendo Mais pela Nossa Gente”, usado o nome Osama Bin

Laden. Apesar de ter feito a opção pelo nome de um

terrorista que estarreceu o mundo ao detonar, no mais

ousado atentado da história, as

torres gêmeas do World Cen-ter, em Nova York, a can-didatura de

N u n e s t e m

sido bem aceita pelos mo-radores do Tancredo Ne-ves, o bairro onde vive. Ele explica porque:

EM TEMPO – O senhor sobrevivia de que, antes de decidir entrar na po-lítica?

OSAMA BIN LADEN, candidato do PRN – Estou desempregado, sobrevivo do aluguel de uma casa.

EM TEMPO – O senhor é baiano?

BIN LADEN – Na verdade eu sou um sertanejo. Nasci no sertão baiano, em Santa Maria da Vitória.

EM TEMPO – Por que o senhor decidiu entrar na política?

BIN LADEN – Eu já tinha me candidatado outra vez, com meu nome natural, a

deputado estadual pelo PHS, em 2002. Tive ape-

nas 396 votos, mas ganhei uma grande experiência.

EM TEMPO – Por que o nome Osama Bin La-den?

BIN LADEN – Esta é uma candidatura de protesto.

Existe uma revolta em re-lação aos políticos, digo, ao péssimos políticos. Por isso optei por ser um candida-to que pudesse falar o que pensava, sem medo de par-tidos ou de eleitor. O nome pode infl uenciar, porque o personagem, apesar de ter sido um terrorista, era um destemido que não temia os poderosos.

EM TEMPO – Também contou a questão do visual, não é?

BIN LADEN – Sim, claro. Quando meus amigos soube-ram da minha ideia de criar o personagem para falar o que pensa, começaram a obser-var que eu estava parecido fi sicamente com o Bin Laden. Aí um amigo conseguiu a farda, eu mesmo confeccio-nei o turbante e registrei o nome no Tribunal Regional Eleitoral.

EM TEMPO – Bin Laden era o terrorista mais pro-curado do mundo, acusado de ter detonado as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Isso não poderia criar um efeito contrário no eleitor e em vez de atrair votos, criar uma rejeição?

BIN LADEN – Isso pode

acontecer, mas eu estou pre-parado, pois tenho um argu-mento. Se alguém questio-nar, eu respondo: “Mas vocês mandam para Brasília, em toda eleição, bandidos, as-sassinos, corruptos... Quando desviam o dinheiro do remé-dio dos hospitais públicos e pessoas inocentes morrem, os políticos estão matando que nem Bin Laden; quando desviam o dinheiro do asfalto e um carro capota por causa de buracos na estrada e as pessoas morrem, os políticos estão matando que nem Bin Laden. No fundo, eles tam-bém elegem terroristas.

EM TEMPO – Mas o povo o chamou de terrorista, durante a campanha, nas ruas?

BIN LADEN – Ao contrá-rio, o povo me surpreendeu quando eu fui para rua. Fazem selfi e comigo, me abraçam, acenam quando me veem. E eu que pensava que o eleitor iria me confrontar.

EM TEMPO – Qual o seu número?

BIN LADEN – 19.171.

EM TEMPO – No Código Penal isso é estelionato?

BIN LADEN – Ué, mas não está cheio de 171 lá em Brasília?

“Uma candidatura para explodir a corrupção” Confi ra outros candidatos com nomes curiosos e diferentes:

Madonna da Compensa (Iranete Souza Marinho) – PRP.

Risca-Faca (José Carlos Ramalho Cutrin) – Psol

Leandro Papa-Sopa (Leandro José Péres de Araújo) – PP.

Papinha (João Paulo Repolho Cruz) – PSB.

Chegou Chegou (Robelson Oliveira da Silva) – PV

Palhaço Lero Lero (Raimundo Nonato Nascimento) – PSDC.

Edivan Bal Amigo da Naval (Edivan Costa do Nascimento) – PV. Lica Generoso (Elidiane Samia Vieira de Oliveira) – PSDC.

