ELAINE FERNANDA DA SILVA

112
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA CONTRIBUIÇÃO DO NÚCLEO PRÉ ÓPTICO MEDIANO E DOS NEURÔNIOS NORADRENÉRGICOS A1 NO DESENVOLVIMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL ELAINE FERNANDA DA SILVA GOIÂNIA GO 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA

CONTRIBUIÇÃO DO NÚCLEO PRÉ ÓPTICO MEDIANO E

DOS NEURÔNIOS NORADRENÉRGICOS A1 NO

DESENVOLVIMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

ELAINE FERNANDA DA SILVA

GOIÂNIA – GO

2013

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) GPT/BC/UFG

S586c

Silva, Elaine Fernanda.

Contribuição do núcleo pré óptico mediano e dos neurônios noradrenérgicos A1 no desenvolvimento da hipertensão arterial [manuscrito] / Elaine Fernanda da Silva. – 2013.

xix, 110f. : il., figs, tabs. Orientador: Prof. Dr. Gustavo Rodrigues Pedrino. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás,

Instituto de Ciências Biológicas, 2013. Bibliografia.

Inclui lista de figuras, tabelas, abreviaturas e siglas. Apêndices. 1. Hipertensão arterial. 2. Neurônios A1. 3. Hipernatremia. I.

Título.

CDU: 616.12-008.331.1

Page 3: ELAINE FERNANDA DA SILVA

ELAINE FERNANDA DA SILVA

CONTRIBUIÇÃO DO NÚCLEO PRÉ ÓPTICO MEDIANO E

DOS NEURÔNIOS NORADRENÉRGICOS A1 NO

DESENVOLVIMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós Graduação em Biologia do

Instituto de Ciências Biológicas da Universidade

Federal de Goiás como requisito para a obtenção

do título de Mestre em Biologia.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Rodrigues Pedrino

Departamento de Ciências Fisiológicas – Universidade Federal de

Goiás

GOIÂNIA – GO

2013

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TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR AS TESES E DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS (TEDE) NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG

Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás (UFG) a disponibilizar, gratuitamente, por meio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD/UFG), sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.

1. Identificação do material bibliográfico: [ x ] Dissertação [ ] Tese 2. Identificação da Tese ou Dissertação

Autor (a): Elaine Fernanda da Silva

E-mail: [email protected]

Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [ ]Sim [ x ] Não

Vínculo empregatício do autor: Bolsista

Agência de fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Sigla: Capes

País: Brasil UF: GO CNPJ: 00889834/0001-08

Título: Contribuição do Núcleo Pré Óptico Mediano e dos Neurônios Noradrenérgicos A1 no Desenvolvimento da Hipertensão Arterial

Palavras-chave: Núcleo Pré Óptico Mediano; Neurônios A1; CVLM; Hipertensão; Hipernatremia

Título em outra língua: Contribution of the Median Preoptic Nucleus and A1 Noradrenergic Neurons in the Development of Hypertension

Palavras-chave em outra língua: Median Preoptic Nucleus; A1 Neurons; CVLM; Hypertension; Hypernatremia

Área de concentração: Biologia Celular

Data defesa: (dd/mm/aaaa) 28/02/2013

Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biologia

Orientador (a): Prof. Dr. Gustavo Rodrigues Pedrino

E-mail: [email protected]

3. Informações de acesso ao documento: Concorda com a liberação total do documento [ x ] SIM [ ] NÃO1

Havendo concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se imprescindível o envio do(s) arquivo(s) em formato digital PDF ou DOC da tese ou dissertação.

O sistema da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações garante aos autores, que os arquivos contendo eletronicamente as teses e ou dissertações, antes de sua disponibilização, receberão procedimentos de segurança, criptografia (para não permitir cópia e extração de conteúdo, permitindo apenas impressão fraca) usando o padrão do Acrobat. ________________________________________ Data: ____ / ____ / _____ Assinatura do (a) autor (a)

1 Neste caso o documento será embargado por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste

prazo suscita justificativa junto à coordenação do curso. Os dados do documento não serão disponibilizados durante o período de embargo.

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CONTRIBUIÇÃO DO NÚCLEO PRÉ ÓPTICO MEDIANO E

DOS NEURÔNIOS NORADRENÉRGICOS A1 NO

DESENVOLVIMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Presidente da Banca:

Prof. Dr. Gustavo Rodrigues Pedrino

Departamento de Ciências Fisiológicas, Universidade Federal de Goiás.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Élson Alves Costa.

Prof. Adjunto do Departamento de Ciências Fisiológicas, Universidade Federal de Goiás.

Profª. Drª. Débora Simões de Almeida Colombari

Profª. Adjunta do Departamento de Fisiologia e Patologia, Universidade Estadual Paulista

Júlio de Mesquita Filho.

Prof. Dr. Cirano José Ulhoa

Prof. Adjunto do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Universidade Federal

de Goiás.

Prof. Dr. Diego Basile Colugnati

Prof. Adjunto do Departamento de Ciências Fisiológicas, Universidade Federal de Goiás.

Page 6: ELAINE FERNANDA DA SILVA

A meus pais,

Carlos Fernandes Silva

Rosa Gonçalves Silva

A meu irmão,

Leandro Fernandes Silva

Obrigada pela confiança demonstrada e apoio incondicional.

“As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu. Assim

devemos ser todos os dias, mutantes, porém leais [ao que aprendemos].”

Paulo Beleki

Page 7: ELAINE FERNANDA DA SILVA

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Gustavo Rodrigues Pedrino pela oportunidade oferecida. Obrigada

pelo voto de confiança e pela forma como conduziu a orientação, o que contribuiu

significativamente para o meu crescimento e amadurecimento na carreira

acadêmica.

Às alunas do Laboratório de Fisiologia Autonômica e Cardíaca pela

amizade e companheirismo. Obrigada Aliane, Nathalia Odinha, Yara, Ludmila,

Aline, Marina e Rúbia pelos momentos únicos que vivemos juntas e pelas várias

gargalhadas compartilhadas. Obrigada pela oportunidade de conhecê-las. Pelo

apoio nos períodos de dificuldade, pela cumplicidade e pela paciência. Cada uma

seguirá seu caminho, porém, particularmente, aonde quer que eu vá sempre me

lembrarei de todas vocês com imenso carinho e amor.

Aos amigos James e Vanessa Amaral, os quais costumo definir como

anjos. Anjos que Deus colocou em minha vida. Se anjos existem, acho que

devem ser como vocês, seres humildes, sábios e dispostos a ajudar. Obrigada

pelo incentivo, pela confiança e pelos sábios conselhos.

Aos professores do Departamento de Ciências Fisiológicas, em especial ao

Prof. Élson Alves Costa, por quem tenho muito respeito e admiração. Obrigada

pelos vários ensinamentos e pelas discussões sobre Ciência, os quais sempre

levarei comigo.

A todos os colegas pós graduandos e aos funcionários da secretaria da pós

graduação, em especial à Laís, Iziara e Gleice, pela atenção e apoio.

Às minhas tias Neuza e Nilza e à prima Camila pelo incentivo, carinho e

confiança. Pessoas que de modo digno e simples conduzem suas vidas, sendo

exemplos a serem seguidos.

Page 8: ELAINE FERNANDA DA SILVA

“A admiração é filha da ignorância, porque ninguém se

admira senão das coisas que ignora, principalmente se são

grandes; e mãe da ciência, porque admirados os homens

das coisas que ignoram, inquirem e investigam as causas

delas até as alcançar, e isto é o que se chama ciência.”

Padre António Vieira

Page 9: ELAINE FERNANDA DA SILVA

ÍNDICE

LISTA DE TABELAS

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RESUMO

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 1

2. OBJETIVOS...................................................................................................... 9

2.1 Objetivo Geral.............................................................................................. 10

2.2 Objetivos Específicos................................................................................... 10

3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 11

3.1 Modelos experimentais................................................................................ 12

3.2 Lesão dos grupamentos neuronais noradrenérgicos A1............................. 12

3.3 Registro da pressão arterial média e frequência cardíaca nos animais

não anestesiados........................................................................................ 13

3.4 Teste de baroreflexo e quimioreflexo........................................................... 13

3.5. Infusão de salina hipertônica....................................................................... 14

3.6. Registro da pressão arterial média e da frequência cardíaca nos animais

anestesiados................................................................................................ 14

3.7. Registro do fluxo sanguíneo renal e aórtico e da condutância vascular

renal e aórtica nos animais anestesiados.................................................... 14

3.8. Dot Blot........................................................................................................ 15

3.9. Nanoinjeções no MnPO.............................................................................. 16

3.10. Histologia.................................................................................................... 16

3.11. Análise estatística..................................................................................... 18

4. RESULTADOS................................................................................................ 19

4.1. Envolvimento da neurotransmissão adrenérgica no Núcleo Pré Óptico

Mediano sobre os parâmetros cardiovasculares em ratos normotensos e

espontaneamente hipertensos........................................................................... 20

4.2. Participação dos neurônios noradrenérgicos A1 na regulação da pressão

arterial em ratos normotensos e espontaneamente hipertensos ...................... 25

Page 10: ELAINE FERNANDA DA SILVA

4.2.1. Lesão dos neurônios catecolaminérgicos bulbares induzida por

nanoinjeções bilaterais de saporina-anti-DβH na CVLM.....................

25

4.2.2. Efeito da lesão da região CVLM sobre a PAM e FC basais em

ratos não anestesiados........................................................................ 33

4.2.3. Efeito da lesão da região CVLM sobre a PAM, FC, FSR e CVR

basais em ratos não anestesiados....................................................... 34

4.2.4. Análise da lesão dos neurônios noradrenérgicos A1 sobre o

baroreflexo........................................................................................... 36

4.2.5. Análise da lesão dos neurônios noradrenérgicos A1 sobre o

quimioreflexo........................................................................................ 38

4.2.6. Participação do grupamento noradrenérgico A1 na resposta

pressora induzida por hipernatremia aguda......................................... 39

5. DISCUSSÃO..................................................................................................... 45

6. CONCLUSÃO.................................................................................................. 52

7. REFERÊNCIAS............................................................................................... 54

APÊNDICE

1. Artigo

1.1. A1 NORADRENERGIC NEURONS LESIONS REDUCE NATRIURESIS

AND HYPERTENSIVE RESPONSES TO HYPERNATREMIA

Page 11: ELAINE FERNANDA DA SILVA

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores basais médios ± EPM da pressão arterial média (PAM),

frequência cardíaca (FC), fluxo sanguíneo renal (FSR), fluxo sanguíneo

aórtico (FSA), condutância vascular renal (CVR) e condutância vascular

aórtica (CVA) dos ratos normotensos (NT) e espontaneamente

hipertensos (SHR) que receberam nanoinjeções no MnPO......................

21

Page 12: ELAINE FERNANDA DA SILVA

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Desenho de secções coronais do bulbo de ratos extraído do atlas de

Paxinos e Watson (1998) mostrando a localização do Núcleo do Trato

Solitário (NTS) e das regiões Caudoventrolateral (CVLM) e

Rostroventrolateral (RVLM) do bulbo representadas pelos círculos; CC

(canal central); 4º V (4º Ventrículo)...........................................................

4

Figura 2 Desenho esquemático de um corte sagital do encéfalo de rato

modificado a partir do atlas de Paxinos e Watson (1998) mostrando as

aferências do Núcleo do Trato Solitário (NTS) e da região

Caudoventrolateral (CVLM) do bulbo para o Núcleo Pré Óptico Mediano

(MnPO); OVLT (Órgão Vasculoso da Lâmina Terminal); SFO (Órgão

Subfornical).................................................................................................

6

Figura 3 Corte coronal mostrando um típico centro de nanoinjeção de fentolamina

e soro fisiológico no MnPO (seta); ca (comissura anterior)........................

20

Figura 4 Traçado típico das alterações na pressão arterial pulsátil (PAP), fluxo

sanguíneo renal (FSR), fluxo sanguíneo aórtico (FSA) e na frequência

cardíaca (FC), induzidas por nanoinjeção de veículo (Soro Fisiológico;

0,15 M) e fentolamina (6,3 mM) no MnPO de ratos normotensos (A) e

espontaneamente hipertensos (B). A linha tracejada representa o

momento das nanoinjeções.......................................................................

22

Figura 5 Média ± EPM das variações na pressão arterial média (Δ PAM; A),

frequência cardíaca (Δ FC; B), fluxo sanguíneo renal (Δ% FSR; C),

fluxo sanguíneo aórtico (Δ% FSA; D), condutância vascular renal

(Δ%CVR; E) e condutância vascular aórtica (Δ%CVA; F), devido a

nanoinjeções de soro fisiológico (0,15 M) e fentolamina (6,3 mM) no

MnPO em ratos normotensos (NT) e hipertensos (SHR). † diferente do

soro, * diferente da fentolamina no normotenso; p < 0,05.........................

23

Page 13: ELAINE FERNANDA DA SILVA

Figura 6 Verificação histológica dos grupamentos catecolaminérgicos A2 (NTS),

A1 (CVLM) e C1 (RVLM) dos ratos normotensos que receberam

nanoinjeções bilaterais de saporina (grupo sham) ou saporina-anti-DH

na região CVLM. Fotomicrografia de cortes coronais (40m) do bulbo

corados por técnicas de imunoistoquímica. As setas indicam marcação

neuronal catecolaminérgica.......................................................................

27

Figura 7 Média EPM do número de células TH positivas localizadas nas

regiões caudoventrolateral (CVLM; A1) e rostroventrolateral (RVLM; C1)

e na superfície dorsal (NTS; A2 e C2) do bulbo dos animais

normotensos que receberam nanoinjeções de saporina-anti-DH (lesão

A1) ou de apenas saporina (sham) na região CVLM (A). Podemos

perceber que a nanoinjeção de saporina-anti-DH promoveu reduções

significantes no número de células TH positivas do grupamento A1

(redução 81%), entretanto não houve alterações nos grupamentos A2

e C2 (redução < 0%) e C1 (redução 10%; B). † diferente do controle;

p < 0,05......................................................................................................

28

Figura 8 Verificação histológica dos grupamentos catecolaminérgicos A2

(NTS), A1 (CVLM) e C1 (RVLM) dos ratos espontaneamente

hipertensos que receberam nanoinjeções bilaterais de saporina (grupo

sham) ou saporina-anti-DH na região CVLM. Fotomicrografia de

cortes coronais (40m) do bulbo corados por técnicas de

imunoistoquímica. As setas indicam marcação neuronal

catecolaminérgica...................................................................................

30

Figura 9 Média EPM do número de células TH positivas localizadas nas

regiões caudoventrolateral (CVLM; A1) e rostroventrolateral (RVLM; C1)

e na superfície dorsal (NTS; A2 e C2) do bulbo dos SHRs que

receberam nanoinjeções de saporina-anti-DH (lesão A1) ou de apenas

saporina (sham) na região CVLM (A). Podemos perceber que as

nanoinjeções de saporina-anti-DH promoveram reduções significantes

no número de células TH positivas do grupamento A1 (redução 75%),

entretanto não houve alterações nos grupamentos A2 e C2 (redução

Page 14: ELAINE FERNANDA DA SILVA

11% e < 0%, respectivamente) e C1 (redução 6%; B). † diferente do

controle; p < 0,05.......................................................................................

31

Figura 10 Observação da expressão da enzima TH pela técnica de Dot Blot no

MnPO e córtex dos ratos normotensos (A) e espontaneamente

hipertensos (B) que receberam nanoinjeções bilaterais de saporina

(grupo sham) ou saporina-anti-DH na região CVLM. As marcações na

membrana de nitrocelulose representam os níveis da enzima TH.

Fotografia de um corte coronal do cérebro mostrando a retirada de

massa tecidual do MnPO (círculo) e do córtex (seta; C)...........................

32

Figura 11 Média ± EPM da pressão arterial média (PAM; A) e da frequência

cardíaca (FC; B) nos animais normotensos não anestesiados. †

diferente do controle; p < 0,05...................................................................

33

Figura 12 Média ± EPM da pressão arterial média (PAM; A) e da frequência

cardíaca (FC; B) nos animais hipertensos não anestesiados. p < 0,05....

34

Figura 13 Média ± EPM da pressão arterial média (PAM; A), frequência cardíaca

(FC; B), fluxo sanguíneo renal (FSR; C) e condutância vascular renal

(CVR; D) nos animais normotensos anestesiados. p < 0,05.....................

35

Figura 14 Média ± EPM da pressão arterial média (PAM; A), frequência cardíaca

(FC; B), fluxo sanguíneo renal (FSR; C) e condutância vascular renal

(CVR; D) nos animais hipertensos anestesiados. p < 0,05.......................

36

Figura 15 Índice do baroreflexo dos animais normotensos expresso pela razão

entre as variações da FC e PAM. p < 0,05................................................

