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Ele venceu o alcoolismo Conheça o bancário aposentado que há cinco anos não ingere qualquer bebida alcoólica Pág. 6 Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil Ano V - nº 20 |setembro/dezembro| 2012

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Ele venceu o alcoolismo Conheça o bancário aposentado que há cinco anos não ingere qualquer bebida alcoólica

Pág. 6

Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil Ano V - nº 20 |setembro/dezembro| 2012

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2 3Jornal CASSI Família

A Agência Nacional de Saúde Suple-

mentar (ANS) divulgou, em dezembro,

a mais recente avaliação das opera-

doras de saúde, obtida por meio do

Índice de Desempenho da Saúde Su-

plementar (IDSS). A CASSI passou a

integrar a primeira faixa de classifica-

ção, ocupada pelas melhores do País,

segundo os parâmetros da ANS. Com

IDSS 0,8092, em escala que vai de 0 a 1, a CASSI está à frente de

gigantes do setor, como Amil, Bradesco Saúde e grande parte das

cooperativas médicas (Unimed).

O número reflete os esforços de dirigentes indicados e eleitos, co-

laboradores, entidades e corpo social – desde a criação da CASSI

em 1944 – para a construção de um plano forte e capaz de garantir

assistência em saúde a todos os associados e seus familiares. Essa

é a missão que recebi juntamente com o desafio de assegurar a

perenidade e a qualidade dos serviços diante do atual cenário da

saúde no Brasil. O País, que enfrenta problemas típicos de primeiro

mundo como envelhecimento da população e avalanche de novas

tecnologias em saúde, ainda convive com dificuldades como má

distribuição dos prestadores de serviços de saúde pelo território,

baixa cultura de prevenção (principalmente entre os homens) e en-

demias de doenças tropicais.

Ano de conquistas e desafios

EDITORIAL

Esse conjunto de desafios pressiona todos os planos de mercado,

mas atinge de forma mais contundente a CASSI, em função da ampla

cobertura e da necessidade de prover assistência onde o participante

estiver no Brasil. Para enfrentar o que é particularmente mais difícil

para a CASSI, valho-me do que nela é peculiar: a força do corpo so-

cial, a vontade de defender aquilo que é patrimônio dos associados e

a coragem de tomar as decisões que precisam ser implantadas.

Por isso, convido você a ler a reportagem “Práticas que ajudam você

e a CASSI”, páginas 8 e 9, que revela o esforço para contenção

do crescimento das despesas básicas da Instituição – em 2011, os

custos médico-hospitalares cresceram 21,9% em relação ao ano an-

terior, contra inflação (IPCA) de 6,5% no período.

Ao usar seu Plano de forma mais racional, você ajudará a CASSI, em

2013, a continuar aprimorando a qualidade dos serviços prestados.

Há muito trabalho a ser feito e seu apoio motiva ainda mais todos

os colaboradores da Caixa de Assistência a superar obstáculos pre-

sentes no caminho desta importante Instituição.

Conto com você!

Boa leitura.

David Salviano (presidente)

Conselho DeliberativoFernanda Duclos Carisio (Presidente)Antonio Cladir Tremarin (Vice-presidente)Carlos Alberto Araújo Netto (Titular)Vagner Lacerda Ribeiro (Titular)José Adriano Soares de Oliveira (Titular)Marco Antonio Ascoli Mastroeni (Titular)Sandro Kohler Marcondes (Titular)Loreni Senger Correa (Titular)Ubaldo Evangelista Neto (Suplente)Milton dos Santos Rezende (Suplente)Marcelo Gonçalves Farinha (Suplente)José Caetano de A. Minchillo (Suplente)Mário Fernando Engelke (Suplente)Maria Ines Oliveira Bodanese (Suplente)Gilberto Lourenço da Aparecida (Suplente)Íris Carvalho Silva (Suplente)

Conselho FiscalEduardo César Pasa (Presidente)Frederico de Queiroz Filho (Vice-presidente)