Elizoneide Afro Indígena (Elizoneide Rodrigues Silva) – PCdoB

Pai Amado (Carlos Alberto Brito D’ Ávila) – PV

Felipe Kaboco de Ferro (Felipe Ramos André) – PP.

Guarda Sorriso (Hermenegildo de Castro Cavalcante) – PCdoB.

João Couto Ombro Amigo (João Couto da Silva) – PTB.

Ligeirinho (João Luiz da Silva) – PSTU.

Papinha (João Paulo Repolho Cruz) – PSB.

João Chapinha (João Soares dos Santos) –PSDC.

Barreto da Estiva (Clodomir Farias Barreto) – PCdoB.

TERROR NA POLÍTICA

O candidato Osa-ma Bin Laden, cuja

identidade “secreta” é Manoel Nunes de Assis, adotou como slogan “uma candi-

datura para explodir a corrupção”

Conscientes de que seu voto seria nulo, o eleitor brasileiro já tirou muito sarro durante um momen-to tão sério como uma elei-ção. A democracia brasilei-ra registra casos hilários, como a expressiva votação do Macaco Tião, lançado candidato a prefeito do Rio de Janeiro pela turma do “Casseta & Planeta”.

As eleições municipais de 1988 transcorriam no maior tédio, até surgir o candidato do zoológico.

O Macaco Tião era um personagem irreverente da cena carioca, que jogava fe-

zes sobre os seus visitantes. Pois a revista de Bussunda e Cia. resolveu lançá-lo para prefeito, com o seguinte argumento: “Se o voto é obrigação, vote no Macaco Tião. Ele já tem uma grande vantagem diante dos outros candidatos: já está preso.”

Os Cassetas foram os maiores defensores da can-didatura com o mote de “dar uma banana para a cadu-quice na política”. A candi-datura de “Sebastião Alves Paranhos Paiva de Prata, 25, o popular Macaco Tião, o últi-mo preso político brasileiro”, cresceu e ganhou as ruas.

A brincadeira era séria e foi conquistando adesões. Boa parte do elenco da TV Pirata posaria para os fotógrafos vestindo a camiseta da cam-panha (vendida aos milha-res), que trazia uma foto do candidato em sua jaula e o slogan “tudo pela evolução, vote Macaco Tião”.

No dia 15 de novem-bro, Marcello Alencar seria eleito com 31% dos vo-tos. Em terceiro lugar, com 9,5%, aparecia o vencedor (i)moral da eleição: Sebas-tião Alves Paranhos Paiva de Prata, o chimpanzé mais votado da história.

A democracia do escracho

FOTO

S: R

AIM

UN

DO

VAL

ENTI

M

Macaco Tião, lançado a prefeito do Rio pela revista “Casseta & Planeta”, acabou em 3º lugar nas eleições de 1988

Cacareco foi um rinoceronte do Zoológico de São Paulo que, nas eleições de outubro de 1959, teve mais de 100 mil votos

ELEIÇÕES 2014 - 04 e 05.indd 4-5 8/22/2014 11:59:26 PM

Page 6: Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

6 MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Após demiti-la, Lula quer se aproximar de Marina

O ex-presidente Lula disse ao comando da campanha da presidente Dilma que é preci-so restabelecer uma “ponte” com sua ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que demitiu do cargo. Lula diz pretender “abrir um canal de diálogo” com Marina, para o caso de a disputa de segundo turno vir a ser travada entre Dilma e o tucano Aécio Neves. Se necessário, a conversa com Marina pode ganhar contor-nos religiosos.

A história da demissão...Lula diverte amigos con-

tando que certa vez a então ministra Marina pediu demis-são dizendo ser a “vontade de Jesus”. Ele pediu um tempo.

...suspensa por JesusPara segurá-la no gover-

no, Lula chamou Marina e inventou ter ouvido de Jesus em sonho: “Compa-nheiro Lula, Marina deve ficar”. Ela chorou.