37

Figura 16 Índice do baroreflexo dos SHRs expresso pela razão entre as variações

da FC e PAM. † diferente do controle. p < 0,05.........................................

37

Figura 17 Média ± EPM da variação da pressão arterial média (PAM; A) e da

frequência cardíaca (FC; B) dos animais normotensos no teste de

Page 15: ELAINE FERNANDA DA SILVA

quimioreflexo. p < 0,05..............................................................................

38

Figura 18 Média ± EPM da variação da pressão arterial média (PAM; A) e da

frequência cardíaca (FC; B) dos animais hipertensos no teste de

quimioreflexo. † diferente do controle; p < 0,05.........................................

39

Figura 19 Traçado típico das alterações provocadas na PAP (pressão arterial

pulsátil), PAM (pressão arterial média) e FC (frequência cardíaca)

induzidas por infusão de salina hipertônica (3M) em ratos normotensos

sham (A) e lesionados (B) não anestesiados............................................

40

Figura 20 Média EPM das variações da pressão arterial média ( PAM; A) e da

frequência cardíaca ( FC; B) dos ratos normotensos em resposta à

infusão de solução salina hipertônica (traço vertical em preto no tempo

0), submetidos à nanoinjeção do complexo saporina-anti-DH (lesão

A1; n=11) ou saporina (sham; n=8) na região CVLM. * diferente do

tempo 0; † diferente do sham, ambos p < 0,05..........................................

41

Figura 21

Traçado típico das alterações provocadas na PAP (pressão arterial

pulsátil), PAM (pressão arterial média) e FC (frequência cardíaca)

induzidas por infusão de salina hipertônica (3 M) em ratos hipertensos

sham (A) e lesionados (B) não anestesiados............................................

43

Figura 22 Média EPM das variações da pressão arterial média ( PAM; A) e da

frequência cardíaca ( FC; B) dos ratos hipertensos em resposta à

infusão de solução salina hipertônica (traço vertical em preto no tempo

0), submetidos à nanoinjeção do complexo saporina-anti-DH (lesão

A1; n=6) ou saporina (sham; n=6) na região CVLM. * diferente do tempo

0; ambos p < 0,05......................................................................................

44

Page 16: ELAINE FERNANDA DA SILVA

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

4º V

Ang II

ANP

AP5

bpm

ca

CC

CVLM

CVA

CVR

DATASUS

DβH

EPM

FC

FSA

FSR

GABA

mmHG

MnPO

Quarto Ventrículo

Angiotensina II

Peptídeo Natriurético Atrial

Ácido D, L-2-amino-5-fosfonopentanoico

batimentos por minuto

comissura anterior

Canal Central

Região Caudoventrolateral do Bulbo

Condutância Vascular Aórtica

Condutância Vascular Renal

Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

Dopamina-β-Hidroxilase

Erro Padrão da Média

Frequência Cardíaca

Fluxo Sanguíneo Aórtico

Fluxo Sanguíneo Renal

Ácido Gama-Aminobutírico

milímetros de Mercúrio

Núcleo Pré Óptico Mediano

Na+

NaCl

NMDA

NT

NTS

OVLT

Sódio

Cloreto de Sódio

N-metil D-Aspartato

Normotenso

Núcleo do Trato Solitário

Órgão Vasculoso da Lâmina Terminal

PA

PAM

PAP

PAP

PVN

Pressão Arterial

Pressão Arterial Média

Pressão Arterial Pulsátil

Pressão Arterial Pulsátil

Núcleo Paraventricular do Hipotálamo

Page 17: ELAINE FERNANDA DA SILVA

RVLM

SB

SH

SHR

SNC

SOF

SON

SUS

TH

UFG

VLM

Região Rostroventrolateral do Bulbo

Sensibilidade Baroceptora

Salina Hipertônica

Ratos Espontaneamente Hipertensos

Sistema Nervoso Central

Órgão Subfornical

Núcleo Supra Óptico

Sistema Único de Saúde

Tirosina Hidroxilase

Universidade Federal de Goiás

Região Ventrolateral do Bulbo

Page 18: ELAINE FERNANDA DA SILVA

RESUMO

Neurônios noradrenérgicos da região caudoventrolateral do bulbo (CVLM;

grupamento A1) estão envolvidos na regulação cardiovascular e do volume

circulante. Estes neurônios recebem informações provenientes dos

baroreceptores arteriais e de receptores cardiopulmonares de volume. Ademais,

os neurônios A1 estão reciprocamente ligados com regiões hipotalâmicas

envolvidas com o controle cardiovascular, incluindo o Núcleo Pré Óptico Mediano

(MnPO). O presente estudo buscou determinar a participação da

neurotransmissão adrenérgica no MnPO e dos neurônios do grupamento

noradrenérgico A1 sobre os parâmetros cardiovasculares em ratos normotensos

(NT) e espontaneamente hipertensos (SHR). Ratos Wistar e SHR receberam

nanoinjeções de Fentolamina (6,3 mM; antagonista α adrenérgico; 100 nL) no

MnPO e tiveram os valores de pressão arterial média (PAM), frequencia cardíaca

(FC), fluxo sanguíneo renal (FSR) e aórtico (FSA) e condutância vascular renal

(CVR) e aórtica (CVA) registrados. Em outros experimentos, os animais

receberam nanoinjeções (100 nL) bilaterais de saporina-anti-dopamina-β-

hidroxilase (0,105 ng.nL-1) na região da CVLM. Esses ratos tiveram os parâmetros

cardiovasculares basais registrados. Foram submetidos aos testes de baroreflexo

e à infusão intravenosa de salina hipertônica (SH). Por fim, amostras teciduais do

MnPO e do córtex destes animais foram retiradas para a detecção dos níveis da

enzima tirosina hidroxilase (TH) no MnPO. Os resultados obtidos demonstraram

que o bloqueio da neurotransmissão adrenérgica no MnPO resultou em queda da

PAM dos ratos hipertensos (-14,3 ± 6 mmHg) e aumento na CVR e CVA (9,6 ± 1,9

% do basal e 9,8 ± 3,4 % do basal, respectivamente). A lesão provocada por

nanoinjeções de saporina-anti-DβH na região CVLM ocasionou uma redução de

81% dos neurônios A1 nos ratos normotensos e 75% nos hipertensos.

Observamos uma redução nos níveis da enzima TH no MnPO dos animais com

lesão de A1. A lesão dos neurônios A1 e a consequente diminuição nos níveis de

TH no MnPO não provocaram reduções na PAM dos ratos normotensos (114 ±

1,9 mmHg, n=11) e hipertensos (170,3 ± 7,8 mmHg, n=7). Os valores basais da

FC dos ratos NT revelaram a ocorrência de taquicardia (396,0 ± 13,4 bpm),

Page 19: ELAINE FERNANDA DA SILVA

porém, esse aumento na FC não foi provocado por alterações no reflexo

baroceptor. Ademais, a infusão de SH nos animais NT sham provocou uma

sustentada resposta pressora (36 ± 3 e 11 ± 1,8 mmHg em relação ao basal, 10 e

90 minutos após a infusão SH, respectivamente). Enquanto nos ratos NT

submetidos à lesão do grupamento noradrenérgico A1, a infusão de SH promoveu

uma resposta pressora atenuada (18 ± 1,4 em relação ao basal, 10 minutos após

SH), retornando posteriormente aos valores basais (3 ± 1,4 mmHg em relação ao

basal, 70 minutos após SH). Nos SHRs, a infusão de SH provocou aumento

transitórios (<20 min) na PA de ratos sham (19 ± 2,9 mmHg em relação ao basal,

10 minutos após a infusão SH) e lesionados (12 ± 1,5 mmHg em relação ao basal,

10 minutos após a infusão SH). Em conjunto, os resultados obtidos no presente

trabalho evidenciam a importância da neurotransmissão adrenérgica no MnPO na

manutenção da hipertensão arterial nos SHR. Ademais, a inervação adrenérgica

proveniente do grupamento A1 parece não estar relacionada com a hipertensão

arterial observada nestes animais. Entretanto, os resultados evidenciam a

participação dos neurônios A1 na hipertensão arterial induzida pela sobrecarga de

Na+ em ratos NT.

Palavras chave: Núcleo Pré Óptico Mediano; Neurônios A1; CVLM; Hipertensão;

Hipernatremia.

Page 20: ELAINE FERNANDA DA SILVA

ABSTRACT

Noradrenergic neurons of the caudoventrolateral medulla (CVLM; grouping

A1) are involved in cardiovascular regulation and of the fluids. These neurons

receive information from arterial baroreceptors and cardiopulmonary volume

receptors. Furthermore, A1 neurons are reciprocally connected with hypothalamic

regions involved in cardiovascular control, including the Median Preoptic Nucleus

(MnPO). The present study sought to determine the involvement of the MnPO and

A1 noradrenergic neurons on cardiovascular parameters in normotensive (NT) and

hypertensive rats (SHR). Wistar and SHR rats received nano-injections of

Phentolamine (6.3 Mm; α-adrenergic antagonist; 100 nL) in MnPO and had mean

arterial pressure (MAP), heart rate (HR), aortic (ABF) and renal blood flow (RBF)

and aortic (AVC) and renal vascular conductance (RVC) registered. In another

experiments, the rats received nano-injections (100 nL) bilateral saporin-anti-

dopamine-β-hydroxylase (0.105 ng.nL-1) in the region of the CVLM. These rats

had cardiovascular parameters registered and were submitted to baroreflex and

hypertonic saline (HS) infusion. Finally, samples from these animals were

removed MnPO for detecting levels of the enzyme tyrosine hydroxylase (TH) in

MnPO. The results demonstrated that adrenergic neurotransmission in MnPO

blocking resulted in decrease in the MAP of SHR (-14.7 ± 6 mmHg) and increased

in the RVC and AVC (9,6 ± 1,9 % do basal e 9,8 ± 3,4 % do basal, respectively).

The lesion caused by nanoinjections of anti-DβH-saporin in the region CVLM

resulted in A1 neurons reduction by 81% in normotensive rats and 75% in the

hypertensive. We observed a reduction in levels of the enzyme TH in MnPO in

animals with lesions of A1. The lesion of neurons A1 and the consequent

decrease in the levels of TH in the MnPO did not cause reductions in MAP of

normotensive rats (114 ± 1.9 mmHg) and hypertensive (170.3 ± 7.8 mmHg). The

baseline HR of NT rats revealed the occurrence of tachycardia (396.0 ± 13.4

bpm), however, the increase in HR was not caused by changes in the

baroreceptor reflex. The infusion of HS, in NT animals sham, caused a sustained

pressor response (36 ± 3 and 11 ± 1.8 mmHg from baseline, at 10 and 90 min

after HS, respectively). In NT rats treated with anti-DH-saporin, the infusion of HS

Page 21: ELAINE FERNANDA DA SILVA

caused an attenuated pressor response (18 ± 1.4 baseline, at 10 min after HS),

followed by a return to baseline (3 ± 1.4 mmHg from baseline, at 70 min after HS).

In SHRs, the HS infusion caused transient increased (<20 min) in the PA of sham

(19 ± 2.9 mmHg baseline, at 10 min after HS) and lesioned rats (12 ± 1.5 mmHg

baseline, at 10 min after HS). Together, the results show the importance of

adrenergic neurotransmission in the MnPO in blood pressure maintenance in

SHR. Furthermore, the adrenergic innervation from the grouping A1 seems to be

no related with hypertension observed in these animals. However, the data

indicate the involvement of neurons A1 in hypertension induced by sodium

overload in NT rats.

Keywords: Median Preoptic Nucleus; Neurons A1; CVLM; Hypertension;

Hypernatremia.

Page 22: ELAINE FERNANDA DA SILVA

1

Introdução

Page 23: ELAINE FERNANDA DA SILVA

2

A hipertensão arterial, caracterizada como uma patologia silenciosa e

crônica, representa um dos principais problemas mundiais de saúde pública.

Segundo a International Society of Hypertension (2012), em 2000 o número global

estimado de adultos vivendo com pressão arterial elevada era de 972 milhões. A

expectativa é de que esta patologia aumente consideravelmente nos próximos

anos e atinja 1,56 bilhões de indivíduos até 2025. Fatores associados ao estilo de

vida, como o sedentarismo, dieta rica em sal, consumo de tabaco, além do

envelhecimento da população, são razões que contribuem para a incidência desta

patologia.

No Brasil, estima-se que a hipertensão arterial essencial atinja

aproximadamente 23,3% da população brasileira (Ministério da Saúde do Brasil,

2012). Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

(DATASUS, 2010) do Ministério da Saúde do Brasil indicam que as doenças

relacionadas ao sistema cardiovascular são as principais causas de mortalidade

da população brasileira. Em 2008, estas doenças foram responsáveis por 339.256

mortes, representando 31,8% do total geral dos óbitos no Brasil (DATASUS,

2010). Além do mais, neste mesmo ano, estas doenças causaram 1.096.888

internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que resultou em

gastos aproximados de 1.627.311.414,94 reais, representando 14% do total geral

de gastos com internação pelo SUS (DATASUS, 2010).

A ontogênese da hipertensão arterial essencial não encontra-se totalmente

elucidada. No entanto, evidências sugerem um componente de origem

neurogênica (Lundin et al., 1984; Herzig et al., 1991; Sato et al., 2001). De fato, o

sistema nervoso central (SNC) está envolvido no controle da pressão arterial,

sendo sua participação muito discutida na patogênese da hipertensão.

A pressão arterial (PA) é rigorosamente regulada por variáveis

hemodinâmicas como o débito cardíaco e a resistência vascular periférica total.

Por meio de alterações destes parâmetros hemodinâmicos, o SNC exerce sua

função na modulação da pressão arterial. Dentre os principais moduladores

destacam-se os baroreceptores arteriais, os quais têm um papel crucial no

controle a curto prazo da pressão arterial. Neurônios dos baroreceptores

promovem aferências para o SNC, desencadeando ações inibitórias sobre as

Page 24: ELAINE FERNANDA DA SILVA

3

descargas simpáticas, o que contribui na regulação da PA. Ademais,

quimioreceptores periféricos ativados por hipóxia e hipercapnia provocam um

aumento generalizado da atividade das eferências simpáticas quimiossensíveis

através de modulação central.

Com o desenvolvimento de novas técnicas experimentais, tornou-se

possível demonstrar a participação do sistema nervoso autonômico na

fisiopatologia da hipertensão arterial. Técnicas eletrofisiológicas e neuroquímicas

suscitaram evidências da ativação simpática sobre o coração, rins e vasos na

hipertensão essencial. Em ratos espontaneamente hipertensos (SHR), estudos

demonstraram aumento da atividade do nervo simpático renal com concomitante

aumento na pressão arterial média (Judy & Farrell, 1979; Lundin et al., 1984).

Além disso, King e colaboradores (2008) demonstraram aumento na

concentração plasmática de noradrenalina, indicando hiperatividade simpática nos

ratos submetidos ao tratamento com de angiotensina II (Ang II) e Sal. Em

conjunto, estes resultados sugerem a participação direta do sistema nervoso

simpático no desenvolvimento e manutenção do estado hipertensivo em

diferentes modelos de hipertensão experimental.

Vias recíprocas entre o núcleo do trato solitário (NTS), a região

ventrolateral do bulbo (VLM) e o grupamento neuronal A5 no tronco encefálico,

além de várias áreas prosencefálicas, incluindo o núcleo paraventricular do

hipotálamo (PVN), o núcleo da estria terminal, o núcleo pré óptico mediano

(MnPO) e o núcleo central da amígdala, representam o substrato anatômico

envolvido na regulação cardiovascular (Guyenet, 1990).

Neurônios contidos na região VLM do bulbo também desempenham

importante papel na modulação cardiovascular. A porção rostral da região

ventrolateral (Figura 1) é ocasionalmente conhecida como área pressora devido a

largas elevações na pressão arterial desencadeada por aplicações de drogas

excitatórias (Guertzenstein, 1973; Allen et al., 1988; Andreatta et al., 1988; Sakai

& Dampney 1990). Dentre os diferentes tipos celulares, o grupamento neuronal

adrenérgico C1 da região rostroventrolateral do bulbo (RVLM) está envolvida com

as funções vasomotoras (McAllen, 1986), projetando-se diretamente sobre os

Page 25: ELAINE FERNANDA DA SILVA

4

neurônios pré-ganglionares simpáticos localizados na coluna intermédio lateral da

medula espinhal (Ross et al., 1981; Tucker et al., 1987).

Figura 1. Desenho de secções coronais do bulbo de ratos extraído do atlas de Paxinos e Watson

(1998) mostrando a localização do Núcleo do Trato Solitário (NTS) e das regiões

Caudoventrolateral (CVLM) e Rostroventrolateral (RVLM) do bulbo representadas pelos círculos.

Siglas: CC (canal central); 4º V (4º Ventrículo).

