Eleição Exercício Da Liberdade
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ELEIO: exerccio da liberdade
ELEIO: exerccio da liberdadeO AMOR que me move e me faz escolher algo deve vir do alto,
do AMOR do mesmo Deus (EE. 184).
A dinmica da eleio a dinmica do conjunto dos Exerccios; estes no tem sentido seno em funo de uma eleio (EE. 135).
Os Exerccios so eleio e a eleio o ponto central dos Exerccios, a causa de sua unidade orgnica
e de sua concatenao interna.
S. Incio vai assim preparando minuciosamente o exercitante para este momento decisivo, com todos os recursos espirituais e humanos que encontra. Neste sentido, cada exerccio est em funo da eleio preparando-a, completando-a e aprofundando-a cada vez mais.
Ao longo de todo o percurso dos Exerccios a eleio j preparada por uma srie de micro-decises: os atos pessoais de entrega, a oblao, as decises que vo sendo tomadas como fruto dos diversos exerccios...
Ao mesmo tempo a eleio vai amadurecendo numa atmosfera de relao pessoal com Cristo pobre e humilhado; deixar-se configurar totalmente pelo movimento da vida de Jesus.
Ele o centro, o contedo do nosso projeto de vida.
A pessoa de JESUS est no centro, porque Ele o modelo de Eleio (eleger como Jesus) e, alm do mais, objeto da Eleio (eleger a Jesus). Ns O elegemos como caminho, verdade e vida.
As eleies concretas sucessivas so referidas a Ele, marcadas por Ele. medida que a pessoa contempla a Vida de Jesus percebe em que direo se sente movida por Deus, e nesta direo realizar, ento, sua opo de vida em vista de um maior servio.A eleio deve ser consciente, livre e volitiva (querida).
Por isso, nas meditaes estruturais se oferecem critrios para se perceber os enganos do inimigo e para libertar em profundidade a inteligncia (Duas Bandeiras), a vontade (Trs classes de pessoas) e o corao (Trs graus de Humildade).
So critrios que tem como objetivo garantir a indiferena, para acolher a novidade desconcertante do Senhor e favorecer a ordenao dos afetos.
O apelo de Cristo nico e dirigido a cada cristo. Mas as respostas diferem, conforme o mistrio da ge-
nerosidade em cada pessoa: h os racionais, que se doam, considerando seus motivos;
os que se doam sem clculos, arriscando tudo, gratuitamente;
e os que recusam, pois continuam mergulhados na vaidade das aparncias.
Quem est em estado de crescimento espiritual est continuamente em estado de ELEIO.Deus vai exigindo progressivamente medida da resposta e da generosidade da pessoa.
A eleio faz do exercitante um peregrino, uma pessoa sempre em mudana, uma pessoa para o qual a
vida um caminho aberto em contnua busca, humilde e paciente, da Vontade de Deus.
S. Incio entende por eleio o movimento interno do esprito, a renovao do corao, que no um
ato isolado mas um processo contnuo de transformao vital; trata-se de uma atitude interior constante pelo qual o cristo, ao perceber-se conduzido pelo Senhor, conforma a sua vida com o proceder de Cristo que, tanto nas grandes como nas pequenas ocasies, cumpre a Vontade do Pai.
A eleio a maneira pessoal e original de viver o seguimento. Implica uma re-organizao vital que orienta toda a atividade e evoluo posterior da pessoa.
Trata-se da prpria vocao, do orientamento nico, original... e desemboca numa ao eficaz e transformadora. Tal processo de ordenao exige uma intensidade cada vez maior de afeto em relao ao Senhor. A vida se renova, se realimenta, se rejuvenesce desde as razes, renovando nossos velhos e eternos porqus.
A experincia existencial da eleio significa ter recuperado a capacidade de dizer SIM, de ser LIVRE, de consentir Vontade de Deus.
Eleger aceitar livremente ser escolhido por Deus; Deus que nos elege e a Ele devemos pedir queira mover a minha vontade e pr em minha alma o que devo fazer, no tocante coisa proposta, que seja
mais para seu louvor e glria (EE. 180).
A eleio no adivinhar o que Deus quer mas amar o que Deus ama.
No somente amar o que Deus quer seno como Deus o quer.
A eleio uma deciso pela vida como glria de Deus.