Seja feita Sua vontade Marina só seria demitida

após Lula perder a paciência. Ela chegou a levar um pastor para participar de suas audi-ências com o presidente.

Caindo na galhofaLula arranca gargalhadas

imitando Marina. Ele põe o paletó sobre a cabeça, como se fora um chale, e faz expressão de madona piedosa.

Odebrecht se enrola em polêmica até nos EUA

A empreiteira Odebrecht ameaça ir à Justiça america-na para discutir a derrota na concorrência para a obra do novo terminal do aeroporto de Nova Orleans, nos Esta-dos Unidos. A derrota fez a empresa perder um contrato de US$ 546 milhões (mais de R$ 1,2 bilhão). No primeiro processo de concorrência, uma

das empresas parceiras da Odebrecht chegou a ser acu-sada de discriminar mulheres e minorias raciais.

Pegou malA empresa enrolada nas acu-

sações de preconceito e racis-mo foi retirada do consórcio Odebrecht, que foi rebatizado. De nada adiantou.

Só alegriaA Odebrecht recebe boas no-

tícias do BNDES, que vai ban-car sua obra da última etapa do porto de Manta, no Equador, por R$ 350 milhões.

Pode sair antesDilma pode indicar o novo

ministro do STF antes da elei-ção. Disputam a vaga Luis Inácio Adams (AGU) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

O derradeiroO tucano Aécio Neves ad-

mitiu indicar um nordestino para o Supremo, na vaga de Joaquim Barbosa, caso vença a eleição e o substituto não tenha sido escolhido. O PT nomeou cariocas, paulistas e gaúchos e apenas um nordes-tino, já aposentado: o sergipa-no Carlos Ayres Britto.

RepulsaMarina Silva (PSB) já sinali-

zou que não aceita apoio dos governadores tucanos Beto Richa e Geraldo Alckmin, no segundo turno. Dilma, ao con-trário, não só aceita como até lhes promete “relação repu-blicana”.

Atenção, eleitorCandidatos à reeleição na

Câmara dos Deputados ou no Senado devem fi car atentos às declarações de bens. Qualquer um deles ganha, em quatro anos, mais de R$ 1 milhão (líquidos) só com salários.

Contas feitasSem contar a verba indeni-

zatória, um senador chega a

ganhar mais de R$2 milhões, descontados os impostos, du-rante o mandato. Deputados estaduais e governadores re-cebem mais de R$1 milhão num mandato.

Nova criseO ministro Gilberto Carva-

lho sempre cria um problema novo para Dilma, quando viaja. Na Paraíba, durante encon-tro com políticos locais, nem sequer citou o senador Vital do Rêgo (PMDB), um aliado que na presidência das CPIs da Petrobras tem o dom de fechar os olhos.

Apelo a DilmaEm baixa no Planalto desde

as pesquisas indicando a vitó-ria de Eunício Oliveira (PMDB) para o governo do Ceará em primeiro turno, o atual gover-nador Cid Gomes (Pros) jura que “vira o jogo” em duas semanas. Desde que Dilma se engaje na campanha do candidato petista.

RepetecoCandidata ao governo do

DF pelo Partido da Causa Operária (PCO), Perci Mar-rara até parece que não leva isso muito a sério. O registro da candidatura foi rejeitado pelo TRE, exata-mente como em 2010.

Conta, Costa, conta O fi m de semana apreensivo

de políticos graúdos, com a notícia de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa havia fechado acordo de dela-ção premiada, foi amenizado com o meio desmentido de sua nova advogada. Ela disse que nada há de concreto, ainda.