A porção caudoventrolateral (CVLM; Figura 1) é referida por muitos autores

como área depressora devido à ocorrência de hipotensão causada por

microinjeções locais de substâncias excitatórias (Feldberg & Guertzenstein, 1976;

Guertzenstein & Lopes, 1984; Willette et al., 1987). Os neurônios da região CVLM

encontram-se espalhados ao longo de uma grande área no eixo rostrocaudal,

entre a região RVLM e a medula espinhal (Ross et al., 1985; Ruggiero et al.,

1994). Ademais, esta região apresenta ao menos duas populações celulares

distintas envolvidas com a regulação cardiovascular: os neurônios GABAérgicos e

os neurônios noradrenérgicos A1.

Os neurônios GABAérgicos da região CVLM promovem uma inibição tônica

dos neurônios vasomotores da região RVLM (Granata et al., 1986). Lesões ou

inativação desses neurônios ocasionam em hipertensão arterial fulminante devido

ao aumento da atividade simpática sobre os vasos e coração (Cravo et al., 1991;

Page 26: ELAINE FERNANDA DA SILVA

5

Blessing et al., 1982). A estimulação química desses neurônios provoca

vasodilatação renal e mesentérica e bradicardia, resultando em hipotensão devido

à redução na atividade simpática (Blessing & Reis, 1982; Blessing & Reis, 1983;

Cravo et al., 1991; Willette et al., 1987).

A segunda população neuronal da região CVLM, demonstrada

originalmente por Dahlstroem & Fuxe (1964; apoud Cravo et al., 2011), é

constituída por células catecolaminérgicas. Estas células formam o grupamento

noradrenérgico A1. Várias evidências experimentais têm demonstrado a

importância dos neurônios A1 na integração dos mecanismos envolvidos na

regulação da pressão arterial e do volume circulante (Pedrino et al., 2006; Pedrino

et al., 2008). Estudos utilizando a expressão de genes de ativação imediata

demonstraram que os neurônios noradrenérgicos do grupamento A1 são ativados

por aumentos da osmolaridade ou do volume plasmático (Hochstenbach &

Ciriello, 1995; Buller et al., 1999; Howe et al., 2004; Godino et al., 2005).

Corroborando com estes resultados, a administração subcutânea, intraperitoneal

ou intravenosa de salina hipertônica aumenta a expressão de Fos no grupo A1,

indicando ativação neuronal (Hochstenbach & Ciriello, 1995; Howe et al., 2004).

Estudos demonstraram que lesões específicas do grupamento

noradrenérgico A1 abole a simpatoinibição e vasodilatação renal induzidas pela

sobrecarga de sódio em ratos anestesiados (Pedrino et al., 2008; Pedrino et al.,

2006). Estes resultados demonstraram a participação destes neurônios no

controle da atividade simpática e da pressão arterial em situações de aumento da

concentração plasmática de sódio e alterações no volume circulante.

Trabalhos neuroanatômicos demonstraram que células noradrenérgicas A1

e A2 (localizadas no NTS) recebem informações provenientes dos baroreceptores

arteriais e de receptores cardiopulmonares de volume (Day & Sibbald, 1990; Day

et al.,1992). Estes neurônios estão reciprocamente ligados com regiões

hipotalâmicas envolvidas com a regulação cardiovascular, hidroeletrolítica e

neuroendócrina, incluindo o núcleo pré óptico mediano (MnPO), o núcleo supra

óptico (SON), o órgão subfornical (SFO) e o núcleo paraventricular do hipotálamo

(PVN; Saper et al., 1983; Tucker et al., 1987; Ciriello 2013; Figura 2).

Page 27: ELAINE FERNANDA DA SILVA

6

Figura 2. Desenho esquemático de um corte sagital do encéfalo de rato modificado a partir do

atlas de Paxinos e Watson (1998) mostrando as aferências do Núcleo do Trato Solitário (NTS) e

da região Caudoventrolateral (CVLM) do bulbo para o Núcleo Pré Óptico Mediano (MnPO). Siglas:

OVLT (Órgão Vasculoso da Lâmina Terminal); SFO (Órgão Subfornical).

Evidências experimentais demonstraram que os neurônios noradrenérgico

A1 representam uma das principais fontes da inervação noradrenérgica

encontrada no MnPO (Day et al., 1980; Tucker et al., 1987). A ativação elétrica

do grupamento A1 aumenta a liberação de noradrenalina no MnPO (Fernandez-

Galaz et al., 1994). Ademais, Tucker et at. (1987) evidenciaram que cerca de 80%

dos neurônios noradrenérgicos da região CVLM (grupamento A1) se projetam

para o PVN e o MnPO.

Corroborando esses dados, estudos de eletrofisiologia in vivo

demonstraram que as projeções dos neurônios noradrenérgicos A1 para regiões

hipotalâmicas possuem um caráter predominantemente excitatório (Day et al.,

1984; Kannan et al., 1984; Day & Sibbald, 1988; Day & Sibbald, 1989; Tanaka et

al., 1992; Saphier, 1993; Tanaka et al., 1997). Tanaka e colaboradores (1992)

demonstraram que a estimulação elétrica da região onde estão localizados os

neurônios A1 promove excitação mediada por adrenoceptores 1 e 2 de

neurônios localizados no MnPO.

Page 28: ELAINE FERNANDA DA SILVA

7

Uma vez ativados, os neurônios do MnPO podem modular respostas

autonômicas e cardiovasculares a partir, principalmente, de suas projeções sobre

os neurônios do PVN. De fato, estudos eletrofisiológicos identificaram que

neurônios do MnPO que se projetavam sobre o PVN tinham sua atividade basal

aumentada em decorrência da infusão intravenosa de soluções hiperosmóticas

(Tanaka et al., 1995) ou de Ang II (Stocker & Toney 2005). Ademais, Yasuda e

colaboradores (2000) evidenciaram que o aumento da atividade simpática renal

induzida pela estimulação elétrica do MnPO foi reduzido por nanoinjeções

bilateral de lidocaína (anestésico local) no PVN.

Apesar da importância do MnPO nestas respostas vegetativas,

surpreendentemente, poucos estudos buscaram determinar a importância deste

núcleo no desenvolvimento da hipertensão arterial. Yamaguchi & Watanabe

(2004) demonstraram que nanoinjeções de um agonista não seletivo dos

receptores glutamatérgicos ((+)-1-aminociclopentano-trans-1,3-ácido

dicarboxílico) no MnPO produzem aumento na pressão arterial, frequência

cardíaca e na concentração plasmática de vasopressina.

Tanaka e colaboradores (1995) demonstraram aumento da atividade

espontânea dos neurônios localizados no MnPO em SHR. Ademais, em estudos

recentes Ployngam & Collister (2007 e 2008) demonstraram que a lesão

eletrolítica ou química do MnPO reduziu a hipertensão arterial em ratos

espontaneamente hipertensos.

Trabalhos realizados em nosso laboratório demonstraram que a inibição do

MnPO por nanoinjeções de muscimol (agonista GABAérgico) promove queda da

pressão arterial em ratos das linhagens Wistar e SHR (Silveira et al., 2012). Foi

verificado uma resposta hipotensora significativamente maior nos animais

hipertensos, onde também observamos aumento da condutância vascular renal

indicando queda da atividade simpática renal. Estes dados apontam evidências

da participação do MnPO nas vias neuronais envolvidas no controle da pressão

arterial, indicando também sua participação na manutenção da hipertensão em

ratos com hipertensão genética. No entanto, os neurotransmissores excitatórios

envolvidos na hiperatividade do MnPO ainda não foram determinados.

Page 29: ELAINE FERNANDA DA SILVA

8

Diante do exposto é lícito supor que as projeções excitatórias provenientes

dos neurônios noradrenérgicos bulbares A1 poderiam contribuir para o aumento

da atividade nos neurônios do MnPO, o que resultaria em aumento da atividade

simpática e consequente hipertensão arterial. Assim, o presente trabalho buscou

determinar o envolvimento do MnPO e dos neurônios noradrenérgicos A1 na

fisiopatologia da hipertensão arterial. Ademais, procuramos verificar o

envolvimento dos neurônios A1 na resposta pressora à hipernatremia aguda, visto

que aumentos na osmolaridade plasmática e na concentração de Na+ podem

contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, inclusive a

hipertensão.

Page 30: ELAINE FERNANDA DA SILVA

9

Objetivos

Page 31: ELAINE FERNANDA DA SILVA

10

2.1. Objetivo Geral:

Determinar a participação da neurotransmissão adrenérgica no MnPO e

dos neurônios do grupamento noradrenérgico A1 sobre os parâmetros

cardiovasculares em animais normotensos e espontaneamente hipertensos

(SHR).

2.2. Objetivos Específicos:

Determinar o efeito do bloqueio da neurotransmissão adrenérgica no MnPO

sobre as variações da pressão arterial, frequência cardíaca e fluxo

sanguíneo renal e aórtico em ratos normotensos e SHR.

Determinar os efeitos de lesões específicas no grupamento noradrenérgico

A1 e consequentes variações na pressão arterial e na frequência cardíaca

em ratos normotensos e SHR não anestesiados.

Determinar os efeitos de lesões específicas no grupamento noradrenérgico

A1 sobre as variações na pressão arterial, na frequência cardíaca e no

fluxo sanguíneo renal em ratos normotensos e SHR anestesiados.

Determinar os efeitos de lesões específicas no grupamento noradrenérgico

A1 sobre as respostas cardiovasculares induzidas por hipernatremia aguda

em ratos normotensos e SHR não anestesiados.

Page 32: ELAINE FERNANDA DA SILVA

11

Materiais e Métodos

Page 33: ELAINE FERNANDA DA SILVA

12

3.1. Modelos experimentais

Os experimentos foram realizados utilizando ratos machos (280-340 g) das

linhagens Wistar e SHR, fornecidos pelo Biotério Central da Universidade Federal

de Goiás (UFG). Os animais foram mantidos em salas climatizadas (temperatura

22-24°C) e tiveram acessos ad libitum à água e ração. Todos os protocolos

experimentais foram aprovados pelo comitê de ética da UFG (n°172/09).

3.2. Lesão dos grupamentos neuronais noradrenérgicos A1

Para a realização das lesões específicas nos neurônios noradrenérgicos da

região CVLM, os animais foram anestesiados com halotano 2% (Tanohalo;

Cristália, Itapira, SP, Brasil) em O2 e posicionados em decúbito ventral em um

aparelho estereotáxico (David Kopf Instruments, Tujunga, CA, EUA). A

musculatura da nuca foi rebatida, expondo o osso occipital e a membrana atlanto-

occipital. O osso occipital foi removido com o auxílio de um osteomo e a dura-

máter rebatida, expondo assim o calamus scriptorius, o qual foi tomado como

ponto de referência para a obtenção das coordenadas estereotáxicas. As

coordenadas estereotáxicas utilizadas foram obtidas e modificadas a partir do

Atlas de Paxinos & Watson (1998).

Para lesionar o grupamento noradrenérgico A1 foram realizadas duas

nanoinjeções bilaterais de saporina-anti-dopamina-β-hidroxilase (saporina-anti-

DβH) na região CVLM, a partir das seguintes coordenadas:

Nos grupos experimentais as nanoinjeções de saporina-anti-DβH

(Advanced Targeting Systems, San Diego, CA, EUA) foram realizadas na

concentração de 0,105 ng.nL-1 na região CVLM. Estudos demonstraram que esta

concentração promove lesões mais eficientes nos neurônios noradrenérgicos

presentes na região da injeção (Pedrino et al., 2006; Pedrino et al., 2008) . No

Antero-Posterior = 0,3 mm rostral e 0,3 mm caudal ao calamus scripitoris

Latero-Medial = 2,0 mm lateral ao calamus scripitoris

Dorso-Ventral = 2,0 mm ventral à superfície dorsal

Page 34: ELAINE FERNANDA DA SILVA

13

grupo controle foram realizadas nanoinjeções equimolares de saporina (0,021

ng.nL-1; Advanced Targeting Systems, San Diego, CA, EUA).

As nanoinjeções foram realizadas utilizando micropipetas de vidro

acopladas a uma seringa, por meio de cânulas, formando um sistema de

nanoinjeção sob pressão. O volume injetado (100 nL) foi controlado pelo

deslocamento do menisco da solução na micropipeta através de um microscópio

cirúrgico constituído por uma lente ocular com retículo calibrado. Em seguida, os

animais foram suturados e receberam doses profiláticas de antibiótico (penicilina,

60.000 IU.kg-1, i.m.; Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, EUA). Para o estabelecimento

completo da lesão, os ratos foram colocados em gaiolas individuais e mantidos

com água e ração ad libitum por um período mínimo de 15 dias.

3.3. Registro da pressão arterial média e frequência cardíaca nos animais

não anestesiados

Os animais foram submetidos à canulação crônica após o período de

estabelecimento da lesão. Para isso, foram anestesiados com halotano (2% em

O2) e submetidos ao procedimento cirúrgico para a implantação de cânulas na

veia femoral direita e na aorta abdominal através da artéria femoral direita. Em

seguida, as cânulas foram exteriorizadas entre as escápulas e os animais

suturados. No dia seguinte à cirurgia, foi realizado o registro da pressão arterial

média e frequência cardíaca dos animais acordados por meio da conexão da

cânula arterial a um transdutor de pressão (BP-100, iWorx Systems, Inc., Dover,

NH, EUA).

3.4. Teste de Baroreflexo e Quimioreflexo

Foram realizados os testes de baroreflexo e quimioreflexo nos animais não

anestesiados. O teste de baroreflexo foi feito por meio de infusões intravenosas

de doses crescentes de fenilefrina (1g, 1,5 g e 2 g; agonista 1

noradrenérgico; Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, EUA). O teste de quimioreflexo foi

realizado pela infusão intravenosa de cianeto de potássio (40 g; Sigma-Aldrich,

Page 35: ELAINE FERNANDA DA SILVA

14

St. Louis, MO, EUA). Todas as drogas foram infundidas na veia femoral em bolus

de 0,1 mL.

3.5. Infusão de salina hipertônica

No dia seguinte aos testes de baroreflexo e quimioreflexo, os animais

foram submetidos ao registro basal de pressão arterial média (PAM) e frequência

cardíaca (FC) por 30 minutos. Em seguida, os ratos receberam infusão

intravenosa de solução salina hipertônica (SH; NaCl 3M, 1,8 mL ∙ kg-1 de massa

corporal; em 1 minuto; Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, EUA) e tiveram os

parâmetros cardiovasculares registrados por 90 minutos após a infusão.

3.6. Registro da pressão arterial média e da frequência cardíaca nos

animais anestesiados

Nos registros com animais anestesiados a PAP (pressão arterial pulsátil) foi

obtida conectando a cânula arterial a um transdutor de pressão (BP-100, iWorx

Systems, Inc., Dover, NH, EUA) acoplado a um amplificador (DA100c, BioPac

Systems, Inc., Goleta, CA, EUA). Os dados foram digitalizados em uma

freqüência de 1000 amostras.s-1 utilizando um conversor analógico digital

(MP150, BioPac Systems, Inc., Goleta, CA, EUA). A PAM foi calculada a partir da

integral do sinal da PAP (Acqknowledge, v3.7.3.; BioPac Systems, Inc., Goleta,

CA, EUA). A FC foi calculada como frequência instantânea do sinal de PAP

(Acqknowledge, v3.7.3.; BioPac Systems, Inc., Goleta, CA, EUA).

3.7. Registro do fluxo sanguíneo renal e aórtico e da condutância

vascular renal e aórtica nos animais anestesiados

O fluxo sanguíneo renal (FSR) e aórtico (FSA) foram registrados por

fluxometria de tempo de trânsito como descrito por Welch e colaboradores (1995).

Para isso, sondas em miniatura foram conectadas a um fluxômetro T206

(Transonic Systems, Inc., Ithaca, NY, EUA) que permite determinar o fluxo em

valores absolutos (mL.min-1). Os sinais obtidos foram enviados ao sistema de

Page 36: ELAINE FERNANDA DA SILVA

15

aquisição e análise de dados MP150 (Biopac Systems, Inc., Goleta, CA, EUA). Os

dados foram digitalizados em uma frequência de 200 amostras por segundo. As

variações do FSR e do FSA foram calculadas como a razão percentual em

relação ao valor basal (%FSR e %FSA, respectivamente), de acordo com as

fórmulas:

A condutância vascular renal (CVR) e aórtica (CVA) foram obtidas pela

razão entre o FSR ou FSA e a PAM, respectivamente. As variações da CVR e

CVA foram calculadas como variação percentual em relação ao valor basal

(%CVR e %CVA, respectivamente), utilizando-se as seguintes fórmulas:

3.8. Dot Blot

Para a detecção da enzima tirosina hidroxilase (TH) no Núcleo Pré Óptico

Mediano (MnPO), amostras teciduais do córtex (região controle) e do MnPO dos

encéfalos dos animais injetados com saporina-anti-DβH ou saporina foram

retiradas e utilizadas para a realização da técnica de Dot blot (Zangger et al.,

2013). Aproximadamente 100 mg de amostras foram maceradas em tampão Tris-

HCl 50 mM em pH 7,5. Posteriormente foram centrifugadas a 12.000g/4oC por 5

minutos. O sobrenadante foi transferido para outro tubo e a concentração de

proteínas foi estimada utilizando a metodologia de Bradford (1976). As amostras

foram normalizadas para que a mesma quantidade de proteínas fosse aplicada

em cada blot.