Carmelina P. dos Santos Nova (Titular)João Antônio Maia Filho (Titular)Rodrigo Nunes Gurgel (Titular)Rodrigo Santos Nogueira (Titular)Benilton Couto da Cunha (Suplente)César Augusto Jacinto Teixeira (Suplente)Claudio Gerstner (Suplente)José Eduardo Rodrigues Marinho (Suplente)Josimar de Gusmão Lopes (Suplente)Viviane Cristina N. Assôfra (Suplente)

Diretoria ExecutivaDavid Salviano de Albuquerque Neto(Presidente)Geraldo A. B. Correia Júnior(Diretor de Administração e Finanças)Maria das Graças C. Machado Costa(Diretora de Saúde e Rede de Atendimento)Mirian Cleusa Fochi(Diretora de Planos de Saúde e Relac. com Clientes)

Edição e RedaçãoJornalista responsável: Luiz Paulo Azevedo Bittencourt (MTb-DF 4.860)

Jornalistas: Liziane Bitencourt Rodrigues (MTb-RS 8.058), Marcelo Delalibera (MTb-SP 43.896), Pollyana Gadêlha (MTb-DF 4.089) e Tatiane Cortiano (MTb-PR 6.834)

Estagiária: Ana Carolina Alves

Edição de arteProjeto gráfico: Luís Carlos Pereira Aragão

Diagramação: Luís Carlos Pereira Aragão e Caroline Teixeira de Morais

Produção

Impressão: Fórmula Gráfica

Tiragem: 221.224 exemplares

Edição: setembro/dezembro 2012

Imagens: Divisão de Marketing e Dreamstime

Valor unitário impresso: R$ 0,18

Expediente

AN

S -

nº 3

4665

-9

Publicação da CASSI (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil). “É permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte”.

Responsável TécnicoLuiz Renato Navega Cruz

Cargo: Gerente Técnico de SaúdeCRM-DF 4213

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2 3Jornal CASSI Família

Ano de conquistas e desafios

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4 5Jornal CASSI Família444

DEPOIMENTOS

“Há mais de ano recebi carta avisando que

tinha à disposição uma médica de família na

CliniCASSI, mas não via necessidade de ir. Me

sentia bem, não sou displicente. Em setem-

bro, a CASSI ligou convidando para consulta

e aceitei. Os exames solicitados detectaram

um tumor em estágio inicial. Fui operada em

outubro e já retomei a rotina normal de traba-

lho. Costumava comer verduras cruas, trigo,

azeite. Com refeição fora de casa nos últimos

15 anos, a alimentação não era mais tão boa.

Voltei a comer em casa, sem refrigerante e

com menos chocolate. Frutas suprem a ne-

cessidade do doce, é só criar o hábito.”

Eliza Elias Badin, Curitiba (PR)

“Cheguei ao sexto mês da primeira gestação,

há seis anos, muito inchada. Tinha peso nor-

mal e engordei 14 quilos nos nove meses. Na

segunda, a diferença foi enorme: iniciei com

obesidade grau um e com dois meses de

gravidez comecei dieta com a nutricionista

da CliniCASSI Brasília Sul. Ficava tempo de-

mais sem comer. Sentia azia. Passei a comer

de três em três horas, a inserir frutas entre

as refeições e a fazer as refeições em casa,

reduzindo a ingestão do sódio presente nos

industrializados. Com quase nove meses,

tinha aumentando somente quatro quilos e

meio e nada de inchaço nem azia desta vez.”

Daiane Souza G. Bittencourt, Brasília (DF)

“Minha mãe fumou por 60 anos e teve

problema vascular. Acompanhando-a no

hospital, me assustei. Também percebi que

carregava o cheiro de cigarro e que as pes-

soas não gostam. Com 62 anos, fumando

desde os 15, tinha passado da hora de parar.

Tentei tratamento individual. Não deu certo.

No atendimento coletivo do Tabas me senti

acolhida. Dia 24 de junho, acendi o último

cigarro. Guardei a carteira achando que não

conseguiria ficar sem, mas nunca a procurei.

Uma colega segue me oferecendo cigarro.

Para lidar com questões como essa, procuro

a CliniCASSI, que me ajuda.”