Sinais e coresJorge Viana (PT-AC) desta-

cou o “alerta vermelho” para Aécio Neves e o “amarelo” para Dilma. Ficou louco para dizer que “sinal verde” mes-mo só para a conterrânea Marina Silva.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Eu bebo, sim

www.claudiohumberto.com.br

“O olho do dono engorda o boi”

DILMA ROUSSEFF garantindo que a agenda da candidata não prejudica a da presidente

Em 1993, o senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), grande apreciador de vinhos e dono de invejável adega, criticava o excessivo poder das estatais quando, em aparte, Esperidião Amin (PP-SC) forneceu mais alguns dados que enriqueceram o pronunciamento. Miranda agradeceu:

- Vossa Excelência é como vinho Bordeaux: quanto mais velho, melhor!

- Então – respondeu Amin, na bucha – vê se me manda logo uma caixa...

Candidata à reeleição, Dilma diz que aproveita o tempo das caminhadas e visitas como forma de “fi scalizar” trabalhos

‘Atos de campanha não atrapalham Presidência’

Dilma diz que campanha serve para que ela “fique de olho” nas obras

PR

A presidente da Repú-blica, Dilma Rousseff , negou no fi nal de se-mana que os atos de

campanha atrapalhem o traba-lho como governante. “A minha ação como presidente passa por olhar obras” disse em coletiva de imprensa durante visita à estação Fenac do Trensurb, na região metropolitana de Porto Alegre. Segundo ela, antes sua agenda combinava tarefas de gestão com eventos para a entrega de obras nas cidades. “Agora aproveito meu tempo como candidata para fazer duas coisas: faço supervisão

das obras, fi scalizo as obras. Você sabe aquela frase célebre: ‘O olho do dono engorda o boi’... Se tiver alguma coisa errada, eu como presidenta vou ver”.

Dilma afi rmou que o país tem obras de dimensões muito variadas, cada uma com suas particularidades, e citou a vi-sita que fez ontem ao projeto de interligação da bacia do São Francisco. “Eu olho essas obras, olho hidrelétricas, e além disso recebo e participo de todos os atos de governo”, revelou. “Porque estamos numa época bendita, a tecnologia permi-te que se acompanhe tudo o

que você quiser em t e m p o real. Você passa a ser múltiplo.”

InvestimentosA presidente também disse

que o Brasil passou muito tem-po sem investir em mobilidade urbana. “Não se investia de for-ma planejada em metrô nem em outros transportes sobre trilhos. E não se pensava em como integrar tudo isso, tendo em vista uma passagem mais barata”, afi rmou.

O ministro da Educação, Henrique Paim, afi rmou, em entrevista à imprensa após participação no V Fórum Es-tadão Brasil Competitivo, em São Paulo, que a presidente Dilma Rousseff , candidata à reeleição, deverá avançar nas pesquisas de intenção de voto quando começar a expor as conquistas do governo atual no horário eleitoral.

Questionado, Paim evitou avaliar as possíveis consequ-ências para a candidatura de

Dilma da entrada de Marina na disputa presidencial. “A presi-dente tem todas as realizações para demonstrar no horário eleitoral, e a população vai entender que esses resultados são importantes”, limitou-se.

O ministro afi rmou que a presidente deve focar as con-quistas na área da educação durante a exposição dos avan-ços. Segundo ele, devem ser destacadas melhorias tanto na educação superior quanto na profi ssional.

Dilma deve avançar com seu horário eleitoral, diz ministro

Presidente Dilma, segundo ministros, deve intensifi car campanha durante o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV

DIV

ULG

AÇÃO

De acordo com a presidente, o governo federal destinou R$ 93 bilhões à mobilidade urbana na primeira parte do seu mandato e outros R$ 50 bilhões após os protestos de junho do ano passado. “Uma das grandes reivindicações (das manifestações) era mo-bilidade urbana”, falou. Ela também destacou que foi investido quase R$ 1 bilhão só na ampliação da malha de trem urbano da região metro-politana de Porto Alegre, para completar o trecho entre as cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Dilma chegou ao local da coletiva de trem. Acompanha-da de militantes e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, ela embar-cou na estação Santo Afonso, em um vagão comum, que já estava ocupado por passa-geiros. Desceu duas paradas depois, na estação Fenac. Após a entrevista, ela visitou as instalações do Aeromóvel

de Porto Alegre.