As amostras foram colocadas em membranas de nitrocelulose. As

membranas foram bloqueadas com BSA 0,5% (em PBST 0,05%) por 30 minutos.

Em seguida foram incubadas para detecção da proteína tirosina hidroxilase

utilizando o anticorpo primário anti-tirosina-hidroxilase feito em camundongo

%FSR = FSRfinal-FSRbasal . 100 FSRbasal

%FSA = FSAfinal-FSAbasal . 100 FSAbasal

%CVR = CVRfinal-CVRbasal . 100 CVRbasal

%CVA = CVAfinal-CVAbasal . 100 CVAbasal

Page 37: ELAINE FERNANDA DA SILVA

16

(1:2000; ImmunoStar, Inc., Hudson, WI, EUA). Posteriormente, a membrana foi

lavada com PBST e incubada com o anticorpo secundário biotinilado anti-IgG de

camundongo (Vector Laboratories, Inc., Burlingame, CA, EUA) obtido em cavalo.

A revelação foi realizada utilizando NBT/BCP.

3.9. Nanoinjeções no MnPO

Para verificação da participação MnPO na regulação dos parâmetros

cardiovasculares, nanoinjeções de soro fisiológico (NaCl 0,15 M; Sigma-Aldrich,

St. Louis, MO, EUA) e fentolamina (6,3 mM; antagonista α adrenérgico não

seletivo; Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, EUA) foram realizadas nessa região a

partir das seguintes coordenadas estereotáxicas:

As nanoinjeções foram realizadas utilizando micropipetas de vidro

acopladas a uma seringa, por meio de cânulas, formando um sistema de

nanoinjeção sob pressão. O volume injetado foi controlado pelo deslocamento do

menisco da solução na micropipeta através de um microscópio cirúrgico

constituído por uma lente ocular com retículo calibrado. O volume nanoinjetado foi

de 100 nL. Para a posterior confirmação histológica do sítio de nanoinjeção, foi

nanoinjetado o corante de azul de Evans (4% em NaCl 0,15 M; 100 nL; Sigma-

Aldrich, St. Louis, MO, EUA) nas mesmas coordenadas estereotáxicas.

3.10. Histologia

Ao final dos experimentos, os animais foram perfundidos com soro

fisiológico (NaCl 0,15 M) seguido de solução de paraformaldeído (4%; Sigma-

Aldrich, St. Louis, MO, EUA). Para tanto, o coração foi exposto e uma cânula,

acoplada a uma bomba de perfusão, foi introduzida na aorta ascendente.

Posteriormente, o encéfalo foi retirado e fixado em solução de paraformaldeído

Antero-Posterior = 0,4 mm rostral ao bregma

Latero-Medial = 0,0 mm lateral ao seio sagital venoso

Dorso-Ventral = 7,2 mm ventral ao seio sagital venoso

Page 38: ELAINE FERNANDA DA SILVA

17

(4%). Utilizando um micrótomo de congelamento (Leica, Wetzlar, Alemanha), as

regiões bulbares e hipotalâmicas foram seccionadas em cortes coronais de 40 m

de espessura.

Para a determinação da lesão do grupamento neuronal A1, os cortes foram

processados em técnicas de imunoistoquímica para a detecção da enzima tirosina

hidroxilase (TH; Pedrino et al., 2008; Pedrino et al., 2012). No dia do ensaio, os

cortes obtidos foram lavados em solução de tampão fosfato de potássio 0,02 M

(KPBS; LabSynth, Diadema, SP, Brasil) por 30 minutos. Em seguida, os cortes

foram pré-incubados com peróxido de hidrogênio 3% (Sigma-Aldrich, ST. Louis,

MO, EUA) por 15 minutos para a depleção da ação das enzimas peroxidases

endógenas. Posteriormente, os cortes foram incubados com soro normal de

cavalo a 2% (Vector Laboratories, Inc., Burlingame, CA, EUA) por 30 minutos

para o bloqueio dos sítios inespecíficos de ligação.

Após a pré-incubação, os cortes foram incubados a 4° C em solução

contendo anticorpo primário anti-tirosina-hidroxilase feito em camundongo

(1:2000; ImmunoStar, Inc., Hudson, WI, EUA), Triton X 10% (Sigma-Aldrich, ST.

Louis, MO, EUA) e soro normal de cavalo 2% (Vector Laboratories, Inc.,

Burlingame, CA, EUA) por 24 horas.

Posteriormente, os cortes foram novamente lavados em tampão KPBS 0,02

M e incubados com o anticorpo secundário biotinilado anti-IgG de camundongo

(Vector Laboratories, Inc., Burlingame, CA, EUA) obtido em cavalo, numa diluição

1:2000 por 1 hora. Em seguida, uma terceira incubação ocorreu em uma solução

contendo o conjugado avidina-biotina-peroxidase (ABC Kit Standard; Vector

Laboratories, Inc., Burlingame, CA, EUA) na mesma diluição por um período de 1

hora. Por fim, os cortes foram incubados em uma solução contendo DAB

(peroxidase substrate kit DAB; Vector Laboratories, Inc., Burlingame, CA, EUA) e

peróxido de hidrogênio (reação de precipitação do DAB). A reação foi

interrompida após dois minutos com lavagens sucessivas em tampão KPBS 0,02

M.

Os cortes tratados foram montados em lâminas de vidro. Após secos,

foram desidratados em concentrações crescentes de etanol (70%, 95% e 100%;

LabSynth, Diadema, SP, Brasil) e diafanizados com xilol (100%; LabSynth,

Page 39: ELAINE FERNANDA DA SILVA

18

Diadema, SP, Brasil). Os cortes foram, então, recobertos com lamínulas, usando

uma resina histológica (DPX; BDH Laboratory Supplies, Inglaterra).

As lâminas histológicas foram analisadas em campo claro (aumento de 200

X) utilizando um microscópio óptico acoplado a um sistema digital de aquisição de

imagens. Foi realizada a análise quantitativa das células imuno-positivas para TH

da região CVLM, como descrito por Pedrino et al., 2006. Como critério de

contagem celular, somente as células onde foi possível identificar o corpo celular

e pelo menos uma ramificação (dentrito ou axônio) foram consideradas.

Para a determinação dos sítios de nanoinjeção no MnPO, os cortes obtidos

desta região hipotalâmica foram corados para determinação da presença de

corpos celulares pela técnica do vermelho neutro a 1%. Posteriormente, os cortes

foram montados em lâminas de vidro. Após secos, foram desidratados em

concentrações crescentes de etanol e diafanizados em xilol (LabSynth, Diadema,

SP, Brasil). Os cortes foram recobertos com lamínula, usando uma resina

histológica (DPX; BDH Laboratory Supplies, Inglaterra). Ao final, as lâminas

histológicas foram analisadas por microscopia óptica de campo claro para a

avaliação da localização e extensão das nanoinjeções de azul de Evans.

3.11. Análise estatística

As análises estatísticas foram realizadas nos softwares GraphPad Prism

(v5.01; GraphPad Software, Inc., La Jolla, CA, EUA) e GB Stat (Dynamic

Microsystems, Inc., Silver Spring, MD, EUA) . Os valores foram expressos como

média ± erro padrão da média (EPM). Para a análise dos valores basais foi

utilizado o teste t não pareado. As comparações entre os grupos e os dados de

contagem celular foram analisados através de ANOVA de uma via, seguida pelo

teste de Newman–Keuls, nos casos em que o f atingiu o valor crítico. As

variações cardiovasculares induzidas por infusão de salina hipertônica foram

analisadas por ANOVA de duas vias seguida pelo teste de Newman–Keuls, nos

casos em que o f atingiu o valor crítico. Assumiu-se nível de significância p < 0,05.

Page 40: ELAINE FERNANDA DA SILVA

19

Resultados

Page 41: ELAINE FERNANDA DA SILVA

20

4.1. Envolvimento da neurotransmissão adrenérgica no Núcleo Pré

Óptico Mediano sobre os parâmetros cardiovasculares em ratos

normotensos e espontaneamente hipertensos

A figura 3 contém uma fotomicrografia de um caso típico onde se visualiza

a marcação com azul de Evans da região onde ocorreram as nanoinjeções de

soro fisiológico (grupo controle) e fentolamina (grupo experimental). Apenas os

resultados obtidos em experimentos em que a nanoinjeção de azul de Evans

esteve confinada no MnPO foram considerados para análise.

Figura 3. Corte coronal mostrando um típico centro de nanoinjeção de fentolamina e soro

fisiológico no MnPO (seta); ca (comissura anterior).

Na tabela 1 estão representados os valores basais médios da PAM,

FC, FSR, FSA, CVR e CVA dos ratos que receberam nanoinjeções no MnPO.

Page 42: ELAINE FERNANDA DA SILVA

21

Tabela 1. Valores basais médios ± EPM da pressão arterial média (PAM), frequência

cardíaca (FC), fluxo sanguíneo renal (FSR), fluxo sanguíneo aórtico (FSA), condutância

vascular renal (CVR) e condutância vascular aórtica (CVA) dos ratos normotensos (NT) e

espontaneamente hipertensos (SHR) que receberam nanoinjeções no MnPO.

Grupo N PAM

(mmHg)

FC

(bpm)

FSR

(ml/min)

FSA

(ml/min)

CVR

ml/(min*mmHg)

CVA

ml/(min*mmHg)

NT 7 114 ± 2,5 402 ± 17,9 3,3 ± 0,5 17,3 ± 3,5 0,028 ± 0,004 0,149 ± 0,025

SHR 6 144 ± 3,6 376 ± 11,7 2,9 ± 0,5 19,1 ± 3,8 0,020 ± 0,003 0,137 ± 0,028

Como esperado as nanoinjeções de soro fisiológico nos animais

normotensos (n=7) não provocaram alterações na PAM, FC, FSR, FSA, CVR e

CVA. As médias ± EPM das variações destes parâmetros cardiovasculares foram

respectivamente: -0,3 ± 0,5 mmHg; -03 ± 0,3 bpm; -0,3 ± 0,3 % do basal; 2,8 ± 2,5

% do basal; -0,3 ± 0,5 % do basal; 2,3 ± 3,3 % do basal (Figuras 4 e 5).

As nanoinjeções de soro fisiológico nos SHRs (n=6) também não

provocaram alterações na PAM, FC, FSR, FSA, CVR e CVA (-0,6 ± 0,6 mmHg; -

0,5 ± 0,8 bpm; 2,2 ± 1,2 % do basal; -0,2 ± 0,4 % do basal; 2,6 ± 1,5 % do basal;

0,4 ± 0,4 % do basal; respectivamente; Figuras 4 e 5).

As nanoinjeções de fentolamina nos ratos normotensos (n=7) resultaram

em queda no FSA (-7,3 ± 2 % do basal; Figuras 4 e 5). No entanto, não ocorreram

alterações significativas na PAM, FC, FSR, CVR e CVA (-7,7 ± 1,1 mmHg; 2,3 ±

3,4; -7,2 ± 2,1 % do basal; -0,4 ± 1,6 % do basal; -0,1 ± 0,5 % do basal;

respectivamente; Figuras 4 e 5).

Nos SHRs, as nanoinjeções de fentolamina (n=6) ocasionaram queda

significativa na PAM (-14,3 ± 6 mmHg; Figura 4 e 5) e aumento na CVR e CVA

(9,6 ± 1,9 % do basal e 9,8 ± 3,4 % do basal, respectivamente; Figura 4). No

entanto, não ocorreram alterações no na FC, FSR e FSA (-7 ± 4,4 bpm; -1,7 ± 4,1

e -4,3 ± 3,3, respectivamente; Figuras 4 e 5).

Page 43: ELAINE FERNANDA DA SILVA

22

Figura 4. Traçado típico das alterações na pressão arterial pulsátil (PAP), fluxo sanguíneo renal

(FSR), fluxo sanguíneo aórtico (FSA) e na frequência cardíaca (FC), induzidas por nanoinjeção de

veículo (Soro Fisiológico; 0,15 M) e fentolamina (6,3 mM) no MnPO de ratos normotensos (A) e

espontaneamente hipertensos (B). A linha tracejada representa o momento das nanoinjeções.

Page 44: ELAINE FERNANDA DA SILVA

23

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

A

P

AM

(m

mH

g)

-20

-15

-10

-5

0

5

10B

F

C (

bp

m)

-15

-10

-5

0

5

10

C

F

SR

(%

em

re

laç

ão

ao

ba

sa

l)

-15

-10

-5

0

5

10

D

FS

A (

% e

m r

ela

çã

o a

o

ba

sa

l)

-5

0

5

10

15

20

†*

E

C

VR

(%

em

re

laç

ão

ao

ba

sa

l)

-5

0

5

10

15

20

†*

F

C

VA

(%

em

re

laç

ão

ao

ba

sa

l)

N ormotensos (n=7) S H R (n=6)

Sa lin a 0 ,15M F e n to lam in a 6 ,3m M Salin a 0 ,15M

Sa lin a 0 ,15M Sa lin a 0 ,15M

Sa lin a 0 ,15MSa lin a 0 ,15M

F e n to lam in a 6 ,3m M

F e n to lam in a 6 ,3m MF e n to lam in a 6 ,3m M

F e n to lam in a 6 ,3m MF e n to lam in a 6 ,3m M

Figura 5. Média ± EPM das variações na pressão arterial média (Δ PAM; A), frequência

cardíaca (Δ FC; B), fluxo sanguíneo renal (Δ% FSR; C), fluxo sanguíneo aórtico (Δ% FSA; D),

condutância vascular renal (Δ%CVR; E) e condutância vascular aórtica (Δ%CVA; F), devido a

nanoinjeções de soro fisiológico (0,15 M) e fentolamina (6,3 mM) no MnPO em ratos normotensos

(NT) e hipertensos (SHR). † diferente do soro, * diferente da fentolamina no normotenso; p < 0,05.

Page 45: ELAINE FERNANDA DA SILVA

24

Para confirmação de uma resposta restrita do SNC às nanoinjeções de

fentolamina, realizamos infusões intravenosas equimolares do antagonista

adrenérgico nos animais hipertensos (n=4), as quais não provocaram alterações

na PAM, FC, FSR, FSA, CVR e CVA (-1,2 ± 0,9 mmHg; 2,2 ± 1,1 bpm; -7,0 ± 4,8%

do basal; -1,0 ± 2,1% do basal; -6,1 ± 5,6% do basal; 1,0 ± 2,9% do basal,

respectivamente).

Page 46: ELAINE FERNANDA DA SILVA

25

4.2. Participação dos neurônios noradrenérgicos A1 na regulação da

pressão arterial em ratos normotensos e espontaneamente

hipertensos

4.2.1. Lesão dos neurônios catecolaminérgicos bulbares induzida por

nanoinjeções bilaterais de saporina-anti-DβH na CVLM

A análise qualitativa evidenciou que as nanoinjeções bilaterais de saporina-

anti-DH na região CVLM, promoveram diminuição dos neurônios TH-positivos

localizados nesta região (grupamento noradrenérgico A1; Figura 6) em ratos

normotensos. Após a confirmação qualitativa da lesão catecolaminérgica foi

realizada a quantificação desta lesão. Para isto, todas as células que tiveram

marcação positiva para TH encontradas na região ventrolateral (VLM) e na

superfície dorsal do bulbo (NTS) entre aproximadamente 1900 m caudal e 1900

m rostral ao óbex foram contadas (Figura 7).

Nos animais que receberam nanoinjeções de saporina (n=11) o número de

células TH positivas encontrado na região onde estão localizados os neurônios

noradrenérgicos A1 (entre 200 e 1900 m caudal ao óbex; Tucker et al., 1987) foi

em média de 25 células por corte (Figura 7 A). O número de neurônios

adrenérgicos C1 localizados entre 200 caudal e 1900 m rostral ao óbex (Tucker

et al., 1987) foi em média de 42 células por corte (Figura 7 A). Em relação ao

NTS, foi evidenciado que na região que compreende do óbex à 1900 m caudal

(grupamento A2; Tucker et al., 1987), o número de células TH-positivas por corte,

foi em média de 15 células (Figura 7 A). E na região que compreende do óbex à

1900 m rostral (grupamento C2; Tucker et al., 1987), foi encontrado em média 12

células por corte (Figura 7 A).