Ma de Lourdes da Silva, Porto Alegre (RS)

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4 5Jornal CASSI Família 55

DEPOIMENTOS

“Participar do Multifamílias (grupo de apoio)

fez toda diferença no resultado das metas de

2012. A CASSI fez com que todos se sentissem

à vontade e respeitou o tempo de cada um.

Fiz amizades no grupo e escutando pontos de

vista diferentes do meu resolvi coisas que me

atrapalhavam. Coloquei em prática sonhos e

objetivos que tinha em mente, como promoção

profissional e viagem internacional. Conheço-

-me muito mais agora e observo mais minhas

habilidades e pontos a melhorar graças a

esta abertura que me permiti participando do

grupo. A paz alcançada com o Multifamílias

foi o melhor tratamento que já fiz.”

Raquel B. Lanzarin, Florianópolis (SC)

“Perto de completar 45 decidi emagrecer e

melhorar a qualidade de vida. Marquei médi-

co para antes do meu aniversário, que é em

21 de janeiro. Os exames apontaram alteração

glicêmica, explicando a visão embaçada. Fui

orientado a mudar imediatamente a alimenta-

ção. Comecei dieta com nutricionista. Em 30

dias o açúcar no sangue estava controlado e

já havia perdido 16 quilos. Como de três em

três horas, preferindo alimentos fibrosos. Cor-

tei açúcar, gordura e bebida alcoólica e retirei

de casa tudo que não podia comer. Agora até

como doce ou bebo cerveja no fim de sema-

na. A autoestima e a disposição aumentaram.”

Valdemar da Silva Neves, Palmas (TO)

“Nas vezes em que me senti mal durante o

trabalho, recebi remédio para estresse. Só

após um problema familiar, em 2008, é que

foi diagnosticada depressão. Eu só chorava.

Passei a ser acompanhando pela psicóloga

da ESF e fui encaminhado para psiquiatra.

Falei para o médico que poderia apostar em

mim. Tenho muita fé. Tomei consciência de

que precisava de ajuda. Não fico mais deita-

do, chorando. Saio para caminhar, converso

com as pessoas. Quando estou em casa vejo

TV, mexo no computador, leio. Faço pilates,

RPG, acupuntura. Quem tem depressão pre-

cisa procurar ajuda.”

Hélio C. R. da Fonseca, Rio de Janeiro (RJ)

Em vez de orientação médica, psicológica, nutricional etc, a coluna “Eu

mudei” apresenta para você, leitor, os relatos de quem conseguiu colo-

car em prática as dicas dos profissionais de saúde para viver com mais

qualidade. É uma forma de ajudar quem, diante do excesso de peso,

do tabagismo, da hipertensão ou de outro problema de saúde, talvez

encontre a mesma dificuldade para enfrentá-los. Os depoimentos desta

coluna são de participantes do Plano que receberam e seguiram orienta-

ções dos profissionais da Caixa de Assistência, por meio das CliniCASSI.

Para participar da coluna “Eu mudei”, contando sua experiência, entre

em contato com a Unidade CASSI mais próxima.

Colaboraram nesta edição as CliniCASSI Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Palmas (TO), Brasília Sul (DF) e Tijuca (RJ)

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6 7Jornal CASSI FamíliaJornal CASSI Família

Anália Pereira da Costa, 75, conta hoje com ajuda que não imaginaria

receber até cinco anos atrás. Quem a acompanha na rotina de cui-

dados para enfrentar o mal de Parkinson é o irmão Amiraldo Antônio

Pereira, 61 anos, que ela levou para ser internado em 2007. Mesmo

14 anos mais jovem que a irmã, as condições em que Amiraldo vivia

até então não permitiam que ele fosse capaz de tomar conta de outra

pessoa. Mas hoje é. Deixou de ser cuidado e virou cuidador, após uma

batalha contra o alcoolismo.

Atender a irmã e administrar a casa onde moram, em Itabuna (BA), é só

uma das muitas conquistas do aposentado do Banco do Brasil. Ele se

mantém sóbrio há cinco anos e recuperou os vínculos sociais que a be-

bida tinha conseguido tirar. O médico de família da CliniCASSI Itabuna,

Julio Cesar Polo Diaz, que acompanha Amiraldo por todo esse tempo,

considera o paciente um vitorioso. “Fez toda a trilha que o dependente

de álcool percorre: rompeu os laços com as pessoas que o rodeavam,

inclusive com ele próprio. A doença transforma-se num problema crôni-

co, muitas vezes leva ao óbito e deixa sequelas sociais nunca recupera-

das. Ele mostrou que é possível reverter isso”, elogia o médico.