PT não é MarinaA presidente Dilma Rous-

seff foi questionada em

evento em Belo Horizonte, sobre o que pretende fazer para dissociar Marina Silva, uma ex-petista, das reali-zações do governo do PT - ambas foram ministras do governo Luiz Inácio Lula da Silva. “O povo saberá fazê-lo”, respondeu brevemente a presidente.

Trabalho em dobroPouco depois de Marina

anunciar sua candidatura ao Planalto, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Pre-sidência, Gilberto Carvalho, disse que o PT, agora, terá de trabalhar dobrado para reeleger Dilma, valendo-se de uma “artilharia forte” no programa eleitoral de TV. Para ele, é preciso agir sem “salto alto”, com o objetivo de estancar a migração dos eleitores insatisfeitos para a candidatura de Marina. “Temos de trabalhar muito, até mais do que antes”, disse o ministro.

“Temos de ter artilharia forte na televisão e uma in-fantaria forte também nas ruas. Isso, graças a Deus, nós temos. Não tem salto alto, não tem ‘já ganhou’, não tem 1.º turno”, afi rmou Carvalho. Para a campanha do PT, Mari-na é adversária mais perigosa que o tucano Aécio Neves em eventual 2.º turno.

Mobilidade urbana ‘tá na moda’

GASTOSDilma afi rma que seu governo desti-nou R$ 93 bilhões à mobilidade urbana na primeira parte do seu mandato e outros R$ 50 bilhões após os protestos de junho do ano passado

ELEIÇÕES 2014 - 06.indd 6 8/23/2014 12:06:26 AM

Page 7: Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

7MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Caciques políticos descem de hierarquia nesta eleiçãoGrandes nomes da política local declinaram de disputar cargos maiores de olho nas costuras políticas feitas com partidos

Antigos senadores e pre-feitos, agora candida-tos a deputado estadual e federal. Tradicional

fi gura da política amazonense, Serafi m Corrêa (PSB), eleito ve-reador por duas vezes e prefeito de Manaus em 2004, agora, pela primeira vez, disputa o cargo de deputado estadual. Outro político que almeja um cargo de menor status este ano é o senador Alfredo Nascimento (PR). Ex-ministro do governo Lula e presidente nacional da sigla, Alfredo agora encerra o seu mandato no Senado, inau-gurando na disputa a deputado federal, após ser eleito vice-go-vernador (1994) e prefeito da capital amazonense por duas vezes (1996 e 2000).

Outros nomes como os ex-se-nadores Jeff erson Praia e João Pedro também encabeçam a lista de políticos que foram “caciques” do Estado, e que agora passam para o outro lado da classe. Mas, a disputa

por cargos ‘menores’, muitas vezes, é resultado de acordos e cálculos partidários entre as siglas, que buscam a melhor for-ma de posicionar seus nomes de acordo com as estratégias eleitorais. Há casos de candida-to “puxador de votos” ou ainda aquele que não vê mais chance de alçar voos maiores.

A aposta do PSB é de que Serafi m Corrêa não terá difi -culdades em inaugurar a sua cadeira na Assembleia Le-gislativa do Amazonas (Ale-am). A campanha do partido acredita que o ex-prefeito tem potencial eleitoral capaz ainda de puxar votos para muitos candidatos da coliga-ção, como o vereador socia-lista, Elias Emanuel, também candidato ao cargo. A cúpula da sigla vê como uma “obriga-ção” eleger o presidente.

Presidente de honra do parti-do, Serafi m Corrêa optou tam-bém por lançar o seu fi lho, o ve-reador Marcelo Serafi m (PSB), na difícil corrida pelo Senado. A negociação surpreendeu blocos adversários, que apostavam em

Serafi m para acirrar a disputa.Ex-aliado político de Sera-

fi m, o senador Alfredo Nasci-mento (PR), também apresen-ta projeto semelhante nestas eleições. Ex-ministro do go-verno Lula e presidente na-cional da sigla, Alfredo agora encerra o seu mandato no Se-nado, inaugurando na disputa a deputado federal, após ser eleito vice-governador (1994) e prefeito da capital amazo-nense por duas vezes (1996 e 2000). Alfredo tem a vaga disputada pelo ex-governador Omar Aziz (PSD), de quem é aliado nestas eleições.