Nos animais submetidos à nanoinjeções bilaterais de saporina-anti-DβH na

região CVLM (n=11), foi observado uma drástica redução no número de neurônios

TH positivos nesta região quando comparado ao controle. Na região da CVLM,

onde estão localizados os neurônios do grupamento noradrenérgico A1 (de 200 a

1900 m caudal ao óbex), o número de células TH positivas observado foi em

média de 4 células por corte, o que representa uma redução aproximada de 81%

Page 47: ELAINE FERNANDA DA SILVA

26

quando comparado ao grupo controle (Figura 7 A e B). Em relação aos neurônios

adrenérgicos C1 localizados entre 200 caudal e 1900 m rostral ao óbex, o

número de células TH positivas observadas foi de aproximadamente 38 por corte,

apontando uma discreta redução de 10% em relação ao grupo controle (Figura 7

A e B). A contagem neuronal no NTS evidenciou que as nanoinjeções bilaterais

de saporina-anti-DβH não produziu alterações no número de células TH-positivas

localizadas no grupamento A2 e C2 (15 e 13 células por corte, respectivamente;

Figura 7 A e B).

Em conjunto, estes resultados demonstraram que as nanoinjeções de

saporina-anti-DH na CVLM promoveram reduções nos números de neurônios TH

positivos localizados nesta região (Figura 7 B). Além disso, não foram observadas

alterações significativas no número destas células localizadas no NTS

(grupamentos A2 e C2 0%; Figura 7 B), e na região RVLM (grupamento C1

10%; Figura 7 B).

Page 48: ELAINE FERNANDA DA SILVA

27

Figura 6. Verificação histológica dos grupamentos catecolaminérgicos A2 (NTS), A1 (CVLM) e C1

(RVLM) dos ratos normotensos que receberam nanoinjeções bilaterais de saporina (grupo sham)

ou saporina-anti-DH na região CVLM. Fotomicrografia de cortes coronais (40m) do bulbo

corados por técnicas de imunoistoquímica. As setas indicam marcação neuronal

catecolaminérgica.

Page 49: ELAINE FERNANDA DA SILVA

28

Figura 7. Média EPM do número de células TH positivas localizadas nas regiões

caudoventrolateral (CVLM; A1) e rostroventrolateral (RVLM; C1) e na superfície dorsal (NTS; A2

e C2) do bulbo dos animais normotensos que receberam nanoinjeções de saporina-anti-DH

(lesão A1) ou de apenas saporina (sham) na região CVLM (A). Podemos perceber que a

nanoinjeção de saporina-anti-DH promoveu reduções significantes no número de células TH

positivas do grupamento A1 (redução 81%), entretanto não houve alterações nos grupamentos

A2 e C2 (redução < 0%) e C1 (redução 10%; B). † diferente do controle; p < 0,05.

Page 50: ELAINE FERNANDA DA SILVA

29

Assim como nos ratos normotensos, as nanoinjeções bilaterais de

saporina-anti-DβH ocasionaram uma redução dos neurônios positivos à tirosina

hidroxilase (TH) na região CVLM (Figuras 8 e 9) dos SHRs.

Nos ratos hipertensos nanoinjetados com saporina (n=8) o número de

células TH positivas encontradas na região onde estão localizados os neurônios

noradrenérgicos A1 (entre 200 e 1900 m caudal ao óbex; Tucker et al., 1987) foi

em média de 20 células por corte (Figura 9 A). O número de neurônios

adrenérgicos C1 localizados entre 200 caudal e 1900 m rostral ao óbex foi em

média de 48 células por corte (Figura 9 A). Em relação ao NTS, foi evidenciado

que na região que compreende do óbex à 1900 m caudal (grupamento A2), o

número de células TH positivas por corte foi em média de 18 células (Figura 9 A).

E na região que compreende do óbex à 1900 m rostral (grupamento C2; Tucker

et al., 1987), foi encontrado em média 10 células por corte (Figura 9 A).

Nos animais hipertensos submetidos à nanoinjeções bilaterais de saporina-

anti-DβH na região CVLM (n=7), foi observado uma drástica redução no número

de neurônios TH positivos quando comparado ao controle. Na região da CLVM

onde encontra-se o grupamento noradrenérgico A1, o número de células TH

positivas observado foi em média de 5 células por corte, o que representa uma

redução aproximada de 75% quando comparado ao grupo controle (Figura 9 A e

B). Em relação aos neurônios adrenérgicos C1, o número de células TH positivas

observadas foi de aproximadamente 45 por corte (Figura 9 A e B). A contagem

neuronal no NTS evidenciou que as nanoinjeções bilaterais de saporina-anti-DβH

na região da CVLM não promoveram alterações significantes no número de

células TH-positivas localizadas no grupamento A2 e C2 (16 e 9 células por corte,

respectivamente; Figura 9 A e B).

Estes resultados demonstram que as nanoinjeções de saporina-anti-DH

na CVLM promoveram reduções no número de neurônios TH positivos localizados

nesta região (grupamento A1 75; Figura 9 B). Além disso, não foram

observadas diferenças estatísticas no número destas células localizadas no NTS

(grupamento A2 11%; grupamento C2 0%; Figura 9 B), e na região RVLM

(grupamento C1 6%; Figura 9 B).

Page 51: ELAINE FERNANDA DA SILVA

30

Figura 8. Verificação histológica dos grupamentos catecolaminérgicos A2 (NTS), A1 (CVLM) e

C1 (RVLM) dos ratos espontaneamente hipertensos que receberam nanoinjeções bilaterais de

saporina (grupo sham) ou saporina-anti-DH na região CVLM. Fotomicrografia de cortes

coronais (40m) do bulbo corados por técnicas de imunoistoquímica. As setas indicam marcação

neuronal catecolaminérgica.

Page 52: ELAINE FERNANDA DA SILVA

31

Figura 9. Média EPM do número de células TH positivas localizadas nas regiões

caudoventrolateral (CVLM; A1) e rostroventrolateral (RVLM; C1) e na superfície dorsal (NTS; A2

e C2) do bulbo dos SHRs que receberam nanoinjeções de saporina-anti-DH (lesão A1) ou de

apenas saporina (sham) na região CVLM (A). Podemos perceber que as nanoinjeções de

saporina-anti-DH promoveram reduções significantes no número de células TH positivas do

grupamento A1 (redução 75%), entretanto não houve alterações nos grupamentos A2 e C2

(redução 11% e < 0%, respectivamente) e C1 (redução 6%; B). † diferente do controle; p <

0,05.

Page 53: ELAINE FERNANDA DA SILVA

32

Para confirmarmos a redução na síntese de noradrenalina pelas

terminações nervosas localizadas no MnPO devido a lesão do grupamento A1, foi

realizada a técnica de Dot Blot de amostras retiradas do MnPO. Os resultados

obtidos demonstraram que as nanoinjeções de saporina-anti-DβH na região

CVLM promoveram reduções nos níveis de tirosina hidroxilase no MnPO dos

animais normotensos (Figura 10 A) e hipertensos (Figura 10 B) quando

comparado aos seus respectivos grupos sham (nanoinjeções de saporina; Figura

10 A e B). O córtex cerebral foi utilizado como região controle, onde não foram

evidenciadas alterações nos grupos sham e experimentais (Figura 10 A e B). Os

resultados evidenciam que a lesão dos aferentes noradrenérgicos A1 para o

MnPO foi efetiva em promover alterações na neurotransmissão noradrenérgica

neste núcleo.

Figura 10. Observação da expressão da enzima TH pela técnica de Dot Blot no MnPO e córtex

dos ratos normotensos (A) e espontaneamente hipertensos (B) que receberam nanoinjeções

bilaterais de saporina (grupo sham) ou saporina-anti-DH na região CVLM. As marcações na

membrana de nitrocelulose representam os níveis da enzima TH. Fotografia de um corte coronal

do cérebro mostrando a retirada de massa tecidual do MnPO (círculo) e do córtex (seta; C).

C

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33

80

90

100

110

120

A

PA

M (

mm

Hg

)

300

320

340

360

380

400

420 †

BF

C (

bp

m)

S ham (8) Lesão A1 (11)

4.2.2. Efeito da lesão da região CVLM sobre a PAM e FC basais em ratos

não anestesiados

Como podemos observar não foram evidenciadas alterações significativas

nos valores basais de PAM dos animais normotensos com lesão A1 (114 ± 1,9

mmHg; n=11; Figura 11) quando comparada aos valores obtidos nos animais

controle (112,4 ± 2,1 mmHg; n=8; Figura 11). Porém, houve alterações

significativas nos valores basais de FC entre os animais normotensos controles e

lesionados (343,9 ± 8,4 bpm, n=8 e 396,0 ± 13,4 bpm, n=11, respectivamente;

Figura 11).

Figura 11: Média ± EPM da pressão arterial média (PAM; A) e da frequência cardíaca (FC; B) nos

animais normotensos não anestesiados. † diferente do controle; p < 0,05.

Nos gráficos da figura 12 estão expressas as médias ± EPM da PAM e da

FC basais registradas nos animais espontaneamente hipertensos não

anestesiados. Não observamos alterações significativas nos valores basais de

PAM dos animais com lesão A1 (170,3 ± 8,0 mmHg; n=8; Figura 12) quando

comparado aos SHRs não lesionados (157,4 ± 6,3 mmHg; n=8; Figura 12).

Também não houve alterações significativas nos valores basais de FC entre os

animais hipertensos controles (389,2 ± 8,9 bpm; n=8; Figura 12) e lesionados

(395,4 ± 20,5 bpm; n=8; Figura 12).

Page 55: ELAINE FERNANDA DA SILVA

34

140

150

160

170

180

A

PA

M (

mm

Hg

)

300

320

340

360

380

400

420

B

FC

(b

pm

)

S ham (8) Lesão A1 (8)

Figura 12: Média ± EPM da pressão arterial média (PAM; A) e da frequência cardíaca (FC; B) nos

animais hipertensos não anestesiados. p < 0,05.

4.2.3 Efeito da lesão da região CVLM sobre a PAM, FC, FSR e CVR basais

em ratos anestesiados

As médias ± EPM da PAM (113 ± 2,7 mmHg sham; 119 ± 5,1 mmHg

lesionado), FC (399 ± 23,9 bpm sham; 439 ± 17,9 bpm lesionado), FSR (3,8 ± 0,7

ml/min sham; 5,3 ± 1,1 ml/min lesionado) e CVR (33,3 ± 5,6 ml/min*mmHg sham;

44,9 ± 9,8 ml/min*mmHg lesionado) do grupo normotenso sham (n=5) e com

lesão de A1 (n=4) estão expressas nos gráficos da figura 13. Como podemos

observar, não houve diferenças estatísticas entre os grupos nos parâmetros

cardiovasculares analisados.

Page 56: ELAINE FERNANDA DA SILVA

35

80

100

120

140

n = 28

*

AP

AM

(m

mH

g)

300

350

400

450

500

n = 28

*

B

FC

(b

pm

)

0

2

4

6

8

n = 28

*

C

FS

R (

ml

/ m

in)

0

10

20

30

40

50

60

n = 28

*

D

CV

R (

ml

/ m

in*m

mH

g)

Sham (n=5) Lesão A 1 (n=4)

Figura 13. Média ± EPM da pressão arterial média (PAM; A), frequência cardíaca (FC; B), fluxo

sanguíneo renal (FSR; C) e condutância vascular renal (CVR; D) nos animais normotensos

anestesiados. p < 0,05.

Na figura 14 encontram-se os gráficos das médias ± EPM da PAM (164 ±

7,8 mmHg sham; 167 ± 1,9 mmHg lesionado), FC (390 ± 11,5 bpm sham; 369 ± 5

bpm lesionado), FSR (2,9 ± 0,4 ml/min sham; 3,5 ± 0,7 ml/min lesionado) e CVR

(17,9 ± 2,6 ml/min*mmHg sham; 20,8 ± 4,2 ml/min*mmHg lesionado) do grupo

hipertenso sham (n=7) e com lesão de A1 (n=4) Como podemos observar, não

houve diferenças estatísticas entre os grupos nas variáveis cardiovasculares

analisadas.

Page 57: ELAINE FERNANDA DA SILVA

36

140

150

160

170

180

n = 28

*

PA

M (

mm

Hg

)

A

300

350

400

450

n = 28

*

FC

(b

pm

)

B

0

2

4

6

n = 28

*FS

R (

ml

/ m

in)

C

0

10

20

30

n = 28

*

CR

(m

l /

min

*mm

Hg

)

D

Sham (n=7) Lesão A 1 (n=4)

Figura 14. Média ± EPM da pressão arterial média (PAM; A), frequência cardíaca (FC; B), fluxo

sanguíneo renal (FSR; C) e condutância vascular renal (CVR; D) nos animais hipertensos

anestesiados. p < 0,05.

4.2.4 Análise da lesão dos neurônios noradrenérgicos A1 sobre o

baroreflexo

O índice de baroreflexo não apresentou diferença significativa na análise

da razão entre as variações da FC e PAM dos animais normotensos sham (-2,10

± 0,07 bpm/mmHg; n=8; Figura 15) e lesionados (-2,16 ± 0,02 bpm/mmHg; n=7;

Figura 15), evidenciando a preservação da sensibilidade baroceptora (SB).

Page 58: ELAINE FERNANDA DA SILVA

37

-3

-2

-1

0

n = 28

*

SB

(

bp

m /

mm

Hg

)

S ham (n=8) Lesão A1 (n=7)

S ham (n=5) Lesão A1 (n=6)

-2

-1

0

*

SB

(

bp

m /

mm

Hg

)

Figura 15. Índice do baroreflexo dos animais normotensos expresso pela razão entre as variações

da FC e PAM. p < 0,05.

A análise do índice de baroreflexo dos SHRs apresentou diferença

significativa entre os animais controles (-1,52 ± 0,10 bpm/mmHg; n=5; Figura 16)

e lesionados (-1,23 ± 0,02 bpm/mmHg; n=6; Figura 16).

Figura 16. Índice do baroreflexo dos SHRs expresso pela razão entre as variações da FC e PAM.

† diferente do controle. p < 0,05.

Page 59: ELAINE FERNANDA DA SILVA

38

0

20

40

60

80

n = 28

*

B

P

AM

(m

mH

g)

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

n = 28

*

C

FC

(b

pm

)

S ham (n=8) Lesão A1 (n=7)

4.2.5 Análise da lesão dos neurônios noradrenérgicos A1 sobre o

quimioreflexo

Nos gráficos da figura 17 encontram-se as médias ± EPM das variações na

PAM e FC registradas durante o teste de quimioreflexo nos ratos normotensos.

Não foram observadas alterações significativas nas variações da PAM e FC nos

animais lesionados (69 ± 5,3 mmHg e -220 ± 33,4 bpm, respectivamente; n=7;

Figura 17) e sham (63 ± 5,1 mmHg e -198 ± 21,2 bpm, respectivamente; n=8;

Figura 17), demonstrando a integridade do quimioreflexo.

Figura 17: Média ± EPM da variação da pressão arterial média (PAM; A) e da frequência cardíaca

(FC; B) dos animais normotensos no teste de quimioreflexo. p < 0,05.

As médias ± EPM das variações na PAM e FC registradas durante o teste

de quimioreflexo dos animais hipertensos estão expressas nos gráficos da figura

18. Não foram observadas alterações significativas nas variações de PAM nos

ratos lesionados (72 ± 5,9 mmHg; n=6; Figura 18) e sham (76 ± 3,1 mmHg; n=5;

Figura 18). No entanto, foi encontrada diferença nas variações de FC entre os

grupos (-253 ± 33,4 bpm lesionado; -126 ± 14,7 bpm sham; Figura 18), indicando

aumento da bradicardia reflexa à ativação dos quimiorreceptores.

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39

0

20

40

60

80

100

n = 28

A

P

AM

(m

mH

g)

-350

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

n = 28

*

B

F

C (

bp

m)

S ham (n=5) Lesão A1 (n=6)

Figura 18: Média ± EPM da variação da pressão arterial média (PAM; A) e da frequência cardíaca

(FC; B) dos animais hipertensos no teste de quimioreflexo. † diferente do controle; p < 0,05.

4.2.6 Participação do grupamento noradrenérgico A1 na resposta pressora

induzida por hipernatremia aguda

Os resultados obtidos nos animais normotensos nanoinjetados com

saporina (n=8), demonstraram que a infusão de salina hipertônica (NaCl 3M)

provocou uma sustentada resposta pressora (36 ± 3 e 11 ± 1,8 mmHg em relação

ao basal, 10 e 90 minutos após a infusão SH, respectivamente; Figura 19 A e 20

A). A sobrecarga de sódio promoveu uma redução inicial na FC (-38 ± 10,3 bpm

em relação ao basal, 10 minutos após SH; Figura 19 A e 20 B), seguido por um

retorno aproximado aos valores basais (31 ± 6 bpm em relação ao basal, 90

minutos após SH; Figura 19 A e 20 B).