A mais recente conquista foi deixar o cigarro. Amiraldo parou de fumar em

setembro de 2012, como presente de aniversário para a filha de 10 anos,

Sarah, do segundo casamento do bancário. Agora também sem fumar, o

aposentado reduziu mais o risco cardiovascular que chegou a ser alto até

2007. “Se livrou de outro vício que tinha. Foi um degrau a mais que ele

subiu”, avalia o médico. Ouvir Amiraldo enumerar suas conquistas diante

do alcoolismo pode sugerir relativa facilidade no enfrentamento da doença.

No caso dele, não foi.

A relação com o álcool começou de forma aparentemente inofensiva, nas

farras de juventude, para acompanhar os amigos. “Eu tinha 19 anos, saí

com colegas do Tiro de Guerra (Serviço Militar obrigatório, com carga ho-

rária reduzida) e tive meu primeiro porre. Até então, tinha bebido no máxi-

mo um licorzinho num São João. A ressaca foi moral. Fiquei em depressão

De cuidado a cuidadorLivre do alcoolismo há cinco anos, aposentado da Bahia conta sua batalha enfrentada que o permite, agora, ajudar quem o ajudou

SUPERAÇÃO

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6 7Jornal CASSI Família

pelo que tinha ocorrido, com vergonha da minha mãe. Tirei 30 dias de

férias e fui para a casa de um irmão, em Minas Gerais, para me recuperar,

tamanho foi o impacto. Só muito tempo depois descobri que essa reação

de depressão pós-bebedeira sinalizava a predisposição ao alcoolismo.”

Ao voltar para o mesmo grupo de amigos, porém, Amiraldo retomou a

rotina de festas que incluía bebida alcoólica. “Eu era tímido e o álcool me

dava coragem para falar com as meninas. Passei a ser muito namorador,

mas sempre bebia para vencer a timidez. Era goleiro do time de futsal e

costumeiramente depois do jogo, íamos tomar uma cerveja. O álcool está

no meio de tudo.” Não demorou para que a bebida extrapolasse finais

de semana e comemorações. Aos 20 anos, trabalhando em banco, ele já

encerrava o expediente na agência com uma cerveja com amigos.

Quando ingressou no Banco do Brasil, em 1976, já experiente pelo trabalho

em outros dois bancos, não via dificuldade em realizar as tarefas mesmo

tendo bebido na noite anterior. “Eu adorava números, me saía bem com

o trabalho, e a bebida não parecia afetar nada disso.” Com o passar do

tempo, a cerveja também ganhou espaço no horário de almoço. Depois

dela, voltava a trabalhar normalmente. “Um colega sugeriu que o caixa fe-

charia com mais facilidade, com o ‘auxílio’ de uma bebidinha. Experimentei

e o caixa fechou mesmo de primeira. Isso só reforçou que a bebida estava

sendo positiva”, conta Amiraldo.

Em 1977, casado, passou a ir almoçar em casa, e a bebida ganhou a

desculpa de “aperitivo”. Nada mudou com a chegada da primeira filha,

um ano depois. Veio o segundo filho e o alcoolismo ainda não parecia

ser um problema para a família. Nos períodos em que viajava a traba-

lho, fazia da bebida sua companhia. “Tudo era desculpa para beber:

a distância da família, o calor, o frio. Me sentia um herói quando, em

viagens, amanhecia bebendo, ia trabalhar direto, sem dormir, e tudo

dava certo”, conta Amiraldo. A separação aconteceu em 1988, quando

nem o limite do cheque especial sobrevivia aos gastos com bebida,

nessa época já claramente presente no hálito, que ele tentava disfarçar

com balas e chicletes. Ainda assim, seguia sendo o primeiro a chegar à

agência e não comprometia em nada o resultado do trabalho. Em 1995,

quando começou o segundo casamento, as idas ao bar foram abrandadas,

por um tempo. Mas passou a não dormir direito, provável reação à falta do

álcool. Para resolver o problema, procurou a bebida.