Portanto, a eleio tem por funo dispor o exercitante a reconhecer e acolher o que Deus inspira,
Suscita, confirma... escuta fiel ao e aos sinais de Deus no corao e na histria.Os tempos da Eleio
Trata-se das situaes diversas em que o exercitante se encontra, ou dos momen-
tos privilegiados da Graa (Kairs = instante divino), nos quais descobre a Vontade de Deus sobre si.
1 tempo: certeza de carter intuitivo e inequvoco (sem duvidar, nem poder duvidar).
A um dado momento a Vontade de Deus torna-se clara; o influxo do Esprito evidente (clareza
interior); tem-se a certeza de que Deus que atrai.
A origem da certeza no a nossa convico; Deus mesmo que nos arrasta e nos comunica
uma certeza imediata; a pessoa no consegue explicar-se, e nisto est a presena de Deus. Isto
no exclui a coexistncia de pensamentos, imagens e sentimentos, pois as iniciativas do Criador
nos tocam e nos atingem na situao em que dEle recebemos a existncia; sendo assim, normal,
pois, que a mensagem divina revista formas de uma linguagem humana; Deus se comunica ao ho-
mem estimulando suas faculdades de conhecimento e amor, espera de uma resposta livre da par-
te do mesmo. Trata-se de um tipo de Eleio, e no de uma forma de consolao.
2 tempo: chega-se ao conhecimento da Vontade de Deus atravs da experincia das moes e do dis- cernimento dos espritos. Conta-se com a durao: o primeiro momento consiste em fazer a experincia das moes; o se-
gundo, em refletir e compreender o significado das mesmas (leitura dos
estados interiores), pois, embora sendo opostas, apresentam uma lgica. necessrio que o exerci-
tante apure sua capacidade de observao das moes, saiba classific-las (ateno aos efeitos) e in-
terpret-las (estabelecer seu significado ou valor religioso), relacione tudo isto com o ponto em
questo, e se detenha nas consolaes (orao de busca), pois a consolao o critrio bsico.
3 tempo: a Eleio feita durante o tempo tranquilo, ou seja, sem a agitao dos diversos espritos;
a pessoa sente que faz conscienciosamente seus exerccios com liberdade interior e em paz.
Trata-se de uma experincia racional e teolgica: depura-se as razes de uma escolha, luz da f
(busca das razes, iluminadas pelos critrios da f).
Modos de proceder:
a) aprofundamento das razes, considerando suas vantagens e desvantagens (o fato de coloc-las por escrito ajuda a desmascarar as racionalizaes); sente-se uma inclinao e verifica-se os motivos da mesma; decide-se em base qualidade das razes;
b) deliberar sobre a situao presente, distanciando-se da mesma, atravs da imaginao de alguns casos
(uma pessoa que busca a perfeio, estar beira da morte, o juzo final).
Somente para este 3 tempo que S. Incio notifica a necessidade de se pedir a confirmao da Eleio.
Isto significa que o exerccio racional requer o selo de Deus (busca da consolao).
A confirmao interna reside na prpria experincia pessoal do exercitante; seus sinais so a tranquilidade e a paz, compatveis com decises rduas e difceis.
J a confirmao externa evoca a Igreja, na figura de seus responsveis.
Uma maneira de se proceder durante a eleio: trata-se de ver os apelos de Deus e perguntar-se: qual a
direo profunda que o Esprito quer dar minha vida?
a) reler as notas, os textos, os apelos, os medos e as repugnncias; ver se h concordncia entre os textos;
considerar os apelos mais constantes; detectar na prpria vida as constantes de Deus: aqueles pontos
ou objetos aos quais o Esprito parece impelir-nos nos perodos mais calmos da nossa existncia;
b) reler a vida: ver se os apelos j estavam presentes anteriormente; discernir e orar; pedir confirmao;
c) meios para a concretizao dos apelos: elaborar um projeto de vida em torno aos apelos; no se trata de
propsitos, mas de respostas concretas aos apelos de Deus.
Textos bblicos: 1) Lc 18,18-30 2) Jo 15,9-17 3) Ef 1,3-14 4) Ef 3,1-13 5) 1Cor. 9,15-23 6) Gal. 1,11-23 7) 2Tim. 1,6-18