Nos animais normotensos submetidos à lesão do grupamento

noradrenérgico A1 (n=11), a infusão de solução salina hipertônica promoveu uma

resposta pressora atenuada (18 ± 1,4 em relação ao basal, 10 minutos após SH,

respectivamente; Figura 19 B e 20 A), retornando posteriormente aos valores

basais (3 ± 1,4 mmHg em relação ao basal, 70 minutos após SH; Figura 19 B e 20

A). Em relação à FC, a sobrecarga de sódio provocou bradicardia acentuada (-61

± 9,5 bpm em relação ao basal, 10 minutos após SH; Figura 19 B e 20 B) seguida

por um retorno aos valores basais (2 ± 6,9 bpm em relação ao basal, 90 minutos

após SH; Figura 19 B e 20 B).

Page 61: ELAINE FERNANDA DA SILVA

40

Comparando os dois grupos podemos perceber que a resposta pressora

após a infusão de salina hipertônica foi significativamente menor nos animais com

lesão do grupamento A1 e que a sobrecarga de sódio promoveu uma bradicardia

mais acentuada neste grupo.

Figura 19. Traçado típico das alterações provocadas na PAP (pressão arterial pulsátil), PAM

(pressão arterial média) e FC (frequência cardíaca) induzidas por infusão de Salina Hipertônica (3

M) em ratos normotensos sham (A) e lesionados (B) não anestesiados.

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41

-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

0

10

20

30

40

*†

*†

*† *† *† *†

*

*

*

** *

** *

††

A

T em po

P

AM

(m

mH

g)

-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

-80

-60

-40

-20

0

20

40

**

*

*†

B

T empo

F

C (

bp

m)

S ham (n=8) Lesão A1 (n=11)

Figura 20. Média EPM das variações da pressão arterial média ( PAM; A) e da frequência

cardíaca ( FC; B) dos ratos normotensos em resposta à infusão de solução salina hipertônica

(traço vertical em preto no tempo 0), submetidos à nanoinjeção do complexo saporina-anti-DH

(lesão A1; n=11) ou saporina (sham; n=8) na região CVLM. * diferente do tempo 0; † diferente do

sham, ambos p < 0,05.

Page 63: ELAINE FERNANDA DA SILVA

42

Nos SHRs, os resultados demonstraram que a infusão de salina hipertônica

provocou aumento transitórios (<20 min) na pressão arterial de ratos controles (19

± 2,9 mmHg em relação ao basal, 10 minutos após a infusão SH; n = 6; Figuras

21 A e 22 A) e lesionados (12 ± 1,5 mmHg em relação ao basal, 10 minutos após

a infusão SH; n = 6; Figura 21 B e 22 A).

A sobrecarga de sódio promoveu uma redução inicial na FC dos animais

hipertensos sham (-38 ± 4,4 bpm em relação ao basal, 10 minutos após SH;

Figura 21 A e 22 B), seguido por um retorno aos valores basais (-18 ± 7,9 bpm em

relação ao basal, 50 minutos após SH; Figura 21 A e 22 B). Resultados similares

também foram observados nos ratos lesionados, bradicardia reflexa (-47 ± 8 bpm

em relação ao basal, 10 minutos após SH; Figura 21 B e 22 B) e retorno ao basal

(-16 ± 11 bpm em relação ao basal, 50 minutos após SH; Figura 21 B e 22 B).

Podemos perceber que a infusão de salina hipertônica provocou aumento

na pressão arterial e redução na frequência cardíaca dos SHRs sham e

lesionados.

Page 64: ELAINE FERNANDA DA SILVA

43

Figura 21. Traçado típico das alterações provocadas na PAP (pressão arterial pulsátil), PAM

(pressão arterial média) e FC (frequência cardíaca) induzidas por infusão de salina hipertônica (3

M) em ratos hipertensos sham (A) e lesionados (B) não anestesiados.

Page 65: ELAINE FERNANDA DA SILVA

44

-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

0

10

20

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*

*

A

T empo

P

AM

(m

mH

g)

-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

-80

-60

-40

-20

0

20

40

*

*

B

T empo

F

C (

bm

p)

S ham (n=6) Lesão A1 (n=6)

Figura 22. Média EPM das variações da pressão arterial média ( PAM; A) e da frequência

cardíaca ( FC; B) dos ratos hipertensos em resposta à infusão de solução salina hipertônica

(traço vertical em preto no tempo 0), submetidos à nanoinjeção do complexo saporina-anti-DH

(lesão A1; n=6) ou saporina (sham; n=6) na região CVLM. * diferente do tempo 0; ambos p < 0,05.

Page 66: ELAINE FERNANDA DA SILVA

45

Discussão

Page 67: ELAINE FERNANDA DA SILVA

46

Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que o bloqueio da

neurotransmissão adrenérgica no MnPO resultou em queda da PAM de ratos

espontaneamente hipertensos, evidenciando o envolvimento do MnPO nas vias

neuronais responsáveis pelo desenvolvimento da hipertensão arterial neste

modelo experimental. Esses dados indicam uma modulação tônica dos

neurotransmissores adrenérgicos sobre o MnPO, uma vez que o bloqueio

adrenérgico, por meio de nanoinjeções de fentolamina, promoveu queda na PA.

Contudo, a inervação noradrenérgica proveniente do grupamento A1 para o

MnPO parece não estar relacionada com a hipertensão arterial observada nestes

animais, visto que a lesão provocada nos neurônios A1 (diminuição de

aproximadamente 75% no número de células) não ocasionou reduções nos níveis

de PA em SHR. Ademais, os resultados sugerem a participação do grupamento

neuronal A1 na resposta pressora induzida por sobrecarga de sódio em animais

normotensos, evidenciando o envolvimento destes neurônios nas vias centrais

atuantes na regulação cardiovascular e do volume circulante.

Nas últimas décadas, estudos vêm demonstrando a participação da

neurotransmissão adrenérgica no MnPO nas vias neuro-humorais envolvidas com

a regulação do volume circulante. Bealer (2000) demonstrou que a expansão

isotônica do volume circulante levou à liberação de noradrenalina no MnPO.

Ademais, Pedrino e colaborares (2009) mostraram que o bloqueio dos

adrenoceptores 1 e 2 no MnPO aboliu a vasodilatação renal induzida por

infusão de salina hipertônica.

Apesar de já demonstrado a participação do MnPO no controle

neurovegetativo, poucos estudos investigaram a sua contribuição direta na

modulação da PA. Em um estudo recente, Llewellyn e colaboradores (2011)

demonstraram que a ativação do MnPO por N-metil-D-aspartato (agonista seletivo

dos receptores glutamatérgicos) aumentou a PA, a FC e a atividade simpática

renal em ratos normotensos anestesiados, respostas que foram atenuadas após a

nanoinjeção de AP5, um antagonista de receptores glutamatérgicos, no PVN. Em

consonância com esses resultados, estudos recentes de nosso laboratório

demonstraram que a inibição do MnPO por nanoinjeções de muscimol (agonista

GABAérgico) promove queda da pressão arterial em ratos normotensos e

Page 68: ELAINE FERNANDA DA SILVA

47

hipertensos (Silveira et al., 2012), sendo esta resposta hipotensora

significativamente maior nos animais hipertensos. Ademais, o presente trabalho

evidenciou que o bloqueio da neurotransmissão adrenérgica no MnPO reduz a

pressão arterial nos SHRs. Estes resultados indicam a participação desta

neurotransmissão nas vias neuronais envolvidas no desenvolvimento da

hipertensão arterial em SHR.

Evidências neuroanatômicas indicam que o MnPO recebe aferências de

neurônios catecolaminérgicos do NTS (grupamento A2) e da região ventrolateral

do bulbo (grupamentos A1 e C1; Saper et al., 1983; Tucker et al., 1987). Estas

regiões são conhecidas por seu envolvimento com a modulação cardiovascular.

Tanaka e colaboradores (1992) evidenciaram que estímulos elétricos da região

onde estão localizados os neurônios A1, aumentam a atividade dos neurônios do

MnPO que se projetam para o PVN. Esta resposta excitatória foi bloqueada por

fentolamina (antagonista α-adrenoceptor não seletivo), mas não por timolol

(antagonista β-adrenoceptor não seletivo), sugerindo que a região A1 atua

aumentando a atividade dos neurônios do MnPO por ativação dos receptores α-

adrenérgicos.

Uma vez identificada a importância da neurotransmissão adrenérgica no

MnPO na manutenção da hipertensão arterial nos SHRs e tendo em vista que os

neurônios do grupamento A1 representam uma importante fonte de aferências

noradrenérgicas para este núcleo, buscamos avaliar a participação do

grupamento A1 no desenvolvimento da hipertensão arterial. O presente estudo

mostrou que as nanoinjeções bilaterais de saporina-anti-DβH na CVLM

provocaram diminuição acentuada na população de células noradrenérgicas nesta

região. Entretanto, não encontramos alterações nos valores basais de PAM em

ratos normotensos e espontaneamente hipertensos.

Nossos dados demonstram que as nanoinjeções de saporina-anti-DβH

provocaram uma redução de 81% dos neurônios A1 nos ratos normotensos e

75% nos hipertensos, não afetando demais grupamentos catecolaminérgicos

bulbares (grupos A2/C2 e C1), indicando uma especificidade populacional na

lesão. Além disso, a lesão de A1 ocasionou uma redução nos níveis da enzima

Page 69: ELAINE FERNANDA DA SILVA

48

tirosina hidroxilase no MnPO, evidenciando alterações na neurotransmissão

noradrenérgica no neste núcleo.

A realização de lesões em regiões específicas do sistema nervoso central é

uma técnica muito utilizada em estudos de neurociências (Cantuti-Castelvetri et

al., 2010; Wu et al., 2012). Estas lesões específicas permitem determinar a função

desempenhada por uma região de interesse. A saporina é uma toxina capaz de

bloquear a subunidade ribossomal 60s, impedindo a síntese protéica,

ocasionando, consequentemente, a morte celular. Devido ao seu elevado peso

molecular (32kDa), esta toxina não é endocitada isoladamente pelas células. A

associação a anticorpos permitem a endocitose da saporina e, ao mesmo tempo,

conferi especificidade a uma determinada população neuronal. A saporina quando

associada ao anticorpo monoclonal contra a enzima dopamina-β-hidroxilase

(DβH), forma o complexo saporina-anti-DβH, o qual é utilizado em lesões

específicas de neurônios catecolaminérgicos. O complexo saporina-anti-DβH é

internalizado pelas células, por um processo de reciclagem vesicular, ao ligar-se à

enzima DβH quando esta é liberada na fenda sináptica por exocitose (Picklo et al.,

1994).

De acordo com Wrenn e colaboradores (1996), células TH positivas não

foram encontradas nove meses após injeções intracerebroventriculares de

saporina-anti-DβH. Corroborando esse achado, aproximadamente 90% da

depleção noradrenérgica induzida por saporina-anti-DβH permaneceu

praticamente inalterada 40 semanas após a lesão (Coradazzi et al., 2010). Estes

dados indicam um efeito irreversível desta imunotoxina.

Resultados obtidos em estudos recentes com nanoinjeções de saporina-

anti-DβH na CVLM, mostraram uma redução de aproximadamente 79% e 62%

dos neurônios noradrenérgicos desta região (Pedrino et al., 2006; Pedrino et al.,

2008). Em outro trabalho, cerca de 70% dos neurônios noradrenérgicos A2 foram

reduzidos por nanoinjeções de saporina-anti-DβH no NTS (Pedrino et al., 2012).

Estes resultados, juntamente com os dados encontrados no presente trabalho,

mostram a efetividade da saporina-anti-DβH em lesionar células

catecolaminérgicas localizadas no sítio de nanoinjeção.

Page 70: ELAINE FERNANDA DA SILVA

49

Nosso trabalho mostrou que a lesão provocada no grupamento

noradrenérgico A1 não ocasionou redução nos valores basais de pressão arterial

média em ratos normotensos e espontaneamente hipertensos, indicando

inicialmente o não envolvimento do grupamento A1 na gênese da hipertensão

arterial em SHR. Como mencionado anteriormente, estudos neuroanatômicos

demonstram que além do grupamento A1, os neurônios noradrenérgicos A2

projetam-se para o MnPO, podendo ser esta projeção catecolaminérgica a

responsável pela excitação do MnPO e consequente desenvolvimento do estado

hipertensivo nos SHRs. De fato evidências experimentais indicam o envolvimento

do NTS na gênese da hipertensão em SHRs. Freiria-Oliveira e colaboradores

(2013) demonstraram que microinjeções do vetor AAV2-CBA-MIF no NTS,

resultando na expressão do fator inibitório de migração de macrófago, promoveu

significativa queda nos níveis da PA em ratos espontaneamente hipertensos.

Ademais, estudos demonstraram que lesões eletrolíticas no NTS comissural

reduziram a PA para níveis normotensos em SHR, entretanto não alterou os

valores de PA em ratos normotensos Wistar-Kyoto e Wistar (Sato et al., 2001;

Sato et al., 2003 ). Assim é lícito supor a participação do NTS na manutenção do

estado hipertensivo em SHR e que os níveis elevados de PA nos animais com

lesão de A1 sejam mantidos, por meio de projeções bulbares advindas do

grupamento neuronal A2, as quais manteriam a excitação catecolaminérgica

sobre o MnPO.

Uma vez verificado que a lesão de A1 não promoveu redução na PA dos

animais e como ainda não encontra-se totalmente esclarecido a participação

deste grupamento neuronal nos ajustes cardiovasculares induzidos por alterações

na osmolaridade plasmática, buscamos determinar o envolvimento dos neurônios

A1 nas alterações do volume circulante provocada por sobrecarga de sódio. O

presente estudo indicou que a lesão dos neurônios noradrenérgicos A1 atenua a

resposta pressora induzida por hipernatremia aguda em ratos Wistar não

anestesiados. Estes resultados corroboram o envolvimento destes neurônios nas

vias neuronais de regulação do fluido corporal e do compartimento extracelular.

O íon sódio é o principal determinante da osmolaridade e do volume do

compartimento extracelular. Variações na concentração de Na+ pode causar um

Page 71: ELAINE FERNANDA DA SILVA

50

fluxo osmótico entre os compartimentos intra e extracelular, podendo alterar o

volume, metabolismo e função celular (Strange, 1993).

Aumentos na osmolaridade promovem ajustes cardiovasculares,

endócrinos e anatômicos que buscam restaurar o equilíbrio hidroeletrolítico. Como

observado em outros estudos, nos animais normotensos sem lesão do

grupamento A1, a infusão da salina hipertônica resultou em um aumento da

pressão arterial (Weiss et al., 1996; Costa et al., 2009; Pedrino et al., 2005;

Pedrino et al., 2006). Além do aumento da PA, evidências experimentais sugerem

que a infusão de SH promove vasodilatação renal e distintas alterações regionais

na atividade simpática (Pedrino et al., 2006; May et al., 2000; Nishida et al., 1998;

Weiss et al., 1996). Em ratos anestesiados, foi demonstrado aumento da atividade

do nervo lombar e redução das descargas simpáticas sobre nervos renais e

esplânicos após a infusão de salina hipertônica (Weiss et al., 1996). Ademais,

estudos demonstraram que a infusão de salina hipertônica promoveu natriurese,

secreção do peptídeo natriurético atrial (ANP) e redução na liberação de

vasopressina (Bealer et al., 1983; Bealer et al., 1988; Antunes-Rodrigues et al.,

1992; Morris & Alexander, 19889).

Respostas a alterações no volume e na osmolaridade plasmática são, em

parte, estimuladas por neurônios osmosensitivos do SNC capazes de detectar a

hiperosmolaridade dos fluidos corporais e ativar circuitos adequados (Bourque,

2008). O Órgão Vasculoso da Lâmina Terminal (OVLT) e o Órgão Subfornical

(SFO) são núcleos prosencefálicos desprovidos da barreira hematoencefálica.

Estudos propõem a ativação dos neurônios destas regiões em resposta à

hipernatremia (Stocker et al., 2008). Trabalhos sugerem um aumento dos reflexos

simpáticos e da excitabilidade dos neurônios da região RVLM provocados por

aumento na concentração de Na+ (Adams et al., 2009; Stocker et al., 2010).

Ademais, pesquisadores postulam que um aumento na osmolaridade ou na

concentração plasmática de Na+ poderiam resultar em uma elevação da atividade

simpática, o que implicaria no desenvolvimento de doenças cardiovasculares,

inclusive a hipertensão arterial (Stocker et al., 2008; Toney & Stocker 2010).