Bem sucedido no emprego e nas relações sociais, o bancário não conse-

guia perceber que o álcool estava acabando com sua vida pessoal. Até que

o trabalho passou a ser afetado. Quatro anos depois estava com limites

financeiros estourados, dívidas em bares, depressão e outros sintomas físi-

cos. Aceitou ser internado em uma clínica credenciada à CASSI em Lauro de

Freitas (BA). Com a alta médica, um mês e meio após a internação, acredita-

va que era capaz de dominar a vontade de beber. Não conseguiu. Retomou

o vício e foi aposentado por invalidez. A situação não melhorava após o

nascimento da filha mais nova, em 2002. E se agravou a ponto de a

esposa ter de deixá-lo trancado em casa, quando saía, numa tentativa

de impedi-lo de ir para o bar. “Achava que estava me ajudando, como

ocorre com muitas famílias que planejam inúmeras tentativas de evitar

o acesso ao álcool. Mas a vontade era tanta que eu ligava para um bar

ou mercado pedindo para alguém levar bebida para mim. Cheguei a

pensar em pular pela janela do segundo andar para ir comprar bebi-

da”, conta. Em 2007, sem suportar mais a situação, a esposa decidiu

se separar e ele aceitou a ajuda da irmã mais velha, Anália, para tentar

novo tratamento. Desde então é acompanhado pela CliniCASSI Itabu-

na. “Se livrou do vício, recuperou a autoestima, o vínculo com a filha

e a saúde”, diz Julio. Mensalmente, Amiraldo segue com psicoterapia,

como ajuda, e vai à CliniCASSI para renovar as autorizações, que em

breve deixarão de ser necessárias porque também deve ter alta desse

tratamento, acredita o médico.

SUPERAÇÃO

Idas à praia, acupuntura, passeios com a filha mais nova, preparativos

para a chegada do primeiro neto, encontro com os amigos e paquera.

A rotina do Amiraldo Antônio Pereira sem a dependência do álcool ga-

nhou mais cor. E possibilidades das quais ficou privado por muito tempo

em função da bebida.

A bebida atrapalhou o acompanhamento do crescimento dos filhos mais

velhos e ele tenta recuperar o tempo perdido como pode. Não quer deixar

escapar esses momentos com o bebê que a filha mais velha espera e já

está colocando a lição em prática com a filha de 10 anos. Leva Sarah a

festinhas dos amigos dela, viajam juntos, vai às apresentações na escola

da menina, acompanha o desempenho dela nos estudos e “devora” livros.

“Agora vivo tudo mais intensamente. Cessar o vício me concedeu li-

berdade. Vivia como se fosse escravo: só em casa, desconfiado de

todos. Eu tentava transformar a bebida em alegria, mas isso só trou-

xe transtornos para mim e para os outros. O álcool deixa deprimido.

Quem bebe pensa que não gostam dele, que estão todos contra”,

descreve o bancário aposentado.

Seus amigos de agora não são mais os de bar. “Passei a procurar quem

rezava por mim e desejava que eu me livrasse do vício. Alguns compa-

nheiros de bar até me chamam para tomar uma. Respondo com genti-

leza que ‘outra hora a gente se vê’. Não posso criar oportunidade, não

existe ex-alcoolista, é uma doença crônica. Se tomar o primeiro gole,

vou voltar a beber e morrer disso. E não é o que quero. Recuperei a

facilidade com números, além da amorosidade, do caráter, dos laços

com minha família. Passei a gostar de mim. Achava que não tinha amor

para dar nem possibilidade de receber afeto das pessoas. Experimento

que tenho, sim”, diz Amiraldo.

Nova vida para um homem livre

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8 9Jornal CASSI Família

SEU PLANO

Práticas que ajudam você e a CASSI Veja a forma mais adequada de usar os serviços que seu Plano oferece

A CASSI enfrenta o desafio de lidar com a tendência mundial viven-

ciada pelo setor de saúde suplementar nos últimos anos, que é a de

crescimento das despesas com assistência superior ao das receitas.