A escolha por não disputar a reeleição foi costurada ao longo dos últimos passos do congressista. O senador viu a sua imagem desgastada após ser varrido do Ministério do Transportes, depois de ser alvo de um escândalo de corrupção revelado pela revista “Veja”. Al-fredo se afastou dos holofotes e chegou a confi denciar aos alia-dos sobre o desejo de encerrar a vida pública. O senador afi rmou recentemente, no entanto, que

ter sido inocentado o fez entrar na disputa novamente.

Tendo ocupado a cadeira de Alfredo no Senado, o petista João Pedro não tentará a vaga neste ano. A cúpula petista optou por lançar o deputado federal Francisco Praciano na disputa. Candidato a deputado federal, João Pedro recebe grande des-taque no programa partidário da sigla. No início das negociações, o petista fez grandes esforços para garantir o apoio ao candi-dato do PMDB, senador Eduardo Braga (PMDB), e chegou a ser cotado a vice na chapa.

Lançado na carreira pública pelo lendário político amazo-nense Jeff erson Péres, o ex-senador Jeff erson Praia (PSDB) tenta agora se eleger deputado estadual. Praia chegou ao Se-nado em 2008, após a morte do político, que chegou a ser candidato a Vice-Presidência da República. O PSDB tem tam-bém o caso do vereador Plínio Valério, que após ter fi cado por oito meses na Câmara Fede-ral, tenta se eleger deputado estadual neste ano.

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

O analista político e pro-fessor de ciências sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcelo Seráfico, acre-dita que a escolha dos candidatos por cargos “menores” representa um perfil de acordo par-tidário, mas não deve ser encarada com pragma-tismo. Segundo ele, não deve haver, na represen-tação pública, uma es-trutura hierárquica entre os cargos eletivos. Será-fico defende a escolha baseada em avaliação pessoal.

“Não devemos olhar para a estrutura da or-ganização da democracia como se fosse estrutura de cargo público, onde os sujeitos tendem a ter pro-moções de carreira. Essa

é uma visão equivocada, ainda que possa orientar o eleitor para os acordos e convenções partidárias.

O sujeito pode ser um ex-celente parlamentar, mas descobrir, enfim, não ter vocação para Executivo, e vice-versa. As repre-sentações são distintas”, defende.

Não há hierarquia de cargos

PERFIL Segundo o espe-cialista em ciência política, Marcelo Seráfi co, a escolha dos candidatos por cargos menores re-presenta o perfi l do acordo partidário de cada legenda

ELEIÇÕES 2014 - 07.indd 7 8/23/2014 12:04:00 AM

Page 8: Eleições 2014 - 24 de agosto de 2014

8 MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Mário Adolfo, Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz eRaphael Muniz

REVISÃODernando Monteiro e João Alves

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Kleuton Silva eMário Henrique Silva

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Petição pública quer eliminar os políticos profi ssionaisSegundo especialista, a reeleição é uma das principais responsáveis pela multiplicação da corrupção e nepotismo na política

Um dos principais ju-ristas do Brasil, Luiz Flávio Gomes, lança petição pública, que

receberá milhares de assinatu-ras em todo Brasil, para acabar com a reeleição. Segundo ele, ela é uma das principais respon-sáveis pela multiplicação da cor-rupção e nepotismo na política nacional. Presidente do Instituto Avante, Gomes tem números e dados que comprovam o quanto a reeleição é maligna para o país. A petição será entregue no Congresso Nacional.