Acredita-se que os neurônios A1 estejam envolvidos com uma resposta

humoral e autonômica à hipernatremia. Pedrino e colaboradores (2006 e 2008)

Page 72: ELAINE FERNANDA DA SILVA

51

demonstraram que a sobrecarga de sódio, em ratos anestesiados com lesão de

A1, aboliu a vasodilatação renal, mecanismo importante para a excreção deste

íon. Estudos neuroanatômicos mostraram que neurônios A1 projetam

densamente para as regiões parvocelulares e magnocelulares do PVN

(Cunningham e Sawchenko, 1988). A porção parvocelular projeta-se para a região

RVLM, enquanto a porção magnocelular está envolvida na secreção de

vasopressina. Portanto, os neurônios A1 podem estar envolvidos na regulação

neuronal e humoral em resposta à hipernatremia aguda. Assim é lícito supor que

a lesão dos neurônios A1 nos animais normotensos poderia reduzir a secreção de

vasopressina e a resposta simpática, o que resultaria em uma diminuição da

resposta pressora induzida pela hipernatremia.

Em relação aos animais SHRs observamos que a hipertensão induzida

pela infusão de salina hipertônica foi semelhante entre os ratos controles e com

lesão do grupamento neuronal A1. Ademais, verificamos que esta resposta

pressora foi reduzida quando comparado aos animais normotensos. Uma vez que

os valores basais de pressão arterial nos SHRs são mais elevados, podemos

sugerir que este fator poderia contribuir para o menor aumento da pressão arterial

induzido pela hipernatremia nestes animais.

Em conjunto, os resultados obtidos neste estudo sugerem a participação do

SNC no desenvolvimento da hipertensão arterial e nos ajustes cardiovasculares

induzidos por alterações no volume circulante. Especificamente evidenciamos a

participação do MnPO nas vias neuronais envolvidas no desenvolvimento da

hipertensão observada nos SHRs, sugerindo uma modulação tônica mediada por

neurotransmissores adrenérgicos neste núcleo. Ademais, os resultados obtidos

demonstram a participação do grupamento noradrenérgico A1 da região CVLM

nas vias neurais responsáveis pela restauração do equilíbrio hidroeletrolítico

durante alterações na composição do fluido extracelular e na osmolaridade

plasmática.

Page 73: ELAINE FERNANDA DA SILVA

52

Conclusão

Page 74: ELAINE FERNANDA DA SILVA

53

Os resultados obtidos no presente estudo demonstram que o bloqueio

adrenérgico do MnPO promove mudanças significativas nos parâmetros

cardiovasculares de ratos espontaneamente hipertensos e reforçam as evidências

de seu envolvimento no desenvolvimento da hipertensão arterial. Ademais, os

resultados indicam a não participação do grupamento noradrenérgico A1 na

gênese da hipertensão arterial em SHR, uma vez que a lesão no grupo A1 e as

alterações na inervação destes neurônios para o MnPO não foram suficientes

para provocar reduções nos níveis de pressão arterial nestes animais. Mostramos

também que a lesão dos neurônios noradrenérgicos A1 atenua a resposta

pressora induzida por hipernatremia aguda em ratos normotensos não

anestesiados, sugerindo o envolvimento destes neurônios nas vias neuronais de

regulação do volume circulante.

Page 75: ELAINE FERNANDA DA SILVA

54

Referências

Page 76: ELAINE FERNANDA DA SILVA

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Page 85: ELAINE FERNANDA DA SILVA

64

Apêndice

Page 86: ELAINE FERNANDA DA SILVA

65

1. ARTIGO

1.1. A1 NORADRENERGIC NEURONS LESIONS REDUCE

NATRIURESIS AND HYPERTENSIVE RESPONSES TO

HYPERNATREMIA

Page 87: ELAINE FERNANDA DA SILVA

66

A1 NORADRENERGIC NEURONS LESIONS REDUCE NATRIURESIS AND

HYPERTENSIVE RESPONSES TO HYPERNATREMIA IN UNANESTHETIZED

RATS

Elaine Fernanda da Silva1, André Henrique Freiria-Oliveira1, Paulo César

Ghedini1, Carlos Henrique de Castro1, Luiz Artur Mendes Bataus1, Diego Basile

Colugnati1, Daniel Alves Rosa1, Sergio L. D. Cravo2, Gustavo Rodrigues Pedrino1

Corresponding author:

Gustavo Rodrigues Pedrino

Department of Physiological Science

Universidade Federal de Goiás

Estrada do Campus, s/n. Zip code: 74001-970. PO: 131. Goiânia - GO

Phone/Fax: +55-62-3521-1774

e-mail: [email protected] / [email protected]

Authors’ affiliation:

1Department of Physiological Sciences, Biological Sciences Institute, Federal

University of Goiás – GO, Brazil

2Department of Physiology, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de

São Paulo, São Paulo, SP, Brazil.

Short title: A1 noradrenergic neurons and body fluid homeostasis

Keywords: A1 Neurons; CVLM; Hypernatremia; Hypertonic Saline; Pressor

Response

Page 88: ELAINE FERNANDA DA SILVA

67

Abstract

Noradrenergic neurons in the caudal ventrolateral medulla (CVLM; A1 group)

contribute to the cardiovascular regulation. The present study sought to determine

the effects of specific lesions of these neurons on the cardiovascular responses

induced by hypertonic saline (HS) infusion in unanesthetized rats. Male Wistar rats

(280-340 g) received nanoinjections of antidopamine-β-hydroxylase-saporin (A1

lesion, 0.105 ng.nL-1) or free saporin (0.021 ng.nL-1) into the CVLM. Two weeks

later, the rats were anesthetized (2% halothane in O2). Femoral artery and vein

were catheterized and led subcutaneously to exit between the scapulae. In the

following day animals were submitted to infusion of HS (3 M NaCl, 1.8 ml ∙ kg,

b.wt., over 1 min, over 1 min). In sham-group (n=8), the HS induced a sustained

pressor response (35 ± 3.6 and 11 ± 1.8 mmHg from baseline, at 10 and 90 min

after HS infusion, respectively). In anti-DH-saporin treated rats (n=11), HS

pressor response was smaller after 10 min (18 ± 1.4 mmHg), returning to baseline

values (2 ± 1.6 mmHg, 90 min after HS infusion). Moreover, the natriuresis

response induced by HS was reduced in lesioned group after 60 min of the

challenge (196 ± 5.5 mM, A1 lesion; 262 ± 7.6 mM, sham-group). In addition, A1-

lesioned rats excreted only 47% of sodium 90 min after HS infusion, while sham

animals excreted 80% of sodium. Immunohistochemical analysis indicates that

microinjections of anti-DH-saporin produced a large destruction of A1 cell group

in the CVLM. These results suggest that medullary noradrenergic A1 neurons are

part of the excitatory neural pathways regulating the hypertensive and natriuretic

responses to acute changes in the composition of the body fluid.

Page 89: ELAINE FERNANDA DA SILVA

68

Introduction

Sodium (Na+) cation stands out as the principal ion for determining the

osmolarity and volume of the extracellular compartment due to its concentration

and reduced permeability through the plasmatic cell membrane. Variations in the

concentration of this ion can cause an osmotic flux between the intra- and

extracellular compartments. This flux can be felt by all of the perfused tissues and

may alter the volume, metabolism, and cellular function [1].

The central nervous system (CNS) can detect variations in the volume,

tonicity, and composition of the extracellular compartment through various

peripheral and central receptors [2–5]. Once detected by the CNS, these

variations trigger a set of responses for reestablishing the physiological conditions.

In mammals, a slight increase of 1-2% in the plasma osmolarity or a reduction of

8-10% in the extracellular compartment volume is enough to induce water intake

[6,7]. As for the vegetative adjustments, an increase in plasma sodium

concentration stimulates the reduction in sympathetic renal nerve activity [8–12],

renal vasodilation [3,11,13–17], thereby resulting in natriuresis [18–21], and

diuresis [2,22]. Humoral responses also contribute to the regulation of osmolarity

through the inhibition of renin [23], secretion of atrial natriuretic peptides

(ANP)[24–28], oxytocin (OT) [29–32] and vasopressin [32].

Experimental evidences have shown the importance of A1 noradrenergic

neurons, localized in caudal ventrolateral medulla (CVLM), in the regulation of

cardiovascular and circulating volume [12,17,33]. Studies using the gene

expression of immediate activation showed that A1 neuronal group is activated by

increase in osmolarity or plasmatic volume [34–37]. Moreover, it has been showed

an important role of A1 noradrenergic neurons on renal vasodilatation and

sympathoinhibition induced by hypernatremia [12,17].

Neuroanatomical studies have demonstrated that the A1 noradrenergic

neurons receive information from the baroreceptors and cardiopulmonary

receptors [38–40]. These neurons are reciprocally connected with hypothalamic

structures involved in cardiovascular, hydroelectrolytic and neuroendocrine

regulation [41–48]. Thus, A1 neurons projections to diencephalic regions represent

an important link in the neural circuits that participate in body fluid homeostasis.

Therefore, in the present study, we sought to determine the hypothesis that

A1 neuronal group may be involved in the cardiovascular and renal responses

induced by acute hypernatremia in unanesthetized rats. For this, we used anti-

dopamine beta hydroxylase (DβH)–saporin to cause the lesion of noradrenergic

neurons in the CVLM region and measured the effects of these lesions on pressor

response and renal excretion induced by hypertonic saline (HS) infusion.

Page 90: ELAINE FERNANDA DA SILVA

69

Results

Lesion of the medullary catecholaminergic neurons induced through

nanoinjections of anti-DβH–saporin into the CVLM

TH-positive neurons are found within the ventrolateral medulla (VLM) and

the nucleus of the solitary tract (NTS) from positions approximately 1900 μm

caudal to 1900 μm rostral to the obex (Figures 1 and 2). In the saporin-treated

animals (sham; n=8), tyrosine hydroxylase (TH)-positive neurons in the VLM

between 200 μm and 1900 μm caudal to the obex averaged approximately 25 cells

per section (A1 neurons). In rats treated with bilateral nanoinjections of anti-DβH-

saporin into the CVLM (n=11), the number of TH-positive neurons caudal to the

obex was reduced to approximately four cells per section. In this region, which

encompasses the area of the A1 noradrenergic neurons, the number of TH-

positive neurons was reduced by 81% compared to the saporin treated animals

(Figure 1 and 2).

Nanoinjections of anti-DβH–saporin within the CVLM did not reduced the

number of TH-immunopositive cells in the region located from 200 μm caudal to

1900 μm rostral to the obex (the region encompassing the C1 cell group), to

approximately 10% (Figures 1 and 2). In the TH-positive cells in the A2 and C2 cell

groups in the NTS (localized between 1900 μm caudal to 1900 μm rostral to the

obex), we did not find significant changes in the number of TH-immunopositive

cells (reduction of 0%; Figures 1 and 2).

The Dot Blot technique, performed with samples median preoptic nucleus

(MnPO) showed that the nanoinjections of anti-DβH-saporin in CVLM caused

reduction of TH levels in MnPO (Figure 3), thereby demonstrating that the lesion of

A1 noradrenergic afferents to MnPO was effective in the alteration of

noradrenergic neurotransmission in this nucleus.

Analysis of the medullary catecholaminergic neurons lesion on the baroreflex and

chemoreflex

The baseline values of body weight (b.wt.), mean pressure arterial (MPA)

and heart rate (HR) are shown in Table 1. Anti-DβH-saporin treated rats presented

high basal levels in heart rate. Other values were similar in sham and A1-lesioned

rats.

The functionality of the baroreceptor reflexes was evaluated by infusion of

phenylephrine, express by index of baroreflex in Figure 4 A. As observed there

was no found differences between sham (-2.1 ± 0.07 bpm ∙ mmHg-1; n=8; Figure 4

Page 91: ELAINE FERNANDA DA SILVA

70

A) and A1-lesioned (-2.1 ± 0.02 bpm ∙ mmHg-1; n=7; Figure 4 A) animals, showing

the preservation of cardiac baroreceptor sensitivity.

In the Figure 4 B and C are mean ± S.E.M. of changes in MAP and HR

recorded during chemoreflex test. There were no statistical differences in changes

of MAP and HR in A1-lesioned (69 ± 5.3 mmHg and -220 ± 33.4 beats.min-1,

respectively; n=7) and sham (63 ± 5.1 mmHg and -198 ± 21.2 beats.min-1,

respectively; n=8) rats induced by KCN infusion, showing the integrity of

chemoreflex response.

Effects of destruction of the medullary catecholaminergic neurons on the changes

in MAP and HR induced by HS infusion

The infusion of HS, in sham animals, caused a sustained pressor response

(36 ± 3 and 11 ± 1.8 mmHg from baseline, at 10 and 90 min after HS, respectively;

n=8; Figures 5 A and 6 A). In anti-DH-saporin treated rats, the infusion of HS

caused an attenuated pressor response (18 ± 1.4 and 2 ± 1.6 mmHg from

baseline, at 10 and 90 min after HS, respectively; n=11; Figure 5 B and 6 A). The

sodium overload triggered an initial bradycardia in both groups (-38 ± 10.3

beats.min-1, at 10 min after HS, sham group; -61 ± 9,5 beats.min-1 from baseline,

at 10 min after HS, lesioned group; Figures 5 and 6 B). In both HR returns to basal

values 90 min after HS (31 ± 6.0 beats.min-1, sham group; 0 ± 7.5 beats.min-1 from

baseline, lesioned group; Figures 5 and 6 B).

Effects of HS infusion on plasma sodium and blood hemoglobin concentrations

The plasma sodium and hemoglobin concentration changes induced by HS

infusion were determined in sham and A1-lesioned rats. Plasma sodium

concentrations basal were similar in sham (140.8 ± 0.5 mM; n = 6; Figure 7 A) and

A1-lesioned rats (140.6 ± 0.3 mM; n = 6; Figure 7 A). The plasma sodium levels

increased similarly after HS infusion in both groups (146.7 ± 0.9 mM and 146.9 ±

0.5 mM in sham and A1-lesioned rats, respectively, 10 min after infusion; Figure 7

A). However, in anti-DH-saporin treated animals the sodium concentration

remains higher (144.9 ± 0.6 mM and 144.4 ± 0.6 mM; 60 and 90 min after infusion;

Figure 7 A) when compared with sham group (142.8 ± 0.6 mM and 142.3 ± 0.5

mM; 60 and 90 min after infusion; Figure 7 A). There was increased in the blood

hemoglobin concentrations in A1-lesioned rats 90 min after HS infusion (103.3 ±

1.6% and 98.8 ± 1.2% in A1-lesioned and sham rats, respectively; Figure 7 B)

indicating a reduction of extracellular volume.

Page 92: ELAINE FERNANDA DA SILVA

71

Effects of HS infusion on urinary excretion

The HS infusion caused increased in urinary volume in sham (3.85 ± 0.2 ml,

90 min after HS infusion, n=6; Figure 8 A) and anti-DβH-saporin treated rats (4.38

± 0.2 ml, 90 min after HS infusion, n=6; Figure 8 A). The A1-lesioned rats show

less sodium in urine (212.09 ± 7.1 mM, 90 min after HS infusion; Figure 8 B) and

less cumulative urinary sodium (0.90 ± 0.05 mmol, 90 min after HS infusion;

Figure 8 C), when compared with sham group (292.0 ± 6.8 mM, 90 min after HS

infusion; 1.12 ± 0.07 mmol, 90 min after HS infusion, respectively; Figure 8 B and

C). The data of sodium balance showed that lesioned rats excreted only 47% of

sodium infused with HS, while sham animals excreted 80% of sodium (Figure 8

D). Overall results indicate a lower capacity of A1-lesioned rats to excrete sodium.

Discussion

Previous studies have indicated that A1 noradrenergic neurons are involved

in the regulation of body fluid homeostasis [12,17,33]. However, the participation

of these neurons in the regulatory mechanisms induced by changes of volume or

composition of extracellular compartment is yet to be fully clarified. The present

study provides new key observations: In A1-lesioned rats hipernatremia attenuates

the pressor response. Moreover, lesion of A1 noradrenergic neurons slows down

the mechanisms of sodium excretion induced for acute hypernatremia in

unanesthetized rats. These results strengthen the importance of A1 neurons in the

CVLM as part of neural pathways involved in the regulation of composition and

volume of the extracellular compartment. To our knowledge, there is only no other

study that demonstrated important role of A1 noradrenergic lesion on hypertension

and renal sodium excretion induced by hypernatremia in unanesthetized rats.

The present study demonstrates that nanoinjections of anti-DβH–saporin

into the CVLM produce an extensive depletion of the catecholaminergic cell

population. Our data indicate that bilateral nanoinjections of anti-DβH–saporin

induced a marked loss (81%) of TH-containing neurons within 1.9 mm caudal to

the óbex, hence assuming a massive lesion of the A1 catecholaminergic cell group

[48]. In addition, there were no significant changes in catecholaminergic neurons

localized in RVLM (C1 group; 10%) and NTS (A2 group; 0%) regions, indicating

specificity in lesion of the A1 neuronal grouping.