O aumento dos custos médico-hospitalares da Caixa de Assistência,

comparando-se os anos de 2010 e 2011, foi de 21,9%, bem superior à

inflação geral (IPCA), que foi de 6,5% no período. Nos demais planos de

saúde, a variação foi de 12,9%. Os cálculos são do Instituto de Estudos

de Saúde Suplementar (IESS).

A elevação expressiva das despesas assistenciais é ocasionada, em gran-

de parte, pela maior utilização dos Planos da CASSI e pelo aumento dos

custos em saúde, principalmente com consultas, internações e medica-

mentos. O envelhecimento da população ajuda a explicar esse cenário,

especialmente na CASSI, que apresenta aumento na quantidade de parti-

cipantes com 59 anos de idade ou mais. De janeiro de 2010 a novembro

de 2012, o número de beneficiários nessa faixa etária, que usa mais os

serviços de saúde, cresceu 12,8%. A adoção de tecnologias também pres-

siona os custos. Um exemplo é a quantidade de exames de ressonância

magnética, tomografia computadorizada e ultrassonografia realizados,

que cresceu em 18%, 11% e 8%, respectivamente, comparando janeiro a

outubro de 2012 com o mesmo período de 2011. O aumento das despesas

com apenas esses três procedimentos somou R$ 23 milhões no período.

Para controlar gastos com saúde, a CASSI adota várias medidas, como a

auditoria das contas hospitalares, que são responsáveis por 45% do total

dos custos da Caixa de Assistência. Nos hospitais auditados em São Paulo,

a CASSI teve elevação de 4,38% no custo médio de internação, contra o

crescimento de 14,5% no custo geral com internações.

A colaboração dos beneficiários no uso adequado dos serviços disponí-

veis também é fundamental. Conhecer e usar o Plano adequadamente são

as melhores maneiras de contribuir com a qualificação da assistência, a

eficiência dos serviços e a racionalização dos recursos. Veja dicas para

melhor uso do Plano na página ao lado.

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8 9Jornal CASSI Família

SEU PLANO

• Use as CliniCASSI: sempre que precisar de consultas com médico de família ou generalista, atendimento

ambulatorial, ações de prevenção ou promoção da saúde, aferição de pressão, retirada de pontos, curativos

em geral e outros procedimentos. O investimento nas 65 CliniCASSI do País só vale a pena se os serviços forem

usados pelos participantes. Verifique a CliniCASSI mais próxima pelo site www.cassi.com.br.

• Tenha um médico de família como profissional de confiança: ele acompanhará melhor sua saúde, com

atendimento diferenciado, e será sua referência sempre que precisar de algum cuidado. Os participantes ca-

dastrados na Estratégia Saúde da Família (ESF) das CliniCASSI são acompanhados por equipe multidisciplinar

que inclui médico de família. Caso necessário, há encaminhamento para a rede credenciada. Já para quem não

mora próximo a alguma CliniCASSI, é possível buscar médicos credenciados, com preferência para aqueles do

Mais CASSI, quando disponíveis na região, pois também realizam atendimento baseado nos princípios da ESF.

• Consulte primeiro o site quando precisar de atendimento: o portal da Caixa de Assistência na internet oferece

agilidade e comodidade para resolver vários assuntos. Para acessar alguns serviços, é preciso possuir email e senha

cadastrados. Quem não tem cadastro no site deve clicar em Obter Senha de Acesso, no menu à esquerda, no alto da

página CASSI Família.

• Mantenha seu cadastro atualizado: acesse o site, faça login na página CASSI Família e clique em Atualização

Cadastral. Esta medida garante que todas as informações importantes cheguem até você.

• Saiba a diferença entre pronto-socorro e consulta: não procure pronto-socorro em hospitais para trata-

mentos ou ações preventivas, pois expõe desnecessariamente o participante aos tipos de doenças atendidas

no hospital, ocupa a vaga de alguém que realmente precisa desse tipo de atendimento e custa 64% a mais do

que as consultas com horário marcado. Pronto-socorro deve ser usado somente em situações de urgência e

emergência.