O jurista Luiz Flávio Gomes, um dos maiores criminalistas do Brasil, acaba de criar o Movimento pelo Fim dos Polí-ticos Profi ssionais. A iniciativa popular, que via petição pública colherá milhares de assinatu-ras em todo Brasil, pretende lutar contra homens e mulhe-res que fazem da política seu único meio de vida.

É comprovado que a eterna reeleição nos cargos eletivos é um multiplicador da cor-rupção, nepotismo e cliente-lismo. Fatores que deturpam a política nacional, impedindo o desenvolvimento do país e bem estar de seus cidadãos. O objetivo do movimento é a aprovação de uma emenda constitucional que acabe com a reeleição no Brasil.

“A não reeleição é um freio contundente no atual quadro de degeneração da nossa política nacional, que precisa urgente-mente de reforma”, diz Gomes. “Vamos chegar a milhão de assinaturas”, afi rma.

O atual cenário de profunda insatisfação política, que cul-minou nas Manifestações de Junho/2013, somadas às inten-ções de votos brancos e nulos na casa dos 15% demonstram que essa mobilização é urgente e necessária.

A candidata do PSB à Pre-sidência da República, Ma-rina Silva, se comprometeu a não disputar um segundo mandato caso seja eleita em outubro. A ex-senadora também deixou em aberto a decisão de deixar o par-tido em 2015 para fundar a Rede Sustentabilidade. “ Agora não é hora de fi carmos cada um querendo valorizar a parte. É hora de lutar pelo

todo. Nosso compromisso é pelo fi m da reeleição. O meu mandato será um mandato de apenas quatro anos. O que eu quero é ajudar a renovar a política”, declarou

A proposta de fim da re-eleição estará no programa de governo da ex-senado-ra, que será lançado no próximo dia 29.

Marina desconversou quando foi questionada se

o projeto de fundar a Rede no próximo ano esta man-tido, mesmo depois que o PSB a colocou na cabeça da chapa presidencial com a morte de Eduardo Campos. “Me comprometo em gover-nar o Brasil. Não devemos tratar o presidente como propriedade de um partido. A sociedade está dizendo que quer se apropriar da política e as lideranças po-

líticas têm que entender que o Estado não é um partido e que o governo não é o Estado”, justificou.

Depois da crise gerada com a saída de Carlos Siquei-ra da coordenação geral de campanha, Marina se reuniu na última sexta-feira (22) com a nova coordenadora, a deputada federal Luiza Erundina, e outros integran-tes da equipe.

‘Ser presidente do país não é um cargo vitalício’EBC

Marina Silva afi rma que se eleita não tentará a reeleição

É presidente do Instituto Avante Brasil, doutor em Di-reito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madri e professor honorário da Fa-culdade de Direito da Uni-versidad Católica de San-ta María, em Arequipa, no Peru. Membro e consultor da delegação brasileira no décimo período de sessões

da Comissão de Prevenção do Crime e Justiça Penal da ONU, realizado em Viena.

Foi promotor de justiça em São Paulo de 1980 a 1983, juiz de direito de 1983 a 1998 e advogado de 1999 a 2001.

Atualmente, é comenta-rista do Jornal da Cultura, as terça-feira, ao lado do âncora William Corrêa.

Ampla experiência jurídica

O jurista Luiz Flávio Gomes afi rma que a reeleição é um dos fundamentos que legaliza a corrupção dentro da política brasileira

DIV

ULG

AÇÃO

Todas as assinaturas deverão serão entregues ao Congresso Nacional, para que seja feita uma emenda constitucional. O objetivo é:

1- nenhum político pode ser reeleito para o mesmo cargo eletivo. Se estivesse em vigor atualmente, José Sar-ney não teria exercido mais de 60 anos de vida pública.

2- nenhum político pode deixar de exercer a sua profi ssão particular,

3- possibilidade de des-tituição pelo povo do político incompetente e corrupto, mesmo antes do fi m do mandato.

COMO ACABAR COM O POLÍTICO PROFISSIONAL?

ELEIÇÕES 2014 - 08.indd 8 8/23/2014 12:15:51 AM