Previous reports support the assertion that the loss of immunoreactivity is

indicative of neuronal death [17,49,50]. The mechanism of specific internalization

of the conjugated anti-DβH–saporin determines that only cells synthesizing DβH

can take up the conjugated toxin. It is postulated that, in catecholaminergic

neurons, the somatodendritic exocytosis of catecholamines resulted in the

exposure of DβH and therefore the possible internalization of the anti-DβH-saporin

Page 93: ELAINE FERNANDA DA SILVA

72

complex via their soma and/or dendrites. It is unlikely that the noradrenergic

neurons survived, since saporin acts by blocking ribosomal unit 60s to inhibit

protein synthesis.

According to Wrenn et al. [51], TH or DβH-cells were not found 9 months

after intracerebroventricular injections of anti-DβH–saporin. This implies the

irreversible effects of this substance. Similar results were obtained in recent study

in which nanoinjection of anti-DβH–saporin into the CVLM depleted approximately

79% of A1 noradrenergic neurons within this region [17]. Furthermore, in the

present study the lesion of A1 neurons revealed a decrease in levels of TH

enzyme in MnPO, indicating a reduction of levels of TH in MnPO. These results

indicate the efficacy of anti-DβH-saporin in selective destruction of noradrenergic

neurons.

Empirical evidences had shown the involvement of A1 neurons in the

cardiovascular regulation. However, the result shows that A1 lesion and decrease

in levels of TH in MnPO did not change baseline levels of mean arterial pressure.

These results are in agreement with Pedrino et al. [12,17], who also reported

unaltered baseline values of MAP between sham and A1-lesioned rats.

Studies have also reported an important role of baroreceptors and

chemoreceptors in the responses induced by changes in extracellular volume and

composition [10,26,52]. Previous studies demonstrated that the hypertension

induced by HS was significantly higher in rats submitted to sinoaortic denervation

[10]. We found changes in MAP induced by HS infusion in A1-lesioned animals.

However, this pressor response to HS cannot be explained by changes in the

baroreflex or chemoreflex, once there was preservation of sensibility baroreflex

and chemoreflex response.

Several studies have been attempted to establish the effects of HS infusion

on cardiovascular and renal parameters. The HS infusion causes an increase in

plasma osmolality resulting an increase in lumbar sympathetic nerve activity,

vasopressin release and increase in blood pressure [10, 32, 15, 17]. Meanwhile,

attenuated increased in MAP and slightly increased in urinary volume in anti-DβH-

saporin treated rats were observed. These results can be associated with a lower

capacity of these A1-lesioned rats in releasing vasopressin. Indeed, anatomical

studies have shown that medullary noradrenergic neurons receive sensory

information from baro and cardiopulmonary receptors [38–40]. Information about

the circulating volume is processed and transmitted to hypothalamic centers

involved in the regulation of osmolarity. Saphier [46] used extracellular recordings

of neurons in the PVN to demonstrate electrical stimulation of regions where the

A1 neurons excited most of the magnocellular oxytocin and vasopressin excreting

neurons in this nucleus. These results suggest that A1 neurons may be involved in

the regulation humoral in the response to acute hipernatremia.

Page 94: ELAINE FERNANDA DA SILVA

73

Our results demonstrate that A1-lesioned rats showed a slower sodium

excretion induced by HS infusion. Studies have shown increased in release of

ANP and OT and reduction in renal sympathetic nerve activity, induced by acute

changes in circulating volume [9,10,32,35,46]. Recent studies showed that A1

lesion prevented the vasodilatation[17] and renal sympathoinhibition induced by

HS infusion[12]. In addition, some experiments showed that A1 lesioned animals

have a potentiated sodium intake after extracellular dehydration33. Consistent with

these reports, the present data suggested slower sodium excretion in A1-lesioned

rats.

Taken together, the results obtained in this study are consistent with the

hypothesis that the A1 noradrenergic neurons activated by peripheral afferents are

part of the central pathways modulating the adjustments induced by acute

changes in plasma sodium concentration. Thus, these noradrenergic neurons are

integral parts of the pathways involved in response to hypernatremia, and

dysfunctions in these cells result in the inefficient functioning of these adjustments,

which could contribute to the genesis and aggravation of various pathological

states, among which we highlight hypertension and diseases related to renal

sodium retention, such as cirrhosis and cardiac failure.

Methods

Animals

All experiments were conduct on adult male Wistar rats (280-340 g). They

were obtained from the central animal house of the Federal University of Goiás.

Experimental procedures were designed with strict adherence to the National

Health Institute Guidelines for Care and Use of Laboratory Animals as approved

by the Ethics Committee, Federal University of Goiás (protocol number 172/09).

Nanoinjections of anti-DβH-saporin or saporin into CVLM

Animals were anaesthetized with halothane (2%; Cristália Ltda, Itapira, SP,

Brazil) in O2 and mounted prone in a stereotaxic apparatus (David Kopf

Instruments, Tujunga, CA, USA) with the incisor bar 11 mm below the interaural

line. After partial removal of the occipital bone, the meninges covering the dorsal

surface of the brainstem were cut and retracted, and the calamus scriptorius was

visualized. Nanoinjections of anti-DβH-saporin (0.105 ng.nL-1; Advanced Targeting

Systems, San Diego, CA, USA) or an equimolar dose of saporin (0.021 ng.nL-1;

Advanced Targeting Systems, San Diego, CA, USA) were made bilaterally at two

Page 95: ELAINE FERNANDA DA SILVA

74

levels of the CVLM. For all nanoinjections into CVLM, a glass micropipette was

positioned as follows: 0.3 mm rostral and 0.3 mm caudal from the calamus

scriptorius, 2.0 mm lateral from the mid-line and 2.0 mm ventral from the dorsal

surface. These co-ordinates are based on the region of the CVLM comprising the

A1 group[48]. After nanoinjections, the micropipette was left in place for 3 min.

Then the incision was closed and the animals were placed on a heated pad to

maintain body temperature during recovery. A prophylactic antibiotic dose

(penicillin, 60.000 IU kg-1, i.m. Sigma-Aldrich, St Louis, MO, USA) was injected

after the surgery. Animals were studied 15 days after microinjections into the

CVLM.

Surgical procedures

The rats were anesthetized with 2% halothane (Cristália Ltda, Itapira, SP,

Brazil) in O2. The right femoral artery was cannulated for blood pressure recording.

The right femoral vein was catheterized for drug administration (phenylephrine and

potassium cyanide) and infusion of hypertonic saline (HS). The cannulas were led

subcutaneously to exit between the scapulae.

Recording of arterial pressure and heart rate

To record arterial pressure, the arterial catheter was connected to a

pressure transducer attached to a bridge amplifier (ETH-200; CB Sciences, Dover,

NH, USA). Pulsatile pressure was recorded continuously with a PowerLab System

(ADInstruments, Colorado Springs, CO, USA). MAP and HR were determined

from the pulsatile signal with Chart software (version 5.5.6; ADInstruments,

Colorado Springs, CO, USA).

Baroreflex and Chemoreflex Tests

A day after surgery, animals were subjected to baroreflex and chemoreflex

tests through infusion of phenylephrine (1 g, 1,5 g e 2 g; adrenergic agonist;

Sigma-Aldrich, St Louis, MO, USA) and potassium cyanide (40 g; Sigma-Aldrich,

St Louis, MO, USA), respectively. All injections were performed at least 5 minutes

between each one, or until cardiovascular parameters return to baseline.

Infusion of hypertonic saline and blood sampling

In order to increase plasma sodium concentration, HS (3 M NaCl, 1.8 ml ∙

kg, b.wt., over 1 min) was infused through the femoral vein cannula. After infusion

of HS the cardiovascular parameters were recorded for 90 min. Blood samples

Page 96: ELAINE FERNANDA DA SILVA

75

(0.20 ml each) were withdrawn from the arterial cannula 5 min before and 10, 30,

60 and 90 min after HS. After the sample was collected, an equal volume of sterile

0.15 M NaCl was injected to reduce changes in extracellular fluid volume due to

sampling. The blood hemoglobin concentration was measured immediately with a

kit from Sigma (Drabkin’s reagent, kit 525; Sigma-Aldrich, St Louis, MO, USA).

The rest of the sample was centrifuged for 5 min at 6000 g. The plasma was

removed and stored at -20°C. Plasma sodium concentration in the blood was

measured with a flame photometer (model DM6, Digimed, São Paulo, SP, Brazil).

Urine Analysis

Rats with A1 lesion or sham were housed in metabolic cages with free

access to water only for 48 h before tests. On the day of the urinary excretion test,

all animals received a suprapubic massage to induce micturition. Then after 5 min,

HS solution was infused and urine samples were collected in polypropylene tubes

to measure urinary volume at 30, 60 and 90 min. The concentration of sodium in

the urine was measured with a flame photometer (model DM6, Digimed, São

Paulo, Brazil). The amount of sodium in the urine was determined by the product

of urine volume and sodium concentration. The urinary balance was calculated as

the difference between the amount infused and the amount excreted. During the

experiments animals had no access to water and food.

Perfusion, fixation and tissue collection

At the end of the experiments, the animals were profoundly anesthetized

and perfused through the heart with saline (0.15 M NaCl) followed by a solution of

4% paraformaldehyde (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, USA) in 0.2 M sodium

phosphate buffer (500 ml at pH 7.4).The brain was removed and post fixed in 4%

paraformaldehyde solution for 1–2 h, then cryoprotected in 30% sucrose solution.

Coronal sections of 40 μm of the brainstem were collected (in 4 serially adjacent

sets) and stored in 0.02 M potassium phosphate-buffered saline (KPBS, Sigma;

pH 7.4).

Immunohistochemistry

Each fourth brainstem section was processed for immunohistochemical

detection of TH. The sections were pre-incubated for 15 min in 3% hydrogen

peroxide in 0.02 M KPBS followed by a 30 min incubation in 2% normal horse

serum (Vector Laboratories Inc., Burlingame, CA, USA) in 0.02 m KPBS. The

sections were incubated overnight at 4°C with mouse monoclonal antibody

Page 97: ELAINE FERNANDA DA SILVA

76

(1:2000 dilution, ImmunoStar, Inc., Hudson, WI, USA) with 2% normal horse

serum and Triton X 10%, followed by a 1 h incubation with biotinylated horse

antimouse IgG (Vector Laboratories Inc., Burlingame, CA, USA; 1:2000 dilution

with Triton X 10%). After these incubations, the sections were processed with the

avidin–biotin procedure, using Elite Vectastain reagents (Vector Laboratories Inc.,

Burlingame, CA, USA). Diaminobenzidine (DAB; Vector Laboratories Inc.,

Burlingame, CA, USA) was used to produce a brown cytoplasmic TH reaction

product. Sections were mounted on slides, dehydrated in a series of alcohols,

cleared in xylene, and coverslipped.

Cell counting

Counts of neurons were performed in every fourth medulla oblongata

section (40 of each 160 μm). All immunolabelled neuron in the ventrolateral

medulla (VLM; A1/C1) and nucleus of the solitary tract (NTS; A2/C2) were counted

bilaterally in order to quantify the extent of the anti-DβH–saporin-induced lesion.

Neurons were counted at x200 magnification with a Nikon light microscope.

Dot Blot

Approximately 100 mg of MnPO and cortex brain samples were macerated

in Tris-HCl 50 mM pH 7.5. Sample were centrifuged at 12.000/4oC for 5 minutes.

The supernatant was transferred to another tube and protein concentration was

estimated using the method of Bradford [53]. Fifty µg of each sample were

transferred to nitrocellulose membrane. After a 1 h blocking step in 5% powdered

milk diluted in TBS 0.05% with Tween 20, the membrane was incubated overnight

at 4°C with TH mouse monoclonal antibody (1:5000 in 1% milk TBS-Tween

20; Immuno Star Inc., Hudson, WI, USA). Following 4 washes of 15 min at RT, the

membrane was incubated for 1 h with an anti-mouse coupled to phosphatase

(1:2000 in 1% milk TBS-Tween20), washed again 4× and finally revealed by

BCIP/NBT solution (Amresco LLC, Solon, OH, USA).

Data analysis

The effects of treatment with anti-DβH–saporin or saporin on the number of

catecholaminergic medullary neurons are presented as means ± S.E. Cell

countings for every section were compared by one-way ANOVA. Also, total cell

counting for A1, C1, A2 and C2 regions were calculated and compared between

groups by unpaired Student´s t-test. Cardiovascular and renal responses, and

plasma sodium and blood hemoglobin concentrations data were analyzed by two-

Page 98: ELAINE FERNANDA DA SILVA

77

way analysis of variance followed by the Fisher LSD test. The differences of

baseline levels (Table 1) between groups were analyzed by the unpaired Student’s

t-test. A value of P < 0.05 was considered to denote a significant difference.

Acknowledgements

This work was supported by Coordenadoria de Aperfeiçoamento em

Pesquisa (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq; #477832/2010-5) and Fundação de Amparo a Pesquisa do

Estado de Goiás (FAPEG; #200910267000352).

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Figure Legends

Figure 1. Medullary catecholaminergic neurons. Photomicrographs taken at 3

levels of the medulla showing TH-immunoreactive cells in the NTS (A2

noradrenergic neurons), CVLM (A1 noradrenergic neurons) and RVLM (C1

adrenergic neurons) in rats nanoinjected with unconjugated saporin (sham) or anti-

DβH-saporin. Arrows indicate TH-positive cells. Scale bar 50 µm.

Figure 2. Lesion of A1 noradrenergic neurons with nanoinjections of anti-

DβH-saporin into the CVLM. Number and average (mean ± S.E.M.) of TH-

positive cells in 40 µm-thick sections from the dorsal (A) and the ventrolateral

medulla (B). Sections were taken from 1.9 mm rostral to the obex to 1.9 mm

caudal to the obex in animals submitted to A1 lesions or sham. Bilateral

nanoinjections of anti-DbH-saporin into the CVLM produced a loss of TH-

containing neurons in this area (A1 group, loss = 81%), in the RVLM (C1 group,

loss = 10%) in the NTS (A2/C2 groups, loss = 0%). † compared with sham, p <

0,05.

Page 103: ELAINE FERNANDA DA SILVA

82

Figure 3. Photomicrography of the nitrocellulose membrane whith marking

to TH in MnPO and cortex. Molecular analysis of noradrenergic

neurotransmission of A1 group of region CVLM for MnPO with marking to TH

(circle) by technique of Dot Blot, in sham and anti-DβH-saporin treated rats.

Photomicrographs of a coronal section of brain showing withdrawal of the tissue

mass of MnPO (circle) and of cortex (arrows; B).

Figure 4. Baroreceptor sensitivity and chemoreflex response. Index of

baroreflex (A) express by reason between changes of heart rate (HR) and mean

arterial pressure (MAP) induced by phenyleprine infusion in sham and A1-

lesioned rats. Changes in MAP (B) and HR (C) caused by potassium cyanide

infusion.

Figure 5. Typical examples. Digitized record of cardiovascular responses

induced by hypertonic saline infusion in sham (A) and A1-lesioned rats (B). Arterial

blood pressure (ABP), mean arterial pressure (MAP) and heart rate (HR).

Figure 6. Effects of A1 noradrenergic neurons lesions on cardiovascular

responses induced by hypernatremia. Effects of infusion of hypertonic saline (3

M NaCl, 1.8 ml.Kg-1 body weight) on mean arterial pressure (MAP; A) and heart

rate (HR; B) in sham and A1-lesioned rats. The bars indicate the moment of

hypertonic saline infusion. *compared with baseline; † compared with sham in the

same time point, both p < 0,05.

Figure 7. Plasma sodium and blood hemoglobin concentrations. Mean ±

S.E.M. of plasma sodium (A) and blood hemoglobin concentration (B) in baseline

and in response to HS infusion in sham and A1-lesioned rats. * different of

baseline; † different of sham in the same time point., both p < 0,05.

Figure 8. Effects of A1 noradrenergic neurons lesions on renal responses

induced by hypernatremia. Effects of infusion of hypertonic saline (3 M NaCl, 1.8

ml.Kg-1 body weight) on cumulative urinary volume (A), sodium concentration (B),

cumulative urinary sodium (C) and sodium balance (D) in sham and A1-lesioned

rats. Error bars indicate S.E.M. *compared with baseline; † compared with sham in

the same time point., both p < 0,05.

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83

Tables

Table 1. Baseline values for body weight, MAP and HR in sham and A1 lesioned

rats.

Values are means ± S.E. BW, body weight; MAP, mean arterial pressure; and HR,

heart rate. † compared with sham. p < 0,05.

Group BW (g) MAP (mmHg) HR (beats.min-1)

Sham 323 ± 5.7 112.4 ± 2.1 343.0 ± 8.4

A1 Lesion 318 ± 7.4 114.0 ± 1.9 396.0 ± 13.4 †

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Figure 1

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85

Figure 2

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