• Retire os resultados dos exames e leve-os o quanto antes ao médico: quanto mais tempo transcorrer entre

a data do exame e o retorno à consulta, menos precisa será a avaliação médica. Leve os exames realizados em

pronto-socorro ou durante internação ao seu médico para dar continuidade ao tratamento.

Outras dicas para o bom uso do Plano

• Não assine guias de consultas e exames em branco

• Verifique se o pedido de exame contém o nome e o CRM do médico e a descrição do procedimento

• Dê preferência ao telefone fixo para ligar para a Central CASSI

• Comunique a CASSI sempre que observar alguma situação irregular no uso dos serviços do Plano

• Para sugestões, dúvidas e reclamações, use os canais de comunicação disponíveis: contato eletrônico (www.cassi.com.br), Central CASSI

(0800 729 0080) e Ouvidoria CASSI (site ou 0800 729 0081)

• Não falte à consulta ou ao procedimento sem desmarcar com antecedência

• Durante a consulta, fale com clareza todos os seus sintomas e apresente resultados de exames e receitas médicas anteriores

Como o participante pode contribuir

Acompanhe algumas orientações que contribuem com a qualificação da assistência e a racionalização dos recursos.

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Jornal CASSI Família10

SAÚDE

Quando tinha 39 anos, a associada Sueli

de Fátima Reckelberg passava a maioria

dos dias “sonolenta e cansada, sem von-

tade de fazer nada, com mal-estar e até

tristeza”. Os primeiros sinais da insônia

apareceram junto com um problema na ti-

reoide, que foi tratado, mas a insônia con-

tinuou. “Dormia pouco e acordava. Rolava

na cama, levantava, tomava água, andava

pela casa, mas não voltava a dormir.”

Nessa época, iniciou o tratamento com medicamento, que continua

tomando até hoje, mas em doses menores. Quinze anos após os pri-

meiros sintomas, Sueli, aos 54 anos, é acompanhada pelo médico de

família da CliniCASSI Camboriú (SC) e afirma ter superado o problema

há algum tempo. “Me sinto muito bem, principalmente quando faço ati-

vidade física, pois durmo melhor ainda”, diz.

Considerada um distúrbio do sono, a insônia é caracteriza-

da pela dificuldade de iniciar o sono ou se manter dormin-

do, trazendo sensação de cansaço ao acordar e mudança de

humor, fadiga e alteração de produtividade durante o dia. A do-

Quando dormirvira umpesadeloSaiba como lidar com a insônia, doença que atinge 15% da população brasileira, segundo dados do Instituto do Sono, de São Paulo

ença atinge 15% da população brasileira, segundo levantamento

realizado pelo Instituto do Sono, referência em pesquisa sobre

o assunto. “Os dados são da cidade de São Paulo, mas refletem

a realidade do País”, argumenta o neurologista Luciano Ribei-

ro Pinto Junior (CRM-SP 20350), especialista em neurofisiologia

e medicina do sono e integrante da equipe médica do Instituto.

O momento certo para pedir ajuda

A maioria dos insones sente mudança de humor, irritabilidade, an-

siedade, ardência nos olhos, dificuldade de concentração, mal-estar

e diminuição da atenção e da memória. São sinais de alerta, que po-

dem variar de pessoa para pessoa. De acordo com Luciano, quando

a dificuldade para dormir aparece em várias noites por semana, por

mais de dois meses, é hora de procurar ajuda de um profissional.

A médica do trabalho da CliniCASSI Goiânia (GO), Elizabeth Reginato Cra-

veiro Franco (CRM-GO 4550), afirma que muitas pessoas acabam toman-

do medicamento por conta própria como forma de ajudar a adormecer.

“Sem orientação médica, alguns remédios podem causar dependência

e prejudicar a saúde. Quando existir dificuldades para dormir, nunca se

deve tomar o medicamento usado por um amigo ou familiar.”

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Precisa de ajuda?

A Estratégia Saúde da Família das CliniCASSI

oferece atendimento diferenciado aos partici-

pantes. Nas cidades onde não há Serviço Próprio,

os beneficiários podem procurar os prestadores

da rede credenciada, priorizando os que fazem

parte do Mais CASSI, quando disponíveis na

região. A pesquisa aos credenciados pode

ser feita pela página principal do

www.cassi.com.br.

SAÚDE

O tratamento depende de cada caso e inclui terapia comportamen-

tal, que pode estar aliada ao uso de medicamentos. “O tratamento

farmacológico pode e deve, na maioria dos casos, estar associado

ao que chamamos de terapia comportamental cognitiva, que consiste

em seis sessões, uma por semana, em que se aborda, principalmen-

te, comportamento e pensamento dos pacientes”, explica Luciano.

O neurologista esclarece que há dois tipos de insônia. A primária

não possui causas bem definidas, embora seja possível identificar

os fatores que predispõem e desencadeiam a doença no contexto

da vida do paciente. Já a secundária aparece como um sintoma,

geralmente associada à outra enfermidade. “Hábitos inadequados

na hora de dormir, doenças mentais como depressão, doenças neu-

rológicas e quadros dolorosos durante a noite são alguns exemplos

de causas da insônia secundária”, cita.

A importância de dormir bem

O sono é fator importante para descanso do corpo, reposição de

energias, liberação de hormônios e para regular as funções biológi-

cas, explica a médica do trabalho da CliniCASSI Goiânia. Uma noite

bem dormida proporciona boa disposição, melhora do rendimento

e mais tolerância para lidar com o estresse e a rotina do dia a dia.

“O sono é importante na vida de todas as pessoas, como qualquer outra

atividade fisiológica, a exemplo da alimentação”, afirma o neurologista

Luciano Ribeiro. Ele esclarece que não há uma quantidade exata de ho-

ras de sono recomendada, pois varia de pessoa para pessoa. “Na po-

pulação em geral, sete ou oito horas de sono é uma quantidade normal,

mas há quem durma menos e se sinta bem e aqueles que necessitam

de mais do que oito horas de sono para estar bem durante o dia”, diz.

Na terceira idade, a duração do sono tende a diminuir, o que não represen-

ta, necessariamente, insônia. “Nessa fase, quando as pessoas têm costume

de fazer cochilos durante o dia, é importante investigar para identificar a

presença ou não do diagnóstico”, avalia a médica do trabalho.

A participante Magnólia Nazareno Renovato, 57 anos, de Goiânia (GO),

possui o sono “extremamente agitado, com pesadelos frequentes, gri-

tos e ronco”. Embora ela não tenha insônia, ao acordar, sente-se cansa-

da e indisposta. “Durmo fácil, mas não tenho sono de qualidade”, diz.

Em agosto, depois de participar de uma atividade coletiva sobre o

assunto na CliniCASSI Goiânia, Magnólia recebeu o incentivo neces-

sário para colocar em prática as orientações para dormir melhor e

evitar tomar os calmantes recomendados pelo médico que a acom-

panha. “Estou tentando tomar chás relaxantes, dormir sempre no

mesmo horário e ter uma alimentação mais leve. Minha expectativa

é ter noites de sono mais tranquilas”, diz.

Para quem sofre de insônia ou alguma dificuldade para dormir, há

dicas que ajudam a melhorar a qualidade do sono (veja quadro

abaixo). As orientações incluem, basicamente, alteração de hábitos.

“Não há regras fechadas, mas recomendações. O mais importante é

a conscientização de cada um para essa mudança na rotina”, afirma

a médica do trabalho.

Mantenha o quarto escuro e sem barulhos

Evite tomar bebidas estimulantes à noite; opte por chás relaxantes

Tenha alimentação leve à noite; refeição “pesada” e estômago vazio prejudicam o sono

Procure deitar e levantar sempre no mesmo horário

Evite praticar exercício físico estimulante próximo ao momento de dormir

Vá para a cama somente quando estiver com sono

Use a cama para dormir; evite usá-la para leitura, ver televisão ou se alimentar

Evite olhar para o relógio durante a noite

Crie um ritual antes de dormir, como tomar banho ou beber leite morno

Evite cochilar durante o dia

Se não conseguir dormir, levante e faça uma atividade relaxante até ficar sonolento

Tenha pensamentos positivos e tente se desligar dos problemas na hora de dormir

Dicas para uma boa noite de sono

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